SEGUNDO ENCONTRO EUROPEU DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA · 2016-04-28 · soas em situação...

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SEGUNDO ENCONTRO EUROPEU DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA Também nós participamos na Europa! Uma conferência da Presidência Grega da UE Bruxelas, 10 e 11 de Maio de 2003

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SEGUNDO ENCONTROEUROPEU DAS PESSOAS

EM SITUAÇÃO DEPOBREZA

Também nós participamos na Europa!

Uma conferência da Presidência Grega da UE

Bruxelas, 10 e 11 de Maio de 2003

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Com o apoio daComissão EuropeiaDepartamento de Luta contra a Pobreza, Serviço Público de Segurança Social (Bélgica)

Com a colaboração da European Anti-Poverty Network (EAPN)

Este relatório-síntese está disponível em: italiano, espanhol, alemão, português, finlandês, dinamarquês esueco. O relatório integral está disponível em inglês, francês, neerlandês e grego.

EAPNRue du Congrès 37-41B-1000 BRUXELASTelefone: 00 32 2 230 44 55Fax: 00 32 2 230 97 [email protected]

AGRADECIMENTOS:Relatora: Micheline GerondalFotografias: Mathias Horemans

IMPRESSÃO E COMPOSIÇÃO

S.P.E.Telefone 00 32 2 512 87 00Fax 00 32 2 514 34 [email protected]

ISBN 2-930252-30-8

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Prefácio da Presidência Grega

A Presidência Grega apoiou activa e directamente a iniciativa belga do Ministro Johan Vande Lanotte deorganizar o Segundo Encontro Europeu das Pessoas em Situação de Pobreza, que vem complementar asmedidas europeias contra a pobreza. Sem dúvida, a participação das pessoas em situação de pobrezatem de ser melhorada através dos diferentes canais propostos no Tratado de Nice.

Numa Europa considerada rica, 15% da população (56 milhões de pessoas) vivem ainda em situação depobreza e cerca de 9% dos Europeus vivem permanentemente “a um passo“ da exclusão social. E estesnúmeros não têm em conta muitas pessoas que vivem na pobreza! Assim e apesar dos progressos jáconseguidos, há ainda muito a fazer.

Se alguns dos objectivos do Tratado de Nice parecem utópicos, chegou a hora de aumentar ohumanitarismo, que é a base do nosso modelo europeu. Isto poderá tornar-se possível através dacoordenação das políticas sociais europeias, integrando-as com as políticas económicas. As políticassociais não são um luxo, mas um factor de desenvolvimento económico. A participação no emprego étambém um canal para a participação social. Todavia, visar exclusivamente o lucro, pondo de lado asmedidas sociais de protecção do trabalho é inaceitável. Hoje, 75% das pessoas que vivem na pobrezasão mulheres: por conseguinte, é necessário promover políticas de igualdade do género e lutar contratodas as formas de segregação e a favor do acesso aos direitos individuais.

Actualmente, há novos instrumentos disponíveis - aos indicadores quantitativos foram recentementeacrescentados indicadores qualitativos. Insistimos na necessidade de elaborar o novo Plano Nacional deAcção para o Emprego com a participação de todos os actores envolvidos.

A Grécia criou recentemente um Comité Nacional para o qual serão convidadas pessoas em situação depobreza. A nível europeu, a Convenção terá de incluir a luta contra a pobreza no seu agenda de trabalho.

Todas as pessoas envolvidas têm um papel a desempenhar se quisermos evitar tratados vazios deconteúdo. A Presidência Grega fará chegar os resultados mais importantes deste encontro ao próximoConselho de Ministros dos Assuntos Sociais, a realizar em Junho.

Lutar contra a pobreza em colaboração com as pessoas em situação de pobreza é uma garantia dedemocracia.

DIMITRIOS REPPASMinistro do Emprego e Assuntos Sociais

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Índice

Prefácio da Presidência Grega 3

Índice 4

I. Introducão 5

Contexto 5

Síntese do Segundo Encontro 5

II. Declarações dos grupos de trabalho 7

Grupo de trabalho 1 7

Grupo de trabalho 2 7

Grupo de trabalho 3 8

Grupo de trabalho 4 9

Grupo de trabalho 5 10

III. Prosseguir o debate sobre a participação 12

Participação – elementos enunciados nos grupos de trabalho 12

Anexo

Mensagem da Presidência Grega ao Conselho de Ministros, Junho de 2003 16

Anexo II – Lista dos participantes 17

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O Conselho Europeu de Lisboa,em Março de 2000,acordou criar uma estratégia comunitária que tives-se impacto decisivo na erradicação da pobreza nospaíses da União Europeia até ao ano 2010. OConselho Europeu de Nice (7 a 9 de Dezembro de2000) adoptou objectivos comuns para esta estraté-gia. Um dos objectivos acordados consistiu emmobilizar todos os agentes – incluindo as pessoas quevivem situações de pobreza – para se envolverem nodelineamento da referida estratégia. O PrimeiroEncontro Europeu das Pessoas em Situação dePobreza, realizado a 1 e 2 de Dezembro de 2001,visava dar uma contribuição a este objectivo. Oencontro foi organizado pela Presidência Belga daUE, por iniciativa do Vice-Primeiro-Ministro belgae do Ministro do Orçamento, Integração e daEconomia Social, Johan Vande Lanotte.

O primeiro encontro confirmou a importância daparticipação de pessoas em situação de pobreza

durante todo o processo,demonstrando que esta par-ticipação melhora os níveis de decisão e o processode implementação. Na conclusão do encontro e emresposta aos insistentes pedidos de todos os partici-pantes, o ministro Vande Lanotte comprometeu-se aapoiar um segundo encontro europeu e a obter oapoio das Instituições Europeias para esse evento.

A Presidência Grega da União Europeia respondeua esta solicitação e incluiu este Segundo EncontroEuropeu das Pessoas em Situação de Pobreza no pro-grama da sua Presidência.Ao participar neste segun-do encontro, todas as pessoas envolvidas tinham aambição de fazer deste evento uma contribuiçãoregular para a estratégia da UE na luta contra a pob-reza e a exclusão, que pudesse vir complementar osdemais esforços envidados pelos agentes envolvidos,no sentido de corresponder ao ambicioso objectivodefinido em Lisboa.

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I. INTRODUÇÃO

Contexto

Síntese do Segundo Encontro

O Segundo Encontro Europeu das Pessoas emSituação de Pobreza teve lugar em Bruxelas, em 10e 11 de Maio de 2003, sob a Presidência Grega daUE, com o apoio da Comissão Europeia e do minis-tro belga da Integração Social. O encontro tinha porobjectivo celebrar e reforçar a contribuição das pes-soas em situação de pobreza e de exclusão na socie-dade e aumentar o impacto da sua “voz” ao nível dalegislação, das políticas e acordos administrativos quetêm consequências no dia-a-dia de cada um.

Objectivos do Segundo Encontro:• Desenvolver um espaço de aprendizagem criativa

e de reflexão onde os participantes pudessempartilhar as suas experiências de participação e deenvolvimento na sociedade.

• Desenvolver contributos baseados na experiênciados participantes em matéria de “melhorespráticas” ligadas à promoção do envolvimento daspessoas em situação de pobreza e exclusão.

• Aumentar a capacidade dos participantes emcontribuir para o trabalho das ONG que lutamcontra a pobreza e exclusão e de se empenharemjuntamente com autoridades públicas e outrosactores.

• Incentivar o compromisso de InstituiçõesEuropeias chave a envolverem as pessoas emsituação de pobreza e exclusão, e as organizaçõesem que participam, na elaboração eimplementação das políticas, em todos os níveis easpectos das suas vidas.

O encontro contou com 120 participantes dosEstados-Membros da UE, além de delegações daPolónia, Hungria, Bulgária e Letónia. Osparticipantes eram pessoas que se encontram,ou já seencontraram, em situação de pobreza. Participaramtambém alguns trabalhadores sociais e/oucomunitários.

O principal desafio do encontro foi passar da fase dasresponsabilidades pessoais e do intercâmbio deexperiências no sentido de tentar analisar os modelosparticipativos (actualmente conhecidos como "boaspráticas"), para estratégias efectivas, a fim de assegurara participação de pessoas em situação de pobreza atodos os níveis.

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As declarações que se seguem foram elaboradaspelos participantes nos grupos de trabalho eapresentadas na sessão plenária final daconferência.

Grupo de trabalho 1Este grupo de trabalho teve como base dediscussão os depoimentos individuais sobrediferentes modelos participativos e abordou ascondições necessárias à participação efectiva daspessoas em situação de pobreza.

Isto fez-nos recordar o que tinha sido dito noprimeiro encontro em 2001, e de como éimportante o uso desta metodologia paraconquistar a confiança entre as pessoas queparticipam pela primeira vez neste tipo deencontros.Mas o grupo também reflectiu sobre a necessidadede redefinir as condições para uma participaçãoadequada e concluiu que ainda não se conseguiramreunir todas as condições, incluindo a maisimportante: a de ser ouvido. No entanto, o grupochamou a atenção para o facto de um certo

número de países já ter legislado sobre aparticipação, tornando-a obrigatória,nomeadamente através de comités de utilizadores.

O grupo vê nisto um desenvolvimento positivo,mas em vez de forçar as autoridades a ouvirem aspessoas, gostariam de as persuadir que aparticipação é importante e necessária. Asautoridades precisam das pessoas para gerir asmedidas políticas e as populações podem oferecer-lhe as experiências de vida e o impacto que asmedidas tomadas têm no quotidiano.

“Ouvirem-nos”, e a quem quer que esteja emdificuldade, é essencial antes de se poder falar deuma verdadeira democracia.

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II. DECLARAÇÕES DOS GRUPOS DE TRABALHO

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Participação

Satisfazer as necessidades básicas das pessoas emsituação de pobreza é uma condição prévia a qual-quer participação.A participação é um direito, não um favor.

O processo participativo deve incluir o seguinte:

1.1. Respeito pelas pessoas envolvidas noque diz respeito:

• Às suas experiências de vida, ao seu “ser”• Ao seu ritmo e o seu nível• Aos seus métodos de comunicação, à sua lin-

guagem• À sua vida: as pessoas em situação de pobreza

lutam em duas frentes:- A luta diária pela sobrevivência- As atitudes/comportamentos face a pobre-za

1.2. Dignidade

1.3. Meios:• Rendimentos decentes para viver• Trabalhar com boas intenções em associações

de voluntários

1.4.Trabalho em rede• Na comunidade onde vivem• No sector de pobreza onde estão envolvidos• No seu país• Na Europa

1.5. Gestão política com pessoas em situa-ção de pobreza

• O envolvimento no processo participativodeve fazer-se desde o início.

* As pessoas em situação de pobreza devemestar envolvidas e terem a possibilidade deseleccionar as questões, métodos, processosde tomada de decisão e de avaliação, bemcomo a acção a executar;* O conteúdo da participação deve seraquele que mais se identifique com as pes-soas em situação de pobreza e constar comoponto central na tomada de decisão;

• As pessoas em situação de pobreza são realis-tas: não pedem a lua, mas não deixarão quelhes passem um atestado de inferioridade.

1.6. A participação tem de começar nacomunidade, não partir apenas das auto-ridades políticas.

• Conseguir aliados através da sensibilizaçãoformando uma base de confiança

• A vida colectiva é feita de escolhas livres.

1.7. A participação é uma responsabilidadecomum e um compromisso mútuo.

• Os decisores políticos devem estar envolvidosdesde o princípio até ao fim.

• O processo participativo não é negociável edeve conduzir à criação de mecanismos auto-máticos de capacitação.

1.8. A participação processa-se através deum mecanismo de tipo “pingue-pon-gue“:

• Decidindo quais as questões a abordar• Discutindo-as• Redigindo propostas• Discutindo-as com as autoridades• Aplicando as medidas tomadas na prática• Analisando os resultados• Avaliando

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Grupo de trabalho 2

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Factores capacitantes de participa-ção

Nível de decisão política

• Os decisores políticos devem ouvir activa-mente as pessoas em situação de pobreza.

• A participação deve ser apoiada:* Com reuniões (suficientemente) frequen-tes* Com recursos tecnológicos (Internet)

• Deve ser facilitado o acesso directo a subsídioscomunitários a todas as pequenas organizaçõese reduzido o número de intermediários eorganismos administrativos.

• A informação entre o nível europeu e aspequenas associações deve passar a ser muitomais fluida e transparente.

• A participação deve ser garantida a longoprazo para assegurar o seu acompanhamento econtinuidade.

• Deve ser criado um observatório europeupermanente, capaz de combinar investigação eacção e que possa coordenar as actividades.

Indivíduos e organizações

• As pessoas em situação de pobreza devem estarmais envolvidas no processo participativo, evi-

tando assim a sobre-representação dos trabal-hadores sociais.

• A participação deve incluir o aspecto financei-ro (orçamento participativo). Exemplos desteesquema já estão em marcha.

• As organizações devem prestar muita atençãoao que dizem e como o dizem. Devem igual-mente poder actuar na altura certa, isto é, nafase de atribuição dos recursos.

• É essencial a cooperação entre organizações,pessoas em situação de pobreza, funcionários,órgãos de informação, etc.

• Os decisores políticos devem receber bonsexemplos de participação.

• A participação exige uma linguagem simples.• Deve haver mais fóruns como este. Entre

outras coisas, as suas reacções são muito úteisna avaliação dos progressos alcançados.

“Este encontro não se deve limitar a um bom rela-tório” - ESPANHA

“Não se consegue dizer nada num papel” - PAÍSES

BAIXOS

“A participação é a base da democracia. A queníveis? A todos os níveis: sem ela, nada mudarárealmente” - ALEMANHA

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Grupo de trabalho 3

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1. Composição e funcionamento do grupo

O grupo distingue-se pelos contextos amplamen-te diversos em que os participantes costumam tra-balhar – a participação – mas também por muitospontos em comum. O grupo é composto por pes-soas que frequentam presentemente acções de for-mação, pessoas que vivem em abrigos, pessoas ex-sem-abrigo agora activas no sector, para além dealguns trabalhadores sociais que só conhecem apobreza do exterior. Não obstante as diversasexperiências de vida e o tempo de preparação quetodos acharam demasiado curto, todos os partici-pantes se empenharam na discussão e o êxito dogrupo passou pelos progressos realizados num diá-logo construtivo e coerente. Apesar das contrarie-dades que tiveram, os participantes não estão amar-gurados com a sociedade nem a rejeitam. Pelocontrário, têm um desejo muito forte de seremparte dela.

2. Questões essenciais abordadas

Devido ao elevado número de pessoas que são ouforam sem-abrigo, as discussões incidiram diversasvezes nos problemas de alojamento e habitação.Mas também foram abordadas outras questões,nomeadamente o emprego, a formação, a integra-ção na sociedade e no trabalho e o isolamento.

3. Modelos para desenvolver a participação

Foram identificados quatro níveis de participação,cada um referindo-se às diferentes formas de par-ticipação:• Participação (inter-)pessoal (trabalho social

desenvolvido pelas pessoas que viveram o pro-blema)

• Participação numa organização (auto-gerindoparcialmente uma estalagem, por exemplo),

• Participação inter-organizacional (trabalho emrede), e

• Participação política (participação na elabora-ção e nas decisões políticas).

Em todos os níveis de participação encontram-seos mesmos tipos de obstáculos. Do intercâmbio deperspectivas, emergiram claramente várias condi-ções prévias a uma participação eficaz e eficiente:- As pessoas em situação de pobreza devem ser

ouvidas e tomadas a sério;- As suas competências devem ser valorizadas;- Devem ser-lhes dados os meios de participar,

nomeadamente formação;- As pessoas em situação de pobreza devem ser

envolvidas a todos os níveis da hierarquia;- As pessoas que com elas lidam devem também

fazer um esforço, como parte do processo demudança.

4. Conclusões

Todas as pessoas fazem o possível, dentro do seupróprio contexto, para melhorar as coisas.As que jáse empenharam em contactos com as autoridadesdão esperança às restantes e provam com isso queé possível chegar a um diálogo participativo eobter resultados. O facto da participação funcionarmelhor nalguns países do que noutros mostra aimportância do intercâmbio de experiências e de(boas) práticas.

Os Planos Nacionais de Acção para a Inclusãopoderiam constituir uma excelente oportunidadepara se generalizar a prática da participação daspessoas desfavorecidas na UE, quando se procuramsoluções para o que as afecta, desde que vejam aparticipação como um princípio essencial.

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Grupo de trabalho 4

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1. Participação

Os decisores políticos só podem conseguir a parti-cipação das pessoas em situação de pobreza quan-do os interessados virem as suas necessidades bási-cas satisfeitas. Como se poderá pedir a participaçãode alguém que passa fome, que está doente ou quevive na rua?

A participação exige:• Que se parta de pequenos grupos organizados,

coerentes e voluntários que tenham os seusobjectivos e pontos de vista claramente defini-dos.

• Meios para uma participação adequada: par-ceiros, formar uma rede em termos de conhe-cimentos (difundir/divulgar o que sabemos),pessoas de contacto ou grupos e, finalmente,formas de apoio financeiro facilmente acessí-veis a pequenos organismos.

• A compreensão do sistema, isto é, entender oscontextos políticos e institucionais que consti-tuem a base essencial do desenvolvimento daparticipação.

• Formalização (legislação, regulamentos, locaisde reuniões), que também actua como base.

Todas estas bases de conhecimento podem criarum destaque público e os media são um meioimportante para o divulgar.As pessoas em situaçãode pobreza devem decidir qual a imagem que que-rem dar delas mesmas.

A participação é um longo processo constituídopasso a passo.Mas, quando confrontadas com escolhas difíceis, oreceio manifesta-se facilmente.Como o vencer?Principalmente, fazer o que aqui se propõe.

Planos Nacionais de Acção para a inclusão: Sãopropostos 7 princípios capacitantes para facilitar oseu desenvolvimento:

1.AcessoOs planos devem aplicar-se aos níveis nacional,regional e local nos actuais e futuros países da UE.

2. ComunicaçãoOs planos devem incluir a obrigação de todos osEstados-Membros os divulgarem e informarem osagentes da sociedade civil envolvidos.

3. PrevençãoA prevenção deve ser desenvolvida como umapolítica transversal a todas as componentes, em vezde se limitar a abordar as questões separadamente.

4. ExecuçãoDeve haver mais recursos para a execução dosPNAI.

5. HarmonizaçãoDeve haver mais empenhamento e compromissona harmonização das políticas sociais.

6.AvaliaçãoÉ essencial dispor de uma avaliação mais porme-norizada dos PNAIs, com indicadores claros que osrelacionem com os PNAIs anteriores e critériosespecíficos para as medidas tomadas para se evitaruma abordagem fracturada.

7. EmpregabilidadeHá uma grande variedade de oportunidades deemprego nos Estados-Membros. Nas regiões onderareiam as oportunidades de emprego, devem sertomadas medidas para reforçar o sector cooperati-vo, mútuo e sem fins lucrativos.

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Grupo de trabalho 5

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Participação – elementos enunciadospelos grupos de trabalho

Os participantes identificaram factores capacitantese desfavoráveis à participação que operam em três“esferas”: (1) Grupos e associações, (2) Autoridadese decisores políticos e (3) Sociedade e os potenciaisaliados que isso proporciona.

1. Factores capacitantes do processo partici-pativo

1.1 Grupos e associações

a) Existência como grupo

• A primeira condição para a criação de umgrupo é a possibilidade de se reunirem livre efacilmente.

• O grupo deve ter “existência”, isto é, os seusmembros constituintes devem ter uma agendapartilhada e/ou valores para criar a identidadedo “nós”.

• As pessoas em situação de pobreza, envolvidasou associadas ao grupo, devem permanecernele durante um período suficientementelongo para poderem “crescer” no seu seio.

• A renovação dos membros do grupo não podeexceder uma certa percentagem, dentro delimites de tempo específicos, sem pôr em riscoa própria existência do grupo.

• A agenda e os valores partilhados criam umsentimento de pertença ao grupo, uma sensa-ção de fazer parte e de ser membro dessegrupo.

• O grupo deve ser visível, reconhecido pelosoutros como uma entidade específica.

b) Reforço do grupo e seus constituintes

• O grupo deve (pelo menos) desenvolver umprojecto comum, uma razão de ser e de agirem conjunto com base numa agenda e valorescomuns.

• Deve basear-se nos factores que motivam cadaum dos seus membros individualmente a agir– por exemplo, a determinação em quebrar ociclo de experiências de vida, interrompendoos processos de que foram vítimas.

• No interior do grupo, a tónica deve incidir narecuperação da auto-confiança e na confiançanos outros.

• O grupo deve fomentar a sua coesão interna,por exemplo, redigindo as suas próprias regrase adoptando métodos de trabalho aceites portodos. As diferenças e conflitos que se mani-festam em todas as associações devem ser aber-tamente reconhecidos e debatidos até as divi-sões serem sanadas.

• Um marco muito importante será a transiçãodo estatuto de cliente ou de utilizador para ode membro, então representante do grupo.

• Deve haver no grupo respeito pelo indivíduoe pelo seu próprio ritmo.

• O grupo deve concentrar-se no desenvolvi-mento e reforço da sua solidariedade internaacima e para além de eventuais diferenças quepossam existir entre os seus membros, com umrespeito absoluto pelo que distingue cadaindivíduo.

• Deve também desenvolver e reforçar a suasolidariedade externa, ou seja, a imagem dogrupo noutros grupos e junto da opiniãopública.

c) Lançar infra-estruturas para o processo partici-pativo

• As capacidades dos membros do grupo serãoincentivadas e realçadas, mas também serãodisponibilizados locais e horas específicos paraexprimir pontos de vista, realizar reuniões etomar notas.

• Os membros do grupo deverão definir e desen-volver o que for necessário para criarem umsentimento de orgulho individual e colectivo.

• Serão procuradas formas de apoio à determi-nação e ao sentido de vida dos membros dogrupo, porque os processos participativos sãodemorados e os que estão envolvidos sentem-se frustrados porque esperavam resultados maisimediatos.

• Exige-se que os membros do grupo assumamgradualmente mais responsabilidades indivi-duais e colectivas, isto é, que elaborem agendaspara reuniões, façam os preparativos de ordemprática, o acompanhamento, o envolvimentona gestão do orçamento, seleccionem a afecta-ção dos recursos, etc.

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III. Prosseguir o debate sobre a participação

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• A competência, as qualificações e as capaci-dades dos membros serão valorizadas e, na medi-da do possível, validadas pela melhoria do seuestatuto.• O grupo elaborará uma organização e umaestrutura clara e robusta.• Os objectivos serão claramente definidos.• Será disponibilizada ou acessível a formaçãonecessária em todos os domínios: técnicas básicasde literacia, auto-confiança, auto-defesa, tirarnotas, conhecimento de instituições políticas ecomo elas funcionam, conhecimento de ajuda epolíticas sociais, assim como os seus métodos etécnicas.• Os grupos fomentarão a criação de redes oua adesão a redes existentes.

d) Estratégias de participação e o processo partici-pativo

• As restrições políticas, sociais e económicas,ou seja, o ambiente em que o grupo se encon-trará quando empenhado num processo parti-cipativo, serão estudadas e analisadas. Assim,por exemplo, as políticas sociais não aderentese conduzidas sem um processo participativoserão examinadas criticamente na base do quepoderia ter sido realizado se tivesse havidoparticipação.

• As pessoas em situação de pobreza terão ocuidado de serem realistas nas suas exigências,tanto nas propostas apresentadas e discutidascom os decisores políticos, como nos prazosem que esperam obter resultados.

• O processo participativo procurará abrangertodos os agentes sociais, políticos e administra-tivos.As pessoas em situação de pobreza anali-sarão e utilizarão todos os domínios cruzados:

• Uma metodologia essencial consistirá emolhar primeiro para as semelhanças que pos-sam existir entre as pessoas que experimenta-ram processos de exclusão e as que nuncaviveram situações de exclusão (por exemplo,uma semelhança que poderia ser utilizada éque (quase) todas as pessoas têm filhos para osquais desejam um bom futuro); será este o seumétodo de escolha, do mesmo modo que cen-tram a sua atenção nos aspectos positivos dasdiferenças e das semelhanças.

• Todas as acções serão cuidadosamente prepa-radas. Entre outras coisas, as preparações veri-ficarão se o(s) objectivo(s) corresponde(m) aosfins pretendidos.

• No interior dos grupos, as pessoas em situação

de pobreza insistirão em ser envolvidas desdeo início do processo participativo, isto é, desdea fase das ideias até à fase de avaliação.Aqui, odiálogo com as autoridades será conduzido deacordo com o modelo desenvolvido e aprova-do pelo grupo.

• O diálogo será conduzido ponto por ponto,deixando ao grupo o tempo necessário pararever o que foi dito/decidido em cada encon-tro.

• O grupo fará prova de criatividade, utilizandométodos novos e não convencionais (porexemplo, participação), ou métodos afirmati-vos, como fazer-se convidar para eventosimportantes ou envolver os decisores políticosem discussões directas, etc., se tais métodosforem considerados adequados à situação. Domesmo modo, o grupo utilizará estratégias quepassem por pôr questões parlamentares ao par-tido no poder.

• Onde houver projectos em parceria com asautoridades (administrativas e/ou políticas), ogrupo assegurará o seu envolvimento na ela-boração, gestão e controlo do orçamento.

• Os fluxos de comunicação e de informaçãoentre os grupos e as autoridades serão bi-direccionais, fluidos e veiculados numa lingua-gem clara e simples. A terminologia especiali-zada será traduzida em termos que as pessoasem situação de pobreza possam assimilar gra-dualmente como sua.

• Todas as oportunidades para entabular um diá-logo com os decisores políticos serão explora-das.

1.2.Autoridades e decisores políticos

• Abertura, preparação genuína para a escuta,respeito pelas pessoas em situação de pobrezae o ritmo de acção próprio a cada pessoa sãoas pedras angulares de qualquer processo par-ticipativo. O diálogo também será orientadopela vontade política de melhorar as medidassociais e o seu impacto nas vidas quotidianasdas pessoas em situação de pobreza.

• Estes factores devem ser combinados com ocompromisso de compreender e aprender comos testemunhos e as experiências pessoaisencontradas.

• As autoridades reconhecerão as competênciase qualificações das pessoas em situação depobreza em assuntos que estas conheçam poros terem vivido/sofrido na pele.

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• Não haverá lugar para a discriminação nestediálogo e o intercâmbio basear-se-á numcompromisso mútuo a longo prazo, alicerçadoem laços de confiança que criam uma estimarecíproca.

• Será usada uma linguagem simples e acessível.Serão clarificados os termos técnicos até seremadequadamente compreendidos.

• A comunicação bidireccional será asseguradaem todo o processo; garantirá a necessária cla-reza e fluidez no intercâmbio e assegurará aexploração das interacções para obter o mel-hor efeito possível.

1.3.A sociedade e os potenciais aliados

• Os media deverão ser abordados. Os principaisalvos serão os jornais e as revistas, e os progra-mas de televisão e de rádio que produzam umefeito não sensacionalista, capazes de reflectir aimagem que as pessoas em situação de pobre-za desejam veicular. Esta parceria requer gru-pos para estabelecer as bases profissionais edetalhadas que proporcionarão mensagens cla-ras. Ao trabalhar com estas alianças, os gruposou redes procurarão igualmente manter o pro-cesso tão transparente quanto possível desde oinício até ao fim do artigo ou do relatório.Também será útil ter contactos com os mediaque divulguem estereótipos, imagens sensacio-nalistas exclusivas e simplistas de pessoas emsituação de pobreza, no sentido de tentarmudar as imagens que querem veicular.

• Os sindicatos serão abordados e deverão exa-minar questões do género: como lutar pelopleno emprego sem saber o que acontece àspessoas que são forçadas a assumir posiçõesque não melhoram a sua situação presente, ouainda, como garantir a equivalência de qualifi-cações com base na experiência, associada aesquemas de formação inovadores, com for-mações académicas validadas por qualificaçõesformais?

• Ao estudar certas propostas, os grupos procu-rarão alianças com especialistas, por exemplo,advogados para projectos que envolvam legis-lação complexa, urbanistas e arquitectos paraplaneamento, renovação e alojamento socialurbanos ou rurais.

• Os grupos de pessoas em situação de pobrezaprocurarão alianças potenciais com gruposprivados, sejam eles igrejas, associações carita-tivas, empresas ou instituições académicas.

• As associações de voluntários a favor das pes-

soas em situação de pobreza procurarão alia-dos quer no interior de redes de que fazemparte, quer contactando outros grupos/redesque lhes possam fornecer o conhecimento e asqualificações de que necessitam.

• A legislação existente é um aliado potencial.As associações de voluntários podem encon-trar apoio na legislação que proíbe a discrimi-nação, regula o acesso aos direitos fundamen-tais, etc. Do mesmo modo, os instrumentos dereferência universalmente reconhecidos, comoa Declaração Universal dos DireitosHumanos, as Cartas Europeias, etc., podem serutilmente invocados.

• O número total de pessoas em situação depobreza pode servir de base de apoio, namedida em que é um todo organizado e estru-turado e representa uma força social reconhe-cida.

• A disponibilidade de recursos apropriados epoderosos em termos de infra-estrutura, tec-nologia, competências humanas e financia-mento é primordial.

• As pessoas em situação de pobreza podemrecorrer a trabalhadores sociais formados emtrabalho de grupo e em métodos de trabalhocolaborativo.

1.4 Resultados das abordagens participativas

• A informação útil é eficazmente difundida echega às pessoas em situação de pobreza,incluindo às que se reúnem em grupos locaismuito pequenos.

• As políticas implementadas através de um pro-cesso participativo aumentam a eficácia dasmedidas políticas limitando/eliminando osimpactos negativos.

• As qualificações de trabalho em grupo dos tra-balhadores sociais envolvidos no diálogo parti-cipativo são bem utilizadas; as qualificaçõessaíram beneficiadas e reforçadas com a práticada participação.

• Os valores e os conhecimentos baseados naexperiência das pessoas em situação de pobre-za estão a ter (melhor) reconhecimento: osestereótipos vão desaparecendo gradualmentee emerge a imagem real (mais) positiva daspessoas em situação de pobreza.

• Surgem ligações claras entre políticas segmen-tadas: as esferas económicas, financeiras, fiscais,agrícolas e sociais estão interligadas e esta liga-ção conduz a uma nova fase de trabalhoorientada para a realização de coerência para o

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bem-estar de toda a sociedade. Este processopoderia (talvez) também preparar o caminhopara um uso mais eficiente de todos os recur-sos.

2. Factores que dificultam o proces-so participativo

2.1. Grupos e associações

• A vergonha que sentem algumas pessoas víti-mas da pobreza, devido à sua situação e/ou aelas próprias, é um obstáculo de peso ao pri-meiro passo para a participação: estender amão aos outros.

• A inexistência, ou quase, de valores partilha-dos, de pontos de referências, de objectivos ede métodos são factores que enfraquecem umgrupo.

• Analogamente, demasiada flutuação e/ou rota-tividade das pessoas envolvidas ou em tornode um grupo prejudica-o, comprometendo asactividades e a continuidade a longo prazo, oque é essencial a qualquer processo de partici-pação.

• A sociedade rural ou suburbana, a dispersãogeográfica e o isolamento das pessoas emsituação de pobreza constituem obstáculostécnicos importantes à formação do grupo.

• Grupos onde…* falta tempo e/ou meios para forjar ligaçõescom outros grupos/redes* os recursos são aplicados acima de tudo àajuda “hierarquizada” e a assistênciaterão grandes dificuldades em fomentar aparticipação.

• As pessoas em situação de pobreza envolvidasem grupos muito pequenos e de nível pura-mente comunitário têm muita dificuldade deacesso à informação directamente utilizável ouao reconhecimento como representantes dosseus grupos e das suas preocupações.

2.2 Autoridades e decisores políticos

Os decisores políticos não poderão apresentar edefender um processo de participação se:• Se mantiverem fiéis às regras de mercado e de

produtividade, realçando demasiado os objec-tivos económicos

• Recearem o potencial recuo eleitoral dasmedidas que se destinam a solucionar proble-mas de pobreza e de exclusão social;

• Forem tão longe que acabem por negar a exis-

tência da pobreza;• Consentirem em atitudes e/ou medidas dis-

criminatórias;• Apoiarem medidas e esquemas a curto prazo;• Entravarem as estruturas e o funcionamento

adequado de políticas públicas;• Negarem a relação entre esferas políticas dis-

tintas e os seus impactos negativos sobre aspessoas em situação de pobreza;

• Virem o acesso ao emprego e/ou habitaçãocomo fins em si mesmos e como provaconclusiva de que (todos) os problemas daspessoas em situação de pobreza ficam resolvi-dos com este a resolução destes problemas;

• Centrarem a sua atenção apenas em medidasde emprego básicas, específicas e a curto prazopara levar as pessoas a retomarem o mercadodo trabalho.

2.3 A sociedade e outros agentes

Uma sociedade não está em posição de operar umamudança positiva no dia-a-dia das pessoas emsituação de pobreza, negando-lhes o estatuto deseres humanos, se:

* Não reconhecer que a pobreza existe;* Estigmatizar automaticamente as pessoasem situação de pobreza;* Perdoar ou encorajar a discriminação;* Pensar e agir assim por medo à diferença;* Não proporcionar um ambiente no qual osgrupos e as pessoas em situação de pobrezatenham a oportunidade de melhorar o seudia-a-dia* Aceitar como normal (ou fechar os olhosa):

• À penúria crescente e recorrente de trabalhosestáveis e remunerados decentemente;

• À falta de habitações decente e a preços aces-síveis;

• A todas as decisões de não-direito: falta deacesso a cuidados de saúde, a direitos legislati-vos, etc.;

• À perpetuação de condições de vida desuma-nas e escandalosas.

É improvável que os sindicatos sejam receptivos aformar uma aliança com pessoas em situação depobreza e respectivos grupos se:

* Se sentirem apenas envolvidos com as pes-soas que trabalham;* Não abrirem as suas estruturas aos desem-pregados;* Não puderem alinhar com a ideia de que o

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conhecimento vivido da pobreza ligado aesquemas de formação inovadores deverágarantir o reconhecimento na mesma baseque as qualificações educativas formais.

As igrejas e associações caritativas não podem seraliadas se:

* Desejarem limitar as suas actividades a dis-tribuir ajuda e assistência* Não envolveram as pessoas em situação depobreza nas suas estruturas* Derem a impressão de incluir as pessoas emsituação de pobreza, mas não lhes derem real-mente a possibilidade de partilhar as respon-sabilidades e o poder de decisão.

Os investigadores académicos entravarão as melho-rias se:

* Não houver abertura e clareza nos seusestudos;* Recusarem divulgar a informação (porexemplo, quem a encomendou, os seusobjectivos, a utilização dos resultados);* Não tratarem as pessoas em situação depobreza com dignidade e respeito na formacomo executam a investigação.

Rumo ao Terceiro Encontro Europeudas Pessoas em Situação dePobreza

Ao olhar para o futuro e para um possível terceiroencontro europeu das pessoas em situação de pob-reza, considerou-se necessário abordar as seguintesquestões:

• Quais deveriam ser os principais tipos deobjectivos?

* Uma simples reunião entre as pessoas emsituação de pobreza;* Uma reunião entre as pessoas em situaçãode pobreza com os trabalhadores sociais;* Um impulso para a mudança política;* Um acontecimento mediático simbólico.

• Qual é a melhor maneira de preparar oTerceiro Encontro?

* No seio de redes, com os participantes;* Entre as redes e a organização central.

• Como combinar continuidade (os mesmosparticipantes de regresso) com a possibilidadede dar uma hipótese a novos participantes?

• Como fazer para que os participantes tenhamtodos o mesmo nível?

• Como escolher o(s) tópico(s) utilizando oPrimeiro e Segundo Encontros como ferra-mentas e elementos de base?

• Como desenvolver/reforçar a solidariedadeentre pessoas com vivências da pobreza dife-rentes neste tipo de encontro?

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Anexo IMensagem da Presidência Gregaao Conselho de Ministros, Junho de 2003

Na sequência deste encontro, a Presidência Grega enviou a seguinte mensagem ao Conselho Europeu deMinistros, em Junho de 2003:

“Para se conseguir promover a participação das pessoas em situação de pobreza:

1. O problema diário da sobrevivência tem de ser ultrapassado; por outras palavras, todos (pessoas pobres)devem ter acesso aos seus direitos e a um padrão de vida que permita a reflexão.As necessidades básicasdevem ser satisfeitas antes de se iniciar a participação.

2. Deve haver uma boa comunicação entre os responsáveis e os cidadãos. A informação deve ser clara etransparente e capaz de chegar a todos.

3. Deve haver recursos suficientes (apoio financeiro, tecnológico e humano) que permitam e sustentem aparticipação. Estes recursos darão apoio às associações que trabalhem com pessoas em situação de pobre-za. Deve ser dado apoio contínuo e a longo prazo a determinados projectos, particularmente a projectosde reintegração profissional com um suporte sustentado que garanta emprego estável na realização dopercurso de reintegração.

4. É necessário envolver as pessoas em situação de pobreza logo que as ideias sejam lançadas e até as polí-ticas serem avaliadas. Essa avaliação exige critérios de qualidade claros. Este procedimento deve ser incluí-do nos Planos Nacionais de Acção para a Inclusão.

5. Deve ser prevista a participação das pessoas em situação de pobreza quando se elaboram medidas sociais,particularmente neste momento em que as estruturas europeias estão em fase de mudança.

6. Os actuais procedimentos de avaliação dos PNAIs devem ser intensificados, tanto a nível dos indicadoresquantitativos como qualitativos.

7. Cada Estado-Membro deve dar apoio suficiente ao estabelecimento/reforço de redes (locais, temáticas,transversais, urbanas, rurais, etc.) onde estejam representadas as pessoas em situação de pobreza e suasorganizações.

8. No intuito de dar mais coesão às medidas sociais, está a ser reforçada a complementaridade entre osPNAIs e o Emprego.

Na sequência do Terceiro Encontro Europeu das Pessoas em Situação de Pobreza, a Presidência Grega propõeque:

Os Estados-Membros intensifiquem os seus esforços para fomentar a participação, a todos os níveis das pes-soas em situação de pobreza e desenvolver redes estruturais.Os Estados-Membros e a Comissão adoptem planos para reforçar o envolvimento das pessoas em situaçãode pobreza em geral e o desenvolvimento dos PNAIs em particular.A Comissão Europeia e as sucessivas Presidências Europeias apresentem propostas para organizar este tipo dereuniões, no âmbito do programa de trabalho anual (como as Mesas Redondas anuais).”

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AUSTRIAMr KOHLER DietmarDr. Hanswenzlgasse 81230 WIENFAX 00 43 [email protected]

Mr JUDENDORFER GottfriedHomeless people Street PaperHagenm¸llergasse 34/6011030 VIENNAFAX 00 43 [email protected]

BELGIUM Mrs D’HOOGE ElsDe KeetingKroonstraat 64-662800 MECHELEN00 32 [email protected]

Mr SARENS FlorDe KeetingKremerslei 24 bus 32570 [email protected]

Mme MUSABEYEZOU WinnyFondation Espoir d’AfriqueStertveld, 81654 HUIZINGEN00 32 264897 [email protected]

Mr NAHIMANA Eugène ClémentFondation Espoir d’Afriquechaussée de Nivelles 7941500 HALLE00 32 [email protected]

Mr RUCEKERI InnocentFondation Espoir d’Afriqueplace de la Gare 11082 BRUXELLESFAX 00 32 [email protected]

Mrs RIGAUX ChristineRéseau Belge de EAPN214 rue Osseghem1080 [email protected]

Mr UTUMBA ODIMULA KafuaUnion des Locataires des Marollesrue de la Prévoyance 561000 BRUXELLES00 32 25032792

Mrs CHAINAYE Marie-ClaudeSolidarités NouvellesRue Léopold, 36 A6000 CHARLEROIFAX 00 3271 30 69 [email protected]

Mrs HAID MartineSolidarités NouvellesRue Léopold, 36 A6000 CHARLEROIFAX 00 3271 30 69 [email protected]

Mr LIMAN SlimanSolidarités NouvellesRue Léopold, 36 A6000 CHARLEROIFAX 00 3271 30 69 [email protected]

DENMARKMrs HAMMER LisKofoeds SkoleTagensvej,292200 N COPENHAGEN

Mrs SINGERTAT MariaKofoeds SkoleSundevedsgade 191751 COPENHAGEN

Mrs LARSEN KarinKofoeds SkoleSchoutgarden 321791 DRAGOR FAX 00 45 [email protected]

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Anexo II – Lista dos participantes

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Mr JENSEN Viggo SteenSANDBregnevej 7,5 LE 125220 ODENSE SO [email protected]

Mr RUDOLF OleSANDJernaldervej 221A ITV Lej 35358210 AARHUS V [email protected]

Mr POHLE EwaldSANDMarstrup Mirmevej 316100 MADERSLEV [email protected]

FINLANDMs PULLI MaijaEAPN FinRiitasuontie 1925330 KUUSJOKI [email protected]

Ms SUNDELL NataliaAssociation for unemployed people in HLMRekolantie 2B 1413210 HAMEENLINNA [email protected]

Mr HEINONEN AhtiTVY ryAsemantie 5 K 833470 YLOJARUI [email protected]

Ms JUSTANDER PirkkoFinnish association of people with mobile disabil-itiesJuhana herittuantie 4 B3900600 HELSINKI 00 [email protected]

FRANCEMs LONGELIN BénédicteFoyer d’Accueil Chartrain12 Rue Hubert Latham28003 [email protected]

Mr CHERI BIANDA MagloireFOYER Vers l’Avenir337 Chemin Martin42153 RIORGES - [email protected]

Mr ORVANE AlainAssociation Martine Bernard44 Rue du Pont Neuf59000 [email protected]

Ms MOULAOUI NasseraARGOF21 Av.Général Michel Bizot75012 PARISFAX 00 33 1 44757619

Ms DUPREZ ChristineAssociation Martine Bernard642 Bois d’Achelles59910 [email protected]

Ms LORPHELIN CatherineFAFNIRLe Clos Masure76210 [email protected]

Ms LEBORGNE IsabelleAIPIES4 bis Place Félix Faure76210 BOLBECFAX 00 33 [email protected]

GERMANYMr BOEHLKE Klaus GuentherKomplexbrigade MuehsamMueggelstr.2710247 BERLIN FAX 00 [email protected]

Ms GEHRKE MarlisMob E.V.Gothaer str. 17 12629 BERLIN FAX 00 49 [email protected]

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Mrs WALTHER BeateLiesegangstr. 2147533 KLEVE [email protected]

Ms BIEHN ErikaEAPN GermanyCappeltor 1259555 LIPPSTADT 00 [email protected]

SCHROTER Jens E. MrEAPN GermanyKastanienstr. 6328215 BREMEN [email protected]

Mrs THUERAUF AndreaHomburger Landstr 86560437 FRANKFURT [email protected]

Mrs KRAMER ImmeNiederurseler landstr. 2460439 FRANKFURT [email protected]

Mr WALTER OliverAndreasstr.467547 [email protected]

Mr RATHMER Otger

GREECEMs DIMOPOULOU EleniSocial Work FoundationIrodotou 1Gr-144 51 METAMORPHOSIS, AtticaFAX 302 102 825 [email protected]

Ms DIALINA EleniSocial Work FoundationIrodotou 1Gr-144 51 METAMORPHOSIS, AtticaFAX 302 102 825 [email protected]

Ms ZACHARA EiriniSocial Work FoundationIrodotou 1Gr-144 51 METAMORPHOSIS, AtticaFAX 302 102 825 [email protected]

IRELANDMr KEOGHAN DamienLourdes Youth & Community Servicelr.Sean MacDermottstreetI-1 DUBLINFAX 353 498 556 [email protected]

Mr SMITH MartinIrish Rural LinkHammondstown,Castlepollard,Co.WESTMEAT

Ms DONOGHUE Ann-MargaretClondalkin Travellers Development Agency

Ms DONOGHUE KathleenClondalkin Travellers Development Agency

Mr MORAN JohnIrish Rural LinkGorteen,Tubber,Moate,[email protected]

Ms MCGAUGHREN Martina87 Dolphin House, RialtoDUBLIN 8 IRL

ITALYMme ALUISI PAOLACILAP (Casa dei Diritti Sociali)Via Gaspare Gozzi 16100145 ROME [email protected]

PERRATONE GuidoCILAP (EMMAUS)C/o Emmaus Via Casale de Merode 800147 ROME

Mr SPASIANO GuiseppeCILAP (EMMAUS)C/o Emmaus Via Casale de Merode 800147 ROME

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Mrs GRAZIOLI RosaCILAP (EMMAUS)C/o Emmaus Via Casale de Merode 800147 ROME [email protected]

Mr CIACCIO FabioC/o Casa Famiglia Focus Via Sanno 6400183 ROME

Mr CELA ShefquetCILAP (Casa dei Diritti Sociali)Via Paolo V 7800183 ROME

Mr DI GERONIMO MicheleCILAP (Casa dei Diritti Sociali)Via Ettore Paladini 7500149 ROME [email protected]

Mr PARATO MicheleCILAP (EMMAUS)Via Masolino Piccolo 8/1044040 S. NICOLO

Mrs SEDAT SybilleVia Catena 7TREVIGNANO ROMANO

NETHERLANDSMrs SMEEKES AlidaEAPNIngelandenstraat8231382 CS WEESP FAX 00 [email protected]

Mrs YTSMA WATD 4de [email protected]

Mr LINDEBOOM C.LEAPN Rijnstraat 10 1972 VG YMUIDEN

Mrs van der VLIET AnkeVrouwen e/ Bijst EAPNOlympiaweg 1171076VW AMSTERDAM

Mrs HUYBERTS AnjaEAPNVenkel 5 5491 KZ ST ODENRODE

Mr DE KONING RienEAPNVenkel 5 5491 KZ ST ODENRODE

PORTUGALMr MARTINHO FernandoEAPN Portugal (Coimbra)Rua Dr. Paulo Quintela, Lote 5 - 4∫C3030-393 [email protected]

Mrs RIBEIRO Maria FernandaEAPN Portugal (Coimbra)Urbanizaço Enconsta do Sol, Lote 6, R/c Esq.3130-255 SOURE

Mr RIBEIRO AntÛnio ManuelEAPN Portugal (Braga)Lugar de Real - Seramil4720 AMARES

Mr ANTUNES, José LuÌsEAPN Portugal (Porto)Praça Guilherme Gomes Fernandes, 45 - 4∫4050 PORTO

SPAINMr HERNANDEZ JIMENEZ RicardoAsosiacion Gaz Kalo Merindad de Sanguesa 10,entrep. DerEs-31600 BURLADAFAX 34 948 071 [email protected]

Mr TAPIADOR MALAGON MiguelAyuntamiento de Miguel TurraIrlanda n°24 Es-13170 MIGUELTURRAFAX 34 926 241 [email protected]

Mrs BANOU RabiaRed AndaluziaC/Sevilla n°8-7°11Es-29009 MALAGAFAX 34 952 39 32 [email protected]

Mr AL GOUCH NourdinRed AndaluziaC/Sevilla n°8-7°11Es-29009 MALAGAFAX 34 952 39 32 [email protected]

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Mr VIRELLA SANCHEZ Juan PedroRed AndaluziaParque las Naciones, 31. 1° IzquierdaEs-41008 SEVILLAFAX 34 954 90 07 [email protected]

Ms PAGADOR PECO CarmenAyuntamiento de Miguel TurraIrlanda n∞24 Es-13170 MIGUELTURRAFAX 34 926 241 [email protected]

Mrs GALLARDO GARCIA-SAAVEDRAMaria LuisaAyuntamiento de Miguel TurraPlaza Mariana Pineda 1-8-AEs-13500 CIUDAD REALFAX 34 926 24 10 [email protected]

Ms SERRANO CARRASCOSA Ana BelenEAPN CLM Santa Leocadia n°5-1° B45002 TOLEDOFAX [email protected]

Mr SEGOVIA BERROGUI DavidEAPN-CLMC/Joan de Goienetxe n°4, 3B31014 PAMPLONAFAX 34 [email protected]

UNITED KINGDOMMs GALASHAN Dawn31 Marquis Road, Woodside AB242QYABERDEEN [email protected]

Mr HARVEY JimPoverty Alliance/CAP Network Scotland25 Valleyfield StreetG214DH GLASGOW SCOTLANDFAX 00 1413530686

Mrs OXLADE DaleAPNACLalbion flats Cilfynydd Rd PortypriddCL37 4NJ WALES

Mr KELLY PeterPoverty Alliance 162 Buchannan StreetG1 2LL GLASGOW SCOTLANDFAX 00 [email protected]

Ms STANLEY Moira31 Parc Alun MoldCH71LQ FLINTSHIRE WALES

SWEDENMrs JOHNSON GithKRIS -Criminals Return In Society)Bondegatan 9A11623 STOCKHOLM FAX 00 [email protected]

Mr SIGURD BjörnBox 15117822 EKERO STOCKHOLM [email protected]

Mr LONEGREN PhilipEAPNLindhagensgatan 59S-11243 [email protected]

Mr BOHLIN ÖstenVAGA VARNA VARANDRAKarlav‰gen 27S-11431 STOCKHOLMFAX 4686117326

Mr HELLGREN BoKIC-Kooperativ IdéCentrumBox 9037S-12609 HAGESTENFAX 08-447 48 [email protected]

Mr SAMUELSON RolfRSMHFerlinsgatan 73S75428 UPPSALA [email protected]

POLANDMr ZARZYCKI WojciechBARKA foundation for mutual helpos. Powstancow Narodowych 31/4

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61215 POZNANFAX 00 [email protected]

Mr MAJ KrzysztofBARKA foundation for mutual help11 listopada 128D/C362031 LUBONFAX 00 [email protected]

BULGARYMr MINEV DouhomirPERSPEKT159 Rakovski Str. 1000 SOFIA FAX 00 [email protected]

Mrs JELIAZKOVA MariaPERSPEKT159 Rakovski Str. 1000 SOFIA FAX 00 [email protected]

HUNGARYMr GYORI PeterShelter FoundationSzentkiralyi Utca 22-24H-1088 BUDAPEST FAX 00 [email protected]

LATVIAMsCIMDINA IlvaNGO Centre LATVIALacplesa 52/54-22LV-1011 RIGAFAX 00 [email protected]

TEAMSMs De BOE FrançoiseService PauvretéRue de la Loi, 1501040 [email protected]

Ms GORIS JoséeCellule PauvretéAnspachlaan, 11000 [email protected]

Mrs MOLINGHEN SophieCellule PauvretéBd. Anspach, 11000 [email protected]

Ms KENNINGHAM SarahATD Quart MondeAv.Victor Jacobs 121040 [email protected]

Mr TERMOTE HenkSteunpunt ArmoedebestrijdingRue de la Loi, 1501040 [email protected]

Ms DIERCKX DanielleUFSIAPrinsstraat 132000 ANTWERPENFAX 032-3-220 46 [email protected]

Ms NOLMANS CynthiaEAPNRue du Congrès 37-41/21000 [email protected]

Mr DRAPIER GeoffroyComité des MarollesRue de la Prévoyance, 561000 [email protected]

Ms HERMANS MarjaWelzijnszorgHuidevetterstraat, 1651000 [email protected]

Ms MORAS [email protected]

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Ms GIEDTS SofieFLORAVooruitgangstraat 333/81030 [email protected]

Ms ROTTIERS JuliaFLORAVooruitgangstraat 333/81030 [email protected]

Mr HOREMANS MathiasMr & ms HOREMANS Ludo & IngridEAPNRue du Congrès 37-41/21000 [email protected]

Mr FARRELL FintanEAPNRue du Congrès 37-41/21000 [email protected] VEREECKEN LéopoldForum Belge de lutte c/pauvretéRue Alphonse Renard, 86/71180 [email protected]

Ms GERONDAL MichelineEAPNRue du Congrès 37-41/21000 [email protected]

Mrs HUBERT CécileGrandes VillesBd. Anspach, 11000 [email protected]

Mrs JANSEN CarineMinistère Région Wallonne-Intérgation socialeRue des Masuis jambois, 5B-5100 JAMBESFAX 032/81-32 84 [email protected]

Ms FONSECA ClaraEAPNRue du Congrès 37-41/21000 [email protected]

Mr VAN HUMBEECK Patrik

Ms MAES Kris

AUTHORITIESMr REPPAS DimitrosMinistre du Travail et de la Sécurité Sociale -Présidence grecque de l’Union Européenne

Mr VANDE LANOTTE JohanVice 1er Ministre et Ministre du budget, de l’in-tégration sociale et de l’Economie sociale Belge

Mr VANDENBUSSCHE JohanCabinet Vande LanotteAuthorities

Mrs NEELS AnnChef de Cabinet Social Integration Belgian VicePremier Minister of Budget, Social Integationand Social Economy

Mr ANGELIDIS AngelosAttaché aux affaires Sociales de la représentationpermanente Grecque

CHAIRMANMr NICAISE IdesPdt.Comité de Gestion Service PauvretéVan Evenstraat 2E3000 LEUVEN016 32 33 37 016 32 33 44 [email protected]

VISITORSLOUIS EtienneLEONORI Luigi

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