Segredos de Fátima

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  • 8/14/2019 Segredos de Ftima

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    Ftima: um "segredo" contendo um enigma envolto em um

    mistrio

    Orlando Fedeli

    I - Introduo e observaes preliminares II - Os trs segredos de Ftima III - Causas dos castigos anunciados por Nossa Senhora em Ftima IV - Dom Bosco e Ftima V - O milagre do sol VI - Tentativa de explicao destes sonhos de Dom Bosco VII - O documento publicado pelo Vaticano a respeito do terceiro segredo de

    Ftima

    VIII - O comentrio teolgico da viso feito por Ratzinger IX - Anlise da viso do terceiro segredo de Ftima

    I - Introduo e observaes preliminares

    O Vaticano acaba de publicar (26 de junho de 2000) o famoso terceiro segredo de Ftima. E asurpresa foi proporcional expectativa, que era imensa e velha de muitas dcadas. Assustoumuito mais o longo silncio sobre o segredo do que o texto que foi publicado. E, se no fosse ocarter e respeito sagrado que merecem as palavras de Nossa Senhora, se diria - primeiravista e depois da tentativa de interpretao de Ratzinger - que se trata de um segredo intil.Houve at quem o classificasse como um segredo "teologicamente vazio". Assustou mais osilncio sobre ele do que sua revelao.

    O prprio Vaticano tem conscincia de que o texto publicado - que se procura provar de todosos modos ser o autntico - causa decepo. Pois diz o Cardeal Ratzinger em seu " ComentrioTeolgico" ao "segredo" (e as aspas na palavra segredo so do prprio Cardeal Ratzinger):"Quem l com ateno o texto do chamado terceiro 'segredo' de Ftima, que depois de longotempo, por disposio do Santo Padre, aqui publicado integralmente, ficarpresumivelmente desiludido ou maravilhado depois de todas as especulaes que foram feitas.No revelado nenhum grande mistrio; o vu do futuro no rasgado ." (O negrito nosso).

    Se o Cardeal Ratzinger tem razo ao dizer isso - e pela viso bastante enigmtica que foirevelada se tem a impresso inicial de que ele realmente a tem - ento parece, numa primeiraleitura, que Nossa Senhora no revelou praticamente nada sobre o futuro, nesse terceiro"segredo", ou melhor, nesta viso ligada ao terceiro segredo. Mas ento por que tanto cuidadoem ocultar, e por tantos anos, uma viso que no oferecia perigo algum em ser publicada,

    exatamente porque parece indecifrvel? E por que public-la exatamente agora?

    Isso tudo parece mais misterioso que o prprio "segredo"... Por isso ficamos - pelo menosinicialmente - no entre os desiludidos, e sim entre os perplexos. Literalmente perplexos. Comuma sensao, quase que indefinida, de que se est ocultando algo.

    O famoso terceiro segredo de Ftima constitudo por uma viso tida pelos trs pastores. Estaviso um enigma. E o mistrio a ausncia de explicao dessa viso por parte de NossaSenhora, assim como, entre outras coisas, o porqu de nunca o terem publicado - j que,segundo Ratzinger, ele "no rasga o vu do futuro" - e por que o publicaram exatamente agora.

    O Cardeal Ratzinger, no documento oficial publicado, apresenta uma "tentativa deinterpretao" do "segredo". Sendo apenas uma "tentativa de interpretao", evidente que -embora deva-se respeitar a grande autoridade deste Cardeal - ela no de aceitao

    http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima1#fatima1http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima2#fatima2http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima3#fatima3http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima4#fatima4http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima4#fatima4http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima5#fatima5http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima6#fatima6http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima6#fatima6http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima7#fatima7http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima7#fatima7http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima8#fatima8http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima8#fatima8http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima9#fatima9http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima2#fatima2http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima3#fatima3http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima4#fatima4http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima5#fatima5http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima6#fatima6http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima7#fatima7http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima7#fatima7http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima8#fatima8http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima9#fatima9http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=religiao&artigo=fatima3&lang=bra#fatima1#fatima1
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    obrigatria para os fiis. A mensagem de Ftima no um dogma da Igreja, nem muito menosa "tentativa de interpretao" dela, feita pelo Cardeal Ratzinger.

    A mensagem de Nossa Senhora de Ftima foi enviada ao mundo todo. Cada um - desde queobedea s normas da boa hermenutica - pode tentar interpret-la. Esse direito deinterpretao reforado pelo fato de que no "segredo" falta - e estranhamos isso - qualquer

    frase de Nossa Senhora explicando a viso para as trs crianas. Ora, para que adeterminao delas fosse firme em guardar o segredo - sem aspas - era muito conveniente enatural que Nossa Senhora explicasse o que elas haviam visto. Como Nossa Senhora lhesexplicou a clara e bvia viso do inferno, e as manteve na ignorncia da compreenso de visoto misteriosa? No parece claro que assim tenha sido.

    Julgamos que, muito provavelmente, Nossa Senhora explicou o significado da viso misteriosa,mas que esta explicao foi omitida no documento agora publicado. Por qu? Pois no foi ditopor Lcia que a frase "Em Portugal, se manter sempre o dogma da F, etc", era o comeo doterceiro segredo? E o decisivo "etc". Por que continua sem ser revelado? Porque depois do"etc" evidentemente h uma continuao. Que no foi publicada.

    Alm disso, Nossa Senhora, depois da viso do inferno, aponta os meios para evitar a perdadas almas. Depois do segundo segredo, indica e manda que se consagre a Rssia aoImaculado Corao como meio de evitar o castigo da Segunda Guerra e a difuso dos erros daRssia. Na terceira viso, se faz entrever um futuro martrio do Papa e de muitos clrigos eleigos. Um verdadeiro massacre.

    S que a viso misteriosa no seguida de nenhuma exposio de Nossa Senhora sobrecomo evitar o mal anunciado na viso, nem explicando o que ela significa. E esta ausnciacontraria o esquema geral adotado por Nossa Senhora na revelao de Ftima. E nocontrariaria, se houvesse a seqncia depois do "etc", se houvesse a explicao de NossaSenhora para a viso misteriosa. Isto posto, e visto o carter enigmtico da viso, h uma certaliberdade para recusar a tentativa de interpretao do Cardeal Ratzinger - tanto mais que,como veremos, a exegese de Ratzinger violenta grosseiramente o texto da viso - e para

    propor outra que se queira, desde que se leve em conta o texto literal da viso na anlise quese fizer.

    Evidentemente, nossa despretensiosa hiptese de interpretao no pretende ter nenhumaautoridade alm daquela que provm de um exame atento, e que procura se aterrigorosamente ao texto da viso, assim como de outros dados certos e bem conhecidos. claro tambm que nos submetemos ao julgamento e crtica, em primeiro lugar da Igreja, edepois de todos os que, mais doutos que ns, possam nos corrigir e elucidar.

    II - Os trs segredos de Ftima

    Em julho de 1917, Nossa Senhora revelou aos trs pequenos pastores, a quem aparecia pelaterceira vez, trs segredos que, em seu conjunto, constituam a mensagem de Ftima. Estamensagem de Nossa Senhora seguia o seguinte esquema:

    1. Deus estava muito ofendido pelos pecados do mundo moderno.2. Por isso, exigia penitncia.3. Caso ela no fosse feita, viria um castigo.

    No primeiro segredo, Nossa Senhora mostrou aos trs pastorinhos de Aljustrel "o inferno paraonde vo os pecadores", e explicou-lhes que foram os pecados dos homens que provocaram ocastigo da I Guerra Mundial (1914-1917).

    "Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra.Mergulhados em esse fogo os demnios e as almas, como se fossem brasas transparentes e

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    negras, ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incndio levadas pelas chamasque delas mesmas saam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados,semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incndios, sem peso nem equilbrio, entre gritos egemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demniosdistinguiam-se por formas horrveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos,mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graas nossa boa Me l do cu,

    que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o cu (na primeira apario).Se assim no fosse, creio que teramos morrido de susto e pavor. Em seguida, levantamos osolhos para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza: 'Vistes o inferno, para ondevo as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo adevoo a meu Imaculado Corao. Se fizerem o que eu disser, salvar-se-o muitas almas etero paz.'"

    O segundo segredo: "A guerra vai acabar, mas, se no deixarem de ofender a Deus, noreinado de Pio XI comear outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luzdesconhecida, sabei que o grande sinal que Deus vos d de que vai punir o mundo de seuscrimes, por meio da guerra, da fome e de perseguies Igreja e ao Santo Padre. Para aimpedir, virei pedir a consagrao da Rssia a meu Imaculado Corao e a comunhoreparadora nos primeiros sbados. Se atenderem a meus pedidos, a Rssia se converter e

    tero paz; se no, espalhar seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguies Igreja, os bons sero martirizados, o Santo Padre ter muito que sofrer, vrias naes seroaniquiladas, por fim o meu Imaculado Corao triunfar. O Santo Padre consagrar-me- aRssia, que se converter, e ser concedido ao mundo algum tempo de paz."

    At aqui, os dois primeiros segredos, tais quais foram redigidos por Irm Lcia e tais quaisforam agora publicados pelo Vaticano.

    O primeiro segredo tratava da Primeira Guerra Mundial como castigo pelos pecados do mundo.Nossa Senhora anunciava que esse primeiro castigo logo iria acabar, e pedia que se rezassemuito pela converso dos pecadores, e que se fizesse penitncia. Portanto, este primeirosegredo tratava das almas.

    Ao anunciar aos trs pastorinhos que a I Guerra Mundial logo ia acabar, Nossa Senhorapreveniu que, se no houvesse emenda dos pecados, outra guerra ainda pior castigaria omundo, "no tempo do Papa Pio XI". Esse castigo seria precedido por "uma grande luz queiluminaria o cu".

    Esse castigo veio. Portanto, no houve a emenda pedida.

    A seguir, Nossa Senhora previa que "a Rssia espalharia seus erros pelo mundo" - e aRevoluo Comunista na Rssia s ia acontecer em novembro de 1917, alguns meses depoisda revelao de julho de 1917. Dizia ainda Nossa Senhora que, nessa II Guerra Mundial,"vrias naes seriam aniquiladas", "os bons seria martirizados", "o Santo Padre teria muitoque sofrer". O comunismo na Rssia e o espalhar dos erros comunistas pelo mundo ocorreram.Houve perseguies Igreja, e os bons foram martirizados em todos os pases comunistas. Sa frase "o Santo Padre ter muito que sofrer" parece exigir uma interpretao maior, porquenenhum dos Papas do sculo XX teve grandes sofrimentos. S o tiro de Agca foi uma exceo,mas quo pequena se comparada com os demais sofrimentos preditos!

    O segundo segredo, ento, tratava das naes.

    Para impedir que os castigos prosseguissem, Nossa Senhora pedia:

    1. Que o Papa - junto com todos os Bispos do mundo - consagrasse nominalmente a Rssia aoImaculado Corao de Maria, coisa que at hoje nunca foi feita nos termos em que NossaSenhora pediu.

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    2. Pedia ainda, de novo, penitncia e orao, assim como o estabelecimento da devoo aoImaculado Corao de Maria, e a comunho reparadora nos primeiros sbados.

    Claro que, se os pedidos de Nossa Senhora no fossem atendidos, haveria novo castigo e,desta vez, ao que parece por certos detalhes, atingindo diretamente o clero, e mesmo o Papa.

    Jacinta via um Papa rezando e sendo apedrejado numa casa muito grande e, quandoperguntou Lcia se podia contar isso e falar de uma multido faminta e massacrada porestradas, Lcia a proibiu, porque isso "fazia parte do segredo" e, sabendo desse detalhe,"ficaria fcil descobrir o segredo". Ora, estranhamente, como veremos, estes detalhes noaparecem no texto agora publicado. Por qu?

    Conhecia-se ainda uma concluso, que, exatamente por ser concluso, supunha-se com toda algica que ela viria no final da mensagem, isto , aps o terceiro segredo, ora revelado: "Porfim o meu Imaculado Corao triunfar. O Santo Padre consagrar-me- a Rssia, que seconverter, e ser concedido ao mundo algum tempo de paz."

    E, numa quarta redao da mensagem de Ftima, a Irm Lcia escreveu uma frase elucidativa:

    "O dogma da F se manter sempre em Portugal, etc." O que faz supor - evidentemente! -que o dogma da F no se manteria em outros pases. Portugal seria uma exceo. Ora,aparentemente, nada na viso publicada fala de uma crise da F em nenhum pas. Por qu?

    Se o primeiro segredo tratava das pessoas e o segundo tratava das naes, era lgico, pelaprogresso estabelecida, que o terceiro segredo deveria tratar da Igreja. Claro que no dospecados da Igreja, porque a Igreja Santa e no pode cometer pecados, e sim dos pecadosque se cometem na Igreja, isto , especialmente dos pecados do clero. Pecados do clero que,hoje, os membros do clero costumam transferir para a Igreja, esquecendo-se de que Ela imaculada e impoluta. E essa transferncia de culpa do clero para a Igreja um dos grandespecados atuais. Ora, a viso que consta do terceiro segredo, e que agora foi publicada, mostraexatamente uma cena trgica a respeito de um Papa, e da Igreja martirizada. Por qu?

    Agora, o Vaticano acaba de publicar a seguinte verso do terceiro "segredo" de Ftima,redigida pela Irm Lcia. No texto aparecem estranhas aspas que indicariam que ela copioualgumas frases de uma outra verso, no publicada. (Colocaremos essas aspas sempre emnegrito, para salient-las.) "Depois das duas partes que j expus, vimos ao lado esquerdo deNossa Senhora um pouco mais alto um anjo com uma espada de fogo em a mo esquerda; aocintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contatodo brilho que da mo direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro.

    O anjo, apontando com a mo direita para terra, com voz forte disse: 'Penitncia, Penitncia,Penitncia!'

    E vimos numa luz imensa que Deus: "algo semelhante a como se vem as pessoas num

    espelho quando lhe passam por diante" um Bispo vestido de branco "tivemos opressentimento de que era o Santo Padre".

    Vrios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, nocimo da qual estava uma grande cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca;o Santo Padre, antes de chegar a, atravessou uma grande cidade meio em runas, e meiotrmulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadveresque encontrava pelo caminho; chegando ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos ps dagrande cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vrios tiros de armas defogo e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trs aos outros os bispos, sacerdotes,religiosos e religiosas, e vrias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de vrias classes eposies.

    Sob os dois braos da cruz estavam dois anjos, cada um segurando um regador de cristal em amo, neles recolhiam o sangue dos mrtires e com ele regavam as almas que se aproximavam

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    de Deus. Tuy, 3-1-1944. [No h nenhuma assinatura no documento publicado peloVaticano!!!]"

    III - Causas dos castigos anunciados por Nossa Senhora em Ftima

    patente e clarssimo que, se Deus mandou, pela primeira vez, sua prpria Me prevenir omundo a respeito dos pecados e de seus castigos conseqentes, porque tanto os pecadosquanto os castigos eram nicos na Histria. Que pecados seriam esses? H que distinguir:

    a. os pecados das pessoas, castigados especialmente pela I Guerra Mundial (primeirosegredo);b. o pecado e o castigo especfico das naes (segundo segredo);c. e, finalmente, os pecados cometidos pelo clero, que so punidos na viso do terceirosegredo.

    Sobre os pecados que causaram a I Guerra Mundial, os trs videntes deram a entender,

    posteriormente, que eles foram especialmente os pecados da carne. E isso claro para quemconhece a histria dos costumes do sculo passado, e a profunda decadncia moral em quemorreu o sculo XIX. Basta falar do decadentismo e do satanismo que dominaram a arte dessefim de sculo, assim como a grande corrupo moral que caracterizou a chamada "Bellepoque", no comeo do sculo XX.

    E pior viria a ser depois da I Guerra, que, ao invs de ter sido aproveitada como penitncia, foium novo e possante incentivo para degradaes inauditas. Jacinta alude a "modas que viro eque ofendem muito a Nosso Senhor". Numa carta de 19-2-1940, Irm Lcia escreveu aoCardeal patriarca de Lisboa: "Eminentssimo Senhor Cardeal, Nosso Senhor est descontentee amargurado com os pecados do mundo e com os de Portugal, queixando-se da falta decorrespondncia, vida pecaminosa do povo e em especial da tibieza, indiferena e vidademasiado cmoda que levam a maioria dos sacerdotes, religiosos e religiosas [O negrito nosso]; limitadssimo o nmero das almas com quem se encontra na orao e no sacrifcio.Em reparao e splica por si e pelas outras naes, Nosso Senhor deseja que em Portugalsejam abolidas as festas profanas nos dias de carnaval e substitudas por oraes e sacrifcioscom preces pblicas pelas ruas. Rogo pois a Vossa Eminncia se digne em unio com todos osExcelentssimos Senhores Bispos promov-las, no esquecendo que Nosso Senhor, aoprometer uma proteo especial nossa Nao, a declarou tambm culpada e lhe anuncioualgo que sofrer tambm. Esse algo consistir em conseqncias de guerras estrangeiras maisou menos graves segundo a nossa correspondncia aos desejos de Nosso Senhor. NossoSenhor deseja que atraiamos assim a paz no s sobre Portugal mas sobre as demaisnaes." (Apud Padre Antnio Maria Martins, S. J., Novos Documentos de Ftima, ed.Loyola, So Paulo, sem data, p. 251).

    O que espanta nessa carta de Irm Lcia o imenso contraste com a atual situao moral domundo, neste incio do assim mal chamado "Terceiro Milnio", na "aurora da Civilizao doAmor"... Imagine-se! Deus estava amargurado com o carnaval de Portugal em 1940! Quepensa Nosso Senhor, ento, do carnaval atual do Rio de Janeiro? E como o clero nada diz nemdo carnaval de hoje, e, muito menos, nada disse do carnaval lisboeta de 1940? E pelo carnavalde Lisboa, em 1940, Portugal sofreria guerras sangrentas! O que sofrer o mundo atual peloscrimes de hoje? Ainda agora, a mdia notcia o World Gay Pride realizando-se em Roma, econta que o Papa teve que proibir um bispo francs de participar desse congresso dehomossexuais, fazendo nele uma conferncia! E a reao do Mestre do Palcio Apostlico (otelogo pessoal do Papa, o Abb Cottier) ao Congresso Mundial dos Homossexuais, em Roma,foi bastante tmida. Que castigos ameaam, hoje, o mundo?

    Irm Lcia, na carta supracitada, mostra que Nosso Senhor se queixava no s da "vida

    pecaminosa do povo" - que hoje piorou tanto - como tambm "e em especial da tibieza,

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    indiferena e vida demasiado cmoda que levam a maioria dos sacerdotes, religiosos ereligiosas".

    Isso em 1940!!!

    Oxal fossem, ainda hoje, apenas essas as queixas de Cristo a respeito do clero! No que

    desejssemos que houvesse, ainda hoje, esses pecados de indiferena, de tibieza, e de vidacmoda do clero... Mas, se isso for comparado apostasia e deboche em que caram tantossacerdotes, isso seria bem pouco. Hoje, a situao do clero muito mais calamitosa eescandalosa. Quer do ponto de vista moral, como de f. Que a difuso da heresia e domundanismo, em que grande nmero de sacerdotes e bispos esto mergulhados, seno aconseqncia lgica e natural da tibieza, vida cmoda e indiferena em que vivia o clero em1940? Velemos pudicamente a face - e este texto - diante dos pecados atuais do clero... Massem esquecer que eles, desgraadamente, existem.

    Resumindo, ento, podemos concluir que os pecados que determinaram o castigo da PrimeiraGuerra Mundial foram:

    1. A imoralidade dos costumes;2. A decadncia do clero, devida ao liberalismo e a tendncia boa vida, mesmo no clero mais"conservador";3. E - evidentemente - a heresia no clero mais progressista, isto , o Modernismo, condenadopor So Pio X, em 1908.

    Dissemos que os pecados foram a primeira causa do primeiro castigo, e, como disse e mostrouNossa Senhora aos pastorinhos, muitas almas se perdiam pelos pecados no comeo do sculoXX. Que dir hoje?

    O segundo castigo teria sido evitado, se tivesse havido converso nos costumes do povo e doclero, e se o Papa tivesse consagrado a Rssia ao Imaculado Corao, nas condies pedidaspela Virgem Maria em Ftima. Nenhum Papa fez o que Nossa Senhora pediu, como Ela o

    pediu, nas condies que Ela estabeleceu. Nem houve converso do povo. E a mudana doscostumes foi para pior. Por isso, veio o segundo castigo: a Segunda Guerra Mundial, ainda piorque a Primeira, e a Rssia espalhou seus erros comunistas e socialistas pelo mundo todo. Omarxismo dominou e tiranizou naes. Embebeu as inteligncias e contaminou at o clero.Quantos no passaram a defender um "socialismo cristo"(???), condenado, graas a Deus,por Pio XI, na encclica Quadragsimo anno?

    O castigo da Segunda Guerra Mundial tambm no foi aproveitado. Ao invs de converso, aGuerra trouxe ainda maior corrupo nos costumes e um modo de vida inteiramente naturalistae pago. Pior ainda, os erros do Modernismo se desencadearam depois da II Guerra, e o clerose mostrou contaminado pelos maus costumes do mundo moderno, e pela heresia modernistaespantosamente crescente e cada vez mais dominante.

    A desobedincia lei de Deus, hoje, piorou muitssimo e atingiu nveis antes nunca vistos. Ela uma das causas dos castigos anunciados em Ftima, por Nossa Senhora, castigos queainda no se realizaram. Em que pese a opinio contrria do Cardeal Ratzinger, que garanteque os fatos enunciados em Ftima j aconteceram, embora, contraditoriamente, ele diga queo terceiro segredo "no rasgou o vu do futuro".

    O pecado - infelizmente - existe em abundncia e gravissimamente. O arrependimento e apenitncia - infelizmente - no se vem. Os castigos piores anunciados para o Papa - e para oclero tambm, assim como para o povo -, no terceiro segredo, ainda no chegaram.

    Ratzinger e Sodano do um certo aval identificao do Papa que morre na viso do terceirosegredo com o caso Agca-Joo Paulo II. (Mais adiante, veremos como essa interpretao esdrxula, visto que Joo Paulo II est vivo!!!). Se a interpretao de Ratzinger e Sodano fosseverdadeira, o Vaticano teria admitido que o castigo predito j se realizou. Porm, nesse caso, o

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    Vaticano est admitindo que houve uma culpa anterior do clero - e talvez do prprio Papa - quemereceu tal castigo. (A nosso ver, o castigo que redunda na morte de um Papa ainda noaconteceu; uma das razes - determinante e evidente - que Joo Paulo II est vivo).

    Qual ter sido o grande pecado que provocar a cena trgica de tantas mortes e martrios,inclusive a de um Papa? Ou, se se admite uma viso "otimista" da histria da Igreja no sculo

    XX, qual ter sido a causa que evitou o grande castigo predito na viso misteriosa do terceirosegredo? Causa do castigo, ou ao virtuosa e penitencial salvadora que o evitou, deve teracontecido entre o fim da Segunda Guerra Mundial (castigo predito no segundo segredo) eagora. (A Irm Lcia havia dito que Nossa Senhora marcara a data de 1960 para a revelaodo terceiro segredo. Agora, ela afirmou que essa data foi escolhida a esmo, por ela mesma.Ora, Deus pode t-la guiado, mesmo inconscientemente, a escolher essa data, pouco anteriorao Conclio Vaticano II...)

    Que de mais importante aconteceu, na histria da Igreja, entre 1945 e 2000? Tenha-se queopinio for sobre o Conclio Vaticano II, no h quem, na Igreja e fora dela, no concorde coma afirmao de que o Conclio Vaticano II foi o fato mais importante da histria da Igreja nosculo XX. Nisto - e s nisto - concordam quer os progressistas (moderados ou radicais), queros chamados integristas (tradicionalistas de todos os matizes): o Vaticano II foi o fato maisimportante da histria da Igreja no sculo XX.

    Os progressistas o consideram a abertura de uma nova era na histria da Igreja, a chegada asua fase adulta, o triunfo, dizem alguns, de uma nova Igreja, oposta Igreja do passado,triunfalista e constantiniana. Os integristas de todos os matizes vem no Vaticano II o triunfo daheresia, e alguns o tm como uma verdadeira apostasia da f antiga. De qualquer modo, todosconcordam que ele foi de importncia inigualvel.

    Sendo assim, como Nossa Senhora no disse uma palavra sequer, em sua mensagem, sobre oVaticano II? Ela deveria t-lo elogiado como o Conclio que salvou a Igreja e converteu omundo moderno, prestes a ser punido pelo anjo que tinha sua espada de fogosintomaticamente na mo esquerda... Ela deveria ter deixado claro que o fulgor da mo direita

    de Nossa Senhora, que impediu o anjo de incendiar o mundo, foi resultante do bom sucesso edos bons efeitos do Vaticano II! Nada!!! Absolutamente nada! Para a Virgem Maria, parece queo Conclio de Joo XXIII e de Paulo VI no mereceu nenhum elogio. Nenhum louvor.

    Se Ela tivesse dito a menor palavra de apoio ao Vaticano II, como essa palavra seriatrombeteada pelo clero progressista! Se ela tivesse elogiado, ainda que palidamente, oConclio, evidente que no se teria esperado todos esses anos para publicar o segredo! Mas,ento, teria Nossa Senhora criticado o Conclio? Teria dito Ela alguma coisa contra o que se fezno Conclio? E, nesse caso, teria sido o Vaticano II uma das causas do massacre que amisteriosa viso do terceiro segredo prenuncia: a do martrio de um Papa "meio trmulo evacilante"?

    E o que fez o Conclio Vaticano II? Que significou o "aggiornamento", isto , a atualizao, amodernizao da Igreja feita pelo Conclio? Ningum melhor do que Paulo VI para julgar oVaticano II. No final do Vaticano II, Paulo VI fez um discurso em que disse: "A Igreja, nessesquatro anos, se ocupou muito do homem, do homem tal como ele se apresenta na realidadeem nossa poca, o homem vivo. O homem todo inteiro ocupado consigo mesmo, o homemque se faz no somente o centro de tudo o que lhe interessa, mas que ousa pretenderser o princpio e a razo ltima de toda a realidade [...]." (Discurso de Paulo VI noencerramento do Conclio Vaticano II, 7-XII-1965. O negrito nosso).

    No preciso ser um extremado integrista para verificar que esse homem, de que a Igreja seocupou no Vaticano II, o homem que se faz Deus contra Deus. E que fez Paulo VI? Queatitude tomou o Vaticano II diante desse Homem, dolo de si mesmo? Responde Paulo VI: "avelha histria do Samaritano foi o modelo da espiritualidade do Conclio [Vaticano II]. Uma

    simpatia sem limites o invadiu inteiramente. [...] Ns tambm, Ns mais do que ningum,ns temos o culto do homem." (Paulo VI, discurso em 7-XII-1965, encerrando o Conclio

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    Vaticano II, apud Yves Chiron, Paul VI, le Pape cartl, Perrin, Paris,1993, pg. 249. O negrito nosso).

    Est a um fato inaudito na histria da Igreja: um Papa que, encerrando o maior Conclio daHistria, proclama que a Igreja, que sempre cultuou a Deus Criador do Cu e da Terra, agorase diz cultuadora do homem que se faz centro e causa ltima de tudo, isto , do Homem que se

    adora a si mesmo. Ainda nesse mesmo discurso de encerramento do Conclio Vaticano II,Paulo VI declarou: "A religio do Deus que se fez homem [o Catolicismo] se encontrou com areligio (porque ela tal) do homem que se faz Deus [o Comunismo]". E continuou Paulo VI,dizendo que muitos julgavam que haveria um enfrentamento, um choque, uma luta, umantema, mas nada disso aconteceu. "Pelo contrrio, uma simpatia imensa, uma ateno novada Igreja s necessidades dos homens. A igreja quase que se fez serva da humanidade, noVaticano II." (O negrito nosso). Que frutos se poderia esperar dessa capitulao?

    Note-se que haveria muito mais o que examinar no Conclio: o ecumenismo; a liberdade dereligio e de conscincia; a questo de que a Igreja de Cristo a Igreja Catlica, ou se nelaapenas subsiste a Igreja de Cristo; quem tem o supremo poder na Igreja; etc. Muitos outros"etc" que, cada um de per si, justificaria um imenso castigo. Por que Nossa Senhora nada dissedo Vaticano II? Por que no lhe fez nenhum elogio?

    Teria Ela concordado com Paulo VI, que afirmou do Conclio Vaticano II: " Por alguma brecha,a fumaa de Sat est no Templo de Deus: a dvida, a incerteza, a problemtica, ainquietao, a insatisfao, o afrontamento surgiram [...].

    Ns teramos acreditado que o porvir do Conclio seria um dia de sol para a Igreja. MasNs encontramos novas tempestades. Procuramos cavar novos abismos em vez depreench-los.

    Que aconteceu?

    Ns vos confiamos nosso pensamento: trata-se de uma potncia adversa, o diabo, este

    ser misterioso, inimigo de todos os homens, este qualquer coisa de sobrenatural, vindoestragar e secar os frutos do Conclio ecumnico e impedir que a Igreja expluda emhinos de alegria por ter redescoberto a conscincia dela mesma." (Apud Yves Chiron, opcit., p. 320. O sublinhado, itlico e negrito so nossos).

    Veja-se que declarao terrvel! O Papa declara que a fumaa de Sat entrou no Templo deDeus. Qual foi a brecha pela qual ela entrou? Evidentemente atravs do Vaticano II. Ainda oPapa Paulo VI, analisando a situao da Igreja no ps-Conclio, declarou: "A Igreja se acha emuma hora inquieta de autocrtica, dir-se-ia melhor de autodemolio. como se um revirar-seagudo e complexo que ningum teria esperado depois do Conclio. A Igreja quase quasegolpeia-se a si mesma." (Paulo VI, Discurso de 7-XII-1968. O negrito nosso).

    Ser que este processo de autodemolio - quase, quase um suicdio - no foi considerado umpecado do clero, que exigia a penitncia trs vezes proclamada pelo anjo da viso?

    Paulo VI culpa o diabo por isso, mas logo depois declara uma segunda coisa tremenda: " NoVaticano II a Igreja redescobriu a conscincia de si mesma." Como se fosse possvel que aIgreja a tivesse perdido!!! E ser que, dizendo isso, houve a penitncia que evitou o castigopredito na viso do terceiro segredo? Ou, pelo contrrio, nisso houve um pecado que causou ocastigo que se descreve na viso dos trs pastorinhos? "Ora o corte na unidade vemamplamente reconhecido no discurso paulino [de Paulo VI] de 30 de agosto de 1973, que chora'a diviso, a desagregao que infelizmente entraram agora em no poucas camadas daIgreja', e diretamente proclama que 'a recomposio da unidade espiritual e real no interior daIgreja , hoje, um dos mais graves e urgentes problemas da Igreja'. E no discurso de 23 denovembro de 1973, o Papa toca tambm na etiologia do extravio [smarrimento = desmaio]

    enorme e confessa o erro prprio admitindo que 'a abertura ao mundo foi uma verdadeirainvaso do pensamento mundano na Igreja'. Esta invaso tolhe da Igreja a fora de oposio e

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    lhe tira toda expressividade. E dramtico neste discurso o uso equvoco do pronome daprimeira pessoa do plural. 'Ns', diz, 'fomos dbeis demais e imprudentes, etc...' ns ouNs?" (R. Amerio, Iota Unum, ed. Ricardo Ricciardi, Milano Torino, 1985, p. 11).

    J em 1965, ainda durante o Conclio, Paulo VI viajou a Nova York. Foi ONU - "Cette chose lde New York", como dizia depreciativamente De Gaulle - fazer um discurso apenas como "um

    expert em humanidade", e l, diante dos membros da ONU, o Papa declarou que vinha trazer"uma ratificao moral e solene", declarando que a ONU... ..." o caminho obrigatrio dacivilizao moderna e da paz mundial." (Apud Yves Chiron, op. cit. p. 243).

    Para Paulo VI, ento, o caminho da civilizao moderna no obrigatoriamente Cristo, Prncipeda Paz, nem a Igreja, mas a ONU. Ser que essa frase, pronunciada por um Papa diante dasmaiores - usemos de eufemismos - delegaes diplomticas do mundo moderno, no tevenenhuma importncia diante de Deus? E que importncia teve diante de Deus: positiva ounegativa? Essas declaraes tremendas de um Papa no foram causa do castigo anunciado naviso do terceiro segredo de Ftima?

    E, coerente com essa viso internacionalista e laica da salvao pela ONU, Paulo VI foi maisalm ao declarar que hoje, pelo menos na aparncia, o mundo supera a Igreja: "Para quemobserva as coisas superficialmente, a Igreja parece impensvel em nossos dias e, antes,parece destinada a apagar-se e a se deixar substituir por uma mais fcil e experimentvelconcepo do mundo, sem dogmas, sem hierarquia, sem limites ao gozo possvel daexistncia, sem a Cruz de Cristo." E continuava o Papa Paulo VI: "Mas, abramos os olhos: aIgreja est, agora, sob certos aspectos, em graves sofrimentos, em radicais oposies, emcorrosivas contradies.

    E o Papa pe em dvida se o mundo precisa ainda da Igreja para aprender os valores decaridade, de respeito aos direitos, de solidariedade, visto que, neste momento, tudo isto, eparece muito melhor, o faz o mundo." (Apud Romano Amerio, Iota Unum, Ricardo RicciardiEditori, Milano Napoli, 1985, p. 154).

    Resumindo:

    1. O Conclio Vaticano II recusou condenar o comunismo, mas, no dizer do prprio Paulo VI,"abraou a religio do homem que se fez Deus".

    2. Pior. Depois do Conclio, se adotou a poltica de 'aggiornamento' e de abertura para o mundomoderno que redundou na Ost Politikdo Vaticano. Deste modo, alm de no se condenar ocomunismo, se procurou um acordo diplomtico com ele. Mais ainda, com a Teologia daLibertao esse acordo foi ao terreno doutrinrio, e da ao terreno da "prxis", o cleromodernista e progressista apoiando at mesmo a ao guerrilheira e terrorista do comunismo.

    3. Aceitou-se o igualitarismo e o democratismo modernos, expressos no Vaticano II pela

    famigerada "Colegialidade". A Igreja se democratizou e se "humanizou". Democratizou-se eaceitou o liberalismo ao proclamar, no Vaticano II, a liberdade de religio e de conscincia,cujas aplicaes prticas so o ecumenismo e o fim das misses. Humanizou-se, aceitando o"culto do Homem" de que a Nova Missa de Paulo VI a manifestao mais clara.

    Eis a os trs sinais de que o segundo castigo - o das naes - no foi aproveitado, e, por isso,a viso do terceiro segredo anuncia um castigo ainda maior.

    IV - Dom Bosco e Ftima

    Se a viso misteriosa publicada agora pelo Vaticano como sendo o terceiro "segredo" deFtima quase indecifrvel, como julga o Cardeal Ratzinger - o que no o impediu de fazer um

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    "tentativa de interpretao" -, julgamos que ela pode ser muito esclarecida pelos sonhos queDom Bosco teve sobre o estado futuro da Igreja.

    bem sabido que So Joo Bosco gozou de um carisma especial, que fez dele um grandeprofeta. Sobre o futuro da Igreja, ele teve, no sculo passado, dois sonhos - tambmmisteriosos - que entretanto, hoje, e com a verso do terceiro segredo, parecem se esclarecer

    uns aos outros. Dos dois sonhos de Dom Bosco sobre a Igreja, o primeiro conhecido como o"Das duas colunas no mar" e o segundo como "O triunfo da Virgem".

    Vejamos estes sonhos, que tm por fonte o mesmo Deus que fez Nossa Senhora dar aospastorinhos de Aljustrel a terrvel viso, ora publicada.

    Sonho das duas colunas no mar

    Dom Bosco teve este sonho em 1862, portanto antes da realizao do Conclio Vaticano I, em1870. Damos aqui a verso do sonho tal qual se acha na famosa obra de Lemoyne: Memrias

    Autobiogrficas de Dom Bosco, vol VII, pp. 169 a 171.

    "Dom Bosco, no dia 26 de maio, havia prometido aos jovens que lhes contaria alguma coisabonita no ltimo ou no penltimo dia do ms. No dia 30 de maio, pois, contou noite umaparbola ou semelhana, como ele quis cham-la.

    'Quero contar-lhes um sonho. verdade que quem sonha no raciocina, todavia, eu, que lhescontaria at mesmo os meus pecados, se no tivesse medo de fazer que vocs todos fugisseme fazer cair a casa, lhes conto isso para utilidade espiritual de vocs. O sonho, eu o tive halguns dias.

    Imaginem vocs de estar comigo numa praia do mar, ou antes, sobre um escolho isolado, e de

    no ver outro espao de terra a no ser aquele que lhes est sob os ps. Em toda aquela vastasuperfcie das guas se via uma multido inumervel de navios em ordem de batalha, cujasproas eram terminadas por um agudo esporo de ferro em forma de lana, que, onde eradirigido, feria e traspassava qualquer coisa. Estes navios estavam armados com canhes,carregados com fuzis, com outras armas de todo gnero, com matrias incendirias, e tambmcom livros, e avanavam contra um navio muito maior e mais alto que todos eles, tentandochocar-se com ele por meio do esporo, incendi-lo, ou ento causar-lhe todo o dano possvel.

    Aquela nave majestosa, perfeitamente guarnecida, era escoltada por muitas navezinhas querecebiam dela os sinais de comando e executavam manobras para se defender das frotasadversrias. O vento lhes era desfavorvel e o mar agitado parecia favorecer os inimigos.

    No meio da imensa extenso do mar elevavam-se acima das ondas duas robustas colunas,

    altssimas, pouco distantes uma da outra. Sobre uma delas havia a esttua da VirgemImaculada, a cujos ps pendia um longo cartaz com esta inscrio: Auxilium Christianorum;sobre a outra, que era muito mais alta e mais grossa, havia uma Hstia de grandezaproporcional coluna, e sobre um outro cartaz, com as palavras: Salus Credentium.

    O comandante supremo da grande nau, que era o Romano Pontfice, vendo o furor dosinimigos e o mau partido em que se achavam os seus fiis, pensa convocar para junto de si ospilotos dos navios secundrios, para ter um conselho e decidir o que se deveria fazer.

    Todos os pilotos sobem e se renem em torno do Papa. Mantm uma reunio, mas,enfurecendo-se cada vez mais o vento e a tempestade, eles so mandados de volta para dirigirseus prprios navios.

    Ocorrendo um pouco de calmaria, o Papa rene os pilotos de novo, pela segunda vez em tornode si, enquanto a nau capitania segue o seu curso. Mas a borrasca volta espantosa.

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    O Papa permanece no timo, e todos os seus esforos so dirigidos a levar a nau para o meiodaquelas duas colunas, de cujo cimo pendem, em toda a volta delas, muitas ncoras e grossosganchos presos a correntes.

    Os navios inimigos se movem todos a assalt-la, e tentam de todo modo det-la e faz-laafundar. Algumas com escritos, com livros, com matrias incendirias de que esto cheias, e

    que buscam lan-las a bordo; as demais com os canhes, com os fuzis, e com os espores; ocombate se torna cada vez mais encarniado. As proas inimigas a chocam violentamente, masseus esforos e seu mpeto se revelam inteis. Em vo tentam de novo o ataque edesperdiam toda a sua fadiga e munies: a grande nau prossegue seguramente e livre emseu caminho. Ocorre por vezes que, atingida por golpes formidveis, apresenta em seusflancos largas e profundas brechas, mas apenas acontece o dano, sopra um vento provenientedas duas colunas e as brechas se fecham e os furos se obturam.

    E explodem os canhes dos assaltantes, despedaam-se os fuzis, e todas as outras armas eos espores; destroem-se muitos navios e se afundam no mar. Ento, os inimigos, furibundos,comeam a combater com armas curtas; e com as mos, com os punhos, com blasfmias ecom maldies.

    Quando eis que o Papa, ferido gravemente, cai. Imediatamente, aqueles que esto junto comele correm a ajud-lo e o levantam. O Papa ferido a segunda vez, cai de novo e morre.

    Um grito de vitria e de alegria ressoa entre os inimigos; sobre os seus navios se d umindizvel tripudio. Eis que apenas morto o Pontfice, um outro Papa o substitui em seu posto. Ospilotos reunidos o elegeram to subitamente que a notcia da morte do Papa chegou com anotcia da eleio do sucessor. Os adversrios comeam a perder a coragem.

    O novo Papa, dispersando e superando todo obstculo, guia o navio at as duas colunas e,chegando junto a elas, o ata com uma pequena corrente que pendia da proa a uma ncora dacoluna sobre a qual estava a Hstia; e com uma outra pequena corrente que pendia da popa oprende do lado oposto a uma outra ncora, que pendia da coluna sobre a qual estava colocada

    a Virgem Imaculada.

    Ento, aconteceu uma grande reviravolta. Todos os navios que at aquele ponto tinhamcombatido a nau sobre a qual governava o Papa fogem, se dispersam, se chocam e sedestroam mutuamente. Uns naufragam e procuram afundar os outros. Outras navezinhas quetinham combatido valorosamente com o Papa so as primeiras a virem a atar-se quelascolunas. Muitas outras naus que, tendo-se retirado por temor da batalha. se acham em grandedistncia, ficam prudentemente observando, at que, desaparecidos nos abismos do mar osrestos de todos os navios destroadas, com grande vigor vogam em direo daquelas duascolunas, onde, chegando, se prendem aos ganchos pendentes das mesmas colunas, e a ficamtranqilas e seguras, junto com a nau principal, sobre a qual est o Papa.

    No mar reina uma grande calma.'

    Dom Bosco, neste ponto, interrogou Dom Rua: 'Que pensa voc deste relato?'

    Dom Rua respondeu: 'Parece-me que a nau do Papa seja a Igreja, da qual ele o chefe: osnavios, os homens, o mar so este mundo. Aqueles que defendem o grande navio so os bonsafeioados Santa S, os outros so os seus inimigos que com toda sorte de armas tentamaniquil-la. As duas colunas de salvao me parece que sejam a devoo a Maria Santssima eao Santssimo Sacramento da Eucaristia.'

    Dom Rua no disse nada do Papa cado e morto, e Dom Bosco calou-se tambm sobre isso.Somente acrescentou: 'Disseste bem. preciso somente corrigir uma expresso. As naus dosinimigos so as perseguies [ Igreja]. Preparam-se gravssimos sofrimentos para a Igreja. Oque at agora aconteceu quase nada comparado com aquilo que deve acontecer. Os seusinimigos so figurados pelos navios que tentam afundar, se o pudessem, a nau capitania. S

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    restam dois meios para salvar-se entre tantas desordens: a devoo a Maria Santssima e afreqncia Comunho, empregando todos os meios e fazendo de nossa melhor maneirapara pratic-los e os fazer praticar, em toda parte, e por todos. Boa noite!'

    As conjeturas que fizeram os jovens a respeito deste sonho foram muitssimas, especialmentecom relao aos Papas, mas Dom Bosco no acrescentou outras explicaes. Entretanto, os

    clrigos Boggero, Ruffino, Merlone, e o senhor Cesar Chiala descreveram este sonho e nosrestam seus manuscritos. Dois foram compilados no dia seguinte narrao de Dom Bosco, eos outros dois passado maior tempo: mas esto perfeitamente de acordo e variam somente emalgumas circunstncias, que um omite e outro registra.

    Todavia, de se notar como neste caso, e em outros de gnero semelhante, se bem que oconto feito por Dom Bosco fosse escrito logo depois com a maior fidelidade possvel, entretantono podia evitar alguma imperfeio. Um discurso que durou meia hora, talvez uma hora,naturalmente devia ficar compendiado em poucas folhas, colhidas apenas as principais idias.Algumas frases no tinham podido ser percebidas pelo ouvido, algumas outras no eram maislembradas; a mente se cansava, a ordem dos fatos se confundia, da antes que arriscarescrever algo exagerado se omitiam aquelas coisas das quais no se estava seguro. Daquiprovinham obscuridades em assuntos que por sua natureza tinham muitos pontos obscuros,especialmente referentes a coisas futuras; por isso discusses e explicaes diversas econtraditrias.

    E isso aconteceu tambm com relao ao sonho ou parbola que citamos acima. Algum disseque os Papas que se sucederam no comando da nau foram trs e no dois. Deste parecer foi oCnego Giovanni Maria Bourlot, que foi proco de Cambiano, o qual, sendo estudante defilosofia em 1862, estava presente quando Dom Bosco contou o sonho acima. Vindo aoOratrio no ano 1886, falando com Dom Bosco, na hora do jantar, das impresses que lheficaram da sua juventude, assegurava estar seguro da fidelidade de sua memria, comeou adescrever o sonho das duas colunas no meio do mar, afirmando que os Papas cados foramdois. Na queda do primeiro haviam exclamado os pilotos: 'Apressemo-nos; coisa fcilsubstitu-lo.' E, na queda do segundo, tinham acorrido os pilotos, mas sem pronunciar esta

    frase. Quem escreve estas memrias [o prprio Lemoyne] naquele momento estava distradoconversando com seu vizinho mesa, e Dom Bosco lhe disse: 'Escuta e presta ateno ao quediz Dom Bourlot.' Ele [Lemoyne] tendo-lhe respondido que conhecia bastante bem aquele fatopelos documentos que possua, e que segundo ele os Papas da nau eram somente dois, DomBosco lhe replicou: 'Digo-te que tu no sabes nada.' Em 1907, Dom Bourlot, retornando aoOratrio, repetia, com exatido - sinal de uma boa memria - depois de 48 anos, o relato dosonho, sustentava o nmero dos Papas serem trs, recordava nossa contestao s suasafirmaes e as palavras de Bosco a ns dirigidas.

    Com tudo isso, destas duas verses, qual ser a legtima? Aquela da crnica ou ento a doCnego Dom Bourlot? Talvez os acontecimentos daro a soluo da dvida. Devemos pormconcluir dizendo que Csar Chiala com os outros, so as suas precisas palavras, a entendeucomo uma verdadeira viso e profecia, se bem que Dom Bosco, ao cont-la, no parecesse ter

    outro escopo seno induzir os jovens a rezar pela Igreja e pelo Sumo Pontfice, e de atra-los devoo ao Santssimo Sacramento e para com Maria Imaculada."

    O triunfo da Virgem Maria (ou: Do triunfo do Imaculado Corao de Maria)

    "Era uma noite escura. Os homens no podiam mais discernir qual fosse o caminho pararetornar a suas aldeias, quando apareceu no cu uma luz esplendorosssima que esclarecia ospassos dos viajantes como se fosse meio-dia.

    Naquele momento, foi vista uma multido de homens, de mulheres, de velhos, de crianas, de

    monges, freiras e Sacerdotes, tendo frente o Pontfice, sair do Vaticano enfileirando-se emforma de procisso. Mas eis um furioso temporal escurecendo um tanto aquela luz. Pareciaengajar-se uma batalha entre a luz e as trevas.

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    Chegou-se a uma pequena praa coberta de mortos e de feridos, dos quais vrios pediamconforto em altas vozes. As fileiras da procisso se tornaram bastante ralas. Depois de tercaminhado por um espao de duzentos levantar do sol, cada um percebeu que no estavamais em Roma. O espanto invadiu os nimos de todos, e cada um se recolheu em torno doPontfice para guardar a sua pessoa e assisti-lo em suas necessidades. Naquele momento,foram vistos dois anjos que portavam um estandarte e o foram apresentar ao Pontfice dizendo:

    'Recebe o vexilo d'Aquela que combate e dispersa os mais fortes exrcitos da terra. Os teusinimigos desapareceram, os teus filhos, com lgrimas e com suspiros, invocam o teu retorno.'

    Levantando, depois, o olhar para o estandarte, se via escrito nele, de um lado: 'Regina sinelabe originale concepta'; e do outro lado: 'Auxillium Christianorum'. O Pontfice tomou oestandarte com alegria, mas tornando a olhar o pequeno nmero daqueles que haviampermanecido em torno de si, ficou aflitssimo.

    Os dois anjos acrescentaram: 'Vai depressa consolar os teus filhos. Escreve a teus irmosdispersos nas vrias partes do mundo que preciso uma reforma nos costumes e nos homens.Isto s se poder obter repartindo aos povos o po da Divina Palavra. Catequizai as crianas,pregai o desapego das coisas da terra.' 'Chegou o tempo', concluram os dois anjos, 'que ospobres sero os evangelizadores dos povos. Os Levitas sero buscados entre a enxada, a p eo martelo, a fim de que se cumpram as palavras de Dav: Deus levantou o pobre da terra paracoloc-lo sobre o trono dos prncipes do teu povo.'

    Ouvindo isto, o Pontfice se moveu e as filas da procisso comearam a engrossar-se. Quando,afinal, ele colocou o p na cidade santa, ele comeou a chorar por causa da desolao em queestavam os cidados, dos quais muitos no existiam mais. Reentrado, enfim, em So Pedro,ele entoou o Te Deum, que foi respondido por um coro de anjos, cantando: 'Gloria in excelsisDeo, et pax in terris hominibus bonae voluntatis'.

    Terminado o canto, cessou de fato toda escurido e se manifestou um sol fulgidssimo. Ascidades, as aldeias, os campos tinham a populao muito diminuda, a terra estava pisadacomo por um furaco, por um temporal e pelo granizo, e as pessoas iam umas para as outras

    dizendo com nimo comovido: 'H um Deus em Israel'.

    Do comeo do exlio at o canto do Te Deum, o sol se levantou duzentas vezes. Todo o tempoque transcorreu para se cumprirem estas coisas corresponde a quatrocentos levantar de sol."

    V - O milagre do sol

    Haveria ainda que analisar as vises que as trs crianas - particularmente Lcia - tiveram nodia 13 de outubro de 1917. Nesse dia que se realizou o milagre prometido por NossaSenhora para comprovar a autenticidade das aparies dela em Ftima.

    No dia 13 de outubro de 1917, aps rezarem o tero, estando presentes no local das apariescerca de setenta mil pessoas, Lcia gritou ao povo, aps a despedida de Nossa Senhora:"Olhem para o sol." "Assim que Nossa Senhora desapareceu no esplendor que se irradiava dassuas mos abertas, apareceram no znite trs quadros sucessivos que simbolizavam osmistrios gozosos, dolorosos e gloriosos do Rosrio.

    O primeiro era uma representao da Sagrada Famlia: Nossa Senhora vestida com atradicional veste branca coberta com um manto azul, e, ao lado, So Jos com o Menino Jesusnos braos, que pareciam abenoar o mundo com um gesto de mo em forma de cruz.

    Somente Lcia contemplou a viso seguinte: 'Pouco depois, desvanecida essa apario, vi

    Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a idia de ser Nossa Senhora das Dores'. JesusCristo parecia abenoar o mundo.

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    Por ltimo, pareceu-lhe ver ainda Nossa Senhora 'em forma semelhante a Nossa Senhora doCarmo': a Virgem Maria Rainha dos cus e da terra, Refgio dos pecadores, Consoladora dosaflitos, Medianeira de todas as graas.

    A multido nada viu de tudo isso; pelo menos no se confirmou o boato de que alguns haviamvisto a Senhora. O que todos presenciaram, porm, foi um fenmeno inaudito, quase

    apocalptico.

    O sol brilhava no znite como se fosse um imenso disco de prata. Brilhava com a intensidadenormal, e no entanto podia ser fitado sem que ofuscasse. Isso durou apenas um instante.Enquanto todos olhavam assombrados, a imensa bola comeou a 'danar'; esta foi a palavracom que todos os observadores a descreveram. Primeiro, viram-na girar rapidamente, comouma gigantesca roda de fogo. Depois de um certo tempo, parou. A seguir, voltou a girar sobre simesma, vertiginosamente, numa velocidade incrvel. Finalmente, os bordos tornaram-seescarlates e espalharam-se pelo firmamento espargindo chamas vermelhas de fogo, como umredemoinho infernal.

    Essa luz foi-se refletindo na terra, nas rvores, nos arbustos, nas prprias faces voltadas paracima e nas vestes, tomando tonalidades brilhantes e cores diferentes: verde, vermelho, laranja,azul, violeta, as cores todas do espectro solar. Girando loucamente sob essa aparncia, portrs vezes, o globo de fogo pareceu agitar-se, estremecer, e depois precipitar-se emziguezague sobre a multido. (...) Isso durou talvez uns dez minutos. Logo depois, viram todoso sol comear a elevar-se da mesma maneira, em ziguezague, at o ponto onde haviaaparecido antes. Ficou ento tranqilo e brilhante. Ningum mais pde lhe suportar o fulgor.Era novamente o sol de todos os dias." (Apud W. Thomas Walsh, Nossa Senhora de Ftima,Quadrante, So Paulo, 1996, pp. 165-166).

    Que significa este milagre do sol?

    O sol, que ilumina e permite que haja vida na terra, sempre foi tido como smbolo da IgrejaCatlica, fonte da Verdade revelada e da Vida sobrenatural das almas. O sol comear a girar

    sobre si mesmo, saindo de sua ordem natural, simboliza uma crise na Igreja, que a fez girarsobre si mesma, deixando de seguir seu curso normal. Pior ainda se deu depois: o solcomeou a cair em ziguezague, em direo terra.

    Que mistrio indica essa queda do sol? Se o sol representa a Igreja - e disto no h dvida -sua queda em direo terra simboliza que a Igreja teria uma crise tal que se diria elaestivesse caindo. E caindo em direo terra, isto , ao que terreno, ao que humano. Ora,no Conclio Vaticano II se diria que a Igreja enlouqueceu, tantas as barbaridades que neleforam propostas, e, depois do Conclio, ela comeou a cair e a cair em ziguezague, porque oraia para a esquerda - com a Ost Politik e a Teologia da Libertao, e ainda com a "PopulorumProgressio", a Declarao de Medellin e outros documentos do mesmo jaez, subservientes aoracionalismo marxista - ora ia em direo contrria, com o Documento de Puebla e a propulsodada ao carismatismo e ao misticismo irracional.

    Curioso que o sol pareceu agitar-se, estremecer, e cair trs vezes. Por que trs vezes? Seriauma referncia aos trs Papas principais seguidores do Vaticano II: Joo XXIII, Paulo VI e JooPaulo II? (Joo Paulo I reinou to pouco que no teve tempo de fazer o sol da Igrejaestremecer e cair). Talvez... Parece bem plausvel. Curioso que o sol no retornou a seu lugarno alto do cu subindo diretamente. Tambm seu retorno foi ziguezagueante, hesitante,"cambaleante". No retornou em linha reta, indicando que a Igreja retornaria situao anterior queda em meio a hesitaes. A volta posio normal de Roma ser to longa e toziguezagueante como a sada da posio normal e natural. Os Papas que determinarem a voltaa Roma no o faro de uma s vez.

    Todo este milagre do sol parece, ento, confirmar os smbolos dos sonhos de Dom Bosco e da

    viso do terceiro segredo. Curioso tambm que s a Irm Lcia teve as trs vises dosmistrios do Rosrio. Francisco e Jacinta viram, com Lcia, a Sagrada Famlia abenoando omundo, porque os trs assistiram graa dada ao mundo em Ftima. Mas s a Lcia ficou viva

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    para assistir Via Crucis da Igreja, representada por Cristo carregando a cruz s costas e porNossa Senhora das Dores. S ela tambm viu Nossa Senhora triunfante. Estar ela viva aindapara assistir ao triunfo de Nossa Senhora? E por que Nossa Senhora triunfa com o hbito doCarmo? Que que esse triunfo tem a ver com o Carmo?

    VI - Tentativa de explicao destes sonhos de Dom Bosco

    Os dois sonhos apresentam uma mesma estrutura: os dois mostram que a Igreja - ou o Papa -se afastam de um lugar seguro - e santo - para colocar-se numa situao de perigo, longe daHstia e de Nossa Senhora, longe de Roma. O que significa um misterioso afastamento da F,da devoo eucarstica, portanto, da Missa, e da devoo a Nossa Senhora.

    Ora, o milagre do sol em Ftima, em 1917, tem o mesmo esquema: o sol que cai e retorna aseu lugar de sempre. Depois de peripcias, o navio da Igreja e a procisso do Papa retornamao ponto seguro, de onde no deveriam ter se afastado. O sol volta a seu lugar normal, e voltaa brilhar com um tal fulgor que no podia ser fixado. Parece evidente que afastar-se o navio daIgreja das colunas, onde estava preso e seguro, foi um erro. Quem se afasta da Hstia e deNossa Senhora s pode encontrar perigos e tentaes. Do mesmo modo, a procisso que sai

    do Vaticano e caminha duzentos dias, at que o Papa, e cada um, se do conta de que noesto em Roma, indica o mesmo erro. O sol caiu em direo terra, ao humano. E quesignifica a sair de Roma? Ser sair fisicamente de Roma ou sair espiritualmente? Que significaque o sol caiu?

    Evidentemente, este sair no foi fsico - como a queda do sol foi apenas simblica - porque, sefosse um sair fisicamente de Roma, como o Papa e os que o seguiam s perceberam queestavam fora da cidade santa depois de 200 dias de caminhada? Sair de Roma significaafastar-se do que ensina a F, assim como fazer o navio da Igreja afastar-se da coluna daEucaristia, isto , da Missa, e de Nossa Senhora, significa abandonar os dois pontosfundamentais de nossa religio. Como o cair do sol simboliza uma queda sofrida pela Igreja emsua parte humana.

    Esta viso da procisso que sai de Roma tem pormenores muito curiosos que a aproximamsobremaneira da viso do terceiro segredo, na qual os Cardeais Sodano e Ratzingeridentificaram a "Via Crucis dos Papas no sculo XX". Ora, a Via Crucis uma espcie deprocisso... S que, pelo sonho de Dom Bosco, essa Via Crucis marchou para um exlio deRoma. Algum orientou mal a Via Crucis, como algum fez mal em soltar a nau da Igreja dascolunas da Eucaristia e da devoo a Nossa Senhora. Quem cometeu essa culpa atraiu para aIgreja e para o mundo um grande castigo de que fala a viso do terceiro segredo. E tal castigoainda no aconteceu.

    No auge da crise, haver uma interveno sobrenatural que far um Papa tomar o caminho devolta para Roma - para as duas colunas de salvao: a Missa e a devoo a Nossa Senhora. OPapa que iniciar esse retorno parece faz-lo de modo vacilante. Ele cambaleia, hesita, chora,

    vendo os estragos causados por aqueles que deram uma orientao errada ao caminho daprocisso e da nau. No fica claro se o Papa que comea a retornar o mesmo que, afinal,prende a nau da Igreja solidamente s duas colunas, se ele o mesmo Papa que entoa o TeDeum de triunfo. Provavelmente so vrios os Papas que so indicados nas vises de DomBosco, e mesmo na viso do terceiro segredo de Ftima. Que essa causa ocorreu no sculoXX, parece bvio, pelo que dizem as mensagens de Ftima.

    Ora, mesmo muitos daqueles que defendem o Conclio Vaticano II concordam que ele abriuuma crise sem precedente na Histria da Igreja. Paulo VI, como vimos, falou da fumaa deSat que entrou no templo de Deus. E ele mesmo disse que aguardava depois do Conclio "umdia de sol para a Igreja", e em vez disso veio uma noite de tempestade. So quase as mesmaspalavras dos sonhos de Dom Bosco, com o mesmo significado. Que o Conclio provocou umararefao das pessoas que seguem a "procisso do Papa" parece indubitvel. Basta verificar

    as estatsticas das apostasias e da diminuio da assistncia Missa dominical para constat-lo.

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    Concluindo, vemos que os dois sonhos de Dom Bosco e a viso do terceiro segredo de Ftimafazem referncia a um movimento, a um deslocamento do Papa, que deveria ser sempreestvel como a pedra. Essa mudana de posio de um Papa foi a causa de todos ossofrimentos que a Igreja e o mundo tiveram e tero que suportar. E o Vaticano II foi umamudana. E uma mudana tal que ps tudo em movimento. O sol comeou a "danar" e arodar sobre si mesmo, como se tivesse enlouquecido...

    VII - O documento publicado pelo Vaticano a respeito do terceirosegredo de Ftima

    O documento publicado pela Congregao para a Doutrina da F, assinado pelo CardealRatzinger, faz questo de deixar bem claro que o famoso e desconhecido terceiro "segredo" deFtima autntico e completo. Disso, Ratzinger procura dar vrias provas, das quais a maisimportante a cpia fotosttica das pginas em que Irm Lcia escreveu o segredo em 3 dejaneiro de 1944, em Tuy.

    Infelizmente, porm - o que pena - falta o mais essencial: a foto da pgina final com aassinatura de Irm Lcia. O documento publicado - muito estranhamente - no contm aassinatura da vidente. E esta era a garantia mais fundamental e absolutamentenecessria.

    Por que falta a assinatura de Irm Lcia? Haveria ainda uma pgina final com a assinaturadela? Por que, no documento publicado, no h nenhum selo, registro, ou garantia de seuarquivamento, no Vaticano?

    O documento se encerra aps a narrao da viso, quando se esperava a explicao dela porNossa Senhora, com uma data: Tuy, 3-1-1944. Num fim de pgina. Apertadamente. E semassinatura! E isto sobremaneira estranho.

    Essa falta inexplicvel e inexplicada da assinatura da vidente viva se torna ainda maisintrigante pelo fato de que a data da redao aparece num fim de linha, e num fim de pgina,como que enfiada de modo estranho. Pareceria que Irm Lcia quis aproveitar o fim da pgina,escrevendo duas linhas na margem inferior da pgina, e, por fim, enfiando a data da redao,sem deixar espao para a assinatura.

    A estranheza cresce ainda mais devido extrema preocupao do Vaticano em dar garantiasde que o texto publicado o original. E o texto integral. Algum havia suspeitado de que seriapossvel uma deturpao ou a excluso de alguma parte mais comprometedora?... H sempre,no mundo, pessoas que desconfiam de tudo. Por exemplo, na Itlia, um caricaturista, devido demora em sair o documento anunciado para o comeo de junho de 2000, fez uma caricatura,na qual algum perguntava ao Papa: "Ento, afinal, quando sai o terceiro segredo de Ftima?"Ao que Joo Paulo II respondia: "Logo que secar o pincel do 'branquinho'..." (Corriere dellaSera). O que foi um tanto irreverente.

    Para eliminar qualquer suspeita de fraude, o documento publicado pelo Vaticano sobre oterceiro "segredo" cita a palavra de Irm Lcia, confirmando que reconhece a carta do"segredo" como sendo a sua carta, e com a "sua letra": "Ento, o senhor D. Tarcsio Bertoneapresenta-lhe dois envelopes: um exterior que tinha dentro outro com a carta onde estava aterceira parte do 'segredo' de Ftima. Tocando esta segunda com os dedos, logo exclamou: 'a minha carta', e depois de a ler acrescentou: ' a minha letra'."

    O Vaticano, para que no houvesse dvida alguma sobre a autenticidade de sua interpretaoe do documento publicado, chega a dar at a cor do envelope em que foi guardado o segredo,

    na ocasio em que ele foi entregue a Joo Paulo II: "...dois envelopes: um branco, com o textooriginal da Irm Lcia em lngua portuguesa; outro cor de laranja, com a traduo do 'segredo'

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    em lngua italiana." Para que tantos cuidados, se no final do documento faltou a assinatura davidente?

    Ademais, segundo o documento de Ratzinger, o terceiro "segredo" viria depois das frases: " Porfim o meu Imaculado Corao triunfar. O Santo Padre me consagrar a Rssia que seconverter, e ser dado ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservar

    sempre o dogma da F etc." E por que esse misterioso "etc"? Seria o "etc" o terceirosegredo? Ora, o texto do terceiro "segredo" - tal qual foi publicado - no se harmoniza comestas frases que deveriam imediatamente preced-lo.

    Tambm no fica muito clara a relao lgica - ou teolgica - da viso das mortes narradas no"segredo" com as frases: "Ser dado ao mundo algum tempo de paz" e "Por fim meuImaculado Corao triunfar". Essas frases pressupem uma enorme derrota anterior. Dessaderrota nada se diz.

    Por que, depois de anunciar um triunfo, se mostra uma viso de uma cidade meio em runas,um Papa assassinado a tiros e setas, seguido de um massacre de Bispos, religiosos e leigos?Como houve um triunfo antes de uma massacre como esse? Como pode haver tal massacredepois de um triunfo e concedida a paz? Paz com massacre? Qual a causa de tantos males,depois do triunfo do Imaculado Corao ter trazido paz ao mundo e Igreja? Como haver ummassacre depois da consagrao da Rssia? Isso no lgico. H alguma confuso nessestextos ou nessas verses. Ou a ordem das frases foi trocada, ou falta algo. Por que omassacre? No fica clara a relao da viso, tal qual foi publicada, com a afirmao de que"em Portugal se conservar sempre o dogma da F, etc." Ento o dogma da F no semanteria em outros pases? Por que o "segredo" - revelado agora - nada diz da perda da Fem lugar algum?

    Convm lembrar que a pequena Jacinta teve um viso na qual via um Papa rezando numpalcio, que estava sendo atacado por uma multido, que atirava pedras no Papa rezando.

    Ela disse ainda: "No vs tantas estradas, tantos caminhos e campos cheios de gente morta a

    escorrer sangue? Tanta gente a chorar com fome, e no tem nada para comer?! E o SantoPadre a rezar?! E tanta gente a rezar com ele?!" "Posso dizer que vi o Santo Padre e todaaquela gente?" "No. No vs que isso faz parte do segredo?! Que por a logo sedescobria?!" (Pe. Antonio Maria Martins, S. J., Novos Documentos de Ftima, Ed. Loyola,So Paulo, sem data, p. 271). Essa frase confirmada pelo livro de Walsh sobre Ftima: "No -respondeu Lcia - No vs que isso faz parte do segredo?" (William Thomas Walsh, NossaSenhora de Ftima, Quadrante, So Paulo, 1996, p. 110. O negrito nosso).

    Portanto, havia um Papa que ia ser apedrejado, e isso fazia parte do segredo. E isso noaparece na verso agora publicada pelo Vaticano. Por qu? E isso tambm ainda noaconteceu! E ser que o Papa que reza e apedrejado o mesmo Papa que caminha trmuloe vacilante entre mortos e feridos numa cidade semi-arruinada? Parece que no, pois quemreza, chora, mas no treme nem vacila. Parece, pois, que so dois Papas distintos: um quereza e odiado, e outro que treme e vacila.

    Repetimos: como que na verso publicada agora, nada do que viu a Jacinta - e que IrmLcia disse que fazia parte do segredo - aparece?

    Teria faltado um pedao do segredo na verso agora finalmente publicada pelo Vaticano? Eainda que a viso de Jacinta fosse um outro smbolo da mesma viso do terceiro segredo, porque ela foi cortada? Se este detalhe no fazia parte da viso, como que a Lcia diz que faziaparte do segredo? E por que, e como, contando esse detalhe, "por a logo se descobria" osegredo? E como que, agora, mesmo conhecendo o que o Vaticano diz ser a ntegra do"segredo", nada se descobre, nem se v claramente como "por a" - pelo que viu a Jacinta - sedescobre absolutamente o segredo?

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    Hoje, conhecemos o "segredo". S que ele - diz Ratzinger - um enigma indecifrvel, e, para oCardeal, "o vu do futuro no foi rasgado". Teria sido, ento, intil a revelao de Ftima? Nopode ser. Da nossa perplexidade.

    Por tudo isso, fica-se a indagar se no faltou alguma pgina final do terceiro segredo,possivelmente contendo outros dados, e a explicao de Nossa Senhora sobre a viso to

    misteriosa. Pois, se Nossa Senhora explicou aos videntes at o bvio significado da viso doinferno, por que deixaria sem explicao a ltima to estranha viso?

    VIII - O comentrio teolgico da viso feito por Ratzinger

    Depois de uma introduo em que o Cardeal Ratzinger afirma que o terceiro "segredo" norevelou o futuro - "o vu do futuro no foi rasgado", diz o Cardeal - ele faz uma longadissertao sobre revelao pblica e revelao privada. E, no final, mostra que "...tais vises,que, na sua maioria, s podem ser decifradas a posteriori". Ora, segundo as autoridadesvaticanas, os fatos preditos em Ftima j ocorreram, e, por isso, se torna possvel a publicao

    do "segredo". E comenta o mesmo Cardeal Ratzinger: "Em primeiro lugar devemos supor,como afirma o Cardeal Sodano, que os acontecimentos a que faz referncia a terceira parte do"segredo" de Ftima [as aspas agora so do Cardeal Sodano] parecem pertencer ao passado"(O negrito nosso).

    J o Cardeal Ratzinger afirma aparentemente com mais segurana e certeza que "Os diversosacontecimentos, na medida em que l so representados, pertencem j ao passado". Portanto,a profecia teria ficado facilmente compreensvel. Apesar disto, declara Ratzinger que ela tem"uma linguagem simblica de difcil decifrao". E Ratzinger fez ento uma "tentativa deinterpretao" histrica do "segredo" de Ftima, particularmente no caso da morte a "tiros esetas" de um Papa, que se pretende identificar com o misterioso "Bispo vestido de branco". Eessa tentativa de interpretao feita por Ratzinger - com o devido respeito a sua autoridade e sua pessoa - nos parece particularmente absurda.

    Resumamos o que foi dito.

    Disseram o Cardeal Sodano e o Cardeal Ratzinger que o Papa que morre a tiros e setas,segundo o texto do terceiro "segredo", Joo Paulo II, por ter escapado do atentado de Agca.Mas Joo Paulo II continua vivo!!! Como poderia ser ele, ento, por ter escapado vivo doatentado de Agca, o Bispo vestido de branco, que morre a tiros e a setas na viso das crianasde Ftima??? Pois isto que o mais incrvel: se pretende afirmar que o "Bispo vestido debranco" seria o mesmo Papa que morre, na viso dos pastores, e este Papa seria Joo PauloII, que se mantm vivo! E Ratzinger e Sodano afirmam que isto j aconteceu!? E, segundoeles, a cena da viso do terceiro segredo seria o atentado de Agca na Praa de So Pedro!Parece que se est delirando! E esta "tentativa de interpretao" do Cardeal Ratzinger foi feita

    para confirmar o que julgou o prprio Joo Paulo II, que se considerou - no se sabe por que,nem como - o Papa que morto na viso publicada, e isso por ter escapado vivo do atentado atiros na Praa de So Pedro!!! (???)

    E mais um outro absurdo: procura-se dar a entender que a prpria Irm Lcia teria concordadocom essa interpretao estapafrdia. o que insinua o texto de Monsenhor Tarcsio Bertone,quando narra sua entrevista com a Irm Lcia: "Quanto passagem relativa ao Bispo vestidode branco, isto , ao Santo Padre - como logo perceberam os pastorinhos durante a 'viso' -que ferido de morte e cai por terra, a Irm Lcia concorda plenamente com a afirmao doPapa: 'Foi uma mo materna que guiou a trajetria da bala, e o Santo Padre agonizantedeteve-se no limiar da morte'." (Joo Paulo II, Meditao com os Bispos italianos, a partir daPoliclnica Gemelli, 13 de maio de 1994. O negrito nosso).

    Ora, com essas palavras a Irm Lcia no "concordou plenamente" com a interpretao de queo Bispo vestido de branco que morre a tiros e setas Joo Paulo II. Ela concordou plenamente

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    s com a afirmao de que a trajetria da bala de Agca foi guiada por mo materna. E, em quepesem a autoridade do Papa e desses Cardeais, a Irm Lcia no podia concordar com ainterpretao que o Vaticano deu da morte do Papa na viso, visto que nada havia na visoque pudesse se aplicar ao caso Agca-Joo Paulo II.

    Seno, vejamos:

    1. No "segredo", o "Bispo vestido de branco" morre. No atentado de Agca, Joo Paulo II nomorreu. Joo Paulo II continua vivo. Como ento se pode aplicar a profecia da morte do"Bispo vestido de branco" a ele?

    2. No "segredo" vrias pessoas so mortas junto com o Papa. No atentado da Praa de SoPedro, ningum mais morreu, e nem sequer foi ferido.

    3. No "segredo", o misterioso Bispo "vestido de branco" morto por soldados a tiros e setas.No atentado de Agca, no houve soldado nenhum atirando no Papa, e nem se usaram setas.

    4. No "segredo", tal qual foi publicado, se diz que o Papa morre numa cidade em runas. Ora, o

    atentado de Agca foi numa cidade rica, cujas nicas runas so as do Frum Romano, e asmorais. Que so imensas. Que so imensas...

    Ratzinger nos responderia dizendo que o terceiro "segredo" de Ftima era condicional. Os fatosque nele se anunciam estavam condicionados converso ou no dos homens. Que, por isso,eles no devem ser tidos como fatos destinados a ocorrer. E que, portanto, se Joo Paulo IIno morreu, mas apenas foi gravemente ferido graas proteo da Virgem Maria, porque oshomens j se emendaram...

    Pena que ningum tenha notado ainda essa converso... cegueira da humanidade, que nempercebe que a humanidade se converteu! Como ningum v que a virtude reina no mundo, eque o "Imaculado Corao de Maria triunfou"? (Exceto em certas pessoas originrias de"ambiente cultural anglo-saxnico, ou germnico", que, lembra Ratzinger, tm certa dificuldadepara entender que essa devoo o grande meio de salvao para os homens de nossotempo).

    Evidentemente, cegueira ver o mundo atual convertido. Viso estranhamente contorcida verno Papa Joo Paulo II - que est vivo - o Papa que morto a tiros e setas no "segredo" deFtima. Portanto, a interpretao da profecia do terceiro "segredo" de Ftima feita pelo Papa epelos Cardeais Sodano e Ratzinger, espantosamente divergente e contrastante com o prpriotexto publicado.

    Evidentemente, no se titubeou em forar uma interpretao que no se encaixa, de modoalgum, nem mesmo com o "segredo" publicado. Por qu? Por que essa incrvel "tentativa" deconvencer a opinio pblica com uma interpretao estapafrdia do terceiro segredo, como se

    ningum fosse capaz de pensar e de analisar?

    E, se havia tanta certeza de que o "segredo" de Ftima previra o atentado de Agca, por queno o publicaram no dia seguinte ao atentado? Profecia ocorrida de fcil interpretao... Porque esperaram 19 anos para descobrir que o "segredo" de Ftima falava de Joo Paulo II e docaso Agca? E por que guardaram esse "segredo" desde 1917? Que perigo havia em suapublicao? Por que os sete selos fechando um segredo j realizado? Tudo isso incompreensvel.

    E quem seria o "Bispo vestido de branco"? Gente ligada Teologia da Libertao diz que esseBispo Dom Romero, porque ele usava batina branca, embora ele no tenha sido morto asetas... Em contrapartida, lefebvrianos poderiam imaginar que Dom Lefebvre, que foi Bispo nafrica, usava l batina branca, embora ele no tenha morrido nem a tiros, nem a setas. Masessas interpretaes estapafrdias valem at um pouco mais que a de Ratzinger e Sodano,pois Joo Paulo II nem morreu.

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    preciso notar que Ratzinger se esqueceu de identificar, entre os Papas do sculo XX - j queele diz que tudo isso j aconteceu - qual o Papa do sculo XX que tremeu e vacilou.

    Fala-se de males, no se trata de sua causa. Por tudo isso, parece que falta algo no "segredo"publicado... Que continua ento segredo. Sem aspas.

    Uma outra hiptese que a viso agora publicada se insere antes do anncio do triunfo e dapaz prometida aps a consagrao da Rssia. A qual, alis, no foi feita nos termos em queNossa Senhora pediu: pelo Papa junto com todos os Bispos do mundo, consagrando a Rssiae no o mundo. Nisto tambm o texto do Vaticano foge da realidade, ao querer convencer quea consagrao do mundo j inclui a Rssia. No foi assim que Nossa Senhora pediu. Noadianta o Papa consagrar a Via Lctea, porque nela est includa a Terra e a Rssia. A Me deDeus pediu para consagrar a Rssia, nominalmente. Por que custa tanto fazer o que Ela pediu,como Ela o pediu? Que razes teolgicas - e polticas - impedem fazer o que Ela pediu, comoEla o pediu?

    O Cardeal Sodano havia falado de uma "Via Crucis dos Papas no sculo XX", e Ratzingerconfirma essa expresso. Ora, o texto publicado no fala de Via Crucis nenhuma. De ondetiraram eles a idia de uma Via Crucis? O "segredo" fala apenas de um "Bispo vestido debranco", e depois de um Papa que morto, assim como de "Bispos, Sacerdotes, religiosos ereligiosas e vrias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de vrias classes e posies", eque depois so mortos. Na Praa de So Pedro, nada disso aconteceu.

    Sodano e Ratzinger falam em Via Crucis dos Papas no sculo XX, "sculo dos mrtires". Ora,onde h mrtires, h carrascos. Onde h santos mortos pela F, h Neros. Ento, o sculo XXdeveria ser chamado por eles de o sculo dos novos Neros. E estes no so difceis de seremconhecidos: Hitler, Lenin, Mussolini, Stalin, Mao, Ho Chi Minh, etc. E no "etc" est Fidel Castro!Est o Nero do Caribe: Fidel, o querido amigo de Dom Arns e de Frei Betto. Com qual delesno se buscou um acordo? Com qual deles os dirigentes da poltica vaticana no propugnaram"una piccola, o pure proprio, una grossa, ma anzi, qualche volta, una vergognosa,conciliazzione"?

    Ser que Sodano e Ratzinger se esqueceram da vergonhosa Ost Politik do Vaticano com ocomunismo ateu? Ser que eles no se lembram j do seu predecessor de vermelha evergonhosa memria, o Cardeal Casarolli, protetor dos Cardeais Baggio e Silvestrini, que tantopoder tm no Vaticano at hoje? E dessa Ost Politik ningum pediu perdo.

    Ratzinger cita entre os Papas dessa Via Crucis do sculo XX at mesmo So Pio X. Ora, SoPio X anterior aos fatos previstos em Ftima. Ele morreu em 1914. Se citam So Pio X porser do sculo XX, por que excluir Leo XIII, que reinou at 1903? Ser porque a poltica deLeo XIII foi oposta de So Pio X? Mas ento, por que citaram Bento XV, Joo XXIII, PauloVI, e mesmo Joo Paulo II, cujas polticas foram em sentido diametralmente oposto preconizada pelo Papa So Pio X? Que confuso nessa Via Crucis de Sodano e Ratzinger!

    E que significa a "cidade em runas" de que fala o "segredo" de Sodano e Ratzinger? Quecidade essa? No seria ela a Cidade do Homem que Santo Agostinho exprobrou, e que a"ONU" - usemos tambm ns as muito convenientes aspas - quer construir? A Cidade doHomem que Paulo VI elogiou em seu discurso na ONU? No ser essa cidade em runas acivilizao moderna que Pio IX, no Syllabus, condenou, dizendo que a Igreja jamais se poderiaconciliar com ela? E no foi para essa cidade da civilizao moderna que Joo XXIII abriu osbraos, ao fazer o "aggiornamento" da Igreja, no Vaticano II? Ou seria a cidade semi em runasa prpria Cidade de Deus, a Igreja Catlica Apostlica Romana, to arruinada, hoje, pelapoltica de conciliao com o mundo moderno?

    No podemos deixar de comentar uma afirmao surpreendente num escrito de um Cardeal daSanta Igreja, principalmente, na pena de um Secretrio da Congregao para a Defesa da

    Doutrina da F. E esta: "Como caminho para se chegar a tal objetivo" - a converso esalvao das almas - " indicado de modo surpreendente para pessoas originrias do ambientecultural anglo-saxnico e germnico - a devoo ao Imaculado Corao de Maria".

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    Quer dizer que para pessoas de origem cultural inglesa ou alem - e Ratzinger de origemcultural germnica - surpreendente que se diga que o Imaculado Corao de Maria o meiopara converter e salvar o mundo? Mas quem so esses cuja origem "cultural" supera adevoo que todo catlico tem que ter para com a Me de Deus? Ratzinger, o "Defensor daF", deveria ter dito "pessoas de mentalidade protestante", e no de origem cultural anglo-saxnica ou germnica... So perfrases como essa, na pena de um Cardeal, que arruinam a

    Cidade de Deus.

    Concluindo.

    A divulgao do "segredo" de Ftima aumentou o mistrio. No o elucidou. Fica ento no ar umnovo mistrio. O que nos consola e nos d esperana que Nossa Senhora nos declarou: "Porfim, meu Imaculado Corao triunfar." O que nos consola e nos d esperana que aVerdade encarnada, Nosso Senhor Jesus Cristo, nos disse e nos garantiu que: "No h nadade oculto que no venha a ser conhecido." (Mt X, 26) At mesmo o terceiro segredo de Ftima.Sem aspas!

    IX - Anlise da viso do terceiro segredo de Ftima

    A viso contida no terceiro segredo de Ftima apresenta quatro quadros diferentes:

    Quadro 1: o anjo e Nossa Senhoraa. O anjo segurando uma espada de fogo visando incendiar o mundo;b. Interveno misericordiosa de Nossa Senhora impedindo esse castigo;c. O anjo grita trs vezes "Penitncia!"

    Quadro 2: o Bispo vestido de branco

    Quadro 3: os martriosa. A cidade em runas e a montanha com a cruz;b. A procisso que precede o Papa;c. O Papa "meio trmulo e vacilante";d. O Papa sobe a montanha;e. Os martrios do Papa e dos fiis.

    Quadro 4: os anjos que regam a terra com o sangue dos mrtires.

    ***

    Analisemos, agora, esses diversos quadros.

    Evidentemente, como j dissemos, no pretendemos, seno, fazer uma hiptese deinterpretao, e despretensiosa. Outros, mais doutos e mais capazes, a critiquem,desqualificando-a, ou a corrijam, ou ainda aproveitem o que nela possa haver dehipoteticamente correto. No pretendemos dar a soluo do enigma, mas apenas tentar ajudara elucid-lo.

    Quadro 1: o anjo e Nossa Senhora

    As crianas de Ftima viram, inicialmente, um anjo brandindo uma espada de fogo com suamo esquerda, procurando incendiar o mundo. O que lembra muito as vises do Apocalipse...E o fato de segurar a espada na mo esquerda poderia indicar de onde vem o incndio..."Depois das duas partes que j expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco

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    mais alto um anjo com uma espada de fogo em a mo esquerda; ao cintilar, despedia chamasque parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contato do brilho que da modireita expedia Nossa Senhora ao seu encontro. O anjo, apontando com a mo direita paraterra, com voz forte disse: 'Penitncia, Penitncia, Penitncia!'"

    Ora, esta viso, aps a enunciao do castigo do segundo segredo, significa, evidentemente,

    que o segundo castigo (o da 2 Guerra Mundial e a difuso dos erros da Rssia) no foiaproveitado convenientemente. Pelo contrrio, ao invs de combater os erros da Rssia, sedefendeu at um "socialismo cristo", buscou-se um acordo diplomtico com a URSS - afamigerada Ost Politik do Vaticano - se elaborou uma Teologia de Libertao marxista, seapoiaram os movimentos terroristas e guerrilheiros marxistas. Na Igreja - como dissemos - oVaticano II estabeleceu a Colegialidade democratizante, o ecumenismo, a adeso aohumanismo e ao mundo moderno, de que a Missa Nova de Paulo VI o fruto e a expressomais clara. A Igreja Conciliar se afastou da coluna da Hstia e da devoo a Nossa Senhora. Eo mundo no se emendou. Pelo contrrio, moralmente piorou muitssimo, merecendo umterceiro castigo que anunciado pelo anjo com a espada de fogo, tentando incendiar o mundo.E os trs gritos por penitncia podem muito bem ser interpretados como correspondendo aesses trs grandes pecados: a imoralidade crescente, os erros do Vaticano II, e a Nova Missa.

    O fato de Nossa Senhora ter impedido inicialmente que o mundo seja incendiado no significa,de modo nenhum, que esse incndio no se dar. A cidade semi-arruinada, vista no terceiroquadro, parece indicar o contrrio: o mundo vai sofrer um grande incndio, se no fizer apenitncia clamada por trs vezes pelo anjo. E isto tem algo de apocalptico.

    O Cardeal Ratzinger e demais autoridades do Vaticano raciocinam como se os fatos preditostivessem todos se realizado. Ora, isso no s muito discutvel, como parece que o contrrio que verdadeiro. Como o Cardeal Ratzinger pode dizer que a viso do terceiro segredo noanuncia nada de apocalptico? claro que isso no parece razovel. Nossa Senhora impediu oincndio do mundo? At agora, sim. Continuar impedindo? Sim, se fosse feita a penitnciaclamada pelo anjo. Essa penitncia foi feita? Est sendo feita? Parece-nos que no, porque omundo atual, o que ele no faz penitncia. Nem no clero se v disposio para isso.

    Por exemplo, seria natural que a publicao do terceiro segredo fosse acompanhada de umapelo do Papa a que o mundo agradecesse a Nossa Senhora por ter impedido o incndio comque o anjo ameaava o mundo inteiro. Nenhum ato de agradecimento foi anunciado ou pedido.Seria mais do que natural e lgico que o Papa pedisse aos Bispos de todo o mundo quepromovessem atos penitencias, visando a converso dos homens. Nada disso ocorreu.Aconteceu um Bispo defender a realizao da Jornada do Gay Pride, em julho de 2000, emRoma... O mundo no agradeceu a Nossa Senhora. O mundo no fez penitncia. O mundoaumentou os seus pecados e seus desafios a Deus. E a Igreja, agradeceu ela a NossaSenhora o ter poupado o mundo de um grande castigo? E a Igreja, recomendou ela que sefizesse penitncia para evitar o castigo? Nada disso ocorreu. Consideram-se os fatos preditoscomo j realizados e que tudo est bem. Sem agradecimentos e sem penitncias... Seria desurpreender que o anjo, enfim, incendiasse o mundo? Ou a penitncia ser feita no futuro, a

    pedido de um Papa que, por causa disso, ser apedrejado e fuzilado?

    Quadro 2: o Bispo vestido de branco

    Para melhor fazermos a anlise deste quadro citemos, mais uma vez, o prprio texto da visodo terceiro segredo: "E vimos numa luz imensa que Deus: "algo semelhante a como sevem as pessoas num espelho quando lhe passam por diante" um Bispo vestido debranco "tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre".

    Inicialmente interessante notar que, nesse perodo, a frase principal a que no est entre

    aspas. As duas frases explicativas - que colocamos em negrito - so colocadas entre aspas,como se tivessem sido copiadas de outro texto. Que outro texto seria esse? A frase principal dizapenas: "Vimos numa luz imensa que Deus... um Bispo vestido de branco". O que viram as

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    trs crianas? Viram um Bispo. Acrescentam um pormenor: que o Bispo estava "vestido debranco". s depois - quando? - que elas acrescentaram que tiveram o " pressentimento deque era o Santo Padre". Note-se que ter o pressentimento no afirmar com certeza. Aexpresso deixa margem a dvida.

    Alm disso, em 1917, pelo menos uma das trs videntes de Ftima no entendia nem o que

    significava a expresso "Santo Padre": "Foram interrogar-nos dois Sacerdotes, que nosrecomendaram que rezssemos pelo Santo Padre. A Jacinta perguntou quem era o SantoPadre, e os bons Sacerdotes explicaram-nos quem era e como precisava muito de oraes."(Pe. Antnio Maria Martins, Novos Documentos de Ftima, ed. Loyola, So Paulo, sem data,p. 158-159).

    verdade que a Irm Lcia diz: "tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre" e, poucodepois, ela escreve: "O Santo Padre, antes de chegar a, atravessou uma grande cidade meioem runas". Mas esta apenas uma interpretao dos videntes. Embora seja bem possvel quea interpretao deles seja correta, no h garantia de que o "pressentimento" deles sejaabsolutamente certo. evidente que tem muita autoridade, porque afinal foram eles quetiveram a viso. Apesar disto, a interpretao das crianas no absolutamente decisiva nemcerta.

    Seria o "Bispo vestido de branco" um Papa mesmo? De fato, o Papa usa batina branca. Maspor que Nossa Senhora, que chamou Pio XI de Pio XI, o Papa de Papa, ou de Santo Padre, porque no elucidou os videntes a respeito de seu "pressentimento" de que o tal "Bispo vestido debranco" era o Papa mesmo, e que ele tambm o Papa martirizado? estranho...

    Quando dizemos: "Um homem vestido de bombeiro entrou na casa", salientamos a veste, masno afirmamos de modo claro que o homem bombeiro de fato. Poder ele ser ou no serbombeiro de fato. Usando essa circunlocuo, podemos querer insinuar que o homem no erapropriamente bombeiro. Caso contrrio diramos simplesmente: um bombeiro entrou na casa.No necessariamente o Bispo vestido de branco o mesmo Santo Padre que galga amontanha escabrosa, e nem necessariamente o mesmo Papa que atravessa a cidade meio

    em runas. muito possvel que seja o mesmo. Mas isto no necessariamente certo, j que,nas vises, os fatos ocorridos em tempos variados podem aparecer como seqentes ouconcomitantes.

    Teria Nossa Senhora aludido a um Papa no futuro? Ou a um antipapa futuro? Seria o "Bispovestido de branco" um Papa, ou poderia ser um falso Papa, ou at um antipapa que ainda noapareceu, mas que poder vir a aparecer? Na Histria da Igreja, houve j a tragdia deexistirem antipapas. Num tempo em que vrios tresloucados se afirmam Papas, e em queexistem movimentos sedevacantistas que contestam audaciosamente o Papa atual, no forade propsito levantar a possibilidade de haver um antipapa, um Bispo vestido de branco que sepretenda Papa, sem o ser.

    H quem, como Cassandra anunciando desgraas, diga que no prximo e iminente Conclavepoder haver um cisma espantoso... Dele poder sair - quem sabe? - um antipapa. E Deus noslivre dessa possvel desgraa! S nos faltava mais essa calamidade! E no se diga quelanamos uma hiptese estapafrdia, porque j agora, mesmo antes do Conclave, existem -infelizmente - vrios loucos dizendo-se Papas. Ainda recentemente apareceu um que se diz PioXIII...

    Quadro 3: a grande cidade meio em runas e a montanha com a cruz.

    O terceiro quadro mostrou aos videntes uma montanha encimada por uma cruz tosca, e uma"grande cidade meio em runas" e "cheia de cadveres", que o Papa pranteia.

    Que podem significar essas duas imagens?

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    A montanh