SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo,...

26
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO Londrina 2008/2009

Transcript of SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo,...

Page 1: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Londrina2008/2009

Page 2: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

DULCIVANA FERNANDES RUBBIO SANCHES SILVA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Produção Didático-Pedagógico,

apresentado ao Programa de

Desenvolvimento Educacional

– PDE, sob orientação da

Professora Wilma Santos de

Santana, do Departamento de

Educação Física, da

Universidade Estadual de

Londrina.

Londrina

Page 3: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

2008/2009

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

PROFESSOR PDE

1. Nome do Professor PDE: Dulcivana Fernandes Rubbio Sanches Silva2. Disciplina/Área: Educação Física3. Orientadora: Professora Wilma Santos de Santana4. Caracterização do Objeto de Estudo: Educação Física Escolar –

Questões de Gênero5. Título da Produção Didático-Pedagógica: A Cultura Corporal e as

Questões de Gênero Como Fatores de Motivação aos Adolescentes nas

Aulas de Educação Física.6. Justificativa da Produção: Ao longo da história da humanidade, as

mulheres sofreram e ainda sofrem descriminações em vários setores da

sociedade. As condições de acesso e de participação das mulheres no lazer,

no esporte da escola, no esporte de rendimento, na educação física, na

visibilidade conferida pela mídia e nos cargos de administração e gestão

esportiva, não são iguais, se comparadas aos homens. Pensar a

participação feminina no campo das práticas corporais pressupõe entender

em que contexto sócio-cultural ela está inserida. Analisar este contexto e

sua correlação com as aulas de Educação Física é o objetivo desta

produção.7. Objetivo Geral da Produção: Compreender a cultura corporal e as

questões de gênero, visando melhorar a qualidade das aulas de Educação

Física e conseqüentemente a participação dos alunos.8. Tipo da Produção Didática-Pedagógica:

( ) Folhas ( ) OAC ( X ) Unidade Didática9. Público-alvo: 8ª série do Ensino Fundamental

___________________________, ____ de ____________ de ______

Professora PDE: Dulcivana Fernandes Rubbio Sanches

Silva

Page 4: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

1 CULTURA CORPORAL

Figura 1: O Discóbolo, de Miron.

“Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem

Alves)

Território construído por liberdades e interdições, e revelador de

sociedades inteiras, o corpo é a primeira forma de visibilidade humana. O

sentido agudo de sua presença invade lugares, exige compreensão,

determina funcionamentos sociais, cria disciplinamentos e desperta

inúmeros interesses de diversas áreas do conhecimento (Soares (org.),

2004).

O corpo é sempre “biocultural”, ou seja, somos o que herdamos dos

nossos pais e antepassados (genética) e o que adquirimos do meio cultural

no qual vivemos.

Page 5: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Para Leontiev (apud Melo, 1980), o ser humano, só se humaniza e só

adquire as funções tipicamente humanas, a partir do momento em que está

inserido num determinado contexto e se apropria da cultura histórica e

socialmente produzida pela atividade coletiva.

Para Daólio (1997), o corpo é uma síntese da cultura, porque

expressa elementos específicos da sociedade da qual faz parte. O homem,

por meio do seu corpo, vai se apropriando de valores, normas e costumes

sociais, num processo de incorporação.

Os movimentos expressam a cultura do ser humano, explicitam as

determinações de caráter político, econômico, religioso e social nos quais os

sujeitos estão inseridos.

Melani (apud Melo, 1997), diz que os signos culturais desenvolvem

ou limitam a motricidade do homem. São eles que dizem o que o corpo

pode ou não fazer e como fazer.

A Mulher e as Práticas Corporais

A segunda metade do século XIX foi marcada pela presença do

romantismo na literatura e, por conseguinte, de imagens românticas

associadas a mulher. Um doce olhar de bondade tinha que diferenciar-se

daquele inflamado de paixão e saúde.

Desde o início do século XIX, na Europa, multiplicavam-se os

ginásios, os professores de ginástica, os manuais de medicina que

chamavam a atenção para as vantagens físicas e morais dos exercícios. No

final do século, mulheres começaram a pedalar ou a jogar tênis na Europa.

Não faltou quem achasse a novidade imoral, um pecado. Perseguia-se tudo

o que pudesse macular o papel de mãe dedicada exclusivamente ao lar.

Médicos e higienistas faziam a ligação entre histeria e melancolia à

falta de exercícios físicos. Confinadas em casa, diziam, as mulheres só

podiam fenecer, estiolar, murchar. Era preciso oxigenar as carnes e alegrar-

se graças ao equilíbrio saudável do organismo.

Page 6: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

A elegância feminina começou a rimar com saúde.

ATIVIDADE 1

PARA SABER MAIS

Procure fazer uma pesquisa sobre quais eram as práticas corporais

recomendadas às mulheres por Rui Barbosa, em 1882, no projeto

em que foi relator e tratava da Reforma do Ensino Primário e

várias instituições complementares da Instrução Pública.

CURIOSIDADE

Relato de Patrícia Lessa, em seu livro “Mulheres à Venda” (2005,

p. 54) sobre o preconceito em relação às mulheres do século XIX:

Os biólogos e médicos do século XIX diziam que o cérebro da

mulher era menor que o do homem e que o ovário e útero exigiam

muita energia e repouso para funcionar apropriadamente.

Provaram que, em conseqüência, as meninas deveriam ser

mantidas longe das escolas e faculdades a partir do momento em

que começassem a menstruar e advertiam que, sem esse tipo de

precaução, os úteros e ovários das mulheres poderiam se atrofiar e

a raça humana se extinguir.

Saraiva (2005), fala sobre as conseqüências das práticas sexistas

desenvolvidas na educação tradicional e na Educação Física para as

mulheres:

Page 7: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

a) no campo biofisiológico: a performance motora feminina fica

prejudicada pelas menores oportunidades de vivências

corporais, em relação aos meninos. “Meninas não podem: jogar

bola, subir em árvores, fazer força, etc.”;

b) no campo psicológico: a aceitação por parte das meninas da

idéia de superioridade física do homem, as levam a transferir

para outros setores, esta superioridade; algumas têm

prejudicado até seu rendimento intelectual. Meninos são criados

desde cedo para independência e as meninas para a

dependência;

c) no campo social: pode-se facilmente deduzir as conseqüências

para o papel social de ambos. A mulher não aprende a ter

aspirações mais ambiciosas, considera a realização profissional

incompatível com o papel tradicional internalizado de mãe e

esposa. Ainda há mulheres que vêem no casamento o único

objetivo de vida, “terão quem as sustente”.

Esta visão de mundo e organização da sociedade, sofreu alterações

na década de 60, através dos movimentos feministas e da pílula

anticoncepcional. As mulheres avançaram, mas ainda sofrem com as

discriminações.

Segundo dados da ONU, a cada 15 segundos, uma mulher é

espancada no Brasil, só na cidade de Londrina, 510 mulheres foram

agredidas no ano de 2007. Para a Secretária da Mulher do município, Maria

José Barboza, um dos eixos das políticas para enfrentamento da violência

doméstica é o investimento na capacitação, qualificação ou mesmo

iniciação profissional da mulher, principalmente a que não consegue

independência e permanece submetida ao agressor (Folha de Londrina,

Caderno Cidades, P. 1, 25 Nov 2008)

Dados brasileiros apresentados por Heise (1994) incluem um estudo,

de 1987, de 2.000 casos de violência registrados num período de cinco

meses numa Delegacia de Mulheres em São Paulo. Setenta por cento destes

Page 8: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

casos ocorreram no lar e em sua quase totalidade o agressor era o parceiro,

sendo que 40% referiram danos físicos sérios. Dados da Pesquisa Nacional

por Amostra de Homicídios (PNAD) (1988) indicam que em mais que 50%

dos casos de violência física o agressor era parente da vítima. Cinqüenta por

cento dos casos de estupro registrados nas 125 Delegacias de Mulheres

entre janeiro de 1991 e agosto de 1992 ocorreram na família. Em 1990, as

Delegacias de Mulheres de São Paulo relataram 841 casos de estupro. Entre

julho de 1991 e agosto de 1992, estas Delegacias registraram 79.000 casos,

do total nacional de 205.000 crimes contra a mulher, o que representa 562

crimes baseados no gênero reportados diariamente. Uma análise realizada

por Soares (1994) acerca dos atendimentos destas Delegacias no Rio de

Janeiro, em 1992 demonstra que, em 74% dos mais de 10.000

atendimentos, o acusado era o cônjuge ou ex-cônjuge. De todos os

inquéritos de crimes sexuais desde 1986, 62% das vítimas eram menores de

idade.

Heise conclui que a violência é "um fenômeno extremamente

complexo, com raízes profundas nas relações de poder baseadas no gênero,

na sexualidade, na auto-identidade e nas instituições sociais" e que "em

muitas sociedades, o direito (masculino) a dominar a mulher é considerado

a essência da masculinidade" (Heise, 1994: 47-48). Abordar a violência

exige, portanto, confrontar essas definições de gênero e aumentar o poder e

os recursos das mulheres.

http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X1994000500010

ATIVIDADE 2

Depois do que lemos sobre a situação das mulheres brasileiras,

responda:

Page 9: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

a) Em Bom Sucesso, também temos casos de violência e abuso

sexual?

b) O que podemos fazer para mudar esta situação?

PARA PENSAR...

Os preconceitos na verdade, são uma violação aos direitos humanos, são

utilizados para justificar o domínio de alguns sobre os outros e muitas

atrocidades que ocorreram ao longo da história.

“O preconceito é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento

do outro que é diferente”.

(www.religiosidadepopular.vaivip.com.br/preconceito.

htm)

Page 10: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

2 A MULHER E O ESPORTE

Figura 2: Afrodite.

Page 11: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

A polêmica sobre a prática de atividade esportiva por mulheres é tão

antiga quanto a dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, onde homens

competiam nus e as mulheres eram proibidas até de assistir às

competições.

As mudanças foram lentas e vários séculos se passaram antes que

as mulheres começassem a conquistar o direito de praticar alguns esportes.

Na Idade Média, com o comportamento fortemente influenciado pelo

Igreja Católica, a prática esportiva ainda continuava proibida para as

mulheres. Só a partir do Renascimento é que as mulheres foram liberadas a

praticar algumas modalidades femininas. A mulher só consegui conquistar

um espaço mais significativo no esporte após a mudança provocada pelas

idéias dos filósofos humanistas. Apesar de vários avanços, a participação

efetiva do sexo feminino nos esportes competitivos aconteceu apenas nos

jogos olímpicos de 1900, onze mulheres foram até Paris, na França, para

participar dos I Jogos Olímpicos da era Moderna. Desde então, a

participação feminina nos Jogos Olímpicos tem crescido constantemente, a

ponto de restarem poucas modalidades que não oficializaram as

competições para os dois sexo.

(http://www.geocities.com/baja/cliffs/5984/emanc.htm?20089)

Para Castellani (2008), a história da mulher no esporte reflete, no

seu interior, a maneira como ela, mulher, era concebida nos mais distintos

momentos históricos nos quais o esporte foi pensado, construído,

organizado e praticado.

http://observatoriodoesporte.org.br/esporte-e-mulher-em-perspectiva/

Precisamos entender que o esporte é um dos fenômenos culturais

mais significativos do mundo contemporâneo a luta da mulher em poder

praticá-lo sem discriminação e preconceitos é a mesma que ela trava em

busca de mais espaço na sociedade.

ATIVIDADE 3

Page 12: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Trabalhando em Equipes:

Reúna com alguns colegas da sala, pesquisem algum esporte que

já foi proibido às mulheres, apresente as regras principais deste e

organizem a sala de forma que todos possam praticá-lo.

3 A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES FÍSICAS PARA OS

ADOLESCENTES

Page 13: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Figura 3: Adolescência

Em um primeiro momento, precisamos entender o significado em

nossa cultura dos termos: “puberdade e adolescência”.

Puberdade

São as mudanças físicas e biológicas, vivenciadas de forma

semelhante por todos os indivíduos na adolescência, caracterizada pelo

crescimento e maturação sexual.

“O crescimento e desenvolvimento são eventos geneticamente

programados, da concepção ao amadurecimento completo, porém fatores

inerentes ao próprio indivíduo e outros representados por circunstâncias

ambientais podem induzir modificações nesse processo. Fatores climáticos,

Page 14: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

sócio-econômicos, hormonais, psicossociais e, sobretudo, nutricionais são

algumas das possíveis causas de modificação do crescimento e

desenvolvimento.” (SAITO, 1989)

Principais Características da Puberdade

1º) Estirão puberal: aceleração do crescimento em altura e peso;

2º) Mudanças de composição corporal:

Meninas: aumento da massa gordurosa;

Meninos: aumento da massa muscular;

3º) Mudanças das características sexuais secundárias e maturação

sexual:

Meninas: aumento das mamas, útero, ovários, genitália, pêlos

pubianos, axilares e menarca (1ª menstruação). Na menina ainda há o

alargamento da bacia e a deposição do tecido adiposo nos quadris e

abdome;

Meninos: aumento do pênis, testículos, pêlos pubianos, axilares,

faciais e semenarca (1ª ejaculação com sêmen). No menino há também

alteração na voz.

Além dessas mudanças há outras comuns aos dois sexos: aumento

da pressão arterial, área cardíaca, respiratória, células ósseas, sanguíneas,

placas motoras, hemoglobina, produção das glândulas sebáceas, etc.

ATIVIDADE 4

Você sabe o que é pressão arterial máxima?

E pressão arterial mínima?

Faça uma pesquisa e descubra o que significa cada uma delas,

depois relate o que descobriu para seus colegas de sala e

Page 15: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

professor.

CURIOSIDADE

Hemoglobina O que é hemoglobina, glóbulos vermelhos do sangue, funções

Hemoglobinas: as células vermelhas do sangue

O que é

A hemoglobina é uma proteína presente nos eritrócitos (hemácias), constituindo aproximadamente 35% de seu peso. É um pigmento presente no sangue responsável por transportar o oxigênio, levando-o dos pulmões aos tecidos de todo o corpo.

Funções

Além de transportar oxigênio, a hemoglobina também participa do processo de transporte de nutrientes a todas as células do corpo, processo este, no qual o sangue leva os nutrientes e recolhe as substâncias secretadas pelas células, conduzindo-as, posteriormente, para fora do organismo.

Para se combinarem com o oxigênio, os eritrócitos precisam contê-lo em quantidade suficiente, e, isto, depende dos níveis de ferro presentes no organismo. A deficiência de ferro no organismo leva a um quadro conhecido como anemia.

http://www.todabiologia.com/anatomia/hemoglobina.htm

Importante Saber

A multiplicação celular que acontece num ritmo acelerado na

puberdade, natural o processo de crescimento e desenvolvimento, pode

trazer benefícios ou prejuízos ao indivíduo pelo resto de sua vida.

Page 16: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Exemplos:

O crescimento ósseo, precisa estar acompanhado de uma boa

estrutura muscular (fortalecimento); mobilidade articular; alimentação

saudável, rica em cálcio e banhos de sol (de manhã até às 10:00 horas e a

tarde à partir das 16:00 horas). Se não tivermos estes cuidados, estaremos

favorecendo o aparecimento da osteoporose (doença em que há uma perda

progressiva de massa óssea) e problemas na coluna vertebral (causa da

incapacitação funcional de muitas pessoas).

As células adiposas são reservas energéticas. As pessoas obesas têm

excesso de reserva, ou seja, não gastaram toda energia acumulada.

Importante saber que temos vários picos de hiperplasia celular, um deles

acontece na adolescência e apesar de normal, não deve ser exagerado. O

exagero na multiplicação dessas células, trará conseqüências para o resto

da vida, uma vez que elas não desaparecem do nosso organismo de forma

natural, apenas diminuem o tamanho (murcham), quando emagrecemos. É

só voltarmos à gula e ao sedentarismo, para elas aumentarem seu peso e

tamanho, e conseqüentemente engordarmos.

Segundo artigo da Revista de Pediatria (2007), vários estudos

mostram que crianças e adolescentes obesos, já apresentam doenças de

adultos. As mais precoces são os distúrbios psicossociais: depressão,

isolamento e baixa auto-estima. As mais tardias são: hipertensão, diabetes

e as cardiovasculares.

Page 17: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Fique Atento

Em 1930 as doenças cardiovasculares eram responsáveis por apenas

11,8% das mortes nas capitais do país. Em 1996 este percentual era de

27,4%, já se constituindo a 1ª causa das mortes no país.

www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/doencas/dcardio.htm

PARA SABER MAIS...

O que são doenças cardiovasculares?

São doenças do coração e dos vasos sanguíneos.

Quais são os fatores de risco para estas doenças?

Os fatores de risco são divididos em imutáveis e mutáveis:

Imutáveis: aqueles que não podemos mudar. Exemplos:

hereditariedade, idade, sexo;

Mutáveis: aqueles nos quais podemos influir, mudando, prevenindo

ou tratando. Exemplos: fumo, colesterol elevado, pressão arterial

elevada, vida sedentária, obesidade, diabete melito, estresse,

anticoncepcionais orais, triglicedídeos.

Page 18: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

ATIVIDADE 5

A sala de aula será dividida em grupos. Cada grupo ficará

responsável em pesquisar um dos fatores de risco das doenças

cardiovasculares. Após a pesquisa deverão socializar as

informações com os colegas da sala e professora.

Finalizando Puberdade...

A puberdade é uma fase de grandes ganhos físicos e fisiológicos,

trabalhar para desenvolvê-los de maneira adequada, é preparar os

indivíduos para idade adulta e velhice com qualidade de vida.

Page 19: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

4 ADOLESCÊNCIA

Figura 4: Equilíbrio

A adolescência é um período de transição da infância para a idade

adulta.

Pode ser conflituosa ou tranqüila, dependendo de fatores pessoais e

contextuais.

Há nesta fase muitas mudanças físicas, cognitivas, psíquicas e

sociais, e a adaptação a elas, são vivenciadas de maneira diferente em cada

sociedade, cultura, família, geração e indivíduos.

Segundo Evelyn & Carla, a adolescência é uma fase dinâmica e

complexa merecedora de atenção especial no sistema de saúde, uma vez

que está etapa do desenvolvimento define padrões biológicos e de

comportamentos que irão se manifestar durante o resto da vida do

indivíduo.

(http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/multimedia/adolescente/texto_co

mp/tc_08.htm)

Page 20: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Nesta fase da vida, a pessoa descobre a sua identidade e define a

sua personalidade.

A busca por uma identidade única é um dos problemas que

adolescentes freqüentemente têm, alguns desafiam autoridades e regras,

como um caminho para se estabelecerem como indivíduos. O problema é

que autoridades e regras, são itens necessários à vida em sociedade. A

transgressão às regras de convívio social, pode trazer sérios prejuízos aos

adolescentes e a comunidade em que vivem. As pessoas dependentes de

álcool e outros tipos de drogas, iniciaram o seu consumo na adolescência.

Várias meninas têm uma gravidez indesejada nesta fase. Mortes violentas

no trânsito e homicídios principalmente entre os homens, são comuns nessa

faixa etária.

Bandidos usam adolescentes como “laranjas” em diversos delitos,

como roubos, tráfico, prostituição, etc.

Os adolescentes são um alvo cobiçado pelo comércio. Celulares,

computadores, música contemporânea, jogos eletrônicos e roupas “da

moda”, são populares entre adolescentes.

Outra característica da fase é o afastamento dos pais e a

necessidade de pertencer à um grupo. Ás vezes faz coisas em grupo, que

sozinho ou na presença dos pais não faria.

Page 21: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

GRAVIDEZ E MATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA

Dados fornecidos pela Profª Drª Marcia Gregol, da Universidade

Estadual de Londrina.

Dados do Brasil:

20% das meninas entre 15 e 19 anos engravidam a cada ano;

50% delas têm seus filhos e pretendem criá-los;

1/3 abortam ou disponibilizam a adoção;

80% são de família pobre;

Page 22: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Nas famílias mais favorecidas economicamente, tendem mais ao

aborto;

79% dos nascimentos são de moças solteiras;

Tendem a ter bebês com baixo peso: desvantagem biológica

intrínseca ao fato de nascer de uma menina ainda em crescimento.

ATIVIDADE 6

Vamos responder e depois debater:

1. Em sua opinião, por que 80% da gravidez na adolescência,

ocorre com meninas pobres?

2. Por que 79% dos nascimentos são de moças solteiras?

PARA REFLETIR

Para Ajudar na Reflexão

Na adolescência, as meninas

tendem a ser mais infelizes em

relação à sua aparência física do

que os meninos, reflexo da

ênfase cultural sobre os atributos

Page 23: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

Em toda e qualquer atividade que realizamos, consciente e

inconscientemente, nos apoiamos em modelos socialmente reconhecidos.

Coletivamente compartilhamos idéias referentes aos comportamentos e

atitudes de ser filha, filho, mãe, pai, marido, mulher, trabalhador, esportista,

líder e todos os infinitos papéis sociais que diariamente desempenhamos.

Os modelos antecedem a nossa história e a nossa experiência

individual. (ALONSO, 2000).

Portanto, se queremos uma sociedade mais justa e sem opressão,

precisamos entender nosso meio cultural e modificá-lo se necessário.

Finalizando...

Agora utilizaremos em nossas aulas práticas de Educação Física,

tudo o que aprendemos neste Material Didático.

Faremos atividades que favoreçam o desenvolvimento das vivências

corporais: motoras, cognitivas, afetivas e sociais de ambos os sexos.

Trabalharemos principalmente com: habilidades coordenativas,

expressivas (mímica e teatro) e esportes coletivos de contato (handebol,

basquete e futebol) com regras adaptadas e oficiais, visando facilitar a

participação de todos.

O filósofo português Manuel Sergio define em termos bem claros

como devemos entender e utilizar os esportes. Leia abaixo o que ele pensa

a respeito.

“... Escreve-se por aí, que o mundo está cansado de guerras. Não é

verdade? Enquanto houver super-homens e sub-homens, superiores e

inferiores; enquanto o prestígio se buscar principalmente pelo Ter e no

Poder, em detrimento do Ser, a guerra é a essência mesma do estar no

mundo, tanto ao nível nacional quanto internacional. Também enquanto

Page 24: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

houver o vitorioso glorificado e o derrotado vilipendiado e esquecido;

enquanto poucos forem superiores a muitos; enquanto a alta competição

surgir como a guerra... por outras formas, o Desporto continuará acendendo

paixões inúteis, onde o diálogo, a liberdade e a solidariedade tombam

desfeitos em cinzas”.

“Um Desporto com apurada consciência moral e um razoável grau de

maturidade cultural e cívica, como forma de os homens terem consciência e

exercitarem sua dignidade, os seus direitos e obrigações, há de rejeitar o

pensamento e a política do totalitarismo e do individualismo, os dois

grandes elos da opressão...”.

REFERÊNCIAS

ASSIS, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidades da prática

pedagógica. 2. Ed. Campinas: Autores Associados, 2005. (Coleção Educação

Física e Esportes).

EISENSTEIN, Evelyn; COELHO, Carla. Crescimento e Desenvolvimento

Puberal. A saúde de adolescentes e jovens: competências e habilidades.

Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/multimedia/adolescente/texto_co

mp/tc_08.htm>. Acesso em: 02 dezembro 2008.

EMANCIPAÇÃO DA MULHER NO ESPORTE. Apresenta conteúdo histórico.

Disponível em:

<http://www.geocities.com/baja/cliffs/5984/emanc.htm?20089>. Acesso em:

09 dezembro 2008.

Page 25: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

EYE, Guenther Von. Doenças Cardíacas: Fatores de Risco. Disponível em:

<http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?196>. Acesso em: 05 dezembro

2008.

GIFFIN, Karen. Violência de gênero, sexualidade e saúde. Caderno de

Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 10, supl. 1, 1994. Disponível em:

<http://scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X1994000500010>. Acesso em: 08 dezembro 2008.

KUNZ, Elenor. Transformação Didático-Pedagógica do Esporte. 2. Ed.

Ijui: Unijui, 2004. (Coleção Educação Física).

LEMOS, Mércia Lima de Carvalho, et al. Obesidade na infância e

adolescência: critérios de diagnóstico clínico e laboratorial. Revista de

Pediatria, 8(1): 8-16, jan./jun. 2007.

LESSA, Patrícia. Mulheres á Venda: uma leitura do discurso publicitário

nos outdoors. Londrina: EDUEL, 2005.

MELLO, André da Silva. Cultura Corporal: pressupostos, representações

sociais e reflexões acerca desta proposta pedagógica.

PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA. Guia de Doenças: Doenças

Cardiovasculares. Apresenta informações sobre tipos de doenças. Disponível

em: <http://www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/doencas/dcardio.htm>. Acesso

em: 05 dezembro 2008.

SARAIVA, Maria do Carmo. Co-Educação Física e Esportes: Quando a

Diferença é Mito. 2. Ed. Ijui: Unijui, 2005. (Coleção Educação Física).

SIMÕES, Antonio Carlos (Org.). I Fórum de Debates: Mulher & Esporte:

mitos e verdades. São Paulo: EDUSP, 2000.

Page 26: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · Figura 1: O Discóbolo, de Miron. “Os limites do meu corpo, são os limites do meu mundo.” (Rubem Alves) Território construído por liberdades

SOARES, Carmen Lúcia (Org.). Corpo e História. 2. Ed. Campinas: Autores

Associados, 2004. (Coleção Educação Contemporânea).

Vários autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo:

Cortez, 1992. (Série Formação do Professor. Coleção Magistério 2º Grau).

VOTRE, Sebastião Josué (Org.). Representação Social do Esporte e da

Atividade Física: ensaios etnográficos. Brasília: INDESP, 1998. (Série

Esporte Educacional).

WIKIPÉDIA. Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo

enciclopédico. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cultura&oldid=13423694>.

Acesso em: 8 dezembro 2008 .