SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · dos fundamentos teórico-práticos necessários à...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
INÊS SILVANA MOREIRA
ÁGUA É VIDA: UMA REFLEXÃO SOBRE O USO, CONSUMO
E A CULTURA DO DESPERDÍCIO
Londrina 2012
INÊS SILVANA MOREIRA
ÁGUA É VIDA: UMA REFLEXÃO SOBRE O USO, CONSUMO
E A CULTURA DO DESPERDÍCIO.
Unidade Didática, apresentado ao PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional, ofertado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina – UEL
Orientador: Prof. Wander de Lara Proença
Londrina 2012
SUMÁRIO
1 IDENTIFICAÇÃO ....................................................................................................3
2 APRESENTAÇÃO .................................................................................................3
3 INTRODUÇÃO .......................................................................................................4
4 OBJETIVO GERAL ................................................................................................6
5 CONSTRUINDO A UNIDADE DIDÁTICA ..............................................................7
5.1 ATIVIDADE 1...........................................................................................................7
5.2 ATIVIDADE 2.................................................. .........................................................9
5.3 ATIVIDADE 3................................. ..........................................................................10
5.4 ATIVIDADE 4................................................. ..........................................................14
5.5 ATIVIDADE 5 ..........................................................................................................23
6 METODOLOGIA ....................................................................................................24
7 MATERIAL DIDÁTICO ...........................................................................................25
REFERÊNCIAS .........................................................................................................26
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2 IDENTIFICAÇÃO
Título: Água é vida: uma reflexão sobre o uso, consumo e a cultura do desperdício.
Autor: Inês Silvana Moreira
Disciplina: História
Escola de implementação: Colégio Estadual Pref. Carlos Massaretto
Município: Apucarana
Núcleo Regional de Educação: Apucarana
Professor Orientador: Wander de Lara Proença
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público alvo: 9º ano do Ensino Fundamental
2 APRESENTAÇÃO
Este Material Didático é resultado do Programa de Desenvolvimento
Educacional do Paraná (PDE), uma iniciativa inédita do retorno dos profissionais da
educação aos estudos acadêmicos, ao qual tive a oportunidade de participar como
professora da Rede Pública do Estado do Paraná.
Este retorno aos estudos acadêmicos proporcionou o aperfeiçoamento
dos fundamentos teórico-práticos necessários à organização do trabalho
pedagógico, como passo inicial de aprofundamento do tema proposto.
Neste sentido o presente material didático no formato de Unidade
Didática é o resultado de leituras, pesquisas e reflexão sobre o tema abordado que é
a água, o seu uso, consumo e consequente mau uso e desperdício pelas gerações
passadas e atuais, deixando a preocupação do que deixaremos para as futuras
gerações.
Portanto esta Unidade Didática em consonância com o Projeto de
Intervenção Pedagógica propõe aos alunos um trabalho de leitura de diferentes
literaturas, pesquisa, análise e reflexão, buscando desenvolver nos alunos
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envolvidos a consciência de responsabilidade no uso e consumo da água através de
práticas no seu cotidiano que evitem o desperdício.
Fala-se muito na atualidade em preservar o meio ambiente, mas fica a
pergunta: qual ambiente? E, qual a situação do ambiente em que o aluno está
inserido?
É a partir do ambiente, ou seja, do município em que os alunos
residem, Apucarana é que se pretende estudar a questão da água. Partindo da
problematização problematizar o conhecimento histórico significa “em primeiro lugar
partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre o presente
e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que
ocorreram em outras sociedades e outras épocas” (SCHIMIDT; CAINELLI, 2004,
p.52).
3 INTRODUÇÃO
O homem é um ser social pela sua própria natureza e um ser que
através do seu trabalho, das suas ações produz e reproduz sua cultura, suas ideias,
suas crenças. O homem é um ser histórico. A maneira como ele se relaciona com a
natureza cria a sociedade em seu tempo, as formas como utiliza seus recursos
produz por sua vez impactos ambientais e sociais. Neste sentido as formas que ele
utilizou a água em centenas de anos para nossa sociedade atual resultados que
temos saber lidar com ela e nos preocuparmos com o que restará da água. Portanto
isto ocorreu num processo histórico lento.
A água tem fundamental importância para a manutenção da vida no
planeta, e, portanto falar da relevância das questões relacionadas água falar da
sobrevivência da espécie humana, da conservação e do equilíbrio da biodiversidade,
das relações de dependência entre seres vivos e os ambientes naturais. A água é
um elemento natural vital, “tudo é água”, é a origem e a matriz de todas as coisas
conforme afirmava Tales de Mileto (apud BRUNI, 1994, p.53).
A história da humanidade nos revela que, em geral os grupos humanos
se estabeleceram onde a água é abundante, junto aos lagos e rios. As primeiras
civilizações surgiram nos vales dos grandes rios: do vale do rio Nilo no Egito, vale do
rio Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, vale do rio Indo no Paquistão, vale do rio
Amarelo na China. Todas essas civilizações construíram sistemas de irrigação,
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drenagem que tornaram o solo produtivo, o que permitiu o desenvolvimento da
agricultura e, portanto a oferta de alimentos. Algumas dessas civilizações
desmoronaram quando o abastecimento de água se extinguiu ou foi mal aproveitado
(SALATI, 2006, p. 46).
Ao longo da história, no entanto, modificações aconteceram na relação
do homem com a natureza e, consequentemente na relação com a água. Ela passou
a ser vista como recurso hídrico e não mais como um bem natural, agregando valor
econômico (REBOUÇAS, 2006a, p.1).
Na sociedade que vivemos o uso da água tem aumentado motivado
pela alta produtividade agrícola industrial impulsionada pelo consumo cada vez
maior de produtos e bens. Por sua vez o aumento populacional em escala mundial
no último século somado ao aumento da produção provocaram consequências
ambientais em relação quantidade e qualidade da água.
A exploração dos recursos naturais, em particular a água, de forma
agressiva e descontrolada intensificou o risco de escassez da água potável no Brasil
e, em diversas regiões do planeta. O volume de água presente em nosso planeta
tem sido o mesmo nos últimos milhões de anos, pelas características do seu ciclo
(REBOUÇAS, 2006a, p.14). Por isso, de acordo com as análises, ela não está se
tornando escassa. O que ocorre é uma carência de água com qualidade mínima
para atender as demandas.
No Brasil, as causas desta carência estão relacionadas à poluição dos
recursos hídricos, ocupação desordenada de áreas de mananciais, o crescimento
populacional nas grandes cidades, a heterogeneidade da distribuição da água doce
no território, uma vez que há abundância, porém não distribuída de forma equalitária
no território.
Neste sentido, numa estratégia de sustentabilidade longo prazo, as
atenções devem estar voltadas à qualidade, preservação, ao uso responsável e à
redução do desperdício. Conforme citado por Rebouças, o Brasil se destaca
mundialmente pela grande quantidade de água doce em seu território, a Amazônia
representa 53% de água doce do continente americano e 12% do total mundial,
esses valores têm servido de suporte à cultura do desperdício.
Mesmo estando tão presente no cotidiano das pessoas, percebe-se
um desinteresse ou uma alienação pela questão da água, do risco da falta dela.
Provavelmente a aparente abundância, o imediatismo e as facilidades aparentes
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para usar a água levam as pessoas a não considerarem a importância da
preservação ambiental, em particular a água, uma responsabilidade individual e ao
mesmo tempo coletiva. Estima-se que o desperdício da água potável chega a 45%
nas regiões sudeste e sul, segundo dados da ANA.
Nesse contexto que se coloca em escala mundial e no Brasil, faz
necessário refletir e discutir sobre a questão da água, seu uso e consumo, a cultura
do desperdício no nosso cotidiano. Refletir sobre a aparente abundância de água
doce no Brasil, as facilidades aparentes como, por exemplo, do simples ato de abrir
a torneira ou o chuveiro, “os moradores das cidades, atualmente, encontram-se
alienados da origem e do caminho que este líquido percorre até que possa escorrer
pelas torneiras de suas casas” (ARRUDA, 2011, p.1).
O ensino de História não pode negar a relevância deste tema de
estudo porque remete para questões atuais e históricas pela sua própria natureza.
As cidades não param de crescer e nelas se multiplicam os problemas e os impactos
ambientais, as formas como os homens se relacionam entre si, com a natureza e
seus recursos. Quando o homem produz e se reproduz culturalmente ele está
interferindo diretamente no ambiente, na natureza do local onde vive, quer através
de construções, do uso dos recursos naturais, ou da maneira como se relaciona com
ela e, este é, portanto objeto de estudo da disciplina de História conforme a Diretriz
Curricular do Ensino de História (PARANÁ, 2008, p.63) “seja natural, rural ou
urbano, o ambiente - as paisagens, os territórios, os caminhos, as conquistas
territoriais, as migrações, etc.– faz parte do conhecimento histórico bem como da
memória coletiva de uma sociedade”.
4 OBJETIVO GERAL
As atividades propostas nesta Unidade Didática têm como objeto de
estudo o uso e consumo sustentável da água, portanto pretende-se que o aluno
desenvolva a consciência de responsabilidade no uso e consumo da água através
de práticas no seu cotidiano que evitem o desperdício.
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5 CONSTRUINDO A UNIDADE DIDÁTICA
5.1 ATIVIDADE 1
Problematização Inicial
Para refletir
Água é vida. É um elemento natural vital. Sem ela nada teria existido e
a vida não se sustentaria. As atividades produtivas que garantem a sobrevivência
humana o bem estar e conforto estão totalmente fundamentadas no uso da água.
Para começo de conserva:
*Quantos anos você tem hoje?
*Quantos anos você terá no ano 2070?
*Como você imagina a sua vida no ano de 2070?
*Como você imagina que será o mundo no ano de 2070?
TEXTO 1
Leia a Carta escrita no ano de 2070.
Ano 2070 .
Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas desta sociedade. Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques. As casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro por aproximadamente uma hora. Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele. Antes, todas as mulheres mostravam as suas formosas cabeleiras. Agora, raspamos a cabeça para mantê-la limpa sem água. Antes, meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que utilizávamos a água dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam para CUIDAR DA ÁGUA, só que ninguém lhes dava atenção. Pensávamos que a água jamais poderia terminar.
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Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastrointestinais, as enfermidades da pela e das vias urinárias são as principais causas de morte. A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são as principais fontes de emprego e pagam os empregados com água potável em vez de salário. Os assaltos por um bujão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Antes, a quantidade de água indicada como ideal para se beber era oito copos por dia, por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo. Tivemos que voltar a usar as fossas sépticas, como no século passado porque a rede de esgoto não funciona mais por falta de água. A aparência da população é horrorosa: corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Com o ressecamento da pele, uma jovem de 20 parece ter 40. Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações. Alterou-se a morfologia dos espermatozoides de muitos indivíduos. Como consequência há muitas crianças insuficiências, mutações e deformações. O governo até nos cobra pelo ar que respiramos: 137m3 por dia por habitante adulto. Quem não pode pagar é retirado das “zonas ventiladas”, que estão dotadas por gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar. Não são de boa qualidade, mas se pode respirar. A idade média é de 35 anos. Em alguns países restam manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo seu exército. A água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não há árvores porque quase nunca chove. E quando chega a ocorrer uma precipitação, é de chuva ácida. As estações do ano foram severamente transformadas pelas provas atômicas e pela poluição das indústrias do século XX. Advertiam que era preciso cuidar do meio ambiente, mas ninguém fez caso. Quando minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo o quão bonito eram os bosques. Lhe falo das chuvas e das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse. O quanto nós éramos saudáveis! Ela pergunta-me: - Papai! Por que a água acabou? Então, sinto um nó na garganta! Não posso deixar de me sentir culpado porque pertenço à geração que acabou de destruir o meio ambiente, sem prestar atenção a tantos avisos. Agora, nossos filhos pagam um alto preço... Sinceramente, creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível. Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreenda isto... Enquanto ainda é possível fazer algo para salvar o nosso planeta Terra!. Texto publicado na revista “Crónicas de los Tiempos”, abril de 2002.
Sugestão de uso do vídeo da Carta escrita no ano 2070 disponível em
http://www.youtube.com/watch?v=gg7ZXXtMJeg.
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Após a leitura da Carta escrita no ano 2070, reflita sobre o assunto e
responda:
1- Qual é a maior necessidade das pessoas no ano 2070?
2- Quais são as alternativas para a falta da água?
3- No ano de 2070 a água acabou? Qual a situação da água?
4- Quais problemas as pessoas enfrentam devido a falta da água
potável?
5- Existe vegetação? Qual a situação da vegetação?
6- Na sua opinião, qual a real situação da água no nosso país
atualmente e no mundo?
7- Qual a situação da água no nosso município?
5.2 ATIVIDADE 2
Desvendando o Tema
Atividade para ser realizada em casa. Observe os hábitos de uso
consumo da água na sua casa e anote as observações conforme o roteiro abaixo:
1- Qual o tempo médio que as pessoas da sua família gastam para
tomar banho?
2- Ao escovar os dentes, a torneira fica aberta ou fechada durante a
escovação?
3- Para lavar louça, enquanto passa detergente a torneira fica aberta
ou fechada?
4- Como é utilizada a água para lavar:
a) Roupas:
b) Calçadas:
c) Carro, moto, bicicleta:
d) Limpeza da casa:
5- Anote o consumo de água durante três meses de acordo com a
fatura da Sanepar.
a) Mês 1:
b) Mês 2:
c) Mês 3:
6- Faça uma lista de como é usada a água em sua casa em outras
atividades que não foram listadas acima.
5.3 ATIVIDADE 3
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A água em diferentes culturas, suas representações e crenças.
A água é fonte de vida e de inspiração para escritores, pintores,
poetas, filósofos. Ela dá margem para inúmeras representações, significados
crenças devido seu caráter “misterioso”, seu movimento nos mares, oceanos, rios,
sua profundidade e diferentes tons na natureza.
TEXTO 1
“Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e
me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não para, de
longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio afora, rio adentro – o rio.” (João Guimarães Rosa,
A terceira margem do rio).
a) Qual o significado da água para o autor?
TEXTO 2
Leia o poema abaixo de Carlos Drummond de Andrade e reflita sobre o
sentido e significado da água.
A Lagoa
“Eu não vi o mar. Não sei se o mar é bonito, Não sei se ele é bravo. O mar não me importa. Eu vi a lagoa. A lagoa, sim. A lagoa é grande e calma também. Na chuva das cores da tarde que explode a lagoa brilha a lagoa se pinta de todas as cores. Eu não vi o mar. Eu vi a lagoa...”
Responda sobre suas observações:
a) Quais as características da lagoa citadas pelo autor?
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b) Qual significado o autor atribui a água?
c) Na sua opinião, porquê o autor prefere a lagoa ao mar?
TEXTO 3
Na mitologia grega à água é dada várias simbologias. No mito de
Narciso, é dada a função de espelho da alma, ou seja, serve de espelho para o
homem que vê sua imagem refletida e desperta o sentido de consciência de si
mesmo.
O Mito de Narciso
Narciso era filho do deus rio Cefiso e da ninfa Liríope, era um jovem de extrema beleza. Porém, a despeito da cobiça que despertava nas ninfas e donzelas, Narciso preferia viver só, pois não havia encontrado ninguém que julgasse merecedora do seu amor. E foi justamente esse desprezo que devotava às jovens a sua perdição. Sua mãe consultou o cego adivinho, Tirésias para saber se viveria longos anos, e ele disse: “ desde que não se veja”. Um dia Narciso foi ao bosque e aproximou-se da fonte de Téspias. Era uma fonte clara, de águas como prata. Narciso fatigado da caça, com sede e muito calor aproximou-se da fonte para banhar-se e viu, surpreso, uma bela figura que o olhava de dentro da fonte. “Com certeza é algum espírito das águas que habita esta fonte. E como é belo!”, disse, admirando os olhos brilhantes, os cabelos anelados como os de Apolo, o rosto oval e o pescoço de marfim do ser. Apaixonou-se pelo aspecto saudável e pela beleza daquele ser que, de dentro da fonte retribuía seu olhar. Assim Narciso ficou dias admirando sua própria imagem na fonte, esquecido de alimento e de água, seu corpo foi definhando. As cores e o vigor deixaram seu corpo e assim, o jovem morreu. Dizem ainda, que quando a sombra de Narciso atravessou o rio Estige em direção ao Hades, ela debruçou-se sobre suas águas para contemplar sua figura.
Após a leitura do mito de Narciso faça as seguintes anotações:
a) Qual significado é atribuído à água?
b) Por quê Narciso se apaixonou pela sua própria imagem?
c) Que ser ele acreditava que habitava a fonte?
d) Qual o aspecto da fonte?
Leia com atenção o texto 4.
TEXTO 4
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A Dimensão Simbólica da Água
A mitologia grega descreve a criação, a origem da vida através da união do Ar com o Dia que daí nasceu a Mãe Terra, o Céu e o Mar. Da união do Ar com a Mãe Terra nasceu o Oceano, Métis e outros Titãs. O Mar, por sua vez, uniu-se aos Rios dando origem as Nereidas. O Céu e a Terra (Gaia) eram os símbolos do masculino e do feminino, que através da fertilização das águas, produziam a vida, a qual passava a ser regida por Eros. Os rios e as fontes ao serem considerados filhos de Oceano pelos gregos antigos eram adorados como deuses e a eles dedicavam oferendas. Nas civilizações antigas, de um modo geral, os rios eram a fonte da vida: em suas margens cresceram importantes civilizações. Portanto, a água representava tanto a vida (o nascimento) como a morte, a origem como o fim da vida. Acreditavam que a morte era uma travessia, tinha o significado de passagem de um estado do ser para outro (o lado oposto do rio). Nesta época, os mitos e rituais gregos foram assimilados por outros povos e culturas. O rio Meandro, por exemplo, era uma dádiva sagrada para os gregos, e por esse motivo, todos os meandros eram considerados símbolos da benevolência fluvial (deus rio Cefiso), movimentando-se de um lado para outro, cortando vales e dando a conformação da bacia hidrográfica. Os sacerdotes egípcios representavam esta conformação hidrográfica nos rituais de libação: para garantir a existência e continuidade da vida, colocavam uma mesa de pedra talhada nas margens dos rios e sobre ela derramava-se vinho como oferenda a Osíris. Assim, ao escorrer pelos sulcos da mesa de pedra, o vinho representava os meandros desses rios e as pessoas eram abençoadas pelos seus deuses. Na mitologia egípcia, Osíris representava a fecundidade, a fonte total e a criadora das águas. O rio Nilo era a efusão de Osíris e Set/Tifão (que a antítese de Osíris), ou seja, a personificação da aridez e da fome, representando tudo que era seco. O rio Nilo foi originado da união de Osíris aquático e Ísis terrena, da qual nasceu o menino-deus Hórus que ao eliminar Tifão, obrigou o oceano destruidor a recuar, deixando nas margens do rio Nilo o lodo aluvial que adubava as plantações. Os sacerdotes dos faraós do Antigo Egito louvavam a importância da água, pois, para eles, as coisas presentes no mundo só podiam existir graças à ação da umidade: as águas provenientes dos templos eram dádivas dos deuses e consideradas sagradas pela população. Nas crenças de povos indígenas brasileiros a água é também sinal de vida e de morte: entre os Xavantes o banho é o rito de iniciação dos jovens; os Karajás acreditam terem sido criados do fundo das águas do rio Araguaia; os Guaranis contam o mito de sua criação a partir da água. No México, os astecas construíram sua civilização na cidade dos Deuses (Teotihuacan) sobre o lago sagrado; os indígenas dos Andes cultuavam Viracocha, para eles suprema manifestação de Deus que vive nas águas do lago Titicaca. Para alguns povos africanos, os orixás do Candomblé têm nomes de rios africanos da região da Nigéria e Daomé: Iemanjá, Oxum e Oba. E, segundo essa tradição, nas cachoeiras e águas doces habitam os orixás. Em praticamente todas as crenças a água está associada à presença de Deus entre o seu povo.
1- Após a leitura, vamos desenvolver algumas atividades para
compreensão.
a) Qual o significado dos rios e fontes para os gregos antigos?
b) Como compreendiam a morte?
c) Qual o significado dos rituais realizados aos meandros, tanto para os
gregos quanto para os egípcios?
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d) Entre os povos indígenas do Brasil qual significado é atribuído à
água?
e) Escreva com suas palavras, de um modo geral, como os povos
antigos viam a água?
TEXTO 5
A água como Recurso Hídrico
A partir do século VII, começam a surgir tentativas de explicar a origem geológica da água, desvinculado do sagrado, do mito, com bases racionais através dos filósofos. Exemplo da concepção elaborada pela Escola de Mileto, em particular Tales de Mileto ao afirmar que a água era a origem de todas as coisas: a água era o princípio da natureza úmida e a terra se encontrava sobre ela. Para explicar a origem dos rios, acreditava-se que eles fossem alimentados pela água do mar, à qual provinha da destilação provocada pelo fogo no interior das rochas que assim a livrava do sal. O surgimento da água adquiria então, um novo significado: o do processo geológico, sem conotações metafísicas, onde tudo estaria originalmente encoberto pela água e, através de sua evaporação permitiria que a natureza aparecesse. Neste momento não era possível aos filósofos explicar o ciclo hidrológico e responder a todas as suas indagações. Somente a partir do final do século XVII na Europa surge o método experimental e quantitativo que permite uma explicação mais completa sobre o ciclo hidrológico. Durante a Idade Média na Europa ainda havia uma visão sagrada sobre a água, em particular as fontes e grutas, consideradas “águas milagrosas”, locais de purificação e cura na tradição católica cristã. Mas, a água já começa a ter um caráter fundamental para o desenvolvimento econômico. A água foi uma grande questão na Idade Média, durante aproximadamente dez séculos as cidades fortificadas se desenvolveram próximas aos rios europeus. Com o aumento do comércio e da navegação pelos rios esse foi um período marcado pela preocupação defensiva das cidades que construíam muralhas e fossos ao redor delas, que eram abastecidas pela água de um rio, considerado sagrado, localizado em suas proximidades. Já nos séculos X e XI, para permitir a ocupação e formação de novas cidades, os pântanos foram sendo drenados e aterrados, obras portuárias foram sendo realizadas para aumentar o comércio. Áreas rurais ribeirinhas foram sendo ocupadas pelos artesãos que usavam a água tanto para o transporte como para suas atividades produtivas. Tal fato pode ser comprovado pela construção de moinhos, especialmente projetados para serem usados como força motriz, impulsionando as atividades de transformação que já estavam em formação. A água se torna a partir das primeiras manufaturas, elemento vital para o processo produtivo. O crescimento das manufaturas de couro e tecidos, consideradas a base da riqueza urbana da época, aumentou a dependência da água em quantidade e qualidade e isso parece ter orientado a distribuição das manufaturas ao longo dos cursos dos rios, de forma a garantir o controle da água evitando prejuízos e competição. Já atribuindo a água “valor” como recurso hídrico. Os rios abasteciam as manufaturas e recebiam seus dejetos. Com o desenvolvimento industrial já consolidado a partir do século XIX, a água transforma-se em recurso, o seu uso ultrapassa o simples abastecimento para beber, cozinhar, tomar banho. Grandes obras hidráulicas passam a ser construídas na França e Inglaterra para aumentar a vazão e abastecimento, assim como redes de esgoto e bombas hidráulicas. O período moderno foi marcado pelo desenvolvimento técnico científico, tendo a água como elemento fundamental para as atividades industriais, os governos já começam a demonstrar preocupação no que diz respeito ao controle do uso das águas de domínio público e
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privado. Num contexto de mudanças de mentalidades a água se torna definitivamente um recurso hídrico, surgem políticas de saneamento básico, bem como legislação sobre a administração, uso, controle destes e outros recursos e serviços.
Reflita sobre o texto.
1 - Quando começou a surgir as primeiras explicações racionais sobre
a origem da água? Que explicações foram dadas nesta época?
2- Como era considerada a água na Idade Média?
3- A partir do século X a água passou a ter importância econômica na
Europa, como ela estava sendo usada nesse período?
4- A partir do século XIX a água se transformou num recurso. Como ela
estava sendo usada?
5.4 ATIVIDADE 4
O uso, consumo e disponibilidade da água no Brasil e no mundo.
TEXTO 1
O “Atlas” da Água
O Brasil combina abundância com desperdício e escassez de água. Levantamentos oficiais indicam que o índice pluviométrico em 90% do território nacional varia, em média, entre 1.000 milímetros/ano a 3.000mm/ano. Além disso, o país dispõe de vastas bacias hidrográficas e de enormes aquíferos. Apesar disso, como alerta o Atlas Brasil da Agência Nacional de Águas (ANA), 55% dos municípios, representando 70% do consumo nacional, estão ameaçados de desabastecimento de água até 2015. Em São Paulo, 64% dos municípios têm problemas com o abastecimento. Para evitar racionamento ou uso de caminhões-pipa, a ANA calcula que será preciso investir R$ 22,5 bilhões nos próximos cinco anos e R$ 70 bilhões até 2025, em obras em 3.027 municípios, sendo R$ 47,8 bilhões para a coleta e o tratamento de esgotos, apenas para despoluir os rios e proteger os mananciais. Não será, certamente com um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que se resolverá o problema. Além de maiores verbas públicas para o saneamento básico e de entrosamento entre as ações dos governos federal, estaduais e municipais, terão de ser feitas parcerias público-privadas dado o vulto dos investimentos necessários, se houver determinação de vencer um descaso histórico. Estimativas independentes dão conta de que seriam necessários investimentos de R$ 100 bilhões em dez anos para garantir o fornecimento de água de boa qualidade a toda a população do país. Com o aumento da população urbana, estimada em 85% do total de habitantes, o problema se tornou mais premente, especialmente no Sudeste e no Nordeste, onde se concentra a maior parte da população. O Sudeste, onde se localizam as duas maiores metrópoles do país, tem um regime regular de chuvas, mas carece de uma proteção adequada aos mananciais e apresenta sérios problemas de poluição hídrica. Como se verifica em São Paulo, a ocupação desordenada avança sobre áreas de preservação ao redor de represas e nas matas ciliares dos rios que as abastecem. Além disso, é enorme o volume dos lançamentos de esgotos nos rios que cortam a região metropolitana, que também recebem uma grande quantidade de efluentes industriais e de detritos. Não se cogitou de sistemas
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para captação e reuso das águas das chuvas e se tem notícia apenas de esforços isolados para conter o desperdício doméstico ou industrial, como o Programa de Uso Racional da Água, desenvolvido pela Sabesp em parceria com a USP. Calcula-se que 45% da água ofertada pelos sistemas públicos são desperdiçados. No Nordeste, são enormes os desafios. A transposição das águas do Rio São Francisco, obra incluída no PAC e apresentada como uma das grandes soluções para a região, mesmo quando for afinal concluída, deverá apresentar resultados modestos. O Rio São Francisco, como consta do Atlas, já abastece 128 municípios. Com a transposição de suas águas, o número aumentará para 215 municípios, se realizados os investimentos complementares recomendados pela ANA. Em 2025, segundo o documento , somente 18% da população nordestina será atendida por sistemas de abastecimento de água. Com base no quadro apresentado por essas duas regiões, a ANA calcula que elas devem representar 71% da demanda até 2025, devendo mais da metade dos investimentos destinar-se a São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, levando em conta tão somente as necessidades da população urbana. O Brasil é um dos países mais ricos em água doce do mundo e a utiliza intensamente, não só no abastecimento das cidades, como para a geração de energia elétrica e para prover a sua agricultura. O chamado milagre do cerrado e a incorporação de novas áreas produtivas seria impossível sem a irrigação, mas ainda são rudimentares as técnicas utilizadas na maioria das propriedades. Em resumo, embora haja programas de saneamento básico a cargo de vários Ministérios, dos governos estaduais e prefeituras, faltam políticas públicas efetivas com relação à utilização dos recursos hídricos. (O ''ATLAS'' da água... 2011).
Após a leitura do texto responda as questões abaixo .
1- Procure o significado das palavras e expressões.
a) Água doce:
b) Água potável:
c) Sustentabilidade:
d) Aquífero:
2- De onde foi retirado o texto? Que tipo é o texto?
3- O que é a ANA?
4- Por quê, de acordo com o texto o Brasil combina abundância,
desperdício e escassez de água?
5- Onde há abundância e escassez de água no Brasil?
6- Quais são os problemas relacionados a água que foram citados
no texto?
7- O que sugere o texto para solucionar estes problemas?
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TEXTO 2
Água: Líquido Precioso
Disputada como um tesouro raro e precioso, ela pode se transformar em motivo de violência e guerra, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Hoje, calcula-se que 2,2 bilhões de habitantes, quase um terço da humanidade, sofre com a falta de água potável. Em 20 anos, serão 3,9 bilhões com sede. Estima-se que a principal disputa no planeta nos próximos 50 anos não será por petróleo, ouro ou carvão, mas por água. O alerta consta do relatório divulgado pela ONU no Dia Mundial da Água. Dentro de um cenário de crise, aumenta a briga pela posse e pelo uso desse recurso. A questão preocupa, porque a desigualdade e a escassez tendem a aumentar os conflitos. O perigo é maior entre nações que vivem escassez e compartilham o uso de rios e lagos. Existem no planeta 263 bacias hidrográficas transnacionais, abrangendo 145 países. Mais de 40% da população mundial habita essas áreas, como o mar Cáspio e o mar Aral, na Ásia; o lago Chade e o lago Vitória, na África, e os Grandes Lagos da América do Norte. Em alguns casos, as fontes são disputadas litro a litro, como no Oriente Médio, onde dominar a água é estopim de guerras desde a Antiguidade. Israelenses e palestinos lideram as disputas. Sob o solo do deserto, estão os lençóis da Cisjordânia. Até 1967, os palestinos usavam a água à vontade, mas a ocupação israelense, após a Guerra dos Seis Dias, acabou com isso. Os poços são controlados por militares israelenses. E, qualquer acordo de paz para a Faixa de Gaza exigirá um capítulo especial para a água. Mais de 400 tratados internacionais envolveram o uso compartilhado de recursos desde 1820, sem contar com os acordos sobre navegação, pesca e demarcação de fronteiras. Um dos exemplos ocorreu na Ásia, depois que Bangladesh passou 20 anos de escassez de água porque a Índia construiu a enorme represa de Farakka no curso do rio Ganges, para conseguir a maior quantidade de água antes do rio atingir o território de Bangladesh. O conflito só cessou após assinatura de um tratado em 1996 para uso compartilhado da água. Mas o potencial de discórdia continua latente no percurso do rio Ganges, que nasce no Himalaia, atravessa a Índia e desemboca na baía de Bengala, em Bangladesh. Essa bacia reúne mais de 30 barragens e desvios que reduziram a vazão do rio em 60% na estação seca, prejudicando os bengaleses. Há também disputas na África, onde a ONU estima que o acesso às fontes hídricas seja a causa principal de guerras até 2030. Na região do Nilo, nove países dependem desse rio para abastecer a população. O Egito faz pressão econômica e militar sobre a Etiópia e o Sudão, situados nas cabeceiras do rio, para que não construam barragens e diminuam o volume de água no trecho egípcio. Em Darfur, oeste do Sudão, a guerrilha é acusada de envenenar reservatórios para forçar a população mulçumana a abandonar a região. Os conflitos têm o potencial de expandir seus efeitos por outras regiões. A União Européia adverte que a falta de água vai acirrar a corrida de imigrantes para o continente europeu. A escassez hídrica, segundo previsões, deverá fazer perto de 100 milhões de refugiados ambientais no planeta nos próximos 20 anos.
Má Distribuição da Água
Tudo isso acontece dentro de um planeta com muita água, mas pouco disponível para o consumo. Dois terços da Terra são cobertos por água, mas 97,5% desse volume é de água salgada. Dos 2,5% da água que é doce, quase dois terços estão congelados nas calotas polares. A maior parte do que sobra se esconde no subsolo e não tem acesso fácil. O que está pronto para uso humano fica nos rios e lagos, que significa 0,4% de toda água do planeta. Mas nem essa porção está totalmente disponível. Para que não se esgotem os recursos, é preciso usar no máximo a mesma quantidade de água renovada pelas chuvas,
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dentro de um ciclo natural do qual participam os oceanos, a atmosfera, as florestas e as demais coberturas vegetais do planeta. A conta limita 0,002% a água utilizável da Terra. Precisamos de metade desse estoque. Se o padrão atual de consumo se mantiver, em 30 anos as necessidades humanas vão empatar com a capacidade da natureza de repor a água. Depois disso, ou racionamos o uso das torneiras ou vamos secar rios e lagos até exaurir totalmente as fontes. A ameaça é real, porque a população global não para de crescer e precisará de mais água para se manter. Recentes relatórios internacionais afirmam que a falta de alimentos já é uma realidade global. No futuro, a situação poderá ser anda mais crítica, se não houver água. A escassez coloca em risco as metas da Declaração do Milênio, assinada em 2000, sob a coordenação da ONU, para reduzir a pobreza, a fome e a mortalidade infantil no mundo até 2015. Para nutrir a população mundial crescente, será necessário duplicar a atual produção de alimentos. Isso exigirá um aumento de pelo menos 14% na retirada de água para irrigar lavouras. Além do uso intensivo de água, há o risco de impactos negativos, como a ameaça de mais desmatamento, poluição por agrotóxicos e erosão dos solos. Atualmente, a agricultura é a atividade que mais consome recursos hídricos no planeta. Sozinha, representa 70% do consumo de toda a água doce. O aumento desse percentual pode provocar conflitos com os demais usuários. As indústrias utilizam 7% da água disponível e deverão usar mais para crescer e sustentar o desenvolvimento econômico. Os outros 23% são usadas para o consumo doméstico e, há necessidade de maior volume para abastecer a população não atendida.
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Nova Divisão das Regiões Hidrográficas Brasileiras
O Ministério do Meio Ambiente, por meio do Conselho Nacional de Recursos Hidrícos, instituiu uma nova divisão das bacias hidrográficas brasileiras, chamada Divisão hidrográfica nacional. As bacias foram agrupadas em 12 regiões hidrográficas, conforme o mapa e a
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tabela abaixo. O trecho a seguir, da Resolução n.º 32, de 15/10/2003 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, apresenta a nova divisão aprovada: Art. 1.º Fica instituída a Divisão Hidrográfica Nacional, em regiões hidrográficas nos termos dos anexos I e II desta Resolução, com a finalidade de orientar, fundamentar e implementar o Plano Nacional de Recursos Hídricos. Parágrafo único. Considera-se como região hidrográfica o espaço territorial brasileiro compreendido por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos.
Fonte: Adaptado do Almanaque Abril 2007 (apud SERIE sobre água, 2012.).
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Quadro 1 - Regiões Hidrográficas
REGIÕES CARACTERÍSTICAS
Região Hidrográfica Amazônica
Constituída pela bacia hidrográfica do rio Amazonas situada no território nacional e, também, pelas bacias dos rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias dos rios situados no estado do Amapá que deságuam no Atlântico Norte.
Região Hidrográfica Tocantins- Araguaia
Constituída pela bacia do rio Tocantins até sua foz no Oceano Atlântico.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
Constituída pelas bacias dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada a Oeste pela região hidrográfica do Tocantins-Araguaia, exclusive, e a Leste pela região hidrográfica do Parnaíba.
Região Hidrográfica do Parnaíba
Constituída pela bacia do rio Parnaíba.
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental
Constituída pelas bacias dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Nordeste, estando limitada a Oeste pela região hidrográfica do Parnaíba e ao Sul pela região hidrográfica do São Francisco.
Região Hidrográfica do São Francisco
Constituída pela bacia do rio São Francisco
Região Hidrográfica Atlântico Leste
Constituída pelas bacias de rios que deságuam no Atlântico - trecho Leste, estando limitada a Norte e a Oeste pela região hidrográfica do São Francisco e ao Sul pelas bacias dos rios Jequitinhonha, Mucuri e São Mateus, inclusive.
Região Hidrográfica Atlântico Sudeste
Constituída pelas bacias de rios que deságuam no Atlântico - trecho Sudeste, estando limitada ao norte pela bacia do Rio Doce, inclusive, a Oeste pelas regiões hidrográficas do São Francisco e do Paraná e ao Sul pela bacia do rio Ribeira, inclusive.
Região Hidrográfica do Paraná
Constituída pela bacia do rio Paraná situada no território nacional.
Região Hidrográfica do Uruguai
Constituída pela bacia do rio Uruguai, situada no território nacional, estando limitada ao Norte pela região hidrográfica do Paraná, a Oeste pela Argentina e ao Sul pelo Uruguai.
Região Hidrográfica do Atlântico Sul
Constituída pelas bacias dos rios que deságuam no Atlântico - trecho Sul, estando limitada ao Norte pelas bacias hidrográficas dos rios Ipiranguinha, Iririaia-Mirim, Candapui, Serra Negra, Tabagaça e Cachoeira, inclusive, a Oeste pelas regiões hidrográficas do Paraná e do Uruguai e ao Sul pelo Uruguai.
Região Hidrográfica do Paraguai
Constituída pela bacia do rio Paraguai, situada no território nacional.
Fonte: Adaptado da SERIE sobre água (2012).
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Observando os gráficos acima é possível verificar que as proporções dos usos da água são semelhantes no Brasil e no mundo. Nos dois casos, cerca de dois terços da água disponível destinam-se a agropecuária. No cenário mundial, parte significativa do recurso vai para a irrigação de culturas agrícolas, como arroz, soja e trigo, e, um montante maior ainda para o gado, a chamada dessedentação animal. Uma outra parcela da água é para uso industrial. No Brasil, a demanda doméstica e industrial respondem por 30% do consumo da água, enquanto 70% é apropriada pela agropecuária, para irrigação e criação de animais. Apesar disso, as cidades contam com o maior percentual das redes de abastecimento. Somente 17% dos domicílios rurais são atendidos por elas. As deficiências nas redes ( canos quebrados e vazamentos) provocam perdas da ordem de 40%. Vale lembrar, ainda, a baixa oferta de saneamento básico no nosso país, segundo pesquisa do IBGE, pouco mais de 50% dos domicílios brasileiros estão ligados à rede de esgotos. No Brasil, o Código de Águas de 1934 enfatizava a necessidade de usá-la para produção de energia e para atividades industriais, num contexto em que o país iniciava sua arrancada para o crescimento econômico. Nos últimos anos, em especial após 1997, com a nova Lei de Águas e a instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos, esse quadro mudou. Estabeleceu-se que, em situações de escassez e conflitos de uso, as prioridades são o abastecimento humano e a dessedentação animal.
Após a leitura do texto 2 Água: líquido precioso ,responda as questões
abaixo.
1- Dê exemplos da situação da água no mundo.
2- Existe risco de escassez de água no mundo? Justifique sua
resposta.
3- Leia o texto sobre a distribuição de água e faça uma síntese
seguindo o roteiro abaixo.
a) Qual o percentual de residências rurais tem redes de
abastecimento no Brasil?
b) Qual o percentual de consumo de água nas residências urbanas
e nas indústrias?
c) Qual o consumo médio de água na agropecuária?
d) Quanto é o percentual de desperdício da água potável?
4- Observe o gráfico sobre a água em nosso planeta e responda:
a) Qual a quantidade de água doce existe na Terra?
b) Qual a quantidade de água doce que está disponível para o
uso?
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5.5 ATIVIDADE 5
A Questão da Água no Município de Apucarana
Procedimento 1 : Leitura de Texto
O município de Apucarana está localizado na região centro norte do estado do Paraná. Segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2010 o total da população é de 120.884, sendo que deste total, 6780 reside na área rural e 114.104 na área urbana. A área central do município está situada sobre um divisor de água (interflúvio) que separa três importantes bacias hidrográficas do Paraná: a Bacia do rio Pirapó, do rio Tibagi e do rio Ivaí. Todas essas bacias hidrográficas são abastecidas por microbacias situadas dentro dos limites do município de Apucarana, como as mcrobacias do ribeirão Barra Nova, do rio Caviúna, do rio Raposa e do rio Biguaçu. Segundo dados da GRA- SANEPAR, utiliza 20.000 m3 por dia, sendo que deste total 70% são utilizados do rio Caviuna e, os outros 30% são utilizados de cinco poços artesianos. Para abastecimento emergencial, em caso de estiagem a SANEPAR usa o potencial hídrico do rio Pirapó. O sistema de saneamento e abastecimento de água potável no município é de responsabilidade da SANEPAR na área urbana e na área rural as propriedades utilizam o sistema de poço artesiano particular, cuja responsabilidade de assistência e tratamento é da Prefeitura Municipal. Observa-se de acordo com os dados da Prefeitura, do IBGE, do IPARDES, que economicamente o município de Apucarana passou por um período de retração econômica nos anos de 1980, reflexos da recessão econômica que ocorreu no Brasil, demonstrando recuperação a partir dos anos de 1990 com novas indústrias se estabelecendo no município e região, com destaque para as indústrias de bonés. A partir de então, nos anos 2000, o município passou a receber pessoas oriundas principalmente de municípios menores da região, resultado da migração interna. Consequentemente ocorreu um aumento gradual e constante do número da população. Este crescimento econômico, aliado ao crescimento da população gerou um crescimento por sua vez no uso e consumo de água no município. Dados da SANEPAR apontam que no ano de 2011 foram feitas 1094 novas ligações. Somente no primeiro quadrimestre de 2012 foram realizadas 582 novas ligações. O que demonstra uma demanda sempre crescente. A média de consumo diário da população é de 110 litros por pessoa. A demanda maior no município é de uso doméstico.
Procedimento 2 : Observação de Campo
1- Serão realizadas duas visitas de campo pelos alunos: uma
agendada à central de captação/abastecimento da SANEPAR para
conhecer o sistema que abastece o município; a outra será em um dos
rios que percorrem o município para observar e analisar a relação das
pessoas com o rio. Os alunos serão divididos em grupos e irão realizar
as seguintes tarefas: fotografar os locais visitados, entrevistar pessoas
que tenham alguma relação com este espaço (moradores,
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funcionários), fazer relatório observando se há proteção de mata ciliar
às margens do rio ou algum tipo de política/estratégia de proteção, se
há marcas de poluição.
2 - Fazer um levantamento de como era o abastecimento de água no
início da cidade, mostrando em seguida o que, como e quando mudou
a forma de acesso à água pelos moradores.
Procedimento 3 : Oficina Temática
- Reunir e organizar didaticamente todo o material produzido pelos
grupos de estudantes e agendar uma exposição no colégio com data específica para
exposição de painéis de fotos, textos descritivos, vídeos com os depoimentos
gravados e imagens dos locais observados, e, também, imagens sobre a situação
da água no nosso país.
6 METODOLOGIA
Além dos procedimentos metodológicos já descritos na elaboração de
cada uma das cinco atividades apresentadas anteriormente, a fundamentação
conceitual, os dados coletados e os recursos didáticos utilizados têm como base as
referências indicadas no item abaixo.
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7 MATERIAL DIDÁTICO
VÍDEOS
ÁGUA fonte de vida! Tempo: 05:19min. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=0VlQqZGjsik>. Acesso em: 10 nov. 2012. ÁGUA nosso tesouro – Documentário. Tempo: 09:05min. Disponível em <http://www.youtube.com/watch>. Acesso em: 03 nov. 2012. ÁGUA: Um Bem Limitado. Realização: TV Cultura, 1997. Co-Produção: Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de S. Paulo. Roteiro e Direção: Vera Lúcia Arguelho. Produção: Cláudia Fernandes. Narração: Patrícia Godoy. ÁGUAS do Amanhã - Rio Iguaçu. Programa ParanáTV. 09:18 min. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=22087>. Acesso em 10 nov. 2012. CICLO da Água. Animação que mostra o ciclo da água, formas de tratamento e maneiras de não desperdiçar água. 6:51 min. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=10260>. Acesso em 10 nov. 2012. DEZ dicas para se evitar o desperdício de água. Tempo: 04:07min. Disponível em: <http//www.youtube.com/watch>. Acesso em: 03 nov. 2012. DOCUMENTÁRIO sobre a água. Tempo: 04:47min. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=MGx9Z86rkvs>. Acesso em: 03 nov. 2012. ERIN Brockovich (Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento). EUA, 2000. Direção de Steven Soderbergh. Com Julia Roberts e Albert Finney. 130 min. O CICLO da água. tempo: 06:51min. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch>. Acesso em: 5 nov. 2012. PLANETA água. Guilherme Arantes. Tempo 06:04 min. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=alV7EnHm_9M>. Acesso em: 10 nov. 2012. PRESERVE a vida. Tempo: 05:28min. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch>. Acesso em 10 nov. 2012.
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REFERÊNCIAS
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