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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE

CAMPO MOURÃO PDE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

PARA APRENDER UM POUCO DE HISTÓRIA:

AS FONTES HISTÓRICAS COMO PRIMEIRO PASSO

Fonte: Acervo pessoal Maria Augusta da Silva

FRANCISCO ALVES 2016

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016

Título: Para aprender um pouco de História: as fontes históricas como primeiro passo

Autora: Silvana Calarga Ramos

Disciplina/Área: História

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Vicente Tomazini– Ensino Fundamental, Médio e Normal – Francisco Alves

Município da escola: Francisco Alves

Núcleo Regional de Educação: Umuarama

Professor Orientador: ProfºDr. Fábio André Hahn

Instituição de Ensino Superior: UNESPAR – Campus de Campo Mourão

Relação Interdisciplinar: Português, Geografia e Sociologia

Resumo:

Para a produção do material didático-pedagógica, optou-se pelo desenvolvimento de uma unidade didática instrucional para implementação pelo professor no primeiro semestre do ano de 2017. A turma escolhida para a implementação foi o 6º Ano do Ensino Fundamental do período matutino. As duas etapas a serem realizadas constituem-se por: aplicação de questionário investigativo do perfil dos alunos e o que o sabem a respeito da história do Município de Francisco Alves; intervenção em sala sobre as diferentes fontes históricas e sua análise. As fontes utilizadas nesta unidade didática partem desde a história do aluno, de sua família, até recortes de jornais pertencentes ao arquivo da Fazenda Barra Dourada, fotografias e entrevistas com migrantes do Município referente ao período 1950 a 1973. O objetivo, portanto, é o desenvolvimento de metodologias e práticas que promovam a aprendizagem dos alunos e sua integração como sujeitos no entendimento do processo de escrita da História. O aluno será envolvido em atividades de investigação que o leve à compreensão e à criticidade da realidade histórica e do local em que vive.

Palavras-chave: Ensino de História; Fontes históricas; Ensino-aprendizagem.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Alunos do sexto ano.

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Apresentação

A produção didático-pedagógica aqui apresentada é resultado do trabalho

proposto pelo Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de

Educação do Estado do Paraná, como Unidade Didática, prevista para intervenção

no Colégio Estadual Vicente Tomazini. A Unidade Didática apresenta como proposta

a aplicação de atividades que incentivem e melhorem a formação dos alunos,

aperfeiçoando a pesquisa, a leitura e a interpretação na compreensão de uma

história crítica dos fatos através da sua realidade local e cotidiana, para além do que

é encontrado nos livros didáticos mais tradicionais.

O material é um instrumental para aplicação pelo professor e composto de

atividades diversificadas divididas em quatro capítulos para serem aplicados em

uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental. O trabalho será desenvolvido com

fontes históricas, como: fotografias, entrevistas, jornais e demais objetos que fazem

referência a temática do processo de colonização do munícipio de Francisco Alves

entre os anos de 1950 à 1973. A intenção com essas fontes não é formar mini

historiadores, mas fazer com que os alunos compreendam o processo de construção

e escrita da história, da necessidade de fundamento científico para uma explicação,

ancorada em um dos princípios fundamentais do campo da história: a fonte histórica.

Estimulando, dessa forma, o aluno, espera-se despertar nele o gosto pela

investigação, pela curiosidade, pela criatividade, melhorando sua capacidade de

reflexão e análise cuidadosa da história.

Conforme estudos das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná 2008, a

História local apresenta-se como ponto de partida para o ensino e aprendizagem da

história, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações

sociais que se estabelecem entre educador, educandos, sociedade e o meio em que

vivem e atuam, além de possibilitar o trabalho com fontes históricas próximos da

realidade de todos os envolvidos. Nesse contexto, com atividades sobre a história

local através do uso de fontes, o aluno terá a possibilidade de compreender sua

cidade e pesquisar elementos que retratam a história da sua localidade.

Considerando que a construção do conhecimento científico é um processo

em movimento, é preciso ter claro que a proposta aqui apresentada não é fechada,

mas acompanhada de problematizações e instigações que, além de levar os alunos

a produzirem novos conhecimentos, irá estimulá-los ao questionamento dos fatos.

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capítulo I

Vamos aprender o que é história

e quem faz parte dela?

Fonte: Acervo pessoal Maria Augusta da Silva

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OBJETIVOS

Vamos procurar entender o que é história e quem faz história.

Ao realizarmos as pesquisas e coletarmos informações pessoais e

familiares entenderemos melhor que todos nós também somos

sujeito da história. No entanto é preciso entender que a história

somente é escrita a partir de provas, de documentos...

Portanto, vamos em busca das histórias pessoais e de nossos

ascendentes, procurando compartilhar com os demais colegas de

classe e professora os primeiros resultados obtidos.

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1. Atividades

Problematizando:

FUNDAMENTANDO AS ATIVIDADES

Conforme Elisabete Moraes em um artigo publicado na Revista Latino-

Americana de História, destaca que é fundamental que o professor de História

desperte no aluno o sentido de pertencimento ao mundo em que vive com a

importância de fazer e compreender a história. De acordo que Jaime Pinski e Carla

Pinski, em artigo intitulado “Por uma história prazerosa e consequente”, cada

estudante precisa se perceber, de fato, como sujeito histórico, e isso só se

consegue quando ele se dá conta dos esforços que nossos antepassados fizeram

para chegarmos ao estágio civilizatório no qual nos encontramos. Entretanto, estas

questões poderão ser operacionalizadas se o professor conhecer o universo social e

cultural do aluno. Para isso, torna-se necessário trabalhar com a história pessoal do

aluno, relacionando o passado com o presente a fim de que a história tenha sentido

para o aprendiz. Este precisa perceber-se como ser social e suas escolhas pode

fazer diferença na construção de sua própria história. Segundo os mesmos autores

referidos, quanto mais o aluno sentir a História como algo próximo dele, mais terá

vontade de interagir com ela, não como uma coisa externa, distante, mas como uma

prática que ele se sentirá qualificado e inclinado a exercer. O verdadeiro potencial

transformador da História é a oportunidade que ela oferece de praticar a “inclusão

histórica” (2010, p.28).

Portanto, deve-se buscar na reconstrução da história do aluno a

compreensão do mesmo sobre a importância de estudar História. Para tal,

considerar-se-á suas experiências vividas, suas relações socioculturais, seus

ambientes geográficos, enfim, seus saberes e suas vivências. Segundo Selva

Fonseca: “A educação histórica e a formação da consciência histórica dos sujeitos

não ocorrem apenas na escola, mas em diversos lugares” (2009, p.116). Isto requer

de nós uma relação viva e ativa com o tempo e o espaço do mundo no qual

vivemos, por menor que ele seja. O meio no qual vivemos traz as marcas do

presente e de tempos passados. Assim, o cotidiano dos alunos pode apresentar

ricas possibilidades de investigação, propiciando ao professor uma forma prazerosa

de ensinar e aprender. Para o educando, seu universo pode ser banal, mas no

momento em que o professor lhe mostra possibilidades de aprendizado vinculadas

ao mesmo, torna-o mais significativo para ele. Ao reconhecer seu “mundo” sob outra

perspectiva, o aluno será capaz de amar, preservar e valorizar seu ambiente e suas

vivências.

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1.1. Instrumentos diagnósticos

Aplicação de questionário para avaliar o conhecimento dos alunos sobre o

tema proposto e conscientizá-los que serão construtores do seu conhecimento e

pesquisadores das fontes históricas locais. O diagnóstico tem o propósito de

conhecer os educandos, suas características e seus conhecimentos de História.

Ainda cumpre o objetivo de levar os alunos a realizar uma reflexão sobre a

importância em estudar o passado, as maneiras como se produz e reproduz a

História, o que são fontes históricas, como coletá-las e qual sua relevância para a

população de Francisco Alves. Para tanto, a professora de início, instigará os alunos

sobre os conhecimentos prévios dos alunos relacionados sobre o que entendem por

História e como ela acontece. Em seguida a professora explicará sobre a

intervenção pedagógica, onde se pretende que os alunos reconheçam a participação

de todos na construção histórica, e em específico do município de Francisco Alves.

Para motivar os alunos a se envolverem no estudo, é importante problematizar

constantemente o que será estudado e explicitar os objetivos do estudo.

Identificação:

Qual o seu nome completo?

Qual a sua idade?

Onde nasceu?

Endereço de sua residência:

Nome da Instituição de Ensino:

Profissão do pai:

Profissão da mãe:

Incluindo você: o que é a história?

Você tem uma História de vida? Conte um pouco de você.

As histórias que os nossos familiares contam podem ser consideradas formas

de transmitir a História?

Para você, para que serve a História?

Por que e para que necessitamos estudar o passado?

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Estudar o passado é importante?

Em sua opinião, todos fazem parte da História?

Você e seus familiares auxiliam na construção da História? De que maneira?

Fontes históricas: formas de produzir a história

O que os historiadores fazem para saber da História?

Qual a maneira que eles usam para construir a História?

Onde e como podemos descobrir as ações de nossos antepassados?

Quem produz esses registros?

Que objetos ou documentos fazem parte da História do município?

O que são as fontes históricas?

Para que servem?

Quais são elas?

Como são produzidos e por quem?

Como são interpretadas na escrita da História?

História de Francisco Alves e de seus familiares

Escreva o que você sabe sobre a história de Francisco Alves: como ocorreu a

escolha do nome? E por quê?

Qual o nome da rua onde você mora?

Qual o motivo de ter recebido esse nome?

Você conhece famílias que moram bastante tempo no seu município?

Escreva o nome deles.

Qual a história da sua família? E há quanto tempo moram nesse município?

Qual a razão deles terem vindo morar aqui?

Qual o nome do local de onde vieram?

Como era a cidade quando eles chegaram?

1.2. Socializando as informações do diagnóstico

Após a aplicação do diagnóstico a professora fará a socialização das

informações coletadas através da construção de um painel que, depois de ser

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explorado oralmente pela professora e alunos, ficará em exposição no mural da

escola. A partir da exposição oral dos alunos, a professora deve estabelecer

relações com a História de vida dos alunos e do município, valorizando elementos

culturais e observações a respeito do seu meio social – família e município,

despertar nos alunos de 6º ano a reflexão sobre a dimensão da História em suas

vidas, possibilitando se reconhecerem como sujeitos ativos, atuantes e constituintes

da História e assim percebendo-se como parte da história.

Já socializado as questões e respostas do diagnóstico, apresentar aos

alunos uma proposta de atividades que os levem a aprofundar suas reflexões e

explicar o objetivo da realização do seu trabalho de PDE.

Vídeo: O que é História?

https://www.youtube.com/watch?v=WiYjmUkrxPU

1.3. Leitura e interpretação de texto

O que é história?

Quando alguém me pergunta “Quem é você?” eu respondo, meu nome é

Silvana Calarga Ramos, brasileira, casada, professora de História, trabalho no

colégio Estadual Vicente Tomazini e na Escola Estadual do Campo do Bairro

Catarinense, moro no município de Francisco Alves PR. Com isso, estou revelando a

minha identidade e meus dados pessoais, enquanto informo alguns traços que me

distingue de outras pessoas. Quando eu faço isso, eu estou contando um pouco da

minha história. A minha história vai além do meu nome, do meu estado civil, do local

onde trabalho e moro. Começou bem antes do meu nascimento. Todas as pessoas

tem uma história, assim você também tem a sua. Por isso podemos dizer que somos

sujeitos históricos, tudo tem história, a sua casa, a cidade que você mora, as roupas

que você veste, os alimentos que você come, a música que você ouve, etc.

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1.4. Textos para análise e reflexão

1.4.1. História e seus sentidos

A palavra história pode ter vários sentidos: história de ficção, que são

aquelas criadas pela imaginação humana, muitas inspiradas no conhecimento de

épocas passadas, estudo de um acontecimento, como de um processo político, ou

mesmo de um acontecimento da vida de uma pessoa.

1.4.2. Quem faz a História?

Os sujeitos históricos, sejam pessoas individuais ou grupos coletivos, são

responsáveis pelas transformações na sociedade. Até meados do século XX, no

entanto, somente os grandes personagens eram considerados sujeitos da história.

As mudanças históricas eram atribuídas aos feitos individuais desses “heróis”,

responsáveis pela grandeza das nações.

Essa visão da história foi se modificando no decorrer do século XX, quando

outros sujeitos históricos começaram a surgir no discurso do historiador: as

mulheres, os operários, os pobres, os povos colonizados, etc. A partir do momento

em que começaram a se revoltar contra a dominação, os grupos humanos

inferiorizados passaram a construir uma memória e a exigir um lugar na história.

1.4.3. Identifique a narrativa histórica

A proposta é organizar a turma em grupos e distribuir jornais e revistas para

que eles procurem três fatos históricos, recorte e cole em seu caderno e procure

identificar em que sentido está escrito a narrativa histórica. Se for um fato político, do

processo vivido ou de ficção. Em seguida os alunos devem apresentar seus

argumentos conforme orientação da professora. Após a leitura e reflexão sobre os

textos, convidar os alunos para uma roda de conversa, incentivando-os a participar

de uma narrativa oral. Na sequência, em uma próxima oficina, pedir aos alunos que

tragam para a escola objetos, como: documentos escritos, materiais de trabalho,

brinquedos, álbuns, entre outros para a referida narrativa, ou seja, explicar aos

alunos que farão suas narrativas históricas a partir das fontes sugeridas.

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Sobre narrativa histórica e a produção do conhecimento

De acordo com o historiador italiano Carlo Ginzburg (1939), a narrativa dos

acontecimentos e personagens, fundamentam-se em provas, ou seja, em marcas do

passado que não podem ser tramados pelo historiador.

Já para o historiador alemão Jörn Rüsen (2001, p.155), a narrativa pode ser

histórica e não histórica. A “especificidade da narrativa histórica refere-se aos

acontecimentos proferidos e narrados, que são considerados como tendo ocorrido

verdadeiramente no passado”.

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capítulo Ii

Vamos Aprender o que são

Fontes Históricas e o Trabalho

do Historiador

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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OBJETIVOS

Descobrir o que são fontes históricas, quais são elas e para que

servem.

Identificar como o historiador analisa e interpreta as fontes para

escrever a história.

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Fundamentação das Atividades

No procedimento de construção da consciência histórica, é

imprescindível que o educador ofereça atividades que promovam a

participação dos alunos na construção do seu conhecimento,

garantindo a eles o entendimento de que como se dá a produção

do conhecimento, ou seja, como é produzido a partir do trabalho de

um pesquisador que tem como objeto de estudo as ações e as

relações humanas praticadas no tempo, bem como os sentidos

que os sujeitos lhe deram, de modo consciente ou não. Para

estudá-las o historiador segue um método de pesquisa de

configuração que possa problematizar o passado e buscar, por

meio de perguntas e fontes, respostas às suas indagações. A partir

disso, o pesquisador produz uma narrativa histórica cujo desafio é

contemplar a diversidade das experiências políticas, sociais,

econômicas e culturais. “[...] Entender tais aspectos possibilita que

os alunos valorizem e contribua para a preservação de

documentos, dos lugares de memória, dos acervos privados e

públicos de fotografias de documentos escritos e audiovisuais,

entre outros, seja pelo uso adequado dos locais de memória, pelo

manuseio cuidadoso de documentos que podem constituir fontes

de pesquisas, seja pelo reconhecimento do trabalho realizado pelo

pesquisador” (DCE, 2006, p. 4).

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2. ATIVIDADES

Problematizando:

2.1. Narrativa oral e escrita: professora e alunos

A professora convidará um (a) aluno (a) para fazer a sua narrativa histórica a

partir de documentos escritos, objetos, brinquedos ou álbuns, mas antes deve narrar

a sua própria história aos alunos, narrando a eles, sua trajetória de vida, sua

formação e sua relação com o seu eu, como um ser que se conhece e que se

percebe como sujeito e depois induzir os alunos a instigar a própria professora sobre

aspectos da história contada por ela. Em seguida o aluno convidado narrará sua

história a partir do critério estabelecido (história narrada a partir de documentos

escritos, objetos, brinquedos ou álbuns). Prosseguindo a professora incentivará

todos os alunos a escrever sua narrativa histórica e compartilhar com a turma.

2.2. Leitura: vamos conhecer um pouco do trabalho do historiador?

Não existe história sem historiador, ou seja, alguém para interpretar os

rastros deixados pelo passado e propor uma explicação lógica e coerente das

causas e consequências dos acontecimentos. Mas, para compreender o trabalho do

historiador temos que compreender a natureza do conhecimento histórico. Como o

passado, por definição, é aquilo que “já passou”, que “não está mais presente” é

impossível entrar na mente dos sujeitos históricos para saber o que eles realmente

pensavam e como viam o mundo. Assim, o historiador só tem um conhecimento

indireto do passado, por intermédio dos vestígios materiais deixados pelas gerações

anteriores. Em suas pesquisas os historiadores utilizam os mais variados vestígios

como fontes de informações sobre as ideias e realizações dos seres humanos no

transcorrer do tempo. Essas fontes podem ser escritas ou não escritas.

Fontes escritas: cartas, letras de canções, livros, jornais, revistas,

documentos públicos, etc.

Fontes não escritas: pinturas, depoimentos orais, filmes, fotografias,

utensílios, objetos variados.

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Vídeo: O que é História? Fontes históricas e o trabalho do historiador.

https://www.youtube.com/watch?v=hKML2Ev-I_s

Questionamentos:

Realizar questionamentos com alunos sobre quem foram

os historiadores de suas narrativas históricas e quais fontes

utilizaram. Em seguida explorar as fontes que os alunos

trouxeram para realizar sua narrativa histórica (álbuns,

documentos, objetos e brinquedos) e instigar os alunos sobre

quais informações foram coletados a partir deles para que

escrevessem suas histórias.

2.3. Construção de uma Árvore Genealógica

Chamamos de árvore genealógica à representação gráfica dos nossos

antepassados de uma pessoa (pais, avós, bisavós etc.)

a) Elabore a árvore genealógica de sua família (mudanças de casa ou de

cidade, casamentos, nascimento e morte de pessoas, empregos, período de

dificuldades, etc.) e escreva-os em uma folha avulsa.

b) Montar com o auxílio da professora um livro reunindo a história familiar de

todos os alunos da sua classe. Leia atentamente cada uma das histórias e

analise as diferenças e semelhanças entre elas.

Questionamentos

Para realizar a pesquisa sobre a história de sua família, que fontes históricas

você utilizou?

É importante conhecer a história da sociedade que vivemos? Por quê?

Escreva a conclusão do grupo no caderno e conte para a turma.

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2.4. Pense e responda as questões:

Por que aprender história?

Para que serve o conhecimento histórico?

O que faz o historiador?

O que são fontes históricas?

2.5. Vamos refletir?

A História como ciência, não é um conhecimento pronto

e acabado. Ela está em um processo de estudo e de

reinterpretação.

Assim como um detetive, o historiador investiga e

interpreta vestígios deixados pelos seres humanos ao

longo do tempo.

Comente o que você entendeu de cada uma das

afirmativas.

Elabore uma frase sobre o trabalho do historiador.

2.6. O que são fontes históricas?

Problematizando:

Um objeto antigo na sala de aula (ferro de passar roupa à brasa)

Figura 1: Ferro de Passar

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Vídeo: O que é História? O que são Fontes Históricas? Vídeo aula 3

https://www.youtube.com/watch?v=G2T5Fbp-8gE

Questionamentos:

Vocês conhecem esse objeto?

Do que ele é feito?

Para que serve?

Como são os ferros de passar roupa atualmente?

Será que esse ferro à brasa ainda é utilizado? Sim ou não? E por quê?

Esse objeto é uma fonte histórica? Por quê?

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capítulo IiI

Uma proposta de investigação com os alunos: história local,

suas fontes e o processo de ocupação territorial

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Objetivos

Analisar e refletir sobre as diversas fontes históricas referentes

ao Município de Francisco Alves e produzir narrativas.

Investigar sobre a origem e colonização de Francisco Alves

utilizando-se de fontes icnográficas, orais e documentais.

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Fundamentação das Atividades

Como componente essencial da transposição didática do saber

histórico para o saber escolar, a história local pode ser vista como uma

estratégia pedagógica. Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem,

a construção e a compreensão do conhecimento histórico com proposições

que podem ser articuladas com os interesses do aluno, suas aproximações

cognitivas, suas experiências culturais e com a possibilidade de desenvolver

atividades diretamente vinculadas à vida cotidiana. Como estratégia de

aprendizagem, a história local pode garantir uma melhor apropriação do

conhecimento histórico baseados em recortes selecionados do conteúdo, os

quais serão integrados no conjunto do conhecimento (SCHMIDT, CAINELLI,

2004, p.111-114).

A proposta de investigação sobre o Munícipio trata da história local

como necessária para o ensino de História, por possibilitar ao aluno a

compreensão do seu entorno, na busca do entendimento do passado

constantemente presente nos espaços de convivência em geral (escola,

comunidade, trabalho, política e da sociedade local, regional e até nacional),

pois ao escolher o conteúdo História Local, o professor tem possibilidades

de desenvolver com os alunos atividades que os levem a capacidade de

contextualizar com seu mundo a partir do seu entorno, possibilitando a

estes, o desenvolvimento de condições na aprendizagem do conhecimento

histórico. Neste sentido, o entendimento de como ensinar história, deve levar

a um ensino que desenvolva algo muito importante que é orientar e ensinar

para os problemas da vida prática, priorizando o pensamento histórico e não

apenas o acúmulo de informações (MEC, 2010, p.23).

Em atendimento a essa nova perspectiva de ensino da disciplina de

História, exigida nessas últimas décadas, o trabalho com documentos

históricos na prática de sala de aula, tem sido uma das alternativas

apontadas desde o fim do século XX até os dias de hoje, tanto que os

próprios documentos educacionais a nível nacional e estadual – caso dos

Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, e das Diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná – DCEs, atentam para a necessidade de demonstrar ao

aluno de que forma a história é feita, quesito, que se refere a fontes

históricas.

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3. ATIVIDADES:

O estudo e reflexão junto aos alunos sobre a

importância do ensino de História visa iniciar as

atividades referente a história local, onde os alunos

possam conhecer a história da origem do nosso

Município de Francisco Alves e se sentirem inseridos no

processo histórico, relacionando o contexto histórico

local com os conteúdos curriculares.

Problematizando:

Mostrar aos alunos o mapa político do Brasil, levando ao conhecimento dos

alunos, os estados que constitui o país, com a orientação da professora os alunos

deverão fazer uso do mapa e localizar o Estado do Paraná. Em seguida apresentar

o mapa político do Paraná dividido em municípios, e questionar o seguinte:

Como surgiram as cidades e por que estão divididas conforme o mapa?

E o nosso Município, como surgiu?

A professora anotará todas as respostas dos estudantes numa cartolina ou

papel Kraft, em forma de texto coletivo. Tendo realizado as anotações, explicará aos

alunos que o texto até então produzido com as hipóteses levantadas pelos alunos

sobre a formação do Município de Francisco Alves, finalizará após várias atividades

a serem realizadas sobre a Colonização do referido município. Em seguida deve

abordar sobre o estudo e as atividades que professora e alunos deverão

desenvolver juntos sobre a Colonização do Município de Francisco Alves.

3.1. Aprendendo sobre a História Local

Organizar a turma em círculo e instigar os alunos oralmente sobre que sobre

quais informações eles tem sobre a origem e colonização do Município de Francisco

Alves. A professora anotará as informações dadas pelos alunos, logo em seguida

distribuirá uma ficha para cada aluno, com os seguintes questionamentos:

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Para você, onde podemos encontrar documentos que podem ser investigados

sobre a origem e colonização de Francisco Alves?

Para aprender sobre a história do nosso Município que fontes históricas

podemos utilizar?

Você sabe o conceito de história local?

Existe alguma relação entre a história do seu município com a história do

Paraná e do Brasil? Qual?

Você acha importante estudar história local? Por quê?

3.2. Análise e reflexão do filme: Narradores de Javé (Eliane Caffé/2003)

Para iniciar atividades com documentos e outras fontes

históricas, a professora exibirá o filme narradores de Javé,

procurando apresentar autoria e dados da produção do filme

para contextualizar e, na sequência discutirá com os alunos a

importância das fontes empregadas no filme na reconstrução da

história local e das dificuldades no uso das fontes como

documentos históricos para a preservação do vilarejo que estava

prestes a ser destruído.

Filme: Narradores de Javé

https://www.youtube.com/watch?v=Trm-CyihYs8

Questionamento:

A partir do filme você entendeu o que é um documento histórico e que

cuidados um pesquisador deve ter no trabalho de produção? Explique.

3.3. Fontes históricas: desvendando a história do município de Francisco

Alves

O encaminhamento: dividir os alunos em grupos de três componentes,

orientá-los a procurar em casa, com a ajuda de seus familiares, fotografias recentes

e antigas de seus familiares (avós, tios, pais...). Desde fotos e informações sobre

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quando vieram morar em Francisco Alves e, outras da atualidade. Organizar as fotos

por data, anotando o ano, a lápis no verso de cada foto.

As equipes formadas devem registrar na ficha as seguintes observações:

Quando as fotos

foram feitas e com

quem estão

guardadas?

Quantas pessoas

estão presentes nas

fotos? Quem são elas?

Quantos homens e

mulheres e crianças

aparecem? Como estão

vestidas? O que fazem?

Utilizando as fotos

recentes, compare com as

fotos antigas e responda. O

que é diferente? Expliquem

com as palavras do grupo,

quais foram as mudanças e

permanências observadas.

Resposta: Resposta:

Resposta:

Resposta:

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Capítulo iv

Pesquisa, análise e reflexão

sobre fontes históricas do

período investigativo

Fonte: Acervo pessoal Maria Augusta da Silva

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Objetivos

Levar o aluno a compreender como se constitui a história e

como contextualizar os conteúdos históricos, isto é, o ensino de

história através de fonte histórica ensina para além das

reproduções e ilustrações dos conteúdos.

Desenvolver com os alunos atividades que os levem a

capacidade de contextualizar com seu mundo a partir do seu

entorno, possibilitando a estes o desenvolvimento de condições

na aprendizagem do conhecimento histórico.

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Fundamentação das Atividades

Para Carla Pinsky (2005, p. 7), “fontes históricas são todo o material, o qual

os historiadores se apropriam por meio de abordagens específicas, métodos diferentes,

técnicas variadas para tecerem seus discursos históricos”. Para a autora, as fontes

históricas escritas são todos os tipos de documentos escritos, como jornais, livros,

poemas, letras de música, cartas, diários, documentos jurídicos (leis, constituições,

decretos), as fontes históricas iconográficas ou visuais, envolvem as documentações

visuais como fotografias, vídeos, filmes, desenhos, gravuras, folders de eventos, entre

outros. As fontes históricas orais são compostas por depoimentos de pessoas e as

fontes materiais ou fontes objetos, amplamente utilizadas em estudos arqueológicos,

antropológicos e paleontológicos, são vestígios materiais que resistiram à ação

temporal, como fósseis animais e vegetais, monumentos arquitetônicos, restos de

vestuário, moedas, esculturas e armas. Carla Pinsky alerta que o pesquisador deve

atentar para elementos como: a autenticidade, proveniência, autoria e datação das

fontes. Assim, pode-se definir a metodologia de trabalho e decidir quais tipos de fontes

usarem no estudo. No caso da presente proposta, foram escolhidas fotografias,

depoimentos de migrantes e documentos escritos, como recortes de jornais.

A fotografia, assim como as demais fontes, tem sido uma importante

ferramenta para o estudo e o ensino da História. Segundo Boris Kossoy , “[...] o mundo

tornou-se de certa forma ‘familiar’ após o advento da fotografia; o homem passou a ter

um conhecimento mais preciso e amplo de outras realidades que lhe eram, até aquele

momento, transmitidas unicamente pela tradição escrita, verbal e pictórica [...] as

fotografias não são meras ilustrações ao texto, pelo contrário, ao nos informar sobre

algum acontecimento, elas devem ser analisadas e exploradas para desvendar o

momento histórico em que foi produzida compreendendo, dessa maneira, a riqueza de

conhecimento um mergulho naquele momento histórico, fragmentariamente congelado

no conteúdo da imagem e globalmente circunscrito ao ato da tomada do registro (1989,

p.98-100).

Ao iniciar a pesquisa documental “[...], é preciso conhecer a fundo, ou pelo

menos da melhor maneira possível, a história daquela peça documental que se tem em

mãos. Sob quais condições aquele documento foi produzido? Com que propósito? Por

quem? Essas perguntas são básicas e primárias na pesquisa documental [...],

contextualizar o documento que se coleta é fundamental para o ofício do historiador!”

(PINSKY, 2005, p.64).

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4. ATIVIDADES

Problematizando:

Os alunos em dupla devem pesquisar no laboratório de informática, sob a

orientação da professora e dos sites indicados por ela, podendo também, recorrer ao

já estudado nas etapas anteriores, sobre:

O Conceito de fontes históricas;

Os tipos de fontes históricas;

Diferença entre fontes primárias e secundárias;

Conceito de arquivo ou acervo histórico.

Após a pesquisa dos alunos no laboratório, a professora estabelecerá um

diálogo e socializará as respostas. Em seguida comentará com os alunos sobre o

trabalho que deverão desenvolver com fontes históricas específicas da Colonização

do Município de Francisco Alves e, logo em seguida deverá apresentar o conjunto

de documentos do arquivo da Fazenda Barra Dourada. Prosseguindo com esse

encaminhamento, será mostrado várias fotografias, recortes de jornais e cartas,

informando aos alunos o seguinte: todos deverão entrevistar moradores mais

antigos do município e que através da análise de cada um desses documentos, será

possível a produção do conhecimento histórico sobre o Município.

4.1 Entrevistas com moradores do município

Para a atividade de entrevista a professora junto dos alunos organizará os

materiais necessários e a turma será distribuída em grupos de cinco participantes

que entrevistarão moradores antigos do Município, selecionados e convidados pela

professora. O roteiro para entrevista com o depoente será com base nos seguintes

questionamentos:

Qual é o seu nome e sua idade?

Quando veio morar aqui?

Como chegou de mudança?

Onde residia antes demorar aqui? Por que veio?

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Quais as dificuldades enfrentadas com a chegada nesse local?

Quem já moravam nesse município?

Como era esse local com relação às atividades econômicas, culturais,

administrativas e religiosas?

4.3 Análise de fotografias: período da colonização

Antes de realizar o trabalho com a análise de fotografias, uma pesquisa com

a orientação da professora e de sites selecionados sobre a origem do processo

fotográfico, deverá ser realizada pelos alunos no laboratório de informática para

identificar:

Importância da fotografia para o historiador;

Desenvolvimento histórico do processo fotográfico;

Contribuições para o desenvolvimento do processo fotográfico;

Limitações e dificuldades encontradas para se chegar a fotografia;

Material utilizado no processo fotográfico ao longo do tempo;

Realizado o trabalho de pesquisa, a professora em um dado momento,

visitará o arquivo da Fazenda Barra Dourada do Município de Francisco Alves e

junto do inventariante Sr. Rildo Aloisio, selecionará intencionalmente várias

fotografias que retratam o período da colonização para o trabalho com a história

local. A turma será dividida em grupos e, cada grupo de alunos receberá duas ou

mais fotografias para análise, conforme roteiro de questionamentos. Os alunos serão

orientados sobre o zelo com esses documentos e de como consultará o

inventariante que se fará presente na sala para ajudar nas análises das fotografias.

Para essa atividade, a professora e os alunos elaborarão alguns questionamentos

essenciais, possibilitando o levantamento de relevantes informações, tais como:

Qual a datada fotografia?

Quem são as pessoas que aparecem na imagem das fotografias?

Que atividade a fotografia representa?

Como era realizada pelo trabalhador tal atividade?

Que mudanças ocorreram?

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Quais objetos aparecem na imagem das fotografias e para que serviam?

Que informações referentes ao início da colonização, poderão ser observadas

nas fotografias?

Grupo 01 - Analisará as fotografias 01 e 02

Fotografia 1

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

Fotografia 2

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Grupo 02- Analisará as fotografias 03 e 04

Fotografia 3

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

Fotografia 4

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Grupo 03- Analisará as fotografias 05 e 06

Fotografia 5

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

Fotografia 6

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Grupo 04- Analisará as fotografias 07 e 08

Fotografia 7

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

Fotografia 8

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Vamos pesquisar em documentos!!!

Explicar aos alunos sobre fontes primárias e

secundárias, após distribuir os alunos em quatro

grupos, onde cada grupo pesquisará em uma

instituição como: Igreja, Escola, Emater, Prefeitura.

Pesquisarão sobre os aspectos históricos sobre a

colonização na década de 1950 a 1970, de acordo

com o roteiro de questionamentos referente a cada

instituição.

IGREJA:

Quando iniciou a construção da atual igreja católica? Nesse período havia

outras Igrejas e práticas religiosas? Quais?

Onde estava localizada a primeira igreja de Francisco Alves?

Quem foi o primeiro padre?

Quais eram os objetos sagrados utilizados naquela época?

ESCOLA:

Pesquisar no PPP (Projeto Político Pedagógico) do Colégio Vicente

Tomazini o período de 1956 a 1973:

Quando foi construída a primeira escola em nosso município? Com que

material?

Que nome recebeu? Quem foi o primeiro (a) diretor(a)?

Quais níveis e modalidades de ensino eram ofertados?

EMATER:

Quais eram os produtos agrícolas cultivados entre 1954 a 1973?

Quais e como eram cultivados esses produtos?

Quais eram as ferramentas utilizadas para o preparo e cultivo das lavouras?

Era necessário o uso de agrotóxicos?

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SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTES E LAZER:

Quais eram os principais eventos culturais realizados no período de 1954 a

1973?

Quem participava?

Em que locais ocorriam os eventos?

Observação: Após a coleta de dados, elaborar um quadro comparativo, junto com

toda a turma, sobre as mudanças e permanências ocorridas entre 1954 e 1973.

4.4 Analisando jornais: arquivo Fazenda Barra Dourada de Francisco Alves

Para a análise e interpretação coletiva de vários recortes de jornais sobre a

história do Município de Francisco Alves, a professora projetará em slides os

documentos e analisará um por vez, ou seja, os documentos serão apresentados em

ordem numérica. Nessa atividade os alunos irão realizar a leitura, interpretação e

responder os questionamentos a seguir:

Qual a origem dos documentos?

A partir do documento, descreva como foi a colonização do Município?

Quais as principais dificuldades encontradas pelas primeiras famílias que aqui

chegaram?

Por que o Município recebeu o nome Francisco Alves?

Qual o motivo das famílias terem migrado para Francisco Alves?

Quando ocorreu a emancipação do Município e através de que Lei Estadual?

Como ficou composto? Quando ocorreu sua instalação?

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Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Fonte: Acervo Fazenda Barra Dourada

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Após a análise de todas as fontes históricas contidas nesta Unidade

Didática, os alunos produzirão suas narrativas históricas e será apresentada a

comunidade escolar, acrescido de objetos antigos em forma de exposição. Para

tanto, a professora em conjunto com os alunos elaborará convite estabelecendo

data, horário e local para a demonstração do trabalho realizado.

Avaliação

Os alunos serão avaliados num processo contínuo, entendendo que a

avaliação na disciplina de História deve acontecer de forma processual e qualitativa.

Portanto, será dada ênfase no desempenho das análises, reflexões, participação e

das produções narrativas dos alunos. Desse modo, a professora observará e

acompanhará constantemente, o desenvolvimento de todas as atividades dos

educandos, estabelecendo os seguintes critérios:

Os alunos:

Conceituam fonte histórica e identificam cada tipo de fonte histórica.

Aprenderam a identificar e classificar os diferentes tipos de fontes históricas.

Compreendem os diferentes tipos de fontes e relacionam com a produção do

conhecimento histórico.

Realizam análise e reflexões sobre as fontes históricas apresentadas.

Produzem narrativas históricas orais e escritas.

PARA CONCLUIR...

Avaliação e apresentação para comunidade escolar

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REFERÊNCIAS

Acervo de jornais e fotografias da Fazenda Barra Dourada. Município de Francisco Alves.

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