SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
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CrÁssrcos
atrNIo-AurrucANos
Roberto Scbwa.rz
O
PAT
DE
FE.MÍLIA
E OUTROS ESTUDOS
8/18/2019 SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
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CULTURA E
POLITICA. I9ó4-I969
ALGUNS ESQU
MAS
Nota.1978.
As
páginas
ue
seguem
oram
escritas ntre
1969
70.
No
principal,
omo o leitor
acilmente otará,
scu
prognóstìco
estava
rÍado,
quc
nâoas ccomenda.
o
resto, credito
atésegun-
da ordem
que
alguma
oisa eaproveita.
tentaçâo
e reescrevãr
s
passâgensue
a realidade
os
anosdesmentiram
aturalmente
xistc.
Mas paraque
substituir
s equivocos
aquela
poca
elas
piniões e
ho.1e,
uc
podem
nâo
cstarmenos
quivocadas?
las
por
clas,o equi-
voco dos contemporâncossempremais vivo_Sobrctudo orquea
análise
ocialno caso
inha mçnos ntcnção
e
ciênçia
ue de reterc
explicar
maexpcriência
eita,
entre
pessoal
de
gcraçâo,
o momen-
to histórico.Era
antes
tcntativa e assumir
iterariamçnte.
a medi-
da de
minhas orças,
atualidade
e f.ntão.
ssim,
quando
ediz
ago-
.d
,
sãoobservações,
rros
e altcrnativas aqueles
nos
que
êm
a
pa-
lavra.
O
leitor veráquc
o tempo
passou
não
passou.
Em
1964
nstalou-se
o Brasil oregimemilitar, aÍìmdegaran-
tir o capitale o continentecontra o socialismo.O goveÍno populìsta
de
Goulart, apesarda
vasta
mobilizaçãoesquerdizante
que pÍoce-
dera,
emia a lutâ d€ classes recuou diante da
possivel uerra
civil.
Em
conseqüência
vitória
da direita
pôde
tomar â coslumeira for-
ma
de
acerto entÍe
generais.
O
povo,
na
ocasião,mobilizado mas
sem
armas c oÍganizâção
própria,
assistiu
passivsmente
troca de
6l
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governos.
Em seguida
sofrcu as
conseqüências:ntervençãoe teÍror
nos
sindicatos, error
na zona
rural, rebaixamenro
eral
de salários,
expurgo
especialmente
os
escalõcs
aixos das
ForçasArmadas, n.
quérito
militar na
Unrversidade. nvasâo de igrejas,dissolução
das
organizações
studantis,
ensura,suspensão e habeas orpus, etc.
-
EntÍetanto, para surpresa
dc todos. a
pÍesença
ulturâl da
esquer-
da
não foi l iquidada naquela data, e mais, de lá
para
cá não
parou
de crescer.
A sua
produção é de
qualidade
notávelnalguns campos,
e é dominante. Apesar da
ditodura da direitq
há relativa hegemonia
culturaldo esquerda o
país.
Podeser
vista
nas ivrarias de São Pau-
lo e Rio,
cheias de
marxismo, nas
estréias ealrais,
ncrivelmente
iestivase febris, às vezesameaçadas e invasão policial, na movi.
mentaçâo
estudantii ou
nas proclamações
do clero avançado.Em
suma,
nos
santuáriosda cultura burguesa esquerda á o tom. Esta
anomalia
-
que
agora
periclita,
quando
a ditadura decretou
penas
pesadíssimas ara
a
propaganda
do socialismo é
o
traço mais
visí-
vel do
panorama
cultural brasileirocntre ó4 e ó9.
Assinala,
além
de
luta, um
compromrsso.
Ant€s
de apresentá-la m scus resultados,é
preciso
ocalizar
esta hegemonia
e
qualiÍìcá-la.
O seu domínio,
salvo
engano, con-
centra-senos
grupos
diretamente igados à
produção
ideológica,
tais como
estudantes,
artistas,
oÍnalistas,
parte
dos sociólogose
economistas.
parte
raciocinante o
clero. arquitetosctc. . mas
daí não sai, nem
pode
sair,
por
razõespoliciais.
Os
intelcctuais
ão
de
esquerda, as
matérias
que preparam
de um lado
para
as comis-
sõesdo
governo
ou do
grande
capital, e
do outro
para
as rádios, e-
Ievisões
os
ornais
do
pais,
não
são. É de esquerda omente
a
ma -
têÍia que o grupo - numeroso a ponto de formar um bom mercado
-
produz para
consumo
próprio.
Esta situaçãocÍistalizou-se m
ó4 ,
quando
grosso
modo a intelectualidade
ocialista,
á
pronta
para
prisào,
desemprego exílio. foi
poupada.
TortuÍados e
longamente
presos
orarn somente
aqueles
que
haviam organizado o contato
com operários,camponeses,marinheiros e
soldados.
Cortadas na-
quela
ocasiãoas
pontes
entrc
o movimento cultural e as massas,
governo
CasteloBranco não impediu
a circulação eórica ou artísti-
ca do ideário
esquerdista,
ue
embora em árca r€stÍita floresceu
x-
traordinariamente.
Com altos e baixos
esta
solução de habilidade
durou até óE,
quando
nova
massahavia surgido,capazde
dar
força
nratcrial
à ideologia:os
estudantes, rganizados m
semi-clandesti-
nidade. Durante estcsanos, enquanto
lamentava
abundantemente
62
o seu
confinamcnto e a sua impotência,
a intclcctualidade
de
es-
querda
oi estudando, nsinando,
ditando, ilmando, alando
tc.,
e sem
perccber
contribuira
para
a criaçâo, no interior
da
pequena
burguesia,
c uma
geração
maciçamente
nti-capitalista.
impor-
tância ocial a
disposição c uta dcsta aixa
adical a
população
revclam-se gora,
cntre outÍas formas, na
prática
dos
grupos que
dcram nício à
propaganda
armadada rcvolução.
O
rcgime
espon-
dcu, em
dezcmbro de 68, com o cndurccimcnto. Se
cm ó4 fora
possível
dircita
prescrvar"
a
produção
ultural,
pois
bastara i-
quidar
o seuconlato com a massa perária
camponcsa, m ó8,
quando
estudante
o
público
dosmclhoresilmes,
o melhoÍ ea-
tro, da melhormúsica dosmelhoresivros á constituimassa oli-
ticamentc
perigosa,
eránecessário
rocar
ou
censuraros
professo-
res,
os encenadores,
s escritores,
s músicos, s Iivros,
os
editores,
-
nouras palavras,
erá
necessário
iquidar
a
própria
cultura
viva
do momento.O
governo
á
deu
vários
passos
este entido,
nâose
sabe
quantos
maisdará.
Em matéria
e destroçâr niversidades,
seuacervo
á
é considerável:rasília, . Pauloe Rio, as ês
maiores
do
pais.
Para
ompreender
conteúdo, i mplantaçâo asambigüida-
desdesta egemonia,
preciso oltar
às origens. ntesde ó4,
o
so -
cialismo
ue
sedifundiano Brasil ra orteem
anti-impeÍialismo
fracona
propaganda organizaçãoa uta declâss€s.
razão
ste-
ve
€m
parte
ao
menos a estratégia
o
PartidoComunista,
uepre-
gava
aliança o m a
burguesia acional. ormou"se m conseqüên-
cia
uma
espécie esdentada
paÍlamentar
emarxismo
atriótico,
um complexodeológico o mesmoempocombativo de concilia-
ção
de
classes,
acilmente ombinável om o
populismo
acionalis-
ta entãodominante,
uja deologia
riginal,
o trabalhismo,a ce-
dendo
erreno.O
aspecto onciliatório
revalecia
a esfera o mo-
vimento
operário, nde
o
P.C.
aziavaler
a sua
nfluência
indicai,
a fim de manter luta dentrodos imites a
reivindicação
conômì-
ca. E o aspecto
ombativo
ra eservado luta contrao capitales -
trangeiro,
política
externã
à rcforma
agrária.O conjuntoestava
sobmedida
ara
a burguesia
opulista,
ueprecisava
a erminolo-
gia
social
para ntimidara direita atifundiária,
precisava
o na-
cionalismo, utenticado
ela
esquerda,
ara
infundir
bons senti-
mentos os rabalhadores.
ão
se
pensc,
claro,
que
o
populismo
seja riação o P.C.:
o
populismo que
consolidara
este
ma en-
dência, ujosucesso
rático
muito
grande
oÍnavao Partido, omo
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vcrcmos
diantc,
nvulnÊrávcl
csqucrda,
Ía, umavcz
consumada
€staaliança
ornou-sc
iflcil a scparação
osbcns.
Hojc
tudo
sto
parecc
laro.Não
obstantc,
stc
omplcxo
ctcvç
primazia
córica
no
pals,
cja
m facq
das corias
sico-sociológicas
o
..carátcr
na-
cional",
á
anacrônicas
ntão,seja
em facc
do nacionalismo
im-
ples
damodcrnização,
noccntc
Ê
ontradiçõce,cja
m acc
ossl-
mulacros
Ìistãos
o manismo,
uc
raduziam
mpcrialismo
capi-
tal
cm tcrmos
dc autonomia
hctcronomia
a
pcssoa
umana,
scja inalmcntc
iantc
os
narxismos
ivais,
uc
batiam
ncansavcl-
ment€
a
ccla
do
cninismo
lÁssico,
dc hâbito cbastavam
om
a
rccusa bstrata o compromissoopulista. ponto oÍt€d€sta o-
sição,
uc
chcgou
pcnctrar
sma$as,aprofundando
clac
o sçn-
tido
polÍtico
do
patriotismo,
stava a
dcmonstraçãoc
quc
a do-
minação mpcrialista
a rcação ntcrna
cstilo
igadas,
uc
não rc
mudauma
scmmudar
a outra.
Aliadaao
momento
olítico,
rc-
peÍcusseo
csta csc oi
muito
grandc.
litcÍatura
nti-impcrialista
foi traduzida
rn
grandc
scala osjornais crvilhavam
ccomcntá-
rios.
Foi
a época eBrasilino, ma
pcÍsonagcm
uc
ao ongo
dc um
livrinho
ntciro
nãoconscguia
ovcÍum
dcdoscm opar no
mpc.
rialismo.
Scaccndia luz,
pcla
manhã,
forçacra
da Light
&
po-
wcr.
ndo
ao rabalho,
onsumia
asolina
a Esso, umônibus
a
Gcncral
Motors.As salsichas
o almoçovinham
da Svift
& Ar-
mouÌ,
ctc.Os Cademos
o Poya,
oÍ
suavcz,v€ndidos
or
um cru-
zeiro,
divulgavam mplamcntc
s
manobras
m orno
do
pctrólco,
relaçõcs
ntrc atifúndio
docnça ndêmica,
u€stõcs
c rcfoÍma
agrária,
dircutiam
qucm
ossc povo"
no
Brasil,ctc.
O
país
vibrava
c as suaopçõcs iantc da históriamundialcrampãodiário parao
lcitor
dos
principais
ornais.
Ncstc
pcrlodo
aclimatizou-sc
a fala
cotidiâna,
uc
scdcsprovincianizava,
vocabulário
também
ra-
ciocínio
olíticô
da
csqucrda. aí
umaccrtaabstração
vclocidade
cspccííica
o novocinçma
catÍo,cm
quc
asopçõcs
mundiais
pa-
rcccm
dc
dcz
cm dcz inhas
c
â
propósito
dc
tudo, às vczcs
ds ma-
ncira
dcaastrada, svczcs
muito
engraçadas,
asecmprc
rgucndo
as
qucstõ€s
sua
conscqoência
istórica, u
s umacaricstura
cla.
Quando
numa
poçâ
catralum namorado
iz à namorada,
nrufi-
sicntcmcntc
arrista iant€
ascomplicaçõcramiliarcs:
gcncrali
za,
pêrl
são
cstesanos
dc Áulklaerung
popular
quc
têm
a
pala-
vra.
Mal voltcmog.
c
o
P.C. cvc
o
grandc
mêritodc
difundira i-
l.
Anirrrolia,
dc G. GurmicÍi.
g
gsção
cntrc
mpcÌislkmo c Ìcaçâo otcrna, a suamancira
de cspcci-
ÍictíJa
foi scu
ponto
fraco, I
razlo do
dca$tÍc
futuro
dc ó4. Muito
mais nti-impcrialfutr
uc
anti-cspitalista,
P.C.
distinguia
o ntè
rior dar
classcs ominantcc m sctor agÍârio, ctÍógrado
prô
amcricsno, um
sctor ndwtrial,
nacional
progÍcssista,
('
qual
3c
aliava
contra o
primciro,
OÍai
cstaoposiçlo cxistia,mas3cms
pÍ(}
fundidrde
quc
hc atÍibuiem, G
nunca
pcraria
maisdo
quc
a oposi-
Co
cntrc a
clarsca
ÍoptictáÍias,
cÍn bloco,
e
o
pcriSo
do comunirc-
mo. O P.C. cntrctsnto
tÍanEfotmou
m
valto
movimcnto
dcológi-
co c
toórico asEuas
liançsr,
c
acreditounclrs, cnquantoa burguc-
sia nlo rcrsditaysnclc.Em conscqüênciahcgou Êsprêpsrado
bcira da
gucrra
civil.
Ellc
cntano
est.v.
,D
ccnlro
ú
vlda
culrunl
bnsilcim dc
95O
pm
dó,c tinha s
tcnacidadc c scusuccsro
ráü-
co.
Ectr
a
dificuldrdc. A cÌltica dc aqucÍda
não cons€guia crfazâ
lo,
poir
todor
os diasantcriorccao último davarn-lhc
szão. Como
prcvirto,
GoulaÉ
apoiava-rc
ais mair no P.C., uja
nfluència
cuforiacram
cÌ6ocntc8. ó o
quc
nlo houvcmêios c
prcvcniÍ,
ns
prática,
ú
quc
as
prccauç&s
ncstc crrÊno
pcrturbariam
a disposF
ção
"favorávcl" do
prcsidcntc,
oi o final militsr.
Estrvs na lógica
dascoirar
quc
o P.C.
chcga*c
À rolcira da Ícvolu$o confiando
no
dispocitivomilitar da
Prçridência a Rcpública,Em uma, tÍatava-
sc dc um cnganobcm
fundado nagapadncia3.Scur crmor
c lcu
movirncnto oram a matéria
prima
da crÍtioa
ê da
apologética
o
pcrlodo,
Sumariamcnto
rs o
scguintc.
O
aliado
principal
dp
im-
pcrialismo,.cpoÍtrnto
o inimigo
principel
da
crqucrda,
oÍi.m
os
1'ff,f,';or
atalcu
da
rociedadc rasilcire,bacicsmcntc
latifúndio,
conra o qualdcvcriscrgu€r-lcopoüo, ompo o por todot squclcs
intcrcssados o
progrcsso
o
pals.
Rcsultouno
plrno
oconômico-
polÍtico
uma
problanôtica
rplosiva
masburguqn
úc modemiza-
ção
a d.mocrsttzação:
mair
prccisamentc,
tatavs-3c
da ampliaçlo
do mcrcado
ntcrno atÍsvé8da
ÍrformÀ
agrária,
noe
qusdÍos
dc
uma
polltic.
crtcrns
indcpcndentc.No
plsno
idcológico rcsult.va
urna noçlo
dc
"povo"
apologêtice
$ntimcntslizávcl,
quo
bÍrçr-
vr
indirtintemcntc
as ma$ar trabalhsdotsr,
o lumpcnzinato, in-
tclligcntzia,
s magnat&t
acionais o cxército.O címbolodcsta
salada stÁ
nas
grandcs
cstas c €ntão, cgistrqdas
oÍ
Glaubct
Rocha
cm
Tcrm cm Tnwc,
onúc fr8tcÍnizayamas
mulhcÍcado
grandc
capit
L
o rcmbs, o
grrndè
capitrl clc mcrmo,a
diplomacia
dor
pahcr
rocialirtar,
o0 militaÍrs
pÌogÍc.sittu,
católicos
PrdÍc.
dc
ccqucrde,
ntclçctuair
do
PaÍtido,
poctar
toÍr€nciait,
prtÍiot
r
65
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cm
gcral,
uns cm
tÍsjc dc rigoÍ, outros cm bluc
eans.
Noutras
pala-
vÍss, posts
dc àdo
a uts declass€s a expÍopri8çâo
do
capital, cs-
tava
do
msrrismo
uma
tintuÍa
rôsea iue aprovcitavaao interessc
dc sctorcs
burgucsia
ndustrial?
burocÍâõia
csratal?) Âsclasses o-
minantes.
E dc
fato, nesta
orma,
oi
partc
cm
grau
maiot ou
menor
do
arscnal dcológico dc
Yargas,
Kubitschck,
Quadros
e Goulart
Assim, no Brasil, a dcformação
populista
do marxismo esteve n-
trclaçada
com
o
podcÍ
(paÍticularmcnte
durante o
govcrno
Gou-
lart,
quando
chegoua ser
dcologiaconfessa c figuras
mportantes
na administração),multiplicandoos
qui-pro-quós
implantando-se
profundamcntc,
a
ponto
d€
omar-se
â
própria
atmosfcra deológi-
ca do país.Dc maneiravária,sociologia,cologia,historiografia, i-
ncma, têatro, música
popular,
arquitctura
etc.,
Ícfletiram
os
seus
problcmas.
Aliás, esta mplantação
eve
âmbémo
seu asp€cto o-
mercial
-
importante,do
ponto
dc
vista
da
ultcrior
sobrcvivência
pois
a
produção
de esqucrda
eio
a
scÍ um
grande
negócio,e alte-
rou a fisionomia editorial e artistica do Brasil
em
poucos
anos.
EntÍetanto,s€ ncsta asc a deologiasocialista erviaà rcsolução
de
problemas
do capitalistmo,a
cada mpassc nvertia-se diÍeção da
corrente.Agitavam-sc
s massas, fim de
prcssionar
faixa atifun-
diária do Congrcsso,
uc
assustada
provariamcdidasde moderni-
zaçãoburgucsa, m
particulaÍ
a rcforma agrária.
Mas, o Congresso
não correspondia;
a dircita
por
sua
vez,
contÍaÍiamente
à esqu€r-
da
populista,quc
cra modcradissima,
romovia
uidosamente
fantasma a socialização.onsolidava-se
ntão, quic ali,
poÍ
cau-
sa
mesmo da amplitude das campanhas
opulares
oficiais, e
por
causade seu racasso, convicção
de
que
as reformasnecessárias
ao paisnãoseriampossívcisos imitesdo capitalismo portanto
do
populismo.
sta onclusão,mbora
spaÍsa,inha
o
mesmo
as-
to raio da
pÍopaganda overnamental.
oi adotada
or
quadros
e
governo,
uadros
écnicos, studantes
vanguardas
perárìas,
ue
emseguida, iantcdo
golpc
militar
de
64,não
puseram
m dúvida
o
marxismo,masa aplicação
ue
o P.C.
izera ele.Este squemâ
x-
plica
aliás
alguma
coisado
caráter do lugar social
de
parte
do
marxismo
rasileiro. um
pais
dependente
asdesenvolvimentis-
ta,
de capitalização
racae
governo
empreendedor,
oda
niciativa
mais ousada e
az em contatocom o
Estado.
Esta
mediação á
perspectivâ
acional
e
paternalista) vanguarda
os
vários
seto-
rcs da iniciativa,
ujos eóricos
Íiam encontraros seus
mpasses
fundamentais
á
naesfera o Estado, ob
ormade imite mposto
ele
pelapressão
mperialista em seguida
elo
marcodo capitalis-
66
mo. lsto
valc
para
o
conjunto
da atividadccultural
(incluindo
o cn-
sino)
quc prccisc
dc mcios,
valc para
a administração
ública,
para
setorcs
de
pontâ
nâ âdministÍação
privada,
c cspccificando-sc m
pouco
valcu
mcsmo
paÍa
isolados apitalistas
acionais
para
ofi-
ciais do cxército.
Em conscqüência tônica dc suacÍítica scráo
na-
cionalismoanti-impcrialista,
anti-capitalistanum scgundo
momcn-
to,
scm
quc
a isto
corrcsponda
um
contato
natuÍal
com os
problc-
mas
da massa.
m
marxismo
specializado
a nviabilidadc o
ca -
pitalismo,
c não nos
caminhosda rcvolução.
Ora,
como os
ntclcc-
tuais não dctêmos scusmciosdc
produção,
cssa coria não
sc Íans-
pôs para
a sua atividadc
proíissional,
cmbora
faça
autoridadc
c
oÍientc a suaconsciência rítica. Rcsultaram cqucnasmultidõcsdc
prohssionais
mprcscindíveis insatisfcitos,
igados
profi
ssional-
menteao
capital
ou
govcrno,
mas scnsívcis
oliticamcntc
ao
hoÍi-
zontc da rcvolução, c isto
por
razõcs
écnicas, c
dificuldadc
no
crcscimentodas forças
produtiyas,
razõcs cuja
tÍadução
política
não
é mediata, u
poÍ
outÍa,é alealória
dcpcndc c scÍ
câptada.
Em suma, ormara-sc ma nova iga
nacionalista
c
tudo
quc
é
1o-
vem. ativo e moderno excluídos gora magnatas
generais
quc
seria
público
dos
primciros
nos
da ditadura
o soloem
quc
dcitaria fruto a crítica aoscompromissos
a fascantcrior. Era
tâo
viva a
presença
estâ orÍente,
ue
não faltou
quem
cclamasse
apcsar os anqucs a ditadura
olando
pcriodicamentc
clas
ua s
-
contÍa o t€rroÍismoculturalda
esquerda.'
at ' l
Este,
esquematicamcntc,
mecanismo
travcs
do
qual
um dú-
bio tcmário socialista
onquistouâ cena. EntÍctanto, csultados
culturais horizontcs c uma deologia,já orquc lanunca stá ó,
não sâo dênticoscm
tudo
à sua
unção. Do contato com
as
novas
tendênciasntcrnacionais
com a
Íadicalização
o
populismo,
qual
afinal
desembocava
m mcses e
pré-rcvolução,
asciam
ers-
pcctivas
formulaçõcsrrcdutíveis o
movimento deológico o
princípio,
ncompatlvcisomele.Dadaa análise
ue
izernos,st c
é
mcsmo m critério
dc valor:
só na
medida
m
quc
nalgum
ponto
rompcsse
om
o sistcma
de conciliações ntão engrenado,
uc
nâo
obstante
he davao impulso,a
produção
e esqucrda scapava c
L
Prrr
um
apânhado
islórico
asorigcns
a
cÍisc
c 64,
vcr
R. M.
MaÍini,
Con-
lí
d içòesnoBr:rs i fcontcmporánco. inR?el i toTeoÌ iaePrát ica,S-Paulo, |96t.n, l
Prr.r as imiraç&s da burgucsia
acionalc
paÍa
a cst.utuÍâ
do
podcÍ populista
vcr
respeclivrmenles rabalhos c F.H.Cardoso
F.C.Wcffort.n
LesTemps
Modet-
,"r ourubrodË 1967
6j
8/18/2019 SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
http://slidepdf.com/reader/full/schwarz-roberto-cultura-e-politica-1964-1969-in-o-pai-de-familia-e-outros 6/18
ser
pura
deologia.sto dava-sc
c muitasmaneiras.
or
cxcmplo.
asdemagógicas
moçõcs a "política
€xteÍnandependente"
Janio
Quadros
ondecorando
uevara)
u dascampanhas
e
Goulartcs -
trmulavam, as
Faculdades,
€studo
e
MaÍx
e do imperialismo
F-mconscqüência
ieram
de
ptofessor€s
dcstas ongínquas
arta-
rugas
as
primeiras
cxposiçôcsmais
convinccntes complctas
da
inviabilidade
do reformismo
e dc seucarátcr
mistificador.Outro
rc-
Jultado blíquo:
aradoxalmcnle,
cstudo
cadêmicoevolvia
os
tcxros dc Marx
c Lenin a
vitalidadc quc
o monopól io do
P.C. hcs
havia omado; aindo
a aula.os militantcs
cfcndiam
rigor
mar.
xista ontraos
compromissosc seus
irigentes. m
suma, omoos
gruposdc I I c as igascamponcsasscàpavam máquinapopulis-
tâ,
quc
cntÌetanto eÍa a sua atmosfera,
cultura
dispcrsava
or ve-
zcs,em obras isoladas
ou
mcsmo
em cxperimentos
oletivos,
a fu-
mâceira eórica
do
P.C..
que
cntrclanto eÍa
tambémo clima
que
hc
gaÍantia
audiência importância
mcdiata.
Finalmcntc,
ara
um
cxcmplo mais complcxo desta
disparidade
ntre
a
prática
cformis-
ta c
scus csultados ulturais, vcja-sc
o Movimento
dc Cultura Po-
pular
cm Pernambuco
uma
bcla
evocação ncontra-sc o
romancc
dc Antonio
Callado.
Quarup,
dc l9ó7).
O
Movimcnto
comcçou
cm
59,
quando
Miguçl
AÍra€s €ra
prcfcito
c sc candidatâva
gov€rna-
dor. A sua finalidadc mcdiatâ
eÍa
clcitoral, dc alfabctizaÍ
as mas-
sâs,
quc
oertamçnte otariam
nclc sc
pudcsscm no
Brasil o analfa.
bcto,
íPZ
da
população,
não vota).
Hâvia nt€nção
ambém
de
esti.
mular
loda sortc de organização
do
povo,
cm torno
dc
intcÍcsscs
rcais. dc
cidadc.dc bairro, c mcsmo olclóricos,
aÍìm
dc contraba-
lançar
a indigênciac o marginalismo
da maosa;
cria um modo
dc
fortaleoê-lapaÍâ o contato dcvastadoÍcom a dcmagogia€lcitoral. O
pÍogÍama
cra
dc
inspiração
cristâ c rcformista,
c a sua €oria
ccn-
tÍava
na "pÌomoção do
homcm". Entrctanto,
cm
scus
fcitossobrc
â
cultuÍa
c
suas ormas
cstabal€cidas,
profundidade
do M.C.P.
cÍa maior. A comcçaÍ
p€lo
método Paulo
Frcirc,
dc alfabctização
dc adultos,
quc
foi dcscnvolvido
ncsta
oportunidadc.Estc
método,
muito bcm succdido
na
prática,
não
conccbca lcitura
como
uma
técnica
ndifercntc,mal
como força no
jogo
da dominação
social.
Em conscq0ência
rocurâ
ÂcoplaÍ
o accsso
o
camponês
palavra
cscritacom a
consciência
Ê
sua situação
polltica.
Os
pÍofcssorcs,
quc
cram cstudant€s,am
às comunidadçs urais,
e a
partir
da cxpc-
riência
viva
dos
moradorcsalinhavam
assuntos
palavras-chavc
"palavrasgcradoras",
na tcrminologia
dc P. Frcirc
-
guc
scrviriam
simullencamcntc para
discursão c âlfab€tização.
Em
lugar dc
ó8
sprcndcrhumilhado,
aos Íinta
aÍo6
dc dadc,
quc
o
vovô vê a
uva,
o trabalhadoÍ
uralcntÌav8,
c um
mcsmo
a$or
no
mundo
d88 è
tr.a Ê
no dos
3indicatG, da comütüção,
da rcforrna
sgÍáÍia' 3m
sumados
rcus ntcÍGrscs
istóricos.
Ncm o
profcsoor,
ncsta3itu8'
ção,
é.
um
pÍoífusional
urguês
uc
cnsina
simplcsmcntc
quc
ap̀ndcu,
oma situra
é um
proccdimcnto
quc
qurliliquc
sirnplcs"
mcnte
para
uma nova
proÍir3ão,
nem
as
palsvÍar
c muito mcnot os
alun6 são simplcsmcntc
quc
3ão.Cada um
d6t€s clomcnto
é
ttansformado
no
intcÍioÍ do método,
cm
quc
dc fato
pulsa
um
momcnto a rÊvoluçeo
ontcmporânca:
noção c
quÊ
mi éri8e
scu cimcnto.
o analfabcúsmo,
ão são acidcntGr
u rcsídüo,
mas
paÍtc intcgFadao movimento otinciÍo da dominação ocapital.
Assim conquista
olítics
ds
c8cÍita ompis
os
quadros
cstinados
ao cstudo,à tÍansmirsão
do sabcrc
à
conrolidação
a ordcrn
vigcn-
tc. Anslogamcntc
ara
o tcatÍo.
CcÍta
fcita o
Sovcrno
AÍÍaca
pro-
cuÍou
cstcnder cÍédito
agrlcola,
quc
cm dois
mcscs
ersou
a bene
ficiar
,O.üD
pcqucnos
gÍicultoÍrs cm
lugar dc
lOd)
aponar.
Gru-
po3
tcatrair
procuÍrvrm
então
os camponcscs,
nformgvam'rc
c
ultav8m
&amúizaÍ
cÍr| saguida s
prcblcmgs
s ino\/aeão.
um ca'
so
d.ú8,
qtgn
sia
o rutor?
Qtgn acnde?
A
bd.za
afudaadomt
ascl8sscs ominantos?
,t€ondc
vcm cla?
Com
o
público
mudavam
oi tcmas,
os matcrisis,
as
possibilidadca s
própÍia
6trutuÍa da
produçlo
cultuÍal.
Durantc srtc bÍcvc
pÊÍlodo,
cm
quc pollcia
c
justiça
não cstivcram
implasmsntc
scrviçoda
propÍicdadc
nota'
vclriicntc
cm
hrnambuoo),
8r
qucttõGs
o ums oultura
vcÍdadÊits'
mcntcdcmocrátisa
ÍotaÍ8m
por
todo
canto,na
maisalcgÍGncom-
patibilidadÊ
om
rr fotmar c
o
prcrtigio
da cultuÍ8
burgu6s.
Aliâs,
é difçil dar-rccontg,crncuavGrdgdsiÍ8 rtcnrão,d& cumplicidrdG
complcxa,
da complcmcntaridadc
uc
muit8s
Yczcs
xirte cntÍc
es
formac
accitas, rtlrticas
ou culturaís,
c 8 Íçprcrslo
policial'
Forem
trínp6
dc rlurta irrclcr,&rcia.
No Rio dc Jancirooo C.P.C.
Ccotro
Pojular de Cultura)
mpÍovisavam
catro
polÍtico
cm
portar
dc
fóbrica,sindicotor,
grêmior
crtudanú
c na favcls,comcçavam
fa'
zcr cincma
c lançrt
diloos, O
vGnto
ÍúrÊvolucionáÍio
ddcompaÌ-
timêntrvs
a consciência
acional
c
cnchia or
jornair
de
rsfonna
agfáÌia,
rgiteção
camponcts,
movimcnto
opcróÍio,
nacionglizrqio
dc omprcrar
emcrican$
ctc.
O
pals
6trva
irrcconhccivclmcntc
ntè
ligentc.
O
jornalirmo polltico
dtve
um cxtrsoÍdinúÌio
srlto na
gÍandcr
cidad6,
bcm
como
o humorirmo.
Mcamo
algum dcputr-
dos fizcram dircurror
com ntÊÍçslc'
Em
pcqucno,
cra a
produçlo
intclcctual
quc
comGçlvr
r€oricntsr
s tua
relseâo
qtm
l
ma ra .
6)
8/18/2019 SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
http://slidepdf.com/reader/full/schwarz-roberto-cultura-e-politica-1964-1969-in-o-pai-de-familia-e-outros 7/18
EnÚetanto
obreveio
golpe,
com
elea repressãoo silêncio
as
primeiras
emanas.
s
gcnerais,
m
&rte, ramadeptos e uma i-
nha
mais tradicional.
Em
Sâo Paulo,
por
exemplo,
crdade
ue
mais
arde,o comandante
o Segundo xército famoso ela
ex -
clamação e
que
almoçaria
esquerda ntes
que
ela
o
jantasse
promovia
omentado
aráu
itcrário,
em
quc
recitou onêtos
a la-
vÍa pateÍna,
no final,
nstado ela
sociedade
resente,
ambém
l-
guns
de
sua
própriapluma.
No Recife
M.C.p.
foi fechado
m se-
guida,
e
suasede ransformada,
omo
€ra ncvitável,
m
secretaria
da assistênciaocial.
A fase
mais
nteÍessante
alcsrs
da
história
brasilcíra
ecente avia-se
ornado
maiériapara
reflexão.
Agora,no rastro
da rcpressão
e
64,eÍa
outra
camada
eológi-
ca do
país
uem
inha
a
palavra.
Corações
ntigos,
scâninhosa
hinterlândia,
uem
vos
conhccc?"
á no
pré-golpe,
edianie orte
aplicâção ecapitais
ciência ublicitária,
direitaconseguirati -
var politicamente
s sentimentos
rcaicos
a
pequena
urguesia.
Tesouros
e besticc
ural
c urbana sairam
à rua, na forma dâs
"Marchas da famili a,
om Deus
pela
Liberdade",movimentavam
petições
ontra
divórcio, cforma
agráriae comunização
o
clero,
ou ficavam
m casa
mesmo, czando
"Terço
em
Familia",
espécie
de rosáriobélico
para
encorajar s
generais.
eusnão deixaria e
atendeÍ
tâmanho
lamor, úblico
e caseiro, de atocaiuemcima
dos comunistas.
o
pós-golpc,
correnleda
opinião
vitoriosa
e
avolumou,
enquanto
repressão
alavao movimento peÍáÍioe
camponês.
uriosidadcs
ntigas ieram
à luz,estimuladas
clo
n-
quéÍitopolicial-militar
uc
csquadrinhava subversão.
O
profes-
sor de ilosofia credita m Dcus? O senhor abenteiraa letrado
Hino Nacional?
Mas
as meninas, a
Faculdade,ão
virgens?
E
se
oÍem
prâticantes
o
amor
ivre?
Será
que
o meunomeestava
na listados
que
riam para
o
paredão?
udo
se esumia as
pala-
vras
de aÍdente
x-libeÍal: Há
um
grandioso
rabalho
à
frente
da
ComissãoGeral dc
Investigações".a
provincia,
onde
houvesse
ensino
superior,o Íesscntimento
ocâl misturava-se
e interêsse:
professores
o secundário advogados
a eÍÍa
cobiçavam
s
pos-
tose oÍdenados o
ensino niversitário,ue
via
de
egra
ramde i-
cenciados a capital.
Em Sâo Paulo,
speakers e rádio
e televisão
faziam
errorismo
olíticopor
conta
própria.
O Governador
o Es-
tado,umaencarnação
e Ubu. nvocava
eguidamenteVirgem
s€mpre o microfone
a
quem
chamava adorávelcÍiatuÍa".
O
Ministro
da Educação ra a
mesma igura
que
há
poucos
nos
ex -
'to
purgara
biblioteca a
Universidade o Paraná, €
que
entãoera
Reitor;
naquela casião
mandara
rrancaÍ
as
páginas
morais
do s
romances e Eçade
Queiroz.
Na
Faculdade
eMcdicina,
m
grupo
inteiro
de
professoresoi expulso
por
outÍo,
menoscompetente,
que
aproveitava
marola
policialpara ajuste e ancores ntigos.
Em menos
alavras: o conjunto
eseus Íeitos
ecundários,
gol-
pe
apresentou-seomo uma
gigantesca
olta do
que
a moderniza-
ção
havia elegado; revanche a
provincia,
os
pequenos
roprie.
tários, os
âtosde missa, as
pudibundas,
os
bacharéis
m eietc.
Paraconceber tamânho
esta egÍessão,embre-se
ue
no tempo
de Goularto debate úblico stivera enlrado m reforma grária,
imperialismo,
aláriominimo
ou voto
do analfabcto,
mal ou bem
resumira, ão a experiência
édia
do
cidadão,masa experiência
organizada
ossindicatos,perários
rurais, as
associações
atro-
nais
ou estudantis,
a
pequena
urguesia obili zada tc.
Por con-
fuso e tuÍvado
que
fosse, eferia-se
questões
eaise fazia-se
os
termos
qu€
o
proccsso acional ugeria, e momentoa momento,
aos
principais ontendores. epois eó4 o
quadro
é outro.Ressur-
gem
as
velhas
órmulas
ituais,
nteriores
o
populismo,
m
que
os
setoÍes
arginalizadosmais
antiquados
a burguesia scondem
sua alta de contato om o
que
se
passa
o mundo:a
celula
a na-
çâo
é
a
família,
Brasil
é
altivo,nossasradiçõesristãs,rases
ue
não mais refletem realidade
alguma,
embora sirvam
de
passe-
pariout para
a afetividade de cauçâo
olicial-ideológicaquem
fala. À sua maneira,
contÍa-revoluçãoepetia
que
havia eito
boa
parte
da
mais eputada
oesia
rasileira este éculo;
cssusci-
tou o cortejodospreteridos o capital.PobÍes spoetas, ueviam
seus ecantados
aiorEs
m
procissão,
randindo
acetes suando
obscurantismo
ntretanto, pesar e
vitoriosa,
sta igados
venci-
dos nâo
pode
se mpor,
s€ndo
osta
de adoem seguida
elos
em-
pos
e
pela
politica ecnocráticao novo
governo.Fez
contudo
or -
tuna artistica inda
uma vez,
em
forma de assunto. eu aciocínio
está
mortalizado nos
rês volumesdo Febeapá sigla
para
Festiva.
de
Besteira
ue
Assola Pais antologia ompilada
or
Sianislaw
Ponte-Preta.
de maneira
ndireta,
o cspetáculoe
anacronismo
social,de cotidiana
ântasmagoria
ue
deu,
preparou
a
matéria
para
o
movimento ropicalista
,
uma
vaÍiante
rasileira comple-
xa do Pop, na
qual
se econhece m núrnero crescentc e
músicos,
escritorcs,ineastas,nccnadores
pintores
c
vanguaÍda.
diante
tentarei presentá-la.)
suascgunda hance, sta
iga veio a tê-la
I
8/18/2019 SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
http://slidepdf.com/reader/full/schwarz-roberto-cultura-e-politica-1964-1969-in-o-pai-de-familia-e-outros 8/18
agora
€m ó9,
associada o esforço
policiale
tloutrinário dos milita-
rcs,
quc
tentam construir uma ideologia
para
opor à
guerra
evolu-
cionária nasccnte.
Porém voltemos
a
ó4.
O Governo
que
saia do
golpe,
contrariamcnte
pequena
urguesia
â
burguesia ural,
que
clc mobilizara mas
não
ia representar,
ão era atrazado.
Era
pró-
amcricanoe anti-popular,
mas moderno.
Levavaa cabo a int€gra-
ção
econômica militarcom
os E.E.U.U.,a
conc€ntraçâoa racio-
nalização
o capital. Neste
sentidoo relógio não
andara
para
rás,e
os cxpoentes
da
propriedade
privada
rural e suburbana
não esta-
vam
no
poder.
Que
interesse
odc
t€r um tecnocrata,
omospolita
por
definição, ossentimentosuc azem hinterlândiamarchar?
Muito
mais nteressantc
ver o
que
vêm
os seus
colegas m Lon-
dres,Nova
York e Paris,
Hair, Marat-Sade,
Albee
e
mesmo
Brecht.
Da mesma orma,
quando
marchavam
pelas
uas
contra o comu-
nismo,em saia,blusa
e salto baixo, as damasda sociedade ão
pre-
tendiam renunciar
às
suas
ualetesmais
elaboradas.A
burguesia
€ntregouaos militares
a
Presidência
laRepúblicae lucrativos
pos-
tos na administÍação,mas
guardavapadrões
nternacionais
e
gos-
to. Orâ, nestemomento a
vanguarda
ultural do
Ocident€ rata de
um só assunto, apodrecimento ocialdo capitâlismo.Por sua
vez,
os militares
quase
não traziam
a
público
o
seuesforço deológico
o
qual
será
ecisivo
â
etapa
ue
se niciaagora
pois
dispondo a
força dispensavam sustentação
opular.
Neste
vácuo,
oi natural
queprevalecessem
mercado a liderança
osentendidos,
ue
de-
volvcram
a iniciativa
quem
a tiverano
governo
anterior.
A
vida
culturâl
entrava€m movimento,com asmesmas
essoas
e scmpre
e uma posiqão lteradana vida nacional.Atravésde campanhas
contra
orturâ,
apina
americana,nqueritomilitar
€ estupidez os
censores, inteligência o
país
unia-se triunfavamoral e intelec-
tualmente
sobreo
governo,
com
grande
efeito de
propaganda.
So-
mcntcem fins
de ó8 a situação
olta
a semodificar,
uando
é ofi-
cialmcnteeconhecida
cxistênciae
guerra
evolucionáriao Bra-
sil. Paraevitar
que
elase
popularize,
policialismo
orna-se
erda-
dciramcnt€
csado,
om delação stimulada
protegida,
toÍtuÍa
assumindo
roporções
avorosas,
a
imprensa
c
boca cchada.
Crescc m
decorrência
pesoda
esferadeológica,
que
se radu-
ziu
em
profusâo
e bandeiras acionais,olhetos
e
propaganda,
na
instituição e cursos e
ginástica
civismo
ara
universitários.
Subitamenteenascida,
m
toda
parte
seencontra fraseologia o
patÍiotismo
rdeiro.
Que
chanceem o
govcrno
e orjaruma deo-
11
logia
nacional
cfctiva?Sc
precisa
dela, é som€nte
para
enfÍcntaÍ
a
subversão. outro caso,
preferia
dispcnsá-la,
ois
é
no
ess€ncial
m
governo
associado o impcrialismo,de dcsmobilização
opular e
soluções écnicas, o
q'ual
odo compromisso deológico
verificável
parecerá
empre
um entrave.Além disso há também a
penetração
instituÍda
e maciçada cultura dos
E.U.A.,
que
não
casa
bem com
Deus,
pátria
c família, ao menosem suaacepçâoatino-americana.
Po{tanto, a
resistência difusão
de uma ideologia
d€
tipo
fascista
está na força
das coisas.
Por
outÍo
lado, dificilmentc ela estará
na
consciência
iberal,
que
teve
s€us
momentosde
vigor depoisde ó4,
masagoraparcccquase€xtinta. Em ó7,por ocasião egrandesmo-
vimentações
studantis,
oi
trazida a São
Pauloa
polícia
das docas.
A suabrutalidade inistÍa, otineiramcnte plicada os rabâlhado-
res,voltava-se or
um mom€ntocontra os
Íilhos da burguesia, au-
sando€spanto revolta.Aquela
violência
era desconhecida
a cida-
de
e ninguém supusera
que
a defesado
regimeneccssitassee tais
espccialistas.
ssim também hoje. Contrafeita,
a burguesia ceita
a
programação
ultural
que
he
preparam
s militares.
Sistcmatizando
m
pouco,
o
quc
sc rcpctc
n€stas
das e
vindas
é
a
combinação,
em momontosde crise,
do modcrno e
do antigo:
mais
pÍecisament€,
as
manifestaçõ€s ais avançadasa
integra-
ção
mperialista
ntcrnacional da
dcologia urgucsa aisantiga
e obsoleta
centrada o indivíduo,na unidade amiliare em suas
tradições.Superficialmente,
sta combinação ndica apenas
a
coe-
xistência e
manifestaçõesigadas diferentes
ascs o mesmo rste-
ma.
Não
interessa
qui,
para
o
nosso Ígumcnto, famosa
arìc-
dade
cultural do
país,
em
que
dc fato
sc
cncontÍam cligiõesafÍica-
nas, ríbus ndígenas,
rabalhadores casionalmente
€ndidos
al
como
escravostrabalho
meias complexos
ndustÍiais). impor-
tante
é
o carátcr
ist€mático
esta oexistência,seusentido,
ue
podevariar.
Enquanto
a ascGoulart
a modernização
assaria
e-
las elações
c
propriedade
podcr,
e
pela
deologia,
ue
deveriam
ceder
pressão
as
massas
das
neccssidades
o desenvolvimento
nacional,
golpe
de64 um dos
momentos ruciais a
gucrra
ria
firmou-se
ela
derrotadeste
movimento,
través a mobilizaçâo
confirmação,
ntÌe
outras,das
ormas radicionais localistas c
rì
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poder.
Assim
a ntcgraçãompcrialista,
ue
em scguida
modcrnizou
para
osseus
Íopósitos
cconomia
o
país,
cvive
tonifica
pârtc
do
arcaismo
deológico político
c
que
nccessita
aÍa
a
suacstabi-
lidade.
De obstáculo
resíduo,
arcaísmo assa
instÍumcnto
nten-
cional
da
oprcssãomaismodcÍna,
omo aliás
a
modcrnização,
e
libertadora
nacional
assa
forma
de
submissão.
€stas
ondi-
ções,
m
ó4 o
p€nsamcnto
asciro
lçou-sc
eminência
istórica
Espetáculo
cabrunhador
spccialmenteara
os ntelectuais,uejá
se
tinham
desacostumado.
sta
experiência,
om
sua ôgica
pró-
pria,
deua matéria rima
a
um cstilo
artísticomportante,
o
ropi-
calismo,
qve
refletevaÍiadamcnte
a scu respeito, xplorando c de-marcando manova
ituaçãontelectual,
rtística
declasse.
cnto
em segutda
m
esquema,
em
quaÌquer
crteza, e
suas inhas
rin-
crpais.
rriscando
mpouco.
alvez c
possa
izerquc
o efeito-bási-
co
do lropicalismo
está
ustamente
na
submissão
e anacronismos
desse
ipo,
grotescos
primeira
vista,
nevitáveis
scgunda, luz
branca
o ultra-modcrno,
ransformando-se
resultado
m
alego-
ria
do Brasil.
A reserva
c imagcns
emoçòcs róprias
o
paispa -
triarcal,
ural€
urbano,
exposta
forma
ou técnica
mais
avançada
ou na
modamundial
música
letrônica,
ontagem
isensteiniana,
côres
montagem
o
pop,
prosa
de Finnegans
Wake,
ena o
mes-
mo
tempocrua
e alcgórica,
tacando
isicamente
platéia.
É
nesta
diferença
nternaque
estáo brilho peculiar.
."r.ã
d. registro
a
imagem
ropicalista.r
O resultado
da combinação
estridente
com_o
m
segredoamiliar
razido
à rua,
comouma
Íaição
declas-
se.
E literalmente m
disparate
c
cstaa
primeira
mpressão
em
cujodesaccrtoorém stá ìgurado m abismo istóricoeal,acon-
jugação
de
etapasdiferentes
o desenvolvimento
apitalista.
ão
muitas
s
ambigüidadcs
cnsões esta
onstrução.
veículo
mo-
derno
e
o
conteúdo
arcaico,
maso
passado
nobre
eo
presente
com€rcial; or
outro
ado,o
passado
níquoe
o
presente
autônti_
co; etc.
Combinaram-sc politica
e uma
espécie oletiva
e
exibi-
cionismo
ocial: força
artística
he vem
de citar
sem
conivência
como
se
viessem
e MaÍte,
o civismo
a moral
que
sairamà
rua
-
mas
om nt imidade,ois
Marte ica
á
emcasa
e
vem
ambem e
uma
espécie
e delaçâo
morosa,
ue
Íaz aos
olhos
profanos
e
um
público
mcnos
cstrito os arcanos amiliares
e dc classe.
Noivas
Datéricas,
semblântes
scnâtoÍiâis,
frascs dc
implacável
digni-
dade,
paixões dc tango,
-
sem a
Proteçâo
da distância
social
e
do
prestigio
de seu contcxto, c
gravadasnalguma matéria
plástico-
metálico-fosforesccnte
€lctrônica,
cstas i8uÍas
refulgemestranha-
mentc,e
fica
incerto sc cstâo
dcsamparadas u são
maliSnas,
pron-
tas
para
um fascismo
qualquer.
Aliás, cste
undo de
imagens
radr-
cionais c
muitas
vezes
cprcscntadoalravés
dc
seusdscalqucs
em
rádio-novela,
opereta,casino
e conSêncÍcs,
que
dá
um dos
melho-
res efeitos
do tropicalismo:
o
antigo
e
autêntico
era ele
mesmo
ão
faminto de efeitoquanto o debochecomercialde nossos ias,
com
a
diferença
de cstar
ora dc moda; é como
sc a um
cavalheiro
de
caÍ-
tola,
que
insistisse m sua
sup€rioridade
moral,
Íespondess€m
ue
hoje ninguém
usa mais chapéu.
Sistematizando:
crista
da onda,
quc
é,
quanto
à forma,
ondc os tropicalistas
cstão,
ora alinha
pelo
esforço
crítico, ora
pclo
succsso
o
que
se1a
mâis recente
nas
gran-
descapitais.
Esta ndifercnça,
este
valor absoluto
do novo,
faz
que
a
distincia
históricaentre
técnica tema,
ixada
na imagem-tipo
do
tropicalismo,
possa
anto
cxpÍimir
ataqueà reação,
quanto o triun-
fo dos netos
citadinos sobrc
os avós
ntcrioranos,o
mérito
irrefutà-
vel de ter
nascido depois
e ler revistasestrangeiras.
obre
o fundo
ambíguo da
modcrnização,
é incerta
a linha
entre sensibilidade
oportunismo,
entÍe crítica
c integraçâo.Uma
ambigüidade
análoga
aparecc
na conjugação
de crítica social
violenta
e comercialismo
atirado,
cujos resultados
podem
facilmcnte
ser confoÍmistas,
ma s
podcm
também,
quando ironizam o seu
aspecto
duvidoso,
rcter a
figura mais ntima e dura dascontÍadiçõesda produção intelectual
presente.Aliás, a
ulgaÍ
pela ndignaçãoda
direita
(o quc
não e tu-
do), o lado
irreverente, scandaloso
comercial
parece
er
lido' en-
tre
nós, mais
peso político
que o Ìado
politico delibcrado.
Qual
o
lugar socialdo
tropicalismo?
Para
apreciá-loé
necessária
amiliari-
dade
mais rara
para
algumas
ormas de
aÍte e menos
Para
outras -
com
a moda
inteÍnacional.
Esta
amiliaridade.scm a
qual
sc
perde-
ria a
distância,
a noção
de impropriedade
diantc da
heÍança
pa -
triarcal.
é
monopólio
de universitários
e
afins,
que por
meio dela
podem
alar
uma inguagem
xclusiva.
Como
á
vimos,
o tropicalis-
mo
submete
um sistema
de
noções eservadas
prestigiosas uma
linguagem e
outro circuito
e
outra data,
operaçâode
que
derivao
seu
alento
desmistificador
e
esquerdista.
Ora, tambem
a segunda
linguagem
é reservada,
mbora
a outro
grupo.
Não
se
passa
o
par-
I
Nos
cã\os
cm
quc
o c jcmcnlo
..ant iquado..
é reccnlrsstmo
rnternactonal
oq hábt_
ros
nco-tosscts
a soctcdadc
di lâ dc cr
mcnte
com lbrmas
do
pop.
oDsumo
o troplcal jsmo
coiDcid€
imples-
-t4
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ticularao univeÍsal,
as
dc uma
csfcra
outra,
vcrdade
uepoliti-
camcntc
muito mais
avançada,
uc
cncontra
í uma orma
dc den-
tificação.
Mais ou menos,
abcmos
ssim
a
quem
ala
este stilo;
masnão
sabemos
inda
o
quc
clediz. Diantc
dc umâ
magem
ÍopF
calista,
diante do
disparate
paÍcntemcnte
urrcalista ue
resulta
da
combinação uc
descrevemos,
cspectador
intonizado
ançará
mão
das rases
a moda,quc
seaplicam:
irâ
que
o
Brasil ncríve-,
é
a
fossa,
é
o fim, o Brasil
é
dcmais.Por
meio
d€stas xpressões,
m
quc
simpatia
e
dcsgosto
stão ndiscerníveis,
ilia-se
o
grupo
do s
que
êm
o
"scnso"
do
carátcr
nacional.
oÍ
outÌo
ado,este
lima,
esta
essênciampondcrável
do
Brasil
é dc construção
implcs,
ácil
de rcconheceru produzir. rata-se e um Lruque e inguagem,e
uma
órmula
para
visão
sofisticada,
o alcance
e muitos.
eual
o
conteúdo
este nobismo
e
massas?
ual
o
sentimento
m
que
se
reconhecc
distingüe
sensibilidade
ropicalisra?
ntreparêntesis,
scndo
imples ma
órmula
nâoé necessariamente
uim.
Como
ve -
remos
adiante, efeito
ropicalistaem
um fundamento
istórico
profundo
e interessante;
mas é
também ndicativo
de uma posição
dc classc,
omo
veremos
gora.
Voltândo:
por
exemplo,
no
rnétodo
Paulo
Frcire
estão
pÍcscntes
o arcaísmo
a consciência
ural
e a re-
flcxão
cslrccializada e
um alfabetizador;
cntÍetanto,
a dcspeito
dcsta conjunção,
nada
menos Íopicalista
do
quc
o
Método.
por
que?
Porque
a oposição
entÍc
os s€us cÍmos não
é insolúvel:podc
havcr alfabctização.Para
a imagcm
Íopicalista, pelo
contrário,
é
cssencial
ue
a
ustaposição
c antigo
c novo
seja ntre
onteúdo
e técnica,
scjano intcrior
do contcúdo
componha
um
absurdo,
es-
tcja
em
forma dc aberração, que
sc
referem
a melancolia
e o hu-
moÍ dcstccatilo. Noutras palavras,para obtcr o seu€feitoartístico
c
crítico
o
tropicalismo
rabalha
com a conjunção
esdrúxulade ar-
câico c modcrno
qu€
a
contra-Ícvolução
cristalizou,
ou
por
outÍa
ainda, com
o
resutrado
s.
aíle.Íior cntativa
racassada
e moderni-
zaçãonacional.
Houvc um
momcnto,
pouco
antcs
c
pouco
depois
do
golpc,
cm
quc
ao mcnos
para
o cincmavalia
uma
palavra
de
or-
dcm cgnhada
por
Glaubcr
Rocha
(quc
parccc
cvoluir
para
longc
dcla): "por
umâ estética
da fomc". A
cla ligam-scalguns
dos mc-
lhorcs
ilmes brasilciros,
Vidas
Secas,Deus o Diobo
e Os Fuzis
m
particrr;4Í.
Rcduzindoao
cxtÍcmo,
pod€-sc
izcr
quc
o
impulso
dcs-
ta
cstéticâé rcvolucionário.
O artista buscaria
a sua orça
e moder-
nidadc
na Êtapa
prcscnte
da vida nacional,
e
guardaria
quanta
nde-
pcndência
ossc
possívcl
cm facc
do aparclho
ccnológico
e econô-
76
mico. em últ ima anál ise cmprcorientado
pelo
inimigo. A direçà<.t
tronical ista inversa:
cglstra.
(,
ponto
de
vista
da
vanguarda
du
moda rnternacionars.om seus
rcssuposlos
conômrcos. omo
coi-
sa aberrant€,o
atrazo
do
pais.
No
primeiro
caso,
a
técnicaé
politi-
camcntedimensionada.No scgundo,
o seuestágio nternacional
é o
oarâmctro
aceito dâ
rnfelicidadenacional: nós, os
atualizados.os
articuladoscom
o circurto
do
capital,
falhada a tenlativa de
modeÍ-
nização
social
fcita de cima.
reconhecemos
u€
o
absurdo é
a alma
do
pais
e a nossa.
A noçâo
de uma
"pobreza
brasileira".
que vitima
igualmentea
pobrc
e ricos -
própria
do tropicalismo
-
rcsulta
de
uma
generalização
emelhantc.Uns
índios
num descampadomtse-
rável. i lmados em tccnicolor humoristico, uma cristaleirano meio
da auto-estradaasfaltada,
uma
fcsta
grã-fina,
afinal
de contas
pro-
vinciana.
em tudo estaria
a mesma
miséria.Esta noção de
pobreza
não é
evidentemente
dos
pobres,para quem
falta de comida e
de
estilo não
podem
seÍ
vexames
equivalentes.
Passemos ntretanto
à
outra
qucstão: qual
o fundamento histôrico
da
alegoria ropicalis-
ta Respondendo, staríamos
xplicando
ambém o
interèsse
erda'
deiramente
notável
quc
cstas magens êm.
que
rcssalta
de
modo
ainda
mais surpreendente
se ocoÍre serem
parte
de uma obra
mediocre. A coexistência
do antiSo
e
do
novo é um ÍaÌo
Scral
(c
sempre sugestivo)
de todas as
sociedades apitalistas
e
de
muitas
outras
tâmbém. Entretanto,
para
os
países
colonizados e dcpots
subdcsenvolvidos,
la
écentralc
tcm força de emblema. sto
porque
cstes
países
oram
incorporados ao
mercado mundial - ao
mundo
moderno
-
na
qualidadc de econômica
e socialmenteatrazados.
de
fornecedores e
matéria
prima
e trabalho
barato. A
sua
ligaçâo ao
novo se faz atravlJ, estruturalmenteatravés de seu atrazo social,
que
se eproduz em
lugar dc sc
extingüir.
Na
composiçâo
nsolúvel
mas funcional dos dois
têÍmos,
portanto,
es á
igurado um destino
nacional,
que
dura dcsdc
os nícios.Aliás,
cultivando a
"latinoame'
ricanidad"
-
cm
quc
lcnuemcntc
cssoa
o ca Íáter contincntal da
rc '
volução
o
quc
no Brasil
dc fala
portuguesa
é raríssimo,os tropica-
listas
mostÍam
quc
têm
consciência
o alcancede scu cstilo.
De fa'
to,
uma
vez
assimilado
cste
scu
modo de
ver,
o conjunto da
Améri-
ca
Latina é tropicalista.
Por
outro
lado, a
generalidade
este
csquc-
L
Para ma
xposiçãompls
cstas
oç&s,
cÌGundcr
Frank, ?divelopp.mcnt
u
sous-dévcloppcment,
a Capilalisma
.t tous'dáveloppem.nt
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ma
é tal,
que
âbraça odosos
países
o
continente
m odâs s
suas
etapas
istóÍicas,
o
quepoderia
areceÌ
m defeito.
O
que
dirá do
Brasil
de ó4 uma
fórmula gualmente
plicável, or
exemplo,
o
século
XIX
argcntino?
Contudo,
porque
o tropicalismo
ê alegórict
a falta
de especificação
ão
he é fatal
seria,
um estilo imbólico).
Se no
símbolo,
squematicamente,
orma e conteúdo
ão ndisso-
ciáveis,
eo símbolo
"aparição
ensível"
por
assim
izernatura.
da déia,
na alegoria
relação
ntre
a
déia
e as magens ue
devem
suscitá-la
externa
do
domínioda convenção.
ignificando ma
idéiaabstÍata
om
que
nada
êm
a
ver,
os elementos
e
umaaleso-
ria
nãosão
ransfigurados
rtisticamente:ersistem
asuamater]a-
lidadedocumcntal, ãocomoqueescolhos ahistória eal,queé a
sua
profundidade.
Assim.
é
ustamente
o
esforço
e
encontrar
matéria
ugestiva
datada
coma
qual
alegorizam
..idéia"
intem-
poral
de
Brasil
que
os
tÍopicalistas
êm o
seumelhor
esultado.
DaÍ
o caráter
e nventário
ue
êm ilmes,
eças
cançõesropica-
lrstas,
ue
apresentam
uanta
matéria
ossam,
ara que
esta
ofra
o
pÍocesso
e ativação
lcgórica.
roduzido
anacronismo
com
seuefcito
onvencionalizado,
e
qu€
sto
sejaBrasil
os eadyma-
desdo
mundopatriarcal
do
consumombecil õem-se
significar
por
contaprópria,
emestado
ndecoroso,
ão estetizado,
ugerindo
infinitamente
ssuas
istórias
bafadas,
rustradas,
ue
não
chegâ-
remos
a conhecer.
imagem
ropicalista
ncerra
passado
a
or -
ma
de males
tivos
u ressucitáveis,
sugere
ue
sãonosso estino,
razão
pela
qual
não
cansamos
e olhá-la.
Creio
que
esleesquema
vrgora
mesmo
uando
imagem
cômica
pr imeira
is ta. ,
*t ,
Comcntando lgumas
asas
ostcriores
ó4, construídas or
arquitetos vançados,
m crítico
observou
ue
eram
uins
de morar
porque
a sua
matéria,
principalmente
concreto
aparente,
ra
muito bÍuta, e
porque
o
espaço stava xccssivamcntcctalhado
racionalizado,em
proporção
omas inalidades
c
uma
casa
ârti-
cular. Nesta
dcsproporção, ntretanto, stariaa sua
honcstidade
cultural.o scu estcmunho
istórico.Duranteos anos
dcscnvolvr-
mentistas,
igada Brasilia àsesperançaso socialismo, aviama-
turado a consciênciao sentido oletivista a
produção
rquitetô-
nica.Ora,
para qucm
pcnsara
a construçãoacional barata, m
grande
scala, o interior
dc
um movimento edemocratizaçãoa-
cional,
araquempensara o
abirintodas mplicaçõcsconômico-
políticas
ntrc ecnologia
imperialismo, projetopâra
uma casa
burguesa inevitavelmente
m
anti-climax.
Cortada
a
perspectiva
políticada arquitetura, cstava ntretanto formação ntelectual
que
ela
deraaosarquitetos,
ue
riam orturaro espaço, obrecarre-
gar
de ìntenções experimentos
s
casinhas
ue
os amigos ecém-
casados,om algum dinhciro,
às
vezcs
hes
encomendavam.
ora
de seu ontexto d equado,
ealizando-se
m esfera estrita na or
ma
de mercadoria,
racionalismo Íquitetônico
ransforma-scm
ostentação
e bom-gosto
incompatível om a sua
direção
rofun-
da
-
ou em símbolo
moralista nconfortável a revolução
ue
não
houve.
Esteesquema,
liás, om mil
variações
mbora,
ode-se
e-
neralizar
ara
o
periodo.
O
proccsso
ultural,
que vinha
extrava-
zandoas ronteiras eclasse o critériomercantil,oi reprezado m
64. As soluçõesormais,
rustrado
o contatocom os explorados,
para
o
qual
se orientavam,
oram
usadas m situaçâo
para
um
público
a
que
não se
destinâvam, udandode
sentido.
De revolu-
cionárias
assaram
símbolo
endável
a revolução. oram riun-
falmente colhidas
elos
studantes
pelo
públicoartistico
m
ge -
ral. As formaspolíticas, suaatitudemaisgrossa, ngraçada di-
dática,cheias o óbvio materialista
ue
antes
ora de máu-tom,
transformavam-sem
símbolo
morql da
política,
e era
este
o seu
conteúdoorte.O
gesto
idático,
pesar e
muitas
ezes
implório
nãoensinandoada lém o evidente
sua
platéia
ul ta
que
exis-
ta imperiafismo,
ue
a
ustiça
é de classe
vibrava
comoexemplo,
valorizava que
à culturaconÍinada âoera
permitido:
contato
politico
com
o
povo.
Formava-sessim m comércio mbiguo,
ue
de um lado
vendia ndulgên cias fetivo-politicas classemédia,
ldé ia e
vocabulário
são eÍnpÍestados
qui ao esludo de WalteÍ
Benjamin sobÍe o
dramâ barroco
alcmão. cm
que
sc teoriza a repeito dâ â legoria.
2. Alduns representantes
csta inhasão,
paraa
músjca.GilbertoGjl
eCaetanoVc-
foso;
para
o tealro
José Celso Martinez Correia. com
O Rei da
Vela
e
Roda
yita.
no cinema
há efementos de tÍopicalìsrno
em
Ma.unaíma
de
Joaquim PedÍo. Or
Herdciror ó. Catlos Diegtres, Rrcsil
ano
2000
de
Walter
Lima
Jí., ?.€rta etn Tron-te
e Ántonio das Morrer dc
ClaubeÍ Rocha.
78
Ì.
Sc.Srio
erro
Pereira,
Arquit€túÍâ
Novâ" n Â"vÀr, Teo a?Prólìrut' l ,S.PÀu'
lo,
196'l
79
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mas
do outro
consolidavâ atmosfcra
deolôgica
c
quc
alamos o
início.
A infinita
repetição
c argumentos,
onhccidos
e
todos
nada mais
rcdundante,
primcira
vista, quc
o tcatro
logo cm segui-
da ao
golpc
-
não eÍa redundantc:
cnsinava
quc
as
pessoas
onti-
nuavam
á c não haviam
mudado
de opinião,
quc
com
cito
se
podc-
ria
dizcr muita coisa,
que
cra
possívcl
orer um risco. Nestes
spe-
táculos, a
quc
não
comparcciaa
sombra de um
operário, a inteli-
gencia
dcntificava-se
om os
opÍimidosc reaíìrmava-sc
m dívida
com elcs,
m
qu€m
via
a sua
cspcrança. avam-sc
ombatesmagi-
nários vibrantcs
desigualdadc,
ditaduÍa
e aosE.U.A. Firmava-
se a convicçãode
quc
vivo
c
poético,
hoje,
é o
combateao capital
e
ao imperialismo.Daí a importânciadosgêneros úblicos,dc teatro,afichcs,
música
popular,
cincma e
ornalismo,
que
transformavam
est€clima
em
comício
e fcsta,
cnquanto
a
litcratura
propriamente
saiado
primçiro
plano.
Os
próprios
poetas
entiam ssim. um
de-
bate
público
r€c€nte,um
acusava utro
de
não
ter um veÍso
capaz
de levá-lo
à cadeia.
Esta
procúração
evolucionária ue
a cultura
passava
si mcsmae sust€ntou
por
algum
tempo
não ia natuÍal-
mcnt€
scm
contradiçõca.Algumas
podem
ser
vistas
na evolução
teatral do
pcríodo.
A
primcira
rcsposta
o
tcatro ao
golpe
oi musical,o
qucjá
cra
um
achado.No Rio dc Janciro, Augusto
Boal
-
diÍetoÍ
do
Teatro
de Ar€na dc S. Paulo,o
grupo
quc
maism€tódicae
prontamcnte
se
rcformulou
-
montava o show Opinião.Os cantores, ois de origem
humildc
e uma €studante c Copacabana, ntremeavam
história
de sua
vida
com
cançõcp
uc
calhasçm
bcm. N€stG
nÍcdo,
a músF
ca rcsultava
principalmentc
como rcsumo,autêntico,dc uma expc-
riência social, como a opinífu quetado cidadão tcm o dircito de for-
mar
€
cantsr, mcsmo
quc
a ditadura não
qucira.
dcntiÍicavam-sc
assim
paÍa
cfcito
idcológicoa música
popular
-
quc
é com o futebol
a manifcstação hcgadaao
coração
brasilciro
-
c a dcmocracia,o
povo
c a autcnticidad€,
ontÍa o rcgimc dos militarcs.
O
succssooi
rctumbantc. Dc mancira mcnos nv€ntiva o mcsmo
csqucma
ibc-
ral, dc rcsistência ditadura, 8€Íviaa
outro
grandc
suc€sso,iàer-
dade,Libcrdade,
no
qual
cra
apÍcscntada
uma antologia ocidcntal
dc tcxtos lib€rtários, dc
Yl
a.C. a XX A.D. Apesar do tom
quasc
cíyico
d6tcs dois
cspctâculos,
c conclamaçãoe
encorajamcnto,
era ncvitávcl um ccrto mal-cstarBtético c
político
diant€
do total
acordo
quc
sc
produzia
cntrc
palco
c
platéia.
A
ccna não
cstava
adiantc
do
público.
Ncnhum
clcmcnto
da crítica
ao
populismo
ora
absorvido.A confirmação ccíproca o cntusiasmo
odiam
scr
m-
80
portantes
e oportunosentão,cntretânto cra
vcrdade
ambém
que
a
esqucÍdavinha dc
uma dcrrota,
o
que
dava um tÍaço
indevido de
complacência o delírio do aplauso.Se
o
povo
é corajoso
c
inteli-
gente,por que
saiu batido?E sc
oi
batido,
poÍ quc
tantâ congÍatu-
lação?
Como
vcremos,
falta dc rcsposta
politica
a G6tâ
uestão
i-
Íia
a tÍansfoÍmaÍ-sc
em limit€ cstéticodo T€atro dc Arena.
Rcdun-
dante ncstc
poírto,
Opiniãoera novo
noutros
aspcctos.Scu
público
era muito mais
estudantil
ue
o costumeiÍo,
alvcz
poÍ
causa a
música,
portanto
mais
politizado
nteligent€,
aí
cm diantc,
ra -
ças
ambém ao contato organizado
com
os
grêmios
cscolarcs,
sta
passou
s€r
a composição ormal da
platéia
do tcatro dc
vanguar-
da. Em conscqüênciâ umentouo fundo comum dc cultura entre
palco
e
espcctadores,
que pcrmitia
alusividadce agilidade,
princi-
palmcntc
cm
política,
antes
dcsconhccidas.
ccm
mcio à suja irada
de
um
vilão repontavam
as
Íasesdo
último
discurso
presidencial,
teatÍo
vinha
abaixode
prazcr.
Essâ umplicidadecm,
é certo,um
lado fácil e tautológico; mascria o espaço €atral
-
quc
no BÍasil o
teatro comercial
não havia
conhecido
para
o aÍgumcnto
ativo, li-
vrc
dc
litcraticc. Dc modo
gcral
aliás, o contcúdo
pÍincipal
dcstc
movim€nto eÍá sido uma transformação
dc
forma, a
alteraçãodo
lugar socialdo
palco.
Em
continuidade
com
o tcâtro dc agitaçãoda
fase
Goulart,
a cenae com cla
a
língua e a cultura foram despidas
de
sua
clcvação
esscncial",
ujo aspccto deológico, c oÍnamcnto
das
classcs ominantes, stava
a
nú. Subitamcntc, bom tcâtro
que
duÍantc
anosdiscutira €m
portuguê
de
escola
o
adultério, a
liber-
dâdc, a sngústia,
parecia
ecuadodc uma era. Estava
cita
uma €s-
pecic
de rcvoluçãobrechtiana,a
quc
os ativistasda diÍcita, no
intui-
to d€ rcstauÍaÍ a dignidadc das aÍtes, respondcramarrcbcntando
cenârios
c cquipam€ntos, spancando trizcsc atorcs.Scm
espaço
ritual, mascom maginação
e também
scm
grandc
radição
de mé-
tier e sematores
v€lhos
o tcatro estava
próximo
dos
cstudantcs;
não havia abismo de idadc, modo
de viver
ou formação. Por sua
vcz,
o movimcnto estudantil
vivia
o seu momento áurco, dc
van-
8uâÍda
política
do
pais.
Esta combinação ntÍc a ccna
"rebaixada"
e
um
público
ativista deu momcntos eatraiscxtraordinários,
c
rc-
punha
na ordcm
do dia as
qucstõcs
o didatismo. Em.lugar
de ofc-
ÍêceÍ
aoscEtudantcs
profundidadc
nsondávcl
c um tcxto belo ou
dc um
gÍandc
ator, o tcatro ofercciaJhcs
ma
colc.ção e argumcn-
tos
€ compoÍtamcntos
bcm
pcnsados, ara
mitaçâo, crítica ou rc-
ieição,
A distância
ntreo especialista
o
leigodiminuira
muito.
8l
8/18/2019 SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
http://slidepdf.com/reader/full/schwarz-roberto-cultura-e-politica-1964-1969-in-o-pai-de-familia-e-outros 13/18
Digredindo, é
um c xcmplo dc
quc
â dcmocratização,
m
arte,
nã o
passa por
barateamcnto algum,
nem
pcla
inscrição das massas
numa
cscola de artc dÍam ática;
passapoÍ
transformações ociais
e
de
critério,
que não dcixam intocados
os
têrmos
niciais do
proble-
ma.
Voltando:
nalguma
paÍtc
Brccht recomendaaos atoÍes
que
re -
colham e analisem
os
mclhores
gestosque puderem
observar,
para
aperfeiçoar
e devolvê-los
ao
povo,
de ondc
vieram.
A
prcmissa
des-
te
argumento,
em
que arte
e
vida
estão
conciliadas,
é-
que
o
gesto
cxista no
palco
assrm como
fora
dele,
que
a razão de
seu
acerto não
esteja omente
na
foÍma t€atÍal
que
o sustenta.O
que
é
bom
na
vida
aviva
o
palco,
e
vice-versa.
Ora, se a form a artística deixa de ser
o
nervo exclusivodo conjunto, é quc ela accita os efeitosda estrutura
social
(ou
de um movimçnto)
-
a
que
não mais
se opõe no essencial
-
como e4uivalentes
os seus.Em conseqüência
á distensão or-
mal, c a obra
entra em acordo com o seu
público;
poderia
divertí-lo
e edu cá-lo, em
lugar de desmcnti lo todo o tempo. Estas
especula-
ções,
que
derivam
do idi l io
que
Brccht imaginara
para
o
teatro
so -
cialista
na
R.D.A., dão uma idéia do
que
se
passava
no
Teatro de
Arena,
-
onde
a conci l iaçâo era
viabilizada pelo
movimento
estu-
dantil ascendentc.
pesquisa
do
que
seja
atraente,vigoroso
e di-
vcrtido,
ou desprezível
para
uso da nova
geração
fez a
simpatia
extraordináÍ ia dos espctáculos o
Arena desta ase.Zumbí, um m -
sical em
que
se nârÍa uma fu ga e
rebel ião
de
escravos, um bom
exemplo. Não sendo cantores nem
dançarinos, os
atores
tiveram
que
desenvolver ma dançae um canto ao alcance
prático
do leigo.
que
entretanto ivessem
graça
e inteÍesse.Ao mesmo
empo impe-
dia-se
que
as
soluções ncontÍadasaderissem o
amálgamasingular
de ator e personagcm:
ada
personagem
ra feita
por
muitos atores,
cada ator fazia muitas
personagcns,
além do que
a
personagem
principal
era
o coletivo.
Assim,
para
que
se
pudessem
etomaÍ,
para
que
o ator
pudesse
ra ser
protagonis ta,
ra
massa,
s
caracter iza-
ções
eÍam
inteiÍamente objet ivadas,
sto é,
socializadas,
mitóyeis.
Os
gestospoderiam
ser
postos
e tiÍados,
como
um
chapéu,e
por-
tanto adquiridos. O espetác ulo
era
verdadeira
pesquisa
oferenda
das
maneirasmais sedutorasde rolar
e
embolar
no chão, de erguer
um braço, de
levantar
depressa,
de chamar, de mostrar
decisão,
mas ambém das maneirasmais ordinárias
que
têm as classes omi-
nantes
de
ment i r ,
de mandar em seus mpregados u de ass inalar ,
mediante um mov imento
peculiar
da bunda,
a
sua mportância so-
cial. Entret anto, no
centro de sua relaçãocom o
público
- o
que
só
R'
lhe acrescentou sucesso Zumbi repetiaa tautologiade Opinião:a
esqucrda
derÍotada
riunfava semcrítica, numa sala repleta,como
sea dcÍrota
não fosseum defeito.
Opiniõo
produzira
a unanimidade
da
platéia
través â
aliança
imbólica
ntremúsica
povo,
contra
o
rcgime.Zumbi tinha esquema nálogo,emboramaiscomplexo.
À
oposição
entre escravos
scnhorcs
poÍtugueses,
xpostaem cena,
corrcspondia
utra,constantementeludida,
ntreo
povo
bÍasilei-
ro €
a ditadura
pró-imperialista. ste ruqueexpositivo,
ue
em
a
sua
graça rópria,
poispcrmite alarem
público
do
que
é
proibido,
combinava
m antaSonismo
ue
hoje é
apenas
motal
-
a
questão
escrava a um
antaSonismo
olítico,
capitalizava
ara
o segundo
o cntusiasmo escontraídoue resultado primeiro.Mais precisa-
mente,
o movimento
a nos
dois
sentidos,
ue
êm
valor desigual
Uma
vez,a revolta scrava ra eferida ditadura;
eoutra,a
dita-
dura era eencontrada
a
rcpressão quela.Num casoo enrêdo
é ar-
tificio
para
tratar de
nosso
empo.
A linguagem
ecessaÍiamente
oblíqua cm o
valor de
suaastúcia,
ue
é
política.
Sua
nadequação
é
a forma
de uma
esposta dcquâda realidade
olicial.
E
a evian-
dadecom
que
é tratado
o mateÍialhistórico
osanacronismos
u-
lulam é uma
virtude
estéticâ,
ois
assinala legrementeprocedi-
mento
usado o assunto
ealem cena.
No
segundo
aso, luta en-
tre escravos senhores
ortugueses
ena,
á,
a
luta,
do
povo
contra
o imperialism o. m conseqüênciapagâm-se
s
distinções
istóri-
cas as
quais
não
tinham mpoÍtância eo escÍavo
artifício,ma s
têm agora, e
elcé origem
e
valoriza-se
inevitável analidade o
lugar-comum:
direitodosoprimidos,
crueldade os
opressores,
depoisde 64, como ao tcmpo de Zumbi (sec.Xvll), busca-seo
Brasil
a liberdade.
ra,
o
vago
de tâl
perspectivaesa obre lin-
guagem, ênica
verbal,
que
resulta
emnervo
politico,
orientada
pela
eação
mediata
humanitária
não-política
ortanto)
iante
ào
sofrimento.
Onde
Boal brinca
de esconde-escondc,
á
poljlica;
onde
az
política,há
exortação.
Íesultado rtístico
o
primeiro
movimento
bom,
do segundo
ruim.Sua
expressão
ormalacaba-
da,esta
dualidade
ai encontÍá-la
o
trabalho eguinle
o
Arenq'o
Tiradenles.
eorizando
Íespeito,
oalobservava
ue
o
teâtrohoje
tanto
deve riticar
omo
entusiasmaÍ.
m
conseqüência,
pera om
o distanciamento
a
identificação'
om
BÍecht
e Stanislavski
A
oposição
ntÍe
os dois,
que na
polêmica
rechtiana
iverâ
ignifica-
dã histórico
e maÍcava
linhâentre
deologia
teatro
válido,é
re -
E3
I
8/18/2019 SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
http://slidepdf.com/reader/full/schwarz-roberto-cultura-e-politica-1964-1969-in-o-pai-de-familia-e-outros 14/18
duzida
uma
qucsüio
coportunidadc
os
cstilos. De ato,cm
TÈ
radentes
,
gawaagcm
principal
o
mártir
da
ndcpcndência rasi-
lcira, homcm
dc origcm humildc é aprcscntada travéE
c
umacs-
pécic
c
gigantismo
aturalista, ma
cncarnação
íticado
dcscjo
dc ibcrtação
acional.
m contrastc s
demais
crsonagcns,
snto
seus ompanhciros
c conspiraçâo,
omcns c boasituâção
pou.
co dccididos,
uanto
os nimigos, ão
aprcscntados
om
distansia-
m€ntohumorístico,
mancira c
Brccht,A intcnção dc
produzir
uma
magcm rítica
das
classcs
ominant€s, outra,cssa
mpol-
gantc,
o homcm
uc
dásua
vida
pcla
causa. rcsultado ntrctan-
to
é
duvidoso:
s abastados
alculam
oliticamentc,
êmnoçãode
scusntcÍ6scs
mâtcriais,
uacapacidadc
pigramática
ormidável
e suaprcscnçam ccna bom cstro;á o mârtircorredcsvairada-
mcntc m
pós
a ibcrdadc, desintcrcssado,mvcrdadcirodcalista
cansativo,
om rcndimcntocatral
mcnor.O métodobrcchtiano.
cm
que
a intcligência
cm
um
papclgrandc,
aplicado os nimigos
do rcvolucionário;
€stcvÂi
cabcro métodomenosnt€ligente,
do cntusiasmo.Politicamcntc,
stc
mpassc ormal mc
parccc
cor-
rcspondcr
um momcnto
inda
ncomplcto
a crítica
ao
populis-
mo.
Quâl
a
composição
ocial
dc
ntcrcsscs
o
movimcnto
opu-
lar?Esta
é
a
pcrgunta
quc
o
populismo
cspondcmal. Porquc
composição
asmassas
ãoé homogênca,
arccc-lhc uc
mais
vale
uní-las
clo
cntusiasmo
uc
scparáìas
cla
anâlisc
ÍÍticadc
scus
intcrcsscs.
Entretanto,somcntcatravésdcsta crÍtica surgiriam os
vcrdadsiros
emas o tcatro
polltico:
asalianças os
problcÍnas
e
organização,
uc
dcslocam oçõcs omosinccridadc cntusiasmo
para
ora do campo
o
univcrsalismo
urguês. oÍ outro ado,
sto
não
qucr
dizcr
quc
chcgando catcs ssuntos tcatro
vá
mclhorar.
Talveznclnscjapossívcl nccná-lo.É vcrdadc ambémqucos mc-
lhorcs momcntos
o
,{rrra
cstivcram igadosà sua imitação dco-
lógica, simpatiancondicional
clo
scu
público
ovcm,
cujo
scnso
dc
ustiça,
cuja
mpaciência,
ue
êmccrtam€ntÊ
aloÍ
polltico,
Íize-
ram ndcvldamcntc
s
vczcc
dc ntrrcssc cvolucionário
puro
c sim-
plcs.
Em im dc
contas, um dcscncontroomum mmatéria
rtís-
tica: a cxpcriência
social cmpurra o aÍtista
para
as formulações
l. Pt Ílcio I nmd.ntcs.ApcerédçG.cu|r cri c A.8ql, Prn umr diruIo dê
lllhfdi
d.|tr tcoÍir
vçÍ A.
RoacÍ|íGld,
H.Íóir
coodntrt"
,
qi
Tcorb c Prótt@,
nr 2.
84
meis
radicais e
justas,
que
se bmam
por
assim dizer
obrigarírias,.
cm
que
daí hes
venhe,como â honÌr
ão mérito, a
primazia qualitativa.'Mas
nÃo
procuráìas conduzÀ banalização.
Tambem
À esquerda,mas
nc antíPodâs
o,lrena, e ambíguo
elé I
niz
do cabelo,desenvolvia.*
o Teatm
@cina,
dirigido
por
Icé
Celso
Martinez
Con€a, S
e o Arcna hetdara
ds. aseGoulan o impulso
formal, o
intcresse
pela
uta de
classes,
la
tevolução,
e uma ceÌta
imitâção
po-
pullsta,
o Aficina
ergueu-se
paÍir da experiêncianterior
da desagrege-
ção
burguesaem 64.
Ern seu
palco
esta
desâgrcgaçãocpete-se
ihul-
mente, em
fonna de ofensa.
Os seus espcúculc
fizeram histótia,
escândalo
enonne suc€sso
m São Paulo c Rio,
onde foram
os mris
marcantes
os últimos
ânc. Ligavam-se
ao
público
pela
btutalização,
e
não coÍno o Arcna, pla, simpatia;e seu recl[so pdncipal é o choque
profanador,
não o
didatìsmo.A
opGição no interior
do leâtro engajado
nÃo
podia
ser mais
completa.Sumariamente,
osé Celso
ergumentada a
foma
seguinte: e
em 64 a
pequena
urguesia
liúou
com a direita
ou não esisúu,
nquanto
grande
sealiava
ao mperialismo,
odoconsenti-
mento
entre
pslco e
plaéia
é um
erro ideológico e
estético.' E
preciso
l.
Ète aBumênlo
é
(hscnvotüdo
poÍ
Adorno, cm sat| ã|s.lo sobrc
6 cÍiÉlioc
dâ misice
nova,
qÌr'ndo
confrqlts Schõôb€r8
Wcbem, n tr at&/i8ltr.
t, Sìthkrnp
vcÍ'lt8
2. NumÂ
cnrGvista
râduzids cm Paíisars
n
o
47
(Prrls,
Mdspêto),
6é Cclso crPlic.:
'Fi.fim,
é umr relaçãodc lutr,
üma üta enllt 6 itoírs
ê o
púbüco. ..')
A
pc,çe
e8.idc
intelccturlmentc,
oÍmalmentq
sexualmenl,e,
olltioÍtrGnrô.
QueÌ
dizer
que
al.
quslifica
o Gspoctrdor
ê cÍEtino, rcprimirlo
c reaciodrio E nó6 mcsmo
anrbém€'rtrm6
nastc
banho"
(pg
75). "sc tomamoc
este
público
cm sat cúJunto.
r única
pcttbüidedc
dc
$bmcltlo
. umr .çÂo
politicâ
efi(rz Í€sidc rú dcatntiçõo
dc scl|s mêcanisno6
dc t È
fcss.
dc rodãs s su&t
Jugficsçõ.s
m.niqucúslrsGhidoticist s
Crcluso
qomdo chs sc
rÉi.m cm GÍeÍnscl,
t)kács c otm6).
Trrts-sc dê
Êlo
cir
san u8eÍ, dc .cduzi_lo
zcm, O
piblico
tcprscaia uÍnÂ
elc msis
q|
|tran6
privil€tldrs
dcí
Pds,
r .b
quc
b€nefici&
afuúa
quc
mediocí€mcoi€,
c
todr r faltr dc históÍiô
e dê toda r csL8nação
dcse
Siga.rta
donnccido
quc
é o BrGiL
O tcâtÍo ,cmnccassldsdc
oj€ de dasmiíilicar,
dc colocar
cstc
público
cÍtr scü
€stedo oriSlnNl,
frÊntc r fEntc com
. su&
trandc
miséúa,
a misé.la do
pe4uenoprivilégio.obtido cm túcâ dê tantas
conccssões,onlos
oponunismosr
anlrs castÍaçôcs, antc
recrlqucs, cm aroca
de loda s miúÍia
dc üm
povo.
O
que
imporrs é deirú
esie
pìiblico
cÍn cstsdo
dc nudez olel, sêm
defêss, c
tncití-lo
ò iniclôlivâ,
à cÍisgão de um
câmiúo novo, néilto, fom
dc lodos 6
oporlu_
nismos csilbclccidG
(que
scjam
qr
não
b6tiz.d6 da úarrislas)'
A clidcia
pollticr
quc
sc
podc cspcrar do tcatro Íro
quc
diz rcspclao rstc Éto.
(pcqü.nr
buEpcsis)
5ó
podc
aí.r
nr c.Fcìdsdc dc ajudsÌ
rs
P€ssoas
conpÍc.nd.r
r ncc6sidtdc
dr iÍricla-
tivô iídividurl,
r inici.aiv.
quc
lcv.r{ 6d.
qu.t
rjotar r sur
própri.
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con_
85
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massacÍa-la.
la,
por
outro
lado,gosta
de scr nrassacrada
u
vc r
massacrar,
assegura o
Olìcina
o mais
notávelêxlto
comercial.
É
o
problcma
dcste €atro.
Para compreendê-lo.
onvém
embrar que
nesscmcsmo
cmpose
discutiu
muito
a
peÍspectiva
o
movrmento
estudantil:
seria
determinada por
sua origem
social,
pequeno-
burguêsa,
ou rep̀senta
uma função
social
peculiar
-
em crisc
-
com
intcrcsses
mais radicais?
O
,lrezo
adota
estascgunda
eiposta,
em
que
funda
a sua claçãopolítica
e
positiva
com a
platéia;
em dc-
corÍência
os seus
problemas
são novos,
ant€cipando obre
o teatro
numa
sociedadc evolucionária;
mas
têm
também um traço
de
voto-pio, pois
o suporte
eal desta
expcriência
ãoos
consumidores
que estão na sala,pagandoe rindo, em plenaditadura.O Ofcina,
que
adotou na
prática
a
primeira
csposta,
õe
sinal
negativo
diante
da
platéia
cm
bloco,
sem
distinções.
PaÍadoxalmente,
seu êxito
entr€
os estudantes,
m esp€cial
ntre aquclcs
que
o resíduopopu-
lísta do
Árena rritava,
foi muito grandc;
estes ão
se dentificavam
com a
platéia,
mas
com
o
agressor.
De fato,
a hostilidade
do Of;cí
na cÍa
uma r€sposta
adical,
mais
radical
que
a outra,
à derrota de
64;
mas
não
era uma
resposta olítica.
Em conseqüência,
pesar
a
agrcssividadc,
scu
palco
eprescnta
m
passo
atrás:
é moral e nte-
rior à burgucsia, eatou
com
a tradição pré-brcchtiana,
ujo espaço
dramâtico
é
a consciênciamoral
das
classes
ominantes.Dentro
do
recuo,
cntrctanto,houve
cvolução,
mesmo
porque
historicamente
rcpetiçâo
nâo existe:
a crise
burguesa,
cpois
do
banho de marxis-
mo
que
a intelcctualidade
omara,
perdeu
odo crédito,
e é repetida
como
uma espécie e ritual
abjeto,
destinado
tirar ao
público
o
gosto
dc vivet.
Cristalizou-se
sentido
moral
que
eria,
para
a faixa
de classcmédia ocadapelosocialismo, reconvèÍsão o horizonte
burguês.
ntre
parêntesis,
sta
Íise em
á
suaestabilidade,
alber-
ga
uma
população
onsidcrável
e instalados. oltando,porém.
com violência
desconhecida
mas autorizadapela
moda cênica
n-
ternacional, clo prestígio
da chamada
dcsagregâção
a cultura
eu-
ropéia,
o
que
excmplifica
as
contÍadiçõ€sdo imperialismo
neste
campo
o OJìcinaatacavaas
déias
e
imagens
usuais
da classe
mé-
dia, os seus nstintos
e sua
pessoa
ïsica.
O espcctador
a
primeira
tÍa
o rbsurdo
baasilciro"
,'.
"Em
rclação
a cstc
públiqo,gz?
lio di se
manilestal
enquanto
lasse,
eficàcia
olitica
dc urna
pcça
mcdc.scmcnospcla
usieza
áe
um
cÍitério
ociológrco
ado
quc
pclo
scu
nivèldc agrcssividadc.
ntrá
nós. ada
e
laz
com lrbcÍdade.
a aulpano
caso
nâo é só
da censura
r.
tó
fila era
aganado sacudido
elos
tores,
ue
nsistem
araque
ele
"compre ". No corrcdordo
teatro,a
poucos
entímetÍos
o nariz
do
público,
as atrizcs isputam,
straçalham comemum
pedaço
de
ígado
rú,
quc
simboliza coração e um cântoÍ
milionárioda
TV,
que
acabade
morÍcr. A
pura
noiva do cantoÍ, depoisde
pÍosti-
tuiÍ-sc, é coroada raínha do
rádio
e
da televisão;a
sua
figura, de
manto e coroa, ê a da
Virgem.
Etc. Auxiliado
pelos
efeitosde
uz,
o
clima
destas
cnasé dc
rcvelação,
o
silèncio na sala é
absoluto.
Por outro lado, é claro também
o
elaborado
máu-gosto,
vidente-
mcnte
intencional, de
pasquim,
destas construções terríveis".
Terríveis u "teÍÍíveis"? ndignaçãomorâl ou imitaçãomalignai
lmitação ndignação,evadas
o extrêmo,ransformam-sema
na
outra,uma
guinada
e
grande
feito
eatral, m
que
seencerra ex.
põ€
com orçaartística ma
posição olítica. platéia, or
sua
vez,
choca-se
Íês,
quatro,
inco
v€zes
oma operação, cm scguida
ic a
deslumbrada,
ois
neo
espeÍava
anto
virtuosismo
ndc
supuscra
uma
crise.
Este
ogo,
em
que
a última
palavra
é
sempre
o
pâlco,
cstâ oÍÍida no interiorde
um círculode
posições
nsustcntávcis.
tafveza cxperiência
rincipal proporcionadapelo
Olìcina.
)e mz-
neira variada,ela se repetee deveser
analisada.Nos
cxemplos
quc
dei,
combinam-se
ois elementos
e alcance lógica artistica
difc-
rentes. emâticamenteão magens
e um
natuÍalismo
e choquc,
caricato moÍalista:
inheiro, exo, nadamais.Estão igadas
on -
tudo a umaaçãodireta
sobre
público.
Este egundo lemento
ão
seesgota a ntenção xplícita
om
que
oi usado, e omper cara-
paça
da
platéia, araque
a crítica
possa
tingirefetivamcnte.
eL
alcance ulturalé muito mâior.edificil de medirpoÍ enquanto. o-
candoo espectador,satores
ão
d€sÍesp€itam
omentc inhaen-
tÍe
palco
e platéia,
como
também a distância isica
que
é
de rcgra
entrecstÍanhos, sem
a
qual
não subsiste nossa oçãode
ndivi-
dualidade. A colossal
excitação
e
o maFestar
que
se apossam
da
sala vêm, aqui, do risco de
generalização:
e
todos se
tocassem?
Também
os
outrosdoisexemplos
iolam-se
abus.
Porsua ógica,
a
qual vem
sendodesenvolvida
o
que pareccpe.lo
iving Theqret,
estesexperimentosseÍiaÍn ibertá os,
e fazem
parte
de um
movi-
mentonovo,
em
que
maginação
prática,
niciativa
rtistica
rea-
ção
do
público
estão onsteladas
emaneira ambém
ova.
No Ol-
cinr, contudo, são
usados omo niulÍr. O espectador tocado
para
que
mostre seumedo,nãoseudesejo.
fixadaa sua raqueza,
não o seu mnulso.Seacaso
ão
icar
ntimidado
tocar
umaatriz
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por
sua
vcz,
causadesarranjona cena.
quc
não
cstá
pÍcpaÍada
paÍa
isto.
Ao
quc pudc
obscrvar.
passa-sc
s€guintc:
paÍtc
da
platéia
idcntifica-sc
ao agÍessor.
às cxpensas o agredido.
Sc alguém,dc-
pois
dc agarrado,
sai da sala,
a satisfação
os
quc
ficam é enormc.
A dcssolidarizacão
iantcdo massacrc. deslcaldadc
riadano n-
tcrior da platéia
sâo absolutas,
repetcmo movimcnto niciado
pclo palco.
Origina-sc ma
cspécic
e compctição,
ma cspiral
de
durcza em
facc
dos choques
scmprc rcnovados.
€m
quc
a
própria
intcnçâo
olítica
libcrtária uc
um choque
ossa
cÍ sc
perde
sc
invcrtc.
As situações
âo
vâlcm por
si, mascomo
partc
dc uma
pÍo-
va
gcral
dc força, cujo idcal
cstá na capacidadc ndcíinida
dc c de-
sidcntificarc de id€ntiíìcâÍ-scao agÍcssorcolctivo. É disto quc sc
rata,
mais
talvcz
quc
da supcraçãodc
prcconccitos.
Por seu
con-
teúdo, stemovimcnto dcsmoralizantc
o cxtremo:mascomo
cs -
tamosno
tcatro, lcé também magcm. onde
a sua orça rítica.O
que
nclc
se ìgura, ritica
cxcrcita o cinismo
a cuhura
burguêsa
diantcde si mcsma.
Suabasc
ormal,
aqui, é a
sistcmatizaçãoo
choque.
qual
de recurso
assou princípio
constÍutivo.
OÍa, a
dcspcito
e
por
causa c sua ntcnção
pÍcdatóÍia,
o choqu€sistcmati-
zado
cm compromisso
sscncial om a oÍdem
cstabclccida a cabc-
ça
dc
scu
público,
o
quc
é
ustamente
o scu
paradoxo
como forma
aÍtística. Não tem linguagcmpÍópria,
tcm
quc
cmprcstáJascmprc
dc
sua
vítima,
cuja
cstupidczé a carga de explosivo
com
quc
clc
opera.
Como
orma,
no caso, choque
cspondc dcscspeÍadae-
cessidadc e agir, dc
agir diÍctament€
sobrc o
público;
é uma
espé-
cic
dc
tiro
cultuÍal. Em
conscqüência s scus
problcmas
são do
domínioda manipulação sicológica,a cficácia a comunicação
procurada,
como
na
publicidadc.
pcla
titilaçâo
dc
molas
sccretas
problcmas
que
não
são artÍsticosno essencial.
ucm
qucr
chocar
não ala
ao
vento,
a
qucm
cntrctanto
odo artista ala
um
pouco.
E
qucm
faz
política,
não
qucr
chocar.-.Em
suma, a distância
cntÍc
palco
c
platéia
está fÍanqucada,
mâs
numa
só direção.Esta
dcsi-
gualdadc, ue
é
uma
dcslealdade
ais
ou
mcnos
onscntida, ão
mais
corrcspondc
qualqucr rcstígio
bsoluto
c catroc cultura,
ncm
por
outro lado a uma
rclação
propÍiamentepolítica.
nstalan-
do-seno
dcscampado
uc
é hojc a idcologia
burguêsa, OJìcina n-
venta
c cxplorâ
ogos
apropriadosao
tcÍrcno, torna
habitável,nau-
scabundoc divcrtido
o 6paço
do
nihilismo
dc
após:-ó4. omo en-
tão afirmar
que
cstc catro
conta
à csqucrda?
conhccidoo
"pessi-
mismo dc olé" da Rcpública
dc
Wcimat,
o Juchcepessimismus,
úe
88
ao cnterrar o
libcÍalismo €ria
prcnunciado
e favorecido
o
fascismo
Hoje,dadoo
panoÍama
mundial. situação
alvcz stcja
nvcrtida.
Ao mcnosentÍc
intel€ctuais, m tcrra
de libcralismo
calcinado
pa-
rcc€
que
nascrou
nadaou
v€gctação c esqucrda.
O O/cino
foi ccr
tamentc
paÍtc
ncsta
campanha
pela
tcrra aftazada.
at 1
Em seu
conjunto,o movimento ultural
destes nos
é uma
espécie
e loração ardia,
o fruto dc doisdecênios
edcmocratiza-
ção,
que
vcio
amadutecer
gora. m
plcna
ditâduta,
uando
ssuas
condições ociais
á
nãoexistcm, ontcmporâncoos
primciros
n-
saios e
luta
aÍmada
no
país.
A diÍeitacumpre
tarefa nglóriade
lhe coÍtar
a cabcça: s scusmelhores
ântoÍcs
músicos stivcram
prcsos estão o cxílio,
os
cineastas
rasileiros
ilmamem
Europa
África,
professores
cientistas
ão
embora,
uândo
não
vãopara
a
cadeia.
Mas,
ambém
csqucÍda
suasituação complicada,
ois
se é
pÍóprio
do movimento ultural
contcstar
poder,
não tem
como omá-lo.
Dc
quc
serve heg€monia
deológica,e
não s€ ra-
duzcm
força ïsica mcdiata?
indamaisagora,
uando violcntís-
sima a rcprcssão
ombando sobrc os
militantes.Seacrescentarmos
a enormc difusão
da
idcologia
guerreira
e
voluntarista.começada
com a
gu€rÍilha
boliviana,comprecndc-sc
uc
s€ja
baixo o
prestígio
da cscrivaninha. ressionada
ela
diÍcitac
pcla
esqueÍda,
ntclcc-
tualidade ntraem
crise guda.O tema
dos omances
filmes
Polí-
ticosdo
p€ríodo
,
ustamentc,
convcÍsão o
ntclcctual mililân-
cia.
Sc
a suaatividadc,
al
como
historicamcnteedefiniu
no país,
nãoé maispossível, que hc rcsta enão assar lutadirctamcnte
política?
os mcses
uc
sc
passaram
ntreas
primeiras
inhas cste
panorama
c a sua conclusão,o
cxpurSounivcrsitário
pÍosscguiu,
foi criadaa ccnsura
révia
de ivros,afim
de
obstarà
pornograÍìa.
A
primeirapublicaçâo
nquadrada
oi a última
cm que ainda se
|. Pessach, lravettio,
omanccdc CsÍlos
HaitoÍ Cony
(Ed.
Civihzaçào
BÍaiilcir'):
Qturup,
roííaítcaóc Antonio
Callado
E C.B
l.
Tz,ro am
Tmnse'
línc
dc Chub'Í
R*hà;
O Desalìo, ilmê dc
Psulo
CcsaÌ
Serraceni.
É intcÍGssantc
olâr
quc
o cn'
rêdo
dá convcriÀo csulta
mais
politico c
artisticamcntc
impo
sco
scl'
ccntÍo
nào
é o irltclcctual,
mas o soldado o
camponês'
omo cm
or
FL,ri,
dc Rüi Cucrre
Deus
o Diobo,dc Claut€Í
Rocha
ou
/rdzs
Sccas,
c
Nclson
P'rcl'a
dos sentos
Ncstcs asoa.
dcspropoÍção antasmal a3cÍilas
moÍ8is
ica objctivada
ou
dcsa-
paaccc,
mpcdindo
a trrma dc
amaranhaÍ-sc
o
incsscncial.
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8/18/2019 SCHWARZ, Roberto - Cultura e política, 1964-1969 In O pai de família e outros estudos.pdf
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manifestava,
muito s€letiva dubiamente,o espírito
cÍítico
no
país;
o
semanário
Pasquim'. Noutras
palavras,
a
impregnação
olítica
e
nacionâl a
cultura,que
é uma parte
grande
da
sua
mportância,
dcvciáceder
passo
outras
orientações.
m
conseqüênciauve-
sedizer
que
a
Univcrsidadecabou.
inema teatro dem,
dcmissão
coletivade
professores
tc. Estas
xpressõcs,
ue
atestam
a
coerên-
cia
pessoal
e
qucm
as utiliza,
contêm um erro de Íâto: as ditâs ns-
tituições ontinuam,
mboramuito controladas.
mais,
é pouco
provável ue
poÍ
agorao
governo
onsigaransformá-lasubstan-
cialmente.
quc
a
cadadcsaperto
olicial
e
viu,
em escala
acio-
nal,de
ó4
até agora,
oi
a maré antástica
a insatisfação
opulal,
caladoa força,o paÍsestá gual,ondeGoulart o deixara, gitável
comonuncâ.
A mcsma
ermanência
alvez alha
para
a cultura, u-
jas
molas
profundas
são dificeis
dc tÍocar.
De fato,
a
curto
prazo
a
opressão
olicial
nada
podc
alémdc
paralizar,
ois
nãose abrica
um
passado
ovode
um dia
para
o outro.
Que
chanceêmosmilita-
res de
tornar
ideologicamente
tivas as suasposições?
s
pró-
ameÍicanos,
ue
esteo o
poder,
enhuma; subordinação
ão
ns -
piÍa
o canto, mesmo econseguemar uma
soluçâo e momento
à
economia, ao
preço
de não transfoÍmarem
país
socialm€nte,
nestas ondições,emiséria umerosa visível,
deologia o con-
sumo erá empre m
escárnio.
incógnita
staria om
os
militares
nacionâlistas,
ue parâ
fazerem rente
aosEstados
nidos
eriam
que
evara cabo
alguma
eforma,que
lhesdesse
pôio
populaÍ,
como no Peru.É onde
apostao P.C. PoÍ outro lado,
os
militarcs
peruanos aÍcccm
não apreciar movimento
e
mâssas... xiste
contudouma presença ultural
maissimples, e
eÍeito
deológico
imediato, uee a presençaísica. um fatosocial alvez mportante
que
os militares
stejam ntrando m massa
ara
a
vida
civil,ocu-
pando
argos a administração
ública privada.
Na
província
o-
meçam entrar ambém
ara
o ensino niversitário,
m disciplinas
técnicâs. sta
presença
ifusados
epÍesentantes
a ordemaltera
clima cotidiano a reflexão.
ndeant€Íiormente intelectual on-
versava
pensava
uÍanteanos, cm
sofrcÍ
o confronto
da autori-
dade,
qual
só de
raro
em
raro
o tornava esponsável
or
sua
opi-
| . O Pasquitn
ão oi lichado. Fica o
crro scÍncorrigir. cm
homcnâgcm os numcro-
sos irlsos
larmes
ue
atormcntlvam cotidiano â época,
90
nião, c só a
partir
dc scus fcitos,
hojc é
provávelquc
um
de
seus o-
lcgasseja
militar. A
longo
prazo
€stasituação cva os
problemas
a
vida
civil
para
dcÍrtrodas Forças
Armadas.De imcdiato,
porém,
tÍaz a autoridade estas
aÍâ
dentrodo dia a dia. Nestas
ircuns-
tâncias,
ma ração
da ntelectualidâd€ontÍáÍiaà ditadurâ,
o m -
pcrialismoe
ao capital
vai
dedicar-se rcvoluçâo, a
parte
cstant€,
semmudar de opinião, fccha
a boca, rabalha,
uta
cm €sÍera
cstÍt-
ta e €spcÍa
por
temposmelhorcs.Naturalmcntehá
defccções,
omo
em
abril
de ó4,
quando
o cmpuxe córico
do golpe
cvou
um
bata-
lhão de marxistas cadêmi cos
convcÍterem-seo €strutuÍalismo.
Um
caso nteressantee adesão rtística ditadura
é o
de
Nelson
Rodrigues, m dramaturgo c grande eputação. csdemeados e
óE esteescritoÍ cscreve
diariamente
uma crônica em
dois
grandes
jornais
de
SãoPauloe Rio, em
que
ataca cleroavançado,
movi-
mcnto
estudantil
a
intelectualidade
e esqucrda.
alea
pena
men-
cioná-lo,
ois
endo ecuÍsositerários uma certaaudáciamoral,
paga
ntegral explicitâmentc
em abjeção o
prcçoque
hoje
o
ca -
pital
cobra de seus acaios iterários.
Quando
começou
série,
fato
que produzia
uspensea
cidade:
ual
a
canalhice
ue Nelson
Rodrigueseria nventado
ara
esta ardc?
Seu
ecurso
rincipal
a
estilizaçãoa calúnia.Porexemplo,
ai
à meia-noite um tcrÍeno
baldio,ao
encontro
de uma cabra
e de um
padrc
de
esquerda,
qual
nesta portunidadehe cvela s
azões
erdadciras
nconfes-
sáveis
c
sua
participação
olítica;
conta-lheambém
uc D. Hel-
der suporta
mal
o
inalcançável
rcstígio
c Cristo.
NoutÍâ cÍônaca,
afirma de um conhecido dvcrsário atólicoda ditâdurâ.
ue
nã o
pode
irar o sapalo.Por
que?
Porquc
apareceria
seu
pé
de cabra.
Etc.A finalidade
afagestea
fabulação ão
é escondida,
elocon-
trário,
é nela
que
está
a comicidade
o
recurso.Entretânlo, e é
transformada m métodoe
voltada
sempre ontraos mesmos d-
v€rsários
contÍaos
quais
a
polícia
ambém nveste a maginaçâo
abertamcnte
cntirosa mal-intencionada
eixade ser uma
bla-
gue,
e operaa liquidação, suicídio a literatura: omo ninguém
acredita as azões a dircita,mesmo stando
om
ela,é desneces-
sárioargumentar
convencer.
á uma certa
adequação
ormal,
há
verdade
ociológica
estamalversaçâo
c recursositcrários: la e-
gistra.
om
vivacidade, vale-tudo
m
quc
cntroua oÍdcmburgue-
sa
no Brasil. Falamos
ongamcntc
a cultura brasilcira.Entretan-
to, com regularidade amplitude, lanão
atingiÍá
50.000
essoas.
num
país
de 90 milhões. certo
que
não hecabea culpado
impe-
ol
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Íialismoe da socicdadee classes.
ontudo.
endo ma inguagem
exclusiva. cerlo ambém
ue.
sobeste spccto o menos, ontribui
para
a consolidaçãoo
privilégio.
Por
razões
istóricas, e
que
en-
tamosum esbôço, la chegoua reflctira situaçâo os quecla ex-
clue.e tomou o seuDarlido.Tornou-se m
abcesso o interior
das
classesominantes. claro
que
na base e suaaudácia stava sua
impunidade.
ão
obstante. ouveaudácia.
qual
convergindoom
a movimentação
opulista
um momcnto.
e
com
a
resistência
o.
pular
à ditaduÍanoutro,
produziu
a
cristalizaçãoe uma
novacon-
cepção
o
pais.
Agora,
quando
o Estado urguês
que
nemo anar-
fabetismo
onseguiu
eduzir,
que
não organizou scolas
assáveis,
quenãogcneralizou acesso cultura,que mpediu contatoentre
os
vários
etores a
população
canccla s
própria
iberdadesivis,
que
sãoo elemento
ital
de suacultuia.
esta
vê
nas orças
ue
en-
tam derrubá-lo suaespcÍança. m decorrência,
produção
ultu-
ral
submete-seo infra-vermelho a luta de classes,ujo
resultado
nãoé l isonjeiro.
cultura
al iâda atural
a
revoluçâo, asesta
nâo
scrá
eita
para
ela
e
muito
menos
paÍa
os intcleciuais. feita,
primariamente,fim deexpropriar s mciosdeproduçâo garantir
trabalho
e sobrcvivência
igna
aos
milhôcse milhões
e homens
que
vivem na miséria.
Quc
interessccrá a revolução
os
ntelec-
tuaisde esquerda,
ue
eram muito maisanti-capitalistaslitários
que
propriamente
ocialistas?everão ransformar-se,eformular
as suas azões,
ue
€ntretanto aviam eito deles
aliados
dela.A
Histór ia ão
é uma
velhinha
enigna. ma
igura
radic ionala i -
teratura
brasileira
estc éculo o
"fazendeiro
o ar"': o homem
quevemda propricdadcural paraa cidade, nde ecorda, nalisa
e crilica.em
prosa
e verso,o
contatocom
a terÍa,
com a
família,
com a tradiçâo com
o
povo,que
o latìfúndio he
possibilitara.
a
litcrrtura
da decadênciaural.
Em
Quarup,
romance
deologica-
nrentemais eprescntativo
ara
a intelectualidade
e esquerdae-
ccntc,
.rtinerário o oposto: m nielectual, o casoum
padrc,
ia-
ja
geogrúficu
socialmente
país,
espe-see sua
profissão
posr-
çìo
social.
procura
do
povo,
em cuja uta rá se ntegrar
comsâ-
bcdoriu iterária num capítuloposteriorao último do livro.
L
Título dc um
tivÍo dc
pocmas
c CarlosDrummonddc AndÌadç.
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