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D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO EM MÁQUINAS DE CORTE A PLASMA DE CHAPAS METÁLICAS A NORMA REGULAMENTADORA 12
ADEQUACY OF METAL PLASMA CUTTING MACHINE THE REGULATORY STANDARD 12
Danylo Oliveira Luz1, Híttallo Oliveira Soares2, Daniel Fernandes da Cunha3
PALAVRAS CHAVE:
Segurança;
Máquinas;
Corte a plasma;
NR 12;
C.N.C.
KEYWORDS:
Safety;
Machine;
Plasma cutting;
NR 12;
C.N.C.
RESUMO: O dado trabalho tem por finalidade a apreciação dos riscos seguindo as recomendações da NBR ISO 12100 de limites de máquina, de levantamento de perigos e estimativa de riscos, a confecção de uma matriz de riscos para avaliar os mesmos e propor de adequações exclusivamente a NR 12, norma que trata de segurança em máquinas e equipamentos, para uma máquina CNC (comando numérico computadorizado) de corte de chapas a plasma de uma indústria de transformação de chapas. Uma listagem completa de adequações necessárias para a máquina em questão ser dita adequada a Norma Regulamentadora 12. Procedimento bem definido de combinação entre métodos para tratamento de riscos em máquinas e equipamentos é exposto no trabalho, combinando a NBR 12.100 para a apreciação, com uma Matriz de Risco para avaliação e NR12 para tratamento.
ABSTRACT: The purpose of this work is to evaluate the risks following the recommendations of the NBR ISO 12100 of machine limits, risk assessment and risk estimation, the creation of a risk matrix to evaluate them and proposals for adjustments to NR 12 only, a standard dealing with machine and equipment safety, for a CNC plasma cutting machine from a sheet metal processing industry. A complete listing of adequacies required for the machine in question to be said adequate Regulatory Standard 12. Well-defined procedure of combining methods for treatment of hazards in machines and equipment is exposed at work by combining the NBR 12100 for the appreciation, with a Risk Matrix for evaluation and NR12 for treatment.
* Contato com os autores:
1 e-mail: [email protected] (D. O. Luz) Engenheiro Civil, Pós graduando em Engenharia de Segurança no Trabalho pela Universidade Federal de Goiás. 2 e-mail: [email protected] (H. O. Soares) Engenheiro Eletricista, Pós graduando em Engenharia de Segurança no Trabalho pela Universidade Federal de Goiás.
3 e-mail: [email protected] (D. F. Cunha) Engenheiro Mecânico, Doutor em Materiais e Processos de Faricação e Eng. Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Uberlândia
ISSN: 2179-0612 © 2017 REEC - Todos os direitos reservados.
1. INTRODUÇÃO
Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho) (2018), um trabalhador morre por causas
de acidente ou doença do trabalho a cada 15 segundos e no mesmo intervalo de tempo 160 trabalhadores
sofrem acidentes também relacionados a atividades laborais. Sendo assim diariamente 6300 pessoas
Espaço restrito
aos editores de
layout da REEC.
Espaço restrito aos editores de layout da REEC.
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morrem por causas relacionadas ao trabalho totalizando mais de 2,3 milhões de mortes anualmente. Ainda,
337 milhões de acidentes no trabalho ocorrem todos anos no mundo, causando um rombo na economia
global que envolve 4% de todo o PIB.
Entre os anos de 2012 e 2017, houveram 3,8 milhões de acidentes de trabalho, com 14,4 mil
mortes. Neste período de tempo os afastamentos por licença médica custam aos cofres públicos cerca de
R$ 26,2 bilhões de reais. Anualmente tem-se cerca de 640 mil acidentes de trabalho, dados fornecidos pela
Previdência Social e Ministério Público do Trabalho se colocando assim como a quarta nação do mundo em
número de acidentes (MPT, 2018). Segundo o Ministério do Trabalho e a Previdência Social a indústria de
transformação de metais e de compósitos são o setor/profissão com o terceiro maior número de acidentes
anualmente, totalizando 44.808 acidentes (MPT apud CORREIO BRAZILIENSE, 2017).
No ano de 2018 foram registrados no brasil aproximadamente 717,9 mil acidentes de trabalho no
INSS, sendo que 45,1% de todos esses acidentes ocorreram no setor industrial, com uma taxa de incidência
de 28,8 a cada mil trabalhadores. O setor de metalmecânica é responsável por parte importante dos
indicadores de acidente de trabalho ocorridos no setor industrial.
Com o aumento da procura de produtos, as empresas do país substituíram sistemas realizados
por pessoas para máquinas complexas, onde a produtividade era garantida. Os riscos mecânicos vêm sendo
gradativamente superados e substituídos por outros riscos relacionados à organização do trabalho. É
possível perceber que uma grande parcela de empresas ainda utiliza máquinas obsoletas e fora dos
padrões conforme as exigências normativas (VILELA, 2000).
Portanto, a adequação de máquinas, não são medidas estritas de atendimento as normas legais,
são medidas protetivas de saúde e segurança de trabalhadores, proporcionando condições harmônicas
entre máquina e pessoas.
2. OBJETIVO
Com base nos números demonstrados, o objetivo deste trabalho visa propor medidas de
segurança para garantir a saúde dos trabalhadores do setor metalmecânica, em específico, adequação de
uma máquina de corte de chapas metálicas a plasma sob comando numérico computadorizado (CNC), terá
como fonte bibliográfica as orientações da NBR ISO 12.100 que cita critérios de levantamento e análise de
risco em máquinas. A partir de uma matriz de risco elaborada com base nos levantamentos, serão
propostas medidas de segurança conforme exigências da Norma Regulamentados 12. A máquina citada
esta apresentada na Figura 1.
FIGURA 1: Equipamento de corte de chapas a plasma CNC.
FONTE: Autores, 2018.
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Será proposto, medidas de controle e segurança, conforme as Normas Regulamentadoras NR12 e
ISO 12.100, com o propósito de reduzir ou até mesmo mitigar os riscos.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Máquinas de CNC são amplamente utilizadas em processos industriais que envolvem
transformação de metais, em processos que demandam velocidade alta de produção, complexidade de
fabricação e padrão rigoroso de qualidade. Atividades anteriormente desenvolvidas por um trabalhador
podem ser substituídas pela atuação de uma máquina CNC, que executa a mesma tarefa com menor
possibilidade de ocorrência de erros e maior precisão (ALBERT, 2004).
Conseguindo eliminar a intervenção humana no processo de fabricação, a máquina de CNC realiza
uma série de operações por comandos alfanuméricos pré-programáveis, sendo representados esses
mesmos comandos em coordenadas cartesianas do tipo X, Y e Z, possibilitando a fabricação de qualquer
peça geométrica com mais precisão, eficiência e repetitividade (MACHADO, 1986).
A invenção do equipamento de corte a plasma data de metade da década de 50, incorporando
várias tecnologias e se mantém um dos principais métodos de corte de metais. Plasma são partículas
carregadas contendo a mesma quantidade de elétrons e íons positivos, apresentando todas as
características dos seus gases formadores, se diferencia devido a característica de bom condutor de
eletricidade (LIMA, 2003).
O processo de corte a plasma faz o uso de um orifício para constringir um gás ionizado em
altíssima temperatura, tal que possa derreter seções de metais condutores. É usado para transferir energia
negativa fornecida pela fonte plasma da tocha para o material a ser cortado (Figura 02), um gás
eletricamente condutivo (plasma). A tocha é o suporte para os combustíveis e também possui aparato de
refrigeração de peças a serem cortadas (LIMA, 2003).
FIGURA 2: Equipamento de corte de chapas a plasma CNC.
FONTE: Oxipress, 2018.
Em seu processo de utilização, medidas preventivas devem ser tomadas a fim de se evitar danos à
saúde daqueles que trabalham diretamente ou indiretamente com este equipamento. Desta forma visando
assegurar e adotar medidas para saúde no labor dos profissionais, o Ministério do Trabalho no ano de 1978
sanciona as normas regulamentadoras. As NR’s são relativas à segurança e medicina do trabalho, são
obrigatórias as suas observâncias pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da
administração direta ou indireta (NR 1, 2018).
Os objetivos principais da aplicação da NR12 são: Trazer informações sobre boas práticas em
segurança de máquinas, Nova geração de máquinas: concepção com segurança intrínseca a máquina,
adequação de máquinas existentes, redução de assimetrias regionais quanto a proteção dos trabalhadores,
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redução dos acidentes típicos e prevenção de doenças (FUNDACENTRO, 2018).
A NR 12 define referencias técnicas, princípios e medidas de proteção para garantir a saúde e a
integridade física dos trabalhadores, estabelecendo os requisitos mínimos para a preservação de acidentes
e doenças do trabalho nas fases de projeto e utilização de máquinas e equipamentos.
A NBR ISO 12.100 tem a finalidade de auxiliar os projetistas, fabricantes e quaisquer pessoas ou
organismos interessados, a interpretarem exigências de segurança de máquinas e equipamentos. Uma
metodologia para obtenção da segurança em projetos de máquinas e equipamentos. Indicando e
especificando princípios de apreciação e de redução de riscos para auxiliar os projetistas a alcançar objetivo
de conformidade com a segurança. Diretrizes baseadas em experiencia de projetos, uso, incidentes,
acidentes e riscos associados a máquina ou equipamento.
4. METODOLOGIA
O método para o desenvolvimento deste trabalho, será composto de levantamentos e análises
qualitativas conforme orienta a ISO 12.100 (Figura 3) que define e descreve etapas lógicas que possibilitam
a análise sistemática de avaliação dos riscos. Após a caracterização, serão tratados conforme Norma
Regulamentadora 12.
FIGURA 3: Fluxograma com passos lógicos para apreciação dos riscos.
FONTE: NBR ISO 12.100
Visitas ao local em que se encontra a máquina, para análise detalhada de especificidades e
condições da mesma, entrevista com operadores e pessoas relacionadas a máquina, para entendimento
dos procedimentos adotados no trabalho com o equipamento. Este passo inicial tem o intuito de levantar o
máximo de dados possíveis sobre a máquina, que possibilitem os passos posteriores propostos pela NBR
ISO 12100.
O processo de análise, ocorre por meio da determinação dos limites da máquina, que são
limitações da condição em que ela foi fabricada para operação. Os passos para o levantamento de suas
características estão agrupados por limites funcionais (dimensões de partes do trabalho e substâncias
utilizadas), espaciais (meio ambiente, superfície necessária), temporais (tempo de vida útil, componentes) e
limites de uso (modo de operação, operadores, má operação e falhas) (MTE, 2015).
O passo posterior, será avaliar quais limites levantados, poderão acarretar possíveis perigos aos
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trabalhadores, considerando todos os processos, desde a montagem, operação, manutenção e
reabastecimento da máquina.
Após a coleta dos dados e descrição dos perigos, será realizada a estimativa dos riscos. A
estimativa deve determinar o possível resultado de um evento perigoso e a probabilidade de sua
ocorrência (MTE, 2015), seu resultado será traduzido em uma matriz de risco em forma de gráfico que irá
relacionar o impacto/probabilidade, determinando assim a gravidade do risco.
Diante de todas as informações coletadas, processadas, avaliadas e estimado o grau de risco, o
passo seguinte é realizar o tratamento dos riscos com base na Norma Regulamentadora 12 - Segurança no
Trabalho em Máquinas e Equipamentos, assim, propondo medidas para reduzir ou anular os riscos e dispor
de um ambiente de trabalho mais seguro.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados do dado trabalho se dividem nas etapas de apreciação de riscos propostas pela
norma ISO 12.100, aplicação da matriz de riscos e tratamento dos riscos pela NR12.
5.1 LIMITES DA MÁQUINA
Segundo a norma NBR ISO 12.100 os limites da máquina podem ser levantados pelos quatro itens:
uso, espaço, tempo e outros. A determinação dos limites da máquina é importante pois geram as diretrizes
de análise e deixam claras as especificidades da máquina.
5.1.1 Limites de uso
Os limites de uso, estão subdivididos entre características de operação, do operador e
treinamentos. E descrevem o uso da máquina, sendo bom uso ou o possível mal-uso. A seguir estão
expostos os limites referentes ao uso da máquina.
O operador deverá ter acima de 18 anos, saber ler e escrever, bem como operar ferramentas e
programas computacionais da máquina;
O operador não pode ter deficiências físicas que comprometam sua capacidade laboral: visão,
locomoção, audição e tato;
Na execução do corte deve se ter dois colaboradores presentes (operador e um assistente);
Deve-se ter um responsável técnico para os projetos/desenhos de corte;
É necessário a fabricação de uma mesa de apoio para a fabricação das peças. Além da característica
de apoio, terá a função de captação das fagulhas e partículas projetadas provenientes do corte;
A cabeça de corte (tocha) deve ser trocada para cada espessura de chapa, que é definida pelo
fabricante. Sua avaliação de vida útil é realizada a cada finalização de trabalho;
Por vezes algumas chapas são carregadas manualmente à mesa de corte, para produzirem peças
pequenas;
Antes do início do corte é necessário que o operador faça a inscrição da peça no sistema da
máquina, traduzindo-a em linguagem que a máquina possa compreender o esquema de corte;
Para início do corte é necessário que o operador trabalhe simultaneamente com a tocha.
Orientando à máquina os extremos da chapa;
No momento do corte pode haver a necessidade para que o operador suba na mesa de corte,
evitando certos deslocamentos da peça;
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A máquina durante a operação possui partes que se movem. A torre se desloca para fazer o corte
das chapas através de um suporte.
Nos cortes são gerados, fumos, fagulhas, faíscas e gases;
O processo de corte é ruidoso e grande emissão de radiações não ionizantes;
O corte é via arco voltaico;
Na finalização do corte é necessário aguardar para que a peça esfrie devido atingir altas
temperaturas;
As peças resultantes do corte e as "sobras" de chapa são retiradas manualmente ou via ponte
rolante;
Pessoas que trabalham próximas, bem como visitantes, em virtude do local da máquina, estão
susceptíveis aos riscos por ela produzidos;
Usinagem unicamente de chapas de materiais metálicos;
Treinamento de NR10;
Treinamento com cargas suspensas;
Treinamento de máquinas de equipamentos NR12;
O operador e pessoas que se relacionam com a máquina, devem no momento de proximidade com
a mesma, estar munidos dos EPI’s.
EPI’s: Capacete, luvas de raspa, protetor auricular, óculos de proteção contra choques mecânicos e
radiação não-ionizante, máscara respiratória tipo PFF2, botas resistentes a rasgos e impactos
(preferencialmente bico de PVC) e roupa antichama.
Treinamento específico da máquina para procedimentos, operação, manutenção e troca de
consumíveis (POP – Procedimento operacional padrão).
5.1.2 Limites de espaço
Os limites de espaço descrevem os espaços e locais que envolvam os processos relacionados ao
equipamento em análise. Em sequência estão em tópicos os limites de espaço para máquina de corte a
plasma por programação alfanumérica CNC.
O local de trabalho da máquina é reduzido devido ao leiaute da indústria. Os cilindros de gases
mistos ficam próximos a mesa de corte;
O operador e seu assistente, ficam em frente à mesa de corte, muito próximo a zona de perigo;
A alimentação de gases é feita por meio de um carrinho, onde ficam dois cilindros de gases mistos,
que por diferença de pressão, enviam os gases à cabeça de corte (tocha). Este se localiza ao lado da
mesa de corte;
O abastecimento de gases na máquina é feito por "mangueiras", com instalação aparente;
A mesa de corte é fabricada pela dimensão disponível no leiaute da indústria;
A alimentação elétrica, é feita via quadro de distribuição localizado próximo a máquina, que por
meios de "tubulações" aparentes no piso envia a fonte de energia até um transformador que se
localiza ao lado da mesa de corte;
Os espaços requeridos pela máquina são os de estoque e deslocamento de chapas através do
pórtico rolante, para a mesa de corte e de estadia do operador durante o corte próximo a máquina;
É necessário um espaço próximo a máquina para operação;
O abastecimento de chapas para mesa de corte é realizado por uma ponte rolante aérea. A captura
da chapa pode ser via eletromagnética ou via ganchos (fabricados in loco).
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5.1.3 Limites de tempo
Os limites de tempo se tratam dos tempos da máquina e dos processos relacionados a ela. Estão
indicados abaixo os limites de tempo da máquina em questão.
Os consumíveis da torre devem ser trocados periodicamente quando já estiverem desgastados,
arco e temperatura;
Tempo de transporte de chapas;
Período de usinagem das peças;
Tempo de desenho das peças;
Período de transformação do desenho da peça a ser fabricada em linguagem de corte do programa;
Substituição de peças mecânicas da máquina, não consumíveis.
5.1.4 Outros limites
Os outros limites, são os limites que não se encaixam em uso, espaço e tempo, mas devem ser
considerados. Abaixo são expostos os outros limites da máquina.
Usinagem unicamente de chapas de materiais metálicos.
Está sendo operada em ambiente interno com pouca ventilação;
5.2 AVALIAÇÃO DOS RISCOS
O Quadro 1, apresenta em conjunto os perigos que foram levantados na análise in loco, a
estimativa de riscos e a avaliação destes riscos. A estimativa de riscos necessita de parâmetros e gradações
de probabilidade de acontecimentos do risco e também do impacto possível causado pela ocorrência do
risco, para tal foram usadas as ferramentas apresentadas no Apêndice A. Para a avaliação dos riscos, após
assumida uma probabilidade e um impacto para um dado risco, é necessário uma ferramenta para a
avaliação, no Apêndice B está apresentada a matriz de risco para tal finalidade.
QUADRO 01: Tabela com levantamento de perigos, estimativa dos riscos e avaliação dos riscos
IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS E RISCOS ESTIMATIVA AVALIAÇÃO
Tipo Perigos Riscos Impacto Probabilidade G.R.*
Acidente
Cantos vivos; Cortes a membros superiores e inferiores, ou mutilações
Moderado Muito alta Crítico
Aproximação de elemento móvel a um fixo;
Colisão, atropelamento, arrastamento
Moderado Possível Alto
Queda de objetos Esmagamento Catastrófico Baixa Alto
Altura a partir do solo Queda Pequeno Possível Moderado
Superfície escorregadia Escorregamento, tropeço Pequeno Muito baixa Pequeno
Arcos voltaico Choque elétrico Grande Alta Crítico
Curto circuito Incêndio Grande Alta Crítico
Cilindro de alimentação próximo ao corte
Explosão Catastrófico Muito alta Crítico
Materiais combustíveis próximos ao corte
Incêndio Grande Muito alta Crítico
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continuação
IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS E RISCOS ESTIMATIVA AVALIAÇÃO
Tipo Perigos Riscos Impacto Probabilidade G.R.*
Acidente Projeção de fagulhas
Queimaduras, incêndio, danos a epiderme
Moderado Alta Alto
Choque elétrico Queimaduras, fibrilações Moderado Muito alta Crítico
Ergonômico
Atividade repetitiva Movimentos repetitivos Sem impacto Muito baixa Pequeno
Postura inadequada Posições de trabalho fora do padrão
Sem impacto Muito baixa Pequeno
Sobrecarga manual Carregamento de objetos acima do permitido
Pequeno Possível Moderado
Baixa incidência de luz Esforço da visão Sem impacto Baixa Pequeno
Física
Radiação térmica Contato com materiais com alta temperatura
Grande Muito alta Crítico
Ambiente ruidoso Exposição aos ruídos Grande Muito alta Crítico
Poeira Inalação de poeiras Sem impacto Baixa Pequeno
Temperatura Desidratação Sem impacto Muito baixa Pequeno
Emissão de radiação não ionizante
Danificação da visão Grande Muito alta Crítico
Química Emissão de fumos e gases Inalação de fumos e gases Grande Muito alta Crítico * Grau de Risco FONTE: Autores, 2018.
5.3 TRATAMENTO DOS RISCOS
O empregador deve adotar medidas de proteção do tipo coletiva, de organização do trabalho e
proteção individual, capazes de garantir a integridade física de seus colaboradores envolvidos diretos ou
indiretamente no trabalho. Para tanto, deve dispor de instalações que possuam sinalizações de segurança
de forma a advertir os trabalhadores e terceiros sobre os riscos que serão expostos. E todos aqueles
envolvidos com a operação, manutenção, inspeção e demais intervenções em máquinas e equipamentos
deverão estar habilitados ou qualificados ou capacitados com autorização da empresa para operar tal
equipamento (MTE, NR12, 2018).
Para uma melhor analise dos riscos através da NR12, foram apresentados uma lista com os perigos
e seus respectivos riscos. É possível notar dois perigos que não foram indicados no levantamento anterior.
Os perigos relacionados à operação da máquina e à manutenção da mesma. Estes não aparecem na
listagem devido a sua difícil identificação como risco pontual, mas que são geradores ou agravadores de
riscos que não podem ser ignorados, assim são apresentados como riscos extras.
RISCO DE COLISÃO (Movimentação de partes móveis da máquina)
1. Exposição ao risco
O risco de colisão para o dado caso de um equipamento de corte por plasma, ocorre em dois
momentos, a primeira exposição ao risco de colisão é no momento de alimentação das chapas na máquina,
ou seja, quando são colocadas as chapas na mesa de corte através de pórtico rolante. O pórtico se desloca
por cima de trilhos no chão, podendo assim se chocar com algo que esteja em seu caminho, existe também
o possível choque das chapas transportadas de maneira suspensa com qualquer coisa que esteja em seu
caminho. Existe o risco de colisão no momento da operação da máquina para o corte de chapas, uma vez
que o suporte da tocha, que é a responsável pelo corte das chapas, se desloca por toda a mesa.
2. Medidas de Conformidade NR12
Sinal sonoro e visual no acionamento e desligamento tanto do pórtico quanto do plasma.
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Bloqueio de maneira que apenas pessoas autorizadas possam operar tanto o pórtico quanto o
plasma.
As zonas de perigo devem possuir sistema de segurança. Proteção fixa, possuindo ponto de
acesso móvel com dispositivo de intertravamento, devido ao acesso ser requerido muitas vezes durante o
processo. Também pode ser implementado no ponto de acesso sensor cortina de luz ou qualquer outro
tipo de sensoriamento que ainda os requisitos de segurança de aceso as zonas de risco.
Existindo a possibilidade de pessoas ficarem na zona de perigo deve haver sensoriamento de
presença de pessoas e sensores de segurança no acesso a zona.
Devem haver dispositivos de parada de emergência na parte interna da zona de perigo. Devem
ser previstos um ou mais dispositivos de parada de emergência, localizados em locais de fácil acesso e
visualização de todos.
A parada de emergência deve exigir rearme, de maneira a ser realizado somente depois da
correção da falha ou situação insegura.
Os equipamentos devem possuir sinalização dos riscos. Podendo ser: cores, símbolos,
inscrições, sinais luminosos, sonoros e outras formas eficazes.
Itens sobre risco de colisão que devem ser atendidos e considerados: 12.32; 12.33; 12.38;
12.42; 12.44; 12.45; 12.45.1; 12.46; 12.46.1; 12.49; 12.51; 12.51.3; 12.56; 12.57; 12.58; 12.63; 12.116;
12.116.1; 12.119; 12.121; 12.135; 12.136; 12.138; 12.39.
RISCO CORTES E/OU MULTILAÇÕES (Cantos vivos e partes cortantes)
1. Exposição ao risco
A mesa e partes moveis da máquina e do pórtico rolante possuem cantos e arestas vivas, que
podem cortar membros do corpo. Após a usinagem das peças, elas apresentam quinas e arestas cortantes
que podem ocasionar acidentes na sua retirada da mesa.
2. Medidas de conformidade NR12.
Devem ser adotadas medidas, afim de que nem na operação devido as quinas e arestas da
máquina e nem na retirada do material já usinado que apresenta cantos e arestas cortantes o operador ou
auxiliar fiquem expostos a riscos de corte ou lesão.
Os equipamentos devem possuir sinalização dos riscos. Podendo ser: cores, símbolos,
inscrições, sinais luminosos, sonoros e outras formas eficazes.
Itens sobre cantos vivos e arestas vivas que devem ser atendidos e considerados: 12.99
RISCO DE QUEDA (Altura a partir do solo e superfície escorregadia)
1. Exposição ao risco
A mesa se encontra em local elevado acima do piso, o que durante a retirada, ajuste ou colocação
das chapas metálicas gera um risco de queda da plataforma. O piso por vezes apresenta uma humidade
indesejada, devido a água que existe no interior da mesa de corte, sistema de ar comprimido, bebedouro
próximo ou limpeza, essa humidade gera o risco de queda. No local de trabalho por vezes poderá existir
materiais usinados (chapas cortadas), o que pode ocasionar risco de tropeços. A Figura 4 apresenta o
entorno do equipamento de corte.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
FIGURA 4: Espaço ao redor da máquina
FONTE: Autores, 2018.
2. Medidas de conformidade NR12
Os pisos dos locais de trabalho devem ser limpos e livres de objetos que ofereçam riscos de
acidentes ou agravações em caso de acidentes;
Os pisos devem ter características que impeçam que se tornem escorregadios;
A plataforma da mesa de corte deve ter acesso por rampa com angulação de 10 a 20 graus,
com corrimão, piso antiderrapante e barras atravessadas no piso para melhor aderência durante o uso.
Devem ser concebidas conforme especificidades de NR12;
Os equipamentos devem possuir sinalização dos riscos. Podendo ser: cores, símbolos,
inscrições, sinais luminosos, sonoros e outras formas eficazes;
Adotar sistemas extras que evite/reduza a necessidade de subir sob a mesa. Exemplo: grampos
ou sistema de sucção;
Itens sobre risco de queda que devem ser atendidos e considerados: 12.9; 12.52; 12.64;
12.64.1; 12.64.3; 12.65; 12.66; 12.68; 12.69;12.69; 12.69.1; 12.70; 12.73; 12.116; 12.119.1
RISCO DE EXPLOSÃO E INCÊNDIO (Cilindro de alimentação e materiais combustíveis próximos da mesa de
corte)
1. Exposição ao risco
Os cilindros de gás combustível e comburente que alimentam o plasma ficam muito próximo da
mesa de corte, sendo que a tocha gera fagulhas que são projetadas a uma distância capaz de facilmente
alcançar os cilindros. A tubulação que transporta os gases é exposta e não subterrânea e pode apresentar
facilmente vazamentos. Existem materiais inflamáveis nas proximidades da mesa de corte. Prevenção e
combate de incêndios precário. A Figura 5 apresenta a dada situação.
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FIGURA 5: Posição do cilindro de consumível em relação a mesa de corte
FONTE: Autores, 2018.
2. Medidas de conformidade NR12
Os condutores elétricos devem ser constituídos de materiais que não propaguem fogo.
As mangueiras para transporte de gás pressurizado devem possuir indicação de pressão
máxima admissível.
As máquinas ou equipamentos que utilizem ou produzam combustíveis, inflamáveis ou
explosivos devem oferecer medidas de proteção com emissão, liberação, combustão e explosão, também
ocorrência de incêndios.
Os materiais utilizados no processo produtivo devem ser alocados em áreas específicas para
armazenamento destes e devidamente sinalizadas.
Os recipientes contendo gases comprimidos devem permanecer em recipientes em perfeito
estado de conservação e funcionamento. Armazenados em depósitos ventilados, protegidos contra quedas,
calor e impacto acidentais.
Os equipamentos devem possuir sinalização dos riscos. Podendo ser: cores, símbolos,
inscrições, sinais luminosos, sonoros e outras formas eficazes.
Itens sobre risco de explosão e incêndio que devem ser atendidos e considerados:12.17; 12.79;
12.116; 12.119.1; 12.135; 12.136; 12.106; 12.108; 12.7; 12.82; 12.78
RISCO CHOQUE ELÉTRICO (Arco voltaico e curto circuito)
1. Exposição ao risco
As instalações elétricas possuem um aterramento em mau estado. Muitas adaptações que podem
gerar riscos elétricos, além de ausência de quadro de acionamento específico. Tensão inadequada nos
painéis de comando da máquina. Risco de fuga de corrente por condutores expostos devido a
decepamento por partes mecânicas da máquina.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
2. Medidas de conformidade NR12
As instalações devem ser projetadas para prevenir perigos de choque elétrico, incêndio,
explosões e acidentes correspondentes.
Todos os elementos que podem se tornar condutores que não foram feitos para este fim
devem ser aterrados adequadamente e o mesmo deve ser mantido em bom estado.
Os condutores devem oferecer resistência mecânica compatível com a utilização e proteção
contra rompimento mecânico.
Os condutores devem ser dispostos de maneira que não interfiram no trânsito de pessoas e
nem na operação da máquina.
A máquina deve ter quadro de comando e força exclusivo, possuindo dentro proteção contra
sobrecorrente e surto de corrente. Também não sendo o disjuntor o equipamento de acionamento do
equipamento. O quadro deve ter porta que fique permanentemente fechada e com sinalização de perigo
relacionado a energia elétrica.
Deve ser previsto também DPS e dispositivo estabilizador de tensão que proteja o
equipamento contra sobre tensão.
A interface de operação ao qual o operar fica exposto no comando da máquina deve estar em
extra baixa tensão, sendo de 24VCA ou 60VCC.
Os equipamentos devem possuir sinalização dos riscos. Podendo ser: cores, símbolos,
inscrições, sinais luminosos, sonoros e outras formas eficazes.
Itens sobre risco elétrico que devem ser atendidos e considerados: 12.14; 12.15; 12.16; 12.17;
12.18; 12.20; 12.20.1; 12.20.2; 12.21; 12.25; 12.36; 12.36.1; 12.43; 12.136
RISCO QUEDA DE OBJETOS
1. Exposição ao risco
A alimentação de chapas do equipamento de corte por plasma se dá através de um pórtico
rolante, que transporta do armazenamento até a mesa de corte de maneira suspensa as chapas metálicas.
A Figura 6 apresenta os elementos envolvidos no transporte.
FIGURA 6: Elementos relacionados ao transporte de materiais
FONTE: Autores, 2018.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
2. Medidas de conformidade NR12
As máquinas, áreas de trabalho, postos de trabalho e qualquer outro lugar que possa ter
trabalhadores devem ficar posicionados de modo que não ocorra transporte e movimentação aérea de
materiais sobre os trabalhadores.
As áreas de circulação devem estar devidamente marcadas e colocadas de maneira que não
exista risco de transporte de cargas sobre elas.
A área de armazenamento de chapas deve ser específica para este fim e sinalizada
adequadamente.
As áreas de circulação e armazenamento de materiais e os espaços em torno de máquinas
devem ser projetados, dimensionados e mantidos de forma que os trabalhadores e os transporte de
materiais, mecanizados e manuais, movimentem-se com segurança.
Os transportadores só devem ser utilizados para a carga que foram projetados.
Os cabos de aço, correntes e ganchos devem ser adequados para o material e dimensionados
para suportar a carga do projeto.
Durante o transporte aéreo das cargas deve-se tomar os cuidados para que pessoas não
estejam na área de transporte.
É proibido o uso de equipamento de transporte de materiais, para transportar pessoas, a não
ser que o equipamento seja projetado para tal fim.
A movimentação do equipamento de transporte deve contar com sinalização ativa visual e
sonora.
Elaboração de procedimentos de trabalho específicos para a operação do pórtico.
No início de cada turno de trabalho o operador deve efetuar uma inspeção de rotina para
verificar a segurança do equipamento de transporte.
Os equipamentos devem possuir sinalização dos riscos. Podendo ser: cores, símbolos,
inscrições, sinais luminosos, sonoros e outras formas eficazes.
Itens sobre risco de transporte de objetos que devem ser atendidos e considerados: 12.13;
12.6; 12.7; 12.8.2; 12.87; 12.88; 12.90; 12.93; 12.116; 12.116.1; 12.117; 12.118; 12.119.1; 12.121; 12.130;
12.135; 12.136; 12.32; 12.33; 12.138; 12.131.
RISCO QUEIMADURAS (Queimadura por corrente elétrica e partes e objetos em alta temperatura)
1. Exposição ao risco
Existem partes quentes da máquina durante a sua operação e após, como por exemplo a tocha de
corte. As peças depois de usinadas apresentam alta temperatura. Projeção de fagulhas em alta
temperatura.
2. Medidas de conformidade NR12
Devem ser considerados os riscos de queimadura e contato com partes em alta temperatura
como riscos adicionais, os quais devem ser tratados adequadamente.
Devem ser adotadas medidas de proteção contra queimaduras pelo contado com partes
quentes, podendo ser redução de temperatura superficial, isolação com materiais apropriados e barreiras.
Alguns exemplos são: utilizar de anteparos fixos e móveis com resistência a altas temperaturas; utilizar
água para resfriar a peça.
Utilizar-se do equipamento de proteção individual conforme o risco levantado. Exemplo:
Aventais, mangas, calças e luvas de raspa;
Os equipamentos devem possuir sinalização dos riscos. Podendo ser: cores, símbolos,
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
inscrições, sinais luminosos, sonoros e outras formas eficazes.
Itens sobre risco de queimaduras que devem ser atendidos e considerados: 12.14; 12.106;
12.107; 12.108; 12.109; 12.116; 12.117; 12.118; 12.119; 12.130; 12.130.1; 12.135; 12.136; 12.138; 12.149
RUÍDO (Ambiente ruidoso)
1. Exposição ao risco
A máquina encontra-se em um ambiente fabril, assim, ruídos de outras máquinas e equipamentos
podem-se associar aquele já produzido pela máquina de corte.
Após a alimentação da máquina com chapas é quando se inicia o processo de corte, um ruído
intenso é emitido. Este é finalizado quando a máquina termina a operação.
Podem ocorrer ruídos oriundos dos trilhos por onde transporta a tocha, ocasionado por falhas nas
manutenções preditivas.
2. Medidas de conformidade
Garantir sistema de fixação e amortecimento da máquina, a fim de evitar ruídos devido ao
desnivelamento e assim garantindo a estabilidade.
Manter manutenções preditivas e preventivas atualizadas, evitando o desgaste precoce das
peças. Ex.: carro da tocha
Utilizar de sinalizadores luminosos para atentar os funcionários a utilização do EPI.
Itens sobre risco de ruído que devem ser atendidos e considerados: 12.11, 12.11.1, 12.116.1,
12.117, 12.118, 12.119.
ERGONÔMICOS (Atividade repetitiva, postura inadequada e baixa incidência de luz)
1. Exposição ao risco
Há momentos em que o operador realiza programações das peças a serem cortadas. Estas são
executadas em mesas dispostas próximas a máquina por meio de computadores. Pode-se perceber
condições posturais dos trabalhadores comprometidas em virtude das alturas dos móveis, iluminação
precária, pouco espaço de circulação e local precário para guarda de ferramentas.
2. Medidas de conformidade
Dispor de circulação ao redor da máquina de forma a garantir a circulação dos trabalhadores e
garantir manobras rápidas e seguras.
Garantir que os locais de armazenamento tenham equipamentos que auxiliem os
trabalhadores, evitando carregamentos manuais excessivos.
Os pisos devem ser nivelados e garantir estabilidade para mudanças de nível.
Possuir sistema de iluminação permanente que possibilite boa visibilidade dos detalhes do
trabalho, evitar zonas de sombra ou de penumbra.
Devem permitir a alternância de postura e a movimentação adequada dos segmentos
corporais, garantindo a operação dos controles nele instalados.
Itens sobre risco ergonômicos que devem ser atendidos e considerados: 12.8, 12.95,12.8.2,
12.94.g, 12.9, 12.64.1, 12.103, 12.103.1, 12.94, 12.96, 12.97, 12.98, 12,99, 12.100, 12.100.1, 12.101.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
GASES, FUMOS E POEIRAS (Emissão de gases, fumos e poeiras provenientes do processo de corte a
plasma)
1. Exposição ao risco
Durante o processo de corte das chapas, resíduos são gerados, como exemplo fumos e gases. É
importante observar que o ambiente de trabalho deve ser limpo e organizado, evitando assim acúmulo de
poeira do processo resultante do corte.
2. Medidas de conformidade
Dispor de sinalizações adequadas coletivas para evitar o trânsito e permanência de pessoas
não autorizadas no posto de trabalho.
Aplicação de exaustão motorizada local acima da tocha de maneira que aspire todos os fumos,
poeiras e gases gerados no processo de corte, que seja dotado de filtros.
Utilizar-se do equipamento de proteção individual conforme o risco levantado. Exemplo:
Mascara de proteção respiratória PFF2;
Itens sobre gases, fumos e poeiras que devem ser atendidos e considerados: 12.107, 12.116.1,
12.117, 12.118, 12.119, 12.106.
PROJEÇÃO DE FAGULHAS (Projeção de fagulhas)
1. Exposição ao risco
No corte de chapas, fragmentos podem ser projetados para fora da mesa. Devido ao corte ocorrer
com altas temperaturas, estes resíduos gerados podem estar incandescentes ou não. A Figura 7 mostra
onde o operador permanece durante a operação da máquina.
FIGURA 7: Posição do operador em relação a mesa de corte durante a operação
FONTE: Autores, 2018.
2. Medidas de conformidade
Devem possuir proteção resistente que garanta o bloqueio de partículas que se desprendam
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
da operação ou gerem fagulhas.
Para caso de enclausuramento completo da máquina, a mesma deve dispor de dispositivo que
possa realizar o sensoriamento de pessoas na zona de perigo.
Utilizar-se do equipamento de proteção individual conforme o risco levantado. Exemplo:
Aventais, mangas e calças de raspa;
Itens sobre projeção de fagulhas que devem ser atendidos e considerados: 12.48, 12.49, 12.50,
12.52, 12.54, 12.51.
EMISSÃO DE RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE (Emissão de radiação não ionizante)
1. Exposição ao risco
Uma intensa energia proveniente das altas temperaturas emitidas durante o corte, emitem
radiações ultravioletas.
2. Medidas de conformidade
Isolar a área de operação e colocar sinalizações de forma a orientar tanto os trabalhadores
como pessoas externas no ambiente de trabalho.
Itens sobre radiação não ionizante que devem ser atendidos e considerados: 12.106, 12.107,
12. 116.1, 12.117, 12.118, 12.119.
OPERAÇÃO INADEQUADA – Risco extra
1. Exposição ao risco
Na operação desta máquina, caso o trabalhador negligencie os procedimentos de segurança e
trabalho da empresa, situações de risco poderão ocorrer. Como exemplo: utilizar de ferramentas não
apropriadas para operação, burlar sistemas de segurança, pessoas não autorizadas e não capacitadas em
operação e não executar as manutenções preventivas e preditivas.
2. Medidas de conformidade
Os dispositivos de parada não podem ser burlados;
Não utilizar chave geral como dispositivo de partida e parada;
Evitar que trabalhadores estejam abaixo de zonas de circulação de carga elevadas;
Em toda operação deve se ter dois operadores a fim de garantir a paralisação da máquina caso
ocorra algum acidente;
Deve haver um controle para apenas pessoas autorizadas utilizem a máquina;
Realizar manutenções preventivas e corretivas conforme determina o fabricante;
Seguir os procedimentos de trabalhos da empresa;
Utilizar-se de ferramentas adequadas a operação da máquina;
Itens sobre operação inadequada que devem ser atendidos e considerados: 12.24, 12.26,
12.21, 12.13, 12.90, 12.90.1, 12.30, 12.40.1, 12.30.1, 12.31, 12.111, 12.115, 12.130, 12.148
MANUTENÇÃO – Risco extra
1. Exposição ao risco
A não existência de um plano de manutenções, podem gerar riscos a saúde daqueles operadores.
Perigos como: desprendimento de peças; ruídos fora do normal e desgaste precoce de peças.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
2. Medidas de conformidade NR12
A máquina deve ser submetida a manutenção preditiva, preventiva e corretiva.
Deve ser implementado um programa de manutenção na máquina, com cronograma de
manutenção, registo de manutenções realizadas, peças reparadas ou substituídas, condições de segurança
do plasma e indicação conclusiva das condições de segurança da máquina.
Através de manutenções corretivas e preventivas deve ser mantido o estado seguro da
máquina.
Qualquer falha que possa colocar pessoas em risco deve ser tratada imediatamente, com
corretiva.
Itens sobre manutenção que devem ser atendidos e considerados: 12.111; 12.112; 12.115.
12.113.
6. CONCLUSÃO
O uso da NBR ISO 12.100, se demonstra muito eficiente para o levantamento, estimativa e
avaliação de riscos relacionados a um equipamento de corte de chapas metálicas CNC, com o auxílio de
uma matriz de risco proposta exclusivamente para o caso. Considerando apenas a NR12 se obteve diversas
adequações as quais algumas se mostram mais específicas e outras um pouco mais abrangentes,
remetendo assim a necessidade de se usar bibliografia normativa complementar para se ter resultados de
adequações mais seguras e completas, ou até mesmo de um profissional experiente de segurança do
trabalho que tenha sensibilidade para propô-las.
Não foi possível fazer uma reavaliação na máquina de corte de chapas a fim de verificar se as
adequações propostas pelo dado trabalho diminuíram ou não os riscos aos quais os colaboradores estavam
expostos. Também existindo a possibilidade de alguma alteração ter ocasionado o aparecimento de uma
nova fonte de risco, não foi possível a verificação. Isso se fez deve-se a não se ter realizado efetivamente as
alterações propostas, o que inviabiliza uma real reavaliação de riscos da máquina.
Mas de forma conclusiva, se pode dizer que a metodologia que a NBR ISO 12.100, combinada com
a matriz de risco as adequações apresentadas pela NR12, geram uma série de possibilidades de melhorias,
trazendo a luz muitos riscos que que por vezes passam despercebidos durante a jornada de trabalho
ordinária, sendo assim um método que força exposição dos riscos. O trabalho como foi desenvolvido
mostra-se além de uma aplicação, é uma proposta direta de adequações a NR12 de uma máquina real
usada diariamente em uma indústria de transformação de chapas metálicas, é também um ótimo guia para
a aplicação em outras máquinas e equipamentos, sendo assim um direcionamento para qualquer
interessado em levantar perigos, estimar, avaliar riscos e propor adequações.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBERT, A. Understanding CNC Routers. FPInnovations - Forintek Division, First Edition. 2004
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR ISO 12.100: Segurança de máquinas – Princípios gerais de projeto – Apreciação e redução de riscos. ABNT, 2014
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_______. Ministério do Trabalho e Emprego. Método de Avaliação de Risco e ferramentas de estimativa de risco utilizados na Europa considerando normativas Europeias e o caso Brasileiro. 2015. Disponível em:<https://pt.slides hare.net/FernandoSouzaRocker/apreciao-de-riscos> Acesso em 16 de outubro 2018.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
_______. Norma Regulamentadora 12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. 2018.
_______. Ministério Publico do Trabalho. Observatório digital de saúde e segurança do trabalho. 2018.
_______. Norma Regulamentadora 1: Disposições gerais. 2018.
CORREIO BRAZILIENSE. No Brasil, 700 mil pessoas sofrem acidente de trabalho a cada ano. 05 jun. 2017. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/06/05/internas_economia,600125/aciden te-de-trabalho-no-brasil.shtml>. Acesso em: 10 out. 2018.
GIULIANO, R. Desafios e perspectivas para a redução de acidentes de trabalho. FUNDACENTRO. Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/Arquivos/sis/EventoPortal/AnexoPalestraEvento/NR%2012%20%20Desafios%20e%20Perspectivas%20para%20a%20redu%C3%A7%C3%A3o%20de%20acidentes%20do%20trabalho.pdf>. Acesso em: 10 out. 2018.
GONÇALVES, S. B. B.; SAKAE, T. M.; MAGAJEWSKI, F. L. Prevalência e fatores associados aos acidentes de trabalho em uma indústria metalmecânica. Revista Brasileira de Medicina Do Trabalho. 2018. Disponível em: <http://www.rbmt.org.br/details/290/pt-BR> . Acesso em: 10 out. 2018.
LIMA, E. G. Corte a plasma. Revista da Soldagem, 2003.
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VILELA, R. A. G. Cadernos de Saúde do Trabalhador: Acidentes do Trabalho com maquinas – identificação de risco e prevenção. Instituto Nacional de Saúde no trabalho, 2000.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
Apêndice A: Ferramenta para identificação dos fatores de probabilidade e impacto
Eventos de potencial risco, podem ser avaliados a partir de duas perspectivas – probabilidade e
impacto. A primeira diz respeito a possibilidade de determinado evento ocorrer e o impacto representa a
consequência deste. (MINISTERIO DO PLANEJAMENTO, 2017).
QUADRO 01: Probabilidade de determinados eventos ocorrerem.
FONTE: Ministério do Planejamento, 2017.
QUADRO 02: Escala de consequências e seus impactos no operador.
Impacto Exemplo
Insignificante Sem impacto para o trabalhador e sem perda material
Arranhão superficial ou hematoma
Pequeno Lesão leve sem gravidade ou perda material leve
Arranhão, torção, luxação, lâmpada de sinalização ou correia arrebentada
Moderado Lesão sem afastamento ou perda material moderada
Corte profundo, torção com limitação de movimento, queimadura de 2° grau, quebra de trilo ou sensor
Grande Lesão com afastamento ou perda material de alto valor
Quebra de osso, queimadura de 3° grau, quebra da tocha ou motor elétrico
Catastrofico Lesão com dano permanete ou perda material de valor muito elevado
Óbito, trauma que justifique aposentadoria, quebra do portico, quebra do suporte da tocha
FONTE: Acadêmicos, 2018.
D. O. LUZ; H. O. SOARES; D. F. CUNHA; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2018)
Apêndice B: Matriz de risco, relacionando os eventos de probabilidade e impacto
Matriz de risco é uma ferramenta que permite avaliar e ordenar os eventos de riscos que podem
afetar o processo da unidade. (MINISTERIO DO PLANEJAMENTO, 2017). Aqui serão agrupados os eventos
de probabilidade e impacto.
FIGURA 08: Matriz de risco relacionando a probabilidade de um evento ocorrer com sua gravidade
FONTE: Ministério do Planejamento, 2017.
Os níveis de risco obtidos nesta matriz orientarão na adoção para responder a eventos de risco
identificados.
QUADRO 03: Tomada de decisão para o grau de risco levantado pela matriz de risco.
NÍVEL DE RISCO TIPO DE RESPOSTA AÇÃO DE CONTROLE
Risco critico Evitar Descontinuar as atividades que geram riscos.
Risco alto Reduzir Adotas medidas para reduzir a probabilidade ou impacto dos riscos.
Risco moderado Transferir Reduzir a probabilidade ou impacto pela transferência de um risco.
Risco pequeno Aceitar Adotar medidas de controle operacional. Informativos, palestras e orientações.
FONTE: Ministério do Planejamento, 2017.