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SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento DERAL - Departamento de Economia Rural Feijão - Análise da Conjuntura Agropecuária Outubro de 2013 INTRODUÇÃO A importância mundial do cultivo e consumo do feijão é apresentado no site do Centro Tropical de Agricultura Tropical (CIAT) : “ Um prato de feijão é o elemento central da dieta de mais de 400 milhões de pessoas nos trópicos. O feijão comum (Phaseolus vulgaris) fornece um alimento altamente nutritivo que contém proteínas, fibras, carboidratos complexos, vitaminas e micronutrientes. Portanto, o feijão fortalece significativamente a segurança alimentar e nutricional entre os consumidores de baixa renda, reduzindo o risco de doença cardiovascular e diabetes.” De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo alimentar de feijão da população brasileira combina a tradicional dieta à base de arroz e feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias. Conforme estimativa IBGE/2012 o consumo alimentar médio de feijão per capita é 14,94 kg/hab/ano. Esta leguminosa apresenta ampla adaptação edafoclimática, o que permite seu cultivo durante todo o ano, em quase todas as unidades da federação brasileira, nas diferentes épocas e safras. Para White (1993), “o feijoeiro é considerado uma espécie com pouca tolerância a estresses hídricos severos, sendo que 60% da produção mundial está submetida a este fator, tornando a seca o segundo maior redutor da produtividade, a qual é superada apenas pela ocorrência de doenças.” O fornecimento de quantidades adequadas de água é um dos fatores fundamentais para garantir uma produtividade adequada na cultura da leguminosa. As espécies de feijão cultivadas são a Phaseolus vulgaris, feijão comum, cultivado em todo o território e Vigna unguiculata, vulgarmente chamado de feijão de corda, feijão macassar ou caupi, com predominância de plantio na Região Amazônica e Nordeste. A FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations ), em sua metodologia, Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto Salvador Contato: [email protected]; (41) 3313-4136

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Feijão - Análise da Conjuntura AgropecuáriaOutubro de 2013

INTRODUÇÃO

A importância mundial do cultivo e consumo do feijão é apresentado no site do

Centro Tropical de Agricultura Tropical (CIAT): “ Um prato de feijão é o elemento central

da dieta de mais de 400 milhões de pessoas nos trópicos. O feijão comum (Phaseolus

vulgaris) fornece um alimento altamente nutritivo que contém proteínas, fibras,

carboidratos complexos, vitaminas e micronutrientes. Portanto, o feijão fortalece

significativamente a segurança alimentar e nutricional entre os consumidores de baixa

renda, reduzindo o risco de doença cardiovascular e diabetes.”

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo

alimentar de feijão da população brasileira combina a tradicional dieta à base de arroz e

feijão com alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias. Conforme estimativa

IBGE/2012 o consumo alimentar médio de feijão per capita é 14,94 kg/hab/ano.

Esta leguminosa apresenta ampla adaptação edafoclimática, o que permite seu

cultivo durante todo o ano, em quase todas as unidades da federação brasileira, nas

diferentes épocas e safras.

Para White (1993), “o feijoeiro é considerado uma espécie com pouca tolerância a

estresses hídricos severos, sendo que 60% da produção mundial está submetida a este

fator, tornando a seca o segundo maior redutor da produtividade, a qual é superada

apenas pela ocorrência de doenças.” O fornecimento de quantidades adequadas de água

é um dos fatores fundamentais para garantir uma produtividade adequada na cultura da

leguminosa.

As espécies de feijão cultivadas são a Phaseolus vulgaris, feijão comum, cultivado

em todo o território e Vigna unguiculata, vulgarmente chamado de feijão de corda, feijão

macassar ou caupi, com predominância de plantio na Região Amazônica e Nordeste. A

FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), em sua metodologia,

Responsável: Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto SalvadorContato: [email protected]; (41) 3313-4136

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separa as estatísticas de feijão seco e de feijão-caupi seco.

O objetivo deste trabalho é apresentar, de uma forma breve, considerações e

dados relativos ao produto feijão, bem como demonstrar sua importância na economia

agrícola nos aspectos da área, produção e comercialização.

MUNDO

Conforme os dados registrados pela FAO, tabela 1, a produção mundial média no

período de 2005 a 2011 foi 21,9 milhões de toneladas. Os 5 (cinco) principais países

produtores de feijões secos, que juntos respondem por cerca de 59% da produção média

mundial são: Índia (17%), Brasil e Mianmar (15%), China (7%) e EUA (5%).

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O Feijão caupi, Vigna unguiculata é cultivado na Ásia, África e na América o Sul. É

uma leguminosa de grande importância na regiões tropicais e subtropicais do mundo.

Cultivado no Brasil e conhecido nas regiões de cultivo como: Nordeste (Feijão macassa,

Feijão macassar, Feijão-de-corda, Feijão-de-moita), Norte (Feijão-de-praia), Bahia (Feijão

Catador), Bahia e norte de Minas Gerais (Feijão gurutuba), Maranhão (Trepa-pau), Bahia

e Rio de Janeiro (Feijão Fradinho) e no Sul (Feijão Miúdo). Em outros países: Paraguai

(Cumondá), EUA e Nigéria (Cowpea) e países de latino americanos de língua espanhola

(Parotro). No Brasil a produção de feijão-caupi esta inserida no total da produção

nacional.

Considerando-se a metodologia da FAO, tabela 2, a produção mundial média de

feijão-caupi, 2007 a 2011, é 5,6 milhões de toneladas. O principal país produtor de caupi

é a Nigéria que responde por 48% da produção mundial. Em seguida vem o Níger, com

24% do volume total médio e em terceiro Burkina Faso com 8%. As três nações

respondem por 80% da produção mundial de feijão caupi seco.

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BRASIL

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o

plantio de feijão é estendido a todos os estados brasileiros, no sistema solteiro ou

consorciado com outras culturas. Considerada uma cultura de subsistência em pequenas

propriedades, é adotada também em sistemas de produção que requerem o uso de

tecnologias intensivas como a irrigação, controle fitossanitário e colheita mecanizada.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e CONAB

(Companhia Nacional de Abastecimento), não há uma divisão entre os dados estatísticos

do feijão comum e os do caupi. Para fins de preços mínimos de garantia, a CONAB

classifica em duas tipificações: feijão anão (Phaseolus vulgaris) e feijão macassar (Vigna

unguiculata).

O feijão anão é cultivado em todo o território nacional. O cultivo do feijão

macassar, ou caupi, está localizado principalmente nas regiões Nordeste e Norte.

O cultivo dessa leguminosa é realizado em três safras, sendo a primeira

denominada “safra das águas”, a segunda “safra da seca” e a terceira “safra de

outono/inverno”.

A 1ª safra, de acordo com o calendário, o plantio da Região Centro Sul vai de

agosto a dezembro e a colheita nos meses de dezembro a março. Já na Região Norte

Nordeste, o plantio é novembro e dezembro e a colheita em fevereiro a março.

O plantio da 2ª safra abrange todos os Estados brasileiros, ocorre de dezembro a

março, e a colheita está distribuída entre março a julho. O cultivo da 3ª safra é realizado

de março até julho, e colhido de julho a outubro.

Segundo a CONAB, o Brasil colheu no período de 2007 a 2013 (tabela 03) em

média 3,3 milhões de toneladas por ano. Conforme dados de outubro/13 - CONAB, a

produção estimada na safra 2012/13 é 2,83 milhões de toneladas, a menor nos últimos 7

(sete) anos.

Para o período os 5 (cinco) maiores produtores da leguminosa foram: Paraná

(23%), Minas Gerais (18%), São Paulo e Bahia (9% cada um) e Goiás (8%). Juntos

respondem em média por 66% da produção nacional, com destaque para o Paraná que

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participa com 23% do total nacional.

Conforme os dados do IBGE (tabela 04), foram selecionados os trinta e quatro

maiores municípios produtores de feijão do país, que juntos totalizaram 975 mil toneladas,

cerca de 28% da produção total brasileira no referido ano. Os dez maiores produtores de

feijão foram: Unaí/MG, Cristalina/GO, Brasília/DF, Luiziânia/GO, Primavera do Leste/MT,

Castro/PR, Sorriso/MT, Paracatu/MG, Prudentópolis/PR e Campos Novos/SC.

O Paraná, é o principal Estado no cultivo de feijão e apresenta 12 (doze)

municípios que se destacam na produção nacional: Castro, Prudentópolis, Tibagi, Ivaí,

Reserva, Irati, Lapa, Vitorino, Cruz Machado, Teixeira Soares, Sengés e São Mateus do

Sul. Estas unidades da federação responderam por aproximadamente 270 mil toneladas

ou 8% do total produzido.

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Brasil – Estimativa safra 2013/14

De acordo com os dados da CONAB (tabela 05), o consumo de feijão apresenta-se

estável no período de 2008 a 2013. Neste período a demanda média nacional está em

torno de 3,5 milhões de toneladas. Houve uma redução sensível nos estoques públicos de

feijão nas duas últimas safras. A relação média no período do estoque e consumo é 10%,

e na safra 2012/13 caiu para 5%, isto é, o mercado apresenta uma menor disponibilidade

do produto.

A produção média brasileira da leguminosa no período de 2008 a 2013 é de 3,3

milhões de toneladas, e na safra que esta encerrando a estimativa é colher 2,8 milhões de

toneladas, 14% abaixo da média ou 568 mil toneladas menos de feijão no prato da

população.

No primeiro levantamento da intenção de plantio da primeira safra 2013/14,

CONAB (outubro/2013), a área de feijão está estimada entre 1,16 milhão, o que configura

um acréscimo de 3,1% em relação à safra passada. Dentro das condições normais de

clima, o Brasil poderá alcançar na 1ª safra, 1,23 milhão de toneladas, 27,3% superior ao

ano passado. De acordo com a CONAB em out/13: “Este crescimento só não é maior

devido às boas perspectivas de outras culturas como soja e milho com maior estabilidade

e liquidez. A comercialização instável e os riscos climáticos aliados à cultura do feijão, que

derrubam uma maior intenção dos plantadores em todo país.”

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Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), em 10/10/13:

“A persistência de águas superficiais mais quentes que o normal próximo à costa

sul do Brasil vem contribuindo para o excesso de chuva no leste da Região Sul. Por outro

lado, com a diminuição das águas anomalamente frias adjacente à costa oeste da

América do Sul e da convecção na região da Indonésia, sugestivas de uma fraca

condição de La Niña nos últimos meses, mantém-se o padrão de neutralidade de em

relação ao fenômeno ENOS ao longo de toda a faixa equatorial do Oceano Pacífico”.

“A previsão por consenso elaborada pelo CPTEC, INMET e FUNCEME, com a

participação do CEMADEN, para o trimestre outubro a novembro de 2013 (OND/2013),

indicou uma distribuição de 40%, 35% e 25% de probabilidade de ocorrência de

precipitação nas categorias acima, normal e abaixo da normal climatológica,

respectivamente, para o norte da Região Norte e parte do litoral da Região Sul. Para o

noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná, a

previsão por consenso indicou uma distribuição de 25%, 35% e 40% de probabilidade de

ocorrência de precipitação nas categorias acima, normal e abaixo da normal climatológica

do período, respectivamente. Para as demais áreas do Brasil, a previsão indicou

comportamento climatológico (igual probabilidade para as três categorias). Ressalta-se

um possível atraso no início do período chuvoso na grande área central do Brasil, com

maior probabilidade das chuvas tornarem-se mais regulares entre o final de outubro e

início de novembro. No decorrer do trimestre OND/2013, a previsão indicou temperaturas

dentro da normalidade para o centro-sul da Região Sudeste e para a Região Sul e entre

normal a acima da normal climatológica para as demais áreas do País.”

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PARANÁ

O feijão ocupa lugar de destaque na agricultura paranaense. O cultivo da

leguminosa é a principal alternativa para pequenos e médios estabelecimentos, e

apresenta a característica de grande demandadora de mão de obra tanto familiar como

contratada. A cultura sempre teve um papel importante para a economia paranaense

como geradora de emprego e renda no campo.

Valor Bruto da Produção Agropecuária Paranaense (VBP)

O Valor Bruto da Produção Estadual em 2012 foi de 53,98 bilhões de reais, a maior

cifra alcançada desde 1997. A participação do seguimento ficou em torno de 1,34 bilhão,

2,4% do total paranaense (Figura 01).

Figura 01 – Participação dos seguimentos rurais no VBP em 2012

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Soja 17%

Frango - corte 14%

Milho 12%

Leite Bovino 6%

Bovinos - corte 5%

Cana-de-Açúcar 4%

Serraria e Laminadora 4%

Suíno de raça - corte 4%

Hortaliças 3%

Feijão 2%Trigo 2%

Outros 27%

Fonte: SEAB/DERAL

Figura 2 - Participação por seguimentos rurais - VBP 2012

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Paraná – Retrospectiva Safra 2012/13

O cultivo do feijão no Paraná está distribuído ao longo do ano em três safras. De

acordo com a tabela 06, o desempenho das lavouras é expresso por meio da área,

produção, produtividade, perdas climáticas e potencial produtivo. O Paraná na temporada

2012/13 produziu, totalizando as três safras, 673.783 toneladas de feijão, volume 4%

menor que o período anterior. Os agricultores semearam 484.568 hectares, 1% maior que

a safra passada.

O clima novamente mostrou ser o maior vilão na produção do feijão no Estado. As

variáveis climáticas como o excesso ou falta de chuvas, frio, ventos frios e geadas,

promoveram uma redução no potencial produtivo da cultura em 25%. Isto é, o Paraná

deixou de colher em torno de 220 mil toneladas de feijão na safra 2012/13.

O plantio da 1ª safra (feijão das águas) ocorreu entre os meses de agosto e

dezembro de 2012, a colheita teve início em novembro e término em março e a

comercialização ocorreu de dezembro a agosto. A área de feijão se consolidou em

214.213 hectares, configurando um decréscimo de 13% em relação à safra passada. A

produção estadual se consolida em 329.487 toneladas, representando 6% menos que a

safra passada.

De dezembro/2012 a abril/2013 os agricultores semearam a 2ª safra (feijão da

seca), e o período de colheita foi entre março/2013 e julho/2013. As vendas ocorreram em

fevereiro/2013 e devem estar concluídas em novembro/2013. Com uma área de feijão

17% maior que a passada o Paraná semeou 264.160 hectares, e colheu 339.372

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toneladas, 2% menos que a safra anterior.

No terceiro e menor cultivo, 3ª safra (feijão de inverno), o plantio iniciou em

março e finalizou em julho e a colheita correu entre junho e setembro. A comercialização

do produto ocorreu de junho a outubro. A área da terceira safra é de 6.195 hectares, 2%

maior que a safra passada. A produção deve alcançar aproximadamente 6.978 toneladas,

14% menor que o cultivo passado.

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Perspectivas para a safra 2013/14

A decisão do agricultor na opção por um produto agrícola, envolve variáveis

como: riscos climáticos, plantio, uso de tecnologias, desenvolvimento da cultura, colheita,

armazenagem e comercialização da produção.

Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) em 16/09/2013, para a 1ª safra, previsão deverá

ser:

− Chuva: durante os meses da primavera é observado um aumento natural no volume das

chuvas em todo estado do Paraná conforme o histórico disponível. As chuvas são

decorrentes do deslocamento de sistemas frontais (frentes frias ou quentes) e também de

eventos de curta duração que se desenvolvem no Estado devido à associação das altas

temperaturas com a maior quantidade de umidade no ar. Também são comuns ao longo da

estação a atuação dos Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCMs) que se formam na

região do Paraguai e ingressam no estado do Paraná ou se desenvolvem no próprio

Estado. Ocorrências de eventos severos como rajadas de ventos moderadas a fortes,

granizos e grande quantidade de raios fazem parte da climatologia da estação da

primavera no Paraná. A previsibilidade de eventos severos é da ordem de horas.

− Temperatura: as temperaturas também apresentam aumento em seus valores médios à

medida que a primavera se consolida. As regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral

apresentam os maiores valores de Tmax e Tmin da primavera. A estação tem como

característica dia progressivamente mais longos e quentes à medida que se aproxima do

verão.

A estimativa da nova área de plantio passa necessariamente pela análise da

comercialização da safra anterior (2012/13), custo de produção, disponibilidade dos

recursos governamentais, preços recebidos pelos agricultores, estoques públicos,

valorização dos demais produtos da safra e riscos climáticos.

Os bons preços, a maior estabilidade e liquidez da soja somados à

comercialização instável e os riscos climáticos aliados à cultura do feijão têm influenciado

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a intenção dos agricultores paranaenses.

Paraná – Primeira Safra 2013/14

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Núcleo Área (ha) Produção (t)Regional 2012/13 2013/14 Var. (%) 2012/13 2013/14 Var. (%)Apucarana 1.260 1.300 0,6 3 1.778 1.983 0,5 12Campo Mourão 1.452 1.200 0,5 -17 2.065 1.740 0,4 -16Cascavel 7.418 8.298 3,6 12 14.696 20.953 4,9 43Cornélio Procópio 400 350 0,2 -13 360 333 0,1 -8Curitiba 31.178 39.867 17,3 28 54.269 80.133 18,9 48Francisco Beltrão 3.480 3.960 1,7 14 5.966 7.524 1,8 26Guarapuava 22.500 23.600 10,2 5 28.230 40.538 9,6 44Irati 35.000 35.300 15,3 1 47.014 57.363 13,5 22Ivaiporã 20.420 20.500 8,9 0 32.937 35.363 8,3 7Jacarezinho 15.850 16.000 6,9 1 19.713 25.600 6,0 30Laranjeiras do Sul 1.400 1.540 0,7 10 2.310 2.464 0,6 7Londrina 1.073 1.140 0,5 6 979 1.368 0,3 40Maringá 22 20 0,0 -9 22 19 0,0 -14Paranaguá 35 20 0,0 -43 32 18 0,0 -44Paranavaí 125 120 0,1 -4 74 78 0,0 5Pato Branco 6.605 8.000 3,5 21 11.640 16.800 4,0 44Ponta Grossa 41.977 42.973 18,6 2 72.068 94.541 22,3 31Toledo 817 695 0,3 -15 1.219 1.113 0,3 -9Umuarama 201 164 0,1 -18 78 107 0,0 37União da Vitória 23.000 26.000 11,3 13 34.500 36.400 8,6 6Total 214.213 231.047 100,0 8 329.950 424.434 100,0 29FONTE: SEAB/DERAL

Tabela 08 – Feijão - 1ª Safra - Paraná – Comparativo de Safras – 2012/13 e 2013/14 (1)

Partic. (%) Partic. (%)

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As últimas informações levantadas pelo DERAL/SEAB mostram um aumento de

8% na área semeada e deverão ser cultivados 231.047 hectares na temporada 2013/14.

Ocorrendo condições climáticas normais, a expectativa é de que a produção possa atingir

424.436 toneladas, cerca de 29% acima do obtido na safra passada (329.487 toneladas).

Os bons preços no ano para o feijão cores e preto influenciaram o agricultor neste leve

aumento de área. Para o Estado do Paraná no período de janeiro a setembro de 2013, o

preço médio recebido pelos agricultores para o feijão cores é R$ 164,80 e para o feijão

preto em R$ 130,85.

A região Sul e o Norte são as principais produtoras de feijão das águas e

respondem respectivamente por 73% e 15% do total da produção. Com exceção da

Região Centro-Oeste, em todas as demais Regiões verifica-se aumento na produção da

leguminosa.

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