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SARESP 2004 – Prova de Leitura e Escrita -1ª Série EM - Manhã “A marca da maldade” Agora que Romário anunciou seu jogo de despedida e desistiu oficialmente do sonho utópico de chegar aos mil gols, podemos falar de sua carreira usando o verbo no pretérito. Foi o maior centroavante que eu vi jogar? É difícil dizer. Na infância, cheguei a ver um pouco, muito pouco, de Coutinho. Depois, nos anos 70 e 80, vi Reinaldo, o Rei do Atlético-MG. Por fim, acompanho há dez anos a fabulosa trajetória de Ronaldo. Esses quatro foram os maiores de todos, acho. (...) Quem já jogou futebol alguma vez na vida sabe que a entrada nas quatro linhas que delimitam a grande área altera o batimento cardíaco, o ritmo da respiração, a capacidade de percepção, a temperatura do corpo - enfim, todo o metabolismo do jogador. Naquele espaço, o tempo parece acelerar, a bola pesa mais, o gol muda de tamanho e se deforma como nos pesadelos ou nas alucinações. Ou pelo menos isso é o que acontece com o comum dos mortais. O grande goleador parece imune a condições anormais de temperatura e pressão, ou então sabe controlá-las e utilizá-las a seu favor. Onde o outro treme, ele vibra. Onde o outro se afoga, ele nada. (...) A meu ver, o problema de certos atacantes não é técnico, e sim, digamos, moral. A cara deles mostra que são bonzinhos demais. O Marcelo Ramos, por exemplo, dá a impressão de ser incapaz de chutar a bola para as redes sem antes pedir licença ao goleiro. Já um Romário, além de técnica invejável, malandragem e sabedoria no posicionamento dentro da área, tem (ou tinha?) uma dose imprescindível de maldade. Basta olhar para ele para saber que suas intenções são as piores, e seus métodos, os mais sádicos. Uma imagem do filme oficial da Copa de 94, "Todos os Corações do Mundo”, de Murilo Salles, mostra isso à perfeição. Antes de entrar em campo para a final, Brasil e Itália estão perfilados lado a lado no túnel. A câmera flagra, no mesmo quadro, o olhar assustado de Baggio para Romário e os olhos altivos e inescrutáveis do brasileiro, que parecem antever a vitória. Naquele momento, o Brasil começava a ganhar a Copa do Mundo. SARESP 2004 – Prova A – 1 a série EM 3

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SARESP 2004 Prova de Leitura e Escrita -1 Srie EM - Manh A arca da a!dade"Agora queRomrio anunciou seu jogo de despedida e desistiu oficialmente dosonho utpico de chegar aos mil gols, podemos falar de sua carreira usando o verbono pretrito. Foi o maior centroavante que eu vi jogar? dif!cil di"er. #a inf$ncia,cheguei a ver um pouco, muito pouco, de %outinho.&epois, nos anos '( e )(, vi Reinaldo, o Rei do Atltico*+,. -or fim, acompanho hde" anos a fabulosa trajetria de Ronaldo. .sses quatro foram os maiores de todos,acho. /...0 1uem j jogou futebol alguma ve" na vida sabe que a entrada nas quatrolinhas que delimitam a grande rea altera o batimento card!aco, o ritmo da respira23o,a capacidade de percep23o, a temperatura do corpo * enfim, todo o metabolismo dojogador.#aqueleespa2o,o tempopareceacelerar,abolapesa mais,ogol mudadetamanho e se deforma como nos pesadelos ou nas alucina24es. 5u pelo menos isso o que acontece com o comum dos mortais.5grande goleador parece imune acondi24es anormais de temperaturaepress3o, ou ent3o sabe control*las e utili"*las a seu favor. 5nde o outro treme, elevibra. 5nde o outro se afoga, ele nada./...0 A meu ver, o problema de certos atacantes n3o tcnico, e sim, digamos,moral. Acara deles mostra que s3o bon"inhos demais. 5+arcelo Ramos, pore6emplo, d a impress3o de ser incapa" de chutar a bola para as redes sem antespedir licen2a ao goleiro.7 umRomrio, almde tcnica invejvel, malandrageme sabedoria noposicionamento dentro da rea, tem /ou tinha?0 uma dose imprescind!vel de maldade.8asta olhar para ele para saber que suas inten24es s3o as piores, e seus mtodos, osmais sdicos.9ma imagem do filme oficial da %opa de :;, , de+urilo ?alles, mostra isso @ perfei23o. Antes de entrar em campo para a final, 8rasil eAtlia est3o perfilados lado a lado no tBnel. A c$mera flagra, no mesmo quadro, o olharassustado de 8aggio para Romrio e os olhos altivos e inescrutveis do brasileiro, queparecem antever a vitria. #aquele momento, o 8rasil come2ava a ganhar a %opa do+undo. /%59=5, 7os ,eraldo. A marca da maldade. Folha de S. Paulo, ?3o -aulo, C out. C((;. Adapta23o.001#-ara o autor do te6to, o jogador que tem Duma dose imprescind!vel de maldade> aquele que/A0 alcan2a o gol do adversrio sem hesitar ou pedir licen2a. /80 chuta a bola para as redes pedindo licen2a ao goleiro./%0 machuca sempre seus adversrios propositalmente./&0 passa o jogo gritando contra o jui" e os adversrios.?AR.?- C((; E -rova A E Fa srie .+ G02# 5 te6to defende a idia de que um bom jogador deve/A0 sentir o cora23o acelerar e a temperatura subir quando entrar na rea./80 ser igual aos jogadores %outinho, Reinaldo, Ronaldo e Romrio./%0 ter determina23o para atingir o objetivo que o empurra para a frente./&0 ter uma cara que dH ao adversrio a impress3o de que pedir para passar.0$#A e6press3o sublinhada em D#aquele espa2o, o tempo parece acelerar, a bola pesamais,o gol muda de tamanho e se deforma, como nos pesadelos ou nasalucina24es> /quarto pargrafo0 significa que o jogador tem a impress3o de que o golparece/A0 deformado por causa do forte calor./80 deformado por causa do seu nervosismo./%0 encolhido por causa da chuva intensa./&0 entortado por causa do $ngulo em que est.04##o stimo pargrafo, em D7 um Romrio, alm da tcnica invejvel, malandragem esabedoria no posicionamento dentro da rea...>, o autor compara Romrio a +arceloRamos afirmando que os dois s3o jogadores/A0 altivos./80 bon"inhos./%0 diferentes./&0 semelhantes.0%#?egundo o autor do te6to, a entrada na grande rea altera o metabolismo do jogadorcomum porque parece que o gol/A0 fica mais fcil de fa"er./80 permanece sempre do mesmo tamanho./%0 deforma*se como nos pesadelos./&0 torna*se imposs!vel de atingir.0#o trecho D5nde o outro treme, ele vibra. 5nde o outro se afoga, ele nada> /quintopargrafo0, o autor compara/A0 o comum dos mortais ao grande goleador./80 o grande atacante ao centroavante comum./%0 o jogador %outinho a Reinaldo e Ronaldo./&0 o jogador italiano ao jogador brasileiro.?AR.?- C((; E -rova A E Fa srie .+ ;Po'os e rodovias"7sedesconfiavaquepombos*correiosseguiamgrandes rodovias eferrovias para voltar para casa. Asso chegou a ser observado em estudos feitosa partir de avi4es e helicpteros. -ara testar essa hiptese, pesquisadores colocaram nas costas dessasaves umdiminutoaparelhodeposicionamentoglobal por satlite Emaisconhecido pela sigla, eminglHs, ,-? E para mapear comprecis3o omovimento dos animais. -or trHs anos foram observados CFI vJos de pombos*correios j e6perientes que cumpriram trajetrias de at K( Lm nas redonde"asde Roma. A conclus3o que eles realmente seguem grandes estradas na volta aolar, principalmentenoin!cioenomeiodajornada. .issoocorremesmoquandoessarotaosafastadopercursomaiscurtoparacasa. ?egundoosautores, ao optar por essa estratgia, os pombos podem tornar a navega23omais simples, sem precisar ativar sua DbBssola> interna, e, assim, dedicar, pore6emplo, mais aten23o a poss!veis predadores. /-5+85? e rodovias. Cincia Hoje, Rio de 7aneiro, set. C((;.00(#5 te6to pode ser resumido na seguinte fraseM/A0 pesquisadores achamqueoobjetivo das aves aooptar por estaestratgiacomplicar a navega23o./80 pesquisadores colocaram um aparelho denominado ,-? nas costas dos pombos*correios./%0 pesquisadores observaram e conclu!ram que os pombos seguem rodovias ao voltarpara casa./&0 pesquisadores observaram o comportamento de mais de du"entos pombos*correiose6perientes.0)#A e6press3o Dposicionamento global por satlite> se refere/A0 @ estratgia usada por pombos*correios./80 @ posi23o estabelecida por helicpteros./%0 ao mapeamento do movimento de animais./&0 a um aparelho que mede grandes dist$ncias.0*# A leitura do te6to permite depreender que os pombos escolhem sobrevoar as rodoviase ferrovias porque essas rotas/A0 s3o mais simples e seguras ainda que sejam mais longas./80 mesmo sendo muito mais longas, s3o mais agradveis./%0 n3o s3o muito longas e, portanto, menos cansativas./&0 s3o mais curtas e, por isso, n3o precisam usar a sua DbBssola>.?AR.?- C((; E -rova A E Fa srie .+ K10# ?egundo o te6to,os pombos*correios tHm uma bBssola interna, o que equivale adi"er que esses animais/A0 tHm um aparelho de posicionamento por satlite./80 seguem as rotas de avi4es e helicpteros./%0 possuem um meio natural de navega23o./&0 escolhem o caminho mais curto para casa.E+acotadores veteranos"Su+erercados cria o+ortunidades +ara ,ue te ais de %0 anos-rojeto de inclus3o social, via trabalho.o que come2am a fa"er as ?endas, no Rio, eo%ompre8em, em?3o-aulo, aolan2ar o revela que, para o autor dapropaganda, os livros valem mais que um presente porque /A0 custam muito mais caro que qualquer bom presente./80 possibilitam conhecer o mundo atravs da imagina23o./%0 s3o mais numerosos que qualquer outro presente. /&0 transportam em viagens pelo mundo todo, de avi3o.1poss!vel identificar qual o produto anunciado/A0 pela e6press3o Dia das Crianas./80 pela palavra presente./%0 pelas imagens de livros./&0 pelas palavras linha infantil.1(# 5 livro seria um bom presente porque, pela leitura, as crian2as podem/A0 conhecer novas realidades./80 apreciar viajar de avi3o. /%0 sair apenas com companhia./&0 viajar somente acompanhadas.1)#5 te6to pretende estimular o hbito de /A0 comemorar o &ia das %rian2as./80 presentear todas as crian2as./%0 ler livros de acordo com a fai6a etria./&0 viajar pelo mundo, desacompanhada.?AR.?- C((; E -rova A E Fa srie .+ )A outra noite5utro dia fui a ?3o -aulo e resolvi voltar @ noite, uma noite de vento sul e chuva,tanto l como aqui. 1uando vinha para casa de t6i, encontrei um amigo e o trou6e at%opacabanaQ e contei a ele que l em cima, alm das nuvens, estava um luar lindo, dePua cheiaQ e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas,colch4es de sonho, alvas, uma paisagem irreal.&epois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado paravoltar*se para mimME 5 senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. +as, tem mesmo luarl em cima?%onfirmeiM sim, acima da nossa noite preta e enlama2ada e torpe havia uma outra *pura, perfeita e linda.E +as, que coisa. . ..le chegou a pJr a cabe2a fora do carro para olhar o cu fechado de chuva. &epoiscontinuou guiando mais lentamente. #3o sei se sonhava em ser aviador ou pensava emoutra coisa.E 5ra, sim senhor. . .., quandosaltei epaguei acorrida, elemedisseumes coo esta +ara asua esco!a< +ara o eio a'iente e +ara a sociedade#Para redi:ir seu te5to< !eia as instru.>es a se:uir;1# Esco!ha soente u dos teas +ro+ostos#2# ?ti!i-e todos os seus conhecientos +ara desenvo!ver o tea esco!hido#$# Escreva u te5to dissertativo-ar:uentativo#4# @o =a.a desenhos ne redi9a narrativas ne +oeas#%# 18 u tAtu!o a seu te5to# Redi9a seu te5to e nora cu!ta +adro#(# Escreva no Anio 20 !inhas< considerando-se !etra de taanho re:u!ar#)# Ba.a o rascunho na =o!ha a e!e destinado#*# 1esenvo!va sua reda.o a tinta< na =o!ha a e!a destinada#?AR.?- C((; E -rova A E Fa srie .+ FK?AR.?- C((; E -rova A E Fa srie .+ FI