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Apoio Digital SARCOPENIA Apoio Digital Inês Campos, MD/MSc Especialista em Medicina Física e de Reabilitação - Centro de Reabilitação Rovisco Pais Pós-graduação em Geriatria – Universidade do Porto Inês Ferro, MD Interna de Formação Especializada em Medicina Física e de Reabilitação Centro de Medicina e Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais Pós-graduação em Medicina Desportiva Pós-graduação em Geriatria – Universidade de Coimbra As afirmações expressas pelo Palestrante são da sua inteira responsabilidade. As referências bibliográficas constantes da apresentação são igualmente da responsabilidade do Palestrante.

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Inês Campos, MD/MScEspecialista em Medicina Física e de Reabilitação - Centro de Reabilitação Rovisco PaisPós-graduação em Geriatria – Universidade do Porto

Inês Ferro, MDInterna de Formação Especializada em Medicina Física e de ReabilitaçãoCentro de Medicina e Reabilitação da Região Centro – Rovisco PaisPós-graduação em Medicina DesportivaPós-graduação em Geriatria – Universidade de Coimbra

As afirmações expressas pelo Palestrante são da sua inteira responsabilidade.As referências bibliográficas constantes da apresentação são igualmente da responsabilidade do Palestrante.

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Sarx (carne/músculo) + Penia (perda)

Irwin Rosenberg (1989): “Declínio progressivo da massa muscular como consequência do envelhecimento”

European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP 2010):

“Síndrome caracterizada pela perda progressiva de massa muscular esquelética e de

função muscular (força e performance), com risco de efeitos adversos como incapacidade física,

fraca qualidade de vida ou morte”

Outubro.2016: reconhecida como condição independente na ICD-10-CM (código M62.84)

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• +++ idosos (embora se possa desenvolver em jovens)

• Fisiopatologia complexa e multifactorial

• Precursor / manifestação de fragilidade

• Preditor de eventos adversos(quedas, hospitalizações e mortalidade)

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Distinguir de

Caquexia: síndrome metabólica complexa, associada a uma patologia de base; caracterizada pela perda severa de músculo +/- perda concomitante de massa gorda;Muitos doentes caquéticos são também sarcopénicos mas a maioria dos doentes sarcopénicos não tem critérios de caquexia

Síndrome de fragilidade: Estado de maior vulnerabilidade decorrente de um decréscimo da função homeostática, força muscular e reservas fisiológicas por múltiplas causas

Obesidade sarcopénica: doente reúne condições para o diagnóstico de sarcopenia (com↓massa muscular e baixa função) e simultaneamente elevada massa gorda; + comum em idosos;Obesidade aumenta a infiltração adiposa muscular

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• Acarreta custos acrescidos

• EUA (2000): 18.5biliões de dólares dos custos dos cuidados de saúde à Sarcopenia

= corresponde a 1,5% do total despendido em cuidados de saúde

• WHO – nº pessoas >60 anos: 600milhões -> 1.2 biliões em 2025

-> 2 biliões em 2050

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• Massa muscular ↑ na infância e início da vida adulta• Estável até aos 40 A (♂ > ♀)• A partir dos 50 A, ↓ massa muscular Minf ~1-2% / ano

↓ força muscular 1-55% / ano

• Associação positiva entre o peso à nascença e a FM, mantida ao longo da vida

• Risco de sarcopenia relacionado com a idade com que se atinge o pico de massa

muscular e o declínio da mesma!

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Cruz-Jentoft A, Bahat G, Bauer J et al. Sarcopenia: Revised European Consensus of Definition and Diagnosis. Age and Ageing 2019; 48: 16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169

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FR que aumentam o catabolismo• Lesões• Inflamação• Stress oxidativo• Disfunção mitocondrial• Aumento da miostatina

FR que diminuem o anabolismo• Idade avançada• Alterações do desenvolvimento (infância/puberdade)• ↓ ingestão proteica (comum em idosos)• Sedentarismo / Alectuamento• ↓ IMC baixo (↑ IMC tem efeito relativamente protector)

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Factores inflamatórios

Inflammageing = estado inflamatório sistémico de baixo grau, crónico• ↑ níveis de citoquinas inflamatórias (TNF-α, IL-6, IL-1)• ↑ proteínas de fase aguda

Associado a > perda de massa e força muscular• Influência do ↑ citoquinas inflamatórias• Estimulação da proteólise (TNF-α potente estimulador)• ↓ ingestão calórica no idoso e ↓ peso corporal

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Factores endócrinos

• ↓ GH/IGF-1 relacionada com ↓ massa muscular e DMO no idoso e ↑ massa gorda visceral

• ↓ Testosterona e < sensibilidade dos tecidos musculares induz ↓ massa muscular e DMO

• ↑ Cortisol com o envelhecimento - ↓ efeitos lipolíticos (declínio da GH) -> ↑ gordura visceral e ↓DMO

Menopausa: [hormonas sexuais] ↓ drasticamente

Andropausa: [hormonas sexuais] ↓ + lentamente até à 8ª década de vida, depois rapidamente

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Resistência à insulina

• Inactividade física é um dos FR major para desenvolvimento de resistência a insulina

• Resistência anabólica -> ↓ massa esquelética (maior tecido insulino-responsivo)

• > proporção de fibras tipo II (rápidas) nos MSups (maior expressão de GLUT4 em doentes com DM2)

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Degeneração neuromuscular

Um dos mecanismos + investigados

↓ FM característica da sarcopenia deve-se, em parte, a alterações progressivas

e irreversíveis no SN decorrentes da idade, com ↓ unidades motoras

Unidade motora = motoneurónio α + fibras musculares por ele inervadasDesnervação = perda da eficácia deste sistema = tremor, descoordenação, fadiga

Atrofia de fibras musculares (++ tipo II) + ↓ nº motoneurónios α + infiltração adiposa

• Fibras tipo II são as que + sofrem o efeito do envelhecimento – ↓actividades de alta intensidade

• ↑ infiltração gorda no tecido muscular – ↓ força muscular

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Alteração do metabolismo proteico muscular

Via anabólica (síntese): Akt/PKB, mTOR, IGF-1, insulina, aminoácidos ramificados (leucina, valina, isoleucina) e exercício físico

Via catabólica (destruição): ubiquitina proteossoma, miostatina, TGF-β, atrogina-1, MuRF-1

Envelhecimento:

↓ sinalização Akt/PKB-mTOR e síntese proteica, ↑ TGF-β e miostatina = contribuem para Sarcopenia

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Factores ambientais

Importantes estímulos anabólicos para a síntese proteica

Adequado aporte nutricional + Actividade física

↓ ingestão alimentar relativamente comum - factores socioeconómicos, ↓ apetite, ↓ paladar e olfato,

alterações gastrointestinais, demência, depressão, dependência, …

Inactividade física: Ao fim de 10 dias de alectuamento são evidentes ↓ força e potencia muscular

assim como da capacidade aeróbia!

São as 2 principais causas modificáveis de

Sarcopenia no idoso!

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Caso Cl ín ico

Apresenta-se na Consulta por:

• Sente-se a “ficar velho”, mais fraco e lento desde há ~4 meses• Desconhece factor despoletante

• Sensação de perda de volume muscular nos membros• Menor força nos membros inferiores

• História de quedas (2 no último ano)• Nega perda de peso recente ou sintomas B

• Autónomo nas actividades de vida diária einstrumentais

♂, 71 anosReformado

CasadoReside com a esposaem casa própria

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Caso Cl ín ico

Sem Hx familiar relevante

Antecedentes pessoais:# FRCV: HTA [2001], Dislipidemia [2010]# HBP [2013]# Osteoartrose# PTJ direita# Angioplastia com 2 stents coronários [2011]

Medicação Habitual:• Losartan 50mg, Carvedilol 6.25mg, Varfarina, Finasterida

5mg, Espironolactona 25mg, Sinvastatina 20mg

♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo

“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas

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Caso Cl ín ico

Aporte nutricional:- Apetite conservado- Refere que gosta mais de peixe, come pouca carne.

Actividade física e exercício físico:- Não regular, 1x/semana ocasionalmente

Padrão Sedentário

♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo

“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas

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Caso Cl ín ico

Que factores de risco relevantes identificou até agora?

a) História de quedas (2/último ano)b) Polifarmáciac) Baixo aporte nutricional (proteico)d) Sedentarismoe) Osteoartrosef) Todas correctas

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Caso Cl ín ico

Exame Objectivo:• Apirético• Peso 60Kg, Altura 165cm = IMC 22.04Kg/m2

• Emagrecido, amiotrofia• Pele e mucosas coradas, ligeiramente desidratado• ACP sem alterações de relevo• aROM sem limitações de relevo excepto 0º de RI

coxofemorais e joelho drto 0-120º• FM (MRC) G4 global• Faz pinça termino-terminal até ao 4º dedo• Padrão de marcha com passada ligeiramente mais curta,

ligeira anteflexão do tronco, adquirindo com o avançar do tempo de marcha menor destacamento dos pés do solo na fase de balanço

♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo

“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas

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Caso Cl ín ico

Ponderariam Sarcopenia?

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SARCOPENIA - Categorias

Sarcopenia aguda:

• Sarcopenia com duração <6 meses

• Relacionada com doença ou lesão aguda

Sarcopenia crónica:

• Sarcopenia com duração ≥6 meses

• Associada a patologias crónicas e progressivas

• ↑ risco de mortalidade

Distinção para facilitar a intervenção precoce e prevenir / atrasar a progressão da Sarcopenia

e suas consequências

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SARCOPENIA - Categorias

Primária

Associada ao envelhecimento, sem outra causa subjacente

Secundária

Uma ou mais causas evidentes, podem estar relacionadas com a actividade física,

nutrição ou doença

Devido ao caracter multifactorial, muitas vezes não é possível a destrinça

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SARCOPENIA – Estadios de Sever idade

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SARCOPENIA – Estadios de Sever idade

Os estádios refletem a severidade da doença, permitindo a gestão clínica da patologia

European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) recomenda a categorização em

• Pré-sarcopenia: ↓ massa muscular sem impacto na força muscular ou performance

• Sarcopenia: ↓ massa muscular + ↓ força muscular ou da performance

• Sarcopenia severa: presença dos 3 critérios

Cut off ainda não standardizado (dependente do método e avaliação do observador)

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SARCOPENIA – O que a EWGSOP2 trouxe de novo?

Inclusão nos critérios de força muscular e massa muscular

• ↓ massa muscular associada a ↓ força muscular (relação não é linear)

• ↓ força muscular é + rápida do que a ↓ concomitante de massa muscular

• Goodpaster et al: em idosos dos 70-79 A, a massa muscular ↓ 0.5-2% /ano comparativamente a 2-4% de ↓ FM

Portanto, as alterações associadas ao envelhecimento sobre a qualidade muscular

podem ser tão importantes como a ↓ da massa e quantidade muscular (especialmente

fibras tipo II, ↓ mitocondrial e ↑infiltração gorda, que contribuem para ↓ força e performance)

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SARCOPENIA – ECDs

1. ↓ massa muscular

Cálculo da massa esquelética apendicular (ASM)• Relação consistente com a massa muscular total• Medida por DXA (Dual-Energy X-Ray Absorptiometry) – método + usado, rápido (min)• Método preciso, fácil e seguro de reproduzir – presente em todas as organizações

• 7.23-8.87Kg/m2 em homens, 5.45-6.42Kg/m2 em mulheres

Índice de massa musculoesquelética (SMI)• Ajuste da ASM à altura [(massa muscular do braço + massa muscular da perna)/altura2]• Equações preditivas a partir da BIA (Analise de Impedância Bioelétrica)• Alternativa prática útil; rápido, não invasivo, portátil, barato, válido

Não permitem a distinção entre água intracelular e extracelular• Pode levar a erros de medição em alteração do estado de hidratação (atletas, idosos)• Subestimação da massa gorda e sobrestimação da massa magra

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SARCOPENIA – ECDs1. ↓ massa muscular

TC, RMN• Gold standard para avaliar massa muscular esquelética na investigação clínica• + precisos, > especificidade e sensibilidade• Área muscular esquelética abdominal a nível de L3 fortemente relacionada com a

distribuição da massa magra corporal total = permite estimar a massa muscular total• A área muscular na coxa tem uma correlação ainda + forte com o volume muscular total• Avaliam também a qualidade muscular = infiltração gorda• ↑Custos elevados, > duração de realização, ↓acessibilidade, ↑ dose de radiação (TC)

Ecografia• Uso recente; avaliar a qualidade e quantidade muscular (quadríceps femoris)• Válida na avaliação do tamanho muscular em idosos• Boa estimativa da massa muscular

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SARCOPENIA – ECDs

1. ↓ massa muscular

Métodos antropométricos (primeiros estudos)• Circunferência do braço, perna e pregas cutâneas• Envelhecimento (depósitos de gordura e ↓ elasticidade da pele): erros de estimação na população idosa• Substituído por métodos + recentes, com > especificidade e sensibilidade – X boa medida da massa muscular

Contagem de K+ total• 50% do K+ encontra-se presente no tecido musculoesquelético• Método clássico, não usado por rotina

Teste de diluição de Creatina• Produção pelo fígado e rim + ingestão em carnes• Músculos -> conversão irreversível em fosfocreatina. Circulante em excesso transforma-se em creatinina• Excreção de creatinina = estimativa da massa muscular total• Correlaciona-se com as medidas obtidas por RMN e moderadamente com as de BIA e DXA• +++ investigação

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SARCOPENIA – ECDs

2. ↓ força muscular

EWGSOP permite vários testes

Força de preensão da mão – Dinamómetro de Jamar• Correlaciona-se moderadamente com a FM de outros segmentos corporais

• Quando medição impossível, usam-se métodos de torque isométrico no MInf

Flexão/extensão do joelho

Determinação do débito expiratório máximo – pouco usada

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SARCOPENIA – ECDs

3. ↓ performance física

Definida como uma medida objectiva da função corporal relacionada com a locomoçãoConceito multidimensional: Músculos + funções nervosas periféricas e centrais

Métodos mais usados• Short Physical Performance Battery (SPPB)

• velocidade de marcha + equilíbrio + chair stand test• Pontuação ≤8 = Fraca performance física• Uso predominantemente na investigação (demorada, > 10min)

• Teste de avaliação de marcha (Usual Gait Speed, 4 metros)• Teste seguro e confiável; Fácil de usar na prática clínica• Valor preditivo elevado na determinação de consequências clinicas major

• < funcionalidade, alterações cognitivas, necessidade de institucionalização, quedas, mortalidade• Chair stand test (tempo de levantar da cadeira e retomar à posição inicial 5x (sem auxílio dos braços)• Timed up and go test

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SARCOPENIA – Grupos de Estudo

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SARCOPENIA – Guidel ines EWGSOP

xScreening

Velocidade de marchaQuestionário SARC-F

População geral > 65 anos (anual) ou Grupos de alto risco independentemente da idade ou Doentes hospitalizados (após evento)

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SARCOPENIA – Guidel ines EWGSOP2• Força muscular

• FM preensão manual• Chair stand test

• Massa muscular• DXA e BIA no dia-a-dia• DXA, RMN ou TC em investigação / utentes de ↑risco outcome adverso

• Performance• Vel marcha <0.8m/s• e SPPB + TUG para ver a severidade da Sarcopenia

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SARCOPENIA – Guidel ines EWGSOP2

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SARCOPENIA – Ferramentas de Rastreio

Questionário SARC-F

• Ferramenta simples

• EWGSOP2 para rastreio indivíduos com sarcopenia provável

• 1ª a ser validada em diferentes populações

• Questionário numérico

• ≥4 = Sarcopenia

• Incluido no Rapid Geriatric Assesment

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SARCOPENIA – Ferramentas de Rastreio

Questionário SARC-F

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SARCOPENIA – Ferramentas de Rastreio

Questionário SarQoL

• Aborda impacto na qualidade de vida

• Auto-avaliação - percepção sobre aspectos físicos, psicológicos e sociais

• Instrumento validado

• Tradução em múltiplas línguas

• Disponível em Português

http://www.sarqol.org/sites/sarqol/files/SarQol%20%28portuguese%20version%20European%29_0.pdf

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Caso Cl ín ico

Exame Objectivo:• Apirético• Peso 60Kg, Altura 165cm = IMC 22,04Kg/m2

• Emagrecido, amiotrofia• Pele e mucosas coradas, ligeiramente desidratado• ACP sem alterações de relevo• aROM sem limitações de relevo excepto 0º de RI

coxofemorais e joelho drto 0-120º• FM (MRC) G4 global• Faz pinça termino-terminal até ao 4º dedo• Padrão de marcha com passada ligeiramente mais curta,

ligeira anteflexão do tronco, adquirindo com o avançar do tempo de marcha menor destacamento dos pés do solo na fase de balanço

♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo

“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas

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Caso Cl ín ico

Considerando a suspeita de Sarcopenia neste doente, qual é a atitude mais correcta a adoptar de seguida?

a) Avaliar a performance com testes de velocidade de marcha ou TUGb) Avaliação de força muscular (preensão manual)c) Aplicar o questionário de rastreio SARC-Fd) B + Ce) Medição da massa muscular

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Caso Cl ín ico

Questionário SARC-F = 4 pontos

Força preensão manual (dinamómetro): 23Kg

♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo

IMC 22,04Kg/m2

AmiotrofiaLimitações na aROMFM (MRC) G4 globalAlt padrão de marcha

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Caso Cl ín ico

Qual é o ECD mais adequado para continuação da investigação?

a) TCb) DXAc) RMNd) Não solicitaria, a antropometria seria o suficientee) Teste de diluição da creatinina

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Caso Cl ín ico

ECDs:

• Av. Analítica sem alterações de relevo

• DXA: ASM de 6,9Kg/m2

♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo

SARC-F = 4 pontos↓ Preensão manual

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Qual é o passo do fluxograma que falta avaliar?

a) Força muscularb) Massa muscularc) Performance

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Avaliação da Performance

• Vel. Marcha (4m) 0,9m/s(N >0,8m/s)

• TUG: 19s – limítrofe(N < 20s)

• Chair stand test: 5 levantar-sentar em 14s – limítrofe(N <15s)

♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo

SARC-F = 4 pontos↓ Preensão manual↓ DXA

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Tendo em conta todos os dados obtidos, como estratificaria o status do utente em questão?

a) Pré-sarcopeniab) Sarcopeniac) Sarcopenia severa

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SARCOPENIA – Consequências

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SARCOPENIA – Consequências• Alterações da mobilidade, ↑risco de quedas e fracturas

• Dificuldade em actividades da vida diária e independência

• Associada a doença cardio-respiratória

• Alterações cognitivas

• ↑ risco de infeções em doentes hospitalizados (ITU, pele e feridas)

• ↑ períodos de Hospitalização e custos de saúde (cerca de 5x superior)

• Institucionalização

• Deterioração do estado de saúde do idoso

• ↓ qualidade de vida

• ↑ mortalidade

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Que potenciais problemas identificados neste caso podem e devem ser abordados?

a) Optimização nutricionalb) Actividade física / Exercício físicoc) Tratamento farmacológicod) A + B e) Todas as opções

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SARCOPENIA – TratamentoControlo de doença aguda

Catabolismo associado à doença aguda e período de reabilitação prolongado

Programas nutricionais específicos

Actividade física e Exercício Físico

Benéfica na maioria dos FR associados ao envelhecimento

Implica > gasto energético = ↑ necessidades calóricas = ↑suporte nutricional

Deambulação precoce

Reabilitação em meio hospitalar

Programa individualizado

Tratamento farmacológico

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SARCOPENIA – Tratamento

Sem recomendações universalmente aceites

NutriçãoSuplementação proteica

Aminoácidos essenciais: estimulo primário para a síntese proteica

0.8-1g/Kg/dia mínimo necessário para manter a massa muscular no idoso

Aumento leva a ganho de massa muscular e função

Vitamina D

Influencia o metabolismo e tropismo muscular; recomendada medição em todos os sarcopénicos

Suplementação com cálcio e vit D ainda são controversas, com evidência insuficiente

800UI/dia se valores <100nmol/L /40ng/mL

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SARCOPENIA – Tratamento

Sem recomendações universalmente aceites

NutriçãoMonohidrato de Creatina

Suplemento eficiente na melhoria da massa muscular e performance no idoso (quando

combinada com exercícios de resistência)

Suplementação de curto-prazo com 5-20g/dia durante 2 semanas

Anti-oxidantes

Selénio, Vit E, Vit C

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SARCOPENIA – Tratamento

Actividade física e Exercício físico

• Até ao momento, apenas o EF mostrou ter efeito positivo na abordagem e prevenção de Sarcopenia

• Pode reverter as alterações musculares do envelhecimento e ↓ estado de inflammageing

Recomendações gerais:

Preferências do idoso (altura do dia, historial, cultura, …)

Estabelecer objectivos a curto e longo prazo

Desenhar o programa (frequência >3x/semana, intensidade, duração, tipo de exercício, progressão)

Recomendar “aquecimento” e “arrefecimento” adequados (de pelo menos 5min)

Assegurar supervisão regular (Evitar lesões e aumentar a motivação)

Avaliações regulares do progresso do indivíduo e adaptações ao programa

Combinar com suplementação / Cuidados dietéticos

Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7

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SARCOPENIA – Tratamento

Actividade física e Exercício físico Treino de resistência (8-10 exercícios, 8-12 reps, dias não consecutivos)

Benefício correlaciona-se com a intensidade e frequência dos regimes usados

Mais eficaz no ↑ massa muscular e força, embora também melhore a performance

Pode ser usada a modalidade de treino de resistência progressiva (PRT)

↑ massa muscular, força e velocidade da marcha

Melhores resultados na prevenção e atraso da Sarcopenia = 1ª linha

Deve ser dinâmico e incluir grandes grupos musculares (+MInf - coxa e joelho) – marcha e equilíbrio

Desde tenra idade para ↑ massa muscular em jovem, manter em adultos e minimizar as perdas com o

envelhecimento

Treino com carga tem > impacto a nível da área da fibra muscular e função, ↑nº de Fibras tipo II

Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7

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SARCOPENIA – Tratamento

Actividade física e Exercício físico Treino aeróbio (3x/semana durante pelo menos 30min)

Ex. endurance de ↓ intensidade melhora a capacidade oxidativa muscular e a função cardiovascular

Aumenta a capacidade aeróbia máxima

Treino de flexibilidade

Treino de propriocepção e equilíbrio

Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7

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SARCOPENIA – Tratamento

Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7

Actividade física e Exercício físicoModalidade Duração Volume Intensidade Frequência Indicação

Resistência 10-60min

3 meses(2-12 meses)

8-10 exercícios(grupos musculares major)

Progressivo(1-3 sets, 6-12 rep)

Progressiva(até 80% 1RM)

2-3x/semana(1-6)

Sarcopenia>Fragilidade

Endurance 20-60 min

3 meses(2-12 meses)

Progressivo Progressiva(moderada - alta)

3-5 dias / semana Sarcopenia=Fragilidade

Multicomponente

Resistência+ Endurance+ Equilíbrio+ Flexibilidade

45-60 min

20min10min20min10min

Progressivo Progressiva (moderada - alta)

2-3x/semana(1-7)

Sarcopenia=Fragilidade

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SARCOPENIA – Tratamento

Phu S, Boersma D, Duque G. Exercise and Sarcopenia. J Clin Densit: Asses & Managem of Musculoskel Health 2015; 1-5.

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SARCOPENIA – Tratamento

Tratamento farmacológico Nenhum fármaco foi ainda aprovado para o tratamento da sarcopenia

Testosterona↑ força muscular e performance, ↓ massa gorda

Em baixa dose (<300ng/dl), ↑ síntese proteica = ↑ massa muscular

Em alta dose (300-600mg/semana) = ↑ miogénese e ↓ adipogenese

Efeitos laterais dose-dependentes e associados a altas doses:

DCV, retenção de líquidos, ginecomastia, agravamento de SAOS, policitemia, aceleração de HBP ou Neo

Dos fármacos investigados, parece ser a mais segura e efectiva

Moduladores dos receptores seletivos de androgénios (SARMs)Efeitos anabólicos específicos para o músculo e esqueleto (sem efeito sistémico) – ↓ efeitos laterais

Formas esteróides e não-esteróides; Em estudos de fase I-III

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SARCOPENIA – Tratamento

Tratamento farmacológico Nenhum fármaco foi ainda aprovado para o tratamento da sarcopenia

Outros fármacos em estudo

GH/IGF-1

Administração de GH -> libertação de IGF-1 hepática -> ↑ massa muscular mas não da força em idosos

Grelina e agonistas dos receptores de grelina

↑ apetite e a segregação de GH (15-20g/dia durante 5 dias e depois 3-5g/dia)

IECAs

Sob investigação na preservação de musculo esquelético

Perindopril: ↑ performance (6min walk) e ↓ incidência de # anca em idosos

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SARCOPENIA – Tratamento

Terapêuticas futuras

Inibidores da miostatina

Anticorpos monoclonais (infliximab, tocilizumab, bimagrumab)

Medicina regenerativa (stem cells)

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SARCOPENIA – Tratamento

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SARCOPENIA – Take Home Messages

• Sarcopenia no idoso está associada a um risco ↑ de incapacidade funcional, quedas, fraturas, hospitalização,

institucionalização e morte

• Prevalência no idoso hospitalizado é elevada, mas são necessários mais estudos para determinar as consequências

desta patologia a longo prazo

• O adequado aporte nutricional e a atividade física são pilares nas estratégia terapêutica

• Dentro do exercício físico, os treinos de resistência são a pedra basilar para o ↑ força e

massa muscular, bem como melhoria da performance física

• As terapêuticas farmacológicas permanecem sob investigação

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SARCOPENIA – Take Home Messages

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Referências Bibl iográf icas

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• Cruz-Jentoft A, Sayer A. Sarcopenia. Lancet 2019; 393:2636-46.• Dent E, Morley J, Cruz-Jentoft A et al. International clinical practice guidelines for sarcopenia (ICFSR): Screening, Diagnosis and Management. J Nutr

Health Aging 2018; 22(10):1148-1161. • Nascimento CM, Ingles M, Salvador-Pascual A et al. Sarcopenia, frailty and their prevention by exercise. Free Radical Biology and Medicine 2018.

https://doi.org/10.1016/j.freeradbiomed.2018.08.035 • Liguori I, Russo G, Aran L et al. Sarcopenia: assessment of disease burden and strategies to improve outcomes. Clinical Interventions in Aging 2018;

13:913-927. • Gonzalez M, Barbosa-Silva T, Heymsfield S. Bioelectrical impedance analysis in the assessment of Sarcopenia. Co-clinical nutrition 2018; 21(5):1-9.• Dhillon R, Hasni S. Pathogenesis and Management of Sarcopenia. Clin Geriatr Med 2017; 33(1):17-26.• Marty E, Liu Y, Samuel A et al. A review of sarcopenia: enhancing awareness of na increasingly prevalente disease. Bone 2017; 105:276-286.• Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017;

2017:1-7.• Peterson S, Mozer M. Differentiating Sarcopenia and Cachexia Among Patients With Cancer. Nutrition in Clinical Practice 2017; 32(1):30-40. • Beaudart C, McCloskey E, Bruyère O et al. Sarcopenia in daily practice: assessment and management. BMC Geriatrics 2016; 170:1-10.• Phu S, Boersma D, Duque G. Exercise and Sarcopenia. J Clin Densit: Asses & Managem of Musculoskel Health 2015; 1-5.

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OBRIGADA PELA ATENÇÃO

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Inês Campos, MD/MScEspecialista em Medicina Física e de Reabilitação - Centro de Reabilitação Rovisco PaisPós-graduação em Geriatria – Universidade do Porto

Inês Ferro, MDInterna de Formação Especializada em Medicina Física e de ReabilitaçãoCentro de Medicina e Reabilitação da Região Centro – Rovisco PaisPós-graduação em Medicina DesportivaPós-graduação em Geriatria – Universidade de Coimbra