Sam Crescent - Série the Valentine - Livro 01 - Robert

8/19/2019 Sam Crescent - Série the Valentine - Livro 01 - Robert

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Robert Série The Valentine – Livro 01

By Sam Crescent



Equipe Pegasus Lançamentos

Envio: Soryu

Tradução e Revisão Inicial: Aninha

Revisão Final: Marcia Silveira

Leitura Final: Luisinha Almeida

Formatação e Layout: Luisinha Almeida

Verificação: Vivi



Dedicatória

Eu gostaria de dedicar esta série inteira para a

minha irmã, Emma. Ela não só tem me apoiado na minha

decisão de escrever, ela se junta a mim na minha longa

obsessão por vampiros. Emma, eu te amo muito e sem o

seu amor e apoio The Valentine não teria sido escrito.



Sinopse

A guerra está para começar.

Sophie Ford tem um segredo. O medo, por si mesma

e por sua amiga, a faz correr até o Conselho Vampírico

em busca de proteção.

E ela se encontra ligada a um vampiro.

Robert Valentine sabe que Sophie está escondendo

alguma coisa, mas o que? Ela o tenta como nenhum ser

humano fez em toda sua vida. Ele é o filho mais velho

da mais poderosa família do mundo. Eles lutam contra

forças que não podem controlar. O tempo está acabando.O segredo de Sophie está prestes a ser exposto. Ainda

há tempo para salvar as pessoas que amam? Podem Robert

e Sophie seguir em frente e sobreviver à guerra que

está prestes a começar?



Prólogo

Conselho de Vampiros, em algum lugar em Beyer West.

— Você vai permitir que este jogo siga adiante.

Robert Valentine, sentindo-se perplexo e irritado,

olhou para o pai, presidente da Valentine Corporation e líder

de sua família.

— É apenas outra família humana na verge ...

— Não me importa. — Seu pai gritou com ele do outro

lado da sala.

Robert observou sua mãe recuar. Seus três irmãos se

afastaram, não querendo a ira de seu pai dirigida a eles.

Robert compreendia. Eram tempos difíceis e seu pai não

tinha espaço em sua vida para desentendimentos. Suas duas

irmãs não podiam sequer acessar as câmaras do Conselho.

Ao contrário, as velhas tradições ditavam que deveriam

permanecer de fora o tempo todo. Robert desejava, um dia,

poder banir as velhas normas e recomeçar. Rose e Dawn

eram, tanto quanto ele, igualmente afetadas pelo que

acontecia naquele lugar.



Robert olhou para o pai. Respeitava-o, mas havia

momentos em que desprezava a maneira como o homem

trabalhava. As leis que regiam sua sociedade eram arcaicas.

Robert acreditava que, se não mudassem os seus hábitos em

breve, eles acabariam os matando.

— O que eles ofereceram? Perguntou Robert, tentando

tirar algum proveito da situação, uma vez que era provável

que viesse a afetar seu futuro. Naquele ponto, ele não tinha

qualquer poder que pudesse mudar os eventos daquela noite.

Seu pai acenou para que os guardas abrissem a porta

que os interligava à sala de visitas humanas. Ela significava

aos seres humanos um lugar para sentar e esperar, e oferecia

proteção contra os abusos do mundo exterior. A Proteção

Vampírica, entre os humanos, era considerada um último

recurso e só os mais lascados e sem orgulho aceitavam essa

aliança.

Um homem e uma mulher entraram no grande salão.

Não havia nada de fantástico em sua aparência. Estavam

vestidos em ternos de negócio, limpos e arrumados, e ele

notou que pareciam ter cerca sessenta anos. Um deles

carregava uma pasta, o que era estranho. Ele acreditava que

a pasta continha informações, mas o Conselho tinha

geralmente todas àquelas necessárias sobre os visitantes

humanos que pediam ajuda. Beyer West podia ser uma

cidade pequena, mas era uma dirigida pelos Valentine. Seu



pai era metódico em suas relações com o público humano.

Cada aliança e negócio deveria ser bem documentado e

selado para garantias futuras.

— Sr. e Sra. Ford, permitam-me apresentar meu filho

mais velho, Robert Valentine.

Robert, curvando-se, como era o protocolo no meio

familiar, analisou o casal. No entanto, manteve sua atenção

no Conselho e em sua própria família. Ele conhecia aos Ford.

Eles eram uma família próspera, que não deveria necessitar

dos serviços dos Valentine. Na semana anterior, Robert tinha

verificado as margens de lucro das famílias mais ricas da

cidade. Tudo pareceu um pouco estranho para ele.

O casal olhou nervosamente ao redor deles.

— Precisamos do tipo de proteção que vocês são

famosos por oferecer, disse a senhora Ford.

Robert percebeu que o Sr. Ford estava coçando a

cabeça e teve vontade de fazer o mesmo. Como aquela

empresa poderia precisar de sua ajuda? A última vez que

havia checado, a Sra. Ford ficava em casa com as crianças

enquanto o marido dirigia a empresa. Robert não conseguia

pensar em uma única razão pela qual eles estariam no

Conselho.



— Nós não somos uma empresa de segurança, Sra.

Ford.

— Estou ciente disso, mas podemos arcar com o preço

que você definiu. - Ela entregou o arquivo. — Nós estamos

com algumas dificuldades financeiras e gostaríamos de sua

ajuda nisso também.

Robert Valentine abriu a pasta. Uma foto, tamanho A4,

de uma bela jovem apareceu, um sorriso inocente e

despreocupado brilhava desde seu interior.

— Menina bonita. Ele a elogiou.

— Essa é Sophie, minha única filha. E não é uma

menina, mas uma mulher de vinte e um anos. O Sr. Ford o

corrigiu.

— Com todo o respeito Sr. Ford, eu tenho mais de 500

anos de idade. Para mim, ela é uma criança. Robert retrucou,

olhando acima, para o casal.

Ele não podia negar que se sentia intrigado sobre a

menina apenas pela imagem que tinha visto, mas ela ainda

era uma criança.

Sua foto e a situação da família não deveriam

preocupa-lo ou à sua família. Então por que, de repente, ele



tinha um pressentimento ruim acerca daquela reunião?

Robert olhou de volta para a foto. A inocência claramente

expressa em suas belas feições evidenciava que aquela

menina ainda não tinha sido manchada pelo mundo real. Ele

sentiu um aperto em seu coração sabendo que, dentro de

alguns meses, o sorriso teria desaparecido, sendo substituído

por uma carranca e desconfiança. Era apenas parte da vida,

mas algo dentro dele não queria que aquela garota fosse

afetada.

Esta reunião estava ficando mais estranha a cada

segundo.

Sr. Ford recuou, deixando sua esposa lidar com o

processo.

— A proteção que você oferece é de que nenhum mal

acontecerá à família, além de cobrir todos as nossas dívidas?

— Perguntou ela.

Seu pai concordou.

— O acordo seria entre Sophie e eu. Robert

interrompeu. Ele descobriu que gostaria de ver a versão real

da menina na foto. Para testemunhar sua inocência e ver sua

reação frente a ele. Ela ficaria tão afetada por ele como ele

estava por ela?



— Sophie está lá fora. Sra. Ford acenou com a cabeça

para que o marido fosse buscar sua filha.

Cinco minutos depois, uma loira rechonchudinha

entrou, ou melhor, foi puxada pelo braço para dentro do

quarto, um de seus seguranças segurando-a enquanto seu

pai andava na frente.

— Tire suas mãos de mim, a moça retrucou, tentando

se livrar da posse do segurança. Depois de alguns segundos

de luta, o homem a soltou ao lado de seus pais. Seu pai

estendeu a mão para segurá-la pelo cotovelo.

Robert podia ver o medo em seu rosto delicado. Ele

podia imaginar que, estar numa sala repleta dos vampiros

mais perigosos do mundo, podia ser um pouco assustador.

Afinal, poderiam matar a todos em segundos e ninguém

jamais saberia o que tinha acontecido a eles. O chateou ver

que a desconfiança que ele previra, já estava presente em

seus olhos. Mesmo agora, ela sustentava um reconhecimento,

de um mundo que não lhe dizia respeito.

A família Valentine era extremamente poderosa.

Ninguém os questionava. Eles eram uma família com a qual

se mantinha um bom relacionamento. Demandava coragem

vir até eles implorando por ajuda.



Sophie se soltou do aperto de seu pai. Ela podia estar

com medo, mas a gatinha selvagem tinha fogo. Ele gostou.

Robert sentiu o início de uma agitação em sua virilha. Parece

que seu corpo gostava dela, também. Ele a encarou, seus

olhos perseguindo cada movimento que ela fazia enquanto se

afastava de sua família para ficar perto dele. Ela manteve os

olhos nas outras criaturas presentes. Ela sabia que a ameaça

na sala não era ele ou seus pais, mas o vampiro mais velho

sentado na mesa.

Robert a admirava por se aproximar, mas também por

manter-se alerta. Sophie Ford não era uma mulher estúpida.

— Minha filha será o preço por essa proteção. - Sra.

Ford apontou para sua filha, a determinação transbordando

em sua voz.

Robert podia ver a mãe hesitando pela primeira vez

desde que a tinha visto. Não era uma atuação... a filha a

deixava preocupada. Era imprevisível. Interessante.

— Sua filha sabe o que seria esperado dela? Seu pai

estava intrigado com a família, Robert percebia em sua voz.

Caralho, ele também estava intrigado pela mulher a quem,

poucos momentos antes, ele chamou de criança ao falar com

seus pais. A primeira fêmea humana a capturar e prender

sua atenção desde um longo tempo.



Ele se perguntava se os cachos loiros eram verdadeiros.

Fazia muito tempo desde que ele tinha visto cachos loiros

naturais, bonitos e longos. A maioria das mulheres que

conhecera tingia seus cabelos. O cheiro do peróxido deixava

um gosto rançoso em sua boca e as mulheres sempre

pareciam falsas. Ele se perguntou se era tão sedoso quanto

parecia. A luz em seu cabelo dava a impressão de que os

cachos eram gloriosos e volumosos. Seus dedos formigavam

para tocá-los. Ele conteve o impulso. Não lhe faria nenhum

bem tê-la fugindo dele. Especialmente quando estavam

prestes a participar de uma cerimônia íntima.

— A filha tem um nome. Quando ela finalmente falou,

sua voz ecoou pelo salão grande.

Ele podia sentir sua raiva, ressentimento e rebeldia,

tudo isso naquela curta frase. Seu corpo respondeu ao

desabafo. Todo o sangue em seu corpo correu às pressas para

seu pau. Se ele estivesse sozinho, ele sem dúvida o tomaria

na mão e gozaria. Era como um belo impulso se espalhando

dentro de seu corpo, iluminando a sua mente e o seu mundo.

Ele estaria disposto a escutá-la falando a noite inteira. Na

verdade, ele poderia foder seu punho com ela sussurrando-

lhe histórias sexys e ousadas. Robert balançou a cabeça. A

mulher estava a menos de um metro de distância e ter

pensamentos eróticos não o colocaria em alto conceito frente

a ela. Primeiro, ele precisava ter certeza que ela concordava



com o acordo. Ele, pelo menos, podia dizer que sua voz era

agradável aos seus ouvidos, mesmo cheia de raiva.

— Bem, então tenha a amabilidade de compartilhá-lo

conosco.

Robert sabia que seu pai se divertiu com a coragem da

menina. Muitos poucos seres humanos tinham tanto espírito

quando confrontados com algo tão mais forte do que eles.

— Sophie.

— Bem, a Sophie faria...

— Sophie é com quem você falará a partir de agora.

Sophie descruzou os braços. Ela passou por seus pais,

enviando-lhes um olhar que claramente dizia para se

afastarem. Ela se moveu para o centro do salão, próximo a

Robert.

Ele agora podia sentir seu perfume celestial. Seu cheiro

era delicioso. Ele poderia facilmente viver com essa garota.

Robert não duvidava disso. Uma das vantagens de ser um

vampiro era sua capacidade de admitir certos fatos e adaptar

sua vida a partir disso. Por isso eles eram mais fortes. Eles

assumiam riscos.



Esta mulher seria dele, Robert sabia disso. Ela o

cativou e ele a tomaria. Ele admirava sua coragem, sua

beleza e sua voz tentadora.

— Desculpe-me senhorita, mas você tem que aprender

a respeitar...

— Com todo o respeito senhor, eu dou o meu respeito

apenas às pessoas que o conquistaram. E, por definição,

pessoas são aquelas que respiram, portanto você não se

qualifica.

Suspiros de indignação preencheram o ambiente. Se

Robert não estivesse se divertindo tanto com este pequeno

pacote feminino, ele se sentiria insultado.

— Eu poderia matá-la.

— Você pode tentar, mas assim como você, eu tenho

um monte de apoio. Além disso, a última vez que ouvi, os

humanos estavam à procura de qualquer desculpa para

chutar seus traseiros para fora desta cidade.

Murmúrios curiosos substituíram o ultraje. Ela tinha-

lhes intrigado. Merda, ela o intrigou, mas por uma razão

completamente diferente. Ele tinha certeza de que os

membros do conselho não a imaginava nua, espalhada em

lençóis de seda enquanto metiam seus paus em seu calor



molhado. Quando ele a tomasse, ela estaria pronta e muito

melada, ele o garantiria com a sua língua.

— Importa-se de nos dizer de quem ou do que você

fala?

— Não.

O silêncio pairou sobre o hall. Pela primeira vez em

séculos, um ser humano estava no controle do processo ... e

os vampiros não gostaram.

— Minha filha pode ser um pouco cabeça-dura...

— Sra. Ford, sua filha está lidando muito bem com a

situação, disse um dos membros do Conselho interrompendo-

a.

A atitude dela impressionou a todos. Era bom saber.

Isso significava que eles concordariam com aquele vínculo.

Sophie era estúpida ou, de fato, sabia do que o Conselho

gostava.

Ele ficou satisfeito. Ela o tinha impressionado, e não

tomá-la como sua companheira seria um erro enorme. Ela

era forte e valente, uma combinação perfeita para um

vampiro acasalar.



Robert estava fazendo seus planos.

— Meus pais me barganharam como pagamento pela

proteção. Acredito que é justo que eu comece a fazer as

negociações , disse Sophie para a sala em geral.

— E se desejássemos lidar com seus pais? Robert

perguntou a ela. Ele queria a atenção dela focada

exclusivamente nele. Queria esses olhos encarando-o.

Ela focou seu olhar nele, o fogo queimando em seus

olhos, os azuis que já tinha visto. Somente receber aquele

olhar sobre ele, valia a pena sua fúria.

É isso aí, minha pequena gata selvagem, me queime

com seus olhos.

— Então, não há acordo. Eles não recebem de vocês a

proteção que desejam e você, a mim. Ela virou-se para o resto

da sala. — Eu sei que o procedimento da vinculação do

sangue que meus pais querem que aconteça requer um

sacrifício voluntário.

— E sobre a parte “virgem”? Robert estava se

divertindo. Esta mulher se contrastava completamente com

todas as outras fêmeas humanas com as quais ele já tinha

tido contato. Ele viu seu rubor e sabia que sua inocência

estava intacta. Seu corpo reagiu violentamente ante o



conhecimento de que ele seria o primeiro e o último homem a

entrar em seu corpo. Sua mente cheia de imagens a

possuindo. De como ele a faria agradável e úmida,

provocando sua boceta molhada até que ela estivesse

implorando por seu toque. Robert não conseguia parar sua

mente de reagir a ela. Pela primeira vez, ele precisava de uma

mulher, e não uma qualquer, mas Sophie Ford. Seu pênis fez

uma tenda em sua calça e, se ele fosse um homem humano,

ficaria envergonhado. Ele queria a cerimônia concluída e

aquela mulher nua debaixo dele enquanto ele dirigia seu pau

dentro dela. Palavras vulgares, mas necessárias. A virgem

seria dele. Ele tinha certeza disso.

— Eu garanto essa parte também.

Ela chocou todo o salão de vampiros quando ela puxou

uma pequena faca de bolso. Ela deveria ter sido revistada

antes que fosse admitida nas instalações. Nenhuma arma era

permitida no prédio. Os soldados se alarmaram e alcançaram

as armas em suas laterais. Armas que matariam qualquer

espécie que não fosse vampira. Robert esperou, sabendo que

Sophie não tinha qualquer intenção de causar dano. Ele

estava certo de que ela queria este negócio tanto quanto eles.

Sophie fez um pequeno corte na carne macia no

interior de seu pulso. Ela virou o punho para cima, exibindo-

o para os outros antes de se virar para que ele inspecionasse.



O cheiro de sangue impregnou o ambiente. O aroma

lembrou a Robert a baunilha e mel. Ele segurou-lhe o pulso.

Ele podia sentir a batida rápida de seu pulso, entregando o

medo que ela realmente sentia. Sophie podia falar duro, mas

a gatinha não jogava. Ele sorriu para ela, tentando acalmar

seus nervos erráticos.

Ele colocou a língua para fora, passando pelo corte que

ela oferecia. A saliva que criava selou a ferida de uma vez.

Com apenas uma gota e ele podia provar o seu mundo em

sua língua. Ela era, de fato, virgem. O sangue dela provava a

inocência de seu corpo, a terna e carinhosa natureza de sua

alma ... e a dor em seu coração. O sangue das pessoas não

era igual. O sabor era diferente para cada uma delas. Se uma

prostituta houvesse lhe oferecido seu pulso, sua essência em

seus lábios seria suja, como o mundo ao seu redor. No

entanto, se uma mulher que outrora fora uma prostituta,

limpasse seu corpo e parasse de dormir com homens por

dinheiro como fazia no passado, então seu sangue seria

limpo, mas não puro. Havia uma diferença entre o sangue

limpo e o puro. O sangue de Sophie valeria milhares de libras

no mercado negro.

Ele experimentou o sabor de suas emoções em sua

língua. O medo que sentia de sua situação, mas que, por sua

natureza, a impedia de perder o controle e ceder frente a seus

inimigos ... e ela considerava seus pais, inimigos. Ela não

estava lutando por eles, mas por ela e sua amiga.



Se os seres humanos soubessem quanta informação

eles passavam através apenas de uma gota de sangue.

— Ela atende aos termos do contrato. Disse Robert

ainda segurando seu pulso em sua mão.

Sophie queria que a proteção e ele a garantiria.

— Eu quero fazer adições ao contrato. Meus pais

negociaram pensando somente neles, a sua riqueza e

proteção garantidos.

— Aponte seus desejos.

— Eu quero que o acordo seja estendido aos meus

entes queridos. As pessoas em meu coração com as quais me

importo. Sophie apertou a mão em seu peito.

— Não podemos fazer isso. O pai de Robert disse a ela.

— Sim, você pode. Através da vinculação do sangue, o

vampiro a quem estarei ligada terá acesso completo aos meus

pensamentos, minha essência, minha alma. Em outras

palavras, ele receberá tudo o que eu sou. Com isso, quero

dizer que vou ser possuída por ele e somente ele. Através

dessa conexão, ele pode criar um link que irá impedir que



qualquer dano aconteça aos meus amigos e meus entes

queridos.

Robert a observava. Ela estava escondendo alguma

coisa, ele tinha certeza. Ela não estava preocupada com

qualquer parente, ela estava preocupada com um amigo em

particular. Um amigo do sexo feminino.

— Isto é, se a vinculação do sangue para o resto de

suas vidas for efetivado. Disse o pai.

— Estou preparada para fazê-lo.

— Você sabe com o que estará concordando?

Perguntou Robert.

Sophie assentiu, mas não falou.

— Você seria minha mulher, completamente, para

chupar e fodê-la quando eu desejasse.

— Robert, não seja bruto. Disse o pai.

— Pelo vínculo de sangue, ela tem o direito de saber.

— E, por esse mesmo vínculo, eu concordo com os

termos estabelecidos. Eu posso ser uma mulher, mas eu

conheço minha própria mente. Interrompeu Sophie.



Seu pai não era um homem estúpido. Ele era duro e

contundente, mas não estúpido. Uma ligação como esta

poderia fortalecer sua família. Ele era capaz de sentir um

grande poder; um poder ao qual os Ford teriam acesso. Caso

contrário, sua investigação teria sido deixada de lado. Laços

de sangue como este, entre uma família humana e uma

imortal, eram raros.

Na maior parte das vezes, os seres humanos lhes

serviriam pelo sangue, nada mais. Talvez uma foda ocasional.

Robert desejou que pudesse ver dentro de sua mente e

saber o que ela estava escondendo.

— Você virá de bom grado?

O elemento mais importante da cerimônia de

vinculação era que a parte humana tomada devia ser

conivente com ela. O vínculo não funcionaria sem isso, a

mente e o corpo precisariam estar em sincronia.

— Uma vez preenchidos e aceitos os meus termos.

Seu pai sentou-se olhando para Sophie com a cabeça

inclinada para o lado.



Uma pequena loira cheinha deliciosa e repleta de

atitude. Ela estava escondendo alguma coisa. Robert podia

sentir, mesmo que os outros não pudessem. No entanto, essa

garota era forte. Seu destino era ser uma companheira.

— A cerimônia completa começará esta noite. Leve a

senhorita Ford até seus aposentos e preparem a sala de

cerimônia. Eu quero isto resolvido imediatamente. Sr. e Sra.

Ford, sua presença será necessária apenas esta noite.

Com um aceno de mão, ele dispensou os seres

humanos. Robert observou enquanto Sophie era levada para

fora por uma doadora de sangue do sexo feminino que

mantinham sempre que fosse necessário se alimentarem. Sua

mãe seguia logo atrás delas. Ele sabia que elas iriam

encontrar suas duas irmãs antes que começassem a fazer os

preparativos.

Sophie virou-se para encará-lo.

Ele notou a curiosidade em seus olhos. Ele tinha, de

repente, encontrado uma fêmea humana digna de sua

atenção e admiração. Robert lhe sorriu, observando como ela

corava.

Uma vez que todas as mulheres deixaram o salão, os

verdadeiros problemas começaram para o Conselho, um



seleto grupo de pessoas que cuidavam do mundo dos

vampiros seriamente.

— Nós já temos muita coisa em jogo, para resolver.

Os membros do Conselho acenaram com a cabeça em

concordância. Todos eles estavam mais que preparados para

concordar com qualquer coisa que Robert Valentine Sênior

oferecesse. Seu pai não era apenas o mais poderoso dentre

eles, mas, ao longo dos séculos, tinha sido o responsável por

manter uma relativa paz entre os vampiros e as outras

espécies. Ele ganhou respeito sendo um bom ouvinte e muito

cuidadoso ao tomar uma decisão. Robert Sênior travou

batalhas com sua inteligência.

— Precisamos de mais proteção no lugar.

— Os lobos são responsáveis.

— Os lobos não ousariam.

— Como podemos saber com certeza?

A reunião do Conselho continuou. A discussão sobre os

lobos continuaria por décadas. Robert estava mais

interessado na loirinha a quem, em apenas algumas horas,

ele seria obrigado a proteger pelo resto de suas vidas. Ele

esperava ansiosamente.



Algumas horas depois, Sophie tremia por dentro. Seus

longos cabelos loiros e sedosos, escovados em uma massa

incandescente, descansava em torno dela como uma capa.

Ela usava um vestido branco tão fino, que imaginava que

todos os presentes na cerimônia seriam capazes de ver, por

baixo dele, seu corpo nu. Sophie tentou argumentar com as

mulheres vampiras que, sem dizer uma só palavra, a tinham

preparado. Ela queria usar, pelo menos, sua roupa íntima,

mas elas haviam se livrado de todas elas. Seu rosto foi lavado

e limpo da maquiagem. Nenhuma das mulheres falou com

ela. Em vez disso, foi tratada mais como um objeto do que

como pessoa.

Disseram que ela esperasse por eles para que a

acompanhassem até a principal câmara cerimonial. Suas

mãos não paravam de tremer.

Sophie se perguntou se estaria fazendo a coisa certa.

Ela balançou a cabeça. Ela não tinha uma escolha. Precisava

fazer isso. Sua amiga seria protegida. Ela amava a seus

irmãos, mas eles poderiam se proteger. E seus pais haviam

demonstrado que eles eram mais do que capazes de se

garantirem, não importava a que preço. Ela iria salvá-los, a

todos eles, por meio daquele acordo, mas Katie era quem

merecia, quem precisava. Uma vez que ela estivesse sob os

cuidados de um vínculo sanguíneo, ninguém poderia alcança-

la. Ela estaria a salvo, mesmo dos vampiros.



Sophie suspirou aliviada. Depois de passar semanas

planejando tudo aquilo, parecia surreal que estivesse

finalmente acontecendo.

Ela gostaria de ter tempo para gozar da felicidade que

estava sentindo. Era como se um enorme peso tivesse sido

retirado de seus ombros.

A porta do quarto se abriu e a mãe do vampiro ao qual

se vincularia entrou. Seu sorriso era alegre e expectante.

— Você está pronta?

Depois de tudo o que ela tinha ouvido falar sobre

vampiros, todos os rumores, Sophie havia se preparado para

lidar com perversas criaturas da noite. Essa mulher virou sua

mente de cabeça para baixo. Elas podiam não ter falado uma

só palavra, mas a maneira delicada com que a mulher a

preparou e a bondade que Sophie pôde ver refletida em seus

olhos lhe disseram muito sobre ela. Essa mulher, ou

vampira, não era má.

Sophie assentiu. A mulher estendeu a mão, mas

Sophie se recusou a pegá-la e seguiu-a de perto. Ela não via

nada a seu redor. Não ouvia nada além do seu batimento

cardíaco. Cada passo se sentia como um tique-taque de um

grande relógio, marcando os segundos restantes de sua vida.



Sophie, idade de vinte e um anos, estava prestes a

entrar em um contrato vitalício.

Ela não desistiria. Precisava fazer isso. Ela fechou os

olhos e imaginou Katie. Sua melhor amiga. Ela faria isso por

ela.

Ela entrou na câmara através de uma pesada porta de

madeira. Sophie acreditava que podia sentir todos os outros

homens e mulheres que haviam enfrentado o fim de suas

vidas naquela mesma sala antes dela. Aqueles que tinham se

vendido em troca de proteção para outros.

Seus pais estavam de um lado da sala, se amparando

um no outro, e no outro lado, a família dele dominava o

espaço. Nem uma das famílias deu atenção à outra. Em um

tablado no centro da sala estava o seu pretendido

companheiro de vínculo. Ele usava uma toga preta, a

escuridão contrastando com a claridade que ela portava. A

mãe dele a ajudou, posicionando-a no estrado em frente a ele.

Quanto mais perto chegava do homem que seria seu

companheiro de laço, mais seu coração acelerava no peito.

Ele era a escuridão, e não apenas em seu manto. Seu

cabelo era preto, curto. Suas feições eram maduras, mas não

velhas, como se ele tivesse se tornado um homem e, então, o

envelhecimento tivesse simplesmente cessado. Ele tinha



rugas nas laterais de seus olhos em decorrência de anos de

risos, olhos que a pegaram e capturaram sua atenção.

Nunca, em toda a sua vida, tinha visto olhos tão negros. Eles

não eram assustadores, mas vigilantes. Ele a encarava,

aquecendo seu corpo. Respirando, ela olhou para ele

enquanto seu corpo despertava excitado. Robert Valentine

podia ser um vampiro, mas o seu sangue esquentava por ele.

Ela lambeu os lábios, obrigando-se a pensar em Katie uma

última vez. Pensar em sua amiga sempre detinha qualquer

outro pensamento que não fosse a proteção que desejava

para ela.

Ela desviou os olhos, não gostando do efeito que seu

olhar tinha sobre seu corpo.

O sacerdote à frente do palanque falou.

— Estamos aqui para unir Sophie Ford a Robert

Valentine Junior. E começou a cantar em um diferente

idioma.

Sophie não tinha ideia do que ele dizia, mas Robert se

aproximou dela. A cerimônia estava prestes a começar. Ela

estremeceu quando ele segurou seus braços e puxou-a para o

centro do círculo. Ela não pôde se conter e lançou um último

olhar persistente à porta. Uma fuga.



Mas Katie apareceu diante de seus olhos mais uma vez,

acalmando quaisquer passos que gostaria de tomar. Ela

jamais abandonaria sua amiga.

Sophie se concentrou para ouvir.

— Quem permite que essa união aconteça? O padre

fez a seguinte pergunta a todo o grupo.

— Eu permito.

— Eu permito.

O pai dele e seu pai vieram para a frente. O padre

concordou e começou seu cantar novamente.

— É só isso? Sophie sussurrou. Se tudo o que

precisava acontecer eram algumas palavras, ela seria capaz

de sobreviver a isso. Suas mãos nas dela ofereciam conforto.

Ele não a agarrava de forma cruel, mas cuidadosamente. Até

agora, os vampiros com os quais tinha estado haviam sido

acolhedores.

— Ainda não.

Sophie direcionou seus olhos para o homem, não, o

vampiro, em frente a ela. Ele a fechou, prendendo-a contra a

dureza de seu corpo.



Ele era tão forte.

Ela não podia se mover a partir da pressão de seus

braços.

Um braço segurou sua cintura enquanto o outro

levantou e afastou seu cabelo, expondo seu pescoço para a

multidão. Sophie olhou fixamente em seus olhos, hipnotizada

pela escuridão. Ela não conseguia desviar o olhar. Ela estava

completamente em seu poder.

— Feche os olhos. Ele sussurrou em sua cabeça.

Seus lábios não se moveram, mas ela sabia que era ele

quem lhe falava. Ao invés de questionar a sanidade de sua

situação, ela fez como instruído e fechou os olhos.

Parecia bobo discutir com um dos vampiros mais

poderosos do mundo.

Sophie podia ouvir o canto do sacerdote, o barulho dos

outros ocupantes do quarto, mas a sensação de estar perto

dele dominava seus sentidos. Ele não respirava, não tinha

batimentos cardíacos, mas ela podia senti-lo, podia sentir a

massa de energia que emanava dele. Era como se cada

pequeno sinal de alerta dentro de sua cabeça estivesse atento

para alertá-la sobre o que ia acontecer ...



Sua cabeça estava inclinada para o lado. Ela engoliu o

nervosismo. Ela não sabia o que fazer. Seu coração estava

acelerado, bombeando o sangue mais rápido em suas veias.

Ela não podia ver, mas ela antecipava ...

Ela estava nervosa?

Ansiosa?

Excitada?

Milhões de pequenos pensamentos sendo processados

dentro de sua mente, tudo ao mesmo tempo.

Ele a acertou.

Ele mordeu a lateral do seu pescoço, cada dente longo

atingindo a veia. Sophie sentia o sangue saindo de seu corpo,

vazando. Sentia-o puxando com força.

Ela gritou. A dor era insuportável. Sua vida passou

diante de seus olhos, as imagens de sua vida como um bebê,

como uma criança, como uma adolescente. Passaram

imagens de seus dois irmãos. Sua mãe e seu pai discutindo.

Natais e verões. Sua melhor amiga, Katie. Seu segredo estava



enterrado. Mas Sophie tinha a sensação de que este homem,

este vampiro que estava se alimentando dela, podia ver tudo.

Seu corpo começou a ficar dormente, a dor diminuindo

enquanto ela perdia os sentidos. Ficou com a cabeça leve e

todo o pensamento a deixou até que ela caiu em seus braços.

Sophie não tinha forças para manter-se em pé. Ela estava

leve e sem ar. Seu coração tinha abrandado e ela podia sentir

que deixava seu corpo. Ela começou a ter espasmos e sabia

que estava perto das portas da morte.

De repente, um movimento repuxou seu corpo, sua

cabeça foi empurrada na curva de um pescoço masculino. O

cheiro masculino permeou seus sentidos, fazendo-a ficar com

água na boca. Sob o perfume inebriante, pôde detectar o

gosto metálico de sangue.

Ela engasgou, tentando se mover, mas falhando

miseravelmente. Seu corpo queria viver, o instinto humano de

sobrevivência gritava dentro dela. Ela engoliu o seu sangue e

se rendeu ao calor, ao peso esmagador enquanto ele a

mantinha próximo a ele.

Ele segurou-a contra seu corpo, apoiando-a. Ela pegou

o que podia, sentindo o poder de seu sangue correr dentro

dela, consumindo-a.



Sophie viu imagens dele como um menino. Todos os

500 anos que ele tinha passado vivo ... e matando. Uma

névoa de imagens nadou diante de seus olhos até que Sophie

não podia mais tomar. Ela interrompeu o contato, tentando

afastá-lo dela.

Ele falou em sua mente de novo. Olhe para mim.

Sophie abriu os olhos e o olhou enquanto a levava para

o chão com ele. Ambos manchados de sangue.

— Eu te vinculo a mim Sophie, por toda a eternidade. E

sou obrigado a proteger a todos que lhe são queridos.

Katie passou pela sua mente segundos antes que a

escuridão a consumisse.

Ela desmaiou.



Capítulo Um

Três anos mais tarde

— Senhor? Sophie Ford está aqui.

Robert Valentine afastou o olhar de sua papelada.

— Bem, mande-a entrar.

— Um ... Senhor, ela não está aqui para vê-lo.

Robert podia sentir o primeiro sinal de seu

temperamento animalesco.

Durante três anos, sua companheira foi um estorvo.

— Quem ela veio ver?

Nunca antes havia conhecido uma mulher que,

literalmente, fugisse dele e não retornasse qualquer de seus

telefonemas. Que não quisesse dele nada além da garantia de

proteção para aqueles que ela amava.

Pela primeira vez em sua existência, Robert sentia

ciúmes dos seres humanos. Ele nunca se considerou



pretensioso, mas ele sabia que era uma boa escolha para

companheira. Sophie não era como as outras mulheres. A

única fêmea humana que ele tinha se interessado e ela saiu e

deixou-o preso. Sempre que pensava nela , seu pau endurecia

e ele precisava se aliviar ou ficava duro até sua memória se

dissipasse. Mesmo agora, somente ouvir seu nome, era como

um sinal direto para a coisa em suas calças.

— Bem, me mostre-a. Robert retrucou com a voz mais

dura do que ele pretendia.

O servo humano se atrapalhou no controle remoto que

ligava a tela de plasma na parede em frente à sua mesa. Ele a

usava para manter uma vigília sobre todos no clube. O rapaz

apertou alguns botões e Sophie surgiu na grande tela. A

caneta em sua mão rachou pela pressão de seu agarre.

Sophie estava em seu clube de BDSM, dançando na

pista de dança em nada mais do que uma minissaia e top de

biquíni. Os homens a cercaram enquanto ela balançava seus

quadris voluptuosos. Esses quadris eram dele e só dele. Ele

passou a mão pelo rosto, tentando reunir seus pensamentos,

sentindo uma intensa alegria tomando conta dele, uma

estranha combinação de raiva e felicidade.

Fazia três anos desde que ele a tinha visto pela última

vez. As únicas vezes que ele tinha, pelo menos, escutado sua

voz haviam sido pelos telefonemas ocasionais e distantes que



ela tinha feito. Ela, nem sequer uma vez, pôs os pés em

qualquer um dos edifícios que possuía. Robert sequer

acreditava que ela soubesse que ele possuía clubes como

aquele.

Seus pensamentos e sentimentos estavam sufocados

dentro dele. Tê-la tão perto fazia com que fosse difícil manter-

se afastado. Parecia que Sophie estava se projetando para ele,

gritando para que ele a olhasse e a notasse. Bloquear sua

mente era a única solução.

Ele não era como um adolescente humano que não

podia controlar seus impulsos e, com certeza, não permitiria

que sua companheira assim o pensasse.

Ela estava implorando para ele reclamá-la.

Seu corpo queria tanto responder a esse chamado.

— Quantos anos ela tem agora? Perguntou.

— Vinte e quatro, senhor.

Sophie queria sua atenção ... e agora ela a tinha. Nos

últimos três anos, ele havia a assistido e esperou por ela. Ele

sabia que, mais cedo ou mais tarde, o seu sangue começaria

a chamá-lo. Visões dele invadiriam cada pensamento

consciente que tivesse. Seus sonhos seriam consumidos por



imagens dele. Era a fraqueza do laço de sangue. Três anos

era muito tempo esperando, o que revelava que Sophie era

uma companheira forte. Por três anos, ela rejeitou qualquer

possibilidade de estar com ele.

Sophie não tinha ideia do poder que exercia sobre ela.

O vínculo era apenas o começo. Ele a possuiria

completamente quando finalmente tomasse essa parte

preciosa de seu corpo. Sua virgindade era o elemento final de

sua propriedade. Ela, então, não seria capaz de mentir para

ele. Estaria inteiramente à sua mercê.

Mas Robert odiava essa parte do acordo. A natureza

obsessiva que criou. A loucura e a luxúria. Ele queria que

Sophie fosse até ele por livre e espontânea vontade, e não

forçada por algum truque sujo. Não era bom e nem justo.

Ainda assim, uma parte dele sentia prazer ao vê-la

novamente.

— Qualquer notícia da minha família? Robert se

levantou de sua cadeira, movendo-se em torno da mesa em

direção à porta. Lutava para não deixar que sua mente se

perdesse pela bela visão na tela.

— Seu pai quer saber como está indo com a senhorita

Ford. Seu criado olhou para o chão.



Durante três anos o seu pai tinha insistido que

reivindicasse sua companheira à força. Ele não queria usar a

força e nunca tomaria uma mulher de tal maneira. Mas

parece que seu pai conseguiria o que queria de qualquer

maneira. Ela tinha, finalmente, o procurado.

— Chame William pelo telefone. Robert viu sua

companheira sanguínea rebolando no palco. Um homem

segurou seus quadris no lugar enquanto empurrava contra o

seu traseiro.

Deveriam ser suas mãos, deveria ser ele empurrando

contra ela ...

A voz de seu irmão surgiu pelo viva-voz.

— Qual é o problema, Rob?

— Alguma notícia de Katie? Desde que tinha visto o

rosto de sua melhor amiga passar por sua mente, o amor e

cuidado que Sophie sentia por ela, Robert garantiu que ela

fosse vigiada 24 horas por dia.

Apenas William se atrevia a chamá-lo de Rob. Ele se

perguntava se seu irmão caçula desejava a morte, dada a

forma como ele insistia em testar seu temperamento. William

não era conhecido por prezar a paz. Ele era geralmente

aquele sempre procurando uma briga.



Por causa de sua vinculação, ele não tinha outra

escolha além de proteger Katie. O que sua companheira

amava, ele também o fazia. Era puro e simples.

— Olhe. Eu não tenho ideia do motivo dessa mulher ser

tão especial para você. Nada. Mesmo. Ela se levanta e vai

para o trabalho. Ela é uma bibliotecária frigida Rob. Ela não

sai durante o dia. Ela sai à noite, trabalha durante a

madrugada e em seguida, volta para casa. Seu gato é mais

divertimento do que ela. William gemeu.

— Eu já lhe disse. A razão para a proteção é o fato ter

algo a ver com a amiga de Sophie. — Robert sentia, no fundo

do seu coração morto, que Katie White tinha as respostas que

estava procurando.

— Você não pensaria isso se vigiasse sua vida. William

bocejou. — Ela deve viver a vida mais chata conhecida pela

humanidade.

— Continue a observá-la.

Robert desligou o telefone olhando fixamente para a

imagem de sua companheira, desejando com todas as suas

forças que ela derramasse seus segredos e lhe contasse tudo

o que ele queria saber.



Voltando à sua mesa, ele dispensou seu assistente e

recolheu o arquivo que tinha conseguido montar sobre Sophie

Ford. A única coisa interessante sobre ela, além de sua

coragem e atitude que tinham sido evidentes três anos antes

perante o Conselho, era a sua ligação com a misteriosa Katie

White.

Quando ele se sentou, sua mente se movimentava por

uma enxurrada de perguntas sem respostas.

Venha me pegar.

Robert levantou de seu assento disparado, olhando ao

seu redor.

Eu sou sua para ser tomada.

Rob olhou para a tela. Os olhos dela se voltaram

diretamente em direção a ele. O azul profundo chamando-o

para que fosse buscá-la.

Não havia como ela soubesse que ele podia ouvir seus

pensamentos.

Mas, na verdade, Robert não se importava. Sophie

Ford, sua companheira, estava aqui, dentro de seu clube. E

era dele, esperando para ser tomada. E era exatamente isso

que faria



Ele não era um tolo.

Ele queria sua companheira de sangue e ele a pegaria.

Sophie podia sentir o quão perto ele estava. A energia

emanava ao longo de sua pele, fazendo-a formigar com

nervosa e excitada. Ela empurrou sua bunda ao longo do eixo

endurecido do homem dançando atrás dela, fazendo tudo que

podia para chamar a Robert. Ela não ligava para o homem

com quem dançava, não era sua atenção que pretendia

chamar.

Seu corpo já não era dela. Na maioria dos dias, sentia

sua pele possuída e irritada. Em sua mente não tinha nada,

além do homem com o qual estava vinculada. Ela colocou os

braços ao redor do pescoço de seu parceiro de dança, sua

mente aparentemente em sintonia com ele, mas na realidade,

seus olhos procuravam o vampiro se aproximando dela.

Sophie não tinha escolha, ela precisava ser capaz de pensar

em qualquer outra coisa que não fosse a onda de luxúria que

constantemente consumia cada pensamento seu enquanto

acordada.



O ar ao seu redor era pesado e seus mamilos

responderam ao calor que sentia, pressionando contra o

sutiã. Ela se vestira para chamar a atenção e finalmente

conseguiu o que queria.

Parecia magia, seu corpo inteiro estava em chamas. Ela

soube o momento exato que ele entrou no salão de dança do

clube. Era como um pulso magnético ao seu redor.

Ele estava lá, na beira da pista de dança.

Assistindo.

Ele capturou seu olhar e o sustentou.

Ele queria matar o homem com quem ela dançava.

Sophie podia sentir sua ânsia por violência.

Ela não se importava. Seu parceiro de dança era

somente um meio para atingir seu objetivo. Ela queria a

atenção de Robert Valentine ... e agora ela a tinha.

Uma sensação de satisfação a invadiu.

Ela piscou e quando abriu os olhos, ele estava lá,

apenas a um passo de distância. Passaram-se três anos

desde a última vez que ela o tinha visto, mas agora ele estava

em frente a ela.



— Solte-a. Seu olhar permanecia sobre ela, mas sua

voz continha uma promessa dolorosa dirigida a seu novo

amigo.

— Caia fora, cara. Esta menina já tem dono.

Sophie ficou tensa. De todas as coisas estúpidas que

podia ter dito...

Um segundo depois, Robert tinha o idiota pressionado

contra o bar, o seu corpo mantido em um ângulo de noventa

graus. Parecia doloroso e Sophie estremeceu.

— Eu disse para soltá-la e quando eu falo, você

obedece. Não entre no meu clube novamente.

O silêncio caiu dentro do clube, a música pesada parou

enquanto todos assistiam a cena do vampiro contra o

homem, o proprietário contra o cliente.

Havia regras e o homem tinha quebrado a mais

importante delas. Nunca contrariar um vampiro.

Especialmente o chefe.

O homem se afastou do bar e tropeçou por todo o

caminho até a porta. Seu Salvador abotoou o paletó,

reorganizou as mangas, em seguida olhou ao redor do salão.



Considerando que ele tinha acabado de atacar um ser

humano na frente de mais de cem testemunhas, ele parecia

notavelmente calmo e sereno. Sophie não podia deixar de

admirá-lo.

Ele gesticulou para que as pessoas continuassem e a

música preencheu o silêncio. Dançarinos começaram a

sacudir a pista de dança e o barman continuou a servir

bebidas, o drama de momentos atrás foi esquecido. Robert

pegou-a pelo braço, forçando-a ao longo do corredor mal

iluminado afastando-os das pessoas, das testemunhas.

Sophie podia sentir o coração batendo em sua garganta.

Ele estava com raiva. Ela podia sentir.

Todos por quem eles passavam saíram de seu caminho.

Os olhares os acompanhavam. Ela podia senti-los

perfurando suas costas.

Robert Valentine dominava todo o clube.

Momentos depois, ele empurrou-a dentro de uma sala

vazia. Pelo menos, ela esperava que estivesse vazia. O quarto

estava escuro com a única luz vinda das velas. Era pequeno,

mas aconchegante. Uma grande cama e um armário

ocupavam o espaço minúsculo. As paredes eram pintadas de



preto e os lençóis de seda eram de uma tonalidade profunda

de vermelho, a cor do sangue.

Engolindo seu medo, Sophie olhou para ele.

Seus olhos estavam sombrios, seu corpo tremendo de

raiva.

Instintivamente, ela deu um passo para trás.

Ele avançou, espelhando cada movimento seu.

— O que você está fazendo aqui? Cada palavra era

controlada enquanto ele falava.

Sophie preferia a raiva, o chicote de suas palavras. Este

seu lado a assustava mais do que qualquer outra coisa em

sua vida.

Ela desviou o olhar para o chão acarpetado preto. Todo

esse clube era tão clichê. Escuridão, perigo e sangue.

Esta era a primeira vez que Sophie havia entrado em

seu clube, mas agora o tempo era essencial. Quem estava

perseguindo Katie precisava ser detido.

— Eu vim dançar. Ela falou as palavras encarando o

tapete. Sua frequência cardíaca aumentou quando ele a



prendeu contra a parede. A cama a menos de um metro de

distância.

— Você permitiu que aqueles homens a tocassem. Ele

cuspiu as palavras. — Homens humanos.

— Eu sou um ser humano Robert.

Seu punho acertou a parede ao lado de sua cabeça

fazendo-a saltar e gritar ao mesmo tempo.

Ele não iria machucá-la. Ela sabia que ele não a

machucaria. Ela não conseguia explicar como, mas era um

instinto natural.

— Você é minha humana. Minha. — Ele resmungou as

palavras, momentos antes dele descer a boca sobre a dela

tomando seus lábios em um beijo.

O movimento foi inesperado. Sophie ficou ali, os lábios

dele duros contra os dela. Seus dentes tinham se prolongado

com sua raiva e eles estavam roçando-a. No entanto,

respondeu ao seu beijo, movendo as mãos para mantê-lo

próximo a ela.

Ela gritou quando provou seu sangue em seus lábios,

mas Robert se afastou rapidamente. Momentos depois, sua

cabeça foi inclinada para o lado, expondo seu pescoço. Sophie



gritou novamente quando ele mordeu seu delicado pescoço. O

sangue corria dela. Ela não podia acreditar que ele a mordia,

que se alimentava dela. Três anos e ele agora tomava dela

sem pedir. Ela não pôde evitar sentir uma onda de euforia,

apesar do quão louco era. Ela sabia que devia sentir raiva.

Ele empurrou a parte inferior do seu corpo contra ela

enquanto a bebia. Ela podia sentir sua marca quente. Sophie

de repente se sentiu tão cansada. O sangue era drenado dela.

Ela não podia se mover, não podia fazer nada além de

submeter-se a ele.

Seus últimos pensamentos foram Katie.

Não importa o que aconteça, ela precisava manter Katie

em segurança.

Katie afastou a cortina.

Sim, o carro ainda estava parado no mesmo lugar,

como tinha estado há uma hora. Do lado de fora de sua casa.

O carro tinha janelas escuras. Ninguém podia enxergar o seu

interior, somente os observadores de dentro poderiam olhar o

exterior. Ir para o trabalho estava começando a aterrorizá-la.



Em todos os lugares que olhava, tinha a certeza de que as

pessoas a seguiam. As vozes que ouvia ordenando que ela

voltasse para casa igualmente a assustavam.

— Vamos Sophie, atenda — Katie murmurou em seu

telefone celular um segundo antes que fosse para o correio de

voz novamente. Gemendo com frustração, recolocou a cortina

no lugar com cuidado para não alertar a pessoa no carro que

ela o observava. Ela jogou seu telefone em uma cadeira. Katie

andava de lado para o outro pelo tapete desgastado que seus

pais tinham comprado anos atrás de sua sala de estar.

Sophie deveria atender.

Ela pegou o telefone mais uma vez e apertou o botão de

rediscagem esperando alguma resposta.

Ela não devia ter permitido que Sophie saísse. Ela

estava em uma missão suicida. Apenas estúpidos e loucos

iam para a cama com os vampiros.

— Bem, eu sou a louca. Ela murmurou para si mesma.

A curiosidade fez com que olhasse novamente para fora

da janela. O carro ainda estava lá. Amaldiçoando, Katie se

afastou da janela. Ela verificou as fechaduras de todas as

portas e colocou a música no volume máximo. Em seguida,



buscou um mapa e o colar que Sophie tinha esquecido a

última vez que passou a noite ali.

Era perigoso e geralmente não funcionava, mas valia a

pena tentar. O mapa permitiria que ela visse Beyer West em

toda a sua extensão e o objeto pertencente a Sophie faria a

conexão com ela. O medalhão que ela agora usava era o que

tinha dado a Sophie em seu aniversário de doze anos e era

contraditório que ela houvesse o tirado... a menos que não

quisesse ser encontrada.

Xingando, Katie se afastou do mapa e segurou o

medalhão. Se Sophie não queria ser encontrada, isso

significava que ela estava tramando algo que ela não queria

que Katie soubesse.

Ela ficou indecisa.

Desistindo, Katie voltou para o mapa.

Ela precisava encontrá-la.

O sangue era forçado em sua garganta. Finalmente, o

gosto que ela tinha ansiado todas as manhãs e noites.



Sophie gemeu em êxtase quando ela tomou o delicioso

alimento.

Ela abriu os olhos e começou a avaliar ao seu arredor.

Ela tinha estado com Robert no quarto preto com os

lençóis vermelho sangue. Este quarto era em nada parecido

com aquele que ela se lembrava.

Ela se afastou tentando escapar. Qualquer coisa que

tinha este gosto tão bom, geralmente era muito ruim para ela.

— Acalme-se. Você está em meus aposentos

privativos — ele a acalmou, afastando os fios de cabelo de sua

testa suada. — Você precisa se alimentar.

Ele ofereceu-lhe o pulso novamente.

Do corte pingava seu sangue tentador. Por dias, ela

sonhou em estar com ele e, por mais que estivesse ali por

Katie, também o estava por si mesma. Ela faria qualquer

coisa para cessar os sonhos intermináveis e a sensação de

mal-estar que se desenvolveu na boca do seu estômago.

Lambendo os lábios, ela olhou de volta para seus olhos

negros enquanto ele oferecia-lhe o pulso.

Beba ou você vai morrer.



Sophie olhou ao redor, mas a voz não tinha vindo de

qualquer parte, mas de sua cabeça. O enjoo em seu estômago

a obrigou a colocar uma mão sobre a boca.

— Você tem que beber Sophie. Disse ele.

Não vislumbrando nenhuma outra escolha perante ela,

Sophie o alcançou.

Mantendo o olhar nele, ela tomou seu pulso e começou

a tirar o sustento que precisava depois de tanto tempo sem

ele.

Seu perfume a cercava. Ela podia sentir o seu sangue

dentro do corpo dele, assim como o dela estava em seu

interior.

Sophie tomou tanto quanto seu estômago conseguia,

em seguida, se afastou dele. Afinal de contas, ela ainda era

humana. Uma vez que a necessidade tinha sido suprida, o

sangue tinha apenas gosto de sangue.

Mas ela podia sentir a mudança em seu interior. O

poder e a força começavam a voltar. Os últimos três anos

tinham sido uma luta. A cada mês que passava, Sophie sabia

que estava ficando mais fraca. A menos que se alimentasse a

cada poucas horas, ela desmaiava e não se lembrava de nada



que acontecera nos dias anteriores. Katie tinha a ajudado a

resolver o mistério de seu súbito cansaço. Ela estava aqui não

somente por Katie, mas também por ela.

Parece que parte do vínculo com um vampiro requeria

um fornecimento constante de seu sangue. Com o passar dos

anos, a menos que ela comesse constantemente, seu corpo

começaria a drenar sua energia e iria ficar amarrada a cama

por semanas. Ela não sabia por que não tinha procurado a

Robert, seu companheiro, antes. Durante alguns meses, ela

imaginou que algo devia estar errado com o laço de sangue.

Nunca antes tinha ouvido falar de casais ligados que

encaravam tamanha fadiga ou enjoo, como ela tinha sentido.

Mas os demais casais permaneciam juntos e se

alimentavam mutuamente. A única coisa que faltava, em seu

caso, era o sangue.

Robert apertou um pano úmido em sua testa.

— Você está doente.

Sophie não podia discutir com ele e não tinha forças

para impedi-lo de se preocupar com ela.

Já podia sentir o calor de boas-vindas do seu sangue

dentro de seu corpo.



— Eu me sinto melhor.

Ele assentiu com a cabeça.

Ela olhou para ele. Realmente o encarou.

Ele não era bonito, mas era sexy. Confiança e poder

emanavam dele. Só de olhar para suas características faciais,

você saberia que era alguém de extrema importância. Ele

tinha um bronzeado, deixando-a saber que ele não ficava

restrito a vida noturna só porque ele era um vampiro. Seus

olhos negros brilhavam. Seus olhos eram o que tinha de mais

assustador, seguiam-na onde quer que fosse. Os olhos de um

predador. Ele era forte, seu corpo musculoso. Mesmo se não

fosse um vampiro, ainda seria um homem forte. Como de

costume, isso estava escrito em seus olhos.

Nenhuma pessoa viva tinha olhos tão pretos.

— Por que eu me sinto tão fraca? Perguntou ela.

Ele parou e olhou para ela.

Sophie não tinha escolha. Ela precisava de todas as

respostas.

— Você não sabe?



Ela balançou a cabeça.

— Eu pensei que me beneficiaria desta ligação. Ela

disse petulante, mais para si mesma.

— Nenhum de seus amigos estão mortos, estão?

— Bem, não...

— Seja grata, Sophie. A maioria dos amigos tiraria

proveito do laço sanguíneo. Parece que você e Katie são muito

tranquilas.

Ele torceu o pano e limpou o sangue de seu pescoço.

Estendendo a mão, ela pressionou os dedos contra as marcas

de mordida.

— Elas estão curadas, mas você ficará com as marcas

por algum tempo.

Sophie assentiu. Não havia muito que pudesse fazer a

respeito disso. Ela tinha, apenas, que cobrir as feridas. Ela

podia ser uma companheira ligada pelo sangue, mas não

precisava anunciar o fato.

Vampiros podiam ser considerados cidadãos naquele

país, mas ainda havia grupos de humanos que tentavam , a

todo custo, encontrar novas formas de matá-los. De acabar



com eles. Pessoas como ela, que se davam a vampiros, eram

consideradas um pedaço de carne, a base da cadeia

alimentar.

E embora eles não lhes gostassem, esses grupos

compreendiam a ligação entre o vampiro e o humano ao qual

eram vinculados. Eles sabiam que torturando ao ser humano,

forçariam os vampiros a saírem do seu esconderijo. Eles

sabiam que, matando o seu companheiro ligado por sangue,

poderiam enfraquecer o vampiro e, nesses momentos, eles o

atingiam.

Os vampiros podiam sobreviver após o rompimento do

vínculo de sangue, embora o ser humano não o poderia.

Porém, no momento que o ser humano fosse morto, a parte

que lhes conectava seria arrancada de seus corpos, os

atordoando e enfraquecendo. Até que seu corpo tivesse se

adaptado, para seguir em frente.

Infelizmente para ela, se Robert morresse seu corpo

nunca seria forte o suficiente para sobreviver ao rompimento

da ligação. Ela morreria em poucos minutos. O bom é que

precisaria de muito mais força para matar um vampiro

poderoso do que para matar um ser humano.

Sophie não tinha planos de morrer em um futuro

próximo.



— Por que ainda estou fraca após me alimentar de

você? Perguntou Sophie.

— Você sabe sobre a falta de sangue?, Perguntou.

— Meio difícil de perder aquele memorando.

Ele balançou a cabeça com entendimento.

— Você vai começar a enfraquecer quando meu sangue

deixar o seu corpo. Já se passaram três anos desde a última

vez que se alimentou de mim e você, Sophie, precisa aprender

a aceitar-me novamente. Vai levar um pouco de tempo antes

que você volte a se sentir normal. — Robert limpou as mãos

na toalha.

— O que você quer dizer? Eu pensei que estaria forte o

suficiente depois do vínculo e um pouco de sangue. Sophie

adotou uma postura chateada.

Ele suspirou, balançando a cabeça.

— É por isso que as pessoas não devem se envolver a

menos que saibam o que estão oferecendo.

— O Quê? O que está acontecendo, Robert?

— O vínculo de sangue funciona. Você pode me sentir?



Sophie assentiu.

— Bem, a ligação funciona dando proteção através do

sangue. Por ter bebido seu sangue, eu sabia com quem você

se preocupava e como protegê-los. Da mesma forma, você

deve sentir-se mais forte e saudável e o processo de

envelhecimento deve desacelerar e, eventualmente, parar,

mas apenas com um fornecimento constante de meu sangue.

— Eu não entendo. Estou ficando cada vez mais fraca.

Sophie reclamou.

Sophie ouviu-o rosnar, então Robert olhou para ela.

— Isso é porque a ligação nunca foi concluída. Além

disso, você não ficou por perto tempo suficiente para se

alimentar regularmente de mim.

A mente de Sophie parou de funcionar, o coração

disparando.

— O que quer dizer com a ligação nunca foi concluída?

Você bebeu meu sangue até que eu estava praticamente

morta. Eu lembro. Então, eu bebi seu sangue.

Ele pressionou o dedo contra seus lábios, cessando

toda a conversa.



— Esse foi o início do processo. Para completar o

vínculo sanguíneo, você tem que se entregar a mim

voluntariamente.

— Mas eu fiz tudo isso.

— Não. Você tem que me dar tudo de si mesma. Há

uma razão para a companheira de laço sanguíneo ser uma

virgem. Eu devo ser o primeiro e único.

Sophie não conseguia parar os olhos de se arregalarem.

— Você quer dizer que eu tenho ... Não, eu quero

dizer...

— Temos de ter relações sexuais. O sexo, juntamente

com a drenagem de sangue, faz a ligação. Você precisaria

ficar comigo.

— Ficar com você?

— É por isso que você foi enfraquecendo. Você

precisará do meu sangue e eu, do seu, para mantermos o

vínculo forte. Sempre.

A boca de Sophie abriu em estado de choque.



— Mas, mas...

— Você achava que sabia todos os nossos segredos?

Sophie observou-o se levantar de sua cadeira.

— Precisamos fazer sexo?

— Eu dei-lhe mais de três anos para que aceitasse isso.


— Não quanto ao sexo.

— Você veio até nós como se você soubesse no que

estava se metendo. Eu tenho mantido a minha parte do

acordo e continuarei a fazê-lo. No entanto, se não tomar o

meu sangue ou alimentar o vínculo, você ficará cada vez mais

fraca. Eu não quero assustá-la com todos os detalhes, mas

deixe-me dizer que não vai ser bonito, disse Robert,

confirmando a dura realidade de sua situação.

Sophie correu os dedos pelos cabelos.

— O que acontece se eu não concordar? E não maquie

os fatos. Como você disse, eu vim até você pensando que

sabia no que estava me metendo. Eu, obviamente, não sabia



de tudo e, agora, eu gostaria de saber. Ela podia sentir sua

energia voltando.

— Nesses últimos três anos você foi enfraquecendo.

Bem, ao longo do tempo, você ficaria ainda mais debilitada.

Você não será capaz de sair da cama de manhã. Tarefas

simples se tornarão impossíveis. Até que, eventualmente,

você estará muito fraca para viver. Você vai entrar em coma e

morrer.

Sophie engasgou. Katie não podia saber disso.

— Eu poderia usar seu banheiro? Sua voz saiu

esganiçada. Tentou controlar o fluxo de lágrimas que

pareciam tão perto da superfície. Ela retirou o cobertor,

sentindo um tremor em seu corpo.

Para sobreviver, ela teria que passar o resto da vida

com aquele vampiro.

— O banheiro é por ali. Ele apontou para a segunda

porta.

Ela assentiu com a cabeça, movendo-se lentamente.

— Há toalhas de banho limpas.

Sophie assentiu novamente.



Ela fechou a porta e foi imediatamente para o chuveiro,

ligando-o em potência máxima. Em seguida, foi até as

torneiras da pia e também as abriu no limite. Ela trancou a

porta e tirou seu celular.

Dezessete chamadas não atendidas. O que Katie

poderia querer agora? Este plano todo não estava saindo do

jeito que tinha, originalmente, planejado e Sophie estava

começando a pensar que ia voltar-se contra elas. Sophie

respirou fundo para tentar manter seus nervos sob controle.

Katie não seria capaz de contar com seu apoio se a perdesse.

Ela apertou a discagem direta para o número de Katie.

— Graças a Deus. Onde você esteve? — Sophie podia

ouvir o medo e pânico na voz de sua melhor amiga.

— Sinto muito. Eu estava tentando chamar a atenção

dele.

— Alguém está aqui, Sophie. Katie disparou. — O

mesmo carro está aqui e tem estado toda a semana. Desde

que você saiu.

— Oh, Deus. Pressionando a palma da mão na testa,

Sophie tentou controlar o medo. — Você tem certeza?



— Toda vez que eu acordo, o mesmo carro está lá. Fui

trabalhar e lá estava ele, fora da biblioteca. Estou

enlouquecendo, Soph. — Katie explodiu em lágrimas. —

Talvez você devesse apenas dizer-lhes a verdade ou, pelo

menos, eu pudesse me entregar. Se nós cooperarmos, talvez

eles não me matem.

— Katie, acalme-se. Vou consertar isso. — Ela deu um

passo mais perto do chuveiro, na esperança de que Robert

não fosse capaz de escuta-la sobre o barulho de água. —

Temos trabalhado muito duro para desistir agora e eu me

recuso a permitir que alguma coisa aconteça a você. Você é

minha melhor amiga.

— Como você poderia consertar isso? Meus pais me

disseram para ter cuidado. Nunca ficar em um lugar por

muito tempo. Eu deveria ter me mudado quando mais jovem.

Eu deveria ter vendido a casa dos meus pais e apenas

partido. Katie estava em pânico e quando ela estava

assustada falava sem tomar fôlego.

Sophie não podia permitir que ela surtasse. Ela podia

ouvir o som das gavetas sendo abertas. Katie estava fazendo

as malas. Sophie amaldiçoou. Ela não tinha tempo para isso.

Entre descobrir que o vínculo sanguíneo não estava completo

e Katie estar correndo mais perigo que nunca, ela estava

prestes a arrancar seu cabelo.



— Katie. Fique aí. Eu disse que resolveria isso e é o que

farei. — Ela fechou o telefone, não lhe dando tempo para

discutir. Ela rezou para que Katie a ouvisse e esperasse.

Sophie olhou para seu reflexo no espelho.

Uma mulher pálida e assustada a encarou de volta,

confusa e cansada. Era o sangue dele começando a se

desgastar?

As perfurações, vermelhas e doloridas, se destacavam

na palidez de seu pescoço. Ela as tocou com a ponta do dedo

e se encolheu ante o contato.

Katie brilhou novamente em sua mente novamente.

Tudo isso era por ela.

Ela desabotoou a top e tirou a saia, em seguida entrou

no chuveiro. Ela queria lavar o suor e a sujeira da casa

noturna, assim como o sangue e a dor que tinha

experimentado com Robert.

Qual era o objetivo de salvar sua virgindade se ela

poderia, em vez disso, salvar sua amiga? Se ela não se

entregasse a Robert, iria morrer de qualquer maneira. Ela iria

apenas entregar-se e pensar em Katie.

Sua virgindade deveria ser a última de suas

preocupações, mas ao longo dos anos, tornou-se a única



coisa que podia controlar. Ninguém podia dizer a ela quando

cedê-la.

Apesar disso, Sophie queria que Robert fosse seu

primeiro. Ele seria suficientemente experiente em agradar

uma mulher, anos como um vampiro devem tê-lo ensinado

alguma coisa.

Pelo menos, ela assim o esperava.

Decidida, Sophie saiu do chuveiro.

Ela se entregaria a ele esta noite.



— De que maneira?

— Além do constante movimento da cortina, eu tenho a

sensação de que algo está prestes a acontecer.

— Você duvidava que algo aconteceria quando

conversamos no início da noite.

— Culpe minha bunda entediada. Há pessoas

rondando a casa. Parando e a encarando. — Ele ouviu

William colocando o telefone de uma orelha a outra. — Ela

pode ser humana, mas não é uma humana normal. Mesmo

que pareça estar prestes a cair morta de tédio.

— O que você extrai dessas pessoas rondando?

Perguntou Robert.

— O Mal.

Ele apertou ainda mais o celular. Se Katie estava em

perigo, o que Sophie tinha a ver com isso? E o que escondia

dele?

— O que você acha que é?

— Eu não quero falar pelo telefone, porque você sabe

como é a audição animal.



Robert compreendeu imediatamente.

— Pegue a menina e saia. A situação vai ficar feia.

Robert começava a sentir algo e ele não gostava disso.

— E quanto a você e sua companheira? Robert sabia ao

que seu irmão se referia. Se Sophie havia escondido

informações vitais, então ele não tinha escolha a não ser

puni-la. Se não o fizesse, então o Conselho o faria.

O pensamento era preocupante.

Ele finalmente conseguiu sua companheira ao seu lado

e sabia que poderia perdê-la novamente se a tratasse mal.

Por que a vida de um vampiro não podia ser mais simples?

— Eu vou lidar com as coisas por aqui. Você, tome

cuidado e pegue a garota. Vá para um lugar seguro no

campo. Eu não me importo, apenas vá. — Ele fechou o

celular e jogou-o sobre a cama. Então, ele ouviu o chuveiro

sendo desligado. Havia terminado a chamada no momento

exato. Robert não queria que Sophie soubesse do perigo que

ela e sua amiga corriam. Ele precisava manter sua raiva sob

controle. Se ao menos tivesse lhe dito a verdadeira natureza

da ameaça que os lobos representavam. Ele não podia alerta-

la sobre o que tinha descoberto. Por causa de sua vinculação,



ele já sabia o quão próxima ela era de Katia e contá-la sobre o

perigo que corria seria um enorme erro.

Ele não suportava a ideia de castigá-la. Seu estomago

se contorcia ante o pensamento dela sozinha ou com dor. Ele

precisava, não importava a que custo, protegê-la em todos os

momentos.

Ela era sua companheira sanguínea. Era sua razão de

viver e respirar ... figurativamente. Vampiros não podiam

realmente respirar, mas as bruxas, alguns anos atrás,

realizaram um feitiço para que os vampiros fossem capazes

de se aparentarem aos humanos. Assim na companhia de

seres humanos, eles pareciam estar respirando.

Robert ouvia enquanto ela se movimentava dentro do

banheiro, escovando os dentes e se enxugando. Se ele se

concentrasse, seria capaz de sentir o cheiro de sua

fragrância natural. A inocência de sua vida e de seu corpo.

Sophie cheirava como o paraíso. Ele lutaria para manter seus

hormônios em cheque se não se controlasse.

Ele ouviu a porta abrir e lá estava ela. Molhada e linda.

Seu cabelo loiro, agora mais escuro por causa do banho,

estava solto sobre um ombro, cobrindo a parte superior de

seu peito. Sua postura exalava confiante, mas seu rosto

entregava seu medo.



Sophie queria completar a cerimônia de acasalamento,

mas estava aterrorizada com a possibilidade.

— Será que a ideia de estar com um morto a enoja?

Perguntou. Se ele trouxesse seu medo à tona, seria capaz de

controlar a necessidade de ir até ela, ficar de joelhos e

implorar-lhe para mantê-lo por toda a eternidade.

Ela cruzou os braços sobre o peito. Finalmente, o fogo

que havia o atraído desde o princípio, estava chegando à

superfície para protegê-la.

— Você não está morto.

— Ah. Para algumas culturas, estou em uma situação

ainda pior do que de uma pessoa morta. Eu escolhi ser

assim, morto, mas não totalmente. Vivo, mas novamente, não

totalmente. Ele sentou-se na beirada da cama, de frente para

ela.

— Outros argumentam que você tem o melhor dos dois

mundos. Disse ela.

— Como seria isso?

— Você vive e também não pode morrer. Ela

respondeu.



— Eu nunca posso sair à luz do sol sem que tome

sangue humano, diga-se de passagem, o seu sangue

humano. Eu posso estar morto, mas ainda sou caçado

diariamente por aqueles que acreditam que sou a escória do

universo. — Ele viu como ela se encolhia. — De repente, ser

um vampiro não parece tão atraente, não é?

Sophie ficou em silêncio, mas ele podia sentir seu olhar

sobre ele. Ele manteve uma barreira, impedindo-o de ler seus

pensamentos.

— Você é mau? Perguntou ela finalmente.

— Não. Ele respondeu com sinceridade. Em sua mente,

ele não era de fato mau. Era um homem honrado e íntegro.

Ele não atacava, a menos que fosse forçado a isso. Por muitos

séculos, não tinha matado sequer uma pessoa drenando seu

sangue e atacou somente para proteger a si mesmo ou à sua

família.

Ela chegou um pouco mais perto da cama.

Ele observou e esperou, não querendo interferir,

deixando que ela ditasse o ritmo. Se dependesse dele, ambos

estariam nus e fodendo, mas Sophie era virgem e era sua

companheira. Ela merecia uma atenção especial quando ele

finalmente a tomasse pela primeira vez.



Robert sabia o que ela estava prestes a fazer e ele

deixou que fizesse. A toalha caiu. Ele não estava preparado

para a tensão imediata que sentiu em sua virilha. Ela era

espetacular. Ele tinha mais de 500 anos de idade e nunca

tinha visto uma mulher tão perfeita.

Ela ainda tinha a curva arredondada em sua barriga da

qual se lembrava desde a cerimônia. Sophie era única em

mais de um sentido. Em primeiro lugar, não se preocupava

em ter um corpo de modelo e se importava profundamente

com as pessoas que amava. Seu estômago o atraía. Ele já

podia imaginar-se mordiscando-o. Suas pernas eram curtas e

grossas, mas fortes. Ele podia ver os músculos definidos ao

longo de suas coxas. Seus seios eram cheios e atrevidos, seus

mamilos vermelhos estavam eretos em decorrência do frio ou

de seu desejo, eram bonitos. Um rubor cobria seus seios e

arrastavam até o pescoço. Seus olhos estavam arregalados,

sua boca ligeiramente aberta. Um convite tentador para

toma-la, beijá-la e mergulhar em seu interior. Sua pequena

língua saiu, lambendo os lábios que pareciam ficar mais

cheios a cada segundo.

Seu olhar varreu seu corpo até que encontrou seus

olhos expectantes.

— O que você quer de mim? Ele perguntou. Sua voz

tornando-se rouca pelo efeito que somente sua visão tinha

sobre o seu próprio corpo. Seu pênis, que esteve adormecido



por três anos quando nenhuma mulher podia despertá-lo do

jeito que Sophie era capaz, acordou com vida nova. Ele queria

estar dentro de sua companheira. A necessidade de comê-la

da mais primitiva das maneiras jazia sob a superfície de sua

pele. Vampiros podiam reagir por impulso. William permitia a

urgência fluir sobre ele, mas Robert tinha grande orgulho de

sempre se manter no controle. Ele não queria mais estar no

comando de suas emoções. O que aconteceria com ele e

Sophie se permitisse que seus instintos naturais

comandassem? Ele virou a cabeça para não olhar dentro de

seus olhos azuis. Qualquer coisa no mundo que ela lhe

pedisse, ele, de bom grado, o daria. Cortaria o seu próprio

coração que não mais batia e ela o teria em segundos.

— Eu quero que o nosso vínculo seja completo. Disse

ela.

Essa era a resposta que ele esperava, ela não sabia

como pedir de qualquer outra forma. Ele já sabia de sua

inocência.

Robert pegou suas mãos e puxou suavemente,

trazendo-a para mais perto dele. Ele podia sentir o cheiro de

sua excitação. Seu aroma luminoso invadia suas narinas. O

gosto amargo de seu medo era indesejável, mas ele sabia que

as virgens sempre temiam sua primeira vez.



Ele pôde sentir que ela tremia, mas permaneceu diante

dele. Sua coragem era honrosa.

Robert segurou suas mãos, sem se mover. Ele a olhou,

certificando-se de que ela mantivesse os olhos somente nele.

Ele, com o polegar, acariciou sua mão, tentando tranquilizá-

la.

Usando toda a sua força de vontade, ele abriu a

conexão entre eles. Seus olhos eram a chave. Ele a forçou a

observá-lo, a confiar nele. Segurar suas mãos mantinha sua

ligação e seus olhos lhes davam a chave até sua mente.

Ele odiava a si mesmo por fazer isso, mas o tempo era

essencial.

— O que você quer de mim? Mais uma vez, a imagem

de Katie apareceu sorridente diante de seus olhos enquanto

falava.

— Que finalize a ligação. Sua resposta veio em uma voz

monótona. Ela era forte. Ela lutava contra seu domínio sobre

ela. Suas palavras pareciam ensaiadas.

Nenhum ser humano podia ser tão forte. Ele procurou

em sua mente e encontrou o problema. Ele entrou pelo portão

bloqueando suas memórias e tesouros mais escondidos.



— O que você quer de mim?

As imagens invadiram sua mente e ele teve a sua

resposta.

Sophie estava andando na floresta com Katie.

— Andrew estava querendo tanto te convidar para sair.

Katie riu enquanto seguia Sophie.

— Eu não queria ser babada novamente. Quer dizer, o

cara beija com a boca aberta. — Sophie virou a árvore, rindo

e feliz.

— Pelo menos você tem caras convidando-a para sair.

Katie seguiu em frente.

Sophie parou de rir e imediatamente foi consolar a

amiga.

— Eles a convidariam para sair o tempo todo se você

não os encarasse e os assustasse com as suas histórias de

bruxa. Os meninos são estúpidos Katie. Um dia, alguém verá

o quão incrível você é, e nunca mais se livrará dele, mesmo se

você que queira. — Sophie beijou a amiga na bochecha,

ligando o braço ao de Katie enquanto caminhavam.



— Conhecendo a minha sorte, eu vou pegar alguém

que seja louco e não possa viver sem mim, Katie brincou,

sua voz crescendo sombria.

Robert podia sentir o quão triste Sophie se sentia por

sua amiga. Katie era diferente. Sophie sabia disso, assim

como o resto de seus colegas. Isso deixava Sophie louca.

Robert sentiu sua raiva e decepção. Se Sophie poderia aceita-

la com suas diferenças, por que ninguém mais podia? Havia

beleza em Katie e ela merecia ser amada. Robert sabia que a

ligação entre as duas amigas era como um forte laço de

irmandade.

Katie sorriu, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

— Você é uma grande amiga.

— Eu sei, Katie, — Sophie brincou e beijou-a na

bochecha novamente.

Elas se deram as mãos enquanto se moviam através da

floresta, sua conexão sólida.

Caminharam um pouco antes de um barulho assustá-

las. O que aconteceu em seguida as aterrorizou ainda mais.

Katie gritou, suas mãos se movendo rapidamente em direção

ao som. A árvore diretamente em sua frente explodiu diante

delas. Quando os pedaços da casca quebrada voaram, Katie



engasgou. Ficando em frente a Sophie, ela abriu os braços,

criando um escudo protetor que jogou toda a madeira

estilhaçada na direção oposta.

O único som na floresta era a respiração irregular das

duas meninas. Chocadas, assustadas ... espantadas com o

que acabara de acontecer.

Katie gritou, olhando para as mãos como se estivessem

pegando fogo e ela não soubesse como apagar.

Sophie se levantou e a confortou. Não sentia qualquer

medo, nada.

— Está tudo bem, querida, olhe para mim. Ela acalmou

a amiga.

Em seguida, ela assumiu o comando, protegendo Katie.

Tentando superar a confusão.

— Nós temos que sair daqui.

Que diabos tinha acontecido?

Sophie olhou uma última vez.

Sophie não tinha conscientemente notado, mas Robert

pôde ver o lobo que as observava. A cena mudou.



— Meus pais estão mortos, Sophie, mortos. Katie

parecia aterrorizada.

— Eu sei. Sophie aninhou-se ao seu lado na cama.

— Eles me mandaram um aviso.

— Que tipo de aviso? Sophie acariciou o cabelo de

Katie, consolando-a da melhor maneira possível.

— Disseram para esconder meus poderes, mantê-los

somente para mim. Que eles viriam atrás de mim.

— Quem viria até você?

— Eles não disseram! Apenas me alertaram para tomar

cuidado. Estou com medo, Soph.

Elas envolveram seus braços em torno uma da outra,

ambas tentando se confortarem, mas ambas sabendo que

suas vidas haviam mudado para sempre.

Robert permitiu que as imagens e os anos corressem.

Ele descobriu que tinha visto Sophie em torno dos dezessete

anos. Procurou suas memórias, odiando-se, mas sabendo que

era necessário para mantê-la segura. Ele fez um juramento



em seu vínculo de sangue para proteger a ambas, ela e sua

amiga. E ele garantiria que fosse mantido.

— Eu posso ir até o Conselho, Sophie argumentou.

— Conselho? Você quer dizer que o Conselho de

Vampiros? Você sabe o que eles fazem com pessoas como eu.

— Katie parou próxima à janela da casa velha de seus pais.

— Nós nem sequer sabemos o que você é Katie. Sophie

mudou de lugar para ficar ao lado da amiga. Ela colocou uma

mão reconfortante em seu ombro.

Katie deu de ombros, afastando-se.

Suspirando, Sophie disse:

— Eu irei ao Conselho e solicitarei um elo de sangue...

— Você realmente sabe o que implica um vínculo de

sangue? Katie gritou, sua voz repleta de raiva e medo. —

Você teria que realizar um ritual de troca de sangue Sophie!

Você pode morrer! Você sabe o quão poderosos são os

vampiros?

Katie cobriu os olhos, tentando conter as lágrimas.



Robert podia sentir através de Sophie, a carga de

emoções à qual Katie estava exposta. Era como se seus

poderes estivessem drenando-a. Consumindo-a até que não

houvesse mais nada.

— Você tem que se acalmar.

— Eu estou calma! — A lâmpada ao lado dela explodiu.

Sophie não moveu um músculo, quase como se ela

tivesse esperando por isso.

O passar dos anos deveria ter feito com que Katie

ganhasse o controle de seu poder. No entanto, parecia que

fizeram ela perder cada vez mais o controle sobre si mesma.

Katie caiu de joelhos. Seus soluços enchendo o ar,

ecoando nas paredes.

— Eu só quero ser normal.

Sophie ficou olhando-a.

— Eu irei até o Conselho. Sua voz não abria espaço

para discussão.

— Eles vão me matar.



— Faça alguma coisa para bloquear as minhas

memórias. Crie algo que signifique que meus pais tenham

que pedir ajuda ao conselho e eu seja o pagamento. —

Sophie aproximou-se dela e tomando-lhe pelo cotovelo,

puxou-a até o sofá.

— Eu não posso fazer isso com você.

Sophie agarrou o queixo de Katie.

— Olhe para mim. Você é minha melhor amiga e eu sei

que você faria o mesmo por mim. Faça uma mágica ou, seja o

que for que você faz, para manter minhas memórias

trancadas para que assim eu não possa falar delas e para que

meus pais precisem desta reunião, ou pelo menos acreditem

que precisam.

— O que acontece se eu fizer errado?

— Você não vai errar. Olhe para mim, Katie ... olhe

para mim. Eu confio em você.

Robert deixou as memórias de Sophie com todas as

respostas que precisava. Era por isso que o rosto de Katie

continuava aparecendo em frente a seus olhos sem nenhuma

explicação. Katie era uma bruxa em pleno desenvolvimento,

mas sem orientação, não era capaz de entender a magia que

possuía. Ela estava fora de controle.



Durante o processo, ele drenou de Sophie toda a sua

energia e pegou-a em seus braços. Gentilmente, ele deitou-a

nua sobre cama. Ele acariciou seu cabelo, afastando-o de seu

rosto.

Ela corria tanto perigo e ela sequer seria capaz de

compreender o que ele precisava que fazer. Seu estômago se

apertou ante o pensamento do que estava por vir, mas

primeiro, ele precisava cuidar dos negócios.

Se, pelo menos, os rumores dos vampiros sobre as

bruxas não tivessem sido espalhados. Os boatos eram a fonte

mais poderosa de propaganda. Diziam uma palavra e antes

que alguém soubesse o que estava acontecendo, as pessoas

estavam acreditando em histórias fantasmas.

Após a última caça às bruxas, o Conselho Vampiro se

reuniu e decidiu que, para sua própria proteção e das bruxas

restantes, seria melhor fazer que o mundo acreditasse que

eles estavam por trás das mortes.

Na época, parecia sensato assumir que os vampiros

estavam exterminando as criaturas, ao invés de colocar a

culpa nos seres humanos ou nos lobos. As bruxas eram

poderosas, mas os vampiros eram mortais, levariam as

poucas bruxas sobreviventes para o subterrâneo e as

protegeriam da verdadeira ameaça, os lobos. Exceto pelo fato



de que, como todos os rumores e histórias de fantasmas, o

tiro tinha saído pela culatra e nem uma única bruxa tinha

sido vista em séculos. Elas eram seres raros e poderosos.

Katie era certamente poderosa e mesmo dentro das memórias

de Sophie, Robert pôde sentir.

Ele olhou para sua companheira. Ele sentiu um aperto

em seu coração. Robert faria tudo por esta mulher. Ele só

esperava que ela confiasse nele o suficiente para deixar que

ele entrasse seu coração.



Capítulo Três

Katie gritou ao ouvir a batida na porta. A música alta

não foi o suficiente para abafar o som. Já haviam se passado

anos desde a última vez que ela tinha aberto a porta para um

estranho. A batida era dura e insistente. Ela hesitou no topo

das escadas. Há muito tempo ela não recebia visitas. Agora,

Sophie era a única que a visitava e ela tinha uma chave.

Ela olhou ansiosamente para o relógio. Eram nove e

meia. Talvez se ela ignorasse, quem quer que fosse iria

embora. Ela deu mais um passo, parando quando as batidas

retornaram e seu coração acelerado a congelou. Ela

pressionou a palma da mão contra o peito, rezando pela

calma e paz que precisava. Uma vez que as batidas cessaram,

sua frequência cardíaca diminuiu e ela deu um par de

passos.

As batidas recomeçaram, mas desta vez elas não

pararam, eram um ruído constante. Ela tapou os ouvidos

tentando manter a escuridão afastada. Katie estava com

medo, e quando o fazia, não podia controlar seus poderes.

Ela podia sentir a agitação do fogo no seu interior. O doentio

gosto de acre em sua boca. Seu corpo começou a suar e seu

corpo todo tremia.



Ela respirou fundo com as mãos cobrindo as orelhas,

mas era como se as batidas estivessem dentro de sua cabeça.

Ela não conseguia bloquear o som. E uma vez que havia

começado, ela devia esperar até que ele cessasse. Ele a

enlouquecia, completamente.

— Por favor, pare com isso — ela sussurrou.

Nada. A batida continuou. Ela se deixou cair nas

escadas com os olhos bem fechados, e apertou as mãos

trêmulas nas orelhas. Parecia que sua cabeça era esmagada

contra uma parede de tijolos.

Katie sentiu o calor, o medo, ela não estava no controle

de si mesma.

— Pare! — Gritou.

Silêncio.

— Abra a porta Katie. A voz soou do outro lado da

porta.

A princípio, ela não soube com certeza se era real o que

tinha ouvido.

— Abra a porta, Katie, — foi dito novamente.



— Quem é? Sua voz estava rouca de tanto gritar.

Katie pôde ouvir o movimento do outro lado da porta.

— Sophie Ford me mandou aqui.

Katie voou escadas abaixo, um sorriso de alívio

cobrindo seu rosto. Ela abriu a porta ... e gritou.

Isso não era humano. Ele estava parado, alto e

assustador, em sua porta. Uma sensação de raiva irradiava

dele. Ela foi fechar a porta, mas ele a impediu, sua força

bruta chocando-a. Ela tentou com todas as suas forças

empurrar a porta, mas ele a abriu completamente, entrou e

então, calmamente fechou enquanto a observava.

— Você não devia ser capaz de entrar aqui sem um

convite — acusou.

— Adivinha, docinho! Você não é humana. As regras

não se aplicam.

Ele a afastou de seu caminho e foi em direção à janela

onde ela passou a semana inteira contorcendo as cortinas.

— Eu acho que isso responde a uma das minhas

perguntas. Você não é normal.



— Quem diabos é você? Ela perguntou. Como aquele

estranho se atrevia a invadir sua casa como se fosse dele e a

dizer que ela não era normal?

— Pare com os guinchos. Sim, ali estão eles, um bando

completo. Ele se virou para olhar para ela. — Você deve ser

especial.

— O Quê? N — não. Você pegou a garota errada. Ela

gaguejou. — E eu sou humana.

Katie estava tremendo por dentro.

— Tente novamente docinho. Você não é. Você não é

um vampiro e você certamente não é um lobo, mas não há

nenhuma maneira no inferno de que você seja o que eu acho

que é docinho.

— Não me chame assim, — ela lhe disse.

— Tudo bem, o que você acha de boneca?

— Estou falando sério. Quem diabos é você?

Ele andou ao seu redor.

— Podemos lidar com as apresentações mais tarde,

querida. Em primeiro lugar, temos que tirá-la daqui. Eles



estão em vigia como um bando faminto e eu tenho a

impressão de que você está no menu. Vamos sair daqui caso

o menu seja restrito a uma fêmea não-humana, entendeu?

Seus pensamentos corriam em todas as direções. Nada

do que ele dizia fazia um pingo de sentido e ela estava

confusa.

— O Quê?

Em seguida ela ouviu um rosnado, momentos antes da

porta da frente se desintegrar enquanto um lobo gigante

atravessava sua varanda.

Ela gritou erguendo as mãos para se defender. O lobo

explodiu. Como em todas as vezes anteriores, quando ela

estava com medo ou com raiva, as coisas simplesmente

“poof ”.

— Ah, então você pode se defender quando está com

medo. É bom saber. O estranho comentou.

Ele parecia impressionado.

— Entrando! — Ele gritou.

Outro lobo entrou na casa.



Antes que ela pudesse tentar usar a sua magia, ele

atirou.

— Balas de prata são úteis, mas não mortais. Este

lugar tem uma saída nos fundos? — Perguntou ele.

Ela assentiu com a cabeça, abrindo o caminho.

Enquanto eles iam, ela ouviu vários tiros. Suas mãos

tremiam tanto que, quando chegou à porta, ela não conseguia

virar a chave. Ela jogou as mãos para cima e abriu a porta

explodindo-a. Foi a primeira vez que ela intencionou alguma

coisa e ela explodiu corretamente.

Seus poderes eram tão imprevisíveis. Era uma das

razões pela quais não queria que Sophie vivesse com ela em

tempo integral.

Eles correram para a escuridão. Ele agarrou seu

cotovelo, contornando pelo caminho de terra. Ela notou que

ele os levava ao redor da casa, de volta para a frente. Ele

bipou um carro, destravando aquele que ela reconheceu como

o que tinha estado perseguindo-a.

Ela parou.

— Entre, ele ordenou.



— Eu não vou entrar em um carro com você. Ok, ele

tinha acabado de salvar sua vida, mas a ideia era ridícula.

Ela não entraria em um carro com um vampiro.

— Olha, entre no carro comigo ou vá com o lobo

peludo. Sua escolha. Mas eu imagino que eles vão te levar

daqui com os dentes e não em um carro legal como o que eu

estou oferecendo. — Ele entrou no carro e esperou.

Ela olhou para sua casa e viu um dos lobos vindo em

sua direção. Frustrada, ela entrou com ele no carro e

avançaram para a noite.

Ela olhou para trás. O caminho parecia limpo. Katie

afundou-se no assento. Estranhamente, ela se sentia

confortável, o cheiro do couro substituindo qualquer medo

que poderia estar sentindo.

— Obrigada.

— Não foi nada. O estranho olhou no espelho retrovisor

e virou subitamente à direita. Ele parecia calmo e sereno.

— Qual é seu nome? Perguntou. Uma sensação de

segurança e paz tomou conta dela.

— William Valentine.



Katie engasgou.

— Tudo bem. Você e a companheira do meu irmão

estão com sérios problemas. Na verdade, pelo que eu acabei

de ver, você está na merda. Essa é a única maneira agradável

de dizer isso.

Katie permaneceu em silêncio.

— Só para você saber, manter em segredo o fato de que

você é uma bruxa foi uma ideia realmente estúpida — ele

zombou dela.

— Eu não sou uma bruxa e, além disso, eu pensei que

elas não existiam. Vocês, vampiros, acabaram com todas

elas.

Eles viraram à esquerda desta vez. Ela agarrou a porta

para evitar ser lançada por todo o carro.

— Em primeiro lugar, até 24 horas atrás,

acreditávamos que todas as bruxas estavam mortas há

gerações, incluindo suas linhagens. Eu acho que, depois de

vê-la lançando fogo e explodindo coisas com suas próprias

mãos, eu preciso repensar essa suposição. Você é a primeira

bruxa que conheço há muito tempo. E segundo, os vampiros

nunca mataram bruxas. Nós sempre trabalhamos juntos, em



sincronia. Foram os lobos e os humanos que mataram as

bruxas. Ele parou e estacionou o carro.

Katie empalideceu.

— Onde está o resto de sua família? E não minta, você

e sua amiga já estão na lista negra dos vampiros. Ele virou

para encará-la.

Ela notou, pela primeira vez, seus penetrantes olhos

verdes.

Que estranho. Ela estava em perigo, com sua vida em

risco, e tudo o que conseguia era reparar o quanto seu

salvador era bom. Muito estranho.

Considerando que de todo o seu corpo irradiava raiva e

irritação, seus olhos, ao contrário, eram amigáveis.

Ele não era bonito, mas tinha algo poderoso em sua

presença. Katie suspeitava que medisse mais de 1,85 de

altura.

— Minha família está morta.

— Pobrezinha. Isso explica a tentativa de captura de

hoje à noite. Eles vinham te observando. Uma bruxa é mais

fácil de ser capturada do que uma família inteira delas. —



Ele parecia estar falando para si mesmo, por isso Katie ficou

em silêncio.

Ela não queria mais de sua raiva naquela noite.

— Isso é um desastre. Ele suspirou e se virou para

olhar pelo para-brisa. Ele ligou novamente o carro.

— Por que você não quer me matar?

— Como eu disse, você é a primeira bruxa que eu

encontro depois de muito tempo. Nossa espécie não mata a

sua.

— Mas e os rumores, as lendas...

— Tudo inventado. Desde que os vampiros e as bruxas

se conheceram, trabalham juntos. Temos um vínculo. Nós

sempre pensamos que soava poético, os mortos vivos e os

espíritos mágicos trabalhando juntos. — Ele dirigiu

lentamente ao longo de uma estrada afastada.

— Para onde vamos? — Ela perguntou.

— Para a minha casa. Ela será segura até que eu

consiga falar com meu irmão. Ele disse a ela.



Katie relaxou em seu assento. Ela preferia estar na

lista negra do Conselho do que enfrentar um bando de lobos

famintos.

— E quanto a Sophie?

— Meu irmão vai concluir o vínculo esta noite e, então,

lidaremos com o Conselho.

Katie acenou com a cabeça, não se importando que ele

pudesse vê-la. Se o Conselho decidir matá-la, Sophie, pelo

menos, estaria segura através do laço sanguíneo.

Ela o observava enquanto ele manobrava o carro pela

estrada e sorriu. Nenhum homem jamais a tinha levado para

um passeio antes.

— Não comece com esse olhar sonhador para o meu

lado, não sou o meu irmão — alertou.

Katie riu.

— Eu não quero nada de você. Eu estava pensando na

minha amiga e no vínculo.

— Acho que você é a causa de tudo isso.



— Não. Sophie teve a ideia e começou a coloca-la em

prática. Eu apenas fiz o que ela me mandou. Como eu tenho

certeza que você sabe, Sophie pode ser muito persuasiva

quando quer algo. Ela gosta dele, sabia? — Katie sentia-se

segura e feliz pela primeira vez em anos. William fazia com

que se sentisse dessa forma. Ela só queria conversar, como

qualquer menina de sua idade.

Ele virou a cabeça por uma fração de segundo.

— Quem?

— Sophie. Ela gosta de seu irmão Robert.

Ele riu.

— Eu acho que ele também gosta dela.

Eles compartilharam um sorriso.



Capítulo Quatro

Sophie estava sonhando. Estava deitada ao lado do rio,

passando a mão pela água cristalina. Ela podia ver os belos

peixes tropicais e as maravilhas da vida vegetal debaixo

d'água.

Ela queria ficar ali para sempre. Sua mente e seu corpo

estavam em paz.

— Você gosta daqui.

Sophie virou-se em direção à voz masculina que

interrompia seus pensamentos. Robert estava lá, todo de

branco, um contraste com suas feições sombrias.

Ela sorriu, feliz por vê-lo.

— É lindo.

Ele se juntou a ela, sentando-se atrás dela para que

pudesse descansar entre suas pernas. Segura e acolhida.

O sol brilhava. O lugar inteiro parecia feliz e sereno.



— Eu ficaria aqui para sempre se pudesse. Suspirou.

Ela rodou a água com a mão e observou as ondulações

causadas por seu movimento.

— Eu ficaria aqui com você. Sua mão se juntou à dela.

Juntos, eles giravam a água, criando maiores

ondulações na superfície. Sua mão bronzeada parecia enorme

ao redor da dela, mantendo-a segura das mordidas dos peixes

mais curiosos.

Uma nuvem escura entrava sorrateira em seu mundo.

Aqui ela podia sentir a batida do seu coração e, nunca

antes, havia se sentido tão segura.

— Onde fica esse lugar? Perguntou. Ela tentou

ignorar a escuridão da ameaçadora nuvem.

— Costumo vir aqui para pensar. Ele disse a ela.

— Porém, não podemos ficar aqui. — Ela sabia onde

estavam.

— Não, este lugar não é um mundo físico. É onde

venho quando estou descansando , explicou.

— De certa forma eu estou no seu mundo dos sonhos.



Ele sorriu para ela.

— Sim.

Ela olhou ao seu redor, capturando a beleza magnífica.

A luz do sol criava um calor agradável, mas não era quente o

suficiente para ser invasivo ou desconfortável. A leve brisa

era refrescante e relaxante. O lugar era tranquilo,

completamente o oposto do homem ao qual pertencia.

— Será que viremos aqui novamente? Esperava que

sim. Ela não tinha outras responsabilidades ali, era apenas

Sophie Ford, e era feliz. Ela, há muito tempo, não se sentia

feliz. — O que é a nuvem negra?

Ela parecia estar crescendo, ficando mais acirrada

enquanto se aproximava.

— Um lembrete dos problemas que temos de enfrentar

quando voltarmos.

— Quem mais pode vir aqui? Perguntou ela.

Ele sorriu.

— Você é a primeira e única pessoa autorizada aqui.



Sophie gostava disso. Aquele lugar era deles e somente

deles.

O silêncio que os consumiu a deixou tensa.

— Eu fiz algo errado, não é? Sophie não conseguia

afastar a sensação repentina de desespero. Alguma coisa

tinha mudado enquanto esteve ali e ela não sabia o quê.

— Nada que não possamos corrigir, garantiu ele.

As nuvens retumbaram.

— Nós temos que ir. Robert levantou-se e estendeu a

mão. Ela hesitou. — Confie em mim, Sophie. Eu prometo que

vou te proteger.

Sophie assentiu, colocando a mão na dele enquanto ele

a levantava.

Sophie se sobressaltou quando foi puxada para fora de

seu sonho. Robert estava sentado ao lado da cama,

segurando sua mão. Ela colocou a mão sobre o seu coração

acelerado para tentar se acalmar.

Ela lentamente olhou ao redor do cômodo. Os

problemas estavam de volta, as preocupações e uma dor de

cabeça apontava na parte de trás de seu crânio.



Ela gemeu.

— Você tem analgésicos?

— Onde dói? Ele perguntou, apoiando uma mão

reconfortante em seu ombro.

Ela pressionou a mão em sua cabeça, mostrando a ele.

— Tome uma bebida. Ele lhe expôs seu pulso, de onde

o sangue vazava de um pequeno corte acima de sua veia.

Ela negou com a cabeça, a visão do sangue revirando

seu estômago. Nada de sangue e sem mais vampiros, ela não

queria lidar com aquela porcaria nunca mais.

— Meu sangue vai curar a dor Sophie. Pare de ser

teimosa e beba. — Ele apertou o pulso em sua boca. O

sangue umedeceu seus lábios.

Ela podia cheirar seu sangue. O primeiro indício de

metal invadiu suas narinas... e depois tudo mudou. Passou a

sentir o cheiro de Robert. Seu estômago revirou, não pelo

desgosto, mas pelo desejo. Sophie gostava de seu sabor.

Ela lambeu o corte, bebendo seu sangue.



O sabor era puro céu. Suas mãos subiram para apertar

o pulso em sua boca. Ela o sentiu descer por sua garganta,

saboreando o gosto e a sensação dele dentro de seu corpo.

Sophie sentiu o brilho se propagando através dela, o

calor fazendo suas bochechas corarem. O sangue se

aglomerou em seus mamilos fazendo-os pulsar duros e

eretos. Entre suas coxas, em sua vagina, ela sentiu o pulsar

de seu clitóris enquanto ele ganhava vida, gritando seu

desejo.

A reação do seu corpo a assustou. Ela afastou a mão,

cobrindo a sua nudez com o lençol e criando um pouco de

distância entre eles.

— Você me deseja. Seu corpo está simplesmente

respondendo a isso. — Ele limpou o restante do sangue de

seu pulso. O corte já havia se fechado.

Ela precisava se lembrar de que ele era um vampiro.

Ele agia como um ser humano e, ao seu lado, se esquecia do

que realmente era.

— Isso é porque eu já fui humano.

Assustada, ela o encarou.

Tinha certeza de que não havia falado em voz alta.



Ou talvez tivesse. Ele nunca antes foi capaz de ler sua

mente, disso ela tinha certeza. E ela também não podia ler a

dele.

— Eu não vou te machucar, Sophie.

— Você é um vampiro. Você não machuca a todo

mundo? — Ela queria atingi-lo. Suas emoções estavam à flor

da pela. Ela se sentia traída, mas não tinha a menor ideia do

porquê.

Sophie se sentia nua e exposta. Ok, ela estava nua em

decorrência de sua patética tentativa de seduzi-lo, mas esse

não era o tipo de nudez à qual se referia.

Exposta, provavelmente era a melhor maneira de

descrevê-la. Ela coçou a cabeça, tentando descobrir o que

havia de errado com ela.

E foi então que se espantou ao perceber que a dor de

cabeça de antes havia sumido.

Ela olhou para ele, só para vê-lo sorrindo.

— Eu lhe disse que meu sangue era o melhor

analgésico.



Ela sorriu de volta. Não pôde resistir. Quando ele sorria

— o que não acontecia frequentemente — seu rosto se

iluminava. Transformava-o de bonito para extremamente

pecaminoso . Seu coração acelerou no peito.

Se ele usasse aquele sorriso com mais frequência, ela

estaria de joelhos implorando por sua atenção.

— Obrigada — disse ela.

Ele mudou de posição na cama até que ficou

diretamente de frente para ela levantando seu queixo com um

dedo. Ele olhou em seus olhos.

— Por você, faço qualquer coisa.

Sophie não conseguia desviar o olhar. A clareza

surpreendente de seus olhos aliviava a dor que martelava em

seu coração. A dor de cabeça havia sumido, mas seu corpo

traiçoeiro incitava outros problemas, abrindo-se e ganhando

vida sob seu olhar inquiridor.

Era como se o seu corpo ganhasse vida quando estava

ao redor dele. Nenhum outro homem ensejou nela

sentimentos tão conflitantes.



Sophie deixou de querer encobrir-se e esconder-se, e

passou a desejar que o lençol caísse e ela implorasse para lhe

fazer amor.

— Eu posso sentir seu cheiro. Ele sussurrou.

Sophie viu quando ele se levantou da cama e caminhou

pelo quarto. Era um cômodo pequeno para um homem tão

grande andar repetidamente.

Lá estava outra vez, ela pensando nele como um

homem em vez de um vampiro.

Quando registrou o que ele havia dito, Sophie não pode

parar o rubor que cobria os topos de seus seios de se

estender até suas bochechas. Ela inclinou a cabeça

envergonhada.

Ela o ouviu maldiçoar e momentos depois estava na

cama diante dela. Sophie o olhava através dos cílios

abaixados. Desta forma, ela podia observá-lo de forma

segura.

Robert estava sentado e a encarava. Ela podia sentir

seu olhar ardente sobre o topo de seus seios onde apareciam

por baixo do lençol.



Seus braços começaram a doer. O lençol, de repente,

ficou pesado e escorregou de suas mãos. Ela levantou o olhar

quando ouviu ele grunhir.

O ruído primitivo e quente ecoou pelo quarto. O lençol

tinha caído expondo seus seios fartos arredondados e sua

barriga trêmula para seus olhos.

Curiosa por saber o que ele achava, aceitou o risco e o

olhou. Seu olhar varria seu corpo. Absorvendo-a. Ele não se

moveu. Só a encarou.

Suas pupilas estavam dilatadas e ela observava como

seus olhos se moviam de um de seus seios ao outro. Eles

responderam da mesma forma, seus mamilos endurecendo a

ponto de estarem doloridos. O nó em seu estômago ainda

mais apertado que antes.

Sophie queria ... não, ela precisava, que ele fechasse o

pequeno espaço que os separava e a tocasse. Ela queria vê-lo

inclinar a cabeça, sem pedir sua permissão, e chupar com a

boca um de seus mamilos. Ela queria seu cabelo escuro

roçando sua pele nua. Queria ver a escuridão de seus cabelos

em contraste com sua palidez.

No interior de sua mente, ela implorava para que ele a

levasse.



Sophie fechou os olhos, incapaz de encará-lo enquanto

ela esperava.

Ela gritou quando sua boca úmida sugou seu mamilo.

Ela abriu os olhos. Essa visão diante dela era mais bonita e

poderosa do que qualquer coisa que pudesse ter imaginado.

Ele circulou a ponta dolorida com língua. Ela gemeu

enquanto levantava a mão para agarrar seu cabelo macio.

Suas pernas se abriram.

As mãos de Robert alcançaram seus ombros,

empurrando-os em direção à cama até que ela estivesse

deitada com a cabeça apoiada no travesseiro.

Ele se moveu sobre ela. Sua ereção sob o tecido da

calça empurrava contra sua pélvis coberta pelo lençol. Ela

gemeu quando sentiu o quanto ele estava afetado por ela.

Sua língua passou de um mamilo para o outro. Ela se

contorceu embaixo dele querendo mais contato. Ela se movia

com ele, esfregando seu corpo contra o dele, aproveitando o

delicioso atrito criado entre eles.

Robert a mordeu de repente, tirando sangue da lateral

de seu seio e ela gritou, se empurrando contra sua boca.

Enquanto os dentes dele perfuravam sua carne, ela segurou



sua cabeça, movendo os quadris mais rápidos contra o seu

membro. Ela arque-se com seu toque, balançando a cabeça

de um lado para o outro.

Robert se afastou para olha-la. Ela viu seu desejo, sua

luta para permanecer no controle. Ela inclinou a cabeça e

beijou-o. Ela podia sentir o gosto do seu próprio sangue, mas

não se importava. Ele precisava de seu sangue e ela estava

mais que feliz em cedê-lo.

Ele devolveu o beijo enfiando a língua em sua boca e

ela o aceitou da mesma forma que desejava receber seu pênis

entre suas pernas.

— Fique nu, por favor. Ela implorou, seus dedos

agarrando sua camisa, tentando arrancá-la de seu corpo. Sua

pele... ela ansiava por sentir sua pele pressionada contra a

dela.

Desde a ligação realizada há três anos, ela não foi

capaz de suportar outro homem próximo a ela, muito menos

tocando-a intimamente. O tempo que passou no clube refletia

seu desespero, uma tentativa de forçar Robert de volta em

sua vida. Katie e ela precisavam de proteção, mas mais do

que isso, ela precisava do vampiro que incitou esta fome

dentro dela. Dançar com o homem foi apenas um meio para

atingir um fim. Sophie o usou.



Ela não tinha nenhuma companhia além dos

pensamentos sobre dele, ondas de calor e fantasias que

duravam apenas um curto período de tempo, satisfazendo o

seu corpo, mas nunca sua mente.

Ela não conseguia pensar em seu coração. Ela não

podia se apaixonar por um vampiro. Ela não tinha a coragem

para isso.

Robert tirou a camisa e pressionou seu peito nu contra

ela. Seus gemidos se misturaram entre beijos ardentes.

Embora estivessem juntos, ainda não estava completo.

Ele ainda mantinha suas calças. Ela as queria fora dele. Ela

os queria nus. Ela moveu as mãos por suas costas afundando

as unhas quando uma onda de prazer rolou através dela.

Paixão a cegando e consumindo a ambos.

— Tire-as — ela pediu.

Robert a deixou por uma fração de segundo. Ela viu

quando ele soltou o cinto. Havia algo carnal em observá-lo

desfazer seu zíper. Seu corpo respondeu ao som. Sua vagina

apertou e seu clitóris pareceu pulsar quando uma nova onda

de desejo a assaltou. Ele não usava cueca. Sua respiração

parou quando ela os vislumbrou pela primeira vez. Ele era

lindo, seus músculos grandes e inchados. Ele era duas vezes



o tamanho dela, o que deveria tê-la aterrorizado, mas o seu

tamanho apenas a fazia se sentir segura e excitada. Seu olhar

baixou. Um caminho de pelos traçava caminho até sua ereção

latejante. Ela engoliu em seco. Sophie não tinha nada com o

que compará-lo, não houveram outros homens antes dele.

Mas ele era enorme, a cabeça de seu pau vermelha, umidade

vazando pela ponta.

Ela buscou seus olhos tentando descobrir o que ele

estava pensando.

Ele simplesmente esperava por sua resposta.

Sophie não sabia o que fazer. Por um lado, estava

aterrorizada com o que ela queria, o que seu corpo ansiava.

Por outro, estava, subitamente, desesperada para ser amada,

esquecer todos os seus problemas e derreter nos braços desse

homem.

Seu desejo de se sentir segura e amada era mais forte

que o seu medo.

Ela abriu os braços para recebê-lo novamente.

Ele voltou até ela, puxando a coberta fora do seu corpo

e jogando-a da cama. Ela estava aberta para ele, seus braços

abertos em convite, pronta para aceitá-lo.



Ele tomou-a em seus braços, passando um deles por

baixo de sua cabeça para fornecer-lhe um suporte. Não

importava que debaixo dela havia um travesseiro

perfeitamente localizado onde pudesse deitá-la. Robert queria

ser seu travesseiro, ter seu corpo deitado no dele. Sophie se

moveu para o lado para que pudesse abraçá-lo.

Ele entrelaçou seus dedos com os dela quando tomou

seus lábios em outro beijo.

Ela passou uma de suas pernas entre as dele enquanto

ele a segurava firme contra seu corpo.

Poderiam ter se passado horas enquanto eles estavam

ali, se beijando. Abraçados. Sophie não sabia como, mas

sentia como se estivesse aos poucos se apaixonando por ele.

Ela não conseguia descrever o sentimento. Ele não se

apressou para tomar seu corpo, não queria apenas a sua

virgindade. Em vez disso, a tocava, desvendando seu corpo e

permitindo que o dele, ela também conhecesse. Em

momentos como aquele, ela facilmente se esquecia de que ele

era um vampiro. Era apenas Robert.

— Você é tão bonita. Ele murmurou contra seus lábios.

Ela sorriu, amando o elogio.

— Obrigada. Ela não sabia mais o que dizer.



Beijou-a novamente para acalmá-la. Ele curvou a mão

sobre sua barriga. Tocou-lhe em todos os lugares.

— Você é tão pequena.

— Só frente a você, que é tão grande.

Ela arrastou beijos ao longo do seu pescoço.

Ele gemeu.

O toque do telefone os trouxe de volta à realidade.

Durante aquelas horas, era como se esquecessem do mundo

exterior.

— Eu preciso atender. Ele a beijou uma última vez, em

seguida, moveu-se para alcançar o telefone.

Sophie pegou as cobertas e puxou-as sobre o seu

corpo, sentindo, de repente, o ar frio.

Era uma má notícia, podia sentir.

Robert amaldiçoou quando viu o nome de William

aparecer na tela de seu telefone celular.



— O quê?, Ele rosnou. William tinha interrompido seu

tempo com Sophie.

— O Quê? Não use esse tom comigo, oh grande irmão

todo poderoso. Você não tem nem ideia dos problemas que eu

enfrentei hoje à noite e eu não estou nem um pouco feliz. —

William parou e Robert podia ouvi-lo engolindo uma bebida.

Ele supôs que seria o uísque mais forte que possuía.

— Qual é o problema?

— Problema? Qual seria ele? O fato da sua

companheira estar na merda frente ao Conselho por guardar

segredos, ou o fato dela estar escondendo uma bruxa da

primeira geração? — William parou, permitindo que a

revelação o penetrasse.

Robert ficou tenso.

— Como isso é possível?

— Katie, a amiguinha. Parece que Sophie tem

escondido uma das bruxas mais poderosas restantes no

mundo.

— Onde ela está?



— Desmaiada no meu sofá. A magia que ela usou esta

noite a drenou. Ela é inexperiente e foi deixada no mundo

sem qualquer preparação. Ela não tem controle sobre o que

faz.

— O que você viu? Robert virou as costas para

Sophie. Ela se sentou e tentou ouvir o que diziam na ligação.

Aquela era a realidade. O lugar onde estiveram

momentos antes era apenas ilusório.

— Bem, isso nos leva a outro problema. Robert ouviu

William servir-se de outra bebida. — Os lobos sabem de sua

existência e a atacaram esta noite. Seus poderes são fortes.

Ela explodiu um lobo.

Robert amaldiçoou. Ela era poderosa e descontrolada, o

que significava que era totalmente instável. O Conselho teria

que decidir entre mantê-la presa ou mata-la. Uma bruxa

instável era a pior coisa que podia existir.

Eles estavam completamente na merda.

— Ela quer ver Sophie, disse William.

— Você sabe que não posso permitir isso.



— Nós não podemos matá-la, Robert. Havia algo no

tom de William.

— Por quê?

— Ela é a solução para finalmente livrarmos o mundo

dos lobos.

Robert tinha dúvidas do que realmente se passava na

mente de seu irmão, mas, por hora, deixaria passar. Eles

precisavam tratar de coisas mais importantes.

— Você acha que o Conselho sabe disso? Robert

olhou por cima do ombro para ver Sophie tensa e esperando.

— Sim. Eu já recebi um telefonema perguntando sobre

o rumor de uma bruxa. Eu disse a eles que você os

atualizaria em breve. William tomou outro longo gole.

— Eu tenho de atender a esta ligação. Fique aqui.

Robert ordenou a Sophie. Ele a deixou assim que ela lhe deu

um leve aceno com o cabeça.

Ele foi até seu escritório, fechando a porta antes de se

sentar em sua mesa.



— Você sabe, depois do que você acabou de me dizer,

que eles vão matar Katie e punir a Sophie. Agora que sua voz

estava fora de seu alcance, podia falar sem rodeios.

— Sim. Você também sabe que há uma maneira de

contornar isso. William apontou.

— Isso não vai garan...

— Olha, nós dois sabemos que o Conselho não tomará

qualquer medida extrema se você e Sophie estiverem

totalmente ligados. Você a quer, caso contrário, não teria

concordado com isso. Katie é a primeira bruxa que vimos em

gerações...

— Mas a magia dela é imprevisível, Robert

interrompeu.

— Ela estava sozinha no mundo quando seus poderes

se concretizaram. Com treinamento e orientação, poderíamos

ajuda-la. William racionalizou.

— Você teria que concordar em ficar com ela William.

Ligar-se à Bruxa. Você não somente se abriria a outra bruxa,

como também estaria ligado a ela por toda a vida. Seria a

única maneira do Conselho aceitar. Companheiros totalmente

ligados, onde você teria exclusiva responsabilidade por ela.

Você conseguiria lidar com tal conexão depois da Emma? —



Na outra extremidade do telefone, Robert ao vidro se

quebrando. William tinha quebrado a garrafa.

— Emma não tem nada a ver com isso. Eu vou fazer,

mas não pense que eu quero de Katie algo além de ajuda-la

nessa guerra.

Robert não disse nada, mas ele conhecia William e os

demônios com os quais lutava há muito tempo.

— Consiga sua bruxa rapidamente. Eu vou resolver

isso. Você sabe que elas serão punidas, isso não posso evitar.

Robert o lembrou. Seu poder contra o Conselho era limitado.

— Mas você pode impedi-las de serem mortas.

— Tome cuidado, irmão.

— Feliz emparelhamento.

A ligação foi encerrada. Robert jogou o telefone contra a

parede, o pequeno dispositivo esmagado sob a força de sua

raiva.



Capítulo Cinco

Um armazém vazio em Beyer West

— Ela fugiu, senhor. O soldado se prostrou de joelhos,

pedindo perdão.

James, o líder e o mais poderoso de seu bando soltou

um rugido feroz e atacou, e o soldado diante dele não existia

mais. James foi brutal, as partes do soldado se espalharam

no chão ao seu redor, como se ele nunca tivesse existido.

— Eu queria a bruxa. Que parte desta declaração

vocês, vira-latas, não entenderam? — Sua voz correu ao

longo das fileiras de seu exército, um exército de homens e

mulheres, lobos de raça pura e mestiços, mestiços que,

apesar de originalmente serem humanos, haviam sido

transformados em lobos por meio de uma mordida feroz de

um lobo raça pura. A coisa com os mestiços era que, eles

eram mais fortes do que os humanos, mas mais fracos do que

qualquer imortal puro.

Um deles se atreveu a levantar a mão. James se

movimentou, sua velocidade e presença obviamente

assustando ao jovem que se atreveu a interrompê-lo

enquanto falava.



— O que você poderia, eventualmente, ter a me dizer

neste exato momento? Você falhou. Falhou comigo e falhou

em sua missão.

O jovem deixou escapar um gemido.

— Havia mais alguém lá meu líder.

James virou-se para a guarda fêmea que tinha falado.

Ele andou até ela e esticou a mão para apertar seu

pescoço. Ele tinha aprendido desde cedo a mostrar a esses

bastardos que não aceitava a fraqueza. Eles fariam o que lhes

mandava ou sofreriam, para sempre, as consequências.

Ela não vacilou, seu olhar se manteve e encarava-o

com respeito. Ele gostava disso, ele merecia respeito.

— O que você disse?

Sua raiva estava sob controle ... ligeiramente.

— Um vampiro estava lá, senhor. Ela cuspiu a palavra

'vampiro'.

Ele a soltou e olhou ao redor da sala.



— Será que alguém conseguiu ver quem era este

vampiro?

A sala ficou em silêncio por um momento.

— Era um dos Valentine, senhor.

Ele rosnou para o cômodo. 'Valentine' era uma palavra

repugnante entre os de sua espécie.

— Qual? Haviam quatro irmãos Valentine.

— William, senhor.

Eles conheciam toda a família, tinham arquivos

detalhados sobre cada um dos membros.

— Como eles sabiam sobre a bruxa?

— Não sabemos, senhor.

James zombou deles.

— Nenhum de vocês leu os relatórios? Há três anos, a

Senhorita Sophie Ford foi oferecida aos Valentine por seus

pais como pagamento em troca de proteção. — Ele circulou o

grupo, recitando a informação. — Até aquele momento, os

Ford eram uma família próspera e estabelecida. Durante a



noite, os seus milhões sumiram. Completamente inexplicável.

Os seres humanos acreditaram que tudo foi em decorrência

de más decisões empresariais e jogos de azar, mas o chefe da

família Ford nunca jogou em sua vida. Foi a Magia que

providenciou a situação.

Murmúrios eclodiram entre o grupo.

— O que você quer dizer? Um dos soldados gritou.

— O que eu quero dizer é que Katie, a bruxa que vocês

não conseguiram me trazer, lançou um feitiço que tirou da

família Ford todo o seu dinheiro. Era como uma recessão

global, mas para somente uma família. Em uma noite, tudo

desapareceu. Só que se você olhar atentamente a todos os

números, nada disso era possível. Eu não sei por que a bruxa

fez isso, mas eu aposto que tem algo a ver com a proteção

fornecida pelo laço sanguíneo dos Valentine, que

coincidentemente envolve sua melhor amiga.

James passou anos tentando entender o que, de

repente, tinha dado errado. Os Ford eram uma família

humana, mas uma poderosa. Uma que ele poderia ter usado

se não fosse pelos malditos Valentine e a interferência da

bruxa bastarda.

— A chave para entender por que William Valentine

estava próximo à bruxa, independente de sua história



pessoal, é que Sophie Ford é a companheira de laço de Robert

Valentine. Sophie se ofereceu como pagamento em troca da

proteção para a bruxa. Agora, essa bruxa está na companhia

de vampiros. Encontre-a e mate-a, ou traga-a para mim.

Ele deixou o armazém, seus guardas o acompanhando

de perto. Seus planos não funcionariam sem a bruxa. Todos

os lobos iriam responder a ele se não a capturassem em

breve. Os Valentine sempre arruinando seus planos. Ele não

podia esperar para ver o último deles morto. Virando-se,

olhou para a multidão de soldados prestes a sair.

— Ah, e se algum de vocês tiver a chance ... mate um

dos Valentine.



Capítulo Seis

Sophie ouviu um estrondo, segundos antes de Robert

reaparecer na porta.

Por sua expressão, ela podia dizer que ele estava

irritado. Ela engoliu o medo construindo em sua garganta.

— Qual é o problema? Ela murmurou.

Ele a encarou.

— Você tem alguma ideia dos problemas que você e sua

amiguinha causaram?

Ele começou novamente a caminhar pelo quarto.

Sophie ficou tensa. Ela não sabia o que fazer nessas

situações. A única coisa que pensava eram em proteger Katie.

Katie, ela ainda precisava que mantê-la em segurança, então,

ela sustentaria sua mentira.

— Eu não sei do que você está falando — disse ela,

antes que pudesse se conter.

Ele se virou, assustando-a. Ela se encolheu, afastando-

se dele, mas ele a alcançou.



— Não minta para mim.

Puxou-a para fora da cama, fazendo-a encará-lo de

forma que ele não estivesse sobrepondo-se a ela.

— Por que você não veio até a mim? Eu poderia ter

evitado tudo isso. Protegido você. Esse é meu trabalho.


— Katie é uma bruxa da primeira geração e você estava

escondendo-a de mim.

Sophie ficou pálida, sem saber o que fazer ou dizer.

— Ela foi atacada esta noite. William, meu irmão, a

salvou. Ela explodiu um lobo Sophie, um lobo. Você veio até o

Conselho em busca de proteção. Eu vi as suas memórias. Eu

entendo por que você fez isso. Eu entendo que você queria

proteger sua amiga. O que eu não entendo é por que você

escondeu de mim a razão pela qual ela precisava de proteção.

Por que você não me disse que ela era uma bruxa?

Sophie estava tremendo enquanto cada revelação vinha

à tona.

— Katie está bem? Perguntou ela.



— Katie está bem ... por enquanto.

— Eu não sabia que ela era uma bruxa. Nós sabíamos

que ela era diferente, mas não que era uma bruxa. Nós nos

perguntávamos, mas ... as bruxas não existem — Sophie

tentou explicar.

Robert amaldiçoou. Eram apenas duas garotas

apavoradas que não entendiam o que estava acontecendo, em

busca de alguma proteção.

— Eu terei que levá-la diante do Conselho...

Sophie balançou a cabeça.

— Eles vão matá-la.

— Há uma solução. Isso chamou sua atenção. — Vocês

duas serão punidas, mas eu posso impedi-los de matar

qualquer uma de vocês.

— Eu estou ouvindo.

— Nós completaremos a ligação. Uma vez que a ligação

estiver concluída, você será minha companheira e, pelas leis

estabelecidas, continuarei protegendo você e Katie.



— Completamos o vínculo ... Isso significa que faremos

sexo.

— Nós conectamos um com o outro e partilhamos

sangue. Robert colocou uma mecha de cabelo atrás de sua

orelha. — É a única forma, confie em mim.

Sophie assentiu.

— Quando devemos finalizar o ritual ... Quero dizer, a

ligação?

— Hoje à noite.

Katie acordou chorando, abrindo seus braços para

afastar o medo. A mesa de café explodiu. Com o barulho, ela

gritou assustada. Em seguida foi o sofá. Era por isso que, em

sua pequena casa, ela só mantinha poucos móveis.

— Hei, hei. Esse material é vintage. — William prendeu

suas mãos com as dele.



Ela gritou novamente. Ela não sabia onde estava e

começava a entrar em pânico.

O relógio explodiu.

— Merda.

William a beijou. Katie estava tão despreparada para o

beijo que derreteu sob o ataque. Seus lábios firmes

pressionaram sobre os dela. Katie não sabia se seus lábios

eram suaves, mas deu boas vindas à pressão gentil de sua

boca.

Este era o seu primeiro beijo. Ela não sabia se havia

gostado. Ela não estava preparada e, no momento que estava

pronta para lidar com isso, ele havia se afastado. Katie queria

estender a mão e pedir-lhe para beijá-la mais uma vez.

Ela queria saber se gostava de beijar ou se, apenas,

queria ser beijada. Mas, da forma como aparentava e pelo

jeito que falava, William Valentine não era um homem do

qual se devesse implorar atenção.

— A melhor maneira de lidar com uma bruxa é

confundindo-a com beijos. O vampiro a sua frente sorriu-lhe

insolentemente.



Envergonhada por sua reação, ela o atacou, mas ele

capturou seus punhos em suas mãos. Ela adoraria ver como

ele reagiria se o explodisse.

— Seja cuidadosa. Eu também mordo — alertou,

mostrando suas presas.

Katie não se sentiu repelida pelos dentes pontiagudos,

pelo contrário, estava intrigada com eles. Será que era por ser

uma bruxa e, de certa forma, entender suas diferenças? Não

importava.

Katie se afastou dele.

— Monstro nojento.

— Bruxa incontrolável. Ele respondeu.

Katie não pôde se conter. Ela atacou novamente, mas

ele era forte e muito rápido. Esquivou-se dos seus socos e,

então, agarrou seus punhos parando completamente o

ataque. Era uma batalha de vontades. Katie nunca lutou

contra alguém que fosse tão forte quanto ela. Na verdade, a

única coisa que conseguiu destruir em toda a sua vida foi o

relógio estranho e o sofá vintage.

— Tudo bem, você é esquentadinha.



Irritada com sua incapacidade de feri-lo, ela se afastou

e foi em direção à cozinha. Afastar-se dele era a única forma

de dissipar a crescente tensão que sentia.

— Oh não, você não. Ele a impediu quando ela tentou

pegar a jarra de café.

— O que eu fiz agora?

— Além de virar a minha vida de cabeça para baixo?

Até você conseguir o mínimo de controle nessas suas mãos,

fique longe da jarra de café. — Ele a afastou de seu caminho

e começou a fazer um pote de café. Em pouco momento, o

rico aroma preencheu a casa, acalmando seus nervos.

Katie sentou-se à mesa e assistiu enquanto ele se

movia em torno da cozinha. Ele encheu duas canecas com

café.

— Creme e açúcar?, Perguntou.

Ela assentiu com a cabeça. Ele, então, entregou-lhe

uma xícara fumegante. Como estava quente demais para que

bebesse, ela a equilibrou entre os dedos dormentes.

— Eu pensei que os vampiros só bebiam sangue, disse

ela para preencher o silêncio.



— Eu pensei que os seres humanos eram agradáveis.

Me enganei. — Ele parecia ter uma réplica espirituosa para

tudo. Ele não parecia incomodado pelo calor e bebeu,

imediatamente, um pouco da bebida fumegante.

— Desculpe. Eu só estava tentando puxar assunto. —

Ela baixou o olhar para seu café.

Ela o ouviu suspirar.

— Beber sangue nos mantém fortes, mas não

precisamos dele todos os dias. Depende de quão forte é a

pessoa que nos alimenta e a conexão que temos com essa

pessoa. É um assunto complexo e não sinto vontade de falar

sobre isso. — Ele tomou um gole de café.

— Eu sou humana? Ela perguntou.

Ele permaneceu em silêncio até que ela olhou para

cima.

— Bem, eu sou? Ela perguntou novamente.

— Não há uma resposta simples como sim ou não. Ele

finalmente disse.

Katie franziu a testa.



— Como pode não haver uma resposta simples?

— Bruxas, como vampiros e lobisomens, existiam

mesmo antes dos seres humanos. A Bruxaria é diferente,

dependendo do clã, da pessoa e da família. A magia não é

simples. Eu sou um vampiro, o que é bastante simples, eu

mato coisas. Bruxas amam ser complexas. Na verdade, eu

acho nunca conheci uma bruxa que não fosse um pé no saco.

Katie tomou um gole de café, tentando absorver o que

ele tinha dito, ignorando os insultos.

— Eu ainda não sei o que você quer dizer.

— Ok. Se você tem uma bruxa que é descendente

direta de ... digamos, o próprio diabo, você naturalmente

espera que a bruxa seja má. Mas a coisa com a feitiçaria é

que, não importa quem seja, é preciso que haja um equilíbrio

dos poderes. Como os vampiros. Nós somos mortos-vivos, o

que significa que não somos nem mortos, muito menos vivos,

por isso mantemos um equilíbrio natural. Lobisomens não

são nem lobos nem seres humanos, e esse equilíbrio limita

seu poder. A Bruxaria é complicada, porque o equilíbrio

depende do indivíduo.

Ele deu-lhe tempo para que todas as informações a

infiltrassem.



— Então, uma bruxa tem de ser igualmente boa e má?

— Sim. A magia precisa de um equilíbrio para se

sustentar. Com esse equilíbrio, as bruxas podem sobreviver

uma eternidade sem que nunca envelheçam ou enfraqueçam.

— O que acontece com uma bruxa que não é

equilibrada?

— O poder as consome até que não haja mais nada

daquela pessoa. Em outras palavras, elas se desgastam. É

como se, em um minuto elas estivessem lá e, no próximo,

elas se tornam uma casca morta. Mas repito, é sempre

diferente. Algumas demoram um pouco para deteriorarem-se.

— Ele parou e virou-se.

— O que pode causar o desequilíbrio? Perguntou ela.

— Nós estivemos em uma longa batalha com os lobos.

Eles vêm destruindo o equilíbrio ao criarem no clã seres

humanos, mais conhecidos como vira-latas.

— Os seres humanos que foram transformados em

lobisomens?

— Sim. Lobisomens naturais o são desde o nascimento.

Considere isso uma parte de seu código genético.



Katie assistiu enquanto ele enchia seu copo.

— Os lobos estão perturbando o equilíbrio.

— Sim, e assim a batalha entre as espécies começou.

Os Lobos vêm acabando com as bruxas e vampiros durante

séculos. Os bastardos peludos têm se mantido escondidos há

tempos. Sabíamos que estavam em Beyer West, mas

infelizmente, não éramos capazes de localizá-los. O fato de se

adaptarem a viver entre os humanos fazia com que fosse,

para eles, mais fácil caçar às bruxas.

— É por isso que os vampiros e as bruxas trabalham

juntos?

— Sim. Posso dizer que você é uma excelente aluna?

Katie emitiu um sorriso.

— As Bruxas morreram nessa luta. Quando elas

encontravam um bando de lobos, usavam uma enorme

quantidade de magia. Elas vivem do equilíbrio de forças

naturais, mas, na batalha, pegam as reservas de magia,

ambas bem e mal. É demais para equilibrarem. O corpo

simplesmente não consegue suportar. A bruxa pode vir a

matar seus oponentes ..., mas então ela morre. — Ele

sufocou a última parte.



Katie viu quando ele alcançou em um de seus armários

a garrafa de brandy, abriu-a e tomou um longo gole. Ela

estremeceu, conhecendo o efeito do poderoso licor. Alguns

meses atrás, ela havia tentado o mesmo remédio, terminando

com a cabeça ruim, dor no estômago e um gosto amargo na

boca.

— E quanto a mim?

— O que os seus pais lhe disseram? Ele perguntou,

ainda de costas para ela.

— Eu escondi minha magia deles. E quanto a eles, só

quando morreram, me disseram que não era seguro. Eu não

tenho conseguido controlar meus poderes e vem ficando cada

vez pior.

William assentiu.

— Estou concluindo que eles a visitaram em seus

sonhos porque, você sabe, pessoas mortas andando por aí,

chamariam um bocado de atenção.

— Eles me deixaram um bilhete. Um bilhete e um

vídeo. Eles se gravaram. Realmente bizarro, eu sei. O que vai

acontecer comigo? — Ela sabia que seria algo ruim. A notícia

de que os vampiros não caçavam as bruxas tinha lhe aliviado,

mas não alterava o fato de que ela e Sophie os enganaram.



Katie estava certa, deveria ter apenas comparecido frente ao

Conselho, então não teria que, agora, se preocupar com

Sophie.

Ele, então, se virou para ela.

— Você quer viver?

Que pergunta estranha. Ela assentiu com a cabeça.

— É claro que eu quero.

Ele pegou o copo de suas mãos e ajudou-a a se sentar.

Afastou seu cabelo do seu pescoço. Cada toque a deixava

ofegante. Seus mamilos endureceram e arrepios irromperam

sua carne.

— Você confia em mim?


— Que bom!

Ele mordeu sua delicada garganta exposta. Katie

gritou, lutando para se afastar dele. William estava

alimentando-se dela. Ela podia sentir o sangue esvaindo de

seu corpo. O ataque de seus dentes afundando em seu



pescoço. Percorrendo todo o caminho, até sua clavícula. Ele a

quebraria em dois.

— Solte-me, por favor — ela implorou, a dor se

tornando insuportável. Os únicos sons na cozinha eram de

sua sucção e seus gemidos.

Ele estava tomando muito dela.

Doía.

Alguns pontinhos nublaram sua visão. Ela lutava para

ficar acordada. Seu corpo ficou tenso.

O drenar de seu sangue se tornando muito doloroso.

Sumindo ... sumindo ... sumindo.



Capítulo Sete

Robert olhou para o relógio. William devia estar fazendo

sua parte para manter Katie em segurança. Agora era a vez

dele. Ele bebeu sua dose de vodca. Ela conteria a atração que

fervia em suas veias.

Robert estava maravilhado por sua bravura. Ele a

admirava. Ela precisou lidar com tanta coisa, apavorada, com

medo e sozinha, sem ninguém a quem recorrer, se confortar,

ou mesmo perguntar o que devia fazer. E agora, ele concluiria

a parte final da ligação sanguínea.

Ele precisava lembrar que Sophie era virgem e que,

para que isso funcionasse, ela precisava aceitá-lo em sua

mente e em seu corpo.

Ele, novamente, olhou para o relógio. Não importava

quantas vezes ele o olhasse, nada mudaria o que ele

precisava fazer. Seria mais fácil se tivesse, apenas, com raiva

de tudo aquilo.

Porém, as duas mulheres não tinham compreendido as

consequências de suas ações. Tudo o que fizeram foi tentar

manterem-se seguras.



Não era por acaso que os lobos haviam planejado seu

ataque para aquela noite. Eles ainda teriam tempo para atrair

Katie para o seu lado.

A Inocência era tão superestimada. Se Katie tivesse

saído por aí, transando a rodo, essa noite teria sido apenas

uma ação direta. Uma morte rápida e limpa. Mas devido a

sua preciosa e intacta virgindade, eles ainda tinham a

esperança de manipulá-la. Transformando-a em uma bruxa

vira-lata. Não importa o quanto ele se alongasse nisso, nada

mudaria o fato de que Katie era inocente, e corria risco. Ele

não poderia ajudá-la agora.

Mas ele podia salvar Sophie, e rezava, também, para

que pudesse protegê-la da ira do Conselho. Sophie era a sua

única prioridade. Ele teria que confiar em William. Ele

engoliu um pouco de sua aguardente e foi em direção à porta.

Ele entrou no quarto e viu que ela já estava na cama.

Deitada, virada para a janela. A lua cheia brilhava,

destacando seu rosto impecável.

— Sabe, eu passei anos pensando neste momento.

Imaginando se eu faria isso com meu marido, ou com um

amigo ou alguém que eu amasse. — Enquanto ela falava, seu

olhar não se afastou da bela lua cheia.

— Eu sinto muito. - Ele não sabia o que dizer-lhe.



Ela virou-se para olhá-lo.

— Estou contente que a minha primeira vez será com

você. Eu sei que não sabemos muito sobre o outro e que lhe

causei muitos problemas, mas ... bem, estou feliz, de que é

com você. Sophie levantou-se da cama e foi em sua direção.

Ela pegou suas mãos, levando-as até os lábios e beijou-

as.

— Você é meu marido. Desde que nós nos ligamos, eu

sinto em mim uma parte de você. Pelos últimos três anos.

Depois desta noite, eu não quero, novamente, me separar de

você. — Ela beijou o interior de seu pulso. — Eu sei que eu

errei, mas eu fiz pensando que fazia a coisa certa. E eu não

me arrependo. Do contrário, eu não estaria aqui. Ela colocou

a palma de sua mão em seu peito.

Ele segurou seus seios, sentindo os mamilos duros

pressionando contra sua pele, seus montes claros enchendo

suas mãos.

Com uma das mão ainda pressionada contra seu seio,

ele, com a outra, tomou-lhe o queixo.



— Suas palavras significam muito para mim Sophie

Ford e eu não gostaria de estar em nenhum outro lugar. Ele

se inclinou e beijou-a nos lábios.

Ela respondeu a ele, curvando suas mãos em volta do

seu pescoço. O beijo foi quente, atraente para ambos os

sentidos, tato e paladar. Sophie se contorceu para aproximá-

lo. Para sentir o contato de sua pele contra a dela. Sua palma

nunca deixou seu seio. Ele acariciou o mamilo turgido com o

polegar, fazendo-a gritar. Ela abriu a boca em um gemido e

ele a saqueou, aproveitando ao máximo os lábios vulneráveis.

Ele preencheu-a com sua língua, saboreando-a, explorando-

a.

Ele agarrou seu cabelo, segurando-a próxima ele. Seus

mamilos clamavam por mais atenção. Ela gemeu, levantando

a perna por cima do seu quadril, rogando por um contato

mais intimo. O calor da luxúria consumindo aos dois.

Estavam drogados. Alimentavam-se dos beijos um do outro.

Sophie não conseguia ter o suficiente dele.

Ele os guiou para trás, até que caíram sobre a cama.

Ela riu quando ele caiu em cima dela, tirando seu ar.

— Você é pesado.



Ele riu, perfurando seu coração com o seu sorriso

pecaminoso. Ela engasgou quando um raio disparou através

de seu clitóris. Ela estava condenada se essa era sua reação

a, apenas, seu sorriso. Ela não sobreviveria ao evento

principal.

Ele saiu de cima dela, mas puxou-a para cima até que

descansasse contra os travesseiros. Deu um beijo em seus

lábios, em seguida, desceu para sua mandíbula e sobre sua

clavícula, as sensações violentas que a transpassavam a

fazendo ofegar. Ela não sabia se o afastava ou implorava por

mais. Seu corpo clamava, urgente, para sentir o corpo

daquele homem entre suas coxas.

Ela abriu as pernas de bom grado pedindo, em silêncio,

para que movesse entre elas e amenizasse a dor terrível,

saciando a ambos.

Sophie começava a entender por que as pessoas se

viciavam em sexo.

Seus lábios deixavam um rastro caloroso por onde

passava. Seu corpo estava vivo e gritando por atenção. Seus

lábios estavam em seus seios.

— Os dê para mim.

Ela olhou-o, tonta e confusa.



O que ele queria dizer?

— Ofereça-me um de seus seios. Ele disse a ela. Era

estranho, como se lesse sua mente.

Tomando um de seus montes na palma da mão, ela

ofereceu-lhe uma mordida. Ela ficou tensa, com medo, mas

queria senti-lo mordendo-a, alimentando-se de seu sangue.

Ele acariciou seu mamilo, brincando com seu corpo.

Ela assistia enquanto ele a tentava, sua língua

correndo para fora. Seus seios pareciam molhados e inchados

sob o luar.

— Morda-me. Ela implorou.

Ele mordeu seu seio e ela viu que engolia. A dor era

sutil, a picada, deliciosa. Seus mamilos estavam tão sensíveis

e mandavam arrepios até seu clitóris. Ela podia sentir o

orgasmo que muitas vezes antes havia experimentado, mas

somente com a ajuda da própria mão.

Queria sentir as mãos de Robert entre suas pernas.

Queria saber como se sentiria com um dedo masculino

provocando seu clitóris já dolorido.



Ela pegou sua mão e guiou-a para onde, segundos

antes, ansiava por seu toque, pressionando um de seus

dedos contra seu clitóris inchado. Sophie gemeu e rezou para

lhe desse mais.

O mero contato a deixou tonta de desejo. Ela empurrou

sua mão sobre a dele e pôde sentir como estava molhada por

ele. Ela, provavelmente, deveria sentir-se envergonhada, mas

o constrangimento lhe tomaria muita energia. Energia que

estava, toda, reservada para ele.

— O que você quer de mim? Ele perguntou a ela.

Ela olhou para ele quando sua boca se afastou do seu

seio, o ar frio provocando arrepios em sua espinha.

— Quero que você faça amor comigo. Mostre-me o que é

ser uma mulher de verdade. Sua mulher. — Ela falou a

verdade.

Ele a encarou por alguns momentos antes que ela

pudesse sentir o movimento do seu dedo entre suas pernas.

Ela tirou sua mão de cima da dele, sabendo que ele não faria

nada para prejudicá-la.

Sophie abriu mais as pernas para que ele pudesse ter

acesso completo ao seu corpo. Seus olhos se fecharam por



conta própria quando ela permitiu que seu coração, mente,

corpo e alma fossem tomados pela felicidade arrebatadora.

Robert observou-a se entregar a ele. Ela parecia tão

impressionante que lhe tirava o fôlego. Ou melhor, tiraria se

ele pudesse respirar. Seu clitóris estava inchado e implorava

por atenção.

O menor toque a arquear-se para pressioná-lo,

enquanto um grito escapava de seus lábios. Ele sorriu.

Adorava a sensação de ser capaz de deixa-la louca. Robert

não queria agradá-la apenas com os dedos. Queria tempo

para explorá-la e saboreá-la.

Moveu-se para baixo sobre cama, seu olhar alcançando

diretamente seu monte. Seus pelos eram loiros claros dando

a clara impressão de que estava raspada. Seus lábios já

estavam cheios de sangue e muito abertos. Ele podia ver sua

umidade brilhando, lubrificando-a, preparando seu corpo

para receber o dele. Seu clitóris chamou sua atenção,

inchado, ingurgitado e pulsante. Ele pressionou sua língua

contra ele, lambendo-a. Ela cheirava maravilhosamente e seu

sabor era delicioso.

Ele lambeu-a, sua essência era viciante. Ele esteve

tanto tempo sem uma mulher, mais de três anos para ser

exato. Após a cerimônia de união, a mera ideia de tocar a

outra mulher o repelia. Sua conexão com Sophie, desde o



princípio, tinha sido forte. Não importava o que estivesse

fazendo, ele sempre foi capaz de senti-la.

— Segure-se na cabeceira. — Ele disse a ela. Tinha

observado que ela apertava fechados os seus punhos e se sua

avaliação estivesse certa, assim como nunca tivera o pênis de

um homem entre suas coxas, a língua de um também era

uma novidade. Isso a levaria ao auge em questão de

segundos.

Ele queria passar tanto tempo quanto possível

instigando-a, de modo que, quando tomasse sua virgindade,

a dor fosse leve.

Robert abriu seus lábios vaginais com os polegares.

Lambeu seu clitóris, deslizando para cima e para baixo sobre

sua fenda. Ele a lambia e, em seguida, provocava seu clitóris

novamente, deixando-a ainda mais excitada. Ele podia ver o

aperto que ela mantinha na cabeceira da cama. Sua cabeça

foi arremessada para trás, sua virilha se movendo ao ritmo de

sua língua. Ele sorriu enquanto ela se contorcia e rosnava

sua frustração quando ele a impedia de seguir em direção ao

pico desejado.

Enquanto sentia o clímax crescendo dentro dela, seu

estômago se contraiu e ele pôde ver o orgasmo se

construindo, então se afastou explorando o resto de sua

vagina. Havia mais em uma mulher do que apenas seios e um



clitóris. Ele brincou com os pelos finos que cercavam sua

boceta. Se chegasse um pouco mais perto, ele sentiria a

umidade de sua fenda, e não aquela decorrente de sua

lambida, mas seu próprio creme. Sua excitação se

intensificava a cada carícia. Ela era sensível e todos os seus

toques provocavam nela uma resposta.

Ele sorriu quando ela gemeu mais uma vez, seu corpo e

seus movimentos cada vez mais frenéticas enquanto ele

negava a ela mais do que ela queria.

Seu pênis estava dolorido e implorando-lhe para

mergulhar dentro do seu corpo, mas ele queria que durasse.

A primeira vez de uma mulher, pela beleza que era, devia

sempre ser memorável.

— Por favor, ela engasgou quando não podia suportar

mais. — Por favor, deixe-me gozar.

Seu corpo estava em chamas e ele precisava liberá-las

logo, caso contrário, estragaria o momento.

Ele passou a língua sobre seu clitóris, provocando e

atormentando, mantendo toda sua atenção sobre ele.

Quando ela chegou ao clímax, ele sentiu a resposta de

seu corpo, sentiu a endorfina correndo através de seu



sangue. Ouviu-o também quando ela gritou seu prazer para o

quarto.

Seu corpo estremeceu ante o ataque contínuo de sua

língua. Ele viu e provou o creme que vazava de seu corpo.

Robert sentiu aquela satisfação masculina por saber

que ele tinha sido o primeiro a trazê-la ao orgasmo com sua

língua.

Logo ela gemeu para que ele parasse, mas se recusou.

Ela queria o orgasmo e ele os daria a ela, múltiplos.

Pouco tempo depois, seu corpo foi arremessado por

outro orgasmo, deixando-a fraca e saciada. Somente quando

Robert estava convencido de que ela seria capaz de levá-lo

dentro de seu corpo sem dor, se moveu para cima da cama.

Ela abriu os olhos.

— Obrigada.

— Por nada, minha companheira. Ele deslizou ao longo

de seu corpo. Tomando seu pênis em sua mão, ele apertou-o

contra sua entrada.

— Pode doer um pouco, mas eu quero que você olhe

para mim e não pare — ele disse a ela.



Ela circulou os braços em volta do seu pescoço,

conectando-os ainda mais.

Ele guiou-se em sua entrada escorregadia e não

desviou o olhar. Quando seu pênis estava encaixado o

suficiente para que não tivesse que segura-lo, afastou sua

mão do caminho, colocando-a perto de seu rosto.

— Eu sinto muito — foi tudo o que disse antes de

empurrar seus quadris, seu eixo entrando direto e ao máximo

dentro de sua vagina.

Sophie gritou, mas se agarrou a ele e não desviou o

olhar de seus olhos. Ele viu a dor que sentia e ele também a

sentiu em seu coração e alma. Ele odiava causar-lhe dor e

isso quase o desfez. Mas não podiam parar. Se ele não

concluísse a ligação e se alimentar dela, eles poderiam a

afastar dele para sempre e seria ainda mais insuportável do

que os poucos segundos de dor que ela sentiria. Pelo menos,

era o que dizia a si mesmo.

— Você está bem? Ele perguntou.

Ela assentiu com a cabeça, uma ação brusca, mas

reconfortante.



Ele se moveu puxando todo o caminho lentamente,

permitindo a ela se acostumar com a sua força e tamanho.

Ele não era pequeno e ela o era.

— Diga-me se doer.

Ela assentiu com a cabeça, não sendo capaz de

encontrar as palavras, ele assumiu.

Ele empurrou novamente para dentro dela. Seus olhos

se arregalaram.

Ele parou abruptamente.

— Eu te machuquei? Robert entrou em pânico. Ele

precisava completar o ritual, mas não seria capaz disso se ela

continuasse com dor. Por mais que o devastasse perdê-la,

naquele momento, ele não podia ser o responsável por trazer-

lhe mais dor. Ele estava dividido entre fazer a coisa honrada

ou arriscar aquela que era sua vida.

Ela negou com a cabeça, mas as palavras não saíam.

Robert recusava-se a se mexer. Ele precisava ter certeza de

que ela estava bem.

— Eu me sinto tão cheia. Disse ela.

Ele riu, apoiando a testa contra a dela.



— É uma sensação maravilhosa. — Ela suspirou

quando os movimentos causados por seu riso enviaram

ondas de choque até sua boceta.

— Pode ser ainda melhor.

Essas foram suas últimas palavras antes de leva-la em

uma viagem de prazer sexual. Ele se retirou do seu corpo

antes de novamente mergulhar em seu interior, avançando

mais profundo a cada investida. Ele levantou seu perna

esquerda sobre seu quadril, arqueando sua pélvis para que

pudesse ir mais profundo em seu interior. Sophie gritou.

Robert fez questão de segura-la no limite entre o prazer

insuportável e a dor. Ele sabia que era grande, grosso e

estava profundamente enraizado dentro dela. Robert tinha

passado tanto tempo pensando em como seria, qual seria a

sensação de estar dentro de sua vagina. Tantas noites

fodendo sua própria mão quando, tudo o que queria, era

estar com aquela mulher. A mulher que seria sua para o

resto de sua vida. Sua vagina se contraiu em torno dele e ele

se obrigou a segurar, dando-lhe mais tempo antes de

mergulhar novamente em seu calor úmido.

Robert girou seus quadris, o movimento cutucando seu

clitóris, fazendo-a se contorcer em seus braços.



Ele tomou seus lábios em um beijo ardente. Ela

arranhou suas costas com as unhas. Seus impulsos

aumentando rapidamente. Ele podia sentir a construção do

prazer entre eles. Ele queria levá-la ao orgasmo, pelo menos

uma vez, com seu pênis embutido em seu interior. Ele queria

sentir cada pulsar e tremor que emanasse de seu corpo.

Queria sentir a profundidade do prazer que ele era capaz de

lhe dar.

— É demais. — Ela ofegava. Fugindo de seus lábios, ela

tentou empurrá-lo fora dela quando o prazer se tornou muito

intenso.

— Deixe que venha. Ele insistiu.

Ele sorriu quando ela começou a se empurrar em sua

direção, encontrando-o a cada impulso. Sua pele brilhava

pelo suor e seu creme escorria ao redor de seu pênis

mostrando-lhe o arrebatamento que estava sentindo. Sophie

estava tão perto de gozar e ele sabia como levá-la ao clímax

que faria seu mundo tremer. Se dependesse dele, Sophie

nunca questionaria suas habilidades entre quatro paredes.

Quando ele sentiu sua boceta vibrar em torno de seu

grosso eixo, ele disse as palavras de ligação.

— Eu, Robert Valentine, tomo Sophie Ford como a

minha companheira de laço para toda a eternidade, e não



deixarei que nada nos separe. Pelo sangue, pelo amor e por

todas as coisas puras, eu me uno a ela por toda a vida. —

Ele mordeu seu pescoço, selando o vínculo com seu sangue.

Uma luz brilhante fulgurou ao redor deles quando o

vínculo de sangue foi aceito e cimentado pelas forças naturais

da terra. Sophie Ford era sua e ele, Robert Valentine, era

dela.

Eles foram arremessados para um mundo de amor e

prazer, cuja força motriz era a necessidade um do outro.

Robert sentiu ela pulsar ao seu redor meros segundos antes

de sua semente entrar em erupção dentro de seu corpo,

traçando um caminho até sua alma e seu coração.

Seu corpo não reconheceria a ninguém além dele. O

seu sangue iria alimentá-lo e protegê-lo.

Suas mentes conectadas, suas almas misturadas e

seus corpos colapsados, saciados.

Sophie podia sentir tudo. A respiração dele contra seu

pescoço e o quanto o seu corpo o agradara. Ela sentia-o na

parte mais profunda de sua mente.

— Eu te amo, sussurrou através de sua mente.



A primeira vez que ouviu sua voz em sua mente foi

sobre o estrado cerimonial, mas, na época, era baixa, fraca.

Ela se assustou quando reconheceu sua voz mas, mais uma

vez, ele não tinha falado em voz alta. Agora, sua voz era clara

e ela não podia questionar o que tinha ouvido.

Ela se virou para encontra-lo encarando-a com os olhos

sombrios.

— Como?

Ele acariciou seu rosto, sua bochecha. Ela pode ver em

sua expressão o quanto ele se importava com ela.

— Você sempre esteve predestinada a ser minha.

Seu coração sacudiu dentro de seu peito. Ela parou a

mão em seu rosto.

— O quê? Ela perguntou novamente. Sua mente era

um turbilhão de atividade.

— As forças da natureza a julgaram adequada para ser

minha companheira de vida. A conexão existe em razão da

forma perfeita como nos encaixamos. Você pode não saber

ou, ainda, não acreditar nisso, mas você também me ama.



Ela começou a protestar, mas, com um dedo sobe seus

lábios, a impediu.

— Sua mente pode não aceitar, mas o seu coração já

despertou para mim, assim como o seu corpo e sua alma.

Você pode sentir e, em breve, você aceitará.

Horas mais tarde, Sophie estava acordada pensando

em suas palavras. Elas não a aterrorizavam. Pelo contrário, a

acalmavam. Pela primeira vez em sua vida, tinha um protetor

que cuidasse dela e a amasse. Ela olhou enquanto seu

vampiro dormia. Ele parecia tão calmo e sereno, mas seu

corpo acendeu com o mero pensamento de senti-lo dentro

dela novamente. Ele estava se tornando um vício para seu

corpo dolorido.

Será que ela já amava aquele homem, aquele vampiro?

Ela não sabia. Ele a intrigava e, ao longo dos últimos

três anos, quando não estava se ocupando com seus

problemas e de Katie, seus pensamentos sempre iam até ele.

Ela afastou o cabelo de seu rosto, apreciando a suavidade

que sentia sob seus dedos. Ela não podia acreditar que era,

agora, uma mulher. Este homem tinha transformando-a de

menina, para uma mulher.

Este vampiro.



Seu vampiro.

Ela sorriu quando ele murmurou em seu sono.

— Você vai ser minha morte, Sophie.

Ele se aproximou, para que ela o tocasse.

Ela riu.

— Ainda bem que você é um vampiro e vai voltar para

mim.

Ela riu enquanto ele os rolava na cama e, em poucos

segundos, ela estava presa debaixo dele.

— Uau, olha para o quão poderoso e maravilhoso você

é, brincou ela, entregando-se a ele.

Ela ofereceu seus lábios para que a beijasse. Ele tomou

o que ela oferecia, sugando seus lábios por mais. Ela gemeu

enquanto o saboreava. Todos os seus sentidos intensificados.

Seu cheiro. O seu sabor. Seu corpo estava vivo.

— Como você tem um gosto tão bom? — , Ela disse

quando ele interrompeu o beijo.

— Melhor do que chocolate?, Perguntou.



Ela sorriu quando ele espalhou beijos em todas as suas

áreas sensíveis.

— Muito melhor do que chocolate, ela admitiu.

Ela soltou um suspiro quando ele acariciou, com os

lábios, um ponto sensível em seu pescoço. Ela arqueou,

expondo sua garganta para mais de seus apaixonados beijos.

— E sorvete? — , Ele brincou, deixando seu pescoço

para viajar até seus seios inchados.

Incapaz de formar as palavras, ela assentiu com a

cabeça. Ela viu quando ele tomou um de seus mamilos

frisados em sua boca, mordendo-o levemente. Seus seios

eram tão sensíveis e uma onda de eletricidade contraiu sua

vagina, fazendo-a implorar por mais.

— Responda-me. Ela sentiu quando um de seus dedos

empurrou dentro de seu canal molhado enquanto com os

dentes, fazia coisas incríveis aos seus seios.

— Sim, ela conseguiu dizer, suas mãos indo

instintivamente até a cabeceira da cama, seus olhos fechando

automaticamente.

— Qual é sua cor favorita?, Perguntou.



Ela balançou a cabeça, tentando pensar em algo que

não fosse sua excitação.

— Por quê?

— Que melhor oportunidade para conhecê-la que na

cama?

Ela riu.

— Vermelho. Minha cor favorita é vermelho.

Ela abriu os olhos, encarando-o.

— E a sua?

— Verde.

— Eu só como doces verdes — , ela admitiu.

Ele riu de sua confissão.

— Por quê?

— Eu acho que são mais saudáveis, uma vez que os

vegetais são verdes.



Robert riu.

Quão bizarro eram por começarem a se conhecer

quando estavam prestes a fazer amor.

Eu como qualquer tipo de doce, ele respondeu.

— Eu aposto que sim.

— Não posso me controlar. Eu tenho um fraco por doce.

— Ele tirou o dedo molhado de seu canal e levou-a aos lábios,

saboreando-a.

Sophie se ruborizou por sua atitude sugestiva.

— Qual o meu sabor? Não pôde deixar de perguntar.

— Doce.

Ela sorriu.

— Vou fazer amor com você, ele a informou.

Sophie ficou imóvel e se rendeu a sua magistral

habilidade.

Ele a levou em um passeio de montanha russa que

parecia não ter começo ou fim. Nada importava, Katie, o



Conselho, nem mesmo o fato de que ele era um vampiro.

Sophie estava contente em estar em seus braços.

Uma vez a elevou em êxtase até o topo, ele a seguiu.

Ela jazia exausta, sua mente começando a aceitar que

já poderia estar se apaixonando por seu companheiro.



Capítulo Oito

William observava enquanto Katie acordava, suas

bochechas recuperando a cor. Seu sangue misturado ao dela

lhe daria algum controle sobre seus poderes e lhes daria

alguma vantagem perante o Conselho. Ele odiava a esses

fodidos bastardos arrumadinhos. Eles não sabiam o que era

experimentar a perda. Seu pai podia falar em sua cabeça,

mas até onde sabia, nunca teve que lidar com aquela merda.

William tentou, tanto tempo quanto possível, ficar

longe das brigas e todo excremento político que o Conselho

derramava, mas não importava o que fizesse, era sempre

sugado de volta.

Ele olhou seu relógio no pulso. O tempo estava

passando e Robert, agora, já devia estar na reunião do

Conselho. Parte dele queria dizer-lhe coisas. Pegar aquela

bruxa e fugir de tudo aquilo. Katie era valiosa e muito

preciosa para ser entregue ao Conselho, mesmo que só

quisessem protegê-la. Ela merecia mais do que ser,

meramente, o trabalho de alguém.

Através de seu sangue, pôde ver sua vida, seu medo e,

sobretudo, sua força. Ela estava apavorada. Ele entendia seu

terror. No entanto, mesmo estando com medo, havia também

uma parte dela disposta a parar, virar e lutar. Ele tinha visto



o seu amor por Sophie e o que ela estaria disposta a fazer por

sua amiga. Ele também tinha visto o que ela pensava dele e

do beijo que tinham compartilhado.

William não podia pensar nisso. Ele precisava se

concentrar.

Katie estava fraca. Ele havia se surpreendido com a

rapidez com que foi capaz de drená-la e com o quanto de seu

próprio sangue precisou dar a ela para que sobrevivesse. Sua

magia estava a ponto de matá-la. Não porque fosse uma

péssima bruxa, mas porque estava tentando suprimir seus

poderes. William ainda não havia lhe dito que, para que

mantivesse um equilíbrio saudável, ela não tinha escolha a

não ser usar os poderes que detinha. Por que as bruxas como

Katie sempre estavam do lado fodido da escala?

Ele se agachou, observando que as olheiras sob seus

olhos haviam desaparecido.

Sua recusa em usar a sua magia, em entender de onde

vinha, a estava matando. Como não queria despertá-la

subitamente, ele gentilmente passou um dedo em sua

bochecha. Tão vulnerável. Era como se Emma tivesse voltado

para ele.



Ele xingou, afastando-se dela. Ele tomou mais um

enorme gole de uísque diretamente da garrafa. Ele faria

qualquer coisa para anestesiar estes sentimentos.

Olhou novamente para o relógio. Ela estava desmaiada

há quase vinte e quatro horas. Mas estava funcionando. Ele

podia ver a cor voltando para sua e seu corpo despertando

por vontade própria. Às vezes, depois de uma alimentação

forçada de sangue, como a que ele fez, o corpo não podia

sustentar-se e seria necessário despertar antes que o vínculo

se formasse. O fato de Katie ser uma bruxa ajudou a acelerar

o processo. O que a prejudicou foi o quão fraca estava

anteriormente, mas agora, tudo estava bem. Ela estava

acordando.

— Vamos lá, docinho. Ele olhou para o relógio. — Eu

não tenho o dia todo. — Quando ficou mais velho, ele

descobriu que não precisava de muitas horas dormindo, por

isso os seus dias eram mais longos. Ele passou toda a manhã

a encarando, procurando qualquer sinal de que ela estivesse

acordando. Observando-a e desejando-a. Katie não era como

qualquer outra mulher que ele conhecia, não por causa de

sua magia, mas por causa de tudo que havia passado. Ela

experimentou a dor da perda.

Aqueles mórbidos pensamentos seriam sua morte.



Ele ficou satisfeito por não tê-la matado. Tomar sangue

de forma controlada nunca tinha sido o seu forte.

Seu gemido fez com que a olhasse novamente.

Seus olhos estavam abertos, mas ela sustentava a mão

em sua cabeça.

Ele deveria dizer-lhe que precisou acertá-la para que o

fogo que escapava de suas mãos cessasse? Pensando bem,

era melhor manter informações como esta para si mesmo.

Ela virou, apoiando-se nos joelhos.

— O que aconteceu? Ela apoiou seu pés, mas perdeu

o equilíbrio e quase bateu o rosto no chão.

William a alcançou.

— Eu te ajudo, pequena. Ele falou para tentar acalma-

la e conforta-la.

Sua cabeça disparou assim que ouviu sua voz.

— Você me mordeu. Ela levantou a mão ao pescoço

para inspecionar os danos. Ainda bem que havia desmaiado.

Seu pescoço, agora, estava curado, mesmo que sua entrega

tivesse sido forçada. Normalmente as mulheres uniam-se a



ele e lhe forneciam o que ele quisesse. Katie foi a primeira

pessoa de quem tomou de surpresa. O sangue dela tinha um

sabor puro, com uma pitada de raios de sol.

— Eu só tomei um pouco do seu sangue — ele mentiu.

— E doeu pra caralho.

Ela tentou se afastar, mas ele podia ver que ainda

estava tonta.

— Deixa eu te contar, querida, se apoie em mim

enquanto a levo para o carro. Ele a acompanhou para fora de

sua casa.

— De quem é esse vestido?

A pergunta o assustou.

— Da minha irmã.

Ele a ajudou a entrar no carro sem se preocupar em

encarar seus olhos, em seguida, ligou o carro e logo estavam

à caminho do Conselho de Vampiros.

— Como é que isso veio parar em mim? Ela

perguntou.



Ele sorriu.

— Eu o coloquei em você.

Seu suspiro fez com que parasse a risada prestes a

eclodir de seus lábios. Sua bruxinha era puritana.

— Você me viu nua — ela gritou, fazendo-o estremecer.

Ele tinha certeza de que o som tinha perfurado o seu

tímpano.

— Eu já vi um monte de mulheres nuas.

Ele apertou o acelerador. Sim, ele já tinha visto muitas

mulheres nuas, mas nenhuma delas com a pureza sedutora

que ela sustentava. William estava orgulhoso por ter,

unicamente, colocando-lhe o vestido. Ele tinha sido muitas

coisas em sua vida, mas estuprador não era uma delas.

— Você nunca tinha me visto nua antes.

— Bem, eu já posso riscá-la fora da minha lista de

“mulheres a serem vistas”. Posso também dizer que o sinal

em seu quadril é bastante atraente? Bem, esforcei-me para

somente vesti-la. Pelo cheiro doce de mel vindo de você, eu

diria que nenhum homem jamais a viu nua antes. Eu me

sinto privilegiado. As mulheres desta época em sua idade

normalmente já tiveram muitos amantes.



Ele ouviu seu gemido mortificado, mas não pôde deixar

de sorrir. Ele falou somente a verdade. Ela era uma bela

criatura e quanto antes controlasse seus poderes, mais cedo

ela seria capaz de crescer e florescer. No momento ela era

uma concha, um vaso vazio prestes a quebrar. Ele esfregou

seu peito, odiando a mera ideia de sua morte.

Ele podia sentir o cheiro do sangue inundando suas

bochechas. A pobre mulher estava envergonhada. Ele

precisava se lembrar do quanto era inocente.

— Quando vou ver Sophie? Perguntou ela.

Ela não ia gostar da resposta.

— Você vai vê-la no Conselho, mas não terá permissão

para falar com ela. Ele parou o carro em frente à casa onde o

Conselho se reuniria.

Ele ficou tenso, farejando o ar. Não ... não podia ser.

Ele olhou a seu redor, mas não podia ver quaisquer sinais.

— Por que não? Disse ela, interrompendo sua busca.

Ele balançou a cabeça. Devia ser o álcool que tinha

consumido. Encolhendo os ombros, ele saiu do carro.



— Hora do show.

— Por que não? Ela perguntou novamente.

— Você está sendo acusada de esconder provas. Na lei

vampírica, é um delito grave. Se me permite aconselhá-la,

levante, ouça e mantenha a boca fechada.

— Eu não posso fazer isso, disse Katie, o medo

tomando conta dela enquanto olhava ao dominante edifício.

— Você não tem escolha. Você e Sophie deviam ter

confiado em nós. William se aproximou para agarrá-la, mas

ela se afastou, suas mãos subindo para afastá-lo. — Nem

pense em usar seus poderes em mim. Avisou.

— Deixe-me ir. Ela implorou.

William rosnou. Katie estava implorando-lhe para que a

deixasse partir e, em seu coração, o que desejava fazer era

deixá-la fugir. O Conselho não era um bando amigável e, se

não tivessem cuidado, Katie nunca seria vista novamente.

William odiava a injustiça de suas leis. Essa era uma das

razões por ele ter passado que ele tinha passado tanto tempo

longe daquela merda.



— Eu não posso deixar que fuja. Prometi a Robert que

a traria em segurança e é por isso que nós começamos a

cerimo... Ele parou, amaldiçoando sua própria estupidez.

— Começamos o quê?

— Começamos, uma pequena parte, da cerimônia de

sangue. Eu drenei você e você, por sua vez, bebeu meu

sangue. É por isso que se sente revivida. Eu a alimentei e nós

começamos a conexão. Olhe além do seu medo e você vai

sentir, tão clara como a luz do dia.

William viu ela levar sua mão até a garganta onde ela a

tinha mordido. As marcas da mordida ainda eram

proeminentes, mas o ferimento havia diminuído nas poucas

horas que tinha dormido.

— Como você pôde fazer isso comigo?

O sofrimento em suas palavras apertou seu intestino, a

conexão entre eles era mais forte do que tinha previsto.

— Eu o fiz para salvar a sua vida e após esta reunião,

se você ainda estiver chateada, darei-lhe permissão para me

explodir. Ou, levando em conta seu controle, pelo menos

tentar.



Katie assentiu e William amaldiçoou quando ela

começou a correr. Ele odiava quando eles corriam.

— Pelo amor de Deus, sua cadela louca. Eu prometo

mantê-la em segurança. Ele gritou. Sua tentativa de fuga era

patética e, em poucos segundos, ele a pegou.

— Nunca enfrente um vampiro quando você já estiver

fraca.

Ele agarrou-a bruscamente pelo braço, bateu a porta

do carro e acompanhou-a para dentro das portas.



Capítulo Nove

Sophie estava diante do Conselho, assim como fizera

três anos atrás. Todos eles pareciam mais velhos e mais

cansados. Robert estava atrás dela com a mão em sua

cintura, lembrando-a de sua presença.

— Eu tenho ouvido algumas notícias perturbadoras

Robert, meu filho.

Robert virou-se para seu pai, mostrando-lhe o respeito

que merecia.

— Que notícias seriam essas, pai?

Sophie olhou para a desaprovação refletida no rosto de

cada um dos homens.

— Isso é ridículo. Como você ousa vir perante o

Conselho e fingir que não sabe dos crimes que esta humana

cometeu? — Outro conselheiro interrompeu.

Sophie inclinou a cabeça, envergonhada e mortificada

por ter colocado Robert no meio de tudo aquilo.



— Chega Cedric. — Seu pai esfregou as mãos sobre os

olhos, claramente cansado de tudo aquilo. — O que você tem

a dizer, garota?

Sophie estava prestes a responder quando um tumulto

interrompeu sua corrente de pensamento.

— Me solte, seu bruto nojento. Katie entrou na sala

sendo puxada por um homem que se parecia com Robert.

Todo o resto era completamente diferente. Sua presença não

provocava o mesmo respeito que a de Robert, e ele também

pareceu meio louco.

Ele a levou até o palanque em frente ao Conselho.

Assim que a soltou, Katie atacou, acertando William com um

tapa de mão aberta.

Ele não moveu um músculo, mas de imediato uma

marca de mão era notável em sua pele. Sophie estremeceu,

feliz que não fosse dela, o rosto.

William rosnou. Ele agarrou os pulsos de Katie e

puxou-os até suas costas, segurando-os com uma das mãos

enquanto com a outra sobre sua boca, tentava silenciá-la.

Sophie tentou ir até onde estava sua amiga, mas Robert a

parou, seu aperto doloroso alertando-a para não se mover.

— Quem é essa?



— A bruxa, Pai. William gritou para que todos

ouvissem.

O Conselho entrou em erupção.

— Como você se atreve a tentar nos enganar?

— Trata-se de uma tentativa de nos impedir de punir a

menina?

— Que blasfêmia!

— Silêncio! — O pai de Robert gritou para todo o

Conselho. — Quem é essa mulher William?

— Ela é, na verdade, uma bruxa. Eu tenho uma casa

completamente destruída para provar isso. Ela também é a

fêmea chamada sob a proteção do laço de sangue entre meu

irmão Robert e sua companheira Sophie Ford.

Sophie viu quando ele sussurrou algo no ouvido de

Katie e, então, lentamente a soltou. Katie olhou para ele,

sorriu para Sophie e, em seguida, enfrentou o Conselho.

Esta era a primeira vez, em anos, que Sophie via o

verdadeiro espírito de sua amiga. Ela não pôde deixar de



sorrir. O que tinha acontecido com ela? Ela parecia

fantástica.

— O laço sanguíneo entre as partes mencionadas não

foi concluído. Então ela não está sob a proteção de ninguém.

— Na verdade, Conselheiro Cedric, o vínculo está

completo e a proteção é válida. Não posso permitir que

qualquer mal atinja a uma mulher sujeita às nossas próprias

leis de ligação. Robert falou clara e verdadeiramente.

A confusão começou a se construir novamente.

— Você está dizendo que vai contra a palavra do

Conselho? Perguntou um deles.

— Pelas leis do próprio Conselho, eu não tenho uma

escolha. Você tem. — Robert viu que, agora, tinha ganhado a

atenção de todos eles. — Você tem uma escolha. Ali está uma

mulher, uma bruxa original. Já se passaram séculos desde o

suposto extermínio de sua espécie. Mas, de alguma forma,

uma família sobreviveu. Pode haver mais, mas, por enquanto,

ela é a nossa única chave para proteger à nossa raça e aos

seres humanos da aniquilação e corrupção dos lobos. Eles

estão cada vez mais fortes. Se vocês a matarem, matam com

ela nossas chances de equilíbrio e sobrevivência.



Robert foi convincente. Sophie pôde sentir o pânico

crescendo em seu estômago.

— O que tem a dizer da garota?

Robert olhou para ela e Sophie sentiu seu coração

derreter sob o olhar avaliador.

— Sem essa garota, essa mulher, minha companheira,

Katie não teria sido trazida até nós. Tudo o que fizeram, o

fizeram com o intuito de se protegerem. Eu não acho que

devam ser punidas. Acredito que devam ser parabenizadas.

— Seus pensamentos serão levados em conta.

— Eu gostaria de acrescentar algumas palavras —

interrompeu William.

Sophie ficou chocada ao ver como muitos dos membros

do Conselho pareciam não gostar dele. William começou

mesmo sem sua permissão.

— Os lobos já atacaram. Eu não sei se eles pretendiam

matar Katie ou captura-la, mas eles sabem quem e o que ela

é. Obviamente devemos protegê-la.

Os conselheiros acenaram, relutantemente

reconhecendo o que tinha a dizer.



Para todos os lugares que olhava, via a destruição.

Robert a abrigou atrás suas costas largas, mas não

importa o quanto tentasse, não conseguiu impedir que ela

assistisse tudo aquilo.

Quando alguns dos corpos batiam contra o chão, eles

adquiriam a forma humana. Sophie choramingou. Era

demais. Eles supostamente deviam estar protegidos aqui.

Aquele era território dos vampiros.

O que ela faria? Eles estavam por toda parte. Ela era a

única mortal no prédio.

Sentia-se tão impotente enquanto assistia a morte se

aproximar.

Robert sentiu o medo de Sophie e atacou. Ele matou a

tudo que conseguiu alcançar com suas mãos. Ele manteve

Sophie às suas costas. E não podia fazer mais nada além de

protegê-la. William estava ajudando Katie, mas Robert podia

ver o seu poder se esvaindo. Era como se sua vida estivesse

sendo drenada dela. A cor esvaía de seu rosto. Seu corpo

parecendo cada vez mais frágil e quebradiço, como um zumbi.

Ele sabia que ela não tinha usado seus poderes

anteriormente e, se continuasse a usá-lo agora, logo estaria

morta.



Ela disparou um último raio e caiu de joelhos, algumas

gotas de sangue escapando de seus lábios enquanto ela

segurava o peito.

Sophie gritou o seu nome mesmo quando William

estava ao seu lado, tentando carrega-la.

Eles estavam sem tempo.

— Basta! — Uma voz cheia de autoridade gritou no

cômodo. Todos pararam de se mover, incluindo os lobos, à

espera de mais ordens.

Robert virou-se em direção ao local de onde vinha a

voz. A voz de seu passado.

James, o Alpha dos lobos em Beyer West, estava na

porta.

— Uau, isso foi realmente fácil, ele riu. Ele parecia um

pouco louco.

Robert segurou Sophie junto a ele. Não importa o que

aconteça, precisava mantê-la segura.

James abateu o guarda que se aproximava dele. Robert

não podia acreditar no poder que o homem tinha. Ele andou



em linha reta atravessando o quarto em direção a onde seu

pai estava. Robert tentou movimentar seus pés, mas não

conseguia. Era importante proteger seu pai, mas ele não

podia se mover. Ele olhou para William e viu que ele tinha o

mesmo problema. O que estava impedindo-os de se mover?

O único ser com esse tipo de magia era uma bruxa. E a

única bruxa que conheciam colapsou naquela sala. O que

estava acontecendo?

— Então, você é o homem que me vem causando

problemas. Você sabe que este lugar é considerado um

palácio sombrio e um santuário para todos os vampiros

mortos-vivos. Poucas pessoas passariam por estas portas e se

manteriam no interior destas paredes. Eu nunca acreditei no

verdadeiro poder dos vampiros e acabei de provar para todos,

além dos lobos, que sua magia não é tão forte como

acreditam. — James circulou o pai de Robert.

Robert queria gritar, correr, mas sua voz não saía.

— O que você quer de nós? Seu pai rosnou.

James riu.

— Eu quero que todos vocês morram. Ele começou a

rir. — Mas eu vou me contentar com somente você.



Garras brotaram de seus dedos e ele cortou a garganta

do homem mais velho. Robert tentou gritar e viu a boca de

William aberta em um grito, mas nenhum som saiu de suas

bocas. Ele tinha acabado de ver seu pai ser morto e não pôde

fazer nada.

James ateou fogo no corpo e assobiou enquanto se

afastava.

— Uau, isso foi fácil — disse ele novamente.

Uma bola de raiva cresceu dentro de Robert.

James foi até onde Katie estava de joelhos, exausta. Ela

tossiu e espirrou sangue no chão. O Branco tomava conta

das pontas de seus cabelos. Sophie gritava para que Katie se

levantasse. Robert podia vê-la tremer.

— Minha pombinha. É hora de irmos.

— N-Não. Ela disse com voz fraca.

Colocando a mão sob seu queixo, ele a levantou. Katie

não tinha energia para lutar.

— Você é minha e eu vou leva-la comigo. James rosnou

em seu rosto.



— William. Ela gritou quando James foi agarra-la. Ela

bateu em suas mãos.

Robert observava enquanto seu irmão lutava para

chegar até a bruxa.

— Deixe-a em paz, cão.

James olhou para William e, em seguida, para Robert.

— Você realmente não acha que eu permitiria que a

minha filha ficasse com você, não é?

A confissão chocou a todos na sala. Nunca antes um

lobo e uma bruxa acasalaram e criaram um bebê. Era

inédito. No entanto, explicava tudo, a sua raiva, a fraqueza e

o fato de ser capaz de explodir os lobos.

James pegou Katie e saiu da sala, deixando em seu

rastro o caos e a destruição.

Robert assistiu William lutar. Seu irmão não podia

mover-se e vê-la nos braços de seu inimigo estava matando-o.

Somente uma hora depois Robert pôde se mover

novamente. O corpo do seu pai não era nada, além de cinzas,

o Conselho derrotado e deixado cambaleante. William parecia

perdido e irritado. Quando a concentração de magia se



esvaiu, Robert se encarregou do corpo de seu pai, enquanto

William correu para a rua.

Não havia nada que pudessem fazer.

Ele saiu para se juntar a William. Sophie, ao seu lado,

olha de um lado da rua para o outro. Não havia nem sinal de

onde poderiam ter ido.

— Você sabia? William se virou para Sophie.

— Eu sabia o que? Perguntou ela, com lágrimas

escorrendo pelo seu rosto.

— Você sabia que sua amiguinha bruxa era uma

descendente de lobo? Ele gritou com ela.

Sophie envolveu os braços em volta de seu corpo.

— Até um par de horas atrás eu nem sabia que lobos

existiam! Como diabos eu saberia que ela era um?

Robert ouviu a tristeza em sua voz e isso o acertava.

Ele a agarrou, protegendo-a com seu corpo e seu amor.

— É o suficiente William, — Robert ordenou. —

Precisamos pensar com clareza. É impossível que Katie

pudesse ter qualquer relação com James.



— Como você pode ter tanta certeza? Robert

observava enquanto William limpava as lágrimas de seus

olhos.

— Equilíbrio. A natureza pode ser desafiadora, mas ela

ainda trabalha no equilíbrio de forças naturais. Robert estava

certo disso.

— Foda-se o equilíbrio. Você acabou de ver o que esse

idiota fez? William, em sua raiva, empurrou seu irmão fora

de seu caminho.

— Eu estava lá. Eu vi e não pude me mover. Nosso pai

está morto e agora todos virão a mim para liderá-los. —

Robert cutucou o peito de William, enfatizando o seu ponto.

William começou a rir.

— Você vem esperando por isso a vida inteira. O que

você vai dizer a nossa Mãe? Que nossa família, tudo pelo que

trabalhamos foi ... destruído.

Robert não tinha tido tempo para processar o que tinha

acontecido ou decidido o que contaria a sai mãe e irmãos. Ele

ainda não tinha realmente registrado que seu pai estava

morto. Neste mundo, não haveria justiça pela morte de um



vampiro. Os seres humanos não sabiam que os lobisomens

existiam, muito menos que viviam entre eles.

— Ele era muito forte. Nenhum lobisomem tem essa

quantidade de energia.

— A menos que ele tenha uma bruxa o protegendo.

William confirmou o que Robert estava pensando.

— Precisamos encontrar a bruxa e detê-los.

Robert balançou a cabeça.

— Katie pode esperar. Eu tenho algo mais import...

William se voltou contra ele em um instante.

— Não temos nada mais importante que isso. A bruxa

de James vai ajudá-lo quer gostemos ou não. Nós nem sequer

sabemos quem é ela. Katie é a minha prioridade.

— Nós vamos encontrá-la.

William se recusou a ouvi-lo.

— Eu prometi que a manteria em segurança. Eu não

vou parar até encontrá-la. Eu serei o único a encontrá-la. Eu

estraguei tudo... eu.



Afastou-se coxeando entre os escombros deixados para

trás pelos lobos que invadiram o Conselho. Para a maioria,

aquele era o cenário de um ataque que deu errado, mas para

Robert, indicava o início do caos que ele sabia, que estava

prestes a começar.

Robert observava seu irmão se afastar. O que ele

deveria fazer? Ele olhou de volta para o prédio, agora

quebrado, onde o Conselho havia residido. Sua mãe ficaria

devastada. Como ele assumiria o lugar de seu pai quando

não nem tinha ideia do que deveria fazer?

Sophie tocou suas costas. Ele sentiu o seu coração se

abrindo para ele. Ele recebeu de bom grado o seu afeto. Era a

única coisa que o mantinha seguindo em frente. Ela o

abraçou. O conforto tranquilizando-o.

— Temos que voltar para dentro.

Sophie assentiu, colocando sua mão na dele quando ele

os conduziu de volta para o interior do prédio. Eles

caminharam contornando os corpos caídos de seus irmãos.

Os membros restantes do Conselho se reuniram ao

redor do corpo caído de seu pai.



— Ele era um bom homem. Um bom líder. Não merecia

morrer desse jeito.

Todos murmuravam o seu acordo.

Robert parou diante deles.

— Vou mandar meu pessoal vir e levar o corpo. Faremos

um rápido funeral.

Todos os Conselheiros se viraram para ele. Ele podia

ver a dor e tristeza em seus rostos.

Um deles falou.

— Você deve tomar o seu lugar agora Robert.

Robert não olhou para ver de onde vinha a voz. Não

queria saber.

— A hora para conselhos e reuniões já passou. Você

viu quão fácil eles nos pegaram? — Aquela voz pertencia a

um guarda assustado, um dos poucos que sobreviveram.

— Devíamos ter matado a menina quando tivemos a

chance. Cedric falou asperamente.



Sophie engasgou, suas palavras obviamente a

machucando.

Robert rosnou para ele. Sem o pai, com a morte

daquele império, ele não se preocupava mais com o protocolo.

Aquele homem não merecia o seu respeito e ele deixaria de

oferecê-lo.

— Eu manteria as palavras em minha boca se eu fosse

você — Robert avisou. Nenhum dos outros membros vieram

em sua defesa. Ele não se importava, lutaria contra todos

eles.

— Como você ousa falar assim comigo? Disse Cedric,

vermelho, inchado e indignado.

— Como eu me atrevo? Como eu me atrevo? — Robert

foi até homem e tomou-o pela nuca. — Durante anos eu

tenho feito tudo que o Conselho me manda fazer. Eu matei e

venho trabalhando sempre com o bom nome do Conselho em

mente. Meu pai me ensinou que não há nada melhor no

mundo do que agradar ao Conselho, pelo bem da

humanidade. Ele parou e aproximou seu rosto. — Se não

tivéssemos começado esses rumores, se tivéssemos

trabalhado para o bem de todos, Katie não precisaria se

esconder, teria estado segura e protegida. Um bom homem

morreu hoje e uma boa e poderosa bruxa foi tirada de nós.

Eu sugiro que você mantenha sua língua em sua boca antes



de começar a questionar as pessoas. Ele empurrou o homem

longe dele, virando-se para os outros membros.

— Acho que todos vocês devem ir para casa. Passem

algum tempo com sua família e entes queridos. Os

lobisomens acabaram de declararam guerra. Nós não temos

escolha a não ser lutar contra eles. Vão para casa,

descansem, pensem no futuro. E se vocês quiserem um

futuro sem a ameaça dos lobos, então voltem aqui e vamos

nos reerguer.

Robert virou para Sophie, tomando-a pela mão.

— Nós precisamos mudar. Caso contrário, deixaremos

de existir. Eles estão vindo atrás de nós, queiramos ou não, e

eu me recuso a cair sem ao menos lutar.

Sophie estava tremendo incontrolavelmente. Um a um,

todos foram embora até que apenas Sophie e Robert estavam

sobre o corpo do seu pai. Ela segurou sua mão, mas

permaneceu em silêncio. Ela, obviamente, entendia sua

necessidade de pensar.

— Você pode ir embora se quiser — ele finalmente

disse.

Sophie olhou para ele, mas seu olhar permaneceu

firmemente sobre os restos de seu pai.



Ela lambeu os lábios.

— Eu não quero ir.

Ele, então, se virou para ela.

— Vai ficar feio — alertou.

— Eu não me importo. Eu não tenho outro lugar para

ir — admitiu ela, com lágrimas escorrendo de seus olhos.

Katie tinha ido embora. Seus pais não entenderiam. As

únicas pessoas que tinha no mundo eram Katie e Robert. Ela

não queria deixá-lo.

Ele beijou o topo de sua cabeça.

— Vai ser perigoso.

Sophie deu de ombros.

— A vida nunca é fácil.

— Eu tenho que contar para minha mãe.

— Eu estarei lá quando você contar. Eu prometo

Robert, eu sempre estarei lá por você.



Ela não podia acreditar que estava prestes a conhecer

sua outra família. A família de Robert, e que estaria levando a

eles notícias terríveis. Sophie sabia que havia conhecido sua

mãe na cerimônia de união, mas não tinham realmente

conversado. Esta seria a primeira vez que elas se

encontrariam corretamente e quando deveriam estar juntas

ao redor de um bolo e mutuamente se oferecendo chá, iria,

ao invés disso, ser portadora da notícia fatal. Não era a

melhor maneira de começar a relação com a sogra.

Sophie pensou em Katie. Não havia a menor chance de

Katie estar envolvida, mesmo parcialmente, com o plano dos

lobos.

Ela se virou para Robert. Isto não podia esperar.

— Eu conheci os pais dela. Da Katie. Antes de

morrerem. Ela se parece muito com eles. Eles eram pessoas

maravilhosas Robert. Não há a menor chance daquele homem

ser seu pai. Seus pais jamais lidariam com um homem tão

mal — ela disse seriamente.

Robert abraçou a seu corpo balançando a cabeça.

— Ele disse aquilo apenas para causar uma comoção.

Para nos fazer duvidar de tudo.



Ela circulou os braços em volta dele. Ela precisava

saber que ele estava vivo e que tudo estava bem. Ela

precisava tranquilizar-se.

— Eu estou bem — ele acalmou-a, beijando o topo de

sua cabeça.

— Eu nunca estive tão assustada em toda a minha

vida. Eu os vi chegando e eu não sabia o que fazer — ela

confessou. Ela inalou o cheiro dele, amando a sensação dele

sob sua pele. — Eu sinto muito sobre o seu pai. Disse ela.

Tudo aconteceu tão rápido.

— Eu não posso lamentar. Eu não tenho tempo para

lamentá-lo. Ele olhou-a nos olhos. — Nós vamos encontrar

Katie, eu prometo.

Ela abaixou a cabeça.

— Eu sei que vamos. Só espero que ela esteja viva

quando o fizermos.

Ele pegou o seu queixo entre os dedos.

— Vamos ver minha mãe, em seguida, te levarei para

casa.



A mãe dele quebrou. Ela estava inconsolável. As

lágrimas se recusavam a parar. Suas duas irmãs ficaram em

silêncio, mas consolaram a mãe. Ele podia ver o desespero

em todos os seus rostos. Rose olhou para ele com desespero

brilhando em seus olhos. Era a irmã mais jovem de todos eles

e, mesmo assim, seus olhos sustentavam um mundo de

conhecimento.

Ele foi até ela e beijou-a na testa.

— Eu cuidarei de você. Eu prometo.

— Ele não devia ter morrido — gritou ela.

Dawn, sua outra irmã, tomou-a pela mão e as três

mulheres se amontoaram juntas. Incapaz de lidar com a dor

em seu coração por ver sua família quebrada, Robert saiu.

Ele deixou Sophie com elas enquanto ele e seus outros dois

irmãos foram para o escritório. William deveria estar ali. Katie

seria encontrada e cuidada, mas William, como segundo mais

velho, deveria estar naquele escritório com eles, planejando a

próxima luta.

— Nós devíamos ter estado lá para ajudar. Disse Jason,

o caçula, interrompendo os pensamentos de Robert. De todos

os irmãos, Jason era o mais propício a atacar primeiro e, só

então, perguntar. O único a entrar em uma batalha sem um

plano.



Robert colocou uma mão reconfortante em seu braço.

— Não teria importância. O pai teria morrido de qualquer

maneira.

— Eu não posso acreditar que ele está realmente

morto — Adam sussurrou. O próximo irmão, depois de

William. Adam ficava sempre em silêncio, mas quando falava,

fazia sentido.

— Eu preciso que vocês estejam preparados. Temos

uma guerra em nossas mãos e, quando chegar a hora, vamos

revidar contra eles.

— E quanto a esta bruxa? Perguntou Jason.


— Eu acredito que William se conectou com a bruxa.

Ele vai fazer de tudo para encontrá-la.

Ficaram em silêncio, todos pensando em Emma. A

única pessoa que tinha dado a William o seu coração, em

seguida tirado. William, de todos eles, era o único que sabia

como lidar com a perda, mas ele não quis estar ali.

— Quem é a bruxa que tem ajudado James? Adam

questionou.




— Não faço a menor ideia. Sem Katie, estamos

impotentes contra eles. Os ataques, agora, aumentarão. Eles

verão aos Valentines como fracos. Não só os lobos, mas

também os outros. Eles são fortes, meus irmãos. Mais fortes

do que qualquer coisa que estamos acostumados. Se virem

um deles, devem me prometer que fugirão.

Ele podia dizer que os chocou. Nunca antes teria lhes

permitido fugir. Ele odiava dar a ordem. Mas tinha visto, em

primeira mão, o que poderiam fazer. Ele não queria arriscar

mais nenhum membro de sua família. A verdade era que os

Valentine não estavam prontos para uma batalha. Os

vampiros tinham se tornado complacentes com o seu poder.

E tudo isso estava prestes a mudar.

Ambos assentiram. Todos eles estavam com medo, sem

saber o que o futuro os reservava. Seu pai teria dito a eles o

que fazer e a razão de o fazerem. Mas ele se foi. Eles só

tinham um ao outro agora.

— Eu notei a sua companheira de laço. Disse Jason,

mudando de assunto.

Robert sorriu. Sophie era o único motivo que,

recentemente, tinha para sorrir.



— Você tem que encontrar sua própria companheira.

— Como é? Perguntou Adam. Ambos pareciam

intrigados com a perspectiva de uma companheira de laço.

Todos eles tinham ouvido histórias do quão maravilhoso

seria.

— É maravilhoso. Robert sorriu para seu irmão antes

de voltar para dar um beijo de boa noite em sua mãe.

Ele levou Sophie ao seu apartamento acima do clube.

— Sua mãe parece legal. Sophie falou primeiro, para

quebrar o silêncio.

Robert foi até ela e beijou-a nos lábios, saboreando-a.

— Eu não quero conversar. Quero esquecer o passado

por algumas horas. Só quero senti-la em meus braços. Você

entende?

Sophie assentiu.

Robert a tomou em seus braços.

— Você é a única coisa boa que aconteceu esta noite.

Eu não suportaria te perder. — Ele beijou-a uma e outra vez,



certificando-se de que ela estava realmente lá, em seu

apartamento, em seus braços.

— Eu estou aqui, Robert, e eu nunca vou o deixarei.

Ela respondeu a seu beijo. Ela tirou seu short e correu suas

unhas por sua carne. — Sinta-me. Estou aqui com você — .

Ela colocou beijos amorosos onde as unhas tinham se

enterrado em sua pele. Ela esbanjou atenção a ele.

— Mais, Sophie. Eu preciso de mais.

Ela alisou os lábios ao longo de seu peito, suas mãos

indo para a fivela da calça. Ela empurrou suas calças até os

tornozelos e levantou-se para beijá-lo. Ela levantou os braços

para que ele pudesse remover seu vestido. Sophie não usava

nada por baixo. Nus, eles se pressionaram um contra o outro,

unidos da cabeça aos pés.

Ele agarrou seu traseiro, levando-a a saltar e enrolar as

pernas em volta de sua cintura.

Eles não tiveram tempo para chegar ao quarto. Robert

levou-a contra a parede, posicionando seu eixo endurecido na

entrada dela e mergulhando em sua boceta, indo direto até o

fim. Ambos gritaram com o contato, esquecendo-se naquele

instante juntos, todos os problemas que estavam à sua

frente.



Robert e Sophie escalaram o muro do prazer até

entrarem em colapso, nos braços um do outro.



Capítulo Dez

Sophie acordou envolta nos braços de Robert.

Passaram-se, realmente, só três dias desde que ela voltou

para ele? Como poderia a sua vida mudar tanto em tão curto

tempo? Ela se tornou sua companheira, o Conselho foi

atacado e Katie tinha sido sequestrada.

Ela estava triste e com raiva, mas seu coração estava

feliz. Ela estava apaixonada por esse homem.

Três anos atrás, ela tinha sido despertada por ele,

protegida por ele. E, em 72 horas, ele tinha capturado seu

coração e ela, agora, pertencia a ele.

— O que você está pensando?, Ele perguntou,

estendendo a mão para ela tão logo ele acordou.

— No quanto nossas vidas mudaram em três simples

dias. Ela acariciou o braço posicionado sobre sua barriga

nua. Ele estava quente ao toque.

— Bem-vinda ao mundo dos vampiros. As vezes, a vida

se move um pouco rápido demais.

Ela sorriu.



— Estou em conflito. Ela admitiu.

— Por que, meu amor?

— Eu sou o seu amor? Perguntou ela.

— Eu me liguei a você por toda a eternidade, Sophie.

Ela sorriu.

Ela diria a ele.

Respirando fundo, ela deixou as palavras rolarem para

fora da sua boca.

— Eu te amo.

Ele recebeu sua confissão em silêncio. Ela esperou,

tensa e insegura.

Ele a beijou, impedindo-a de verbalizar seus

pensamentos.

— Eu disse que sua mente logo saberia o que o seu

corpo e coração já sabiam.

Ela riu.



— Eu também te amo, minha querida Sophie.

Sophie o rolou de costas, apoiando-se em seus braços.

Ela sorriu para ele.

— Tudo vai mudar agora, ela sussurrou, olhando para

o céu estrelado.

Sophie o sentiu suspirar.

— Sim, eu sinto isso.

— Eu acabei de te encontrar e sinto que eu vou te

perder.

Ele apertou o abraço sobre ela.

— Eu nunca te deixarei.

— Você jura?

— Você tem a minha palavra.

Não era o suficiente, mas, por enquanto, serviria.

Sophie se aconchegou perto dele, saboreando o conforto e

aconchego que ele fornecia, sabendo, em seu coração, que

algo drástico aconteceria e mudaria tudo aquilo.



William passeou em sua casa, sentindo-se como se

estivesse perdendo a sanidade. As garrafas de uísque e

conhaque jaziam vazias a seus pés. Isso não devia ter

acontecido. Ele devia tê-la protegido. Encontrado alguma

maneira de salvá-la. Não importa o que ele pensasse, sempre

chegava à mesma conclusão, estava destinado a fracassar

com todas as mulheres com as quais se preocupava. Mas ele

se recusava a desistir. Katie precisava dele.

Ele ficou ali, incapaz de se mover enquanto o seu pior

inimigo tinha tomado outra mulher dele. Era como Emma,

tudo outra vez. Ele não podia permitir que acontecesse

novamente. Ele não podia deixá-la morrer, não podia deixar

que a história se repetisse. Katie não estava morta e ele não

desistiria até que tivesse feito tudo o que podia para

recuperá-la.

Katie não era um lobo. Ele sabia disso. Então, por que

sentia como se algo estivesse passado despercebido?

Para onde eles poderiam levá-la? Seu cérebro se

esforçava para descobrir a resposta.

Ele olhou para suas roupas encharcadas de sangue.

Havia mais em jogo, agora. James, líder do bando Beyer



West, tinha acabado de assinar sua sentença de morte.

William, agora, estava determinado a ser o responsável por

acabar com a vida do fodido lobo, mesmo que fosse a última

coisa que faria. Primeiro, ele encontraria Katie e se

asseguraria de ainda estar respirava, antes de ir atrás do

lobo.

Eles estavam ligados por sangue. William precisava se

acalmar. Precisava colocar toda a sua energia para abrir a

ponte que manteve entorpecida e fechada durante séculos.

Esfregando as mãos, ele pensou sobre o que tinha acontecido

na última vez que ele a abriu. Não, ele não podia pensar em

Emma. Emma estava morta, mas Katie ... ela ainda estava

viva.

Sentando-se no centro de sua sala de estar, ele se

focou em tudo o que ele sabia sobre Katie. Cabelos da cor de

mel, suave ao seu toque. Seus dedos formigaram enquanto

ele imaginava o deslizar de seu cabelo contra sua mão. Seus

olhos, largos e temerosos, mas quando felizes, cheios de um

calor corajoso que ele desejava. Seu corpo era pequeno em

decorrência de anos rendo sua energia drenada, mas também

parecia uma mulher que enfrentaria qualquer batalha. Ela

era forte e ardente, fraca e corajosa. Vulnerável e sozinha.

A conexão se iluminou como uma faísca. Sentiu-a. Ele

a conhecia.



Ela estava viajando em uma van fechada, os olhos

cobertos. Ele podia sentir o seu medo e isso sufocava-o. Suas

mãos estavam atadas. Ela não sabia onde estava.

William saiu da visão ofegante. Era demais. Katie podia

ser fisicamente fraca, mas sua mente era forte. Muito forte.

Ele estava com medo. Sua mente era forte como uma

lâmpada que se tornava mais brilhante pouco antes de

explodir.

Ele precisava chegar até ela, e rápido.

Se ela usasse mais de sua magia, iria consumi-la e

Katie cairia, como muitas bruxas antes dela, no abismo do

inferno.

Ele se levantou do seu lugar no tapete e deixou sua

vida e mundo para trás, em busca da mulher que podia

responder, não só as orações do mundo, mas também às

suas próprias.



Epílogo

— Solte-me, ela implorou uma e outra vez. Ninguém

respondeu. Ela estava presa em um quarto sem nada como

companhia além das paredes de vidro que a mantinham

presa. Seu peito estava apertado o tempo todo. A sala era

muito pequena, o ar muito escasso.

Eles a tratavam como um animal, dando-lhe comida

em tigelas. Lodo horrível com o qual ela nem sequer

alimentaria a um cão.

Ela não havia tomado banho em dias e os homens

continuavam a olha-la como um animal de estimação em um

jardim zoológico. Ela os odiava. E a seus olhares.

Quando estava sozinha, tentou pensar em maneiras de

escapar, mas não tinha permissão para sair daquela sala.

A única vez que alguém falava com ela, era quando ele

venha até seu quarto.

— Olá, minha princesa.

Ele tinha a fala mansa, mas ele assustava cada fio do

seu cabelo. Ele tentou fazer com que ela usasse sua magia,



mas sinos de alerta em sua cabeça a detiveram. Usar sua

magia não lhe pareceu uma boa ideia.

— O que você quer de mim? Ela gritou quando ele se

aproximou dela com mais agulhas e mais testes.

Depois disso, ele voltaria e tentaria acalmá-la. Katie

estava exausta demais para se mover, ainda mais para se

afastar de seu toque.

Ela sentia falta de Sophie. Ela sentia falta de casa, de

seus pais. Ela rezou por horas para que eles viessem

encontrá-la.

Ela sentia falta de William. O horrível vampiro de

péssimo humor. Ele, pelo menos, tinha lhe dado a sua

liberdade.

Katie queria viver. Ela não queria isso. Só queria ser

normal.

Finalmente, depois de um dia de testes, ela colapsou,

curvando-se em uma bola no chão. Ele voltou, adentrando-se

no quarto e parecia feliz.

— Você é a Unica. A Única, por quem estive

procurando por tanto tempo. Ele se ajoelhou ao lado dela e

segurou suas bochechas. Elas estavam secas da falta de sol.



Quanto tempo ela tinha estado presa ali afinal?

— Eu quero ir para casa. Ela insistiu com ele

novamente.

Ele levantou-a do chão de terra e levou-a para fora do

quarto. Katie não sabia o que fazer ou para onde se virar.

Ela só esperava com todo o seu coração que William a

encontrasse antes que eles a matassem.

Sam Crescent - Série the Valentine - Livro 01 - Robert

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