SEGURANÇA E CRIPTOMOEDAS · de páginas infinitas . Em cada página desse caderno são registrados...

SEGURANÇA ECRIPTOMOEDASManter seus ativos digitaisseguros é o primeiro passopara aproveitar todo opotencial desse mercado

SUMÁRIO

Sobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

#1 O QUE É A BLOCKCHAIN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

#2 O QUE É O BITCOIN (E OUTROS ATIVOS DIGITAIS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

#3 COMO COMPRAR BITCOINS E ALTCOINS DE FORMA SEGURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

#4 TIPOS DE WALLETS E SUAS CARACTERÍSTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

#5 COMO MANTER SEUS ATIVOS DIGITAIS SEGUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

#6 COMO A TRANSFERO GARANTE A SUA SEGURANÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

#7 SEGURANÇA FINANCEIRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

Transfero Swiss AG

A Transfero Swiss AG é uma empresa de investi-

mentos voltada para o universo de ativos digitais .

Fundada por brasileiros, hoje tem sede em Zug

(Suíça) no chamado Crypto Valley e no Rio de Ja-

neiro (Brasil) . Oferece serviços de gestão e admi-

nistração de investimentos nesse universo, bus-

cando fornecer aos investidores um atendimento

diferenciado e uma maneira mais sofisticada de

acessar essa nova classe de ativos . No Brasil, é

pioneira em oferecer esse serviço, principalmente

para atores institucionais .

PanoramaCrypto

O PanoramaCrypto é um projeto de publishing

da Transfero Swiss AG focado em gerar, curar e

distribuir conteúdo factual e analítico sobre o

universo crypto, com uma abordagem adulta e

voltada para quem quer investir com seriedade

nessa nova classe de ativos . Com publicações

diárias em português e inglês, o hub busca levar

ao leitor as informações mais relevantes desse

mercado, com foco em regulação, inovação e nas

novidades relativas às moedas digitais em si . Co-

nheça agora em panoramacrypto .com .br .

SOBRE

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INTRODUÇÃO

Caro leitor,

Os ativos digitais e as criptomoedas são uma realidade e não há

mais como contestar isso . Sobretudo em um momento em que

eles estão sendo adotados de forma crescente por grandes inves-

tidores institucionais como alternativa de investimento . E, junto a

eles, o grande público também está cada vez mais próximo desse

mercado .

Como qualquer tecnologia inovadora, há sempre uma preocupação

com a segurança . Ou seja, sobre algo que não entendo muito bem,

como vou manter os meus ativos seguros? Essa é uma pergunta

válida e recorrente no mercado de ativos digitais .

Pensando nisso e nesse novo público investidor, preparamos um

guia de segurança para ajudar o leitor a aproveitar o máximo poten-

cial desse mercado . Em linguagem simples e acessível, mostramos

ao longo das próximas páginas os aspectos mais importantes sobre

a segurança das criptomoedas, com dicas práticas para manter

seus ativos seguros .

Esperamos que com esse livro digital possamos mais uma vez

cumprir nosso papel de formador do mercado e ajudar o leitor a

ver as criptomoedas como uma possibilidade real de alocação de

recursos .

Um abraço,

Márlyson Silva,

CIO da Transfero Swiss AG

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p a n o r a m a c r y p t o

5

Para falarmos de segurança e boas práticas é preciso primeiro entender o que é a

blockchain . De forma bem didática, a blockchain é como um caderno com um número

de páginas infinitas . Em cada página desse caderno são registrados todas as entradas

e saídas de dinheiro ao longo de um determinado período e o saldo de quem pagou

e de quem recebeu . Além disso, cada página carrega uma impressão digital .

Suponha que cada página registre todas as transações realizadas ao longo de um dia

inteiro . No dia seguinte, portanto, as transações serão registradas em uma nova página .

Mas além dessas transações, a nova página terá a impressão digital da anterior . Além

de ter sua própria impressão digital . Dessa forma, cada página do caderno depende

da anterior para existir .

Acontece que se alguém muda algum registro em uma dessas páginas, essa impressão

digital muda . Portanto, se alguém maliciosamente for na página anterior e tentar alterar

alguma transação, a impressão irá mudar e a página seguinte não vai reconhecê-lo .

Essa página então não valerá mais . Ou seja, todas as páginas desse caderno estarão

#1 O QUE É A BLOCKCHAIN

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interligadas indiretamente . Para alterar uma página, todas as seguintes teriam de ser

alteradas, o que torna qualquer fraude praticamente impossível .

Indo do caderno para a blockchain: cada página do caderno é um bloco e a impressão

digital é o hash, formado a partir de um cálculo computacional . O hash será, então,

uma espécie de assinatura única do bloco, verificada por todos os computadores da

rede . Quando você gera um novo bloco que também contém o hash do anterior, cria

uma espécie de selo: é possível verificar e sinalizar se algum bloco foi alterado, para

então invalidá-lo .

Essas informações de blocos são escritas no “livro-razão” da blockchain, o ledger . É

nesse livro que ficam gravadas todas as transações . E depois de escritas, elas não

podem ser apagadas .

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Cada rede de blockchain também tem “nós”, que agrupam diversos computadores .

Esses nós podem ser tanto transacionais, que escrevem ou geram blocos, quanto mi-

neradores, que verificam se o bloco escrito é válido . E todos os nós da rede possuem

uma cópia de todos os blocos da cadeia (blockchain) .

Portanto, é humanamente impossível fraudar a blockchain . Seria necessário um po-

der computacional tão alto que inviabilizaria a operação . Dessa forma, a blockchain

garante a segurança de todos os registros feitos nela .

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#2 O QUE É O BITCOIN (E OUTROS ATIVOS DIGITAIS)

O bitcoin é a primeira moeda digital descentralizada, ou seja, que roda numa block-

chain - aquela rede de computadores com os registros das transações . Tal como dinhei-

ro, o bitcoin e outras criptomoedas (as altcoins) são uma representação de valor . Por

exemplo, se alguém faz um trabalho para outra pessoa, ela recebe em troca dinheiro,

que representa o valor daquele trabalho feito . Com esse dinheiro, você pode trocar

por uma outra coisa de valor semelhante . E assim sucessivamente .

O fato é que nos dias de hoje já usamos majoritariamente dinheiro digital . Seja por

cartões de crédito, transferências bancárias, sistemas de pagamento online, etc . Para

se ter uma ideia, do suprimento mundial de dinheiro, somente 18% é físico . E são

os bancos, de forma centralizada, que definem de quem é o dinheiro representado

digitalmente .

Qual o problema disso? É que essas instituições têm um poder enorme nas mãos .

Além disso, por ser um registro centralizado, eles estão vulneráveis a toda sorte de

corrupção, má gestão, ataques hackers ou até mesmo confisco por governos nacionais .

#2 O QUE É O BITCOIN (E OUTROS ATIVOS DIGITAIS)

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O bitcoin surgiu justamente para afastar esses riscos . O white paper de Satoshi Nakamo-

to publicado em 2008 propunha justamente uma forma de resolver as inconveniências

do dinheiro tradicional, seja ele digital ou físico . Ou seja, ele criava uma moeda digital

livre da possibilidade de fraude e independente de uma autoridade monetária central .

Por isso, é chamada de uma solução descentralizada, tal qual a própria internet .

A blockchain do bitcoin é então um livro de contabilidade totalmente transparente e

descentralizado, que funciona de maneira similar à internet . Hoje, os bancos fazem a

gestão de seus livros de contabilidade, contendo todos os saldos bancários e transa-

ções . No entanto, ninguém tem acesso a esses livros . O bitcoin, por outro lado, é um

livro de contabilidade totalmente transparente, onde qualquer pessoa pode ver todos

os saldos e transações . A única coisa que não se consegue ver é a quem pertencem .

Além disso, esse livro não tem um dono, não é gerido por uma empresa e nem pode

sofrer interferência de um governo . Ou seja, todos os computadores que participam

do sistema guardam uma cópia do livro contábil, que é o que conhecemos por block-

chain . Portanto, se algum hacker quiser atacar o sistema, terá que atacar milhares de

computadores que têm a cópia desse livro, o que se torna inviável . Não há um ponto

único de vulnerabilidade como nos bancos, por exemplo .

As criptomoedas não têm fronteiras geográficas . Assim, se a economia de um país for

afetada negativamente, elas não serão necessariamente impactadas . Ademais, nenhum

governo ou autoridade poderá confiscar o seu dinheiro ou impor limite de gastos nem

impedir que seja usado . E ainda, você não vai pagar tarifas excessivas como as pagas

hoje aos bancos para fazer transações internacionais, por exemplo .

Por último, as criptomoedas dão acesso às pessoas a um sistema bancário completo

e descentralizado . Hoje em dia, dos 7 bilhões de habitantes do planeta, somente 1

bilhão têm acesso a um sistema bancário completo . Com um celular simples, capaz

de mandar sms – ou seja – sem precisar ter acesso à internet, qualquer um pode usar

bitcoins como meio de troca de valor .

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Agora que você já sabe o que é a blockchain e por que ela é segura, já pode comprar

seu primeiro bitcoin - ou seus primeiros satoshis, que são uma fração do bitcoin:

0,00000001 BTC .

Existem algumas maneiras de comprar bitcoins, mas a mais segura é por meio de

exchanges . As exchanges são como bolsas de valores onde os ativos negociados são

bitcoins e altcoins . Nelas, vendedores e compradores negociam bitcoins a preço de

mercado - de acordo com a oferta e demanda .

Para comprar o seu primeiro bitcoin, é necessário abrir uma conta em uma dessas

exchanges . Foxbit, Mercado Bitcoin e Profitfy são algumas das exchanges brasileiras

mais conhecidas . O procedimento geralmente é muito simples e pode ser feito todo

online . Cada exchange tem o seu próprio processo .

Uma vez aberta a conta numa exchange, você irá enviar reais para a conta que a ex-

change indicar . Quando a empresa confirmar seu depósito, os recursos vão aparecer

na sua conta . Com eles, você pode colocar uma oferta de compra de ativos digitais no

book pelo valor desejado . Se a sua oferta de compra casar com uma oferta de venda,

a transação é concluída e você passa a ter bitcoins .

No entanto, não é indicado manter todo o seu saldo em bitcoins em uma exchange .

Algumas plataformas podem apresentar problemas de segurança e ficarem sujeitas

a ataques . Por exemplo, a Binance passou por este problema . O indicado, então, é

transferir uma parte de seus recursos para uma cold wallet, seja ela própria, seja ela de

uma empresa de gestão de ativos como a Transfero . Falaremos também sobre como

fazer uma carteira e os tipos de carteiras mais à frente .

#3 COMO COMPRAR BITCOINS E ALTCOINS DE FORMA SEGURA

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Algumas exchanges permitem comprar bitcoins sem ter que transferir dinheiro para

elas . Nesse caso, a compra é feita com cartão de crédito . Mas as taxas costumam ser

de quatro a cinco vezes mais altas do que com transferência de recursos .

Geralmente as exchanges que trabalham com moeda fiduciária e crypto têm poucas

opções de ativos para compra além do bitcoin . Nesse caso, você deverá abrir uma conta

em uma exchange crypto to crypto . Ou seja, exchanges que só aceitam transferência

de recursos em criptomoedas para a conta que você possui nelas . Uma vez que você

transfere esses bitcoins para para essas instituições, você pode usá-los para negociar

uma série de outros tokens e criptomoedas .

Outra maneira de comprar bitcoins é uma pessoa transferir a criptomoeda direta-

mente da wallet dela para a sua e você entregar dinheiro físico para ela . No entanto,

essa é uma maneira bastante arriscada de transacionar, sobretudo se uma das partes

descumprir a sua parte no acordo .

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Uma carteira ou wallet é um programa para receber, enviar e armazenar bitcoins ou

outras criptomoedas . As carteiras se conectam à blockchain, o livro de contabilidade

que armazena as transações e saldos de uma criptomoeda .

Elas armazenam as chaves privadas dos usuários – códigos criptografados usados para

gerar as chaves públicas e o endereço onde estão armazenados seus bitcoins .

Uma carteira padrão cria um arquivo de texto que contém sua chave privada . Se alguém

descobrir essa chave, poderá ter controle sobre os seus bitcoins . Por isso é importante,

armazená-la de forma segura em um disco criptografado ou no computador . Vale até

mesmo copiar num papel e escondê-lo .

Existem, contudo, diferentes tipos de wallets, com diferentes funções . Vejamos algu-

mas delas:

HD

HD é a sigla para hierarchical deterministic . São basicamente carteiras que geram uma

frase inicial chamada frase semente ou mnemônica . São palavras geralmente em inglês,

que são mais fáceis de gravar do que uma chave privada, por exemplo . Se a wallet for

roubada, basta usar a combinação de palavras para ter acesso a ela novamente . Por

isso, as palavras devem ser guardadas em segredo e segurança absolutos .

#4 TIPOS DE WALLETS E SUAS CARACTERÍSTICAS

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Móveis

São carteiras armazenadas em um celular . Essa é a opção mais arriscada, pois telefones

são roubados com frequência . Além disso, pode ser associada com seu número móvel e

com sua localização geográfica . Portanto, ruim em termos de privacidade . No entanto,

são bastante convenientes . É um tipo de carteira quente, pois está conectada à internet .

Web

São as carteiras dos usuários dentro das exchanges . Nesse caso, o usuário não tem

acesso à sua chave privada . No entanto, elas são mais vulneráveis a ataques hackers .

Por outro lado, são muito práticas e convenientes, pois permitem acesso de qualquer

momento . Para ter uma segurança a mais, é importante procurar sempre uma exchan-

ge que oferece autenticação em dois fatores, mas ainda assim não é seguro deixar

grandes quantias nelas .

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Desktop

Esse tipo de carteira armazena as chaves privadas dos usuários em um computador

pessoal . No entanto, como se sabe, computadores estão expostos a vírus e um invasor

pode obter acesso ao código .

Papel

São simplesmente pedaços de papel ou cadernos onde são anotadas as chaves pri-

vadas ou as frases sementes . Contudo, carteiras de papel podem ser destruídas facil-

mente, num incêndio, por exemplo, ou serem jogadas fora por engano . Por isso, devem

ser criadas várias cópias dessas anotações e guardadas em local seguro .

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Mental

É uma forma de criar sua chave privada a partir de um texto aleatório ou palavras

pré-determinadas . No entanto, elas têm grande possibilidade de serem pirateadas,

uma vez que as pessoas criam frases previsíveis . Mesmo que seja um texto secreto,

há possibilidade de a carteira ser hackeada .

Multisig

São carteiras que exigem a autorização de mais de uma pessoa dentro de um conjunto

de chaves privadas para fazer as transações . Um casal, por exemplo, pode adotá-la e

os gastos só são autorizados se os dois estiverem de acordo . O mesmo vale para res-

ponsáveis pelos pagamentos de uma empresa .

Hardware

São dispositivos físicos feitos especialmente para armazenar as chaves privadas, de

forma que não podem ser pirateadas . Podem até mesmo se conectarem a computa-

dores com vírus que não há risco de perda . A maioria das carteiras hardware guardam

uma cópia de segurança da frase semente . No entanto, para fazer as transações, será

necessário conectá-la a um computador ou celular . Essas carteiras oferecem a combi-

nação ótima entre segurança e facilidade de uso .

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Manter os próprios ativos digitais seguros é tarefa relativamente simples, mas requer

alguns cuidados . Por ser um sistema descentralizado, a segurança da blockchain do

bitcoin e das altcoins é altíssima, como vimos anteriormente . Porém, conforme o ati-

vo vai se tornando mais popular, mais ele se torna alvo de ataques virtuais . A maioria

deles são malwares dirigidos às wallets armazenadas em dispositivos conectados à

web, nunca à própria blockchain .

Normalmente o código malicioso entra em apps, extensões do Chrome ou atualizações

de software para roubar informações relevantes da carteira (como endereço e senha,

por exemplo) e, assim, furtar o saldo disponível .

Como já dissemos anteriormente, a melhor combinação de segurança e conveniência é

guardar seus ativos digitais numa cold wallet . Ou seja, não é recomendável deixar todo

o seu saldo parado em uma exchange online . Mesmo que essas instituições pareçam

ter uma excelente reputação, elas não oferecem garantia de devolução do dinheiro

#5 COMO MANTER SEUS ATIVOS DIGITAIS SEGUROS

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em caso de roubo . E podem não ter segurança suficiente para enfrentar ataques de

hackers . Além disso, é muito mais fácil violar a segurança de uma entidade digital do

que de uma física .

Tenha em mente que a sua wallet de ativos digitais é como sua carteira de bolso .

Portanto, não deixe todo seu patrimônio em uma carteira de rápido acesso . Separe

apenas o necessário para gastos pontuais e uso no dia a dia, afinal você não sai na rua

com R$ 10 mil no bolso . O restante deve ficar em um ambiente seguro, offline, como

as carteiras de hardware que vimos anteriormente .

E como se mantém a carteira offline? Usando uma Ledger, carteira de hardware que

armazena a chave privada do seu dono . Essa prática é conhecida como cold storage

(armazenamento frio) . Nesse caso, quando precisar fazer uma transação, transfira

somente os bitcoins que irá utilizar para um dispositivo conectado .

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Tanto a carteira on-line quanto a offline devem ter seus dados encriptados para ga-

rantir a segurança dos bitcoins . E não se esqueça de colocar senha na sua carteira . As

próprias carteiras encriptam suas chaves secretas, porém se for encriptar em um hd

externo você pode usar softwares como o VeraCrypt .

Por último, mantenha seus dispositivos sempre seguros . Por meio de um bom antiví-

rus, é possível manter os malwares longe e evitar que invasores tenham acesso à sua

carteira . Isso vale se ela estiver on ou offline . E evite sistemas operacionais craqueados .

Prefira sempre os originais .

Segundo a desenvolvedora da Edge, uma das carteiras de criptomoedas, os principais

fatores de risco para a perda de chaves privadas são, nesta ordem:

1 . Erro do usuário

2 . Engenharia social (pishing, SIM port, etc)

3 . Risco dos agentes de custódia

4 . Malware

5 . Ataque físico

Diante disso, mesmo com o uso de wallets offline, há riscos de ataque . Wallets que

funcionam em desktops, por exemplo, estão muito mais suscetíveis a riscos . Já que

qualquer aplicativo instalado tem acesso a praticamente todo o PC . Nos celulares,

contudo, isso não acontece, pois os apps são baixados das respectivas lojas onde são

verificados previamente . Além disso, os sistemas móveis foram construídos no conceito

de sandbox, pelo qual os apps funcionam de forma isolada do sistema .

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Existe uma série de medidas de segurança que uma firma crypto pode adotar para

evitar erros que possam levar a um hack ou à perda das chaves privadas pela morte

de um sócio da empresa . No caso da Transfero Swiss AG, por exemplo, todos os cinco

sócios executivos possuem acesso às chaves das cold e hot wallets da empresa . Além

disso, não é permitido que dois diretores e/ou sócios internacionais peguem um

mesmo voo, por exemplo .

É importante dizer que a Transfero não faz gestão e guarda do dinheiro para os clientes .

Ou seja, para os que desejam apenas comprar criptomoedas e deixá-las sob a guarda

da Transfero, a firma valida as infor mações do cliente, confirma e fecha o pedido de

compra . Uma vez que os ativos são comprados, o cliente tem a opção de mantê-los

sob a gestão da Transfero ou pedir para que eles sejam enviados para a sua wallet

pessoal . Vale ressaltar que a guarda dos criptoativos do cliente na Transfero não está

sujeita a ataques hackers, já que cold wallets não têm exposição à internet .

Da mesma forma, no caso dos clientes que investem em uma das estratégias de gestão

de ativos digitais da Transfero, são adotadas as mesmas medidas (validação, confirma-

ção e fechamento) . E os ativos digitais ficam protegidos nas cold wallets da empresa .

Além disso, quando os clientes fazem a transferência de recursos próprios em cripto-

moedas para a wallet da empresa, são utilizadas carteiras multi-assinadas (multisig) . Ou

seja, carteiras de criptomoedas nas quais pelo menos três pessoas precisam validar a

operação . Caso a transação faça parte de alguma operação diária, a firma suíça utiliza

uma carteira operacional onde os recursos dos clientes ficam concentrados . Para os

casos de portfólios (gestão), dependendo do tamanho do investimento, a gestão dos

recursos do cliente é feita em uma carteira separada, mas também multi-assinada .

#6 COMO A TRANSFERO GARANTE A SUA SEGURANÇA

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A proteção das informações é garantida dentro dos padrões de segurança garantidos

pelos provedores de serviços que utilizamos na nuvem de provedores, como Amazon

e Microsoft, desde que configurados adequadamente seguindo as melhores práticas

e processos para a sua utilização .

Internamente, os sistemas da Transfero possuem rígidos controles de autenticação e

autorização para garantir que somente os funcionários adequados possam ter o grau

de acesso e visibilidade das informações estritamente necessárias para o escopo das

suas atividades .

Cada ação de acesso (leitura), edição, ou criação de um novo registro, seja uma transa-

ção ou um cadastro de um novo cliente, gera informações de log chamadas de audi-

toria . Ou seja, mesmo um acesso que não altere informação na base de dados, como

uma consulta, gera um registro de auditoria que identifica o funcionário que fez esse

acesso . Dessa forma, a empresa guarda o histórico para uma eventual investigação

sobre o acesso das informações .

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Além dos aspectos tecnológicos de segurança de ativos digitais, é preciso considerar

questões financeiras para entrar nesse mercado . Uma delas é a fatia que o investidor

deve alocar em ativos digitais . Existem diversos tipos de criptomoedas, cada um com

características singulares . Por isso, o primeiro passo para investir nesse mercado é

conhecer os ativos e ao que se propõem . O segundo é decidir quanto alocar e em

qual ativo .

É preciso primeiramente dizer que, quando o investidor compra uma criptomoeda, ele

está se expondo à crença de que essa é uma nova classe de ativos que vai se tornar

dominante num futuro próximo . No entanto, é preciso diversificar . Embora o bitcoin

sempre deve compor a maior parte do portfólio em crypto, é interessante ter outras

criptomoedas .

Ainda assim, o investidor estará exposto à volatilidade intrínseca a essa classe de ati-

vos . Portanto, a fatia que deve ser alocada em ativos digitais vai depender do nível de

apetite de risco de cada investidor . Lembre-se, não há retorno sem risco e o risco, na

linguagem técnica, tem que ser volatilidade .

#7 SEGURANÇA FINANCEIRA

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Historicamente sabemos que o bitcoin e outras criptomoedas têm um retorno espe-

rado muito acima da média . E isso deve continuar nos próximos anos . Obviamente,

esse retorno vem ao custo de uma grande volatilidade . O investidor tem que saber

que, ao se expor nessa classe de ativos, vai haver momentos que as perdas podem

chegar a 80%, 90%, dependendo do ponto de entrada .

Até hoje, no entanto, todo investidor que entrou nesse mercado e esperou pelo menos

três anos, recuperou seu investimento, ainda que ele tenha entrado em períodos de

máxima histórica . E se ele esperou pelo menos cinco anos, ele multiplicou o investi-

mento por cinco, dez vezes . Então, o investidor deve ter como objetivo um período

de três a cinco anos quando investe nessa classe de ativos .

Mas com o que podemos comparar as moedas digitais no mercado tradicional? Como

a variação de preço se dá em torno dos níveis de oferta e demanda da moeda, ele é

mais parecido com uma commodity do que com um ativo em bolsa . No entanto, há

algumas diferenças, como, por exemplo, o conhecimento prévio da oferta .

Do ponto de vista do investimento, hoje faz muito sentido ter uma exposição a essa

classe de ativos . Sobretudo porque estamos num momento histórico em que as crip-

tomoedas estão ganhando muita relevância e os retornos têm sido muito altos .

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setembro 2019

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