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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACI ONAIS – DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Avenida Água Verde, 2140 – CEP 80240-900
Curitiba – Paraná
MARIA REGINA RAMPIN
ESTATÍSTICA - UMA NOVA MANEIRA DE LER E INTERPRETAR A VIDA
TERRA ROXA – PARANÁ
2012
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MARIA REGINA RAMPIN
ESTATÍSTICA - UMA NOVA MANEIRA DE LER E INTERPRETAR A VIDA
Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná – PDE promovido pela SEED, na área de Matemática, como requisito para conclusão do programa, sob a orientação do professor Ms. Orlando Catarino da Silva.
TERRA ROXA – PARANÁ
2012
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ESTATÍSTICA - UMA NOVA MANEIRA DE LER E INTERPRETAR A VIDA
Autora: Maria Regina Rampin1 Orientador: Orlando Catarino da Silva2
Resumo
O presente trabalho mostra a importância do estudo da estatística no ensino fundamental, visto que essa área do conhecimento se encontra presente no dia a dia do educando através dos mais variados meios de comunicação, quer seja através do rádio, da televisão, dos jornais, de revistas, da internet e outros. Mostra também a importância de relacionar a estatística com o cotidiano do aluno, dada a dificuldade encontrada para a sua interpretação no que se refere à leitura de gráficos e de tabelas. A estatística é uma poderosa ferramenta que pode auxiliar o aluno a resumir as informações e a tomar decisões baseadas em dados, tabelas e gráficos, mas para isso é necessário que ele saiba selecionar e organizar as informações de forma que favoreça a interpretação dos fatos, possibilitando a análise de seus problemas e o desenvolvimento do raciocínio, tornando-o capaz de tomar decisões e de fazer previsões com maior rapidez e coerência, melhorando assim sua vida e a da sociedade em que está inserido.
Palavras-chave: Estatística. Tabelas. Gráficos.
Abstract
The present Project has the aim to show the importance of the statistics study in fundamental education, because that area of knowledge is present in the daily life of the student through the most varied communication means, whether through radio, television, newspapers, magazines, Internet and others. It also shows the importance of statistics relating to the daily life of the student, given the difficulty for its interpretation in what it refers to the reading of graphs and tables. The statistics is a
1 Pós-graduada em Matemática; graduada em Ciências com habilitação plena em Matemática e
Pedagogia com habilitação em Supervisão Escolar. Atuante no Colégio Estadual Presidente Arthur da Costa e Silva – EFM.
2 Mestre em Matemática Pura, Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná-Unioeste/ Campus de Foz do Iguaçu e Orientador da Disciplina de Matemática no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2010. E-mail: [email protected]
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powerful tool that can aid the student to summarize the information and to make decisions based on data, tables and graphs, but for that it is necessary that it knows how to select and to organize the information such that it favors the interpretation of the facts, making possible the analysis of its problems and the development of the reasoning, making it able to take decisions and to do forecasts more quickly and consistency, thus improving its life and the society in which it lives in.
Keywords: Statistics. Graphs. Tables.
1 Introdução
Quando fazemos a leitura de jornais e revistas ou quando assistimos a
telejornais que apresentam suas matérias através de dados estatísticos,
percebemos a importância do estudo da estatística, principalmente os veículos da
mídia visual que se utilizam, em sua maioria, de gráficos para noticiar os mais
diversos temas e assuntos, tornando a leitura mais rápida e clara, despertando a
curiosidade e a atenção dos leitores e dos telespectadores.
A apresentação de informações e de dados através de gráficos e de tabelas
faz parte da linguagem universal matemática e sua compreensão é requisito básico
para a sua leitura e interpretação. Ocorre, porém, que, para uma pessoa não
alfabetizada em estatística, os modos de representar as informações podem
oferecer dificuldades de compreensão. O não entendimento ou a interpretação
equivocada de estatística pode ser uma forma de exclusão do indivíduo da sua
cidadania.
Ensinar estatística para nossos alunos tornou-se uma necessidade social. É
preciso desenvolver no aluno a habilidade de coletar, organizar, interpretar e tomar
decisões frente às informações e aos dados, utilizando-a como ferramenta,
buscando fortalecer uma educação que procura abandonar o processo de
memorização de fórmulas e algoritmos, visando à formação de sujeitos capazes de
perceber, compreender e atuar no meio social no qual está inserido através de
práticas que constituem um saber social necessário.
De acordo com o IPM (Instituto “Paulo Montenegro”), sobre as pesquisas do
INAF-2004 (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, p. 19):
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Os resultados do INAF denunciaram a pequena intimidade dos jovens e adultos brasileiros com a leitura de gráficos e tabelas. Apesar de vivermos numa sociedade em que tantas informações são veiculadas por meio de tabelas e gráficos diversos – e que tantas avaliações e decisões são pautadas nas tendências que essas representações gráficas sugerem – menos da metade dos entrevistados declara prestar atenção nos gráficos que acompanham matérias de jornal ou revistas [...].
[...] Embora o teste proponha a leitura de gráficos e tabelas comumente veiculados pela mídia, só entre a população com nível superior é que se chega a atingir índices de acerto superiores a 70%. (IPM, 2004, p. 19).
A estatística, como parte do conteúdo estruturante “Tratamento da
Informação”, segundo as DCE (2008, p. 60), “[...] contribui para o desenvolvimento
de condições de leitura crítica dos fatos ocorridos na sociedade e para interpretação
de tabelas e gráficos que, de modo geral, são usados para apresentar ou descrever
informações”. Daí surge à preocupação de incluí-la no cotidiano escolar.
O domínio desse conteúdo ajudará nosso aluno a desenvolver seu espírito
crítico como cidadão de modo geral, o que trará reflexos positivos em sua vida e
será um avanço (visto que conhecimentos de estatística estão sendo cobrados na
Prova Brasil, nos vestibulares e nas provas do ENEM) e, também, para o
desenvolvimento completo de sua cidadania. É, portanto, necessário que a escola
proporcione ao estudante, desde o Ensino Fundamental, a formação de conceitos
que o auxiliem no exercício de sua cidadania, como cita as DCE:
Ao final do Ensino Fundamental, é importante o aluno conhecer fundamentos básicos de Matemática que permitam ler e interpretar tabelas e gráficos, conhecer dados estatísticos, conhecer a ocorrência de eventos em um universo de possibilidades, cálculos de porcentagem e juros simples. Por isso, é necessário que o aluno colete dados, organize-os em tabelas segundo o conceito de frequência e avance para as contagens, os cálculos de média, frequência relativa, frequência acumulada, mediana e moda. Da mesma forma, é necessário o aluno compreender o conceito de eventos, universo de possibilidades e os cálculos dos eventos sobre as possibilidades. A partir dos cálculos, deve ler e interpretá-los, explorando, assim, os significados criados a partir dos mesmos. (PARANÁ, 2008, p. 61).
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2 Referencial Teórico
A matemática é uma importante ferramenta da sociedade moderna e
apropriar-se de seus conceitos e de seus procedimentos básicos contribui para a
formação do futuro cidadão, que se servirá desse conhecimento para compreender e
transformar a sua realidade de forma pertinente e planejada: “Matemática é a ciência
que estuda, por meio do raciocínio dedutivo, as propriedades dos seres abstratos
(números, figuras geométricas, etc.), bem como as relações que se estabelecem
entre eles” (Dicionário Aurélio).
De acordo com os PCN (p 19), a matemática é fator essencial na construção
da cidadania, visto que, cada vez mais, o indivíduo se apropria de conhecimentos
científicos e de recursos tecnológicos e utiliza esse conhecimento em favor de si
próprio e/ou da coletividade. Ainda segundo os PCN, a matemática passa a ser
significativa para o aluno a partir das conexões que ele estabelece entre ela e as
outras disciplinas, bem como das conexões que se estabelecem entre ela e o seu
cotidiano, assim como as variadas conexões que se estabelecem entre os diversos
temas matemáticos.
Existe a necessidade de propor aos alunos atividades contextualizadas para
aproximar o cotidiano, o contexto social em que vivem, das atividades trabalhadas
na sala de aula, pois uma matemática significativa é aquela que contribui para
solucionar situações-problema que aparecem no dia a dia. Nesse sentido,
D’Ambrosio argumenta que:
[...] o ponto que me parece de fundamental importância e que representa o verdadeiro espírito da Matemática é a capacidade de modelar situações reais, codificá-las adequadamente, de maneira a permitir a utilização das técnicas e resultados conhecidos em um outro contexto, novo. Isto é, a transferência de aprendizado resultante de certa situação para uma situação nova é um ponto crucial do que se poderia chamar aprendizado da Matemática, e talvez o objetivo maior do seu ensino. (D’AMBROSIO, 1986, p. 44).
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Daí a importância de refletir a respeito da colaboração e da contribuição que
a Matemática oferece à formação do aluno para que se torne um cidadão, com
condições humanas de sobrevivência, sobre sua inserção no mundo do trabalho,
das relações sociais e culturais e sobre o desenvolvimento da crítica e do seu
posicionamento diante das questões sociais.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática trazem os conteúdos
organizados em blocos e, de acordo com esse documento, "[...] a demanda social
leva a destacar a estatística e o tratamento da informação como um bloco de
conteúdo indispensável para que o aluno aprenda a construir procedimentos para
coletar, organizar, comunicar e interpretar dados, utilizando tabelas, gráficos e
representações que aparecem freqüentemente em seu dia-a-dia" (1997, p. 56).
“Tratamento da Informação”, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais,
é a denominação dada ao conjunto de saberes (como coletar informações, organizá-
las e representá-las na forma de gráficos ou de tabelas; além de interpretá-las
criticamente) que fazem parte da alfabetização matemática, abrangendo estatística,
probabilidade e combinatória.
A estatística é uma ciência relativamente nova e, como as demais ciências,
tem suas raízes na história dos homens, nasceu de suas necessidades e está
relacionada à pesquisa, porém há registros que remontam à Antiguidade, relatando
que levantamentos já eram feitos para a obtenção de informações sobre o número
de habitantes, de nascimentos, de óbitos, de riquezas e de poderio militar.
É necessário evidenciar a importância do estudo de estatística em função de
seu uso atual na sociedade, pois esse uso permite relacionar seu aprendizado com
situações reais da sociedade, possibilitando a análise de seus problemas e
intervenções que permitem transformações positivas, de caráter individual e coletivo.
O IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, fundado em 1934 com
o nome de Instituto Nacional de Estatística, é o órgão governamental responsável
pelas “estatísticas” no Brasil e define a Estatística como sendo um conjunto de
técnicas e métodos de pesquisa que, entre outros tópicos, envolve o planejamento
do experimento a ser realizado, a coleta qualificada dos dados, a inferência, o
processamento, a análise e a disseminação das informações.
De acordo com Crespo (2009, p. 3), podemos dizer que: “Estatística é uma
parte da Matemática Aplicada que fornece métodos para a coleta, organização,
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descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na
tomada de decisões”.
Crespo afirma que:
Em geral, as pessoas, quando se referem ao termo estatística, o fazem no sentido da organização e descrição de dados (estatística da Educação, estatística dos acidentes de tráfego, etc.), desconhecendo que o aspecto essencial da Estatística é o de proporcionar métodos inferenciais, que permitam conclusões que transcendam os dados obtidos inicialmente. Assim, a análise e a interpretação dos dados estatísticos tornam possível o diagnóstico da uma empresa (por exemplo, de uma escola), o conhecimento de seus problemas (condições de funcionamento, produtividade), a formulação de soluções apropriadas e um planejamento objetivo de ação. (CRESPO, 1996, p. 4).
Crespo relata ainda que, a partir do século XVI, começaram a surgir as
primeiras análises sistemáticas de fatos sociais, como batizados, casamentos,
funerais, originando as primeiras tábuas e tabelas e os primeiros números relativos.
No século XVIII, o estudo de tais fatos foi adquirindo, aos poucos, feição
verdadeiramente científica. Godofredo Achenwall batizou a nova ciência (ou método)
com o nome de Estatística, determinando o seu objetivo e suas relações com as
ciências. (CRESPO, 2009, p. 1).
No Brasil, segundo a dissertação de Rotunno, fica evidenciado que os
conteúdos de estatística e probabilidade já faziam parte do currículo de Matemática
do Ensino Médio desde a década de 1940, porém, no currículo do ensino
fundamental, foram propostos somente a partir de 1997, com o estabelecimento dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, documento oficial que enfatiza a formação de
um cidadão crítico quando diz que: “[...] para exercer a cidadania, é necessário
saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar informações estatisticamente,
etc.” (PCN, 1997, p. 25).
Jornais, revistas e artigos científicos fazem uso da estatística para mostrar
um assunto em pauta, numa linguagem que agiliza a leitura e torna a visualização
mais fácil, mais rápida, mais compreensível e agradável.
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É quase impossível abrir uma página de jornal cuja compreensão não requeira um certo conhecimento matemático e um domínio mínimo da linguagem que lhe é própria: porcentagens, gráficos ou tabelas são necessários na descrição e na análise de vários assuntos. (HELLMEISTER et al., 2004, p. 3).
Por isso, na atualidade, é necessário saber ler e analisar criticamente
resultados de pesquisas por meio da linguagem estatística: “Assim, é necessário a
compreensão dos conceitos básicos da estatística para o seu uso de forma
criteriosa” (MAGALHÃES; LIMA, 2005, p. 1).
Segundo os PCN, a importância do tratamento da informação se justifica
assim:
É cada vez mais freqüente a necessidade de se compreender as informações veiculadas, especialmente pelos meios de comunicação, para tomar decisões e fazer previsões que terão influência não apenas na vida pessoal, como na de toda a comunidade. Estar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpretar dados apresentados de maneira organizada e construir representações, para formular e resolver problemas que impliquem o recolhimento de dados e a análise de informações. Essa característica da vida contemporânea traz ao currículo de Matemática uma demanda em abordar elementos da estatística, da combinatória e da probabilidade, desde os ciclos iniciais. (BRASIL, 1997, p. 84).
Estabelece, também, a importância do tratamento da informação,
especificamente os recursos da estatística, pelas suas possíveis articulações com
outros campos de conteúdos matemáticos e a necessidade de o ensino da
matemática estar articulado com as várias práticas e necessidades sociais, e
desempenha um papel relevante como instrumento para análise de temas que
tratam de pesquisa de opinião, política, economia, oferta de emprego, os salários de
algumas profissões, educação, saúde, meteorologia, gravidez entre jovens e
adolescentes, etc.
Conforme as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008 p. 60), os
conceitos estatísticos devem servir de aporte aos conceitos de outros conteúdos,
com os quais sejam estabelecidos vínculos para quantificar, qualificar, selecionar,
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analisar e contextualizar informações, de maneira que sejam incorporadas às
experiências do cotidiano.
O trabalho envolvendo tais assuntos, com o emprego do conhecimento e as
contribuições matemáticas, constitui-se um elemento importante a ser desenvolvido,
para que o aluno se torne um cidadão participativo no meio em que está inserido.
Saber ler e interpretar diferentes textos nas diferentes linguagens, saber
analisar e interpretar informações, fatos e opiniões, ser capaz de coletar e organizar
as informações, além de estabelecer relações, de formular perguntas e de buscar,
selecionar e mobilizar informações, essas devem ser capacidades básicas para o
exercício da cidadania e, por isso, há a necessidade de abordar esse tema no
contexto escolar.
Sobre a inserção desses conteúdos no currículo de matemática no ensino
fundamental, Lopes destaca que:
As propostas curriculares de matemática têm procurado justificar a importância e a relevância desses temas na formação dos estudantes, pontuando o que eles devem conhecer e os procedimentos que devem desenvolver para uma aprendizagem significativa. O estudo desses temas torna-se indispensável ao cidadão nos dias de hoje e em tempos futuros, delegando ao ensino da matemática o compromisso de não só ensinar o domínio dos números, mas também a organização de dados, leitura de gráficos e análises estatísticas. (LOPES, 2008).
Torna-se, portanto, essencial que a escola forme cidadãos capazes de ler
informações estatísticas, capacitando-os para que, quando se confrontarem com
dados dessa natureza, sejam capazes de analisá-los e de questioná-los. A
referência aqui é àquelas informações que são veiculadas diariamente nos mais
diversos meios de comunicação, principalmente na televisão e na internet, daí a
importância de relacionar o conteúdo de estatística com o uso de computadores,
pois eles são ferramentas facilitadoras desse trabalho.
O computador é um recurso que pode ser usado pelos alunos facilitando a
construção de diferentes gráficos e tabelas para diferentes análises e comparações.
O uso de computadores propicia recursos para melhorar e enriquecer as
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informações ou resultados sendo uma ferramenta disponível nas escolas
paranaenses.
Os computadores possuem programas que podem ser utilizados como
recursos didáticos excelentes para análise, interpretação, construção e
compreensão de conceitos matemáticos e do tratamento da informação a partir da
construção de tabelas e gráficos. São as chamadas planilhas eletrônicas e são
muitas as atividades que podemos realizar a partir da sua utilização. Elas podem
estar presentes em softwares proprietários, como o Excell do pacote MSOffice, da
Microsoft, ou em softwares livres, como o Calc, do pacote BrOffice.org.
Na realização deste trabalho, foi feito o uso da planilha eletrônica Calc, do
pacote de aplicativos de escritório BrOffice.org, presente nos laboratórios Paraná
Digital das escolas públicas paranaenses, como ferramenta pedagógica onde
utilizamos encaminhamentos metodológicos para o estudo, construção, visualização
e interpretação de dados estatísticos a partir de tabelas e gráficos.
3 Intervenção Pedagógica na Escola
O projeto de intervenção pedagógica na escola, previsto pelo PDE e aqui em
questão, foi desenvolvido no município de Terra Roxa, Estado do Paraná, no
Colégio Estadual "Presidente Arthur da Costa e Silva" - Ensino Fundamental e
Médio, no segundo semestre de 2011, envolvendo os alunos da 8ª série A, do
período da manhã.
Para o desenvolvimento do projeto foi produzida uma Unidade Didática3 com
atividades envolvendo os conteúdos de estatística, que foi utilizada como recurso
didático para o trabalho em sala de aula.
A proposta metodológica desse material foi desenvolvida em etapas, tendo
como objetivo avaliar o conhecimento que o aluno já havia adquirido, revisar e
ampliar alguns conceitos estatísticos enfatizando a linguagem matemática envolvida.
Através de situações do cotidiano, os alunos se desenvolveram atividades
3 Unidade Didática é a produção didático-pedagógica resultante do projeto construído no Programa
de Desenvolvimento Educacional (PDE), disponibilizada no site: <http://www.pde.pr.gov.br/modules/ conteudo/ conteudo.php?conteudo=89>.
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previamente elaboradas envolvendo conhecimento e dados para a construção de
tabelas e gráficos. Esse trabalho foi norteado com questões previamente planejadas
e receberam orientações de procedimentos.
Os trabalhos foram orientados para o desenvolvimento de atividades de
organização dos dados colhidos e transformados em linguagem matemática em sala
de aula, e na sala de informática para a construção de gráficos na planilha eletrônica
“BrOffice.org Calc” (Linux), o que serviu como estratégias para o ensino do conteúdo
envolvido.
Posteriormente foi feita uma pesquisa de campo, onde os alunos escolheram
os temas de sua preferência, desenvolvendo desde a coleta de dados brutos, a
tabela primitiva (rol), a distribuição de frequência, a construção da tabela com todos
os seus elementos e a construção de alguns tipos de gráficos, visando fornecer
subsídios para a observação avaliativa do nível de compreensão desses alunos a
respeito dos conceitos fundamentais do conteúdo de estatística.
3.1 Descrição do processo da intervenção pedagógica na escola
No segundo semestre de 2011, durante a semana pedagógica realizada na
escola, foi apresentado o projeto de pesquisa e a produção didático-pedagógica
(Unidade Didática) para as equipes administrativa, pedagógica e professores, para
que essas instância tivessem conhecimento da proposta pedagógica e também
pudessem fazer o acompanhamento do trabalho desenvolvido em sala de aula.
Para iniciar as atividades com os alunos, foram apresentados a proposta e
os conteúdos que iriam ser trabalhados. Esse processo ocorreu de forma simples e
tranquila, e os alunos se mostraram atenciosos e curiosos para saber com o que
iriam trabalhar e de que forma iriam desenvolver esse trabalho, achando que os
conteúdos que estavam sendo propostos pareciam ser interessantes.
Na sala de aula, foi entregue, para cada aluno, a parte da “Unidade Didática”
elaborada para eles, na forma de apostila, para que o conteúdo teórico fosse
desenvolvido com mais rapidez.
A primeira atividade: Recorte de Tabelas e Gráficos em Revistas, Jornais,
etc., foi realizada em grupos de cinco alunos, que procuraram e recortaram de
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jornais e revistas, etc., tabelas e gráficos compartilhando e trocando ideias com os
colegas sobre as informações contidas, procurando identificar o assunto que estava
sendo abordado na pesquisa, analisando as informações e identificando o título, a
legenda, o rodapé e o tipo de gráfico. Em seguida colaram em folha de cartolina e
depois montaram um painel, no qual estava exposto o trabalho de cada grupo.
Após esse trabalho, em sala de aula, relataram, à professora e aos alunos
dos outros grupos, as informações observadas durante a pesquisa, o que serviu
para relacionar o conteúdo matemático com seu cotidiano, demonstrando as
relações da estatística com outras áreas do conhecimento e contribuindo para que
os conteúdos explorados adquirissem significados, mostrando que a estatística é
muito utilizada pela mídia em anúncios e propagandas, e que a leitura de dados em
tabelas e gráficos é muito mais fácil e atrativa.
A segunda etapa do trabalho tinha como objetivo fazer uma revisão e
ampliação dos conceitos de estatística através da leitura e a interpretação do texto
contido na Unidade Didática, entregue para cada aluno e onde constavam: as fases
do método estatístico (coleta de dados, crítica dos dados, apuração dos dados,
exposição ou apresentação dos dados e análise dos resultados), população e
amostra.
Essa etapa foi desenvolvida com sucesso, pois os alunos compreenderam
com facilidade os conceitos estudados e conseguiram realizar todas as atividades
propostas.
A partir de então foi realizada a terceira etapa, que consistia em um passo a
passo de uma pesquisa estatística, onde foram realizadas todas as fases do
processo de pesquisa estatística, enfatizando a linguagem matemática envolvida e
alguns conceitos estatísticos. Para o desenvolvimento do trabalho foi feito, antes da
produção da Unidade Didática, um levantamento da estatura dos alunos da 8ª série
A, do Colégio Estadual "Presidente Arthur da Costa e Silva" – 2011, com o objetivo
de desenvolver, desde a coleta de dados brutos, a tabela primitiva (rol), a
distribuição de frequência, a construção da tabela com todos os seus elementos e
alguns tipos de gráficos.
Com essa coleta de dados em mãos, os dados brutos foram organizados de
forma crescente, dando origem ao rol. Após a ordenação dos dados foi feita a
tabulação e, em seguida, a tabela de distribuição de frequências, onde foi
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necessário calcular a classe de frequência, os limites de classe, a amplitude total da
distribuição e o número de classes.
Durante o trabalho, os alunos puderam constatar que, na construção de uma
tabela, deve-se obedecer a uma estrutura mínima, como: um título que identifique o
assunto tratado, linhas e colunas, identificação das linhas e colunas e a fonte de
onde se coletou a informação.
Constatou-se que a maioria dos alunos não encontrou dificuldades para
realizar as atividades propostas e demonstraram muito cuidado e agilidade na
construção das tabelas, porém outros alunos necessitaram de atenção especial para
compreender alguns cálculos referentes à distribuição de frequências.
Os alunos realizaram todas as atividades descritas na Unidade Didática, no
caderno, desde a tabela primitiva até a construção da tabela com todos os seus
elementos.
Na realização da etapa Aprendendo Gráficos foi feita a leitura do texto que
consta na Unidade Didática, sobre alguns tipos de gráficos e, com base na tabela
anterior, foram construídos os gráficos em colunas, em barras, em linhas e o gráfico
em setores (pizza). Os alunos puderam observar como se torna fácil a visualização e
a compreensão dos dados encontrados. Foi demonstrada, também, a utilização de
cada tipo de gráfico, as regras para construí-los e as diferenças e semelhanças
entre eles.
Primeiro foi feita a construção dos gráficos manualmente, usando lápis,
régua, compasso, lápis de cor e, a seguir, na sala de informática, foram construídos
os gráficos na planilha eletrônica “BrOffice.org Calc” (Linux).
Na construção manual dos gráficos de colunas, barras e linhas percebeu-se
a dificuldade de alguns alunos em manusear a régua, o transferidor e o compasso,
porém, com uma pequena intervenção, conseguiram realizar a atividade como foi
solicitada.
No desenvolvimento dessa atividade em que foram construídos os setores
que formam o círculo (gráfico), percebeu-se bastante dificuldade em relação ao uso
do transferidor, e também na aplicação da regra de três simples para realizar as
transformações que são necessárias para que sejam encontrados os valores
percentuais e os ângulos correspondentes a cada setor. Foi preciso fazer uma
retomada do conteúdo e mostrar ao aluno que obtemos cada setor por meio de uma
regra de três simples, onde o total da série corresponde a 360º, ficando dividido em
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tantos setores quantas são as partes e que suas áreas são respectivamente
proporcionais aos dados da série.
3.1.1 Como construir gráficos na planilha eletrônic a BrOffice.org Calc (Linux)
Após construírem os gráficos manualmente, os alunos foram até a sala de
informática, onde inicialmente o professor fez uma explanação a respeito de que é
um software livre, apresentou o ambiente de trabalho do “BrOffice.org Calc” (Linux),
e propôs que os alunos construíssem os gráficos solicitados, utilizando o Anexo l, da
Unidade Didática, que contém os passos de como construir gráficos na planilha
eletrônica “BrOffice.org Calc” (Linux).
A realização das atividades ocorreu em horário de contraturno devido ao fato
de a escola ter poucos computadores na sala de informática, e sendo em
contraturno, cada aluno pode trabalhar individualmente com uma máquina. Foi um
trabalho gratificante, pois todos os alunos compareceram, estavam empolgados em
fazer um trabalho diferente, fora da sala de aula, e, apesar de não conhecerem a
plataforma Linux, envolveram-se bastante na realização das atividades e os que
tinham mais facilidade ajudaram aqueles que tinham dificuldades, facilitando o
trabalho da professora.
Os alunos fizeram vários comentários sobre a facilidade e a rapidez na
construção dos gráficos com a utilização do software e com sua criatividade
puderam experimentar um variado número de gráficos para a representação dos
dados tabulados.
Observou-se que o uso do laboratório de informática facilita todo o trabalho e
serve como recurso para melhorar e enriquecer as aulas, tornando-as atrativas para
o aluno, e que a utilização de planilhas eletrônicas no ensino da estatística pode
atender vários objetivos: auxiliar o processo de construção de conhecimentos, servir
como fonte de informação, desenvolver a autonomia, estimular o raciocínio e a
criatividade e fazer com que o aluno reflita sobre as soluções encontradas,
agilizando a manipulação e o processamento dados.
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3.2 Descrição da Pesquisa Estatística
Nessa etapa foi organizada uma pesquisa de campo no qual os alunos
deveriam escolher os temas de sua preferência.
Para isso, foram sugeridos assuntos que despertassem o interesse pelas
questões sociais e que poderiam ser utilizados como contextos significativos para a
aprendizagem. Esse tipo de abordagem, a partir da vida real do aluno, do seu
cotidiano, desperta a motivação, o interesse e a aprendizagem.
E, realmente, os assuntos que mais despertaram o interesse dos alunos na
realização da pesquisa, após trocarem ideias e fazerem alguns questionamentos,
foram temas relacionados com seu cotidiano, tais como: escolaridade, mês de
aniversário, estado civil, times de futebol, canais de TV preferidos, redes sociais
mais acessadas e consumo de bebidas alcoólicas. Além desses sete temas, idade e
sexo também foram pesquisados para saber com qual tipo de clientela estávamos
trabalhando.
Após a escolha dos temas, foi organizado um questionário único com
questões claras e objetivas, onde cada aluno ficou responsável pelo preenchimento
de quatro questionários, que foram respondidos por pessoas de sua localidade,
todas escolhidas aleatoriamente, devendo totalizar 140 pessoas pesquisadas, porém
alguns alunos deixaram de realizar a tarefa e o trabalho foi feito em cima de 128
questionários respondidos.
Com a coleta de dados pronta, os alunos, em grupo de cinco, fizeram o
levantamento dos dados de seus questionários e disponibilizaram para os demais
grupos, ficando cada grupo responsável pelas questões idade e sexo e por mais
uma escolhida por eles, que então desenvolveram as demais etapas do método
estatístico.
Os dados foram organizados em tabelas e entregues à professora, para que
fizesse as observações e as correções necessárias, o que possibilitou a verificação
de um bom nível de compreensão, por parte dos alunos, sobre os cálculos
matemáticos envolvidos no trabalho. Os alunos construíram, então, manualmente,
gráficos em barra, em coluna, em linhas e em setores, utilizando o lápis, a régua, o
papel, o compasso e o transferidor.
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Com os dados coletados já organizados nos seus cadernos e os gráficos
feitos manualmente, os alunos foram para o laboratório de informática, novamente
em período de contraturno, para então colocar em prática os seus conhecimentos e
construir as tabelas e os gráficos utilizando a planilha eletrônica BrOffice.org Calc
(Linux).
Após a coleta de dados, a organização e a construção de tabelas e gráficos,
cada grupo fez a apresentação de seus trabalhos para os demais grupos de alunos,
através de cartazes que foram confeccionados para auxiliar na apresentação e
depois colocados no mural da escola.
Com isso, foi possível verificar que o uso do computador auxiliou no
processo de ensino-aprendizagem, na realização das atividades, facilitando a
compreensão e a interpretação dos conteúdos, bem como a escolha do tipo de
gráfico e a interpretação das informações neles contidas.
4 Considerações Finais
Com o desenvolvimento desta proposta foi possível perceber a importância
da leitura e da interpretação dos gráficos e das tabelas como um importante
instrumento para a sociedade, que ajuda o homem a compreender diversas
situações de sua vida e também como conteúdo a ser trabalhado no currículo do
Ensino Básico.
O projeto aponta a necessidade de o aluno ter conhecimento dos conteúdos
relacionados à Estatística por fazer parte do seu cotidiano, estar presente na vida do
homem desde a Antiguidade, pelas suas possíveis articulações com outros campos
de conteúdos matemáticos e a necessidade de o ensino da matemática estar
articulado com as várias práticas e necessidades sociais.
A leitura, a análise e a realização das atividades contribuíram para
enriquecer e ampliar os conhecimentos dos alunos exigindo a interpretação, a
construção e a análise de gráficos, de tabelas e de fórmulas matemáticas. A
utilização de diversas ações pedagógicas, principalmente o uso da informática,
facilitou a compreensão e a visualização por parte dos alunos, contribuindo assim
para uma aprendizagem significativa.
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Na implementação do projeto foi observado que os alunos puderam ter um
maior conhecimento sobre o tratamento da informação, a estatística, tendo havido
cooperação entre os alunos que trabalharam em grupos nas pesquisas, na
construção do conhecimento, envolvendo-se com entusiasmo, porém foram
encontradas algumas dificuldades, como alunos desinteressados e problemas de
relacionamento entre alunos de um grupo.
Foi possível perceber que, ao trabalhar matemática, em especial os
conteúdos de Estatística do Ensino Fundamental, no laboratório de informática, com
a planilha eletrônica BrOffice.org Calc (Linux), presente em todas as escolas
públicas do Paraná, foi possível vivenciar momentos de realização na busca de
subsídios que tinham o propósito de facilitar a aprendizagem e a troca de
informações.
Na avaliação, como sendo um processo contínuo, levou-se em conta todo o
processo de construção do conhecimento, onde foram observadas a realização dos
trabalhos, a qualidade dos questionamentos, a pesquisa desenvolvida pelo aluno, a
obtenção e organização dos dados, interpretação e elaboração de tabelas e gráficos
estatísticos.
Foi constatado ainda que, através da realização da pesquisa estatística, é
possível relacionar os conteúdos abordados com situações do cotidiano do aluno,
aperfeiçoando o seu conhecimento e auxiliando na compreensão de sua realidade.
Enfim, pode-se concluir que os objetivos propostos no desenvolvimento
deste trabalho foram alcançados, os resultados foram positivos, justificando assim
as expectativas quanto à sua importância.
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REFERÊNCIAS
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______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 148.
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