Second Life

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Comunicação Educacional Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia Comunicação Educacional no Second Life Um percurso de Aprendizagem Discentes: Milena Jorge | Sandra Sousa Docente: António Quintas-Mendes 2008-2009

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Comunicação Educacional no Second LifeTrabalho de Grupo: Milena Jorge e Sandra Sousa

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Comunicação Educacional

Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia

Comunicação Educacional no Second Life

Um percurso de Aprendizagem

Discentes: Milena Jorge | Sandra Sousa

Docente: António Quintas-Mendes

2008-2009

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Comunicação Educacional no Second Life

Um percurso de aprendizagem

Milena Jorge ([email protected])

Sandra Sousa ( [email protected])

Universidade Aberta

Resumo

Com o objectivo de compreendermos as potencialidades pedagógicas, da plataforma

Second Life, no âmbito da educação online, este trabalho, pretende analisar os

processos de comunicação originados durante os diversos encontros, promovidos pela

Universidade Aberta, mais especificamente, pela unidade curricular de Comunicação

Educacional, do Mestrado Comunicação Educacional de Multimédia, na plataforma

Second Life.

Este trabalho, depois de um breve enquadramento teórico, apresenta os objectivos,

metodologias, análise dos dados e algumas conclusões. Este percurso de

aprendizagem visa demonstrar que as práticas tradicionais de formação devem

acompanhar as mudanças nos conceitos educativos com um esforço de inovação e

empreendedorismo.

Palavras-chave: Second Life, e-learning, interacção, comunicação multimédia.

Introdução

Com o aparecimento da Internet, a partir dos anos 80, a forma de comunicar sofreu

profundas alterações. Actualmente a internet é utilizada por todos nós, para os mais

variados fins, sejam eles, por motivos educacionais, profissionais, culturais ou até

mesmo por lazer. A Web tem evoluído, assim, ao longo dos tempos, despertando

grandes mudanças nas atitudes e comportamentos dos utilizadores, uma vez que lhes

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é exigido um papel mais activo, crítico e responsável. Porém, a Web passa a ser

entendida, como uma plataforma na qual os utilizadores e as ferramentas estão em

contacto permanente, bem como em constante evolução.

Para O'Reilly, a Web2.0 é “a mudança para uma internet como plataforma, e um

entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a

regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede

para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a

inteligência colectiva1"

As ferramentas da web2.0, nomeadamente o software social, são hoje uma realidade

cada vez mais presente nas nossas vidas, existindo cada vez menos pessoas

“desligadas” dele, caracterizam-se, desta forma, pela sua componente comunicativa,

pois permitem o contacto entre indivíduos geograficamente distantes.

Com o evoluir destas ferramentas sociais, têm surgido plataformas mais sofisticadas,

como é o caso dos mundos virtuais, permitindo aos utilizadores novas formas de

trabalho colaborativo e interactivo, intrínseco aos processos de trabalho de uma nova

geração de utilizadores.

Ao contrário de outras ferramentas da Web2.0, os mundos virtuais tendem a envolver

com mais profundidade os seus utilizadores devido à sua imersão, ao sentido de

presença e ao sentido de realidade. Os utilizadores entram no mundo virtual e podem

visualizar, manipular, interagir e comunicar como se do mundo real se tratasse, o que

implica a utilização dos vários sentidos na manipulação e exploração dos dados da

aplicação em tempo real (Kirner e Pinho, 1997).

Book (2004) caracteriza os mundos virtuais da seguinte forma: (i) Espaço partilhado:

vários utilizadores congregados num mesmo espaço e ao mesmo tempo; (ii) Interface

gráfica: existência de um ambiente virtual a 3 dimensões; (iii) Imediaticidade:

interacção ocorre em tempo real; (iv) Interactividade – possibilidade do utilizador

alterar e criar conteúdos; (v) Persistência – utilizadores continuam permanentes no

mundo, mesmo estando o utilizador offline e (vi) Socialização/ Comunidade –

formação de comunidades de interesses.

Neste contexto surge o Second Life (SL), como sendo um ambiente virtual online e

tridimensional que simula alguns aspectos da vida real e social do ser humano, com

enormes potencialidades educativas, “… é um ambiente imersivo em que as

interacções sociais assumem um papel fundamental para cada pessoa saber viver

nesse ambiente e representa a ferramenta cognitiva ou artefacto cultural que medeia o

processo de desenvolvimento pessoal” (Bettencourt e Abade, 2007). Foi criado em

1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0

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2003 por uma empresa norte-americana, Linden Lab, que gere actualmente todo o

ambiente virtual, sendo uns dos principais atractivos para professores e educadores,

uma vez que possibilita, a melhoria da interacção e de expressão, num ambiente de

ensino 3D, em comparação com outras ferramentas multimédia síncronas e

assíncronas, bem como, a simulação de actividades da vida real, com as quais os

alunos terão de interagir e, no fundo, terão de estar preparados para realizar.

“Realidade virtual é uma forma das pessoas visualizarem, manipularem e interagirem

com computadores e dados extremamente complexos” (Aukstakalnis e Blatner, 1992)

e trata-se da união de três princípios básicos: imersão, interacção e envolvimento

(Morie, 1994). Os utilizadores entram no mundo virtual e podem visualizar, manipular,

interagir e comunicar como se do mundo real se tratasse, o que implica a utilização

dos vários sentidos na manipulação e exploração dos dados da aplicação em tempo

real (Kirner e Pinho, 1997)

O uso destes ambientes virtuais alterou a forma como se acede à informação, se

interage ou se comunica com os outros e, a sua utilização e concepção tem um

reconhecido potencial para o desenvolvimento da inteligência colectiva, como refere

Lévy (1997;2000).

As situações de ensino-aprendizagem no SL, segundo estudos efectuados por

Bettencourt e Abade (2007, pp.14), mostram que “…a sua riqueza quer do ponto de

vista da construção de conhecimento, quer das interacções sociais que se

estabelecem entre todos os participantes, o sentido de comunidade gerado, a

informalidade dos espaços e a comunicação basear-se na escrita parecem ser

factores importantes neste processo.”

Objectivos

A utilização do SL, no ensino superior ainda não está implementada de uma forma

plena. Para uma futura integração, desta ferramenta, é importante que se efectuem

estudos que analise as potencialidades, vantagens e desvantagens.

A compreensão das comunicações efectuadas entre os diversos residentes que

participaram nos encontros/aulas no âmbito do mestrado CEM são essenciais para se

perceber e optimizar a integração plena desta ferramenta no processo de ensino

aprendizagem. Por isso, a partir da análise das entrevistas, pretendemos concretizar

os seguintes objectivos:

• Compreender os vários tipos de emoções, sentimentos e sensações ocorridas

durante o percurso de aprendizagem;

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• Perceber qual o impacto da interacção entre os vários alunos e qual a sua

importância num ambiente virtual de aprendizagem;

• Identificar possíveis vantagens e/ou desvantagens da comunicação em

ambientes virtuais de aprendizagem;

• Reconhecer/ detectar dificuldades sentidas durante o percurso;

• Comparar os processos de comunicação entre plataformas (SL, Moodle e

Sloodle).

Metodologia e Procedimento

Para este trabalho foi utilizada a metodologia da entrevista online síncrona. A

entrevista2 foi previamente elaborada e estruturada, pelo docente da unidade

curricular, com um conjunto de questões abertas e anónimas, não comprometendo a

liberdade de cada um. Todas as questões eram pertinentes e necessárias para o

desenvolvimento do trabalho.

Para tal foram seleccionadas 4 entrevistas, de um universo de 23, tendo sido

escolhidas, com base nas respostas analisadas, e de acordo com os nossos

objectivos, já mencionados anteriormente – a partir dos quais se pretendem analisar

alguns dados e apresentar algumas reflexões.

O grupo de trabalho analisado é constituído por estudantes do Mestrado em CEM, da

Universidade Aberta, em regime de e-learning, que inicialmente trabalharam na

plataforma Moodle tendo posteriormente iniciado um processo de aprendizagem no

SL, no âmbito da Unidade Curricular – Comunicação Multimédia (CM).

Análise dos dados e Resultados

Depois de analisadas as quatro entrevistas seleccionadas verifica-se que, nenhum dos

entrevistados tinha experimentado o Second Life, antes da experiência levada a cabo

no âmbito do Mestrado, mas a maioria conhecia a ferramenta, “…surgimento de uma

massa crítica que acabou por chamar a atenção dos média, o que torna impossível, a

quem esteja minimamente atento, não conhecer.”3

2 Ver Anexo 1 – Guião da entrevista

3 Anexo 2- Entrevista B, 1ª Pergunta.

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Os entrevistados não sentiram dificuldades acrescidas na movimentação do avatar,

nem na navegação no SL, factor que claramente foi sendo minimizado pela formação

recebida, “Se tivesse explorado o programa de uma forma mais livre ou auto-didáctica,

certamente deparar-me-ia com um maior número de dificuldades4”. No entanto, todos

consideram a ferramenta muito intuitiva e de fácil aprendizagem.

As emoções e problemas sentidos são descritos como um misto de empolgância,

expectativa, motivação, satisfação e desalento. A comunicação entre os utilizadores

passa a ser síncrona, mais imediata, menos reflectida.

Inicialmente, o facto de se sentir alguma insegurança motivada pela falta de

competências mínimas, no domínio da ferramenta, pode ser um problema, bem como

a alteração dos nomes dos interlocutores. Com a utilização grande parte dos

problemas diluem-se e a interacção passa a ser muito semelhante à da vida real.

O factor responsabilidade por se tratar de um trabalho académico teve algum peso e

trouxe sentimentos e emoções muito semelhantes às que se vivenciam na vida real.

Todos os entrevistados deram alguma importância ao aspecto do seu avatar, tentado

que se assemelhasse o mais possível à sua imagem real. Utilizaram as

potencialidades de se poder alterar as características físicas e foram mudando de

roupa consoante as ocasiões. Nenhum sentiu grande necessidade em criar uma

personagem paralela, que fosse muito diferente de si e utilizaram o SL como extensão

da vida real.

Por norma a forma de tratamento no SL, entre os interlocutores, é pelo nome do avatar

o que inicialmente necessitou de um esforço extra, de modo a conseguir-se relacionar

o nome real com o virtual. Alguns entrevistados assumiram terem utilizado uma cábula

que lhes ajudasse na identificação dos nomes reais versus nomes virtuais. Em

situação de maior tensão e em IM (mensagens instantâneas) dizem acabar por utilizar

os nomes reais, principalmente, com colegas com quem mantêm uma maior

proximidade.

Depois da passagem do grupo de uma situação de plataforma como o Moodle para o

SL, a maioria sentiu que se criam ligações mais próximas facilitadas pela comunicação

síncrona, que permite comunicações mais espontâneas, genuínas e menos formais.

“O grupo age de uma forma mais espontânea no SL, há uma maior proximidade, sinto

que a comunicação é mais genuína - menos filtrada pela netiquette.”5

Os entrevistados consideram que no SL, pelo facto de haver interacção e movimento,

a comunicação e a forma de estar são facilitadas. Há quem considere que, o facto de

4 Anexo 2- Entrevista B, 2ª pergunta.

5 Anexo 2- Entrevista C, 6ª pergunta.

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haver contactos prévios com as pessoas com quem se comunica no SL, faz com que

se tenha uma postura muito mais descontraída e menos receosa.

Depois de experimentados dois sistemas de trabalho, Moodle e SL, os entrevistados

consideram que estes podem ser associados pelas suas diferentes características.

Enquanto que no Moodle, a comunicação é assíncrona, e portanto mais formal,

ponderada e estruturada, não necessitando de se realizar em regime presencial como

no SL, onde a interacção é maior e imediata.

Comparando o SL ao Moodle, todos consideraram o SL como uma extensão da vida

real, onde pelas suas particularidades de comunicação síncrona e ambientes

tridimensionais facilitam a interacção e também se conseguem criar ambientes mais

descontraídos mas também mais motivadores.

Em relação às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias, as opiniões

dos entrevistados divergem. Se há quem considere o SL mais propicio, por reunir uma

série de potencialidades e características, tais como, comunicação síncrona, criação

de ambientes mais pessoais e personalizados, interacção tridimensional e a utilização

de um discurso mais oral e, portanto, mais descontraído, informal bem como a

facilidade de utilização de suportes multimédia. No entanto, há quem considere que

plataformas como o Moodle, podem ser mais credíveis por a comunicação adquirir

uma maior qualidade argumentativa e ser mais estruturada.

Quanto à profundidade das aprendizagens e do desenvolvimento do espírito crítico, os

entrevistados consideram que, tanto o SL como o Moodle, apesar de diferentes

acabam por se complementar, permitem que os conteúdos fiquem gravados para uma

posterior leitura e análise. Há quem considere que depende mais das estratégias

pedagógicas adoptadas do que da ferramenta utilizada, apesar da novidade e

interactividade (SL) poder ter resultados mais significantes.

Quanto à criatividade todos são unânimes em considerar o SL com mais

potencialidades que o Moodle.

No que diz respeito à realização de trabalhos de grupo no SL, todos os entrevistados

consideram que, o trabalho pode ser facilitado por esta ser uma ferramenta de

comunicação síncrona, que para além das suas características ainda acresce a

interactividade gerada pela presença dos avatares.

Apesar do SL permitir o uso da voz, e de nem todos os entrevistados terem

experimentado esta funcionalidade, todos são unânimes em considerar a comunicação

escrita a mais fidedigna, apesar de as duas se poderem complementar, ultrapassados

os problemas técnicos que ainda existem na comunicação de voz no SL.

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Quanto à gestão do tempo no SL, atendendo ao seu carácter imersivo, os

entrevistados consideraram que este foi o factor mais complicado de gerir pois exigia

contactos presenciais, uma maior disponibilidade de tempo, concentração e

socialização.

Como aspectos mais interessantes do SL todos enumeraram o ser interactivo e

produzir uma sensação de proximidade, causada pela presença dos avatares.

Também foram considerados aspectos relacionados com o facto do SL ser um mundo

virtual, tridimensional, onde se pode simular quase todas as situações da vida real, o

que lhe confere aspectos favoráveis para situações de aprendizagem mais

colaborativas, para explorações e descobertas.

O aspecto mais apontado como limitação ou desvantagem do SL é a exigência técnica

em relação às características necessárias do computador a utilizar, bem como, (i) não

permitir a programação em HTML, (ii) os ficheiros de imagem terem de ser convertidos

em Bitmap, (iii) as dificuldades de streaming de vídeo e áudio, (iv) os custos

associados a qualquer transacção, entre outros, apresentam-se ainda como

obstáculos para a sua utilização em contexto educativo.

Discussão e Conclusões

Uma vez concluída a experiência vivenciada no SL, como ferramenta de ensino-

aprendizagem, e a análise dos dados, podemos destacar algumas considerações e

conclusões.

A frequência nesta unidade curricular, revelou-se sem dúvida num desafio aliciante,

originando aulas/actividades mais colaborativas, interactivas, comunicativas e

informais.

Tivemos oportunidade, não só de explorar o programa Second Life, que era

desconhecido para a maior parte dos alunos deste mestrado, como também nos

permitiu testar as nossas competências de uma forma mais inovadora e saudável,

levando-nos a descobrir novas formas de comunicar e de aprender.

A interligação da plataforma SL com a ferramenta Sloodle (Second Life Object-

Oriented Distance Learning Environment) veio alterar um pouco a nossa perspectiva

relativamente ao ensino actual.

Esta ferramenta resultou assim da interligação de um LMS – Learning Management

System (ferramenta de suporte e gestão de aprendizagens), neste caso especifico, o

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Moodle, com o SL, tendo como objectivo central o desenvolvimento e a partilha de

conteúdos de suporte à educação, em mundos virtuais, de uma forma útil e exequível.

A conjugação destas duas ferramentas constitui assim um ambiente interactivo,

tornando possível o intercâmbio de materiais/conteúdos entre o SL e o Moodle, dando

origem a um novo instrumento educativo, que contribui, no nosso entender, para uma

melhoria significativa do ensino, nomeadamente para o ensino a distância.

Consideramos que um dos benefícios, da utilização desta plataforma, foi a

possibilidade de interagirmos em tempo real, daí estes ambientes serem

caracterizados pela sua imediaticidade. Devido a esta imediaticidade, foi possível

fazer uma aprendizagem colaborativa, através das várias opiniões e conhecimentos

existentes no seio dos vários grupos, bem como da concretização de um objectivo

comum ao grande grupo, que culminou em novas descobertas através da discussão e

exploração.

Um outro benefício foi a representação gráfica do utilizador em 3D, permitindo que o

utilizador sentisse uma proximidade com o mundo virtual tornando, desta forma, o

processo mais realista. O avatar revelou-se assim num componente importante quer

nos momentos de prática pedagógica quer em momentos de socialização.

Temos consciência que neste percurso existiram determinadas limitações, resultantes

essencialmente de dois factores: inexperiência inicial e falta de tempo. Também as

questões técnicas criaram alguns obstáculos, nomeadamente as exigências em

termos das características de hardware, da instalação do software, não permitindo

assim a sua utilização em qualquer computador e a disciplina que implica ao utilizador

não se perder no meio de tanta novidade e distracção, criada pela quantidade de

diferentes ambientes, funcionalidades e interactividades existentes no mundo virtual

do SL. Apesar da consciência dessas limitações, é do nosso agrado participar noutras

actividades, semelhantes a esta, ao qual deixamos aqui expresso a nossa

disponibilidade para futuras actividades/eventos relacionados com o Second Life ☺

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Bibliografia

AUKSTAKALNIS,S. e BLATNER,D. (1992) - Silicon Mirage: The Art and Science of Virtual Reality, Peatchpit. Press, Berkeley, CA, 1992.

BETTENCOURT, T ; ABADE, A. (2007) – Mundos Virtuais de Aprendizagem e de

Ensino: uma caracterização inicial.

http://www.adie.es/iecom/index.php/IECom/article/view/159/153.

BOOK, B. (2004). Moving Beyond the Game: social virtual worlds. http://www.virtualworldsreview.com/papers/BBook_SoP2.pdf

LÉVY, P. (1997). A Inteligência Colectiva. Lisboa: Instituto Piaget.

LÉVY, P. (2000). Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget.

MATTAR, J. (sem data) - O uso do Second Life como Ambiente Virtual de

Aprendizagem.

http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT16-4711--Int.pdf

MORIE, J.F. (1994) - Inspiring the Future: Merging Mass Communication, Art, Entertainment and Virtual environments, Computer Graphics, 28(2):135-138, May 1994.

KIRNER, Claudio e PINHO, Marcio (1997). 1º Workshop de Realidade Virtual:

Introdução à Realidade Virtual. Universidade Federal de S. Carlos, São Paulo, 1997.

http://www.ckirner.com/download/tutoriais/rv-wrv97.pdf

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Anexo 1

Guião da Entrevista

1- Já tinhas ouvido falar do Second Life antes deste curso de Mestrado? Já tinhas

utilizado o Second Life antes deste Mestrado?

2- Achas fácil ou difícil moveres-te e navegares no Second Life? Aprende-se

facilmente? Foi muito difícil no princípio e fácil no fim? Ou diria antes que é sempre

difícil?

3- Como descreverias as tuas emoções e problemas ao entrares das primeiras vezes

no Second Life? E como descreverias essas emoções e problemas perante a

responsabilidade de fazeres um trabalho académico concreto?

4- Como é o teu avatar? Preocupaste-te muito com ele? Procuraste transmitir algo de

particular e pessoal através do teu avatar? Foste fazendo algumas alterações?

Porquê?

5- Conseguiste identificar facilmente os teus colegas nos avatares? Ou isso foi um

problema? Tratas no Second Life os teus colegas pelo nome próprio ou pelo nome do

avatar? Porquê?

6- Achas que as interacções com os teus colegas se alteraram muito quando passaste

do Moodle para o Second Life? Em que sentido? Ficaram mais próximas? Mais

distantes? Às vezes demasiado próximas? Ou achas que se mantiveram basicamente

na mesma?

7- Como descreverias as tuas interacções com os outros no Second Life? És mais

aberto(a) do que em outros contextos? Mais desinibido(a)? Mais simpático(a)? Ou

mais fechado(a), mais inibido, mais intimidado(a)? Ou achas que não há diferença?

8- O que sentiste quando o trabalho voltou a centrar-se outra vez no Moodle? Foi mais

uma sensação de pena ou mais uma sensação de alívio? Preferias continuar a

unidade curricular no Second Life ou no Moodle?

9- No que diz respeito às potencialidades para apresentação/ interacção com os

conteúdos o que acha do Second Life? Como as comparas com outros ambientes

virtuais de aprendizagem como o Moodle?

10- No que diz respeito às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias o

que achas do Second Life? Como o comparas a outras plataformas online como por

exemplo o Moodle?

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11- Consideras que há diferenças quanto à profundidade das aprendizagens e ao

desenvolvimento do espírito crítico e criatividade num ambiente como o Moodle e num

ambiente como o Second Life? Ou não há diferenças? Se há, porque achas que há?

12- Achas que o trabalho de grupo é facilitado ou dificultado com o recurso ao Second

Life?

13- Nos trabalhos de grupo e nas apresentações preferes a interacção através do

texto ou através da voz. Porquê?

14- Com a utilização do Second Life como te sentiste em relação à gestão do teu

tempo? Foi fácil? Foi complicado? Em comparação com a utilização habitual do

Moodle como foi esta gestão do tempo?

15- Quais são para ti os aspectos mais interessantes do Second Life?

16- És capaz de enunciar algumas limitações ou desvantagens do Second Life?

17- Queres acrescentar alguma coisa a esta entrevista?

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Anexo 2

Entrevistas seleccionadas

ENTREVISTA A

1- Já tinhas ouvido falar do Second Life antes deste curso de Mestrado? Não, nunca tinha ouvido falar na Second Life, nem nunca tinha usado antes deste Mestrado. 2- Achas fácil ou difícil moveres-te e navegares no Second Life? Aprende-se facilmente? Foi muito difícil no princípio e fácil no fim?

Penso que os primeiros dias foram um pouco mais difíceis, por causa da movimentação do avatar. Aprende-se facilmente, porque a motivação é grande. De início, foi um pouco mais difícil, mas no fim da jornada, foi bem mais fácil, porque contamos com o espírito de colaboração dos colegas e grande empenho da professora que esteve sempre atenta e pronta para nos ajudar e motivar. 3- Como descreverias as tuas emoções e problemas ao entrares das primeiras vezes no Second Life?

Foi mágico, empolgante, divertido e motivante.

E como descreverias essas emoções e problemas perante a responsabilidade de fazeres um trabalho académico concreto?

O facto de ter que desenvolver um trabalho académico incutiu-me a responsabilidade de fazer as tarefas de forma reflectida e ponderada, acabando por dar o meu melhor. No final, devido ao cansaço foi difícil de controlar as emoções, devido à pressão relativamente à quantidade de tarefas (escolares) que coincidiram com o Congresso.

4- Como é o teu avatar? Preocupaste-te muito com ele? Procuraste transmitir algo de particular e pessoal através do teu avatar? Foste fazendo algumas alterações? Porquê?

Gosto bastante do meu avatar. É elegante, original e colorido. Procurei melhorar o seu aspecto à medida que ia dominando as ferramentas da Second Life. A vontade de alterar a imagem era grande, dado que as oportunidades e facilidade com que se muda de aspecto são quase ilimitadas. Procurei transmitir, sem dúvida, características pessoais, como primeiro nome, a postura, o estilo, etc… Fui fazendo alterações de acordo com as necessidades e oportunidades que foram surgindo.

Podes concretizar uma alteração?

Ao nível do vestuário aquando das ocasiões especiais que iam surgindo (Congresso, mergulhos ...)

5- Conseguiste identificar facilmente os teus colegas nos avatares? Tratas no Second Life os teus colegas pelo nome próprio ou pelo nome do avatar? Porquê?

Foi fácil identificar os meus colegas, porque tinha sempre, de início, uma cábula, próximo do meu computador. Na Second Life trato os meus colegas pelo nome de avatar, porque facilita a imersão e aproxima as relações entre colegas de trabalho.

6- Achas que as interacções com os teus colegas se alteraram muito quando passaste do Moodle para o Second Life? Em que sentido? Ficaram mais próximas? Mais distantes? Às vezes demasiado próximas? Ou achas que se mantiveram basicamente na mesma?

Penso que as interacções com os meus colegas tornaram-se mais ricas, devido à qualidade das reflexões produzidas.

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E ao nível das emoções?

Ficavam ao rubro e facilmente esfriavam. Criam-se grandes amplitudes ao nível das emoções És capaz de enunciar alguns sentimentos vividos?

A angústia, o nervosismo, mas também a serenidade

Mais negativos ou mais positivos?

Mais positivos, sem dúvida alguma.

7- Como descreverias as tuas interacções com os outros no Second Life? És mais aberto(a) do que em outros contextos? Mais desinibido(a)? Mais simpático(a)? Ou mais fechado(a), mais inibido, mais intimidado(a)? Ou achas que não há diferença?

Sinto que sou mais aberta, ponderada e verdadeira na interacção com os meus colegas. Sinto-me mais à vontade para questionar, interagir com os outros avatares. Melhorei bastante a minha capacidade de atenção. Aumentei o espírito solidário. A relação com avatares desconhecidos foi mais cautelosa.

Curioso. Há então diferença quando se conhecem avatares e quando se desconhecem de todo?

Sim, a Real Life influencia a Second Life e vice-versa

Sim, quer dizer que sentes necessidade de um conhecimento prévio?

De certa forma sim.

Sentes-te mais a vontade?

Menos receosa.

8- O que sentiste quando o trabalho voltou a centrar-se outra vez no Moodle? Foi mais uma sensação de pena ou mais uma sensação de alívio? Preferias continuar a unidade curricular no Second Life ou no Moodle?

De início criou alguma perturbação porque tinha de gerir várias plataformas em simultâneo. Mas isso obrigou-me a ser mais disciplinada e estabelecer prioridades no sentido de executar as tarefas de forma atempada.

Mas foi pena ou alívio?

Mais pena.

Preferias então continuar no SL as actividades ou nem por isso? Chegou?

Preferia na SL.

9- No que diz respeito às potencialidades para apresentação/ interacção com os conteúdos o que acha do Second Life? Como as comparas com outros ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle?

Comparando a Second Life com o Moodle cabe tecer as seguintes considerações: Permite construir conhecimento de forma mais rica e interactiva. Cria-se um espírito de comunidade facilitado pela informalidade dos espaços e pela possibilidade de interagir através da escrita. A relação professor/aluno tradicional fica mais diluída, cria-se uma nova relação.

O avatar aumenta a sensação de presença, essencial em qualquer comunicação. A tridimensionalidade do espaço aproxima-o da vida real. Existe possibilidade de executar tarefas que na realidade são caras ou impossíveis de executar por diversas razões, pelo que nesse espaço tudo parece possível.

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10- No que diz respeito às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias o que achas do Second Life? Como o comparas a outras plataformas online como por exemplo o Moodle?

A possibilidade de organizar congressos, palestras, simulações e roleplayings enriquece a qualidade das discussões, contemplando diferentes estilos de aprendizagem. A possibilidade de criar novos ambientes é uma vantagem relativamente ao Moodle, podendo assim modificar o mundo à sua volta. Pode-se criar um ambiente pessoal de aprendizagem, unindo diferentes formas de aprendizagem.

11- Consideras que há diferenças quanto à profundidade das aprendizagens e ao desenvolvimento do espírito crítico e criatividade num ambiente como o Moodle e num ambiente como o Second Life? Ou não há diferenças? Se há, porque achas que há?

Penso que ao nível do desenvolvimento do espírito crítico, não há margem para dúvida, devido à interactividade que estabelece.

Relativamente à profundidade das aprendizagens, penso que as potencialidades apresentadas pela Second Life e pelo Moodle são idênticas, dado que ambas permitem a gravação da escrita, a posterior leitura e reflexão ponderada.

12- Achas que o trabalho de grupo é facilitado ou dificultado com o recurso ao Second Life?

Desde que se domine o ambiente e as ferramentas associadas à SecondLife, penso que o trabalho de grupo é facilitado, devido à motivação gerada pela presença de avatares. 13- Nos trabalhos de grupo e nas apresentações preferes a interacção através do texto ou através da voz. Porquê?

Prefiro as interacções através do texto porque são mais cuidadas.

14- Com a utilização do Second Life como te sentiste em relação à gestão do teu tempo?Foi fácil? Foi complicado? Em comparação com a utilização habitual do Moodle como foi esta gestão do tempo?

Consegui gerir o tempo porque sou disciplinada comigo mesma. No entanto que o deslumbramento, sobre tudo no início, fez “esticar o tempo”. Em última análise, quando era preciso dormir desligava, não tinha grandes aventuras pela noite dentro.

15- Quais são para ti os aspectos mais interessantes do Second Life?

Os jogos e simuladores são um recurso pedagógico ideal para o ensino de competências analíticas, trabalho colaborativo e resolução de problemas. A Second Life é uma poderosa plataforma de jogos e simulações em 3D, de acesso fácil, com possibilidades de criação e simulação de praticamente todas as situações do mundo real (os objectos podem ter uma vida artificial, obedecendo às leis da física), num ambiente seguro, confortável e controlado.

A principal vantagem do SL relaciona-se pela sua interactividade. Aumenta a sensação de presença através do Avatar. A comunicação é fácil e agradável e onde, devido à sua informalidade, o papel de docente/discente é diluído, tornando a aprendizagem mais empática e colaborativa. O seu ambiente motiva a colaboração pela exploração e descoberta que provoca. A sua interacção social (e económica) permite o desenvolvimento de actividades de aprendizagem formais e informais, em paralelo ou não, com as actividades de aprendizagem do mundo.

16- És capaz de enunciar algumas limitações ou desvantagens do Second Life?

- Não permite a utilização directa de HTML

- As apresentações e ficheiros têm de ser convertidos em bitmap;

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- Qualquer “upload” tem sempre um custo monetário;

- A leitura de documentos levanta alguns problemas de visibilidade.

17- Queres acrescentar alguma coisa a esta entrevista?

Não tenho nada a acrescentar, penso que foi dito o essencial nas respostas anteriores. Pois foi! Muito obrigada!

Entrevista B

1 a) - Já tinhas ouvido falar do Second Life antes deste curso de Mestrado?

Sim, já tinha ouvido falar e observado inúmeras referências ao SL. O Second Life é, por um conjunto variado de motivos, um fenómeno mediático de popularidade global. Para além dos avanços tecnológicos que apresenta, contém um misto de características únicas em comparação com outros mundos virtuais já existentes. Possui uma arquitectura que permite elevados níveis de comunicação e socialização, contempla o conceito de propriedade intelectual, a existência de uma moeda e de uma economia virtual que pode ser convertida em real, entre outros factores. Além do mais traz associado uma boa dose de polémica que sempre acompanhou estes fenómenos. Todos estes factores conjugados têm contribuído para o surgimento de uma massa crítica que acabou por chamar a atenção dos média, o que torna impossível, a quem esteja minimamente atento, não conhecer. Um pouco como está acontecer agora com a cobertura mediática das redes sociais como o Facebook ou o Mysapace.

1 b) Já tinhas utilizado o Second life antes deste Mestrado?

Não, nunca tinha utilizado ou sequer tentado utilizar o Second Life antes deste Mestrado. Apesar de conhecer algumas pessoas próximas que interagiram com este ambiente, a verdade é que o feedback que me foi proporcionado não me estimulou a dar esse passo. Pessoalmente pensei que seria mais do mesmo, tendo em consideração as minhas experiências anteriores com este tipo de ferramentas. Posso afirmar que tinha, e em alguns aspectos ainda mantenho, um conjunto de ideias ou preconceitos sobre as desvantagens destas ferramentas de socialização. Sempre assumi uma certa distância crítica face aos benefícios dos novos meios digitais em relação à sua função social. Apesar de esta e outras experiências terem contribuído para uma evolução na minha opinião, especialmente enquanto ferramenta de ensino, considero que podem ser bastante alienantes e consumidoras de tempo.

2- Achas fácil ou difícil moveres-te e navegares no Second Life? Aprende-se facilmente? Foi muito difícil no princípio e fácil no fim? Ou diria antes que é sempre difícil?

Após um período inicial, que considero bastante curto, de adaptação e compreensão das principais ferramentas da aplicação, posso afirmar que não senti dificuldades de maior em mover-me, navegar ou sequer comunicar no SL. Assim como a aprendizagem de outras ferramentas e opções da plataforma. Obviamente, que o facto de termos tido acesso a formação especifica e devidamente sistematizada durante as aulas da professora Mysa facilitou imenso esse processo de descoberta. Se tivesse explorado o programa de uma forma mais livre ou auto-didáctica, certamente deparar-me-ia com um maior número de dificuldades. Logo a primeira dificuldade seria a de saber para onde ir. De uma forma geral, penso que o interface do SL foi desenhado de uma forma bastante intuitiva e imersiva e vai buscar um conjunto de referências e metáforas que fazem parte da linguagem multimédia. No Sl temos referências aos jogos de computador, a ferramentas de comunicação síncrona como os chats e outras

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aplicações informáticas já conhecidas. Diria, de uma geral, que não tive dificuldades de maior na interacção com as diferentes ferramentas do SL.

3 a) - Como descreverias as tuas emoções e problemas ao entrares das primeiras vezes no Second Life?

Comecei por sentir um certo sentimento de estranheza. Habituado a comunicar com os colegas e professores em modo assíncrono ou através de ferramentas meramente textuais com o Messenger, devo confessar que num primeiro momento senti um certo choque, ampliado pelo facto de não possuir as competências mínimas desejáveis. Senti também uma certa surpresa face às características dos avatares e aos nomes atribuídos. Mas após esse primeiro impacto, e passado esse período de desconfiança, tudo se torna intuitivo e a interacção entre os utilizadores acaba por ser muito semelhante a uma interacção em vida real, exponenciada pelas características disponibilizadas pela aplicação.

3 b) - E como descreverias essas emoções e problemas perante a responsabilidade de fazeres um trabalho académico concreto?

Creio que as emoções e os problemas enfrentados dependem não só das características da aplicação, mas acima de todo da personalidade do utilizador. Creio que conseguiria passar para o papel, de uma forma académica, a minha experiência pessoal. 4 a) - Como é o teu avatar? Preocupaste-te muito com ele?

O meu avatar pode ser incluído na categoria low profile. Não possui características físicas especiais e a roupa acaba por ser aquela que considerei mais adequada atendendo aos meus gostos pessoais e ao reduzido guarda-roupa que possuía. Devo referir que, graças à generosidade da professora e de alguns colegas, o meu inicialmente austero guarda-roupa foi progressivamente enriquecido. Em relação ao aspecto físico praticamente não alterei após ter chegado a um resultado que considerei satisfatório. Ah, para o congresso cortei o cabelo e coloquei uma roupa mais formal!

4 b) - Procuraste transmitir algo de particular e pessoal através do teu avatar? Foste fazendo algumas alterações? Porquê?

Creio que o Avatar acaba por ser uma representação visual mais ou menos fiel do seu progenitor e terá sido isso que procurei transmitir. Não tenho apetência ou sequer qualquer vontade de me mostrar diferente do que sou na vida real. No entanto registei com uma certa surpresa que a grande maioria dos avatares dos colegas se encontrava, visualmente, nos antípodas da imagem que deles possuía. Denoto uma grande procura pela juventude, o que sociologicamente pode ser engraçado analisar.

Devo referir que considero, e não foi o caso deste grupo, que a forma como os avatares são construídos e apresentados é uma questão sensível. A liberdade dos adereços e dos estilos podem conduzir a situações bizarras e tirar a devida seriedade que se pretende, por exemplo, numa apresentação pública.

Ao longo do processo acabei por não fazer grandes alterações no meu avatar, até porque me agradou o aspecto que tinha. Foi em alguns momentos alterando as peças de roupa, consoante as ocasiões. Tal como o dono, o avatar é bastante preguiçoso e muito prático em relação à roupa que utiliza.

5- Conseguiste identificar facilmente os teus colegas nos avatares? Ou isso foi um problema? Tratas no Second Life os teus colegas pelo nome próprio ou pelo nome do avatar? Porquê?

Sim…posso dizer que senti algumas dificuldades. Dificuldades essas que foram sendo colmatadas com a comunicação com os colegas e pela visualização das suas apresentações no smoodle. A questão da dificuldade de identificação dos colegas não

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se resume somente às características visuais dos seus avatares mas especialmente aos nomes atribuídos, na maioria das vezes sem qualquer relação com o original.

Em relação ao tipo de tratamento, a questão acaba por ser bastante interessante. Creio que em situações em que foi necessário uma maior rapidez na comunicação ou em situações de maior stress, por exemplo no congresso, acabei por tratar os colegas pelo nome próprio da vida real. No entanto, em conversas mais relaxadas ou em ambientes mais formais de aula procurei utilizar o nome próprio ou o sobrenome do avatar. Devo ainda referir que utilizei, especialmente com os colegas com os quais mantenho uma relação de maior proximidade, diminutivos ou alcunhas (especialmente em nomes mais complexos).

6- Achas que as interacções com os teus colegas se alteraram muito quando passaste do Moodle para o Second Life? Em que sentido? Ficaram mais próximas? Mais distantes? Às vezes demasiado próximas? Ou achas que se mantiveram basicamente na mesma?

No caso dos colegas com os quais havia mantido menos contacto, claramente que sim. Houve uma maior aproximação até pelo facto de estarmos num ambiente de comunicação síncrono, o que não tinha acontecido antes. Naturalmente quando se comunica com ferramentas assíncronas como o moodle, o discurso assume características mais formais, o ritmo é mais pausado e o facto de existir um tempo para reflectir torna o discurso mais estruturado e complexo. As próprias características visuais do Sl como os espaços, os adereços, os objectos, as dificuldades técnicas, entre inúmeros outros factores fornecem um conjunto alargado de temas de conversa, o que acaba por proporcionar uma maior aproximação entre colegas e já agora com professores.

Ah… e em contexto de aula temos acesso ao IM, o que se assemelha um pouco às conversas paralelas que mantinha com os meus colegas quando era adolescente. Considero portanto que, de um modo geral, o Sl permitiu uma aproximação positiva, mas não excessiva, com a maioria dos colegas.

8 a) O que sentiste quando o trabalho voltou a centrar-se outra vez no Moodle? Foi mais uma sensação de pena ou mais uma sensação de alívio?

Bem, devo confessar que gostei bastante da experiência e considero que o SL possui excelentes características enquanto ferramenta e estratégia de ensino. No entanto, devo confessar que só com a realização desta entrevista é que acabei por aqui voltar. A sensação de alívio terá mais a ver com o facto de termos levado a bom porto a participação no congresso e pelo facto da aprendizagem, das reuniões de grupo e das necessidades técnicas terem consumido muito tempo. Tempo esse que foi necessário recuperar.

No entanto, guardo com bastante saudade as aulas e actividades realizadas no SL por dois motivos principais. Primeiro, porque sinto que o espírito de grupo e a relação entre colegas e colegas e professores saiu reforçada. Segundo, porque considero que uma aprendizagem significativa, neste tipo de ensino mediado por computador, exige uma relação mais próxima com o professor do que aquela que é conseguida através do moodle. Pessoalmente sentia saudades de poder comunicar directamente com os professores, tirar dúvidas, questionar, conversar, debater, etc. O SL permitiu isso e por esse motivo tenho pena que tenha acabado.

8 b) Preferias continuar a unidade curricular no Second Life ou no Moodle?

Creio que os dois sistemas se complementam e que por isso podem e devem ser utilizados em simultâneo. Têm filosofias diferentes, com objectivos e propósitos distintos e nesse sentido considero que são passíveis de se complementarem. No entanto, enquanto estudante deste mestrado, alerto para a necessidade de uma correcta conjugação das duas plataformas. Se considerarmos que o SL funciona como

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uma aula em regime presencial torna-se então necessário diminuir ou aligeirar a volume de trabalho a desenvolver no moodle, sob o risco de se tornar incomportável participar nas actividades com a qualidade mínima.

9- No que diz respeito às potencialidades para apresentação/ interacção com os conteúdos o que acha do Second Life? Como as comparas com outros ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle?

Como referi, possuem características diversas e complementares. O SL, sendo uma simulação da vida real acaba por funcionar como uma aula tradicional, expositiva, interactiva e mediada pelo professor. Porventura, ainda limitada pelas possibilidades tecnológicas (tecnicamente bastante rudimentares), funciona como uma mais-valia para a apresentação/interacção com os conteúdos. O moodle possui outro tipo de características. Acho que o caminho deve passar por uma progressiva convergência e interdependência entre estas duas plataformas.

10- No que diz respeito às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias o que achas do Second Life? Como o comparas a outras plataformas online como por exemplo o Moodle?

Creio que esta questão reflecte um pouco os temas abordados nesta unidade curricular. Em ambiente SL, o nosso discurso assemelha-se ou simula o discurso oral. Consequentemente é mais genuíno, espontâneo, flexível, mas por outro lado, menos propenso a uma reflexão aprofundada e à estruturação do pensamento. O moodle, por outro lado, potencia essa reflexão e permite que a discussão adquira uma maior qualidade argumentativa, o que é uma característica do discurso escrito. Nesse sentido, considero que o moodle funciona de uma forma mais completa enquanto espaço para discussão de conteúdos e matérias.

11- Consideras que há diferenças quanto à profundidade das aprendizagens e ao desenvolvimento do espírito crítico e criatividade num ambiente como o Moodle e num ambiente como o Second Life? Ou não há diferenças? Se há, porque achas que há?

Como referi ambos possuem características diversas que se complementam. Naturalmente existem diferenças e o processo passa por saber tirar partido das características de cada um dos meios referidos.

12- Achas que o trabalho de grupo é facilitado ou dificultado com o recurso ao Second Life?

Creio que, de uma forma geral, os ambientes síncronos de comunicação facilitam os trabalhos de grupo. Por norma costumo utilizar ferramentas síncronas, como o Messenger, para esses tipo de trabalho. O Sl permite uma comunicação mais imediata e mais interactiva facilitadora do trabalho colaborativo. Factores esses fundamentais num trabalho de grupo em que se torna necessário convencer, argumentar, chamar à atenção, desbloquear impasses, etc.

13- Nos trabalhos de grupo e nas apresentações preferes a interacção através do texto ou através da voz. Porquê?

Não cheguei a utilizar a voz e acho que ainda existem alguns problemas técnicos, especialmente relacionados com a largura de banda, que dificultam esse processo. No entanto considero que a possibilidade de utilizar a voz num trabalho de grupo ou numa apresentação é obviamente uma mais-valia face a uma interacção meramente textual. No entanto, e mais uma vez, considero que as duas modalidades poderão e deverão ser complementares.

14 a) Com a utilização do Second Life como te sentiste em relação à gestão do teu tempo? Foi fácil? Foi complicado?

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Considero que a gestão do tempo é um dos aspectos mais sensíveis da utilização do SL. Devo reconhecer que, como referi anteriormente, dediquei muito tempo na aprendizagem, na frequência das aulas e em questões como a socialização. Esses factores tiveram consequências no empenho em outras disciplinas. Essa foi porventura a questão mais complexa e neste caso confirma a opinião que eu tinha acerca do SL e de outras ferramentas de comunicação. O Sl exige um enorme esforço de auto-controle, disciplina e gestão do tempo, o que por vezes se torna difícil de alcançar, atendendo carácter imersivo e viciante desta plataforma.

14 b) Em comparação com a utilização habitual do Moodle como foi esta gestão do tempo?

São realidades diversas logo as solicitações, as competências ou as formas de interacção são diferentes. Além do mais já conhecia o moodle, a sua forma de funcionamento e seus os tempos de interacção. O SL potencia a socialização, a interacção, a descoberta e nesse sentido torna-se muito mais difícil uma gestão do tempo eficaz.

15- Quais são para ti os aspectos mais interessantes do Second Life?

São diversos os aspectos que considero interessantes no SL. O Second Life é como sabemos o mais conhecido, mediático e porventura mais tecnologicamente conseguido mundo virtual. Os mundos virtuais são nesse sentido uma maravilhosa ferramenta de socialização, de comunicação e, como temos vindo a observar, de aprendizagem. Acredito que nos encontramos numa fase de transição tecnológica e que novas e mais poderosas formas de imersão e interacção serão possíveis num futuro próximo. No entanto, e como prova esta experiência, o Second Life já consegue transmitir uma sensação real de imersão e de simulação da vida real. A utilização de avatares como simulação do nosso próprio corpo permite elevados níveis de interactividade o que tornam mais orgânicos e naturais os processos de interacção. O seu ambiente proporciona o trabalho colaborativo, exponencia a exploração e a descoberta. As possibilidades de interacção social, económica e social ou a capacidade do utilizador poder construir o seu mundo permitem novas formas de se ensinar, que considero ainda estarem por explorar. As actividades de aprendizagem e socialização no Second Life podem assumir uma diversidade equivalente ou superior à vida real. Tudo isto torna o SL uma ferramenta interessantíssima a vários níveis.

16- És capaz de enunciar algumas limitações ou desvantagens do Second Life?

Sim, o Sl têm várias limitações e de diversa ordem. Está longe de ser uma aplicação perfeita. Estas limitações podem situar-se a diferentes níveis. Se perspectivarmos de um ponto de vista técnico (e mais propriamente a nível do acesso à plataforma) podemos referir por exemplo a necessidade do utilizador possuir um computador com boa capacidade de memória e processamento e a necessidade de uma largura de banda considerável. Do ponto de vista prático, por exemplo, enquanto ferramenta de aprendizagem possui algumas limitações como não permitir a utilização directa de HTML, a necessidade das apresentações e ficheiros terem de ser convertidos em Bitmap, dificuldades de streaming de vídeo e áudio, só para referir alguns exemplos. Estes aspectos que referi são técnicos e passíveis de serem corrigidos ou melhorados com a natural evolução tecnológica. Ainda dentro de uma perspectiva educacional, penso que existe ainda um longo caminho a percorrer até que as estratégias e metodologias de ensino consigam se adaptar a este novo meio de aprendizagem. Estamos habituados a um ensino tipificado e é necessário criar novos modelos de ensino que potenciem as características do SL.

Outro aspecto que considero menos positivo, será o lado mais comercial do Sl que exige ao utilizador, se este pretender fazer algo de mais complexo, um conjunto de encargos financeiros não suportáveis, por exemplo num projecto educativo.

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17- Queres acrescentar alguma coisa a esta entrevista?

Não, acho que referi todos os aspectos que considerava essenciais. Muito obrigado !

ENTREVISTA C

1: Já tinhas ouvido falar do Second Life antes deste curso de Mestrado? Já tinhas utilizado o Second life antes deste Mestrado?

Sim já, mas nunca me tinha despertado a curiosidade para experimentar.

2: Achas fácil ou difícil moveres-te e navegares no Second Life? Aprende-se facilmente? Foi muito difícil no princípio e fácil no fim? Ou diria antes que é sempre difícil? Acho fácil. Acaba por não ser muito diferente dos outros jogos para PC. No entanto as maiores dificuldades surgem na aprendizagem dos mecanismos de interacção com o avatar (roupas, objectos, etc).

3: Como descreverias as tuas emoções e problemas ao entrares das primeiras vezes no Second Life? E como descreverias essas emoções e problemas perante a responsabilidade de fazeres um trabalho académico concreto?

Entrei um pouco expectante e mantive expectativa até ter as indicações claras sobre o que fazer...

Curiosamente, na apresentação do trabalho, senti-me tão nervoso como se fosse fazer uma comunicação in loco: gostei!

4: Como é o teu avatar? Preocupaste-te muito com ele? Procuraste transmitir algo de particular e pessoal através do teu avatar? Foste fazendo algumas alterações? Porquê? Preocupei-me um bocado com o aspecto, procurei adequa-lo à minha imagem, fui à procura de aspectos como a cara e a cor de pele e do cabelo. Procurei adaptá-lo ao meu auto-conceito…

Afinal é o meu avatar - "meu"

5: Conseguiste identificar facilmente os teus colegas nos avatares? Ou isso foi um problema? Tratas no Second Life os teus colegas pelo nome próprio ou pelo nome do avatar? Porquê?

Apenas os que utilizaram abreviaturas e os próprios nomes para identificar o avatar. Quanto aos restantes, tive que perceber em primeiro lugar quem eram e usar-me da lista de nomes de avatar que elaborámos.

No SL trato os meus colegas pelo nome do avatar, penso que não faz qualquer sentido tratá-los pelo nome próprio se escolheram um nome alternativo na criação do avatar.

6: Achas que as interacções com os teus colegas se alteraram muito quando passaste do Moodle para o Second Life? Em que sentido? Ficaram mais próximas? Mais distantes? Às vezes demasiado próximas? Ou achas que se mantiveram basicamente na mesma?

Penso que sim, que houve uma alteração. O grupo age de uma forma mais espontânea no Sl, há uma maior proximidade, sinto que a comunicação é mais genuína - menos filtrada pela netiquette.

7: Como descreverias as tuas interacções com os outros no Second Life? És mais aberto(a) do que em outros contextos? Mais desinibido(a)? Mais simpático(a)? Ou mais fechado(a), mais inibido, mais intimidado(a)? Ou achas que não há diferença?

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Sou mais aberto no SL, que no moodle, infelizmente sou mais fechado nestes dois ambientes que na vida real!

O SL, embora não o tenhamos explorado, permite a utilização de movimento, de comunicação não verbal e isso é bom!

Outra razão para a comunicação acontecer de forma diferente tem a ver com a sensação de proximidade (sincronia) que o moodle não garante. 8: O que sentiste quando o trabalho voltou a centrar-se outra vez no Moodle? Foi mais uma sensação de pena ou mais uma sensação de alívio? Preferias continuar a unidade curricular no Second Life ou no Moodle?

Honestamente, preferia ter continuado no SL - estou um bocado cansado do moodle! Embora reconheça que o moodle tem outro tipo de valências.

9: No que diz respeito às potencialidades para apresentação/ interacção com os conteúdos o que acha do Second Life? Como as comparas com outros ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle?

O Second Life acaba por colmatar a falta de proximidade sentida no moodle. É mais activo e capta muito mais a atenção e permite a apresentação de formatos que no moodle não fazem qualquer sentido.

10: No que diz respeito às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias o que achas do Second Life? Como o comparas a outras plataformas online como por exemplo o Moodle?

Para o debate é mais proveitoso e espontâneo, embora considere que a sistematização das ideias possa ser mais eficaz em plataformas como o moodle.

11: Consideras que há diferenças quanto à profundidade das aprendizagens e ao desenvolvimento do espírito crítico e criatividade num ambiente como o Moodle e num ambiente como o Second Life? Ou não há diferenças? Se há, porque achas que há?

São ambientes diferentes... É perfeitamente possível adquirir conhecimento nos dois ambientes, tudo depende da forma como se apresentam os enunciados. Esta entrevista por exemplo, poderia ser feita no moodle, no entanto, ao ser feita no SL é mais certo que nos lembremos dela por mais tempo - a novidade apresenta-nos algo mais significante!

12: Achas que o trabalho de grupo é facilitado ou dificultado com o recurso ao Second Life? Penso que é facilitado. Interagi com o meu grupo de uma forma que nunca tinha feito em trabalhos e grupos anteriores: senti-os mais próximos!

13: Nos trabalhos de grupo e nas apresentações preferes a interacção através do texto ou através da voz. Porquê?

Do texto! A voz por vezes falha e isso retira eficácia à mensagem.

14: Com a utilização do Second Life como te sentiste em relação à gestão do teu tempo? Foi fácil? Foi complicado? Em comparação com a utilização habitual do Moodle como foi esta gestão do tempo?

A questão da sincronia exigida pelo SL, tornou-se, em algumas situações um bocado difícil de gerir...

mas não foi nada de muito complicado, embora tenhamos que reconhecer que a assincronia facilita um bocado o processo…

15: Quais são para ti os aspectos mais interessantes do Second Life?

A interacção em tempo real e a sensação de proximidade!

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16: És capaz de enunciar algumas limitações ou desvantagens do Second Life?

O SL exige um pouco do computador, logo, torna-se necessário conhecer bem a máquina com que se navega para não se terem alguns dissabores... por vezes o programa torna-se pesado e o avatar fica difícil de controlar - isso é aborrecido!! … os crashes frequentes

17: Ok a última questão… queres acrescentar alguma coisa a esta entrevista?

Não me estou a lembrar de mais nada digno de registo!

Obrigada pela tua colaboração!

Entrevista D

1: Já tinhas ouvido falar do Second Life antes deste curso de Mestrado? Já tinhas utilizado o Second life antes deste Mestrado?

já tinha ouvido falar sobre o Second Life mas nunca o tinha utilizado.

2: Achas fácil ou difícil moveres-te e navegares no Second Life? Aprende-se facilmente? Foi muito difícil no princípio e fácil no fim? Ou dirias antes que é sempre difícil? Não é difícil movimentarmo-nos, exige treino, nem é difícil navegarmos no SL, temos de ter as referências básicas de utilização como qualquer outra tecnologia… aprende-se facilmente.

Não direi que no início foi difícil, o processo de ensino e aprendizagem estava a necessitar de maior organização e consolidação. Na parte final algumas dúvidas ainda persistiam mas estas não punham em causa a navegação e a realização das tarefas.

3: Como descreverias as tuas emoções e problemas ao entrares das primeiras vezes no Second Life? E como descreverias essas emoções e problemas perante a responsabilidade de fazeres um trabalho académico concreto?

Relativamente ao que sentia no início poderei dizer que foi uma mistura de satisfação e desalento. Satisfação motivada pelas novas aprendizagens.

Desalento, porque sentia que o processo em decurso necessitava de melhorias. O meu processo de aprendizagem estava a ficar fora de controlo.

Quanto aos problemas tidos, foram os que habitualmente tenho com a utilização de novas aplicações informáticas, surgem algumas barreiras, que com as tentativas e persistência se diluem.

Relativamente à segunda questão não vi esse facto como algo preocupante ou problemático, seria mais uma actividade para a qual deveria preparar-me devidamente. No entanto, na fase que antecedeu a apresentação no congresso, confesso que fiquei ansioso devido à conjugação de factores que me pareciam que iriam condicionar o trabalho que estava a ser desenvolvido pela equipa.

4: Como é o teu avatar? Preocupaste-te muito com ele? Procuraste transmitir algo de particular e pessoal através do teu avatar? Foste fazendo algumas alterações? Porquê? O meu avatar sofreu muitas alterações ao nível das suas características básicas - rosto, tamanho e forma, pele e cabelo, e muito menos relativamente ao tipo de vestuário. Iniciei com uma imagem standard e depois de ter mais conhecimentos sobre como o poderia modificar, fui alterando-o até obter uma figura que me agradava. De certo modo as alterações deveram-se à necessidade de ter um avatar que estivesse adequado à minha personalidade. Afasta-se do que sou, em termos físicos.

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5: Conseguiste identificar facilmente os teus colegas nos avatares? Ou isso foi um problema? Tratas no Second Life os teus colegas pelo nome próprio ou pelo nome do avatar? Porquê?

No SL tratei sempre os colegas pelo nome do Avatar porque considero que devemos ter procedimentos adequados ao contexto. Nem sempre consegui identificar e não constituiu problema.

6: Achas que as interacções com os teus colegas se alteraram muito quando passaste do Moodle para o Second Life? Em que sentido? Ficaram mais próximas? Mais distantes? Às vezes demasiado próximas? Ou achas que se mantiveram basicamente na mesma?

Considero que ficaram algo mais próximas, mas não demasiado próximas.

7: Como descreverias as tuas interacções com os outros no Second Life? És mais aberto(a) do que em outros contextos? Mais desinibido(a)? Mais simpático(a)? Ou mais fechado(a), mais inibido, mais intimidado(a)? Ou achas que não há diferença?

As minhas atitudes estão relacionadas com o tipo de tarefa que se faz e o que esta envolve. Não me parece que tenha ficado muito mais desinibida e não fiquei de certeza mais intimidado.

8: O que sentiste quando o trabalho voltou a centrar-se outra vez no Moodle? Foi mais uma sensação de pena ou mais uma sensação de alívio? Preferias continuar a unidade curricular no Second Life ou no Moodle?

O regresso ao Moodle foi encarado como fazendo parte de mais uma etapa do percurso a percorrer. Não fiquei com pena nem com alívio, estava satisfeito com a actividade desenvolvida e encarei a mudança como algo normal.

Não tinha uma preferência particular para continuar no SL a não ser que de facto houvesse um objectivo pedagógico associado.

9: No que diz respeito às potencialidades para apresentação/ interacção com os conteúdos o que achas do Second Life? Como as comparas com outros ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle?

O SL é um recurso tecnológico com grandes potencialidades no campo da interacção e apresentação de conteúdos. Não explorei a maior parte das funcionalidades do SL, não tenho uma ideia totalmente formada sobre todas as suas potencialidades Considero que o SL e o Moodle são ambientes diferentes em termos de objectivos e potencialidades. O SL é excelente para a comunicação síncrona.

10: No que diz respeito às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias o que achas do Second Life? Como o comparas a outras plataformas online como por exemplo o Moodle?

O SL possibilita uma maior aproximação à realidade, possibilita maior envolvência, permite associar à escrita, a imagem, o movimento, o som, o “ver” o outro, o espaço, a cor, a troca….

Comparando a comunicação síncrona do SL com a do Moodle, os primeiros são muito mais agradável e atractivo.

11: Consideras que há diferenças quanto à profundidade das aprendizagens e ao desenvolvimento do espírito crítico e criatividade num ambiente como o Moodle e num ambiente como o Second Life? Ou não há diferenças? Se há, porque achas que há?

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Quanto à profundidade das aprendizagens e desenvolvimento do espírito crítico, considero que está dependente das estratégias pedagógicas utilizadas e do que nos motiva para a aprendizagem…

No que respeita ao desenvolvimento da criatividade o SL tem muitas mais potencialidades.

12: Achas que o trabalho de grupo é facilitado ou dificultado com o recurso ao Second Life?

Uma das grandes potencialidades do SL é exactamente na interacção que permite. Aqui o trabalho de grupo tem condições ideais para o seu desenvolvimento.

13: Nos trabalhos de grupo e nas apresentações preferes a interacção através do texto ou através da voz. Porquê?

Não tive oportunidade de experimentar a interacção através da voz no SL e nunca fiz apresentações noutro ambiente (plataformas) com voz.

14: Com a utilização do Second Life como te sentiste em relação à gestão do teu tempo? Foi fácil? Foi complicado? Em comparação com a utilização habitual do Moodle como foi esta gestão do tempo?

Confesso que a gestão do tempo não foi fácil, devido a alguns factores que identifiquei nas primeiras questões a que respondi. Passada a fase de integração e de estabilização do próprio processo de ensino e aprendizagem tornou-se mais fácil porque defini também as prioridades e a focalização.

No Moodle não efectuámos, até ao momento, sessões síncronas facto que nos permite gerir melhor o tempo.

15: Quais são para ti os aspectos mais interessantes do Second Life?

O ambiente é mais agradável, com cor, espaço, movimento e “pessoas”, e conteúdos.

O facto de ser a 3D torna-se mais atractivo. Permite maior envolvimento e interacção.

Também tem potencialidades que outros ambientes mais estáticos não permitem.

16: És capaz de enunciar algumas limitações ou desvantagens do Second Life?

Embora ainda não esteja em condições de responder a esta questão, indico o facto de com frequência o computador "crachar"…

17: Queres acrescentar alguma coisa a esta entrevista?

Gostaria de deixar algumas sugestões para o processo de ensino e aprendizagem se me é permitido:

planear sessões com objectivos pedagógicos específicos, em comunicação síncrona e com um grupo grande (cerca de 25 elementos) - poder-se-á dividir o grupo em grupos mais pequenos (entre 8 a 10 elementos) de forma a gerir-se melhor o tempo, a evitarem-se desperdícios, a permitir a focalização nas necessidades dos elementos de um grupo mais pequeno, a permitir um maior controlo e menor desgaste do animador, uma maior capacidade de resposta e aumentar as condições de participação…

planear sessões com temáticas básicas sobre as funcionalidades do SL e sessões livres - poder-se-á ter um plano previamente definido com datas e horário (com previsão estimada da duração das sessões) das sessões temáticas básicas e das sessões livres, de forma a que estas actividades possam ser enquadradas na agenda de cada um, em tempo útil…

e mais uma nota…

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acompanhamento da aprendizagem - é importante que a orientação seja feita mas também é fundamental que o “mentor/animador” de toda esta acção, não seja “sobrecarregado” até à “exaustão”, talvez reanalisar as estratégias seguidas e as condições existentes.