Salmos 91

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Exegese do Salmo 91 1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente O salmo começa não com um pedido, mas com uma certeza: o salmo celebra aquele que tem a fé de que já habita no esconderijo do Altíssimo, e pernoita à sombra do Todo-Poderoso. Este contexto noturno reforça a teoria da autoria mosaica deste salmo. O verbo utilizado aqui para morar é (yashav), que fala de habitar em segurança, conforme sugerido por outros contextos (Lv 25.18; Nm 24.21; Dt 12.10; 1Sm 12.11). O tema do esconderijo é frequente nos Salmos. Este esconderijo é o socorro divino. A sombra do Todo- Poderoso nos evoca ao episódio da aparição do Senhor a Abraão, quando este estava nos carvalhais de Manre (Gn 18.1). 2 diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. O primeiro verbo recebe pelos massoretas a pontuação da primeira pessoa do singular do completo do verbo (amar, dizer), de tal forma que a tradução é “(eu) direi...”; e assim seguem a tradução Atualizada Corrigida. A Septuaginta entendeu como rmay , o que daria “(ele) dirá...”, e o que foi seguido pela Almeida Atualizada, A Nova Versão Internacional, Vulgata, a inglesa Revised Standard Version, a espanhola de 1569 e a alemã de Martinho Lutero. Porém muitos preferem entender como um particípio presente, sendo então traduzido por “dizendo...”, conforme a Bíblia de Jerusalém. Além dos dois títulos divinos utilizados no primeiro versículo (Elyon e Shadday), aqui temos mais dois: Yahweh e Elohim. O refúgio (machseh) que aparece 20 vezes, ; acentuadamente nos Salmos (14:6; 46:1; 61:3 entre outros confira ainda Jó 24:8; Pv 14:26; Is 4:6; 25:4; 28:15,17; Jr 17:17; Jl 3:16), fala ou de algo muito especial ou de origem divina, conforme a raiz (confira por exemplo: Dt 32.37; Jz 9.15; Rt 2.12; 2 Sm 22.3). O baluarte (metsudah.) é mais apropriadamente uma fortaleza bem guarnecida, como o era a fortaleza de Sião (2 Sm 5.7,9,17, e nos demais trechos, totalizando 23 ocorrências: 1 Sm 22:4,5; 24:22; 2 Sm 22:2; 23:14; 1 Cr 11:5,11:16; Jó 39:28; Sl 18:2; 31:2; 31:3; 66:11; 71:3; 144:2; Ec 9:12; Is 29:7; Ez 12:13; 13:21; 17:20). Embora alguns a façam derivar da raiz

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Exegese do Salmo 91

1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente

O salmo começa não com um pedido, mas com uma certeza: o salmo celebra aquele que tem a fé de que já habita no esconderijo do Altíssimo, e pernoita à sombra do Todo-Poderoso. Este contexto noturno reforça a teoria da autoria mosaica deste salmo. O verbo utilizado aqui para morar é (yashav), que fala de habitar em segurança, conforme sugerido por outros contextos (Lv 25.18; Nm 24.21; Dt 12.10; 1Sm 12.11). O tema do esconderijo é frequente nos Salmos. Este esconderijo é o socorro divino. A sombra do Todo-Poderoso nos evoca ao episódio da aparição do Senhor a Abraão, quando este estava nos carvalhais de Manre (Gn 18.1).

2 diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.

O primeiro verbo recebe pelos massoretas a pontuação da primeira pessoa do singular do completo do verbo (amar, dizer), de tal forma que a tradução é “(eu) direi...”; e assim seguem a tradução Atualizada Corrigida. A Septuaginta entendeu como rmay , o que daria “(ele) dirá...”, e o que foi seguido pela Almeida Atualizada, A Nova Versão Internacional, Vulgata, a inglesa Revised Standard Version, a espanhola de 1569 e a alemã de Martinho Lutero. Porém muitos preferem entender como um particípio presente, sendo então traduzido por “dizendo...”, conforme a Bíblia de Jerusalém. Além dos dois títulos divinos utilizados no primeiro versículo (Elyon e Shadday), aqui temos mais dois: Yahweh e Elohim. O refúgio (machseh) que aparece 20 vezes, ; acentuadamente nos Salmos (14:6; 46:1; 61:3 entre outros confira ainda Jó 24:8; Pv 14:26; Is 4:6; 25:4; 28:15,17; Jr 17:17; Jl 3:16), fala ou de algo muito especial ou de origem divina, conforme a raiz (confira por exemplo: Dt 32.37; Jz 9.15; Rt 2.12; 2 Sm 22.3). O baluarte (metsudah.) é mais apropriadamente uma fortaleza bem guarnecida, como o era a fortaleza de Sião (2 Sm 5.7,9,17, e nos demais trechos, totalizando 23 ocorrências: 1 Sm 22:4,5; 24:22; 2 Sm 22:2; 23:14; 1 Cr 11:5,11:16; Jó 39:28; Sl 18:2; 31:2; 31:3; 66:11; 71:3; 144:2; Ec 9:12; Is 29:7; Ez 12:13; 13:21; 17:20). Embora alguns a façam derivar da raiz (tsud, caçar), alguns pensam numa possível raiz, devido a outra palavra utilizada para fortaleza metsad, que aparece 12 vezes (Jz 6:2; 1 Sm 23:14,19,29; 1 Cr 11:7; 12:8, 16; Is 33:16; Jr 48:41; 51:30; Ez 19:9; 33:27) e que estaria relacionada com o árabe matsadun.

3 Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.

Para “livrar”, é usado o verbo (natsal), com o sentido básico de “tirar alguém ou alguma do poder de outra, de um perigo”. O passarinheiro também aparece em Pv 6.5; Jr 5.26; Os 9.8, e o laço do passarinheiro neste último. A peste era algo bastante temido na Antiguidade (Êx 5.3; Lv 26.25; Nm 14.12; Dt 28.21; 2 Sm 24.13; 1 Rs 8.37). A palavra traduzida aqui por perniciosa, significa tanto “desejo ilícito”, “concupiscência” (Sl 94.20; Pv 10.3) quanto “algo ruim”, “calamidade” (Jó 6.30; Pv 17.4; 19.13), de tal forma que “peste perniciosa” é um pleonasmo. A Septuaginta traduziu esta expressão por “coisa preocupante”, “problema grave”.

4 Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo.

A palavra para “pena”, (ebhrah) aparece em mais três lugares (Dt 32:11; Jó 39:13; Sl 68:14) e pode significar também “asa” (como em Dt 32.11). O verbo para cobrir, (sachach), fala de “guarnecer” um objeto sagrado (Êx 25.20; 37.9; 1 Rs 8.7), ou um eufemismo para “aliviar o ventre” (literalmente “cobrir os pés”: Jz 3.24; 1 Sm 24.4). Mas aqui a ênfase é para o cuidado de Deus para com o homem

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(Jó 3.23; 10.11; Sl 5.12; 139.13; 140.7). Para segurança, usa-se o verbo o mesmo do versículo 2 O pavês, (tsinah), é um escudo grande retangular, utilizado para proteger toda a parte da frente do corpo (1 Sm 17:7,41; 1 Rs 10:16; 1 Cr 12:8,24,34), em contraposição ao (magen), o escudo redondo, mais curto e mais comum, utilizado pela infantaria ligeira e por oficiais ( Dt 33.29; Jz 5.8; 2 Sm 1.21; Pv 30.5). Já o (socherah), que só aparece aqui, era um pequeno escudo a ser utilizado no combate corpo a corpo, ou para ser utilizado como armadura.

5 Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia,

O temor, (pachad), embora possa indicar o sentimento religioso de reverência (Gn 31.42; 1 Sm 11.7), indica o terror, o medo que assola o homem (Êx 15.16; 1 Cr 14.17). O terror noturno consiste nos incêndios, tempestades, invasão de inimigos, assassinatos, roubos, etc. O Targum interpretou aqui: “não temerás os demônios que andam na noite”. A seta que voa de dia parece falar das “setas de Deus”, que são a espada, a fome e a pestilência (Dt 32.23,24,42; Ez 5.16); mas o Targum interpreta aqui como a seta do anjo da morte, que acreditava-se agir durante o dia.

6 nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia.

A palavra para trevas, (ofel), aparece apenas mais oito vezes (Jó 3:6; 10:22; 23:17; 28:3; 30:26; Sl 11:2; Is 29:18; Am 5.20) e fala de densas trevas. A mortandade na verdade é destruição, (qetev), que assola (o verbo shadad, que fala de uma destruição violenta: Jó 5.27; Is 15.1; Jr 4.13; é um vocábulo usado mais abundantemente por Jeremias – 24 vezes – para falar do resultado do juízo de Deus). A tradição rabínica associa esta destruição que age ao meio-dia a um demônio, de tal forma que a Septuaginta e o Targum traduzem a palavra qetev por “demônio”. Alguns pensam que isto seja na verdade a referência a algum vento oriental quentíssimo, que começa a atuar às oito horas da manhã e atinge a temperatura máxima ao meio-dia, sufocando e queimando pessoas.

7 Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido.

A expressão traduzida por dez mil, (revavah), na verdade não é um numeral, mas uma palavra para multidão, miríade (Dt 32:30; Jz 20:10; 1 Sm 18:7,8; 21:11; Ez 16:7; Mq 6:7). Aos que defendem a autoria mosaica, parece ser uma menção à segurança proporcionada aos israelitas na noite da matança dos primogênitos do Egito (Êx 11.4 – 7). A última expressão, “tua não serás atingido”, literalmente é “(isto) não te atingirá”.

8 Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios.

O verbo para contemplar, (hibit), é utilizado para um “olhar atento e demorado, e não descuidado”. É utilizado 67 vezes, como quando Deus exorta Abraão a contemplar as estrelas e verificar quão grande seria sua descendência (Gn15.5); Moisés temeu contemplar a face de Deus (Êx 3.6); é diferente do verbo mais comum para ver, (raah). O que o justo contemplará? Tudo aquilo que já foi descrito anteriormente. Sim, tribulações sobrevêm, porém a iniqüidade não permanece impune – ela terá um castigo. A palavra hebraica (shilumah) aparece somente aqui, e por pertencer à mesma raiz de (shilem), que significa recompensa, tem sido identificada com este sentido, Mas o sentido é “punição, retribuição, isto é, o ato de dar um castigo, implicando um sofrimento no ato” A palavra para ímpio, (rasha) fala daquele que transgride o direito, um mandamento, afrontando tanto outro homem quanto a Deus (Êx 2.13; 1 Sm 24.13), e que portanto é culpado por algo (Nm 35.31).

9 Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada.

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Todos os livramentos anteriormente descritos são possíveis somente graças a um fato: o Senhor foi declarado refúgio (voltando à expressão utilizada no versículo dois). Além disso, o Altíssimo foi declarado a habitação do fiel. Habitação, (maon), vem de uma raiz não atestada no hebraico que significa “morar” (mas observe a raiz que aparece em Isaías 13.22, com o significado de “morar”). Um cognato árabe, que significa suportar, ajudar. Literalmente a palavra fala de uma toca de animais, local de refúgio (Jr 9:11; 10:22; Na 2:11), e por isso figurativamente fala da “toca” de Deus, a sua morada nos céus (Dt 26:15; 2 Cr 30:27; Sl 68:5), ou no templo (1 Sm 2:29,32; Sl 26:8; Sf 3:7); e por isso Deus se identifica como a “toca”, ou seja, refúgio de seu povo (além desse versículo, ainda Sl 71:3; 90:1).

10 Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.

O verbo para suceder, (anah), aparece mais cinco vezes, referindo-se a uma desgraça que acontece repentinamente, inesperada (Êx 21:13; 2 Rs 5:7) ou ao pranto de um enlutado (Is 3:26; 19:8). A palavra para praga utilizada, (nega), aparece 78 vezes em 62 versículos, podendo mencionar qualquer tipo de doença que “toca” o homem, mas nas 46 ocorrências em Levítico fala especificamente da praga da lepra (Êx 11.1; Lv 13.2; 2 Sm 7.14). A tenda, (ohel), é um elemento cultural oriental importantíssimo. Geralmente feita de pele de animal, era a habitação de um povo nômade (Gn 4.20; 13.5), de pastores (Jr 6.3); havia tendas separadas para as mulheres (Gn 31.33; Jz 4.17), guerreiros (1 Sm 17.54; Jr 37.10), e para o gado (2 Cr 14.14); servia também para descrever a tenda nupcial (2 Sm 16.22). Mesmo quando Israel não habitava mais em tendas, ainda designava moradias mais permanentes, mesmo reais (1 Rs 8.66; Jz 19.9; Is 16.5 e aqui neste salmo). O próprio tabernáculo, habitação da Divindade, era uma tenda (Êx 26.7; Nm 9.15). Isso influenciará um dos versículos mais importantes do Novo Testamento, Jo 1.14, onde literalmente lemos que Jesus “tabernaculou” ou “armou sua tenda” entre nós. Se o crente fez do próprio Senhor a sua morada, é impossível que ali chegue algum mal!

11 Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos.

O anjo é um importante ser sobrenatural no Antigo Testamento. Conforme o nome no hebraico sugere, (mal’akh), de uma raiz que significa “transmitir uma mensagem”, sua principal incumbência é a de transmitir as mensagens de Deus para os homens. As mensagens dos anjos sempre estavam ligadas ao conforto proporcionado por Deus aos homens em situação de perigo (Gn 28.12; 32.1,2; 48.16; Êx 14.19;). O anjo também transmite mensagens de juízo (2 Rs 1.3) e louva a Deus (Sl 148.2). A idéia de o anjo guardar os santos de Deus já está embutida em Êx 23.20.

12 Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

Aqui continua o tema dos anjos. O poder deste em favor dos justos é ressaltado, dando-lhes praticamente o poder do próprio Deus. É que algumas vezes o Antigo Testamento parece dar à palavra “anjo” o sinônimo de “Deus” É dentro deste contexto que melhor podemos entender, no Antigo Testamento, a expressão “Anjo do Senhor” como significando o próprio Senhor (que alguns teólogos cristãos aceitam como uma teofonia pré-encarnátória de Cristo no Antigo Testamento). Embora a cena seja típica de um nômade andando pelo deserto (“guardar o caminho”, “para não tropeçar em pedra”), a “pedra” aqui pode significar qualquer obstáculo ao crente (confira Pv 3.23). O Targum ainda interpretou esta pedra como sendo a concupiscência, a corrupção da natureza, que é como uma pedra (confira Ez 36.26).

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13 Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente.

Os israelitas estavam acostumados a enfrentar animais selvagens no ambiente desértico. O crente é levado corajosamente a enfrentar os animais que assolam o deserto da vida. O leão aqui, (shachal), é o Panthera leo, um grande predador que vive tanto na África quanto na Ásia (Jó 4:10; Pv 26:13; Os 5:14; 13:7). Já o (kefir) é o leão adolescente, porém já suficientemente forte e agressivo (Jz 14:5; Ne 6:2; Jó 4:10 Zc 11:3). A áspide, uma cobra peçonhenta, não é uma boa tradução para o termo (peten), por tratar-se de um animal europeu; como sugestões, temos: a Cobra Africana, a Naja haje, ou a Cerastes cornutus (Dt 32:33; Jó 20:14,16; Sl 58:4;). Calcar é a tradução do termo hebraico (ramas), que transmite a idéia de atropelar, pisar com violência (2 Rs 7:17,20; 9:33; 14:9; 2 Cr 25:18; Na 3:14). Deus fornece força mais do que suficiente para que o crente “atropele” todas as forcas do mal. Mas cuidado: isto não vem do homem, vem de Deus!

14 Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome.

O verbo (chashaq), utilizado para “se apegar com amor”, “amar tão encarecidamente”, é bastante forte. Fala da paixão que une um jovem a uma jovem, estando ambos na flor da idade (Gn 34:8; Dt 21:11 e portanto simboliza o forte amor de Deus por Israel (Dt 7:7; 10:15; Is 38:17). A palavra para livrar, (palat), fala da fuga do prisioneiro de guerra, muitas das vezes condenado à morte (Nm 21:29; 2 Sm 22:2,44; Mq 6:14). O fugitivo, (palit), aparece em muitos contentos, devido às constantes guerras da Antiguidade (Gn 14:13; Js 8:22; Jz 12:4; 12:5; 2 Rs 9:15 ). A expressão para “pôr a salvo” é (sagav), que literalmente significa “pôr em um alto lugar”. É um contexto bastante militar (Dt 2:36; Jó 5:11; Sl 20:1; Pv 18:10,11; Is 2:11,17).

15 Ele me invocará, e eu lhe responderei; na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.

O tema da invocação divina é bem freqüente no Antigo Testamento (Dt 4.7; 2 Sm 22.4;), e ainda mais nos salmos (17.6; 18.3; 50.15; 55.16; 56.9; 75.1;). A ênfase é de que Deus certamente ouvirá o clamor do aflito. Estará com o crente na sua tribulação (Sl 20.2; 25.22; 46.2); é uma certeza confortante (Jz 10.14; 1 Sm 10.19). A raiz para livrar, (chalats), também significa tirar, arrancar, retirar (Lv 14.40,43; Dt 25.9; Is 20.2; Lm 4.3; Os 5.6). Nos poéticos é encontrado cerca de quinze vezes com o sentido de “arrebatar violentamente de um perigo” (Jó 36.15; Sl 34.7; 50.15; 60.5; 81.7; Pv 11.8,9). Uma raiz semelhante ainda significa “preparar para a guerra” (Nm 31.3; 32.17; Dt 3.18;). Desta forma, o Senhor nos livra arrebatando, mas antes nos arma para a luta espiritual.

16 Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação.

A um povo habituado ao deserto, era uma grande bênção ser farto, tanto de comida quanto de bebida. Por isso, é constante este tema (Êx 16.8; Lv 26.26; Dt 8.10; 11.15; Rt 2.14). Desta forma, simbolicamente sempre há o anseio de que o fiel seja farto também de longevidade (1 Cr 23.1; 2 Cr 24.15; Sl 103.5). A salvação, (yeshuah), 78 vezes no Antigo Testamento, vem de uma raiz que significa salvar do perigo de guerra, e está mais bem delineado nos Salmos (45 vezes, 13.5; 14.7; 18.50) e Isaías (18 vezes, 12.2; 25.9; 26.18). Aben Ezra e Kimchi , comentaristas judeus, colocavam esta contemplação da salvação nos dias do Messias.

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Pontos que aprendi ao longo dos versículos.

Com toda sinceridade posso afirmar que quase tudo que aprendi foi novo, exceto os termos simples

em português que fica fácil a compreensão, como por exemplo a palavra (refugio, fica claro entender

que esta falando de um lugar que me guarda) entre outras poucas palavras que dá para interpretar com

o pouco de conhecimento que possuo.

Ouvi uma vez a pregação do ainda Bispo Walter Cristie, falando sobre o Salmo 91 foi algo

formidável. O pouco que me recordo ele fez uma aplicação que juntava os significados tanto no

mundo físico quanto no mundo espiritual, mostrando as entidades que estava por trás de cada nome,

foi muito interessante, só que nessa pesquisa pude ver algumas coisas que divergiram, mas com

certeza só acrescentou para o conhecimento, tendo em vista que essa exegese foi feita diretamente do

Hebraico para o Português fica claro o peso de veracidade existente no texto.