séc. XVI

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Pietro da Cortona: O triunfo da Divina Providência, 1633-1639. Afresco em teto do Palazzo Barberini, Roma. Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Rio de Janeiro. Barroco séc. XVI

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Pietro da Cortona: O triunfo da DivinaProvidência, 1633-1639. Afresco emteto do Palazzo Barberini, Roma.

Igreja da Ordem Terceira de São

Francisco da Penitência, Rio de

Janeiro.

Barrocoséc. XVI

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• Crise do Renascimento, séc. XIV ao séc. XVI

Teocentrismo x Antropocentrismo

Idade Média – transição – Idade Moderna

• Reforma Protestante: Luteranismo, 31-10-1517;

95 Teses pregadas na porta da Igreja do Castelo

de Wittemberg, Alemanha

• Calvinismo (Holanda) e Anglicanismo (Inglaterra)

• Contrarreforma católica, 1545 – Concílio de

Trento

Resposta da Igreja aos protestantes

Concílio de Trento: reforçou os dogmas cristãos,

criou a Cia de Jesus e investiu nas grandes

navegações e na catequização das colônias, além

de fortalecer o poder da Inquisição Estatal

(criada em 1249, no Reino de Aragão, pela

Rainha Isabel e o Padre Tomás de Torquemada).

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Arte

• O Barroco é a Arte da Contrarreforma

• Marcada por contraste Claro-Escuro

• Antíteses (ideias opostas):

Céu vs terra

Deus vs homem/diabo

Perdão vs pecado

Alma vs corpo/carne

Fé vs desejo

• Retomada de alguns elementos da antiguidade: mundo greco-

romano

• A arte barroca é fortemente marcada pela escuridão nas

extremidades e pela iluminação ao centro

• Teve forte influência social através da Canção, das Artes Plásticas

e da Arquitetura

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Renascimento vs Neo-Classicismo

A arte renascentista

Equilíbrio/tranquilidade

Sem angústias

Sem profundidade

Sem expressão

Sem sentimento

A arte barroca

Desequilíbrio

O ser angustiado

Noção de profundidade

Forte expressão

Sentimentalismo

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Renascimento - MonalisaLeonardo da Vinci

1503

Barroco - MedusaCaravaggio1597

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Renascimento - O Nascimento de VênusBotticelli

1482

Barroco -As MeninasVelásquez1646

A arte barroca proporciona noções de

profundidade e dá expressão às

formas, preenche de sentimentalismo

e de emoção o que é retratado.

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Barroco -As Meninas, Velásquez1646

Perspectivas da pintura:

1. Velásquez pintando2. princesa: pra quem olha?3. uma das amas, à direita: pra quemolha?

4. incidência de luz da janela à direita5. incidência de luz da porta ao fundo6. espelho ao fundo: outro ângulo dacena

7. reflexo do rei e da rainha no espelhoao fundo

8. aonde, afinal, está o pintor? ele pinta o quadro, porém nãoaparece nele

ficção ou narrativa do espelhamento

Ob. Tem estrutura renascentista,porém introduz tudo que embasaria aprofundidade das várias perspectivasartísticas que viriam depois.

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O Juízo Final, 1536Michelangelo - recorte

Contrastes que refletem na arte e na poesia

• Céu x Terra

• Corpo x Alma

• Pecado x Perdão

Ob: uma nova concepção de paraíso, um Éden carnal, terreno e distante dos olhos do

Vaticano e da Europa

• O processo de expansão marítima e de colonização serviram perfeitamente aos

ideais Contrarreforma.

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Afresco do Juízo final, pintado pelo renascentista Michelangelo na parede do altar da

Capela Sistina.

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Padre António Vieira

1608 - 1697

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Características Gerais. Forte apego ao sofrimento

Antíteses: bem versus o mal; Deus versus o homem

Ideias da Cia de Jesus: missionário, defesa dos direitos humanos (do índio);

contra a exploração indígena e a invasão holandesa

Defesa dos judeus convertidos em novos cristãos

Fortes críticas à Inquisição: torturas, coações e avareza

Defendia os cristão novos: por isso fora preso pela Inquisição de 1965-67

Defesa dos valores iniciais da bíblia: Caridade, Amor ao próximo e Pobreza

Padre Vieira foi o fundador do Colégio Jesuíta em Salvador-BA

Fora missionário no Maranhão e no Grão-Pará

Adepto do Conceptismo:

Influência do Pe. Francisco de Quevedo

Conceito, concepção das teorias

Raciocínio lógico, uso da razão e da retórica (oratória)

Silogismo: jogo de ideias;

• de duas proposições opostas se tira uma terceira lógica

Ex. Deus ama a todos.

Todos pecam.

Deus perdoa a todos.

D. Francisco de

Quevedo.

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Cultismo vs Conceptismo

Cultismo

• Luís de Góngora (gongorismo)

• Visão indireta da realidade

• Subjetividade

• Sentimentalismo

• Jogo de palavras

• Preciosismo linguístico

Conceptismo

•Pde. Francisco de Quevedo

•Visão direta da realidade

•Objetividade

•Razão, uso da lógica

•Silogismo: retórica grecoplatônica

•Linguagem simples

Ob.: Gregório de Matos Guerra utilizou as duasformas de barroco, sendo que o cultismo eramuito mais forte e vibrante em sua poesia. Oconceptismo foi mais amplamente exploradopelo Pde. António Vieira.

Luís de Góngora,

Dramaturgo Espanhol

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O sermão Discurso oral feito por Padres e membros do Clero.

Gênero predominante em missas e celebrações religiosas.

Baseado sempre em passagens bíblicas e orações.

Tom moralista e doutrinador. Guia da moral católica.

Rico material de interpretação histórica-política-social.

Estrutura própria do gênero.

Pessimismo: “do pó vieste ao pó retornarás”. A mortecomo preocupação constante (Idade Média eRomantismo). A incerteza da vida: o medo e as dúvidas.

Religiosidade: o papel autoritário da contrarreforma criaa imagem do homem pecador. Há racionalização da fé econtrole da metáfora bíblica como forma de escapar dopecado pela lógica e pela argumentação.

FEÍSMO: gosto pela exagero, pelo excesso. Imitação dosofrimento de Cristo. Rompimento com o clássico. Arteque sangra.

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[...] e os homens? Pisaram-no: Conculcatum est. Ab hominibus.

Quando Cristo mandou pregar os Apóstolos pelo Mundo, disse-

lhes desta maneira: Euntes in mundum universum, praedicate

omni creaturae: Ide, e pregai a toda a criatura». Como assim,

Senhor?! Os animais não são criaturas?! As árvores não são

criaturas?! As pedras não são criaturas?! Pois hão os Apóstolos

de pregar às pedras?! Hão de pregar aos troncos?! Hão de

pregar aos animais?! Sim, diz S. Gregório, depois de Santo

Agostinho. Porque como os Apóstolos iam pregar a todas as

nações do Mundo, muitas delas bárbaras e incultas, haviam de

achar os homens degenerados em todas as espécies de

criaturas: haviam de achar homens homens, haviam de achar

homens brutos, haviam de achar homens troncos, haviam de

achar homens pedras. E quando os pregadores evangélicos vão

pregar ar a toda a criatura, que se armem contra eles todas as

criaturas?! Grande desgraça! (p. 135)

Sermão da Sexagésima

• Ideal da evangelização: conversão (catequese) para salvar

• A semente: a fé católica – os homens a desrespeitam, pisam

• Salvacionismo: serviu muito bem aos propósitos colonizadores

• O pregador deve aprender a pregar à pedra porque os

homens são como pedras às vezes: resistentes à fé

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Neste emblemático sermão, o Padre Vieira emprega a arte do

bom pregador, a arte do Pregar. Deus é infalível; só o pregador ou

o ouvinte falham quando a fé a corrompida ou quando a

evangelização não alcança seu objetivo, a conversão religiosa.

Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três

princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus.

Para uma alma se converter por meio de um sermão, há de haver três concursos:

há de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há de concorrer o ouvinte

com o entendimento, percebendo; há de concorrer Deus com a graça, alumiando.

Para um homem se ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos, espelho e

luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e

olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister

espelho e há mister olhos. Que coisa é a conversão de uma alma, senão entrar um

homem dentro em si e ver-se a si mesmo? Para esta vista são necessários olhos, e

necessária luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é

a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os

olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das almas por meio da

pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por

qual deles devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do

pregador, ou por parte de Deus?

Primeiramente, por parte de Deus, não falta nem pode faltar. Esta proposição é de

fé, definida no Concílio Tridentino, e no nosso Evangelho a temos.

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Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda

[...] Já dizem os hereges insolentes com os sucessos prósperos, que vós lhes dais

ou permitis: já dizem que porque a sua, que eles chamam religião, é a verdadeira,

por isso Deus os ajuda e vencem; e porque a nossa é errada e falsa, por isso nos

desfavorece e somos vencidos. Assim o dizem, assim o pregam, e ainda mal, porque

não faltará quem os creia.

Pois é possível, Senhor, que hão de ser vossas permissões argumentos contra vossa

Fé? É possível que se hão de ocasionar de nossos castigos blasfémias contra vosso

nome?! Que diga o herege (o que treme de o pronunciar a língua), que diga o

herege, que Deus está holandês?! Oh não permitais tal, Deus meu, não permitais tal,

por quem sois! Não o digo por nós, que pouco ia em que nos castigásseis; não o

digo pelo Brasil, que pouco ia em que o destruísseis; por vós o digo e pela honra de

vosso Santíssimo Nome, que tão imprudentemente se vê blasfemado: Propter

nomen tuum. Já que o pérfido calvinista dos sucessos que só lhe merecem nossos

pecados faz argumento da religião, e se jacta insolente e blasfemo de ser a sua

verdadeira, veja ele na roda dessa mesma fortuna, que o desvanece, de que parte

está a verdade.

• Padre Vieira apoia a intervenção militar para

combater a ameaça protestante que simbolizava a

invasão holandesa em terras da colônia

portuguesa

• Questiona-se para enfraquecer: oratória

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Hereges: complicado por se

tratar de outra fé ou ateísmo,

“selvagens” e “bárbaros”

Desocupados: fácil porque

podem não têm perspectiva

de vida e podem ser

transformados em exemplos e

pregadores

Corruptos: difícil por causa da

hipocrisia religiosa

Pregar

=

Arte da

Salvação

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Sermão Vigésimo Sétimo

[...] Já se, depois de chegados, olharmos para estes miseráveis e para os que se

chamam seus senhores, o que se viu nos dois estados de Job é o que aqui

representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro. Os

senhores poucos, e os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos

despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os

senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferro; os senhores

tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os

senhores em pé, apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os

escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão

e espectáculos de extrema miséria. Oh Deus! Quantas graças devemos à fé, que nos

destes, porque ela só nos cativa o entendimento, para que, à vista destas

desigualdades, reconheçamos, contudo, vossa justiça e providência! Estes homens

não foram resgatados com o sangue do mesmo Cristo? Estes corpos não nascem e

morrem como os nossos? Não respiram com o mesmo ar? Não os cobre o mesmo

céu? Não os aquenta o mesmo Sol? Que estrela é logo aquela que os domina, tão

triste, tão inimiga, tão cruel?

Apesar da tendência humanista de Vieira sobre as condições

dos negros escravos, o Padre não era contra a escravidão

negra. Ele criticava a forma desumana como a mão-de-obra

escrava era exercida e administrada pelos senhores.

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Pe. Antônio Vieira pregando o Sermão de Santo Antônio

aos peixes, em São Luís, no Maranhão – 1654.

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• Pe. Antônio Vieira mostra toda sua capacidade de oratória e pregação

do evangelho: esta é a lógica e a arte do pregar.

• Concepção: o sal é a purificação e a punição (cauteriza) pela fé; a

terra é o homem; os peixes, as pessoas que devem ser salvas

Sermão de Santo Antônio aos Peixes

Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da

terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o

sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão

corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual

será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não

salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e

os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não

deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não

querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma

cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes

querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o

sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a

terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a

seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal! (p. 429)

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Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que

se há de fazer a este sal e que se há de fazer a esta terra? O que se há de

fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: Quod si sal evanuerit, in

quo salietur? Ad nihilum valet ultra, nisi ut mittatur foras et conculcetur ab

hominibus. Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à

doutrina e ao exemplo, o que se lhe há de fazer, é lançá-lo fora como inútil

para que seja pisado de todos. (p. 430)

• Linguagem: retórica/prolixa – repetição de uma ideia para o convencimento pelo

cansaço

a pontuação: as vírgulas e ponto-e-vírgulas marcam as

proposições, por isso da falta de linearidade, como se o

discurso fosse truncado

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Já que não me querem ouvir os homens,

ouçam-me os peixes. Oh maravilhas do

Altíssimo! Oh poderes do que criou o mar e

a terra! Começam a ferver as ondas,

começam a concorrer os peixes, os

grandes, os maiores, os pequenos, e postos

todos por sua ordem com as cabeças de

fora da água, António pregava, e eles

ouviam. (p. 431)

• Santo António pregava na Itália, na cidade

de de Rimini, contra os hereges e quase

fora linchado pelo povo, mas persistiu e

foi-se ao mar, aos peixes:

ele é um exemplo de

perseverança do pregador e da

força da fé católica

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Virtudes. PEIXE DE TOBIAS

• o fel que sara a cegueira;

• o coração lança fora os demónios;

RÉMORA

• tão pequeno no corpo e tão grande na força e no poder;

• gruda-se nos cascos das naus;

TORPEDO

• descarga eléctrica que faz tremer o braço do pescador;

• força de transmissão do poder;

QUATRO-OLHOS

• dois olhos voltados para cima para se vigiarem das aves;

• dois olhos voltados para baixo para se vigiarem dos peixes.

Rêmora

Torpedo

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RONCADORES

- embora tão pequenos roncam muito

(simbolizam a arrogância e a soberba);

PEGADORES

- sendo pequenos, pregam-se nos maiores,

não os largando mais (simbolizam o

parasitismo);

VOADORES

- sendo peixes, também se metem a ser

aves (simbolizam a presunção, (vaidade e

a ambição);

POLVO

- com aparência de santo, é o maior traidor do

mar (simboliza a traição).

Defeitos.

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Começando pois, pelos vossos louvores, irmãos peixes, bem vospudera eu dizer que entre todas as criaturas viventes esensitivas, vós fostes as primeiras que Deus criou. A vós criouprimeiro que as aves do ar, a vós primeiro que aos animais daterra e a vós primeiro que ao mesmo homem. Ao homem deuDeus a monarquia e o domínio de todos os animais dos trêselementos, e nas provisões em que o honrou com estes poderes,os primeiros nomeados foram os peixes.

Por que o peixes? Os primeiros

a serem

criados

O PolvoO polvo com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seusraios estendidos, parece uma estrela; com aquele não ter osso nem espinha, parecea mesma brandura, a mesma mansidão. E debaixo desta aparência tão modesta,ou desta hipocrisia tão santa, testemunham constantemente os dois grandesDoutores da Igreja latina e grega, que o dito polvo é o maior traidor do mar.Consiste esta traição do polvo primeiramente em se vestir ou pintar das mesmascores de todas aquelas cores a que está pegado. As cores, que no camaleão sãogala, no polvo são malícia;

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Peixe de Tobias

Ia Tobias caminhando com o anjo S. Rafael, que o acompanhava, e descendo a lavaros pés do pó do caminho nas margens de um rio, eis que o investe um grande peixecom a boca aberta em acção de que o queria tragar. Gritou Tobias assombrado, maso anjo lhe disse que pegasse no peixe pela barbatana e o arrastasse para terra; que oabrisse e lhe tirasse as entranhas e as guardasse, porque lhe haviam de servir muito.Fê-lo assim Tobias, e perguntando que virtude tinham as entranhas daquele peixe quelhe mandara guardar, respondeu o anjo que o fel era bom para sarar da cegueira e ocoração para lançar fora os demónios

Assim o disse o anjo, e assim o mostrou logo a experiência, porque, sendo o pai deTobias cego, aplicando-lhe o filho aos olhos um pequeno do fel, cobrou inteiramente avista; e tendo um demónio, chamado Asmodeu, morto sete maridos a Sara, casoucom ela o mesmo Tobias; e queimando na casa parte do coração, fugiu dali oDemónio e nunca mais tornou.

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Questões de

vestibulares

Pobre,

vestibulandus!

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UFRGS 2004

03. Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do

texto abaixo, na ordem em que aparecem.

Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do .........., movimento

em que o homem é conduzido pela ......e que tem, entre suas

características, o ........ com dedução lógica de imagens e de

construção, e o ......., processo racional de demonstrar uma ideia.

(A) Gongorismo - exaltação vital - Cultismo - preciosismo

(B) Conceptismo - fé - preciosismo - Gongorismo

(C) Barroco - depressão vital - Conceptismo - Cultismo

(D) Conceptismo - depressão vital – Gongorismo - preciosismo

(E) Barroco - fé – silogismo – ConceptismoE

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UFRGS 2006

33. Considere as seguintes afirmações sobre o padre Antônio Vieira.

I - Possui um estilo antigongórico, conceptista, caracterizado pela

clareza e pelo rigor sintático, dialético e lógico.

II - Recusa, como cultista, o elemento imagístico, transformando-o em

mero instrumento de convencimento dos fiéis.

III- Contextualiza passagens do Evangelho, uma vez que as vincula

aos dogmas católicos, explorando a analogia.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I.

(B) Apenas II.

(C) Apenas I e III.

(D) Apenas II e III.

(E) I, II e III.

C

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UFRGS 2014

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B

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E

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UFRGS 2016

B

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UFRGS 2016

A