SEGURANÇA E PRIMEIROS SOCORROS PARA TRILHAS ECOLÓGICAS

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___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 1 INTRODUÇÃO Uma das coisas mais importantes para se viver uma boa aventura é evitar lesões. Machucar-se, além de causar transtornos e exigir ações de primeiros socorros, pode fazer com que o aventureiro de primeira viagem passe a ter uma visão pejorativa dos esportes praticados em contato com a natureza. A idéia de que as pessoas que praticam atividades outdoor são verdadeiros suicidas é enganosa: são pessoas que adoram a vida e querem aproveitá-la muito bem. Por isso, é tão importante a prevenção de lesões. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa que vai praticar uma atividade em ambientes naturais observe seus hábitos e modifique, se necessário, algumas coisas no seu estilo de vida. Praticar algum exercício regularmente, alimentar-se de forma mais saudável e variada, evitar estimulantes como cafeína, álcool e outras drogas, são atitudes que ajudam a evitar lesões durante o esforço físico e outros problemas de saúde mais sérios. Evite ingerir bebidas alcoólicas antes de partir para a sua aventura. O álcool desidrata o organismo, acelera o desgaste físico, altera a regulação da temperatura corporal e em maiores doses provoca alterações mentais que afetam a concentração e o julgamento, o que pode causar não só lesões, como acidentes graves. Uma boa hidratação é fundamental para qualquer atividade física e essencial para uma vida saudável. Humildade e segurança Durante a prática esportiva, não basta apenas um corpo saudável. É fundamental ter uma atitude saudável, respeitando os procedimentos de segurança, o meio ambiente, os outros e a própria vida. Mesmo pessoas experientes, acostumadas a atividades de aventura, devem respeitar todas as regras com atenção, para não correr riscos desnecessários. É fácil evitar acidente, basta prestar atenção às instruções dadas antes da atividade. Técnica, postura e movimento correto não devem ser vistos como acessórios. São procedimentos fundamentais para evitar lesões, desde as mais simples, como torções e arranhões, até as mais sérias que podem levar à morte. Agir sempre como iniciante, prestando atenção aos detalhes, é uma boa dica. A outra, para quem está realmente começando, é ter o cuidado de procurar empresas e instituições idôneas para captar informações. Nas instituições (clubes, associações, etc.) a preocupação com a segurança e o respeito aos praticantes ajudarão você a entender quais são os procedimentos corretos e quais devem ser evitados. Uma boa aventura para todos!

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___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 1

INTRODUÇÃO

Uma das coisas mais importantes para se viver uma boa aventura é evitar lesões. Machucar-se, além de causar transtornos e exigir ações de primeiros socorros, pode fazer com que o aventureiro de primeira viagem passe a ter uma visão pejorativa dos esportes praticados em contato com a natureza. A idéia de que as pessoas que praticam atividades outdoor são verdadeiros suicidas é enganosa: são pessoas que adoram a vida e querem aproveitá-la muito bem. Por isso, é tão importante a prevenção de lesões. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa que vai praticar uma atividade em ambientes naturais observe seus hábitos e modifique, se necessário, algumas coisas no seu estilo de vida. Praticar algum exercício regularmente, alimentar-se de forma mais saudável e variada, evitar estimulantes como cafeína, álcool e outras drogas, são atitudes que ajudam a evitar lesões durante o esforço físico e outros problemas de saúde mais sérios. Evite ingerir bebidas alcoólicas antes de partir para a sua aventura. O álcool desidrata o organismo, acelera o desgaste físico, altera a regulação da temperatura corporal e em maiores doses provoca alterações mentais que afetam a concentração e o julgamento, o que pode causar não só lesões, como acidentes graves. Uma boa hidratação é fundamental para qualquer atividade física e essencial para uma vida saudável.

Humildade e segurança

Durante a prática esportiva, não basta apenas um corpo saudável. É

fundamental ter uma atitude saudável, respeitando os procedimentos de segurança, o meio ambiente, os outros e a própria vida. Mesmo pessoas experientes, acostumadas a atividades de aventura, devem respeitar todas as regras com atenção, para não correr riscos desnecessários. É fácil evitar acidente, basta prestar atenção às instruções dadas antes da atividade. Técnica, postura e movimento correto não devem ser vistos como acessórios. São procedimentos fundamentais para evitar lesões, desde as mais simples, como torções e arranhões, até as mais sérias que podem levar à morte. Agir sempre como iniciante, prestando atenção aos detalhes, é uma boa dica. A outra, para quem está realmente começando, é ter o cuidado de procurar empresas e instituições idôneas para captar informações. Nas instituições (clubes, associações, etc.) a preocupação com a segurança e o respeito aos praticantes ajudarão você a entender quais são os procedimentos corretos e quais devem ser evitados.

Uma boa aventura para todos!

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REGRAS PARA A CAMINHADA NA MATA NÃO VIRAR PESADELO

Conhecimento: ter informações sobre o local é fundamental.

"Polícia resgata grupo na selva"; "Salvos pelo celular"; "Grupo passa a noite perdido na mata". Essas manchetes já estão virando rotina quando você abre o jornal ou liga a TV, geralmente depois de um fim de semana. Outro dia, foi a vez de um grupo de crianças e adolescentes com idade entre 7 a 17 anos se embrenhar na Serra da Cantareira, se perder e mobilizar os bombeiros para o resgate concluído um dia depois. Felizmente, nada aconteceu ao grupo e eles acabaram rindo da "aventura" vivida, do medo de serem picados por uma cobra e do improviso de dormir sobre folhas e se alimentar de "coquinhos"... Por outro lado, 70 homens contando entre bombeiros, polícia militar e mateiros foram destacados para trazer a turma de volta à civilização e à segurança. "Essas situações de pessoas perdidas na mata são cada vez mais freqüentes", admite o tenente Valdir Pavão, bombeiro especialista em resgate. "É normal que a incidência cresça porque a prática de atividades outdoor está vivendo um boom. Mas muitos dos que se aventuram estão despreparados. As situações em que se envolvem são totalmente previsíveis, um planejamento básico evitaria tudo isso". Abaixo, estão listadas as regras básicas, contando com as dicas de Pavão, que podem evitar que uma simples caminhada numa tarde se transforme em pesadelo.

Veja quais são: 1 - Conhecimento Nunca faça uma caminhada sem conhecer muito bem a região - e não vá além do trecho que conhece! Caso não esteja familiarizado com o local, vá acompanhado de um guia. Em ambos os casos, ande apenas pela trilha, inclusive para evitar degradar o local. E escolha uma caminhada compatível com seu preparo físico. 2 - O clima Esteja atento à previsão do tempo para aquele dia e de qualquer forma leve um agasalho e, se possível, capa de chuva. Previna-se contra eventuais mudanças climáticas e lembre-se de que, no caso de a caminhada se estender por mais tempo do que o planejado, as noites na mata costumam ser frias, não importa qual seja a estação do ano. 3 - Vestimenta adequada Na mata, dê preferência para calça e manga comprida para se proteger. Não se esqueça de cobrir a cabeça em dia de sol. 4 - Comida e água sempre! Não importa que a sua caminhada vá durar apenas duas horas ou uma tarde. Imprevistos podem acontecer e esta duração ser aumentada. Leve alguma comida (barrinhas de cereais, sanduíche, frutas) e água mineral. A água é fundamental para evitar a desidratação - não conte apenas com bicas pelo caminho e cuidado para não tomar água não-purificada! 5 - Avise alguém sobre os seus planos Deixe sempre alguém ciente de onde você vai iniciar a caminhada e aonde quer chegar e também da duração estimada desta atividade. Assim, se acontecer algo, esta pessoa vai perceber a demora e acionar as autoridades. Levar celular - com a bateria devidamente carregada! - também é importante. "Hoje se tem sinal de celular em praticamente toda a Serra do Mar (interior de São Paulo), por exemplo", lembra Pavão.

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CUIDADOS BÁSICOS PARA UMA TRILHA SEGURA

Para que esta atividade seja feita com um mínimo de segurança, alguns cuidados jamais devem ser esquecidos: Os olhos

Em primeiro lugar vamos falar dos olhos. Bastante diferente de percorrer um calçadão de praia, quando estamos em uma floresta somos obrigados a ultrapassar freqüentemente pequenos e médios galhos que parecem ter sido colocados propositalmente à altura do rosto, mais precisamente dos olhos. Para nos defendermos desse perigo, potencialmente maior do que a similar situação durante uma caminhada, em que temos mais tempo de antever o perigo, temos como solução o uso de óculos com lentes incolores, devido à falta de claridade em alguns trechos do percurso. Esses óculos podem ser adquiridos em lojas que comercializam itens de segurança para trabalhos industriais, de carpintaria etc. Estão disponíveis em modelos diversos.

Cabeça

Pelos mesmos motivos dos óculos, um boné é fundamental para a proteção da cabeça, testa e orelhas. Ele deve ser de um material suficientemente espesso para conseguir exercer esta função. A desvantagem é o aumento de calor na região da cabeça. Portanto, deve haver um compromisso entre a proteção e o calor para chegarmos a uma espessura ideal do tecido. O período Assim como em uma caminhada, sempre que vamos correr em uma trilha durante o dia devemos pensar na possibilidade de algum acidente que nos obrigue a continuar no local à noite. E isto representa alguns equipamentos que devem ser muito bem pensados e estudados para atingirmos o estado-da-arte em termos de volume e peso: lanterna, faca, entre outros. Concentração

Devemos ter como norma principal a concentração e a atenção durante todo o percurso. Bastante diferente do que fazemos durante uma deliciosa corrida na cidade, quando percorremos uma trilha não podemos nos desligar nem por um segundo de todo o ambiente à nossa volta, pois é exatamente neste momento que aparece aquela pedra ou raiz que nos faz tropeçar, torcer o pé ou nos furarmos em algum galho ou espinho. Minhas cicatrizes comprovam... Além disto, uma desatenção de um segundo pode nos fazer perder horas procurando a trilha certa pouco tempo depois.

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PRINCÍPIOS DE CONDUTA CONSCIENTE EM AMBIENTES NATURAIS

Hoje, milhares de pessoas procuram ambientes naturais, como parques e outras áreas naturais protegidas, para atividades de lazer, que vão desde um simples passeio até a prática de esportes de natureza como caminhadas, montanhismo, canoagem, exploração de cavernas, mergulho e muitas outras. Na maioria destes locais a natureza é frágil e precisa ser tratada com cuidado. Lembre-se que nestas áreas é impossível realizar trabalhos de limpeza e conservação da forma como acontece nas cidades. Portanto, a proteção destes locais depende muito do comportamento dos visitantes. Você pode evitar o impacto da poluição e da destruição das áreas que freqüenta. É só seguir algumas regras simples como: Planejamento é fundamental

Entre em contato prévio com a administração da área que você vai visitar para tomar conhecimento dos regulamentos e restrições existentes. Informe-se sobre as condições climáticas do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais;

Viaje em grupos pequenos de até 10 pessoas. Grupos menores se harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto. Evite viajar para as áreas mais populares durante feriados prolongados e férias. Você é responsável por sua segurança

O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo levar dias e causar grandes danos ao ambiente. Portanto, não arrisque sem necessidade;

Calcule o tempo total que passará viajando e deixe um roteiro de viagem com alguém de confiança, com instruções para acionar o resgate, caso necessário;

Avise a administração da área que você está visitando sobre: sua experiência, o tamanho do grupo, o equipamento que vocês estão levando, o roteiro e a data esperada de retorno. Estas informações facilitarão o seu resgate em caso de acidente;

Aprenda as técnicas básicas de segurança, como navegação (como usar um mapa e uma bússola) e primeiros socorros. Para tanto, procure os clubes excursionistas, escolas de escalada etc. Tenha certeza de que você dispõe do equipamento apropriado para cada situação. Acidentes e agressões à natureza em grande parte são causados por improvisações e uso inadequado de equipamentos. Leve sempre: lanterna, agasalho, espelho pequeno,celular, bússola, corda, pinça, material para anotação a prova de água, capa de chuva, kit de primeiros socorros, alimento e água, mesmo em atividades com apenas um dia ou poucas horas de duração.

Caso você não tenha experiência em atividades recreativas em ambientes naturais, entre em contato com centros excursionistas, empresas de ecoturismo ou condutores de visitantes. Visitantes inexperientes podem causar grandes impactos sem perceber e correr riscos desnecessários.

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Cuide das trilhas e dos locais de acampamentos

Mantenha-se nas trilhas pré- determinadas – não use atalhos que cortam caminhos. Os atalhos favorecem a erosão e a destruição das raízes e plantas inteiras;

Mantenha-se na trilha mesmo se ela estiver molhada, lamacenta ou escorregadia. A dificuldade das trilhas faz parte do desafio de aproveitar a natureza. Se você contorna a parte danificada de uma trilha, o estrago se tornará maior no futuro;

Acampando, evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se recuperar após o impacto. Acampe somente em locais pré- estabelecidos, quando existirem. Acampe a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água;

Não cave valetas ao redor de barracas, escolha melhor o local e use um plástico sob a barraca. Bons locais de acampamento são encontrados, não construídos. Não corte, nem arranque a vegetação, nem remova pedras ao acampar. Traga seu lixo de volta

Se você pode levar uma embalagem cheia para um ambiente natural, pode trazê-la de volta;

Ao percorrer uma trilha, ou sair de uma área de acampamento, certifique-se de que elas permaneçam como se ninguém houvesse passado por ali. Remova todas as evidências de sua passagem. Não deixe rastros;

Não queime, nem enterre o lixo. As embalagens podem não queimar completamente, e animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo. Traga todo o seu lixo de volta com você;

Utilize as instalações sanitárias que existirem. Caso não haja instalações sanitárias (banheiros) na área, cave um buraco com quinze centímetros de profundidade a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água, trilhas ou locais de acampamento, em local onde não seja necessário remover a vegetação. Deixe cada coisa em seu lugar

Não construa qualquer tipo de estrutura. Não quebre ou corte galhos de árvores;

Resista a tentação de levar “lembranças” para casa;

Tire apenas fotografias, deixe apenas leve pegadas e leve para casa apenas suas memórias. Não faça fogueiras

Fogueiras matam o solo. Para cozinhar, utilize um fogareiro próprio para acampamento. Para iluminar o acampamento, utilize um lampião ou uma lanterna;

Se você realmente precisa ascender uma fogueira, utilize locais previamente estabelecidos e semente se as normas da área permitirem. Mantenha o fogo pequeno, utilizando apenas madeira morta e tenha absoluta certeza de que sua fogueira está completamente apagada antes de abandonar o local.

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Respeite os animais e as plantas

Observe animais a distância. A proximidade pode ser interpretada como uma ameaça e provocar um ataque. Além disso, animais silvestres podem transmitir doenças graves;

Não alimente animais e não retire flores e plantas silvestres. Seja cortês com outros visitantes

Ande e acampe em silêncio. Deixe os animais domésticos em casa.

Colabore com a educação de outros visitantes, transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver uma oportunidade. Práticas de baixo impacto para a natureza: O uso dos caminhos: 1. Sair em grupos pequenos. Os grupos grandes geram maior impacto que vários pequenos separados entre si. 2. Caminhar em fila sem sair do caminho. Caminhar disperso usando a borda do caminho, aumenta a erosão. 3. Evitar caminhar sobre solo molhado. O solo carregado de água é mais suscetível à deterioração. 4. Não caminhar com mascotes como cães ou gatos. Eles podem alterar a fauna local. 5. Manter baixo o nível de ruído. Os ruídos estranhos alteram o comportamento da fauna e atrapalham pedidos de socorro. Melhore a qualidade da sua experiência na natureza. 6. Não cortar caminho nas curvas de nível. Andar por linhas de máxima pendente produz um alto grau de erosão do solo. 7. Fazer os descansos fora da picada e em lugares com pouca vegetação. Fazer os descansos sobre a picada obriga a outros caminhantes, a sair da mesma para passar pelo lugar. 8. Traga todo o lixo produzido de volta, separando e destinando a um lugar onde possa ser reciclado. 9. Em hipótese alguma abra novos caminhos, dê o direito ao próximo de estar em um local sem interferência. Todos os cumes da serra já foram subidos, não seja apenas mais um, mas sim aquele que foi gostou e não causou impacto. NÃO CORTE A VEGETAÇÃO Em zonas de acampamento: 1. Acampar em lugares permitidos e em zonas livres muito freqüentadas, em lugares bem compactados. 2. Em lugares pouco freqüentados só acampar em locais livres de vegetação. 3. Nunca acampar em lugares ligeiramente compactados. 4. Sempre que possível faça bivaque. 5. Usar fogareiro em lugar de fogo. 6. Eleger um lugar suficientemente grande para o grupo. 7. Não construir estruturas de nenhum tipo. 8. Em zonas de acampamento usar calçado de sola macia como sapatilhas ou alpargatas. 9. Evitar o pisoteio de vegetação.

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10. Lavar panelas, pratos e roupas somente com sabão branco e longe dos córregos de água, utilizando um recipiente. 11. Usar os banheiros se existirem, na falta, ir ao banheiro a mais de 50 metros dos cursos de água e enterrar os dejetos pelo menos um palmo. Em zonas onde não existam picadas: 1. Dispersar as atividades e não caminhar em fila. Caminhar em fila onde não existe picada, deteriora o solo. 2. Eleger zonas de superfícies duráveis, como rocha, cascalho ou cursos de rios. 3. Eleger as zonas de acampamento em locais duráveis, livres de vegetação. 4. Dispersar as atividades quando se acampa. 5. Eliminar todas as evidências de acampamento antes de deixar o local. Recicle suas atitudes, seja correto e dê o exemplo. Comece agora!

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A ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO DURANTE A TRILHA

Nosso organismo necessita, e muito, de alguma forma de "combustível" para funcionar e nada mais "alimentar" (com o perdão do trocadilho) que uma boa refeição quando estamos praticando alguma atividade. Em atividades outdoor, como o trekking, devemos dar a devida atenção à alimentação, pois além de garantir o combustível necessário para aproveitar a atividade ela também garante a nossa saúde. Dependendo da extensão do seu trekking seu cardápio poderá variar de algumas frutas e lanches até ter que cozinhar por muitos dias. A regra é: leve o menor peso, mais energético e maior conservação. Trekking Leve (1 dia)

Frutas : qualquer tipo, cuide para não amassar dentro da mochila - recomendo

Bergamota (mexerica),laranja ou kiwi pelas vitaminas, Banana pelo potássio e/ou frutas cristalizadas como figo, ameixa;

Chocolates;

Sanduíches : Presunto, queijo ou salame (preparados no dia), não use maionese, requeijão. Opte por margarinas light ou geléias. O salame tem maior durabilidade;

Bolachinhas recheadas;

Alguma coisa com um pouco de sal, tipo avelã, amendoim ou castanha de caju;

Um pé de moleque é uma boa pedida e junto com uma Bebida isotônica (santal/gatorade/red bull) garantem a reposição de sais minerais. Faça paradas estratégicas para a alimentação, respeite seus horários, pare na sombra, em um lugar aprazível, descanse o que achar necessário após a refeição. Evite cardápios exóticos pêlos lugares que passa. Muitas iguarias regionais são um veneno para quem não está acostumado. Assim como frutas silvestres. Trekking com mais dias de duração: Em um Trekking com mais dias adicione a sua mochila:

Frutas : Maçã, laranja; Leite em pó e café solúvel; Sopas /macarrão instantâneo; Patê de fígado ou de frango; Pão integral ou bisnaguinhas; Arroz em saquinhos.

Acondicione em embalagens plásticas e não os misture. Se possível, embrulhe sanduíches e patês em papel alumínio, ele também tem utilidade para outras coisas. Durante a noite use e abuse de chás naturais. Cidreira, Camomila, marcela, laranjeira, hortelã, funcho, tudo de graça e muito saudável. Aprenda a identificá-las na sua cidade em uma visita ao jardim botânico ou floricultura. Coma em intervalos menores, poucas quantidades e evite alimentação gordurosa ou que só sirva para "tapar buraco", quando estiver com muita fome beba água ou outra bebida, isto ameniza a ação dos ácidos e envia uma mensagem para

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nosso cérebro que diminui a sensação de fome. Nunca é demais lembrar: Não deixe embalagens e alimentos pelos locais que passam, atraem animais, doenças e deixam sua marca (coisa que a natureza não precisa). Embrulhe tudo nas embalagens e traga de volta, no máximo material orgânico poderá enterrado para que a própria natureza recicle-o.

A importância da hidratação

Sem a devida reposição de líquidos, o próximo passo do organismo é, certamente, desidratar-se. Diante da falta de água, ele passa a absorver do sangue e de outros órgãos do corpo, o líquido de que precisa, e a pessoa começa a sentir sede, febre, fraqueza, cãibras, sono, dores de cabeça, boca seca e assim por diante. Para não passar mal, é importante começar a se prevenir. Segundo a nutricionista Mariana Rezende Gomes, da Universidade de São Paulo (USP), deve-se beber água uma hora antes de iniciar a atividade física. Se o exercício for prolongado, o ideal é tomar um isotônico - 200 a 300 ml -, de 20 em 20 minutos. "O isotônico é mais apropriado durante o exercício, prevenindo as duas causas principais do cansaço: diminuição do nível de glicose no sangue e perda de sódio, responsável pelo equilíbrio da pressão sangüínea", explica Mariana. Cuidado: pessoas que ingerem isotônicos e não praticam atividades físicas podem ter problemas de pressão, devido ao excesso de sódio. Estou desidratado?

Outra noção errada é em relação à desidratação e seus sintomas. O atleta que pratica atividades não prolongadas e não ingere líquidos tem sua temperatura corporal elevada e cansa mais rápido, em decorrência da perda de nutrientes, o que não quer dizer que esteja desidratado. Em casos de atividades prolongadas - mais de uma hora - o que causa tais sintomas é a baixa de glicose no sangue e nos músculos e a falta de nutrientes e não a falta de água.

É bom saber São sinais e sintomas de desidratação:

Câimbras musculares através da perda de eletrólitos pelo suor; Pele com excessiva transpiração; Irregularidade urinária; Urina escura e com odor; Fraqueza e náuseas

Beber pode ser a diferença na própria performance do aventureiro. Segundo Mariana, pesquisas recentes demonstram que a hidratação normal (ou próxima a esta) durante o exercício mantém as respostas cardiovasculares e termo-reguladoras, além de melhorar o desempenho no exercício. Equilibrar é o segredo: adote uma prática de reposição de líquidos que promova a ingestão na mesma proporção da perda pelo suor. Não importa se você está treinando ou competindo. É importante se hidratar antes e depois de qualquer atividade. Caso o tempo de duração desta atividade seja mais longo, a hidratação deve ser feita também durante a atividade.

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Dicas rápidas: - Não se esqueça de checar a procedência da água; prefira sempre levar a sua, em garrafas, cantil ou squeeze, a comprar de vendedores ambulantes ou beber de fontes pelo caminho; - Jogar água sobre a cabeça pode provocar uma sensação muito boa, mas não ajuda em nada a hidratar o corpo. O líquido tem de ser ingerido; - Não troque a camisa molhada por uma seca durante a atividade física. Camisas ensopadas ajudam mais a refrescar; Prefira as roupas claras e de tecidos que permitam a entrada de ar.

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PRIMEIROS SOCORROS NA AVENTURA

Planejar corretamente, checando todos os itens é fundamental

Para se aventurar com segurança, um dos itens mais importantes é a preocupação com os primeiros socorros. Saber o que levar e, principalmente, como utilizar cada equipamento é fundamental para que a sua aventura traga ensinamentos e experiências agradáveis e inesquecíveis, mesmo se algum imprevisto acontecer no caminho.

Quando pensamos em primeiros socorros, lembramos de curativos, atendimento, uso de aparelhos e equipamentos. Porém, para que esse socorro seja possível e eficiente, deverá ser organizado muito antes da aventura, na sua etapa de planejamento. Se você parte para a aventura acompanhado por guias ou com alguma agência operadora, verifique se a empresa está tomando todos os cuidados necessários com a sua segurança e se seus guias estão preparados para prestar primeiros socorros, caso seja necessário. Questione sobre os equipamentos de primeiros socorros, se os profissionais possuem treinamento adequado e atualizado, qual a infra-estrutura disponível para lidar com acidentes, etc. Não se arrisque desnecessariamente, aventurando-se com empresas que não tenham a devida preocupação com o assunto. Sozinho ou com a ajuda de agências, outro ponto importante é a procura por informações sobre os lugares que serão visitados. Dependendo do local, é necessário tomar uma série de precauções em relação a sua saúde e segurança. Por exemplo: ao fazer uma viagem para regiões onde existam focos de febre amarela, o aventureiro deverá tomar a vacina pelo menos dez dias antes da viagem, para que a mesma seja eficaz. Por isso, nada de preparações de última hora. Informações sobre as características geográficas, a fauna, flora e condições climáticas também fazem parte de um planejamento adequado: saber o que vestir, precauções em caso de alergias a certas plantas e animais, etc. É importante saber que tipo de animais há na região, para que sejam levados medicamentos específicos. Para áreas onde haja animais silvestres, morcegos, etc, antes de partir, é bom estar vacinado contra raiva, pois todos eles são transmissores desta doença. Informações sobre vacinas e pesquisa das características locais também são importantes quando a aventura está programada para acontecer em outro país. Tomar água na Índia, por exemplo, pode significar problemas estomacais, já que a maior parte da água disponível não é tratada.

Preparando o Kit Básico de Primeiros Socorros Independente da atividade ou esporte a ser praticado na natureza, é importante nunca deixar de levar itens básicos em seu Kit de Primeiros Socorros. Prepare-o também com certa antecedência para que, depois de reunir o básico, possa providenciar o que há de específico para a atividade que você vai praticar, para o local e para as pessoas que participarão da atividade. Os itens básicos são os seguintes:

EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual: são as proteções que todos precisam ter na hora de prestar socorro para evitar contato direto com o sangue e secreções das vítimas, prevenindo contra contaminações, que podem transformar o socorrista numa segunda vítima. As principais barreiras universais são as seguintes:

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- Luvas de látex: protege a vítima e o socorrista; todo kit deve ter no mínimo dois pares de luvas, para o caso de rasgar ou de precisar prestar socorro a mais de uma vítima (nunca usar a mesma luva em pessoas diferentes pois desta forma a luva poderá ser um veículo de contaminação entre as vítimas). - Máscara para ventilação artificial (respiração boca-máscara-boca): as melhores possuem “válvula de não-retorno”, que permitem que o socorrista insufle os pulmões da vítima de parada respiratória e evitam, ao mesmo tempo, que o mesmo entre em contato com as secreções da vítima. - Óculos: Qualquer tipo é útil para proteger os olhos do socorrista; isso evita o risco de contaminação via mucosa ocular. Existem modelos modernos e eficientes que podem ser encontrados nas principais lojas de aventura. Já há modelos adaptados especialmente para esportes outdoor. Além das barreiras universais, são necessários materiais para eventuais procedimentos (curativos e imobilizações, por exemplo): - Gaze; - Ataduras; - Esparadrapo; - Tesoura com ponta romba; - Manta térmica aluminizada; - Soro fisiológico; - Tala moldável; - Colar cervical. Vale lembrar que água e sabão são o que há de melhor para serem usados na limpeza de ferimentos, inclusive os provocados por animais. Mas, a realização da limpeza de ferimentos deve considerar os seguintes fatores: - Tempo decorrido do acidente para o socorro e intensidade do sangramento. Ou seja, o socorrista deve considerar que sua limpeza irá interferir no processo de coagulação sanguínea, portanto deverá usar do bom senso para a realização desse procedimento, considerando também o tipo de acidente que originou a lesão. O Kit também deve conter medicamentos de livre consumo indicados para enfermidades clínicas de rotina ou decorrentes da própria trilha. Assim, não esqueça: - Analgésicos; - Antitérmicos; - Colírio; - Anticépticos; - Pomada para prevenção de assaduras; - Anti-histamínicos; Não se esqueça de levar os remédios que você toma regularmente, de preferência acompanhados da receita médica devidamente carimbada e com a orientação clara e legível, para o caso de alguém precisar medicar e você estiver inconsciente.

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Necessidade do conhecimento em Primeiros Socorros A tecnologia e os equipamentos na área de primeiros socorros estão cada vez mais avançados. Porém, sem treinamento adequado, mesmo o melhor equipamento pode ser uma ferramenta inútil. Até para quem não faz aventuras das mais radicais, mas gosta de encarar trilhas no fim de semana, é importante o conhecimento básico em primeiros socorros. Há opções de cursos em todo o país. Para conhecê-los, entre em contato com os principais centros médicos e corpos de bombeiros de sua região. Em Alagoas, já há algumas alternativas específicas oferecidas pelo Corpo de Bombeiros, onde são disponibilizados curso voltados para o público civil, capacitando pessoas das mais diversas áreas de atuação com boas noções teóricas e, principalmente, práticas para a prestação de atendimento pré-hospitalar (primeiros socorros). Em cursos básicos ou avançados, serão aprendidos procedimentos importantes que podem salvar vidas em casos onde o socorro médico está distante ou não tem como chegar com a rapidez necessária. Procedimentos Básicos 1) Avaliação Inicial

No local do acidente, deve-se fazer uma verificação inicial rápida, observando a

presença de algum perigo iminente, o número de vítimas, a natureza da ocorrência, sua evolução e que tipo de apoio é necessário.

Devemos tratar toda vítima como portadora de lesão raquimedular e doença infecto-contagiosa, por isso é imprescindível o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas, deve-se obedecer a uma seqüência padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal problema associado com a lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas para corrigi-lo. Essa seqüência padronizada de procedimentos é conhecida como Avaliação da Vítima. Durante o exame, a vítima deve ser sumariamente examinada para que, com base nas lesões sofridas e nos seus sinais vitais, as prioridades do atendimento sejam estabelecidas. O exame do paciente leva em conta aspectos subjetivos, tais como: O local da ocorrência. É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais

de uma vítima? Pode-se dar conta de todas as vítimas? A vítima. Está consciente? Tenta falar alguma coisa ou aponta para qualquer

parte do corpo dela. As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma informação? O socorrista deve

ouvir o que dizem a respeito dos momentos que antecederam o acidente. Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído próximo da vítima, como escada,

moto, bicicleta, andaime e etc. A vítima pode ter sido ferida ou mordida por um animal? Foi envenenada/intoxicada?

Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela está queimada? Há sinais de esmagamento de algum membro?

Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo convulsões?

As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que alguns segundos, são extremamente valiosas na seqüência do exame, que é subdividido em duas partes: a Análise Primária e Secundária da vítima.

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1.1 Análise Primária A análise primária é uma avaliação realizada no primeiro contato com a vítima e é necessária para se detectar e corrigir as condições que colocam em risco iminente a vida da vítima. Ela se desenvolve obedecendo às seguintes etapas: Verificar o estado de consciência; Liberação de vias aéreas com controle cervical; Checar respiração; Checar circulação e grandes hemorragias; Realizar exame neurológico; Expor a vítima.

Determinar o Estado de Consciência Uma vítima consciente significa que a respiração e a circulação, ou só a circulação (em caso de obstrução de vias aéreas), estão presentes. Porém, se ela está caída ou imóvel no local do acidente, deve-se constatar a inconsciência, chamando a vítima de 2 a 3 vezes: “Ei, você está me ouvindo?”. Não respondendo, será considerada inconsciente.

Deve-se ter cuidado para evitar manipular a vítima mais do que o necessário.

Abertura de vias aéreas Se a vítima não responde a estímulos, realizar a abertura das vias aéreas para que o ar possa ter livre passagem aos pulmões. O método consiste na colocação dos dedos, indicador, médio e anular, no maxilar da vítima, com o indicador na parte central do queixo, que será suavemente empurrado para cima enquanto a palma da outra mão será colocada na testa, efetuando uma leve extensão do pescoço.

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Checar respiração Após a abertura das vias aéreas, deve-se verificar se a vítima está respirando espontaneamente. Para realizar essa avaliação, o socorrista deve colocar o seu ouvido bem próximo da boca e do nariz da vítima e ver, ouvir e sentir a respiração.

Para determinar a respiração, o socorrista deve gastar de 7 a 10 segundos na avaliação. Se a vítima estiver respirando espontaneamente, haverá pulso. Descartada a possibilidade de dificuldades respiratórias, o socorrista deve partir para a verificação de grandes hemorragias. Entretanto, se a vítima não respirar espontaneamente, é necessário agir imediatamente com estímulos respiratórios (duas ventilações), pois, ou há alguma obstrução respiratória (Manobra de Heimlich) ou a vítima está em parada respiratória (sem respirar). Os procedimentos em Parada Respiratória, Parada Cardiorrespiratória e Obstrução de Vias Aéreas serão abordados logo mais. 1.2 Análise Secundária O principal propósito da análise secundária é descobrir lesões ou problemas diversos que possam ameaçar a sobrevivência da vítima, se não forem tratados convenientemente, tais como fraturas, escoriações, perfurações, queimaduras, etc. É um processo sistemático de obter informações e ajudar a tranqüilizar a vítima, seus familiares e testemunhas que tenham interesse pelo seu estado, e esclarecer que providências estão sendo tomadas.

A análise secundária não é um método fixo e imutável, pelo contrário, ela é flexível e será conduzido de acordo com as características do acidente e experiência do socorrista.

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A análise secundária só deve ser iniciada depois de concluída a análise primária. Os elementos que constituem a análise secundária são: Análise Objetiva (Exame da cabeça aos pés) - realizar uma avaliação

pormenorizada da vítima, utilizando os sentidos do tato, da visão, da audição e do olfato, identificando:

o Sintomas - são as impressões transmitidas pela vítima, tais como: tontura, náusea, dores, etc.

o Sinais vitais - pulso e respiração. o Outros sinais - Cor e temperatura da pele, diâmetro das pupilas, etc.

Exame da cabeça aos pés Esse exame não deverá demorar mais do que 3 minutos. O tempo total gasto para uma análise secundária poderá ser reduzido se um segundo socorrista cuidar de obter os sinais vitais, enquanto o primeiro socorrista executa o exame do acidentado. Durante o exame, o socorrista deve tomar cuidado para não movimentar desnecessariamente a vítima, pois lesões de pescoço e de coluna espinhal, ainda não detectadas, poderão ser agravadas. Tomar cuidado para não contaminar o ferimento e/ou agravar lesões. Não explorar dentro de ferimentos, fraturas e queimaduras. Não puxar roupa ou pele ao redor dessas lesões.

Ao proceder um exame da cabeça aos pés, procurar seguir o método abaixo indicado: Examinar o couro cabeludo, procurando cortes e contusões. Checar toda a cabeça, procurando deformações e depressões. Avaliar a coluna cervical, procurando deformações e/ou pontos dolorosos. Examinar os olhos, procurando lesões e avaliando o diâmetro das pupilas, de

acordo com a tabela a seguir:

DIÂMETRO DAS PUPILAS Observação Causa Provável Dilatadas, sem reação Inconsciência, choque, parada cardíaca,

hemorragia, lesão na cabeça Contraídas, sem reação Lesões no sistema nervoso central,

Abuso de drogas Uma dilatada e outra contraída Trauma Crânio-Encefálico, Acidente

Vascular Encefálico (AVE).

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Observar a superfície interior das pálpebras. Se estiverem descoloridas, pálidas, indicam a possibilidade de hemorragia grave.

Inspecionar as orelhas e o nariz. Hematoma atrás da orelha ou perda de sangue ou líquido cefalorraquidiano pelo ouvido e/ou nariz pode significar lesões graves de crânio.

Observar a traquéia. Examinar clavículas (uma de cada vez); Examinar o tórax, procurando por fraturas e ferimentos; Observar a expansão torácica durante a respiração; Examinar o abdome, procurando ferimentos e pontos dolorosos.

Examinar a cintura pélvica (bacia) procurando fratura; Observar lesões no púbis; Examinar as pernas e os pés, procurando ferimentos, fraturas e pontos dolorosos.

Checar presença de pulso distal e sensibilidade neurológica e motricidade.

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Examinar os membros superiores procurando por ferimentos, fraturas e áreas dolorosas. Checar presença de pulso distal e sensibilidade neurológica e motricidade.

Inspecionar as costas da vítima, observando hemorragias e/ou lesões óbvias.

Sinais Vitais

Respiração; Pulso; Perfusão capilar; Temperatura, umidade e coloração da pele.

Aliado ao exame da cabeça aos pés, esses sinais são valiosas fontes de informação, que permitem um diagnóstico provável do que está errado com a vítima e, o que é muito importante, quais são as medidas que devem ser tomadas para corrigir o problema. Esses sinais estão esquematizados nas tabelas a seguir: RESPIRAÇÃO:

MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS POR MINUTO (M.R.M) Normal Adulto 12 a 20 Criança (1 a 5 anos) 25 a 28 Criança (5 a 12 anos) 20 a 24 Bebê (0 a 1 anos) 30 a 70

Para medir a taxa respiratória, deve-se contar o número de respirações

realizadas pela vítima no intervalo de 30 segundos e multiplicar por 2, obtendo a freqüência respiratória por minuto. Classificar a respiração de acordo com a profundidade (normal, superficial e profundo), quanto ao tipo (regularidade, simetria e ruídos emitidos), sabendo ao final se a respiração encontra-se normal ou alterada.

PULSO: Deve-se determinar se o pulso é normal, rápido ou lento; se o ritmo é regular ou irregular, e se, quanto à força, ele é forte ou fraco. Na análise secundária, o pulso pode ser sentido na artéria radial. Caso não seja possível, procurar determiná-lo na artéria carótida.Utilizar os dedos indicador e médio para verificar o pulso da vítima.

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Nunca verificar pulso através do polegar, pois o socorrista poderá se enganar, sentindo o seu próprio pulso ao invés do pulso da vítima.

Pequenas variações para mais ou para menos devem ser consideradas normais, levando-se em consideração o “stress” da vítima envolvido em um acidente ou com um súbito problema de saúde.

BATIMENTOS POR MINUTO (B.P.M) Normal Adulto 60 a 80 Criança (1 a 5 anos) 70 a 110 Criança (5 a 12 anos) 65 a 160 Bebê (0 a 1 anos) 150 a 180 PERFUSÃO CAPILAR: Pode ser obtida pressionando-se o leito ungueal (unha) do polegar da mão ou pé, conforme a figura abaixo, observando os seguintes valores:

PERFUSÃO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES Retorna em até 2 segundos Normal Retorna após 2 segundos Hemorragia intensa (interna ou ext.) Não retorna Choque - PCR TEMPERATURA E UMIDADE DA PELE Causa Provável

Fria, Úmida

Choque, hemorragia, perda de calor do corpo, intermação

Fria, Seca

Exposição ao frio

Fria, com sudorese excessiva

Choque, ataque cardíaco

Quente, Seca

Febre alta, insolação

Quente, Úmida Infecções, exaustão pelo calor COR DA PELE Causa Provável

Vermelha

Acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, ataque cardíaco, coma diabético

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Pálida, Cinzenta

Choque, ataque cardíaco, hemorragia, colapso circulatório, choque insulínico

Azulada, Cianótica

Deficiência respiratória, arritmias, falta de oxigenação, doenças pulmonares, certos envenenamentos

Análise Subjetiva (Entrevista) - Conseguir informações através da observação do

local e do mecanismo da lesão, questionando a vítima, seus parentes e as testemunhas.

De modo geral, deve-se, nessa fase, conseguir informações como: nome da

vítima, sua idade, se é alérgica, se toma algum medicamento, se tem qualquer problema de saúde, qual sua principal queixa, o que aconteceu, onde estão seus pais ou parentes (se for uma criança), se tem feito uso de algum medicamento ou se apresenta algum antecedente clínico relevante para a sua melhora. 2. Parada Respiratória Respirar é essencial. Se esse processo básico cessar todas as outras funções vitais também serão paralisadas. Com a parada respiratória, o coração em pouco tempo também vai deixar de bater. Quando isso ocorre, lesões irreversíveis nas células do sistema nervoso central começam a acontecer, após um período de aproximadamente seis minutos.

Identificação da Parada Respiratória Como já foi descrito na análise primária, o socorrista deve:

Estabelecer a inconsciência da vítima. Encontrando-se sozinho, deve solicitar ajuda ao confirmar que a vítima está inconsciente.

Posicionar-se de modo adequado e abrir as vias aéreas, optando por um dos métodos vistos, de acordo com a necessidade.

Olhar os movimentos do tórax. Ouvir os sons da respiração. Sentir o ar exalado pela boca e pelo nariz. Observar se a pele do rosto está pálida ou azulada. Utilizar de três a cinco segundos para se certificar que respira.

Respiração Boca-a-Boca Esse tipo de ventilação é desaconselhado, pois coloca em risco a saúde do socorrista.

Para prover a respiração artificial o socorrista deve:

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Ventilar a vítima, observando ao mesmo tempo a expansão torácica. Essa ventilação durará um segundo ou até haver a expansão torácica.

Se a primeira tentativa de ventilação falhar, reposicionar a cabeça da vítima e tentar outra vez;

Repetir a ventilação;

Manter as vias aéreas da vítima liberadas, colocando a palma de uma das mãos na testa da vítima ao mesmo tempo que, com o indicador e o polegar, fecha completamente o nariz da vítima;

Cobrir a boca da vítima com sua própria boca;

Afastar a boca da boca da vítima e observar a exalação do ar;

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Ventilar uma vez a cada 5 segundos, se a vítima for adulta (acima de 8 anos); Ventilar uma vez a cada 3 segundos, se a vítima for criança (entre 1 e 8 anos); Ventilar uma vez a cada 3 segundos, se a vítima for bebê (entre 1 ano e 28

dias); Ventilar uma vez a cada 2 segundos, se a vítima for recém-nascido (abaixo de

28dias)

Respiração Boca-máscara Máscaras faciais são excelentes equipamentos para auxiliar o socorrista durante uma respiração artificial. Elas permitem reduzir os esforços para manutenção das vias aéreas abertas e, principalmente, reduzem os problemas de higiene e contágio de doenças transmissíveis, sempre possíveis quando do contato direto pelo método boca-boca. Para prover boca-máscara em uma vítima, o socorrista deve:

Posicionar-se atrás da cabeça da vítima e abrir as suas vias aéreas, utilizando-se da tríplice manobra. Se necessário, limpar as vias aéreas.

Colocar o equipamento de tal forma que o ápice da máscara (elas são triangulares) cubra o nariz da vítima, e a base se posicione entre o lábio inferior e a ponta do queixo da vítima.

Segurar a máscara firmemente contra a face da vítima enquanto mantiver as suas vias aéreas abertas.

Fazer uma ventilação e observar a expansão torácica da vítima. Afastar a boca do orifício de ventilação da máscara para permitir a exalação da

vítima.

Se a vítima não iniciar a ventilação espontânea, checar o pulso carotídeo para ver se não será necessário iniciar a RCP;

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3. Parada Cardiorrespiratória Quando o coração pára de bombear sangue para o organismo, as células deixam de receber oxigênio. Existem órgãos que resistem vivos, até algumas horas, porém, os neurônios do sistema nervoso central (SNC) não suportam mais do que seis minutos sem serem oxigenados e entram em processo de necrose. Desta forma, a identificação e a recuperação cardíaca devem ser feitas de imediato. Caso haja demora na recuperação cardíaca, o SNC pode sofrer lesões graves e irreversíveis, e a vítima pode, até mesmo, morrer. Identificação Inconsciência Ausência de respiração Ausência de circulação Tratamento

O socorrista deverá iniciar a massagem cardíaca externa o mais cedo possível. Para realizá-la deve:

Posicionar a vítima em superfície plana e rígida em decúbito dorsal, com vias aéreas permeáveis;

Expor o tórax da vítima; Localizar o apêndice xifóide com o dedo indicador de uma das mãos;

Colocar o indicador e o médio da outra mão acima do primeiro dedo; Após colocar os dois dedos, posicionar a região tenar e hipotenar da primeira

mão; Posicionar a segunda mão sobre a primeira, cruzando os dedos; Os ombros do socorrista devem estar paralelos ao osso esterno da vítima e os

seus braços estendidos totalmente; Somente a região tenar e hipotenar da palma da mão toca o esterno da vítima,

evitando-se, dessa forma, pressionar as costelas; Em conseqüência da massagem,o esterno, em vítimas adultas, deverá ser

deslocado para baixo entre 4 e 5 cm.

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Nos casos de parada respiratória e cardíaca simultâneas, deve-se intercalar a respiração artificial com a massagem cardíaca, método conhecido como Reanimação Cardiopulmonar ou RCP, do seguinte modo:

RCP BÁSICA Adulto - 30 massagens por 2 ventilações 100 vezes por minuto. Criança -30 massagens por 2 ventilações , 100 vezes por minuto. Bebê - 30 massagens por 2 ventilações, acima de 100 por minuto. A cada cinco ciclos de 30 massagens por 2 ventilações ou a cada 2 minutos,

checar o retorno espontâneo de pulso e respiração na vítima.

A cada cinco ciclos de 30 massagens por 2 ventilações ou a cada 2 minutos, checar o retorno espontâneo de pulso e respiração na vítima.

OBSERVAÇÃO:

Não interromper a RCP, exceto se: A vítima apresentar retorno de pulso e respiração; A vítima tiver em condições de contar com recursos mais avançados e com

pessoal apto para prosseguir no tratamento; O socorrista estiver completamente exausto.

Casos de sinais evidentes de morte:

Decapitação Calcinação Putrefação Rigidez cadavérica Manchas hipostáticas 4. Hemorragia Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos, com extravasamento de sangue. A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade e rapidez de sangue extravasado. A perda de sangue pode ocasionar o estado de choque e levar a vítima à morte. A hemorragia divide-se em interna e externa. 4.1 Hemorragia Interna As hemorragias internas são mais difíceis de serem reconhecidas porque o sangue se acumula nas cavidades do corpo, tais como: estômago, pulmões, bexiga, cavidades craniana, torácica, abdominal e etc.

SINTOMAS Fraqueza; sede; frio; ansiedade ou indiferença.

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SINAIS Alteração do nível de consciência ou inconsciência; Agressividade ou passividade; Tremores e arrepios do corpo; Pulso rápido e fraco; Respiração rápida e artificial; Pele pálida, fria e úmida; Sudorese; e Pupilas dilatadas.

IDENTIFICAÇÃO Além dos sinais e sintomas clínicos, suspeita-se que haja hemorragia interna quando houver: Acidente por desaceleração (acidente automobilístico); Ferimento por projétil de arma de fogo, faca ou estilete, principalmente no tórax ou

abdome; e Acidente em que o corpo suportou grande pressão (soterramento, queda). Se houver perda de sangue pela boca, nariz e ouvido, existe suspeita de uma hemorragia no cérebro. Se a vítima apresentar escarros sanguinolentos, provavelmente a hemorragia será no pulmão; se vomitar sangue será no estômago; se evacuar sangue, será nos intestinos (úlceras profundas); e se houver perda de sangue pela vagina, poderá estar ocorrendo um processo abortivo. Normalmente, estas hemorragias se dão (se não forem por doenças especiais) logo após acidentes violentos, nos quais o corpo suporta pressões muito fortes (colisões, soterramentos, etc.). 4.2 Hemorragia Externa As hemorragias externas dividem-se em: arterial, venosa e capilar. Nas hemorragias arteriais, o sangue é vermelho vivo, rico em oxigênio, e a perda é pulsátil, obedecendo às contrações sistólicas do coração. Esse tipo de hemorragia é particularmente grave pela rapidez com que a perda de sangue se processa. As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho escuro, pobre em oxigênio, e a perda é de forma contínua e com pouca pressão. São menos graves que as hemorragias arteriais, porém, a demora no tratamento pode ocasionar sérias complicações. As hemorragias capilares são pequenas perdas de sangue, em vasos de pequeno calibre que recobrem a superfície do corpo.

4.3 Métodos para Contenção de Hemorragias

Elevação da região acidentada: pequenas hemorragias nos membros e outras partes do corpo podem ser diminuídas, ou mesmo estancadas, elevando-se a parte atingida e, conseqüentemente, dificultando a chegada do fluxo sanguíneo, caso não haja suspeita de fratura ou luxação.

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Compressão Direta: pequenas, médias e grandes hemorragias podem ser detidas

pela obstrução do fluxo sanguíneo, com as mãos ou, preferencialmente, com um pano limpo ou gaze esterilizada, fazendo um curativo compressivo. É o melhor método de estancar uma hemorragia.

Compressão Indireta (ponto arterial): se os métodos anteriores não forem

suficientes para estancar a hemorragia, ou se não for possível comprimir diretamente o ferimento, deve-se comprimir as grandes artérias para diminuir o fluxo sanguíneo.

Torniquete: é uma medida extrema que só deve ser adotada em último caso e se

todos os outros métodos falharem (amputação traumática seguida de hemorragia e esmagamento de membro). Consiste em uma faixa de constrição que se aplica a

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um membro, cerca de 05 centímetros acima do local da lesão, de maneira tal que se possa apertar até deter a passagem do sangue arterial. O material a ser utilizado poderá ser o que houver à mão (gravata, lenço, toalha, suspensório, etc.), não devendo ser inferior à 2,5 cm de largura para não afetar os tecidos. Deve-se usar um pequeno rolo de gaze sobre a artéria para ajudar a compressão. Uma vez realizado o torniquete não se deve mais afrouxá-lo. A parte do corpo que ficou sem receber sangue libera grande quantidade de toxinas e, se o torniquete for afrouxado, estas toxinas vão sobrecarregar os rins, podendo causar maiores danos à vítima.

O torniquete só poderá ser retirado no hospital, quando medidas médicas forem tomadas. Tratamento da Hemorragia Interna Deitar o acidentado e elevar os membros inferiores (se não houver TCE). Prevenir o estado de choque. Providenciar transporte urgente, pois só em hospital se pode estancar a

hemorragia interna.

Tratamento da Hemorragia Externa

Deitar a vítima; o repouso da parte ferida ajuda a formação de um coágulo. Se o ferimento estiver coberto pela roupa, descobri-lo (evitar, porém, o

resfriamento do acidentado). Deter a hemorragia. Evitar o estado de choque. 5. Fraturas Fratura é a ruptura total ou parcial de osso. Podem ser fechadas ou expostas.

Fratura fechada: na fratura fechada não há rompimento da pele, ficando o osso no interior do corpo.

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Identificação Dor local: uma fratura sempre será acompanhada de uma dor intensa, profunda e

localizada, que aumenta com os movimentos ou pressão. Incapacidade funcional: é a incapacidade de se efetuar os movimentos ou a

função principal da parte afetada. Deformação ou inchaço: ocorre devido ao deslocamento das seções dos ossos

fraturados ou acúmulo de sangue ou plasma no local. Um método eficiente para se comprovar a existência da deformação é o de se comparar o membro sadio com o fraturado.

Crepitação óssea: é um ruído produzido pelo atrito entre as seções ósseas fraturadas. Este sinal, embora de grande valor para diagnosticar uma fratura, não deve ser usado como método de diagnóstico para não agravar a lesão.

Mobilidade anormal: é a movimentação de uma parte do corpo onde inexiste uma articulação. Pode-se notar devido à movimentação anormal ou à posição anormal da parte afetada. Este método, assim como o anterior, não deve ser forçado. No caso de dúvida, sempre considerar a existência da fratura.

Tratamento da Fratura Fechada Antes e após a imobilização, verificar no membro lesado: temperatura, coloração,

circulação, umidade e sensibilidade; Aplicar tração em fraturas de membros sempre que possível; Imobilizar a fratura mediante o emprego de talas, dependendo das circunstâncias e

alinhamento do osso; Imobilizar também a articulação acima e abaixo da fratura para evitar qualquer

movimento da parte atingida; Observar a perfusão nas extremidades dos membros, para verificar se a tala ficou

demasiadamente apertada; Verificar presença de pulso distal e sensibilidade; Tranqüilizar o acidentado mantendo-o aquecido e na posição mais cômoda

possível; Prevenir o estado de choque; Remover a vítima em maca; Transportar para o hospital. OBS. Como em qualquer traumatismo grave, a dor e o estado psicológico alterado (stress) podem causar o choque, devendo o socorrista preveni-lo. Em fraturas anguladas ou em articulações não se deve tracionar. Imobilizar como estiver.

Fratura exposta: fratura na qual há rompimento da pele. Neste tipo de fratura ocorre simultaneamente um quadro de hemorragia externa, existindo ainda o risco iminente de infecção.

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Tratamento da Fratura Exposta Este tipo de fratura é caracterizado pela hemorragia abundante, risco de contaminação, bem como lesões de grande parte do tecido. Os procedimentos são: Estancar a hemorragia, mediante emprego de um dos métodos de hemostasia

(ação ou efeito de estancar uma hemorragia); Não tentar recolocar o osso no interior da ferida. Imobilizá-lo na posição em que

estiver; Manter o ferimento coberto com gaze esterilizada ou com as próprias roupas da

vítima (quando não houver gaze); Imobilizar com tala comum, no caso de fratura onde os ossos permaneçam no seu

alinhamento; Checar presença de pulso distal e sensibilidade. Nos casos em que há ausência de pulso distal e/ou sensibilidade, o transporte

urgente para o hospital é medida prioritária. Prevenir o estado de choque tranqüilizando a vítima e evitando que veja o

ferimento. Remover a vítima em maca. Transportar a vítima para o hospital.

6. Acidentes com Animais Peçonhentos Os envenenamentos são produzidos por picadas ou mordeduras de animais dotados de glândulas secretoras e aparelho inoculador de veneno. As alterações produzidas por esses acidentes estão relacionadas à inoculação de uma complexa mistura de enzimas que ocasionam seqüelas ou até a morte da vítima. Se possível, deve-se capturar ou identificar o animal que picou a vítima, mas sem perder tempo com esse procedimento. Na dúvida, tratar como se o animal fosse venenoso. Identificação A vítima apresenta as seguintes características:

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Distúrbios visuais; Queda das pálpebras (ptose palpebral); Náuseas e vômitos; Pequenas marcas causadas pela picada; Dor local intensa; Inchaço, hematoma e bolhas no local; Dificuldades respiratórias; Convulsões; e Torpor e inconsciência. Tratamento Não se deve amarrar ou fazer torniquete. Impedir a circulação do sangue pode

produzir necrose ou gangrena; o sangue deve circular normalmente. Lavar a ferida com água e sabão. Não se deve cortar o local da picada; alguns venenos podem provocar

hemorragias. Os cortes feitos no local da picada com canivetes e outros objetos não desinfetados, favorecem as hemorragias e infecções.

Manter o acidentado deitado em repouso, evitando que ele ande, corra ou se locomova por seus próprios meios. A locomoção facilita a absorção do veneno e os efeitos se agravam.

Procurar manter a área picada em nível abaixo do coração da vítima. Remover anéis, relógios ou jóias, prevenindo assim complicações de correntes de

inchaço que, freqüentemente, ocorrem nestes casos. Levar o acidentado imediatamente para centros de tratamento ou serviço de saúde

para receber o soro próprio. O soro cura somente quando aplicado convenientemente, de acordo com os seguintes itens: Soro específico. Dentro do menor tempo possível. Em quantidade suficiente. 7. Insolação e Intermação São acidentes provocados no organismo pela exposição prolongada ao calor. Diferencia-se a insolação da intermação, pois a primeira corresponde ao excesso de raios solares agindo diretamente no indivíduo, enquanto a segunda traduz a ação do calor em ambientes pouco arejados, durante um trabalho muscular intenso. Os fatores abaixo concorrem para o surgimento desses tipos de acidentes: Umidade do ar: quanto maior a umidade relativa do ar, mais difícil será a

evaporação cutânea e, conseqüentemente, o corpo acumulará maior quantidade de calor.

Ventilação: sem circulação constante do ar, o resfria- mento torna-se difícil,

ocasionando esses acidentes em indivíduos que trabalham em fundições, padarias ou próximos a caldeiras.

Condições físicas: o excesso de trabalho aumenta a produção de calor pelo

organismo, enquanto a fadiga muscular acumula substâncias tóxicas nos tecidos. A associação de ambos predispõe ao acidente.

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Alimentação excessiva: aumenta também a produção de calor corporal. Identificação Dor de cabeça. Náuseas. Vômitos. Pele seca e quente. Tonturas. Inconsciência e coma profundo. Elevação da temperatura corporal. Insuficiência respiratória. Tratamento da vítima Levar a vítima para local arejado e fresco. Deitar a vítima com o tronco ligeiramente elevado. Afrouxar as roupas da vítima. Aplicar compressas de água fria sobre a testa da vítima. Banhar a vítima em água fresca, acompanhando sua temperatura a cada 15

minutos, evitando resfriamento brusco do corpo. 8. Desmaio e Vertigem O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, fazendo com que a vítima caia ao chão. Pode ser causado por vários fatores, como a subnutrição, o cansaço, excesso de sol, stress. Pode ser precipitado por nervosismo, angústia e emoções fortes, além de ser inter-ocorrência de muitas outras doenças. Vertigem consiste nos sinais e sintomas que antecedem o desmaio. Identificação Tontura. Sensação de mal-estar. Pele fria, pálida e úmida. Suor frio. Perda da consciência. Tratamento Diante de uma vítima que sofreu desmaio, devemos proceder da seguinte maneira: Arejar o ambiente. Afrouxar as roupas da vítima. Deixar a vítima deitada e, se possível, com as pernas elevadas. Não permitir aglomeração no local para não expor a vítima.

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Saiba o que não fazer

Caso surja a necessidade da prestação de primeiros socorros em alguma atividade de aventura, o primeiro procedimento é manter a calma para analisar corretamente o contexto. Mais importante do que fazer algo imediatamente é saber o que não deve ser feito para não agravar a situação da vítima ou colocar a própria segurança em risco. Observe a pessoa que está machucada e, se ela estiver consciente, procure saber onde ela sente dor. Caso ela tenha sofrido um corte superficial e esteja sentindo-se bem, deixe-a o mais confortável possível e cuide do ferimento: limpeza e curativo. Caso exista a menor suspeita de lesão na coluna, principalmente no pescoço, evite manipular a vítima, caso não seja extremamente necessário. Manter o pescoço imobilizado e a coluna alinhada é fundamental para preservar a vida e a qualidade de vida das vítimas com lesão na medula. Qualquer movimento brusco pode causar ferimentos sérios, muitas vezes fatais. Bom senso e tranqüilidade são essenciais para prestar um socorro adequado. Sempre que não souber exatamente como proceder, a melhor atitude é deixar a pessoa ferida em um local confortável e procurar ajuda, caso não seja arriscado deixar a vítima sozinha. Por isso é tão importante nunca enfrentar os desafios da natureza sozinha. O correto é estar sempre em grupo para que o socorro fique mais fácil. Curtir a aventura não significa colocar-se em risco de forma irresponsável e inconseqüente. Ao contrário, ser um aventureiro de verdade significa planejar sempre para evitar erros e sofrimento desnecessários. Cuidar da saúde e forma física, informar-se com profissionais confiáveis, procurar operadoras que respeitem sua segurança e integridade física, buscar treinamentos de qualidade, utilizar equipamentos adequados e acima de tudo amar e respeitar a vida e a natureza, certamente garantirão muitos e maravilhosos anos na aventura.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS A experiência mostra que atividades desse tipo (ecoturismo, trekking ou quaisquer outras que envolvam o ambiente de mata) denotam algumas particularidades que, se não forem levadas em conta na preparação o evento, podem se transformar em riscos potenciais aos participantes. A mata é um ambiente hostil e o homem é um intruso. Assim, deve estar preparado para as adversidades que há de se deparar. Um bom planejamento pode tornar sua atividade numa aventura inesquecível e sem maiores problemas. Mas lembre-se que algumas vezes os acidentes são inevitáveis e devemos ter o mínimo de conhecimento técnico e tranqüilidade para atuar.

Com estas preocupações em mente, com certeza você terá muitas alegrias por todas estas trilhas deste mundo afora. E, quem sabe, não nos cruzamos em uma delas, qualquer dia desses?

Abraço! Luiz Augusto de Medeiros Lira

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ANEXO

Guia com 122 dicas para prática de Ecoturismo e Esportes de Aventura com segurança

Por Dr. Clemar Corrêa, especial para o Webventure em 18/11/2002.

Estima-se que cerca de 1,4 milhões de pessoas no mundo cruzam fronteiras diariamente. O ecoturismo e os esportes de aventura também nunca foram tão praticados. No entanto, é claro que esse ambiente tem seus perigos, maiores ou menores. Então, como preparar essa aventura com um mínimo de segurança? A resposta é muito complexa, pois envolve inúmeros itens, que vão desde o conhecimento prévio da topografia e clima do local a ser visitado até as formas de acionamento de equipes de socorro numa situação de necessidade maior. Seria impossível esgotar o assunto. Mas seguem abaixo algumas dicas básicas: 1. Procure um lugar compatível com o seu nível físico e técnico e adequado às suas despesas. 2. Não leve apenas mapas rodoviários. Leve um mapa detalhado da topografia local, o mais atualizado possível. 3. Plastifique esse mapa! 4. Escolha com rigor os guias, tanto das agências de turismo quanto os moradores locais. 5. Verifique locais de suporte importante, como oficinas mecânicas, borracheiros, postos de combustível (e qualidade do mesmo), pequenos hospitais e farmácias, corrente elétrica, etc. 6. Procure saber se no local há sinal para telefonia celular ou pelo menos telefones de fácil acesso. 7. Verifique se há ajuda especializada numa emergência médica. 8. As informações de guias podem eventualmente ser tendenciosas. Informe-se sempre que possível com amigos que já estiveram no local. 9. Vá com um bom carro, de preferência 4x4 e com opção de marchas reduzidas de alto torque. 10. Não esqueça: principalmente a parte elétrica, mecânica e pneus (e estepe) devem estar em ordem. 11. Não esqueça chaves de reserva, cópias dos documentos do veículo e da seguradora do mesmo. 12. Procure levar uma boa bússola e, se possível, um GPS (e saiba usá-lo). 13. Procure conhecer o clima, topografia, animais característicos da região e a presença principalmente de doenças tropicais ou endêmicas peculiares do local. Dependendo dessas doenças, pode ser necessário você tomar vacinas. 14. Em Alagoas, você pode obter informações sobre as doenças principalmente em dois locais:

Hospital Escola Hélvio Auto – Doenças Tropicais. Rua Con. Fernando Lyra, s/nº, Trapiche da Barra, Maceió – AL. Fones: (82) 3221 3100

Coordenação Geral de Vigilância Sanitária Praça Visconde de Sinimbu, 161, CEP: 57020-270, Centro, Maceió – AL. Tel.: (82) 3315-5242 / 3315-5240 / 3315-5241 E-mail: [email protected]

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Há vários sites especializados na Internet 15. Tenha sua vacinação contra Tétano em dia !!!. Pode ser tomada em Postos de Saúde ou clínicas particulares de imunização. Ela é muito importante pois protege você dessa doença gravíssima, que pode surgir mesmo com ferimentos leves (mesmo sem “ferrugem”, o que é um mito). 16. Evite tomar qualquer vacina poucos dias antes da viagem, pelo risco de febre e outros efeitos colaterais. Faça - o bem antes de viajar. 17. Evite contato com água parada, como algumas lagoas e poças. Esse tipo de água pode transmitir doenças graves. Se molhar seus calçados, meias ou roupas com essa água, procure se lavar e se trocar, logo que puder. Quanto aos mosquitos, que incomodam e transmitem doenças importantes: 18. Evite o mato, principalmente fechado. 19. Nos horários do nascer e pôr-do-sol, procure usar mangas e calças compridas e repelentes. 20. Evite acampar ou ficar em proximidade de rios ou depósitos de lixo. 21. Você pode mandar preparar em farmácias de manipulação o seguinte: comprimidos de Vitamina B6 (Piridoxina) de 300 MG (não é Complexo B como muitos pensam). Esse comprimido deve ser encomendado em farmácias de manipulação, pois a dose de Vitamina B6 é muito alta. Fica pronto em menos de 24 horas, não precisa de receita e não é caro. Deve–se começar a tomar 1 comprimido pela manhã e outro à tarde já cerca de 05 dias antes da viagem e continuar tomando durante toda a sua estadia no local. Essa vitamina, nessa alta dose, é exalada pela pele, sem cheiro forte, atuando como repelente contra mosquitos (essa ação obviamente não é 100 % eficaz). É usado por pesquisadores em áreas de transmissão de doenças por mosquitos. 22. Outra boa opção, mais prática, é comprar em farmácias comuns, cápsulas de óleo de alho, e tomar 03 a 04 ao dia (pode ser em dose única), iniciando também 05 dias antes da prova. Não se preocupe: você não vai ficar cheirando alho. Têm a mesma ação da Vitamina B6. 23. Faça uma ficha médica para cada membro da viagem, aproximadamente do tamanho de um cartão de crédito, e plastifique–a. Essa ficha deve ficar com você constantemente e pode ajudar muito numa emergência, principalmente se você não puder dar informações. Coloque nela seu nome, endereço, convênio, alergias, doenças prévias, medicamentos que usa, telefone de seu médico e de familiares. Não a coloque na pochete ou mochila, mas sim num bolso seguro da jaqueta ou calça. O ideal é pendurá-la no pescoço. 24. Prepare-se física e psicologicamente com seriedade. É difícil chegar ao nível de um “Rambo”, de um Gurkha ou de um soldado do CIGS, mas vale a pena tentar. (GURKAs: tropa de origem nepalesa, considerada uma das mais eficientes do mundo em combate na selva – hoje serve também às Forças Armadas da Inglaterra) 25. Tenha um bom plano de saúde, com serviço de resgate aeromédico. 26. Dependendo do local e do perfil da sua “aventura”, faça um seguro de vida. 27. Viagem com os dentes em ordem - bons dentistas estarão distantes 28. Se a “aventura” for ser longa e difícil, seus músculos e tendões vão sofrer. Procure aprender alguns alongamentos e faça-os, sempre que puder. Alongue inclusive pescoço, coluna, ombros, mãos e pés. Isso melhora a performance física e ajuda a evitar câimbras. 29. Não se envergonhe de pedir ou aceitar uma massagem. Nos grandes rallies e competições de esportes outdoor internacionais, várias equipes têm o requinte de levar seus próprios massagistas!

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Quanto ao sono 30. Descanse e durma o melhor possível. Distâncias longas desgastam mais do que parece e o cansaço físico e psicológico é acumulativo ao longo dos dias. Coca-Cola ou Pepsi com café ainda ajuda, embora por pouco tempo. Se você tomar alguns “rebites” ou similares, o sono poderá diminuir por algumas horas. Mas inevitavelmente, retornará de forma incontrolável, adicionado dos efeitos indesejáveis desse tipo de medicação. Assim, evite ficar acordado com uso de medicamentos. 31. Quando estiver absolutamente exausto num momento inadequado para dormir bastante, um “cochilo” ajuda a recuperar energias. Se decidir por isso, procure não deixar essa “soneca” ultrapassar 40 minutos. Se passar desse tempo, você entrará numa fase fisiológica mais profunda do sono, e ao acordar no meio dela, estará muito “sonolento”. 32. Não coma muito antes do sono (procure qualidade e não quantidade). 33. Cuide dos ferimentos e dores antes de dormir 34. Evite tomar muita bebida alcoólica, chá e café à noite.

Confortos, frescuras ou mordomias 35. Acredite no “efeito moral” das coisas. Vários estudos, principalmente em estratégia militar e de sobrevivência, já provaram que alguns “confortos, frescuras ou mordomias” são extremamente importantes para combater o estresse físico e emocional, otimizando a disposição do ser humano, melhorando o "astral" e a performance, principalmente em situações difíceis. Assim, procure, por exemplo: 36. Se alimentar bem 37. Tomar um bom banho 38. Fazer a barba 39. Aceitar, como dito acima, uma massagem, cuidar dos ferimentos e da dor 40. Dormir confortavelmente 41. Colocar uma roupa mais limpa 42. Deixar as coisas organizadas e limpas (se possível) no carro e no acampamento 43. Evitar ao máximo “discussões”, principalmente com amigos 44. Muito cuidado com rios, lagos, praias e mar. Estudos mostram que o afogamento é o acidente que mais tira vidas no ambiente outdoor. 45. Informe-se quais são os perigos do local, como corredeiras, rios com sumidouros, rochas instáveis, animais peçonhentos e não peçonhentos e eventualmente até indígenas hostis. 46. Tenha um bom Kit de Primeiros Socorros, adequado à sua “aventura”. 47 Faça um bom curso de primeiros socorros. Mas um curso sério, onde não se mostre o óbvio, que você já sabe. 48. Acidentes podem ocorrer em qualquer lugar, momento ou situação. Surgem mesmo em situações aparentemente inofensivas. 49. Lembre-se: a prevenção é o melhor remédio. 50. Tenha a humildade de não exceder seus limites físicos e habilidades técnicas. Muitos atletas experientes, feridos gravemente, confessaram que seus acidentes ocorreram por confiança excessiva e imprudência! 51. Não dê chance ao azar. Ele (o azar) não as perde. 52. Mesmo não sendo médico, acredite - você é capaz de agir corretamente na imensa maioria das situações. Diante de qualquer situação de ferimento, acima de tudo acalme-se e raciocine. Sua experiência e bom senso certamente vão levar a uma boa conduta. 53. Diante de um acidente, tome muito cuidado ao se aproximar e não se transformar em mais uma vítima, por exemplo, num atropelamento, queda de rocha, queimadura e principalmente em ambiente aquático

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As prioridades para uma vítima são as seguintes 54. Acalmá–la conversando e transmitindo segurança. 55. Facilitar sua respiração e proteger a coluna vertebral, principalmente cervical. Verificar se a vítima está com pulso bom, com boa circulação sanguínea. Se a vítima estiver conversando, lúcida e respirando bem, há boa chance de não haver risco de vida. 56. Nessas situações, afrouxe roupas, cintos de segurança, jaquetas e coletes. 57. Diante de sangramentos, evite garrotes ou torniquetes. Faça uma compressão direta sobre o ferimento, utilizando gaze, um pano limpo ou plástico e enfaixe com atadura, com uma compressão moderada. Lembre-se: a imensa maioria dos ferimentos sangrantes assusta muito, mas não são graves. 58. Quando houver uma suspeita de fratura ou fratura evidente de braço ou perna, também não se assuste! Manipule–a cuidadosamente, sem medo e tente improvisar uma tala para imobilizá-la. 59. Se após uma queda, por exemplo, você tiver dor muito forte e persistente na cabeça, pescoço, tórax, abdômen ou bacia, pare, repouse e peça ajuda. Pode haver uma lesão grave em progressão e você deve imediatamente solicitar um médico 60. Não deixe que o motorista de seu carro exceda os limites de segurança. O constrangimento, não fazendo um alerta enérgico já causou gravíssimos acidentes. 61. Cobras, escorpiões e outros “bichos” são uma realidade. Botas macias ou calçados especiais para trekking ou montanhismo são o ideal. Devem de preferência ter impermeabilidade, canos mais altos e solado grosso e firme. 62. Ao recolocar casacos, botas e entrar em barracas, verifique rigorosamente o interior das mesmos. Evite pisar no mato, em vegetação rasteira, manipular troncos de árvore caídos ou similares. Deixe a barraca sempre fechada. Cuidado ao encostar em árvores e construções rústicas. 63. Cerca de 80% das picadas de cobra são nas pernas, abaixo dos joelhos. Tome cuidado por exemplo, ao fazer suas ”necessidades fisiológicas” no mato - as picadas podem ser em outro lugar do corpo e você pode mudar as estatísticas ! 64. Após picadas de cobras, não se deve entrar em pânico. Normalmente, o veneno, ao contrário do que se pensa, leva horas para trazer risco real de vida. A vítima deve ficar em repouso, não se deve garrotear o membro afetado nem cortar (ou chupar) o ferimento. Procure um hospital. 65. Nem sempre você percebe que foi picado por uma cobra ou aranha. Diante de um ferimento suspeito, principalmente com muita dor e inchaço, na altura dos pés ou pernas, procure um hospital. 66. Nos acampamentos, mantenha fechada a barraca e evite restos de alimentos próximo dela. 67. Cuidado com uso de lampiões e com a combinação “umidade x fiação elétrica”. 68. Evite montar a barraca dentro do mato e próximo a margens de rios. 69. Evite fogo próximo da barraca. 70. Hidrate-se o melhor possível. Ao entrar num trecho de caminhada onde não há certeza da existência de água, beba–a bastante, mesmo sem sede. Trabalhos médicos mostram que a resistência à sede assim será maior. 71. Prefira os líquidos não excessivamente doces e não gasosos. 72. Não tome água de origem duvidosa. Em farmácias você pode comprar um frasco do produto Hidrosteril ou similar. Trata-se de uma solução química que adicionada à água “limpa”, torna-a potável em instantes. Nas lojas de camping, pesca e montanhismo há mais produtos similares. 73. Se você quiser sofisticar um pouco mais, água de rios limpos podem passar por filtros portáteis especiais, antes do uso das substâncias acima. Tais filtros são vendidos nessas mesmas lojas. 74. Antes de um esforço físico intenso e longo, coloque bebidas isotônicas no Camelback ou cantil e não simplesmente água pura. Com suor intenso e prolongado, se você só tomar água, poderá facilitar fadiga e câimbras importantes.

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75. Outra opção é junto com a água, comer alguns salgadinhos e/ou frutas. 76. Às vésperas da viagem ou durante a mesma, não experimente novos hábitos, como comidas não habituais, ou substâncias, vacinas e remédios novos. Você poderá ter, por exemplo, diarréia, efeitos colaterais ou mesmo reações alérgicas. 77. Durante a viagem, prefira alimentos naturais, principalmente frutas e legumes - evite alimentos gordurosos, muito condimentados ou de aspecto ou gosto estranhos. 78. Só coma frutas e verduras rigorosamente lavadas com água também limpa. Não seria exagero evitar saladas quando for desconhecida a qualidade de seu preparo. Evite igualmente carnes mal cozidas. 79. Evite comidas muito estranhas, principalmente preparadas na rua ou em restaurantes sujos. 80. A menstruação ou tensão pré–menstrual durante a viagem pode ser muito incômoda. Adote uma tática usada por atletas olímpicas: se você vai menstruar ou ficar no período de TPM durante a viagem, converse com seu ginecologista. Com hormônios simples, ele pode organizar melhor essas situações, por exemplo, antecipando a menstruação (e a TPM).

Cuidados com o sol 81. Não subestime o sol e o calor. Suas ações são acumulativas e perigosas, podendo causar queimaduras, desidratações graves, insolação e/ou hipertermia. 82. Em locais com vento forte (mesmo o vento relativo de trechos de ciclismo) ou ambientes molhados como rafting, canoagem e natação, a ação do sol é menos percebida e surgem importantes queimaduras de pele que só são percebidas tardiamente. 83. Use, sob sol intenso, protetor solar, protetor labial, bonés e lenços para a parte posterior do pescoço 84. Devem ser escolhidos protetores solares sem base oleosa ou gel, no sentido de não comprometer a sudorese, importante para a termorregulação. Devem ser aplicados de preferência na pele seca, que absorve componentes importantes presentes nos bons protetores. Seu efeito não é apenas de uma barreira física ao sol, mas também química. 85. A aplicação desses cremes deve ser contínua. O suor, a chuva, garoa, umidade, respingos de água, banhos, água de rios e mar e o próprio atrito com a vegetação e com a roupa podem continuamente diminuir a camada de creme que protege a pele. 86. Prefira roupas sejam de cor clara e de tecidos que permitam a transpiração. 87. Você não está resgatando prisioneiros americanos no Camboja - portanto dispense seu espírito de Rambo e suas roupas camufladas. Elas dificultam sua procura à distância ou mesmo sua localização em caso de resgate. 88. O lençol de alumínio é extremamente útil sob o sol escaldante. Pode ser usado como uma capa, em situações extremas, como áreas desérticas, sem sombra. Além de fazer sombra, ele reflete a luz solar, atenuando o seu efeito térmico. É também mais visível para equipes de resgate. 89. Deve-se evitar ingerir alimentos quentes sob condições de muito calor. Alimentos frios ajudarão no controle térmico corporal. 90. Em situações de calor extremo, tente molhar constantemente o corpo. 91. Após horas de exercício sob sol forte, com o corpo extremamente quente, você pode ser atingido por uma chuva ou mesmo a água de rio ou mar. Dependendo da intensidade do exercício e do calor, a exposição súbita a esse contraste de temperaturas pode trazer um sensação de “mal-estar” importante, semelhante aquela que precede os estados gripais. Esse “choque térmico” costuma ser passageiro e não preocupante.

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92. Mesmo em locais quentes, de madrugada costuma haver frio. Assim, não esqueça bons agasalhos. 93. Tenha também uma capa ou agasalho impermeável. 94. Em casos de frio intenso, evite ao máximo ficar com roupas molhadas, umidade ou andar na água. A perda de calor corporal será muito mais rápida e agressiva. 95. Diante de alguém com suspeita de hipotermia, faça o seguinte: 96. Afaste a pessoa do frio, isolando-o o melhor possível. 97. Seque-a o melhor possível, antes de agasalhá-la. 98. Vista-a com roupas que conservam o calor, inclusive cobertores, lençóis aluminizados e sacos de dormir. 99. Se a pessoa estiver em condições, pode ser estimulada a movimentar-se (aquecimento “ativo”) 100. Faça massagens vigorosas (se a hipotermia for leve, sem congelamento, por exemplo, de mãos e pés). 101. A vítima pode ser “abraçada” por várias pessoas, para aquecimento “passivo” 102. Ofereça-lhe alimentos e líquidos quentes. 103. Dê-lhe banhos quentes. 104. Aproxime-a de fontes de calor, como fogueira, radiação solar e lâmpadas. 105. Qualquer pequeno ferimento, como um bolha na mão, uma pequena pedrinha na bota ou uma deformidade na palmilha podem ser inofensivos num percurso de 02 horas ou trechos curtos. Cuide precocemente deles, pois esses “pequenos desconfortos” podem gerar ferimentos importantes após dias de caminhada. Cuide também das suas unhas “encravadas” 106. Evite usar na viagem, pela primeira vez, aquela bota linda e novinha. Prefira aquela já ‘amaciada “ Cuidado com tempestades e raios. Se surgir tal situação 107. Afaste-se de árvores isoladas, estruturas metálicas, redes elétricas, construções pequenas de alvenaria. 108. Não fale ao telefone ou celular (nem mesmo utilize Fax-Moden) e disperse grupos de pessoas. 109. Evite roupas molhadas ou pisos úmidos. 110. O interior de carros é um lugar relativamente seguro (apesar do metal) 111. Afaste-se de motos, bikes e quadriciclos. 112. Dentro de barracas, afaste-se de estruturas metálicas externas e da cobertura molhada. 113. Evite proximidade de árvores isoladas em áreas abertas e alto de colinas ou montanhas. 114. Cuidado com estruturas metálicas, por exemplo em mochilas. 115. Saia imediatamente de piscinas, mar ou águas abertas. (Cultura “extra”: os raios tinham seu Deus na Mitologia Chinesa antiga: Tien Mu. E os artistas gregos, já em 700 a.C. os descreviam como uma das armas de Zeus). 116. Procure sempre ficar facilmente localizável para os membros do grupo - não suma! 117. Critique menos e elogie mais. Antes de criticar, procure também reconhecer os esforços para o que já foi ou o que será feito. 118. Ao fazer uma crítica, faça-a com elegância, eloqüência e respeito. 119. Calma e paciência. Sempre. Principalmente com quem não merece ouvir injustiças, e que se esforçou para todos ficassem bem ! 120. Respeite mesmo a natureza ! 121. Respeite a população local. Suas propriedades, seus costumes e principalmente sua curiosidade e privacidade ! 122. Finalmente, lembre-se que você está no campo, floresta, montanha, rio ou mar.

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Em toda parte do planeta, várias e sábias civilizações, grupos humanos e tribos acreditaram e continuam acreditando que há entidades ou espíritos que povoam e governam esses ambientes da natureza. Vários estudiosos, expedicionários, viajantes e atletas também acreditam piamente na existência deles. Eu também. Inclusive, é muito conhecida a idéia de que o alpinista alcança o cume de uma grande montanha não quando ele quer ou pode, mas sim quando “A Montanha Assim o Permite”. Dessa forma, antes de entrar no mar, num rio, numa floresta, você não precisa conhecer e seguir determinado ritual perante as entidades que lá estão. REFERÊNCIAS:

1. Apostila do Curso de Primeiros Socorros para Civis. Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas: 2008.

2. Publicações do site webventure.ig.com.br, com as seguintes autorias originais:

Evite lesões no esporte de aventura: SIMONE KUROTUSCHE; Guia com 122 dicas para a prática dos esportes com segurança: Dr.

CLEMAR CORREA; Primeiros socorros na aventura: SIMONE KUROTUSCHE; Regras básicas para fazer uma corrida de trilha em segurança:

CARLOS SPOSITO; Regras para a caminhada na mata não virar pesadelo: LUCIANA DE

OLIVEIRA; Alimentação durante o trekking: MARCOS CIDADE RUPERTI; A importância da hidratação: FERNANDA COLAVITTI;