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David Chidester Professor de Religião Comparada Universidade da Cidade do Cabo África do Sul outubro de 1995 SCIENTOLOGY Uma Religião na África do Sul

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David Chidester Professor de Religião Comparada

Universidade da Cidade do Cabo África do Sul

outubro de 1995

ScientologyUma Religião na África do Sul

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Scientology Uma Religião na África do Sul

Índice

I. Introdução 1

II. Reconhecimento de Religião 3

III. Crenças Religiosas 5

IV. Ritual Religioso 8

V. Ética Religiosa 10

VI. Experiência Religiosa 11

VII. Organização Religiosa 13

VIII. Scientology na África do Sul 15

IX. Notas de Consulta 18

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ScientologyUma Religião na África do Sul

David Chidester Professor de Religião Comparada

Universidade da Cidade do Cabo África do Sul

outubro de 1995

i. IntroduçãoEntre outras coisas, as religiões são experiências humanas especiais na produção de tempo sagrado e espaço sagrado. As religiões assinalam dias santos de um calendário sagrado para observância especial, celebração ou comemoração. As religiões também assinalam lugares sagrados — lugares de culto, lugares de reunião, lugares de peregrinação — para um tipo especial de atenção ritual. Ao participar em tempo e espaço sagrado, os seres humanos estabelecem os seus compromissos religiosos no mundo.

Todas as religiões, mesmo os «novos movimentos religiosos», encontram maneiras de sacralizar tempo e espaço. No calendário sagrado internacional da Igreja de Scientology, por exemplo, o dia 11 de novembro é designado o «Dia Nacional da Fundação, África do Sul,» que celebra o estabelecimento da primeira Igreja de Scientology na África do Sul, a igreja que foi fundada em Joanesburgo em 1957. Apesar de já em 1955 terem sido apresentadas palestras sobre Scientology em Joanesburgo,

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a fundação da primeira Igreja aí marcou o início de vida religiosa organizada de Scientology na África do Sul.

Depois de mais de uma década de crescimento, a igreja deparou-se com oposição do governo sul-africano. Sob os auspícios do Departamento da Saúde, entre abril de 1969 e dezembro de 1970 foi convocada uma Comissão de Inquérito formal do governo para investigar a Igreja de Scientology. Ao submeter o seu relatório em 1972, a comissão emitiu a recomendação injustificável de que a Scientology não devia ser legalmente reconhecida como uma igreja ou uma religião na África do Sul.

No entanto, apesar desta recomendação da comissão, a Igreja de Scientology foi autorizada a registar-se como uma organização sem fins lucrativos. No calendário sagrado internacional de Scientology, o dia 16 de janeiro marca o feriado do «Dia do Reconhecimento de África» em comemoração do dia em que, em 1975, a Igreja de Scientology foi reconhecida como uma organização sem fins lucrativos na África do Sul. A igreja espera, no entanto, reconhecimento legal total, em conformidade com o reconhecimento que Scientology tem tido noutros lugares do mundo, como uma religião legítima na África do Sul. Quando isso ocorrer, um novo feriado poderá ser acrescentado ao calendário sagrado internacional da Igreja de Scientology.

Na produção de espaço sagrado, a Igreja de Scientology estabeleceu lugares de culto na maioria dos centros metropolitanos mais importantes do país. Seguindo o exemplo da primeira igreja em Joanesburgo, foram fundadas igrejas de Scientology na Cidade do Cabo em 1961, em Port Elizabeth em 1962, em Durban em 1963 e em Pretória em 1968. Em 1981 em Joanesburgo foi fundada outra igreja, que serve Joanesburgo Norte. Como qualquer lugar sagrado, estas igrejas são locais para tipos especiais de atividade religiosa. Ministros ordenados nestas igrejas oferecem uma ampla gama de serviços religiosos, incluindo sermões dominicais, aconselhamento pastoral e rituais para casamentos, batizados e funerais, que fazem destes lugares centros vitais da vida religiosa de Scientology.

Por essa razão, Scientology, como qualquer outra religião, é uma experiência humana especial na produção de tempo sagrado e espaço sagrado. No entanto, também como qualquer outra religião, Scientology é uma experiência humana especial em ser humano. Pela definição da própria igreja, Scientology é uma «filosofia religiosa aplicada. O seu objetivo é levar o indivíduo a uma compreensão de si mesmo e da sua vida como um ser espiritual e em relação ao universo como um todo».1 Por outras palavras, a Igreja de Scientology desenvolve uma

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maneira religiosa de ser humano que se realiza em relação a dimensões de vida sagradas e sobre-humanas.

As definições académicas standard de religião tendem a concentrar-se nas características ou sobre-humanas ou sagradas de mundos religiosos. Numa abordagem à definição de religião que se pode encontrar no antropólogo do século XIX, E. B. Tylor, a religião é essencialmente um compromisso com transcendência sobre-humana. Nestes termos, a religião é um conjunto de crenças e práticas em relação a seres espirituais, sobrenaturais, ou sobre-humanos que se elevam acima e vão além do nível comum da existência humana. Noutra abordagem à definição de religião, que se pode encontrar na obra do Sociólogo Emile Durkheim, a religião é um conjunto de crenças e práticas relacionadas com um foco sagrado que unifica uma comunidade humana. Desta perspetiva, a religião investe vida com significado sagrado e força através de crenças em mitos e doutrinas, através de práticas de rituais e ética, através de experiência pessoal, e através de formas de organização social.2

Certamente, a Igreja de Scientology, que se desenvolveu das técnicas de cura espiritual de Dianética que tinham sido formuladas à volta de 1950 pelo seu fundador, L. Ron Hubbard, pode ser definida como uma religião nos termos das definições standard. No entanto, discussões académicas tendem a ignorar a dinâmica política de negação e reconhecimento que a definição de religião envolve. Por conseguinte, antes de delinear as características básicas da religião de Scientology, será necessário refletir aqui brevemente sobre a história contestada do reconhecimento da religião na África do Sul.

ii. Reconhecimento de ReligiãoNo discurso ocidental, o termo «religião» sempre foi problemático. A antiga raiz em latim, religio, designava uma maneira autêntica de agir: cuidadosamente, fielmente e com atenção escrupulosa ao detalhe. Essa maneira autêntica de agir, no entanto, foi definida pelo seu oposto, superstitio, um tipo de conduta motivada por ignorância, medo e fraude. Como o linguista Emile Benveniste observou, a «noção de “religião” requer, por assim dizer, por oposição, a de “superstição”. »3 Inevitavelmente, a distinção entre religião e superstição, o autêntico e o fraudulento, o familiar e o estranho, desmorona numa oposição básica entre «nós» e «eles». Nessa oposição, a religião autêntica é proclamada por «nós», enquanto as crenças e práticas baseadas em ignorância supersticiosa, medo e fraude são atribuídas a «eles».

Na África do Sul, esta oposição conceptual entre religião e superstição teve uma longa história nos relatórios europeus sobre crenças e práticas indígenas africanas. Durante o século XIX,

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observadores europeus recusaram-se a reconhecer que essas formas de vida religiosa africana deviam contar como «religião». Por exemplo, no início do século XIX, J. T. van der Kemp, o primeiro missionário da London Missionary Society (Sociedade Missionária de Londres) na África do Sul, demonstrou esta recusa de religião africana. Referindo-se ao povo do Cabo oriental, van der Kemp declarou: «Se por religião entendemos reverência de Deus ou a ação externa que exprime essa reverência: eu nunca pude perceber que eles tivessem alguma religião, ou sequer alguma ideia da existência de um Deus.»4 Van der Kemp negou, claramente, o facto de as pessoas do Cabo oriental terem uma «religião» verdadeira. Em vez disso, van der Kemp insistiu que os africanos sofriam de ignorância, medo e fraude de «superstição».

Esta recusa em reconhecer as crenças e práticas africanas persistiu no século XX. Na década de 1920, por exemplo, o antropólogo africânder W. M. Eiselen, que viria a servir na Administração de Assuntos Bantu de H. F. Verwoerd durante a implementação do «Grande Apartheid» na década de 1950, argumentou que os africanos não tinham nenhuma religião indígena. O termo, godsdiens (religião), Eiselen insistiu que devia ser reservado só para aquilo a que ele chamou «uma cultura elevada». À falta de uma tal cultura, de acordo com Eiselen, os africanos talvez tivessem geloofsvorme (formas ou padrões de crença) mas não têm nenhuma godsdiens.5 Nesta fórmula, portanto, os africanos no sul da África continuaram a sofrer sob a negação categórica da sua herança religiosa indígena.

O termo «religiões» tem sido igualmente problemático. Na língua inglesa, o primeiro uso registado do termo plural, «religiões», é encontrado em 1593 na obra do teólogo protestante Richard Hooker. Contrariamente ao uso contemporâneo, Hooker usou o termo «religiões» para distinguir entre duas religiões: Protestante e Católica Romana.6 Obviamente, Hooker viu duas religiões — Protestante e Católica — onde pensadores subsequentes muitas vezes viram uma só, o Cristianismo. Durante o século XVIII, o pensamento europeu sobre religião dividiu o mundo em quatro religiões, o Cristianismo, o Judaísmo, o Islamismo e o Paganismo, com o último por vezes subdividido em antigo, moderno e paganismo «diabólico».7 Por volta de 1870, quando F. Max Müller proferiu as suas conferências introdutórias sobre religião comparativa, o número de grandes religiões tinha-se expandido para oito — Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo, Budismo, Zoroastrismo, Confucionismo e Taoísmo — com o resto significativo, no entanto, daquilo a que Max Müller chamou «religiões indígenas sem livros».8 Usado originalmente para definir divisões cristãs o termo, «religiões» foi, consequentemente, sendo cada vez mais empregado em esforços para compreender um mundo de diversidade religiosa.9

No início do século XX, os termos «religião» e «religiões» continuaram a estar enredados em conflito religioso. Em resposta à emergência de «novos movimentos religiosos» nas

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décadas de 1960 e 1970, por exemplo, a propaganda anticulto negou o estatuto religioso destes movimentos rotulando-os de organizações empresariais, organizações políticas subversivas ou «seitas» de lavagem ao cérebro. A polémica anticulto nestes termos até parecia influenciar a análise académica de novas religiões.10

Embora tenha sido informada em certa medida pela propaganda anticulto, a Comissão de Inquérito da África do Sul que tentou negar o estatuto religioso de Scientology no seu relatório de 1972 parecia mais interessada em reforçar certas suposições cristãs sobre o que devia contar como religião legítima na África do Sul. De acordo com a comissão, a Igreja de Scientology não era uma religião porque não observava o culto de um Deus pessoal. «Embora Scientology professe reconhecer um Ser Supremo», declarou a comissão, «ela nunca o menciona como uma força de controlo ou um Deus pessoal com direito a obediência e adoração.»11 Recordando a negação de religião africana do missionário cristão do século XIX, esta recusa de estatuto religioso a Scientology baseava-se numa suposição cristã específica sobre a forma adequada de culto supostamente necessária para as crenças e práticas contarem como religião autêntica.

Numa refutação pormenorizada publicada em 1975, o distinto Professor de Ciência da Religião sul-africano, G. C. Oosthuizen, observou ironicamente que os Scientologists podiam ter obtido da comissão reconhecimento como religião mais facilmente «se se curvassem perante uma vaca sagrada, um deus macaco, um deus elefante, uma serpente ou uma rã.»12

Uma vez que um modo de vida religioso pode ser encarado como um modo de ser humano, esta negação da religiosidade de outros também era uma negação da humanidade plena de outros seres humanos. Assim, a questão da definição de religião não é apenas uma questão académica. É tão básica como a questão: O que conta como um ser humano?

iii. Crenças ReligiosasEm alguns momentos, L. Ron Hubbard pareceu rejeitar a designação de «religião» para as crenças e práticas de Scientology. Por exemplo, uma vez ele observou que «Scientology não é uma psicoterapia. É um corpo de conhecimento que, quando adequadamente usado, proporciona liberdade e verdade ao indivíduo».13 Neste contexto, no entanto, Hubbard parece ter feito a distinção entre os aspetos formais de religião, tais como credos, práticas ou filiação, e a verdade libertadora. Esta maneira de fazer a distinção entre «religião» e «verdade» é uma estratégia religiosa comum. Por exemplo, o teólogo cristão alemão Karl Barth insistiu que o seu evangelho não era uma religião; era verdade. Maududi reivindicou o mesmo para o islão, Franz Rosenzweig para o judaísmo e Sarvepalli Radhakrishnan para o hinduísmo.

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Em todos estes exemplos, pensadores religiosos afirmaram o significado e poder supremo da sua «verdade» distinguindo-a de religião.14

No entanto, Hubbard também descobriu que o termo «religião», se definido corretamente, pode ser usado para designar a verdade libertadora de Scientology. «Scientology», explicou Hubbard, «é uma religião no sentido mais antigo e mais lato.» No entanto, mais do que meramente uma «prática religiosa», Scientology é uma «sabedoria religiosa.»15 O termo «religião», de acordo com Hubbard, «pode englobar saber sagrado, sabedoria, conhecimento de deuses, almas e espíritos».16 Nestes termos, então, Hubbard afirmou que Scientology deve ser reconhecida como uma religião.

Hubbard identificou as raízes hindus, budistas, e taoístas desta sabedoria religiosa. Como certas formas do hinduísmo, especialmente Advaita Vedanta, Scientology apoia o reconhecimento de que em última análise a própria pessoa é o poder divino supremo do universo. Na fórmula da Vedanta em sânscrito, Atman (a própria pessoa) é Brama (o divino). Como a prática budista, no entanto, Scientology delineia uma trajetória passo-a-passo em direção à libertação da ignorância que evoca o «O Caminho Óctuplo» do budismo. Este caminho budista passa através dos estágios de boa compreensão, dedicação, comunicação, conduta, modo de vida, esforço, consciência e meditação para alcançar um estado de libertação jubilosa indiferente ao mundo. De forma semelhante, Scientology identifica um caminho religioso, ou ponte, que marca o progresso em direção à liberação. No entanto, enquanto o caminho budista foi desenhado em princípio para uma vida monástica afastada das relações e profissões humanas comuns, o caminho de Scientology tem mais em comum com uma abordagem taoísta para alcançar harmonia espiritual no meio do mundo. No sentido taoísta, a libertação é um estado de equilíbrio em que um ser humano está em harmonia com todas as condições de existência. Scientology é realizada na direção de alcançar uma harmonia semelhante.

Consequentemente, é possível encontrar eco destas antigas religiões asiáticas nas crenças religiosas de Scientology. Contudo, Hubbard concluiu que os objetivos supremos destas religiões — libertação espiritual, conhecimento e harmonia — só raramente eram alcançados na prática. Ao refletir sobre as suas viagens na Ásia, Hubbard observou que viu muitos a estudar mas muito poucos a alcançar. De acordo com Hubbard, aos caminhos religiosos antigos faltava o sentido de «urgência necessária para alcançar».17 Uma religião moderna, concluiu ele, tinha de fazer mais do que identificar objetivos espirituais; tinha de fornecer os meios práticos para os alcançar.

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Scientology também tem muito em comum com os movimentos religiosos alternativos cristãos e judeus da antiguidade conhecidos como gnosticismo. Como os antigos gnósticos, Scientology ensina que os seres humanos são essencialmente seres espirituais, com almas divinas de luz pura, que estão capturados na escuridão do mundo material. Na sua cosmologia, Scientology identifica três aspetos básicos da realidade — a força vital que é referida como theta, o Ser Supremo que também é conhecido como o Infinito, e o universo físico de matéria, energia, espaço e tempo que é representado pela sigla, mest. Como uma forma personalizada de força vital, a alma humana — o thetan — ficou enredada nas forças do mest. No drama cósmico de Scientology, o thetan pode ser resgatado desse enredo nas condições do universo físico.

E a Scientology apresenta esta libertação do thetan como uma questão de sobrevivência. O «Caminho Óctuplo» da Scientology é as «Oito Dinâmicas» que representam estádios sucessivos de expansão no impulso básico para a sobrevivência. As primeiras quatro Dinâmicas são o «impulso para a existência» da própria pessoa, da família, do grupo e da humanidade; os duas seguintes são o impulso para a sobrevivência no nível de forças de vida e o universo físico, e a sétima e oitava Dinâmicas representam a sobrevivência espiritual extrema no nível de almas e do Ser Supremo. Como Hubbard propôs, «o progresso ascendente para a sobrevivência nos níveis mais elevados é, igualmente, um progresso em direção a Deus».18 Neste sentido, as Oito Dinâmicas delineiam uma rota, não só para libertar a alma das limitações do mundo físico, mas também para alcançar uma suprema tomada de consciência de Deus ao existir no nível do Ser Supremo.

Como outras religiões, a Igreja de Scientology tem um credo formal que apresenta as suas crenças básicas. É possível identificar quatro aspetos principais deste credo. Em primeiro lugar, o credo de Scientology enfatiza os direitos humanos básicos. Estes direitos são obrigatórios em todos os níveis da existência e portanto também representam os direitos das almas humanas como seres espirituais livres. Todos têm direitos iguais e inalienáveis à liberdade de religião, associação, pensamento, expressão, vida, sanidade, autodefesa e reprodução. Para sublinhar a natureza suprema destes direitos, o credo afirma que «nenhuma entidade menor do que Deus tem poder para suspender ou pôr de parte estes direitos, aberta ou encobertamente». Em segundo lugar, o credo anuncia uma dedicação à cura religiosa da mente humana. Esse compromisso está formulado na crença de que «o estudo da mente e a cura de doenças com causas mentais não devem ser alienados da religião nem tolerados em campos não religiosos». Em terceiro lugar, o credo incorpora uma orientação ética em relação à vida que defende que «o Homem é basicamente bom». Embora essa bondade básica seja realizada em harmonia com os outros, «as leis de Deus» proíbem quaisquer atos que destruam ou reduzam

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a sobrevivência da vida, sanidade ou alma de outra pessoa. Por fim, o credo de Scientology declara um compromisso para alcançar a salvação. «O espírito pode ser salvo e», conclui o credo, «só o espírito pode salvar ou curar o corpo.»19

A salvação prometida na Igreja de Scientology não depende de ter fé nos princípios deste credo. Como Hubbard argumentou, a questão de fé tem sido um dos aspetos mais mal-entendidos da religião. Assim, ele fez a distinção entre ter «fé em» alguma coisa e o carácter espiritual de «fé» em si. Quando uma pessoa tem «fé em» alguma coisa, quer seja num credo religioso, numa igreja ou num salvador, essa pessoa entregou a sua liberdade como ser espiritual ao controlo de outro. Ter «fé em» crenças de uma religião em última análise resulta no «sacrifício do seu universo». A fé em si, no entanto, é a condição espiritual de estar em harmonia com o universo e Deus. Neste sentido, a fé é «um estado total de beingness. E com esta condição, a pessoa pode causar que a Fé ocorra dentro do seu próprio universo ou pode causar que outras pessoas tenham fé nela.20 A Scientology é realizada no sentido de alcançar essa fé incondicional. Mais do que uma questão de crença, essa fé é um conhecimento libertador que é alcançado através de um curso de ação específico.

iV. Ritual ReligiosoComo qualquer religião, a Igreja de Scientology realiza os tipos de ação religiosa formal, repetível e extraordinária que constituem o ritual. Certamente, o ritual de Scientology inclui cerimónias que recordam as práticas familiares de outras religiões. Ministros ordenados de Scientology executam os ritos prescritos pela igreja para casamentos, batizados e funerais. Eles também conduzem Serviços Dominicais em lugares de culto de Scientology. Na Igreja de Scientology, no entanto, estes rituais não são fins em si mesmos. Na verdade, eles proporcionam ocasiões formais para reforçar o conhecimento libertador de Scientology. Como L. Ron Hubbard explicou: «No Serviço da Igreja de Scientology não usamos orações, atitudes de piedade ou ameaças de condenação. Nós usamos os factos, as verdades, as compreensões que foram descobertas na ciência de Scientology. Nós não fazemos leitura da Bíblia (nem do Corão, do Tora ou dos Hinos Védicos), nem dizemos às pessoas aí reunidas: “Agora isto é uma coisa em que têm de acreditar.”»21 Novamente, o objetivo de Scientology não é cultivar uma fé devota numa divindade pessoal, num texto sagrado, ou numa prática religiosa; o objetivo é alcançar conhecimento religioso.

No caminho em direção a este conhecimento libertador, a prática ritual central na Igreja de Scientology é conhecida como audição. Do latim audire, que significa ouvir ou escutar, a audição é realizada em sessões que são mantidas entre um principiante e um auditor experiente que escuta com cuidado e regula o progresso. A teoria que apoia esta prática

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defende que os seres humanos têm uma mente analítica que processa informação e uma mente reativa que armazena memórias de todas as experiências dolorosas do passado. Como muitas dessas experiências foram traumáticas, a mente reativa transporta traços profundos, ou cicatrizes psicológicas, que são referidos como engramas. Estes obstáculos psicológicos foram implantados de experiências de vida precedentes, de experiência pré-natal e de vidas passadas. Apesar de estarem embutidos na mente reativa, os engramas podem ser trazidos para a consciência e clarificados através da audição. Como um meio auxiliar neste processo, nas sessões de audição usa-se um E-Metro eletrónico — o eletropsicómetro, ou E-Metro — para medir as cargas psicológicas associadas com a mente reativa. Em termos de Scientology, o E-Metro é um artefacto religioso usado em sessões de aconselhamento pastoral. Através de audição, os engramas podem ser liberados, e disso resulta um estado de ser que os Scientologists referem como Clear.

Embora recorra a certas teorias e métodos psicodinâmicos, a audição pode ser compreendida como uma prática ritual que combina características de cura religiosa, confissão e meditação.

Em primeiro lugar, a audição pode ser compreendida como cura ritual. Como o historiador das religiões Jonathan Z. Smith uma vez observou, «uma religião que não cura não pode sobreviver por muito tempo».22 No mundo moderno, as tradições religiosas têm cedido a responsabilidade pela cura do corpo e da mente a uma profissão médica científica. No entanto, como os outros «novos movimentos religiosos», a Igreja de Scientology tem-se esforçado por recuperar esta função religiosa de cura. Em particular, a prática de Scientology é dirigida para a realização de uma cura espiritual que pode ter consequências positivas para a saúde e bem-estar da mente e do corpo.

Em segundo lugar, a audição tem muitas das características de rituais religiosos de confissão. Como uma característica familiar da prática católica romana na qual a contrição, a confissão a um sacerdote, e atos de penitência formam um importante ciclo ritual, a confissão também aparece como um ritual no budismo. De acordo com o texto budista do Mahavagga, se alguém «se lembrar de ter cometido um pecado e desejar voltar a ser puro, deixem-no revelar o pecado que cometeu, e quando este tiver sido revelado tudo estará bem com ele».23 Desta maneira, no ritual budista, um estado de pureza espiritual, que é semelhante em alguns aspetos àquilo que os Scientologists referem como ser Clear, requer lembrar memórias do passado e revelá-las através de confissão.

Em terceiro lugar, a prática de audição, especialmente nos estágios avançados de «audição a solo», faz lembrar rituais religiosos de meditação mais tradicionais. Na prática budista, por

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exemplo, muitas vezes são usados meios auxiliares nos rituais para focar a atenção. O meditador poderá concentrar-se em design visual, num tom sagrado, ou num enigma misterioso para alcançar uma nova clareza de consciência. Frequentemente, a meditação é regulada por um professor que observa o progresso dos principiantes.

Para além de auditar, Scientology oferece formação como um programa educacional que recupera a dimensão religiosa da atividade de estudo. Em muitas tradições religiosas, o estudo intensivo de textos sagrados é um importante ritual religioso. Na yeshiva judaica, por exemplo, o estudo de textos sagrados sob a supervisão de um mestre do talmude é explicitamente compreendido como uma atividade religiosa com todas as características de ritual. De forma semelhante, o treino de Scientology inclui um envolvimento intensivo com textos sagrados, sob supervisão ministerial, como uma atividade religiosa importante. Assim como tenta recuperar a função religiosa de curar, a Igreja de Scientology também se tem esforçado por restaurar o significado religioso da atividade de estudo disciplinada.

V. Ética ReligiosaTodas as religiões desenvolvem regras éticas, padrões éticos e valores éticos que orientam a conduta nas situações e circunstâncias quotidianas normais da vida pessoal e social. A Igreja de Scientology também tem um sistema de ética religiosa. Diretrizes para conduta foram formuladas num conjunto de códigos éticos: O Código de um Scientologist delineia os princípios básicos de comportamento moral, o Código do Auditor fornece um guia de ética para a prática pastoral que rege a conduta dos ministros de Scientology, e o Código de Honra estipula ideais éticos a que todos os Scientologists podem aspirar. Além de governarem o comportamento pessoal, estes códigos são considerados como a base para uma transformação social que promete um mundo sem insanidade, criminalidade ou guerra.

No entanto subjacente a estes códigos éticos está uma abordagem distintiva à ética religiosa na qual a conduta ética é considerada parte integrante do crescimento espiritual. O comportamento ético é visto como um resultado direto de avanço na ponte para a liberação espiritual. Neste aspeto, portanto, a ética está intimamente relacionada com todas as crenças religiosas e práticas rituais da Igreja de Scientology.

Assumindo que os seres humanos são inerentemente bons, os Scientologists também reconhecem que são capazes de mal. Os atos maus que os seres humanos executam, no entanto, são considerados aberrações da bondade intrínseca da natureza humana. Desta perspetiva, o imperativo ético central de Scientology é corrigir aberrações éticas e recuperar a

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bondade original do espírito humano. Essencialmente, a ética religiosa torna-se uma questão de restaurar uma condição primordial de harmonia ética.

Na história das religiões, os sistemas de ética religiosa não abordaram meramente ações específicas. Eles não proibiram meramente algumas ações, como mentir, roubar ou matar e prescreveram outras. Antes, a ética religiosa aborda aquilo a que se pode chamar disposições de desejo. Na tradição cristã, por exemplo, teólogos medievais formularam uma lista standard dos Sete Pecados Mortais — orgulho, ira, luxúria, preguiça, cobiça, gula e inveja. Estes pecados, no entanto, não eram ações específicas; eles eram disposições de desejo que dirigiam os seres humanos para longe de Deus. Como o poeta italiano Dante Alighieri declarou na sua Divina Comédia, esses pecados eram sete formas diferentes do mesmo «amor pervertido».24 De acordo com Dante, o desejo pervertido afastava os seres humanos do amor divino que orquestrava a harmonia celestial das esferas celestes. Assim, a ética religiosa dependia em última análise de transformar dissonância espiritual em harmonia espiritual.

De forma semelhante, a ética budista identificou os três pecados mortais — as emoções de luxúria, gula e ira — que também podem ser compreendidos como formas de desejo. Neste caso, o desejo pervertido não está em harmonia com a pureza e liberdade da natureza de Buda. Portanto, as tradições tanto cristãs como budistas compreenderam ética religiosa como uma questão de pôr os desejos humanos em harmonia com um ideal espiritual.25

A ética de Scientology baseia-se numa análise semelhante da relação entre dissonância e harmonia nas disposições humanas de desejo. Esta análise ética é formulada mais claramente na Escala de Tom. Numa escala de zero a quarenta, a Escala de Tom traça as disposições espirituais das quais fluem qualidades diferentes de ação. No fundo da escala, disposições muito baixas de desejo — apatia, desespero — estão tão perto da morte que não fornecem nenhuma base para ação de ética. Ligeiramente mais acima, posições tais como medo, ira e hostilidade inibem a liberdade necessária para viver uma vida ética. Na faixa seguinte, o progresso pela escala de tom acima é evidente ao subir de conservantismo, através de interesse forte pela vida, para um estado de alegria. A conduta ética agora torna-se possível. Mas o âmbito para ação ética aumenta exponencialmente à medida que a escala avança através de disposições de entusiasmo, participação estética e exultação para chegar a níveis mais altos que representam a fonte de toda a ação e a suprema Serenidade de Ser.

A Escala de Tom, portanto, apresenta termos para avaliar a dissonância relativa ou a harmonia das disposições humanas de desejo com os ideais espirituais de Scientology.

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Como L. Ron Hubbard disse: «Descendo na Escala de Tom, pode considerar-se que é introduzida cada vez mais dissonância em theta.» «Fazendo uma analogia com a música, poder-se-ia dizer que a nota estava a tornar-se uma vibração cada vez menos pura e harmoniosa e a ficar cada vez mais desafinada.»26 Na ética religiosa de Scientology, por conseguinte, uma ação de ética depende de restaurar o espírito humano na sua condição original de harmonia espiritual.

Vi. Experiência ReligiosaDe acordo com o historiador de religiões Mircea Eliade, a forma mais antiga de experiência religiosa é encontrada nas práticas do xamanismo. Empregando aquilo a que Eliade chamou «técnicas arcaicas de êxtase», os xamãs entram em estados de transe, reivindicam que viajam fora dos seus corpos, e exercem o poder adquirido pelas suas experiências extraordinárias para curar o corpo, a mente e o espírito.27 Em pequenas religiões indígenas locais de todo o mundo, o xamã representa o padrão para definir a natureza da experiência religiosa.

No entanto, como o antropólogo Felicitas Goodman28 afirmou, as técnicas xamanísticas produziam o tipo de experiência religiosa não só mais antigo, mas também mais persistente e duradouro — o transe. Através de uma variedade de técnicas — meditação, oração, cânticos, canções, danças e assim por diante — as religiões têm induzido e cultivado a experiência de transe. De acordo com Goodman, os estados de transe representam o denominador comum subjacente a toda a experiência religiosa. Nas palavras de Goodman, todas as religiões, quer saibam quer não, induzem experiências de transe.

Embora a Igreja de Scientology empregue «técnicas de êxtase» específicas, esses procedimentos e processos que são referidos como a sua «tecnologia religiosa», a igreja tem insistido constantemente que a experiência religiosa apoiada por estas práticas não deve ser interpretada como transe. Além disso, ao contrário das desacreditadas reivindicações da propaganda anticulto, estas técnicas não têm nenhuma relação com processos de hipnose ou «lavagem ao cérebro».29 Em vez disso, as técnicas usadas na Igreja de Scientology são dirigidas no sentido de experimentar maior clareza de consciência espiritual.

Para Scientology, a experiência religiosa é basicamente uma questão de alcançar a compreensão. A natureza da compreensão é representada como um triângulo — o triângulo de ARC — que compreende três partes componentes: Afinidade, Realidade e Comunicação. Como o primeiro vértice deste triângulo, Afinidade significa o grau de proximidade, afeição ou amor que é experimentado em relação a outra pessoa. O segundo vértice, Realidade, indica um acordo interpessoal sobre o que parece ser o caso em qualquer situação. No terceiro vértice,

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Comunicação define o intercâmbio de ideias. Como a parte mais importante deste triângulo de ARC, a comunicação clara pode fornecer a base para criar afinidade interpessoal e acordo mútuo sobre a realidade. No entanto, visto que todos os três aspetos da compreensão estão inter-relacionados, o triângulo de ARC é descrito como crescendo na proporção do aumento da compreensão. Como uma fórmula para compreender a natureza da compreensão, o triângulo de ARC funciona como uma medida de expandir a consciência.

A experiência religiosa em Scientology progride através de uma série de níveis graduados. Tendo alcançado as necessárias «liberações» do condicionamento da mente reativa, a pessoa pode alcançar o estado de ser Clear. De acordo com a Igreja de Scientology, a «glória plena do estado de Clear não tem descrição comparável em nenhum escrito existente na nossa cultura».30 Como a experiência mística em geral então a experiência de ser Clear poderia ser descrita como um estado de consciência inefável que está para além das palavras. No entanto, também como a experiência mística, esse estado de consciência é caracterizado por uma consciência aumentada em que se obtém um novo conhecimento e compreensão.

Para além do estado de Clear, Scientology proporciona técnicas para alcançar níveis ainda mais elevados de liberdade e capacidade espiritual. Como um Thetan Operante, uma pessoa que experimente estes níveis mais elevados torna-se, segundo se diz, uma «causa consciente e voluntária sobre Vida, Pensamento, Matéria, Energia, Espaço e Tempo».31 São reivindicadas capacidades extraordinárias para o Thetan Operante. Como um xamã, por exemplo, um Thetan Operante deve ser capaz de experimentar consciência independente do corpo físico. Nestes níveis mais elevados, contudo, a maior capacidade recuperada por um Thetan Operante é a experiência de eternidade. Através dessa experiência, a pessoa alcança o conhecimento da imortalidade e liberdade do ciclo de nascimento e morte. O conhecimento, liberdade e poder espiritual representado pelo Thetan Operante é o objetivo final da religião de Scientology. Essencialmente, estas capacidades representam o culminar de uma busca religiosa de salvação e imortalidade espiritual.

Vii. Organização ReligiosaA Igreja Fundadora de Scientology foi criada como uma sociedade religiosa em Washington, DC, a 21 de julho de 1955 para «a propagação da fé religiosa conhecida como Scientology e para agir como uma Igreja para o culto religioso dessa fé». Ao longo dos trinta anos seguintes, a Igreja de Scientology expandiu-se drasticamente tendo-se tornado uma religião global. À semelhança de qualquer religião, a religião de Scientology está ancorada em lugares de culto específicos. A organização social da Igreja internacional de Scientology está baseada na hierarquia de cinco tipos diferentes de centros religiosos.

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Em primeiro lugar, as missões de Scientology fornecem serviços introdutórios e audição até ao nível de Clear. Embora estejam principalmente empenhadas em alcançar pessoas que não estão familiarizadas com Scientology, as missões também estão autorizadas a entregar todas as «rotas básicas para a Ponte». Quando uma missão alcança tamanho suficiente, ela pode tornar-se uma igreja.

Em segundo lugar, as igrejas de Scientology oferecem toda a audição, treino e outros serviços religiosos disponíveis nas missões. No entanto, as igrejas também oferecem o treino avançado para auditores e têm a autoridade de ordenar ministros. São realizados Serviços Dominicais regulares.

Em terceiro ligar, as Igrejas Saint Hill e Organizações Avançadas são centros religiosos para audição e treino avançados. Em Sussex, Copenhaga, Los Angeles e Sydney, estes centros especializam-se na tecnologia religiosa para alcançar os níveis iniciais de Thetan Operante.

Em quarto lugar, a Organização de Serviço de Flag, localizada em Clearwater, Florida, é a sede espiritual da Igreja de Scientology internacional. O centro providencia todos os serviços religiosos de Scientology, incluindo os níveis mais elevados de treino como Thetan Operante e o grau mais elevado de treino de auditores.

Em quinto lugar, a Organização de Serviços do Navio de Flag, que conduz os seus serviços a bordo do Freewinds, um navio de 134 metros sedeado nas Caraíbas, é o único centro de Scientology que oferece o nível mais elevado de audição. Para além disso, a Organização de Serviços do Navio de Flag oferece cursos especiais e retiros religiosos para avanço espiritual.

Esta hierarquia de centros religiosos funciona sob a autoridade da Igreja Mãe em Los Angeles, a Igreja de Scientology Internacional. Responsável por preservar e propagar a religião de Scientology, a Igreja de Scientology Internacional estabeleceu várias filiais. A Golden Era Productions produz e dissemina uma vasta variedade de publicações, filmes e gravações. Duas editoras — Bridge Publications em Los Angeles e New Era Publications na Dinamarca — tratam da publicação das obras de L. Ron Hubbard. Embora pareça uma estrutura corporativa moderna, esta organização eclesiástica serve interesses religiosos supervisionando a preservação e expansão da religião de Scientology em todo o mundo.

Dedicado à preservação das escrituras sagradas e ensinamentos religiosos da igreja, o Religious Technology Center regista e supervisiona o uso de marcas registadas e direitos de autor de Scientology. Ao proteger a ortodoxia da religião, o Religious Technology Center mantém a

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pureza dos seus ensinamentos e assegura que o ministério da igreja é levado a cabo numa base ética.

Fora da hierarquia da igreja, a Igreja de Tecnologia Espiritual foi estabelecida em 1982 para assegurar a sobrevivência da religião por meio de preservar os escritos de L. Ron Hubbard em materiais imperecíveis. Indicando que estes escritos são considerados como as escrituras sagradas, a Igreja de Tecnologia Espiritual desenvolveu vários meios de preservação, incluindo registo dos textos de Hubbard em chapas de aço inoxidável para armazenagem em recipientes de titânio, o que garantirá a sobrevivência permanente dos documentos de fundação da religião de Scientology. Desta forma, a Igreja de Tecnologia Espiritual assumiu a responsabilidade de proteger as escrituras sagradas de Scientology de «qualquer catástrofe concebível de modo que gerações futuras, mesmo tribos vagueantes de selvagens daqui a milhares de anos tenham as Escrituras para ressuscitar a religião».32

Para além de preservar e divulgar a sua tecnologia religiosa, a Igreja de Scientology desenvolveu uma gama de serviços públicos nos campos de reabilitação de drogas, reforma criminal, administração e educação. Narconon fornece serviços e apoio para reduzir o consumo de drogas, Criminon trabalha com criminosos condenados para os impedir de voltar para a prisão, o programa de O Caminho para a Felicidade apoia o desenvolvimento de moral pessoal e ética social e a Escolástica Aplicada fornece programas educacionais de métodos de estudo e aprendizagem. Através destes e outros programas, a Igreja de Scientology amplia a sua missão religiosa para serviços sociais.

O foco central da Igreja de Scientology, no entanto, continua a ser a sua missão religiosa. Como L. Ron Hubbard pretendeu, Scientology foi planeada numa base de organização religiosa em todo o mundo. Nem todos os «novos movimentos religiosos» têm estado tão à vontade quanto a ser identificados como religiões. Por exemplo, Meditação Transcendental, fundada por Maharishi Mahesh Ioga, insistiu em que não era uma religião, que era sim uma organização secular que oferecia uma técnica puramente científica para redução do stress.33 Mas Scientology foi sempre muito clara sobre o seu estatuto como organização religiosa. Esse estatuto tem sido afirmado por todo o mundo por governos que concederam à igreja o mesmo reconhecimento legal e isenção de impostos concedidos a qualquer religião.

Viii. Scientology na África do SulNa África do Sul, o governo do apartheid tentou negar o estatuto religioso da Igreja de Scientology no início da década de 1970. A Comissão de Inquérito do governo argumentou que Scientology não devia ser reconhecida como uma «verdadeira igreja» porque alegadamente

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não pregava a Bíblia como a Palavra de Deus, não promovia uma «doutrina sólida» do pecado e redenção e não proclamava Cristo como o único redentor da humanidade. Embora tenha decidido não recomendar a proibição de Scientology, esta Comissão de Inquérito, contudo, achou que à Igreja de Scientology faltava a «santidade» que era necessária para que ela contasse como uma igreja ou uma religião na África do Sul.34

Ironicamente, esta comissão oficial recusou reconhecer a legitimidade de um movimento religioso que tinha oferecido o seu apoio à África do Sul. Como a Igreja de Scientology notou na sua resposta à comissão, a igreja e o seu fundador tinham sido «ativos em defender a causa da África do Sul».35 Embora a Igreja de Scientology fosse em princípio uma religião não política, uma igreja aberta a pessoas de qualquer convicção ou compromisso político, L. Ron Hubbard tinha declarado explicitamente o seu apoio à África do Sul na sua luta contra o comunismo internacional. «Provavelmente a única nação na Terra com a vontade de combater verdadeiramente a subversão é a África do Sul», tinha Hubbard escrito em 1961. Em vez de uma solução militar, no entanto, Hubbard ofereceu a tecnologia religiosa da Igreja de Scientology. «Para resolver esta situação», exortou ele, «usem E-Metros, não armas».36

Tendo visitado a África do Sul no início da década de 1960, L. Ron Hubbard desenvolveu um interesse bem definido pelo país e pelo seu povo. Como a obra de referência para a Igreja de Scientology observa: «A seguir à sua visita à África do Sul no início da década de 1960, ele previu convulsões sociais maciças e uma grave fratura entre comunidades de negros e de brancos. Para evitar o desastre, ele aconselhou medidas e forneceu a tecnologia que permitiria que a grande população negra do país se alfabetizasse.»37 Coincidindo com o reconhecimento legal de Scientology em 1975, a igreja criou uma sucursal do seu programa da Escolástica Aplicada Internacional, que foi apresentada como «Educação Viva», para pôr as suas técnicas de estudo à disposição na África do Sul. De acordo com a Igreja de Scientology, «Na África do Sul, estes programas ajudaram bem mais de dois milhões de africanos negros desfavorecidos a melhorar a sua capacidade de estudo, bem antes de os muros do apartheid terem caído ou de o mundo ter notado sequer».38

Ao longo da era do apartheid, a igreja esteve ativamente envolvida na luta contra os abusos dos direitos humanos de desenvolvimento separado, da educação Bantu e da profissão de saúde mental. Como a igreja argumentava, a psiquiatria servia os interesses do apartheid ao justificar a separação racial e reforçar a opressão racista de sul-africanos negros. A igreja esforçou-se por identificar e expor o tratamento desumano dos pacientes negros em hospitais psiquiátricos. Embora esta campanha tenha levado a igreja a entrar em conflito com o governo

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do apartheid, as suas preocupações sobre racismo na profissão de saúde mental na África do Sul ecoou pela Organização Mundial de Saúde que, em 1977, observou que «em nenhum outro campo médico na África do Sul é o desprezo da pessoa, cultivado pelo racismo, mais concisamente retratado do que na psiquiatria».39 A oposição da igreja à psiquiatria provém do seu credo que afirma a base religiosa da saúde mental e da cura. No entanto, no contexto sul-africano esta oposição era dirigida explicitamente contra o racismo endémico que parecia permear a prática da psiquiatria sob o apartheid.

Através destas iniciativas religiosas e educacionais, a Igreja de Scientology instituiu o seu lugar entre as religiões da África do Sul. Nos anos recentes, a igreja tem sido um participante ativo no capítulo sul-africano da Conferência Mundial sobre Religião e Paz.40 Ao elaborar uma carta dos direitos e responsabilidades de organizações religiosas na África do Sul, a Conferência Mundial sobre Religião e Paz foi apoiada pelo compromisso da igreja de liberdade religiosa. Numa nova África do Sul, portanto, a Igreja de Scientology assumiu a sua posição dentro do tecido do país rico em diversidade religiosa.

De acordo com o filósofo William James, cada religião tem uma intenção terapêutica. Todas as religiões diagnosticam o problema básico da condição humana, quer esse problema seja identificado como pecado, ignorância, sofrimento, alienação ou opressão, e propõem uma cura.41 A Igreja de Scientology é uma religião terapêutica que diagnostica o problema da condição humana e proporciona técnicas específicas de cura espiritual e uma filosofia religiosa aplicada concebida para curar esse problema.

Embora muitas vezes seja descrita como um «novo movimento religioso,» Scientology não é realmente nova. Na África do Sul, como já vimos, Scientology está presente há quarenta anos. No início da década de 1980, alguns sociólogos e historiadores de religião previram o declínio de Scientology. Eles argumentavam que a igreja iria ter dificuldade em sobreviver à morte do seu fundador, que a sua «ciência» religiosa ficaria desatualizada por meio de mudança de modas científicas, e que a sua «terapia» espiritual perderia «mercado» para uma competição em expansão.42 Durante os anos entretanto decorridos, no entanto, estas previsões de extinção de Scientology não foram confirmadas. Como uma religião que é antiga e também nova, a Igreja de Scientology continua a promover aspirações religiosas que têm atraído aderentes em todo o mundo. No mínimo, a Igreja de Scientology merece reconhecimento contínuo e atenção como uma religião na África do Sul.

David Chidester Professor de Religião Comparada

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iX. Notas de Consulta 1. Igreja de Scientology, A Description of the Scientology Religion (Uma Descrição da

Religião de Scientology) (Los Angeles: Church of Scientology International, 1993): 2.

2. E. B. Tylor, Primitive Culture (Cultura Primitiva), 2 volumes (Londres, John Murray, 1920): I:424; Emile Durkheim, The Elementary Forms of the Religious Life, (As Formas Elementares da Vida Religiosa), trad. Joseph Ward Swain (New York: The Free Press, 1965): 62. Um «mapa» multidimensional útil para o estudo da religião foi desenvolvido por Ninian Smart numa série de publicações, incluindo The Religious Experience of Mankind (A Experiência Religiosa da Humanidade) (Glasgow: Collins, 1971), The Science of Religion and the Sociology of Knowledge (A Ciência da Religião e a Sociologia do Conhecimento) (Princeton: Princeton University Press, 1973),The Phenomenon of Religion (O Fenómeno da Religião) (Londres: Macmillan, 1973), e Worldviews: Crosscultural Explorations of Human Beliefs (Visões: Explorações Interculturais de Crenças Humanas) (New York: Charles Scribners, 1983). Para discussão adicional sobre a definição de religião, ver David Chidester, Gordon Mitchell, Isabel Apawo Phiri, e A. Rashied Omar, Religion in Public Education: Options for a New South Africa (Religião na Educação Pública: As Opções para uma Nova África do Sul), 2ª. ed. (Cidade do Cabo, UCT Press, 1994).

3. Emile Benveniste, Indo-European Language and Society (Língua Indo-Europeia e Sociedade) (trad.) Elizabeth Palmer (London: Faber and Faber, 1973; orig. edn. 1969): 522.

4. J. T. van der Kemp, «An Account of the Religion, Customs, Population, Government, Language, History, and Natural Productions of Caffraria», (Um Relato da Religião, Costumes, População, Governo, Língua, História, Produções Naturais de Caffraria), Transactions of the {London} Missionary Society (Transações da Sociedade Missionária {Londres}), Vol. 1 (London: Bye & Law, 1804): 432.

5. W. M. Eiselen, «Geloofsvorme van Donker Afrika», Tydskrif vir Wetenskap en Kuns 3 (1924/25): 84.

6. Peter Harrison, «Religion» and the Religions in the English Enlightenment («Religião» e as Religiões no Iluminismo Inglês) (Cambridge: Cambridge University Press, 1990): 39.

7. David A. Pailin, Attitudes to Other Religions: Comparative Religion in Seventeenth- and Eighteenth-Century Britain Atitudes para com outras Religiões: Religião Comparativa

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na Grã Bretanha dos séculos XVII e XVIII (Manchester: Manchester University Press, 1984).

8. F. Max Müller, Introduction to the Science of Religion (Introdução à Ciência da Religião)(London: Trübners, 1873).

9. Em adição ao trabalho de Harrison e Pailin citado acima, relatos recentes do surgimento histórico dos termos modernos «religião» e «religiões» também foram fornecidos por Peter Byrne, Natural Religion and the Nature of Religion: The Legacy of Deism Religião Natural e a Natureza da Religião: o Legado do Deísmo) (London: Routledge, 1989), J. Samuel Preus, Explaining Religion: Criticism and Theory from Bodin to Freud Explicar a Religião: Crítica e Teoria de Bodin a Freud (New Haven: Yale University Press, 1987), Eric J. Sharpe, Comparative Religion: A History, (Religião Comparativa: Uma História), 2.ª ed. (La Salle, Illinois: Open Court, 1986), e Michel Despland e Gerard Vallée (eds.) Religion in History: The Word, the Idea, the Reality (A Religião na História: A Palavra, a Ideia, a Realidade) (Waterloo, Ont.: Wilfrid Laurier University Press, 1992). Para antecedentes em profundidade, ver Wilfred Cantwell Smith, The Meaning and End of Religion (O Significado e o Fim da Religião) (New York: Macmillan, 1962): Michel Despland, La religion en Occident: Evolution des idées et du vécu (A Religião no Ocidente: Evolução das Ideias e da Vivência) (Montreal: Fides, 1979), e Ernst Feil's, Religion: Die Geschichte eines neuzeitlichen Grundbegriffs vom Frühchristentum bis zur Reformation (Religião: A História de um Conceito Básico Moderno do Início do Cristianismo até à Reforma) (Göttingen: Vandenhoeck e Ruprecht, 1986). Para uma análise da produção histórica dos termos «religião» e «religiões» na África do Sul ver David Chidester, Savage Systems: Colonialism, Religion, and Comparative Religion in Southern Africa (Sistemas Selvagens: Colonialismo, Religião, e Religião Comparativa na África do Sul (Charlottesville: University Press of Virgínia, a publicar 1996).

10. Sobre o movimento anticulto, ver David Bromley e Anson D. Shupe, The New Vigilantes: Deprogrammers, Anti-Cultists, and the New Religions (Os Novos Vigilantes: Desprogramadores Anticulto, e as Novas Religiões) (Beverly Hills, California: Sage, 1980). Em análise académica, reivindicações anticulto podem reaparecer em modelos teóricos que representam as novas religiões como psicopatologia, organizações empresariais ou desvios sociais. Ver William Sims Bainbridge e Rodney Stark: «Cult Formation: Three Compatible Models» (Formação de Culto: Três Modelos Compatíveis), Jeffrey K. Hadden e Theodore E. Long, eds., Religion

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and Religiosity in America (Religião e Religiosidade na América) (New York: Crossroad, 1983): 35-53.

11. G. P. C. Kotzé, et al., Report of the Commission of Inquiry into Scientology for 1972 (Relatório da Comissão de Inquérito a Scientology para 1972) (Pretória: Tipógrafo do Governo, 1973): 208.

12. G. C. Oosthuizen, The Church of Scientology: Religious Philosophy, Religion, and Church (A Igreja de Scientology: Filosofia Religiosa, Religião e Igreja) (Joanesburgo: Church of Scientology, 1975): 11.

13. L. Ron Hubbard, A Criação da Capacidade Humana: Um Manual para Scientologists, 351.

14. Para um exemplo desta abordagem, ver Hendrik Kraemer, The Christian Message in a Non-Christian World (A Mensagem Cristã num Mundo Não Cristão) (London: Edinburgh House Press, 1938).

15. L. Ron Hubbard, Conferências de Phoenix (Edinburgh: Publications Organization World Wide, 1968): 35.

16. Ibidem, 13.

17. Ibidem, 11.

18. L. Ron Hubbard, Ciência da Sobrevivência: Predição do Comportamento Humano, 488

19. L. Ron Hubbard, Scientology 0-8: O Livro dos Fundamentos, 410.

20. L. Ron Hubbard, Scientology 8-8008, 121

21. Hubbard, Cerimónias da Igreja Fundadora de Scientology, 7.

22. Jonathan Z. Smith, «Healing Cults», (Cultos de Cura), New Encyclopaedia Britannica, Macropaedia, vol. 8 (Chicago, 1977): 685.

23. Henry Clarke Warren, trad., Buddhism in Translations (O Budismo em Traduções) (New York: Atheneum, 1979): 405.

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24. Morton Bloomfield, The Seven Deadly Sins: An Introduction to the History of a Religious Concept (Os Sete Pecados Mortais: Uma Introdução à História de um Conceito Religioso) (East Lansing: Michigan State University Press, 1967).

25. Sobre dissonância e harmonia em ética religiosa, ver David Chidester, Patterns of Action: Religion and Ethics in a Comparative Perspective (Padrões de Ação: Religião e Ética numa Perspetiva Comparativa) (Belmont, Calif.: Wadsworth, 1987): 67-105.

26. Hubbard, Ciência da Sobrevivência, 46

27. Mircea Eliade, Shamanism: Archaic Techniques of Ecstasy (Xamanismo: Técnicas Arcaicas de Êxtase), trad. Willard R. Trask (Princeton: Princeton University Press, 1964).

28. Felicitas Goodman, Ecstasy, Ritual, and Alternative Reality: Religion in a Pluralistic World (Êxtase, Ritual e Realidade Alternativa: Religião num Mundo Pluralista) (Bloomington: Indiana University Press, 1988), Where the Spirits Ride the Wind: Trance journeys and other Ecstatic Experiences (Onde os Espíritos Montam o Vento: Viagens de Transe e outras Experiências Extáticas) (Bloomington: Indiana University Press, 1990).

29. Para a análise que desacreditou a afirmação de que as novas religiões realizam «lavagem ao cérebro», ver David Bromley e James Richardson, eds., The Brainwashing/Deprogramming Controversy: Sociological, Psychological, Legal, and Historical Perspectives (A Controvérsia da Lavagem ao Cérebro/Desprogramação: Perspetivas Sociológica, Psicológica, Legal e Histórica) (New York: Edwin Mellen Press, 1983), e Dick Anthony, «Religious Movements and Brainwashing Litigation: Evaluating Key Testimony,» (Movimentos Religiosos e Litígio da Lavagem ao Cérebro: Avaliação de Testemunhos Chave), in Thomas Robbins e Dick Anthony, eds., In Gods We Trust: New Patterns of Religious Pluralism in America, (Em Deuses nós Confiamos: Novos Padrões de Pluralismo Religioso na América), 2.ª ed. (New Brunswick, New Jersey: Transaction, 1990): 295-325.

30. Igreja de Scientology, O que é Scientology?: Referência Abrangente sobre a Religião de Crescimento mais Rápido do Mundo (Los Angeles: Bridge Publications): 245.

31. Ibidem, 274.

32. Igreja de Scientology, Descrição da Religião de Scientology, 8.

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33. David Chidester, Patterns of Power: Religion and Politics in American Culture (Padrões de Poder: Religião e Política na Cultura Americana) (Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1988): 239-41.

34. Kotzé, Report of the Commission of Inquiry, (Relatório da Comissão de Inquérito), 209.

35. Igreja de Scientology, Reply to the Report of the Commission of Inquiry: «The Missing Report for the Information of Members of Parliament»(Resposta ao Relatório da Comissão de Inquérito: O Relatório que Falta para a Informação dos Membros do Parlamento) (Joanesburgo: Igreja de Scientology, 1973): 41.

36. Citado em Ibidem, 43.

37. Igreja de Scientology, O que é Scientology?, 527.

38. Igreja de Scientology, Guia de Referência para a Religião de Scientology: Respostas às Perguntas mais Frequentes dos Meios de Comunicação (Los Angeles: Igreja de Scientology Internacional, 1994): 22.

39. Comissão dos Cidadãos para os Direitos Humanos, «A Psiquiatria e a África do Sul», Creating Racism: Psychiatry’s Betrayal in the Guise of Help (Criar Racismo: Traição da Psiquiatria sob o Pretexto de Ajuda) (Los Angeles, CCHR, 1995): 18.

40. Klippies Kritzinger, ed., Believers in the Future (Crentes no futuro) (Cidade do Cabo: Conferência Mundial sobre Religião e Paz, Capítulo Sul-africano, 1991).

41. William James, The Varieties of Religious Experience (As Variedades de Experiência Religiosa (New York: Macmillan, 1961): 393.

42. Roy Wallis: «Hostages to Fortune: Thoughts on the Future of Scientology and the Children of God», (Reféns da Fortuna: Pensamentos sobre o Futuro de Scientology e os Filhos de Deus», em David G. Bromley e Phillip E. Hammond eds., The Future of New Religious Movements (O Futuro de Novos Movimentos Religiosos) (Macon, Georgia: Mercer University Press, 1987): 80-84, Robert Ellwood, «A Historian of Religion Looks at the Future of New Religious Movements,» (Um Historiador da Religião Olha para o Futuro de Novos Movimentos Religiosos) em ibidem, 249-50,

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Benton Johnson, «A Sociologist of Religion Looks at the Future of New Religious Movements,» (Um Sociólogo da Religião Olha para o Futuro de Novos Movimentos Religiosos) em ibidem, 253-56.

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