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Paulo Pinho 1 Basquetebol Sebenta de Apoio - Educação Física 1 - INTRODUÇÃO 1.1. Objectivo do conhecimento da história do Basquetebol Porque será importante conhecer a história do Basquetebol: a origem do jogo e sua evolução? O Basquetebol na sua expressão actual, como desporto de competição, para ser compreendido e interpretado exige um estudo da sua evolução através dos tempos, de modo a que se possam situar as fases mais importantes do seu desenvolvimento e expansão. Este conhecimento contribuirá para uma melhor compreensão do “espírito de jogo”, para uma percepção mais objectiva do interesse pedagógico do Basquetebol e ainda para uma metodologia do ensino e do treino adequado às características etárias dos praticantes. Por outro lado, a aprendizagem do Basquetebol como processo evolutivo em si, reproduz as fases mais importantes da evolução global do jogo, já que se pode afirmar que existe uma relação direc- ta entre a evolução motora dos praticantes e a evolução dos processos técnico-tácticos do Basquetebol nos tempos. 2 - O PROCESSO HISTÓRICO DO BASQUETEBOL 2.1. Origem: inventor, data e local A 6 de Novembro de 1861, na cidade de Almonte, Canadá, nasceu James A. Naismith, criador do Basquetebol. Órfão desde os oito anos de idade e que ao longo da sua vida tornou-se num dos homens mais conhecidos do seu tempo, principalmente na área do Desporto. No entanto, os seus conhecimentos também se alargaram a outras áreas, tais como, a Medicina e Teologia. Morreu aos 78 anos de idade em 27 de Novembro de 1931, ao sofrer de moléstia cardíaca e hemorragia cerebral. James Naismith foi considerado o “pai do Basquetebol”, pois foi ele quem o inventou em 1891, no Colégio de Springfield, Estado de Massachusetts, Estados Unidos da América. Naismith apenas se tornou professor de Educação Física após ter abandonado a vida religiosa e depois de ter tirado o curso de Medicina. Via outra coisa no desporto sem ser aquela luta que iria designar o mais forte; uma “real satisf a- ção daquele que desejar ajudar o seu companheiro...”

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Basquetebol

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1 - INTRODUÇÃO

1.1. Objectivo do conhecimento da história do Basquetebol

Porque será importante conhecer a história do Basquetebol: a origem do jogo e sua evolução?

O Basquetebol na sua expressão actual, como desporto de competição, para ser compreendido e

interpretado exige um estudo da sua evolução através dos tempos, de modo a que se possam situar as

fases mais importantes do seu desenvolvimento e expansão.

Este conhecimento contribuirá para uma melhor compreensão do “espírito de jogo”, para uma

percepção mais objectiva do interesse pedagógico do Basquetebol e ainda para uma metodologia do

ensino e do treino adequado às características etárias dos praticantes.

Por outro lado, a aprendizagem do Basquetebol como processo evolutivo em si, reproduz as

fases mais importantes da evolução global do jogo, já que se pode afirmar que existe uma relação direc-

ta entre a evolução motora dos praticantes e a evolução dos processos técnico-tácticos do Basquetebol

nos tempos.

2 - O PROCESSO HISTÓRICO DO BASQUETEBOL

2.1. Origem: inventor, data e local

A 6 de Novembro de 1861, na cidade de Almonte, Canadá, nasceu James A. Naismith, criador

do Basquetebol. Órfão desde os oito anos de idade e que ao longo da sua vida tornou-se num dos

homens mais conhecidos do seu tempo, principalmente na área do Desporto. No entanto, os seus

conhecimentos também se alargaram a outras áreas, tais como, a Medicina e Teologia. Morreu aos 78

anos de idade em 27 de Novembro de 1931, ao sofrer de moléstia cardíaca e hemorragia cerebral.

James Naismith foi considerado o “pai do Basquetebol”, pois foi ele quem o inventou em 1891,

no Colégio de Springfield, Estado de Massachusetts, Estados Unidos da América. Naismith apenas se

tornou professor de Educação Física após ter abandonado a vida religiosa e depois de ter tirado o curso

de Medicina.

Via outra coisa no desporto sem ser aquela luta que iria designar o mais forte; uma “real satisfa-

ção daquele que desejar ajudar o seu companheiro...”

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A prática deste jogo basear-se-ia num princípio de compensação, “a equipa educa e organiza

permitindo entretanto, a cada um, dispor da sua forças, da sua coragem, mas controlando as suas reac-

ções...”. Estas afirmações do Dr. Naismith revelam profundamente a sua personalidade.

2.2. As causas que determinaram a criação do Basquetebol

A principal causa que está na origem do Basquetebol foi o facto de haver necessidade de moti-

var um grupo de alunos.

No Verão de 1891 o Colégio de Springfield em Massachusetts , que formava os professores a

serviço da Associação Cristã da Juventude (YMCA – Young Man Christian Association), reuniu os

dirigentes e alunos interessados daquela associação para tomarem medidas na resolução de alguns pro-

blemas que entretanto surgiram. Um desses problemas situava-se no panorama da Educação Física e no

âmbito das actividades de todas as delegações da Associação.

Os professores de Educação Física debateram-se com um problema: nos meses invernosos, com

frio rigoroso e ventos fortes, a prática de Educação Física era para a maioria dos estudantes, desmoti-

vante, sem interesse crescente em todas as actividades que se praticassem ao ar livre, daí que apenas se

poderia ter aulas, durante esta estação, dentro de um ginásio. Este desinteresse dava origem a proble-

mas disciplinares necessários resolver.

Tornava-se cada vez mais necessário estimular o interesse dos jovens pelas aulas, elaboradas

segundo um programa específico. Neste âmbito, os órgãos responsáveis sentiam bastantes dificuldades

em apresentar propostas ou resoluções. O director da secção de Educação Física do Springfield Colle-

ge, Dr. Luther Gulick, reconhecendo que o problema se alargava a toda a organização da YMCA deci-

diu enviar o Dr. James Naismith para estudar os princípios do sistema sueco de ginástica, ensinando e

divulgando nessa associação, junto do Barão Nills Posse.

Entretanto, no Inverno de 1891 surgiu também no Colégio de Springfield o mesmo problema: os

alunos manifestavam acentuado desinteresse pelas actividades que preenchiam as horas destinadas à

Educação Física. O Dr. Gulick nomeou então James Naismith como professor da “classe rebelde”, ten-

do ficado encarregue de resolver o problema disciplinar e de encontrar uma solução que satisfizesse o

interesse dos alunos.

Naismith entendeu então que era necessário criar jogos animadores com prática possível dentro

do ginásio, evitando o frio rigoroso por um lado, e substituindo, por outro lado, os jogos de ar livre

muito violentos. Primeiramente, Naismith tentou aplicar jogos simples praticados por si na sua infância

com amigos da sua aldeia, mas não encontrou entusiasmo por parte dos alunos. Seguidamente, adoptou

as modalidades desportivas tradicionais apreciadas pelos alunos, para que pudessem ser praticadas em

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recinto coberto, como o futebol americano e o futebol. Mais uma vez não teve êxito. Os alunos revela-

ram um certo desinteresse porque tais modalidades não envolviam “placagem”, uma vez que eram pra-

ticadas num ginásio. Naismith debruçou-se então no estudo das modalidades mais apreciadas pelos

alunos naquela época e criou uma modalidade baseada nesse mesmo estudo. Essa modalidade teria que

ser recreativa e desportiva, não envolvendo portanto, qualquer tipo de violência, possível de desenvol-

ver dentro de um ginásio e que motivasse o interesse e a prática pelos jovens.

A nova modalidade não poderia, de forma alguma, esquecer a importância da condição física.

2.3. Princípios fundamentais do novo jogo

Um dia, ao entrar no ginásio para guardar uma bola que teria sido utilizada numa aula no exte-

rior, reparou que a mesma entrou dentro de um cesto de fruta depois de ter sido lançada, e daí surgiu

uma ideia brilhante para o novo jogo. Estava-se a dar um grande passo na história do Desporto. Mais

tarde, após ter feito um estudo analítico de todos os jogos conhecidos, com a preocupação de identificar

os elementos comuns, de comparar os processos de jogo e de classificar as acções dominantes e tam-

bém após observação cuidada dos condicionalismos materiais e a nível de instalações, Naismith definiu

que:

1. A bola estaria presente, explorando a atracção lúdica que habitualmente provocava;

2. A bola seria utilizada, exclusivamente com as mãos, atendendo à simplicidade de execu-

ção provocada por uma maior disponibilidade motora das mãos;

3. Criar-se-ia um alvo elevado, horizontal, fino e de pequenas dimensões que apelasse mui-

to mais para a destreza individual do que para a força;

4. Todos os jogadores poderiam movimentar-se pela totalidade do espaço disponível;

5. Proibir-se-ia o jogador de posse de bola de se deslocar com ela, impedindo individualis-

mos e levando-os a uma necessária via de socialização;

6. Proibir-se-ia qualquer tipo de brutalidade (relacionada com a anterior, uma vez que não

correndo com a bola na mão, não haveria placagem e há um incitamento ao auto-controle de reac-

ções por parte do participante;

7. O jogo permitia um equilíbrio entre o ataque e a defesa proporcionando a manutenção

por parte do jogador;

8. O jogo, para além de desportivo, pretendia ser uma poderosa via educativa, evitando a

violência entre os jogadores e melhorando a sua conduta disciplinar;

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A partir destes elementos, Naismith elaborou os cinco princípios fundamentais que caracteriza-

vam o novo jogo:

A bola será esférica, grossa, leve sendo jogada com as mãos;

Os jogadores podem deslocar-se em qualquer direcção no campo e podem receber a

bola em qualquer momento;

É interdito correr com a bola nas mãos;

Os contactos pessoais serão interditos e penalizados;

O cesto, de pequenas dimensões, será fixado numa posição horizontal (a uma determi-

nada altura do solo), de modo a fazer mais apelo à habilidade do que à força;

Estes princípios levaram ao aparecimento do primeiro regulamento de jogo em 15 de Janeiro de

1892.

2.4. Primeiro regulamento de jogo

As primeiras regras foram elaboradas por James Naismith e consistiam no seguinte:

A bola pode ser atirada em qualquer direcção com uma ou com as duas mãos;

A bola pode ser batida em qualquer direcção com uma ou com duas mãos; nunca com o

punho fechado;

O jogador não pode correr com a bola; deve atirá-la do sítio em que a agarrar; deve

haver benevolência para o jogador que agarra a bola quando corre com grande rapidez;

A bola deve ser agarrada nas mãos ou entre as mãos; os braços e o corpo não podem ser

usadas para agarrar a bola;

Não é permitido empurrar, agarrar, puxar, rasteirar ou bater de qualquer modo na pessoa

do adversário:

A 1ª infracção é contada como falta;

Uma 2ª falta desqualifica o jogador que deve abandonar o campo até ser feito novo

ponto; se houver intenção de magoar o adversário, a desqualificação será para o resto do jogo e não

pode ser substituído;

Bater a bola com o punho fechado é falta por violação às regras 2ª e 4ª e deve ser punida

tal como se descreve na regra 5;

Se em qualquer das duas equipas os jogadores fazem três faltas consecutivas, sem que o

adversário tenha feito uma, será contado como ponto para o adversário;

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Conta-se ponto (golo) sempre que a bola seja atirada ou batida de dentro do campo para

dentro do cesto e fique lá dentro; aqueles que defendem não podem tocar no cesto ou deslocá-lo;

Se a bola ficar na borda do cesto, e os adversários mexerem neste, conta-se golo

como se a bola entrasse;

Quando a bola sai fora do campo pode ser posta em jogo pelo primeiro jogador que lhe

toque e deve atirá-la de novo para dentro do campo:

Para este lançamento concede-se cinco segundos; se a bola foi agarrada mais tempo

fica a pertencer ao adversário;

Se uma das equipas demorar o jogo e teimar na demora, o árbitro deve marcar-lhe

uma falta;

O árbitro auxiliar será juiz dos jogadores e deve apontar as faltas avisando quando

forem cometidas três faltas consecutivas; tem poderes para desclassificar os jogadores de acordo

com a regra 5ª;

O tempo de jogo é de 30 minutos, dividido em duas partes de 15 minutos com um inter-

valo de cinco minutos;

A equipa que fizer mais golos nesse tempo será declarada vencedora; no caso de empate

o jogo deve continuar até que se faça outro golo, desde que os capitães concordem;

O número de jogadores era variável de acordo com o tamanho do terreno de jogo e do acordo

que se estabelecia entre os treinadores. Variava entre os três e os quarenta. O melhor número de joga-

dores era nove. Os jogos 9x9 eram os mais frequentes e os treinadores já definiam as posições a tomar

em campo por cada um dos seus jogadores. Geralmente existiam:

Um “goal-keeper”;

Dois “guards”;

Três “centerman”;

Dois “wings”;

Um “homeman”

O dever do ”goal-keeper” era defender o seu cesto, evitando que o seu adversário marcasse pon-

tos. Os dois “guards” também tinham essa função. Os “wings” eram os extremos e o “homeman” (pos-

te) tinham o dever de colocar a bola no cesto do adversário. Os “centerman” (ou base) tinham o dever

de colocar a bola nos colegas que se encontravam na melhor posição para marcar ponto.

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Após estas evoluções do novo jogo, Naismith ia introduzindo inovações que não eram nada

mais, nada menos do que o resultado de tentativas de resposta a situações que se iam apresentando.

Exemplos:

a) O drible não estava previsto, mas era necessário progredir com a bola no terreno mas sem cor-

rer com ela nas mãos. Então, os jogadores à medida que iam avançando, atiravam a bola ao solo

e tornavam a agarrá-la. Esta sequência repetia-se até que surge o drible;

b) O espaço do terreno de jogo começou a ser fixo, assim como os jogadores que com ele esta-

vam relacionados. Começaram a jogar com cinco jogadores em 2-1-2: avançados-médios-

defesas;

c) Começam a surgir as defesas à zona. Desta, os mais altos é que tiravam vantagem; então surge

a regra dos três segundos;

d) Os jogadores mais baixos, estando com alguma desvantagem começavam a lançar de longe já

que a sua penetração para o cesto era de certo modo impossibilitada. Nasce assim, o lançamento

dos três pontos, que convidavam os adversários ao afastamento das tabelas, tornando o jogo

mais espectacular;

e) No início, uma equipa poderia estar com a bola em seu poder durante o tempo que quisesse,

Ora, assim, a equipa que estivesse a ganhar aproveitava-se desta regra para “queimar” tempo em

situações que tornavam o jogo muito monótono e com um nível de espectáculo mais baixo. Sur-

gem as regras de tempo (30 segundos) que obrigam o jogo a ser mais rápido e atraente.

3 - A INTRODUÇÃO DO BASQUETEBOL EM PORTUGAL

O Basquetebol foi introduzido pela primeira vez em Portugal por um professor de Educação

Física, Rodolfo Hornuy, em 1913.

Inicialmente, o jogo tinha apenas um carácter recreativo, uma vez que era conhecido apenas

pelos frequentadores do ginásio da Associação da Mocidade Cristã.

A divulgação foi progredindo até que em 1921 foi possível a organização das primeiras compe-

tições.

A primeira prova inter-regional (1922) realizou-se num campo de futebol (por falta de campos

de jogos apropriados), assim como o primeiro jogo internacional no Porto (1933) e o primeiro entre

equipas femininas.

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4 - ASPECTOS SUMÁRIOS DA EVOLUÇÃO DO BASQUETEBOL. ANALOGIA À PRÁTICA

DO JOGO POR UM PRINCIPIANTE

Será possível estabelecer uma analogia entre o jogo de um principiante e as várias fases de evo-

lução do Basquetebol?

Sim, de facto desde que um indivíduo começa a praticar a modalidade comete erros de ordem

técnica e táctica que se podem comparar com as iniciais fases do Basquetebol. No entanto, à medida

que vai realizando treinos, consegue melhorar ao fim de algum tempo e atinge um nível de execução

muito superior. O Basquetebol ao longo do seu percurso histórico passou por várias fases de evolução

até que, actualmente, é um dos desportos mais praticados em todo o mundo.

O Basquetebol conheceu três fases fundamentais que marcou o seu percurso histórico:

1. FASE PRIMÁRIA

2. FASE DE ORGANIZAÇÃO COLECTIVA

3. FASE ACTUAL

4.1. Fase Primária

Corresponde a todas aquelas situações de primeira experiência de jogo, e que, aliás, caracteri-

zam o jogo anárquico de um principiante:

Existência de individualismo;

Aglutinação constante;

Aglomeração dos jogadores sobre a bola;

Situações de alinhamento;

Falta de ofensividade do drible e do passe;

Ofensividade dos deslocamentos muito reduzida;

Organização colectiva: do mesmo modo dos jogos colectivos da época;

Acção Defensiva: com 2 defesas que não saíam de perto do seu cesto;

Acção Ofensiva: com a utilização de 2 jogadores mais hábeis e rápidos como avançados;

Acção de Ligação: utilização de um médio que apoiava a defesa e o ataque

4.2. Fase de Organização Colectiva

Quando uma equipa perde a posse de bola é necessário que ela se organize colectivamente (1º

processo defensivo) fazendo marcação individual por todo o campo numa correspondência total às fun-

ções desempenhadas:

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Defesas marcam avançados;

Médios marcam médios;

Avançados marcam defesas;

Seguidamente, a marcação individual a partir do meio campo. Finalmente a marcação à zona,

introduzida por Anderson, EUA, é criada a partir do princípio que cada jogador é responsável por

defender uma determinada zona ou área do campo.

4.3. Fase Actual

A partir de 1960, quando se realizaram os primeiros Jogos Olímpicos de Roma, verificou-se

uma profunda modificação nos processos do Basquetebol. Há um cada vez maior aprofundamento dos

conhecimentos fundamentais do jogo, através da sua técnica individual e colectiva (táctica), conduzin-

do os processos de jogo para uma maior simplificação.

Segundo Busnell, o basquetebol passou a ser jogado finalmente, segundo os conceitos de Nais-

mith: “maior e mais lógico equilíbrio entre a defesa e o ataque”.

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1. RESUMO DO REGULAMENTO E ARBITRAGEM

Neste capítulo vamos tentar colocar em evidências as principais regras de Basquetebol (5x5), recentemente refor-

muladas com vista a aumentar a competitividade e espectacularidade do jogo e a sua eficiência ofensiva.

Rec

into

de

Jo

go

(2

8 x

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Ba

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O Basquetebol é um JDC praticado por 2 equipas de cinco jogadores, com um máximo de sete suplentes. O

recinto do jogo (28x15m), rectangular, é delimitado por duas linhas de fundo e duas linhas laterais.

Objectivo Jogo Introduzir a bola no cesto da equipa adversária e evitar que ela seja introduzida no nosso, respeitando as

regras de jogo.

N.º Jogadores 12: 5 efectivos (jogo) e 7 suplentes.

Bola Perímetro: 75 a 78 cm. Peso: 567 a 650 g.

Cesto Fixado numa tabela a uma altura de 3,05 m do solo feito em aro de ferro com um cesto de corda suspenso.

Duração 40 minutos de tempo útil, divididos em 4 períodos de 10 minutos. 15’ de intervalo entre o 2º e 3º período e

2’ de intervalo entre os restantes períodos de jogo.

Resultado

Final

Ganha a equipa que, no fim do jogo, tenha obtido o maior número de pontos. Em caso de empate há que

realizar um ou vários prolongamentos de cinco minutos para encontrar o vencedor. Em algumas competi-

ções do desporto escolar e desporto federado, o regulamento permite que o jogo possa terminar empatado.

Arbitragem Dois Árbitros, 1 marcador (mesa), 1 cronometrista e 1 operador de 24 segundos. Por decisão da Federação,

poderá ser autorizada a utilização de três árbitros.

REGRAS ARBITRAGEM

Início do Jogo

- O jogo começa com um lançamento de bola ao ar entre dois

jogadores, um de cada equipa, no círculo central.

- O árbitro lança a bola ao ar

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Pontuação

- Os pontos são obtidos através de lançamentos de campo e de

lances livres.

- A bola tem de entrar no cesto pela sua parte superior, passan-

do através da rede.

- Os lançamentos de campo são os que se efectuam no decorrer

normal do jogo e em qualquer local do campo. Os lances livres

são executados da linha de lance livre, com o jogo parado.

- Lançamento convertido de qualquer local à frente da linha de

6,25 m ou pisando-a vale 2 pontos.

- Lançamento convertido de qualquer local atrás da linha de

6,25 m vale 3 pontos.

- Lance livre convertido vale 1 ponto.

- O árbitro indica à mesa, com os dedos, o número de pontos

conseguidos pelo lançador. A bola é reposta em jogo em

qualquer ponto atrás da linha final.

Manipulação da Bola

- A bola é jogada exclusivamente com as mãos, podendo ser

passada, lançada ou driblada em qualquer direcção.

- Com a bola segura nas mãos, apenas é possível realizar dois

apoios ou passos.

- Na acção de drible não é permitido:

* Bater a bola com as duas mãos simultaneamente;

* Driblar, controlar a bola com as duas mãos e voltar a driblar,

* Acompanhar a bola com a mão, no momento do drible

(transporte).

* Não é permitido socar a bola!

- O árbitro apita e executa o sinal correspondente à infracção

da regra dos apoios.

- O árbitro apita e executa um movimento alternado dos bra-

ços estendidos para cima e para baixo.

- O árbitro apita e exemplifica o movimento de transporte da

bola.

- A infracção a estas regras é penalizada com perda da posse

da bola. Reposição fora do campo, atrás das linhas laterais ou

finais.

Bola Fora

- As linhas que delimitam o campo não fazem parte dele.

- A bola está fora quando:

* Toca as linhas laterais, finais ou o solo para além delas;

* Um jogador de posse da bola pisa as linhas-limite do campo.

- A equipa responsável pela bola fora perde o direito à sua

posse. Se a bola saiu pela linha lateral, será reposta em jogo

no local correspondente à sua saída.

- Se a bola saiu pela linha final, será reposta em jogo na linha

final, excepto no espaço directamente atrás da tabela.

- O árbitro indica com um braço a direcção do ataque, entrega

a bola ao jogador e controla os cinco segundos que o execu-

tante dispõe para colocar a bola em jogo

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Faltas

Definição: é uma infracção às regras de jogo que envolve

contacto pessoal com um adversário e/ou comportamento

antidesportivo. A falta é sempre averbada ao jogador seguida

de uma penalização técnica.

* Faltas pessoais

-Envolve contacto ilegal com um adversário, quer a bola esteja

viva ou morta.

- Um jogador não pode agarrar, empurrar, nem impedir o

movimento de um adversário com os braços ou com as pernas.

- Falta cometida sobre um jogador que não está em acto de

lançamento.

- Falta cometida sobre um jogador que está em acto de lança-

mento.

* Faltas antidesportivas

- Uma falta pessoal que, na opinião do árbitro, foi cometida

deliberadamente é uma falta antidesportiva. Não é uma tentati-

va legítima para jogar a bola dentro do espírito e intenção das

regras de jogo.

* Faltas técnicas

Atitudes antidesportivas, como linguagem ou gestos ofensivos

e o desrespeito das indicações da arbitragem, serão penaliza-

dos com faltas técnicas. São faltas que não envolvem uma

relação directa com jogadores adversários.

* Falta desqualificante

- Qualquer conduta antidesportiva flagrante por parte de um

jogador, suplente, treinador, treinador adjunto ou acompanhan-

tes da equipa.

5 faltas

O jogador que cometer 5 faltas pessoais e/ou técnicas deve

abandonar o jogo.

Faltas da equipa

Quando uma equipa cometeu quatro faltas pessoais ou técnicas

num período (10 minutos), todas as faltas pessoais seguintes

que não sejam cometidas sobre um jogador em acto de lança-

mento, são penalizadas na linha de lance livre (2 lançamentos).

- O árbitro indica o sinal de falta pessoal e o número do joga-

dor que cometeu a falta. Ao jogador faltoso é averbada falta

no boletim e a sua equipa perde a posse da bola.

- Os jogadores que cometem faltas devem identificar-se

perante a mesa, levantando o braço.

- O jogo recomeça com reposição da bola, fora do campo, na

zona mais próxima do local onde ocorreu a falta, quer seja na

linha lateral ou na final, excepto no espaço directamente atrás

da tabela. A equipa também pode ser penalizada com dois

lances livres (ver faltas da equipa).

- Quando o cesto foi convertido, este é válido e o jogador que

sofreu a falta tem direito a efectuar um lance livre.

- Quando o cesto não foi convertido, o jogador que sofreu a

falta tem direito a efectuar dois ou três lances livres, confor-

me se trate, respectivamente, de uma tentativa de lançamento

de dois ou três pontos.

- A equipa cujo jogador sofreu a falta beneficia de lances

livres, seguidos de posse da bola.

- São assinaladas no boletim e dão origem à marcação de um

lance livre, seguido de posse da bola no meio-campo.

- A execução caberá a um jogador indicado pelo capitão de

equipa.

- O árbitro forma um «T» com as mãos abertas.

- A mesa comunica que o jogador atingiu as 5 faltas. - O

jogador é substituído.

- O jogador que sofreu a falta realizará dois lances livres

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Lance Livre

Nenhum jogador pode entrar na área restritiva, antes de a bola

ter saído das mãos do lançador.

- A penalidade para esta infracção é a repetição do lançamen-

to, se o lance livre não tiver sido convertido.

3 Segundos

Nenhum jogador atacante pode permanecer no interior da área

restritiva adversária mais do que 3 segundos quando a sua

equipa está em posse da bola.

- A penalidade para esta infracção é a perda da posse da bola

para a equipa adversária que a repõe em jogo, fora do campo,

na zona mais próxima do local onde ocorreu a violação, quer

seja na linha lateral, quer na final, excepto no espaço directa-

mente atrás da tabela.

- O árbitro executa um movimento ascendente e descendente

do braço, com três dedos estendidos

8 Segundos

Uma equipa em posse da bola dispõe de 8 segundos para a

fazer passar para a zona de ataque (ultrapassar a linha de meio-

campo).

- No caso de se esgotarem os 8 segundos sem que a bola

tenha passado para a zona de ataque, o árbitro apita e a equipa

adversária tem direito a uma reposição na zona mais próxima

do local onde ocorreu a violação, quer seja na linha lateral ou

na final, excepto no espaço directamente atrás da tabela.

24 Segundos

Uma equipa em posse da bola dispõe de 24 segundos para

lançar ao cesto.

- A mesa indica que passaram os 24 segundos e o árbitro dá a

bola à equipa adversária que efectua reposição na zona mais

próxima do local onde esta se encontrava, seja na linha lateral

ou na final, excepto no espaço directamente atrás da tabela.

Bola Presa

Quando a bola é segura simultaneamente por um jogador de

cada equipa e não se define a sua posse, os árbitros assinalarão

bola presa.

- O jogo recomeça com bola ao ar, no círculo mais próximo

do local onde se verificou a bola presa.

- O árbitro fecha as mãos e estende os polegares.

Substituições

Durante o jogo, qualquer jogador pode ser substituído.

No entanto, na sequência de uma violação, apenas a equipa

que vai repor a bola em jogo pode proceder a uma substitui-

ção.

Nos últimos 2’ do quarto período, ou de qualquer prolonga-

mento, a equipa que sofre cesto pode realizar uma substitui-

ção, desde que esta tenha sido solicitada atempadamente.

Neste caso, o adversário pode também substituir um jogador.

-A sua entrada em campo só pode verificar-se quando o jogo

estiver interrompido e o cronómetro parado.

- Aquando de uma interrupção, a mesa indica o pedido de

substituição e o árbitro autoriza a sua realização.

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Descontos de Tempo

Durante o jogo, cada treinador tem direito a solicitar um des-

conto de tempo, de 1 minuto, em cada um dos três primeiros

períodos; dois durante o quarto período; um durante cada

período suplementar (prolongamento).

- O treinador solicita à mesa o desconto de tempo, que será

concedido quando o jogo estiver interrompido.

SINAIS DE ARBITRAGEM

Os sinais ilustrados nestas regras são os únicos oficiais. Têm de ser usados por todos os árbitros em todos os jogos.

É importante que os oficiais de mesa estejam familiarizados com estes sinais.

PONTOS MARCADOS

CRONOMETRAGEM

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ADMINISTRAÇÃO DO JOGO

VIOLAÇÕES

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INDICAR UMA FALTA PARA A MESA DO MARCADOR (3 PASSOS A SEGUIR)

1º Passo – Número do Jogador

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INDICAR UMA FALTA PARA A MESA DO MARCADOR (3 PASSOS A SEGUIR)

2º Passo – Tipo de Falta

INDICAR UMA FALTA PARA A MESA DO MARCADOR (3 PASSOS A SEGUIR)

3º Passo – Número de Lances Livres (concedidos) ou Direcção do Jogo

N.º Lances Livres

Direcção do Jogo

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ADMINISTRAÇÃO DOS LANCES LIVRES (DOIS PASSOS)

1º Passo – Na área restritiva antes de cada lance livre

ADMINISTRAÇÃO DOS LANCES LIVRES (DOIS PASSOS)

2º Passo – Na área restritiva depois de cada lance livre

ESCLARECIMENTO DAS REGRAS DE JOGO RELATIVO ÀS INFRACÇÕES

As infracções às regras de jogo podem ser de dois tipos: (1) Violações e (2) Faltas.

As violações podem ser igualmente de dois tipos: relativamente à (1.1) bola ou (1.2) marcações

do terreno de jogo.

As faltas assumem diferentes denominações de acordo com a simultaneidade com que ocorrem

ou se são providas de contacto pessoal com o adversário. As faltas são duplas quando são cometidas em

simultâneo e têm uma penalização técnica diferente. Se existe contacto pessoal com um jogador adver-

sário, as faltas são (2.1.) pessoais ou (2.2) antidesportivas. Se não existe contacto pessoal entre jogado-

res adversários, as faltas são desqualificantes quando servem para desqualificar um jogador (sair do

terreno de jogo) ou técnicas, quando existe falta de respeito pelos diferentes intervenientes no jogo.

Quando um jogador acumula até 5 faltas pessoais ou técnicas durante o mesmo jogo, deve ser

desqualificado. Quando uma equipa, no decorrer de cada período de jogo atinge 4 faltas pessoais e/ou

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técnicas, passa a estar na situação de “faltas de equipa com direito a penalidade”. Neste caso, a bola em

vez de ser reposta pela linha lateral ou final, quando a falta ocorre sobre um jogador não está em acto

de lançamento, passa a haver direito a dois lançamentos livres, pelo jogador que sofreu a infracção.

Violações

Uma violação relativamente à bola refere-se à sua má manipulação que infringe as regras esti-

puladas previamente conhecidas. Uma violação relativamente ao terreno de jogo é definida por uma má

gestão dos actos dos jogadores em campo relativamente às linhas e áreas das marcações do terreno de

jogo. Em cada um destes casos, a sanção técnica ou penalidade resume-se a uma reposição de bola pela

equipa que não cometeu a infracção. Esta reposição é feita no ponto mais próximo onde ocorreu a

infracção, atrás da linha lateral ou final. No caso da bola ser reposta na linha final, o jogador deve estar

sempre fora dos limites da área restritiva.

EXEMPLOS DE VIOLAÇÕES

Relativamente à bola Relativamente às marcações

- Drible ilegal (driblar com duas mãos)

- Drible ilegal (driblar, parar a bola, driblar)

- Tocar a bola com a perna ou pé (abaixo do joelho)

- Transporte de bola (mão vai atrás da bola/acompanha-a)

- Estar mais do que cinco segundos com a bola nas mãos

- Regra dos 24 segundos.

- Regra “Turn Over” (regressar com a bola para a zona de defesa)

- Regra dos três segundos

- Regra dos oito segundos

- Jogador e/ou bola sai fora do campo.

Faltas

Uma falta define-se, ao nível do regulamento de basquetebol, como sendo uma infracção às

regras de jogo que envolve contacto pessoal com o adversário e/ou comportamento antidesportivo. A

falta é sempre averbada ao jogador, seguida da penalização respectiva.

COM CONTACTO

SEM CONTACTO FALTAS

INFRACÇÃO

BOLA

MARCAÇÕES

VIOLAÇÕES

Terreno (linha/área) de jogo define a infracção

A bola e sua manipulação definem a infracção

DUPLA

Falta Antidesportiva

Falta Pessoal

Falta Técnica

Falta Desqualificante 4 Faltas de equipa

5 Faltas/Jogador

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Falta Pessoal

È a falta cometida por um jogador que envolve um contacto ilegal com um adversário, quer a

bola esteja viva (em jogo) ou morta (fora dos limites ou após falta). È uma falta que surge na sequência

de uma disputa salutar da bola entre dois jogadores adversários, interpretada pelo árbitro como sendo,

dentro do “espírito das regras do jogo”, mas que inevitavelmente deu origem a um contacto pessoal.

Esta falta é sancionada de formas diferentes, de acordo se o jogador que a sofre, está em acto de lança-

mento ao cesto, ou se não está em acto de lançamento ao cesto:

- No primeiro caso, o jogador que sofre falta tem direito a um lance livre se a finalização foi fei-

ta com sucesso; a dois ou três lances livres, se não houve êxito na finalização e se o jogador lançou ao

cesto, respectivamente, dentro ou fora da área dos 6,25m.

- No segundo caso, em cada período de jogo (10 min), cada falta pessoal é sancionada com

reposição de bola pela equipa que não cometeu a infracção. Esta reposição é feita no ponto mais pró-

ximo onde ocorreu a infracção, atrás da linha lateral ou final. No caso da bola ser reposta na linha final,

o jogador deve estar sempre fora dos limites da área restritiva.

Falta Antidesportiva

É outro tipo de falta pessoal envolve um contacto ilegal e que no entender do árbitro, não é uma

tentativa de legítima de jogar directamente a bola dentro do espírito e intenção das regras. A falta anti

desportiva tem de ser interpretada de uma forma consistente durante o jogo. O que se deve ter em conta

no julgamento realizado pelo árbitro:

- Se um jogador não faz qualquer esforço para jogar a bola e ocorre um contacto;

- Contacto excessivo (“falta dura”) no esforço para jogar a bola;

- Jogador agarra, atinge, rasteira, pontapeia ou empurra deliberadamente um adversário.

Não é falta antidesportiva quando um jogador comete um esforço legítimo para jogar a bola.

A sanção técnica ou penalização para este tipo de falta é, para além do averbamento ao jogador,

realizada de acordo com o seguinte:

- Jogador que sofre falta não está em acto de lançamento – dois lances livres.

- Jogador que sofre falta está em acto de lançamento – o jogador que sofreu a falta tem direi-

to a um lance livre se a finalização foi feita com sucesso; a dois ou três lances livres, se não houve êxito

na finalização e se o jogador lançou, respectivamente, dentro ou fora da área dos 6,25m.

Seguidos de reposição de bola no ponto médio da linha lateral, feita pelo mesmo jogador que

anteriormente lançou.

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Falta Desqualificante

Qualquer conduta antidesportiva flagrante ou repetida por parte de um jogador, jogador suplen-

te, treinador, treinador adjunto ou acompanhante das equipas. Um treinador tem de ser, também, des-

qualificado quando:

- lhe são averbadas duas (2) faltas técnicas ("C") em resultado da sua própria conduta anti-

desportiva.

- lhe são averbadas três (3) faltas técnicas acumuladas resultantes de conduta antidesportiva

do treinador adjunto, substituto ou acompanhante da equipa que se encontra no banco da equipa

("B") ou uma combinação de três (3) faltas técnicas, uma das quais foi averbada ao próprio

treinador ("C").

Um treinador que foi desqualificado tem de ser substituído pelo treinador adjunto, conforme inscri-

ção no boletim de jogo. Se não houver algum treinador adjunto inscrito no boletim de jogo, o treinador

será substituído pelo capitão.

A sanção técnica ou penalização para este tipo de falta é averbamento da falta ao jogador que

depois de ser desqualificado tem de dirigir-se e permanecer nos balneários da sua equipa até ao final do

jogo ou, se preferir, pode abandonar o pavilhão. Depois é realizado o seguinte:

- Jogador que sofre falta não está em acto de lançamento – dois lances livres.

- Jogador que sofre falta está em acto de lançamento – o jogador que sofreu a falta tem direi-

to a um lance livre se a finalização foi feita com sucesso; a dois ou três lances livres, se não houve êxito

na finalização e se o jogador lançou, respectivamente, dentro ou fora da área dos 6,25m.

Seguidos de reposição de bola no ponto médio da linha lateral, feita pelo mesmo jogador que

anteriormente lançou.

Falta Técnica

Podem ser cometidas pelos jogadores de campo ou por qualquer outro elemento da equipa. São

faltas que não envolvem directamente contacto físico com os adversários, mas são caracterizadas pelo

infractor manifestar falta de respeito pelos outros intervenientes no espectáculo. Exemplos: (1) dirigir-

se desrespeitosamente aos árbitros ou oficiais de mesa; (2) perturbar um adversário ou obstruir a sua

visão agitando os braços à sua frente; (3) retardar o jogo; (4) evitar que bola seja reposta prontamente

em jogo; (5) utilizar palavrões relativamente aos árbitros ou aos oficiais de mesa, (6) não levantar ime-

diatamente o braço a pedido do árbitro, quando lhe for assinalada uma falta, (7) trocar o seu n.º de

jogador; (8) abandonar o campo de jogo sem autorização; (9) pendurar-se ilegalmente no aro do cesto.

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A sanção técnica ou penalização para este tipo de falta é averbamento da falta ao jogador que a

cometeu. É concedido um lance livre à equipa adversária, seguida de reposição de bola no ponto médio

da linha lateral, feita pelo mesmo jogador que anteriormente lançou. A nomeação deste jogador que

executa o lançamento é designado pelo capitão de equipa.

Quando a falta é cometida por qualquer elemento da equipa que está no banco de suplentes, a

penalidade é o direito a dois lances livres para a equipa adversária.

Falta Dupla

É uma situação na qual dois adversários cometem falta ao mesmo tempo, um sobre o outro. É

averbada uma falta pessoal cada jogador e não são concedidos nenhuns lançamentos livres. O jogo

deve reiniciar da seguinte maneira:

- Se for convertido um cesto de campo válido ao mesmo tempo, a bola tem de ser colocada à

disposição da equipa adversária que converteu o cesto para uma reposição da linha final.

- Se uma equipa tinha a posse da bola ou tinha direito à bola, a bola tem de ser colocada à disposi-

ção desta equipa para uma reposição de fora do campo, no local mais próximo da infracção.

- Se nenhuma equipa tinha a posse da bola nem direito à bola, o jogo tem de recomeçar com uma

bola ao ar no círculo mais próximo do local onde ocorreu a infracção.

Cinco faltas de um jogador

Um jogador que cometeu cinco (5) faltas, quer sejam pessoais e/ou técnicas, tem de ser informado do

facto e tem de abandonar o jogo de imediato. Tem de ser substituído dentro de 30 segundos. A falta de

um jogador que já tenha cometido anteriormente a sua quinta falta é averbada ao treinador com a letra

"B", no boletim de jogo.

Faltas da equipa: Penalidade

Definição: uma equipa encontra-se em situação de penalidade quando comete quatro faltas de equipa

num mesmo período, resultantes de faltas pessoais ou técnicas averbadas a qualquer jogador dessa

equipa.

Todas as faltas da equipa cometidas em qualquer intervalo de jogo têm de ser consideradas como

fazendo parte do período ou período suplementar que se seguir.

Todas as faltas da equipa cometidas em qualquer período suplementar têm de ser consideradas como

fazendo parte do quarto período.

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Regra

Quando uma equipa se encontra em situação de penalidade por faltas da equipa, consequentemente

todas as faltas pessoais seguintes dos jogadores têm de ser penalizadas com dois (2) lances livres, em

vez de posse da bola pela linha lateral.

Se a falta pessoal é cometida por um jogador da equipa que tem a posse de bola viva, ou da equipa que

vai fazer uma reposição de bola, essa falta pessoal não tem de ser penalizada com dois lances livres.

Princípio básico

Cada um dos árbitros tem poder para assinalar faltas independentemente do em qualquer altura do jogo,

quer a bola esteja viva ou morta. Pode ser averbado qualquer número de faltas a uma ou ambas as equi-

pas. Independentemente da penalidade, será averbada no boletim de jogo uma falta por cada uma come-

tida pelo infractor.