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6 CIDADES São Luís, 3 de julho de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão A s festas juninas na Região Metropolitana de São Luís foram encerradas no fim de semana com a 64ª edição da festa do Lava-Bois, na ci- dade balneária de São José de Riba- mar, que reuniu principalmente grupos de bumba meu boi sotaque de matraca. O evento atraiu muita gente e a programação começou sá- bado, tendo sido encerrada ontem, por volta das 22h. Os batalhões se apresentaram no Parque Municipal Therezinha Jansen e na orla marítima. Além dos grupos folclóricos, artistas também fizeram shows musicais. A festa ontem teve início na madrugada. Muita gente que seguiu para a ci- dade balneária já foi no clima da fes- ta, levando consigo matracas para en- grossar a apresentação dos bois. “Eu adoro essa festa e venho todos os anos, sempre com as minhas matra- cas em mãos”, disse a enfermeira Adriana Rodrigues, que teve de en- frentar uma longa fila para ter acesso à orla, pois os policiais fizeram uma barreira de revista de homens e mu- lheres. Por volta das 16h, o batalhão do Boi da Maioba invadiu a arena e arrastou uma multidão. Os ambulantes, espalhados por di- ferentes pontos do circuito, aprovei- taram para vender matracas, além de lanche, água de coco, água mineral, milho, comida típica, mingau de mi- lho, cerveja, refrigerante e diversos itens do cardápio junino. Muitos tam- bém comercializaram indumentárias juninas, como chapéus. Estrutura Por causa do evento, foi deslocado um batalhão de policiais para São José de Ribamar. Mais de 500 homens da Poli- cia Militar, do Corpo de Bombeiros, se- guranças contratados e homens da Guarda Municipal trabalharam nos dois dias da festa, além de equipes mé- dicas e ambulâncias do Samu, que fi- caram de plantão em pontos estratégi- cos do circuito. O Hospital Municipal também funcionou em esquema de plantão para atendimento médico. Os grupos de bumba meu boi seguiram o per- curso da Avenida Gonçalves Dias e seguiram até o Parque Municipal The- rezinha Jansen. Por essa razão, o trân- sito sofreu intervenções desde sába- do. A programação no sábado incluiu Cacuriá de Dona Babá, Alysson Ri- beiro e Banda Energia. Ontem, um dos shows no palco foi o da cantora Alessandra Santos e Banda, que en- toou repertório eclético, incluindo reg- gae e arrocha. Origem da festa Relatos históricos dão conta da ori- gem do evento. A versão contada por moradores mais antigos de São José de Ribamar revela que a festa teve início na década de 1950. O Lava- Bois surgiu de um ritual promovido por boieiros, que foram ao municí- pio pagar uma promessa para São João. Os primeiros batalhões que chegaram à cidade foram os de or- questra, a convite de brincadeiras lo- cais, mas também com o objetivo de pagar promessas. A concentração das brincadeiras acontecia em fren- te à Igreja Matriz. Os primeiros bois que participaram da festança foram Axixá, Rosário, Peri-Merim, Santa Ri- ta e São José de Ribamar. O evento começou a ganhar maiores proporções com a parti- cipação de representantes dos grupos de São José dos Índios e Sí- tio do Apicum. Desde então, o evento ganhou grandes propor- ções e tornou-se uma grande ma- nifestação cultural. O nome foi da- do devido ao fato do evento en- cerrar oficialmente a temporada junina na cidade. Lava-Bois atrai multidão para São José de Ribamar Evento aconteceu sábado e domingo na cidade balneária e, além das apresentações dos batalhões, contou com shows de artistas maranhenses, reunindo uma multidão de pessoas e diversos grupos de bumba meu boi Brincantes do bumba meu boi fazem reverência a São José de Ribamar ao som dos pandeirões Multidão foi atraída para a cidade balneária para acompanhar o Lava-bois, que acontece há 69 anos Com o intuito de oferecer uma opor- tunidade de aumentar a renda às fa- mílias de jovens com necessidades es- peciais foi realizado um curso de cu- linária na última sexta-feira, 30. Pro- movido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) no Hospital Nina Rodri- gues, em São Luís. No curso (que fez parte do proje- to Sabores da Vida), as orientadoras deram dicas sobre a melhor forma de aproveitamento dos alimentos para a elaboração de doces e salgados. Na ocasião, os participantes receberam dicas para fazer uma torta de frango no forno desde a montagem da mas- sa, passando pelo preparo do recheio e a temperatura recomendada para que a torta asse de forma satisfatória. Segundo o diretor do Hospital Ni- na Rodrigues, Ruy Cruz, o objetivo do curso é ofertar uma ferramenta de trabalho às famílias dos pacientes com necessidades especiais. “Muitas destas famílias não têm as condições necessárias de cuidar de seus paren- tes, de seus filhos, em suas casas. Por isso, nada melhor do que o poder pú- blico ofertar algo que resolva este pro- blema”, disse. A publicitária e assessora Carol Freire – uma das idealizadoras do projeto Sabores da Vida – destacou o papel social da iniciativa. “É com muito orgulho que estamos abrin- do este trabalho”, disse. Segundo ela, a ação poderá ocorrer em outros municípios maranhenses. “A ideia é também estender as atividades para pessoas que ainda não têm si- do assistidas pela rede pública es- tadual”, afirmou. A dona de casa Keliane Noguei- ra Rocha, de 25 anos, moradora do Anjo da Guarda e que possui uma fi- lha de sete anos de idade com ne- cessidade especial disse que a parti- cipação no curso de culinária me- lhorará a vida dela. “Eu faço alguns pães caseiros e vendo por conta pró- pria, no entanto, receber outras in- formações possibilitará que eu ela- bore outros pratos e melhore a mi- nha renda”, afirmou. E ao lado de onde era ofereci- do o curso de culinária, os jovens com necessidades participavam de atividades terapêuticas com profissionais do Hospital Nina Ro- drigues. Curso foca em familiares de jovens com deficiência Atividade realizada na sexta-feira, 30 foi promovida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) no Hospital Nina Rodrigues, com o objetivo de possibilitar nova fonte de renda para os familiares Curso trouxe dicas e orientação sobre aproveitamento de alimentos e elaboração de doces e salgados De Jesus Fotos/De Jesus

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6 CIDADES São Luís, 3 de julho de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão

As festas juninas na RegiãoMetropolitana de SãoLuís foram encerradas nofim de semana com a 64ª

edição da festa do Lava-Bois, na ci-dade balneária de São José de Riba-mar, que reuniu principalmentegrupos de bumba meu boi sotaquede matraca. O evento atraiu muitagente e a programação começou sá-bado, tendo sido encerrada ontem,por volta das 22h.

Os batalhões se apresentaram noParque Municipal Therezinha Jansene na orla marítima. Além dos gruposfolclóricos, artistas também fizeramshows musicais. A festa ontem teveinício na madrugada.

Muita gente que seguiu para a ci-dade balneária já foi no clima da fes-ta, levando consigo matracas para en-grossar a apresentação dos bois. “Euadoro essa festa e venho todos osanos, sempre com as minhas matra-cas em mãos”, disse a enfermeiraAdriana Rodrigues, que teve de en-frentar uma longa fila para ter acessoà orla, pois os policiais fizeram umabarreira de revista de homens e mu-lheres. Por volta das 16h, o batalhãodo Boi da Maioba invadiu a arena earrastou uma multidão.

Os ambulantes, espalhados por di-ferentes pontos do circuito, aprovei-taram para vender matracas, além delanche, água de coco, água mineral,milho, comida típica, mingau de mi-lho, cerveja, refrigerante e diversositens do cardápio junino. Muitos tam-bém comercializaram indumentáriasjuninas, como chapéus.

EstruturaPor causa do evento, foi deslocado umbatalhão de policiais para São José deRibamar. Mais de 500 homens da Poli-cia Militar, do Corpo de Bombeiros, se-guranças contratados e homens daGuarda Municipal trabalharam nosdois dias da festa, além de equipes mé-dicas e ambulâncias do Samu, que fi-caram de plantão em pontos estratégi-cos do circuito.

O Hospital Municipal tambémfuncionou em esquema de plantãopara atendimento médico. Os gruposde bumba meu boi seguiram o per-

curso da Avenida Gonçalves Dias eseguiram até o Parque Municipal The-rezinha Jansen. Por essa razão, o trân-sito sofreu intervenções desde sába-do. A programação no sábado incluiuCacuriá de Dona Babá, Alysson Ri-beiro e Banda Energia. Ontem, umdos shows no palco foi o da cantoraAlessandra Santos e Banda, que en-toou repertório eclético, incluindo reg-gae e arrocha.

Origem da festaRelatos históricos dão conta da ori-

gem do evento. A versão contada pormoradores mais antigos de São Joséde Ribamar revela que a festa teveinício na década de 1950. O Lava-Bois surgiu de um ritual promovidopor boieiros, que foram ao municí-pio pagar uma promessa para SãoJoão. Os primeiros batalhões quechegaram à cidade foram os de or-questra, a convite de brincadeiras lo-cais, mas também com o objetivo depagar promessas. A concentraçãodas brincadeiras acontecia em fren-te à Igreja Matriz. Os primeiros bois

que participaram da festança foramAxixá, Rosário, Peri-Merim, Santa Ri-ta e São José de Ribamar.

O evento começou a ganharmaiores proporções com a parti-cipação de representantes dosgrupos de São José dos Índios e Sí-tio do Apicum. Desde então, oevento ganhou grandes propor-ções e tornou-se uma grande ma-nifestação cultural. O nome foi da-do devido ao fato do evento en-cerrar oficialmente a temporadajunina na cidade. �

Lava-Bois atrai multidãopara São José de RibamarEvento aconteceu sábado e domingo na cidade balneária e, além das apresentações dos batalhões, contou comshows de artistas maranhenses, reunindo uma multidão de pessoas e diversos grupos de bumba meu boi

Brincantes do bumba meu boi fazem reverência a São José de Ribamar ao som dos pandeirões

Multidão foi atraída para a cidade balneária para acompanhar o Lava-bois, que acontece há 69 anos

Com o intuito de oferecer uma opor-tunidade de aumentar a renda às fa-mílias de jovens com necessidades es-peciais foi realizado um curso de cu-linária na última sexta-feira, 30. Pro-movido pela Secretaria Estadual deSaúde (SES) no Hospital Nina Rodri-gues, em São Luís.

No curso (que fez parte do proje-to Sabores da Vida), as orientadorasderam dicas sobre a melhor forma deaproveitamento dos alimentos paraa elaboração de doces e salgados. Naocasião, os participantes receberamdicas para fazer uma torta de frangono forno desde a montagem da mas-sa, passando pelo preparo do recheioe a temperatura recomendada paraque a torta asse de forma satisfatória.

Segundo o diretor do Hospital Ni-na Rodrigues, Ruy Cruz, o objetivodo curso é ofertar uma ferramenta detrabalho às famílias dos pacientescom necessidades especiais. “Muitasdestas famílias não têm as condiçõesnecessárias de cuidar de seus paren-tes, de seus filhos, em suas casas. Porisso, nada melhor do que o poder pú-blico ofertar algo que resolva este pro-blema”, disse.

A publicitária e assessora CarolFreire – uma das idealizadoras doprojeto Sabores da Vida – destacouo papel social da iniciativa. “É commuito orgulho que estamos abrin-do este trabalho”, disse. Segundo ela,a ação poderá ocorrer em outrosmunicípios maranhenses. “A ideiaé também estender as atividadespara pessoas que ainda não têm si-

do assistidas pela rede pública es-tadual”, afirmou.

A dona de casa Keliane Noguei-ra Rocha, de 25 anos, moradora doAnjo da Guarda e que possui uma fi-lha de sete anos de idade com ne-cessidade especial disse que a parti-cipação no curso de culinária me-lhorará a vida dela. “Eu faço algunspães caseiros e vendo por conta pró-

pria, no entanto, receber outras in-formações possibilitará que eu ela-bore outros pratos e melhore a mi-nha renda”, afirmou.

E ao lado de onde era ofereci-do o curso de culinária, os jovenscom necessidades participavamde atividades terapêuticas comprofissionais do Hospital Nina Ro-drigues. �

Curso foca em familiares de jovens com deficiênciaAtividade realizada na sexta-feira, 30 foi promovida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) noHospital Nina Rodrigues, com o objetivo de possibilitar nova fonte de renda para os familiares

Curso trouxe dicas e orientação sobre aproveitamento de alimentos e elaboração de doces e salgados

De Jesus

Fotos/De Jesus