SECAGEM DA CASTANHA-DO-PARÁ (Bertholletia excelsa EM...

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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018 213 ISSN: 1517-8595 SECAGEM DA CASTANHA-DO-PARÁ (Bertholletia excelsa) EM DIFERENTES TIPOS DE SECADORES Ailton Freitas Balieiro Ferreira 1 , Agnes Danilo Fernandes da Costa 2 , Willias da Luz Rodrigues 3 RESUMO O objetivo presente trabalho foi estudar a secagem da espécie amazônica Bertholletia excelsa, amplamente conhecida como castanha-do-pará, em uma faixa de temperatura de 36 °C a 46 °C, por um tempo de 5h30min e em velocidades inferiores a 0,3 m/s. A secagem da castanha-do- pará aconteceu em uma estufa, em um secador solar vertical e em um secador tipo túnel horizontal com ventilação forçada. Posteriormente, os resultados obtidos nos três equipamentos foram comparados e analisados para determinar qual secador apresentou a melhor eficiência de secagem. Além disso, os dados experimentais obtidos foram ajustados a oito modelos matemáticos, a fim de verificar qual modelo melhor prediz as curvas de secagem experimentais da amostra. Com base nas regressões obtidas, os modelos matemático de Midilli e de Kucuk foram os que melhor representaram a cinética de secagem em todos os três secadores, uma vez que tiveram erros médios estimados inferiores a 10%, coeficiente de determinação superior a 99,9% e tendência aleatória. O secador que teve a maior eficiência de secagem da castanha de Pará foi o tipo túnel horizontal com 52,03% em relação ao percentual de massa de água evaporada, devido à circulação de ar quente e seu sistema isolado. Palavras-chave: Bertholletia excelsa, castanha-do-pará, secagem, eficiência de secagem, modelos matemáticos. DRYING OF THE BRAZIL NUTS (Bertholletia excelsa) IN DIFFERENT TYPES OF DRYERS ABSTRACT The present paper had the objective of studying the drying of the Amazonian specie Bertholletia excelsa, widely known as Brazil nuts, in a temperature range of 36 °C to 46 °C, for a time of 5h30min and at speeds lower than 0.3 m.s -1 . Drying of the Brazil nuts happened in a greenhouse, a vertical solar dryer and a forced ventilation horizontal tunnel dryer. Posteriorly, the results obtained in the three equipments were compared and analyzed to determine which dryer presented the best drying efficiency. In addition, the experimental data obtained were adjusted to eight mathematical models, in order to verify which model best predicts the experimental drying curves of the sample. Based on the regressions obtained, the mathematical model of Midilli and Kucuk was the best to represent the drying kinetics in all three dryers, because it presented average errors estimated to be less than 10%, a determination coefficient greater than 99.9% and a random trend. The horizontal tunnel dryer was the equipment that obtained the best drying efficiency, about 52.03% in relation to the mass percentage of evaporated water, due to the circulation of hot air and its isolated system. Keywords: Bertholletia excelsa, Brazil nut, drying, drying efficiency, mathematical models. Protocolo 19-2017 44 de 29/11/2017 1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Ceará-UFC, Rua Humberto Monte, S/N, Bloco 709, Campus do Pici, 60455-760, Fortaleza-CE, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Sergipe-UFS, Av. Marechal Rondon, S/N, Jd. Rosa Elze, 49100-000, São Cristovão-SE, Brasil. E-mail: [email protected] 3 Docente do curso de Engenharia Química, Mestre em Engenharia Química, Universidade do Estado do Amapá-UEAP, Av. Presidente Getúlio Vargas, 650, Centro, 68900-070, Macapá-AP, Brasil. E-mail: [email protected]

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  • Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018 213 ISSN: 1517-8595

    SECAGEM DA CASTANHA-DO-PARÁ (Bertholletia excelsa) EM DIFERENTES

    TIPOS DE SECADORES

    Ailton Freitas Balieiro Ferreira

    1, Agnes Danilo Fernandes da Costa

    2,

    Willias da Luz Rodrigues3

    RESUMO

    O objetivo presente trabalho foi estudar a secagem da espécie amazônica Bertholletia excelsa,

    amplamente conhecida como castanha-do-pará, em uma faixa de temperatura de 36 °C a 46 °C,

    por um tempo de 5h30min e em velocidades inferiores a 0,3 m/s. A secagem da castanha-do-

    pará aconteceu em uma estufa, em um secador solar vertical e em um secador tipo túnel

    horizontal com ventilação forçada. Posteriormente, os resultados obtidos nos três equipamentos

    foram comparados e analisados para determinar qual secador apresentou a melhor eficiência de

    secagem. Além disso, os dados experimentais obtidos foram ajustados a oito modelos

    matemáticos, a fim de verificar qual modelo melhor prediz as curvas de secagem experimentais

    da amostra. Com base nas regressões obtidas, os modelos matemático de Midilli e de Kucuk

    foram os que melhor representaram a cinética de secagem em todos os três secadores, uma vez

    que tiveram erros médios estimados inferiores a 10%, coeficiente de determinação superior a

    99,9% e tendência aleatória. O secador que teve a maior eficiência de secagem da castanha de

    Pará foi o tipo túnel horizontal com 52,03% em relação ao percentual de massa de água

    evaporada, devido à circulação de ar quente e seu sistema isolado.

    Palavras-chave: Bertholletia excelsa, castanha-do-pará, secagem, eficiência de secagem,

    modelos matemáticos.

    DRYING OF THE BRAZIL NUTS (Bertholletia excelsa) IN DIFFERENT TYPES OF

    DRYERS

    ABSTRACT

    The present paper had the objective of studying the drying of the Amazonian specie Bertholletia

    excelsa, widely known as Brazil nuts, in a temperature range of 36 °C to 46 °C, for a time of

    5h30min and at speeds lower than 0.3 m.s-1. Drying of the Brazil nuts happened in a

    greenhouse, a vertical solar dryer and a forced ventilation horizontal tunnel dryer. Posteriorly,

    the results obtained in the three equipments were compared and analyzed to determine which

    dryer presented the best drying efficiency. In addition, the experimental data obtained were

    adjusted to eight mathematical models, in order to verify which model best predicts the

    experimental drying curves of the sample. Based on the regressions obtained, the mathematical

    model of Midilli and Kucuk was the best to represent the drying kinetics in all three dryers,

    because it presented average errors estimated to be less than 10%, a determination coefficient

    greater than 99.9% and a random trend. The horizontal tunnel dryer was the equipment that

    obtained the best drying efficiency, about 52.03% in relation to the mass percentage of

    evaporated water, due to the circulation of hot air and its isolated system.

    Keywords: Bertholletia excelsa, Brazil nut, drying, drying efficiency, mathematical models.

    Protocolo 19-2017 44 de 29/11/2017 1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Ceará-UFC, Rua Humberto

    Monte, S/N, Bloco 709, Campus do Pici, 60455-760, Fortaleza-CE, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal do Sergipe-UFS, Av. Marechal

    Rondon, S/N, Jd. Rosa Elze, 49100-000, São Cristovão-SE, Brasil. E-mail: [email protected] 3 Docente do curso de Engenharia Química, Mestre em Engenharia Química, Universidade do Estado do Amapá-UEAP, Av.

    Presidente Getúlio Vargas, 650, Centro, 68900-070, Macapá-AP, Brasil. E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]

  • 214 Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    INTRODUÇÃO

    O Estado do Amapá apresenta uma

    variedade de vegetais, hortaliças e frutos,

    porém os agricultores ainda sofrem certas

    dificuldades em comercializa-los, em função da

    falta de informação ou de técnicas de

    conservação do produto (Silva, 2014). A

    castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) é um

    dos frutos mais comercializado e procurado nas

    feiras da cidade de Macapá. Na verdade, ela é

    muito importante na Amazônia, pois é utilizada

    há anos pelas populações ribeirinhas como

    alimento e fonte de renda.

    Barbeiro (2012) cita que a castanha é

    uma grande fonte natural de selênio, sendo que

    apenas uma única amêndoa excede a dose diária

    recomendada pela National Research Counci.

    A sua casca também abriga de 8 a 24 sementes

    e seu fruto pode pesar até 2 kg. Ela está

    presente no Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela,

    Guiana, Suriname e Guiana Francesa, ou seja, é

    um fruto típico da Floresta Amazônica.

    Atualmente, o Brasil ocupa a 2ª posição da

    produção mundial, com 40%, perdendo apenas

    para a Bolívia que é o maior exportador

    mundial de castanha, abrangendo cerca de 50%

    da produção.

    Segundo Gomes et al. (2007), um dos

    desafios do mercado de frutas é melhorar a

    eficiência desses produtos para o processo de

    comercialização, reduzindo as perdas pós-

    colheitas antes de chegar ao consumidor final,

    que podem atingir 40%.

    A secagem pode ser utilizada para

    reduzir as perdas inerentes da castanha, para

    gerar um produto mais conservado, com maior

    tempo de prateleira e adequado à

    comercialização, pois além de preservar o fruto,

    a secagem diminui os custos com

    armazenamento, uma vez que o volume da

    amostra desidratada pode chegar a ser 80%

    menor do que o volume in natura (Silva, 2014).

    A secagem pode ser de duas maneiras:

    natural e artificial.

    De acordo com Celestino (2010), a

    secagem natural é um método simples,

    economicamente viável (de baixo custo), mas

    bastante demorado, no qual a matéria-prima é

    exposta à longos períodos de radiação solar,

    com temperaturas variando de 35 °C a 40 °C,

    sendo submetida à ventos de intensidade

    moderada e à baixas umidades relativas do ar.

    Se o processo não for realizado de forma

    correta, o produto pode sofrer à ação de

    microrganismos e insetos.

    A secagem artificial utiliza equipamentos

    e condicionamento do ar de secagem para

    remover a água da amostra, através do controle

    de temperatura, umidade relativa e velocidade

    do ar de secagem. É um processo classificado

    como batelada e as condições do ar de secagem

    não dependem das condições climáticas, o que

    favorece um produto de qualidade superior e

    com menor tempo de processamento (Celestino,

    2010).

    Na secagem artificial, ao ser colocado no

    secador, devido à diferença de temperatura

    ocorre uma transferência de calor da fonte

    quente para o material úmido e também a

    evaporação da água. A diferença de pressão

    parcial de vapor d'água entre o ambiente (ar

    quente) e a superfície do produto ocasionará

    uma transferência de massa do produto para o

    ar e, assim, o vapor será arrastado do material

    para o ambiente (Marcinkowski, 2006).

    Ao diminuir a quantidade de água no

    produto (eliminação de água livre), não só o

    peso diminuirá, como também é criado um

    ambiente que impede o crescimento

    microbiano, aumentando a vida útil do produto

    e facilitando o transporte do mesmo.

    Portanto, o presente trabalho tem como

    objetivos estudar a secagem da espécie

    amazônica Bertholletia excelsa, analisar dentre

    três tipos de equipamentos de secagem, aquele

    que apresenta a melhor eficiência e avaliar qual

    melhor modelo matemático prediz a cinética de

    secagem experimental da castanha-do-pará.

    MATERIAIS E MÉTODOS

    Os experimentos foram realizados no

    Laboratório de Resistência e Tecnologia dos

    Materiais do Núcleo Tecnológico das

    Engenharias (NTE) e nos laboratórios do curso

    de Engenharia Química, ambos pertencentes a

    Universidade do Estado do Amapá (UEAP). As

    amostras de Bertholletia excelsa foram obtidas

    em feiras do município de Macapá-AP.

    Processo de secagem da castanha-do-pará

    A castanha passou por um processo de

    seleção, para retirar as cascas e aquelas

    apodrecidas ou deterioradas pelo tempo. Em

    seguida, as amêndoas foram colocadas em

    recipientes metálicos para dá início ao processo

    de secagem. A Figura 1 ilustra essa etapa.

  • Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al. 215

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    (a)

    (b)

    Figura1. Castanha-do-pará com casca (a).

    Castanha-do-pará sem casca (b). Fonte: Arquivo próprio.

    O teor de água foi determinado após a

    seleção do material e, no fim do processo de

    secagem, através do método gravimétrico,

    adotando-se a metodologia recomendada pela

    ASABE (2010), mantendo o material em estufa,

    com circulação forçada de ar, a uma

    temperatura de 103±2 °C, durante um período

    de 24 horas.

    A matéria-prima (Bertholletia excelsa)

    foi secada em três diferentes tipos de

    equipamentos: em um secador tipo túnel

    horizontal com ventilação forçada (Figura 2),

    em um secador vertical de aquecimento solar

    com ventilação natural (Figura 3) e na estufa

    modelo 403/5 N, marca Nova Ética (Figura 4).

    Ressalta-se que os dois primeiros secadores,

    citados anteriormente, foram elaborados e

    construídos por acadêmicos do curso de

    Engenharia Química da UEAP.

    Figura 2. Vista lateral do túnel horizontal.

    Fonte: Silva (2014).

    Figura 3. Secador solar vertical. Fonte: Arquivo próprio.

    Figura 4. Secador tipo estufa. Fonte: Arquivo próprio.

    As amostras de Bertholletia excelsa

    foram pesadas em uma Balança Analítica

    Prolab 220 g (resolução de 0,0001 g), com

    auxílio de bandejas metálicas. O tempo de

    secagem foi controlado por meio das perdas de

    massa da amostra, sem que houvesse grande

    diferença de teor de água entre as leituras. O

    intervalo de tempo foi de 5, 10 e 15 minutos,

    totalizando um tempo total de secagem de

    5h30min.

    Secador solar vertical

    A massa inicial de castanha a ser secada

    no secador solar vertical foi de 23,0263 g. A

    secagem neste equipamento foi realizada sob

    velocidade de 0,1±0,3 m/s e temperatura

    variável de 36 °C a 42 °C.

    Secador tipo estufa

    Na estufa, a secagem ocorreu sob

    temperatura de 40±2 °C e sem circulação de ar.

  • 216 Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    A quantidade de castanha inicial a ser secada

    foi de 23,1010 g.

    Secador tipo túnel horizontal

    No túnel horizontal, a massa de castanha

    foi de 23,0950 g. Além disso, a velocidade de

    ar foi constante a 0,1 m/s e a temperatura variou

    de 40 °C a 46 °C.

    Abordagem teórica sobre o cálculo do

    processo de secagem

    O teor de água de um produto é a

    proporção direta entre a massa de água presente

    no material e a massa de matéria seca (Park,

    2007). A massa de água que pode ser removida

    sem alterar a estrutura molecular do material,

    podendo ser expressa em base seca e em base

    úmida.

    A base seca (Xbs) está relacionada com a

    massa seca do produto, conforme a Equação 1.

    𝑋𝑏𝑠 =𝑀𝑤𝑀𝑠𝑐

    (1)

    Onde Xbs corresponde o teor de água em base

    seca, Mw é a massa de água em um determinado

    instante de secagem, Msc equivale a massa seca

    após um período de 24 horas.

    A base úmida usa a massa total do

    produto, de acordo com a Equação 2.

    𝑋𝑏𝑢 =𝑀𝑤𝑀𝑡

    (2)

    Em que Mw pode ser calculado pela

    diferença entre a massa da amostra em um

    instante t (Mt), menos a massa da amostra seca

    final (Msc) ou massa de equilíbrio (Me).

    Marcinkowski (2006) reitera que o

    processo de secagem é realizado com amostras

    de diferentes lotes, que não apresentam o

    mesmo teor de água inicial ao longo do

    experimento. Por causa disso, há uma

    necessidade de usar uma variável que possa

    apresentar a variação de teor de água do

    produto, independente da teor de água inicial do

    mesmo. Assim, define-se a razão do teor de

    água (RX) para representar o teor de água

    absoluto da amostra (Equação 3).

    𝑅𝑋 =𝑋 − 𝑋𝑒𝑋𝑜 − 𝑋𝑒

    (3)

    Onde X representa o teor de água

    absoluta, Xe é o teor de água de equilíbrio e Xo é

    o teor de água inicial, ambos em base seca. A razão do teor de água experimental foi

    ajustado aos modelos matemáticos utilizando o

    software Statistica®7, adotando-se uma

    estimativa não linear para obtenção dos dados

    de regressão. Os modelos pressupostos para

    estimar RX em função do tempo estão

    disponíveis na Tabela 1.

    Tabela 1. Modelos cinéticos de secagem. Modelo Equação

    Newton ( . )RU exp k t (4)

    Page ( . )nRU exp k t (5)

    Henderson

    e Pabis . ( . )RU a exp k t (6)

    Logarí-

    tmico . ( . ) RU a exp k t c (7)

    Dois

    Termos 0 1. ( . ) . ( . )RU a exp k t b exp k t (8)

    Wang e

    Singh 21 . .RU a t b t (9)

    Henderson

    e Pabis

    modificado

    . ( . ) . ( . ) . ( . )RU a exp k t b exp g t c exp h t

    (10)

    Midilli e

    Kucuk . ( . ) .nRU a exp k t b t (11)

    Nas Equações de 4 a 11, RX refere-se a

    razão do teor de água do produto, em termos

    adimensionais; t é o tempo de secagem (em

    minutos); k, ko e k1 são coeficientes de secagem

    e os termos a, b, c, g, h e n são constantes dos

    modelos de secagem.

    A escolha do melhor modelo matemático

    de secagem foi realizada em função do

    coeficiente de determinação (R2), do erro médio

    relativo (EMR) e do erro médio estimado

    (EME), calculados a partir das Equações 12 e

    13, respectivamente. Além de levar em

    consideração a tendência de distribuição dos

    resíduos, seja aleatória ou tendenciosa.

    𝐸𝑀𝑅 = 100

    𝑁∑

    |𝑌 − 𝑌′|

    𝑌 (12)

    𝐸𝑀𝑅 = √∑(𝑌 − 𝑌′)2

    𝐺𝐿𝑅 (13)

    Onde N é o número de observações; Y é o

    valor observado experimentalmente; Y’ é o

    valor calculado pelo modelo e GLR

    corresponde ao grau de liberdade do modelo.

  • Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al. 217

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Segundo Gonzalez et al. (2012), os

    modelos matemáticos são importantes para

    obter uma melhor compreensão sobre o

    processo de secagem da matéria-prima,

    permitindo a otimização do consumo de

    energia, a qualidade do produto e reduzindo o

    tempo operacional. Na verdade, um modelo

    matemático auxilia a compreensão do processo

    e estuda qualitativa-quantitativamente o

    comportamento das curvas de secagem,

    predizendo o desempenho do sistema.

    RESULTADOS E DISCUSSÕES

    Os resultados obtidos com a secagem da

    massa da castanha-do-pará no período de

    5h30min estão ilustrados na Figura 5.

    Figura 5. Massas da castanha-do-pará x tempo

    De acordo com a Figura 5, a quantidade

    reduzida no secador solar foi 1,1751 g de

    castanha-do-pará. Na estufa, a massa foi de

    1,9472 g. No túnel horizontal, a massa de

    castanha foi de 2,3070 g, obtendo-se o melhor

    desempenho entre os equipamentos. Essas

    quantidades de massa reduzidas correspondem,

    sobretudo, a água livre presente na superfície

    das amostras.

    Ao término do processo de secagem da

    castanha-do-pará, foi possível comparar a

    eficiência nos três tipos de equipamentos. A

    Figura 6 ilustra a eficiência em função da massa

    de água removida pela massa total de água

    presente na amostra.

    Observa-se na Figura 6 que a secagem no

    túnel horizontal apresentou a melhor eficiência

    em relação aos demais secadores. Porém,

    também é viável dizer que o secador solar e a

    estufa também apresentam uma eficiência

    aceitável.

    No secador solar, a eficiência foi a menor

    em virtude de condições externas, tais como

    umidade relativa do ar circundante e

    temperatura ambiente, que interferiram nas

    condições do ar de secagem e por também não

    ser isolado como os demais secadores. A

    eficiência da estufa deveria ser maior ou

    aproximadamente a mesma do túnel horizontal,

    pois ela não sofre interferências externas, mas a

    secagem foi feita sob uma temperatura um

    pouco menor do que a do túnel, um aspecto

    preponderante para o processo.

    Figura 6. Eficiência dos secadores.

    Durante a secagem, é fundamental

    analisar alguns parâmetros que irão representar

    a quantidade de água perdida no processo,

    assim como descreverão melhor o processo e

    permitirão construir as curvas de secagem.

    Desta maneira, deve-se avaliar o teor de água

    tanto em base seca como em base úmida e a

    razão do teor de água.

    0 50 100 150 200 250 300 35020,5

    21,0

    21,5

    22,0

    22,5

    23,0

    23,5

    S. Solar Vertical

    Estufa

    S. Túnel Horizontal

    Mass

    a d

    a a

    most

    ra /

    g

    Tempo / min

    [VALO

    R]%

    [VALO

    R]% [VALO

    R]%

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    Efi

    ciên

    cia (

    %)

    Estufa Túnel S. Solar Vertical

  • 218 Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Nas Figuras 7 e 8 encontram-se as curvas

    de secagem experimentais da castanha-do-pará,

    obtidas em função do teor de água.

    Figura 7. Teor de água em base seca x tempo.

    Figura 8. Teor de água em base úmida x tempo.

    De acordo com Geankoplis (1998), o

    gráfico do teor de água do produto a ser secado

    pelo tempo de secagem deve-se assemelhar ao

    da Figura 9.

    É notório que todas as curvas de secagem

    obtidas concordaram com o padrão da curva de

    secagem de Geankoplis (1998), até alcançar o

    ponto máximo de eficiência de secagem de cada

    equipamento, durante o tempo estabelecido de

    secagem. Isto é, comparando o valor

    experimental com a literatura, percebe-se que

    há semelhança entre os gráficos do Teor de

    água versus o tempo. Obviamente, o processo

    de secagem nos secadores foi realizado da

    maneira correta.

    Figura 9. Curva do teor de água (Humedad) x

    tempo (Tiempo). Fonte: Geankoplis (1998).

    0

    0

    50

    50

    100

    100

    150

    150

    200

    200

    250

    250

    300

    300

    350

    350

    0,08

    0,06

    0,10

    0,08

    0,12

    0,10

    0,14

    0,12

    0,16

    0,14

    0,18

    0,16

    0,20

    0,18

    0,22

    0,20

    0,24

    S. Solar Vertical

    0,26

    Estufa

    S.Solar Vertical

    S. Túnel Horizontal

    Estufa

    Teor de águaem base úmida / xbu

    S. Túnel Horizontal

    Tempo / min

    Teor de ágau em base seca / x bs

    Tempo / min

  • Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al. 219

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Além disso, as Figuras 7 e 8 ilustram que

    as amostras da castanha perderam água mais

    rapidamente no início da secagem, pois a

    quantidade de água livre é maior na superfície

    das amostras, conforme o trabalho de

    Geankoplis (1998), por causa disso, menor

    tempo de secagem foi requerido para secar a

    castanha inicialmente.

    É necessário estabelecer uma razão do

    teor de água para o processo de secagem, em

    função das diferentes amostras da castanha e

    por elas não possuírem o mesmo teor de água

    inicial durante o processo. Portanto, RX versus

    o tempo de secagem, obtido a partir dos dados

    experimentais e do melhor modelo matemático,

    está ilustrado na Figura 10.

    Figura 10. Curvas de secagem experimentais e curvas preditas pelo modelo de Midilli e Kucuk.

    A partir da Figura 10, nota-se que o

    modelo de Midilli e Kucuk concordou

    satisfatoriamente com os dados obtidos nos

    experimentos, apresentando comportamento

    similar as curvas de secagem da castanha-do-

    pará para todos os três equipamentos.

    Nas Tabelas 2, 3 e 4 a seguir são

    reportados os dados obtidos no software

    STATISTICA®7, em relação a R2, EMR, EME e

    ao tipo de tendência de distribuição dos

    resíduos para cada um dos modelos

    matemáticos avaliados.

    Tabela 2. Valores dos coeficientes de determinação ajustados, dos erros médios relativos, dos erros

    médios estimados e da tendência no secador solar vertical.

    Modelo Coeficientes e constantes R2 (%) EMR (%) EME Tendência

    Newton k = 0,0096 99,7332 30,9835 0,0227 Aleatória

    Page k = 0,0114, n = 0,9636 99,7555 35,1897 0,0218 Tendenciosa

    Henderson e

    Pabis a = 0,9748, k = 0,0093 99,7883 33,2657 0,0202 Tendenciosa

    Logarítmico a = 1,0192, k = 0,0080,

    c = -0,0605 99,8826 11,7074 0,0151 Aleatória

    Dois Termos a = 0,4879, k0 = 0,0093,

    b = 0,4869, k1 = 0,0093 99,7883 33,2672 0,0202 Tendenciosa

    Wang e

    Singh a = -0,0071, b = 1,315.10

    -5 98,8415 43,5762 0,0472 Tendenciosa

    Henderson e

    Pabis

    modificado

    a = 0,3248, k = 0,0093,

    b = 0,3248, g = 0,0093,

    c = 0,3248, h = 0,0093

    99,7881 33,0751 0,0202 Tendenciosa

    Midilli e

    Kucuk a = 1,0035, k = 0,0195,

    n = 0,8124, b = -0,0004

    99,9760

    5,0237

    0,4021

    Aleatória

    0 50 100 150 200 250 300 350

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2 Experimental (s. solar vertical) Predito (s. solar vertical) Experimental (estufa) Predito (estufa) Experimental (s. túnel horizontal) Predito (s. túnel horizontal)

    RX

    Tempo / min

  • 220 Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Tabela 3. Valores dos coeficientes de determinação ajustados, dos erros médios relativos, dos erros

    médios estimados e da tendência na estufa.

    Modelo Coeficientes e constantes R2 (%)

    EMR (%) EME Tendência

    Newton k = 0,0082 99,6727 28,6052 0,0255 Tendenciosa

    Page k = 0,0064, n = 1,0500 99,5648 24,5438 0,0241 Tendenciosa

    Henderson e

    Pabis a = 1,0031, k = 0,0083 99,6735 28,3826 0,0255 Tendenciosa

    Logarítmico a = 1,1035, k = 0,0063,

    c = -0,1256 99,9002 6,2012 0,0141 Aleatória

    Dois Termos a = 0,5015, k0 = 0,0083,

    b = 0,5015, k1 = 0,0083 99,6735 28,3838

    0,0255

    Tendenciosa

    Wang e Singh a = -0,0063, b = 1,038.10-5

    99,4915 19,0107 0,0318 Aleatória

    Henderson e

    Pabis

    modificado

    a = 0,3387, k = 0,0082,

    b = 0,3387, g = 0,0082,

    c = 0,3262, h = 0,0084

    99,6732 28,1600 0,0255 Tendenciosa

    Midilli e

    Kucuk a = 1,0104, k = 0,0138,

    n = 0,8461, b = -0,0005 99,9150 4,2705

    0,0086

    Aleatória

    Tabela 4. Valores dos coeficientes de determinação ajustados, dos erros médios relativos, dos erros

    médios estimados e da tendência no secador tipo túnel horizontal.

    Modelo Coeficientes e constantes R2 (%)

    EMR (%) EME Tendência

    Newton k = 0,0096 99,7204 18,1710 0,0229 Aleatória

    Page k = 0,0131, n = 0,9353 99,7946 23,2863 0,0196 Tendenciosa

    Henderson e

    Pabis a = 0,9645, k = 0,0092 99,8330 20,0077 0,0177 Aleatória

    Logarítmico a = 0,9929, k = 0,0083,

    c = -0,0393 99,8768 10,0588 0,0152 Aleatória

    Dois Termos a = 0,4819, k0 = 0,0092,

    b = 0,4819, k1 = 0,0092 99,8329 20,1595

    0,0177

    Tendenciosa

    Wang e Singh a = -0,0072, b = 1,36.10-5

    98,6184 35,9079 0,0507 Tendenciosa

    Henderson e

    Pabis

    modificado

    a = 0,3214, k = 0,0092,

    b = 0,3214, g = 0,0092,

    c = 0,3216, h = 0,0092

    99,8330 20,0091 0,0177 Aleatória

    Midilli e

    Kucuk a = 0,9980, k = 0,0200,

    n = 0,8129, b = -0,0003 99,9590 3,5247

    0,0059

    Aleatória

    Analisando os resultados obtidos no

    software Statistica®7, em relação a R2, verifica-

    se que quase todos os modelos matemáticos

    obtiveram valores elevados (acima de 99%). De

    acordo com Madamba et al. (1996), coeficiente

    de distribuição acima de 99% é característica de

    uma boa representação do fenômeno de

    secagem. Mas teve-se uma exceção em relação

    ao modelo de Wang e Singh, tanto para o

    secador solar vertical como para o túnel, que

    apresentou R2 em torno de 98%.

    Os dados obtidos para R2, EMR e EME

    demonstram que o modelo de Midilli e Kucuk

    foi o melhor para predizer a cinética de

    secagem no secador solar, na estufa e no túnel

    horizontal, devido ao coeficiente de

    determinação obtido com este modelo em todos

    os equipamentos ser maior do que 99,9%,

    enquanto nos demais modelos R2 esteve abaixo

    de 99,9%. Além desse fato, a tendência deste

    modelo demonstrou ser do tipo aleatória e

    também ele obteve os menores EMR, isto é,

    5,0237 para o secador vertical, 4,2705 para a

    estufa e 3,5247 para o túnel horizontal.

    Os EMR dos modelos obtidos com as

    regressões não ultrapassaram o valor de 50%.

    Porém, segundo Aguerre et al. (1989), os

    melhores métodos matemáticos são aqueles que

  • Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al. 221

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    apresentam valores inferiores a 10%, por isso,

    para os três secadores o melhor modelo foi o de

    Midilli Kucuk, pois este indicou ajustes bons de

    valores observados em relação aos

    experimentais durante o processo de secagem.

    Ressalta-se que para a estufa o modelo

    Logarítmico também prediz muito bem a

    cinética de secagem, entretanto, escolheu-se o

    modelo de Midilli e Kucuk devido ao seu R2 ser

    o maior e seu EME ser menor quando

    comparado ao outro.

    As Figuras 11, 12 e 13 a seguir ilustram

    os valores experimentais e estimados de RU

    pelo modelo de Midilli e Kucuk.

    Figura 11. RU experimental versus RU predito

    pelo modelo Midilli e Kucuk no secador solar

    vertical.

    Figura 12. RU experimental da castanha-do-

    pará versus o RU predito pelo modelo Midilli e

    Kucuk na estufa.

    Figura 13. RU experimental versus RU predito

    pelo modelo Midilli e kucuk para o secador

    túnel horizontal.

    Percebe-se através das Figuras 11 a 13,

    que os RU preditos tocam a reta que passa pela

    origem, que teoricamente representa a

    igualdade entre os valores experimentais e

    estimados, demonstrando que a predição

    através do modelo de Midilli e Kucuk se ajustou

    satisfatoriamente aos valores de RU

    experimentais obtidos nos três secadores, com

    R2 superior a 99,9%. Portanto, tal modelo é

    adequado para representar a secagem das

    amostras de castanha-do-pará.

    CONCLUSÃO

    Para o processo de secagem da castanha-

    do-pará, verificou-se que o experimento

    realizado no túnel horizontal, sob uma faixa de

    temperatura de 40 °C a 46 °C e com circulação

    de ar quente foi o mais eficiente em termos de

    massa de água evaporada, pois não dependeu de

    fatores externos: corrente de ar, temperatura e

    umidade relativa. Porém, os demais secadores

    (solar vertical e estufa) podem ser utilizados em

    processos de secagem, uma vez que ambos

    reduziram a massa da amostra a ser secada e

    apresentaram parâmetros de secagem próximos

    com os dados da literatura.

    Dentre os modelos matemáticos obtidos

    neste trabalho, o que melhor descreveu a

    cinética de secagem da Bertholletia excelsa nas

    condições adotadas foi o de Midilli e Kucuk,

    apresentando R2 superior a 99,9%, EMR menor

    do que 10% e baixo EME.

    Nos experimentos, quando foi realizado a

    análise do teor de água em função do tempo, os

    resultados obtidos foram satisfatórios quando

    comparados com a teoria que rege a cinética de

    secagem, assim como os gráficos de regressão,

    que se assemelharam consideravelmente aos

    dados experimentais.

    0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    RU

    exp

    erim

    enta

    l

    RU predito

    Equation y = a + b*x

    Weight No Weighting

    Residual Sum of Squares

    5,95108E-4

    Pearson's r 0,99989

    Adj. R-Square 0,99976

    Value Standard Error

    B Intercept 3,92815E-4 0,00155

    B Slope 0,99872 0,00302

    0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    RU

    exp

    erim

    enta

    l

    RU predito

    0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

    0,0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1,0

    1,2

    RU

    exp

    erim

    enta

    l

    RU predito

    Equation y = a + b*x

    Weight No Weighting

    Residual Sum of Squares

    9,2718E-4

    Pearson's r 0,99982

    Adj. R-Square 0,99962

    Value Standard Error

    B Intercept 1,19592E-4 0,00195

    B Slope 0,99986 0,00383

  • 222 Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Por fim, recomenda-se que em outras

    secagens seja avaliada também a secagem da

    casca da castanha e que ocorra a simulação do

    processo, utilizando algum software, com o

    intuito de analisar melhor a transferência de

    calor e de massa e, de visualizar como os

    gradientes de temperatura se comportam e

    influenciam na secagem do produto.

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    INFORMAÇÕES ADICIONAIS

  • Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al. 223

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Tabela 5. Dados da secagem no secador vertical de aquecimento solar com ventilação natural.

    Tempo

    (min)

    Temperatura

    (°C)

    Umidade

    relativa

    Massa de

    castanha

    (g)

    Mw

    (g) Xbs Xbu RX

    0 38,00 52,00 23,0263 2,9134 0,1449 0,1265 1

    5 37,90 48,00 22,9518 2,8389 0,1411 0,1237 0,9366

    10 38,40 46,00 22,8860 2,7731 0,1379 0,1212 0,8806

    15 37,80 44,00 22,8313 2,7184 0,1352 0,1191 0,8341

    20 37,60 44,00 22,7891 2,6762 0,1331 0,1174 0,7981

    25 38,00 46,00 22,7464 2,6335 0,1309 0,1158 0,7618

    35 38,90 43,00 22,6670 2,5541 0,1270 0,1127 0,6943

    45 39,90 44,00 22,5883 2,4754 0,1231 0,1096 0,6272

    55 38,10 43,00 22,5287 2,4158 0,1201 0,1072 0,5765

    65 38,30 44,00 22,4793 2,3664 0,1177 0,1053 0,5345

    75 38,80 47,00 22,4321 2,3192 0,1153 0,1034 0,4943

    90 35,90 45,00 22,3664 2,2535 0,1120 0,1008 0,4384

    105 37,00 44,00 22,3049 2,1920 0,1090 0,0983 0,3861

    120 37,90 45,00 22,2504 2,1375 0,1063 0,0961 0,3397

    135 37,50 44,00 22,2028 2,0898 0,1039 0,0941 0,2992

    150 37,00 51,00 22,1673 2,0544 0,1021 0,0927 0,2690

    165 38,90 52,00 22,1244 2,0115 0,1000 0,0909 0,2325

    180 38,90 52,00 22,0838 1,9709 0,0980 0,0892 0,1979

    195 39,00 54,00 22,0531 1,9402 0,0965 0,0880 0,1718

    210 37,60 54,00 22,0197 1,9068 0,0948 0,0866 0,1433

    225 37,90 56,00 21,9845 1,8716 0,0931 0,0851 0,1134

    240 38,30 55,00 21,9521 1,8392 0,0914 0,0838 0,0858

    255 37,60 57,00 21,9272 1,8143 0,0902 0,0827 0,0647

    270 36,60 56,00 21,9095 1,7966 0,0893 0,0820 0,0496

    285 36,50 59,00 21,8934 1,7805 0,0885 0,0813 0,0359

    300 36,40 62,00 21,8758 1,7629 0,0876 0,0806 0,0209

    315 36,30 52,00 21,8633 1,7504 0,0870 0,0801 0,0103

    330 36,20 48,00 21,8512 1,7383 0,0864 0,0796 0

  • 224 Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al.

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Tabela 6. Dados da secagem no secador tipo estufa.

    Tempo

    (min)

    Temperatura

    (°C)

    Umidade

    relativa

    Massa de

    castanha

    (g)

    Mw

    (g) Xbs Xbu RX

    0 40,00 52,00 23,1010 4,0266 0,2111 0,1743 1

    5 40,00 48,00 23,0162 3,9418 0,2067 0,1713 0,9565

    10 39,00 46,00 22,9472 3,8728 0,2030 0,1688 0,9210

    15 38,00 44,00 22,8681 3,7937 0,1989 0,1659 0,8804

    20 37,00 44,00 22,8128 3,7384 0,1960 0,1639 0,8520

    25 38,00 46,00 22,7400 3,6656 0,1922 0,1612 0,8146

    35 40,00 43,00 22,5963 3,5219 0,1846 0,1559 0,7408

    45 40,00 42,00 22,4669 3,3925 0,1779 0,1510 0,6744

    55 40,00 43,00 22,3701 3,2957 0,1728 0,1473 0,6246

    65 40,00 44,00 22,2984 3,2240 0,1690 0,1446 0,5878

    75 40,00 47,00 22,2250 3,1506 0,1652 0,1418 0,5501

    90 40,00 45,00 22,1203 3,0459 0,1597 0,1377 0,4964

    105 39,00 44,00 22,0304 2,9560 0,1550 0,1342 0,4502

    120 38,50 45,00 21,9436 2,8692 0,1504 0,1308 0,4056

    135 40,00 44,00 21,8638 2,7894 0,1462 0,1276 0,3646

    150 40,00 51,00 21,7855 2,7111 0,1421 0,1244 0,3244

    165 40,00 52,00 21,6993 2,6249 0,1376 0,1210 0,2801

    180 40,00 52,00 21,6226 2,5482 0,1336 0,1178 0,2408

    195 40,00 54,00 21,5553 2,4809 0,1301 0,1151 0,2062

    210 40,00 54,00 21,4942 2,4198 0,1269 0,1126 0,1748

    225 40,00 56,00 21,4329 2,3585 0,1236 0,1100 0,1433

    240 40,00 55,00 21,3759 2,3015 0,1207 0,1077 0,1141

    255 40,00 57,00 21,3229 2,2485 0,1179 0,1055 0,0868

    270 40,00 56,00 21,2871 2,2127 0,1160 0,1039 0,0685

    285 40,00 59,00 21,2533 2,1789 0,1142 0,1025 0,0511

    300 40,00 62,00 21,2203 2,1459 0,1125 0,1011 0,0342

    315 40,00 59,00 21,1870 2,1126 0,1108 0,0997 0,0171

    330 40,00 60,00 21,1538 2,0794 0,1090 0,0983 0

  • Secagem da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) em diferentes tipos de secadores Pereira et al. 225

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.213-225, 2018

    Tabela 7. Dados da secagem no secador tipo túnel horizontal com ventilação forçada.

    Tempo

    (min)

    Temp.

    (°C)

    Veloc.

    (m/s)

    Umidade

    relativa

    Massa de

    castanha

    (g)

    Mw

    (g) Xbs Xbu RX

    0 48,00 0,10 68,00 23,0950 4,4340 0,23761 0,19199 1

    5 48,00 0,10 68,00 22,9290 4,2680 0,22871 0,18614 0,9280

    10 48,10 0,10 68,00 22,7850 4,1240 0,22100 0,18100 0,8656

    15 48,20 0,10 67,00 22,6850 4,0240 0,21564 0,17739 0,8223

    20 47,90 0,20 66,00 22,6030 3,9420 0,21124 0,17440 0,7867

    25 47,40 0,20 65,00 22,5250 3,8640 0,20706 0,17154 0,7529

    35 47,90 0,20 64,00 22,3870 3,7260 0,19967 0,16644 0,6931

    45 49,10 0,20 63,00 22,2390 3,5780 0,19174 0,16089 0,6290

    55 48,90 0,10 62,00 22,1210 3,4600 0,18541 0,15641 0,5778

    65 50,10 0,10 62,00 22,0150 3,3540 0,17973 0,15235 0,5319

    75 50,10 0,10 62,00 21,9160 3,2550 0,17443 0,14852 0,4889

    90 51,50 0,10 61,00 21,7770 3,1160 0,16698 0,14309 0,4287

    105 51,90 0,10 60,00 21,6480 2,9870 0,16007 0,13798 0,3728

    120 52,10 0,10 59,00 21,5370 2,8760 0,15412 0,13354 0,3247

    135 50,10 0,10 57,00 21,4480 2,7870 0,14935 0,12994 0,2861

    150 48,90 0,10 58,00 21,3970 2,7360 0,14662 0,12787 0,2640

    165 49,20 0,10 57,00 21,3250 2,6640 0,14276 0,12492 0,2328

    180 51,50 0,20 57,00 21,2510 2,5900 0,13879 0,12188 0,2007

    195 50,60 0,10 57,00 21,2050 2,5440 0,13633 0,11997 0,1808

    210 49,80 0,10 61,00 21,1360 2,4750 0,13263 0,11710 0,1508

    225 52,00 0,10 59,00 21,0610 2,4000 0,12861 0,11395 0,1183

    240 51,40 0,10 57,00 20,9940 2,3330 0,12502 0,11113 0,0893

    255 40,00 0,10 57,00 20,9520 2,2910 0,12277 0,10935 0,0711

    270 40,00 0,10 56,00 20,9220 2,2610 0,12116 0,10807 0,0581

    285 40,00 0,10 59,00 20,8940 2,2330 0,11966 0,10687 0,0459

    300 40,00 0,10 59,00 20,8580 2,1970 0,11773 0,10533 0,0303

    315 40,00 0,10 59,00 20,8250 2,1640 0,11596 0,10391 0,0160

    330 51,60 0,10 58,00 20,7880 2,1270 0,11398 0,10232 0

  • 226

    Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.226, 2018