Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

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AUTORIZAÇÃO PARA USO:

Aos usuários deste material é permitida a sua cópia parcial ou total, desde

que tenha finalidade meramente informativa e educativa.

É permitida a utilização desta apostila pelas instituições militares coirmãs,

desde que para fins de instrução.

Não é permitida a reprodução parcial ou total dessa apostila com finalidade

comercial, não sendo, portanto, permitida a comercialização desse material sem a

prévia autorização do autor.

Não é permitido aos usuários realizar modificações no texto e/ou figuras

contidas nesse material.

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ILUSTRAÇÕES E PROJETO GRÁFICO

Aspirantes 2010:

Cad BM Ayres Luciano Da Silva

Cad BM Bruno França Gonçalves

Cad BM Caetano Barbosa Amaral

Cad BM Christian Coelho Cordeiro

Cad BM Cristiano Antônio Soares

Cad BM Débora Cristina C. Brandão

Cad BM Dilson Veloso Dias Júnior

Cad BM Douglas Morau Briel (ES)

Cad BM Eduardo Felipe A. Dos Santos

Cad BM Eduardo Rodrigo Simões

Cad BM Elias Simão

Cad BM Eliseu Washington G. Marques

Cad BM Fabiane Cruz P. Da Silva (ES)

Cad BM Fabricio Eduardo Dalfior

Cad BM Fabrício Nelson Lacerda

Cad BM Gustavo Moraes Falcão

Cad BM Heitor H. Lube Da Silva (ES)

Cad BM Johnny Franco De Oliveira

Cad BM Jonas Braga Linke

Cad BM José Adilson Toledo

Cad BM Leonardo Piekarz

Cad BM Lucas Alves Pacheco

Cad BM Magno Eloizio Da Silva

Cad BM Marcia Martins Correia

Cad BM Nágela Lamim Da Silva

Cad BM Natanael Silva De Oliveira (ES)

Cad BM Olintos A. Cury De Almeida

Cad BM Rafaella Romer T. Gomes

Cad BM Raphael Nardoto Barboza (ES)

Cad BM Roberto Sales Marangon

Cad BM Rodolfo Kroehling De Moura

Cad BM Rodrigo Das Mercês Gomes

Cad BM Shirley De Carvalho Neves

Cad BM Vinícius Bonfim Fulgêncio

Cad BM Wanderson Lopes De Castro

Cad BM Wilker Tadeu Alves Da Silva

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Dedico esta singela apostila a

todos os militares do Corpo de

Bombeiros Militar de Minas Gerais e

de instituições co-irmãs que cumprem

o juramento de abrir mão da própria

vida para que os outros possam viver.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus alunos dos diversos cursos, em especial o Curso de

Salvamento em Altura (CSAlt), os quais através da incessante busca do

conhecimento e do brilho nos olhos, característicos de quem acredita que

todo salvamento pode ser possível, sempre me incentivaram a escrever algo

com o intuito de somar conhecimento, ainda que fosse da maneira mais

simplória.

Aos Cadetes do Curso de Formação de Oficiais Bombeiros Militares

(CFO BM), Aspirantes de 2010, pelo empenho em ilustrar esta apostila e de

ceder suas imagens para que sirvam de fonte de consulta de outros

militares, lançando uma semente para o engrandecimento do Corpo de

Bombeiros Militar de Minas Gerais.

Ao Sr. Coronel BM Roberto Lopes de Oliveira Filho, atual Diretor de

Ensino do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, pelas tentativas de

reconhecer minhas apostilas como trabalho técnico profissional e pela

inclusão delas como fonte de consulta dos diversos concursos internos,

quando era o Diretor de Recursos Humanos

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“É melhor acender uma vela que amaldiçoar a escuridão”.

(Autor desconhecido)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................

CAPÍTULO 1 – SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES ................................

CAPÍTULO 2 – NÓS E AMARRAÇÕES ..................................................

2.1 - Nós de Extremidades .........................................................

- Nós Simples ................................................................

- Nó em Oito ..................................................................

- Nó de Frade ................................................................

2.2 - Nós de Junção ou Emenda ................................................

- Nó Direito ....................................................................

- Nó de Escota Simples .................................................

- Nó de Escota Dupla ....................................................

- Nó de Fita ....................................................................

- Nó Pescador Simples ..................................................

- Nó Pescador Duplo .....................................................

2.3 - Nós Alceados .....................................................................

- Nó Aselha Simples ......................................................

- Nó Aselha em Oito ......................................................

- Nó Aselha Dupla .........................................................

- Nó Aselha em Oito Direcional .....................................

- Nó Lais de Guia Simples .............................................

- Nó Lais de Guia Duplo ................................................

- Nó Borboleta ...............................................................

2.4 - Nós de Arremate ................................................................

- Nó de Pescador Simples .............................................

- Nó de Pescador Duplo ................................................

- Nó Cote .......................................................................

2.5 - Nós de Ancoragem ............................................................

- Nó Boca de Lobo ........................................................

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- Nó Fie ..........................................................................

- Nó Lais de Guia Duplo ................................................

- Nó de Aselha Dupla .....................................................

2.6 - Nós Autoblocantes ..............................................................

- Nó Prusik .....................................................................

- Nó Machard ................................................................

. - Nó Blocante Clássico ..................................................

2.7 - Nó de Segurança ................................................................

- Nó UIAA .......................................................................

2.8 - Assento improvisados e Ataduras de Peito ........................

- Assento Americano .....................................................

- Assento Austríaco .......................................................

- Atadura de Peito Padrão EB. .......................................

. - Atadura de Peito Padrão Espeleólogos .......................

2.9 - Nó de Reforço ....................................................................

- Nó Borboleta ................................................................

. 2.10 - Nó de Tracionamento .......................................................

- Nó Paulista ..................................................................

CAPÍTULO 3 – EQUIPAMENTOS .................................................

3.1 - Cadeirinha ..........................................................................

3.2 - Capacete ............................................................................

3.3 - Luvas ..................................................................................

3.4 - Mosquetões ........................................................................

3.5 - Freios ..................................................................................

3.6 - Corda ..................................................................................

3.7 - Cordins ...............................................................................

3. 8 -Fitas ....................................................................................

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CAPÍTULO 4 – PROCESSOS DE ENROLAR CORDAS ..............

4.1 - Prontidão ............................................................................

4.2 - Corrente Dupla ...................................................................

4.3 - Corrente Tripla ....................................................................

4.4 - Andino .................................................................................

4.5 - Mochila ...............................................................................

CAPÍTULO 5 – EQUILÍBRIO NO PÓRTICO .................................

CAPÍTULO 6 – ROTAS DE FUGA ................................................

6.1 - Cabo Aéreo .........................................................................

6.2 - Tirolesa ...............................................................................

6.3 - Rapel ..................................................................................

- Rapel de Patamar em Patamar ...................................

- Rapel em Negativo ......................................................

- Rapel com Auto-segurança .........................................

CAPÍTULO 7 – ESCALADA EM ROCHA ......................................

GLOSSÁRIO .................................................................................

REFERÊNCIAS .............................................................................

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INTRODUÇÃO

Dentre as inúmeras atividades realizadas pelo Corpo de Bombeiros

Militar de Minas Gerais (CBMMG) encontram-se os trabalhos em altura, que

estão ligados à área de salvamento, denominada na corporação como

SALVAMENTO EM ALTURA.

Como característica marcante de tal atividade temos o fato do bombeiro

ter que atuar em um ambiente de trabalho incomum para o ser humano que é

“terrestre” por natureza. Mister se faz então que se adapte e, para isso, precisa

treinar muito, até que aprenda a “controlar” o medo, que deve sempre existir,

caso contrário o profissional de

salvamento pode vir a sofrer sérios

acidentes ou colocar a vida de outros

em perigo.

No Manual de Atividades de

Bombeiro (MABOM), utilizado no

CBMMG, temos na p. 111 o conceito

de “altura” bem como as atividades

que pertencem a esse grupo.

Vejamos:

“Como “altura” incluímos

todos os locais de trabalho em que o

homem não possa estar apoiado

diretamente sobre o plano do terreno.

Assim consideramos pertencer a este grupo:

a)Os trabalhos desenvolvidos em torres, árvores e lado externo das

edificações;

b)Os trabalhos em que o homem opera suspenso no ar, preso apenas

por cabos e cordas;

c)Os trabalhos em encostas íngremes do terreno, com auxílio de cabos

e cordas;

d)Os trabalhos em profundidades, tais como poços, valas e similares.”01

Atividades de salvamento em altura no 2ºBBM

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Por outro lado, também temos exemplos trágicos resultantes de

acidentes gerados, em sua maioria, por negligência ou por emprego de técnicas

que, posteriormente foram comprovadas como inadequadas.

Destarte, o objetivo desta apostila é apresentar a primeira parte da

matéria de Salvamento em Altura referente ao primeiro ano do Curso de

Formação de Oficiais BM (CFO BM) conforme plano de disciplina a qual também

serve para aqueles militares que têm o primeiro contato com técnicas verticais de

salvamento, como os alunos do Curso de Formação de Soldados Bombeiros

Militares (CFSd BM).

O objetivo desse primeiro módulo será a preparação técnica, física e

psicológica dos alunos para atuarem fora do plano do terreno, fazendo com que

tenham contanto com tarefas básicas executadas pelo Corpo de Bombeiros

Militar de Minas Gerais nas atividades de Salvamento em Altura.

Por fim, não podemos nos esquecer da máxima que deve imperar

durante todo o treinamento e no atendimento a ocorrências:

SEGURANÇA ACIMA DE TUDO.

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Procedimentos de segurança para a realização das atividades de salvamento em altura

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“Nas operações de bombeiro, é

essencial dedicarmos um cuidado especial à

segurança. Não se pode conceber a realização

de um trabalho ou instrução seguros quando

estes se realizam em torno de equipamentos

cuja segurança é duvidosa ou mesmo, quando o

próprio bombeiro despreza princípios de

segurança. Escreveu o Cel Kassad Falcão:

“Trabalhar com consciência, precisão e método é

trabalhar com segurança”. (Manual de

Atividades de Bombeiros – MABOM, 1ª edição, 1985, p. 112).

Para realizarmos atividades de resgate de vítimas utilizando técnicas de

Salvamento em Altura faz-se necessário observarmos a todo instante alguns

princípios básicos de segurança. Tais princípios, de tão básicos, muitas vezes

são ignorados pelos socorristas fazendo com que aqueles que tinham a missão

de salvar vidas passem a precisar do salvamento, tornando-se vítimas (isso

quando não acontece o pior).

Seguem abaixo as maneiras mais comuns

de se garantir a segurança nas operações de 1Salvamento em Altura :

1-Nunca se deve permitir que apenas um elemento

execute a operação.

2-Os equipamentos devem ser checados e

avaliados antes e depois de qualquer tipo de

trabalho.

3-Após a colocação ou vestimenta de qualquer

equipamento, deve-se fazer uma checagem dos

1 RIO DE JANEIRO. Corpo de Bombeiros Militar. Manual de Salvamento em Altura. 1ª edição, 1991, p. 81.

CAPÍTULO 1

SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES

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Figura 03 – Atividades de salvamentorealizadacom segurança

Checagem de equipamento antes da realização da

atividade de salvamento em altura

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mesmos.

4-Nunca alterar os procedimentos

operacionais, sem prévio conhecimento

dos integrantes da guarnição.

5-todas as amarrações e fixações de

equipamentos, devem ser muito bem

checadas e vigiadas.

6-Sempre que se estiver trabalhando

em locais elevados, como por exemplo,

peitoris de janelas e parapeitos de

edifícios, o homem deve estar preso a

um ponto fixo, por meio de um cabo

solteiro ou fita tubular.

7-Os elementos da guarnição que

estiverem empenhados no controle de

velocidade das cordas de descida ou

cordas guias, sempre deverão usar

luvas e posicionarem-se de maneira a

dar sustentação às mesmas.

8-Nas transposições de cabos

horizontais ou inclinados além do

equipamento que deslizará sobre a corda, o homem deverá estar garantido por

um sistema em separado.

9-Não deve ser permitida a ajuda ou interferência da vítima no processo de

salvamento, a não ser em situações extraordinárias.

Lembre-se: A GRAVIDADE NÃO DORME.

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Atividade de rapelrealizada com segurança

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CAPÍTULO 2

NÓS E AMARRAÇÕES

Não há como falar em Salvamento em Altura sem pensar nas cordas.

Por conseqüência, não há como pensar nelas sem falar dos nós e amarrações.

Por “nó” entendemos todo e qualquer arranjo feito com cordas, fitas ou

similares e que se destina a um fim, ainda que apenas de decoração. Como

profissionais de salvamento, no entanto, interessam-nos apenas aqueles nós

que têm alguma utilidade prática, conhecidos como “nós de trabalho”. Os

“decorativos” não serão estudados e podem ser encontrados nos diversos livros

de “nós” à venda em livrarias

As principais características dos nós são: FÁCIL CONFECÇÃO,

CONFIABILIDADE e FÁCIL SOLTURA. Assim, quando da utilização dos

diversos modelos de nós, devemos nos preocupar, sempre, em fazer o mais fácil

e confiável não esquecendo que após os trabalhos teremos que recuperar a

corda, e, por isso, o nó deverá ser fácil de desfazer-se. Não podemos esquecer

que a “rapidez” também deve ser levada em consideração. Por isso não adianta

treinarmos nós muito complicados.

Nas próximas páginas apresentaremos então alguns dos principais nós

utilizados no CBMMG, com o respectivo método de confecção.

É bom salientar que a nomenclatura utilizada foi baseada no linguajar

técnico de nossos bombeiros, o qual foi difundido através dos anos. Com isso,

caso alguém adquira um livro sobre “nós”, observará com facilidade que os

nomes podem divergir de um autor para outro.

Em caso de dúvida quanto às terminologias utilizadas, consulte o

glossário, ao final desta apostila.

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2.1 - NÓS DE EXTREMIDADES

São os nós confeccionados nas extremidades das cordas, com

finalidades diversas, tais como arremate ou preparação para outros nós.

Nessa categoria temos os seguintes nós: SIMPLES, EM OITO e

FRADE.

Nó Simples

É o mais simples de todos os nós, sendo mais conhecido por “Nó Cego”.

Será utilizado como base para o Nó de Fita.

Pode ser usado também para melhorar a pegada numa corda quando

esta é utilizada como apoio para a escalada a determinado ponto (“LEPAR”).

Para tanto, um dos métodos de confecção dos nós na corda é pelo processo de

“fradear a corda”.

Nó em Oito

Também conhecido por “Alemão”. Será usado como base para a Aselha

em Oito pela Ponta ou para confecção da Aselha Dupla em Oito.

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Nó de Frade

Utilizado basicamente para “falcaçar” as pontas das cordas.

Também serve como base para o Assento Americano quando passamos

o cabo solteiro em volta da cintura e damos as duas voltas com a corda, que nada

mais é do que o nó em questão.

2.2 - NÓS DE JUNÇÃO OU EMENDA

Nós utilizados para unir as pontas das cordas.

Nó Direito

Utilizado para unir cordas de mesmo diâmetro. Deve obrigatoriamente

ser arrematado, pois quando “frouxo” desfaz-se com relativa facilidade. Será

utilizado como finalização do Assento Americano.

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Nó de Escota Simples

Seu uso destina-se a união de cordas de mesmo diâmetro ou de

diâmetros diferentes. Normalmente o utilizamos quando precisamos içar uma

corda até determinado ponto através do uso de uma retinida que é lançada até o

chão.

Nó de Escota Dupla

Tem a mesma finalidade do Nó de Escota Simples, com a única e

principal diferença de aumentar a segurança evitando-se que o nó se desfaça.

Em cordas molhadas é o ideal.

Vale ressaltar que no MABOM o desenho do nó de Escota Dupla é

diferente de todas as outras bibliografias estudadas. Nele é previsto que a corda

envolva duas vezes a alça da outra corda e o chicote posteriormente sendo

introduzido entre as voltas de corda. O “correto”, segundo a maioria dos autores,

é o nó da ilustração abaixo onde o chicote passa duas vezes dentro da alça.

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Nó de Fita

Também conhecido como “Nó Duplo”, é utilizado na maioria das vezes

para unir as pontas de fitas tubulares e/ou planas, formando anéis de fitas. Serve

também para unir cordas, mas é pouco utilizado para esse fim.

Em nosso caso específico utilizaremos tal nó para unir pedaços de fitas

formando anéis que serão utilizados como “estropos” que poderão ser usados

nas ancoragens.

Nó Pescador Simples

É confeccionado basicamente fazendo-se um nó simples sobre outra

corda e vice-versa.

Utilizado para unir cordas de mesmo diâmetro e nos arremates quando

não for possível realizar o nó Pescador Duplo devido ao comprimento

insuficiente do chicote.

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Pescador Duplo

Nó de arremate. É o mais utilizado e confiável. Serve também para unir

cordas de mesmo diâmetro. Será usado principalmente para unir as pontas dos

cordins formando “cordeletes”.

Uma vez acochado fica difícil de descoxar. Recomenda-se então que,

quando for unir duas cordas de mesma bitola, faça-se primeiro um Nó Direito ou

Escota Dupla e, depois sim, o Pescador Duplo, como arremate.

Alguns autores sugerem a união das pontas do cordim através do

nó em Oito induzido, como se fosse o Nó de Fita, para facilitar a soltura

após o uso.

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2.3 - NÓS ALCEADOS

São aqueles nós que formam uma ou mais alças para empregos

diversos, como por exemplo, o uso em estribos.

Nó Aselha Simples

Nada mais é do que um Nó Simples realizado com o seio de uma corda.

Destina-se a ancorar a corda em determinado objeto pontiagudo ou na

confecção de estribos.

Seu inconveniente é o fato de que, após submetido a tensão, fica difícil

de desfazer-se.

Pode ser feito pelo seio ou pela ponta (“induzido”).

Nó Aselha em Oito

Confeccionado como o Nó em Oito (ou Alemão), só que pelo seio de uma

corda.

Sua vantagem em relação ao Nó de Aselha Simples é que possui fácil

soltura depois de submetido à tensão.

Pode ser feito pelo seio ou pela ponta (“induzido”).

É um dos nós mais utilizados nos “encordoamentos” às cadeirinhas

(baudrier) por ser um dos mais seguros.

Alguns o citam como sendo Aselha Dupla, o que parece incorreto, pois

após confecção tem-se apenas uma alça.

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Page 21: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Nó Aselha Dupla

A doutrina de um modo geral não apresenta uma definição exata do que

seja uma Aselha Dupla. Assim sendo, iremos considerar tal nó como sendo

aquele que proporciona duas alças para serem empregadas em trabalhos

diversos e usaremos como bibliografia a Apostila do Estágio Básico do

Combatente de Montanha, 2ª edição, 2000, do 11º Batalhão de Infantaria de

Montanha do Exército Brasileiro.

Tal nó é feito tendo como base a Aselha em Oito.

Sua principal vantagem é o fato de possuir duas alças, que podem ser

usadas em ancoragens onde haja dois pontos de fixação da corda ou para

termos uma ancoragem mais sólida quando formos rapelar com corda dupla.

Também é denominado de Aselha Dupla em Oito.

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Nó Aselha em Oito Direcional

Trata-se de um nó de Aselha que após concluído deixa uma alça paralela

à corda, o que facilita o tracionamento da corda através da técnica do Polipasto

em “Z” (sistema de redução de forças também conhecido por “Nó Paulista” ou

“Nó de caminhoneiro” que proporciona um vantagem mecânica de 3:1).

Nó Lais de Guia Simples

Trata-se de um dos nós mais antigos utilizados por escaladores os

quais, antes do invento das cadeirinhas, o atavam ao peito para se “protegerem”

em caso de queda (ficavam pendurados pelo peito numa posição bem incômoda

e que impunha um risco de vida caso não fossem resgatados rapidamente).

Não sendo arrematado torna-se um nó perigoso sendo apontado como o

“culpado” por alguns acidentes em altura. A prova disso é que foi substituído pelo

Nó Aselha em Oito pela ponta na fixação de corda na cadeirinha

(encordoamento).

Sua principal vantagem é possuir fácil soltura mesmo depois de

submetido a grandes tensões.

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Page 23: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Nó Lais de Guia Duplo

Muito utilizado nos encordoamentos, pois mesmo após ser submetido à

tensão possui fácil soltura. Por isso deve ser obrigatoriamente arrematado,

preferencialmente com o Nó de Pescador Duplo.

Quando feito pelo seio é conhecido entre os bombeiros como Balso pelo

Seio de Duas Alças.

Nó Borboleta

Será utilizado no tracionamento de cordas através do princípio do Nó

Paulista, por ser fácil de desfazer-se depois de submetido à tensão.

Ver nó de reforço.

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2.4 - NÓS DE ARREMATE

Como o próprio nome indica, são aqueles nós utilizados para arrematar

outros nós evitando que se desfaçam e, portanto, aumentando a segurança.

Nó de Pescador Simples

Ver confecção e características na subunidade referente a nós de junção

ou emenda.

Nó de Pescador Duplo

Ver confecção e características na subunidade referente a nós de junção

ou emenda.

Uma observação a se fazer é que quando se utiliza apenas uma das

partes do nó como arremate, pode ser denominado de “Meio Pescador Duplo”.

Nó Cote

Nada mais é do que um Nó Fiel confeccionado com o chicote da corda

que sobra do nó principal feito na outra corda.

Detalhe: quando o desenho do nó assemelha-se ao Nó Boca de Lobo, o

nó não deve ser considerado como Cote.

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2.5 - NÓS DE ANCORAGEM

São os nós mais importantes a serem utilizados uma vez que é na

ancoragem que depositamos nossa vida.

Com treinamento e prática é possível confeccionar os nós aqui

apresentados tanto pelo seio quanto pela ponta (induzidos).

Nó Boca de Lobo

Quando feito pela ponta deve ser arrematado sob pena de desfazer-se

quando submetido à tensão.

Seu uso mais comum é pelo seio da corda ou fita.

É utilizado para fixação dos anéis de fita à cadeirinha.

Seu ponto negativo é que, ao ser submetido à tensão, realiza um “efeito

guilhotina” sobre si mesmo, reduzindo em muito a resistência da corda (cerca de

55%).

Pelo Seio

Pelo chicote

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Nó Fiel

Trata-se do nó mais conhecido no CBMMG e a prova de adestramento

no tocante a confecção de nós reside justamente no fato do bombeiro conseguir

confeccioná-lo em condições mais adversas possíveis, como de olhos

vendados, na perna, etc.

É um nó muito utilizado no montanhismo, porém alguns profissionais o

contra indicam sob a alegação de que depois de confeccionado e sob tensão, as

cordas se sobrepõem fazendo um “efeito guilhotina” (mordendo). Não obstante

isso é um nó extremamente confiável e de fácil confecção, podendo inclusive ser

feito num mosquetão com apenas uma das mãos, caso a outra esteja ocupada.

Sendo confeccionado e tencionado sobre uma superfície lisa e

cilíndrica, pode correr com carga aproximada de 400 kgf. Daí a importância do

arremate quando o nó for feito pela ponta.

Pelo seio

Pelo chicote

Nó Lais de Guia Duplo

Ver nós alceados.

Seu principal inconveniente em ocorrências reais é a demora na

confecção.

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Nos treinamentos, quando houver tempo para preparar o local de

instrução, é o nó mais indicado para as ancoragens, pois é fácil de desfazer-se

após ser submetido à tensão.

É o preferido por escaladores por ser fácil de desfazer-se depois de

submetido à tensão, no encordoamento da cadeirinha.

Nó de Aselha Dupla

Ver nós alceados.

2.6 - NÓS AUTOBLOCANTES

Pertencem a esse grupo os nós que se “travam” sozinhos

(automaticamente) quando submetidos à tensão.

Tais nós são empregados quando é preciso subir por determinada corda

e não se dispõem de blocantes mecânicos.

Serão utilizados também nas pseudo-equalizações.

Nó Prusik

Erroneamente chamado de Nó Prússico, é o nó autoblocante mais

antigo que existe e seu nome foi emprestado de seu inventor, um “músico”

chamado Karl Prusik. Trata-se de um nó muito utilizado em “auto-resgates”.

Sua vantagem reside no fato de que pode ser confeccionado até mesmo

com uma só mão e que se trava em qualquer direção que for puxado.

Alguns autores recomendam apenas duas voltas em sua confecção. Por

questões de segurança, padronizaremos, no mínimo, três voltas.

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Page 28: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Nó Machard

Também muito fácil de ser confeccionado, substitui à altura o Nó Prusik.

Embora fique travado em ambas as direções, é classificado como nó

unidirecional (deve ser tracionado no sentido oposto à alça).

Nó Blocante Clássico

Também conhecido como French Prusik, Machard pelo Seio ou

Machard Bidirecional.

É um nó muito fácil de ser confeccionado e de ser afrouxado após

receber carga.

Sua característica principal é a de aumentar em 200% a carga de ruptura

do cordelete, uma vez que este é utilizado de forma que fique dobrado, ou seja, o

mosquetão é introduzido nas duas alças. Com isso, um cordelete que tenha CR

de 750 kgf, p.ex., passa a suportar carga de 1500 kgf, desde que o nó seja

confeccionado com um número de voltas suficiente.

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2.7 - NÓ DE SEGURANÇA

Trata-se de um nó muito utilizado por escaladores para substituir o

aparelho de frenagem durante a segurança na escalada.

Para o bombeiro sua principal função é servir como uma opção de

fortuna para realização do rapel quando houver perda do aparelho de frenagem e

se dispuser apenas de um mosquetão.

Nó UIAA

De tão confiável, recebeu o nome da União Internacional das

Associações de Alpinismo.

Também conhecido por Nó Dinâmico, serve como freio durante a

segurança na escalada ou durante um rapel de emergência.

Seu inconveniente é que o princípio de funcionamento baseia-se no

atrito gerado pela fricção de duas partes da mesma corda numa peça metálica.

Com isso, num uso constante, a corda poderia vir a se romper (isso no caso

específico do rapel). Lembre-se que ele é para uma emergência.

2.8 - ASSENTOS IMPROVISADOS e ATADURAS DE PEITO

Tratam-se de assentos feitos de fitas ou cordas que substituem a

cadeirinha (baudrier) num caso de emergência ou para situações específicas.

Não proporcionam conforto e segurança adequados, mas devem ser

aprendidos pelo bombeiro que deve saber confeccioná-lo inclusive numa vítima.

Existe uma infinidade de modelos de assentos improvisados. Vamos

nos ater aos principais que já são utilizados pelo CBMMG há anos.

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Page 30: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Já a atadura de peito consiste num arranjo de cordas feito na altura do

tórax e serve de complemento para a segurança principal realizada pelo assento

improvisado ou cadeirinha.

Assento Americano

Como já foi citado, trata-se de um arranjo de corda ou fita que substitui a

cadeirinha em casos de emergência.

Para sua confecção normalmente utilizamos um pedaço de corda de

aproximadamente 4,50 m de comprimento por mais ou menos 10 mm de

diâmetro, o qual denominamos Cabo Solteiro.

Um aspecto importante a ser observado é que ao final da confecção do

assento ele deve ser finalizado com um Nó Direito e arrematado com dois Nós de

Pescador Duplo somente na corda onde for realizado o nó de junção (Nó Direito).

21

Fotos do passo a passo do assento Americano

Page 31: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Assento Austríaco

É confeccionado através de um anel formado unindo-se as pontas do

cabo solteiro com o Nó de Pescador Duplo.

Apesar de menos confortável que o Assento Americano, principalmente

para os homens, é uma opção rápida num caso de emergência.

Atadura de Peito Padrão EB

Adotaremos o padrão do Exército Brasileiro confeccionando a atadura a

partir do Nó de Aselha Simples, finalizando com um Nó Direito do lado oposto à

mão de frenagem e arrematando com Nó Pescador Duplo.

22

Fotos do passo a passo do assento Austríaco

Continuação das fotos do assento Americano

Fotos do passo a passo da atadura de peito padrão EB

Page 32: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Atadura de Peito Padrão Espeleólogos

Bastante fácil de montar. Utiliza-se um anel de fita que ao ser torcido

formando um “oito”, é introduzido nos braços e posteriormente girado sobre a

cabeça para que o “X” fique nas costas. Para finalizar unem-se as alças com um

mosquetão à altura do tórax.

23

Continuação das Fotos da atadura de peito padrão EB

Fotos do passo a passo da atadura de peito padrão Espeleólogos

Page 33: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

2.9 - NÓ DE REFORÇO

Nó utilizado para reforçar uma corda que esteja com algum dano

provocado por atrito ou corte.

No CBMMG existe a cultura de se utilizar o Nó Catau, porém, é um nó

não muito confiável.

Nó Borboleta

É um nó que forma uma alça isolando a parte danificada da corda e

permitindo seu uso sem risco algum.

Apresenta-se melhor do que o Nó Aselha pelo seu desenho que permite

que as pontas da corda fiquem na mesma direção quando sob tensão.

Também será utilizado como nó alceado, para tracionamento de Cabos

Aéreos e Tirolesas.

24

Page 34: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

2.10 - NÓ DE TRACIONAMENTO

Utilizado quando há necessidade de se aplicar tensão a uma corda

(cabo aéreo, tirolesa, etc.).

Nó Paulista

Nó bastante conhecido dos caminhoneiros por facilitar o arranjo da

carga na carroceria do caminhão.

Como o atrito de corda com corda não é recomendável, deve-se

confeccionar o nó utilizando mosquetão ou o freio em oito.

25

Page 35: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

CAPÍTULO 3

EQUIPAMENTOS

Para a realização das atividades de Salvamento em Altura faz-se

necessária a utilização de equipamentos com características específicas

inerentes à atividade quais sejam: LEVEZA, RESISTÊNCIA À TRAÇÃO e

PRATICIDADE.

Como o socorrista em altura terá que levar, consigo, uma grande

quantidade de equipamentos, estes devem ser construídos com os materiais

mais leves possíveis, para diminuir o peso a ser transportado.

Por outro lado, embora leve, o equipamento deve ser resistente à tração,

pois deverá suportar cargas elevadas, como por exemplo, os pesos do socorrista

e da vítima.

Finalmente, aliado à leveza e resistência à tração, o equipamento deve

ser prático, ou seja, fácil de ser manuseado em condições de extremo estresse,

uma vez que, normalmente, no atendimento a ocorrências, o socorrista tem

muitas preocupações e, não pode perder tempo com equipamentos muito

complicados.

Dentro desse contexto, as empresas que fabricam equipamentos de

resgate e os usados em atividades de altura, têm a preocupação constante de

realizar pesquisas para a produção de equipamentos que atendam tais

características.

Não obstante as características supracitadas, os equipamentos, por

serem fabricados com materiais de alta tecnologia, são também “frágeis” em

determinadas circunstâncias, por isso, não se deve abrir mão de ler os manuais

dos fabricantes e seguir à risca suas orientações quanto ao correto uso do

equipamento.

26

Page 36: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

3.1 - CADEIRINHA

Mais conhecida no CBMMG como “Baudrier”, tal equipamento nada

mais é do que uma “cadeira” para ficarmos sentados enquanto pendurados por

uma corda a certa altura.

As cadeirinhas utilizadas atualmente em nossa corporação são

fabricadas para escalada e, por isso, sua resistência ao calor é pequena.

Existem basicamente três classes de cadeirinhas, quais sejam:

-Classe I: não protegem o tórax, o que pode deixar o usuário em risco de

morte no caso de uma queda que o deixe inconsciente. Normalmente é utilizada

por escaladores e tem carga de ruptura (CR) de 15 kN (1500 kgf).

-Classe II: são cadeirinhas mais robustas e utilizadas em trabalho. Têm

resistência de 40 kN, pois devem suportar os pesos do usuário e de uma possível 1vítima .

-Classe III: é composta de proteções nas áreas da cintura e do tórax.

Com isso, caso o socorrista tenha uma queda, mesmo ficando de cabeça para

baixo e inconsciente, não corre o risco de “sair” da cadeirinha e cair. É o

equipamento ideal para os bombeiros.

1 Um bombeiro equipado, de acordo com a NFPA 1983/2001, pesa 300 lb (trezentas libras), o que dá

aproximadamente 136 kgf (cento e trinta e seis quilogramas-força). O fator de segurança adotado é de 15:1, ou seja, o equipamento deve suportar 15 vezes o peso do usuário. Destarte, a cadeirinha, para preencher tais exigências, deveria ter uma carga de ruptura (CR) de, no 2038 kgf, para um bombeiro e, aproximadamente 4000 kgf para ele e vítima. 27

Baudrier (cadeirinha) nível 3 Baudrier (cadeirinha) nível 1

Page 37: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Os cuidados básicos que devemos ter ao usar tal equipamento são:

a)vesti-la corretamente;

b)observar se os tirantes foram passados corretamente nas fivelas;

c)evitar que a corda entre em atrito com a cadeirinha durante o rapel;

d)não deixá-la exposta ao sol quando não estiver sendo utilizada;

e)realizar as ancoragens (encordoamento) nos locais corretos da

cadeirinha.

28

Correta forma de passar os tirantes da cadeirinha

Page 38: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

3.2 - CAPACETE

Destina-se a proteção da cabeça contra quedas de objetos ou em caso

do socorrista perder o equilíbrio e cair batendo a cabeça em algum lugar. Não

deve possuir abas, pois limita o campo de visão.

Como ocorrem com a maioria dos equipamentos utilizados em

Salvamento em Altura, os capacetes adquiridos pelo CBMMG são fabricados

para escalada e, por isso, não podem ser expostos a temperaturas elevadas,

como acontece nos incêndios, nem são isolantes elétricos. Algumas empresas

especializadas em equipamentos para bombeiros têm trabalhado no sentido de

fabricar capacetes que atendam especificamente ao nosso trabalho sem

atrapalhar a atividade em altura.

3.3 - LUVAS

As luvas servem para proteger as mãos do calor gerado pelo atrito com a

corda durante o rapel. As específicas para uso em técnicas verticais são

confeccionadas em “vaqueta” com proteção extra na palma da mão, onde o

contato com a corda é maior. Algumas já vêm de fábrica com as pontas dos

dedos cortados para não atrapalhar o tato, principalmente no manuseio de

equipamentos como mosquetões e durante a confecção de nós e amarrações. O

corte é feito apenas para que a falangeta do dedo fique à mostra e não todo o

dedo, o que facilitaria a queimadura por atrito. Tal situação, no entanto, tem

causado algumas queimaduras de 2º grau em alguns militares, motivo pelo qual

é desaconselhável cortar os dedos das luvas.29

Page 39: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

3.4 - MOSQUETÕES

São conectores metálicos que se destinam a prender equipamentos e

prover a segurança do socorrista durante as atividades em altura. Normalmente

são feitos em duralumínio, um tipo de liga metálica cujas características

principais são leveza e alta resistência à ruptura. O problema do mosquetão é

que não é muito resistente à torção e, por isso, não pode sofrer esforço na radial e

tão somente em seu sentido longitudinal.

Um cuidado principal que deve ser observado ao se utilizar mosquetões

é de não esquecer a trava aberta. No mercado existem mosquetões com travas

automáticas nos quais há o travamento tão logo o gatilho se feche. Deve-se

evitar a todo custo que peças metálicas caiam ao chão, pois podem sofrer micro-

fissuras invisíveis a olho nu e, com o tempo, ao receber carga, a peça pode vir a

partir-se causando graves acidentes.

Embora no mosquetão venha impressa em seu corpo a carga de ruptura

(CR) fornecida pelo fabricante, que normalmente é superior a 2000 kgf (20 kN), é

bom considerar uma margem de segurança utilizando um fator de segurança (fs)

aplicando, pelo menos, 5 vezes menos força no equipamento. Assim, se a cr for

de 2000 kgf, por exemplo, poder-se-ia aplicar uma força de até 400 kgf para

trabalhar com segurança. Esta então seria a carga de trabalho (ct) e o fs seria “5”.

HMS OVALMOSQUETÃO DE

ALUMÍNIO “D”MOSQUETÃO DE

AÇO “D”

30Diversos tipos de mosquetões

Page 40: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

3.5 - FREIOS

São equipamentos utilizados para realizar o atrito necessário nas cordas

e possibilitar uma descida em rapel com segurança. Em bibliografias norte-

americanas temos o nome Dispositivo de Controle de Descidas (DCD) como

referência a todo e qualquer equipamento utilizado como freio.

O mais tradicional de todos os freios é, sem dúvida, o Freio em Oito (ou

Freio Oito). Sua concepção reúne o que há de mais simples, prático, versátil e

eficiente que pode ter num invento.

Alguns inconvenientes do “freio oito” são o fato de torcer muito a corda,

formando cocas; seu superaquecimento em descidas rápidas, como em resgate

de suicidas, o que queima a capa da corda; e o fato de ter que ser retirado da

cadeirinha para a instalação da corda antes da descida quando o usuário não

clipa antecipadamente o olha maior na cadeirinha. Outro ponto importante

também é que não é autoblocante.

Por outro lado, nas atividades de bombeiro ele ganha em disparado por

ser muito VERSÁTIL.

Com um freio em oito é possível realizar o rapel com corda simples ou

dupla (dependendo do tamanho do olhal maior, até com corda tripla). Também é

possível rapelar com cordas de bitolas menores como 8 mm bastando passar a

corda mais vezes pelo aparelho e/ou usar o olhal menor. É possível ainda realizar

descida com vítima passando a corda duas vezes pelo olhal maior, tracionar

cabo aéreo substituindo o mosquetão no Nó Paulista, dar segurança ao guia na

escalada, passando a corda pelo método tradicional ou modo placa (similar ao

ATC). Pode ser usado ainda em substituição a uma polia, como meio de fortuna.

Um dos inconvenientes que é o fato de não travar automaticamente

pode ser remediado com o uso conjugado de um nó autoblocante (por exemplo,

Prusik ou Machard) antes ou depois do aparelho preso a uma solteira.

Destarte, embora existam aparelhos mais sofisticados como Stop,

Duplo Stop, Rack, Grigri entre outros, por experiência prática e pelo custo

benefício do Freio Oito este tem seu lugar como freio principal a ser utilizado pelo

CBMMG. Nada obsta obviamente que se adquira o Rack, para ser utilizado

quando a vítima for muito pesada, por exemplo.

31

Page 41: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Para evitar a formação do Nó Boca de Lobo e causar acidente, sugere-

se o freio em oito com saliências laterais no olhal maior (“munhões”).

3. 6 - CORDA

Por corda entende-se o conjunto de fios torcidos de determinado

comprimento e diâmetro e que serve a um fim. Quando esse fim é específico

passa a ter a denominação de “cabo”. Um exemplo é o “Cabo Solteiro”, que tem

comprimento aproximado de 4,50 m e destina-se basicamente à confecção de

assentos improvisados.

Atualmente o CBMMG possui nas viaturas da Prontidão de Incêndio (PI)

apenas cordas semi-estáticas. Já em alguns batalhões, nas Companhias

Escolas (Cia Esc) existem algumas cordas dinâmicas.

Como todo equipamento de bombeiro, as cordas deveriam ter uma certa

resistência ao calor. Porém, como são feitas de materiais sintéticos,

normalmente não suportam altas temperaturas. Sua exposição ao calor então

deve ser evitada ao máximo e durar o tempo suficiente para a realização do

salvamento.

Os materiais de confecção das cordas podem ser NYLON, POLIÉSTER

e POLIPROPILENO, de acordo com o uso a que se destina.

No CBMMG, a maioria das cordas é de Nylon e Poliéster.

32

GRIGRI OITO

OITO DE SALVAMENTO STOP

Diversos tipos de freios utilizados nas descidas de Rapel

Page 42: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

As cordas podem ser ESTÁTICAS, SEMI-ESTÁTICAS ou DINÂMICAS.

Como praticamente não encontramos cordas estáticas, que seriam aquelas que

não teriam elasticidade alguma, vamos nos ater aos outros tipos.

CORDA SEMI-ESTÁTICA: é aquela que tem uma elasticidade de 1 a 2%

em relação ao seu comprimento. É utilizada para montagens de Tirolesas e

Cabos Aéreos.

CORDA DINÂMICA: é aquela que tem uma elasticidade de

aproximadamente 6 a 10%. Destina-se a proporcionar segurança durante uma

escalada por absorver a força de choque gerada pela queda do escalador.

As cordas de boa qualidade devem ser certificadas por órgão

competente e serem utilizadas de acordo com sua finalidade. As cordas

importadas vêm com a certificação da UIAA e/ou CE (Conforme exigências). Em

nosso país não há relato, ainda, de corda com alguma certificação oficial como

INMETRO, por exemplo.

Os cuidados básicos que devem ser obedecidos no manuseio das

cordas são: evitar que entrem em contato com areia, terra ou produtos químicos

de um modo geral; evitar deixá-las expostas ao sol, por causa dos raios

ultravioletas; enrolá-las frouxamente; deixá-las acondiciodas em mochilas

próprias e desatar os nós sempre que terminar a atividade.

33

Corda enrolada tipo prontidão

Page 43: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

3.7 - CORDINS

São cordas de diâmetro menor, cerca de 6 a 8 mm com

aproximadamente 1,50 m de comprimento que, uma vez emendadas com Nó

Pescador Duplo, preferencialmente, tornam-se “cordeletes”, que são usados

para confecção de nós autoblocantes, utilizados na auto-segurança,

tracionamentos de cabos etc.

Os cuidados com o uso e conservação são os mesmos das cordas.

3.8 - FITAS

São realmente “fitas” confeccionadas em material de alta resistência à

tração e à abrasão. Podem ser costuradas de fábrica (mais confiáveis e

resistentes) ou podem ser emendadas com o Nó de Fita.

Seu emprego operacional é vasto e depende da necessidade e

criatividade do socorrista. Basicamente são usadas nas solteiras, nas

equalizações e nos estropos (ou “strop”).

Como se trata de material têxtil, os cuidados para conservação devem

ser os mesmos citados para as cordas.

Cordim de 6 e 8 mmCordim emendado com nó pescador duplotornan-se “cordeletes”

34

Diferentes tipos de cordim

Diferentes tipos de fita

Page 44: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

CAPÍTULO 4

PROCESSOS DE ENROLAR CORDAS

Existem várias formas de se enrolar cordas. Iremos nos ater, no entanto,

a cinco processos, que irão variar de acordo com o comprimento da corda e da

forma como será empregada operacionalmente.

Antes de enrolar as cordas é necessário estica-las ao solo, “bate-las”,

para tirar as cocas e passar as mãos por ela numa inspeção através do tato

conjugada com uma análise visual para verificar se há alguma alteração que

possa comprometer a segurança (um puído, por exemplo).

4.1 - PRONTIDÃO

É o método padrão utilizado no CBMMG uma vez que facilita o

lançamento da corda quando tiver que ser utilizada.

No Manual de Bombeiros (MABOM) o processo de se enrolar cordas

prevê o uso do pé, ou seja, a corda entra em contato com possíveis sujeiras que

estiverem presentes na sola da bota. Tais impurezas podem vir a danificar a

corda.

Para evitar tal situação recomendamos que a corda seja enrolada nos

braços de outro bombeiro, evitando, com isso, que a corda se suje.

35

Processo da retirada de cocas das cordas

Page 45: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

4.2 - CORRENTE DUPLA

Sua principal vantagem e a facilidade em desenrolarmos a corda

quando necessário. Uma das técnicas de resgate de suicida pela técnica do

rapel inclusive prevê a utilização da corrente dupla.

Passo a passo do método de enrolar corda tipo prontidão

Passo a passo do método de enrolar corda tipo corrente dupla36

Page 46: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

4.3 - CORRENTE TRIPLA

Método utilizado quando temos que enrolar uma corda muito comprida,

por exemplo, com 200 m (duzentos metros) de comprimento. Por tal processo

fica mais fácil transportar a corda e desenrolá-la quando da necessidade de uso.

37Passo a passo do método de enrolar corda tipo corrente tripla

Passo a passo do método de enrolar corda tipo corrente dupla

Page 47: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

4.4 - ANDINO

Também conhecido como “Cabeleira” ou “Vai-e-vem”, é o método

preferido pelos escaladores pela facilidade que proporciona ao ato de enrolar

cordas. Um só bombeiro pode realizar a tarefa.

Seu inconveniente operacional é que, em caso de rapidez, a corda pode

“embolar-se” e atrapalhar a operação de salvamento.

38

Passo a passo do método de enrolar corda tipo andino

Page 48: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

4.5 - MOCHILA

Método muito utilizado pelos militares possuidores do Curso de

Salvamento em Altura (CSAlt) durante as operações de rapel tático para resgate

de pessoas em tentativa de auto-extermínio. Nada mais é do que uma corrente

simples feita sobre a própria corda que deve ficar apoiada nos ombros. Tal

processo de enrolar corda permite que o militar desça de rapel sem que a corda

fique à vista da vítima. Deve-se iniciar o processo confeccionando um nó

volumoso ao final da corda de forma que não passe pelo freio em oito, para evitar

acidentes caso o “rapelista” vá até o final da corda.

39

Passo a passo do método de enrolar corda tipo mochila

Page 49: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

CAPÍTULO 5

EQUILÍBRIO NO PÓRTICO

Na atividade de Salvamento em Altura a ambientação em locais fora da

cota zero (fora do nível do chão) é primordial.

O homem é um ser terrestre por natureza. O solo é seu habitat.

Como forma de proporcionar o controle do medo “natural” de altura

existe no CBMMG uma estrutura metálica denominada “Pórtico”, com

aproximadamente 9m de altura com uma prancha de equilíbrio que deve ser

transposta.

40Pórtico do 1ºBBM

Page 50: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Não existe uma fórmula para realizar com sucesso tal atividade. A

orientação básica é de olhar para o local onde se está pisando, manter o

equilíbrio e prosseguir a travessia.

“A orientação básica é olhar para o local onde se está pisando, manter o equilíbrio e prosseguir a travessia.”

41

Como passar no pórtico com equilíbrio e segurança

Page 51: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Durante os treinamentos são instaladas cordas de segurança, porém,

em ocorrências, num caso de emergência, o bombeiro poderá ter que realizar

transposição de obstáculos semelhantes ao Pórtico numa situação em que o uso

de segurança fique prejudicado ou não surta o efeito esperado em caso de

queda.

Para a escalada de uma estrutura metálica existem técnicas de

segurança que podem variar desde o uso de solteiras com mosquetões até

mesmo “escalar como se estivesse guiando uma via em rocha”.

As atividades de ambientação a serem executadas no pórtico irão variar

de acordo com o nível de habilidade dos alunos, podendo ser travessia com os

olhos vendados, transposição com outro militar às costas, transposição pela

técnica do “carrinho de mão” (um colega usa as mãos para a transposição

enquanto seu dupla o sustenta pelos pés), travessia de costas etc.

“(...) existem técnicas de segurança que podem variar desde o uso de solteiras com mosquetões até mesmo “escalar como se tivesse guiando uma via em rocha”.”

42

Processo de subida no pórtico do 1ºBBM

Page 52: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

CAPÍTULO 6

ROTAS DE FUGA

Num prédio em chamas,

durante ou após o salvamento das

vítimas, o bombeiro pode ter que

realizar uma evacuação rápida para

salvar-se ou salvar vítimas. Para tanto,

utilizará as rotas de fuga.

As rotas de fuga “naturais” são

aquelas existentes na própria estrutura

do prédio, como escadas e demais

saídas de emergência. No caso de estarem obstruídas, devem-se armar

Tirolesas e/ou Cabos Aéreos para uma evacuação rápida.

Em ambos os casos a vítima não deve participar do processo (só em

último caso). Sistemas de “back up” devem ser previstos e sempre que possível

deve-se usar o “Triângulo de Resgate” (também conhecido como “fraldão”) por

facilitar a instalação na vítima.

6.1 - CABO AÉREO

Trata-se de uma corda tensionada entre dois pontos que se destina a

travessia de vítimas, bombeiros ou equipamentos.

Na verdade cabo aéreo é uma

Tirolesa, só que na posição horizontal.

O termo é uma convenção da caserna.

Para sua transposição, numa

situação de “EMERGÊNCIA”, onde o

bombeiro não esteja devidamente

equipado, contando apenas com a

roupa do corpo, esse utilizará a técnica

do Comando Crawl, pela qual deita-se

43

Passagem no cabo aéreo como rota de fuga

Tomada no cabo aéreo

Page 53: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

sobre a corda e a transpõe puxando-a com as mãos e “rastejando” sobre ela.

Uma de suas pernas fica flexionada e o peito do pé apóia-se na corda.

Tal técnica deve ser descartada caso o bombeiro esteja equipado com

cadeirinha e mosquetão ou polia (de preferência). Nesse caso utilizará a técnica

do COMANDO CRAWL INVERTIDO.

No caso da travessia pelo Comando Crawl tradicional, em caso de

queda durante o trajeto, o bombeiro terá que retornar ao cabo. Para tanto poderá

executar uma das três manobras de retorno conhecidas, quais sejam:

Oitava

44

Processo de comando Crawl invertido

Passo a passo da manobra de retorno ao cabo aéreo tipo oitava

Page 54: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Virada do bombeiro

Virada de bandeira

45

Passo a passo da manobra de retorno ao cabo aéreo tipo virada do bombeiro

Passo a passo da manobra de retorno ao cabo aéreo tipo virada da bandeira

Page 55: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Não existe uma mais fácil do que a outra. Tudo vai depender do condicionamento

físico e do preparo técnico do bombeiro.

6.2 - TIROLESA

Por Tirolesa entende-se a técnica de travessia entre dois pontos

utilizando uma corda tensionada que forme um ângulo com a horizontal de até

20º aproximadamente.Estando a corda inclinada, deve-se ter um cuidado especial na descida.

Para tanto deve ser preparado um sistema de segurança ao final da tirolesa, ou

seja, no ponto de salvamento.

Quando der tempo, a descida das vítimas deve ser comandada, ou seja,

realizada por bombeiros. No caso de EMERGÊNCIA, a vítima deve ser colocada

no cabo, presa ao mosquetão e descida pela força da gravidade.No caso do bombeiro, a descida deve ser controlada com as mãos, que

devem estar calçadas com luvas.

Além do mosquetão principal preso à Tirolesa deve haver uma segunda

solteira presa à corda como “back up”.

46

Torre do 1ºBBM com a tirolesa montada

Processo de descida na tirolesa montada na torre do 1ºBBM

Page 56: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Sempre que possível o uso de polias não deve ser descartado. Uma

atenção especial deve existir para o controle da velocidade de descida, a qual

aumenta significativamente, devido à redução do atrito.

6.3 - RAPEL

Rapel é uma técnica de descida por corda através da utilização de um

dispositivo de frenagem.As estatísticas comprovam que a maioria dos acidentes em altura

aconteceram durante a realização do rapel, sendo que em quase todos a

negligência foi apontada como causa principal. Para minimizar os riscos de acidentes a utilização de nó autoblocante

feito com cordelete em conjunto com o freio em oito é a melhor pedida.Antes de realizar o rapel o bombeiro deve conferir equipamentos da

seguinte forma:MILITAR (posto ou graduação e nome) CHECANDO EQUIPAMENTO...

Capacete Luvas

Cinto 1,2 e 3

47

Passo a passo da checagem de equipamento para a realização do rapel com segurança

Page 57: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Corda no freio em oite e mosquetão travado

Ancoragem

A T E N Ç Ã O S E G U R A N Ç A !

Em cada situação o militar irá conferindo seu equipamento: verificando se a jugular do capacete está fechada, se está calçado com luvas, se as fivelas do cinto estão fechadas, se está portando o freio, se a corda foi passada corretamente no freio, se o mosquetão está fechado, se a ancoragem foi realizada corretamente e se o segurança está atento.

48

Passo a passo da checagem de equipamento para a realização do rapel com segurança

Militar na segurança do rapel

Page 58: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Rapel de Patamar em Patamar

É o rapel com o qual o bombeiro salta de um patamar a outro. Serve

como treinamento para o emprego da técnica de resgate de suicida.

Rapel em Negativo

Rapel realizado de tal forma que o bombeiro fique em contato apenas

com a corda, ou seja, nenhuma parte de seu corpo toca a parede.

Rapel com Auto-segurança

É o rapel realizado com a utilização de nó autoblocante (por exemplo,

Prusik ou Machard à frente do freio ou o Blocante Clássico preso com um

mosquetão a uma das pernas da cadeirinha) conjugado com o aparelho de

frenagem.

49

Descida de rapel de patamar em patamar com segurança

Descida de rapel em negativo

Descida de rapel com a utilização de auto-segurança

Page 59: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Pode acontecer, no entanto, do bombeiro ficar travado pela auto-

segurança. Nesse caso, deve retornar à posição anterior enrolando a corda em

um dos pés e estendendo a perna com o auxílio das mãos até afrouxar o nó (isso

no caso de auto-segurança feita acima do freio).Atualmente no CBMMG a experiência tem demonstrado que o nó auto-

blocante torna-se mais eficiente se preso a uma das pernas da cadeirinha e que o

melhor nó para tal atividade é o Blocante Clássico, pela facilidade de ser

afrouxado e pela comodidade proporcionada ao socorrista no caso de rapel com

vítima (rapel assistido).Um cuidado especial deve ser considerado em relação ao cordelete

para que o nó não fique muito apertado e possa ser danificado no atrito com a

corda do rapel.

50

Page 60: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

CAPÍTULO 7

ESCALADA EM ROCHA

Para a realização do salvamento de vítimas em altura o socorrista pode

ter que atuar em locais diversos. Um deles pode ser em rocha, onde algum

escalador tenha se acidentado.

Na escalada esportiva, realizada a título de esporte ou hobbie alguns

critérios de segurança deixam de ser observados por conta e risco do praticante.

O uso de capacete, por exemplo, é uma exceção. Por outro lado, alguns

equipamentos como saco de magnésio e sapatilhas são essenciais.

No Corpo de Bombeiros há ainda uma certa resistência no uso da

sapatilha de escalada. Dizem que o bombeiro tem que aprender a escalar de

bota ou borzeguim, pois na ocorrência não terá sapatilhas para calçar. Isso é um

contra-senso, se levarmos em conta que o BM estará usando cadeirinha, luvas,

Saco de Magnésioe costuras

Bombeira equipada e encordada para escalar

51

Processos de segurança para o inicio da escalada em rocha

Page 61: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

freio em oito, corda etc. Por que só a sapatilha é dispensável se é o equipamento

ideal para se “pisar” na pedra?

Para se escalar em rocha o bombeiro deve preocupar-se basicamente

em estar em, no mínimo em três apoios, observar sempre qual será o próximo

lance e, principalmente, estar encordado e sob o olhar atento do segurança.

Bota, borzeguin e sapatilha

Utilização de três pontos de apoio Utilização de quatro pontos de apoio

Agarra Apoio

52

Tipos de calçados usados no CBMMG para a escalada em rocha

Processo de escalada em rocha

Page 62: Salv Altura - Vol 1 - 2a Ed

Uma vez estabelecida a segurança em “Top Rope”, pelo Guia, que é o

que vai à frente, os demais bombeiros poderão subir em segurança uma vez que

o risco de cair com esse tipo de segurança e quase zero (desde que o segurança

esteja atento).

O uso de capacete é obrigatório. O uso de sapatilha é permitido, uma vez

que não se trata de uma peça do vestuário e sim um “equipamento” eficiente tal

como cadeirinha, corda, mosquetão, etc.

É importante o domínio da técnica de escala em rocha uma vez que a

prática de escalada tem crescido muito no Brasil, em especial em Minas Gerais.

Caso haja necessidade do bombeiro realizar alguma escalada em

alguma edificação, poderá lançar mão das técnicas de escalada em rocha.

Segurança

Bombeiro “guiando” a viacom uso das cordas

“Vaca” - queda

Sistema “Top Rope”

53

Processo de segurança em escalada em rocha

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GLOSSÁRIO

ABRIR A VIA - Iniciar a escalada de uma via; conquistar.

ACOCHAR - Apertar.

AGARRA - Saliência da rocha usada na escalada. Tecnicamente é onde

colocamos as mãos. Torna-se apoio quando colocamos os pés.

AIR TRAFFIC CONTROL (ATC) - “Controlador de Tráfego Aéreo”. Na verdade

um “apelido” que colocaram no “aparelho de frenagem para segurança e rapel” o

qual permite a descida em corda dupla ou simples e facilita a colocação da corda

no aparelho sem ter que desclipá-lo do mosquetão.

ALÇA - Anel que se obtém permeando a corda e unindo suas extremidades sem

cruzá-las.

ANCORAGEM - Ponto de fixação da corda.

ANEL DE FITA - Trata-se de um pedaço de fita tubular ou plana unida através do

Nó de Fita ou previamente costurada (mais resistentes).

APOIO - Saliência da rocha onde colocamos os pés para escalar. Quando

colocamos as mãos denominamos tecnicamente de agarra.

À PROVA DE BOMBAS - Totalmente confiável. Usamos tal terminologia

normalmente para nos referirmos às ancoragens que suportam forças de

impacto bem grandes sem se romperem.

ARREMATE - Arranjo feito no final de uma corda para reforçar o nó principal e

evitar que se desfaça aumentando a segurança.

ASCENSÃO - Subida.

AUTOBLOCANTE - Que bloqueia por si só. Termo usado para nos referirmos

aos nós que se apertam quando submetidos à tração, por exemplo, Prusik,

Machard, Backman entre outros.

AUTO-SEGURANÇA - Consiste em se fazer a própria segurança durante uma

escalada (o que é menos comum, mas possível) ou num rapel (mais comum). 54

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Usa-se geralmente um cordelete com um nó autoblocante preso à solteira acima

ou abaixo do aparelho de frenagem.

BACK UP - Termo inglês que significa voltar atrás, ter uma segunda chance. Na

escalada e em técnicas verticais o termo é muito usado para significar

“redundância”, ou seja, sempre necessitamos ter pronto um segundo sistema de

segurança separado do primeiro.

BAIXA - Termo militar que significa não estar em condições de trabalhar por

motivos diversos (baixado: problema de saúde) ou que saiu do serviço

(demissão).

BALANÇO - Tipo de amarração feita em galhos e troncos de árvores antes de

serem cortados, para facilitar o direcionamento de queda, evitando-se acidentes.

BAUDRIER - Mesmo que cadeirinha. Termo muito usado no militarismo.

BELAY LOOP - É um pequeno anel de fita existente na maioria das cadeirinhas

onde instala-se o mosquetão para o rapel ou para dar segurança a quem estiver

escalando. Também chamado de anel de segurança.

BITOLA - Diâmetro da corda.

BLOCANTE - Mesmo que autoblocante.

BM - Bombeiro Militar.

CABO AÉREO - Corda tracionada entre dois pontos de ancoragem e que serve

para transposição de tropa, equipamentos e/ou feridos. No Corpo de Bombeiros

Militar de Minas Gerais padronizou-se com os usos e costumes que cabo aéreo é

na horizontal. Na diagonal torna-se Tirolesa.

CABO SOLTEIRO - Pedaço de corda que não tem aplicação especial. Serve

para segurança e assentos. (Manual de Fundamentos de Bombeiro - MABOM)

CADEIRINHA - conjunto de fitas costuradas nas pernas e cintura formando uma

espécie de “arreio” que é vestido pelo escalador. Existem modelos diversos, de

acordo com as várias atividades existentes.

CARGA DE TRABALHO (CT) - É a carga máxima “teórica” que o equipamento

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pode suportar, dentro de uma margem de segurança. É o resultado de uma

fórmula na qual dividimos a Carga de Ruptura (CR) pelo Fator de Segurança

(FS).

CARGA DE RUPTURA (CR) - É a carga máxima “real” que o equipamento pode

suportar, segundo testes de laboratórios. É a carga na qual o equipamento se

romperá.

CBMMG - Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

CEBOM - Centro de Ensino de Bombeiros.

CHAPELETA - É uma das partes de um tipo de proteção fixa que é instalada na

rocha para proteção das vias. É o “olhal” por onde introduzimos o mosquetão.

CHICOTE - É a extremidade de uma corda (mesmo que “ponta”).

CLIPAR - Ato de instalar o mosquetão a alguma coisa.

COCA - Laçada provocada pelo desenrolar inexato da corda. O Freio em Oito

comumente causa tal efeito na corda.

CORDADA - Conjunto de dois ou mais escaladores unidos uns aos outros

através de cordas.

CORDA DUPLA - Técnica de escalada onde se utilizam duas cordas dinâmicas,

sendo que a cada costura uma delas é passada no mosquetão alternadamente.

Dessa forma, caso a corda venha a arrebentar-se durante uma queda, haverá a

segunda corda na proteção imediatamente abaixo servindo de “back up”. Nesse

caso usam-se cordas de 10 a 11mm.

CORDA DINÂMICA - Corda fabricada com uma “elasticidade” natural que pode

variar de 6 a 10% do seu comprimento com vista a absorver o impacto causado

pela queda de quem estiver escalando, evitando danos à ancoragem, ao

equipamento e/ou ao corpo do escalador. Sua “alma”, ou “miolo” é constituída de

fios torcidos que funcionam como “molas” ao receberem tensão.

CORDA ESTÁTICA - Praticamente não existem. No Manual de Salvamento em

Altura do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro encontramos

referência a uma corda “estática” que tinha inclusive alguns fios de aço na 56

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constituição da “alma”. Seria uma corda “que não se estica”. Porém, é difícil

conceber essa hipótese em atividades de altura. Tal corda seria utilizada apenas

para içamento de cargas e, principalmente, para montagem de cabos aéreos e

tirolesas.

CORDA GÊMEA - Técnica de escalada onde se utilizam duas cordas de

diâmetros menores, normalmente 9mm cada uma, sendo ambas passadas ao

mesmo tempo no mosquetão da costura. Dessa forma, no caso de queda do

escalador, as duas cordas absorverão a força de impacto. A vantagem dessa

técnica é que se uma das cordas se arrebentar, a outra servirá de “back up”.

CORDA SEMI-ESTÁTICA - Corda que está no meio termo entre uma corda

estática e uma dinâmica. Estica-se cerca de 1 a 2% do seu comprimento e deve

suportar queda de fator até 1 (um) para receber a certificação UIAA. É usada em

técnicas verticais para içamento de cargas, em sistemas de redução, tirolesas

entre outras.

CORDA SIMPLES - É a utilização de apenas uma corda durante a escalada.

CORDELETE - É um cordim emendado, normalmente com um Nó de Pescador

Duplo, formando um anel que é usado, na maioria das vezes, para a confecção

de nós autoblocantes para tracionamento de cordas ou para auto-segurança

durante o rapel.

CORDIM - São “cordas” de diâmetros reduzidos, cerca de 6 a 8mm. São

cortadas em pedaços de 1,5 a 2,0m e unidas pelas pontas formando os

“cordeletes”.

CORRER- Mesmo que escorregar.

COSTURA - Equipamento composto por uma fita costurada tendo dois

mosquetões, geralmente sem travas, em cada extremidade. Usada para reduzir

o atrito da corda com a rocha e diminuir seu “zigue-zague” durante a subida,

reduzindo o atrito com os mosquetões.

COSTURAR - Ato de passar a corda pelas costuras durante uma escalada.

CRUX - É a parte mais difícil de uma via.

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CUME - Ponto mais alto de uma montanha.

DAR UM LEVE - Aliviar o peso.

DESCLIPAR - Ato de retirar o mosquetão de alguma coisa.

DESCOCHAR - Ato de desmanchar os fios de uma corda.

DOUBLE BACK - Termo inglês que significa “dupla volta”. As fivelas de

determinadas cadeirinhas possuem tal sistema o qual demonstrou ser bem

prático tanto para apertar as fitas quanto para soltá-las, evitando-se acidentes.

Foi patenteada pela empresa PETZL.

ENCADENAR - Escalar a via até o final, sem quedas.

ENCORDAR (encordoar) - Fixar a corda à cadeirinha mediante uma amarração.

ENFIADA - Espaço compreendido entre uma parada e outra na via de escalada.

EQUALIZAÇÃO - Arranjo feito com anéis de fitas, fitas tubulares ou cordas, no

qual o peso da carga é dividido igualmente entre as ancoragens.

ESTROPO - Arranjo feito com anéis de fita (ou cordas) e mosquetão, onde

fixamos uma corda durante a ancoragem. O anel de fita é permeado uma ou mais

vezes e passado em volta do ponto de ancoragem. Normalmente é usada para

proteger a corda evitando seu contato direto com o ponto de ancoragem. A

palavra realmente significa, segundo Edil Dalbian Ferreira em seu Dicionário

para Bombeiros, “cabo de ferro em forma de anel, o qual prende o remo à

forqueta ou tolete”. Alguns manuais usam o termo inglês “strop”, que significa, ao

pé da letra, uma tira usada para afiar navalhas.

FALCAÇA - Arremate que se faz na extremidade da corda para que ela não se

desfie. Em corda de nylon a falcaça pode ser feita a fogo.

FATOR DE QUEDA - É um valor expresso em números que representa a

severidade e o grau de perigo de uma queda durante a escalada. Em Vias

Ferratas e similares esse fator pode chegar a “10” ou mais. Na escalada não

ultrapassa o valor “2”, que é considerado o mais severo. Após uma queda de fator

2 recomenda-se descartar os equipamentos envolvidos, tamanha é a força de

impacto gerada pela queda. Tal valor é encontrado dividindo-se a altura da queda 58

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pela quantidade total de corda liberada entre o guia e o segurança.

FATOR DE SEGURANÇA (FS) - Valor usado no cálculo da Carga de Trabalho

(CT) para garantir uma margem de segurança na utilização dos equipamentos -

divide-se a Carga de Ruptura (CR) pelo Fator de Segurança (FS). Segundo a

“National Fire Protection Association” (NFPA) 1983, para as atividades de

bombeiros e Salvamentos em Alturas diversas, o Fator de Segurança (FS), para

carga humana é “15” e para as demais cargas é “5”. No Brasil não temos uma

doutrina a respeito a não ser o Manual de Salvamento em Altura do Corpo de

Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, no qual o FS é “5”, não havendo

distinção entre carga humana e/ou material. Para polias normalmente e FS gira

em torno de “5”, segundo os fabricantes.

FAZER A VIA - Escalar a via.

FITA EXPRESSA - Mesmo que anel de fita. Termo normalmente utilizado para os

anéis de fita previamente costurados pela fábrica. A palavra “expressa”, por

analogia, deriva do fato das fitas estarem à mão, em condições de “pronto

emprego”.

FITA PLANA - Fita que não é tubular, ou seja, não é “oca”. Trata-se de uma fita

única costurada.

FITA TUBULAR - Fita “oca”. Quando apertamos suas bordas ela fica com o

formato de um “tubo”, daí o nome.

FORÇA DE CHOQUE - Mesmo que Força de Impacto. É a força gerada com a

queda do escalador. A fórmula para seu cálculo é Força (F) igual à raiz quadrada

de 2 multiplicado pelo peso do escalador, pela constante de elasticidade da

corda e pelo Fator de Queda (FQ).

FORÇA DE IMPACTO - Mesmo que Força de Choque.

GATILHO - Parte móvel do mosquetão por onde é clipado qualquer objeto.

Também conhecido como “portal”, “dedo” ou “mola”.

GRAMPO - Modelo de proteção fixa feita de aço. Normalmente em forma de “P”.

É fixada perpendicularmente à rocha por pressão e à “marreta”.

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GUIA - É aquele que vai à frente a escalada “abrindo a via” e equipando-a para a

subida dos demais escaladores. Na maioria das vezes é sempre o mais

experiente do grupo.

GUIAR - Ato de escalar uma via primeiro, liderando o grupo, basicamente usando

costuras, por onde será passada a corda.

HMS - Modelo de mosquetão desenvolvido para se dar segurança com o nó

dinâmico “UIAA” (ou Meio-Porco). Também é o mais recomendado para se

utilizar com os freios Yoyo e SRC. A sigla é abreviatura de “Halbmasturf

sicherung”, que nada mais é do que “mosquetão para ser dar segurança

utilizando o nó UIAA”.

LEPAR - Contrário de Rapel. A palavra inclusive é rapel escrito de trás para

frente. Significa escalar determinado ponto usando uma corda cheia de nós

(corda fradeada) para facilitar a pegada.

LOOP BELAY - Ver Belay Loop.

MANDAR O LANCE - Escalar uma das partes da via.

MORDER - É prender, por oclusão, alguma parte da corda em outra parte dela ou

superfície rígida.

MOSQUETÃO - “Anel de alumínio de tamanho e formato variável que permite a

conexão entre diferentes equipamentos de escalada”. (GASGUES, Marcus

Vinícius. Montanha em Fúria. São Paulo: Editora Globo, p.262).

PARADA - Local protegido da via onde os escaladores se ancoram para

descansar ou montar o rapel para a descida. É onde se faz a equalização com

fitas para montagem do “Top Rope”.

PASSA-MÃO - Termo empregado pelo Exército Brasileiro para referir-se a uma

corda previamente tencionada entre dois ou mais pontos por onde o escalador

clipa o mosquetão de sua solteira ou instala um nó blocante para transitar com

segurança em altura.

PASSAR A CORDA - Desenrolar a corda e deslizá-la sobre as mãos

inspecionando seu estado de conservação e desfazendo possíveis cocas

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(torções).

PÊNDULO - Ato de cair e, posteriormente, oscilar horizontalmente, de um ponto

ao outro pendurado à corda. Pode ser empregado taticamente para se chegar a

determinado ponto na rocha ou de prédios onde esteja a vítima.

PERMEAR - Ato de dobrar a corda ao meio.

PRONTIDÃO DE INCÊNDIO - “PRONTIDÃO – efetivo de bombeiros que

permanece numa organização (unidade, subunidade, posto etc.), diuturnamente

preparados e equipados para o atendimento de emergências, desde que

solicitada a intervenção. Guarnições grupadas ou isoladas.” (FERREIRA, Edil

Daubian. Dicionário para Bombeiros. São Paulo, 1985, p. 167).

PROTEÇÕES - Equipamentos instalados na rocha ou na edificação onde serão

clipadas as costuras e passada a corda. Normalmente são de matal, como

chapeletas, grampos etc.

PSEUDO-EQUALIZAÇÃO - Trata-se de uma “quase” equalização, ou seja, a

carga tem seu peso sustentado por dois ou mais pontos sendo que, geralmente,

o peso maior fica na ancoragem principal. Utiliza-se nós blocantes presos à

corda principal.

RACK - Alças das cadeirinhas destinadas a instalação de equipamentos

diversos, principalmente as costuras. Algumas cadeirinhas têm racks que podem

suportar até 5 kgf. Nome também usado numa espécie de freio para rapel

constituído de “barretes” e feito em aço.

RAPEL - Mesmo que “Rappel”. Termo aportuguesado.

RAPPEL - “Termo que vem do francês, é usado mundialmente nos círculos

alpinistas. Significa descer com auxílio de uma corda fixa”. (KRAKAUER, Jon. No

Ar Rarefeito. P. 23).

RETINIDA - É uma corda fina utilizada para trabalhos especiais, como, por

exemplo, içar a ponta de uma corda de bitola maior.

ROTA - Mesmo que via. Termo mais usado em manuais militares.

SAFAR - Ato de liberar uma corda quando enrolada ou presa.61

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SEGUNDO - É o escalador que vai depois do guia.

SEGURANÇA - É aquele que faz a proteção de quem está escalando ou

rapelando, cuidando para que não caia, tencionando a corda e,

conseqüentemente, travando o equipamento de frenagem.

SEIO - Meio da corda.

SOCAR - Apertar, ajustar.

SOLTEIRA - Anel de fita atado à cadeirinha com um nó Boca de Lobo, tendo na

outra extremidade um mosquetão com trava. Usada para o escalador prender-se

às proteções das paradas e ficar ancorado.

STRING - Proteção de borracha colocada na ponta da solteira visando fixar o

mosquetão na sua posição além de proteger o tecido do anel de fita do atrito com

a rocha ou superfícies ásperas.

STROP - Ver “estropo”.

TETO - “Trecho em que a parede de escalada se projeta para fora, formando um

teto sobre o escalador”. (KRAKAUER, Jon. Sobre Homens e Montanhas.

Companhia das Letras, 1999, p. 214).

TOP ROPE - Técnica de segurança em que a corda é passada por cima.

TRACIONAMENTO - Puxar, esticar, tencionar uma corda.

UIAA - União Internacional das Associações de Alpinistas. Órgão oficial que

realiza testes em equipamentos de escalada emitindo uma homologação que é

mundialmente conhecida com sinônimo de qualidade, confiança e segurança.

VACA - Queda. O termo foi “plagiado” dos surfistas.

VAQUETA - Tipo de couro com o qual são fabricadas luvas utilizadas no rapel.

VIA - É o caminho para se escalar a via. Quem conquista e fixa as proteções nas

vias estabelece um caminho “obrigatório” para escalá-la; desviar de tal caminho

é abrir outra via ou não fazer a via original. É o mesmo que “rota”.

VIA FERRATA - “É um caminho suspenso equipado de escadas e protegido por

cabos de aço”. (Catálogo PETZL, 2001, p. 58)62

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