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SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO E DO ESPORTE
Adriano Soares da Costa
SECRETARIA DE ESTADO DA
DEFESA SOCIAL
Dário César Barros Cavalcante
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES
MACEIÓ/AL
2012
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO E DO ESPORTE
Adriano Soares da Costa
SECRETARIA DE ESTADO DA
DEFESA SOCIAL
Dário César Barros Cavalcante
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES
Plano Estadual de Educação nas Prisões
apresentado à Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão e ao Departamento Penitenciário
Nacional como parte da proposição para
obtenção de apoio financeiro, com recursos do
Plano de Ações Articuladas e/ou do Fundo
Penitenciário Nacional, para ampliação e
qualificação da oferta de educação nos
estabelecimentos penais, nos exercícios de 2012,
2013 e 2014.
MACEIÓ
2012
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO E DO ESPORTE
Adriano Soares da Costa
SECRETARIA DE ESTADO DA
DEFESA SOCIAL
Dário César Barros Cavalcante
IDENTIFICAÇÃO
GESTÃO:
ÓRGÃO PROPONENTE: GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
CNPJ: 12.200.176/0001-76
Endereço: Rua Cincinato Pinto, s/n - Centro
CEP: 57020-050
Telefone: (82) 3315-2060
Nome do Responsável: Teotônio Brandão Vilela Filho
Cargo: Governador do Estado
ÓRGÃOS EXECUTORES:
SECRETARIA DE ESTADO EDUCAÇÃO E DO ESPORTE
CNPJ: 12.200.218/0001-79
End: Rua Barão de Alagoas, nº 141 - Centro
CEP: 57020-210
Telefones: (82) 3315-1230
E-mails: [email protected]
Nome do Responsável: Adriano Soares da Costa
Cargo: Secretário de Estado
SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA SOCIAL
CNPJ: 12.200.226/0001-15
End: Rua Zadir Índio, nº 213 - Centro
CEP: 57020-480
Telefones: (82) 3315-2378/3315-1744
E-mails: [email protected] Nome do Responsável: Dário César Barros Cavalcante
Cargo: Secretário de Estado
SECRETARIA DE ESTADO DA
EDUCAÇÃO E DO ESPORTE
SECRETARIA DE ESTADO DA
DEFESA SOCIAL
Teotônio Brandão Vilela Filho
Governador do estado de Alagoas
José Thomaz da Silva Nonô Netto
Vice Governador do estado de Alagoas
Adriano Soares da Costa
Secretário de Estado da Educação e do Esporte
Dário Cesar Barros Cavalcante
Secretário de Estado da Defesa social
Maria Valéria Barros de Lima
Superintendente de Políticas Educacionais – SEE
Carlos Alberto Luna dos santos
Superintendente Geral de Administração Penitenciária - SGAP
Leilson Oliveira do Nascimento
Andréa Rodrigues de Melo
Coordenação e elaboração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................ 6
CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA EDUCAÇÃO NO SISTEMA PRISIONAL . 7
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM PRISÕES NO ESTADO ........................................................................ 13
DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO EM PRISÕES NO ESTADO .................................................................. 18
GESTÃO .............................................................................................................................................................. 28
5.1 ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS .................................................................................................. 28 5.2 REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA .................................................................................... 31 5.3 GESTÃO DE PESSOAS ....................................................................................................................... 35 5.4 REGISTROS ESCOLARES .................................................................................................................. 39 5.5 ARTICULAÇÃO E PARCERIAS ......................................................................................................... 41
FINANCIAMENTO ............................................................................................................................................ 43
ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL ....................................................................... 45
ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL ................................................................................................................................................. 50
QUADRO DA LABORTERAPIA POR ESTABELECIMENTO PENAL .................................................... 51
ENVOLVIDOS EM EDUCAÇÃO NÃO FORMAL POR ESTABELECIMENTO PENAL ....................... 51
FORMAÇÃO INICIAL E FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS .................................... 53
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE ........................................................ 57
CERTIFICAÇÃO ................................................................................................................................................ 58
INFRAESTRUTURA .......................................................................................................................................... 62
MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO ........................................................................................................ 65
REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO ............................................................................................................ 66
ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS .................................................................................................................... 67
ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO ................................................................ 68
PLANO DE AÇÃO .............................................................................................................................................. 70
META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DE EDUCAÇÃO FORMAL .................................................. 70
META II – AMPLIAÇÃO DE OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL ............................................... 73
META III – AMPLIAÇÃO DE OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL................................... 75
META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO ....... 76
META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE LEITURA .............. 77
META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO ............................................ 79
COLABORADORES .......................................................................................................................................... 81
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 82
ANEXO ................................................................................................................................................................ 83
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PARA ELABORAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
NAS PRISÕES – PEESP/AL .............................................................................................................................. 84
6
APRESENTAÇÃO
O estado de Alagoas através da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte
(SEE) representada pela Superintendência de Políticas Educacionais (SUPED) e da Secretaria
de Estado da Defesa Social (SEDS) representada pela Superintendência Geral de
Administração Penitenciária (SGAP) apresentam este Plano Estadual de Educação para o
Sistema Prisional Alagoano (PEESP/AL).
O conteúdo deste plano corresponde a uma série de ações políticas para um
efetivo atendimento educacional aos homens e mulheres que estão sob privação de sua
liberdade. Este documento trata-se de uma construção coletiva, nesse sentido ele é fruto de
contribuições de diversos segmentos da sociedade que se preocupam e acreditam que mesmo
dentro de unidades prisionais a educação pode oferecer contribuições para a formação de
sujeitos humanizados, libertos e construtores de seus próprios conhecimentos, capazes de
compreender e assumir uma verdadeira mudança de postura para viverem melhor no e com o
mundo. Desse modo, um dos maiores propósitos deste plano é fazer que se compreenda que a
educação escolar tem papel fundamental para o resgate de quem vive aprisionado no cárcere.
Pois quem vive sob privação de liberdade só perde o direito de ir e vir, assim enquanto direito
subjetivo e individual a educação deve ser garantida plenamente sem nenhuma distinção a
todos e todas que formam a população carcerária deste país. E o estado tem obrigação por
meio de suas instituições fomentar, mobilizar, articular e oferecer políticas públicas para
todos os apenados, garantindo assim esse direito primordial.
Desejamos que este plano seja um caminho que abra vastos horizontes para
educação prisional neste estado, sensibilizando a todos a fazer as ações aqui propostas
acontecer de forma consciente e comprometida provocando uma verdadeira mudança e
justiça social. Em anexo encontra-se a agenda de atividades realizadas na construção deste
plano, isso para que se perceba quanto este trabalho é fruto da contribuição coletiva de
pessoas que marcam uma nova fase na história da educação de jovens e adultos para os
privados de liberdade.
E assim guiados pelo pensamento do grande educador Paulo freire que nos mostra
que ninguém educa ninguém e não se educa sozinho, e se educam juntos para transformar o
mundo e diz ainda que: “o diálogo é uma espécie de postura necessária, na medida em que os
seres humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como a fazem e refazem. (...)
Através do diálogo, refletindo juntos sobre o que sabemos e não sabemos, podemos, a seguir,
atuar criticamente para transformar a realidade".
Vamos em frente!
Leilson Oliveira do Nascimento
Andréa Rodrigues de Melo
Coordenação e Elaboração
7
CONCEPÇÕES FUNDAMENTAIS E NORTEADORAS DA EDUCAÇÃO NO
SISTEMA PRISIONAL
Se buscar concepções para o processo educativo não é tarefa fácil, imaginemos
quantas barreiras, obstáculos e impedimentos são enfrentados quando se busca uma efetiva
concepção de educação para contribuir na formação da pessoa privada de liberdade. É fato já
provado por inúmeras pesquisas que todo processo educativo precisa está apoiado de um
referencial teórico metodológico. Isso é uma questão tão importante que o documento
preparatório para VI CONFINTEA (Conferência Internacional de Educação de Adultos) nos
colocou como instrumento para estudo e debate o item “Estratégias Didático-Pedagógicas
para EJA” que nos fez refletir sobre uma série de orientações para formulação de concepções
direcionadas a atender as reais necessidades dos diversos sujeitos da EJA, inclusive para os
aprisionados, é válido lembrar que a VI CONFINTEA aconteceu em Belém- PA (Brasil) e nos
deixou recomendações consideradas internacionais na carta de Belém que também se
configura em documento norteador para apoiar as ações da EJA.
Para dar sustentação ao modelo de educação de jovens e adultos a ser ofertada no
sistema prisional alagoano podemos começar fazendo um resgate da nossa própria proposta
pedagógica, construída de forma coletiva entres os anos 2001 e 2002, que apesar de algum
tempo, ainda porta grandes contribuições para EJA, exemplo disto é quando nos coloca que a
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENQUANTO PROCESSOS E EXPERIÊNCIAS
DE RESSOCIALIZAÇÃO: trata-se, na verdade, da realização de confrontos entre as
diferentes culturas que conformam a diversidade cultural da pós-modernidade/mundo, em
nível local, regional, nacional e internacional. Especificamente no nível local, um espaço
privilegiado para esse confronto é a educação, inclusive a educação escolar. Nessa, nos
processos de ensino-aprendizagem, deve-se estabelecer o confronto entre a cultura científica,
a cultura midiática e a cultura popular, na busca de construir novos saberes, novas
instituições, novas subjetividades e novas sociedades.
A ressocialização dos sujeitos populares ou subalternizados (crianças,
adolescentes, jovens e adultos) se dá a partir do confronto das visões e das práticas pessoais
e coletivas desses sujeitos com outras visões e práticas. Numa palavra: a partir de processos
e experiências de recognição e reinvenção vai se conformando um processo de
ressocialização: síntese/resultado das recognições e reinvenções. A ressocialização,
portanto, ocorre pela construção de uma nova compreensão da realidade que vai sendo,
individual e coletivamente, transtornada e reconstruída numa outra perspectiva, adquirindo
figuração e interpretação diferentes. Configura-se, assim, como um processo de diálogo, de
confronto, conflitivo ou não, quase sempre tenso, entre culturas ou entre traços culturais de
uma mesma cultura. (p.31)
Para formulação de uma concepção metodológica a ser aplicada nas salas de aula
do cárcere, onde sabemos que as dificuldades existentes as ações educativas são constantes,
há que não se deixar de ser idealista e se comprometer com uma educação que
verdadeiramente consiga melhorar as condições de vida dos encarcerados. Propondo desse
modo, uma escola onde por meio da interação todos possam exercitar valores, atitudes e
8
condutas que sejam condizentes com os direitos humanos, que em algumas vezes pode até lhe
ter sido negados, mas que como sujeitos de direito devem aprender como isso fazer. Tais
direitos se valer na prática, neste contexto podemos citar uma reflexão provocada por Elenice
Maria C. Onofre no livro (O Espaço da Prisão e suas Práticas Educativas) a qual também
apontamos como instrumento de ajuda para nortear as práticas educativas no sistema prisional
que coloca: É preciso afastar-se, no entanto, de qualquer postura ingênua em relação ao
papel da escola dentro do sistema prisional, mas não há como negar que, nesse espaço, o
homem busca a sua identidade e o diálogo, re-constrói a sua história e valoriza os momentos
de aprendizagem, tendo, portanto o direito a uma escola competente, produtiva e
libertadora” (p. 277).
Ainda buscando elementos de concepções filosóficas, políticas e pedagógicas que
de subsídio a EJA, podemos nos apoiar no sócio - interacionismo defendido por Vygotsky e
na pedagogia libertadora de Paulo Freire que dentre de seu grande ideário podemos destacar
que ele:
Enfatiza para a importância e o respeito às experiências, identidade e saberes
construídos pelos alunos em seus fazeres;
Coloca o aluno como sujeito e não como objeto do processo educativo;
Critica os procedimentos pedagógicos que deixam o professor na posição de
transmissor do conhecimento - o que sabe tudo e deposita o conhecimento no aluno –
Freire nomeou este procedimento de Educação Bancária;
O professor deve favorecer o diálogo entre sua visão de mundo e a do aluno,
problematizando. Nessa troca, com esse diálogo é que se efetiva o conhecimento;
Suas concepções destacam uma educação que tenha um caráter emancipatório,
libertador, problematizador da realidade no sentido oposto ao de uma educação para a
submissão;
Para Freire numa visão dialética a educação para a libertação se constitui como
ato de saber, um ato de conhecer e um método de transformar a realidade que se
procura conhecer. Para passar da consciência ingênua à consciência crítica.
Assim sendo, a ação pedagógica se desenvolve com base na leitura do mundo
do(a) educando(a), a partir do qual se identificam às situações significativa da realidade em
que se está inserida.
Desse modo, o conhecimento construído no ato de educar visa a problematização
da realidade e a compreensão mais profunda do mundo vivido. A partir dessa compreensão
crítica, educandos(as) são estimulados(as) a planejar ações de intervenção social, assumindo-
se como sujeitos da construção de realidades mais justas e humanas.
Tanto para Freire como para Vygotsky o diálogo é base para construção do
conhecimento, assim a teoria sócio construtivista coloca a interação com o outro fator
essencial no processo de construção de conhecimento e mais:
De acordo com a concepção sócio construtivista, o conhecimento não é algo
situado fora do indivíduo, a ser adquirido por meio da cópia do real, tampouco algo
que o indivíduo constrói independente da realidade exterior, dos demais indivíduos e
de suas próprias capacidades pessoais;
Os alunos jovens e adultos devido ao seu percurso de vida, experiências pessoais,
interpessoais e, muitas vezes, profissionais apresentam uma diversidade de
9
conhecimentos prévios e cada qual possui um repertório distinto. É a partir desses
conhecimentos que se dá o contato com o novo conteúdo lhe atribuído significado e
sentido, que são os fundamentos para a construção de novos significados;
Nesse processo de interação do sujeito com o objeto a ser conhecido, o sujeito
constrói representações que funcionam verdadeiras explicações e que se orientam por
uma lógica interna que faz sentido para ele. O conhecimento, portanto, é resultado de
um complexo intricado processo de construção, modificação e reorganização,
utilizadas pelos alunos para internalizar e interpretar os novos conteúdos;
Vygotsky estabelece forte ligação entre o processo de aprendizagem e a relação
com o ambiente sociocultural, que não se desenvolve plenamente sem a ação e
interferência do outro;
A construção do conhecimento sobre os conteúdos escolares sofre influência das
ações propostas tanto pelo professor quanto por colegas, meios de comunicação,
familiares e amigos, atividades de trabalho e lazer etc. Dessa forma, a escola precisa
estar atenta das diversas influências, para que possa propor atividades que favoreçam a
aprendizagem significativa.
Antes de encerrar esta discussão vamos retomar a nossa própria proposta
pedagógica fazendo a reflexão que já tivemos a competência de formular para nossa prática,
este grande documento norteador que parece estar inerte, mas pela nossa ação podemos lhe
dar grandes movimentos. Principalmente, se conseguirmos colocar em prática os
encaminhamentos que nos são propostos a exemplo da concepção metodológica, quando diz
que:
“O que norteia as diferentes práticas educativas da EJA é uma noção da teoria
do conhecimento, concepções, conceitos e conteúdos das totalidades de conhecimentos
pautados no estudo, discussão e aprofundamento do projeto político pedagógico em curso na
Secretaria de Estado da Educação e que contribuiu para elaboração final desta Proposta
Pedagógica de EJA no Estado. Pautando-se em bases políticas e pedagógicas, os objetivos,
os princípios e os referenciais teóricos da Educação Popular, Construtivismo Interacionista,
Interdisciplinaridade e Avaliação Emancipatória, explorando certos limites dos PCNs e das
Diretrizes de EJA, proposta pelo MEQ para garantir as demandas, características da política
e da ação social/educativa na esfera de ensino Estadual em Alagoas e sua expansão, a
implantação do projeto do ideário de EJA sediará nas salas de aula, na instância do "como
fazer", onde a experimentação das totalidades de conhecimento possa revelar uma
organização curricular que trate as vivências escolares de forma crítica, democrática,
libertadora e transformadora, seja na Rede Estadual de Ensino, sejam na parceria com o
movimento social, universidades, prefeituras, igrejas, entre outros atores sociais da
sociedade civil.
Nesta discussão de campos do saber, a questão do estabelecimento de uma
relação diferente do conhecimento na sociedade, ocupa um lugar privilegiado, porque é
central, para no coletivo e em salas de aula se definir e se construir conceitos/práticas dos
conteúdos, sua seleção e para que serve aprendê-lo. Aqui cabe destacar, nesta concepção a
superação de uma prática de planejamento em EJA que ainda coloca e desempenha um papel
10
de reprodutor do discurso dominante. Cabe a nós investir nesta cultura para aos poucos ir
recusando, rompendo, tendo como ponto de partida o conhecimento e as necessidades
demandadas pêlos educandos em diferentes situações da escolaridade, de inserção na
realidade local e outras dimensões, para juntos descobrirmos saídas de certos impasses
metodológicos por que são políticos, estruturais e de certa forma impedem uma ousadia
pedagógica para transformar o ensino público e de qualidade que tanto queremos e lutamos
para realizá-lo.
A elaboração coletiva das estruturas dos campos do saber vem sedando na
reconstrução do saber da EJA na Rede Oficial de Ensino e fora dela e suas devidas
problematizações e definições de políticas apontam a necessidade de mergulhar no
aprofundamento de sua construção em níveis de complexidade de conhecimentos postos para
educadores e educandos.
Devemos ultrapassar as barreiras de conteudismo e encontrarmos o lugar mais
adequado para a construção de CONCEITOS, determinando aos conteúdos o lugar de meio e
não fim do (e no) processo de ensino aprendizagem em EJA.
A organização curricular deve ser contemplada nos campos do saber, conforme
os PCNs, Diretrizes curriculares de EJA e LDB 9394/96. Cada um desses campos tem uma
história porque desenvolvem percursos diferenciados, entretanto se faz necessário a
elaboração das estruturas dessas disciplinas que articula um projeto político pedagógico em
EJA.
Alguns passos devem ser determinantes a essa concepção metodológica.
A questão da INTERDISCIPLINARIDADE, qual o sentido do trabalho por
projetos na história da construção do conhecimento, a questão das ciências, a relação com
outras áreas do conhecimento, as diferentes implicações políticas de cada uma dessas
abordagens.
Enfim, a grande questão pedagógica não é uma questão metodológica, mas uma
questão política. Daí, a ênfase nesta discussão de aprofundar o trabalho por princípios,
consciente de que há construção de categorias e suas definições que mudam o processo de
formação do professor em EJA e de sua prática com os alunos, podendo resultar em
mudanças também estruturais. A estrutura de disciplinas permite o domínio de um
determinado campo do saber por que capacita o indivíduo à compreensão da TOTALIDADE
DE UMA SÉRIE DE FENÔMENOS E SUA RELAÇÃO COM OS ACONTECIMENTOS E
DADOS DA EXPERIÊNCIA ESPECÍFICA.
O conhecimento da estrutura de uma disciplina instrumentaliza o indivíduo a
rever sua compreensão de um determinado campo. Assim com os novos fatos e dados que se
tornam conhecimentos através dos conceitos e princípios já estudados, ela facilitará o uso do
conhecimento por unificar os fatos, dados, observação e outros resultados da experiência, em
um corpo integrado de generalizações, princípios, conceitos e categorias.
Desta forma, a importância da estrutura da totalidade do conhecimento constitui-
se em nova base para novas descobertas, porque cada campo de saber percorre um trajeto e,
portanto os resultados são diferenciados exatamente porque refletem o referencial teórico
através do anúncio da prática, sua reconstrução e elaboração junto ao aluno, porque são
questões de grande intensidade e de um potencial critico que envolvem a Educação e
Cidadania, enfim, a Identidade própria do trabalho em EJA.
11
A concepção metodológica da Educação de Jovens e Adultos se pauta no mundo
concreto e real dos alunos, contribuindo na elaboração de conceitos em níveis mais
qualitativos na produção de conhecimentos. Assim sendo cabe ao Educador, considerando-se
que a Educação de Jovens e Adultos de maneira geral trabalha com alunos que tem o perfil c
características sociais, culturais, políticas e econômicas das camadas populares, e tem
apresentado também dificuldades metodológicas e didáticas para o professor, que durante o
processo metodológico, deve favorecer aos alunos o acesso a materiais educativos como
jornais, revistas, cartazes, textos, livros e outros; desenvolver e criar situações,
questionamentos, problematizações e desafios, estando sempre aprendendo e reaprendendo,
criando os conhecimentos com os alunos.
Os conceitos a serem trabalhados levarão em consideração a construção do
conhecimento, através de uma análise crítica da transformação de situações concretas, tendo
em vista que essas ações educativas devem ser coletivas de modo consciente e organizadas
para transformar realidades diferenciadas.
Partindo de Blocos Temáticos e com base nos PCNs a metodologia deverá não só
alfabetizar, mas também despertar para uma consciência crítica, criando condições
pedagógicas, através da construção do saber coletivo, partindo da sua realidade,
enfatizando, portanto, o currículo articulado com o projeto político pedagógico onde se
realiza a ação educativa.
Alfabetização não é apenas o aprendizado das técnicas de ler e escrever, mas
também "Aprender a dizer a palavra em seu verdadeiro sentido, isto é, como um direito de se
expressar o mundo, de criar, recriar, decidir e de optar." (Freire/1978:70).
Os instrumentos metodológicos para o desenvolvimento do processo de ensino
aprendizagem podem recorrer de técnicas, tais como, por exemplo:
• No diálogo;
• Valorização do saber existente, individual e coletivo;
• Valorização dos valores culturais (local e regional);
• Trabalhos de produção individual e em grupo;
• Pesquisa de campo;
• Estudos de caso;
• Seminários;
• Sistematização/divulgação de experiências;
• Debates e discussão;
• Eventos culturais.
Entre outras questões metodológicas em discussão, vale pensar uma política de
formação para o professor de EJA, que se pauta na sensibilidade para amar e exercer sua
profissão junto aos alunos de EJA, conforme realidades diferenciadas.
Sendo assim, o professor de EJA participará também de aüvidades de formação
continuada, entendida como uma política permanente de formação necessária para justificar
os avanços humanos essenciais para atuar em EJA.” (p. 19 a 22)
12
A ESCOLA DE JOVENS E ADULTOS NO ÂMBITO DO SISTEMA PRISIONAL:
Nenhuma oferta de educação formal pode acontecer desvinculada de uma unidade
escolar, pois das várias funções da escola, uma delas é estar sempre buscando meios de atender
o seu público de forma eficaz e eficiente. A escola para os privados de liberdade é uma escola
igual as demais da rede estadual falando em termos de composição, o grande diferencial desta
unidade escolar é que ela será sede de salas extensivas que se distribuem pelas várias unidades
prisionais do estado, outro fator diferenciado é que para esta escola não caberá uma gestão eleita
com participação do segmento aluno, uma vez que, as pessoas privadas de liberdade
sentenciadas ficam com seus direitos civis suspensos.
A escola de referência será jurisdicionada a 14ª Coordenadoria Regional de
Educação e junto a Gerência de Educação do Sistema Prisional que possui a finalidade de
executar todas as ações educacionais. Respeitando a estrutura e o funcionamento da EJA
preconizado na legislação de caráter nacional e local. Sendo garantido ao seu público acesso a
todas as políticas instituídas pela rede estadual de educação direcionada aos alunos da EJA.
Inclusive ligada à qualificação profissional para os que estiverem no 1º e 2º segmento e
educação profissionalizante para os que estiverem no nível médio.
Esta escola também terá como competência, ser um centro de estudos e pesquisas
vislumbrando atender sempre o público carcerário em suas necessidades. Para isso, além de
articulação com a escola penitenciária ela deverá articular-se e buscar parcerias com as
instituições de ensino superior e congêneres para uma permanente capacitação dos envolvidos
direto e indiretamente nas ações educacionais. Contudo, a Secretaria de Educação deverá
oferecer toda logística necessária para o andamento da escola. Sejam recursos físicos, humanos
técnicos e tecnológicos.
A escola de referência também deverá pensar ações de atendimento a semi-
liberdade oferecendo atividades em seu próprio espaço físico.
Na composição do quadro de pessoal a escola deverá ter inicialmente:
a) Diretor geral;
b) Diretor adjunto;
c) Coordenadores (técnicos pedagógicos) no mínimo 04 (quatro) profissionais;
d) Quadro completo de professores para atender toda demanda da alfabetização ao
ensino médio, contemplando também pessoal para os laboratórios de informática e
biblioteca;
e) Secretário(a) escolar;
f) Motorista (pois para este modelo de escola se prevêem transporte para visitas as
unidades prisionais);
g) Auxiliares administrativos;
h) Serviços gerais;
i) Merendeira;
j) Vigilantes;
13
HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM PRISÕES NO ESTADO
O Estado de Alagoas foi um dos primeiros da Federação a construir de forma
coletiva uma proposta pedagógica para Educação de Jovens e adultos, proposta esta, pensada
para atender os diversos sujeitos da EJA, desde então vem se pensando políticas educacionais
para este público, contudo percebe-se que as políticas da EJA direcionadas as pessoas
privadas de liberdade não caminharam na mesma proporção. Assim, vamos mais uma vez,
nos subsidiar pela nossa proposta que traz esse histórico de educação em Alagoas:
“No Estado de Alagoas o cenário da educação de jovens e adultos não foi e não é
diferente do cenário nacional. O Estado está sempre no ranking de alto índice de analfabetos
e é considerado no cenário nacional como um estado que não tem tradição histórica em lutas
nacionais ou locais de combate ao analfabetismo de jovens e adultos. Tem ficado sempre
atrelado às campanhas nacionais e assim sendo, a Secretaria de Educação acenou por
políticas sociais que erradicassem o analfabetismo.
Quanto a sua ação como segmento de educação de jovens e adultos, sempre atuou
com medidas compensatórias através da Diretoria de Educação Especializadas - D.E.E. com o
programa de Educação Integrada, ora em convênios com o governo federal através de
campanhas como o MOBRAL, a Fundação Educar, mas sem assumir os ônus de um programa
próprio.
De acordo com as demandas presentes na Educação Básica no segmento do ensino
fundamental, a atual gestão do governo estadual, através da sua Secretaria Estadual de
Educação, na nova estrutura, organiza a modalidade do ensino de Educação de Jovens e
Adultos num programa específico: o PROEJA. Este cenário de afirmação de interesses e de
metas por uma Educação Pública e de qualidade para todos deve se realizar não só numa
escola cidadã, mas nos organismos próprios dos trabalhadores. O PROEJA surge assim como
uma das políticas públicas no campo governamental, para reparar a grande dívida social,
garantindo o acesso e o percurso dos jovens e adultos trabalhadores (as) à escola pública que o
excluiu, na idade própria.
Sendo assim, o atual Programa de Educação de Jovens e Adultos da SEE, está
estruturado com uma coordenação geral, um corpo de assessores pedagógicos e pessoal de
apoio administrativo para desenvolver ações de EJA na rede estadual de ensino e em convênio
com instituições privadas, igrejas entre outros. Implantação e expansão do MOVA (Movimento de
Alfabetização) que se realiza através de parcerias e de convênios com entidades e com
movimentos sociais e instituições da sociedade civil; criação de Centros de Educação de Jovens e
Adultos CEJAS, realização anual de exames gerais e profissionalizantes num plano de ação
articulado com o Projeto Político Pedagógico das escolas de forma que possa contribuir para
elevar o nível de escolaridade de jovens e adultos trabalhadores (as) alagoanos.” (p. 17 e 18)
No Sistema Prisional a responsabilidade pela oferta de educação foi direcionada a
Secretaria Estadual de Educação, que por meio do Departamento de Educação de Jovens e
Adultos, acompanhou o processo educativo. Isso a passos lentos sem uma equipe qualificada para
este atendimento. Podemos até afirmar que a oferta educacional nos presídios alagoanos sempre
foi descontinua e fora de um contexto de educação formal. Isto fica evidenciado ao se refletir que
14
ao longo da história desse sistema não se constitui um quadro técnico pedagógico efetivo para
desenvolver as ações educacionais.
Desse modo, as ações desenvolvidas no âmbito do referido sistema também estão
ligadas a oferta dos diversos programas pontuais oferecidos pelo governo federal. Durante muito
tempo a educação para os apenados se resumiu a preparação para exames supletivos onde os
professores eram os próprios reeducandos que naquele momento passavam por uma seleção
interna e recebiam capacitação da Secretaria de Educação por meio do setor responsável pela EJA.
Assim, foi neste modelo de atendimento que a Secretaria de Educação desenvolveu, muita
fragilizada, as ações educacionais para os aprisionados do sistema prisional alagoano.
São poucos os registros que se encontram para descrever o histórico de educação nas
unidades prisionais alagoana. Além dos programas nacionais e locais foi oferecido durante um
longo período o telecurso 2000 com mediação também dos próprios apenados e certificação
expedida por setor responsável na Secretaria de Educação. Neste estudo encontramos poucos
documentos com datas para utilizarmos neste histórico, porém podemos afirmar que a criação da
Gerência de Educação no próprio sistema prisional foi de grande importância, pois percebemos
que as poucas atividade educacionais oferecidas no âmbito do sistema prisional foram despertadas
por este setor.
Não podemos neste histórico de educação do sistema prisional de Alagoas deixar de
falar em Paulo Jorge dos Santos Rodrigues, que inclusive recebeu nomeação para Gerente de
Educação do sistema prisional. Não falar dele seria fazer uma negação da história. E durante muito
tempo ele foi o grande referencial da educação carcerária no estado, sua história também resgata e
se constitui em histórico para educação prisional no nosso estado. Então, trazemos um pouco de
sua história, e começamos a partir de seu livro de poesia intitulado de “POEXÍLIO” onde o
autor escreveu sua autobiografia na qual destacamos alguns trechos:
“Aos 05 de junho de 1957, nasci às 11 horas de uma manhã chuvosa. Minha mãe
genética não tinha condições financeiras e meu pai desaparecera de imediato, ficando
difíceis todas as possibilidades de minha convivência familiar. Resumindo, aos seis anos de
idade, fui entregue a minha tia de segundo grau que mim criou... fiz o primeiro grau no
SENAC, onde fui bem destacado nos primeiros trabalhos poéticos, pois o SENAC tinha certo
vínculo com o SESC e lá existia uma excelente biblioteca... tudo isso aconteceu de 1970 a
1976. No segundo grau, eu segui na mesma linha de conhecimento, lembro-me foi no colégio
Professor Benedito de Moraes (Pajuçara). Sempre me destaquei na redação, nas crônicas...
participei de um trabalho literário... e meu trabalho foi primeiro lugar em âmbito estadual...
em 1979 resolvi viajar, curtir minha juventude... nessa época abandonei meus estudos na
terceira série do 2º grau... voltei a Maceió depois de um ano de ausência... em 1985, conheci
o meio da música, teatro envolvi-me com a loucura da vida e comecei a fumar maconha, que
era moda na época... em 04 de abril de 1998, estava portando 770 gramas de maconha... fui
processado artigo 12 do código penal... minha vida passou por uma metamorfose tanto física,
quanto psíquica. Com o sofrimento, desespero e dor, foram-se alinhando momentos que se
revelaram em poemas, poesias, crônicas e ensaios literários. Tive que me adaptar a essa
nova experiência como desafio a vida.”
15
Foi a partir desta experiência de vida que Paulo começa a desenvolver atividades
de caráter educacional no sistema carcerário de modo informal e voluntária, e logo, é
contratado como educador, onde começa sendo alfabetizador em programas ofertados pela
Secretaria Estadual de Educação. E assim, de reeducando até Gerente de Educação do Sistema
Prisional Alagoano. A verdade é que mesmo o alvará de soltura transformado em poesia não
fez mais Paulo Jorge dos Santos Rodrigues sair do sistema prisional. Foi ele quem provocou a
inserção de educação para os apenados, numa busca incansável conseguiu se constituir uma
figura de referência ao se falar de educação para o sistema prisional, e morreu em 06/04/2008.
Sendo esse elo de luta para garantia de educação, pois como ele colocou “A
cadeia é uma faculdade, cabe a cada um adaptá-la como teoria de vida, e não colocá-la em
prática. Mas este quadro poderá se inverter se houver “EDUCAÇÃO”, pois a mesma
transforma, eleva e dignifica o homem”.
Em 2001, Paulo Jorge dos Santos Rodrigues lança o seu livro editado pela gráfica
da Universidade Federal de Alagoas (EDUFAL), livro este, que foi prefaciado pelo Professor
Rogério Moura Pinheiro na época reitor da UFAL e apresentado pela Professora Maria José
Pereira Viana que naquele período era a Secretária Estadual de Educação. O autor também faz
homenagem em sua obra ao ex-secretário de justiça Rubens Quintella. As 56 poesia de sua
obra retratam da sua vida no cárcere aos seus anseios, ideais e objetivos.
A história de vida e de luta pela oferta de educação no sistema prisional motivou o
Conselho Estadual de Educação CEE-AL a homenagear o Educador Paulo Jorge dos Santos
Rodrigues em 2010.
Abaixo apresentamos a programação para um momento de formação realizado
pela rede estadual de educação em 2006 que exemplifica nossas colocações neste histórico.
APRESENTAÇÃO
O Projeto de Formação é de fundamental importância para implementação
da Formação Continuada dos professores da EJA.
Nossa prática, nossa formação e nossos referenciais didático-pedagógicos
serão alvo da nossa reflexão e, consequentemente, da melhoria da nossa atuação.
OBJETIVO
Desenvolver a formação continuada dos monitores reeducandos do
Sistema Prisional do Estado de Alagoas.
PROGRAMAÇÃO
27/09/2006
9h – Abertura
16
PROEJA – Rosineide Machado Urtiga - Coordenação das Ações da EJA na Rede –
PROEJA – SEE/AL
SEJUC – Paulo Jorge dos Santos Rodrigues Rodrigues – Gerente de Educação – SEJUC /
AL
9h e 30m – Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos
Maria Gerusa B. de Araújo
Assessora Pedagógica do PROEJA.
10h e 30m – Lanche
10h e 50m – Educação Carcerária no Estado de Alagoas.
Gerente de Educação SEJUC/AL – Paulo Jorge dos Santos Rodrigues
Rodrigues
11h – Oficina de Práticas Pedagógica.
Maria Genaura Vieira
Assessora Pedagógica do PROEJA.
12h – ALMOÇO
13h e 30m – Oficina de Práticas Pedagógica.
Maria Genaura Vieira
Assessora Pedagógica do PROEJA.
15h - Lanche
15h e 10m – Continuação da Oficina de Práticas Pedagógicas em Sala de Aula.
Maria Genaura Vieira
Assessora Pedagógica do PROEJA.
17h – Término das atividades com apresentação de vídeo: Poesias no Cárcere.
Eram atividades neste formato que se oferecia como instrumento de capacitação
para os apenados-monitores atuantes no sistema. A partir do PROJETO EDUCANDO PARA
A LIBERDADE, projeto este, fruto da parceria entre os Ministérios da Educação e da Justiça
e da representação da UNESCO no Brasil, com apoio do governo do Japão, que se constituía
enquanto principio de referência fundamental a construção de uma política pública integrada
e cooperativa tanto no âmbito da Educação de Jovens e Adultos, quanto no âmbito da
Administração Penitenciária. Que a Secretaria de Educação por meio, na época do seu
departamento PROEJA, começou a pensar em políticas educacionais que melhor atendessem
as pessoas privadas de liberdade. Outras ações que também contribuíram para o estado de
17
Alagoas começar a pensar na oferta de educação para o sistema prisional foram os seminários
nacionais.
O 1º Seminário Nacional pela Educação nas Prisões foi realizado em Brasília
entre os dias 12 à 14 de julho de 2006, como singular expressão dos esforços
que os Ministérios da Educação e da Justiça e a representação da UNESCO no
Brasil vêm envidando, no sentido de criar condições e possibilidades para o
enfrentamento dos graves problemas que perpassam a inclusão social de
apenados e egressos do sistema penitenciário.
O 2º Seminário Nacional pela Educação nas prisões foi realizado em
Brasília/DF, nos dias 30, 31/10 e 01/11/2007. Cerca de 200 participantes,
entre gestores, agentes, educadores e educandos, debateram e apresentaram
propostas para a implementação da política de educação de jovens e adultos
nas unidades prisionais (fonte portal dos fóruns EJA).
E o 3º seminário realizado em maio de 2012, também realizado em Brasília, foi
que consolidou as demais ações com a apresentação do dereto da Presidência
da República instituindo o Plano Estratégico para Educação no âmbito do
Sistema Prisional e dando as orientações necessárias para sua formulação.
De todos, este último seminário talvez tenha sido o mais importante no sentido de
provocar todos os entes federativos a pensar em políticas públicas educacionais qualitativas
para todos que estão sob privação de liberdade neste país. E acreditamos, este plano ser o
grande marco da mudança para uma nova história da educação para o sistema prisional
alagoano. Assim concluimos este pequeno resgate histórico nos apoiando mais uma vez em
nossa proposta que nos leva a reflexão que:
“A Educação de Jovens e Adultos, enquanto modalidade de ensino fundamental e
ensino médio, oferecida àqueles que não os concluíram na idade própria, não podem fugir a
essas orientações. Ao contrário, com maior razão, deverá garantir processos de
ressocialização que oportunizem aos adolescentes, adultos e jovens que a frequentam, a
superação de todos os preconceitos e desvalias que foram absorvendo ao longo da vida e
desenvolvam a competência humana na qual estarão incluídas as habilidades para o
trabalho, para o exercício da cidadania e para a continuidade de estudos daqueles que o
desejarem.” ( p. 27).
18
DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO EM PRISÕES NO ESTADO
a) Espelho Geral do Estado
1. Estabelecimentos Penais:
REFERÊNCIA – QUANTIDADE DE ESTABELECIMENTOS
PENAIS
QUANTIDADE COM
OFERTA DE
EDUCAÇÃO
PENITENCIÁRIAS 6 6
COLÔNIAS AGRÍCOLAS, INDÚTRIAS 1 0
CASAS DE ALBERGADOS 0 0
CADEIAS PÚBLICAS 1 0
HOSPITAIS DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO
PSIQUIÁTRICO
1 1
PATRONATO 0 0
TOTAL 8 7
2. População Carcerária1:
REFERÊNCIA – QUANTIDADE DE PRESOS NO SISTEMA
PENITENCIÁRIO
QUANTIDADE
PRESOS PROVISÓRIOS 1366
REGIME FECHADO 1123
REGIME SEMIABERTO 926
REGIME ABERTO 613
MEDIDA DE SEGURANÇA – INTERNAÇÃO 44
MEDIDA DE SEGURANÇA – TRATAMENTO AMBULATORIAL 0
PRESOS EM PENITENCIÁRIAS FEDERAIS 70
TOTAL 4142
3. População Carcerária:
REFERÊNCIA – CRIANÇAS EM COMPANHIA DA MÃE NOS
ESTABELECIMENTOS FEMININOS
QUANTIDADE
PENITENCIÁRIAS 0
COLÔNIAS AGRÍCOLAS, INDÚTRIAS 0
CASAS DE ALBERGADOS 0
CADEIAS PÚBLICAS 0
HOSPITAIS DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO 0
TOTAL 0
1 Dados obtidos da Gerência de Núcleo de Pesquisa e Estatística da SGAP de 15/10/2012
19
4. População Carcerária:
REFERÊNCIA – PESSOAS COM DEFICIÊNCIA QUANTIDADE EM SALA
DE AULA
PRESOS PROVISÓRIOS 1 0
REGIME FECHADO 1 0
REGIME SEMIABERTO 0 0
REGIME ABERTO 0 0
MEDIDA DE SEGURANÇA – INTERNAÇÃO 1 0
MEDIDA DE SEGURANÇA – TRATAMENTO
AMBULATORIAL
0 0
TOTAL 0 0
5. Agentes penitenciários:
VÍNCULO TRABALHISTA QUANTIDADE
CONCURSADOS 640
TERCEIRIZADOS 223
CARGOS COMISSIONADOS 57
TOTAL 920
ESCOLARIDADE QUANTIDADE
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 0
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 46
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO 0
ENSINO MÉDIO COMPLETO 665
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 0
ENSINO SUPERIOR COMPLETO 209
ENSINO ACIMA DE SUPERIOR COMPLETO 0
TOTAL 920
O setor de Recursos Humanos não possui os dados oficiais dos agentes graduados e pós-
graduados, pois o plano de cargos e carreira ainda não foi instituído. Desse modo, os
agentes penitenciários não atualizam os dados junto ao referido setor.
6. Educadores:
REFERÊNCIA – COORDENADORES
PEDAGÓGICOS/PEDAGOGOS
QUANTIDADE
CONCURSADOS 0
TERCEIRIZADOS 1
CARGOS COMISSIONADOS 0
TOTAL
1
20
REFERÊNCIA – PROFESSORES QUANTIDADE
CONCURSADOS 0
TERCEIRIZADOS 0
CARGOS COMISSIONADOS 0
TOTAL
0
REFERÊNCIA – MONITORES QUANTIDADE
CONCURSADOS 0
TERCEIRIZADOS 18
CARGOS COMISSIONADOS 0
TOTAL
18
7. Informações Adicionais:
REFERÊNCIA QUANTIDADE
VAGAS DE ENSINO OFERTADAS2 780
SALAS DE AULA 18
BIBLIOTECA 1
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA 0
SALAS EQUIPADAS PARA EAD 0
ÁREA PARA PRÁTICA DE ESPORTES 1
8. Perfil educacional dos presos:
NÍVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAÇÃO 501 19,78%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 1.623 64,07%
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 138 5,45%
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO 119 4,70%
ENSINO MÉDIO COMPLETO 118 4,66%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 16 0,63%
ENSINO SUPERIOR COMPLETO 18 0,71%
TOTAL 2533 100,00%
9. Oferta de Educação:
NÍVEL QUANTIDADE PERCENTUAL
ALFABETIZAÇÃO 333 13,15%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0%
2 Considerando o funcionamento, em alguns estabelecimentos penais, os três turnos.
21
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0%
ENSINO MÉDIO 0 0%
ENSINO SUPERIOR 0 0%
TOTAL 333 13,15%
10. Relação entre a demanda educacional e a oferta:
NÍVEL DEMANDA ATENDIMENTO PERCENTUAL DE
COBERTURA
ALFABETIZAÇÃO 501 333 66,47%
ENSINO FUNDAMENTAL 1.623 0 0%
ENSINO MÉDIO 257 0 0%
ENSINO SUPERIOR 133 0 0%
TOTAL 2.514 333 13,25%
11. Oferta da educação não-formal:
ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES
Oficina de teatro Ofertado pela própria SGAP
Informática básica SESI
Musicoterapia Ofertado pela própria SGAP
Combate às drogas Ofertado pela própria SGAP
Ciclo de palestras com temáticas
variadas
SEPAZ
SEBRAE
Instalador Hidrossanitário SENAI
Corte e Costura Ofertado pela própria SGAP
Marcenaria Ofertado pela própria SGAP
Serigrafia Ofertado pela própria SGAP
Marcenaria artesanal Ofertado pela própria SGAP
Decoupagem Ofertado pela própria SGAP
Biscuit Ofertado pela própria SGAP
Filé Ofertado pela própria SGAP
Tornearia Ofertado pela própria SGAP
Pintura em tecido/bordado/fuxico Ofertado pela própria SGAP
Tenerif Ofertado pela própria SGAP
12. Oferta de sala de Leitura/Biblioteca:
ESTABELECIMENTO POSSUI/NÃO
POSSUI
ACERVO
CASA DE CUSTÓDIA DA CAPITAL Não Não
CENTRO PSIQUIÁTRICO JUDICIÁRIO PEDRO Não Não
22
MARINHO SURUAGY
ESTABELECIMENTO PRISIONAL FEMININO SANTA
LUZIA
Não Não
NÚCLEO RESSOCIALIZADOR DA CAPITAL Sim Sim,
obsoleto.
PENITENCIÁRIA MASCULINA BALDOMERO
CAVALCANTE DE OLIVEIRA Não Não
PRESÍDIO DE SEGURANÇA MÉDIA CYRIDIÃO
DURVAL E SILVA Não Não
PRESÍDIO DESEMBARGADOR LUIZ DE OLIVEIRA E
SOUZA
Sim Sim,
obsoleto.
23
b) POR ESTABELECIMENTO PENAL
13. Perfil educacional dos presos:
DESCRIÇÃO
ESTABELECIMENTOS PENAIS
Estabelecimento Prisional
Feminino Santa
Luzia
Presídio Masculino
Baldomero
Cavalcanti de
Oliveira
Presídio de Segurança Média
Prof. Cyridião
Durval e Silva
Centro Psiquiátrico
Judiciário Pedro Marinho Suruagy
Núcleo
Ressocializador da Capital
Casa de Custódia
da Capital
Presídio de
Segurança Média
Des. Luiz de Oliveira Sousa
NÍVEL QUANT. PERC. QUANT. PERC. QUANT. PERC. QUANT. PERC. QUANT. PERC. QUANT. PERC. QUANT. PERC.
ALFABETIZAÇÃO 36 23,38% 199 25,25% 71 9,23% 36 34,95% 53 53,54% 34 8,56% 72 32,29%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 98 63,64% 471 59,77% 577 75,03% 58 56,31% 20 20,20% 279 70,28% 120 53,81%
ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 8 5,19% 36 4,57% 36 4,68% 4 3,88% 3 3,03% 33 8,31% 18 8,07%
ENSINO MÉDIO INCOMPLETO 3 1,95% 34 4,31% 37 4,81% 1 0,97% 8 8,08% 26 6,55% 10 4,48%
ENSINO MÉDIO COMPLETO 7 4,55% 34 4,31% 37 4,81% 3 2,91% 12 12,12% 22 5,54% 3 1,35%
ENSINO SUPERIOR INCOMPLETO 1 0,65% 5 0,63% 6 0,78% 1 0,97% 1 1,01% 2 0,50% 0 0%
ENSINO SUPERIOR COMPLETO 1 0,65% 9 1,14% 5 0,65% 0 0% 2 2,02% 1 0,25% 0 0%
TOTAL 154 100% 788 100% 769 100% 103 100% 99 100% 397 100% 223 100%
14. Oferta de Educação:
DESCRIÇÃO
ESTABELECIMENTOS PENAIS
Estabelecimento
Prisional Feminino Santa Luzia
Presídio Masculino
Baldomero
Cavalcanti de
Oliveira
Presídio de
Segurança Média
Prof. Cyridião Durval e Silva
Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro
Marinho Suruagy
Núcleo
Ressocializador da Capital
Casa de Custódia
da Capital
Presídio de
Segurança Média
Des. Luiz de Oliveira Sousa
NÍVEL QUANT PERC. QUANT PERC. QUANT PERC. QUANT PERC. QUANT PERC. QUANT PERC. QUANT
. PERC.
ALFABETIZAÇÃO 30 19,48% 107 13,58% 71 9,23% 17 16,50% 51 51,52% 0 0% 71 31,84%
ENSINO FUNDAMENTAL INCOMPLETO 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INCIAIS) 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS FINAIS) 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
ENSINO FUNDAMENTAL (TOTAL) 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
ENSINO MÉDIO (TOTAL) 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
ENSINO SUPERIOR 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
TOTAL 30 19,48% 107 13,58% 71 9,23% 17 16,50% 51 51,52% 0 0% 71 31,84%
24
15. Relação entre a demanda educacional e a oferta:
NÍVEL
ESTABELECIMENTOS PENAIS
Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia
Presídio Masculino
Baldomero Cavalcanti
de Oliveira
Presídio de Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e Silva
Centro Psiquiátrico
Judiciário Pedro
Marinho Suruagy
Núcleo
Ressocializador da
Capital
Casa de Custódia da
Capital
Presídio de Segurança
Média Des. Luiz de Oliveira Sousa
DEMAN-
DA ATEND
PERC.
COBER.
DEMA
NDA ATEND
PERC.
COBER.
DEMA
NDA ATEND
PERC.
COBER.
DEMA
NDA ATEND
PERC.
COBER.
DEMA
NDA ATEND
PERC.
COBER.
DEMA
NDA ATEND
PERC.
COBER.
DEMA
NDA ATEND
PERC.
COBER.
ALFABETIZAÇÃO 36 30 83,33% 199 107 53,77% 71 57 80,28% 36 17 47,22% 53 51 96,23% 34 0 0% 72 71 98,01%
ENSINO
FUNDAMENTAL 98 0 0% 471 0 0% 577 0 0% 58 0 0% 20 0 0% 279 0 0% 120 0 0%
ENSINO MÉDIO 11 0 0% 70 0 0% 73 0 0% 5 0 0% 11 0 0% 59 0 0% 28 0 0%
ENSINO
SUPERIOR 8 0 0% 39 0 0% 42 0 0% 4 0 0% 13 0 0% 24 0 0% 3 0 0%
TOTAL 153 30 19,61% 779 107 13,74% 763 57 7,47% 103 17 16,50% 97 51 52,58% 396 0 0% 223 71 31,84%
16. Oferta da educação não-formal:
ESTABELEDIMENTO PENAL ATIVIDADES OFERECIDAS PARCERIAS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia
FILÉ
Atividades ofertadas pela SGAP
CORTE COSTURA
FUXICO
DECOUPAGE
JARDINAGEM
Presídio Masculino Baldomero Cavalcanti de Oliveira
ENGENHARIA
HORTA
NUTRIÇÃO
Presídio de Segurança Média Prof. Cyridião Durval e Silva
FILÉ
MARCENARIA
HORTA
NUTRIÇÃO
SANEANTES
25
Núcleo Ressocializador da Capital
BISCUIT
CORTE COSTURA
MARCENARIA
MECÂNICA
ALMOXARIFADO
SERIGRAFIA
PADARIA
PRONTUÁRIO
TORNEARIA
ADMINISTRAÇÃO
FLORICULTURA
SERRALHARIA
Presídio de Segurança Média Des. Luiz de Oliveira Sousa
ARTESANATO
CONSTRUÇÃO CIVIL
ELETRICISTA
17. Exames de Certificação:
ESTABELEDIMENTO PENAL EXAME SUPLETIVO
ESTADUAL
ENCCEJA ENEM
Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia 56 0 Inscrições abertas de 15/10/12 a
05/11/12
Na edição de 2011 foram
inscritos 101 candidatos
Presídio Masculino Baldomero Cavalcanti de Oliveira 95 0
Presídio de Segurança Média Prof. Cyridião Durval e Silva 63 0
Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro Marinho Suruagy 13 0
Núcleo Ressocializador da Capital 21 0
Casa de Custódia da Capital 78 0
Presídio de Segurança Média Des. Luiz de Oliveira Sousa 78 0
26
Quadro 18 – Oferta de escolarização
Estabelecimento Escola Município Alfab. Ensino
Fund.
Ensino
Médio
Total Vagas População
Atual
% de
Atend.
Salas Turmas Professores
CASA DE
CUSTÓDIA DA
CAPITAL
Esc. Est.
Cel.
Francisco
Alves Mata
Maceió 34 279 59 372 0 397 0 0 0 0
OBSERVAÇÃO Este estabelecimento prisional é a porta de entrada de todos os presos que chegam ao Sistema Penitenciário. Por este motivo, não é viável a oferta de educação formal.
Ofertamos palestras e assistência religiosa.
CENTRO
PSIQUIÁTRICO
JUDICIÁRIO PEDRO
MARINHO
SURUAGY
Esc. Est.
Cel.
Francisco
Alves Mata
Maceió 36 58 5 99 40 103 16,50% 1 2 2
OBSERVAÇÃO Este estabelecimento prisional possui carteiras escolares e quadro. Sala de aula construída de alvenaria, com janelas (ampla ventilação). As carteiras estão em bom
estado de conservação. Quadro de giz, precisando substituição. Não possui banheiro, bebedouro, armários, e demais equipamentos necessários.
ESTABELECIMENTO
PRISIONAL
FEMININO SANTA
LUZIA
Esc. Est.
Cel.
Francisco
Alves Mata
Maceió 36 98 11 145 60 154 19,61% 1 3 3
OBSERVAÇÃO Este estabelecimento prisional possui carteiras escolares e quadro. Sala de aula construída de divisórias (abafada – possui um ventilador turbo). As carteiras e quadro
branco estão em bom estado de conservação. Não possui banheiro, bebedouro, armários, e demais equipamentos necessários.
NÚCLEO
RESSOCIALIZADOR
DA CAPITAL
Esc. Est.
Cel.
Francisco
Alves Mata
Maceió 53 20 11 84 140 99 52,58% 7 6 6
OBSERVAÇÃO
Este estabelecimento prisional possui carteiras escolares e quadro branco. Sala de aula construída de alvenaria, salas com pé direito alto, acústica ruim, iluminação
precária, pequenas e necessita de condicionador de ar em todas as salas. As carteiras e quadro branco estão em bom estado de conservação. Possui banheiro coletivo,
não possui bebedouro, não possui armários, e demais equipamentos necessários.
PENITENCIÁRIA
MASCULINA
BALDOMERO
CAVALCANTE DE
Esc. Est.
Cel.
Francisco
Alves Mata
Maceió 199 471 70 740 300 788 13,74% 5 6 6
27
OLIVEIRA
OBSERVAÇÃO
Este estabelecimento prisional possui carteiras escolares e quadro branco. Sala de aula construída de alvenaria, salas amplas, ventiladores tubos instalados em todas as
salas. As carteiras e quadro branco estão em bom estado de conservação. Não possui banheiro nas salas (existe um coletivo), possui bebedouro coletivo, não possui
armários, e demais equipamentos necessários.
PRESÍDIO DE
SEGURANÇA
MÉDIA CYRIDIÃO
DURVAL E SILVA
Esc. Est.
Cel.
Francisco
Alves Mata
Maceió 71 577 73 640 120 769 8,43% 2 6 6
OBSERVAÇÃO
Este estabelecimento prisional possui carteiras escolares e quadro branco. Sala de aula construída de alvenaria (adaptadas), salas pequenas e abafadas, ventiladores
tubos e bebedouros instalados em todas as salas. As carteiras e quadro branco estão em bom estado de conservação. Não possui banheiro nas salas (não existe um
coletivo), não possui armários, e demais equipamentos necessários.
PRESÍDIO
DESEMBARGADOR
LUIZ DE OLIVEIRA
E SOUZA
Secretaria
Municipal
de Educação
Arapiraca 72 120 28 220 120 223 31,84% 2
5 4
OBSERVAÇÃO
Este estabelecimento prisional possui carteiras escolares e quadro branco. Sala de aula construída de alvenaria (adaptadas), salas pequenas e abafadas, ventiladores
tubos instalados em todas as salas. As carteiras e quadro branco estão em bom estado de conservação. Não possui banheiro nas salas (não existe um coletivo), não
possui bebedouro, armários, e demais equipamentos necessários. Uma das salas é a biblioteca, mas é adaptada pra ter aula.
28
GESTÃO
As atividades de gestão não se concretizam positivamente de forma isolada no
contexto escolar, ainda mais quando se trata de uma ação voltada para uma especificidade
completamente atípica do cotidiano de uma escola convencional, desse modo o modelo de
gestão a ser seguido para a efetivação de uma política de escolarização qualificadora aos
privados de liberdade deve estar permeada dos princípios de gestão participativa, assim a
Secretaria Estadual de Educação junto com órgão responsável pela administração
penitenciária definiram suas competências que estão postas no Processo local nº 1800-
006296/2011.
5.1 ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE: SUPED/ GEEJA:
(Superintendência de Políticas Educacionais/ Gerência de Educação de Jovens e Adultos)
Propor políticas de educação no âmbito do sistema prisional acompanhado a
implantação e implementação das mesmas.
Fazer levantamento situacional da demanda prisional existente para ser inserida na
educação de jovens e adultos em todo Estado, garantindo atendimento a todos.
Promover momentos de socialização com as Coordenadorias Regionais para
articulação de políticas que atendam aos alunos nas diversas especificidades
apresentadas.
Articular, oferecer, executar de forma multisetorial e acompanhar todo processo
de seleção para os profissionais que farão parte do quadro funcional, para o
atendimento educacional em todo sistema.
Acompanhar metas e avanços propostos, estabelecer políticas para garantia de
continuidade à escolarização dos reeducandos egressos do sistema prisional.
Produzir material teórico, a partir de pesquisas e estudos apontados no campo da
educação de jovens e adultos e da educação carcerária, tomando como base os
encontros regionais, nacionais e internacionais, dos fóruns e das políticas do
MEC/SECAD/SETEC/MJ, para contribuir na elaboração do currículo e na
formação dos sujeitos da EJA
Buscar, formar e manter parcerias junto a outras instituições que possam somar na
qualidade do atendimento educacional, em todo sistema prisional
Abrir processo de compra e reprodução de material didático para os alunos.
SUGER: ( Superintendência de Gestão de Rede)
Organizar em parceria com as CREs, as escolas de referência escola penitenciária
outros setores e instituições competentes às formações: continuas e continuadas,
29
buscando sempre oferecer um referencial teórico/metodológico, tomando como
base o referencial curricular, as recomendações internacionais, as pesquisas e
estudos, as orientações do MEC/SECAD e MJ e legislação vigente no campo da
EJA e do sistema carcerário brasileiro, para que os diversos sujeitos da EJA
encontrem motivações para estarem na sala de aula.
Reunir-se sistematicamente com os técnicos pedagógicos das CREs e das escolas
de referência, para articular as formações e contribuir nas reuniões de socialização
e planejamento.
Monitorar as salas, acompanhar e intervir nas ações pedagógicas adotadas, quando
não estiverem de acordo com uma proposta que não atendam as expectativas dos
alunos e alunas.
Garantir a inserção de todos os alunos no censo escolar.
Acompanhar e participar, em parceria com a escola pólo, da escolha, entrega e uso
do livro didático.
Acompanhar todo processo de gestão da escola de referência dando suporte e
subsídios ao que for necessário.
CORDENADORIA ESPECIAL DE GESTÃO DE PESSOAS
Construir alternativas para formação e manutenção de um quadro de pessoal para
atendimento educacional em todo sistema carcerário de Alagoas e acompanhar a
chamada e a lotação desses profissionais, para atuação, de acordo com
levantamento apresentado pelos representantes do sistema prisional. Estando
sempre atenta as necessidades apresentadas de forma prioritária.
COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
Assumir a escola de referência garantindo toda assistência necessária
Atender a necessidade de pessoal por meio do seu setor de lotação. Junto a
Coordenadoria de gestão de pessoas da SEE
Apoiar a gestão da escola de referência.
Monitorar as salas, acompanhar e intervir nas ações pedagógicas adotadas, quando
não estiverem de acordo com uma proposta que não atendam às expectativas dos
alunos e alunas jovens e adultos em escolarização em todo sistema prisional
Articular as formações e contribuir nas reuniões de socialização e planejamento.
Coordenar a distribuição de material didático, merenda, e demais recursos quando
disponíveis.
Acompanhar e organizar junto as escola de referência à documentação dos alunos.
Articular quando necessário a matricula em escolas da nossa rede ao aluno(a) que
receba alvará e deseje continuar seu processo de escolarização.
30
ESCOLA DE REFERÊNCIA
Gerenciar as salas de aula vinculadas à escola
Garantir, organizar as matrículas dos alunos e acompanhar todo registro no diário
de classe, assegurando o cumprimento do calendário escolar e da matriz curricular
da EJA.
Declarar os alunos no censo escolar como alunos em extensão da escola.
Manter arquivo organizado com a documentação dos alunos e professores.
Oferecer espaço físico, quando necessário, para formações, reuniões, encontros,
etc., para os profissionais que atuam no sistema prisional.
Receber a freqüência dos profissionais, e encaminhar–la para as CRES.
Certificar os alunos concluintes e garantir matrícula na rede para continuidade da
escolarização em parceria com as CRES.
Comprar merenda e material didático e acompanhar a distribuição
Entregar o livro didático dos alunos distribuídos nas salas anexas
Visitar e inspecionar as salas de aula nos diferentes espaços onde estarão
distribuídas.
Atuar em parceria com a Gerência de Educação do Sistema Prisional.
SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA SOCIAL:
SUPERINTENDÊNCIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA
Incentivar os reeducandos para participação e freqüências nos cursos;
Disponibilizar funcionários da SGAP para acompanhar o trabalho pedagógico e
administrativo, junto com a assessoria da Gerência de Educação de Jovens e
Adultos, Gerência de Desenvolvimento das Práticas Pedagógicas e 14ª
Coordenadoria Regional de Educação;
Assegurar acompanhamento pedagógico; aos profissionais que estiverem atuando
no sistema prisional;
Responsabilizar-se pelos procedimentos de inscrição dos alunos nas turmas; e nos
exames a nível local e nacional;
Disponibilizar e organizar espaço físico adequado (iluminação, ventilação,
banheiro, acústica, espaçamento ente carteiras) para a realização das aulas;
Responsabilizar-se pela segurança dos profissionais da SEE, quando do exercício
de suas funções nas dependências das Unidades Penitenciárias de Alagoas;
Responsabilizar-se pela divulgação (folders e cartazes) das aulas;
Comparecer as reuniões promovidas pela Secretaria Estadual de Educação
Atuar em parceria com a escola de referência.
31
5.2 REGRAS E PROCEDIMENTOS DE ROTINA
A escola é o local destinado a propiciar ao reeducando o acesso à educação
formal, podendo também, ser ocupado para atividades diversas. É onde o reeducando
desenvolverá, principalmente, as suas atividades educacionais, utilizando-se de material para
estudo e tendo a presença do docente. Nesse local encontram-se, carteiras escolares e outros
materiais necessários ao desempenho da atividade educacional.
A escola deve funcionar em todos os turnos (matutino, vespertino e noturno), com
capacidade de atendimento mínimo de 15 e máximo 20 alunos por turma. O horário das aulas
será das 09h00 às 12h00 – matutino, das 13h00 as 16h00 – vespertino e das 18h00 as 21h00 –
noturno ou a critério da Unidade Prisional em acordo com a Gerência de Educação, não
podendo ser inferior às 3h/aula por turno.
A Gerência de Educação do Sistema Penitenciário informará a Unidade Prisional
à quantidade de vagas disponíveis para ofertar aos reeducandos, com suas respectivas etapas
de ensino.
A Unidade Prisional encaminhará relação dos reeducandos autorizados a
frequentar diariamente as aulas, composta de nome completo do reeducando, identificação
interna da unidade (alcatraz), situação jurídica (sentenciado ou sub-júdice), escolaridade,
módulo de convívio. Deve ainda, encaminhar cópias dos documentos disponíveis no
prontuário, ou na ausência de documento, informar oficialmente o serviço social para
providenciar a regularização da documentação do sujeito, pois do contrário o mesmo não
poderá permanecer na escola, uma vez que, para ser informado no Censo Escolar à
documentação é obrigatória. Principalmente no caso de emissão de documentos
comprobatórios de escolaridade.
De posse da relação autorizando a Gerência de Educação fazer a enturmação dos
alunos, indicando seus respectivos educadores. A GE providenciará a lista de Controle de
Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula para que o agente penitenciário adote os
procedimentos para encaminhar o reeducando para a sala de aula.
Cabem ao educador:
a) Atender o que estabelece o Termo de Conduta;
b) Está devidamente fardado com os uniformes disponibilizados pela SGAP;
c) Chegar à Unidade Prisional 30min antes do horário da aula;
d) Imediatamente a sua chegada na Unidade Prisional entregar ao agente
penitenciário Controle de Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula (modelo
abaixo) colocando, exatamente, o horário de sua chegada e rubricar;
e) Solicitar que o agente penitenciário assine o Controle de Entrada e Saída do
Reeducando na Sala de Aula, exatamente, no horário que os reeducandos forem
conduzidos para a sala de aula;
f) Solicitar que o agente penitenciário assine o Controle de Entrada e Saída do
Reeducando na Sala de Aula, exatamente, no horário que os reeducandos forem
retirados para a sala de aula;
32
g) Registrar no Controle de Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula,
quaisquer ocorrências que impeçam o desempenho das atividades educacionais;
h) Atestar a presença do reeducando rubricando no campo indicado do Controle de
Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula;
i) Anotar no Controle de Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula o motivo
das eventuais faltas dos reeducandos;
j) Anotar no Controle de Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula a
necessidade de obter quaisquer materiais pedagógicos;
k) Solicitar no Controle de Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula a
utilização de quaisquer equipamentos eletro-eletrônico, informando o dia e hora da
utilização;
l) Registrar no Controle de Entrada e Saída do Reeducando na Sala de Aula
sugestões e/ou reclamações, como também solicitação de material didático para aula
seguinte;
m) Entregar, diariamente, na Gerência de Educação o Controle de Entrada e Saída do
Reeducando na Sala de Aula;
n) Preencher de forma legível todos os campos indicados do Registro de Frequência
do Estudante Individual e colher as assinaturas dos reeducandos, diariamente.
o) Entregar na Gerência de Educação Registro de Frequência do Estudante
Individual, devidamente preenchido e assinado no 1º dia útil de cada mês subseqüente;
p) Preencher todos os registros escolares exigidos legalmente e mantê-los na
Gerência de Educação;
Cabem ao Agente Penitenciário:
a) Ter lista atualizada para conferência dos reeducandos em sala de aula e de
eventuais ausências;
b) Verificar previamente as condições de segurança do local;
c) Controlar o fluxo de movimentação dos reeducandos;
d) Controlar o material autorizado a entrar nas salas com os reeducandos e com os
docentes;
e) Controlar o acesso ao setor de reeducandos autorizados;
f) Permanecer em constante visualização das salas durante o período das atividades;
g) Liberar a entrada dos educadores após os reeducandos estarem nas salas;
h) Liberar a saída dos educadores antes de liberar a saída dos reeducandos;
i) Resguardar a integridade dos docentes e dos reeducandos;
j) Revistar o reeducando, quando solicitada a sua saída da sala de aula, assim como
quando do seu retorno;
k) Se não estiver responsável pela recondução dos reeducandos ao local de origem,
solicitar ao Fiscal para providenciar o retorno dos mesmos, auxiliando se convocado;
l) Verificar, ao final das atividades, as condições do local e de seus objetos,
relatando qualquer alteração no livro de ocorrências;
m) Devolver ao setor responsável pela guarda, chaves e equipamentos utilizados no
monitoramento da segurança.
33
Cabem à Gerência de Educação:
a) Encaminhar, oficialmente, o educador para a Unidade Prisional;
b) Informar o educador sobre as regras mínimas de segurança;
c) Entregar cópia do Termo de Conduta ao educador, cientificando-o das sanções
que o mesmo poderá sofrer na infração das regras;
d) Disponibilizar fardamento para os educadores;
e) Providenciar o material pedagógico solicitado pelos educadores e/ou coordenador
pedagógico (o projeto pedagógico deve ser apresentado previamente a Gerência de
Educação);
f) Entregar a educadora lista atualizada do Controle de Entrada e Saída do
Reeducando na Sala de Aula para conferência dos reeducandos em sala de aula;
g) Entregar por escrito qualquer notificação, informe, aviso ou lembrete às
educadoras;
h) Articular junto a Unidade Prisional a quantidade de alunos necessária para cada
turma;
i) Solicitar, previamente, autorização da Unidade Prisional para ter acesso na sala de
aula materiais pedagógicos que não esteja na rotina do educador, como também, ter
acesso equipamentos (aparelhos de TV, DVD, Som, Projetor) entre outros previstos
em projetos pedagógicos;
j) Solicitar autorização da Unidade Prisional para distribuição de livros aos
reeducandos;
34
MODELO DO CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DOS REEDUCANDO(A)S NA
SALA DE AULA
GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO DATA ____/_____/_____
CONTROLE DE SAÍDA E ENTRADA DE REEDUCANDOS PARA A ESCOLA
U.P. Santa Luzia / Sala de Aula Matutino / 1º segmento de EJA / 1ª etapa / Prof.ª Marilene
ORD NOME DO REEDUCANDO(A) PRONTUÁRIO MÓDULO/
ALOJ.
SIT.
JUR.
RUBRICA DO
EDUCADOR OBS.
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
OB
SE
RV
AÇ
ÕE
S
HORA DE CHEGADA DO EDUCADOR NA U.P.
( _____ : _____ )
ASSINATURA:__________________________
NOME: __________________________
MATRICULA:___________________________
Responsável pela SAÍDA dos Módulos
DATA: ______/_______/______ HORA:
ASSINATURA:__________________________
NOME: __________________________
MATRICULA:___________________________
Responsável pela SAÍDA da sala de aula
DATA: ______/_______/______ HORA:
35
5.3 GESTÃO DE PESSOAS
O quadro de profissionais encaminhado pela SEE para atuar no sistema prisional
sempre foi, e ainda continua sendo, bastante irregular, pois até hoje nunca houve nenhum tipo
de seleção específica para contratação desses profissionais. O quadro docente que atualmente
desenvolve as atividades educacionais não é composto por professores efetivamente
contratados via concurso público ou uma seleção especifica para atendimento dos privados de
liberdade, todos estão no regime de contratação temporária selecionado por meio de seleção
simplificada de monitores, situação esta que já se estende por um longo tempo. Neste
contexto temos uma oferta de educação com baixa qualidade por conta de dois fatores, o
primeiro, a falta de investimento na capacitação desses profissionais e, o segundo, a baixa
remuneração, pois ao contrário de outros entes federativos o estado de Alagoas ao invés de
pagar salários acrescidos de outros subsídios paga aos professores apenas um salário mínimo
sem considerar pelo menos o nível de escolaridade.
Porém, esta situação já está sendo discutida pela Diretoria Especial de Gestão de
Pessoas da SEE que esta providenciando a formação de uma comissão, para articular de forma
emergencial, uma seleção específica imediata, por tempo determinado, e consequentemente, a
oferta de um concurso público, garantindo a estes profissionais remuneração diferenciada
orientada por legislação.
A SEE está instituindo junto à jurisdição da 14ª Coordenadoria Regional de
Educação uma escola de referência voltada para atendimento da educação nas prisões. O
quadro de pessoal a ser formado, mesmo que por contratação temporária ou prestação de
serviços, será selecionado em parceria com a SGAP e SUPED e será composto de
coordenador pedagógico, professor atividade e professores de todas as disciplinas que
compõem a base nacional comum, licenciados em sociologia, arte cênicas e ciências da
computação ou congêneres. Enfatizando que o salário deverá contemplar difícil lotação e
vantagens pecuniárias condizentes com as especificidades do cargo. Como recomendado na
legislação apresentada:
● LEP ( Lei de Execuções Penais) LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHODE 1984.
● CNPCP RESOLUÇÃO Nº- 03, DE 11 DE MARÇO DE 2009. Dispõe sobre as
Diretrizes Nacionais para a Oferta de Educação nos estabelecimentos penais.
● CNE RESOLUÇÃO Nº 2, DE 19 DEMAIO DE 2010. Dispõe sobre as Diretrizes
Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de
liberdade nos estabelecimentos penais.
● DECRETO nº 7.626 de 24 de novembro de 2011 da presidência da república, que
institui o plano estratégico de educação no âmbito do sistema prisional.
Os agentes penitenciários são contratados através de concurso público e prestação
de serviço, porém não estão designados especificamente para atuar diretamente apoiando a
oferta de educação, fato este que prejudica cotidianamente as ações educacionais pela
concorrência nos demais serviços penais.
A SGAP está providenciando o aparelhamento da Escola Penitenciária que tem
como objetivo qualificar os profissionais do Sistema Penitenciário e uma das capacitações é a
36
preparação do agente penitenciário para trabalhar numa perspectiva de educador social.
Atualmente a Escola Penitenciária vem buscando junto ao setor de formação da Secretaria de
Educação parceria para ofertar as capacitações necessárias e apoio psicológico para os
educadores e agentes penitenciários.
ATUAL QUADRO DOCENTE da EJA (só é ofertado o 1º SEGMENTO)
UNIDADE
PRISIONAL TURNO EDUCADOR VÍNCULO CONTATO
Estabelecimento
Prisional
Feminino Santa
Luzia
Matutino Roseneide de
Araújo
Contratação
temporária/SEE
Vespertino Rita de Cássia
O. Santos Prestação de
serviço/SGAP
Penitenciária
Masculina
Baldomero
Cavalcanti de
Oliveira
Matutino Jerlane Maria
Ferreira da Silva
Contratação
temporária/SEE
Nádia Maria
Silva Lira Contratação
temporária/SEE
Vespertino Maria Leone S.
de Araújo
Contratação
temporária/SEE
Márcia Uchôa
Sampaio
Prestação de
serviço/SGAP
Presídio de
Segurança
Média Prof.
Cyridião Durval
e Silva
Matutino Adriana dos
Santos
Contratação
temporária/SEE
Ângela dos
Santos Almeida
Contratação
temporária/SEE
Vespertino Marcela Mª da
Conceição
CLT/SESI [email protected]
Marilene da S.
Ambrósio
CLT/SESI [email protected]
Noturno Mônica Maria
Correia dos
Santos
Contratação
temporária/SEE
Rosângela
Maria Souza
Silva
Contratação
temporária/SEE
Centro
Psiquiátrico
Judiciário Pedro
Marinho
Suaruagy
Matutino Martha Maria
de Souza
Contratação
temporária/SEE
Não utiliza e-mail
(82) 8850-5418
Vespertino Maricelia
Correia
Cassiano
Contratação
temporária/SEE
Não utiliza e-mail
(82) 88940436
Núcleo
Ressocializador
da Capital
Noturno Janieres
Ferandes de
Lima
Contratação
temporária/SEE
Não utiliza e-mail
(82) 8877-5109
Lilian Monique
de Lima
Contratação
temporária/SEE
Fabiana Cristina
Cabral da Silva
Contratação
temporária/SEE
Maria Gertudes
da Conceição
Contratação
temporária/SEE
Presídio de
Segurança
Matutino Vilma
Fernandes
Contratação
temporária/SEME
D/ARAPIRACA
Não utiliza e-mail
(82) 3539-2434
37
Média Desem.
Luis de Oliveira
Sousa
Hélia Santana Contratação
temporária/SEME
D/ARAPIRACA
Não utiliza e-mail
(82) 3539-2434
Vespertino Neide Contratação
temporária/SEME
D/ARAPIRACA
Não utiliza e-mail
(82) 3539-2434
Simone Santos Contratação
temporária/SEME
D/ARAPIRACA
Não utiliza e-mail
(82) 3539-2434
Vilma
Fernandes
Contratação
temporária/SEME
D/ARAPIRACA
Não utiliza e-mail
(82) 3539-2434
ATUAL QUADRO DOCENTE PREPARATÓRIO DO ENEM
UNIDADE
PRISIONAL TURNO EDUCADOR VÍNCULO CONTATO
Núcleo
Ressocializador
da Capital
Noturno
Romero José da
Silva Rodrigues
Júniro
(Matemática)
Voluntário
(Acadêmico
UFAL)
Alexandre da
Silva
(Artes/Literatur
a)
Contratação
temporária/SEE
om
Elizabete
Martins da Silva
(Português/Reda
ção)
Contratação
temporária/SEE
Não utiliza e-mail
(82) 8802-3918/9163-5396
Adenizilma
Maria Brandão
dos Santos
(História)
Contratação
temporária/SEE
Não utiliza e-mail
(82) 8736-9010
Anderson
Martins Basílio
(Geografia)
Contratação
temporária/SEE
Analúzia De
Amorim
Barbosa
(Filosofia/Socio
logia)
Contratação
temporária/SEE
Não utiliza e-mail
(82) 9444-4599/9154-6634
ATUAL QUADRO DO PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO – PBA
UNIDADE
PRISIONAL TURNO
ALFABETI
ZADOR VÍNCULO CONTATO
Núcleo
Ressocializador
da Capital
Noturno
Luciano Carlos
de Oliveira
Voluntário
(Reeducando) [email protected]
Luiz Alves
Santos
Voluntário
(Reeducando) [email protected]
Estabelecimento
Prisional Noturno
Hornela
Giurizatto
Libardio
Voluntário
(Reeducanda) [email protected]
38
Feminino Santa
Luzia
Penitenciária
Masculina
Baldomero
Cavalcanti de
Oliveira
Matutino
Evandro de
Almeida Paula
Voluntário
(Reeducando) [email protected]
Jadielson
Barbosa da
Silva
Voluntário
(Reeducando) [email protected]
Vespertino
Rafael Teixeira Voluntário
(Reeducando) [email protected]
Alexandre
Cardoso da
Silva
Voluntário
(Reeducando) [email protected]
39
5.4 REGISTROS ESCOLARES
Os registros escolares deverão estar sempre organizados de forma articulada entre
a unidade prisional e a escola de referência, da seguinte forma: O aluno é matriculado na
própria unidade prisional onde está cumprindo a pena, o processo é articulado pelo agente
penal e serviço social da unidade e encaminhado a Gerência de Educação do sistema
prisional, que por sua vez, em parceria com um profissional da SEE em atividade na gerência
providencia o preenchimento do formulário de matrícula onde junta à documentação do aluno,
formalizando assim sua matricula que é encaminhada para uma escola da rede que
provisoriamente serve como escola pólo. Após homologação da matrícula, pelo gestor e
secretário escolar, os alunos são declarados no censo, garantido dessa forma toda regularidade
exigida legalmente.
Com a criação da 1ª escola de referência voltada para atendimento aos privados de
liberdade outras formas de registros serão construídas e estarão apresentadas no Projeto
Político da escola, por enquanto a falta de uma normatização e de uma escola específica faz
com que os registros desses alunos sejam orientadas pelas resoluções do Conselho Estadual
de Educação que regulamentou a oferta de educação de jovens e adultos no estado através da
Resolução nº 18 de 2001, podemos ainda citar outros documentos orientadores, a exemplo da
portaria nº 762, publicada no Diário Oficial do Estado em 03 de agosto de 2012 que orienta o
processo de rematrícula, matricula adotada pela rede estadual de educação para EJA.
Inclui-se nessa condição também, os registros cotidianos em diário de classe, e
além desses existe na Gerência de Educação do Sistema Prisional um formato próprio de
também organizar os registros dos apenados que estão em salas de aula. Iniciando-se pela
abertura de uma pasta constando toda documentação envida a escola pólo, além de um
formulário de expediente intitulado Controle de Entrada e Saída que é preenchido e recolhido
diariamente com visto do agente penitenciário e do professor da turma, e de uma frequência
específica individual com assinatura do aluno e visto do professor, coordenador pedagógico,
do gerente de educação, do agente de serviços penais do Estabelecimento Penal e após coleta
de todas as assinaturas o Registro de Frequência do Estudante que é produzido em 3vias são
distribuído da seguinte forma, a 1ª via, vai para prontuário do reeducando na Unidade
Prisional para as providências pertinentes junto ao juizado de execução penal conforme
preceitua o art. 129 da LEP, a 2ª via, fica na pasta do aluno e 3ª via segue para SGAP que
também, encaminha cópia para atender o artigo mencionado.
Outra formas de organizar o registro do aluno se faz através de documentos
oficiais como:
Ficha individual
Permanece o preenchimento normal dos campos de frequência e desempenho
escolar.
40
Diários de classe
Deve ser registrado frequência, conteúdos, procedimentos metodológicos e
avaliação do processo ensino-aprendizagem.
Para os estudantes matriculados no 1º segmento da EJA, deverá ser utilizado o
Diário de Classe específico para essa fase do Ensino Fundamental;
Para os estudantes matriculados no 2º segmento do Ensino Fundamental e no
Ensino Médio na modalidade da EJA, deverá ser utilizado o Diário de Classe por
componente curricular;
Ata
Registrar os componentes curriculares na coluna específica e registrar que o
estudante está em progressão continuada, para os concluintes do 1º, 2º e 3º Período
(diurno) e 1º, 2º, 3º, 4º e 5º Período (noturno) com frequência igual ou superior a 75%
da carga horária letiva anual (Inciso VI, art. 24, LDBEN nº 9.394/96);
Registrar os pontos de cada componente curricular, obtidos após avaliação, na
coluna específica e efetuar a média global para os estudantes concluintes do 1º
Segmento: 4º Período (diurno) e 6º Período (noturno);
Registrar os pontos de cada componente curricular, obtidos após avaliação, na
coluna específica do 2º Segmento do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Histórico escolar
O resultado final de cada Período deverá ser registrado na linha específica.
A ficha descritiva também é uma forma de registro diagnóstico, principalmente,
para os alunos em processo de alfabetização.
41
5.5 ARTICULAÇÃO E PARCERIAS
No sistema prisional a Gerência de Reintegração Social tem a competência por
articular e firmar parcerias com diversos segmentos da sociedade civil organizada e outros
órgãos públicos a respeito disso pode-se colocar:
Atualmente contamos com diversas instituições parcerias atuando no Sistema
Penitenciário de Alagoas, sendo algumas na área de ensino: SESI, SENAI, e outras na área de
capacitação técnica, trabalho e renda: UFAL, DER, CASAL, CORREIOS. As primeiras são
voltadas para a oferta de cursos profissionalizantes para os reeducandos e as últimas são
voltadas para a oferta de vagas de trabalho para os reeducandos. Todas as parcerias estão
formalizadas através de TERMOS DE PARCERIAS firmados entre a SGAP e as instituições,
passando antes pelo crivo da Procuradoria Geral do Estado e posterior publicação no DOE.
Todo o trabalho de busca de parcerias é realizado quase que totalmente pela
SGAP através da Diretoria de Educação, Produção e Laborterapia e Gerência de Reintegração
Social.
As ações dos órgãos de execução penal ainda são muito tímidas, com raríssimas
intervenções.
A SGAP estará formalizando em breve Termo de Cooperação com a Escola
Residência Saúde para oferta de vagas para cursos voltadas para a área de saúde através do
EAD – Saúde, bem como, se encontra em estudo na Assessoria Técnica estudo para
contratação de estagiários nas mais diversas áreas, a fim de ampliar o leque de especialidades
e diminuir a carência de profissionais com habilitação e formação técnica. A idéia é realizar
um chamamento público para que as diversas instituições de ensino superior possam
manifestar interesse no credenciamento das suas escolas, ofertando assim, vagas para seus
alunos atuares nas Unidades Prisionais e demais setores da SGAP.
A escola penitenciária está em funcionamento e oferta diversos cursos para os
servidores efetivos e prestadores de serviços, porém, as instalações ainda são em pequeno
número, comportando no máximo 60 (sessenta) alunos por curso divididos em 02 (duas)
salas. A escola penitenciária oferta apenas capacitação para os servidores.
Assim sendo, o sistema prisional vem quase de forma isolada se mobilizando para
integrar e reintegrar os apenados em programas e projetos que visem inserção nos campos de
trabalho e educação. Porém, com a parceria da SGAP e SEE este cenário sofrerá alterações,
uma vez que, as atividades de educação formal e profissionalizante passou a ser competência
da SEE que também, por meio da intersetorialidade buscará parcerias para desenvolver suas
ações.
Este plano já é um exercício de parceria, articulado pela administração
penitenciária e Secretaria de Educação que tem como atividade integrar os vários segmentos
que atuam no campo do sistema prisional. Por isso, para este plano foram provocadas:
Fórum de EJA;
Fórum de Educação nas Prisões;
Conselho Estadual de Educação;
Setores da SGAP;
42
Setores da SEE;
Vara de Execução Penal;
Agenda Territorial.
Que poderá gerar uma articulação sistemática e permanente para formulação de
políticas voltadas às especificidades para a educação no âmbito do Sistema Prisional.
Após as diversas contribuições oferecidas ao plano, o mesmo será publicado no
D.O.E., publicado no Conjunto de Políticas Educacionais da SEE. E também ficará
disponibilizado no site da SGAP (www.sgap.al.gov.br) e da SEE (www.educacao.al.gov.br)
para as instituições e setores interessados. Será encaminhado também, um exemplar impresso
do plano para cada unidade prisional.
43
FINANCIAMENTO
É muito difícil falar em financiamento de educação para o público carcerário
alagoano quando o mesmo sempre possuiu uma oferta de educação ínfima em relação a sua
demanda, basta resgatar a história educacional do sistema prisional e constatar que o
atendimento sempre aconteceu em condições mínimas, beirando a precariedade total.
Infelizmente a oferta educacional no sistema prisional sempre se confundiu com a oferta dos
programas pontuais do Governo Federal e os recursos financeiros aplicados se resumiam ao
formato de cada programa implantado. Em análise a publicações do orçamento do governo
do estado constata-se que a Secretaria Estadual de Educação não apresenta disponibilidade de
recurso a ser aplicado especificamente na educação do sistema prisional.
Até 2011 os alunos apenados nunca foram declarados no censo escolar
provocando uma negativa na transferência de recursos por meio dos programas do governo
federal tais como FUNDEB, PDDE e PNAE. Isso também impediu o acesso dos alunos ao
PNLD-EJA e deixou de fora da rede de formação via PDE interativo os profissionais atuantes
no contexto educacional do sistema prisional. Porém, tais questões caminham para serem
resolvidas com implantação da escola de referência, enquanto os procedimentos legais para
que seja decretada a escola transite respeitando o processo burocrático os alunos matriculados
para o ano letivo 2012 foram declarados no censo da atual escola pólo, Escola Estadual
Coronel Francisco Alves Mata, para que não seja mais negado direitos adquiridos ao longo da
história de luta por isonomia e qualidade da EJA.
Diagnosticado os baixos investimentos no campo educacional do sistema prisional
e compreendendo que tais investimentos precisam de ampliação a Secretaria Estadual de
Educação através da Superintendência de Políticas Educacionais está se mobilizando no
sentido de tomar providências para uma urgente mudança da atual situação. E uma das
principais medidas será a constituição de um quadro pedagógico específico com remuneração
diferenciada, a garantia de compra de material didático para os alunos, de mobiliário e
equipamentos necessários para a sala de aula. Outra medida para captação de recurso está
sendo solicitada via o Plano de Ações Articuladas (PAR) com foco em três ações: a
capacitação dos profissionais que atuam direto e indiretamente no âmbito educacional dos
privados de liberdade, a compra de acervo bibliográfico para formação de bibliotecas nas
unidades prisionais e a construção de uma proposta pedagógica específica para educação de
jovens e adultos em privação de liberdade. Enfatizamos que as ações inseridas no PAR
deverão sempre ser construídas entre a Secretaria Estadual de Educação e o órgão responsável
pela administração penitenciária. Bem como o uso dos recursos que serão captados por meio
de transferência voluntária do Governo Federal serão acompanhados pela gestão da escola de
referência, gerência de educação do sistema prisional e pelo setor responsável pela prestação
de contas da 14ª CRE. Obedecendo ao que estiver proposto no PDE da escola e na legislação
vigente.
O atual investimento da Secretaria Estadual de Educação é no pagamento do
quadro de professores que estão em atividade nas unidades prisionais. Em relação aos custos
com a manutenção da gerência, setor específico na estrutura do sistema prisional, fica a cargo
44
da SGAP. Desse modo os recursos para o andamento das atividades educacionais são
advindos de convênios pactuados com o Governo Federal e do próprio tesouro estadual.
Enquanto recursos aplicados por meio de parcerias o sistema prisional conta como apoio do
SESI que investe em contratação de professor alfabetizador, material didático e acervo
bibliográfico. E o SENAI em contratação de instrutor e compra de equipamentos.
45
ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO FORMAL
A oferta de educação no sistema prisional segue as orientações da Gerência de
Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Estadual de Educação. Estas orientações cobrem
toda rede, porém no caso da oferta para os privados de liberdade as orientações precisam de
alguns ajustes que só poderão ser feitos mediante a normatização da educação de jovens e
adultos no âmbito do sistema prisional como prevê a Resolução nº 02 de 2010 do CNE. A
escola de referência, além de atender as especificidades apresentadas pelo sistema prisional
também terá como objetivo ser referência em estudos e pesquisas para atender a formação e
capacitação dos profissionais atuantes na educação nas prisões.
Dentre as orientações da GEEJA-SUPED-SEE podemos destacar as seguintes: os
estudantes egressos de turmas/programas de alfabetização também deverão ter seus estudos
validados, sendo reclassificados para o período que a avaliação diagnóstica assim o
recomende, pois os/as estudantes da EJA podem avançar nas suas trajetórias de estudos
próprios e diferenciados, mediante avaliação e reclassificação (Parágrafo único, art. 8º da
Resolução CEE/AL nº 18/2002).
O analfabetismo como consequência da exclusão social precisa ser erradicado
para saldar uma dívida histórica com a população alagoana. A alfabetização é uma
aprendizagem que deve ser desenvolvida desde o início do 1º Segmento do Ensino
Fundamental.
Quanto à estrutura e organização para o funcionamento das turmas da EJA no
sistema prisional o direcionamento são também orientados pela rede estadual que apresenta a
seguinte condição:
Para o 1º Segmento do Ensino Fundamental (anos iniciais) a duração mínima deve
ser de 1.600 (mil e seiscentas) horas;
Para o 2º Segmento do Ensino Fundamental (anos finais) a duração mínima deve
ser de 1.600 (mil e seiscentas) horas;
Para o Ensino Médio a duração mínima deve ser de 1.200 (mil e duzentas) horas;
Para a oferta do Ensino Fundamental integrado com a qualificação profissional e
para o Ensino Médio integrado com a Educação Profissional Técnica de Nível Médio,
reafirma-se a duração mínima de horas destinadas à educação geral, cumulativamente
com a carga horária mínima para a respectiva habilitação profissional, tal como
estabelece a Resolução CEB/ CNE nº 4/2005, e para o Pro Jovem, a duração
estabelecida no Parecer CEB/CNE nº 37/2006.
A organização do Ensino Fundamental incluindo a Alfabetização e do Ensino
Médio na modalidade da EJA acima descrita está disposta no quadro abaixo:
46
Educação Básica
(modalidade EJA)
Matrizes Curriculares3 em vigor para 2012
Diurno
Noturno
Período4 com
qualificação/
profissionalização
Etapa
(2010)
Fase
(2011)
Período
(2012)
Etapa
(2010)
Fase
(2011)
Período
(2012)
Diurno Noturno
Ensino
Fundamental
(idade mínima:
15 anos
completos)
1º
Segmento
(mínimo
de1600
horas)
1ª 1ª 1º 1ª 1ª 1º 1º 1º
2º 2º 2º 2º
2ª 2ª 3º 2ª 2ª 3º 3º 3º
4º 4º 4º 4º
3ª 3ª 3ª 5º 5º 5º
6º 6º 6º
7º
8º
2º
Segmento
(mínimo
de 1600
horas)
4ª 3ª 5º 4ª 4ª 7º 7º 9º
6º 8º 8º 10º
5ª 4ª 7º 5ª 5ª 9º 9º 11º
8º 10º 10º 12º
6ª 6ª 11º 11º 13º
12º 12º 14º
15º
16º
Ensino Médio
(idade mínima: 18 anos
completos)
(mínimo de 1200 horas)
1ª
1280
horas
1º 1ª
1280
horas
1º 1º 1º
2º 2º 2º 2º
2ª 3º 2ª 3º 3º 3º
4º 4º 4º
5º
6º
É importante destacar que a matrícula no 2º Segmento do Ensino Fundamental ou
no Ensino Médio, está condicionada à apresentação de documento que comprove estudos
anteriores. Caso o/a estudante não possua a documentação necessária, deverá ser avaliado
pela unidade escolar e classificado para o período adequado (art. 13, da Resolução CEE/AL nº
18/2002).
É obrigatória a frequência mínima de 75% do total da carga horária de cada
período/etapa/fase do Ensino Fundamental e do Ensino Médio para os/as estudantes
matriculados na modalidade da EJA (art. 14, da Resolução CEE/AL nº 18/2002).
Por ser uma modalidade do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, a EJA
deverá ser organizada com as mesmas áreas de conhecimento e componentes curriculares
obrigatórios, a base nacional comum
Ensino Fundamental (art. 15, Resolução CNE/CEB nº 7/2010)
I. Linguagens (Língua Portuguesa; Língua Materna, para populações indígenas;
Língua Estrangeira moderna; Arte; Educação Física)
II. Matemática (Matemática)
III. Ciências da Natureza (Ciências)
IV. Ciências Humanas (História; Geografia)
V. Ensino Religioso (Ensino Religioso)
47
Ensino Médio
I. Linguagens (Língua Portuguesa e Literatura, Arte, Educação Física, Língua
estrangeira moderna);
II. Matemática (Matemática);
III. Ciências da Natureza (Física, Biologia, Química);
IV. Ciências Humanas (Geografia, História, Filosofia, Sociologia).
Destaca-se que o 1º Segmento do Ensino Fundamental corresponde aos anos
iniciais e deve se caracterizar como fase de alfabetização e letramento. Nesse sentido, nos
primeiros períodos deve ser garantido ao/à estudante da EJA o domínio do código escrito
(codificação/decodificação).
A avaliação nas turmas da EJA é a mesma adotada para as Etapas da Educação
Básica em idade regular, ou seja:
Para o 1º Segmento (anos inicias) do Ensino Fundamental a avaliação será
formativa, sendo obrigatório: parecer descritivo individual e fichas descritivas
individuais, com progressão continuada entre as etapas, fases ou períodos do segmento
(Resolução CEB/CEE/AL nº 08/2007). Ao final do 1º Segmento haverá a avaliação
somativa, que considerará globalmente todos os componentes curriculares da matriz
curricular – média global, para aferir a promoção para o 2º Segmento do Ensino
Fundamental, constituindo-se a avaliação de caráter formativo e somativo.
Para o 2º segmento (anos finais) do Ensino Fundamental e o Ensino Médio a
avaliação será somativa por componente curricular.
Os estudantes matriculados na modalidade de EJA com dificuldades de
desempenho escolar deverão receber acompanhamento pedagógico direcionado para
superação das necessidades de aprendizagem diagnosticadas. As unidades escolares deverão
definir em seu regimento escolar e no projeto político pedagógico a forma de organização do
Ensino Fundamental e Ensino Médio na modalidade da EJA.
Destacamos que a vida escolar do estudante matriculado na modalidade da EJA
deve ser registrada nos documentos oficiais da escola, a exemplo de diário de classe, ficha
individual e ata específica.
As orientações apresentadas pela Gerência de Educação de Jovens e adultos –
GEEJA/SEE trata do processo burocrático da avaliação, porém o processo avaliativo precisa
também se permeado de concepções para que se torne um eficaz instrumento para educador-
educando e baseado nesse pensar vamos tomar como referência a proposta pedagógica para
educação básica de jovens e adultos do estado de Alagoas onde apresenta que o processo
avaliativo que pode de fato identificar o desenvolvimento do aluno necessita ser coerente
com os princípios que fundamentam e norteiam a prática pedagógica, desse modo:
“ A avaliação da educação básica tem de ser orientada por outra lógica, pela
lógica dos direitos, pela garantia do direito à cultura devida, ao convívio entre os pares de
mesma idade social e cultural, orientada pela lógica do desenvolvimento pleno dos educandos.
48
Nessa lógica não cabe a cultura da prova e da seletividade. Como reprovar em níveis de
desenvolvimento humano? Como estamos distantes dessa lógica que está presente na moderna
construção do campo da educação básica, universal, o campo democrático do direito a ser
humanos em plenitude! (Miguel Arroyo)
Uma nova perspectiva de avaliação exige do educador uma concepção de jovem e
adulto como sujeitos do seu próprio desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade
social e política. Seres autônomos intelectual e moralmente (com capacidade e liberdade de
tomar suas próprias decisões) críticos e criativos (inventivos, descobridores, observadores) e
participativos (agindo com cooperação e reciprocidade). Nessa dimensão educativa, os erros,
as dúvidas dos alunos, são considerados como episódios altamente significativos e
impulsionadores da ação educativa. Serão eles que permitirão ao professor observar e
investigar como o aluno se posiciona diante do mundo ao construir suas verdades. Nessa
dimensão, avaliar é dinamizar oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento
permanente do professor, que incitará o aluno a novas questões a partir de respostas
formuladas. (HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito & Desafio).
A avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo (como hoje é
concebida) para se transformar na busca incessante de compreensão das dificuldades do
educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento. Compreender as
dificuldade encerra, além disso, um princípio de descentração (Piaget, 1977) por pane do
educador. Pensar como o aluno pensa e porque ele pensa dessa forma, não é tarefa costumeira
dos professores. Na medida em que a ação avaliativa exerce uma função dialógica e interativa,
ela promove os seres moral e intelectualmente, tornando-os críticos e participativos, inseridos
no seu contexto social e político.
"Isto é, o diálogo é uma espécie de postura necessária, na medida em que
os seres humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como
a fazem e refazem. (...) Através do diálogo, refletindo juntos sobre o que
sabemos e não sabemos, podemos, a seguir, atuar criticamente para
transformar a realidade". (Freire, 1996)
Pensar em todas estas questões nos provoca (escola e professores) a repensar os
caminhos e os instrumentos da avaliação e ainda combiná-los com provas e exames que além
de identificar as competências em construção lhes possibilitem a tranquilidade ao enfrentar
situações em que terão de se submeter a provas, testes e exames, sem perder de vista que o
processo de avaliação e mesmo os instrumentos de medida (provas, exames e testes) serão
utilizados de tal maneira que sejam educativos, e que a meta é incentivar os educandos a
buscarem desempenhos crescentes em suas atividades escolares e sociais. Identificados os
conhecimentos, os pré-requisitos e as particularidades construídas serão, em seguida
comparados com os desafios ainda existentes para as aprendizagens a serem conseguidas no
processo educacional. Desta forma o professor e o aluno estarão informados das novas
exigências a serem respondidas pelo processo de ensino e aprendizagem.
Ao se construir a compreensão de que a avaliação e os possíveis exames, testes ou
provas a serem realizados são instrumentos para qualificar os processos de ensino e
aprendizagem, e que tanto o professor quanto o aluno devem ser parceiros nesse processo,
49
serão reduzidas as tensões que permeiam essas atividades. Estar-se-á construindo uma
avaliação que leva a uma ação transformadora dos processos de ensino-aprendizagem e o
crescimento humano dos educandos (p. 43 e 44).
Como estamos tratando do processo de educação formal não podemos deixar de
prevê Estratégias de Continuidade da Escolarização. Nesse momento, duas questões
precisam ser colocadas: a primeira, se refere a estratégias para garantir a continuidade à
escolarização do aluno que está cumprindo pena, para isto todas as etapas da educação básica
na modalidade EJA precisam ser ofertadas nas unidades prisionais. A segunda, se refere a
estratégias de continuidade para os alunos que recebam alvará de soltura durante o seu
processo de escolarização, para esta situação o serviço de reintegração social deverá com a
gerência de educação e a escola de referência fazer a transferência do aluno para a rede
pública de ensino, se preciso mediados pela 14ª Coordenadoria Regional de Educação ou
então expedir o histórico do aluno se for essa sua decisão.
50
ORGANIZAÇÃO DA OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E DA
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Considerando que a educação não formal designa um processo de formação para a
cidadania, de capacitação para o trabalho, de organização comunitária e também de conteúdos
escolares em ambientes diferenciados, podemos dizer que o sistema prisional em Alagoas
oferece algumas atividades nesse campo de educação, porém com um atendimento ainda em
número muito pequeno comparado com a população carcerária existente e desarticulado do
processo de educação formal, como exemplo, podemos citar o ciclo de palestras de combate
às drogas, sensibilização para o empreendedorismo, como também a disseminação da cultura
de paz e a ginástica laboral. Estas atividades poderiam estar sendo trabalha nas salas de aula,
mas acontecem paralelamente como atividade extraclasse.
Segundo a UNESCO a educação não formal se transformou nas últimas décadas
em um fenômeno crescente e a fez levar o conceito que faz deste modelo de educação para ser
tema da VI CONFITEA – “Educação ao longo da vida”, que em resumo se traduz como
educação que proporciona a arte de bem viver e conviver.
Assim, a educação não formal embora esteja fora do sistema regular de ensino,
pode e será mais eficaz se ligada à educação formal.
As atividades, atualmente, oferecida na lógica da educação não formal no sistema
prisional estão ligadas, principalmente, a laborterapia e envolve atividades tanto de
qualificação profissional como artísticas, culturais, esporte e lazer.
Pretendemos a partir deste Plano ampliar o atendimento da educação não formal,
principalmente, no tocante a qualificação profissional, vislumbrando como via de capitação de
recursos programas dos Governo Federal como: PROEJA e PRONATEC.
A seguir apresentamos um panorama das atividades oferecidas dentro do conceito
de educação não formal:
Atualmente temos 25 setores/oficinas funcionando no Complexo Prisional de
Maceió e Arapiraca, onde aproximadamente 14% da população carcerária alagoana
encontram-se envolvidas nestas atividades.
Oficinas:
1. MARCENARIA 13. JARDINAGEM
2. CORTE COSTURA 14. CONSTRUÇÃO CIVIL
3. SERIGRAFIA 15. HORTA
4. SANEANTES 16. PRÉ-MOLDADOS
5. PINTURA 17. MARCHETARIA
6. MECÂNICA 18. BISCUIT
7. PADARIA 19. ARTESANATO (ARAPIRACA)
8. MANUTENÇÃO 20. TORNEARIA
9. DECOUPAGE 21. NUTRIÇÃO
10. FILÉ
51
11. MARCENARIA ARTESANAL
12. TORNEARIA EM MADEIRA
A Laborterapia ainda conta com o Convênio FAZENDO ARTE que destina-se
a qualificar profissionalmente os reeducandos por meio do emprego de oficinas produtivas,
oferecendo cursos como decoupage, biscuit, tornearia em madeira, filé, bijuteria, bordado e
crochê.
RESUMO DO ATENDIMENTO DA LABORTERAPIA
MÊS POPULAÇÃO
CARCERÁRIA
QUANT. PRESO(A)S
ENVOLVIDOS
PERC.
ATENDIMENTO
JANEIRO/12 2075 243 11%
FEVEREIRO/12 2261 256 11%
MARÇO/12 2180 331 15%
ABRIL/12 2342 325 14%
MAIO/12 2417 312 13%
JUNHO/12 2149 378 18%
JULHO/12 2455 258 10%
QUADRO DA LABORTERAPIA POR ESTABELECIMENTO PENAL
JULHO – 2012
PRESÍDIO MASC. FEM.
TOTAL COND. PROV. COND. PROV.
PENITENCIÁRIA MASCULINA BALDOMERO
CAVALCANTE DE OLIVEIRA 30 14 - - 44 PRESÍDIO DE SEGURANÇA MÉDIA CYRIDIÃO
DURVAL E SILVA 18 40 - - 58 CASA DE CUSTÓDIA DA CAPITAL 02 14 - - 16 PRESÍDIO DESEMBARGADOR LUIZ DE OLIVEIRA E
SOUZA 19 03 - - 22 NÚCLEO RESSOCIALIZADOR DA CAPITAL 67 - - - 67 ESTABELECIMENTO PRISIONAL FEMININO SANTA
LUZIA - - 21 22 43 SEMI ABERTO 03 - 05 - 08
TOTAL GERAL 139 71 26 22 258
ENVOLVIDOS EM EDUCAÇÃO NÃO FORMAL POR ESTABELECIMENTO
PENAL
ESTABELECIMENTO PENAL ATIVIDADE QUANTIDADE
DE PRESO(A)
PENITENCIÁRIA MASCULINA BALDOMERO
CAVALCANTE DE OLIVEIRA
ENGENHARIA 11
HORTA 05
NUTRIÇÃO 01
17
PRESÍDIO DE SEGURANÇA MÉDIA CYRIDIÃO FILÉ 03
52
DURVAL E SILVA MARCENARIA 03
HORTA 05
NUTRIÇÃO 02
SANEANTES 01
14
PRESÍDIO DESEMBARGADOR LUIZ DE
OLIVEIRA E SOUZA
ARTESANATO 06
CONSTRUÇÃO CIVIL 06
ELETRICISTA 01
13
NÚCLEO RESSOCIALIZADOR DA CAPITAL
BISCUIT 10
CORTE COSTURA 03
MARCENARIA 11
MECÂNICA 03
ALMOXARIFADO 02
SERIGRAFIA 12
PADARIA 03
PRONTUÁRIO 02
TORNEARIA 02
ADMINISTRAÇÃO 01
FLORICULTURA 03
SERRALHARIA 01
53
ESTABELECIMENTO PRISIONAL FEMININO
SANTA LUZIA
FILÉ 08
CORTE COSTURA 10
FUXICO 07
DECOUPAGE 08
JARDINAGEM 02
35
53
FORMAÇÃO INICIAL E FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS
Falar em formação para atuar na Educação de Jovens e Adultos abre uma
discussão a respeito da formação inicial que ainda deixa grande lacuna no tocante a formação
de profissionais para atendimento a esta modalidade de educação. Essa condição já despertou
o movimento dos fóruns de EJA em todo Brasil, que junto a SECADI/MEC já realizaram três
seminários nacionais de formação de educadores de jovens e adultos, com o propósito de
incluir a EJA na grade curricular dos cursos de licenciatura fazendo com que cada vez mais a
EJA seja direcionada a pesquisa e extensão e assim provoquem um despertar dos institutos de
educação superior a assumir não somente a formação inicial como também a formação
permanente e continuada.
Com esta colocação podemos perceber que apesar de avanços a formação da EJA
ainda apresenta dificuldades, se isso é uma realidade que se volta para esses profissionais que
vão atuar nas redes públicas de ensino, imagine para os que atuam com a educação de jovens
e adultos privados de liberdade, neste caso as dificuldades são muito maiores e a dificuldade
de encontrar profissionais nas universidades e nas IES é muito maior, isso fica evidenciado
pela nula procura destas instituições apresentando interesse pelo menos de pesquisa. Diante
deste fato, os profissionais que são inseridos para atuação no campo educacional do sistema
prisional seja na área técnica pedagógica, para exercício de docência e até os agentes
penitenciários precisam de uma política de formação que garanta que estes profissionais só
sejam admitidos para o exercício de sua função após uma formação inicial e,
consequentemente, formações continuadas e permanente.
A Secretaria de Estado de Educação de Alagoas em sua estrutura possui na
Superintendência de Gestão de Rede SUGER o setor DIAPE (Diretoria de Apoio as Práticas
Educacionais) com três gerências: formação, currículo e práticas pedagógicas é esse
departamento que articulado com a SUPED/GEEJA/SEE, SGAP/GE/SEDS e Escola
Penitenciária irão buscar parcerias com a universidade Federal de Alagoas e com os demais
IES para instituir e garantir um processo de formação/capacitação permanente e qualitativo.
Na discussão acima, observamos que muitos esforços ainda precisam ser somados
para que se promova uma educação que atenda as necessidades e estrutura do sistema
prisional, porém é válido enfatizar que o quadro docente apresenta sérias fragilidades no
tocante à execução das aulas e, muitas vezes, os professores conduzem o processo
completamente desarticulados das reais necessidades dos sujeitos que estão sob privação de
liberdade, assim faz-se necessário que esses profissionais sejam capacitados para de fato
assumirem seu papel com consciência e competência. A seguir apresentamos uma proposta de
formação:
Público alvo: profissionais envolvidos direto e indiretamente com a educação dos
apenados.
54
Objetivos da formação:
1. Preparar o quadro pedagógico para compreender e atender as normas de segurança
e convívio do sistema prisional e sensibilizar os agentes penitenciários da
importância da escolarização para os sujeitos apenados.
2. Formar uma equipe técnica pedagógica com competências teóricas e
metodológicas para efetivar uma prática docente eficaz no processo de
ressocialização dos sujeitos encarcerados.
3. Fomentar nos profissionais que atuam na educação prisional o interesse pela
pesquisa sobre o processo de educação nas prisões.
4. Oferecer ao quadro técnico pedagógico, docente e aos agentes penitenciários uma
preparação emocional e psicológica para uma melhor atuação.
5. Provocar discussões para construção de uma proposta pedagógica e um currículo
apropriado para a educação prisional.
6. Qualificar os envolvidos no processo de educação formal oferecido em todo
sistema prisional.
Estrutura metodológica para a formação inicial dos profissionais que são
inseridos para atuação na EJA/PPL:
Carga horária: 40 horas.
Temas a serem trabalhados e sugestão metodológica
PROGRAMAÇÃO
DIA MANHÃ TARDE
segunda-feira Abertura com apresentações,
estrutura da escola de referência,
demais envolvidos na oferta de
educação prisional e Plano
Estadual de Educação nas Prisões
Painel sobre o sistema prisional
Alagoano e normas de segurança
nos presídios
terça-feira Mesa de apresentação com
interlocução.
Tema: marcos teóricos para oferta
da educação de jovens e adultos
privados de liberdade.
Palestra: ética na educação
prisional.
quarta-feira Oficina: A preparação psicológica
para desempenho das atividades
docente na prisão.
Oficina: A preparação psicológica
para desempenho das atividades
docente na prisão.
quinta-feira
Pensando um currículo para
educação dos privados de liberdade
com foco na educação profissional
Pensando práticas pedagógicas para
a educação prisional
sexta-feira Análise de experiências brasileiras
bem sucedidas em EJA nos
sistemas prisionais
Sugestões para os demais
momentos de formação
55
Formação continuada:
Esta deverá acontecer atendendo a cronograma previamente programado pela
escola de referência e Gerência de Educação que articulados com a SUPED/Diretoria de
Modalidades e Diversidades da Educação Básica, SUGER/DIAPE, 14ª Coordenadoria
Regional de Educação e Escola penitenciária que tomarão as providências em relação à
logística e parcerias necessárias para que a efetivação destes momentos sejam garantidos.
A Escola Penitenciária também propõe para formação a inserção da Educação
Ambiental em ambientes de cárceres poderá contribuir para despertar o interesse do
reeducando pelo estudo como também promover a educação formal, incluindo estudos sobre
direitos humanos tanto quanto viabilizar o acesso a cursos profissionalizantes através de
práticas de reciclagem, reutilização, reuso, dentre outros.
O acesso à educação nesse ambiente, além de ser um direito percebe-se fundamental para a
ressocialização do indivíduo preso. De acordo com Julião (2007, p. 1)
[...] ao investigar o papel da educação como programa de reinserção social
na política de execução penal, parto da reflexão que defende a hipótese de
que, no que concerne à reinserção social, a educação pode vir a assumir
papel de destaque, pois, além dos benefícios da instrução escolar, o preso
pode vir a participar de um processo de modificação capaz de melhorar sua
visão de mundo, contribuindo para a formação de senso crítico,
principalmente resultando no entendimento do valor da liberdade e
melhorando o comportamento na vida carcerária. (Ibidem)
Com a implantação da Educação Ambiental no cárcere, os reeducandos podem
sensibilizar-se e perceberem-se como agentes ativos, ao efetivarem ações que promovam a
construção de um meio ambiente mais equilibrado para as pessoas. É necessário despertar
neles a responsabilidade pela preservação do meio ambiente e garantir, inclusive, um mundo
melhor para as gerações futuras. Através do emprego de técnicas de manuseio de resíduos
sólidos existe a possibilidade de gerar emprego e renda, sendo esta uma alternativa viável para
a inclusão desses indivíduos no processo produtivo, dando-lhe oportunidade digna de
trabalho. Isso poderá ser possível através de convênios com ONGs, cooperativas de
reciclagem, dentre outros. A promoção da Educação Ambiental, Formal e em Direitos
Humanos em um sistema de cárcere contribuirá para a construção de saberes e a possibilidade
de inserção do egresso na sociedade.
Toda atividade humana gera resíduos que são descartados no meio ambiente sem
o mínimo de cuidado ou tratamento. Com esses cuidados é possível manter o ambiente mais
saudável. Faz-se míster, então, ações de Educação Ambiental para todos, inclusive nos
presídios, e a efetivação destas para viabilizarem a criação da consciência sobre a conservação
do meio ambiente. Essa atenção inclui os funcionários, os reeducando da instituição e seus
familiares. Quanto aos reeducandos, a finalidade é reinseri-los no mercado de trabalho ao
prepará-los para reciclar o que é descartado pela sociedade, gerando, assim, renda própria.
Ações ligadas à Educação Ambiental quando implantadas devem se estender a
parentes e amigos dos reeducandos, bem como funcionários do Sistema Penitenciário serão
potenciais multiplicadores de informações e atividades relacionadas ao tema. Percebe-se que
56
através da EA será possível desenvolver e manter projetos educacionais que deverão
contribuir de forma importante para a sustentabilidade do ambiente e para a inclusão social.
Por fim, implantar a Educação Ambiental em ambientes de cárcere, não deverá ser
uma tarefa fácil, porém com o empenho dos gestores e capacitação dos monitores será
possível desenvolver um ensino de qualidade no que diz respeito à Educação Ambiental.
57
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ATENDIMENTO À DIVERSIDADE
A SEE, através da Gerência de Diversidade, interligada à Superintendência de
Políticas Educacionais, com a intenção de respeitar o direito de todos, bem como, suas
características, necessidades e pluralidade (de gênero, étnico-racial, cultural, etc.) tem o
compromisso em dar suporte a toda Rede Estadual de Ensino com projetos, programas e
políticas que contemplem as necessidades apresentadas por sua demanda.
Desta forma, é de responsabilidade desta Gerência implantar e implementar
programas de formação continuada dos profissionais da educação a serem capacitados a fim
de trabalhar temas voltados a questões da diversidade. A partir da realização de oficinas e
palestras, os docentes deverão incluir nos seus planos de trabalho, tais temáticas e também
todos envolvidos no processo (gestores, agentes penitenciários etc.) se apropriarão desses
conhecimentos para evitar e reduzir toda espécie de preconceitos e discriminação, dentre
outras questões preconizadas na Resolução do CNE/CP nº 08/2012 que dispõe sobre as
Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos.
Assim, para que sejam desenvolvidos tais projetos e programas, faz-se necessária
a integração das Gerências de Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial para que
apresentem ações voltadas ao público privado de liberdade, bem como, atender a pessoas com
necessidades especiais. É preciso, ainda, para atender a educação formal no sistema prisional,
lotar profissionais com formação específica na Psicopedagogia e na área da Educação
Especial.
Destarte, vale salientar que esta necessidade seja instituída pela a Escola de
Referência para atender as especificidades dessa oferta de educação.
58
CERTIFICAÇÃO
Para divulgação da existência dos Exames de Certificação para as Pessoas
Privadas de Liberdade a Gerência de Educação do Sistema Penitenciária encaminha para
todas as Unidades Prisionais cópia da publicação dos editais, como também, realiza reuniões
com os reeducandos representantes dos módulos para explicar o que é cada exame,
entregando-lhes cópias dos editais e cartazes para serem afixados nos módulos de convívios
dos demais reeducandos.
O serviço social da Gerência de Educação faz a pesquisa corpo a corpo para saber
qual reeducando deseja participar dos Exames. Encaminha para o responsável da Unidade
Prisional para o mesmo verificar as questões de disciplina e periculosidade do indivíduo, para
no dia do Exame não ter nenhum problema.
A Gerência de Educação realiza reuniões com a Diretoria das Unidades Prisionais
cientificando-os da necessidade de preparar os agentes penitenciários que estarão de plantão
no dia dos exames, para não existir nenhuma dúvida é preparado um Plano de Ação para cada
Exame e enviado para todos os envolvidos.
Os candidatos são conduzidos para os ambientes que realizarão os exames com
antecedência de no mínimo duas horas. Lá eles recebem caneta, lápis, borracha (ou material
descrito nos editais) e duas garrafas de água mineral de 500 ml. O ambiente possui as carteiras
escolares adequadas, como também, iluminação e ventilação necessárias.
Tendo a definição de qual será a empresa aplicadora do exame a Gerência de
Educação provoca uma reunião para saber quais as pessoas que terão acesso ao Sistema
Penitenciário nos dias dos exames. Solicita-se cópia dos documentos e identificação dos
veículos para solicitar ao setor responsável autorização de acesso nos dias dos exames,
evitando desse modo atraso ou quaisquer transtornos.
Após aplicação, acompanhamento e coleta de resultados a Gerência de Educação
encaminha às Unidades Prisionais os resultados, solicitando a documentação do reeducando
aprovado para que a Gerência de Educação solicite a SEE a certificação do sujeito, parcial ou
total. Depois a certificação é acostada no prontuário do indivíduo e quando o juiz de execução
penal pede a vida carcerária do reeducando a certificação é encaminhada para análise e
deliberação quanto à remição ou pode ser entregue a família (a pedido) para as providências
legais que considerar importantes.
59
Cronograma do ENEM:
PRAZO DESCRIÇÃO RESPONSÁVEL
01/08/12 a 31/08/12 Coleta de dados dos reeducandos que
não possuem CPF
Serv. Social - SGAP
03/09/12 Leitura do Edital Enem publicado
D.O.U.
Gerência de Educação
04/09/12 a 05/09/12 Encaminhar edital para as U.
Prisionais
Gerência de Educação
10/09/12 a 28/09/12 Fazer adesão das Unidades Prisionais SGAP
05/09/2012 a 20/09/12 Divulgação da realização do Enem Serv. Social – SGAP
21/09/12 a 30/09/12 Encaminhar para GE relação dos
candidatos para o Enem
Unidades Prisionais
01/10/12 a 25/10/12 Fazer inscrições dos candidatos Gerência de Educação
26/10/12 Reunião com as Unidades Prisionais
para definir o Plano de Ação para
realização do Enem
Gerência de Educação
29/10/12 Encaminhar Plano de Ação para os
envolvidos na ação
Gerência de Educação
01/11/12 a 26/11/12 Adotar as providências do Plano de
Ação para os dias do Exame
Gerência de Educação
28/11/12 Reunião com a empresa concessionária
aplicadora do Exame
Gerência de Educação
04/12/12 a 05/12/12 Aplicação da prova Gerência de Educação e
Unidades Prisionais
28/12/12 Acompanhamento do resultado do
Exame
Gerência de Educação
03/01/13 e 04/01/13 Encaminhamentos dos resultados para
Unidades Prisionais
Gerência de Educação
Meta de inscrições ENEM
2012 2013 2014
8% da população 12% da população 16% da população
60
Cronograma do ENCCEJA:
PRAZO DESCRIÇÃO RESPONSÁVEL
01/08/12 a 31/08/12 Coleta de dados dos reeducandos que
não possuem CPF
Serv. Social – SGAP
02/01/13 Fazer adesão das Unidades Prisionais SGAP
02/01/13 Leitura do Edital ENCCEJA publicado
D.O.U.
Gerência de Educação
04/01/13 a 05/01/13 Encaminhar edital para as U.
Prisionais
Gerência de Educação
07/01/13 a 11/01/13 Divulgação da realização do
ENCCEJA
Serv. Social – SGAP
14/01/13 a 18/01/13 Encaminhar para GE relação dos
candidatos para o ENCCEJA
Unidades Prisionais
23/01/2013 à
15/02/2013
Fazer inscrições dos candidatos Gerência de Educação
19/02/2013 Reunião com as Unidades Prisionais
para definir o Plano de Ação para
realização do ENCCEJA
Gerência de Educação
25/02/2013 Encaminhar Plano de Ação para os
envolvidos na ação
Gerência de Educação
05/03/2013 Adotar as providências do Plano de
Ação para os dias do Exame
Gerência de Educação
25/03/2013 Reunião com a empresa concessionária
aplicadora do Exame
Gerência de Educação
02/04/2013
Aplicação da prova Gerência de Educação e
Unidades Prisionais
29/05/2013
Acompanhamento do resultado do
Exame
Gerência de Educação
31/05/2013 Encaminhamentos dos resultados para
Unidades Prisionais
Gerência de Educação
Meta de inscrições ENCCEJA
2012 2013 2014
0% da população 10% da população 20% da população
61
Cronograma dos Exames Estaduais (Supletivo):
PRAZO DESCRIÇÃO RESPONSÁVEL
01/08/12 a 31/08/12 Coleta de dados dos reeducandos que
não possuem CPF
Serv. Social – SGAP
Fazer adesão das Unidades Prisionais SGAP
21/09/12 Leitura do Edital SUPLETIVO
publicado D.O.U.
Gerência de Educação
24/09/12 Encaminhar edital para as U.
Prisionais
Gerência de Educação
24/09/12 a 11/10/12 Divulgação da realização do
SUPLETIVO
Serv. Social – SGAP
Até 05/10/12 Encaminhar para GE relação dos
candidatos para o SUPLETIVO
Unidades Prisionais
24/09/12 a 11/10/12 Fazer inscrições dos candidatos Gerência de Educação
15/10/12 Reunião com as Unidades Prisionais
para definir o Plano de Ação para
realização do SUPLETIVO
Gerência de Educação
16/10/12 Encaminhar Plano de Ação para os
envolvidos na ação
Gerência de Educação
05/11/12 Adotar as providências do Plano de
Ação para os dias do Exame
Gerência de Educação
19/11/12 Reunião com a empresa concessionária
aplicadora do Exame
Gerência de Educação
26, 27, 28/11/12 Aplicação da prova Gerência de Educação e
Unidades Prisionais
20/12/12 Acompanhamento do resultado do
Exame
Gerência de Educação
03/01/13 Encaminhamentos dos resultados para
Unidades Prisionais
Gerência de Educação
Meta de inscrições SUPLETIVO
2012 2013 2014
15% da população 25% da população 35% da população
62
INFRAESTRUTURA
DESCRIÇÃO
ESTABELECIMENTOS PENAIS
Estabelecimento
Prisional
Feminino Santa Luzia
Presídio
Masculino
Baldomero
Cavalcanti de
Oliveira
Presídio de
Segurança Média
Prof. Cyridião Durval e Silva
Centro
Psiquiátrico
Judiciário Pedro Marinho Suruagy
Núcleo Ressocializador
da Capital
Casa de Custódia da Capital
Presídio de
Segurança Média Des. Luiz de
Oliveira Sousa
Direção da escola 0 0 0 0 0 0 0
Sala de coordenação 0 0 0 0 1 0 0
Sala de professores 0 1 0 0 1 0 1
Sala de aula
1 3 2 1 7
1 Espaço
utilizado para
palestras,
assistência
religiosa e
exames
certificadores
3
Banheiro p/ servidores 0 0 0 0 1 (Coletivo) 0 0
Banheiro p/ reeducandos 0 1 (Coletivo) 0 0 1 (Coletivo) 0 0
Biblioteca 0 0 0 0 1 (Só Espaço) 0 0
Laboratório de informática 0 0 0 0 1 (Só Espaço) 0 0
Ventilador/Condicionador de ar 1 7 4 1 7 2 3
Aparelho de TV 0 0 0 0 0 0 0
Aparelho de DVD 0 0 0 0 0 0 0
Projetor 0 0 0 0 0 0 0
Notebook 0 0 0 0 0 0 0
Micro system 0 0 0 0 0 0 0
Caixa amplificadora de som com 0 0 0 0 0 0 0
63
microfone
Bebedouro 0 1 (coletivo) 2 (Gelágua) 0 0 0 0
Carteiras 20 60 40 20 140 25 60
Birô 1 3 1 1 0 0 3
Quadro 1 3 1 1 0 1 3
Armário 0 0 0 0 7 0 0
Estante 0 2 0 0 0 0 0
64
Os estabelecimentos penais de Alagoas não possuem biblioteca e laboratório de
informática, porém o Complexo Penitenciário de Maceió possui um equipamento instalado
denominado Indústria do Conhecimento, construído em parceira com o SESI, que possui dois
espaços, um para laboratório de informática e outro para biblioteca.
A estrutura física, com 100 m2 é composta de 10 computadores com acesso à
internet (acesso é limitado), sendo 01 para gestão da unidade, 24 lugares para leitura, pesquisa
e estudos e acervo com mais de 1500 títulos, abrangendo, em sua maioria, as diversas áreas do
conhecimento. Possui ainda, condicionadores ar tipo split com 30.000 BTU’s cada espaço,
visando proporcionar melhor conforto aos visitantes, aparelhos de TV, DVD e projetor
multimídia. O SESI tem a responsabilidade de renovar o acervo periodicamente, a cada 6
meses. O empréstimo do livro é feito mediante cadastro prévio do indivíduo e cada livro
emprestado, o sujeito assina um termo de responsabilidade, no qual contém as orientações
sobre a conservação dos livros e as sanções no caso de dano e extravio.
A Indústria do Conhecimento está disponível para atender reeducandos,
servidores e comunidade. Atualmente a única ação de fomento a leitura é a divulgação da
existência desse equipamento para os responsáveis dos Estabelecimentos Penais, no entanto
ainda não conseguimos fazer com que os livros cheguem às mãos dos reeducandos, devido à
falta de mão-de-obra na biblioteca, como também, dos agentes de segurança para acompanhar
na distribuição e controle dos livros.
65
MATERIAL DIDÁTICO E LITERÁRIO
Atualmente a Secretaria Estadual de Educação possui um programa de
distribuição de Kit de material escolar para todos os alunos da rede estadual, este programa se
estende aos alunos do sistema prisional que além de receber o kit escolar também recebe
outros materiais didáticos para subsidiar o processo educacional. Com a implantação deste
plano de educação existe previsão que os materiais que não poderão ser adquiridos pela escola
de referência por meio dos recursos advindos de transferência automática dos programas do
Ministério da Educação como PDE e o PDDE serão comprados pela Secretaria de Educação e
repassados ao sistema por meio da Escola de Referência mediados pelo monitoramento da
Gerência de Educação do sistema prisional. Os materiais didáticos adquiridos por meio de
convênios e parcerias firmados por intermédio da administração penitenciária deverá ser
socializado com a gestão da escola.
Em relação à distribuição de livro didático os alunos do sistema prisional não
estavam sendo declarados no censo escolar até 2011. Com isso os livros do PNLD EJA não
chegavam diretamente aos alunos, porém a Gerência de Educação junto a Secretaria de
Educação tem contemplado os alunos com livros da reserva técnica, tanto na modalidade EJA
quanto no ensino convencional como um todo. Com as informações da matrícula desses
alunos no censo escolar o problema será resolvido, tal medida já foi providenciada com
inclusão dos alunos no censo escolar 2012.
Quanto à distribuição e uso de material didático ao aluno, em algumas unidades
fica acessível apenas durante a execução da aula, não podendo o mesmo sair da sala de aula
de posse de nenhum desses materiais, em outras os alunos tem livre acesso aos seus materiais.
Esta distorção se relaciona a falta de um regimento interno que padronize uniformemente
regras e normas para todas as unidades, documento este que está sendo construído pela
administração penitenciária. Quanto o acesso a material literário o sistema prisional não tem
acesso aos programas federais direcionados a construção de acervo literário, embora a
Secretaria de Educação tenha encaminhado para o MEC, pela segunda vez, ação nesse
sentido. Com a implantação da Escola de Referência existirá possibilidades futuras de
aquisição de acervo literário.
Atualmente a Gerência de Educação do sistema prisional também tem produzido
junto aos professores, material didático, principalmente, para preparatório para o ENEM.
66
REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO
As aulas no Sistema Penitenciário Alagoano são registradas de duas formas,
através do Controle de Saída e Entrada do reeducando em sala de aula, nesse instrumento o
educador registra a hora que chegou a unidade prisional e o agente penitenciário registra a
hora que o aluno vai pra sala de aula. No mesmo instrumento o educador rubrica a presença
de cada aluno ou o motivo de sua ausência. Ao final da aula o agente penitenciário registra a
hora do término e o educador entrega o Controle de Entrada e Saída do Aluno a Gerência de
Educação, onde é arquivado diariamente, por turma formada. A outra forma é o Registro de
Frequência do Estudante – RFE, onde o aluno assina diariamente sua presença em três vias
carbonadas, o educador atesta com sua rubrica e no final do mês o RFE é conferido e assinado
pelo Coordenador Pedagógico, pela Gerência de Educação, Serviços Penais da Unidade
Prisional e após as respectivas assinaturas o RFE é acostado ao prontuário do reeducando e
quando o Juizado de Execução Penal solicita a vida carcerária do indivíduo a Unidade
Prisional deve informar a quantidade de horas registrada no RFE, caso haja alguma dúvida, a
Gerência de Educação pode informar também, tendo em vista que fica uma via do RFE na
pasta do aluno.
Atualmente, qualquer atividade que o reeducando participe, seja oficina de teatro,
palestras, informática básica, entre outras são registradas através do RFE ou declaração de
participação e acostado na pasta do reeducando tanto na Unidade Prisional como na Gerência
de Educação. Fica a critério do Juizado de Execução Penal se o indivíduo terá o tempo remido
ou não.
67
ATENDIMENTO ÀS CRIANÇAS
Em Alagoas só existe um estabelecimento penitenciário destinado a população
carcerária feminina. Assim que se suspeita que a mulher esteja grávida, imediatamente ele é
transferida para o módulo das gestantes e parturientes. Nesse momento são realizados os
exames para a constatação da gravidez. Após o nascimento das crianças, mãe e filho, são
mantidos nesse módulo específico, denominado berçário. As crianças permanecem com as
mães, até os 06 (seis) meses de idade, podendo ser prorrogado pelo juiz de execução penal por
mais 06 (seis).
Atualmente a SGAP está desenvolvendo um projeto de manutenção e ampliação do
Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia que contemplará a construção de uma
creche, conforme a LEP prevê.
68
ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
A SEE possui uma atuação direta no sistema prisional por meio da
Superintendência de Políticas Educacionais/Diretoria de Modalidades e Diversidades da
Educação Básica/ Gerência da Educação de Jovens e Adultos que por portaria intersecretarial
nº 01/2012 publicada no diário oficial do estado em 24 de agosto de 2012 designou um
servidor da Superintendência citada para acompanhar a implantação e implementação das
políticas educacionais inclusive deste plano no âmbito do sistema prisional.
A Secretaria Estadual de Educação deverá acompanhar e monitorar todo
atendimento educacional com base no mesmo formato que rede estadual de ensino funciona.
Secretaria Estadual de Educação
Superintendências
SUPED/SUGES/SUGER
Coordenadoria
Regional de Educação Escola de Referência
A escola de referência não atenderá processo de gestão democrática ficando desse
modo a Superintendência de Gestão de rede em pensar um formato para constituição de um
conselho escolar para atuar nas decisões em coletividade com a administração penitenciária.
Assim quando esta escola estiver em atividade todo seu gerenciamento se dará permeado pela
legislação vigente, ficando os órgãos competentes responsáveis pela fiscalização de aplicação
dos recursos e das ações propostas.
Como este plano está sendo um importante instrumento para organização da
oferta de educação no sistema prisional as ações nele propostas serão acompanhadas e
avaliadas pela Secretaria Estadual de Educação, pela administração penitenciária e também
terão a função de acompanhar e avaliar as ações educacionais para os privados de liberdade os
fóruns de educação de jovens e adultos, de educação prisional e da diversidade.
A administração penitenciária viabilizará o acesso dos educadores e/ou
fiscalizadores designados pela Secretaria de Educação, como também acompanhará a
freqüência dos educadores e alunos nas aulas.
Diariamente, a Gerência de Educação acompanha a situação de cada turma,
verificando, horário que o educador chega à Unidade prisional, horário que o agente
penitenciário atende o educador, horário de início e término das aulas, quantidade de alunos
matriculados na turma e quantidade de alunos da turma em sala de aula. Todo dia é passado,
para o Gestor maior do sistema penitenciário, resumo do atendimento educacional de cada
turma. E mensalmente, é enviado relatório informando detalhadamente a situação educacional
de cada unidade prisional, quantidade de turmas, quantidade alunos, frenquência de alunos e
educadores, principais dificuldades, sugestões para saná-las e gráficos com percentuais de
atendimento por unidade, por município e geral. Além dessas informações são passados no
relatório os atendimentos não formais e a quantidade de dias letivos previstos e realmente
efetivados por turma.
69
A partir deste plano os relatórios serão divulgados nos sites oficiais da
administração penitenciárias (www.sgap.al.gov.br) e da Secretaria de Educação
(www.educacao.al.gov.br).
70
PLANO DE AÇÃO
META I – AMPLIAÇÃO DA MATRÍCULA DE EDUCAÇÃO FORMAL
1. Resultados previstos:
1.1. Quantidade de presos e presas matriculados na educação básica:
NÍVEL QUANTIDADE
Ensino fundamental (1º segmento EJA) 333
Ensino médio 0
Preparatório para o Supletivo (Ens. Fundamental) 18
Preparatório para o Enem 26
Total 377
1.2. Percentual de crescimento do número de matrículas na educação básica:
NÍVEL PERCENTUAL
2013
PERCENTUAL
2014
Ensino fundamental (1º/2º segmento EJA) 25% 35%
Ensino médio 50% 50%
1.3. Quantidade de estabelecimentos com oferta de educação básica:
Nº ESTABELECIMENTOS QUANT. COM OFERTA
07 06
1.4. Percentual de crescimento no número de estabelecimentos com oferta de educação
básica:
O Complexo Penitenciário Alagoano atualmente oferta educação básica em todos
estabelecimentos penais, exceto na Casa de Custódia da Capital, uma vez que esta unidade
recebe os presos das delegacias, ficando com os mesmos na unidade num período de
aproximadamente 40 (quarenta) dias.
2. Ações que serão desenvolvidas para alcançar os resultados previstos:
AÇÃO QUANTIDADE ESTABELECIMENTO
PENAL
CRONOGRAMA
Construção de sala de
aula
02 Estabelecimento
Prisional Feminino
Santa Luzia
2014
05 Presídio de Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e Silva
2014
71
Reforma de sala
01 Estabelecimento
Prisional Feminino
Santa Luzia
2013
05 Presídio Masculino
Baldomero Cavalcanti
de Oliveira
2013
02 Presídio de Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e Silva
2013
01 Centro Psiquiátrico
Judiciário Pedro
Marinho Suruagy
2013
07 Núcleo Ressocializador
da Capital
2013
02 Presídio de Segurança
Média Desembargador
Luiz de Oliveira Sousa
2013
Aquisição de carteiras
50 Estabelecimento
Prisional Feminino
Santa Luzia
2014
100 Presídio de Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e Silva
2014
Aquisição de mesas
03 Estabelecimento
Prisional Feminino
Santa Luzia
2013
05 Presídio Masculino
Baldomero Cavalcanti
de Oliveira
2013
07 Presídio de Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e Silva
2013
01 Centro Psiquiátrico
Judiciário Pedro
Marinho Suruagy
2013
07 Núcleo Ressocializador
da Capital
2013
02 Presídio de Segurança
Média Desembargador
Luiz de Oliveira Sousa
2013
Abertura de novas
turmas
05 Presídio Masculino
Baldomero Cavalcanti
de Oliveira
2013
02 Estabelecimento
Prisional Feminino
Santa Luzia
2014
05 Presídio de Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e Silva
2014
72
Contratação de agentes
penitenciários
Está tramitando no Estado o Processo nº 1204-24/2011 para
concurso público de 550 vagas para agente penitenciário. E
ainda, o Processo nº 2100-773/2012 para contratação
temporária imediata (Processo de Seleção Simplificada – PSS)
400 vagas para guarda prisional e 560 para cadastro de reserva.
2.1. Continuação da ação.
AÇÃO QUANTIDADE CRONOGRAMA
Implantação da Escola de Referência 01 2013
Contratação de pedagogos 08 2013
Contratação de diretor da escola 03 2013
Contratação de secretário escolar 01 2013
Contratação de auxiliar administrativo 09 2013
Contratação de serviços gerais 03 2013
Contratação de merendeira 03 2013
Contratação de vigilante 04 2013
Contratação de motorista 02 2013
Contratação de técnico pedagógico para
laboratório de informática
02 2013
Contratação de técnico pedagógico para
laboratório de informática
08 2014
Contratação de bibliotecário ou congênere 02 2013
Contratação de bibliotecário ou congênere 08 2014
Contratação de professor atividade 30 2013
Contratação de professor disciplina 40 2013
Regulamentação por meio de normatização
específica do Conselho Estadual de Educação
01 2013
Publicação do Termo de normas de conduta do
profissional de educação no Sistema
Penitenciário Alagoano por meio da SGAP
01 2013
Publicação de documento estabelecendo a
Rotina da Educação no Sistema Penitenciário
Alagoano por meio da SGAP
01 2013
73
META II – AMPLIAÇÃO DE OFERTA DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
1. Resultados previstos:
1.1. Presos e presas envolvidos em atividades de educação não formal:
ESTABELECIMENTO PENAL ATIVIDADE QUANTIDADE
DE PRESO(A)
PENITENCIÁRIA MASCULINA BALDOMERO
CAVALCANTE DE OLIVEIRA
ENGENHARIA 11
HORTA 05
NUTRIÇÃO 01
17
PRESÍDIO DE SEGURANÇA MÉDIA CYRIDIÃO
DURVAL E SILVA
FILÉ 03
MARCENARIA 03
HORTA 05
NUTRIÇÃO 02
SANEANTES 01
14
PRESÍDIO DESEMBARGADOR LUIZ DE
OLIVEIRA E SOUZA
ARTESANATO 06
CONSTRUÇÃO CIVIL 06
ELETRICISTA 01
13
NÚCLEO RESSOCIALIZADOR DA CAPITAL
BISCUIT 10
CORTE COSTURA 03
MARCENARIA 11
MECÂNICA 03
ALMOXARIFADO 02
SERIGRAFIA 12
PADARIA 03
PRONTUÁRIO 02
TORNEARIA 02
ADMINISTRAÇÃO 01
FLORICULTURA 03
SERRALHARIA 01
53
ESTABELECIMENTO PRISIONAL FEMININO
SANTA LUZIA
FILÉ 08
CORTE COSTURA 10
FUXICO 07
DECOUPAGE 08
JARDINAGEM 02
35
1.2. Percentual de crescimento das atividades não formais por estabelecimento penal:
Nº ORD. ESTABELECIMENTO PENAL 2013 2014 1. Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia 10% 15%
2. Presídio Masculino Baldomero Cavalcanti de Oliveira 10% 15%
3. Presídio de Segurança Média Prof. Cyridião Durval e Silva 10% 15%
4. Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro Marinho Suruagy 10% 15%
74
5. Casa de Custódia da Capital 10% 15%
6. Núcleo Ressocia lizador da Capital 10% 15%
7. Presídio de Segurança Média Des. Luiz de Oliveira Sousa 10% 15%
Embora esteja previsto aumento na oferta da educação não formal as ações a serem desenvolvidas
futuramente, dependerão de parcerias entre a SGAP e instituições afins.
75
META III – AMPLIAÇÃO DE OFERTA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
1. Resultados previstos:
1.1. Embora existam programas e projetos a nível local e nacional que possam ser atrelados a educação formação
para a qualificação profissional do reeducando(a), ainda não houve nenhuma oferta de educação voltada à
atender esse objetivo.
1.2. Através deste Plano a Secretaria de Estado Educação será provocada em pensar num projeto junto a
Diretoria de Educação Profissional, para que a oferta deste modelo de educação seja efetivada ao público em
questão.
1.3. Percentual de crescimento no número de estabelecimentos com oferta de qualificação profissional:
AÇÃO ESTABELECIMENTO PENAL 2013 2014
Educação
formal com
qualificação
profissional
Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia 0% 10%
Presídio Masculino Baldomero Cavalcanti de Oliveira 0% 10%
Presídio de Segurança Média Prof. Cyridião Durval e Silva 0% 10%
Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro Marinho Suruagy 0% 10%
Casa de Custódia da Capital 0% 10%
Núcleo Ressocia lizador da Capital 5% 15%
Presídio de Segurança Média Des. Luiz de Oliveira Sousa 0% 10%
76
META IV – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE INSCRITOS NOS EXAMES DE
CERTIFICAÇÃO
No item 11 da Certificação foi apresentado o planejamento anual com as
indicações de crescimento no número de inscritos nos exames de certificação a nível local e
nacional.
1. Resultados previstos baseado nos dados da população carcerária do regime fechado em
15/10/2012 – fonte Gerência de Núcleo de Pesquisa e Estatística – GNPE/SGAP:
1.1. Quantidade de inscritos no ENEM
2012 2013 2014
202 inscritos 303 inscritos 405 inscritos
1.2. Percentual de crescimento no número de inscritos para o ENEM.
2012 2013 2014
8% da população carcerária 12% da população carcerária 16% da população carcerária
1.3. Quantidade de inscritos no ENCCEJA.
2012 2013 2014
0 253 506
1.4. Percentual de crescimento no número de inscritos para o ENCCEJA.
2012 2013 2014
0% da população carcerária 10% da população carcerária 20% da população carcerária
1.5. Quantidade de inscritos no Exame Estadual (Supletivo):
2012 2013 2014
404 633 886
1.6. Percentual de crescimento no número de inscritos para Exame Estadual
(Supletivo):
2012 2013 2014
15% da população carcerária 25% da população carcerária 35% da população carcerária
77
META V – AMPLIAÇÃO NO NÚMERO DE BIBLIOTECAS E DE ESPAÇOS DE
LEITURA
1. Resultados previstos:
1.1. Quantidade de estabelecimentos penais com biblioteca ou espaços de leitura:
1.2. Percentual de crescimento no número de estabelecimentos penais com bibliotecas
e/ou espaços de leitura:
2. Ações que serão desenvolvidas para alcançar os resultados previstos:
AÇÃO
QUANTIDADE/ESTABELECIMENTO PENAL
CR
ON
OG
RA
MA
Estabelec
imento Prisional
Feminino
Santa Luzia
Presídio
Masculino
Baldomero
Cavalcanti
de Oliveira
Presídio de
Segurança Média Prof.
Cyridião
Durval e Silva
Centro
Psiquiátrico
Judiciário
Pedro Marinho
Suruagy
Núcleo
Ressocia lizador
da
Capital
Presídio de
Segurança Média Des.
Luiz de
Oliveira Sousa
Construção de
biblioteca/sala de
leitura
01 01 01 01 01 01
2014
AÇÃO
QUANTIDADE/ESTABELECIMENTO PENAL
CR
ON
OG
RA
MA
Estabelec
imento Prisional
Feminino
Santa Luzia
Presídio
Masculino
Baldomero
Cavalcanti
de Oliveira
Presídio de
Segurança Média Prof.
Cyridião
Durval e Silva
Centro
Psiquiátrico
Judiciário
Pedro Marinho
Suruagy
Casa de
Custódia da
Capital
Núcleo
Ressocia lizador
da
Capital
Presídio de
Segurança Média Des.
Luiz de
Oliveira Sousa
Construção de
biblioteca/sala de
leitura
01 01 01 01 01 01 01
2014
AÇÃO
QUANTIDADE/ESTABELECIMENTO PENAL
CR
ON
OG
RA
MA
Estabelec
imento
Prisional Feminino
Santa
Luzia
Presídio
Masculino
Baldomero
Cavalcanti
de Oliveira
Presídio de
Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e
Silva
Centro
Psiquiátri
co Judiciário
Pedro
Marinho Suruagy
Casa de
Custódia
da Capital
Núcleo
Ressocia
lizador da
Capital
Presídio de
Segurança
Média Des. Luiz de
Oliveira
Sousa
Aquisição de equipamentos
TV 01 01 01 01 01 01 01
20
14
DVD 01 01 01 01 01 01 01
78
Computador 01 01 01 01 01 01 01
Impressora 01 01 01 01 01 01 01
Mesa com cadeira 04 c/ 4
cadeiras
04 c/ 4
cadeiras
04 c/ 4
cadeiras
04 c/ 4
cadeiras
04 c/ 4
cadeiras
04 c/ 4
cadeiras
04 c/ 4
cadeiras
Condicionador de ar 01 01 01 01 01 01 01
Bebedouro 01 01 01 01 01 01 01
Estantes 12 12 12 12 12 12 12
Balcão de
atendimento 01 01 01 01 01 01 01
Aquisição de acervo 1.500
obras
1.500
obras
1.500
obras
1.500
obras
1.500
obras
1.500
obras
1.500
obras
Formação de presos
para atuar na
biblioteca
03 03 03 03 03 03 03
Contratação de
pessoal 01 01 01 01 01 01 01
79
META VI – MELHORIA NA QUALIDADE DA OFERTA DE EDUCAÇÃO
1. Melhorias na qualidade da oferta educacional:
AÇÃO QUANTIDADE CRONOGRAMA
Formação de professores 70 2013/2014
Capacitação de servidores 230 2013/2014
Elaboração de proposta pedagógica 100 envolvidos 2013/2014
Estas ações foram pleiteadas no Plano de Ação Articulada – PAR/2012.
2. Continuação das melhorias:
AÇÃO QUANTIDADE ESTABELECIMENTO
PENAL
CRONOGRAMA
Distribuição de material
pedagógico
1 kit por
bimestre para o
professor
Todos os
estabelecimentos
penais
2013/2014
Distribuição de material
didático
1 kit por ano
para o aluno
com reposição
de material a
medida da
utilização
Todos os
estabelecimentos
penais
2013/2014
Equipar e
aparelhar os
espaços
educacionais
QUANTIDADE/ESTABELECIMENTO PENAL
CR
ON
OG
RA
MA
Estabelec
imento
Prisional Feminino
Santa
Luzia
Presídio
Masculino
Baldomero
Cavalcanti
de Oliveira
Presídio de
Segurança
Média Prof. Cyridião
Durval e
Silva
Centro
Psiquiátri
co Judiciário
Pedro
Marinho Suruagy
Casa de
Custódia
da Capital
Núcleo
Ressocia
lizador da
Capital
Presídio de
Segurança
Média Des. Luiz de
Oliveira
Sousa
Condicionador de ar 03 05 05 01 01 07 02
2013/2
014
Aparelho de TV 01 01 01 01 01 01 01
Aparelho de DVD 01 01 01 01 01 01 01
Projetor 01 01 01 01 01 01 01
Notebook 01 01 01 01 01 01 01
Micro system 01 01 01 01 01 01 01
Caixa amplificadora
de som com
microfone
01 01 01 01 01 01 01
Bebedouro 01 01 01 01 01 01 01
Quadro 03 05 07 01 01 07 02
Armário 06 10 14 02 02 14 04
80
AÇÃO ESTABELECIMENTO PENAL
Indicadores e
processos de
acompanhamento
Estabelecimento Prisional Feminino Santa Luzia
Presídio Masculino Baldomero Cavalcanti de Oliveira
Presídio de Segurança Média Prof. Cyridião Durval e Silva
Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro Marinho Suruagy
Casa de Custódia da Capital
Núcleo Ressocia lizador da Capital
Presídio de Segurança Média Des. Luiz de Oliveira Sousa
DEFINIÇÃO DOS INDICADORES 1. Quantidade de alunos matriculados. 2. Quantidade de vagas disponíveis. 3. Quantidade de alunos em sala de aula diariamente. 4. Quantidade de dias letivos. 5. Quantidade de dias prejudicados 6. Motivo de não ter acontecido a aula 7. Frequência individual do aluno 8. Frequência dos educadores nas formações 9. Frequência em sala de aula 10. Planejamento versus execução da aula
81
COLABORADORES
Chefia de Gabinete/SGAP
Coordenação do Serviço Social/SGAP
Diretoria da Escola Penitenciária/SGAP
Diretoria das Unidades Prisionais/SGAP
Diretoria de Educação, Produção e Laborterapia/SGAP
Fórum Alagoano de Educação de Jovens e Adultos – FAEJA
Gerência de Desenvolvimento Práticas Pedagógicas/SEE
Gerência de Diversidade/SEE
Gerência de Educação de Jovens e Adultos/SEE
Gerência de Educação/SGAP
Gerência de Núcleo de Pesquisa e Estatística/SGAP
Núcleo de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas/SGAP
82
REFERÊNCIAS
ALAGOAS, Resolução CEB-CEE-AL nº18 de 2002
ALAGOAS, SECRETARIA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO E DO ESPORTE
Proposta Pedagógica par educação básica de jovens e adultos, Maceió – AL 2001
Documento Base preparatório para a VI CONFINTEA – UNESCO
FREIRE Paulo, Educação como prática de liberdade, Rio de janeiro, Paz e terra, 2003
FREIRE Paulo, Pedagogia da autonomia saberes necessários à prática educativa, São Paulo,
Paz e terra, 2001
GADOTI Moacir, convite a leitura de Paulo Freire, São Paulo, editora Scipione 1989
Lei de Execução Penal nº 7.210, de 11 de julho de 1984.
O espaço da prisão e suas práticas educativas: enfoques e perspectivas contemporâneas –
organizadores: Arlindo da Silva Lourenço, Elenice Maria Cammarosano Onofre São Carlos
SP: EduFSCAR, 2001.
Portal dos fóruns EJA (www.forumeja.org.br)
VYGOTSKY L.S A formação social da mente São Paulo, Martins Fontes, 1991
83
ANEXO
84
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PARA ELABORAÇÃO DO PLANO ESTADUAL
DE EDUCAÇÃO NAS PRISÕES – PEESP/AL Coordenação e Elaboração – Andréa Rodrigues de Melo e Leilson Oliveira do Nascimento – Portaria Intersecretarial nº 001/2012 –
publicada no D.O.E. em 24/08/2012
23/04/2012 Reunião com o Conselho Nacional de
Educação – Brasília
Cronograma para Apresentação do
PEESP no 3º Seminário Nacional pela
Educação nas Prisões
FEEPAL
14ª CRE/SEE
SUPED/SEE
GE/SGAP
Lidiane Andrade
Edna Herculano
Leilson Oliveira
Andréa Rodrigues
14 a
17/05/2012
Realização do 3º Seminário Nacional
pela Educação nas Prisões –
Apresentação de Documento Base para
elaboração PEESP e definição de
cronograma
FAEJA
SUPED/SEE
GE/SGAP
Pastora Maria
Leilson Oliveira
Andréa Rodrigues
21/05/2012 Apresentação do relatório da viagem
para Superintendente da SGAP e
Diretora de Educação da SGAP
GE/SGAP Andréa Rodrigues
22/05/2012 Apresentação do relatório da viagem
para Superintendente da SUPED e
GEEJA
SUPED/SEE Leilson Oliveira
20/06/2012 Reunião com a SUPED para definir
ações do PEESP (Publicar portaria
designando responsáveis pela elaboração
do PEESP – até 15/07/2012 e Criação da
Escola de Referência para os privados de
liberdade)
SUPED/SEE
GEEJA/SEE
14ª CRE/SEE
SUPED/SEE
GE/SGAP
Valéria Maria
Luzimar Ribeiro
Edna Herculano
Leilson Oliveira
Andréa Rodrigues
21 a
24/06/2012
Construção da minuta de decreto para a
Escola de Referência direcionada aos
PPL
SUGER/INSPEÇÃO
SUPED/SEE
CEE/AL
Maria José
Leilson Oliveira
Benedito
25/06/2012 Apresentação do PEESP e do projeto da
Escola de Referência para PPL
(definição pela 14ª CRE da sede da
escola)
14ª CRE
SUPED/SEE
Edna Herculano
Israel Nicolau
Marli
Deise
Leilson Oliveira
04/07/2012 Reunião com a Diretoria de Educação do
Sistema Penitenciário Alagoano para
socialização do PEESP
DEPL/SGAP
SUPED/SEE
GE/SGAP
Cinthya Moreno
Leilson Oliveira
Andréa Rodrigues
10/07/2012 Abertura de processo (1800-6801/2012)
para publicação de portaria designando
responsáveis pela elaboração do PEESP
SUPED Valéria Maria
12/07/2012 Solicitação de dados da população
carcerária e dos agentes penitenciários
GE/SGAP
ESTATÍSTICA
REC. HUMANOS
Andréa Rodrigues
Juliana de Paula
Maia
27/07/2012 Reunião com o Superintendente da
SGAP para apresentar a evolução do
PEESP e nova solicitação dos dados
requeridos aos setores de Estatística e
RH
GAB/SGAP
GE/SGAP
Carlos Luna
Marcos Sérgio
Henrique
Andréa Rodrigues
07/08/2012 Reunião com Secretário de Educação
para apresentar o PEESP e tomada de
decisões
GAB/SEE
14ª CRE
SUPED/SEE
Adriano Soares
Edna Herculano
Leilson Oliveira
10/08/2012 Reunião com a Coordenadoria de Gestão SUPED/SEE Leilson Oliveira
85
de Pessoas da SEE para definição de
quadro de educadores para PPL
SERGP/SEE Nilze de Lima
16/08/2012 Reunião com representantes do MJ,
MEC, SGAP, SEE
MJ
MEC
SGAP
SEE
Débora Guimarães
Rosimere Rocha
Cinthya Moreno
Evany Vianei
Andréa Rodrigues
Valéria Maria
Leilson Oliveira
21/08/2012 Reunião para definição das atividades de
continuidade do PEESP
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
22/08/2012 Catalogação de documentos para
subsidiar o referencial teórico do PEESP
na GEEJA, AGENDA TERRITORIAL,
REC. HUMANOS e ESTATÍSTICA
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
24/08/2012 Inicialização de produção escrita do
PEESP
Item 2 – Fundamentação teórica
Item 3 – Histórico da educação em
prisões
Item 5.1 - Competências
SUPED/SEE Leilson Oliveira
24/08/2012 Inicialização de produção escrita do
PEESP
Item 4 – Diagnóstico da educação
GE/SGAP Andréa Rodrigues
24/08/2012 Definição das próximas atividades GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
28/08/2012 Encontro com o Coordenador da 14ª
CRE e respectivos técnicos para
socialização do PEESP
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
29/08/2012 Continuação de produção escrita do
PEESP
Item 2 – Fundamentação teórica
I
tem 5.2 – Regras e procedimentos de
rotina
Item 5.3 – Gestão de pessoas
Item 5.4 – Registros escolares
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
30/08/2012 Catalogação de documentos para
subsidiar para dar continuidade à
produção escrita
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
31/08/2012 Continuação de produção escrita do
PEESP
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
31/08/2012 Definição das próximas atividades GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
03/09/2012 Continuação de produção escrita do
PEESP
Item 4.13 – Diagnóstico – Por
Estabelecimento Penal
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
86
e Quadro 18 – Oferta de Escolarização
Item 5.3 – Gestão de pessoas (reajuste)
Item 5.4 – Registros escolares (reajuste)
Solicitar a DEPL resposta para o Item
5.2 – Regras e Procedimentos de Rotina
04/09/2012 Continuação de produção escrita do
PEESP
Item 6 – Financiamento
Item 7 – Organização da oferta de
educação formal
Item 11 – Certificação
Solicitar ao EPSL resposta para o Item
15 – Atendimento às crianças
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
05/09/2012 Continuação de produção escrita do
PEESP
Item 12 – Infraestrutura física
Item 9 – Formação inicial e formação
continuada dos profissionais
Item 10 – Práticas pedagógicas e
atendimento à diversidade
Item 16 – Acompanhamento,
monitoramento e avaliação
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
06/09/2012 Continuação de produção escrita do
PEESP
Item 14 – Remição da pena pelo estudo
Receber resposta da DEPL - 5.2 – Regras
e Procedimentos de Rotina
Receber resposta do EPSL - Item 15 –
Atendimento às crianças
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
06/09/2012 Revisão da produção escrita
Definição das próximas atividades
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
12/09/2012 Apresentação da minuta do PEESP a
Rosimere Rocha e Carmem Gato em
Brasília
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
19/09/2012 Reajuste dos Itens 2 – Concepções
Fundamentais e Norteadoras da Oferta
Educacional, 3 – História da Educação
nas Prisões do Estado, 5.4 – Registros
Escolares
SUPED/SEE Leilson Oliveira
26/09/2012 Revisão e fechamento parcial da
produção escrita do PEESP
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
01/10/2012 Encaminhamento da minuta do PEESP GE/SGAP Andréa Rodrigues
87
para setores, instituições e congêneres
solicitando proposições no PEESP até
10/10/2012.
1. GERÊNCIA DE
DIVERSIDADE/SEE;
2. COORDENAÇÃO DA
AGENDA TERRITORIAL;
3. GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO
ESPECIAL/SEE;
4. SUPERINTENDÊNCIA DE
GESTÃO DE REDE/SEE;
5. CONSELHO ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO;
6. GERÊNCIA DE
DESENVOLVIMENTO ÀS
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS/SEE;
7. GERÊNCIA DE
ORGANIZAÇÃO DO
CURRÍCULO/SEE;
8. GERÊNCIA DE APOIO À
FORMAÇÃO
CONTINUADA/SEE;
9. 14ª COORDENADORIA DE
EDUCAÇÃO;
10. UNIDADE DE APOIO
PEDAGÓGICO DA 14ª CRE;
11. FÓRUM ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS;
12. FÓRUM ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO NAS PRISÕES
DE ALAGOAS;
13. DIRETORIA DE APOIO
PEDAGÓGICO ÀS
ESCOLAS/SEE;
14. CHEFIA DE GABINETE DA
SEE;
15. SUPERINTENDÊNCIA
GERAL DE
ADMINISTRAÇÃO
PENITENCIÁRIA;
16. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE
ALAGOAS;
17. DIRETORIA DA ESCOLA
PENITENCIÁRIA/SGAP;
18. DIRETORIA DAS UNIDADES
PRISIONAIS DE
ALAGOAS/SGAP;
19. DIRETORIA DE EDUCAÇÃO,
PRODUÇÃO E
LABORTERAPIA/SGAP;
20. SUPERINTENDÊNCIA DE
GESTÃO DO SISTEMA
ESTADUAL DE
SUPED/SEE Leilson Oliveira
88
EDUCAÇÃO/SEE;
21. 16ª VARA DE EXECUÇÕES
PENAIS.
18/10/2012 Reunião da comissão de coordenação e
elaboração com o Fórum Estadual de
Educação de Jovens e Adultos – FAEJA
GE/SGAP
SUPED/SEE
GEEJA/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
Mirlene
19/10/2012 Consolidação das proposições recebidas GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
19/10/2012 Envio do PEESP para MJ e MEC para
atender o prazo exigido
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
Revisão ortográfica do PEESP SEE
Apresentação Final do PESSP para todos
os envolvidos na elaboração
GE/SGAP
SUPED/SEE
Andréa Rodrigues
Leilson Oliveira
Publicação do PEESP
SEDS
SEE
Dário César
Adriano Soares
Reenvio do PEESP ao MJ e MEC SEDS
SEE
Dário César
Adriano Soares