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SAF no Estado do Amazonas - BrasilSAF no Estado do Amazonas - Brasil
Acácia Neves - INCRAAcácia Neves - INCRA
Sistemas Agroflorestais no Estado do Amazonas - BrasilSistemas Agroflorestais no Estado do Amazonas - Brasil
1. Quintais (Várzea e Terra Firme)
- Alta diversidade de espécies, em grande parte frutíferas.
- Superfície pouco extensa, na maioria dos casos com
menos de 1ha (0,2 e 2,5ha).
- Normalmente têm uma pequena criação de aves (galinhas, patos), em menor
caso, porcos, de 1 ou alguns.
- Depois da fase de instalação, o pomar parece uma floresta natural: vegetação
densa, diferentes estratos, grande quantidade de biomassa e distribuição
irregular.
SAF mais ocorrentes
1. Quintais (Várzea e Terra Firme)
- Ocorrem também espécies medicinais e hortaliças, suspensos e/ou protegidos
(cercas, redes de pesca).
SAF mais ocorrentes
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2. Seringa e Cacau (Várzea)
- Onde ocorrem também espécies madeireiras e frutíferas (consumo humano e
peixes)
SAF mais ocorrentes
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3. Várias configurações de SAF indígenas (Várzea e Terra firme)
- O “quintal” ou conjunto de árvores frutíferas e outras plantas úteis tais como
condimentos e medicinais, crescendo próximo da moradia
- Um cinturão de frutíferas ao redor da aldeia;
- Árvores frutíferas em roças, dividindo o espaço com culturas agrícolas;
- Capoeiras enriquecidas com frutíferas.
SAF mais ocorrentes
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Sistemas Agroflorestais no Estado do Amazonas - BrasilSistemas Agroflorestais no Estado do Amazonas - Brasil
Principais obstáculos: Pesquisa (Johannes van Leeuwen, 1994)
1. Difícil obtenção de recursos:
- Os experimentos com SAF demoram muitos anos:
. Diagnóstico das necessidades dos produtores,
. Levantamentos do crescimento e cultivo das espécies de interesse
. Necessidade de pequenos ensaios sobre manejo de árvores: abundância,
espaçamento, combinação espaço-tempo, manejo das árvores (poda,
fertilização etc.)
- Ocupam superfícies relativamente grandes
- Necessidade de acompanhamento intensivo.
2. Diversidade de tipos de produtor, o que demanda diferentes propostas
tecnológicas:
. Diferentes tamanhos do estabelecimento e distância do mercado.
. Diferentes recursos financeiros (contratação de mão-de-obra, insumos etc.)
. Diferentes tipos culturais, baixa escolaridade e baixo conhecimento técnico
(demanda cuidados na troca de informações e na elaboração de material
didático)
. Diferentes possibilidades de processamento dos produtos na propriedade.
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Principais obstáculos: Pesquisa (Johannes van Leeuwen, 1994)
3. Escolha das espécies arbóreas
- Essências madeireiras (LOUREIRO et al 1979): 105 espécies nativas. Também
devem ser consideradas espécies madeireiras exóticas, como teca (Tectona
grandis), gmelina (Gmelina arborea), e certas espécies de Eucalyptus e Pinus.
- Frutas comestíveis (CAVALCANTE, 1991): 171 espécies (perenes e semi-
perenes). Grande parte perecíveis, o que requer: coleta e venda rápida,
agroindustrialização, mão-de-obra capacitada, dependência energética etc.).
. 20 não são nativas do continente Americano
. 130 são nativas da Amazônia
. 13 são nativas de outras partes das Américas
. 8 são nativas das Américas, sem certeza se são nativas ou não da Amazônia.
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Principais obstáculos: Pesquisa (Johannes van Leeuwen, 1994)
4. Falta de material reprodutivo (sementes, mudas), principalmente de espécies
florestais e leguminosas
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Principais obstáculos: Pesquisa
1. Dificuldade para aceitar plantar espécies madeireiras quando há tantas
disponíveis na floresta
2. Requer muito trabalho e mão-de-obra para implementação e manutenção
3. Leguminosas:
. a melhora da fertilidade do solo é em médio e longo prazo
. muito trabalho para podar
. graças a um maior programa nacional de crédito + uma péssima assistência
técnica, descobriram o efeito mais rápido dos fertilizantes químicos
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Principais obstáculos: apropriação/produtores
1. Falta de pessoal capacitado
2. Distância entre pesquisadores (resultados de pesquisas) e técnicos
extensionistas
3. Falta de modelos de “formulários” para obtenção de crédito junto a bancos
4. Falta de incentivos de remuneração técnica para promoção de
financiamentos sustentáveis
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Principais obstáculos: assistência técnica e extensão
P . C . P . C .. b . g . ca . bC . P . C . P .. ca . b . g . caP . C . P . C .. g . ca . b . gC . P . C . P .. b . g . ca . bP . C . P . C .. ca . b . g . caC . P . C . P .. g . ca . b . gP . C . P . C .
5m x 5m
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
P= pupunha (Bactris gasipaes)
C= coco (Cocos nucifera)
g= graviola (Annona muricata)
b= biribá (Rollinia mucosa)
.= guaraná (Paullinia cupana)
mapati (Pourouma cecropiifolia) 1978
ca= caju (Anacardium occidentale)
cupuaçu (Theobroma grandiflorum) 1983
Terra Firme (Oxisol) – 1976/1977
CONSÓRCIO DE SEIS FRUTEIRAS TROPICAIS – Monocultivo e Consórcio
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
caju (Anacardium occidentale)
1. Alto crescimento vegetativo de 1-6 anos, mas a produção de frutos (2 anos) foi
fortemente afetada devido à antracnose.
2. Concluiu-se que na região de Manaus o caju não se desenvolve em plantações
fechadas, observando-se uma produção um pouco melhor em pequena escala,
com plantas sempre isoladas, com a copa livre e em ambientes especiais, de
menor umidade e maior temperatura:
• várzeas altas (restingas): devido a um microclima menos favorável ao fungo
• campinas (vegetação xeromorfa) e jardins da cidade de Manaus
CONSÓRCIO DE SEIS FRUTEIRAS TROPICAIS – Resultados
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPACONSÓRCIO DE SEIS FRUTEIRAS TROPICAIS – Resultados
graviola (Annona muricata)
1. Alta incidência da broca do tronco da graviola nos dois sistemas de plantio,
sem diferenças significativas, mas a infestação foi um pouco mais rápida no
consórcio
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mapati (Pourouma cecropiifolia)
1. O mapati forma uma copa fechada (forma de um guarda-chuva) que deixa
Passar pouca luz. A expansão da copa do mapati inibiu o crescimento do coco e
da graviola, mas não do biribá, pupunha e cupuaçu.
CONSÓRCIO DE SEIS FRUTEIRAS TROPICAIS – Resultados
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biribá (Rollinia mucosa)
1. O biribá é mais vigoroso e de maior porte que a graviola, competindo com mais
êxito pelo espaço aéreo.
CONSÓRCIO DE SEIS FRUTEIRAS TROPICAIS – Resultados
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pupunha (Bactris gasipaes)
1. A pupunha apresenta rápido crescimento inicial em altura, o que evitou que
Ficasse debaixo da copa do mapati, ao contrário do coco, que cresce mais lento
em altura.
2. Observou-se que a pupunha apresenta um maior número de folhas no
consórcio que no monocultivo, sugerindo alguma interação benéfica no sistema
mais complexo.
CONSÓRCIO DE SEIS FRUTEIRAS TROPICAIS – Resultados
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAPUPUNHA (Bactris gasipaes) x JACA (Artocarpus heterophyllus) x
FRUTA-PÃO (Artocarpus altilis)
Terra Firme (Oxisol) – 1978 – Monocultivo e Consórcio
Resultados
1. A pupunha e a jaca desenvolveram-se bem em consórcio.
2. A fruta-pão respondeu negativamente ao consórcio e produziu mais em
monocultivo.
3. A produção inicial da pupunha foi promissora, mas nos anos seguintes houve
muita queda prematura dos frutos, causando uma perda de produção de até
90%. A queda prematura de frutos de pupunha é um problema geral na região
de Manaus.
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- Mandioca (Manihot esculenta)
- abacaxi (Ananas comosus)
- Mamão (Carica papaya)
- urucu (Bixa orellana)
- banana-pacovão (Musa sp.)
- araçá-boi (Eugenia stipitata)
- urucu x mandioca
- araçá-boi x mandioca
- mamão x mandioca
PUPUNHA (Bactris gasipaes) – Monocultivo e Consórcio
Terra Firme (Oxisol) – 1986
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
1. O desenvolvimento vegetativo e a produção de frutos da pupunha não foram
afetados pelos consórcios.
2. As produções das espécies consorciadas estavam próximas a seus níveis em
monocultura.
3. O consórcio mais produtivo foi pupunha x mandioca, seguido de pupunha x
abacaxi e pupunha x banana.
4. Os consórcios de maior renda bruta foram pupunha x banana e pupunha x
abacaxi.
PUPUNHA (Bactris gasipaes) – Monocultivo e Consórcio
Resultados
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPACUPUAÇU (Theobroma grandiflorum) x INGÁ (Inga edulis Mart.) x
PALHETEIRA (Clitoria fairchildiana) X MULUNGU (Erythrina fusca)
1. Produção em peso verde
- Ingá: 1003 kg/ha
- palheteira: 596 kg/ha
- mulungu: 105 kg/ha
2. A palheteira produziu de fato maior biomassa, mas antes da poda apresentou
uma queda acentuada de folhas.
3. Para o ingá-cipó e o mulungu, as folhas formavam cerca de 50 % do material e
para a palheteira menos que 30%.
Terra Firme (Oxisol) – 1994 (Produção de biomassa)
Resultados (Após 1 ano – Poda a 1m de altura de plantas intercaladas)
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PRODUTORES E PESQUISADORES TRABALHANDO JUNTOS
1. Combinações para SAF são decididas junto com os produtores, dos quais vêm
as decisões finais.
2. O produtor é inteiramente responsável pela condução do sistema, ficando o
INPA com o direito de fazer medições.
3. O produtor fornece a mão-de-obra e os insumos necessários para a instalação e
a manutenção. O INPA ajuda geralmente com o estaqueamento do terreno e
fornece grande parte das mudas.
4. Em todos os casos, trata-se de consórcios de espécies arbóreas em áreas com
Mandioca (5), abacaxi (2) ou capoeira (1). Os consórcios diferentes uns dos outros
em composição de espécies e arranjo espacial.
5. A superfície varia de 0,25 a um hectare.
Terra Firme (Oxisol) – Manacapuru – 1992 – 8 produtores
EMBRAPAEMBRAPA
Resultados
1. Desmodium:
- efeito descompactador do solo devido à ação de suas raíces
- aumento da diversidade e abundância da macrofauna do solo (observado por
coletas e por um produtor de forma indireta: preferência da área pelas galinhas)
EMBRAPAEMBRAPA
Resultados
2. Paricá:
- Quebra dos ramos superiores de plantas adultas pelo vento
- Aumento da diversidade e abundância da macrofauna do solo (observado por
coletas e por um produtor de forma indireta: preferência da área pelas galinhas)
EMBRAPAEMBRAPA
Resultados
3. Ingá (Inga edulis) x Mogno (Swietenia macrophylla):
- Faixas de ingá reduziram a incidência de Hypsipylla grandella (barreira física e
biológica), proporcionando um fuste comercial com mais de 6m.