Sedimentos da Bacia sedimentar do Paraná recobrem a … de solos e fragmentos menores desprendidos...

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Rua Getúlio Vargas, 77 Centro – Camboriú - SC CEP: 88340-347 Tel.: 047 3365-9500. 31 Sedimentos da Bacia sedimentar do Paraná recobrem a oeste totalmente as litologias do Escudo Catarinense, enquanto que junto ao litoral, a leste se encontram sobrepostos por sedimentos fluviais e marinhos quaternários (ZANINI). Os primeiros sedimentos estão representados por depósitos de origem glácio-marinha profundos transgressivos, constituídos por folhetos pretos e espesso pacote turbidítico, da formação Rio do Sul do Grupo Itararé (ZANINI). As coberturas quaternárias são caracterizadas por aluviões atuais e terraços subatuais, presentes nos principais cursos d’água, bem como depósitos de talus, nas encostas, e praias ao longo da faixa litorânea, em cotas que não ultrapassam os 50m de altitude (ZANINI). 2.5.2 Geologia Local Na área urbana da cidade de Camboriú, a geologia local é representada pelo Complexo Metamórfico de Brusque. Os metamórficos do Complexo Brusque localmente são constituídos de rochas filíticas de coloração avermelhada-marrom quando intemperizadas, extremamente friáveis, com pontuações estiradas esbranquiçadas ao longo dos planos de xistosidade, provável feldspatos. Outras litologias podem eventualmente ocorrer em outras porções geográficas do município (ZANINI). 2.5.3 Subpaisagem Através da análise realizada por (CIRAM, 1999), a ocorrência das subpaisagens, suas características, comportamento e distribuição na área em estudo se relacionam diretamente com os fatores formadores dos solos (material de origem, clima, relevo, tempo e organismos), além de alguns fatores modificadores locais selecionados e utilizados para a análise fisiográfica (declividade, profundidade efetiva, pedregosidade, suscetibilidade à erosão, fertilidade e drenagem). A partir de então, foi feita a sua classificação para um melhor conhecimento da geologia do território municipal de Camboriú (Figura 06).

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Sedimentos da Bacia sedimentar do Paraná recobrem a oeste totalmente

as litologias do Escudo Catarinense, enquanto que junto ao litoral, a leste se

encontram sobrepostos por sedimentos fluviais e marinhos quaternários (ZANINI).

Os primeiros sedimentos estão representados por depósitos de origem

glácio-marinha profundos transgressivos, constituídos por folhetos pretos e espesso

pacote turbidítico, da formação Rio do Sul do Grupo Itararé (ZANINI).

As coberturas quaternárias são caracterizadas por aluviões atuais e

terraços subatuais, presentes nos principais cursos d’água, bem como depósitos de

talus, nas encostas, e praias ao longo da faixa litorânea, em cotas que não

ultrapassam os 50m de altitude (ZANINI).

2.5.2 Geologia Local

Na área urbana da cidade de Camboriú, a geologia local é representada

pelo Complexo Metamórfico de Brusque.

Os metamórficos do Complexo Brusque localmente são constituídos de

rochas filíticas de coloração avermelhada-marrom quando intemperizadas,

extremamente friáveis, com pontuações estiradas esbranquiçadas ao longo dos

planos de xistosidade, provável feldspatos. Outras litologias podem eventualmente

ocorrer em outras porções geográficas do município (ZANINI).

2.5.3 Subpaisagem

Através da análise realizada por (CIRAM, 1999), a ocorrência das

subpaisagens, suas características, comportamento e distribuição na área em

estudo se relacionam diretamente com os fatores formadores dos solos (material de

origem, clima, relevo, tempo e organismos), além de alguns fatores modificadores

locais selecionados e utilizados para a análise fisiográfica (declividade,

profundidade efetiva, pedregosidade, suscetibilidade à erosão, fertilidade e

drenagem). A partir de então, foi feita a sua classificação para um melhor

conhecimento da geologia do território municipal de Camboriú (Figura 06).

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Figura 06 – Mapa de Fisiografia Fonte: Secretaria de Planejamento Urbano (2011)

2.5.3.1 Encostas Erosionais

Conforme dados do (CIRAM, 1999), as paisagens Colinas Erosionais-

Coluviais localizam-se nas áreas de maiores declividades das colinas e montanhas,

representando a maior porção em termos de área da bacia do Rio Camboriú.

Visualmente podem ser observados nesta subpaisagem afloramentos de

rocha e cicatrizes de desbarrancamentos nas áreas desmatadas, em função do

mau uso dado ao solo. São áreas tipicamente erosionais (perda de material),

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apresentando rampas curtas e íngremes com declividades entre 30% e 50%, em

relevo montanhoso.

As fortes declividades conferem à subpaisagem muito forte suscetibilidade

à erosão, o que praticamente inviabiliza essas áreas para uso intensivo. Convém

salientar que algumas áreas ocupadas preferencialmente com campo e em contato

direto com a subpaisagem Fundo de Vale Aluvial Coluvial se apresentam com

declividades mais amenas, porém, não mudando o comportamento e a forma que

caracteriza a subpaisagem como um todo (CIRAM, 1999).

Os solos são representados por Podzólicos Vermelho Amarelos e inclusões

de Cambissolos, sendo ambos, solos minerais. Como os materiais que originam os

solos são pobres em bases, os solos desenvolvidos a partir destes possuem baixa

fertilidade natural, alta acidez e baixa soma de bases, tendo apenas o potássio com

índices médios (CIRAM, 1999).

A ação dos processos erosivos e a proximidade da rocha matriz à

superfície condicionaram a pouca profundidade na maioria dos solos e presença

constante de afloramento de rochas e pedregosidade abundante nas áreas de

maiores declividades.

Face às fortes limitações com declividade, profundidade, suscetibilidade à

erosão e, principalmente, pedregosidade, estas terras foram enquadradas como

impróprias para uso com culturas anuais, aptidão com restrições para fruticultura e

aptidão regular para pastagem e reflorestamento.

De acordo com (CIRAM, 1999), o uso atual dessas terras se restringe,

basicamente, a florestas nativas, capoeirões e pastagens, porém, algumas

pequenas áreas se encontram sob cultivo de culturas anuais. Essas pequenas

áreas se encontram em conflito de uso. A metodologia recomenda a preservação

permanente de toda a subpaisagem e o florestamento das áreas ocupadas com

culturas anuais como forma de minimizar os problemas oriundos do mau uso do

solo. O manejo adequado do solo e a adoção de práticas conservacionistas devem

ser adotados como forma de minimizar os efeitos da erosão nos locais utilizados

com culturas anuais. Recomenda-se a substituição das áreas ocupadas com

culturas anuais por uso menos intensivo, dando ênfase ao florestamento e

reflorestamento.

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2.5.3.2 Encostas Erosional-Coluviais

Definido por (CIRAM, 1999), os processos erosivos (perdas) e coluviais

(acúmulo) que se processaram na área, é que determinaram a feição atual desta

subpaisagem. Localizada logo abaixo das Encostas Erosionais, sua forma é

bastante peculiar e ordenada face às intensas modificações ocorridas no decorrer

da formação do relevo atual. As diferentes declividades, a alternância de áreas

erosionais e coluviais associadas aos comprimentos de rampa variáveis

determinaram a forma e o comportamento desta subpaisagem.

Uma sucessão de formas convexas-côncavas denota claramente o

comportamento erosional-coluvial, que propiciou a formação de pequenos

patamares coluviais, normalmente, localizados nos terços médios das encostas e

áreas deposicionais em contato direto com o Fundo dos Vales. Esses patamares

foram enriquecidos por material importado das áreas suprajacentes, por força da

erosão pluvial, principalmente, propiciando a formação de um manto de material

espesso e, por conseguinte, solos mais profundos e com maiores possibilidades de

utilização do ponto de vista agrícola. As declividades são variáveis (20 a 35%) e as

rampas variam de curtas a longas. Convém salientar que o sentido das pendentes

não é uniforme, variando de área para área, em função da declividade, estruturação

da rocha matriz e sentido das drenagens. Este é um aspecto importante a ser

considerado quando do planejamento das propriedades, tendo-se cuidados

especiais quanto às recomendações de uso e práticas conservacionistas a serem

adotadas, uma vez que os comportamentos dessas áreas são distintos entre si

(CIRAM, 1999).

Tanto nas áreas erosionais como nas áreas coluviais, os solos dominantes

são representados por Podzólicos Vermelho Amarelos e Cambissolos. Nas áreas

erosionais, face à remoção constante de material por força da erosão, apresentam-

se solos mais rasos ocorrendo pedregosidade superficial, abundante em alguns

locais, principalmente nas áreas desmatadas, uma vez que esta prática propicia

perdas consideráveis de solo por erosão. A maior estabilidade do relevo presente

nas áreas coluviais, ocupadas pelos patamares naturais, possibilitou a deposição

de material coluvial oriundo das áreas erosionais, dando formação a perfis de solos

mais desenvolvidos e, conseqüentemente, mais profundos que nas áreas

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erosionais. Pedregosidade superficial pode ser encontrada nessas áreas, porém,

não interferindo no uso do solo.

Do ponto de vista químico, a maioria dos solos são álicos, apresentando

saturação com alumínio maiores que 50%. A aptidão de uso nesta subpaisagem é

variável, tendo o relevo e a pedregosidade como maiores fatores de limitações. Os

usos preferenciais observados nessa subpaisagem foram com pastagem e

capoeiras, seguidos por reflorestamentos. Pastagem e reflorestamento nesta classe

indicam uso sem restrições.

Os conflitos de uso nessa subpaisagem ficam por conta das áreas

utilizadas com culturas anuais. A remoção parcial do horizonte A, observada a

campo, evidencia mau uso do solo e perdas por erosão. A reposição da matéria

orgânica deve se constituir em prática imprescindível, por meio da incorporação de

esterco animal e restos vegetais. É necessária a escolha correta da cobertura

vegetal a ser utilizada nas áreas ocupadas com pastagens, dando prioridade

àquelas que produzam palhada abundante (CIRAM, 1999).

2.5.3.3 Encostas Coluvial-Erosionais

São de localização restrita às áreas compreendidas entre o final das

Encostas Erosionais e/ou Erosionais Coluviais e o início dos Fundos de Vale

formado pelos principais rios da Bacia do Rio Camboriú e seus afluentes, conforme

estabelecido por (CIRAM,1999).

Possuem larguras variáveis, forma irregular, com topografia regular, suave

ondulada (declividade entre 2 e 8%), formadas através da deposição gradual de

material de solos e fragmentos menores desprendidos por força da erosão pluvial e

erosão laminar, e encostas arrastadas abaixo por incidência da gravidade (CIRAM,

1999).

A fina estratificação que caracteriza essa subpaisagem inclui algumas

linhas de pedra e cascalhos e pode ocorrer presença de horizonte A enterrado em

função das deposições sucessivas de material em diferentes épocas.

Do ponto de vista pedológico, essas áreas não apresentam padrão

homogêneo de solos, pois o relevo, a intensidade e tipo de material depositado em

diferentes épocas variaram freqüentemente de local para local, ocasionando a

presença de solos diversos e com diferentes classes texturais.

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Os solos presentes na subpaisagem são representados por Podzólicos

Vermelho-Amarelos, Cambissolos e Solos Glei, estes ocupando as áreas mais

depressivas da subpaisagem em locais de drenagem imperfeita. A ocorrência

desses solos está intimamente relacionada à posição que ocupam no relevo.

Os Cambissolos se localizam nas áreas mais próximas ao fundo dos vales

e os Podzólicos se localizam ao final das pendentes das Encostas Erosionais e/ou

Erosionais e Coluviais, portanto, em altitudes maiores.

Os solos possuem limitações quanto à fertilidade natural (álicos e

distróficos). Os Podzólicos e Cambissolos são solos profundos e bem drenados,

exibindo cores vermelhas nos horizontes subsuperficiais. Os Cambissolos, quando

de localização muito próxima à várzea dos rios, podem apresentar problemas de

drenagem em profundidade (abaixo de 1,20m), porém, não interferindo no uso com

culturas anuais. Culturas perenes não adaptadas às condições de presença de

água nessas profundidades podem ser afetadas.

O uso da terra dominante na subpaisagem é com pastagem. As

recomendações ficam por conta do plantio direto, calagem, adubações orgânicas e

minerais e cobertura permanente do solo. O uso de motomecanização nas áreas

ocupadas com os Podzólicos pode causar compactação de camadas internas do

solo em função da presença de horizonte B textural. Apesar de economicamente

dispendiosa, a subsolagem pode ser necessária nessas áreas (CIRAM, 1999).

2.5.3.4 Fundos de Vale Coluvial-Erosionais

Resumem-se a áreas de menores declividades da Paisagem Colinas

Erosionais Coluviais em rochas graníticas das formações geológicas Valsungana e

Complexo Metamórfico de Brusque e se localizam abaixo das cabeceiras dos rios

principais da Bacia do Rio Camboriú (CIRAM, 1999).

Possuem larguras variáveis, em função do maior ou menor poder erosivo

do rio que lhe deu formação. Sob o ponto de vista fisiográfico comportam-se como

áreas coluviais-erosionais. O processo predominante e que lhes deu formação é

coluvial. As enchentes que ocorrem na região não são suficientes para que haja

uma sedimentação aluvial expressiva, uma vez que as águas dos rios voltam

rapidamente aos leitos naturais assim que cessam as chuvas. Os solos são

representados por Cambissolos em sua maioria, porém, em alguns locais próximos

ao leito do rio onde os processos de drenagem são dificultados pela presença do

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lençol freático muito próximo à superfície do solo, ocorrem inclusões de

Cambissolos Gleicos. Em função da presença desses solos, alguns cuidados

devem ser considerados quando do uso, uma vez que o excesso de umidade não é

compatível com a grande maioria das culturas anuais.

De acordo com Uberti et al. (1991) apud (CIRAM, 1999), essas terras foram

enquadradas com aptidão regular para culturas anuais.

A principal recomendação para essas áreas, devido principalmente às suas

características fisiográficas, é a preservação permanente da mata ciliar e o

florestamento das áreas mais próximas ao leito dos rios como forma de

preservação e melhoria da qualidade da água. Se usadas com culturas anuais,

recomendasse o plantio direto, a cobertura do solo na maior parte do ano,

adubação verde e recomposição da matéria orgânica através da incorporação de

esterco animal.

O conflito de uso identificado na subpaisagem se refere às áreas

cultivadas, outrora ocupadas com a mata ciliar. Nesse caso, recomenda-se a

reconstituição da vegetação natural ao longo das margens dos rios.

2.5.3.5 Fundos de Vale Aluvial-Coluviais

Conforme (CIRAM, 1999), estes são pertencentes à paisagem Sedimentos

Aluviais Atuais, se constituem na área de menor altitude e declividade da

microbacia e se resumem aos fundos de vales planos formados pelos principais

rios da bacia.

O caráter aluvial foi a ação predominante que definiu a subpaisagem,

porém, enriquecimento coluvial secundário está presente na ocorrência de material

grosseiro misturado na massa do solo e presença de horizonte A enterrado.

A sedimentação aluvial da água impulsionada por ação da gravidade em

forma de correntes fluviais é o agente principal de transporte e deposição. Este

processo é ativo e se manifesta sempre que os rios transbordam em épocas

chuvosas, depositando sedimentos em suspensão e diluídos em suas águas, dessa

forma, enriquecendo a várzea.

O trabalho geomórfico das correntes consta de três atividades

estreitamente interrelacionadas: erosão, transporte e sedimentação. Esse

transporte de sedimentos é efetuado por flutuação de material vegetal, matéria

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orgânica decomposta e materiais de baixa densidade; em solução, é representado

por sais; em suspensão, através de partículas de silte, argila, areias muito finas e

outros colóides. Areias médias e grossas podem ser transportadas por rolamento

no leito do rio e depositadas preferencialmente nas margens do mesmo. À medida

que se afasta do rio em direção ao centro da várzea, a dominância é de solos

constituídos de sedimentos mais finos e uniformes.

A baixa altitude e a proximidade dos rios determinam as condições de má

drenagem a que essa subpaisagem está submetida, sendo constantes os

alagamentos. Nessas condições há a ocorrência de solos desenvolvidos em

presença de excesso de água. O lençol freático se encontra muito próximo à

superfície (inferior a 60cm) e condicionou a formação de solos hidromórficos em

regime de redução quase permanente, traduzidos por Solos Glei, com indícios de

gleização já a partir dos primeiros centímetros do horizonte A.

Os solos são mal drenados, rasos e tendo a drenagem e a profundidade

efetiva como fatores de maiores limitações para o uso com culturas anuais, exceto

o cultivo do arroz irrigado. O relevo é plano (menos que 2% de declividade) com

ocorrência isolada de pequenas lombas, evidenciando a sistematização pretérita

dessas áreas.

Em função das limitações existentes, nessas áreas houve restrições para

uso de culturas anuais. No caso do uso com arroz irrigado, essas áreas são

consideradas adequadas.

O uso atual preferencial é com arroz irrigado e pastagem em alguns locais

que sofreram drenagem artificial, sendo que, não foi constatado conflito de uso na

subpaisagem (CIRAM, 1999).

2.5.3.6 Terraços Aluviais

Pertencentes à paisagem Sedimentos Aluviais Atuais, (CIRAM, 1999) relata

que os terraços aluviais são remanescentes de níveis anteriores de sedimentação e

nos quais e tem a corrente fluvial como conseqüência de rejuvenescimento da

paisagem. Localizam-se de ambos os lados dos planos de inundação dos rios da

Bacia do Rio Camboriú e são originados por repetidos rebaixamentos do nível de

base da erosão. Os níveis mais altos são os mais antigos e normalmente contêm

os solos mais desenvolvidos.

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Esta subpaisagem se encontra associada à subpaisagem Fundo de Vale

Aluvial Coluvial, resultante do afastamento do leito do rio que deu formação às

várzeas localizadas sempre em cotas mais inferiores. Em conseqüência disso, os

terraços, por se situarem em cotas mais elevadas, nem sempre apresentam os

problemas de má drenagem tão característicos das várzeas aluviais, apresentando

solos do tipo Cambissolos.

2.5.3.7 Terraços Marinhos

A linha de costa pode ser em qualquer fase de seu desenvolvimento,

elevada sobre o nível do mar em uma geoforma continental que não é afetada

pelas ondas e correntes litorâneas, e sim por agentes de denudação subaérea, que

produzem a meteorização de seus materiais e sua erosão. Este processo pode

repetir-se por mais de uma oportunidade, através das quais pode-se reconhecer

vários níveis de terraços separados por seus correspondentes desníveis. (CIRAM,

1999)

Em cada caso origina-se uma nova linha de costa, a qual é regularizada

prontamente pelos agentes de denudação e agregação marinhos. Estes processos,

que deram formação à subpaisagem Terraços Marinhos pertencente à paisagem

Sedimentos Aluviais Atuais, manifestaram-se, em sua maioria, ao longo da costa

pertencente à Bacia do Rio Camboriú, porém subpaisagem semelhante foi

encontrada próximo ao perímetro urbano da cidade de Camboriú.

2.6 Solo

Há o predomínio do solo do tipo Podzólico vermelho-amarelo álico, que são

solos minerais, não-hidromórficos, com horizonte B textural, com nítida

diferenciação entre horizontes e derivados de rochas do período Pré-cambriano

superior. Apresentam seqüência de horizontes A, Bt, C, com profundidade e cores

bastante variáveis, sendo a identifição dos horizontes relativamente fácil, pois

possuem características morfológicas heterogêneas, tais como: diferença de cor,

textura e estrutura entre os horizontes, dentro do mesmo. Este tipo corresponde a

solos profundos e bem drenados, em camadas diferenciadas utilizados para

pastagens e culturas de subsistência (PBDEE,1999; SANTOS, 2001, ZANINI).

O solo álico possui baixa fertilidade, com altos teores de alumínio e baixos

teores de bases trocáveis, de textura argilosa e média/argilosa, em muitos casos

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com cascalho ou cascalhenta. Situam-se em relevo ondulado e forte ondulado,

exigindo práticas conservacionistas severas quando utilizados de forma intensiva

(CIRAM, 1999).

Esses solos exigem a correção através da utilização de calcário,

conferindo-lhe assim, uma fertilidade natural baixa. São utilizados principalmente

com pastagens e lavouras de subsistência. Normalmente a argila é de atividade

baixa e o solo apresenta viabilidade no manejo da terra com restrições em

determinadas extensões (Santos, 2001, ZANINI).

Solos do tipo Cambissolo álico também ocorrem, caracterizando-se pela

ocorrência de um horizonte B incipiente, definido pelo baixo gradiente textural, pela

média e alta relação/argila ou pela presença de minerais primários de fácil

decomposição. Nessas regiões situam-se cambissolos geralmente de baixa

fertilidade, de textura normalmente argilosa e em relevo forte ondulado e

montanhoso. São constituídos por classes de solos minerais, não-hidromórficos,

com horizonte B incipiente (ZANINI).

Podem ser derivados de diferentes materiais de origem e encontrados em

todas as fases de relevo. No caso em questão, sua ocorrência se dá como

subdominância nas áreas dominadas pelos Podzólicos Vemelho-Amarelos na

formação geológica Complexo Metamórfico de Brusque, situada na porção norte da

Bacia do Rio Camboriú. Incluídos nesta mesma classe de solos, porém restritos

aos terraços pertencentes à subpaisagem Fundo de Vale Aluvial Coluvial, há a

ocorrência de Cambissolos Gleicos. Esta classe de solos é desenvolvida em áreas

de drenagem imperfeita, normalmente associada a solos hidromórficos do tipo Glei.

Os Cambissolos Gleicos, além de apresentarem grande parte das características

pertinentes aos cambissolos, identificam-se por apresentarem problemas de má

drenagem em profundidade (CIRAM, 1999).

Diferenciam basicamente dos solos tipo Glei pouco úmidos distrófico, em

função de apresentarem início de gleização após os primeiros 60cm da superfície.

O lençol freático mais profundo, por conseqüência, livre de problemas de má

drenagem na superfície, enquadra estes solos em melhor classe de aptidão.

Apresentam em geral seqüência de horizontes A e Cg, argila de atividade

tanto alta quanto baixa, de baixa, média a boa fertilidade natural, ocorrendo em

relevo praticamente plano margeando rios, ou em locais de depressão, sujeitos a

inundações. (CIRAM, 1999; SANTA CATARINA, 1986).

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A principal limitação ao seu uso é a má drenagem, já que normalmente

possuem média a boa fertilidade. Usualmente são utilizados com arroz irrigado e

produção de hortaliças, cana-de-açúcar e pastagens, sendo para isso

convenientemente drenados (CIRAM, 1999).

Em relação ao potencial minerário, a região é bastante heterogênea. O

município de Camboriú tem potencialidade minerária extraordinária em relação a

rochas ornamentais e também em menor escala calcários, existindo em ambos os

casos subaproveitamento. Existem grandes empresas de grupos de fora da região

com predominância na área, o que dificulta o aparecimento de outros

empreendimentos. A concentração das áreas de mineração se dá nas localidades

Sertão dos Macacos, Rio do Meio, Cerro, tendo registro no Ministério das Minas e

Energia 36,36ha, o que corresponde a 16,8% da área do município. Os minerais

extraídos são principalmente mármore, granito e dalonito (PBDEE, 1999).

2.7 Hidrografia

A rede hidrográfica do Município é constituída pela Bacia do Rio Camboriú.

Esta Bacia é composta por três importantes sub-bacias: Macacos, Rio Pequeno e

Braço, que por sua vez são formadas por um complexo hidrológico composto pelo

Rio Gavião/ Rio do Braço, Rio Canoas e Rio Pequeno. A união destas águas se dá

próximo à cidade de Camboriú onde passam a denominar-se Rio Camboriú

(SANTOS, 2001).

A Bacia do Rio Camboriú (Figura 08) abrange uma extensão de 199,8km².

Seus afluentes são os rios: do Salto, Lageado, Caetés, Macacos, do Cedro,

Peroba, Canhanduba, e uma infinidade de riachos e ribeirões que desembocam no

Rio Camboriú, e este por sua vez, no Oceano Atlântico, que banha o município

vizinho Balneário Camboriú. (CIRAM, 1999; SANTOS, 2001)

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Figura 07 – Cascata do Encanto: localizada na localidade Macacos

(Foto: Lucas Noal de Farias, 2011)

O Rio Camboriú tem uma extensão de 40 km, da nascente à foz, e corta o

Município do oeste a leste. O volume de água é regular e tem pouca correnteza,

deslizando por entre ribanceiras, em geral elevadas. (SANTOS, 2001)

Este rio é o principal integrante da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, de

importância estratégica para o desenvolvimento tanto do município de Camboriú,

quanto de Balneário Camboriú, pois é nele que se localiza o principal sistema de

captação, instalação para tratamento e abastecimento de água de ambas as

cidades.

Conforme o PBDEE (1999), a captação é realizada próxima à Escola

Agrícola de Camboriú, 1.500m a montante e acima da ponte de acesso a cidade,

numa altitude de 9,00m. A barragem de nível é construída com mistura de argila,

pedras, com fundação de estacas de eucalipto. Existe um canal de adução situado

na margem esquerda até a elevatória de água bruta. Adutora de água bruta com

extensão de 2.917m até o filtro russo. O comprimento do rio principal é de 20,20

km e 199,80 K m².

A disponibilidade de água para irrigação é considerada boa, podendo vir a

ser agravada a falta deste recurso em função da degradação ambiental, causada

pelo extrativismo vegetal para o aumento das áreas agrícolas; das queimadas, que

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modificam o tempo de permanência na água da bacia diminuindo a permeabilidade

do solo e acelerando o processo erosivo; da rizicultura, que gera conflitos pelo uso

da água e aplicação desordenada de agrotóxicos prejudiciais ao homem, à vida

animal e vegetal da região; a extração de granito e mármore feita nos morros e

encosta da região (CIRAM, 1999).

A bacia está desprotegida com grande possibilidade de poluição, que em

verdade já ocorre de forma acentuada principalmente a partir do município de

Camboriú, carente no aspecto de esgotamento sanitário. O município de Balneário

Camboriú, através das ligações de esgotos irregulares na rede de drenagem

pluvial, e por meio dos efluentes insuficientemente tratados provenientes das

lagoas de estabilização que pertencem ao referido município, contribui para o

comprometimento e descaracterização deste corpo hídrico (PBDEE, 1999).

Em parte desta bacia existem fazendas com atividades de bovinocultura,

granjas, desmatamentos, rizicultura, com cerca de 970 ha. de plantações de arroz.

Ainda há moradores rurais nas localidades de Morretes, Macacos, Santa Luzia,

Caetés, Alto dos Macacos e Cerro, onde há provável utilização de fertilizantes e

agrotóxicos, e estradas que cortam a bacia (PBDEE, 1999).

Em parte desta bacia existem grandes fazendas com atividades de

bovinocultura, granjas, rizicultura (970 ha), entre outras que geram desmatamentos.

A bacia também é cortada por estradas de terra, que dão acesso às populações

rurais que vivem nas localidades de Morretes, Macacos, Santa Luzia, Caetés, Alto

dos Macacos e Cerro, onde há provável utilização de fertilizantes e agrotóxicos nas

propriedades rurais (PBDEE, 1999).

TABELA 04 - Características físicas da Bacia do Rio Camboriú

Parâmetro Atributo

Área de drenagem (A) 199,8 Km²

Perímetro da microbacia (P) 94,9Km²

Coificiente de compacidade (Kc) 1,797 Km²

Comprimento axial da microbacia (La) 26,4 Km²

Fator de forma (Kf) 0,3

Ordem da microbacia 5ª

Comprimento do rio principal (L) 33,8 Km

Comprimento total dos cursos d`água (Lt) 643,9 Km

Densidade de drenagem (Dd) 3,22 Km/Km²

Extensão média do escoamento superficial (I) 0,077 Km

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Parâmetro Atributo

Distância mais curta entre nascente e foz (D) 25,7 Km

Índice de sinuosidade do curso d'água (Is) 26,03%

Declividade média (X) 25,45%

Altitude máxima (H) 735 metros

Altitude média (Hm) 163 metros

Altitude mínima (Ho) 0 metro

Tempo de concentração (Tc) 10 horas Fonte: Inventário das terras da bacia hidrográfica do rio Camboriú (Epagri, 1999)

Numa análise técnica a partir da Tabela 4 acima, CIRAM (1999) explica que

a ordem e a densidade de drenagem indicam que a área apresenta sistema de

drenagem bastante desenvolvido. O índice de sinuosidade dos cursos d’água

principais classifica-os como retos dando uma noção de homogeniedade do

embasamento rochoso e baixo grau de resistência das rochas.

Os valores de fator de forma baixo e o índice de compacidade distante da

unidade indicam áreas não sujeitas a enchentes persistentes, porém os valores de

declividade média e o tempo de concentração sugerem pouca velocidade do

escoamento superficial. Dependendo da intensidade e persistência da pluviosidade

poderá ocorrer maior concentração nos leitos fluviais e provocar cheias nas áreas

planas a suavemente onduladas (CIRAM, 1999).

TABELA 05 - Determinação da curva hipsométrica da B acia do Rio Camboriú

Cotas (m) Pto. Médio Área (ha) Área acum. (ha) Área rel. (%)

735 - 720 727,5 2,33 2,33 0,01

720 - 600 660 188,31 190,64 0,95

600 - 500 550 652,85 843,49 4,22

500 - 400 450 1098,92 1942,41 9,72

400 - 340 370 815,2 2757,61 13,8

340 - 300 320 743,2 3500,81 17,52

300 - 240 270 1650,59 5151,4 25,78

240 - 200 220 1253,7 6405,1 32,06

200 - 140 170 2190,16 8595,26 43,02

140 - 100 120 1503,88 10099,14 50,55

100 - 60 80 1863 11962,14 59,87

60 - 40 50 1155,5 13117,64 65,66

40 - 20 30 2765,54 15883,18 79,5

20 – 0 10 4095,97 19979,15 100

TOTAL 19979,15 Fonte: Centro de Informações e Recursos Naturais (CIRAM, 1999)

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Os dados acima apresentados (Tabela 5) indicam que a Bacia do Rio

Camboriú apresenta quatro situações físicas distintas. Uma delas, a das áreas

planas a suavemente onduladas, que ocorrem em cotas abaixo de 20 metros,

abrange cerca de 20% da área e declividade média aproximada de 3%. São áreas

com potencial para utilização com agropecuária, porém requerem cuidados com

relação à drenagem. Sugere-se manutenção de canais e drenos, mantendo e/ou

ampliando o fluxo natural de drenagem (CIRAM, 1999).

Outras situações encontradas são as terras entre as cotas de 20 a 40

metros abrangendo cerca de 14% da área e com declividade média ao redor de

10%. Estas também são áreas com potencial para utilização com agropecuária,

porém requerem atenção com relação à adoção de medidas que controlem a

erosão (CIRAM, 1999).

A área, que ocorre entre as cotas de 40 a 720 metros, cerca de 50%,

representa a mais crítica com relação ao processo de drenagem, como explica

(CIRAM, 1999). Os valores de declividades médias altas (30 a 40%) destas terras

indicam forte suscetibilidade ao escorrimento superficial, requerendo medidas

intensas de controle de erosão, de maneira a intensificar a infiltração das águas

pluviais, impedindo ou minimizando a ação da drenagem externa. Nestas áreas se

encontram as numerosas nascentes, merecendo especial atenção no sentido de

preservar a cobertura atual e recuperar as áreas degradadas especialmente pelo

desmatamento e exploração de pedreiras. O restante da área, ainda que,

ocorrendo em pequena proporção (0,01%), diz respeito aos divisores de água da

Bacia do Rio Camboriú, que deverá também receber as ações de recuperação e

preservação da cobertura vegetal original.

2.8 Cobertura Vegetal

A vegetação original do município classifica-se como Floresta Ombrófila

Densa Costeira, conhecida como Floresta Pluvial da Costa Atlântica ou também

Mata Atlântica (Figura 08), contendo as formações de Planícies Aluviais, Terras

Baixas, Sub-Montanha, com uma diversidade em espécies arbóreas altas,

medianas, arbustos e densas populações de Epífitas e Lianas Lenhosas,

caracterizada por variação fitogeográfica causada pelo acompanhamento do relevo

(SANTOS, 2001; ATLAS SANTA CATARINA, 1986).

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A região da Floresta Ombrófila Densa está situada na parte leste do estado

de Santa Catarina, entre o planalto e o Oceano Atlântico, constituída na sua maior

parte, por árvores perenefoliadas de 20 a 30m de altura, com os brotos foliares sem

proteção à seca. Sua área é formada por planícies litorâneas, e principalmente por

encostas íngremes da serra do Mar e da Serra Geral formando vales profundos e

estreitos. (ATLAS SANTA CATARINA, 1986; ZANINI).

Figura 08 – Mata Atlântica: Vista do Morro Pico da Pedra

(Foto: Galvão de Oliveira Loureiro Filho, 2006)

No Estado de Santa Catarina, a Mata Tropical Atlântica, ocupa cerca de 1/3

da superfície do Estado, correndo quase paralelamente ao Oceano Atlântico,

enquanto se alarga sensivelmente para o interior na altura do Vale do Itajaí, em

virtude de peculiaridade morfológica e orográfica nesta altura, através das diversas

ramificações menores da Serra Geral, até altitudes compreendidas entre 700-800

metros, alcançando uma penetração de aproximadamente 150 km. Ao norte da

costa catarinense, bem como no Vale do Itajaí, as encostas são bastante íngremes,

formando vales estreitos e profundos, cobertos por densa floresta até quase o alto.

Nos topos de morro se instalou uma vegetação típica das cristas das serras. O

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município de Camboriú inclui-se nesta área de vegetação, como Ilhota (norte) e

Luís Alves (oeste) (CIRAM, 1999).

De acordo com (CIRAM, 1999), a cobertura vegetal original de Santa

Catarina foi, na sua maior parte, descaracterizada pela ação antrópica, que desde o

período da colonização vem sendo feita, principalmente, através de exploração

descontrolada das florestas para a extração de madeiras, bem como pela

implantação de culturas anuais, além da formação de pastagens “naturalizadas”

para a criação extensiva do gado bovino. Na área em questão, outrora florestal,

existem apenas remanescentes da vegetação original, que devido ao porte, são

confundidos com a vegetação secundária. Esta devastação sem precedentes

causou um profundo desequilíbrio nos ecossistemas com conseqüências

imprevisíveis. Em Camboriú, a Floresta Atlântica atinge a zona urbana e rural do

território municipal, tendo morros com grande massa de mata original, e ainda, em

determinadas áreas de planícies há algumas manchas de vegetação. Ainda

existem 174km² de mata nativa ou em estado de regeneração, cerca de 83% de

seu território.

A Mata Atlântica possui seu estrato arbóreo superior bastante denso,

formado por árvores de 20 a 30m de altura, com copas largas, esgalhamento

grosso e folhagem verde escura perenefoliada. Como espécies mais importantes

ocorrem comumente: a canela-preta (Ocotea catharinensis), que é a mais

freqüente, constituindo de 40 a 50% da biomassa total; a canela sassafrás (Ocotea

pretiosa), abundante nas altitudes de 500 a 900m, e que forma, por vezes,

gregarismos muito expressivos; a perobavermelha (Aspidosperma olivaceum); a

canela-fogo (Cryptocarya aschersoniana) e o óleo ou pau-óleo (Copaifera

trapezifolia) destacam-se entre as madeiras de lei. O estrato médio é constituído,

geralmente, por um número relativamente pequeno de árvores medianas, dentre as

quais se destaca o palmiteiro (Euterpe edulis), que domina praticamente em toda a

região. No estrato arbustivo predomina um pequeno número de espécies

pertencentes principalmente às Rubiáceas, Palmáceas e Monimiáceas que formam,

por vezes, densos gregarismos. O estrato herbáceo é constituído principalmente

por Heliconiáceas, Marantáceas, Pteridófitas e Gramíneas (CIRAM, 1999).

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2.9 Problemas Ambientais

Os problemas ambientais no município de Camboriú, dentre eles a

poluição, o desmatamento, reflorestamento com espécies exóticas e a erosão, são

facilmente identificáveis por abranger grandes extensões territoriais, ou por

influenciarem diretamente nas condições de qualidade de vida da população. O

reconhecimento de sua ocorrência é fundamental para a definição de ações e

políticas públicas, juntamente com a comunidade para solução dos problemas.

As causas das agressões ao meio ambiente são de ordem política,

econômica e cultural. A sociedade ainda não absorveu a importância do meio

ambiente para sua sobrevivência, pois o homem tem usado os recursos naturais

sem responsabilidade, priorizando o lucro, em função do detrimento das questões

ambientais. Essa ganância tem um custo alto, visível nos problemas causados pela

poluição do ar e da água, e no número de doenças derivadas desses fatores.

Pode ser constatado que as características históricas da ocupação em

terras do município e os avanços recentes da urbanização levaram à consolidação

de núcleos densamente povoados e ou ocupações dispersas em locais que

legalmente constituem-se em Áreas de Preservação Permanente, que configuram

grande parte do território municipal (Figura 09).

A atual tendência de ocupação das encostas tem um impacto negativo na

qualidade ambiental, não somente em termos paisagísticos como também no

aumento da poluição da rede de drenagem de água, erosão, desmatamento e

deslizamento. As encostas e as margens de rios que em sua grande maioria se

constituem legalmente em áreas de preservação e deveriam configurar-se como

áreas verdes, têm importância excepcional para a qualidade do ambiente do centro

urbano, não somente no seu aspecto paisagístico como também na redução da

poluição do ar e na influência sobre seu clima.

A ocupação em Áreas de Preservação Permanente (APP’s) por atividades

como a rizicultura (Figura 09), a exploração mineral ilegal, o reflorestamento e a

ocupação urbana, tornam-se grandes indutores da degradação ambiental

juntamente a outras ações como a abertura de novas estradas e os incêndios

florestais, o desmatamento e o movimento de terra sem orientação técnica

adequada.

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Figura 09 - Mapa da Ocupação do Solo em Áreas de Preservação Permanente (APP’s) Fonte: Secretaria de Planejamento Urbano (2011)

O plantio de árvores exóticas através da cultura de reflorestamento, tem

levado à diminuição da riqueza paisagística e à destruição de importantes áreas

naturais, devido a supressão da mata nativa.

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O decréscimo populacional na área rural com o abandono de áreas

agrícolas e pastoris, agravado pela mecanização no cultivo de certas lavouras, põe

em risco a diversidade da paisagem natural. Assim, a redução da diversidade

paisagística está levando à diminuição da biodiversidade local.

A quantidade da vegetação dentro da cidade é insatisfatória, ficando

evidente a inexistência de um sistema de áreas verdes municipais, surgindo a

necessidade da adoção de políticas para implantação da arborização urbana.

A escassez de água potável devido a sua contaminação por esgotos

sanitários e pela degradação dos solos (Figura 10), e também através da perda da

biodiversidade devido ao desmatamento, às queimadas e ao mau gerenciamento

dos mananciais é outro grave problema ambiental no contexto do município.

Figura 10 – Falta de saneamento básico: no Bairro Monte Alegre

(Foto: Lucas Noal de Farias, 2011)

A poluição dos rios, sua descaracterização, o assoreamento, a densificação

da ocupação urbana, a redução de seus níveis, a degradação da mata ciliar, e a

concentração de fontes de poluição ao longo dos mesmos, chamam especial

atenção para esta crítica situação ecológica. Tais problemas encontram-se

especialmente no Rio Camboriú que abastece as cidades de Camboriú e Balneário

Camboriú, tanto para consumo humano como para a agricultura. Esta última

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interfere muito na sua qualidade através do desvio dos corpos d’água e da

utilização de agrotóxicos, principalmente pela rizicultura.

A falta de infraestrutura vem agravando os problemas e criando situações

críticas ao meio ambiente e à população. São freqüentes os alagamentos devido à

falta de uma macrodrenagem pluvial, que quando existente também recebe despejo

de esgoto; inundações das áreas próximas às margens dos rios, atingindo

ocupações e estradas; emissão de poluentes por indústrias e depósito inadequado

de lixo, separação e reciclagem dos resíduos sólidos.

A adoção de uma política ambiental mais eficiente com leis mais rigorosas,

monitoramento ambiental adequado e permanente, fiscalização, maiores

investimentos em pesquisas de solução ecologicamente sustentável para os

problemas ambientais, a criação de programas de educação ambiental’ e incentivos

fiscais a empresas, é a melhor alternativa viável para conter os danos ao meio

ambiente.

Dessa forma, fica evidente que a recuperação das matas ciliares e

iniciativas de reflorestamento com as espécies nativas, a despoluição dos rios e a

recuperação do seu potencial, devem constituir uma das estratégias ambientais

prioritárias do planejamento municipal.

3. SUBSISTEMA DOS FIXOS CONSTRUÍDOS PELO HOMEM

A seguir são apresentadas as informações municipais obtidas através da

análise da evolução histórica, do patrimônio cultural, da distribuição do uso e

ocupação do solo, da estrutura fundiária, da habitação, dos equipamentos de

ensino e de saúde, da assistência social, dos espaços públicos e de lazer, dos

equipamentos religiosos, dos cemitérios e do sistema viário.

3.1 Evolução Histórica do Município

A ocupação da região teve início com a colonização de Porto Belo e

Navegantes, no início do século XVIII, com a vinda dos portugueses.

Açorianos atraídos pela enorme quantidade de baleias da costa do litoral

norte catarinense iniciaram a colonização da região onde hoje está localizado o

município de Penha (AMFRI, 1999). Uma das primeiras construções do povoado

(1.759) foi a Capela de São João Batista, que ainda mantém sua estrutura original.

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A fundação do povoado da Armação das Baleias de Itapocorói, por volta de

1777, atraiu inúmeros moradores. Neste local os portugueses mantinham uma

espécie de quartel general destinado à captura de baleias. Desse núcleo seriam

formados os municípios de Penha e Piçarras.

Em 1817, foi feita uma concessão de terras, a Justino José da Silva, que se

propusera criar um estabelecimento pesqueiro na enseada de Porto Belo, onde

também o Ministro Vila Nova Portugal pretendera criar uma estação naval e um

estaleiro. Um ano mais tarde criou-se uma colônia de pescadores com o nome de

Nova Eriçeira. Em 1824, a mesma foi elevada à condição de freguesia.

Em 1832, a freguesia foi elevada à categoria de Vila com seus limites

municipais citados na lei que criou o município. Porém, em 1859 a referida lei foi

extinta, passando a Termo de Tijucas, assim permanecendo por todo o período da

monarquia.

O distrito de Itajaí foi criado em 1833, à margem direita do rio, junto à sua

foz, com a Paróquia do Santíssimo Sacramento, que no ano anterior passava da

jurisdição de São Francisco para a de Porto Belo.

Assim, em 1758, iniciou-se o povoamento de Camboriú, após o

desmembramento das Paróquias Santíssimo Sacramento e de Camboriú do

município de Porto Belo, por Baltazar Pinto Corrêa e Antônio Rosa, vindos daquela

localidade. Da mesma forma, a paróquia de Nossa Senhora da Penha do

Itapocorói, foi desmembrada do município de São Francisco do Sul para formar o

município denominado Itajaí.

As figuras 11, 12, 13 e 14 abaixo nos mostram a origem dos municípios da

região da Foz do Vale do Itajaí.

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Figura 11 – Origem dos municípios da região da Foz do Vale do Itajaí até 1884 Fonte: Secretaria do Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – (SDM, 1999)

Figura 12 – Origem dos municípios da região a Foz do Vale do It ajaí em 1958

Fonte: Secretaria do Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – (SDM, 1999)

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Figura 13 – Origem dos municípios da região da Foz do Vale do I tajaí em 1962 Fonte: Secretaria do Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – (SDM, 1999)

Figura 14 – Origem dos municípios da região da Foz do Vale do I tajaí em 1963

Fonte: Secretaria do Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – (SDM, 1999)

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3.1.1 A Origem de Camboriú

A origem do nome Camboriú, possivelmente provém do sinuoso curso

d’água de um rio de mesmo nome situado no extremo sul. Segundo fontes

populares, sobre a acentuada curva do rio, próximo à foz, os pescadores davam

informações aos que passavam por ali, dizendo: “camba o rio”, ou seja, “faz a

curva”. As duas palavras através da lei do menor esforço se aglutinaram formando

Camboriú. Mas a palavra também pode ser oriunda da língua tupi-guarani, onde

cambori é o nome do peixe robalo, e o sufixo “u” significa criadouro desta espécie.

O povoamento do município de Camboriú teve início em princípios do século

XVIII quando alguns colonizadores, procedentes de Porto Belo e Portugal iniciaram

um povoado que mais tarde ficou conhecido como Bom Sucesso, em virtude do

êxito que teve em sua expedição e em seus empreendimentos agrícolas para

fertilidade das terras.

Com a vinda do Frei Pedro Antonio de Agote, que chegou à Barra da Praia

de Camboriú por volta de 1820, o povo das margens do Rio Camboriú construiu um

oratório em devoção a Santo Amaro, o qual foi demolido tendo sua imagem

colocada na Igreja de Porto Belo (1909), a qual era para ter sido construída desde

1814, já que a população local tinha que se deslocar para as cerimônias oficiais até

a Igreja de São Miguel.

Assim sendo, por volta de 1826, Baltazar Pinto Corrêa, estabeleceu-se no

Morro do Canto da Praia e requereu uma sesmaria fundando o povoado do “Bom

Sucesso”, atual Bairro dos Pioneiros.

Em 1830 José Francisco Garcia, adquire extensa área de terra, onde hoje se

situa a localidade de Rio Pequeno. Mais tarde, com a chegada de seu irmão Tomas

Francisco Garcia e seus familiares, é formado o “Arraial dos Garcias”.

Em 1849 o vice-presidente da Província Dr.Severiano Amorim do Valle eleva

as margens do Rio Camboriú à categoria de Freguesia de Nossa Senhora do Bom

Sucesso de Camboriú, tendo a Barra como sede, e tendo por limites, ao Norte as

vertentes do Canto da Praia (Morro dos Corrêas – Marambaia), ao Sul o Morro do

Boi, a Leste o Oceano Atlântico e ao Oeste a Cordilheira.

Por volta de 1860, a Igreja da Barra, ainda inacabada, começou a funcionar,

seu primeiro pároco foi o reverendo João Luiz Nepomuceno de Macedo, tendo o

franciscano Antônio de Jesus Collares o substituído em 1865, o qual se preocupava

em denunciar os camboriuenses que se negavam a alistar-se como voluntários à

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guerra do Paraguai. Posteriormente a esta guerra, o referido pároco passou a

aliciar os escravos para guerra, com a promessa de libertá-los.

Em 1884, o Presidente da Província, Dr. Francisco Luís da Gama Rosa,

resolveu desmembrar o município de Itajaí, conforme a Lei n.º1076 de 05 de abril.

Sua instalação se deu na Barra, sede do município na época.

Em 1889 com a Proclamação da República mudou-se o regime e toda forma

de governar. Passou-se do império para democracia.

A sede do município através da Resolução nº. 96 de 04 de fevereiro de 1890

foi transferida para a Vila do Garcia, localizada às margens do Rio Pequeno, na

localidade de mesmo nome.

Figura 15 – Rua 7 de Setembro : atual Rua Lauro Muller em Camboriú (Foto: retirada do livro: Sem história não dá)

Em 1909 o intendente de Camboriú coronel Benjamin Vieira, inicia a

reconstrução do caminho do Morro do Boi, que passa pela localidade do Rio

Pequeno, e ligava Camboriú a Itajaí, com objetivo de escoar a safra do café e das

pedras.

O edifício municipal construído por Antônio Maria que ficava na esquina das

Ruas Getulio Vargas e 7 de Setembro, atual Lauro Muller (Figura 15), exatamente

onde está a atual sede da prefeitura municipal, foi então alugado para o

funcionamento do Paço Municipal.

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Na década de 20, mais precisamente em 1924, Camboriú completava 40

anos, apesar disso o município não dispunha mapas ou plantas do sistema viário e,

tampouco, sobre sua situação sócio-econômica. Devido a isto, o superintendente

Bittencourt não pode atender a sua solicitação pela Sociedade de Geografia e

Estatística do Rio de Janeiro. Desta forma Camboriú manteve-se anônimo do

restante do País, permanecendo isolado do progresso; fato agravado pela falta de

representatividade política local.

Neste mesmo ano a praia de Camboriú é descoberta por turistas alemães

que veraneando em Cabeçudas e passeando pelo Costão daquela praia, em

direção ao sul, despretensiosamente descobrem a bela, tranqüila e extensa praia.

Encantados, espalharam as boas novas da “descoberta da nova praia”.

Por volta de 1935 o Prefeito do município Flávio Vieira comprou o edifício

construído por Antonio Maria, no local do atual prédio da Prefeitura, e supõe-se que

para ser feita alguma reforma no prédio provisoriamente o Paço Municipal ficou

instalado na casa de Alexandrina, viúva de José Rebelo da Cunha, onde hoje se

encontra o Cartório Saut.

Figura 16 – Rua Gustavo Richard em Camboriú (Foto: retirada do livro: Sem história não dá)

Na década de 50 foi criado o Distrito da Praia de Camboriú por votação na

Câmara de Vereadores. O município de Balneário Camboriú surgiu através da Lei

Estadual n.º960 de 08 de abril de 1964, tendo para tal Camboriú reduzido sua área

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em 50 km2. No ano de 1970 foi aprovada a resolução que transfere a Comarca de

Camboriú para Balneário Camboriú, que de fato só ocorre em 1971 quando a

Comarca de Balneário Camboriú é elevada a 2ª Entrância, tendo como jurisdição

os municípios de Camboriú e Itapema.

Depois da emancipação de Balneário Camboriú, o município de Camboriú

voltou sua economia de base no desenvolvimento da agricultura, especialmente a

rizicultura ao longo dos vales formados pelos rios dos Macacos, Meio e Braço. A

população limitou-se ao uso de uma agricultura incipiente e com práticas de coivara

nos morros cobertos de Mata Atlântica.

A construção da BR 101 na década de 70 que permitiu melhores condições

de acesso entre o Sul e o Norte do país, implantada na porção central do município

de Balneário Camboriú, consequentemente facilitou o acesso ao município de

Camboriú, e auxiliou na criação de uma rede urbana local bem definida.

Com o incremento da atividade turística com reflexos na expansão da rede

hoteleira, da construção civil e do comércio em Balneário Camboriú, as

oportunidades de empregos gerados atraíram os habitantes de Camboriú. As

atividades agrícolas tornaram-se menos atrativas para a população rural, ocorrendo

um êxodo rural para as áreas mais urbanizadas (Figura16).

Conforme a lei complementar nº. 15/2008 que define o perímetro urbano e

estabelece a divisão dos bairros, os limites do município de Camboriú estão

demarcados na Figura 17.

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Figura 17: Mapa do limite urbano e limite municipal de Cambo riú

Fonte: Secretaria de Planejamento Urbano (2011)

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3.1.2 O Parcelamento do Solo em Camboriú

BairrosDécada

60Década

70Década

80Década

90 2000 2010 TOTAL

Várzea do Ranchinho 0 3 1 2 0 0 6

Monte Alegre 0 9 2 3 4 1 19

Tabuleiro 0 12 8 7 5 3 35

Centro 5 17 12 13 9 5 61

São Francisco de Assis 0 3 6 2 1 1 13

Rio Pequeno 0 4 3 0 0 2 9

Cedro / Lídia Duarte 0 1 4 5 2 2 14

Areias / Santa Regina 0 6 9 11 2 3 31

Rural x x x x x 0 0

TOTAL 5 55 46 43 23 17 188

Tabela 06 –Loteamentos aprovados por década em Camb oriú

Fonte: Secretaria de Planejamento Urbano (2011)

Observado a Tabela 06, constata-se o total de 188 loteamentos aprovados

em Camboriú de 1960 a 2010, com um maior número de aprovação nas décadas

de 70, 80 e 90. O número de loteamentos no centro é o mais significativo,

mantendo esse padrão em todas as décadas. Em seguida o bairro Taboleiro

aparece com um total de 35 loteamentos, seguido do bairro Areias, com 31. O

bairro Várzea do Ranchinho foi o que menos aprovou loteamentos, com um total de

apenas 6, estando desde 2000, sem nenhuma aprovação.

Assim, além da área central, constam como vetores de crescimento os

setores noroeste e sudoeste (Figura 18).