saúde infantil o papel da escola na sua promoção

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR NÚCLEO DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA SAÚDE INFANTIL: O PAPEL DA ESCOLA NA SUA PROMOÇÃO CAREN CAROLINE RODRIGUES VENÂNCIO MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO Porto Velho - Rondônia 2009

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

NÚCLEO DE SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

SAÚDE INFANTIL: O PAPEL DA ESCOLA NA SUA PROMOÇÃO

CAREN CAROLINE RODRIGUES VENÂNCIO

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO

Porto Velho - Rondônia

2009

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SAÚDE INFANTIL: O PAPEL DA ESCOLA NA SUA PROMOÇÃO

Autora: Caren Caroline Rodrigues Venâncio

Orientador: Prof. Ms.Luís Gonzaga de Oliveira Gonçalves

Monografia de graduação apresentada

no curso de Educação Física do Núcleo

de Saúde da Fundação Universidade

Federal de Rondônia, para a obtenção do

título de Graduação em Licenciatura

Plena de Educação Física.

Porto Velho – Rondônia

2009

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3

VENÂNCIO, Caren Caroline Rodrigues.

Saúde Infantil: O Papel da Escola Na Sua Promoção,

Rondônia, 2009.

48 p.

Monografia de Graduação – Curso de Educação Física –

Fundação Universidade Federal de Rondônia.

Orientador: Luís Gonzaga de Oliveira Gonçalves

1.Promoção de saúde; 2.Escola ; 3. Índice de Massa

Corporal .

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4

Caren Caroline Rodrigues Venâncio

Data da Defesa: 17/12/2009

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms Luís Gonzaga de Oliveira Gonçalves

Julgamento: __________________Assinatura: _______________________________

Prof. Ms. Angeliete Garcez Militão

Julgamento: __________________Assinatura: _______________________________

Prof. Ms.José Roberto de Maio Godoy Filho

Julgamento: __________________Assinatura: _______________________________

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DEDICATÓRIA

Primeiramente a DEUS por mais essa

graça concedida e por estar comigo nos

bons e maus momentos. Em seguida

dedico ao meu “porto seguro”, meu

esposo Reinaldo por sempre me apoiar e

por estar comigo nesta etapa tão

importante.

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6

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, pois sem ELE, nada seria possível. Sem seu

grande amor, eu não saberia seguir adiante.

Agradeço ao meu esposo Reinaldo pela paciência, compreensão e pelo enorme

amor que por diversas vezes foi a minha força para seguir em frente, apesar das dificuldades.

A minha família por estar presente na minha vida e sempre me apoiar. Esse

momento é nosso porque dividimos todos os momentos dessa longa caminhada. AMO

VOCÊS!!!

A todos os professores que foram imprescindíveis na minha fase escolar. Através

desses mestres pude fazer minha base pra chegar hoje aqui.

Ao meu orientador prof. Luís Gonzaga, agradeço pela paciência, compreensão e por

ser junto com o Prof. Célio Borges um dos meus grandes “espelhos” para seguir, na minha

carreira profissional.

Aos docentes do Departamento de Educação Física deixo aqui o meu

agradecimento por esses anos, que foi apenas o início de uma longa caminhada de

conhecimento.

Aos amigos deixo meus agradecimentos por torcerem para que esse dia chegasse e

para que ele ocorresse com todo êxito.

E finalmente, mas não menos importante a todos que direta ou indiretamente

colaboraram na execução deste trabalho.

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SUMÁRIO

Resumo viii

Abstract ix

1.INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa 2

1.2.Objetivo 3

1.2.1 Objetivo Geral 3

1.2.2 Objetivos Específicos 3

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4

2.1 Características gerais da faixa etária 4

2.2 Características das aulas de Educação Física 7

2.3 Promoção da Saúde 10

2.3.1 Promoção de saúde na escola 12

2.3.2 Escolas Promotoras de Saúde 14

2.4 Indicadores Nutricionais 16

2.4.1 Estatura e peso corporal 19

2.4.2 Índice de Massa Corporal 19

2.5 Comportamento alimentar 21

3. METODOLOGIA 23

3.1 Delineamento da pesquisa 23

3.2 População e amostra 23

3.3 Procedimentos para coleta de dados 24

3.4 Instrumentos e protocolos utilizados 24

3.4.1 Estatura 24

3.4.2 Peso Corporal 24

3.4.3 Índice de Massa Corporal 25

4.RESULTADO E DISCUSSÃO DOS DADOS 26

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS 30

6.REFERÊNCIAS 31

Anexos 38

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RESUMO

A escola por ser um lugar de formação e educação do ser humano em todos os

aspectos, é o local ideal para promover a saúde. De acordo com o currículo escolar a única

disciplina da área da saúde é a Educação Física. Neste período devem ser desenvolvidas

ações dentro da escola que ajudem na aprendizagem de alguns conceitos relacionados à

saúde, pois é mais fácil ensinar uma criança do que modificar seus hábitos quando for um

adulto. Os conhecimentos sobre promoção de saúde são imprescindíveis para a mudança

de comportamento que possa trazer resultados satisfatórios para o ser humano.

Dentre as formas para se estudar os indicadores de saúde é utilizada a

antropometria. Tem-se verificado com freqüência na literatura a utilização da variável

Índice de Massa Corporal em pesquisas da área de saúde. Estes trabalhos têm trazido

informações importantes sobre a área de crescimento e desenvolvimento do ser humano.

Os hábitos de saúde são adquiridos ainda na infância e se não modificados podem

perdurar a vida inteira. Por isso é de suma importância a análise dos indicadores de saúde

na fase escolar.

Esta pesquisa foi realizada em uma escola da rede municipal de ensino de Porto

Velho. Participaram da coleta de dados alunos da faixa etária de 7 a 11 anos. Para a

verificação dos níveis de saúde dos escolares, foi utilizado o IMC como instrumento de

coleta de dados. Os resultados foram satisfatórios, pois a média do IMC em ambos os

sexos foi classificada como normal.

Palavras - chaves: Promoção de Saúde, Escola, Índice de Massa Corporal.

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ABSTRACT

The school as a place of training and education of human being in all respects, is the ideal

place to promote health. According to the school curriculum the only discipline of health is

physical education. During this action must be developed within the school to help in

learning some concepts related to health, it is easier to teach a child to change their habits

when an adult. Knowledge of health promotion are essential for behavioral change that can

bring satisfactory results to humans.

Among the ways to study the health indicators is by using anthropometry. There has been

frequent in the literature on the use of variable body mass index in studies of health. These

studies have brought important information about the area's growth and development of

human beings.

Health habits are acquired in childhood and are not modified can last lifetime. It is therefore

of paramount importance to analysis of health indicators during school years.

This research was conducted in a municipal school. Participated in collecting data from

students aged 7 to 11 years. To check the levels of health of school children, the BMI was

used as a tool for data collection. The results were satisfactory because the average BMI in

both sexes were classified as normal.

Keywords: Health Promotion, School, Body Mass Index

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1. INTRODUÇÃO

Durante a infância e a adolescência, época decisiva na construção de hábitos,

atitudes e comportamentos, a escola assume um papel importante para o desenvolvimento

de um trabalho sistematizado e contínuo. A escola, dentro de uma perspectiva da educação,

se integra a outros setores na busca de uma transformação social, pode ser uma aliada da

saúde e vice-versa. No âmbito escolar, o setor da saúde pode ter suas ações ampliadas no

espaço, participando da educação de futuros cidadãos.

A escola pode ser considerada como o espaço adequado para a educação em saúde.

Com a estruturação os Parâmetros Curriculares Nacionais pelo então Ministério da

Educação e do Desporto em 1997, a temática saúde foi destacada como um tema

transversal. Com isso tem crescido a discussão em torno do papel que a Educação Física no

sentido da promoção da saúde. Nestes últimos anos o envolvimento do professor de

Educação Física em aspectos relacionados com a promoção da saúde, tem aumentado

numa proporção bastante acentuada devido aos novos conhecimentos que vêm sendo

apresentados quanto ao binômio "atividade física e saúde".

A saúde escolar coloca-se como um desafio por tratar-se de um conjunto de ações

que devem envolver os profissionais da área da saúde, assim como os da educação, com o

objetivo de promover a saúde dos indivíduos que integram o sistema educacional. Neste

trabalho será abordada a questão da saúde inserida na escola com base em uma pesquisa

realizada sobre a importância da escola como uma aliada na promoção de saúde. Assim,

este estudo tem como objetivo identificar os níveis de saúde através de indicadores

nutricionais.

Um ponto importante é o acompanhamento do desenvolvimento do estado de saúde

dos escolares na faixa etária de 7 a 11 anos. Sendo assim, a utilização da antropometria

para identificar o nível de saúde dos seus alunos é um fator fundamental no exercício das

atividades inerentes ao profissional de Educação Física no âmbito da escola.

É necessária a criação de projetos e ações voltadas para a promoção de saúde de

modo que possa mostrar para as crianças e adolescentes a importância de se conhecer

meios e métodos de melhorar sua qualidade de vida. As crianças representam o futuro, e

garantir o seu crescimento e desenvolvimento saudável deveria ser uma preocupação

primordial de todas as sociedades.

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1.1Justificativa

O presente estudo justifica-se por alguns motivos. O primeiro deles é a necessidade

de verificação que a escola atribui à temática saúde infantil estando relacionada com a

educação. A escola é um local propício para o desenvolvimento das ações e estratégias de

promoção de saúde, uma vez que o indivíduo passa grande parte de sua vida neste

ambiente. Há uma necessidade de conscientização dos educadores com relação à

importância de trabalhos voltados para a promoção de saúde.

Outro ponto importante é o acompanhamento do desenvolvimento do estado de

saúde dos escolares nesta faixa etária. A utilização da antropometria para identificar o nível

de saúde dos seus alunos é de extrema importância para o profissional, pois através dos

resultados obtidos o profissional pode traçar a forma mais adequada para auxiliar os

escolares no desenvolvimento de atitudes para a melhoria da qualidade de vida.

Outro ponto de destaque a fim de justificar esta pesquisa situa-se na escassez de

referências teóricas sobre o tema. Isto pode refletir na falta de preparo para atuar com esta

faixa etária e com esta linha de raciocínio. É importante que se estimulem os profissionais

para este campo de trabalho através de pesquisas para que haja melhor compreensão das

características e necessidades dessa população.

Com isso esta pesquisa retrata a preocupação em se investigar a qualidade da aula

de Educação Física, pois ela deve se preocupar com a saúde dos alunos, para assim

justificar-se na escola.

Outro ponto importante que podemos destacar é a utilização destes novos dados por

diversos profissionais da área de saúde, principalmente os de Educação Física, em seus

trabalhos preventivos e terapêuticos.

O resultado desta pesquisa será enviado para a Escola em que foi executada a

pesquisa para que ao ter conhecimento dos resultados possam interferir na situação de

saúde desta comunidade escolar. Além de programação de ações para auxiliar no processo

de promoção de saúde da população escolar atendida pelo município.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Demonstrar possibilidades da promoção da saúde infantil em uma escola do

município de Porto Velho.

1.2.2 Objetivos Específicos

Medir a estatura e o peso corporal das crianças;

Calcular o Índice de Massa Corporal;

Apresentar os resultados por faixa etária e gênero;

Utilizar os resultados como instrumento de promoção da saúde na escola.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Diante do objetivo desta pesquisa, serão trabalhados neste capítulo os tópicos que

serão utilizados como base para esta pesquisa. Os temas tratados aqui serão discutidos

nesta ordem: 1) Características gerais da faixa etária; 2) Características das aulas de

Educação Física; 3) Promoção da saúde; 4) Indicadores nutricionais.

2.1 Características Gerais da Faixa Etária

De acordo com cada faixa etária há a necessidade de se conhecer as características

essenciais para que seja desenvolvido um trabalho eficiente e eficaz no campo da

Educação Física.

Gesell apud Melcherts Hurtado & Guillermo (1987) apresentou perfis de

comportamento de acordo com as faixas etárias, englobando nesse comportamento

aspectos físicos, psicológicos e sociais.

Aos seis anos de idade a criança está em uma idade de transição, com mudanças

fundamentais no seu aspecto somático e psicológico. Tem dificuldades de manipular idéias

opostas. Tem dificuldades em se relacionar com as pessoas ocasionando uma falta de

integração social. Evidencia uma tendência natural para expressar-se corporalmente e a sua

aprendizagem ocorre através de participação e de sua automotivação.

Aos sete anos de idade a criança ordena as experiências acumuladas e as relaciona

com as novas adquiridas. Tem mudanças de humor e de comportamentos alternados de

conduta. Apresenta uma atividade mental mais intensa e usa a linguagem de forma mais

livre e adequada. Relacionamento sócio-pessoal mais equilibrado e menos dependente dos

pais. Tem atração pelas atividades físicas como corrida, luta. A criança já está adquirindo a

orientação espaço-temporal e apresenta dominância da lateralidade.

Aos oito anos de idade a criança apresenta um nível superior de maturidade. As

diferenças biomorfológicas correspondem a leves modificações na fisionomia, ao maior

comprimento dos braços e aumento no tamanho das mãos. Seu ritmo psicomotor é mais

acelerado e demonstra tendência para falar, ler e escrever. Gosta de se pôr à prova em

atividade de força, equilíbrio, velocidade, agilidade e outras. Mostra tendência para juntar-

se em grupos e evidencia comportamentos interpessoais mais equilibrados. Demonstra

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instabilidade emocional, senso ético mais desenvolvido e aprecia jogos com sua atividade

motora crescente e compatível com seus interesses.

Aos nove anos de idade a principal característica da criança é a automaturação.

Perseverante no exercício de suas habilidades, devido à maior maturidade de seu sistema

neuromotor tendo seu esquema emocional instável. Seu comportamento motor é mais

hábil e interessa-se pelos desportos coletivos, gostando de lutar com colegas e andar de

bicicleta.

Aos dez anos de idade a criança apresenta individualidade. Trabalha rápida e

concentrada em atividades diversas. O esquema de comportamento continua a ser um

processo gradual de desenvolvimento organizado. Suas técnicas visuais, manuais e

laríngeas estão coordenadas e o exercício de cálculo mental agrada-a e a estimula. O

amadurecimento bio-psico-fisico-social desta idade mostra mudanças específicas,

vislumbráveis somente na adolescência.

Durante seu período de vida a criança cresce e se desenvolve de acordo com as

etapas de maturação cronológica. Esse processo de desenvolvimento é de origem

intelectual, físico ou corporal relacionando-se às necessidades das crianças em suas

diferentes faixas etárias. As necessidades do desenvolvimento da criança são divididas em:

formação física, desenvolvimento e ajustamento da psicomotricidade como base da

educação do movimento, eficiência física e rendimento motor e estímulo da expressão

criativa através do movimento (Melcherts Hurtado & Guillermo, 1987).

A seguir serão descritos as necessidades do desenvolvimento em geral da criança

de acordo com Melcherts Hurtado & Guillermo (1987). A formação física é entendida

como o alcance de níveis gerais, básicos e satisfatórios para o desenvolvimento corporal

(diferenciações fisiológicas e cronológicas), orgânico (adaptação ao esforço físico),

postural (desenvolvimento corporal) e motor (qualidades físicas).

O desenvolvimento e ajustamento da psicomotricidade como base da educação do

movimento, integra e se desenvolve paulatinamente o acervo motor, por meio da

incorporação progressiva de novas estruturas psicomotoras, ajuste das experiências

motoras adquiridas anteriormente, aptidões perceptivas e estruturação espaço-temporal,

através do movimento que, por sua vez, melhora todo o esquema corporal não só da

criança.

A eficiência física e rendimento motor correspondem, na criança, a características

de um processo ensino-aprendizagem correto das etapas procedentes. A eficiência física

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15

caracteriza-se pelo domínio que a criança tem do seu esquema corporal, das ações em

relação ao seu meio, do nível de esforço, qualidade e coordenação da habilidade executada.

E o rendimento motor corresponde ao limite máximo das possibilidades observáveis e

mensuráveis de um exercício, atividade ou habilidade específica.

Através da maturação biológica e psicológica, ajustamento da psicomotricidade,

formação e eficiência físicas, a criança é capaz de resolver criativamente, por meio de

movimentos expressivos, interpretativos e gestuais, entre outros, quaisquer

comportamentos que se lhe apresentem no campo corporal como coroamento do

desenvolvimento harmônico, seqüenciado e hierarquizado de suas potencialidades.

Gallahue & Donnelly (2008) afirmam que existem dois momentos na infância. Na

primeira infância, que vai dos três aos oito anos de idade, o crescimento físico tem como

características ossos enrijecidos, ambos apresentam uma diminuição gradual no tecido

gorduroso e uma quantidade semelhante de massa muscular e ossatura. Na segunda

infância que vai dos oito aos doze anos de idade tem como características físicas aumento

lento de altura e peso, ganho da massa corporal e o estirão do crescimento.

Na primeira infância algumas características motoras podem ser observadas, tais

como, crescimento em ritmo lento, 5 cm/ano em altura e 2.2 kg/ano em peso, habilidades

perceptivo-motora desenvolvidas rapidamente, controle da bexiga e intestinos,

desenvolvimento das habilidades fundamentais motoras em uma variedade de capacidades,

crianças ativas e cheias de energia, desenvolvimento do controle motor grosso antes do

controle do motor fino, desenvolvimento do controle motor fino (Gallahue & Donnelly,

2008).

Algumas características cognitivas também são notáveis, como a expressão de

pensamentos e idéias verbalmente e a imitação de ações e símbolos. As características

afetivas são visíveis em relação ao comportamento como o egocentrismo, timidez,

desenvolvimento da consciência e o autoconceito (Gallahue & Donnelly, 2008).

Na segunda infância algumas características motoras que podem ser observadas tais

como crescimento lento, princípios céfalo-caudal (cabeça aos pés) e próximo distal

(centro-periférico) do desenvolvimento são evidentes, a mão dominante é estabelecida,

dificuldade com a coordenação olho-mão e olho-pé, desenvolvimento de habilidades de

percepção visual, desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais (Gallahue &

Donnelly, 2008).

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Algumas características cognitivas também são notáveis como o interesse pessoal,

criatividade e as habilidades cognitivas abstratas. As características afetivas são visíveis

em relação ao comportamento como os interesses de meninos e meninas semelhantes,

interação, trabalho em equipe, aceitam autoridade e são seres conscientes (Gallahue &

Donnelly , 2008).

Malina & Bouchard (2002) citam que o crescimento pós-natal é normalmente,

dividido em três ou quatro períodos etários. A primeira infância consiste no primeiro ano

de vida. A infância ocorre do período final da primeira infância até o início da

adolescência. É frequentemente dividida entre o início da infância (anos pré-escolares) e o

final da infância (anos escolares/ensino fundamental).

Para as meninas a adolescência ocorre aproximadamente entre os oito e dezenove

anos e para os meninos entre dez e vinte e dois anos. Nesse período ocorre uma aceleração

no crescimento na estrutura que marca o estirão do crescimento e a maturação sexual. As

meninas têm um estirão menor em massa muscular (MM) enquanto que os meninos têm

uma diferença marcante para o tecido muscular durante a sua adolescência (Malina &

Bouchard, 2002).

2.2 Características das Aulas de Educação Física

A educação é a ciência que estuda os objetivos e os processos de instrução, os

métodos, a forma e condições de ensino e suas relações com outras áreas do saber visando

contribuir para a formação do sujeito (Barbanti, 2003).

A Educação Física por sua vez é uma parte da Educação que tem como objetivo

desenvolver o sujeito em todos os seus aspectos através das inúmeras manifestações do

movimento humano, com o apoio das bases bio-psico-sociais e pedagógicas (Rodrigues de

Almeida, 2009).

Segundo o Manifesto da Educação Física (2000), a Educação Física foi definida

como "O Elemento de Educação que utiliza, de modo sistemático as atividades físicas e o

meio ambiente como meios específicos", onde a atividade física é considerada um meio

educativo importante, porque abrange o ser como um todo.

A Educação Física, pelo seu conceito e abrangência, deve ser considerada como

parte do processo educativo, seja dentro ou fora do âmbito escolar, por constituir-se na

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melhor opção para vivências corporais, incentivando as variadas formas de atividades

físicas (Manifesto da Educação Física, 2000).

A Educação Física tem um papel importante no âmbito escolar, pelo fato de ser o

único curso da área da saúde que atua diretamente na escola como disciplina curricular

(Oliveira, 2006).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) deixa explícito que a

Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da

Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo

facultativa nos cursos noturnos.

A LDB n. 9394/96, de 20/12/1996 possibilita entender que a carga horária anual, o

número de aulas e de alunos, a composição das turmas, a duração das aulas e o espaço para

o ensino da Educação Física podem ser estabelecidos a critério de cada sistema de ensino e

até mesmo de cada escola isoladamente. Ou seja, a responsabilidade do ensino da

Educação Física passou para o Conselho Nacional de Educação (CNE) e para os Conselhos

Estaduais de Educação (CEE).

Para que haja uma melhor compreensão da importância das aulas de Educação

Física, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) surgiram com a intenção de expandir

e aprofundar o debate educacional, sugerindo uma reflexão sobre a prática pedagógica para

contribuir com a formação e atualização profissional.

Dentre os objetivos da Educação Física para o primeiro ciclo, espera-se que os

alunos iniciem um processo de descoberta para o desenvolvimento da cidadania. Dentre as

ações inerentes a esse processo está à participação do aluno em diversas atividades

corporais coletivas, que propiciem uma visão cooperativa e solidária, sem discriminar os

colegas pelo desempenho ou por razões sociais ou culturais; e também, fazê-lo conhecer

suas possibilidades e limitações corporais de forma a poder estabelecer algumas metas

pessoais (PCN, 2001).

No final do segundo ciclo os alunos serão capazes de vivenciar atividades

corporais respeitando suas características e as de seus colegas adotando atitudes de respeito

mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas. Bem como apreciando

algumas das diferentes manifestações da cultura, adotando uma postura não-preconceituosa

ou discriminatória (PCN, 2001).

Os objetivos relacionados à Educação Física para o primeiro e para o segundo ciclo

em síntese são a participação de atividades corporais respeitando seus limites e do outro,

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adotando atitudes de respeito, associando o conhecimento e a valorização da pluralidade da

cultura corporal juntamente com a adoção de hábitos saudáveis de higiene, alimentação e

atividades corporais, reivindicando o direito à prática de atividade física e esporte.

Analisando a estrutura dos PCNs para o ensino fundamental encontram-se os temas

transversais. São temas de questões sociais que possibilitam a aprendizagem e a reflexão

dos alunos. Tendo como temas: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, pluralidade

cultural.

A Matriz Curricular de Educação Física de Rondônia (2001), tem como finalidade a

sistematização das ações de professores, tanto para a elaboração quanto para ministrar as

aulas, respeitando as diversidades, em relação à realidade que estão inseridos, buscando

trabalhar de maneira pedagógica. Essa matriz foi elaborada em 2001, quando a Secretaria

do estado de educação de Rondônia (SEDUC), iniciou um projeto de reformulação da

Proposta Pedagógica da Educação Física.

De acordo com Rondônia (2001), o objetivo geral desse componente curricular é o

domínio do conhecimento referente ao movimento humano em sua complexidade e como

elemento de boa relação em nossa sociedade e na ampliação de uma cultura através de

várias ações para usufruir de uma vida saudável. E para o ensino fundamental o objetivo é

o conhecimento do mundo motor através das inúmeras manifestações do corpo visando o

entendimento e a estimulação social ao desenvolvimento das capacidades motoras.

Para isso a Matriz Curricular de Educação Física - SEDUC (2001) foi dividida em

núcleos de acordo com os conteúdos que serão trabalhados. Sendo assim, cada núcleo tem

um objetivo geral que será descrito a seguir:

- No núcleo I o objetivo é fazer com que os alunos tenham situações de vivências

corporais que ajudem à compreensão do corpo através do movimento e a interação com o

ambiente em que está inserido.

- No núcleo II o objetivo é auxiliar o estudo e a vivência de atividades lúdicas e

esportivas para a contribuição do processo de construção de uma cultura motora.

- No núcleo III busca-se o entendimento do ritmo do movimento associado ao ritmo

como forma de expressão corporal e a sua valorização em diversas manifestações.

- No núcleo IV o objetivo é favorecer o envolvimento que existe entre a ação

motora e a saúde. Destacando os benefícios desse conhecimento para a melhoria na

qualidade de vida.

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A Matriz de Educação Física – SEMED (2009) foi apresentada para dar subsídios à

prática da Disciplina de Educação Física. Tendo como objetivo desenvolver ações que

melhorem a qualidade de ensino na rede municipal.

A matriz curricular acima citada foi dividida por ano de ensino. E para cada ano há

quatro núcleos. Esses núcleos são: o movimento em construção e estruturação; o

movimento nas manifestações lúdicas e esportivas; o movimento em expressão e ritmo e o

movimento e a saúde.

Entre os diversos conteúdos do núcleo que fala sobre o movimento em construção e

estruturação podemos citar: a consciência corporal, movimentos locomotores e não-

locomotores, estruturas capacitativas, esquema corporal, ações motoras manipulativas,

coordenação viso-motor, coordenação óculo-manual, coordenação óculo-pedal. Já entre

os conteúdos do núcleo que trata do movimento nas manifestações lúdicas e esportivas

podemos citar: jogos populares, esporte.

No núcleo que aborda o movimento em expressão e ritmo podemos destacar:

expressão corporal, brincadeiras cantadas, danças, constituição rítmica. Com relação ao

núcleo sobre o movimento e a saúde pode-se citar: as bases nutricionais, hábitos

higiênicos, aspectos posturais, aptidão física, socorros de urgência, sistema energético,

sistema locomotor e cardio-respiratório.

Os PCNs são de grande relevância social, pois criam condições no âmbito escolar

que permitem que o educando tenha acesso aos conhecimentos elaborados e necessários

para torna-se um cidadão crítico, ético e comprometido com a transformação social e

cidadania. Estes, em conjunto com a matriz curricular servem de base para a elaboração do

projeto pedagógico, facilitando o planejamento das aulas, contribuindo para a sua

formação e atualização profissional (Oliveira, 2006).

2.3 Promoção da saúde

Minayo & Miranda (2002) citam que Sigerist foi o primeiro a utilizar o termo

promoção de saúde para denominar as ações que fossem feitas pelo Estado tendo a

educação sanitária como apoio para a melhoria das condições de vida.

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O Ministério da Saúde (2006) deixa explícito que a promoção da saúde consiste em

proporcionar às pessoas os meios necessários para a melhoria da saúde e o controle sobre a

mesma.

Promover saúde significa investir no processo de capacitação da comunidade para

atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação do sujeito

e da comunidade no controle das suas próprias condições de saúde e de vida. Para atingir

um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e os grupos devem

saber satisfazer suas necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente (Carta de

Ottawa apud Silva – 2005).

“A promoção de saúde constitui uma estratégia fundamental no contexto escolar,

partindo-se da necessidade de buscar o desenvolvimento global do indivíduo, estimulando

suas competências e favorecendo sua integração junto à comunidade” (Rodrigues et al,

2007, p. 03).

A Promoção da Saúde ocorre através de medidas sociais e políticas que propiciam

às pessoas certo controle sobre a saúde. Nessa perspectiva a saúde é encarada como um

direito fundamental e uma necessidade para que o indivíduo e a comunidade tenham uma

melhora na sua qualidade de vida (Boccaletto et al 2008).

Reconhecendo a importância da Prevenção, da promoção da saúde e do papel

essencial do Profissional de Educação Física para uma qualidade de vida positiva surge a

idéia da elaboração da Carta Brasileira de Prevenção Integrada na Área da Saúde durante o

Fórum Nacional de Prevenção Integrada da Área de Saúde, na cidade de Belo Horizonte,

acontecido nos dias 8 e 9 de setembro de 2005, promovido pelo Sistema CONFEF/CREFs

(Conselhos Federal e Regionais de Educação Física). A carta tem o intuito de alertar

população, órgãos governamentais e entidades públicas e/ou privadas sobre essa máxima

popular e possibilitar a inclusão da prevenção nos programas e projetos sociais (CONFEF,

2005). A referida carta atende as diferentes profissões da área da Saúde visando a

intermediação do saber e do fazer e a construção do elo entre a teoria e a prática.

Como referência principal sobre a prevenção de saúde para os profissionais de

Educação Física, a Carta Brasileira de Prevenção Integrada na Área da Saúde (2005) em

um de seus parágrafos afirma o compromisso dos mesmos na prevenção e na promoção de

saúde já que esta área se relaciona com a educação, a saúde, a cultura, o esporte, o lazer e o

turismo, atentos para uma atuação por estilos de vida ativos na população do país.

Page 21: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

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O CONFEF na Carta Brasileira de Prevenção Integrada na Área da Saúde (2005)

cita que a Saúde há muito tempo é reconhecida como um direito de todo ser humano. E

como direito humano fundamental, é considerado essencial como fator de investimento

social e econômico. Os aumentos de investimentos para a saúde e uma reorientação dos

recursos existentes provocam um processo permanente de avanço no desenvolvimento

humano, principalmente nas perspectivas de longevidade, qualidade de vida e bem-estar

social.

Ainda cita que a Prevenção e Promoção da Saúde, na sua interação, devem ser

entendidas como ações relativas aos desafios referentes à saúde e qualidade de vida. sendo

a prevenção e promoção da saúde dependentes fundamentalmente das próprias pessoas, de

suas famílias, das comunidades, dos organismos e instituições e da nação, pela sua

expressão cultural e exercício adequado do papel do Estado.

A educação para a saúde possibilita a tomada de consciência, a participação, a

consciência crítica do momento histórico vivido e a formação de uma possível rede de

suporte social, concentrando todos os esforços disponíveis para a melhoria da saúde e

qualidade de vida, que remetem diretamente para o exercício da cidadania (Carta Brasileira

de Prevenção Integrada na Área da Saúde, 2005).

Segundo Carvalho (2009), a Carta Brasileira de Prevenção Integrada na área da

Saúde na perspectiva da Educação Física – documento redigido pelo Conselho Federal de

Educação Física (CONFEF), em 2005, tem como enfoque a promoção de saúde. Esse

enfoque pode ser sintetizado na proposta da ligação entre saúde e condições de vida que

relaciona a atividade física e a saúde com questões sociais mais amplas que impedem que

os sujeitos tomem decisões mais saudáveis, tais como os fatores econômicos, culturais,

étnicos e políticos.

2.3.1 Promoção de saúde na escola

Nestes últimos anos o envolvimento do professor de Educação Física em aspectos

relacionados com a promoção da saúde, vem aumentando bastante, talvez esse

envolvimento possa ser atribuído aos novos conhecimentos que vem sendo apresentados

(Barros et al, 2008).

Page 22: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

22

Barros et al (2008) menciona que a proposta de Educação Física Escolar

relacionada à promoção da saúde representa uma importante contribuição à sistematização

do ensino dessa disciplina. Citando que um sério obstáculo à implantação de programas de

Educação Física Escolar direcionado a promoção da saúde é, certamente, o receio de que a

Educação Física volte a se apropriar de valores higienista e traga prejuízos aos valores

educacionais exigidos para o firmamento desse componente curricular a nível escolar.

A Organização Pan-americana de Saúde - OPAS apud Gonçalves et al (2008), a

promoção da saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral e multidisciplinar do ser

humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário, social e

ambiental.

De acordo com Brasil (2002) o período escolar é fundamental para se trabalhar

saúde na perspectiva de sua promoção, desenvolvendo ações para a prevenção de doenças

e para o fortalecimento dos fatores de proteção. Crianças, jovens e adultos que se

encontram nas escolas vivem momentos em que os hábitos e as atitudes estão sendo

criados e/ou revistos.

Entende-se que a escola deve ter uma visão integral do ser humano, que considera

as pessoas, em especial as crianças e adolescentes, dentro dos seus ambientes. Ela promove

a autonomia, a criatividade e a participação dos alunos, bem como de toda a comunidade

escolar (Goulart, 2006, p.05).

Vilarta & Boccaletto (2008) afirmam que a escola pode ser considerada como um

espaço ideal para o desenvolvimento de ações de promoção saúde. É, essencialmente, um

local que favorece a participação da comunidade, visto que muitos dividem as mesmas

necessidades.

O Ministério da Saúde (2002) compreende que o período escolar é de fundamental

importância para se trabalhar saúde na perspectiva de sua promoção. Por outro lado,

reconhecem que, além de sua função pedagógica, a escola tem uma função social e política

voltada para a transformação da sociedade.

Boccaletto (2007) comenta porque devemos promover a saúde e a qualidade de

vida nas escolas. Entre alguns aspectos ele cita a importância da saúde relacionada com a

educação visando o desenvolvimento social e econômico do país. Um outro aspecto a

considerar é que as escolas são locais onde a maioria da população passa boa parte de seu

tempo. Além de ser um local propício para a realização de ações para a melhoria da

Page 23: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

23

qualidade de vida, considerando que é o local onde muitas pessoas aprendem, trabalham,

cuidam e respeitam uns aos outros.

“Os escolares têm uma crescente autonomia e capacidade de tomar decisão

fazendo com que esta fase seja ideal para a aquisição de novos conhecimentos,

capacidades, habilidades, valores e comportamentos determinantes para a saúde e o bom

desenvolvimento” (Boccaletto, 2007, p. 86).

2.3.2 Escolas Promotoras de Saúde (EPS)

Gonçalves et al (2008) menciona que em 1954 a Comissão de Especialistas em

Educação em Saúde da Organização Mundial da Saúde – OMS perceberam a necessidade

de se realizar nas escolas atividades que favorecessem a promoção da saúde, e não somente

o conhecimento sobre aspectos relacionados à saúde.

Entre as estratégias de implantação de políticas públicas voltadas para a promoção

da saúde que vem sendo adotada por inúmeros países, inclusive no Brasil, destaca-se o

Programa Escola Promotora da Saúde - EPS (Goulart, 2005).

Dentre as estratégias para a Promoção da Saúde propostas pela OMS e OPAS

encontram-se o modelo “EPS” que tem por finalidade a aplicação, na escola, dos princípios

e métodos estabelecidos nas Conferências Internacionais de Promoção da Saúde

(Boccaletto et al, 2008, p.20).

Segundo Silva (2005) as Escolas Promotoras de Saúde constitui-se na união entre

setores e instituições com prioridade em ações para a promoção de saúde que englobam

tomadas de decisões, atitudes saudáveis e construção de ambientes favoráveis à saúde.

Para Silva (2005) existem três eixos básicos para uma Escola Promotora de Saúde.

O primeiro é a Educação em Saúde que se refere a refletir, debater e abordar as

necessidades e desafios da escola a partir de suas prioridades para estimular o

envolvimento de toda comunidade escolar. O segundo é construção de ambientes saudáveis

que se refere a cuidar do ambiente da escola. Devem se oferecer ambientes que favoreçam

escolhas mais positivas e atitudes mais saudáveis dos indivíduos e da comunidade em seu

cotidiano. E o terceiro eixo é a articulação e reorientação dos serviços de saúde.

A iniciativa da Escola Promotora de Saúde tem a escola como lugar estratégico

para a promoção de saúde, que é o principal local de mudanças de qualidade de vida na

Page 24: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

24

comunidade. Contudo, é preciso que haja garantia de acesso e oferta de serviços de saúde

que respondam às demandas da comunidade escolar (Silva, 2005).

Vilarta & Boccaletto (2008) concordam com Silva (2005) quando o mesmo afirma

que o conceito “Escola Promotora da Saúde” é proposto pela Organização Mundial da

Saúde como estratégia para promoção da qualidade de vida nos municípios e comunidades.

A OMS apud Boccaletto et al (2008) caracteriza como Escola Promotora de Saúde

a instituição de ensino que, além de se comprometer com a adoção do projeto por no

mínimo três anos, siga as orientações encaminhadas: efetivar prioritariamente ações para

melhorar a saúde, obter recursos para o desenvolvimento das atividades, realizar parcerias

intersetoriais relevantes, adotar princípio de responsabilidade social e ecológica para saúde

pessoal e comunitária, desenvolver práticas de alta qualidade, executar o projeto com

eficiência e facilitar a avaliação e disseminação dos resultados.

Com o programa EPS na década de 90, a escola deveria superar o modelo de ser

vista como uma pequena realizadora de ações de saúde para assumir o papel de grande

importância gerando novas oportunidades para a promoção coletiva da saúde e da melhoria

da qualidade de vida (Vilela Junior, 2008).

Boccaletto (2007) evidencia alguns aspectos fundamentais para o desenvolvimento

das escolas promotoras da saúde, segundo a OMS dentre eles: a participação da sociedade

para a promoção de saúde, um ambiente escolar saudável, acesso aos serviços de saúde,

implantação de políticas públicas e práticas de promoção da saúde, luta para melhorar a

saúde da comunidade.

De acordo com Goulart (2005), no Brasil, este programa já foi implantado em

locais, como São Paulo, Santos, Embu das Artes, Vargem Grande Paulista, Rio de Janeiro,

Brasília, Tocantins, Minas Gerais, onde houve redução do número de reclamações e fatos

relacionados à saúde nas escolas.

Segundo Boccaletto et al (2008) no Brasil, os modelos de Escolas Promotoras de

Saúde são geralmente vinculados a instituições públicas.

A Iniciativa de Escolas Promotoras da Saúde no Brasil, através das ações do

Ministério da Educação, se preocupou em garantir o acesso ao ensino fundamental a todos

os cidadãos brasileiros, a lutar contra a evasão escolar, a melhorar a qualidade do ensino e

lançou, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), diretrizes básicas para a

realização de um trabalho efetivo nas escolas no tocante à educação para a saúde

(Boccaletto, 2007, pág.89).

Page 25: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

25

Os PCNs definem como objetivos específicos da educação para a saúde nas escolas:

o desenvolvimento dos conceitos em saúde; a construção de valores e a compreensão das

práticas de saúde e comportamentos favoráveis ao tocante da saúde (Boccaletto, 2007).

De acordo com Brasil (2002) a saúde e os temas transversais apontados pelos

Parâmetros Curriculares Nacionais – a pluralidade cultural, a ética, a orientação sexual, a

cidadania, o meio ambiente, o trabalho e o consumo – lidam com as condições reais do

sujeito e comunidades sendo complementares e interdependentes.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, dentro do capítulo relacionado ao tema

transversal saúde, sugerem que toda escola deve incorporar os princípios de promoção da

saúde indicados pela OMS, com o objetivo de fomentar a saúde e o aprendizado em todos

os momentos (Gonçalves et al, 2008, p.183).

Boccaletto (2007) afirma que a Escola Promotora da Saúde pode estimular práticas

e políticas ligadas à Educação Física, implantando as diretrizes políticas e curriculares

estabelecidas pelos PCNs. Pode também estimular o desenvolvimento de consciência para

a adoção dos comportamentos saudáveis que estão relacionados com a saúde.

2.4 Indicadores Nutricionais

No Brasil há hoje uma transição nutricional, determinada freqüentemente pela má-

alimentação. Existindo então uma tendência contínua de redução da desnutrição no país e o

aumento do excesso de peso em diferentes fases da vida. O cuidado com o perfil

nutricional permite a criação de atitudes e ações de promoção de saúde (Coutinho et al,

2008).

Segundo Paes & Carreira (2009) no extremo dos problemas relacionados ao déficit

nutricional, encontra-se a desnutrição e no outro extremo das desordens nutricionais,

encontra-se o excesso de peso, especificamente o sobrepeso e a obesidade, que constitui

problema de saúde pública classificado como doença crônica não transmissível (DCNT).

O aumento da obesidade, a redução da desnutrição e as mudanças no padrão de

consumo alimentar são características do processo de transição nutricional e variam de

acordo com o grau de desenvolvimento de cada país. No Brasil, as mudanças decorrentes

da transição nutricional vêm atingindo intensamente a população de menor poder

aquisitivo (Vieira et al, 2008).

Page 26: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

26

Popkin apud Anjos et al (2003) comenta que como em outros países em

desenvolvimento, o Brasil tem apresentado profundas modificações no perfil nutricional de

sua população, fruto de um processo conhecido como transição nutricional.

A desnutrição permanece sendo problema nutricional de maior interesse em países

em desenvolvimento (Motta & Silva, 2001). Mas segundo Bueno & Fisberg (2006) em

alguns países que apresentaram rápido crescimento econômico nos últimos anos, observou-

se uma tendência de diminuição da desnutrição infantil associado ao aumento da

obesidade.

A desnutrição tem sido ao longo dos anos um dos maiores problemas de saúde

pública do mundo. Levando também à dificuldade de tratamento de quase todas as outras

doenças que as acometem. Em relação aos seus efeitos incluem problemas físicos,

psicológicos e intelectuais. A presença da desnutrição está associada a uma série de

aspectos políticos, econômicos e sociais (Almeida & Ricco, 1998).

Coutinho et al (2008) cita que a Estratégia Saúde da Família mostrou resultados

concretos para a redução da desnutrição; contudo, a má-alimentação contribuiu para o

aumento da prevalência de obesidade e de outras DCNT, que tem um grande impacto na

qualidade de vida do indivíduo. Estando as DCNT associadas às causas de morte mais

comuns atualmente.

Ainda persiste no Brasil uma das formas mais severas da desnutrição,

especialmente o déficit de estatura por idade. Esta é mais grave nas regiões Norte e

Nordeste, o que caracteriza a desnutrição, sem dúvida, como um fruto da desigualdade

social e pobreza do país (Coutinho et al, 2008).

Coutinho et al (2008) comenta que a desnutrição é um dos produtos da

desigualdade social que ainda prevalece no Brasil. E que para superar essa situação da má-

nutrição, são exigidas medidas eficientes e urgentes para o combate à pobreza e à fome por

meio de políticas públicas.

De uma forma geral, os métodos procuram classificar os casos de desnutrição em

leves, moderados e graves; para se chegar a essa classificação existem basicamente dois

tipos de meios: os meios indiretos, representados pelas estatísticas de saúde, e os diretos,

que utilizam os dados clínicos, os laboratoriais ou os antropométricos (Almeida & Ricco,

1998).

Coutinho et al (2008) cita que um dos mais relevantes focos de medidas deve ser a

prevenção do déficit de estatura na população infantil que é uma das características mais

Page 27: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

27

significativas da desnutrição. A baixa estatura tem sido relacionada ao atraso no aspecto

cognitivo levando ao baixo rendimento escolar e menor capacidade física para o trabalho.

Em seu trabalho, Coutinho et al (2008) comenta o outro lado da transição

nutricional da população brasileira referindo-se ao crescente excesso de peso e de

obesidade. O dilema atual da nutrição em saúde pública é lidar com essa situação

contraditória, entre a desnutrição e a obesidade e suas implicações.

A obesidade é propiciada pelo perfil alimentar em que há uma ingestão crescente de

gorduras em geral, gorduras de origem animal e alimentos industrializados e a diminuição

de cereais, leguminosas, frutas, verduras e legumes. Esse ciclo vicioso que se inicia ainda

no período intra-uterino e se perpetua ao longo da vida deve ser quebrado (Coutinho et al,

2008).

A importância da promoção da alimentação saudável constitui-se numa das

estratégias de saúde pública de vital importância para o enfrentamento dos problemas

alimentares e nutricionais da atualidade (Coutinho et al, 2008).

No Brasil, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) apud Coutinho

(2008), criada em 1999, explicitou o papel do setor saúde para a agenda única de nutrição,

considerando como pressupostos o direito humano à alimentação adequada e à segurança

alimentar e nutricional.

Coutinho et al (2008) comenta que a literatura aponta a necessidade de medidas de

promoção da alimentação saudável como uma solução para a desnutrição, obesidade e

DCNT.

De acordo com Pereira (2006), os indicadores nutricionais são usados de forma

direta e indireta através das numerosas medidas do estado nutricional:

Avaliação indireta do estado nutricional - disponibilidade de alimentos, distribuição

de renda e a renda per capita.

Avaliação direta do estado nutricional - A avaliação direta ocorre em três enfoques

como a avaliação dietética; avaliação clinica e avaliações nutricionais .

Page 28: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

28

2.3.1 Estatura e Peso corporal

A estatura pode ser entendida como a distância entre a planta dos pés e o ponto

mais alto da cabeça (vértex), com o sujeito em posição ortostática (ereto), com os braços

ao longo do corpo e pés unidos e paralelos (BÖHME, 1995).

O “surto” ou “estirão” do crescimento é uma aceleração do aumento da altura e as

taxas de peso que ocorrem no início da adolescência. Sendo que os meninos iniciam seu

surto de crescimento cerca dos seus 10 anos de idade, alcançando seu pico de altura por

volta dos 14 anos de idade. As meninas iniciam seu surto do crescimento por volta dos 7

anos de idade, atingindo o pico com 12 anos ( Brasileiro, 1992).

O pico de crescimento, para moças, ocorre entre os 11 e 13 anos de idade e os

rapazes tendem a apresentar o pico por volta de dois anos mais tarde que as moças (Malina

& Bouchard, 1990)

Segundo Glaner (2005) nas idades onde ocorre o maior crescimento na estatura nas

meninas há uma tendência a presença de uma maior massa corporal. Talvez estando

relacionado com o período de maturação das mesmas.

De acordo com Böhme apud Oliveira (2006) o peso corporal é definido como

conseqüência da influência da gravidade sobre a massa corporal. Sendo o peso corporal

uma das medidas corporais mais utilizadas nas pesquisas, pois através dela podemos

verificar e analisar os níveis nutricionais e avaliar o crescimento dos indivíduos. Através

das medidas de estatura e peso podem-se verificar os níveis nutricionais e avaliar o

crescimento dos indivíduos.

2.4.2 Índice de Massa corporal (IMC)

A avaliação antropométrica é um dos indicadores de saúde da criança mais

sensíveis e usados, constituindo-se em meio universalmente aplicável, rápido, barato e não

invasivo de determinar o estado nutricional (Motta & Silva, 2001).

De acordo com Almeida & Ricco (1998) para a avaliação do estado nutricional já

está aceito em todo o mundo o uso da antropometria, que apresenta características

importantes tais como: parâmetros facilmente mensuráveis, totalmente objetivos e

Page 29: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

29

reprodutíveis; baixo custo; fácil treinamento, acessível às pessoas leigas; não utiliza

métodos invasivos; é de avaliação rápida e freqüentemente imediata; detecta os casos leves

e moderados.

Boccaletto (2007) comenta que o estado nutricional pode ser avaliado a partir de

medidas antropométricas de peso e estatura dos escolares. Sendo as medidas de peso e

estatura dos escolares componentes do Índice de Massa Corporal (IMC).

Na infância é difícil avaliar a obesidade devido à intensa modificação da estrutura

corporal (massa óssea, massa magra, água e gordura) durante o crescimento (Bueno &

Fisberg, 2006). Entretanto, o fator de destaque foi o desenvolvimento de um novo índice

(Índice de Massa Corporal - IMC, por idade) com maior sensibilidade e especificidade

(Bueno & Fisberg, 2006).

Através do IMC e da estatura por idade e sexo, o estado nutricional pode ser

classificado utilizando-se os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde

(OMS) em 2007, e adotados pela Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) do

Ministério da Saúde (Boccaletto, 2007).

O IMC por idade e sexo é um método importante para a avaliação do estado

nutricional geral, utilizado principalmente em estudos epidemiológicos. O indicador

estatura/idade costuma ser utilizado para determinar o estado de crescimento físico e o

estado nutricional pregresso ou de longo prazo da criança (Boccaletto, 2007).

O parâmetro aceito atualmente para avaliar a obesidade em crianças e adolescentes

é o índice de massa corpórea ou corporal (IMC), cuja aplicação tem sido extensa devido à

facilidade do seu cálculo (Paes & Carreira, 2009).

Para Anjos (1992), o IMC passou a ser mais fortemente usado há algumas décadas

atrás. O IMC é expresso pela equação: IMC = [Peso/ (Estatura x Estatura)].

Apesar de seu uso constante em pesquisas, o IMC ainda é um método muito

questionado. Garn et al. apud Oliveira (2006), apontam três limitações para o uso do IMC:

a correlação com a estatura com a massa livre de gordura e com a proporcionalidade

corporal. Em crianças o IMC é utilizado, apesar de ainda não haver uma tabela

universalizada.

Page 30: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

30

2.5 Comportamento Alimentar

Segundo Araújo et al (2009), na adolescência o ambiente no qual o adolescente se

insere é de extrema importância em suas decisões cotidianas. Assim, o ambiente social e o

contexto econômico-cultural contribuem muito para orientações dos hábitos alimentares e

de atividade física. Muitos autores sustentam que os adolescentes têm, em geral, maus

hábitos alimentares.

A alimentação atual é baseada no insuficiente consumo de frutas, hortaliças e leite,

no aumento do consumo de guloseimas (bolachas recheadas, salgadinhos e doces) e

refrigerantes, bem como na omissão do café da manhã, o que contribui para adoção de

hábitos alimentares negativos e consequentemente, para o surgimento de diversas DCNT

como a obesidade, diabetes e hipertensão (Triches & Giugliani apud Araújo et al, 2009).

Araújo et al (2009) comenta que a adoção de hábitos alimentares danosos, torna-se

um componente da esfera da Saúde Pública, tendo sua importância ampliada por ser esta

fase um período de grande importância em relação às escolhas que caracterizam estilos de

vida que podem repercutir ou se perpetuar na idade adulta.

O início da obesidade pode ocorrer ainda na infância e persistir até a idade adulta.

Assim, o diagnóstico precoce de sobrepeso ou obesidade é de grande interesse para a saúde

pública, pois o tratamento nesta fase inicial da vida pode ser mais eficiente (Bueno &

Fisberg, 2006).

A obesidade está relacionada ao aumento do risco e surgimento de doenças, tais

como as cardiovasculares (Bueno & Fisberg, 2006).

Segundo Rossi et al (2008) o comportamento alimentar é de extrema importância

na prevenção e no tratamento de doenças. A alimentação durante a infância é importante

para o crescimento e desenvolvimento, além de representar um dos principais fatores de

prevenção de algumas doenças na fase adulta.

A família, os fatores sociais e os ambientais podem influenciar o padrão alimentar

das crianças. Além deles outros fatores, como a escola, as redes sociais, as condições

socioeconômicas e culturais influenciam o processo de desenvolvimento da construção dos

hábitos alimentares da criança e, conseqüentemente, do indivíduo adulto (Rossi et al,

2008).

Page 31: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

31

A vida urbana nas sociedades modernas tem se associado às mudanças de

comportamento, proporcionando aumento significativo das taxas de sobrepeso e obesidade

(Farias et al, 2008).

Dessa forma, o comportamento alimentar ocupa, atualmente, um papel central na

prevenção e no tratamento de doenças. Nesse contexto, a alimentação durante a infância,

ao mesmo tempo em que é importante para o crescimento e desenvolvimento, pode

também representar um dos principais fatores de prevenção de algumas doenças na fase

adulta (Rossi et al, 2008).

Na promoção de uma alimentação saudável dois aspectos devem ser ressaltados: a

mudança de um comportamento alimentar a longo prazo e os hábitos alimentares da idade

adulta. Embora a família seja um importante determinante na formação dos hábitos

alimentares, outros fatores como a escola, a rede social, as condições socioeconômicas e

culturais, são potencialmente modificáveis e influenciam no processo de construção dos

hábitos alimentares da criança e, conseqüentemente, do indivíduo adulto (Rossi et al,

2008).

Segundo Anjos et al (2003), diante da complexidade e variabilidade do perfil

nutricional brasileiro, pode-se considerar que a avaliação nutricional de populações, em

especial no espaço escolar, é uma método de extrema importância para compreensão dos

fatores nutricionais de crianças e adolescentes e conseqüentemente, da formulação de

políticas públicas e ações mais efetivas.

Para Boccaletto (2007) a escola tem uma grande responsabilidade e um papel

importante na prevenção da obesidade infanto-juvenil, tanto nos aspectos relacionados com

a educação quanto nas políticas e práticas desenvolvidas no seu dia-a-dia, já que todas as

ações voltadas para a saúde ultrapassam seus muros, se refletindo na melhora das

condições que levam à saúde de toda a comunidade.

A obesidade infantil é um problema que tem adquirido proporções epidêmicas em

todo o mundo e a escola seria um dos locais mais adequados para a realização de

levantamentos do estado nutricional de crianças e adolescentes (Mori et al, 2007).

De acordo com Farias et al (2008) para as crianças em idade escolar, a vigilância

nutricional serve como instrumento de avaliação de medidas de intervenção, como a

merenda escolar.

Page 32: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

32

3. METODOLOGIA

Neste capítulo serão abordados os procedimentos metodológicos utilizados durante

esta pesquisa.

3.1 Delineamento da pesquisa

Esta foi uma pesquisa do tipo documental, em que os dados foram retirados do

Projeto “Saúde Escolar” coordenado pelo Centro de Estudos e Laboratório de Aptidão

Física da Universidade Federal de Rondônia (CELAFIU) em parceria com uma escola

municipal de Porto Velho. Sobre este método, Mattos et al. (2004) preconiza que o mesmo

por transformar dados primários ainda não tratados em dados passíveis de utilização na

área científica após uma prévia organização metodológica.

3.2 População e amostra

A população deste estudo foi composta por 556 alunos de uma escola municipal

localizada na zona sul do município de Porto Velho. A amostra constituiu-se de 324

indivíduos, sendo 170 do sexo masculino e 154 do sexo feminino, na faixa etária de 07 a

11 anos de idade, todos participantes das aulas regulares de Educação Física Escolar.

Quadro 1 – Distribuição da amostra por sexo e idade

3.3 Procedimentos para coleta de dados

Idade

Sexo

7 anos

8 anos

9 anos

10 anos

11 anos

Total

Masculino

37

36

36

36

25

170

Feminino

30

32

39

30

23

154

Page 33: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

33

Para a realização dessa pesquisa foram solicitados, via ofício ao Coordenador do

“Projeto Saúde Escolar”, os dados referentes a esta pesquisa. Logo após a autorização para

a utilização dos dados, os mesmos foram separados por faixa etária e gênero e

transportados para uma ficha específica, elaborada com o objetivo de facilitar a

organização e tabulação destes.

3.4 Instrumentos e protocolos utilizados

No “Projeto Saúde Escolar” foram utilizados as medidas antropométricas peso e

estatura para verificar o crescimento e desenvolvimento dos escolares. A seguir serão

descritos os protocolos para a mensuração das referidas medidas antropométricas conforme

protocolo preconizado por Petroski (2007).

5.4.1 Estatura

Instrumento: estadiômetro fixo na parede.

Posição do avaliando: O aluno em posição ereta com os braços ao longo do corpo,

pés paralelos e com o olhar no Plano de Frankfurt realiza uma inspiração.

Posição do avaliador: Em pé ao lado direito do aluno, se necessário subir num

banco para realizar a medida. O avaliador leva o cursor, em ângulo de 90º em relação à

escala, toca o ponto mais alto da cabeça e paralelo ao peito no final de uma inspiração. São

realizadas três medidas, considerando-se a média das mesmas como valor real da estatura.

3.4.2 Peso Corporal

Instrumento: Balança digital

Posição do avaliando: O aluno, com o mínimo de roupa possível, deve subir na

plataforma colocando um pé de cada vez no centro da mesma e manter-se em posição

ortostática.

Posição do avaliador: Em pé do lado direito faz a leitura.

Page 34: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

34

3.4.3 Índice de Massa Corporal

O Índice de massa corporal (IMC) é calculado a partir dos dados referentes à

estatura e ao peso corporal.

IMC = [Peso/(Estatura x Estatura)] .

Através do resultado encontra-se um índice que será classificado de acordo com a

criança através da faixa de resultados considerando a idade e o sexo da mesma de acordo

com a tabela de Conde & Monteiro apud Gaya & Silva (2007).

Page 35: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados encontrados na

pesquisa. Este procedimento faz-se necessário para se ter uma visão geral quando da

utilização de medidas antropométricas como indicadores de saúde.

Na tabela 1 é demonstrado o perfil dos estudantes de ambos os sexos participantes

da pesquisa na faixa etária de 07 a 11 anos de idade. As variáveis apresentadas são: Peso

Corporal, Estatura, Índice de Massa Corporal.

Tabela 1 – Média (X) e desvio padrão (DP) do peso corporal, estatura e índice de massa

corporal (IMC) da amostra

VARIÁVEIS 07 08 09 10 11

Sexo F M F M F M F M F M

Peso (kg)

23,7±

4,8

24,1±

4,4

28,6±

6,7

26,8±

5,1

28,3±

5,1

30,6±

7,8

34,7±

8,3

36,1±

11,5

37,1±

6,1

35,5±

5,8

Estatura (cm)

121,6±

5,6

124,5±

5,8

129,2±

7,3

129±

6,0

132,3±

5,6

134,6±

6,2

139,9±

6,9

139,4±

7,0

145±

7,8

141,5±

2,1

IMC (Kg/m²)

15,9±

2,3

15,7±

1,9

17,5±

2,6

16,2±

3,3

16,1±

1,9

16,7±

3,1

17,6±

3,0

18,4±

4,9

17,5±

2,0

17,6±

2,1

Fonte: dados da pesquisa (2009)

Observa-se na tabela 1 que as maiores elevações na variável peso corporal aparece

na idade de 10-11 anos, tanto nas meninas como nos meninos. Quando verificado o

comportamento do peso corporal entre os sexos, há uma aproximação nos valores aos 8 e

9, com variação para maior nas idades de 10 e 11 anos, tanto para os meninos como para

as meninas.

Quanto à estatura os meninos de 10 e 11 anos tem resultados parecidos; o mesmo

ocorre com as meninas de 08 e 09 anos. Outro aspecto interessante é que meninos e

meninas nas idades de 08-09 anos e de 10-11 anos apresentaram as maiores elevações na

estatura. Com relação a maior estatura tanto os meninos como as meninas apresentaram

valores elevados aos 10 e 11 anos.

De acordo com Gallahue & Ozmun (2005), a variação que ocorre no peso e estatura

em crianças e pré-adolescentes é explicada pela estrutura física. Os meninos podem

apresentar o peso mais elevado por terem mais músculos e massa óssea que as meninas. E

com a aproximação da menarca nas meninas, o peso corporal aumentaria.

Page 36: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

36

As medidas antropométricas, peso e estatura corporal, demonstraram ser bons

indicadores de saúde para as crianças por serem um meio universalmente aplicável, rápido,

barato e não invasivo de determinar o estado nutricional. Através do peso, pode-se

identificar se o avaliado está acima, abaixo ou normal para cada indivíduo. Os dados das

medidas antropométricas de peso e estatura são utilizados para estudo epidemiológicos.

Estar acima dos níveis normais pode ser indicativo de predisposição a obesidade,

distúrbios metabólicos, entre outras doenças. Estar abaixo do normal, pode sugerir que haja

um quadro de desnutrição, anemia, entre outras.

Há a necessidade de estar atento ao crescimento das crianças, pois o déficit de

estatura na população infantil é uma das características mais significativas da desnutrição,

levando a criança ao atraso no aspecto cognitivo, ao baixo rendimento escolar e menor

capacidade física para o trabalho (Coutinho et al, 2008).

Sobre a variável Índice de Massa Corporal, observa-se que os sexos vão evoluindo

de forma semelhante. Apesar da semelhança, o IMC tanto dos meninos como das meninas

foram maiores nas idades de 10 e 11 anos. Ao anarlisarmos os dados com relação à tabela

referencial de Conde & Monteiro apud Gaya & Silva (2007), observa-se que os resultados

médios encontrados são considerados normais em ambos os sexos e faixas etárias.

Nas tabelas 2 e 3 serão apresentados os resultados da distribuição de freqüência do

Índice de Massa Corporal (IMC) dos escolares do sexo masculino e feminino,

respectivamente, na faixa etária de 07 a 11 anos de uma escola municipal de Porto Velho –

RO.

Tabela 2 – Distribuição de freqüência do IMC em meninos na faixa etária de 07 a 11 anos

Idade Baixo Peso Normal Excesso de

Peso

Obesidade

F %FR F %FR F %FR F %FR

07 1 2,7 35 94,6 - - 1 2,7

08 - - 29 80,6 7 19,4 - -

09 - - 30 83,4 3 8,3 3 8,3

10 1 2,8 26 72,2 4 11,1 5 13,9

11 - - 21 84 4 16 - -

Fonte: dados da pesquisa (2009)

A tabela 2 apresenta os resultados da distribuição de freqüência do índice de massa

corporal (IMC) em meninos na faixa etária de 07 a 11 anos. Na classificação baixo peso 07

Page 37: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

37

anos: 2,7% – 10 anos: 2,8% ;Classificação normal – 7 anos: 94,6% - 8 anos: 80,6% - 9

anos: 83,4% - 10 anos: 72,2% e 11 anos: 84,0%; Classificação excesso de peso – 8 anos:

19,4% - 9 anos: 8,3% - 10 anos: 11,1% e 11 anos: 16,0%; Classificação obesidade – 7

anos: 2,7% - 9 anos: 8,3% - 10 anos: 13,9%. Nota-se a prevalência de meninos na

classificação normal na faixa etária de 7 ano, com excesso de peso nas faixas etárias de

8,9, 10 e 11 anos e obesidade nas faixas etárias de 7,9 e 10 anos de idade

Tabela 3 – Distribuição de freqüência do IMC em meninas na faixa etária de 07 a 11 anos

Idade Baixo Peso Normal Excesso de

Peso

Obesidade

F %FR F %FR F %FR F %FR

07 - - 27 90 - - 3 10

08 - - 22 68,7 5 15,6 5 15,6

09 1 2,6 30 76,9 8 20,5 - -

10 - - 23 76,6 5 16,7 2 6,7

11 1 4,3 18 78,3 4 17,4 - -

Fonte: dados da pesquisa (2009)

A tabela 3 apresenta os resultados da distribuição de freqüência do índice de massa

corporal (IMC) em meninas na faixa etária de 07 a 11 anos. Na classificação baixo peso –

9 anos: 2,6% - 11 anos: 4,3%; Classificação normal – 7 anos: 90,0% - 8 anos: 68,7% - 9

anos: 76,9% - 10 anos: 76,6% e 11 anos: 78,3%; Classificação excesso de peso - 8 anos:

15,6% - 9 anos: 20,5% - 10 anos: 16,7% e 11 anos: 17,4% e na classificação obesidade – 7

anos: 10,0% - 8 anos: 15,6% – 10 anos: 6,7%. Nota-se a prevalência de meninas na

classificação normal, principalmente aos 7 anos, com excesso de peso nas faixas etárias de

8, 9, 10,11 anos, com baixo peso aos 9 e 11 anos e com obesidade – 7 anos: 10,0% - 8

anos: 15,6% - 10 anos: 6,7% .

O IMC é um agente facilitador de acompanhamento do crescimento e identificação

de problemas nutricionais que serve como indicador de saúde nessas faixas etárias.

Dependendo do resultado do IMC pode-se identificar um déficit nutricional ou o excesso

de peso. Com isso pode-se verificar o aparecimento de algumas doenças relacionadas à má

nutrição como: o raquitismo (falta de vitamina D), escorbuto (falta de vitamina C), entre

outras (Gallahue & Ozmun, 2003).

Mas o oferecimento alimentar, geralmente ricos em calorias e pobres em

nutrientes, proporciona o aumento do peso corporal de tal forma facilita o surgimento de

doenças como: hipertensão arterial, distúrbios psicossociais, hiperlipidemia além de outros

Page 38: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

38

distúrbios (Souza & Cardoso, 2003; Coelho Neto & Saito, 2003). Com todos esses

problemas resultantes de uma má alimentação seja ela por falta ou por excesso de calorias,

ressalta-se a importância da verificação do IMC para a prevenção desses problemas.

Page 39: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

39

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O profissional de Educação Física através da antropometria pode verificar o estado

nutricional bem como analisar o crescimento e desenvolvimento dos escolares por este ser

um método rápido e prático que também usado por outros profissionais da área da saúde,

tornando mais fácil a troca de informações quando houver necessidades.

Os indicadores antropométricos confirmam a importância das medidas

antropométricas como indicadores dos níveis de saúde das crianças. Além dos indicadores

de saúde é necessária a participação da escola como elemento motivador para a promoção

de saúde de seus escolares. Promovendo ações que incentivem e/ou auxiliem na busca de

uma população com uma melhor qualidade de vida. Com relação à análise geral dos

resultados médios encontrados nas variáveis relativas à antropometria, a saúde dos alunos

estaria em bom nível, pois os escolares de ambos os sexos nas faixas etárias de idade entre

07 a 11 anos estiveram dentro dos padrões considerados normais.

Os resultados demonstraram que com a variável antropométrica índice de massa

corporal há uma variação em diferentes momentos, dependendo do sexo e da idade.

É de suma importância que mais trabalhos sejam feitos nessa linha de raciocínio,

visando à verificação o IMC como indicador de saúde nos escolares do Município de Porto

Velho de modo que existam referenciais teóricos dessa faixa etárias para um maior

aprofundamento dessa questão.

Page 40: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

40

6. REFERÊNCIAS

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Acesso em 22 nov. 2009

Page 47: saúde infantil o papel da escola na sua promoção

47

Anexos

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48

ANEXO 01

SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO

ILMO. SR. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves/ Coordenador do Projeto “Saúde Escolar” N E S T A

Venho pelo presente solicitar de Vossa Senhoria, os bons préstimos no sentido de autorizar o uso dos dados coletados junto à ficha de avaliação dos alunos participantes do projeto “Saúde Escolar”, na cidade de Porto Velho no ano de 2009. Os dados serão utilizados na minha monografia de conclusão de curso intitulada: “SAÚDE INFANTIL: O PAPEL DA ESCOLA NA SUA PROMOÇÃO”.

Outrossim, informo ainda que me coloco a vossa inteira disposição para maiores esclarecimentos a respeito da referida pesquisa, uma vez que trabalhos dessa natureza podem auxiliar na melhoria das aulas de Educação Física na escola.

Certo de poder contar com Vossa colaboração, desde já agradeço. Atenciosamente,

Porto Velho, 30 de setembro de 2009.

_______________________________________________ Caren Caroline Rodrigues Venâncio

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49

ANEXO 02

QUADROS REFERENCIAIS

Figura 1 - Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) na faixa etária de 07 a 11

anos para meninos

Baixo Peso Normal Excesso de Peso Obesidade

07

08

09

10

11

<12,96

<12,91

<12,95

<13,09

<13,32

12,96 - 17,87

12,91 - 18,16

12,95 - 18,57

13,09 - 19,09

13,32 - 19,68

17,87 - 21,83

18,16 - 22,69

18,57 - 23,67

19,09 - 24,67

19,68 - 25,58

>21,83

>22,69

>23,67

>24,67

>25,58

Fonte: CONDE & MONTEIRO apud GAYA & SILVA (2007)

Figura 2 - Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) na faixa etária de 07 a 11

anos para meninas

Baixo Peso Normal Excesso de Peso Obesidade

07

08

09

10

11

< 13,10

< 13,07

< 13,16

< 13,40

< 13,81

13,10 - 17,20

13,07 - 17,49

13,06 - 17,96

13,40 - 18,63

13,81 - 19,51

17,20 - 19,81

17,49 - 20,44

17,96 - 21,28

18,63 - 22,32

19,51 - 23,54

> 19,81

> 20,44

> 21,28

> 22,32

> 23,54

Fonte: CONDE & MONTEIRO apud GAYA & SILVA (2007)