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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
OSNÉLIO VAILATI
CIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL: DA APRESENTAÇÃO À INTIMIDADE
POR MEIO DA LENTE CARTOGRÁFICA
Material Didático da disciplina de Geografia apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional, vinculado à Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Orientação: Prof.ª Doutoranda Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes.
Guarapuava 2008
CIDADE E QUALIDADE AMBIENTAL: DA APRESENTAÇÃO À INTIMIDADE
POR MEIO DA LENTE CARTOGRÁFICA
Osnélio Vailati1
Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes2
1 A RELAÇÃO SOCIEDADE NATUREZA E OS PROBLEMAS AMBIENTAIS
As questões ambientais começaram a tomar vulto a partir da década de 1970,
principalmente após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano
realizada em Estocolmo (1972), apesar das preocupações ambientais afligirem o mundo desde
os anos 1960. Mesmo assim, a problemática ambiental custou a ganhar espaço no pensamento
geográfico, o que, segundo Mendonça (2002, p.129) se deve ao fato da “[...] concepção de
que a geografia é uma ciência eminentemente social;[...] o distanciamento voluntário à
problemática ambiental do planeta – o que se revela na crença da tecnologia[...] ; o
desconhecimento e a recusa da compreensão da dinâmica da natureza e da sua importância na
constituição do espaço [...] ”.
Após a Conferência de Estocolmo de 1972, tivemos outro grande momento de
discussão acerca do meio ambiente, este realizado em território nacional, a Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento do Rio de Janeiro em 1992. O
evento que ficou conhecido como Eco 92, obteve participação das Organizações Não
Governamentais (ONG’s) cobrando ações concretas dos representantes das nações presentes
na conferência. Estas contaram com o enfrentamento dos interesses das grandes potências e os
das nações subdesenvolvidas. Apesar dos nós não desfeitos, houveram avanços tímidos, mas
importantes, como a Agenda 21 e o início de discussões que se prolongam até o presente
momento. A partir dos anos 80, a Geografia reviu suas concepções chegando à conclusão que:
“A crise ambiental contemporânea não pode ser compreendida nem resolvida, segundo
perspectivas que isolam sociedade da natureza ou que ignoram uma delas”. (DCE, 2007, p.37)
As questões ambientais vêm ocupando um espaço cada vez maior no cotidiano das
pessoas, pois, a todo momento a imprensa noticia o aquecimento global, a devastação da
Floresta Amazônica, etc. Tais informações são importantes para a conscientização ecológica
das pessoas, já que envolvem temáticas que permeiam o ambientalismo mundial, porém, isto
1 Professor especialista em Geografia da Rede Pública Estadual do Paraná.
2 Orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/Geografia Professora da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. Doutoranda em Geografia pela Unesp de Presidente Prudente –SP.
lhes parece distante, pois as geleiras das montanhas, o Ártico e o Antártico se localizam em
regiões que muitas pessoas provavelmente jamais terão acesso. Assim, tanto o cidadão
comum que habita uma pequena cidade, quanto aquele, que reside em um bairro de uma
grande metrópole, se sente impotente e passivo diante dos problemas ambientais mundiais,
pois estes estão fora de seu alcance, enquanto isso, também ignora os problemas ambientais
da própria área de vivência, já que a mídia pouco aborda as questões locais.
Esse estado de indiferença às causas ambientais não pode perdurar, haja vista, que
vivemos um momento crucial na história da humanidade, em que sem nenhum falso
catastrofismo, o ser humano precisa repensar o modelo de desenvolvimento, uma vez que a
natureza, fonte de todos os bens naturais, demonstra claramente não mais resistir às agressões
motivadas pela busca desenfreada do lucro a qualquer custo ambiental e mesmo social.
O modelo de desenvolvimento capitalista pautado na produção e consumo em massa é
insustentável, ora por basear na inesgotabilidade dos bens naturais, ora por se firmar na sua
reprodução a partir do acirramento das desigualdades sociais. Incentiva-se a reprodução do
modo de vida americano, ignorando o fato de que precisaríamos de cinco planetas se o mundo
todo tivesse o mesmo padrão de consumo. Aqui já percebemos a hierarquia de poder mundial,
já que não será possível a homogeneização dos padrões de vida, pela própria esgotabilidade
dos recursos. A questão que fica, portanto, é qual a ética deste modelo que poucos decidem e
possuem o bem estar à custa da degradação de muitos lugares e pessoas? Afinal, para manter
o padrão mundial, muitos países subdesenvolvidos e suas populações são explorados e ficam
com o outro lado da espoliação, os rejeitos, para que os países desenvolvidos e um grupo
minoritário das elites nos países subdenvolvidos possa manter o padrão “American way of
life”. (PORTO-GONÇALVES, 2006)
Considerando que o planeta não suportará outros países consumistas de mesmo nível,
preocupam as projeções apontadas para vários países emergentes tais como China, Índia,
Brasil, etc. que almejam tal “desenvolvimento”. Se o objetivo for garantir a qualidade de vida
para todos os habitantes, e não novas sociedades de consumo em massa não sustentáveis, o
que se coloca não são alternativas “de” desenvolvimento, mas “ao” desenvolvimento.
A construção desta nova sociedade será lenta, difícil, mas em nosso ver, precisa surgir
nos marcos desta sociedade. Afinal embora esta racionalidade seja a dominante ela não é a
única. Há outras possibilidades, outras formas de organização social que alguns movimentos
sociais de camponeses, quilombolas, indígenas, que embora em minoria, têm encontrado
alternativas na sua prática cotidiana.
Segundo Porto- Gonçalves (2006, p.21):
“Ao propugnar uma outra relação dos homens (sociedade) com a natureza, aqueles que constituem o movimento ecológico estão, na verdade, propondo um outro modo de vida, uma outra cultura. Chocam-se com os valores já consagrados pela tradição e que, ao mesmo tempo, perpetuam os problemas que queremos ver superados”
Pode parecer utópico, mas citando Fernando Pessoa apud Boff (1994, p.86): “Somos
do tamanho do que vemos e não do tamanho de nossa altura”.
A escola tem um importante papel para criar esta nova mentalidade. É o lugar para o
início de tal embate, pois é nela que deverão ser formados os cidadãos que irão gerir a
sociedade do amanhã, como já ressaltado no documento lavrado ao final da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano de Estocolmo (1972), e que no princípio n.º 19
afirma:
“É indispensável um trabalho de educação em questões ambientais dirigido tanto às gerações jovens como aos adultos, e que preste a devida atenção ao setor da população menos privilegiada, para ampliar as bases de uma opinião bem informada e de uma conduta dos indivíduos, das empresas e da coletividade, inspirada no sentido de sua responsabilidade quanto à proteção e melhoramento do meio em toda a sua dimensão humana”.
Neste grande papel reservado a Educação, várias são as disciplinas chamadas a
contribuir, cabendo à Geografia segundo as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná,
especificar o seu olhar característico. Ainda de acordo com as DCE’s:
“A questão socioambiental é um subcampo da Geografia e, como tal, não constitui mais uma linha teórica dessa ciência / disciplina. Permite abordagem complexa do temário geográfico, porque não se restringe aos estudos da flora e da fauna, mas à interdependência das relações entre sociedade, componentes físicos, químicos, bióticos, aspectos econômicos, sociais e culturais”.
Mendonça defende que façamos uma abordagem sócioambiental. Segundo o autor: “O
termo ‘sócio’ aparece, então, atrelado ao termo ‘ambiental’ para enfatizar o necessário
envolvimento da sociedade como sujeito, elemento, parte fundamental dos processos relativos
à problemática ambiental contemporânea”. (2002, p.126)
Não é mais possível pensar em natureza desatrelada da sociedade ou do homem
externo à natureza, no dizer de Porto-Gonçalves (2006, p.09): “O homem é a natureza que
toma consciência de si própria e esta é uma descoberta verdadeiramente revolucionária numa
sociedade que disso se esqueceu ao se colocar o projeto de dominação da natureza”.
Segundo o autor, a separação homem-natureza, cultura-natureza, é uma característica
do pensamento ocidental moderno e tem suas raízes na Grécia Antiga e no pensamento
judaico-cristão. Esta diferença é afirmada pelo homem viver em sociedade, pela linguagem,
ou seja, pela sua racionalidade. Contudo, várias pesquisas têm mostrado que alguns grupos de
animais também apresentam habilidades de sociabilidade e até mesmo de linguagem. A
questão que se coloca não é o de ser diferente, mas sim o fato de buscar nesta diferença a
hierarquização, afirmando a dominação do homem sobre outras formas de vida. Porto-
Gonçalves (2006) afirma que a cultura é uma especificidade da natureza humana, e o que
deveríamos buscar nas respostas desta qualidade do homem, não deveria ser a sua oposição
em relação aos outros seres vivos, mas o direito de ser igual na diferença. Ou seja, deveríamos
questionar a nossa aptidão para transformar tudo aquilo que é diverso em hierarquia.
Por mais que se tenha avançado nestas discussões ainda se mantêm nas ciências a
fragmentação. Com isso, as ciências da natureza custam a dialogar com as da sociedade e
vice-versa. Para Porto-Gonçalves (2006) parece haver uma alfândega proibindo que
descobertas realizadas em qualquer uma das áreas saíssem das fronteiras das mesmas. Mas
atualmente, a própria crise ambiental tem feito emergir para a superfície outras formas de
pensar a natureza na sua interação com a sociedade. Maneiras de ver o mundo que sempre
existiram, mas que durante muito tempo foram ofuscadas pela concepção dominante. Estas
novas formas buscam o diálogo de saberes, a interdisciplinaridade e a compreensão do
ambiente na sua totalidade.
É isso que buscamos neste artigo, cuja concepção de meio ambiente que o norteia é
aquela apontada pelas DCE’s que coloca a sociedade humana em suas múltiplas relações com
a natureza do ponto de vista econômico, político e cultural, como componente e sujeito da
problemática ambiental.
2 OS PROBLEMAS AMBIENTAIS NA CIDADE
Como já comentamos, sempre que o termo problemas ambientais é utilizado, o
imaginário popular logo o liga às questões da degradação da natureza original, também
conhecida como primeira natureza, que ao ser transformada, através do trabalho humano,
transmuta-se em segunda natureza. Ora, se sabemos que o homem tal como os outros animais
é um ser biológico, também o seu ser, assim como o local de morada “a terra” faz parte da
natureza, modificada é claro, mas natureza na acepção da palavra. É preciso romper com a
idéia de que a natureza diz respeito aquele ecossistema cujo homem não se faz presente, até
porque os ecossistemas formam um conjunto em que animais e plantas se influenciam
mutuamente. Na atualidade, praticamente não há sistemas longe da influência do ser humano.
Talvez o que deveríamos repensar é o nosso próprio conceito de natureza.
Ao resgatarmos a idéia do ser humano como um elemento da natureza, contrariando a
visão cartesiana de mundo, que coloca o homem como o senhor da natureza, a que tudo lhe é
possível e permitido, reforçamos a necessidade de um novo homem, uma nova sociedade, que
se sinta natureza e produzindo cultura, busque novas formas de relação com o planeta, a fim
de que a sociedade humana se torne sustentável e que o destino das diversas formas de vida e
até mesmo das futuras gerações não seja comprometido com o impacto e desequilíbrio
ambiental.
Segundo Vesentini (2001, p. 297) “impacto ambiental refere-se a toda ação ou
atividade, tanto natural quanto humana, que provoca alterações bruscas no meio ambiente”.
Ainda segundo o autor:
“O impacto ambiental pode ter aspectos positivos e negativos; por isso, tornou-se obrigatória em todos os países desenvolvidos e em muitos subdesenvolvidos, inclusive o Brasil, a realização prévia de um estudo dos impactos que uma obra importante como um enorme edifício, um shopping
center, uma usina hidrelétrica, uma fábrica, etc. irá provocar ao seu redor, isto é, no meio ambiente onde será construída e nas populações que aí vivem. Se os impactos ou modificações ambientais negativos forem maiores que os positivos, essa obra poderá ser embargada ou proibida”.
Um destes instrumentos é o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)3 que segundo
Scarlato e Pontim (1999, p. 56) trata-se de estudos elaborados antes da instalação do projeto,
ou seja, antes do início das obras ou das atividades potencialmente causadoras de interferência
ambiental” e que ainda segundo Scarlato e Pontim (p.57) “contam com dados completos do
empreendimento, linguagem técnica e referências bibliográficas”.
Os problemas ambientais urbanos são, portanto impactos de efeitos negativos
causados pela ação humana no processo histórico de produção da cidade. Tais problemas
ambientais diferem quanto a sua intensidade, que tende a ser maior e mais complexa nas
grandes cidades. Mas, há problemas ambientais presentes nas cidades em todas as escalas.
Muitos desses são resultantes do desconhecimento ou mesmo descaso com a natureza
original. Outros são resultantes de um sistema econômico injusto, que segrega, exclui,
milhares de pessoas, agravando ainda mais os problemas, não só pelo aumento da pobreza,
3 Por sua vez o Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA) é a síntese de um EIA. Apesar de menos
conhecida pela sociedade a Lei n.º 10.257 de 10 de Julho de 2001 estabelece além do EIA que as obras a se realizarem nas cidades devem ter um estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
mas porque justamente aqueles que não podem pagar pelo melhor espaço da cidade, que pela
especulação imobiliária são os mais caros, são as que mais sofrem com a degradação, ao se
concentrarem em áreas de risco ambiental (sujeitas a inundação, fundos de vale, morros etc.)
justamente pelo valor da terra ser menor, nestes espaços. Há, portanto, uma apropriação
desigual da cidade, que se configura numa injustiça ambiental.
Vesentini (2001, p.307-308) afirma que os problemas ambientais dos grandes centros
urbanos são: “O acúmulo de lixo e de esgotos, os congestionamentos freqüentes, a carência de
áreas verdes, a poluição visual”. O autor ainda cita fenômenos que ocorrem nos grandes
centros como a elevação nos índices térmicos e pluviométricos, a ilha de calor e a inversão
térmica.
Grande parte dos problemas ambientais que afetam as cidades é resultado da ausência
ou do mau planejamento A cidade tende a crescer de forma desordenada, sobretudo quando
sua gestão é inadequada. A produção do espaço urbano se faz por vários agentes sociais, tais
como: incorporadores imobiliários, proprietários fundiários, industriais, população de
excluídos (ou melhor, incluídos precariamente no sistema) e o Estado. Este último tende a
atender os interesses da classe dominante, equipando as áreas de interesse desta minoria em
detrimento da massa da população. Quando surgem as obras públicas com revitalização de
áreas degradadas, geralmente, esta ação tem um fundo eleitoreiro e, como tal, nem sempre é
acompanhada de uma intervenção resultante de discussões coletivas junto à população,
portanto, são pouco democráticas. (CORREA, 1995).
A gestão inadequada causa desperdícios de recursos e mais problemas ambientais são
gerados, pela ineficiência, desconhecimento e omissão das autoridades no processo histórico
de construção da cidade, cujo aspecto que costuma predominar é o da especulação imobiliária
no momento da construção de obras públicas.
A formação de uma equipe multidisciplinar com biólogos, geógrafos, engenheiros e
arquitetos trabalhando em conjunto, cujos pareceres técnicos de cada parte fossem de fato
levado em conta, reduziriam a probabilidade de erros e, consequentemente, os prejuízos
seriam menores. Por isso, está previsto no Estatuto das Cidades (Lei n.º 10.257 de 10 de
Julho de 2001), que toda a aglomeração urbana com mais de 20 mil habitantes deve possuir
um Plano Diretor que norteará as ações administrativas no que concerne a infra-estrutura
urbana.
Também se faz necessária a ampliação do número de representantes da sociedade, e
que esta fosse consultada quando da escolha das obras a serem realizadas, atendendo as reais
necessidades desta população. E assim, oportunizando espaços de participação da sociedade,
e de uma conscientização política para que esta cobre das autoridades obras úteis para a
melhoria da qualidade de vida para todos e não apenas para uma minoria de privilegiados.
A qualidade de vida nas cidades deve ser o norte a guiar as ações das autoridades,
assim o descaso com as áreas deficientes em equipamentos não pode coexistir com a
opulência de infra-estrutura em bairros nobres. Qualidade de vida para todos é uma utopia
necessária para que haja equilíbrio ecológico nas áreas urbanas.
3 COMO ESTUDAR O AMBIENTE URBANO NA SALA DE AULA?
A escola como instituição deve repensar a forma de trabalhar o meio ambiente, não
devendo ser mais aquelas atividades pontuais, ou realizadas de forma isolada por cada
professor4, mas um trabalho consistente, crítico, envolvendo todas as disciplinas e seus
profissionais num projeto de sociedade sustentável, cujos valores a serem desenvolvidos
devem ser a: Cooperação, igualdade de direitos e fortalecimento dos grupos socialmente
vulneráveis ou em desvantagem relativa, democracia e participação, a sustentabilidade como
uma ética e a globalização positiva. (AGENDA 21, 1992)
Para tal acreditamos que a Agenda 21 é um instrumento importante a ser resgatado
pela escola e, principalmente, pelo professor de Geografia, com vistas a um projeto coletivo e
consistente. A questão ambiental deverá ser inserida nas abordagens realizadas pelos
professores enfatizando a necessidade da criação da sociedade sustentável.
A Geografia por atuar nas discussões que incorporam a interação sociedade e natureza,
poderá ser protagonista neste processo, já que dispõe de conceitos e metodologias para a
compreensão da sociedade em suas múltiplas relações com o meio ambiente.
Segundo Scarlato e Pontim (1999, p.75):
“Atualmente essa formação é indispensável aos nossos estudantes, já que vivemos um momento histórico que reclama a participação crítica da sociedade. Os educadores (a escola) têm de dar a sua contribuição; por estarem voltados à produção do saber crítico, devem refletir e agir com o intuito de mobilizar as pessoas em prol de uma melhor qualidade de vida. Definitivamente se não podemos responsabilizar a educação escolar pelo agravamento da degradação ambiental, também não podemos eximí-la de suas responsabilidades [...] operar mudanças no interior da escola que
4 É claro que se valendo de sua autonomia é importante que o professor realize atividades sobre o ambiente no
bojo da especificidade de sua disciplina, contudo, o resultado do trabalho certamente será melhor e mais duradouro quando integrado a um projeto coletivo escolar, cuja articulação fará com que o aluno compreenda a totalidade do ambiente.
atendam a tais demandas é um movimento que pode vir a resgatar um ambiente escolar mais conseqüente, responsável e engajado”.
Há diferentes formas de abordagem desta questão na sala de aula, neste texto, não é
nossa intenção demonstrar as inúmeras técnicas para o trabalho em sala de aula sobre as
questões ambientais, mas atividades tais como as de júri simulado, debates, telejornal
simulado, leitura e interpretação de textos ou músicas, trabalhos de pesquisa com posterior
apresentação à turma são sempre bem vindos. Mas são atividades pontuais, e não se pode
viver o fazer escolar somente de tais atividades, assim a discussão sobre sociedade sustentável
deve estar inserida dentro do plano de aula do professor, num projeto da escola, que envolva
diversas áreas. Contudo, cada disciplina possui o seu papel, suas potencialidades e limitações
que ao serem discutidas e planejadas com o conjunto de demais áreas poderá realizar um
trabalho rico sem ser redundante.
A geografia, em particular, como citado anteriormente, possui uma especificidade em
relação à outras áreas do conhecimento, pois possui no arcabouço de suas discussões não só a
abordagem da sociedade, mas desta na sua interação com a natureza. Para tanto, dispõe de um
conjunto de conceitos e linguagens que contribuem para que esta abordagem seja profícua.
Uma das linguagens que merece destaque, neste aspecto, é a Cartografia, que utilizada pela
Geografia para mostrar a espacialidade dos fenômenos geográficos, pode se configurar numa
importante ferramenta não só para localização dos problemas ambientais, mas para indicar sua
distribuição desigual no espaço destes problemas a partir da apropriação social da natureza.
4 A UTILIZAÇÃO DA CARTOGRAFIA PARA A LEITURA DO MEIO AMBIENTE
Nossa proposta é que os produtos cartográficos sejam utilizados como ponto de partida
para o conhecimento e não, como tem sido via de regra, como um fim em si mesmo. A
Cartografia é a nosso ver imprescindível para o aprendizado da geografia e pode enriquecer o
trabalho dos professores nas atividades que buscam explicar o espaço geográfico.
A Cartografia poderá ser utilizada na Geografia como um instrumento para a construção
do conhecimento geográfico, numa utilização de forma enriquecedora que supere a mera
ilustração, localização5. As DCEs (2006) em consonância com o pensamento de vários
autores de obras destinadas ao estudo da Geografia consideram necessário o resgate da
Cartografia para a aprendizagem plena dos conhecimentos geográficos. No entanto, esse
5 Não consideramos inúteis atividades pedagógicas que envolvam a localização e ilustração de fenômenos a
partir dos mapas, contudo achamos insuficientes trabalhos que exploram apenas estas potencialidades.
resgate deve ser realizado com uma estratégia metodológica bem definida. Não basta resgatar
é preciso dar-lhe significado. Precisamos de uma Cartografia que dê suporte a um trabalho
consistente.
Um caminho para o tratamento das questões ambientais na escola tendo como apoio esta
linguagem é a pesquisa dos problemas locais. Isto porque temos a tendência de nos sentirmos
responsáveis por aquilo do qual fazemos parte. O sentimento de pertença contribui para uma
maior responsabilidade com os problemas ambientais. Ao trabalharmos o ambiente da cidade,
onde moramos, entendemos que este é concreto, vivenciado por nós mesmos, e não objeto
abstrato distante que não merecem nossa atenção. Além disso, um trabalho desta natureza
poderá envolver várias disciplinas, num plano de ação conjunto que pode ser definido pelo
projeto político pedagógico de cada escola.
Ao cartografar o nosso ambiente, não só podemos melhor apreendê-lo e, com isso,
construir questionamentos para melhor compreendê-lo como também podemos pensar em
como agir e como buscar alternativas.
Uma pesquisa para verificação da qualidade ambiental do bairro ou da cidade onde a
escola está localizada é um instrumento riquíssimo que o professor de Geografia poderá
dispor, inclusive para discutir com outras áreas do conhecimento. Contudo, não é uma tarefa
fácil já que exige sistematização e todo o cuidado com o preparo anterior, durante e posterior
à atividade.
5 CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADES DE PESQUISA NA ESCOLA
Em nossa prática escolar observamos que uma das maiores dificuldades que
possuímos para desenvolver ações desta natureza é a realização de trabalhos de campo. Tais
dificuldades se referem, não só à própria organização no conjunto das atividades escolares,
por envolver o horário de outras disciplinas, autorização dos pais e direção, mas também ao
ato do planejamento das atividades e os meios para alcançar os objetivos pedagógicos
pretendidos. Boas propostas de atividade de campo, podem não ter bons resultados se não
houver sistematização e avaliação adequada.
Tais considerações, no entanto, não devem inibir este tipo de proposta já que é muito
enriquecedora, tornando a Geografia, dinâmica, atraente e interessante. A verdade é que ao
colocar o aluno em contato com o tema que se estuda, estamos dando concretude ao
conhecimento que o mesmo desenvolve. Assim, importa buscarmos caminhos para trabalhar
tais atividades afim de que as mesmas sejam percebidas pelo aluno como necessárias ao
desenvolvimento de seu conhecimento e não como mera recreação, passeio.
Trabalhar os dados levantados em uma pesquisa de campo é um verdadeiro desafio,
afinal, como vislumbrar o que há por trás de um emaranhado de dados sem fazer as
necessárias conexões entre os mesmos? Impossível fazê-lo se não tivermos claro em mente
quais os objetivos de tal trabalho, que não se encerra com a pesquisa em si, uma vez que sua
análise resulta numa gama de informações e poderá se estender para discussões além daquelas
previstas no planejamento. E considerando que envolverá assuntos de interesses da população
local, já que diz respeito a sua realidade, é importante que os resultados do trabalho sejam
comunicados não só para a comunidade escolar, seus familiares, mas até mesmo para outras
instâncias, a fim de socializar as informações e buscar caminhos e soluções conjuntas (APMF,
Associação de bairros, imprensa, poder público, etc.).
Neste texto, no entanto, vamos propor um trabalho que é possível fazer em sala de
aula e depois poderá ser seguido de uma pesquisa de campo para conferir os dados
cartografados. Trata-se da elaboração de mapeamentos a partir de dados censitários. Nossa
intenção é propor uma pesquisa em dados do IBGE (2000) que resulte em índice de qualidade
ambiental urbana.
Ao elaborarmos a presente sugestão para a verificação da qualidade ambiental,
partimos da idéia de que a sociedade humana é também ela própria natureza, ou seja,
rejeitando a tradicional divisão sociedade – natureza. Mesmo porque a qualidade de vida de
uma cidade está correlacionada à qualidade ambiental, sofrendo forte influência de uma série
de fatores, que não podem ser desconsiderados e necessitam ser estudados em sua totalidade.
Segundo Morato et al (2005):
“A qualidade ambiental urbana, neste trabalho, é entendida como a provisão de condições adequadas para o conforto e a saúde da população. Assim incluem-se as condições de abastecimento de água, o destino da água servida e do lixo, a ocorrência de domicílios improvisados e a presença de cobertura vegetal”. ( p.2282)
Portanto, numa pesquisa que envolva esta temática, o desafio se encontra na
sistematização dos dados, já que há a necessidade de recorrermos aos gráficos, tabelas e
mapas que envolvam os critérios necessários a apreensão da qualidade ambiental. Importa,
portanto, trabalharmos tais ferramentas que podem ser grandes parceiras na construção de um
conhecimento geográfico mais pleno. Muito embora tais recursos sejam tidos como objetos de
estudo da Matemática,
Na verdade, são apenas formas de linguagem que podem ser apropriados por
qualquer área de conhecimento, inclusive a Geografia, o que não exclui a busca por um
trabalho interdisciplinar já que em algumas áreas, de fato, há mais familiaridade com a
utilização gráficos e tabelas. O que queremos é que em Geografia o educando saiba fazer a
interpretação dos dados, retirando dos mesmos o conhecimento que encerram. Os gráficos são
encontrados em jornais e revistas, muitas vezes sob a forma ilustrativa, o que pode motivar os
alunos para seu estudo.
Um cuidado que o professor deve ter é de que os gráficos devem ter boa estética, ou
seja, apresentação visual, mas acima de tudo devem informar com clareza, para isso a escolha
dos mesmos deve ser criteriosa. Em nosso ver: gráficos de barras, colunas, de setores ou de
pizza são de fácil compreensão, mas a escolha depende do assunto a ser ilustrado, conforme
apresenta Martinelli (1998). O mesmo cuidado com as tabelas, em que o título e os valores
percentuais e quantidades devem estar representados sob pena de ineficiência de comunicação
de dados. Os mapas temáticos são possibilidades riquíssimas para a representação e, posterior
estudo dos dados, levantados na pesquisa, para tal a utilização de programas computacionais6
são ótimas opções.
No entanto, afirmamos que a produção de mapas não são possíveis apenas por
computadores. Ou seja, numa escola que não dispõe deste recurso, o professor (a) poderá de
posse de uma planta da cidade e com lápis de cor, colocar os alunos para retratar as
informações colhidas com a pesquisa e fazendo mapas que auxiliarão no estudo da área,
cabendo ao professor orientar os mesmos na confecção da legenda para a correta
representação dos fenômenos observados.
Como exemplo, neste texto apresentamos uma sugestão de trabalho com os dados do
Censo do IBGE8 por setores da cidade. Para a confecção dos mapas, há a necessidade da
sistematização dos dados. Uma possibilidade é seguir os critérios adotados pelo PNUD das
Nações Unidas para o cálculo do IDH, o qual segundo Morato et al. (2005, p.2283): “o valor
6 Há vários programas gratuitos na rede. De mapeamento destacamos o SPRING, que pode ser obtido na página
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), http://www.inpe.br/, outra possibilidade é o programa Google Earth, com imagem de satélite de alta resolução.
8 Para ter acesso a estes dados, o professor deverá, solicitar a base de dados na agencia do IBGE local ou acessar o site do IBGE - http://www.ibge.gov.br que disponibiliza os dados censitários gratuitamente, quando diz respeito ao país , Estados ou Município, ou em CD, pelo programa Estatcart - Sistema de recuperação de informações georreferenciadas, que pode ser solicitado no próprio site, num custo médio de R$50,00.
10 http://earth.google.com/intl/pt/download-earth.html - acesso em 10 de Fevereiro de 2008
de cada índice é igual ao quociente entre: a diferença entre o valor observado e o mínimo
possível; e a diferença entre os limites máximo e mínimo possíveis”. Ainda segundo Morato:
“Após o cálculo dos cinco índices básicos (da qualidade ambiental), foi gerado o índice
sintético. O Índice de Qualidade Ambiental Urbana é a média dos cinco índices básicos”.
Os cinco índices da qualidade ambiental conforme já afirmamos são: condições de
abastecimento de água, o destino da água servida, o destino do lixo, a ocorrência de
domicílios improvisados e a presença de cobertura vegetal. Como sabemos a metodologia
empregada pela ONU utiliza os intervalos entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo da
situação ideal aproxima-se do 1 (exemplo: 0,921) e quanto mais precária, mais distante
(exemplo: 0,541). À situação ideal confere-se o valor 1.
Com a atividade que propomos, o aluno deverá aprender a consultar, selecionar,
sistematizar e classificar os dados do Censo, organizando tabelas, gráficos e mapas. A área
apresentada como exemplo, nesta proposta, foram os bairros Centro e Santa Cruz do
município de Guarapuava – Pr (mapa 01).
Após o levantamento dos dados, os mesmos foram organizados em classes e
registrados em tabelas, cada tabela representa um setor do bairro e apresenta informações
quanto ao número de domicílios pesquisados pelo IBGE e a população do setor. É importante
lembrar que o IBGE trabalha com amostragem de 20%, assim para ter uma estimativa da
população do setor deve-se multiplicar o dado da população por cinco.
Utilizamos aqui a metodologia de Morato et al (2005). Assim a tabela apresenta
informações sobre abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo, ocorrência de
domicílios improvisados e a presença de cobertura vegetal. Apresentamos a seguir uma tabela
(Tabela 01), lembrando que deverão ser confeccionadas tantas tabelas quanto o número de
setores. Exemplo: o bairro Centro de Guarapuava apresenta oito setores, os quais foram
representados em oito tabelas.
Tabela 01 - Setor 01 – Bairro Centro – Guarapuava – PR N.º de domicílios pesquisados (IBGE2000): 212 População de 3.370 hab. Itens pesquisados pelo
IBGE: Quantidade observada
% em relação ao total
desejável
Índice básico
Abastecimento de água pela rede geral
211 99,5 0,995
Esgotamento sanitário pela rede geral
204 96,2 0,962
Coleta de lixo pelo serviço de limpeza pública
211 99,5 0,995
Ocorrência de domicílios improvisados
00 100 1,000
Presença de cobertura vegetal em m.²
52.164,69 (15,4 m.² de área verde p/ hab.)
100 1,000
Índice sintético do Setor 01 – (Índice de Qualidade Ambiental) 0,990
Fonte: Censo – IBGE-2000
Organização: Vailati, 2008
Para um melhor entendimento da proposta, vamos demonstrar como a tabela acima foi
desenvolvida, começando pela origem dos dados.
Os dados são do Censo 2000 do IBGE que apresenta as informações por setores, que
são divisões internas ao bairro. Tais informações foram estabelecidas pelas variáveis
propostas por Morato (2005) para a verificação da qualidade ambiental. Exemplificando:
Foram encontrados no setor 01, 211 domicílios ligados à rede geral de abastecimento de água.
Levando-se em conta que no setor, existem 212 domicílios, encontra-se o valor de 99,5% de
atendimento. Para calcular o índice básico basta fazer a divisão 211 (número de domicílios
atendidos) por 212 (número total de domicílios), obtendo-se o valor 0,995283, descartando-se
os valores após a terceira casa depois da vírgula. O valor ideal é 1,000 o que seria alcançado
caso o número de ligações correspondesse ao total de domicílios.
O mesmo procedimento foi realizado para encontrar o índice básico do esgotamento
sanitário e a coleta de lixo.
A ocorrência de domicílios improvisados, é fator negativo, assim registramos a
quantidade observada, sendo que, neste caso, quando o valor encontrado for zero, será a
situação ideal, como na tabela a coluna que representa o percentual tem a denominação “%
em relação ao total desejável representada”, o valor registrado foi 100% ou ideal, no caso do
índice básico, sendo como já afirmamos o valor ideal, registramos 1,000. Caso o número
fosse digamos 5, subtrairíamos do número de domicílios, no caso citado 212 e dividiríamos
pelo valor ideal (o número de domicílios). Exemplo: 212 – 5 = 207 → 207 ÷ 212 = 0,976...
A presença de cobertura vegetal foi realizada com a utilização do Google Earth, caso o
professor esteja interessado, poderá fazer download através do site10. O programa é uma
excelente ferramenta para o trabalho geográfico, pois apresenta imagens aéreas de várias
partes do mundo, sendo possível estudar o espaço urbano e rural. Por meio do “Google Earth”
pode-se identificar e localizar as áreas verdes e alimentar o banco de dados do programa
“SPRING”, que é um sistema de processamento de informações georreferenciadas.
Este programa é disponibilizado gratuitamente no site do Instituto Nacional de
pesquisas Espaciais – INPE. Após a identificação e localização das áreas pelo Google Earth,
se faz necessário uma visita in loco, para confirmação da existência das áreas verdes, uma vez
que o Google pode estar desatualizado. No caso específico deste artigo nos embasamos em
Vaz (2007) que realizou o mapeamento das áreas verdes de Guarapuava-PR. Para saber mais
sobre área verde recomendamos a leitura do artigo de Troppmair e Galina (2003) 11. A
Organização Mundial de Saúde considera como ideal o valor de 12 m² de área verde por
habitante, assim executamos o seguinte cálculo: valor encontrado de área verde em relação à
população do setor e posteriormente em relação ao valor ideal por habitante: Exemplo:
52.164, 69 ÷ 12 = 15,4 m² ÷ 12 = 1,289...
O valor encontrado foi de 15,4 m² por habitante, superior, portanto a 12m², bastando
registrar 1,000 (valor ideal), na coluna índice básico, caso o valor encontrado fosse inferior a
12, divide-se o referido valor por 12, exemplificando: 8,5m² ÷ 12 = 0,708. Este seria no
hipotético exemplo o valor do índice básico.
11
http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/territorioecidadania/Artigos/helmut%201.htm - acesso em 10 de Fevereiro de 2008.
O Índice Sintético do setor ou Índice de Qualidade Ambiental é obtido pela soma dos
índices básicos das cinco classes, ou seja, abastecimento de água, esgotamento sanitário,
coleta de lixo, ocorrência de domicílios improvisados e a presença de cobertura vegetal e sua
posterior divisão por cinco (número de classes).
Exemplo: 0,995 + 0,962 + 0,995 + 1,000 + 1,000 = 4,952 ÷ 5 = 0,990...
O procedimento que descrevemos deverá ser realizado tantas vezes quantas forem o
número de setores do bairro, sendo que ao final se fará uma tabela que totalizará os dados de
todo o bairro. Assim, todas as ligações de água dos setores somadas, darão o numero total de
ligações à rede geral de abastecimento. A população será resultante da soma da população de
todos os setores, sendo que na confecção das tabelas anteriores se fez a multiplicação por
cinco para estimar a população do setor (o IBGE trabalha com amostragens de 20%). É
importante lembrar que devem ser somados o número total de domicílios do bairro encontrado
nos dados. Feito isto, deve-se repetir a mesma metodologia utilizada no exemplo da tabela 01,
após encontrar os índices básicos, obtém-se o Índice Sintético ou Índice de Qualidade
Ambiental do bairro (Tabela 02).
Tabela 02 – Índice sintético do bairro Centro – Guarapuava – PR N.º de domicílios pesquisados (IBGE2000): 2008 - População de 31.200 habitantes. Itens pesquisados pelo IBGE:
Quantidade observada % em relação ao total desejável
Índice básico
Abastecimento de água pela rede geral
1976 98,4 0,984
Esgotamento sanitário pela rede geral
1817 90,4 0,904
Coleta de lixo pelo serviço de limpeza pública
1978 98,5 0,985
Ocorrência de domicílios improvisados
05 99,7 0,997
Presença de cobertura vegetal em m.²
71.024,78 (2,27 m.²de área verde p/ hab.)
18,9 0,189
Índice sintético do bairro Centro– (Índice de Qualidade Ambiental) 0,881
Fonte: Censo do IBGE – Índice em (%) Organização: Vailati, 2008.
Ao observar a tabela com os dados totais do bairro percebemos que há uma
homogeneização do mesmo, e que as discrepâncias dos setores são mascaradas, o que já
permite uma abordagem crítica sobre a forma como mapas e gráficos são feitos e as
informações que ocultam. Porém, a continuação de nossa proposta sugere o trabalho com
gráficos e mapas cuja importância é relatada da seguinte forma por Martinelli (1998, p. 13):
“Para muita gente, gráficos e mapas não passam de meras ilustrações: os
mapas estão na publicidade turística que vende o belo, o exótico; os gráficos
estão na imprensa para caricaturar, por exemplo, a evolução de um índice
de preços. A importância deles, no entanto, é bem maior. Devemos,
entretanto, conscientizar-nos de que, sendo meios de comunicação, eles
precisam desempenhar uma tríplice função: registrar os dados, tratar esses
dados para descobrir como se organizam e, depois, comunicar o conteúdo
da informação revelada. Assim, gráficos e mapas passam a ser úteis,
constituindo instrumentos de reflexão e de descoberta do real conteúdo da
informação. Eles devem dirigir o discurso e não ilustrá-lo. Devem revelar o
que há a dizer e que decisão tomar diante dos resultados descobertos”.
Apresentamos dois gráficos que são bastante populares, de fácil construção e de boa
visualização das informações pelos educandos. A confecção dos mesmos é tarefa que pode ser
feita manualmente na classe, em trabalhos de grupos, individuais ou no Laboratório de
Informática que muitas escolas já dispõem. O auxílio do professor de Matemática também
pode ser solicitado pelo professor de Geografia, tornando esta atividade interdisciplinar, algo
muito interessante e incentivado no âmbito escolar.
De posse dos gráficos, o professor levará os alunos a fazer uma análise dos mesmos,
deles extraindo uma síntese, e na classe realizará uma discussão sobre a realidade retratada,
com questionamentos tais como: Quais os fatores que fizeram com que o índice ideal não
fosse alcançado? O que está faltando, e para quem? Qual a realidade das pessoas que residem
no setor que apresenta a melhor qualidade ambiental?
Para conhecer as disparidades entre os bairros da cidade, é interessante comparar no
mínimo dois, que pode ser um central e outro mais retirado ou de periferia, em se tratando de
uma cidade de pequeno porte seria o estudo da cidade toda, ou então do bairro onde a escola
se localiza e o bairro central, ou se a escola se localiza no centro, um bairro vizinho para fazer
as comparações.
Fizemos isto com o bairro Centro (Gráficos 01 e 02) e Santa Cruz de Guarapuava– PR
(Tabela e Gráfico 03 e Gráfico 04), sendo que a metodologia é aquela já relatada
anteriormente, e as tabelas já apresentam as diferenças entre os bairros e que permitem amplas
discussões sobre os mesmos, tais como: o abastecimento de água, a rede de esgoto, a coleta
seletiva atingem ao mesmo percentual entre os bairros? Em caso negativo, há diferenças
socioeconômicas no perfil dos moradores? Onde se verifica a maior incidência de domicílios
improvisados e por quê? A presença de cobertura vegetal é satisfatória? Onde se localizam os
bairros com maior área verde da cidade? Quanto à situação socioeconômica, quem reside lá?
Outras questões podem ser levantadas pelo professor ou mesmo pelos alunos.
Gráfico 01 – Qualidade ambiental do bairro Centro – Guarapuava - PR
0
20
40
60
80
100
Ab
aste
cim
ento
Co
leta
de
lixo
Co
ber
tura
Abastecimento de água
Esgoto sanitário
Coleta de lixo
Domicílios improvisados
Cobertura vegetal
Fonte: Censo do IBGE 2000 – Índice em (%)
Organização: Vailati, 2008.
Gráfico 02 – Índice de Qualidade Ambiental do bairro Centro – Guarapuava - PR
Índice de Qualidade Ambiental:
0,881
Não alcançado: 0,119
Índice de QualidadeAmbiental: 0,881
Não alcançado: 0,119
Fonte: Censo do IBGE 2000 – Índice em (%)
Organização: Vailati, 2008.
Tabela 03 – Índice sintético do Bairro Santa Cruz – Guarapuava – PR N.º de domicílios pesquisados (IBGE2000): 2076- População de 33.250 habitantes. Itens pesquisados pelo IBGE:
Quantidade observada % em relação ao total desejável
Índice básico
Abastecimento de água pela rede geral
2002 96,4 0,964
Esgotamento sanitário pela rede geral
1475 71,0 0,710
Coleta de lixo pelo serviço de limpeza pública
1999 96,2 0,962
Ocorrência de domicílios improvisados
00 100 1,000
Presença de cobertura vegetal em m.²
211.742,75 (6,36 m.²de área verde p/ hab.)
53,0 0,530
Índice sintético do bairro Santa Cruz– (Índice de Qualidade Ambiental)
0,833
Fonte: Censo do IBGE 2000 – Índice em (%)
Organização: Vailati, 2008.
Gráfico 03 – Qualidade ambiental Bairro Santa Cruz – Guarapuava – PR
0 50 100 150
Abastecimentode água
Esgoto sanitário
Coleta de lixo
Domicíliosimprovisados
Coberturavegetal
Cobertura vegetal
Domicílios improvisados
Coleta de lixo
Esgoto sanitário
Abastecimento de água
Fonte: Censo do IBGE 2000 – Índice em (%)
Organização: Vailati, 2008.
Gráfico 04 – Índice de Qualidade Ambiental do bairro Santa Cruz – Guarapuava - PR
Índice de QualidadeAmbiental: 0,833
Não alcançado: 0,167
Fonte: Censo do IBGE 2000 – Índice em (%) Organização: Vailati, 2008.
Após o estudo de uma localidade se deve fazer com os alunos uma comparação entre
os bairros no tocante ao atendimento das demandas dos mesmos quanto aos serviços e à
qualidade ambiental, bem como, levantar questionamentos sobre a faixa de renda dos
moradores. Exemplo: Há alguma relação entre a área de maior atendimento dos serviços
públicos e a faixa de rendimento dos mesmos? E a área de pior atendimento dos serviços
públicos tem alguma relação com perfil dos residentes?
Uma vez que já sabemos a forma de obter os índices podemos partir para a
confecção dos mapas . Para a ilustração dos mapas a que nos propomos e conforme Martinelli
(1998) nos utilizamos da variável cor para estabelecer duas percepções visuais distintas: ordem e
diversidade. No primeiro caso, a proposta de apresentar uma variação ordenada poderá ser utilizada
partindo de cores em degradê, cuja variação de intensidade revela da maior a menor incidência,
seguindo o círculo das cores, partindo do amarelo, para cores quentes (ao vermelho) ou frias (azuis e
verdes). Contudo, par ao segundo caso, quando a proposta for diversidade, precisamos representar
cores opostas (vermelho – verde, laranja – azul, etc) que dêem a idéia de diferença.
No caso do mapa 02, estamos representando o índice de esgoto sanitário por setores no
bairro centro e Santa Cruz, em Gurapuava-PR. Neste exemplo, a área mais crítica que apresenta menos
áreas abastecidas por esgoto está com a cor mais escura (roxo), e com baixo índice de qualidade
ambiental (0, 327) enquanto que as áreas que apresentam maior quantidade de abastecimento são
representados por cores claras (lilaz) e com alto índice de qualidade ambiental (acima de 0, 826).
Porque representar a área mais precária com cores mais escuras? Esta é uma questão que deve
permanecer a qualquer mapeamento, ou seja, porque representar desta ou daquela forma? Neste caso,
queríamos que a área mais precária chamasse mais atenção, se destaca-se no conjunto dos setores.
Queremos dizer com isso, que a comunicação visual do mapa, depende do objetivo do mapa.
O esgoto sanitário é uma importante fonte de poluição ambiental, contaminando rios,
mananciais e lençol freático e, conseqüentemente a água de poços e causando doenças à
população. O trabalho deve ser orientado acerca da importância da rede pública de esgoto e a
verificação da qualidade do atendimento da população bem como da faixa de rendimentos da
população não atendida, o que já permite importantes discussões.
Outro mapa expressivo destes índices é o de cobertura vegetal (mapa 03). Importantes
questionamentos podem ser levantados na classe sobre a importância das áreas verdes na
cidade, Troppmair e Galina citam algumas:
“Criação de microclima mais ameno que exerce função de centro de alta pressão e se reflete de forma marcante sobre a dinâmica da ilha de calor e do domo de poluição. Despoluição do ar de partículas sólidas e gasosas, dependendo do aparelho foliar, rugosidade da casca, porte e idade das espécies arbóreas. Redução da poluição sonora, especialmente por espécies aciculiformes (pinheiros) que podem acusar redução de 6 a 8 decibéis. Purificação do ar pela redução de microorganismos. Foram medidos 50 microorganismos por metro cúbico de ar de mata e até 4.000.000 por metro cúbico em shopping centers. Redução da intensidade do vento canalizado em avenidas cercadas por prédios. Vegetação como moldura e composição da paisagem junto a monumentos e edificações históricas.
A questão da água (mapa 04), muito discutida na atualidade, proporcionará um
debate na sala acerca da importância da oferta de água de boa qualidade e que
questionamentos sobre a qualidade do abastecimento das populações segundo a faixa salarial
observadas nos setores podem e devem ser realizados. Também podem ser explorados os
cuidados para a manutenção, preservação de mananciais e rios que cruzam os centros urbanos,
etc. O tema é muito vasto e cabe ao professor decidir a profundidade dada ao assunto.
Mapa 03 – Índice de cobertura vegetal por setores
Mapa 04 – Abastecimento de Água por Setores
A coleta seletiva do lixo (mapa 05) é outro assunto a ser debatido, sendo que discutida
a importância da reciclagem para a natureza e para a economia, bem como os riscos para a
saúde da presença de lixo depositado nos arredores das moradias. Questionamentos sobre o
destino do lixo e a qualidade do serviço de limpeza pública quanto à periodicidade do
recolhimento devem ser feitos. Ele é satisfatório em todo o bairro ou cidade? Há setores em
que o serviço não é realizado? Quem vive nestes locais? Catadores de papel passam em sua
casa? Você faz separação do lixo para fins de reciclagem a fim de facilitar o trabalho dos
catadores?
Mapa 05 – Coleta seletiva de lixo por setores
A presença de domicílios improvisados (mapa 06) é uma constante tanto em cidades
grande quanto nas pequenas e tem como raiz a desigualdade social, própria do sistema
capitalista. Utilizando-se do mapa, verificar a localização e a intensidade da presença de
domicílios improvisados e dirigir as discussões acerca da desigualdade social de nosso país
que se verifica no lugar onde vivemos. No mapa a que se refere este trabalho a área
apresentava pouco índice de domicilio improvisado, pois são áreas centrais e pericentrais,
enquanto que em Guarapuava o número de domicílios improvisados são maiores na periferia.
No mapa 07, apresentamos o índice de qualidade ambiental dos bairros, a partir da
integração de todas as variáveis (abastecimento de água, esgoto, coleta seletiva de lixo,
domicilio improvisado e vegetação). Também utilizamos da representação ordenada, com a
variável visual cor. Há uma diversidade interna aos bairros. Sendo que o bairro Santa Cruz
apresenta o setor de menor qualidade ambiental, que se comparado com o mapa 02, esgoto
sanitário, coincide com a área que possui o menor abastecimento.
Mapa 06 – Índice de domicílios improvisados
Obs: O índice ideal é 1.000, quando mais se afasta deste índice maior a quantidade de domicílios improvisados.
Mapa 07 – Índice Sintético de Qualidade Ambiental dos bairros Centro e Santa Cruz
Mapa 06 – Índice de qualidade ambiental – conforme número de domicílios.
Aqui cabem questionamentos tais como: Ao observarmos o conjunto dos mapas (quadro 01)
qual setor do bairro (x) é o mais comprometido ambientalmente? Por quê? Quais foram os elementos
(variáveis) que deixaram ele com menor índice de qualidade ambiental? Se analisarmos cada variável
separadamente terá a mesma resposta para todos os setores? O professor com esta sugestão de trabalho
levará o aluno a compreender que há uma desigualdade ambiental urbana.
Tabela 04 – Faixa de rendimento mensal dos moradores por setor do bairro Santa Cruz – Guarapuava – PR – Fonte: IBGE – 2000 Faixa de renda mensal Setor 13
%
Setor 14
%
Setor 15
%
Setor 16
%
Setor 17
%
Setor 18
%
Setor 19
%
Sem renda 2,6 3,2 3 4,1 8,2 0,4 0,4
Inferior a 1 sal. mínimo 11,4 11,0 11,0 11,7 12,2 18,4 24,3
1 – 3 sal. mínimos 30,5 22,8 23,1 29,4 31,6 46,8 37,0
3 – 5 sal. mínimos 17,2 17,1 15,5 18,1 17,3 19,4 12,3
5 – 10 sal. mínimos 23,7 21,7 28,8 22,2 20,1 12,6 14,5
10 – 15 sal. mínimos 5,2 8,9 9,8 7,6 5,4 0,4 5,1
Mais de 15 sal. mínimos 9,4 15,3 8,8 6,9 5,2 2,0 6,4
Nesta parte, o professor poderá orientar os alunos a cruzarem as informações do mapa da
qualidade ambiental e a tabela da faixa de rendimentos, para verificar quem mora nos setores. O
resultado mostrará o que observamos neste exemplo em que os dados contidos no mapa do bairro
Santa Cruz evidenciam que o setor 18 e o setor 13 apresentam a pior e melhor qualidade ambiental
respectivamente. Ao cruzar esta informação, com aquelas constantes da tabela 4 sobre a faixa de
rendimentos dos moradores observamos que o percentual de pessoas que residem no setor 18 com
faixa salarial inferior a 3 salários mínimos é muito superior ao do setor 13, sendo que este possui
quase esse percentual na faixa acima de 3 salários mínimos, ou seja, o setor 18 concentra uma
população de baixo poder aquisitivo e que dispõe de pior qualidade ambiental como é próprio do
sistema capitalista, a discussão poderá ser encaminhada pelo professor aos temas da justiça social e a
distribuição desigual da infra-estrutura urbana.
Contudo, se somarmos todos os índices e tivermos uma média dos bairros, criando um
índice sintético do Centro e Santa Cruz, haverá uma maior homogeneização (mapa 08).
Mapa 08 – Índice Sintético da Qualidade Ambiental dos bairros Centro e Santa Cruz
Neste mapa podemos observar como dados diferenciados se homogeneízam quando
são realizados médias, já os índices de melhor qualidade ambiental por variável compensam
os índices de menor qualidade, ou seja, ocorre à generalização cartográfica, um conceito
interessante para ser trabalhado pelo professor.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente proposta de material didático é de suma importância para o aprendizado
geográfico, uma vez que o torna significativo. Ao utilizar-se da Cartografia como suporte,
desenvolve-se um trabalho que, além de crítico, vai além, uma vez que o torna concreto para o
aluno.
O educando tem a possibilidade de apreender melhor os gráficos e mapas, bem como o
modus operandi de sua confecção. Assim, compreendendo melhor as informações e o uso que
delas se pode fazer, torna-se íntimo da cidade, entendendo-a como um organismo vivo que a
todo o momento se reconstrói gerando aspectos positivos e negativos que se manifestam na
qualidade ambiental. A proposta, portanto, auxilia na formação do cidadão ativo na sociedade
na qual está inserido e essa é por si só uma grande contribuição da escola para a sociedade.
A proposta para a verificação da qualidade ambiental pode ser utilizada pelos
professores nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Tendo-se como
parâmetro fato de que a humanidade se torna cada vez mais urbana e sendo o Brasil um país
com mais de 80% de sua população residindo nas cidades, conhecer a qualidade ambiental do
espaço urbano se torna uma condição sine qua non para a tomada de consciência e a busca de
um meio urbano ecologicamente equilibrado.
Esperamos ter dado uma pequena contribuição para a discussão sobre a construção do
conhecimento geográfico, porém, sabemos que muitas questões não foram aqui discutidas e
que merecem ser levadas adiante por nossos caros colegas de profissão com os quais
dividimos as dores e as delícias de nossa disciplina: a Geografia!
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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