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Anrio II. Rio de Janeiro, 30 Outubro, 1885 ^Asfifief3$fi&£sz£-'- IST. 5G Semanário Humorístico # E SATYRtCG UTILE DULCfi ___á__SAAê>ékàJb4*é h àÀ *__, Assigna-se na typographia «lo editor-proprietnrio J. P. II Udehrandt, Kua d'Ajutla n. .»i e li na de Gonçalves Dias, 10. Preço da assignatura : Corte Semestre 3SOO0 Provincias Semestre 4SOOO Pagamento adiantado. AVI S.SO SOO rs. Si a gente, rindo, Passa tão bem ; Si, distrahindo, Prazer se tem, p'rà que chorar ? P'ra que tristezas, 1 Muiitos...o diabo? Fora as mollezas S Ul lilia ! E- deixar |S? De cabo a cabo, A rir ! a rir! i í W_\W_W_mWÊÊÊ_\\ lillÉÉillillll1 >*r*S£Smr- Frei Antônio Sim senhor, tenho gostado De vèr o notável g< ito Com que se v;ii preparando O campo p'ra ser eleito I Sem ter sido deputado, Pois perdeu n'.ultimo pleito, Foi agora encarregado De acabar a lei do ei to ! O bom do leader paulista,, Que pela lei se guindou, Bem mostra qu'é cabalista, De truz uni plano arranjou ! E Frei Antônio—epigranima, Que quer o qu' é direito, Deixa cercar-se da chamma, D'um porvir mais que—perfeito! Elle não quer, é modesto l (Ha quem o chame orgulhoso) Meio não quer deshonesto Fra sahir victorioso ! Inda em Março deste anno Elle disso provas deu ; Protestando contra o plano J)e ganhar o que perdeu ! ! ¦ Ifi lll 'i i 'I' I' I íu 'Im ] ¦' ÍIIII Mas agora ó necessário Da luta o campo aplainar: Esquece um pouco o rosário, E põe a LEI no altar ! ! ! Sn;. A Sogua.— 0 que se quer é uma droga qualquer que acabe com os ratos. em casa ninguém pode parar com o barulho... 0 Caixeiro.— Pois isto é uma grande cousa ! Basta o cheiro para matar. . . 0 Genro.— (baixinho).— Então, si minha sogra cheirar. . . 0 Caixeiro (idem).— 0 socego será ainda mais com- pleto 1

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Anrio II.Rio de Janeiro, 30 Outubro, 1885

^Asfifief3$fi&£sz£ -'-

IST. 5G

Semanário Humorístico#

E

SATYRtCGUTILE DULCfi

___á__SAAê>ékàJb4*é h àÀ AÀ *__,

Assigna-se na typographia «lo editor-proprietnrio J. P. II Udehrandt,Kua d'Ajutla n. .»i e li na de Gonçalves Dias, 10.

Preço da assignatura : — Corte — Semestre 3SOO0 — Provincias — Semestre 4SOOOPagamento adiantado. — AVI S.SO SOO rs.

Si a gente, rindo,Passa tão bem ;Si, distrahindo,Prazer se tem,p'rà que chorar ?P'ra que tristezas,1 Muiitos...o diabo?Fora as mollezas S

Ul lilia ! E- deixar

|S? De cabo a cabo,A rir ! a rir!

i í W_\W_W_mWÊÊÊ_\\ lillÉÉillillll1

>*r*S£Smr-

Frei Antônio

Sim senhor, tenho gostadoDe vèr o notável g< itoCom que se v;ii preparandoO campo p'ra ser eleito I

Sem ter sido deputado,Pois perdeu n'.ultimo pleito,Foi agora encarregadoDe acabar a lei do ei to !

O bom do leader paulista,,Que pela lei se guindou,Bem mostra qu'é cabalista,De truz uni plano arranjou !

E Frei Antônio—epigranima,Que só quer o qu' é direito,Deixa cercar-se da chamma,D'um porvir mais que—perfeito!

Elle não quer, é modesto l(Ha quem o chame orgulhoso)Meio não quer deshonestoFra sahir victorioso !

Inda em Março deste annoElle disso provas deu ;Protestando contra o plano

J)e ganhar o que perdeu ! !

¦ Ifi lll 'i i 'I'

I' I íu 'Im ] ¦' ÍIIII

Mas agora ó necessárioDa luta o campo aplainar:Esquece um pouco o rosário,E põe a LEI no altar ! ! !

Sn;.

A Sogua.— 0 que se quer é uma droga qualquerque acabe com os ratos. Lá em casa ninguém podeparar com o barulho...

0 Caixeiro.— Pois isto é uma grande cousa ! Bastasó o cheiro para matar. . .

0 Genro.— (baixinho).— Então, si minha sogracheirar. . .

0 Caixeiro (idem).— 0 socego será ainda mais com-

pleto 1

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ANTüN«s.-Sabe, compadre ? Venho agora mesmo da audiência..Trancoso.—Que foi você fazer lá ?Antunes.-Ora ! Fui ver em que ficava a historia do MatadouroTrancoso.—Ah !... E o que houve lá ?ÀNTUNES.-Homem ! Quer que lhe diga ? Prefiria não ter ido !Trancoso.—Então porque ?Antunes.-Porque as cousas correm de um modo tal que, afinaldas contas, sao todos capazes de provar que não houve nada !Trancoso.—Provar como ?Antunes.—Com testemunhas.Trancoso.—Com testemunhas ?Antunes.—Sim 1... Admira-se?Trancoso.-Ora, como ! Vão para lá as testemunhas afnrmar quenada houve porque nada sabem ou nada viram.

. TRANCoso.-Mas si não sabem nada, nem nada viram, são tãotestemunhas como eu.Antunes.-Eu também sou dessa opinião. Os homens, porémnao entendem assim. Si ha testemunhas que não viram, então é

porque não houve nada.Trancoso.-A conclusão é um pouco lógica de mais. Nesse casoaté se tornava supérfluo o inqÚerir testemunhas porque o numero das

que não viram é muito maior e, por conseguinte, não ha delicto nos-sivel. F

Antunes.—Bem ! Eu vou ver a continuação. Você vem'Trancoso.—Pois é publico aquillo ?Antunes.—Para nós tudo é publico. Anda d'ahi.Trancoso.—Pois vamos lá !

TJm, dous, três II

Tudo estava em festas.Tudo se divertia.Tudo ria !Só ella estava tão triste...Tão triste !...

II

Ouvia-se os sons alegres de uma banda marcial quepassava. i

Todo o mundo sorria satisfeito como que sentindo repercutir-lhe interiormente aquelias vibrações sonoras deuma alegria ruidosa.

Só ella estava tão triste...Tão triste 1...

IIINa rua passavam os rapazes em magotes, proferindo

phrases graciosas e adocicadas.Eas moças ao ouvil-as coravam de satisfação e retribuiam com olhares ternos.Só ella estava tão triste...Tão triste !...

IVEos rapazes fitavam nella uns grandes olharas es-

pantados.. .Eis Calypo inconsolavel ! dizia este.E' Venus repudiada por algum Deus formoso ! di-zia aquelle.

E1 a poesia lyrica I emendava outro.E1 o anjo da tristeza ! ponderava ainda outro.

E ella estava tão triste.. .Tão triste !.. .

VQue nuvem sombria empanece o brilho dos teusolhos negros? pergunta garboso mancebo de cabellosanellados e pretos bigodes. — Quem te fez orvalhar as

palpebras de anjo ?Acaso alguém ousou passar sem reparar na tuaexcelsa belleza ?

E ella sempre tão triste. . .Tão triste. . .

VIO que te faz scismar assim, ó nympha ? pergunta"irônico rapaz louro. Acaso a pureza dos teus bastos ca-bellos mais negros que o gurundy foi maculada pelapresença do primeiro fio de prata ?

< Acaso a tua tez lisa e rozada estremeceu já ante aprimeira rug-a ?

E ella sempre tão triste. . .Tão triste...

virQue tens, bella morena ? inquere um quarentãocasado. Quem te faz triste assim ?

Acaso, doce Julieta, desamparou-te imgrato Romeu ?Acaso o viste aos pés de outra ?E ella tão triste. ..Tão triste...

VIIIQue fazes ahi triste e pcnsativá ? interpula bu-liçosa lounnha que vae á passeio. Eez-te alguma elle ?Anda d'ahi !

—; Vem espanecer comnosco ! Para longe as ma-guas D

Mas a lourinha ia e elle ficava, tão triste.Tão triste. ..

IX> - Não vês que vão todos á festa I diz-lhe uma amio-aintima.—Porque não vaes também ? Porque essa tristezainexplicável ? Qoe magm crnel te faz vir aos olhos aslagrimas ?

Desabafa no meu seio de amiga os teus pezares.raze de mim tua confidente !Ella então levantou os olhos humidos.

XXT_

~~ Anda ! Dize-me o motivo d'essa tristeza insólita !JNao temas que o vá divulgar. ..Então, brando suspiro sublevou-lhe o niveo seio eella balbuciou entre lagrimas :

Estou triste porque — o papá não quiz me daruma anquinha !... •Annibal Barrozo

CONCERTOAgradecemos o convite para o concerto do joven flautfsta Sr ttrPgorio do Couto, no Imperial Conservatório de Musica, em 27 do cor"rente. • "

ccssop;'rc:,rdomodesto'raas bem executad°; *™h™ - ***> »»<=-Um applauso a Duque-Estrada e Pereira da Costa, pelo brilhanteconcurso que d.spensaram ao intelligente beneficiado. 3r,ltiant*

,•-

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Magros e gordos(Conclusão)

Eu já ouvi um boleeiro, alta noite, dirigir atravezda porta fechada da cocheira, as seguintes palavras aalguém que pedia um carro a toda a pressa :

Se é freguez magro custa doze mil reis. Se égordo não ha carro para alugar l

O homem gordo não suspira, sopra como um folie.Ha só uma cousa peior que um homem gordo, é outrohomem mais gordo que elle 1

O homem magro casa-se por amor; o homem

gordo pede noiva para se arranjar. Noticiai qualquercasamento a- um homem magro ; elle vos perguntarásoffrego :

A noiva é bonita ?O homem gordo açode logo :

Tem dinheiro a pequena ?O homem gordo raramente chega á idade de cinco-

enta annos ; o magro vai até os duzentos.Mathusalem, segundo alguns chronistas antigos, foi

o homem mais magro do seu tempo.O homem magro morre por amor ou suicida-se por

dividas ; o homem gordo morre de iudigestão oucongestão cerebral. Toda a vez que o obituario marcar

apoplexia —o defunto de que se trata é gordo, ecomeu bem quando pôde.

O homem magro adora a família e animr as inclina-

ções amorosas da prole ; o homem gordo acostuma-seá vida conjugai, e não admitte que a filha escolhanoivo sem fallar-lhe com antecedência, principalmentese o noivo é moço e magro, duas qualidades horríveis

para o pae de familia gordo.O homem magro é raras vezes titular; o homem

gordo ou é barão ou não quizeram vender-lhe o titulo.O homem magro freqüenta os bailes e dança

porque é leve ; o homem gordo dorme ou joga.Provém muitas vezes a ruina da familia da gordura

do chefe. O homem joga até o ultimo alfinete daesposa, e no fim de contas quebra. E por que motivo 1Porque era jagador ? Não ha tal ; porque era gordc.

De seiscentos negociantes fallidos que ha nestacapital, quinhentos e cincoenta pelo menos são gordos.É verdade que os cincoenta magros, que sobram,ficaram pobríssimos, e os quinhentos e cincoentagordos arranjaram-se para o que desse e viesse.

O homem magro é capaz de uma bôajicção ,• ohomem gordo só sabe haver-se com acções... dobanco.

O homem magro é sensível e piedoso ; reparte oque possue com os infelizes que o imploram ; o homemgordo trata de vadios aos que a desgraça persegue,mandando ao aleijado, por exemplo, trabalhar comenxada e ao mudo ensinar a ler aos meninos.

A um mendigo ouvi eu dizer, que durante os cincoannos em que pedira o pão á caridade publica, só cincohomens gordos deram-lhe esmola ; vindo a ser assimum homem gordo por anno.

Na galeria de Ingres a Caridade é representada nafigura d'uma mulher pallida e magra, com os olhos fitosno azul profundo do céo, e as mãos pousadas sobre oslouros cabellos de duas crianças doentias.

A mulher magra é a caridade, portanto ; a maisbella virtude de que pôde ufanar-se a creatura humana.A., mulher gorda é o Egoísmo, o mais hediondo vicioque coube por partilha á humanidade ingrata.

A mulher magra inspira os mais nobres sentimentosá alma do homem ; o amor, a compaixão, a ternura, apiedade...

A mulher gorda faz o homem perder o somno eandar como um lorpa por este valle de lagrimas.

A mulher magra deixa de existir para o mundo aostrinta annos ; recolhe-se na familia e é devota de Deussem affectação e sem o escândalo da hypocrisia.

A mulher gorda não existe nunca, mas em compen-sação gréla toda a vida. Durante a mocidade ninguémlhe escapa da lingua, e durante a velhice^ da linguaninguém lhe escapa. Inventou o modo continuo de es-farrapar as reputações alheias.

A mulher magra, quando é sympathica é bella, equando é bella é ideal, A mulher gorda ou é circularou redonda ; não passa dessa engenhosa variante.

A mulher magra, alva e bella, participa da naturezada flor, do ave e do anjo. A mulher gorda não parti-cipa de nada.

A mulher magra pôde ser comparada a uma visão ;a mulher gorda só pôde ser comparada a outra mulhergorda.

Abro, porém, o campo á excepção : nao quero queseja amaldiçoado quem garatuja estas linhas.

Madame de Stael, a grande pensadora, era gorda.Bismarck é gordo, Monselet é gordo, Thimoteo Trimmé gordo, Theophilo Gauthier é gordo, Cavour eragordo, a Alboni era gordissima, e para que os gordosnão fiquem de todo descontentes, affianço-lhes que jáconheci três credores magros.

As Revistas

Gostou muito da cocotaE por isso unia outra quer ;Os dous preparam p'ra uutro,Elle encommenda a qualquer.

Comtanto que uma revistaPossa elle aprezentar,Feita por Sancho ou Martinho,Pouco lhe importa indagar !

A questão é qu' elle a tenhaSe primeiro inda melhor;Quem tarde chega tem sorteDe se arranjar com o peor 1

Em vez pois d'uma revistaDuas teremos, ou mais :Quem sabe se algum tercetoOutra revista não faz ! !

Vejão como são as cOusas !Este mundo é mesmo assim :Ou oitu ou oitenta e oito,Não ha meio termo einfim 1 !

Migro.

Mediante commissão vantajosa a empreza da Distrac-cão aceita Agentes nas províncias, a começar do n. 53,anno 2o, em diante, pois que as edições dos números an-teriores estão esgotadas.

O cDOmiNGO

Acabamos de receber os últimos... e os primeiros números d'esteinteressantíssimo periódico.

Dizer que traz sempre artigos dignos de serem lidos e relidos seriadizer muito, mas não tudo.

Realmente vemo-nos embaraçados, seriamente embaraçados, paradizer aos nossos leitores o que é o Domingo!

A imprensa já os acostumou tanto aos pomposos elogios applicadosa iornaleeos sem valor, que quando se precisa fallar de um bom jornal,rcimò o Domingo, vè-se a gente na dura necessidade de inventar termosnovos ou então de empregar os mesmos já empregados inutilmente.

Isso, porém, não faz a Distracção.O Domingo sabe perfeitameute o quanto vale.

Não é preciso que ella lh'o diga.

2$Escavações do Largo do Paço

Quantos annos, ninguém sabe,Sobre elles são passados,E nem sequer uma missa,Em favor dos seus peccados !

Quantas dores hão sofTrido,Quantos castigos atrozes !Por falta apenas de missaSó encontraram algozes I

Mas agora e felizmenteVão ter missa especial :Sua ExcelIencia celebra,Ficam salvos a final ! !

Micro

Previsão matornn

^KyHL

—Não vejo razão, senhora,P'ra triste assim se tornar ;Acho ao contrario motivoP'ra muito alegre ficar,Quando por gosto uma filhaEm breve vai se casar !—Deve assim ser, Anastácio,Mas não sei o que advinho :O tal rapaz tem na caraUm ar de falso santinho,Que me faz temer a sortef)e meu adorado anginho !

-Penso de modo contrario,Acho no caso o rapaz ;Pi-omette ser um maridoComo preciso se faz ;Não é de fazer tolices,Mas érico e bem capaz!-Mas parece, diz D. AnuaQue ha de ter u,n gênio forte,* aliar aos muitos deveresQue reclama uma consorte ¦Pôde dar á nossa filha

. Uma triste e ruim sorte!-Nào te incommodes, que o genroHa de ao sogro assemelhar-seDiz Anastácio, ha de serUm marido d'invejar-seü~ E'por isso qu'eu lamentoDizaD. Anna, otormentoQu ella terá, se casar-se i !

Micro.

Terá direito a uassignaturas realisadas

maAVISO

assignatura grátiss quem angariar CINCO

mm i i

Jí^S íllll ffliJi"'11^^"^!!^!^'^ íilÉlllilillilil líl' ¦'< 'l T

,«i I mm ¦ i;i \ í jh,PÉ ' r1 ! _P(j ¦ il

A1 respeito do imposto sobre os solteiros.Ella.-Ha muito que devia haver esse imnostoCada solte.ro devia pagar orna quantia avullada P

Kstaçao-ViHa-IZSii,eIDeixou ogazde carbono,Usa agora uma outra luz ¦Porque será ? Será greve,'Ou mais lucro isso produz !E não é que me pareceQue ria mudança accertou ? 'Ei-a o gaz já lamparina !A nova luz melhorou !

M.

comodisse

Nós e o üimio de JVoticiasAo nosso amjgb E,.oy, o huroe, não sabemosagradecer as botinas phrases que a,nosso rèledlno - De palanque de 27 do corrente P>PPondo mesmo de parte o quanto poderia influir n'»quellas l.nhas a sympathia e o interesse que ei

' £"trou sempre pela Distração, tivemos um alei a0?mmenso, enorme, por ver que elle, o Erov reo 1 !a nossa folha procurado Upre^umriV T &m J_traçado por uma penna que, si ainda hoje nao cCin ,»a ennqnecer as nossas columnas, não é nor fal Ltade da nossa parte. P

tdlta de von"Receba, pois, Elóy, o hrroe, os nossos «r,,^ •.nentos em nome da Distraem* em

"no me T, u"companheiro á quem o Eloy elogiou n! q'ltíIIeaté hoje ainda está vermelho q"e ° C'"ta(io

E, corno se diz nos annuncios de missa rí^da •/testamos lhe a nossa eterna -ratidão *° ]$ pT0'

29Serík bacharel 011 doutor •? !

Bacharel o chamam uns,Outros o chamam Doutor ;A quem mostrou seu diploma0 tal honesto senhor ? I

Onde foi que descobriramQue o grande heróe se formou ?Só se foi no MatadouroQue o gráo de doutor ganhou 1

Cá na terra, dizem todos,Que não ponde lá chegar ;Do próprio primeiro annoJamais consegui o passar !

E nesse ha mesmo quem digaQue a ser chegou ju hilário 1Não dava p'ra matliematicas,Foi duas vezes cortado I !Cada qual é p'ra o quo nasce,Uns p'ra o bem, outros p'ra o malUns dão para ser honestos(Cousa hoje original),Outros, porem, da batotaTrazem na fronte o signal.

•SK

állif! I í»9 * 2 - 4 II ^P\i 180» Lj a ** * Pi ) oj! ||il y*&&S&fe£ 1 ) S

¦WmmW

Então agora é que vem á aula, heim ? Isto sãohoras ?

Inda não é tarde. . .Como não é tarde?! Fmtão vocemecê vem quasi

no fira da aula e diz que não é tarde ?E' qne o Sr. professor mesmo tem dito muitas

vezes que nunca é tarde para aprender. . .

E' NATURAL 1...

ilfiJl 1.1.1* i ii m ¦¦yiiiiL-^mr3^ I \\\\\\m 111.1 i\\\U '11 ¥mli II I

Creada:— 0\ minh-ama l Olha que o gato tempintado o diabo lá na cosinha ! Então quando estoubatendo bifes ou preparando peixe elle não me deixa !

A a.mà (com o pensamento longe) —Está no seu tempo,coitado I

ROMANESCOElla

Sinto uma cousa exquisita. ..Não sei o que I

ElleFacilita

E depois verás IElla

PareceQue o órgão de vida cresce,Que se agita anciosamente.. .Que de amar tem sede ardente. . .

ElllQualMe amar ! \Stá afTectado,E isso é grave 1. . . Cuidado ! -

Ellaffl grave, sim ! (suspirando)

Ai amor !.'....Elle

E1 melhor vir o doutor. . .Cá*por mira afiançariaQue isso é alguma hypertrophia í

Ap.

^•"S.

30

Câmara MunicipalA questão do matadouro Ao que parece em ruinasA deixou sem bago ter, Anda alli tudo já feito :Também pudera, são tantos A fachada pelo menosDevera mesmo assim ser !! Mostra do mal o defeito 1

As vidraças, coitadinhas,Estão vidros a pedir,Que os que têm, são pedaços,Se lembraram de partir! !

Micro.

CONTOS DE PEDRO IVO

O Embarcadico(Continuação)

E não advinham porque ? E' porque d'alli, vê o marsem ver a praia, e o pobre homem, gmcas aos differenlesobjectos, que o rodeiam, chega ás vezes a imaginar-se abordo, na câmara do seu unvío !Desses momentos d'illusâò, em que o espirito lhe fogeda terra firme para o elemenio querido, são hoje os maisfelizes.para elle. -Do lado da sala, fronteiro ás janellas, vê-se um mo-desto sofá de palhinha, tendo aos pés o tapeie de rigore a cada lado tres cadeiras. .Por cima do sofá, pende uma gravura, representando

a morte de Nelson, entre dois quadros, bordados a cano-tilho pela fiJha do dono da casa. Um d'elles quer serS. Joaquim, patrono do capitão ; no outro, depois de atu-rada attenção, disungue-se um pintasiígo de todas ascores, poisado sobre um ramo côr de canella e verdemostrando o bico aberto a uma borboleta preta coiiipintas brancas. r

Lê-se em ambos o seguinte distico :CAROLINA MATTOS

1854a No espaço de parede, que divide as duas janellasve-se : em cima, um caixilho de páu preto, com os can'tos ornados por placas de metal amarello, emoldurandonm qmdro, em que se notam, pintados com as cores dasdiíferentes m cionahdades, os pavilhões, signaes e irallu.rdetes pertencentes a todos os povos do globo • ^- W0

por baixo, um mappamundi com o verniz estalado emdifferentes pontos, e contra o qua] encostam os bicos umtocano e um arassary empalhados, que pousam sobrenma pequena meza de jogo, conderanada a não sahir doseu lugar por absoluta falia de equilíbrio.Enire esses dois pássaros, move-se a pêndula de umvelho relógio de jaspe com columnatas de crvstal T)™duas paredes lateraes pendem - nma vista da cidade do

vador6 6 °Utra da CÍdade da Bi,hia de Sí Sal-

Sobre a meza do centro estão collocados, com rigorosasymetna, dois magníficos ramos de coral e cerca de d™dúzias de conchas de todos os feitios e tamanhosJuntem-se a isto as cadeiras necessárias, e está descripta a sala, cujas paredes bem caiadas e bem lavado"soalho dizem claramente, que é a limpeza o luxo pAncipal d'aquella vivenda. u Prm~E não me ia esquecendo o adorno princinal ! 9Suspensa por quatro cordões de seda vermelha

'vr^*a um gancho, cravado no centro do .tecto™eIe?roC?fende os ares, com galardia igual aquella com que su?cava os mares o «Argonauta» em ponto grande aZ llüem ponto pequeno representa. feranae, que ella

actores?"51'0' P°rém' de faZerm°S entrar em «<=ena os

Com aspecto carrancndo se nos apresenta o senhorMattos.

A violência, com que abriu â porta da sala, — o gestode impaciência, que não soube ou não quiz reprimir,quando, aproximando-se da janella, olhou para a praia.— o arremesso com que se assentou na sua cadeira fa-vorita, — a espécie de desabafo, que parecia causar-lheo estalar das articulações dos dedos, tudo isso denun-

«> 7

ciava tal ou qual descontentamento.Haveria cinco minutos, que alli estava, quando a

filha entrou.Era uma formosa menina de dezoito annos, de es-

tatura mais que mediana, com a tez levemente tostadapelas brisas do mar, lábios rosados, dentes alvissimos,cabello negro e um par d'estes olhos cheio de vida, aque Deus concede longas pestanas, só com o fira de lhesamortecer um pouco o fnlgor.

Na occasião, em que a estamos analysando, ha noolhar d'ella um mixto de temor e d^nleio, que lhe dá aphysionomia um certo ar de anciedade.

Se não foi direita á janella, quando entrou, lançou,como o pai, intencionalmente as vistas para a praia.

Em vez do descontentamento, que este sentira, veioreflectir-se-lhe no rosto a expressão d'intimo prazer,logo subsiitnido pelo ruhor do pejo, ao ver que elle aestava observando attentamente.

Parece que o nosso honrado capitão não achou nasrápidas mudanças, que se iam operando no rosto da filha,motivo para grandes regosijos.

As rugas da testa, por effeito de violenta contracção,transformaram-se lhe em profundos sulcos, as mãos desu-niram-se-lhe e foram apoiar-se vigorosamente nos braçosda cadeira.

Em seguida, erguendo-se, metteu a mão esquerda noholso da calça, em quanto que a direita torcia distraiu-damente a espessa barba grisalha, e começou a passeiarsilencioso

Na attitude composta e modesta da filha, que se as-sentara a abainhar nm lenço, no vinco traçado entre assobrancelhas, nos lábios col lados um ao outro e, sobretudo, no afan com que trabalhava, lia-se o mal estar dequem se prepara para resistir a uma aggressão.

A situação, porém, começava a tornar-se intolerávelpara ambos.

O pai estava a tremer que, não podendo conter-se pormais tempo, se lhe expandisse a cólera n'uma d'aquellas-rajadas, com que dominava o sussurro do mar e faziatremer a bordo uma tripulação de homens afeitos a lutarcom o perigo ; a filha, pelo contrario, conhecia, peloarfar do seio, e pelo temor de que se ia tomando, que asua coragem estava por um fio e que, mau grado seu, aslagTimas, essa força e fraqueza da mulher, iam rebentar-lhe dos olhos.

O capitão pareceu ter, por fim, tomado uma resolu-ção, porque, acercando-se da janella e contemplando apraia voltou se para a filha e perguntou, com voz affe-ctadamente serena :

— « Quem diabo é aquelle guarda-costas, q.ue hamezes não sahe aqui d'estas águas ?. . . Vê lá se o co-nheces, ó Carolina. ..»

O nosso capitão, força é confessal-o, era o mais inno-cente dos capitães.

Se elle queria fazer-se de novas, para que mudava decaminho todas as vezes, que descobria atraz de si,quando sahia com a filha, o guarda-costas, que comoelle de si para si dizia, lhe andava sempre na esteira ?...

Para que terminava de repente o passeio, e voltavapara casa ?...

31

Porque tratava ultimamente, de vez era quando, afilha por senhora, em lugar de a tratar por tu t.. .

Porque sorria com irônica amargura, quando ella lhefazia alguma caricia ?

E, sobretudo, porque tinha elle despedido na vésperaa creada, depois de lhe ter quasi arrancado uma carta,que ella trazia á filha, não consentindo que lhe dissesse-adeus, antes de ir embora ?. ..

O' innocente capitão 1 se tu fazias todas essas coisas,para que te fazias de novas ?

Pois não era melhor fallar francamente- com a ra-

pariga 1 ?...Pois não pensaste, que o primeiro cuidado da creada

foi ir contar o acontecido ao tal guarda-costas 1 ?. . .Valha-te Deus, capitão lCarolina, vendo-se assim interpellada, ^ fez-se ver-

melha como uma romã e balbuciou um destes « Nãosei. . .» que nos vêem aos lábios, quando não queremosdizer o que sabemos.

« Não sabes 1?. . . — continuou o senhor Mattos.—Pois se tu nem sequer te deste ao trabalho de ver quemé, como has de saber, se o conheces ou não?. .. Olhabem... E'aquelle mandrião, que está sentado, acolá,naquella pedra. . . Vê lá se o conheces.. .

A pobre rapariga, como se costuma dizer, já nãosabia de que freguezia era.

O sangue tingia-lhe as faces, a garganta estrei-tava-se-lhe, até que as lagrimas irromperam por fim,apezar dos esforços, que fazia para asr éter.

O capitão, não recebendo resposta, fingvu que lhenão via o pranto, dirigiu-se para a porta da sala e,abrindo-a, accrescentou antes de sahir.

« Bem... Uma vez que o não conheces, vou per-guntar-lh'o a elle.»

E sahiu. .Carolina, que conhecia e gênio irascivel do velho,

•correu á janella, e fez signal ao tal mandrião para quese ausentasse.

No mesmo instante, em que o senhor Mattos chegavaà porta da rua para a abrir alguém batia da parte de"To r a

A chave girou na fechadura, e a joven ouviu cominexplicável prazer a voz do pai, que dizia :

— « E's tu, doutor !... Entra.Mal sabia o velho doutor, que um coração de dezoito

:annos lhe tributava, n'aquelle momento, sentida gra-tidão 1

(Continua).

*

Alto lá, seu charadistaNão vá tão depressa assim 1—2Bem pôde ler a NanaMas não precisa ir'té o fim,— i

Forque tem de ir viajarSi quizer vel-a de perto,Sem precisar, isto é certoDo Brazil se retirar.

A. F• •

2 - I— I— 1

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O leito do barão come-se.Na familia do homem é fructa.Todos temos no taco esta ratazana da ChinaNo animal este animal é moeda.

Caju.

O meu todo é tão pequenoQue só quatro letras tem,Mas decifrar-me entretantoNão o conseguirá ninguém.Das quatro letras só duasPertencem ás consoantes.São tão fáceis que no AlphabetoNão costumam 'star distantes.As outras sim, consoantesNão são, porque são vogaes.E até vou mais longe, ambasSão perfeitamente iguaes.O meu todo é complicadoTem quatro letras, no entantoTem também cincoenta, e mil. .Não te causa isso espanto *?

Subtrahindo cincoentaTerás mulher carinhosaQue anda a brigar co1as creadasSó porque é muito ciosa.Tirando cincoenta e umaNão poderás co^ mulherPois ella se zangaráPor um motivo qualquer.Trocando as partes do todoPoderás logo viajarPorque tens quem tua roupaSe encarregue de levar.

Si ainda não decifrasteVou dar mais uma pennada.Sou grande cousa na ChinaMas,' p'ra cá não valho nada

Zá da Luz.

AOS MESTRES«Nestes campos solitáriosOnde a desgraça metem,Chamo, ninguém me respondeOlho, não vejo ninguém.»—2.

— i

Conceito.

Olho, não vejo ninguémChamo, ninguém me responde...Nestes campos solitáriosOnde a desgraça me tem.

Pinto.Prêmios : ao 1°, um semestre : ao 2<\ um trimestre ; ao 3«, um

vol. de contos da festejada escriptora Rio-Grandense D, Revocata de

Mello.* *

Decifrações das charadas do n- 55Charadas.— Bolacha, Brincadeira.Logogriphos.— Ternura, Aurora, Dendrolibano.Coube o prêmio ao Sr. Alberto Monteiro de Barros,

que foi o primeiro.Acertaram mais os seguintes Srs. a quem agradece-

mos a attenccão e o interesse que dedicaram às nossascharadas : José de Souza e Oliveira, Alberto de Souza.Gil Vaz, Domingos Luiz Terra, Dr. Domarde bouzaLaurindo, H. de Rody Corrêa, José Francisco de MacedoJúnior, e C. B. Monte-Bello, Francisco D. b. biiva e

Eduardo Vellez.

í>2

ESCALAS CHROMATICAS

(Em sino)

Não tomei parte no regabofe do Marajó, mas apezardisso não fui dos que menos se divertiram com a tscor-regadelia da nova canhoneira.

Não que seja um motivo de excepcional alegrão over ir por água abaixo um navio novo, embora con-struido nos estalleiros nacionaes !

O que me divertiu não foi ver a velocidade donavio... no plano inclinado, mas sim a hesitação ines-perada de quem deve ter a mão sempre prompta paracortar pela raiz os males que aírligem a partida e que,entretanto, hesita a cortar um cabo do qual dependia aliberdade do futuro defensor da pátria.

Este facto que passaria desapercebido á muitos,trouxe-me no entanto ao espirito uma serie de consi-derações que não devo calar, embora digam muitos quesao disparatadas e ociosas.

Será exquisitice minha mas ninguém me tira da ca-beca que a hesitação é hoje em dia quasi que uma poli-tica, um sysihema de governo 1

Para prova, bastaria citar a semelhança que ha entrea hesitação de ha pouco e a hesitação de ha muito, istoé, a hesitação que houve ao cortar o cabo que prendiao navio e a que tem havido ao cortar a corrente queprende os escravos.

Que differença pôde haver, principalmente hoje,entre o navio e o escravo ?

Um sulca o mar, o outro sulca a terra.Um obedece ao leme, o outro ao senhor.Um pôde ir á pique, açoutado por medonho ven-

dâvàl, o outro v« e kSempre açoutado pelo... bacalhau.Um pode ser couraçado e outro. . tem obrigação de

o ser.Nenhum tem vontade própria.

_A' vista disso e tractando-se, tanto hontem comohoje, de material jlucinante é que eu julguei perceberna hesitação de agora a mesma hesitação de sempre.

Quem quizer que seja da minha opinião.•

D'esta vez parece que me caso, quer queira ou não.As cousas vão se tornando um tanto embaraçosas e

ou muito me engano, ou tenho de me render ao bellosexo.

E' o meu amigo Eloy, o heróe, quem assim o quer.Eu não sou contrario ao pretendido imposto sobreos solteiros, e a prova é que, apezar de solteiro, nãoprotestei ainda nem protestarei contra a lembrança doEloy, o heróe.

Simplesmente declararei desde, que n'uma epochacomo esta, em que o bello sexo (talvez por causa datemperatura) anda com os miolos, derretidos prefiropagar o imposto a ter de me casar.

Deixemo-nos de enganos !Estou vendo todos os dias as frágeis creaturas tor-narem-se ainda mais frágeis a força de invocarem osespíritos, e seria a maior das tolices o ligar-me á umente que tenha perdido o próprio espirito por quererprocurar o dos outros, e isto para fugirão imposto !Nada disso I

Digam-me quanto é, que eu pago e não buffo !Estou prompto, no casamento como na guerra adar homem por mim. '

Que diabo !Pois si o próprio Eloy, o heróe, disse ainda ha pouco

que os alugueis andam pela hora da morte, como é queeu hei de constituir familia, para ser obrigado a alugarcasa mais vasta e ter, por conseguinte de pagar maisvasto aluguel ?

N'essa não caio eu... embora me dêem casa degraça !

Si as minhas patricias contam commigo para darque fazer ás costureiras da Notre Dame, então nãotemos nada feito.

Franqueza, franqueza Pan.

JOGO DE DAMAS

PROBLEMA N. 16Por ígnacio Degagô.

Pretas

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As brancas jogam e ganham ifum lance.

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Cogitemos...

Qae ura barco ao mar. . .Prepara-se outro. ..Para isso, e mais alguma cou-

sa, ha verba.Só não lia verba para creação

de mais escolas.IVahi, pôde bem ser que os

vasos de guerra tenham de ga-rantir as eleições.

Si isso puder ser, bem empre-irado dinheiro 1D

** ¥

Acautelera-se os celibatarios.,A1 julgar pelo que se tem

discutido na imprensa, chegará muito breve o dia emque o celibato custar-lhes-ha caro.

Si tal si der, acceitem o meu conselho :Antes dar todo o dinheiro que se possue do que

angariar-se uma sogra !Eu que diga o que ellas, as sogras, são !

Box.