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Secretaria de Estado da Saúde
Coordenadoria de Controle de Doenças
Instituto Adolfo Lutz
Curso de Especialização
Vigilância Laboratorial em Saúde Pública
Ana Elisa Rubinato Cavalheiro
AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA ENTRE OS DADOS CLÍNICOS DAS
MENINGITES E OS ACHADOS LABORATORIAIS NO BRASIL
Sorocaba
2019
Trabalho de conclusão de curso de especialização apresentado ao Instituto Adolfo Lutz- Unidade do Centro de Formação de Recursos Humanos para o SUS/SP-Doutor Antônio Guilherme de Souza como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública
Orientador: Me. José Renato de Moraes
Sorocaba
2019
Ana Elisa Rubinato Cavalheiro
AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA ENTRE OS DADOS CLÍNICOS DAS
MENINGITES E OS ACHADOS LABORATORIAIS NO BRASIL
CAVALHEIRO, Ana Elisa Rubinato
Avaliação sistemática entre os dados clínicos das meningites e os
achados laboratoriais / Ana Elisa Rubinato Cavalheiro, Sorocaba, 2019.
Orientador MORAES Jose Renato de
TCC–Trabalho de conclusão de curso de especialização em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública – Instituto Adolfo Lutz, CLR IAL 11, 2019
1. Sistema Único de Saúde. II. Cavalheiro, Ana Elisa. I. Moraes, José Renato, Avaliação sistemática entre os dados clínicos das meningites e os achados laboratoriais
RESUMO
A meningite é a inflamação das meninges causadas por diversos
agentes etiológicos. É uma doença responsável por altos índices de
morbidade e mortalidade no país, gerando um grave problema de saúde
pública. As causas mais comuns de meningite são as infecções virais,
seguidas das bacterianas. Nas meningites bacterianas vários métodos de
diagnostico são utilizados, mas ainda temos um alto índice de meningites
bacterianas não determinadas. O objetivo deste estudo é correlacionar os
sinais clínicos com o diagnóstico laboratorial analisando os interferentes que
impossibilitam a identificação bacteriana. Este estudo é uma revisão
sistemática baseada na literatura, caracterizado por abordagem qualitativa a
partir de pesquisas de artigos publicados e disponíveis em Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS) e Web of Science e Scientific Electronic Library (SciELO),
com intuito de identificar a dificuldade no diagnóstico das meningites, Foram
selecionados 29 artigos, nos quais foi possível constatar diferentes variáveis
como: dados epidemiológicos, sintomas das meningites, metodologias de
diagnóstico, processos de qualidade, antibioticoterapia, manuseio,
acondicionamento e transporte de material biológico, entre outros processos
que interferem na análise quando não realizados corretamente. Todos os
artigos estudados mencionam a necessidade da utilização de procedimentos
e métodos de diagnóstico corretos e, que ambos podem apresentar resultados
de melhor qualidade, beneficiando os pacientes, colaborando para um melhor
estudo, avaliação e vigilância epidemiológica do agravo.
Palavras-chave: - Meningite bacteriana - Sintomas - Métodos de Diagnóstico
– Interferentes.
ABSTRACT
Meningitis is the inflammation of the meninges caused by various etiological
agents. It is a disease responsible for righ rates of morbidity and mortality in
the country, generating a serious public health problem. The most popular
cause of meningitis is viral, followed by bacterial. In bacterial meningitis
several diagnostic methods are used, but we still have a high index of on-
determined bacterial meningitis. The objective of this study is to correlate the
clinical signs with the laboratory diagnosis by analyzing the interferents that
make bacterial identification impossible. It is a systematic review based on the
literature, aiming to identify the difficulty in the diagnosis of meningitis,
characterized by a qualitative approach based on researches of articles
published and available in Virtual Health Library (VHL) and Web of Science
and Scientific Electronic Library (SciELO). Twenty-nine articles were selected,
in which it was possible to verify different variables such as: epidemiological
data, symptoms of meningitis, diagnostic methodologies, quality processes,
antibiotic therapy, handling, packaging and transport of biological material,
among other processes that interfere in the analysis when not correctly. All the
articles studied mention the need for correct diagnosis procedures and
methods, both of which can present better quality results, benefiting patients,
collaborating for better study, evaluation and epidemiological surveillance of
the disease.
Keywords: Meningitis,Bacterial - Symptoms – Diagnostics - Interferers
Agradecimentos
Deixo meus sinceros agradecimentos aos profissionais do Instituto
Adolfo Lutz que me receberam com tanto carinho, compartilharam seus
conhecimentos e me instruíram ao longo deste curso.
Agradeço ao meu orientador pela oportunidade de destrinchar um tema
tão atual, polêmico e que ainda não é bem desenvolvido em nosso país, esse
trabalho me fez amadurecer como futura profissional da Saúde, mas também
como cidadã ao vislumbrar o problema e, poder ser um agente propagador de
boas informações do conhecimento, estou muito grata pela oportunidade.
Por fim e, não menos importante agradeço aos meus pais, noivo e a Deus
por me dar sabedoria e perseverança para chegar até aqui, sem sua luz em
nosso caminho nada teríamos realizado.
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO............................................................................pág 10
1.1 MENINGITES NÃO ESPECIFICADAS E MENINGITES BACTERIANAS NÃO
DETERMINADAS.................................................................................................pág 13
2.0 OBJETIVOS.............................................................................. pág. 15
3.0 METODOLOGIA ....................................................................... pág. 15
4.0 RESULTADO E DISCUSSÃO....................................................pág. 16
4.1 EPIDEMIOLOGIA ........................................................................................... pág. 16
4.2 SINTOMATOLOGIA......................................................................................... pág. 18
4.3 ENCAMINHAMENTO DE AMOSTRA.............................................................. pág. 19
4.3.1 MANUSEIO ....................................................................................................pág 20
4.3.2 ACONDICIONAMENTO ................................................................................pág. 21
4.3.3 TRANSPORTE ...............................................................................................pág 21
4.4 PROCEDIMENTOS DE QUALIDADE.............................................................. pág. 22
4.5 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO....................................................................... pág. 23
4.6 ANTIBIOTICOTERAPIA.................................................................................... pág. 25
4.7 INTERFERÊNCIAS TÉCNICAS....................................................................... pág. 26
5.0 CONCLUSÃO.............................................................................. pág. 27
6.0 REFERÊNCIAS.......................................................................... pág. 28
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Gráfico de Meningite bacteriana do GVE 31,
Sorocaba...........................................................................................pág 17
Figura 2 – Diagnóstico das meningites bacterianas, por método utilizado em
amostra de LCR ...............................................................................pág. 24
LISTA DE TABELAS
Tabela 1– Principais agentes etiológicos da meningite ...................pág10 Tabela 2-- Artigos incluídos na análise............................................pág. 15
Tabela 3-- Casos e óbitos de meningites segundo etiologias no estado de
São Paulo, 2017 a 2018. (por 100.000 habitantes) .........................pág. 16
10
1.0 Introdução:
A meningite é uma patologia caracterizada pela inflamação das
meninges, membranas que revestem o cérebro e medula espinhal, evento
este relacionado à infecção causada por diversos agentes etiológicos como
bactérias, fungos, vírus e outros, sendo as meningites bacterianas e as virais
as mais importantes do ponto de vista de saúde pública por sua magnitude,
capacidade de causar surtos e no caso das bacterianas, pela gravidade dos
casos (1). Essa doença foi relatada desde os primórdios da medicina, porém
as causas eram desconhecidas. O médico M. Vieusseux em 1805 descreveu
pela primeira vez a sintomatologia de uma meningite durante um surto da
doença em Genebra, e que se espalhou por diversos países da Europa:
posteriormente ocorreu a disseminação desta patologia e que passou a ser
relatada na África e na América em consequência da colonização européia
(2).
Tabela 1: Principais agentes etiológicos da meningite
Fonte: Pereira DN, Bacterianas M. Meningites bacterianas, Universidade Fernando Pessoa,
Trabalho de Mestrado, Porto 2014.
Bactérias Gram Positivas
Streptococcus pneumoniae, Streptococcus beta-hemolítico, Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis, M. avium-intracellulare, Anaeróbicos (Bacteroides sp; e Streptococcus); Listeria monocytogenes; Ravobacterium meningossepticum; Acinetobacter calcoaceticus; Staphylococcus epidermidis.
Bactérias Gram Negativas
Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae b, Escherichia coli K, Proteus sp, Salmonella sp, Klebsiella pneumoniae, Serratia sp, Citrobacter sp, Aerobacter sp, Pseudomonas aeruginosa.
Espiroquetas Treponema pallidum; Leptospira sp.
Vírus
Pólio 1 e 11; Herpes simplex, 1 e 2, sarampo, raiva; rubéola; varicela-zoster, EBV, arbovírus, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr.
Fungos
Cryptococcus neoformans, Candida albicans, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis, Aspergillus fumigatus
Protozoários
Naegleria sp; Acanthamoeba sp; Plasmodium falciparum; Toxoplasma gondii, Schistosoma mansoni
Helmintos
Ascaris lumbricoides; Cisticercus cellulosae; Onchocerca sp; Echinococcus granulosis.
Outros
Leucemias; linfomas; sarcoidose; neoplasias; vírus lentos; tóxicas (chumbo); irritação química (droga)
11
As meninges na anatomia humana estão localizadas no sistema
nervoso central (SNC) e medula espinhal, é composta por três membranas
(3). Entre a aracnoide e pia máter localiza-se o líquido cefalorraquidiano
(LCR), o qual em condições fisiológicas normais apresenta-se límpido e
incolor, sendo responsável por fornecer nutrientes, manter a homeostase e
amortecimento do SNC. Sua composição é de minerais, glicose, proteínas,
ácido úrico, e aproximadamente 99% de água (4). É sintetizado pelo plexo
coróide em dois estágios, inicialmente a filtração do sangue pelo endotélio
capilar coroidal, e a segunda pela secreção do epitélio monoestratificado
modulado por sistemas neuroendócrinos e hormonais (5).
A transmissão da meningite depende do agente etiológico envolvido,
sendo a principal via para as bacterianas, a via respiratória de pessoa a
pessoa, por meio de gotículas e secreções respiratórias ou contato íntimo/
direto com indivíduo infectado (1). Existem exceções como a Listeria
monocytogenes que penetra na corrente circulatória via fecal- oral ou ingestão
de alimentos contaminados (6). O período de incubação é de 2 a 10 dias,
podendo variar de acordo com o agente etiológico que está causando a
doença (7). A propensão para adquirir a meningite está relacionada à idade
desnutrição, imunossupressão, traumatismos do sistema nervoso central,
processos infecciosos bacterianos prévios e situação de confinamento (8).
As doenças infecciosas são responsáveis por altos índices de
morbidade e mortalidade no país, caracterizando-se um grave problema de
Saúde Pública (9). Com o objetivo de reunir informações que permitam
conhecer, em todo momento, o comportamento das doenças e agravos, e
recomendar as medidas indicadas para prevenir e controlar as doenças e
agravos, foi promulgada a Lei 6.259 (30/10/1975) que dispõe ao Ministério da
Saúde a responsabilidade sobre a organização das ações de Vigilância
Epidemiológica estabelecendo normas relativas à notificação compulsória de
doenças, desenvolvendo o sistema de notificação, diagnóstico e coleta de
dados, com isso os profissionais da saúde e responsáveis por organizações
e estabelecimentos de saúde públicos ou privados desempenham a obrigação
da notificação e investigação das doenças.
12
Em 2017 de acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil através do
DATASUS, foram notificados 15.247 casos de meningites confirmados, com
1415 óbitos, já no estado de São Paulo, foram confirmados 6.072 casos, dos
quais 463 são de meningites ''não especificadas'', 3926 viral, 1884
bacterianas, e 88 de outra etiologia (10).
A Meningite viral é a etiologia que contém maior número de casos,
raramente fatais e o paciente frequentemente se recupera de maneira rápida;
os agentes causadores mais importantes são os enterovirus e herpes vírus
sendo que os enterovírus são responsáveis por 90% dos casos (11). Os
métodos de detecção dos enterovirus são fundamentais para que os serviços
de vigilância epidemiológica possam realizar as ações especificas para
contenção, controle e prevenção de surtos (12).
A meningite bacteriana é uma infecção grave responsável por altas
taxas de letalidade (cerca de 20%) (13). Em alguns casos, a meningite pode
ser causada como doença secundária, por uma invasão bacteriana indireta,
sendo uma resposta imunológica a uma bactéria invasora do SNC, como nas
otites, sinusite, bacteremia (13)(13)(13)(14). A transmissão ocorre através do
contato direto e/ou intimo com o infectado por meio de gotículas ou secreções
de nasofaringe, o período de incubação é de aproximadamente 3 a 4 dias e
os sinais clínicos comuns são: febre, vômito, cefaleia, rigidez da nuca,
petéquias, coma, sinal de Kernig e/ou Brudzinski, podendo variar de acordo
com idade, etiologia, estágio da doença e resposta imune do hospedeiro à
infecção (13).
Os principais agentes etiológicos responsáveis pela maioria dos casos
de meningite bacteriana são:
1) Neisseria meningitidis denominada também de meningococo, é um dos
principais agentes da meningite no Brasil. Este patógeno é um
diplococo Gram-negativo que contêm diversos sorogrupos
classificados de acordo com a composição antigênica da cápsula
polissacarídica (5). Existem doze sorogrupos, sendo que os mais
prevalentes são A, B, C, Y e X, podendo variar temporal e
geográficamente (15).
13
2) Haemophilus influenzae tipo b (Hib), era a principal causa de meningite
bacteriana até 1990, quando foi introduzida a vacina conjugada anti-
Hib, hoje no calendário de imunização, que reduziu drasticamente o
número de casos de meningite por este agente (CDC, 2014b). Esse
patógeno é um bacilo Gram-negativo (variando para cocobacilo); pode
ser isolado do LCR ou outro material biológico por meio de cultivo. É
uma bactéria que requer meios específicos para seu crescimento,
sendo assim bem exigente quanto às condições de cultivo (5).
3) Streptococcus pneumoniae também chamado de pneumococo são
cocos Gram-positivos, encapsulados, em formato de lanceta,
normalmente encontra se em dupla como diplococos ou em cadeia, é
um patógeno fastidioso (crescimento lento) (5).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina
Laboratorial (SBPCML), 2012 (16) o diagnóstico das meningites deve incluir
os exames a seguir:
1. Anamnese realizada por um médico que avalia o quadro clínico através
de questionamentos e exames físicos, buscando sinais e sintomas
associados com alguma patologia.
2. Exames Laboratoriais que detectam, identificam, avaliam e monitoram
os patógenos das meningites.
• Quimiocitológico do líquor
• Bacterioscopia direta (GRAM)
• Cultura
• Aglutinação por látex
• PCR e outros.
1.1 Meningites não especificadas e Meningites bacterianas não
determinadas
Devido à severidade da meningite bacteriana o tratamento é iniciado
mesmo antes de se isolar a bactéria responsável, e após a identificação, se
necessário é possível mudar o tratamento e administrar o antibiótico correto
que vai combater a bactéria específica (5). No entanto nas meningites
bacterianas podem ocorrer interferentes que impossibilitam a identificação do
14
patógeno, como relatado na Semana Epidemiológica 2017-2018 do Rio
Grande do Sul, (17) onde se observou um aumento expressivo de meningites
bacterianas não determinadas de 2017 para 2018, passando de 57% para
83% a proporção de casos onde não foram determinadas as bactérias
causadoras da meningite, sinalizando a necessidade de qualificar a vigilância
das meningites. Em outro estudo, apresentado em 2017 na Semana
Epidemiológica do Ceará, (18) foram confirmados 185 casos de meningites
sendo que 43,2% foram de meningites ''não especificadas'', 29,7% foram de
meningites virais e 22,7% de meningites bacterianas. Em ambos os exemplos,
as meningites “não especificadas” constituem a maior proporção das
meningites notificadas.
A determinação do agente etiológico é fundamental para:
• Introduzir terapia adequada;
• Introduzir medidas de controle da doença como a quimioprofilaxia
e/ou vacinação;
• Verificar a eficácia de vacinas presentes no Programa Nacional de
Vacinação;
• Avaliar e monitorar o perfil epidemiológico das meningites bacterianas
(19).
Portanto se faz necessário para a vigilância das meningites que sejam
incrementadas ações que reduzam cada vez mais esta classificação de
meningites indeterminadas, aumentem a identificação das bactérias
causadoras da doença, possibilitando a adoção de medidas de controle como
vacinas disponíveis na rede pública para o controle da doença das meningites
bacterianas para as quais existem vacinas disponíveis na rede pública (17).
Outra medida importante para se evitar casos secundários da doença
quando se trata de meningite por meningococo ou por hemófilos é a
quimioprofilaxia dos contatos (indivíduos que tiveram contato com uma
pessoa diagnosticada com meningite) que é feita com Rifampicina (20).
Outro medida importante é capacitar os profissionais da saúde para o
diagnóstico e o tratamento precoce da meningite, esta atualização é
necessária para benefício da população (9).
15
2.0 Objetivos
Objetivo geral: Visualizar os índices de meningites bacterianas não
determinadas, a variedade de sintomas e complicações nas identificações
bacterianas.
Objetivo específico: Identificar na literatura cientifica os fatores
responsáveis pela dificuldade de diagnóstico de meningites bacterianas,
analisando os interferentes que impossibilitam a identificação do agente
etiológico.
3.0 Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão sistemática fundamentada em
literatura sobre meningite bacteriana, com intuito de identificar a dificuldade
no diagnóstico das meningites, caracterizado por abordagem qualitativa a
partir de pesquisas de artigos publicados e disponíveis em Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS) e Web of Science e Scientific Electronic Library (SciELO).
Para atender os objetivos deste estudo, os critérios definidos
constituíram-se em documentos publicados entre os anos 2011 a 2018, que
abordassem a clínica, diagnóstico e situação epidemiológica da meningite
bacteriana de uma determinada região nacional.
A seleção foi realizada através de uma prévia leitura dos documentos,
sendo selecionados 29, e os mesmos foram armazenados, revisados e
interpretados.
Tabela 2: Artigos incluídos na análise.
Autores ou 1º autor Publicação Área de amostragem Tempo descrição Ref.:
Sacchi, CT et al; 2011 São Paulo, SP, Brasil 2007-2009 (20)
Figueira GCN, et al; 2012 São Paulo, SP, Brasil 2006-2008 (21)
Leme MV, Caneta DMT 2012 Sorocaba, SP, Brasil 1999-2008 (22)
Sztajnbok DCN 2012 Rio de janeiro, Brasil 2012 (13)
Salgado MM, et al; 2013 São Paulo, SP, Brasil 1998-2013 (23)
Crepaldi PIS, et al; 2014 São Paulo, SP, Brasil 1998-2010 (24)
Dazzi M, et al; 2014 Brasil 2009-2012 (8)
Saraiva MGG et al; 2015 Manaus, AM, Brasil 1976-2012 (25)
Berezin EM 2015 São Paulo, SP, Brasil * (15)
Ferreira JHS, et al; 2015 Pernambuco, PE, Brasil 2001-2010 (26)
Rodrigues EMB, Milagres BS
2015 Brasília, Brasil 2007-2013 (9)
OMS, SVS 2016 Brasil 2007-2013 (27)
16
4.0 Resultados e Discussão
Foram selecionados 29 artigos que atendiam aos critérios estabelecidos
(Tabela 2)
4.1 Epidemiologia
De acordo com os dados do DATASUS no ano de 2017(10) foi
registrado no Brasil 15.247 casos confirmados de meningite, obtendo
prevalência de notificação o estado de São Paulo, responsável por 6.382
casos. O referido estado, de acordo com o IBGE possui 12,2 milhões de
habitantes, caracterizando o mais populoso do Brasil, o que favorece, juntamente
com outros fatores, a propagação de doenças respiratórias.
Os agentes etiológicos envolvidos em meningite no estado de São
Paulo nos anos de 2017 e 2018 podem ser visualizados na tabela abaixo:
Tabela 3: Casos e óbitos de meningites segundo etiologias no estado de São
Paulo, 2017 a 2018.
Viana A, et al; 2016 Jundiaí, SP, Brasil 2010-2014 (28)
Serafin MB, et al; 2016 Bagé, RS, Brasil 2015 (29)
Pessuti F, Soriano D, Maciel BB
2016 Rio de janeiro, Brasil 2010-2014 (30)
Gorla MCO, et al; 2016 Trancoso - BA, Brasil 2009 (31)
Rabelo BL, et al; 2016 Brasil 1976 a 2012 (32)
COPROM, NHE, SESA 2017 Ceará, Brasil 2016-2017 (18)
Nascimento BB, et al; 2017 Paraíba, Brasil 2010-2017 (33)
Dias FCF, et al; 2017 Tocantins 2012-2015 (34)
Guimarães MGB 2017 Ituiutaba, MG, Brasil 2001-2015 (35)
Vieira MACS, et al 2017 Piauí, Brasil 2007-2016 (36)
Carvalho LAS, et al; 2018 Maceió, AL, Brasil 2007-2017 (37)
CEVS do Rio Grande do Sul
2018 Rio Grande do Sul 2017-2018 (17)
Machado de Almeida BM, et al;
2018 Curitiba, PR, Brasil 2010-2015 (38)
Silva HCG MezarobbaN 2018 Brasil 2015 (39)
Magalhães RS, Santos MS
2018 Vitória da Conquista, BA 2008-2015 (40)
Arbues MD 2018 Palmas, TO, Brasil 2010-2017 (41)
SES, DIVE, GVDII 2018 Santa Catarina 2018 (42)
17
Fonte: SINAN / DDTR / CVE / CCD / SES-SP - dados em 25/09/2018.
Analisando a tabela, observamos que a meningite de etiologia viral foi
a que apresentou maior número de casos no estado de São Paulo, seguida
da meningite bacteriana. Os dados encontrados no estado de São Paulo neste
período estão em concordância com os dados apresentados nos artigos
selecionados neste estudo, que também relatam a ocorrência de maior
numeros de casos de meningite viral (8) (43) (39), no entanto, em outros
estados brasileiros reportam a incidência das meningites não especificadas
(37) (18) (34).
No interior do estado de São Paulo as ações de vigilância são divididas
em grupos de vigilância epidemiológica “GVE”. O GVE 31 é responsável por
33 municípios localizados ao redor de Sorocaba. Análise dos dados de
meningites do GVE 31, demonstrou que nesta região 50% das meningites
bacterianas em 2018 foram de bactérias não especificadas, do mesmo modo
foi detectado uma incidência grande de casos descartados como podemos
visualizar na figura abaixo.
Figura 1: Gráfico de Meningite Bacteriana do GVE 31 Sorocaba.
Etiologia
2017 2018
Casos óbitos casos óbitos
Bacteriana 1891 400 1249 231
Doença Meningocócica 439 103 286 51
S. pneumoniae 410 136 242 78
H. influenzae b 62 5 33 4
Outras bactérias 304 69 202 43
Não determinado 676 87 486 55
Viral 3940 47 3127 21
Outra etiologia 90 24 54 11
Não especificada 461 38 297 31
Total 6382 509 4727 294
18
4.2 Sintomatologia
As manifestações clínicas de uma meningite apresentam amplo
espectro, dependendo da idade e duração da doença, podendo ser
representada por febre, cefaléia, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração,
confusão mental e sinais de irritação meníngea (44).
Este estudo identificou que a principal manifestação clínica presente na
meningite, é a febre (21) (24) (28). Em seguida detectamos a cefaléia como
outra manifestação clínica frequente nos indivíduos independentemente da
etiologia. Os sinais meníngeos, como sinais de Kerning, de Brudzinski ou sinal
de rigidez de nuca, podem não ser encontrados como manifestação clínica,
dificultando o diagnóstico (45)(46).
No entanto, uma das maneiras de confirmação de diagnóstico é pela
sintomatologia, onde alguns sintomas são característicos de determinados
agentes etiológicos, como as manchas vermelhas na pele (petéquias) que é
um dos sinais clássicos de meningococcemia, indicando presença de
Neisseria meningitidis na corrente sanguínea (septicemia), podendo ou não
estar ocorrendo a infecção nas meninges. Existem outros agentes que
também podem levar ao aparecimento de petéquias (28).
São critérios de confirmação para casos de meningites, a clínica e a
epidemiologia para auxiliar na determinação do resultado. Porém, a utilização
60,4
50,647,9
42,946,5
30,633,3
38,1
25,0
58,3
21,4
28,57
39,0
47,747,150,0
14,0
6,1 5,0 5,5
41,044,5
63,9
51,2
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,02
01
5
20
16
20
17
20
18
20
15
20
16
20
17
20
18
20
15
20
16
20
17
20
18
20
15
20
16
20
17
20
18
20
15
20
16
20
17
20
18
20
15
20
16
20
17
20
18
Bact Crit Lab Bact Cultura Sorog DM Bact Não Esp Não Esp Descartados
55% ou mais 30% ou mais 55% ou mais 30% ou menos 5% ou menos 15% ou menos
INDICADORES OPERACIONAIS MENINGITES GVE 31 SOROCABA 2015 A 2017*
Fonte: Tabwin SINAN GVE 31 Sorocaba * 2018 até 31/08/2018
19
deste procedimento não é comumente aplicada, quando avalia-se dados do
DATASUS no ano de 2017,(10) somente 6 % da manifestação clínica é
utilizada como critério de confirmação no diagnóstico desta patologia, e esta,
pode ter sintomatologia atípica (47).
Os sintomas para definir um caso como suspeito de meningite, na ficha
de investigação e no guia de vigilância epidemiológica não são claros, não
ficando compreensível quais e quantos sinais e sintomas são essências para
ser considerado suspeito (21).
As manifestações clínicas podem ser representadas de várias
maneiras, e os sintomas podem ser parecidos com o da gripe (9). Quando
analisada, observa-se uma incidência de casos descartados, onde 51,2% dos
pacientes investigados, foram classificados com outra patologia, ou seja,
ocorreu a suspeita de meningite, foi realizada a notificação, mas o diagnóstico
final foi outra doença.
4.3 Encaminhamento de amostras
O encaminhamento de amostras biológicas como LCR, soro, sangue
entre outros, devem ser realizados com critérios de segurança, com relação
de remessa, etiquetados, e acondicionados de maneira correta, para evitar
imprecisões nas análises.
Para auxiliar a pesquisa do agente etiológico foi estabelecida uma
portaria GM/MS Nº 2031, de 23 de setembro de 2004, no qual determina o
encaminhamento de amostras biológicas de laboratórios locais para
laboratórios de referência, nas seguintes condições:
a) Amostras inconclusivas para complementar o diagnóstico com o intuito
de identificação bacteriana ou teste de sensibilidade.
b) Amostras destinadas ao controle de qualidade analítico onde são
realizadas a confirmação do agente etiológico e determinação de
mecanismos de resistência dos mesmos.
No entanto, os laboratórios de referência de acordo com a
RESOLUÇÃO RDC/ANVISA Nº. 302, de 13 de outubro de 2005 devem
estabelecer critérios de aceitação e rejeição de amostras, onde garanta a
20
qualidade no manuseio, acondicionamento e transporte. Este procedimento é
necessário para garantir a qualidade da amostra.
As amostras biológicas para fins diagnósticos, são consideradas
amostras potencialmente contaminadas, portanto para seu manuseio deve-se
utilizar as precauções de biossegurança padronizadas pela legislação e pelos
programas de acreditação laboratorial (PALC) da Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica (SBPC) (48).
As amostras clínicas fazem parte da fase pré -analítica do processo
operacional de realização de exames laboratoriais portanto é necessário que
se utilize uma amostra biológica devidamente conservada para que o
laboratório possa oferecer resultados confiáveis(49).
4.3.1 Manuseio
As amostras biológicas devem ser cuidadosamente manuseadas, e no
caso das cepas, as bactérias são consideradas agentes infecciosos de risco
biológico 2, ou seja, apresentam moderado risco ao manipulador e baixo para
a comunidade. Porém a recomendação é que as cepas sejam manipuladas
por profissionais treinados para o trabalho com agentes patogênicos; em
cabines de segurança biológica-NB2 e com uso obrigatório de EPIs (luva,
máscara e avental) (50).
O isolamento do agente responsável pela meningite é muito importante
para confirmação do diagnóstico, para o estudo da epidemiologia da doença,
para realizar estudos avançados de caracterização. As conservação das
cepas mantendo sua viabilidade é essencial para complementação de
exames laboratoriais com intuito de se realizar uma completa de identificação
(50). Portanto é essencial que a cepa isolada esteja pura sem contaminação
com outros agentes, para tanto é importante que o manuseio da cultura seja
feito de modo a evitar contaminações na placa, com microrganismos da pele
ou do meio ambiente (51).
O manuseio dos materiais biológicos o realizado de maneira não
correta deste procedimento, interfere na fase analítica, podendo impedir a
correta identificação do patógeno (51).
21
4.3.2 Acondicionamento
As técnicas de acondicionamento são medidas necessárias para cada
amostra biológica que garante a qualidade deste material (51).
a) Cepas: as bactérias mantêm sua integridade em meios de cultura
adequados e temperatura ambiente por curto período de tempo,
portanto os meios de cultura para organismos fastidiosos
recomendados são; ágar sangue de carneiro 5% e ágar chocolate a
5%. Para outras bactérias que podem causar meningite utiliza-se
outros tipos de meios como: ágar MacConkey ou Tryptic Soy ágar ou
similares dependendo do agente (50).
b) Hemocultura: respeitar o volume adequado de sangue de acordo com
volume do frasco, realizar assepsia prévia nas tampas dos frascos com
álcool 70%, não colocar sob refrigeração, após a coleta manter o
material em temperatura ambiente estável e encaminhar o mais rápido
possível para o laboratório (51). Antes da punção é importante realizar
a antissepsia adequada da pele e da tampa da hemocultura, este
processo e é o fator que determina a probabilidade de uma
hemocultura positiva ser considerada contaminação ou infecção (52).
O mal acondicionamento interfere nas propriedades bioquímicas das
amostras biológicas, com isso resultados verdadeiros são liberados
imprecisos (2)
c) Soro: Coletar o sangue em tubo sem anticoagulante centrifugar e
colocar sob refrigeração (2 °C a 8 °C) até o transporte (53).
d) Liquor: O volume ideal para realização da qPCR deve ser de, no
mínimo, 400 μL (0,4 mL), devem ser armazenados preferencialmente
em tubos novos, pequenos, com tampa de rosca com anel de vedação,
identificados corretamente e as amostras devem ser estocadas a –
20°C até o transporte (50).
4.3.3 Transporte
No transporte de amostras biológicas, os laboratórios locais devem
seguir os critérios do “Manual de vigilância sanitária sobre o transporte de
material biológico humano para fins de diagnóstico clínico” da ANVISA
22
2015,(49) que determina de acordo com o risco biológico, como deve proceder
este transporte, e as exigências necessárias de acondicionamento deste
material durante o deslocamento.
A (RDC) 20/2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), é a norma reguladora das atividades de transporte de amostras
clínicas. Este documento estabelece as regras para que os serviços de saúde
remetentes, em geral laboratórios clínicos, possam exercer essas atividades
de transporte para outro serviço de saúde respeitando os critérios para o
transporte.
O protocolo de meningite bacteriana de 2017(50) estípula que as
amostras biológicas devem ser encaminhadas acondicionadas em
embalagens (UN3373) e recomenda que:
a) Cepas: as cepas bacterianas devem ser transportadas em meios de
cultura sólidos adequados para cada espécie ou meios de transporte
como AMIES (meio de transporte com carvão), o repique deve ser feito
de 18 a 24 horas antes do transporte, e não colocar sobre refrigeração.
b) Hemocultura: as amostras devem estar em temperatura ambiente.
c) Soro: encaminhadas em gelo, ou pelo menos, mantidos congelados
com gelox em caixa térmica higienizável para garantir a qualidade da
amostra, os tubos devem ser mantidos em pé durante o transporte para
impedir possíveis derramamentos.
d) Liquor: as amostras devem estar em temperatura ambiente, deverão
ser enviadas imediatamente ao laboratório local.
A realização destas técnicas de transporte é necessária para
conservação do material biológico, e impedir interferentes nas análises (2).
4.4 Procedimentos de Qualidade
Um laboratório para obter resultados de qualidade e precisão é
necessário seguir algumas normas e técnicas, como a resolução
RDC/ANVISA Nº. 302, de 13 de outubro de 2005, já citada anteriormente, que
visa os critérios necessários para um bom funcionamento de um laboratório.
Para garantir resultados de qualidade os laboratórios precisam
prevenir, detectar, identificar, corrigir os erros e as variações que possam
23
ocorrer nas fases pré-analíticas, analíticas e pós-analíticas que interferem nos
resultados (54).
Os profissionais da área da saúde que trabalham nos laboratórios
devem ter qualificação profissional, afim de se garantir a qualidade dos
exames(55).
A garantia de um resultado fidedigno requer ações como: boas práticas
laboratoriais, cuidados com amostras biológicas, treinamentos, manutenções
de equipamentos, controle de qualidade dos equipamentos, monitoramento
de temperatura. Estas ações contribuem para a qualidade diagnóstica (56).
Através da literatura pode-se constatar que entre 60 a 90% dos erros
laboratoriais encontrados são consequência da falta de padronização na fase
pré-analítica. Atualmente estima-se que aproximadamente 70% dos
diagnósticos clínicos são feitos com auxílio dos testes laboratoriais e que os
resultados dessas análises são responsáveis por afetar entre 60 e 70% das
decisões sobre a admissão, alta hospitalar e regime terapêutico dos pacientes
(43)
4.5 Métodos de Diagnóstico
Quanto aos métodos de confirmação de diagnóstico todos os artigos
selecionados neste estudo utilizam métodos preconizados pela Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial no qual a predominância
do método de diagnóstico confirmatório é o quimiocitológico (8) (26) (9) (37)
(39) corroborando com os dados do município de São Paulo, DATASUS no
ano de 2017 (10), entretanto os dados da literatura revelam que, nesse
exame, o índice de erros de leitura são elevados, e quando comparados com
os resultados obtidos pelo cultivo do microrganismo chegam a representar
15% de erros (57).
A cultura é a técnica padrão ouro, e um dos métodos de diagnóstico
que permite identificação completa dos agentes etiológicos por meio de suas
características morfológicas, bioquímicas, observadas no meio de cultivo, e
nas provas fenotípicas realizadas. Considerada padrão ouro para meningite
por permitir o isolamento e posterior caracterização do agente etiológico
responsável (23). Cerca de 50% dos casos suspeitos de meningite, não são
24
confirmados por cultura. Um dos estudos constatou que de 2.041 amostras
para culturas um número baixo de crescimento bacteriano foi detectado no
LACEN-TO (39).
Com o intuito de melhorar as técnicas laboratoriais o Instituto Adolfo
Lutz que atua como Laboratório de Referência em nível Estadual e Nacional
para meningites e infecções pneumocócicas, padronizou ensaios de PCR em
tempo real para o diagnóstico molecular das principais bactérias causadoras
de meningites: Neisseria meningitidis (Men), Streptococcus pneumoniae
(Spn), Haemophilus influenzae (Hi). A técnica de qPCR foi introduzida em
2007 nas Unidades Sentinelas de Meningite Bacteriana (58). A técnica
mencionada tem sensibilidade de 100% e especificidade de 98,6% para
Neisseria meningitidis, e sensibilidade de 98% e especificidade de 100% para
Streptococcus pneumoniae, em liquor, tomando-se a cultura como padrão
ouro. Além de sensibilidade e especificidade elevadas, possui a vantagem de
ser um método rápido de diagnóstico (média de 2 horas) (23).
Em uma avaliação dos métodos de diagnóstico de meningite bacteriana
realizada no IAL de São José do Rio Preto, identificou-se que quando os dois
métodos (cultura e qPCR) são utilizados juntos, obtém-se maior positividade.
Porém, a mesma metodologia pode apresentar resultados falsos negativos de
acordo com os índices de 1,2% qPCR e 38,0% de cultura. Esse estudo
apontou que, mesmo com interferências no resultado o método qPCR é o mais
eficiente, por outro lado, a cultura é essencial para estudos epidemiológicos,
cujos resultados caracterizam os isolados bacterianos por meio de
identificação fenotípica e genotípica (59).
Figura 2: Diagnóstico das meningites bacterianas, por método utilizado em
amostra de LCR.
25
Fonte: ALMEIDA; et al, Avaliação de métodos de diagnóstico de meningite bacteriana
Instituto Adolfo Lutz – Centro de Laboratório Regional de São José do Rio Preto.
Em outro estudo, foram analisados liquor com culturas negativas ou
desconhecidas, e a contagem de leucócitos como parâmetro para a realização
de qPCR, com essas técnicas foram determinados a proporção de amostras
positivas para qPCR detectadas, e a proporção de amostras testadas em
qualquer valor especifico de WBC no LCR, estas três metodologias de
análises de LCR, foram utilizadas com o objetivo de avaliar a eficiência do
qPCR, obtendo como resultado a sensibilidade e especificidade do qPCR
(20).
4.6 Antibioticoterapia
Na meningite o conhecimento precoce do agente etiológico é
importante para a administração correta do antimicrobiano, (57) de acordo
com a nota técnica do Mato Grosso do Sul 01/2017 - GTDA/CEVE/SGVS/SES
que também é empregada mundialmente, na suspeita de etiologia de
meningite bacteriana o uso empírico de antibioticoterapia deve ser iniciado
imediatamente, mesmo antes dos laudos laboratoriais.
A terapia com antibióticos é essencial para bons resultados no
tratamento. O início do tratamento não pode ser adiado até que a bactéria seja
identificada devido à evolução rápida e devastadora da doença (60). A
escolha inicial do antibiótico é feita de uma forma empírica, tendo como base
26
a incidência bacteriana provável de acordo com a idade e eventualmente
outras características do hospedeiro (2).
Os medicamentos antibióticos administrados antes da punção lombar
podem alterar os parâmetros citoquímicos do líquor, ou seja, os níveis de
glicose são normalizados em 24 horas após o início do tratamento (60).
Outro exame que pode sofrer a ação da antibioticoterapia é a
bacterioscopia os microrganismos sofrerem alterações físico-químicas nas
estruturas da parede celular, alterando a capacidade de fixar a coloração de
Gram, podendo causar interpretações errôneas na leitura da bacterioscopia
do liquor (57).
O uso de medicamento antibacteriano prévio pode também inibir o
crescimento bacteriano, a ser um fator para que os agentes etiológicos não
sejam determinados (2). Um estudo detectou que pacientes com meningite
bacteriana dos quais se colheu o liquor antes da introdução de
antibioticoterapia a cultura foi positiva em 70-85% dos casos, já em pacientes
previamente tratados com antibióticos, a sensibilidade da cultura foi
significativamente diminuída (60).
Recomenda-se que a antibioticoterapia se inicie com antibióticos que
tem ação bactericida sobre os agentes mais frequentes em meningites; após
a identificação do agente etiológico deve-se realizar a adequação da terapia
(7).
4.7 Interferências técnicas
Os interferentes laboratoriais que dificultam a conclusão técnica do
diagnóstico clínico estão normalmente relacionados à manutenção da
qualidade do material biológico para o diagnóstico (61). Porém, interferências
diante do quadro clínico apresentado, correlação terapêutica/coleta de
material, são fatores relevantes para a alta incidência de casos com
resultados indeterminados (35).
Os métodos de diagnóstico têm uma importância quando utilizadas em
conjuntos, para que seja possível sanar ou ao menos diminuir tais
interferências (23) (59). Exemplo claro apresentado é a introdução da técnica
27
de PCR. Tal técnica contribui por, não necessitar da viabilidade do agente
bacteriano para sua detecção (19).
Os erros quando detectados geram rejeição do material biológico para
não prejudicar a analise em consequência grande transtorno ao paciente,
sendo necessário recoletar a amostra material, mas se tratando de um
material de difícil acesso a recoleta é improvável (54).
Para os laboratórios as recoletas geram alta incidência de prejuízos,
trabalho dobrado e a pior perda da credibilidade, confiança e segurança dos
profissionais de saúde envolvidos e do paciente (61).
5.0 Conclusão:
O desenvolvimento deste estudo possibilitou uma análise dos possíveis
interferentes laboratoriais que influenciam na conclusão entre o diagnóstico
laboratorial e o clínico. Estes fatores estão normalmente relacionados a ações
pré-analíticas e analíticas necessárias para o diagnóstico.
Contudo foi observado que os métodos analíticos, quando utilizados em
conjunto, contribuem para resultados mais conclusivos e correlacionados com
clínica médica.
No entanto, faz-se necessário a introdução desses procedimentos
como rotina para manter maiores benefícios para o controle de vigilância
epidemiológica, esclarecimento diagnóstico ao clínico e benefício para a
saúde pública.
28
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