Sahude junho2014

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sa de HU Jornal do Hospital Universitário de Londrina Junho 2014 - Nº 70 “Os próximos anos não serão os mais fáceis”, diz Beth Ursi na cerimônia de posse Em cerimônia que lotou o Anfiteatro do HU, a nova diretoria tomou posse, com discursos de apoio da reitoria da UEL e do prefeito de Londrina Servidores, amigos e fami- liares lotaram o Anfiteatro do HU para a cerimônia de posse da nova diretoria do hospital, eleita para a gestão 2014/2018. A nova diretoria é composta pela diretora superintendente Elizabeth Silva Ursi; diretora clínica, Susana Lílian Wie- chmann; diretora de enferma- gem, Vivian Biazon El Reda Feijó e pelo diretor administra- tivo Rodrigo Martins de Souza. Durante a cerimônia, a ex- superintendente, Margarida Carvalho, agradeceu o apoio e o empenho dos diretores e cola- boradores de sua gestão. “Com o apoio de todos, nós aceitamos e encaramos os desafios desses quatro anos”, disse. Elizabeth Ursi – ‘Beth Ursi’, como é mais conhecida – admitiu que os próximos anos não serão os mais fáceis de sua vida, mas enfatizou que irá honrar a confiança depositada na equipe escolhida para a nova direção do HU. Beth falou ainda sobre a importância de estreitar as relações entre academia, hospital e gestor, visto que o HU é também um hospital de ensino. “A defesa deste hospital público de ensino é de tal forma gigantesca que só se fará na me- dida que possamos mutuamente nos amparar”, comentou a nova diretora superintendente. A primeira enfermeira a assumir o cargo reconheceu que há muito trabalho a ser feito, e que lidar com a saúde pública no Brasil é “tarefa árdua”. “Quem espera vida calma não a encontrará nos corredores desse hospital. Por aqui, no entanto, encontrará gratidão e calor daquele que tem sua cór- nea recuperada, o seu coração transplantado, uma nova vida e uma nova chance. As famílias que passam pelo hospital todos os dias merecem o melhor do nosso cuidado e a melhor de nossa atenção”, disse. As famílias que passam por aqui todos os dias merecem o melhor do nosso cuidado e de nossa atenção (Beth Ursi) Beth Ursi assina termo de posse A reitora da UEL, Berenice Quinzani Jordão, ressaltou que a nova diretoria pode contar com o apoio e a parceria da Reitoria. “Nos sentimos na obrigação de dizer que daremos todo o apoio à nova direção e não mediremos esforços para ajudar a superar as dificuldades. Estaremos lado a lado”, enfatizou a reitora. Estiveram presentes o pre- feito de Londrina, Alexandre Lopes Kireeff, a reitora da UEL e o vice, Berenice Quinzani Jordão e Ludoviko Carnascialli, respectivamente, o deputado estadual Tercílio Turini, as ve- readoras Sandra Graça e Lenir de Assis, a diretora do CCS Aparecida de Lourdes Perim, a chefe da 17º Regional de Saúde, Teresinha de Fátima Sanchez, os membros da diretoria ante- rior, Margarida Carvalho (supe- rintendente), Denise Mashima (clínica), Benedita Ribeiro (enfermagem) e Oswaldo Luiz Garcia (administrativo). A nova diretoria começa os trabalhos com muita disposição (da esquerda para a direita, Rodrigo Souza, Susana Wiechmann, Beth Ursi e Vivian Feijó) Reitora Berenice Jordão: “Estaremos lado a lado (com o HU)”

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sa deHU Jornal do Hospital Universitário de Londrina Junho 2014 - Nº 70

“Os próximos anos não serão os mais fáceis”, diz Beth Ursi na cerimônia de posseEm cerimônia que lotou o Anfiteatro do HU, a nova diretoria tomou posse, com discursos de

apoio da reitoria da UEL e do prefeito de LondrinaServidores, amigos e fami-

liares lotaram o Anfiteatro do HU para a cerimônia de posse da nova diretoria do hospital, eleita para a gestão 2014/2018. A nova diretoria é composta pela diretora superintendente Elizabeth Silva Ursi; diretora clínica, Susana Lílian Wie-chmann; diretora de enferma-gem, Vivian Biazon El Reda Feijó e pelo diretor administra-tivo Rodrigo Martins de Souza.

Durante a cerimônia, a ex-superintendente, Margarida Carvalho, agradeceu o apoio e o empenho dos diretores e cola-boradores de sua gestão. “Com o apoio de todos, nós aceitamos e encaramos os desafios desses quatro anos”, disse.

Elizabeth Ursi – ‘Beth Ursi’, como é mais conhecida – admitiu que os próximos anos não serão os mais fáceis de sua vida, mas enfatizou que irá honrar a confiança depositada na equipe escolhida para a nova direção do HU. Beth falou ainda sobre a importância de estreitar as relações entre academia, hospital e gestor, visto que o HU é também um hospital de ensino. “A defesa deste hospital

público de ensino é de tal forma gigantesca que só se fará na me-dida que possamos mutuamente nos amparar”, comentou a nova diretora superintendente.

A primeira enfermeira a assumir o cargo reconheceu que há muito trabalho a ser feito, e que lidar com a saúde pública no Brasil é “tarefa árdua”. “Quem espera vida calma não a encontrará nos corredores desse hospital. Por aqui, no entanto, encontrará gratidão e calor daquele que tem sua cór-nea recuperada, o seu coração transplantado, uma nova vida e uma nova chance. As famílias que passam pelo hospital todos os dias merecem o melhor do nosso cuidado e a melhor de nossa atenção”, disse.

As famílias que passam por aqui

todos os dias merecem o melhor do nosso cuidado

e de nossa atenção (Beth Ursi) Beth Ursi assina termo de posse

A reitora da UEL, Berenice Quinzani Jordão, ressaltou que a nova diretoria pode contar com o apoio e a parceria da Reitoria. “Nos sentimos na obrigação de dizer que daremos todo o apoio à nova direção e não mediremos esforços para ajudar a superar as dificuldades. Estaremos lado a lado”, enfatizou a reitora.

Estiveram presentes o pre-feito de Londrina, Alexandre Lopes Kireeff, a reitora da UEL e o vice, Berenice Quinzani

” Jordão e Ludoviko Carnascialli, respectivamente, o deputado estadual Tercílio Turini, as ve-readoras Sandra Graça e Lenir de Assis, a diretora do CCS Aparecida de Lourdes Perim, a chefe da 17º Regional de Saúde, Teresinha de Fátima Sanchez, os membros da diretoria ante-rior, Margarida Carvalho (supe-rintendente), Denise Mashima (clínica), Benedita Ribeiro (enfermagem) e Oswaldo Luiz Garcia (administrativo).

A nova diretoria começa os trabalhos com muita disposição (da esquerda para a direita, Rodrigo Souza, Susana Wiechmann, Beth Ursi e Vivian Feijó)

Reitora Berenice Jordão:

“Estaremos lado a lado (com o

HU)”

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ExpedienteUniversidade Estadual de Londrina

Reitora: Profª Drª Berenice Quinzani JordãoVice-Reitor: Prof. Dr. Ludoviko Carnasciali dos Santos

Hospital Universitário de LondrinaDiretora Superintendente: Elizabeth Silva UrsiDiretor Administrativo: Rodrigo Martins de SouzaDiretora Clínica: Susana Lílian Wiechmann

Diretora de Enfermagem: Vivian Biazon El Reda FeijóDiretora do Centro de Ciências da Saúde: Aparecida de Lourdes Pe-rim; Vice-diretor do CCS: Luiz Carlos L. Carvalho

SaHUde é produzido pela Assessoria de Comunicação e Documentação Científica do HU - Jornalista responsável e edição: Denise Ligmanovski; Jornalista: Chico Yudi; Fotógrafo: Fransny Marcelino; Diagramação: Nadir Chaiben; Estagiárias de Jornalismo: Letícia Pettinari e Vanessa Tolentino; Impressão: Gráfica da UEL

iNesco promove 2º Congresso Paranaense em Saúde Pública

O iNesco (Instituto de Estu-dos em Saúde Pública) promo-ve o 2º Congresso Paranaense de Saúde Pública e a 1ª Mostra Paranaense dos Projetos de Pesquisa Apoiados pelo PP-SUS, de 14 a 16 de agosto, no Centro de Convenções de Curitiba.

O evento tem apoio do Mi-nistério da Saúde, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UEL, da Organi-zação Pan-americana da Saú-de, da Organização Mundial de Saúde e várias instituições nacionais e estaduais.

O tema central será “Avan-ços, Desafios e Perspectivas na Saúde do Paraná”, que será debatido e exposto em minicur-sos, seminários, fóruns simultâ-neos, encontros, conferências, mesas redondas e painéis. No último dia haverá uma mesa redonda com os candidatos a governador do Paraná, que vão debater e apresentar propostas sobre a questão da saúde no estado.

Segundo o presidente do iNesco, professor João Cam-pos, do Departamento de Saúde Coletiva da UEL, o mérito do

congresso é unir opiniões de gestores e da população. “A grande importância será poder discutir todos os aspectos da saúde pública, com a partici-pação de todos”, diz Campos. Além disso, o objetivo do encontro é aprimorar o conhe-cimento dos participantes e a qualidade da área da saúde do Paraná e mostrar os resultados de pesquisas desenvolvidas.

O iNesco é um institu-to formado em 1987 pelas áreas de saúde coletiva das Universidades Estaduais de Londrina, Maringá e Ponta

Grossa. Atua para a continui-dade e mudança para melhor apoiar os projetos do SUS no Paraná, com a preparação de recursos humanos, prestação de serviços, pesquisas e edição de publicações.

As inscrições já estão aber-tas e podem ser feitas pelo site do iNesco (www.inesco.org.br/eventos/congresso), até o dia 8 de agosto. Os trabalhos para submissão da Comissão Científica devem ser enviados até o dia 14 de julho. Mais informações sobre o evento poderão ser encontradas no site.

CTQ promove Semana de Prevenção de Queimaduras

Campanhas de prevenção conscientizam a população para o

risco de acidentes com fogo

O Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), do HU, rea-lizou no dia 10, no Auditório do Hemocentro, a abertura da “Se-mana de Prevenção de Queima-duras 2014”. A campanha teve o objetivo de alertar sobre as prin-cipais causas de queimaduras e sensibilizar para a prevenção, já que os meses de junho e julho registram um aumento de cerca de 20% no número de vítimas de queimaduras.

Na abertura, o médico do CTQ, Reinaldo Kuwahara, ministrou uma palestra que alertou para as principais cau-sas de queimaduras registradas no HU. De acordo com Kuwa-hara, o acidente doméstico é um fator comum entre crianças

e adultos. Entre os pequenos, 55,4% são vítimas de escaldo (queimadura por líquido quen-

uma educação continuada”, diz a coordenadora.

Participaram do evento re-presentantes de bairros, de em-presas do Paraná e São Paulo, da FAMEP (Federação das Associações de Moradores do Estado do Paraná), do Cisme-par, do Hospital do Coração de Londrina, da 17ª Regional de Saúde, além da vereadora Lenir de Assis. Todos foram convi-dados a serem “multiplicadores da prevenção de queimaduras” para que trabalhem na campanha conscientizando sua comunidade sobre os perigos das queimadu-ras, principalmente nesta época do ano, com o mau uso dos rojões em festas juninas e na co-memoração dos jogos de futebol.

te), já entre os adultos, 46,2% das queimaduras são causadas por fogo, como por exemplo, ao acender churrasqueira utili-zando álcool.

Segundo a psicóloga do CTQ, Ana Lilian Parrelli, as queimaduras causam não só danos físicos, mas também psicológicos. “Quando vemos uma pessoa que passou por um tratamento de queimadura enxergamos apenas a estética, não imaginamos a dor que ela passou durante o tratamento”, explica. Para a coordenadora de Enfermagem do CTQ, Elza Anami, a prevenção é, de fato, o melhor remédio. “Estamos rea-lizando a Semana de Prevenção, mas é preciso que tenhamos

Recepção aos novos diretoresOs servidores das diretorias do HU promoveram um café da

manhã no dia 12 para recepcionar os novos diretores da gestão 2014-2018, na sala de reuniões da Superintendência.

Foram recepcionados a nova superintendente Beth Ursi, diretora clínica Susana Wie-chmann, dire-tora de enfer-magem Vivian Feijó e o diretor administrativo Rodrigo Souza.

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O projeto de extensão “Ações voltadas para questões de saúde na região de Londrina realizadas por estudantes do curso de farmácia da UEL e o Conselho Regional de Farmá-cia Junior”, tem o objetivo de promover ações junto à comu-nidade universitária e externa. O projeto é uma parceria com o Conselho Regional de Farmá-cia do Paraná (CRF-PR), que resultou na criação do CRF-PR Júnior/UEL.

Segundo o professor José Carlos Duarte, do Departa-mento de Farmácia da UEL e coordenador do projeto na Uni-versidade, o CRF-PR Júnior visa à integração dos estudantes de graduação com o Conselho e incentiva o desenvolvimento de programas que envolvam os universitários e a comunidade externa. O trabalho na UEL foi viabilizado por meio de um projeto de extensão, depois de convite feito pelo CRF-PR, e

Projeto envolve universitários em ações de saúdeEstudantes do curso de Farmácia da UEL promovem palestras, campanhas e eventos para o

público universitário e comunidade externahoje é referência no Estado em nível de organização e ações desenvolvidas e em andamento.

Em 2013, diversas atividades foram organizadas pelos alunos. Entre elas, a arrecadação de aga-salhos para o Lar Anália Franco e campanhas antitabagismo e de uso racional de medicamentos, desenvolvidas no Calçadão de Londrina. Além disso, os estu-dantes participam da organização de eventos voltados para outras áreas. “No final do ano passado, um ciclo de palestras discutiu o uso de defensivos agrícolas e en-volveu acadêmicos do Departa-mento de Agronomia”, comenta o professor.

O CRF-PR Júnior existe em outras universidades do Estado e no dia 9 de maio foi realiza-do, em Curitiba, o 1º Encontro Estadual dos Estudantes de Farmácia do CRF-PR Júnior.

De acordo com Duarte, “o Encontro promoveu a troca de ideias com outras instituições

O Banco de Olhos do HU/UEL e a Comissão de Procura de Órgãos e Tecidos para Trans-plante de Londrina (Copott) re-alizaram reunião de capacitação para equipe da Administração de Cemitérios e Serviços Fu-nerários de Londrina (Acesf), dia 10 de junho, no Auditório do Hemocentro.

O objetivo foi organizar todo o processo de doação dos olhos, desde a sua ocorrência até o preparo e entrega do cor-

e com isso foi possível perceber o interesse nos estudantes em trabalhar junto à comunidade, levando informações relacionadas à saúde”.

O projeto tem par-ticipação voluntária e os estudantes recebem ajuda de professores consultores e colabo-radores. Para Duarte, o trabalho dos estudantes “é uma forma deles contribuírem com a co-munidade, retribuindo o que recebem na Uni-versidade”.

Outras atividades voltadas para os pro-fissionais em atuação são de-senvolvidas pelo projeto de extensão “Orientação e pro-moção de ações relacionadas ao mercado de trabalho para farmacêuticos”, que também é coordenado pelo professor Du-arte. “O CRF-PR Júnior ajuda

na organização e promoção de eventos voltados a formandos e egressos do curso, trazendo pa-lestrantes de outras áreas onde o farmacêutico pode atuar”, diz o professor.

Banco de Olhos e Copott-Londrina capacitam equipe da ACESFpo do doador para a família. A Acesf dá continuidade a todo o processo de doação e é neces-sário que ela preste um aten-dimento de qualidade, digno, respeitoso e humanizado aos familiares, para que superem, sem trauma, a dor da perda com a doação dos olhos.

Participaram do evento a chefe da 17º Regional de Saúde Teresinha de Fatima Sanchez, a superintendente da Acesf Sonia Maria Nobre

O HU participou da campa-nha promovida pela Associação de Assistência à Criança Car-diopata – Pequenos Corações (AACC) de conscientização à Cardiopatia Congênita, celebra-da no dia 12 de junho.

A campanha é nacional. No

Gimenez, a coordenadora do Copott-Londrina Ogle Bacchi

e sua equipe e servidores do Banco de Olhos do HU.

HU participa de campanha de sensibilização à Cardiopatia CongênitaHU é coordenada pela médica Márcia Thomson.

A Cardiopatia Congênita é um defeito na estrutura ou função do coração, que surge nas primeiras oito semanas de gestação, e ocorre por uma alteração no desenvol-

vimento embrionário. Deve ser detectada logo na mater-nidade ou até mesmo pelo ultrassom morfológico de 2º trimestre, e assim é possível ter tratamento adequado no tempo certo.

O Teste do Coraçãozinho

(Oximetria de Pulso), que de-tecta o problema, é simples e indolor.

De acordo com números divulgados no 38º Congresso Brasileiro de Cardiologia, a cada 100 bebês nascidos vivos, um é cardiopata.

Professor José Carlos Duarte, coordenador do projeto

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De acordo com a Organiza-ção Mundial de Saúde (OMS), a morte materna diz respeito à morte da mulher durante a gestação ou até 42 dias após o período gestacional. É causada por fatores relacionados ou agravados pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. O problema é tão preocu-pante que melhorar a saúde da gestante é um dos oito objeti-vos do milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, que deve ser atingido pelos países até 2015.

O Brasil tem avançado consideravelmente. A taxa de mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos, em 1990, para 69 mães em 2013. No entanto, esse número ainda é alto. O Estado do Paraná tam-bém obteve uma queda consi-derável nesta taxa, passando de 73 em 2009 para 34 em 2013, porém, a meta ideal ainda está longe de ser atingida.

Segundo a enfermeira obs-tetra, Thelma Malagutti Sodré, coordenadora da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher, da UEL, as causas da morte materna são diversas. Entre elas, a hemorragia, a pré-eclâmpsia, a eclâmpsia e as infecções puerperais e urinárias. No entanto, no últi-mo ano, 54,9% dos óbitos no Paraná poderiam ser evitáveis. “Em 2013, o Paraná registrou 13 casos de morte materna por hemorragia pós-parto, que é possível intervir e tirar a mulher do quadro hemorrágico, mas ainda assim elas estão morren-do”, explica a enfermeira.

O Paraná possui comitês de Prevenção da Mortalidade Materna em todas as regionais de saúde do Estado. O trabalho dos comitês envolve a inves-tigação de todas as mortes de mulheres em idade reprodutiva,

Redução da mortalidade maternaainda é um desafio

O problema, debatido em evento no HU, é tão preocupante que se tornou um dos oito objetivos do milênio, estabelecido pela ONU, que deve ser atingido por todos os países até 2015

e as que tiverem relação com a gestação são consideradas morte materna.

Atento às causas De acordo com Thelma

Sodré, que também faz parte do Comitê de Prevenção de Morta-lidade Materna, em 2005, após a investigação das causas dos óbi-tos naquele ano, a conclusão foi de que 29% da responsabilidade das mortes era da assistência da equipe de saúde e 26% da assistência hospitalar. “A assis-tência da equipe e da instituição, que não oferece equipamento e medicação adequada, são dois dos principais fatores que cola-boram para a morte materna”, esclarece a enfermeira.

Outro número revelado pe-los comitês foi o de medidas de prevenção. Com 33,4%, a melhor forma de prevenção é o pré-natal e com 27%, a atenção hospitalar. Segundo Thelma, o pré-natal, quando eficaz, faz o diagnóstico da patologia, trata a gestante corretamente e, se necessário, encaminha para um serviço de referência de alto risco. Quando o pré-natal não é adequado, a gestante passa a ser tratada de uma forma errada e a complicação pode se manifestar quando ela é internada. “O perfil das gestantes que morrem no Paraná é de mulheres que fazem o acompanhamento pré-natal

corretamente, mas quando ela vai para o hospital e apresenta uma complicação, como uma hipertensão ou uma hemorragia, o serviço não dá conta de aten-dê-la adequadamente”, lamenta a enfermeira.

O dia 28 de maio foi escolhi-do como o Dia Internacional de Ação pela Saúde das Mulheres. No Brasil, este é o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, o que motivou a rea-lização da 2ª Mesa-redonda pela Redução da Mortalidade Mater-na, que aconteceu no Anfiteatro do Hospital Universitário de Londrina (HU) no dia 29 de maio. O evento teve a partici-pação de docentes, estudantes e profissionais de Enfermagem, Psicologia, Medicina, Farmá-cia, Educação Física, Nutrição e de profissionais do Movimento “Nós Podemos Londrina”, entre

Thelma Malagutti: “Quando o pré-natal não é adequado, a gestante passa a ser tratada de uma forma errada.”

outros. Organizado pela Residência

Multiprofissional em Saúde da Mulher da UEL, com o apoio do Movimento “Nós Podemos Londrina”, o evento debateu as ações multiprofissionais e interdisciplinares que podem ser realizadas para melhorar a qualidade do cuidado à saúde da mulher, e assim colaborar com a prevenção da morte ma-terna. “Alguns cursos da área da saúde não têm esse assunto abordado na grade curricular, mesmo sendo importantíssimo para colaborar com a saúde da mulher. Preencher a declaração de óbito, por exemplo, de ma-neira correta é essencial para a investigação realizada pelos comitês, e muitas vezes, não aparece na declaração que a mulher estava grávida”, explica Thelma Malagutti.

UTI-Neo recebeaparelhos novos

O HU recebeu no dia 12, da 17ª Regional de Saúde, cinco monitores multiparamédicos novos, que serão destinados à UTI Neonatal. Os equipamento foram repassados pelo Governo do Estado.

A entrega foi feita pela chefe da Regional, Teresinha Sanches.