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C3 Campo Grande-MS |Terça-feira, 6 de outubro de 2020 ARTES&LAZER Técnicos analisam área com o intuito de adequar belezas naturais com acesso a turistas Imasul sinaliza trecho de trilha aquática dentro do Parque Estadual das Várzeas Vanessa da Mata e BNegão estão entre as atrações desta semana Luto Turismo #EmCasaComSesc Adeus a Zuza Homem de Mello, referência na pesquisa da música brasileira Fotos: Andrea Possama e Rodolfo Magalhães Alf Ribeiro Semagro Da Redação O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Se- magro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agri- cultura Familiar), está reali- zando a sinalização rústica de 61 km de trilha aquática da Rota dos Pioneiros, no trecho localizado dentro da área do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI), Uni- dade de Conservação estadual administrada pelo instituto. “O governo do Estado está promovendo melhorias nas unidades de conservação es- taduais, em termos de infra- estrutura e regramento para ampliar as possibilidades de incentivo ao uso público desses espaços. A sinalização desse trecho da Rota dos Pio- neiros, dentro do Parque Es- tadual das Várzeas do Rio Ivinhema permite o desenvol- vimento de ações para incre- mentar o turismo na região”, comenta o secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna. A Rota dos Pioneiros é uma trilha de longo curso (com cerca de 400 quilômetros), que deve conectar as Uni- dades de Conservação do Rio Paraná e de seus afluentes, como o Rio Ivinhema – que dá nome ao Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema. No interior do parque, são 61 km de trilhas, passando pelos rios Baia (4km), Curutuba (26km) e Ivinhema (31km). Até o momento, foram si- nalizados 29 km do trecho da trilha dentro do parque. O trabalho foi retomado pelo Imasul no fim de setembro e vai conectar o Parque Esta- dual ao Porto Natal, município de Querência do Norte-PR. De acordo com Reginaldo de Oliveira, gestor do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, “o trabalho de si- nalização conta com o apoio de voluntários e havia sido interrompido por conta da pandemia da COVID-19. Ele foi retomado com as devidas medidas sanitárias com o in- tuito de motivar as outras re- giões por onde a trilha passa a realizar o mesmo trabalho. Apesar dessa movimentação, o parque permanece fechado, assim como as demais uni- dades e conservação esta- duais”, comenta Reginaldo de Oliveira. Esse trecho da trilha já é utilizado comercialmente com passeios de caiaque tendo como início o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema. Nele, o visitante passa por ilhas e canais em uma região rica em biodiversidade e vege- tação exuberante. É possível observar jacarés, bugios e capivaras ao longo da trilha aquática. É comum encontrar o cervo-do-pantanal. Para os praticantes da observação de aves, o trecho oferece a possi- bilidade de encontrar algumas das 303 espécies presentes na Unidade de Conservação estadual administrada pelo Imasul. Rota dos Pioneiros A Rota dos Pioneiros é dividida em três regiões: Rio Paranapanema, conectando o Parque Estadual do Morro do Diabo e a Estação Ecológica do Caiuá; Rio Paraná, conec- tando a Estação Ecológica do Caiuá ao Parque Nacional de Ilha Grande, passando pelo Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema – região que está sendo implantada nesta primeira etapa; e, finalmente, o lago de Itaipu, conectando o Parque Nacional de Ilha Grande ao Parque Nacional do Iguaçu. Um dos principais pesquisa- dores da música brasileira, o jornalista paulistano José Edu- ardo Homem de Mello – mais co- nhecido como “Zuza” – morreu em São Paulo na madrugada desse domingo (4). Aos 87 anos, ele teve um infarto agudo do miocárdio enquanto dormia. Segundo a família, Zuza havia passado o sábado (3) co- memorando com a mulher, Er- cilia Lobo, seus novos projetos. Entre eles estavam a biografia do músico João Gilberto, livro que havia finalizado recente- mente, e a série “Muito Prazer Meu Primeiro Disco”, com o Sesc São Paulo – o primeiro episódio, com Gilberto Gil, foi lançado nesse sábado. Nos anos de 1950, Zuza, que era contrabaixista e amante do jazz, mudou-se para os Estados Unidos para estudar música na School of Jazz em Massachu- setts – onde foi aluno do músico Ray Brown – e na Juilliard School of Music, em Nova York. Por lá, frequentou clubes do gênero e assistiu de perto a apresentações de ícones como Duke Ellington, Billie Holiday, Miles Davis, Thelonious Monk e John Coltrane. No período, o jornalista também estagiou na gravadora Atlantic Records como enge- nheiro de som. Mas foi no Brasil que o pes- quisador e musicólogo marcou a história, com trabalhos com nomes como Elis Regina, Milton Nascimento, Elizeth Cardoso e Jacob do Bandolim e com obras importantes sobre a música brasileira, entre elas “A Era dos Festivais – Uma Parábola” (2003) e “Copacabana” (2017), em que explora o samba-canção e seus reflexos na música po- pular brasileira. Em 2014, também lançou uma coletânea de textos es- critos entre 1957 e aquele ano intitulada “Música com Z: Ar- tigos, Reportagens e Entre- vistas”. Em 2019, o documentário “Zuza Homem de Jazz”, sobre sua trajetória como músico, téc- nico de som e pesquisador, foi lançado. Filmado em São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York, tem direção de Janaína Dalri e fala sobre a influência do jazz na música brasileira, além de traçar um paralelo entre esses dois universos por meio da his- tória de Zuza. Nas redes, amigos e colegas de profissão lamentaram a morte do musicólogo. O cantor Chico César publicou uma foto ao lado de Zuza no Instagram, agradecendo-lhe. “Ah, Zuza! Meu amigo, mestre. Grato pela sua vida tão generosamente musical. Fico com seu abraço, seu afeto, sua sabedoria de bem viver em troca e consonância. Ouvidos e coração abertos, é certo. Sempre.” O músico paulistano Mau- ricio Pereira também fez sua homenagem. “Eu era moleque e ouvia aquele programa que ele tinha na rádio Jovem Pan no fim da tarde que uma aula de música por dia”, escreveu. “As ideias, os livros, as produções, os papos bons, os projetos cultu- rais, o incentivo: taí um cara que deixou um legado lindo, grande, generoso, que a gente tem que ir atrás, beber dele, preservar.” O escritor e roteirista Walcyr Carrasco lembrou Zuza no Twitter. “Triste domingo! Per- demos o jornalista e escritor Zuza Homem de Mello, um dos maiores nomes da produção, pesquisa e história musical no Brasil.” Marcelo Rezende A série Música #EmCasa- ComSesc acontece agora em lives transmitidas da casa dos músicos ou diretamente dos palcos das unidades do Sesc, ainda sem a presença de público e seguindo todos os protocolos de segurança. Com a mudança, o Sesc São Paulo passa a acolher shows com formações maiores, que contarão com os recursos do palco para uma trans- missão de melhor qualidade. O formato híbrido, com a manutenção dos shows que acontecem no ambiente do- miciliar, permite que a série continue oferecendo encon- tros com músicos de outros estados e com artistas em condições de maior vulne- rabilidade ao coronavírus. Ao mesmo tempo, ao abrir as portas dos palcos do Sesc, dá-se oportunidade a mais profissionais para re- alizarem seu trabalho, aju- dando a estimular o setor cultural. As apresentações seguem no mesmo horário, 19h, no Instagram Sesc Ao Vivo e no YouTube Sesc São Paulo. Hoje, o violonista, com- positor e arranjador Marco Pereira apresenta “O Violão e as Canções” direto de sua casa, no Rio de Janeiro (RJ). No repertório, estão alguns clássicos da música brasileira como “Eu Sei que Vou Te Amar” e “Chega de Saudade”, ambas de Tom Jobim (1927-94) e Vinicius de Moraes (1913-80); “É Doce Morrer no Mar”, de Dorival Caymmi (1914-2008); “Na Baixa do Sapateiro” (Ary Barroso) e “Lobo Bobo”, de Ronaldo Bôscoli (1928-94) e Carlos Lyra, e ainda um medley de quatro obras de Baden Powell (1937-2000) escritas em parceria com Vinicius de Moraes e Paulo César Pinheiro. Marco Pe- reira também interpreta can- ções autorais, “Iara, o Canto da Sedução” e “O Teatro da Natureza”, esta última com letra do célebre Aldir Blanc (1946-2020). Entre uma canção e outra, o vio- lonista revela algumas his- tórias e curiosidades que permeiam as composições. Marco Pereira tem uma tra- jetória marcada por grava- ções com grandes nomes do cenário musical brasileiro, como Zélia Duncan, Cássia Eller (1962-2001), Gilberto Gil, Gal Costa, Milton Nas- cimento, Paulinho da Viola e Tom Jobim. Durante os cincos anos em que viveu na França, recebeu o título de Mestre em Violão Clássico pela Université Musicale In- ternationale de Paris, tem dois Prêmios Sharp no cur- rículo e participações em di- versos festivais importantes como o Free Jazz Festival. Na quinta-feira (8/10), o cantor e compositor Bernardo Santos – ex-integrante da banda Planet Hemp e mais co- nhecido como BNegão – apre- senta “BNegão Canta Dorival Caymmi”. Com a participação do violonista Bernardo Bo- sisio, o show intimista, em formato voz e violão, transmi- tido direto da casa do artista, traz releituras das canções do universo de Dorival Caymmi (1914–2008), inspiradas no encontro dos jangadeiros com o mar e seus mistérios. No repertório, canções como “O Mar”, “A Lenda do Abaeté” e “É Doce Morrer no Mar”, do lendário disco “Dorival Caymmi” (1948), e ainda “Noite de Temporal”, “O Vento” e “Promessa de Pes- cador”, do álbum “Caymmi e Seu Violão” (1954), que BNegão escutou pela pri- meira vez aos 16 anos de idade. Sexta-feira (9/10), abrindo a primeira noite de apresen- tações do Sesc Bom Retiro, o cantor e compositor Jo- hnny Hooker mostra com- posições de seus dois ál- buns de estúdio – “Eu Vou Fazer uma Macumba pra Te Amarrar, Maldito!” (2015) e “Coração” (2017). No show, o artista pernambucano inter- preta canções como “Amor Marginal”, “Alma Sebosa” e “Corpo Fechado” (parceria com Gaby Amarantos), além do hit “Flutua”. No sábado (10/10), quem sobe ao palco do Sesc Bom Re- tiro é a cantora e compositora Vanessa da Mata. Acompa- nhada pelos músicos Rodrigo Braga (piano) e Mauricio Pa- checo (violão e guitarra), a artista apresenta um show intimista com um repertório de canções atuais, como “Só Você e Eu”, e outras mais antigas de sua carreira, como “Não me Deixe Só” e “Ai, Ai, Ai”, além de músicas de outros compositores que lhe serviram de referência. Logo em seu disco de estreia, “Vanessa da Mata” (2002), entrou para a lista de sucessos com a canção “Não me Deixe Só” (Luis En- riquez Bacalov, Sergio Bar- dotti e Francisco Buarque de Hollanda) e, desde então, não saiu mais das paradas de hits. De lá para cá já gravou sete álbuns e dois DVDs ao vivo. Com o show “Vanessa da Mata Canta Tom Jobim” (2013), se apresentou para mais de 100 mil pessoas na Praia de Ipa- nema, no Rio de Janeiro (RJ), e para 150 mil pessoas na Virada Cultural de São Paulo. + Música #EmCasaComSesc A programação de shows na internet do Sesc São Paulo está no ar desde 19 de abril com apresentações diárias de importantes nomes da música brasileira, nos mais variados estilos. Sempre às 19h, tem uma atração ao vivo e direto da casa do artista no Insta- gram Sesc Ao Vivo e no You- Tube Sesc São Paulo. A pro- gramação foi pensada a todos que apreciam a boa música brasileira. Assista aos shows pelo link: https://www.youtube. com/sescsp/. Vanessa da Mata traz seu repertório intimsta com canções novas; já BNegão canta clássicos de Dorival Caymmi

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Técnicos analisam área com o intuito de adequar belezas naturais com acesso a turistas

Imasul sinaliza trecho de trilha aquática dentro do Parque Estadual das Várzeas

Vanessa da Mata e BNegão estão entre as atrações desta semana

Luto

Turismo

#EmCasaComSesc

Adeus a Zuza Homem de Mello, referência na pesquisa da música brasileira

Fotos: Andrea Possama e Rodolfo Magalhães

Alf Ribeiro

Semagro

Da Redação

O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), órgão vinculado à Se-magro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agri-cultura Familiar), está reali-zando a sinalização rústica de 61 km de trilha aquática da Rota dos Pioneiros, no trecho localizado dentro da área do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI), Uni-dade de Conservação estadual administrada pelo instituto.

“O governo do Estado está promovendo melhorias nas unidades de conservação es-taduais, em termos de infra-estrutura e regramento para ampliar as possibilidades de incentivo ao uso público desses espaços. A sinalização desse trecho da Rota dos Pio-neiros, dentro do Parque Es-tadual das Várzeas do Rio

Ivinhema permite o desenvol-vimento de ações para incre-mentar o turismo na região”, comenta o secretário adjunto da Semagro, Ricardo Senna.

A Rota dos Pioneiros é uma trilha de longo curso (com cerca de 400 quilômetros), que deve conectar as Uni-dades de Conservação do Rio Paraná e de seus afluentes, como o Rio Ivinhema – que dá nome ao Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema. No interior do parque, são 61 km de trilhas, passando pelos rios Baia (4km), Curutuba (26km) e Ivinhema (31km).

Até o momento, foram si-nalizados 29 km do trecho da trilha dentro do parque. O trabalho foi retomado pelo Imasul no fim de setembro e vai conectar o Parque Esta-dual ao Porto Natal, município de Querência do Norte-PR. De acordo com Reginaldo de Oliveira, gestor do Parque

Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, “o trabalho de si-nalização conta com o apoio de voluntários e havia sido interrompido por conta da pandemia da COVID-19. Ele foi retomado com as devidas medidas sanitárias com o in-tuito de motivar as outras re-giões por onde a trilha passa a realizar o mesmo trabalho. Apesar dessa movimentação, o parque permanece fechado, assim como as demais uni-

dades e conservação esta-duais”, comenta Reginaldo de Oliveira.

Esse trecho da trilha já é utilizado comercialmente com passeios de caiaque tendo como início o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema. Nele, o visitante passa por ilhas e canais em uma região rica em biodiversidade e vege-tação exuberante. É possível observar jacarés, bugios e capivaras ao longo da trilha

aquática. É comum encontrar o cervo-do-pantanal. Para os praticantes da observação de aves, o trecho oferece a possi-bilidade de encontrar algumas das 303 espécies presentes na Unidade de Conservação estadual administrada pelo Imasul.

Rota dos PioneirosA Rota dos Pioneiros é

dividida em três regiões: Rio Paranapanema, conectando o

Parque Estadual do Morro do Diabo e a Estação Ecológica do Caiuá; Rio Paraná, conec-tando a Estação Ecológica do Caiuá ao Parque Nacional de Ilha Grande, passando pelo Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema – região que está sendo implantada nesta primeira etapa; e, finalmente, o lago de Itaipu, conectando o Parque Nacional de Ilha Grande ao Parque Nacional do Iguaçu.

Um dos principais pesquisa-dores da música brasileira, o jornalista paulistano José Edu-ardo Homem de Mello – mais co-nhecido como “Zuza” – morreu em São Paulo na madrugada desse domingo (4). Aos 87 anos, ele teve um infarto agudo do miocárdio enquanto dormia.

Segundo a família, Zuza havia passado o sábado (3) co-memorando com a mulher, Er-cilia Lobo, seus novos projetos. Entre eles estavam a biografia do músico João Gilberto, livro que havia finalizado recente-mente, e a série “Muito Prazer Meu Primeiro Disco”, com o Sesc São Paulo – o primeiro episódio, com Gilberto Gil, foi lançado nesse sábado.

Nos anos de 1950, Zuza, que era contrabaixista e amante do jazz, mudou-se para os Estados Unidos para estudar música na School of Jazz em Massachu-setts – onde foi aluno do músico Ray Brown – e na Juilliard School of Music, em Nova York. Por lá, frequentou clubes do gênero e assistiu de perto a apresentações de ícones como Duke Ellington, Billie Holiday, Miles Davis, Thelonious Monk e John Coltrane.

No período, o jornalista também estagiou na gravadora Atlantic Records como enge-nheiro de som.

Mas foi no Brasil que o pes-quisador e musicólogo marcou a história, com trabalhos com nomes como Elis Regina, Milton Nascimento, Elizeth Cardoso e Jacob do Bandolim e com obras importantes sobre a música brasileira, entre elas “A Era dos Festivais – Uma Parábola” (2003) e “Copacabana” (2017), em que explora o samba-canção e seus reflexos na música po-pular brasileira.

Em 2014, também lançou uma coletânea de textos es-critos entre 1957 e aquele ano intitulada “Música com Z: Ar-tigos, Reportagens e Entre-vistas”.

Em 2019, o documentário “Zuza Homem de Jazz”, sobre sua trajetória como músico, téc-nico de som e pesquisador, foi lançado. Filmado em São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York, tem direção de Janaína Dalri e fala sobre a influência do jazz na música brasileira, além de traçar um paralelo entre esses dois universos por meio da his-tória de Zuza.

Nas redes, amigos e colegas de profissão lamentaram a morte do musicólogo. O cantor Chico César publicou uma foto ao lado de Zuza no Instagram, agradecendo-lhe. “Ah, Zuza! Meu amigo, mestre. Grato pela sua vida tão generosamente musical. Fico com seu abraço, seu afeto, sua sabedoria de bem viver em troca e consonância. Ouvidos e coração abertos, é certo. Sempre.”

O músico paulistano Mau-ricio Pereira também fez sua homenagem. “Eu era moleque e ouvia aquele programa que ele tinha na rádio Jovem Pan no fim da tarde que uma aula de música por dia”, escreveu. “As ideias, os livros, as produções, os papos bons, os projetos cultu-rais, o incentivo: taí um cara que deixou um legado lindo, grande, generoso, que a gente tem que ir atrás, beber dele, preservar.”

O escritor e roteirista Walcyr Carrasco lembrou Zuza no Twitter. “Triste domingo! Per-demos o jornalista e escritor Zuza Homem de Mello, um dos maiores nomes da produção, pesquisa e história musical no Brasil.”

Marcelo Rezende

A série Música #EmCasa-ComSesc acontece agora em lives transmitidas da casa dos músicos ou diretamente dos palcos das unidades do Sesc, ainda sem a presença de público e seguindo todos os protocolos de segurança. Com a mudança, o Sesc São Paulo passa a acolher shows com formações maiores, que contarão com os recursos do palco para uma trans-missão de melhor qualidade. O formato híbrido, com a manutenção dos shows que acontecem no ambiente do-miciliar, permite que a série continue oferecendo encon-tros com músicos de outros estados e com artistas em condições de maior vulne-rabilidade ao coronavírus. Ao mesmo tempo, ao abrir as portas dos palcos do Sesc, dá-se oportunidade a mais profissionais para re-alizarem seu trabalho, aju-dando a estimular o setor cultural. As apresentações seguem no mesmo horário, 19h, no Instagram Sesc Ao Vivo e no YouTube Sesc São Paulo.

Hoje, o violonista, com-positor e arranjador Marco Pereira apresenta “O Violão e as Canções” direto de sua casa, no Rio de Janeiro (RJ). No repertório, estão alguns clássicos da música brasileira como “Eu Sei que Vou Te Amar” e “Chega de Saudade”, ambas de Tom Jobim (1927-94) e Vinicius de Moraes (1913-80); “É Doce Morrer no Mar”, de Dorival Caymmi (1914-2008); “Na Baixa do Sapateiro” (Ary Barroso) e “Lobo Bobo”, de Ronaldo Bôscoli (1928-94) e Carlos Lyra, e ainda um medley de quatro obras de Baden Powell (1937-2000) escritas em parceria com Vinicius de Moraes e Paulo César Pinheiro. Marco Pe-reira também interpreta can-ções autorais, “Iara, o Canto da Sedução” e “O Teatro

da Natureza”, esta última com letra do célebre Aldir Blanc (1946-2020). Entre uma canção e outra, o vio-lonista revela algumas his-tórias e curiosidades que permeiam as composições. Marco Pereira tem uma tra-jetória marcada por grava-ções com grandes nomes do cenário musical brasileiro, como Zélia Duncan, Cássia Eller (1962-2001), Gilberto Gil, Gal Costa, Milton Nas-cimento, Paulinho da Viola e Tom Jobim. Durante os cincos anos em que viveu na França, recebeu o título de Mestre em Violão Clássico pela Université Musicale In-ternationale de Paris, tem dois Prêmios Sharp no cur-rículo e participações em di-versos festivais importantes como o Free Jazz Festival.

Na quinta-feira (8/10), o cantor e compositor Bernardo Santos – ex-integrante da banda Planet Hemp e mais co-nhecido como BNegão – apre-senta “BNegão Canta Dorival Caymmi”. Com a participação do violonista Bernardo Bo-sisio, o show intimista, em formato voz e violão, transmi-tido direto da casa do artista, traz releituras das canções do universo de Dorival Caymmi (1914–2008), inspiradas no encontro dos jangadeiros com o mar e seus mistérios. No repertório, canções como “O Mar”, “A Lenda do Abaeté” e “É Doce Morrer no Mar”, do lendário disco “Dorival Caymmi” (1948), e ainda “Noite de Temporal”, “O Vento” e “Promessa de Pes-cador”, do álbum “Caymmi e Seu Violão” (1954), que BNegão escutou pela pri-meira vez aos 16 anos de idade.

Sexta-feira (9/10), abrindo a primeira noite de apresen-tações do Sesc Bom Retiro, o cantor e compositor Jo-hnny Hooker mostra com-posições de seus dois ál-buns de estúdio – “Eu Vou Fazer uma Macumba pra Te Amarrar, Maldito!” (2015) e

“Coração” (2017). No show, o artista pernambucano inter-preta canções como “Amor Marginal”, “Alma Sebosa” e “Corpo Fechado” (parceria com Gaby Amarantos), além do hit “Flutua”.

No sábado (10/10), quem sobe ao palco do Sesc Bom Re-tiro é a cantora e compositora Vanessa da Mata. Acompa-nhada pelos músicos Rodrigo Braga (piano) e Mauricio Pa-checo (violão e guitarra), a artista apresenta um show intimista com um repertório de canções atuais, como “Só Você e Eu”, e outras mais antigas de sua carreira, como “Não me Deixe Só” e “Ai, Ai, Ai”, além de músicas de outros compositores que lhe serviram de referência. Logo em seu disco de estreia, “Vanessa da Mata” (2002), entrou para a lista de sucessos com a canção “Não me Deixe Só” (Luis En-riquez Bacalov, Sergio Bar-dotti e Francisco Buarque de

Hollanda) e, desde então, não saiu mais das paradas de hits. De lá para cá já gravou sete álbuns e dois DVDs ao vivo. Com o show “Vanessa da Mata Canta Tom Jobim” (2013), se apresentou para mais de 100 mil pessoas na Praia de Ipa-nema, no Rio de Janeiro (RJ), e para 150 mil pessoas na Virada Cultural de São Paulo.

+ Música #EmCasaComSescA programação de shows

na internet do Sesc São Paulo está no ar desde 19 de abril com apresentações diárias de importantes nomes da música brasileira, nos mais variados estilos. Sempre às 19h, tem uma atração ao vivo e direto da casa do artista no Insta-gram Sesc Ao Vivo e no You-Tube Sesc São Paulo. A pro-gramação foi pensada a todos que apreciam a boa música brasileira. Assista aos shows pelo link: https://www.youtube.com/sescsp/.

Vanessa da Mata traz seu repertório intimsta com canções novas; já BNegão canta clássicos de Dorival Caymmi