Sarau Carioca

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2009 FESTIVAL DE ILUSTRAÇÃO GO EAST GRAFITE VARAL A alegria do Leste Europeu invade a noite carioca As meninas da arte urbana Curte poesia? CCBB homenageia J. Carlos e apresenta novos talentos

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A revista Sarau Carioca é um projeto acadêmico dos alunos Karen Faria, Larissa Esteves, Marina Benigni e Thiago Modesto, para a matéria Diagramação do 3º período de Design Gráfico da UNESA. Todo o conteúdo é real, exceto a matéria de capa obrigatória sobre o festival de ilustração 2009. Os textos e fotos foram capturados na internet ou desenvolvidos através de releases. Os anúncios foram escolhidos no site do Clube de Criação do Rio de Janeiro. (Visualize em "Presentation view")

Transcript of Sarau Carioca

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2009FESTIVAL DE ILUSTRAÇÃO

GO EAST

GRAFITE

VARAL

A alegria do Leste Europeuinvade a noite carioca

As meninas da arte urbana

Curte poesia?

CCBB homenageia J. Carlos e apresenta novos talentos

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Salve, salve parceiro!

Tira o sapato, fica a vontade.

Toca o que você gosta, diga o que

quiser, declame o que sentir.

O primeiro Sarau Carioca chega apre-

sentando os artistas quase anônimos da cidade,

e abre espaço pros que estão por vir.

Tem festa, banda, poesia, moda, ilustra, grafite

circo, teatro e fotografia.

O sarau é nosso, chega mais, entraí...

EDITORIAL

EXPE

DIE

NT

E

Diagramação e arte:Karen Faria

Larissa Esteves

Marina Benigni

Thiago Modesto

Textos:Ana Maria Reis

Liane Alves

Maíra Menezes

Manuela Lusquiños

Natércia Pontes

Rita Ribeiro

Revisão:Ana Mansur

Impressão:Copyhouse

Nº1 ABR/MAI/JUN

2009

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Grafite.

13Aeromoças.

Go East.10

14Miksang.

18Festival de IlustraçãoCCBB 2009.

Homenagem ao poeta

do humor J. Carlos

29Varal.

27Brechó.

24 Lettuce.

30Agenda.

Sumárioabr/mai/jun2009

A arte de rua tem cara novacom invasão feminina.

A primeira festa 100% dedicadaaos balkan beats do país acontece aqui no Rio.

Projeto de delicadeza pura apresentado pelas pin-ups da acrobacia aérea.

Já ouviu falar em fotografia contemplativa?

Este mês, um projeto amoroso em forma de banda.

Moda “decadance avec elegance.”

Poesia, curtinhas, e novos blogs para conhecer.

Dicas culturais pro trimestre.

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A presença de meninas é outra mudança. Daniele Mattos, Marcela Zaroni, Vanessa Hannah, Beatriz Pimentel, tam-bém aluna de Design da Universidade, e Maíra criaram o primeiro grupo de grafite feminino do Rio de Janeiro, a TPM Crew, em 2002. Para quem não é do meio, uma crew é um grupo que costuma pintar junto e assinar o nome nos trabalhos.

A TPM Crew surgiu durante uma oficina de grafite do grupo Nação, no Centro Interativo de Circo (CIC), ONG sediada na Fundição Progresso. A sigla significa oficialmente Transgressão pelas Mulheres, mas pode ad-quirir outros sentidos, como “tinta para mim” ou “to p* mesmo”. Em agosto passado, as meninas realizaram uma oficina no próprio CIC, em que receberam mais de vinte alunos, entre eles, quatro mulheres. Segundo Maíra, o ambiente do grafite ainda é majoritariamente masculino, mas, o machismo existe como em toda a sociedade e a maior vantagem da crew feminina está na identificação e no tipo de amizade que existe entre as mulheres.

Os temas e estilos das pinturas também costumam ser diferentes nos trabalhos femininos. Em agosto, a TPM Crew realizou com os meninos da Nação, a exposição Lapajato, em que grafitaram sobre roupas, móveis e outras superfícies. “As meninas pintaram em calças da Gang e vestidos da Animale”, conta Daniele. A mostra ocorreu no espaço cultural Severo 172, na Glória, a primeira ga-leria de arte grafite da cidade.

A valorização do grafite como arte é um fenômeno que vem ganhando importância. Segundo Maíra, até mesmo policiais, que antes davam “duras”

em grafiteiros como se fossem pichadores, agora param ao lado da pintura para elogiar o trabalho. Esta, aliás, é outra particularidade do grafite. “As pessoas sempre co-mentam. É um lugar público e elas não têm medo de falar com você. Não é como um ateliê, onde só um amigo vai ver”, diz Maíra.

Por outro lado, o grafiteiro se expõe a riscos. Maíra conta que, certa vez, pintava um muro com uma amiga quando começou um tiroteio e elas se viram em meio a uma perseguição policial. Isso sem contar as latas de spray roubadas. Mas estes contratempos não desanimam os novos grafiteiros. A estudante de belas artes da UFRJ Ro-sana Araújo, de 26 anos, que participou da oficina da TPM, diz que se interessou pelo grafite por sua capacidade de comunicação. “É uma linguagem de muito fácil acesso, está na rua para todo mundo ver”, explica ela.

Outro ponto de vista é o da jovem Odaraya Mello, de 13 anos. “Acho interessante porque a cidade não fica tão cinza. Grafite na rua é como um quadro que você coloca na sua casa”, diz a menina, que não vê nenhum problema em ser uma grafiteira. “Hoje em dia, grafite é coisa de todo mundo, não importa se é homem, mulher, gay ou hetero”, completa.

As grafiteiras

Grafite De cara nova com grupo feminino

Maíra Menezes

atividade marginal, que chegou ao Rio nos anos 80, surgida da pichação, o grafite se tornou uma linguagem artística reconhecida, com direito a exibições em galerias, shows e mostras de decoração. A presença do spray nestes espaços, porém, não mudou seu caráter de forma de expressão livre e contestadora. “A essência do grafite é a rua”, diz a grafiteira e estudante Maíra Botelho, do 1° período de Design da PUC-Rio.

6

De

A artista Mimi em açãowww.flickr.com/photos/cris

_mimi/

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Os balkan beats são muito mais do uma cena musical: tra-ta-se de um fenômeno continental, que começou quando o muro de Berlin caiu e uma enorme influência cultural veio do leste europeu para a Europa Ocidental e desde então vem ganhando força.

O que começou como reuniões musicais de imigrantes vindos ‘do outro lado do muro’, na Berlim do início dos anos 90, acabou ganhando proporções inimagináveis e espalhou-se como febre por toda a Europa Ocidental.

Os ritmos típicos de diversos povos do leste europeu – eslavos, ciganos, judeus, orientais - ganharam uma cara nova, mixados com o drum’n’bass, dub, break, electro e, inclusive, com o rock. O resultado dessa fusão de som acústico e tradicional com o eletrônico e moderno foi uma música completamente nova e explosiva, capaz de seduzir com as mágicas melodias orientais até os mais entediados ouvidos ocidentais.

Nos últimos anos, essa ‘balkan fever’ se espalhou com uma rapi-dez absurda: artistas, bandas, festas e festivais dedicados aos balkan beats surgem da França ao Japão, dos Estados Unidos à Argentina, levando o espírito explosivo e de ce-lebração louca do leste europeu para os clubes de todo o mundo.

Nos últimos anos, eventos musicais exclusivamente dedi-cados aos Balkan Beats são encontrados espalhados por todo o mundo. Na Alemanha, algumas das festas mais populares nessa linha são a “Balkan Beats” (com edições também no Reino unido e França), produzida por Robert Šoko, e a “Russendisko”, do produtor musical e escritor Vladmir Kaminer; a França, a “Divan des Balkans”, pro-duzida pelo DJ Click; a “Nuit Tzigane”, de origem Belga; o “Mehanata”, nos EUA, em New York e, na América Latina, o festival “Bubamara”, na Argentina.

Balkans ou Bálcãs é o nome histórico e geográfico para designar a região

sudeste da Europa que engloba Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária,

Montenegro, Grécia, República da Macedónia, Sérvia, a porção européia

da Turquia (Trácia), bem como, algumas vezes, a Croácia, Romênia e a Es-

lovênia. O termo deriva da palavra turca para montanha e faz referência à

cordilheira dos Bálcãs, que se estende do leste da Sérvia até o mar Negro.GO EAST!

Balkanska Musika no Brasil Manuela Lusquiños

A mania que invadiu as pistas européiasestá chegando agorano país.A GO EAST é a primeira festa 100% dedicada aos balkan beats e acontecemensalmente no Rio de Janeiro.Desde sua criação, em novembro de 2007, tem sido sucesso de público e crítica emtodas as suas edições.

mais que uma festa de música eletrônica, a Go East – produzida por Maria Almeida e Sol Provvidente – veio trazer novos ares para a cena musical brasileira. Filmes de Emir Kusturica, DJs do leste europeu, danças orientais, live PA e distribuição de vodka e bebidas típi-cas fazem da Go East mais do que uma simples festa: um evento cultural. Sucesso de crítica e público - indo agora para sua 9ª edição, em abril - a Go East vem chamando a atenção não só da mídia mas também de DJs e ban-das famosas do gênero, como o vocalista da banda Gogol Bordello, Eugene Hütz, com quem os produtores da Go

East produziram outra festa, a Ciganomania, no mesmo local. No final de 2007 e início de 2008, as produtoras da festa passaram uma temporada na Europa e nos Balkans, pesquisando mais sobre a música e cultura e conhecen-do bandas e artistas locais. Para o futuro, as produtoras da Go East pretendem ir mais longe: querem continuar viajando e criando uma cena forte como a da Alemanha, Áustria e França, contando com a presença de cada vez mais freqüente bandas, parcerias de festas e festivais e promover também um intercâmbio entre artistas brasi-leiros e do leste europeu.

Top 10 Gypsy - bandas e dj’s do Leste Europeu:

• Goran Bregović (sérvio-bósnio): www.goranbregovic.co.yu• Fanfare Ciocărlia (fanfarra romena, das mais importantes):www.myspace.com/fanfareciocarlia• Balkan Beat Box (imigrantes nos estados Unidos, mistura break,eletronico e música tradicional dos Balcãs): www.balkanbeatbox.com• Taraf de haïdouks (Uma das mais importantes bandas romenas, resgatam em algumas músicas o folclore medieval cigano)• Mahala Raï Banda (fanfarra romena, são os netos do Taraf de Haidouks):http://www.crammed.be/mahala/

Muito

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www.myspace.com/goeastparty

www.flickr.com/photos/goeastfesta

Fotos: Party Busters

Foto

: Mar

cia

Bel

otti

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circo

Apertem os cintos e preparem-separa um espetáculo aéreo cheiode graça e beleza.É um pássaro? É um avião? Apresenta-mos Ana Coll e Brunella Provvidente: As Aeromoças.

moças enfoque principal na pesquisa técnica e artís-tica da acrobacia aérea, o grupo Aeromoças vem com o intuito de estabelecer uma prática circense intimamente ligada com o teatro, a dança e a música. O grupo foi formado por Ana Coll e Brunella Provvidente em 2007, onde estão sob a coordenação de Valéria Martins. Optam pelo universo feminino como eixo temático para pesquisa e aprofundamento e apóiam-se literalmente no suporte técnico dos aparelhos circenses como o trapé-zio fixo, trapézio em balanço, lira, lira dupla, tecido e cor-da para a o desenvolvimento das cenas.

Segundo elas mesmas, foi eleita a figura emblemática da Aeromoça para simbolizar o grupo. Usando-as para fazer uma analogia, por estarem dentro do universo feminino da aparente beleza, perfeição e modelo de mulher. Apos-to que a partir de hoje, qualquer objeto voador não iden-tificado será suspeito.

moçasaeroaeroRita Ribeiro

13

Com

Ana e Brunella em pleno vôo

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Miksang O outro olhar da Fotografia

Liane Alves

significado da palavra Miksang em tibetano é “bom olho”. Na fotografia contemplativa (como também é chamada) são critérios diferentes dos convencionais que levam o autor a disparar o clique. A proposta da fotografia miksang (baseada na meditação e concentração) é nos deixar mais atentos para o que nos desperta interesse. Ou seja, o clique só ocorre quando o coração é tocado. A técnica

pode parecer estranha, mas no Japão é comum combinar a meditação com ações do dia a dia. Ela permite notar os milagres que acontecem em instantes e que normalmente passariam despercebidos. Uma boa opção para exercitar o miksang é uma viagem. Em um ambiente diferente, o olhar não está viciado, serão muito detalhes para contemplar e obter um álbum de fotografias no mínimo diferente.

O

Na primeira vez que vi uma foto miksang, não consegui identificar exatamente do que se tratava. O slide que olhava contra a luz era colorido e vibrante, em tons de roxo, vermelho e azul, com reflexos brilhantes da luz solar. Mas as cores transmitiram-me alegria. Era como se alguém quisesse retratar a felicidade de um dia de verão sem se deter num objeto, numa pessoa ou numa situação. Sorri e olhei para quem tirou a foto, Alice Haspray, uma experiente instrutora de meditação de Halifax, na Nova Scotia, uma das regiões mais lindas do Canadá. “Essa foto é o resultado de um exercício de contemplação meditativa. Quando a fiz, estava meditando”, disse. Como assim, meditando? E a gente é lá capaz tirar uma foto enquanto medita? Ela parece adivinhar meu pensamento e continua. “A meditação pode ser transposta na ação, em qualquer atividade que fazemos. Na verdade, o ideal é que consigamos meditar o maior tempo possível, seja lavando louça, encerando a casa ou passeando no parque.” Olho de novo para o slide e noto que a técnica também tem grande efeito sobre a qualidade das fotos - as imagens parecem vir de um fotógrafo profissional. Ela revela, afinal, o que são as formas retratadas. De re-pente, minhas no-ções de fotografia e meditação ganham novos horizontes. É pos-sível se meditar enquanto se fotografa! Que delícia! Tirei o resto do dia para saber tudo o que podia sobre isso.

Desconstruindo o olhar

Miksang significa “bom olho” em tibetano. Sugestivo, afinal a proposta é aprender a enxergar a realidade de outra maneira. Isto é, aquela maneira certinha com que enquadramos tudo o que vemos vira do avesso. Porque na fotografia miksang, ou fotografia contemplativa, são outros critérios que disparam o clique. É por isso que muda tudo.

De maneira habitual, não somos conscientes do que nos chama a atenção. Nossa concentração muda de foco o tempo todo, por vários motivos, mas não percebemos (nem a mudança nem os motivos). É como se vivêssemos constantemente em uma espécie de sono: não estamos despertos nem atentos, estamos dormindo mesmo quando acordados e vivemos essa vida como imersos em um sonho interminável. “Despertar também significa estar atento. Quem está desperto está consciente, alerta, vivo, nem que só por alguns momentos”, diz Alice. A proposta da fotografia miksang é nos deixar mais abertos e atentos

para o que nos chama a atenção - e é exatamente aí, com o que nos desperta a atenção e toca

o coração, que ocorre o clique. Ficamos mais ativos e conscientes - e não mais

passivos - ao que captura o nosso olhar. É um treino para o despertar e certamente uma maneira segura de redescobrir o encanto da vida e das coisas encobertas pela névoa do sono.

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o apoio da Suzano Papel e Celulose, o CCBB rea-liza o inédito festival de ilustração no Rio de Janeiro e con-vida o público a conhecer alguns já consagrados e os grandes destaques no cenário da Ilustração no ano de 2009. O evento que está marcado para os dias entre 7 e 13 de dezembro, in-centiva novos talentos, a partir de atividades como exposições, mesas redondas, cineclube e oficinas.

Uma exposição retrospectiva da trajetória do saudoso car-tunista J. Carlos abre o festival, homenageando o artista que compôs um retrato vivo da sociedade carioca do início do século XX. José Carlos de Brito e Cunha, nascido no Rio de Janeiro, em18 de junho de 1884 foi um chargista, ilustrador e designer grafico brasileiro. Também fez esculturas, foi autor de teatro de revista, letrista de samba, e é considerado um dos maiores representantes do estilo art déco no design grá-fico brasileiro. Seu primeiro trabalho foi publicado em 1902, na revista Tagarela, com uma legenda explicando ser aquele o desenho de um principiante, mas, em seguida, passa a colabo-rar regularmente com a revista e em abril do ano seguinte já desenha a capa da publicação. Fez histórias em quadrinhos com a negrinha Lamparina, mas seus desenhos mais conhe-cidos sãos as figuras típicas do Rio de Janeiro, os políticos da então capital federal, os sambistas, os foliões no carnaval e, principalmente, a melindrosa J. Carlos sofreu uma hemorragia cerebral enquanto estava reunido com o compositor João de Barro, o Braguinha, discutindo a ilustração para a capa de seu próximo disco, e faleceu dois dias depois.

Festival de Ilustração 2009CCBB abre as portas para novos talentos

Rita Ribeiro

Com

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Exposições paralelas apresentam portfolio dos premiados e convidados que participam de palestras e oferecem oficinas especiais convidando o público e ensinando técnicas. São eles Walter Vasconcelos, Gilberto Marchi e Rui de Oliveira.

Uma premiação consagra os destaques do ano que participam de mesas redondas, contando um pouco sobre suas atividades. Conheça um pouco mais dos convidados e o perfil dos premiados.

Com traço inicialmente arte-nova, evoluindo pro art-déco, J. Carlos retratou como ninguém a vida carioca, das praias, do carnaval, moda e costumes, criando personagens típicos da cidade do início do século XX.

Ilust

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los

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Convidados

Rui de OliveiraEstudou pintura, artes gráficas e ilustração no Instituto Superior Húngaro de Artes Industriais, em Budapeste. Estudou também cinema de animação, onde trabalhou como animador, realizando individualmente dois curtas. Já trabalhou em grandes empresas, entre elas, a Rede Globo como diretor de arte. Fez aberturas de novelas, e trabalhou na direção de arte da primeira versão da série Sítio do Picapau Amarelo. Realizou diversas apresentações para filmes brasileiros, além de cartazes e pro-gramação visual para cinema. Já ilus-trou mais de 100 livros e projetou mais de 400 capas para as principais editoras de literatura infanto-juvenil brasileiras. Professor há 23 anos no curso de Desenho Industrial da Es-cola de Belas Artes na UFRJ.

Walter VasconcelosInfluenciado pelo pai, Fernando Silva, que sempre trabalhou com desenho, Walter foi acostumado desde cedo a ver ilustrações, comics e artes gráfi-cas. Começou a trabalhar com artes gráficas muito jovem. Walter utiliza todo tipo de material: papel velho, tinta, manchas, fotos, tipologia, e des-sa sopa visual surgem ilustrações vi-sualmente poderosas, normalmente acompanhadas de fina ironia e hu-mor sutil. O resultado desse trabalho alcançou reconhecimento rápido no Brasil e também no exterior. Wal-ter Vasconcelos também é editor de arte da revista “Ciência Hoje das Crianças”, e junto com Paulo Caval-cante produz a revista de arte inde-pendente chamada “Papel Brasil”.Acredita que o importante é criar caminhos e manter a cabeça aberta.

Gilberto MarchiGilberto Marchi Ferreira, pintor e ilustrador estudou desenho e pin-tura com Lubra, Ettore Federighi e Amadeu Scavone. Lecionou desenho e pintura na Escola Panamericana de Arte, de 1969 a 1976. Como retratis-ta, tem trabalhos em coleções priva-das. Dentre os retratos podemos ci-tar o do Sr. Governador Mário Covas. Na área editorial realizou ilustrações para revistas, capas de várias edições das Edições Edibolso. Gilberto Ilus-trou mais de 20 livros infantis, car-tazes de eventos e filmes, outdoors para publicidade e espetáculos de circo. Só para o “Holiday on Ice” re-alizou outdoors por 18 anos.Gilberto gosta de trabalhar com o que tiver à mão, mas entre suas preferências está a aquarela pela sua tranparência.

Premiados

Bruno MaronFormado em design e pós-graduado em ani-mação pela PUC-Rio. Sua paixão pelo dese-nho começou cedo, com delírios de engenharia cartográfica que foram radicalmente modifica-dos pelo surgimento de revista humorística da década de 80, como: chiclete com banana e Circo e Mad. Trabalhou como ilustrador e in-fografista. Em 2007 re-cebeu do Festival de ani-mação Erótica o prêmio de melhor online pelo primeiro curta, “Praxedes” .um espermatozóide.

Hiro KawaharaTrabalhou por 10 anos na Tarteka, onde criou as toalhinhas das bandejas do McDonald’s, primei-ro escrevendo, depois pesquisou e ilustrou. Em 2000 assumiu toda a parte infantil criando as caixinhas do Mc Lan-che Feliz. Em março saiu da Taterka. Hoje ele trabalha para ou-tras agências e continua fazendo as ilustrações para as toalhas do Mc Donald’s e ainda arran-ja tempo para fazer seu livro que infelizmente não saiu da primeira página há anos.

Sabrina HerasSabrina tem trabalhado principalmente para o mercado editorial, mas gosta de desenhar de tudo, depende do hu-mor e do que estiver pesquisando e estudan-do no momento. Às vezes, sente vontade de trabalhar com lápis de cor, canetinha, porém, do nada tem vontade de usar pastel ou fazer uma ilustração realista no Photoshop, mas a sua grande paixão é ilustração infantil. Cos-tuma fazer seu auto-re-trato utilizando vários estilos e técnicas.

Montalvo MachadoTrabalha com criação e finalização de imagens desde 1983, estudou desenho de embala-gens, técnicas de ilus-tração para o mercado editorial e publicitário. Produz suas imagens mesclando recursos di-gitais e convencionais, adequando as técnicas com a necessidade do projeto. Tem um re-pertório eclético de técnicas e combina desde a escola clássica de anatomia, xilogravuras rústicas, avançadas téc-nicas em 3D e edições de vídeos.

Andres SandovalTrabalha como ilustra-dor desde 2001 em São Paulo. Participou da Bi-enal de Ilustração da Bratislavia (Eslováquia).Começou sua vida pro-fissional em produções comerciais de cinema, trabalhando na equipe de direção de arte. De-senvolveu vários croquis e coordenava a cosn-trução, este trabalho era alternado com as ilustra-ções de livros. Hoje faz desenhos para estam-pas de tecidos (Néon), embalagens, anúncios, revistas (Capricho).

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Lettuce transa uns lances, umas canções de amor!Natércia Pontes

Na parte instrumental, contam com a pre-sença de Rodrigo Jardim no baixo, Pcatran nos teclados e sitentizadores, e Thomas Hares na bateria.Carioquês, francês, inglês, travelling on mayonese. Lettuce é desembocar no fim da tarde numa piscina azul, dar um tibum e sentir a água morna abençoar. É rasgar o céu, viajar de balão e sobrevoar este planeta minado de lagar-tas, zebras, fantasmas, chafarizes em profusão de suspiros e canções de línguas molhadas. É o sol nas-cendo, o mar indo e voltando, a madrugada aparecendo. Lettuce é tão raro, é loventura, é violão enfeitiçado, é flerte, é benção, é sorte. Lettuce é simplesmente amor.

pode ser uma banda nova, mas também é uma aventura amorosa formada pelo casal Letícia No-vaes e Lucas Vasconcellos. Neste projeto apaixonado, Letícia passeia de mãos dadas a Lucas por um caminho sinuoso, de pedras preciosas, de diferentes ritmos, de inusitada bossa, sambinha elegante, rock descabelado, baladinha gostosinha, seresta para cantar sob o sobrado, trilha sonora para jantar à luz de velas ou embalar no escurinho uma sarração safada no sofá.

No show, Letícia (voz) lagarteia-se com Lucas (guitarra e violão), sobre o palco iluminado. Povoado de peixes púrpuras, rubros e fosforescentes, girassóis de plástico, livros velhos empilhados, as pedras de um manancial, gelo seco, confetes de carnaval e mangueirinhas pisca-pisca de natal, daquelas que vendem em lojinha de um e noventa e nove. Letícia é alta e Lucas também. Eles se espiam apai-xonados durante as canções, os aplausos e as pausas.

Ainda não muito conhecido pela mídia, o grupo tem chamado atenção pela performance no palco, e surge como umas das melhores notícias do início desse ano nos palcos cariocas. Em sua curta carreira o grupo já con-quistou uma fã ilustre, a cantora Marina Lima, de quem tocam “Acontecimentos”.

Lucas ama Letícia e Letícia ama Lucas. Amor à primeira vista. Disso é feito o Lettuce. Lucas vem de Petrópolis, e toca no Binário. Letícia da Tijuca, do tratro, e já tocou nas bandas Léticios, Ménage a Trois e João Brasil. A banda nasceu com o ínicio do relacionamento dos dois, em 2007. Um liquidificador romântico.

2524

Lettuce

www.myspace.com/lettucetransadinha

www.flickr.com/photos/_lettuce

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

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www.personalbrecho.com.br

que estar na moda, a mulher que compra em brechó está preocupada em fazer moda. Entre as adeptas do estilo vovozinha, existe a técnica do garimpo - revirar bancas e araras atrás de peças baratas e autênticas. Para conferir que tipo de tendência é esta, fomos a campo ga-rimpar a moda de segunda mão da cidade. Após dois dias “batendo perna” atrás de brechós e bazares, a impressão que fica é a que, diferente das lojas convencionais e seu público específico, o comércio da moda de segunda mão é uma verdadeiras feira de estilos. Dificilmente uma peça será vendida como foi adquirida, quando com defeito, ela é desmanchada e refeita, mas na maioria dos casos elas dão origem a outras completamente diferentes, comenta sobre o legítimo trabalho de reciclar peças.

Mas, por que a roupa da vovó anda invadindo o guarda-roupa da garotada? Para a estilista Leticia Nogueira, a estética atual é um revival, mas a linha do corte-costura é nova, é do “nosso tempo”. Para ela, que está para inau-gurar uma loja no ramo, a moda atual é mais permissiva e, por isto, mais alegre. “Isto tudo acaba casando com o estilo brechó, o multicor e a extravagância”, analisa. “O

objetivo de uma boutique que trabalhe com peças re-cicladas é a busca pelo ‘exclusivo’, que na maioria das

vezes só é encontrado em peças antigas devido à excelência

do material”, fala sobre a valorização do velho na estética de hoje.

As Mocinhas do Bazar, como gostam de ser chamadas, têm en-tre 50 e 80 anos e dão um banho de estilo em muitas lojas da cidade.

Com um público não menos diferen-ciado, elas mantém sete instituições fi-lantrópicas vendendo e reciclando as peças que recebem da co-munidade. A própria repórter, em apura-ção, levou para casa um casaco por R$ 15. “Um amigo que tra-balha com moda em Nova Iorque falou que era veludo legítimo”, comenta a jor-nalista, surpresa com o excelente acabamento da roupa.

Os tecidos são extravagantes ou de cores fortes, mas como o corte das peças não permite poluição, o visual brechó pode se dar ao luxo de abusar das bijouterias e acessórios. Esta linha é sempre muito variada, vai do básico ao exótico - pedras, cordas, brilho etc. Nos baza-res, encontram-se gravatas em ótimo estado. Como são sempre coloridas e estampadas, vale desmanchá-las para confeccionar uma saia pra lá de irreverente. Nas pistas de dança, o revival anos 70 comanda a festa ao som da dance music ou dos timbres eletrônicos. Muitas peças com estampas psicodélicas, com ou sem manga, podem ser encontradas por R$ 4 e R$ 5.

Em tempos de crise, seja contra ou a favor, o fato é que pra quem ainda não encontrava alterna-tiva, o brechó pode ser uma ótima opção para se manter na “estica” com pouca grana.

A palavra brechó provém do nome de um antigo co-merciante carioca do séc XIX chamado Belchior, que teve a primeira loja de compra e venda de artigos usados no Brasil, e por conta disso, a população se referia como a “Casa de Belchior”.

Brechó e moda recicladaO autêntico bom, bonito e barato

Ana Maria Reis

Mais

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VARALPoesias e textos publicados em blogsde jovens escritores cariocas.

Como Alguém Já Dizia “...afinal, que culpa têm os que fazem o mal tentando fazer o bem?”

Efeito e Causa “Era um namoro burocrático. Conheceram-se numa fila.”

Boa EducaçãoPor favor, você primeiro. Cobaia.

Literal “Amanhã vai dar merda. Literalmente.”“É, parece que o bicho vai pegar. Literalmente.”“Essa festa tá pegando fogo. Literalmente.” “Vamos dar o sangue por essa conquista. Literalmente.”“Querem arrancar nosso couro. Literalmente.”A todos, um lembrete: Se a intenção é enfatizar, melhor usar outra palavra.

Non-sensNão me surpreende

que a alma tenha deixado

o meu corpo.Surpreende-me, sim,

a insistência de permanecer

existindo.

Um apelo “Se você for embora,

por favor, não demore.”

“Para ir ou para voltar?”

RodosentimentoCoração pneu de carrodesvia dos sobressaltosresiste derrapa na curvamachuca se cai no buracoaltivo se roda alinhadoé rei conduzindo vassaloaté que a morte os separeaté que termine furado.

EstranhezaPoetas se apaixonam...

Nada há de estranho nisso!

Aconteceu com o Pessoa,

a Flor Bela, o Vinícius...

- Que dirá, pobre mortal,

consigo?!Poetas se apaixonam...

A palavra desce quente

garganta ao umbigo.

E a estranheza?

[cá entre nós...]

também faz parte do ofício!

http://pastelzinhodrink.blogspot.com

http://poemadia.blogspot.com

Calamidade pública

Perdi meu senso prático

na Ouvidor com Rio Branco

deixei de passar no banco

atravessei sem olhar

o trânsito

ultrapassei sem pesar

o lento

atropelei sem freio

o velho

encontrei meu motivo lógico

na praça do passeio público

sou um animal nocivo

ao interesse mútuo.

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10/06

17/05

24/04

18/04

01/06

26/05

LETTUCEA banda irá tocar na festa “Força na peru-ca”, com intuito de aquecer, adornar ou fazer as cabeças da rapaziada, só vai ser permitido entrar de peruca. No Rail, às 22h. Rua Primeiro de Março, 8, Sobrado, Centro.

Yves Saint Laurent - Viagens Extraordinárias

A mostra sobre o estilista reúne peças inspiradas nos diversos países que ele co-nheceu, além de fotografias, vídeos e croquis. Centro Cultural Banco do Brasil, de terça a domingo, das 10h às 21h. Rua Primeiro de Março 66, Centro. Entrada Franca. Até 19 de julho.

Abraham PalatnikO artista plástico mostra 19 trabalhos. Onze são pin-turas da série “Progressões”. Há ainda três objetos, dois cinéticos e três serigrafias criadas a partir da série “Permutáveis”. Palatinik usou tinta acrílica em todas as obras. Anita Schwartz Galeria de Arte, de segunda a sexta, das 10h às 20h. Rua José Roberto Macedo Soares 30, Gávea. Até 27 de junho.

28 milímetros – MulheresJR retrata mulheres do Morro da Providência. O resultado usa fotografia, transmissão de imagens ao vivo e elementos cenográficos. Casa França Brasil, de terça a domingo, das 10h às 20h. Rua Visconde de Itaboraí 78, Centro. Entrada Franca. Até 21 de junho.

GO EAST Especial “Primavera Balcânica” (8ª edição). A partir das 23 horas. Casa Rosa. Rua Alice, 550 - Laranjeiras

Senta a Púa Documentário. A história do 1º Grupo de A-viação de Caça no Brasil, que participou da Segunda Guerra Mundial ilustrações de Júlio Zartos. Espaço Unibanco 3, 14h

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