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Red. Semana 2

Rafael Cunha (Bernardo Soares)

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Conceito de Texto e suas Classificações, Variações Linguísticas e de Registro19:15

Tipos e Gêneros Textuais

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CRONOGRAMA

Conceito de Texto e suas Classificações, Variações Linguísticas e de Registro09:15

Tipos e Gêneros Textuais

09:15

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Textos Argumentativos: Carta, Artigo de Opinião, Editorial e Dissertação Argumentativa19:15

Textos Argumentativos: Carta, Artigo de Opinião, Editorial e Dissertação Argumentativa09:15

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Tipos e gêneros textu-ais

14|16fev

01. Resumo

02. Exercícios de Aula

03. Exercícios de Casa

04. Questão Contexto

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Red.

RESUMOAgora que você já tem a base para a interpretação

de qualquer mensagem passada de maneira verbal

ou não verbal, cabe entender um pouco das caracte-

rísticas dos diversos textos que encontramos (e en-

contraremos) durante a nossa vida escolar e acadê-

mica, a fim de, também, facilitar seu entendimento.

Você conhece as noções de tipo e gênero textual?

Sabe diferenciá-las?

Tipo textualSegundo o professor Luiz Antônio Marcuschi, tipo

textual “designa uma espécie de construção teóri-

ca definida pela natureza linguística de sua compo-

sição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais,

relações lógicas, estilo}.” Isso significa que, ao ana-

lisarmos um texto, apontamos a tipologia textual de

acordo com as marcas linguísticas que aparecem ao

longo dos parágrafos. A classificação, então, se dá

por trechos, e não pelo texto como um todo. Ain-

da nas palavras de Marcuschi, “o tipo caracteriza-

-se muito mais como sequências linguísticas do que

como textos materializados”, ou seja, um mesmo

texto pode ter, em sua composição, diversos tipos

diferentes - e o maior número de marcas determina,

por predominância, o tipo que classificará o texto.

Antes de vermos um exemplo, cabe apontar os qua-

tro tipos estudados na língua portuguesa. São eles:

narração, descrição, dissertação e injunção. Vamos

entender cada um deles?

O tipo narrativo, como você já deve saber, é respon-

sável por contar uma história, enunciar fatos, ações

de personagens em um tempo e enredo específicos.

Isso significa que, se esse tipo textual é responsável

pela passagem do tempo (psicológico ou cronológi-

co), predominam, aqui, os verbos de ação, normal-

mente no pretérito perfeito. Em alguns momentos,

é provável que você encontre verbos no presente,

também. Essa é uma tentativa de aproximar o leitor

dos fatos e, de certa maneira, destacar mais a ação

narrada. Alguns estudiosos classificam esse uso

como presente histórico.

A descrição, apesar de aparecer muitas vezes com-

plementando a narração, tem características di-

ferentes do outro tipo. Imagine que você está via-

jando, passeando por um lugar bem bonito, e, de

repente, resolve tirar uma foto. Se alguém pedisse

a você que apontasse cada ponto interessante na

imagem, como você faria isso? Perceba que, natu-

ralmente, você utilizaria verbos no pretérito imper-

feito. Essa é a marca mais importante do texto des-

critivo. Há, também, a predominância de adjetivos,

que, você já sabe, caracterizam a cena. Vamos ver

um exemplo misturando os dois tipos?

O bonde se arrastava, em seguida estacava.

Até Humaitá tinha tempo de descansar. Foi en-

tão que olhou para o homem parado no ponto.

A diferença entre ele e os outros é que ele es-

tava realmente parado. De pé, suas mãos se

mantinham avançadas. Era um cego.

O que havia mais que fizesse Ana se aprumar

em desconfiança? Alguma coisa intranqüila es-

tava sucedendo. Então ela viu: o cego mascava

chicles... Um homem cego mascava chicles.

Ana ainda teve tempo de pensar por um segun-

do que os irmãos viriam jantar — o coração ba-

tia-lhe violento, espaçado. Inclinada, olhava o

cego profundamente, como se olha o que não

nos vê. Ele mascava goma na escuridão. Sem

sofrimento, com os olhos abertos. O movimento

da mastigação fazia-o parecer sorrir e de re-

pente deixar de sorrir, sorrir e deixar de sorrir

— como se ele a tivesse insultado, Ana olha-

va-o. E quem a visse teria a impressão de uma

mulher com ódio. Mas continuava a olhá-lo,

cada vez mais inclinada — o bonde deu uma

arrancada súbita jogando-a desprevenida para

trás, o pesado saco de tricô despencou-se do

colo, ruiu no chão — Ana deu um grito, o con-

dutor deu ordem de parada antes de saber do

que se tratava — o bonde estacou, os passa-

geiros olharam assustados.

O exemplo é um trecho do conto Amor, presente no

Laços de Família, de Clarice Lispector. Note que a

cena, recheada de ações e, ao mesmo tempo, ca-

racterísticas, intercala bastante o uso de verbos no

pretérito perfeito e no imperfeito. No momento em

que Ana vê o cego mascando chicletes, a impressão

que temos é a de que o tempo está parado, esperan-

do toda a análise de uma mesma cena - predomina,

neste momento, o tipo descritivo. Quando o bonde

arranca, porém, os verbos que indicam a passagem

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Red.

do tempo voltam a aparecer e, consequentemen-

te, a história volta a se desenvolver, predominando,

aqui, o tipo narrativo.

A dissertação, basicamente, trabalha com pontos de

vista, posicionamentos. Isso significa que, se um tre-

cho em específico apresenta opiniões e argumentos

buscando defendê-las, podemos classificá-lo como

dissertativo. Na nossa próxima aula, você entenderá

que, a partir do tipo dissertativo, podemos entender

um texto como argumentativo e expositivo, depen-

dendo da maneira como apresentamos e defende-

mos uma ou mais opiniões. Veremos exemplos mais

específicos, também.

O tipo injuntivo, por fim, trabalha com instruções.

Dessa forma, tem como marca predominante o uso

dos verbos no imperativo, destacando a função que

você conhece como apelativa. Veja um exemplo:

Melancia grelhada com azeite e pimenta: recei-

ta da Bela Gil

Ingredientes

¼ de melancia cortada em fatias de 2cm de es-

pessura

Azeite a gosto

Sal a gosto

Pimenta do reino a gosto

Modo de preparo

Bezunte a melancia com azeite e polvilhe um

pouco de sal e pimenta. Coloque na grelha

quente por três a cinco minutos de cada lado.

Disponível em: gnt.globo.com/receitas

Nesta receita deliciosa e nutritiva da chef Bela Gil,

a presença de verbos no imperativo (“bezunte”; “co-

loque”) é essencial na classificação do texto como

injuntivo. Normalmente, encontramos trechos de in-

junção, também, em bulas de remédio e manuais de

instrução.

Gênero textualGênero e tipo não são a mesma coisa e é muito im-

portante que você entenda isso, antes de tudo. Ain-

da de acordo com Marcuschi, enquanto o tipo faz

referência às marcas linguísticas de um texto, o gê-

nero “refere os textos materializados em situações

comunicativas recorrentes. Os gêneros são os tex-

tos que encontramos em nossa vida diária”. Isso sig-

nifica que o gênero textual classifica o texto como

um todo, materializado, e não um ou outro trecho,

de acordo com suas marcas.

São muitos os gêneros no universo dos textos. Mui-

tos mesmo. Este material de aula, por exemplo, é

considerado um gênero. A aula ao vivo que você

acompanha também. Um e-mail, uma carta, a reda-

ção de vestibular que faremos no fim do ano são gê-

neros. Até o episódio de série de TV que você viu

ontem à noite pode ser classificado como tal. Na

verdade, todo e qualquer texto materializado, utili-

zado em determinada situação comunicativa, pode

ser considerado um gênero textual.

Na sua prova do ENEM, a diversidade apresentada

também é grande. Reconhecer as características de

alguns pode ser bem importante no trabalho de in-

terpretação. Por isso, durante a aula, falaremos de

alguns gêneros específicos. Faça suas anotações,

ok? De qualquer maneira, é muito importante que,

depois dessa aula, você tenha bem clara a ideia de

que gênero e tipo não são a mesma coisa. Isso será

essencial nos seus estudos de interpretação de tex-

to.

EXERCÍCIOS DE AULA1. O humor e a língua

Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua consti-

tuição linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer sur-

preendente, creio que posso garantir que se trata de uma verdade quase

banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos melhores retratos dos

valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de fa-

tos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funcio-

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Red.

na uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais

uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pis-

ta: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, esco-

la, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas

que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo

em todo o mundo. Os antropólogos ainda não prestaram a devida atenção

a esse material, que poderia substituir com vantagem muitas entrevistas e

pesquisas participantes. Saberemos mais a quantas andam o machismo e o

racismo, por exemplo, se pesquisarmos uma coleção de piadas do que qual-

quer outro corpus.

POSSENTI. S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).

A piada é um gênero textual que figura entre os mais recorrentes na cultura bra-

sileira, sobretudo na tradição oral. Nessa reflexão, a piada é enfatizada por

a) sua função humorística.

b) sua ocorrência universal.

c) sua diversidade temática.

d) seu papel como veículo de preconceitos.

e) seu potencial como objeto de investigação.

2. Receita

Tome-se um poeta não cansado,

Uma nuvem de sonho e uma flor,

Três gotas de tristeza, um tom dourado, Uma veia sangrando de pavor.

Quando a massa já ferve e se retorce Deita-se a luz dum corpo de mulher,

Duma pitada de morte se reforce,

Que um amor de poeta assim requer.

SARAMAGO, J. Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997.

Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente estáveis e podem

reconfigurar-se em função do propósito comunicativo. Esse texto constitui uma

mescla de gêneros, pois

a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema.

b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita.

c) explora elementos temáticos presentes em uma receita.

d) apresenta organização estrutural típica de um poema.

e) utiliza linguagem figurada na construção do poema.

3. Grupo transforma pele humana em neurônios

Um grupo de pesquisadores dos EUA conseguiu alterar células extraídas da

pele de uma mulher de 82 anos sofrendo de uma doença nervosa degene-

rativa e conseguiu transformá-las em células capazes de se transformarem

virtualmente em qualquer tipo de órgão do corpo. Em outras palavras, ga-

nharam os poderes das células-tronco pluripotentes, normalmente obtidas a

partir da destruição de embriões.

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Red.

O método usado na pesquisa, descrita hoje na revista Science, existe desde

o ano passado, quando um grupo liderado pelo japonês Shinya Yamanaka

criou as chamadas iPS (células-tronco de pluripotência induzida). O novo es-

tudo, porém, mostra pela primeira vez que é possível aplicá-lo a células de

pessoas doentes, portadoras de esclerose lateral amiotrófica (ELA), mal que

destrói o sistema nervoso progressivamente.

“Pela primeira vez, seremos capazes de observar células com ELA ao mi-

croscópio e ver como elas morrem”, disse Valerie Estess, diretora do Projeto

ALS (ELA, em inglês), que financiou parte da pesquisa. Observar em deta-

lhes a degeneração pode sugerir novos métodos para tratar a ELA.

KOLNERKEVIC, I. Folha de S. Paulo. 1 ago. 2008 (adaptado)

A análise dos elementos constitutivos do texto e a identificação de seu gênero

permitem ao leitor inferir que o objetivo do autor é

a) apresentar a opinião da diretora do Projeto ALS.

b) expor a sua opinião como um especialista no tema.

c) descrever os procedimentos de uma experiência científica.

d) defender a pesquisa e a opinião dos pesquisadores dos EUA.

e) informar os resultados de uma nova pesquisa feita nos EUA.

4.

Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal

de Goiás (UFG), 2011 (Foto: Reprodução/Enem)

Considerando-se a finalidade comunicativa comum do gênero e o contexto es-

pecífico do Sistema de Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função predominan-

temente

a) socializadora, contribuindo para a popularização da arte.

b) sedutora, considerando a leitura como uma obra de arte.

c) estética, propiciando uma apreciação despretensiosa da obra.

d) educativa, orientando o comportamento de usuários de um serviço.

e) contemplativa, evidenciando a importância de artistas internacionais.

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Red.

5. Querido diário

Hoje topei com alguns conhecidos meus

Me dão bom-dia, cheios de carinho

Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus

Eles têm pena de eu viver sozinho

[...]

Hoje o inimigo veio me espreitar

Armou tocaia lá na Curva do rio

Trouxe um porrete a mó de me quebrar

Mas eu não quebro porque sou macio, viu

HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro:Biscoito Fino, 2013 (fragmento).

Uma característica do gênero diário que aparece na letra da canção de Chico

Buarque é o(a)

a) diálogo com interlocutores próximos.

b) recorrência de verbos no infinitivo.

c) predominância de tom poético.

d) uso de rimas na composição.

e) narrativa autorreflexiva.

EXERCÍCIOS PARA CASA1. Descubra e aproveite um momento todo seu. Quando você quebra o de-

licado chocolate, o irresistível recheio cremoso começa a derreter na sua

boca, acariciando todos os seus sentidos. Criado por nossa empresa. Paixão

e amor por chocolate desde 1845.

Veja, n. 2 320, 8 maio 2013 (adaptado).

O texto publicitário tem a intenção de persuadir o público-alvo a consumir de-

terminado produto ou serviço. No anúncio, essa intenção assume a forma de um

convite, estratégia argumentativa linguisticamente marcada pelo uso de

a) conjunção (quando).

b) adjetivo (irresistível).

c) verbo no imperativo (descubra).

d) palavra do campo afetivo (paixão).

e) expressão sensorial (acariciando).

2. Pé de moleque

Ingredientes

2 filhos que não param quietos

3 sobrinhos da mesma espécie

1 cachorro que adora uma farra

1 fim de semana ao ar livre

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Red.

Preparo

Junte tudo com os ingredientes do açúcar Naturale, mexa bem e deixe des-

cansar. Não as crianças, que não vai adiantar. Sirva imediatamente, porque

pé de moleque não para. Quer essa e outras receitas completas?

Entre no site cianaturale.com.br.

Onde tem doce, tem Naturale.

Revista saúde. n. 351, jun. 2012 (adaptado).

O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros textuais. A respeito desse hi-

bridismo, observa-se que a

a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a finalidade de instruir o leitor.

b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de divulgar exemplos de vida.

c) propaganda assume a forma do gênero receita para divulgar um produto ali-

mentício.

d) propaganda perde poder de persuasão ao assumir a forma do gênero receita.

e) receita está a serviço do gênero propaganda ao solicitar que o leitor faça o

doce.

3. Qual é a segurança do sangue?

Para que o sangue esteja disponível para aqueles que necessitam, os indi-

víduos saudáveis devem criar o hábito de doar sangue e encorajar amigos e

familiares saudáveis a praticarem o mesmo ato.

A prática de selecionar criteriosamente os doadores, bem como as rígidas

normas aplicadas para testar, transportar, estocar e transfundir o sangue

doado anteriormente.

Apenas pessoas saudáveis e que não sejam de risco para adquirir doenças

infecciosas transmissíveis pelo podem doar sangue.

Se você acha que sua saúde ou comportamento pode colocar em risco a vida

de quem for receber seu sangue, ou tem a real intenção de apenas realizar

o teste para o vírus HIV, NÃO DOE SANGUE.

Cumpre destacar que apesar de o sangue doado ser testado para as doen-

ças transmissíveis conhecidas no momento, existe um período chamado de

janela imunológica em que um doador contaminado por um determinado

vírus pode transmitir a doença através do seu sangue.

DA SUA HONESTIDADE DEPENDE A VIDA DE QUEM VAI RECEBER SEU

SANGUE.

Disponível em: www.prosangue.sp.gov.br. Acesso em: 24 abr.

2015 (adaptado).

Nessa campanha, as informações apresentadas têm como objetivo principal

a) conscientizar o doador de sua corresponsabilidade pela qualidade do sangue.

b) garantir a segurança de pessoas de grupos de risco durante a doação de

sangue.

c) esclarecer o público sobre a segurança do processo de captação do sangue.

d) na coleta de sangue.

e) ampliar o número de doadores para manter o banco de sangue.

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Red.

4. Centro das atenções em um planeta cada vez mais interconectado, a Flores-

ta Amazônica expõe inúmeros dilemas. Um dos mais candentes diz respeito

à madeira e sua exploração econômica, uma saga que envolve os muitos de-

safios para a conservação dos recursos naturais às gerações futuras.

Com o olhar jornalístico, crítico e ao mesmo tempo didático, adentramos a

Amazônia em busca de histórias e sutilezas que os dados nem sempre reve-

lam. Lapidamos estatísticas e estudos científicos para construir uma síntese

útil a quem direciona esforços para conservar a floresta, seja no setor públi-

co, seja no setor privado, seja na sociedade civil.

Guiada como uma reportagem, rica em informações ilustradas, a obra Ma-

deira de ponta a pontarevela a diversidade de fraudes na cadeia de produ-

ção, transporte e comercialização da madeira, bem como as iniciativas de

boas práticas que se disseminam e trazem esperança rumo a um modelo de

convivência entre desenvolvimento e manutenção da floresta.

VILLELA, M.; SPINK, P. In: ADEODATO, S. et al. Madeira de ponta a pon-

ta: o caminho desde a floresta até o consumo. São Paulo: FGVRAE, 2011

(adaptado)

A fim de alcançar seus objetivos comunicativos, os autores escreveram esse tex-

to para

a) apresentar informações e comentários sobre o livro.

b) noticiar as descobertas científicas oriundas da pesquisa.

c) defender as práticas sustentáveis de manejo da madeira.

d) ensinar formas de combate à exploração ilegal de madeira.

e) demonstrar a importância de parcerias para a realização da pesquisa.

5. Embalagens usadas e resíduos devem ser descartados adequadamente

Todos os meses são recolhidas das rodovias brasileiras centenas de milhares

de toneladas de lixo. Só nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulistas são

41,5 mil toneladas. O hábito de descartar embalagens, garrafas, papéis e bi-

tucas de cigarro pelas rodovias persiste e tem aumentado nos últimos anos.

O problema é que o lixo acumulado na rodovia, além de prejudicar o meio

ambiente, pode impedir o escoamento da água, contribuir para as enchen-

tes, provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até causar acidentes. Além

dos perigos que o lixo representa para os motoristas, o material descartado

poderia ser devolvido para a cadeia produtiva. Ou seja, o papel que está so-

brando nas rodovias poderia ter melhor destino. Isso também vale para os

plásticos inservíveis, que poderiam se transformar em sacos de lixo, baldes,

cabides e até acessórios para os carros.

Disponível em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de composição de texto,

determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a que eles se

destinam. Pela leitura do texto apresentado, reconhece-se que sua função é

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Red.

6.

a) apresentar dados estatísticos sobre a reciclagem no país.

b) alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do mercado de recicláveis.

c) divulgar a quantidade de produtos reciclados retirados das rodovias brasilei-

ras.

d) revelar os altos índices de acidentes nas rodovias brasileiras poluídas nos úl-

timos anos.

e) conscientizar sobre a necessidade de preservação ambiental e de segurança

nas rodovias.

João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu aos 24 de junho de 1935, em

Glória de Goitá (PE). Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta repentista e

escritor de literatura de cordel, já publicou 33 folhetos e ainda tem vários

inéditos. Reside em São Paulo desde 1973, vivendo exclusivamente da venda

de livretos de cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola. Grande

divulgador da poesia popular nordestina no Sul, tem dado frequentemente

entrevistas à imprensa paulista sobre o assunto.

EVARISTO. M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO. H. N. (Coord.).

Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divul-

gação científica. São Paulo: Cortez, 2000.

A biografia é um gênero textual que descreve a trajetória de determinado indiví-

duo, evidenciando sua singularidade. No caso específico de uma biografia como

a de João Antônio de Barros, um dos principais elementos que a constitui é

a) a estilização dos eventos reais de sua vida, para que o relato biográfico surta

os efeitos desejados.

b) o relato de eventos de sua vida em perspectiva histórica, que valorize seu per-

curso artístico.

c) a narração de eventos de sua vida que demonstrem a qualidade de sua obra.

d) uma retórica que enfatize alguns eventos da vida exemplar da pessoa biogra-

fada.

e) uma exposição de eventos de sua vida que mescle objetividade e construção

ficcional.

7.

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Red.

Para atingir o objetivo de recrutar talentos, esse texto publicitário

a) afirma, com a frase “Queremos seu talento exatamente como ele é”, que qual-

quer pessoa com talento pode fazer parte da equipe.

b) apresenta como estratégia a formação de um perfil por meio de perguntas di-

recionadas, o que dinamiza a interação texto-leitor.

c) utiliza a descrição da empresa como argumento principal, pois atinge direta-

mente os interessados em informática.

d) usa estereótipo negativo de uma figura conhecida, onerd, pessoa introspecti-

va e que gosta de informática.

e) recorre a imagens tecnológicas ligadas em rede, para simbolizar como a tec-

nologia é interligada.

Blog é concebido como um espaço onde o blogueiro é livre para expressar e

discutir o que quiser na atividade da sua escrita, com a escolha de imagens

e sons que compõem o todo do texto veiculado pela internet, por meio dos

posts. Assim, essa ferramenta deixa de ter como única função a exposição

de vida e/ou rotina de alguém - como em um diário pessoal -, função para

qual serviu inicialmente e que o popularizou, permitindo também que seja

um espaço para discussão de ideias, trocas e divulgação de informações.

A produção dos blogs requer uma relação de troca, que acaba unindo pes-

soas em torno de um ponto de interesse comum. A força dos blogs está em

possibilitar que qualquer pessoa, sem nenhum conhecimento técnico, publi-

que suas ideias e opiniões na web e que milhões de outras pessoas publi-

quem comentários sobre o que foi escrito, criando um grande debate abeto

a todos.

LOPES, B. O. A linguagem dos blogs e as redes sociais. Disponível em:

www.fateczl.edu.br. Acesso em: 29 abr. 2013 (adaptado)

De acordo com o texto, o blog ultrapassou sua função inicial e vem se destacan-

do como

a) estratégia para estimular relações de amizade.

b) espaço para exposição de opiniões e circulação de ideias.

c) gênero discursivo substituto dos tradicionais diários pessoais.

d) ferramenta para aperfeiçoamento da comunicação virtual escrita.

e) recurso para incentivar a ajuda mútua e a divulgação da rotina diária.

8.

9. A diva

Vamos ao teatro, Maria José?

Quem me dera,

desmanchei em rosca quinze kilos de farinha

tou podre. Outro dia a gente vamos

Falou meio triste, culpada,

e um pouco alegre por recusar com orgulho

TEATRO! Disse no espelho.

TEATRO! Mais alto, desgrenhada.

TEATRO! E os cacos voaram

sem nenhum aplauso.

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Red.

Perfeita.

PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas reconhe-

cidas pelo leitor com base em suas características específicas, bem como na si-

tuação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto A diva

a) narra um fato real vivido por Maria José.

b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético.

c) relata uma experiência teatral profissional.

d) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora.

e) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral.

10. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze

anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos

de idade. [...]

Art 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais

inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata

esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportu-

nidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, men-

tal, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Art 4° É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder

público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos refe-

rentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à con-

vivência familiar e comunitária.

[...] BRASIL. Lei n. 8 069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do

adolescente. Disponível em: www.planalto.gov.br (fragmento)

Para cumprir sua função social, o Estatuto da criança e do adolescente apresenta

características próprias desse gênero quanto ao uso da língua e quanto à com-

posição textual. Entre essas características, destaca-se o emprego de

a) repetição vocabular para facilitar o entendimento.

b) palavras e construções que evitem ambiguidade.

c) expressões informais para apresentar os direitos.

d) frases na ordem direta para apresentar as informações mais relevantes.

e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos conceitos formulados.

QUESTÃO CONTEXTOTexto I

O vidro que sumiu

O aniversário de Duda — como podia ter esquecido? Harry levantou-se de-

vagar e começou a procurar as meias. Encontrou-as debaixo da cama e de-

pois de retirar uma aranha de um pé, calçou-as.

Harry estava acostumado com aranhas, porque o armário sob a escada vivia

cheio delas e era ali que ele dormia.

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Red.

Já vestido saiu para o corredor que levava à cozinha. A mesa quase desapa-

recera tantos eram os presentes de aniversário de Duda. Pelo que via, Duda

ganhara o novo computador que queria, para não falar na segunda televisão

e na bicicleta de corrida. Para o quê exatamente, Duda queria uma bicicle-

ta de corrida era um mistério para Harry, porque Duda era muito gordo e

detestava fazer exercícios — a não ser, é claro, que envolvessem bater em

alguém. O saco de pancadas preferido de Duda era Harry, mas nem sempre

Duda conseguia pegá-lo. Harry não parecia, mas era muito rápido.

Talvez fosse porque vivia num armário escuro, mas Harry sempre fora pe-

queno e muito magro para a idade. Parecia ainda menor e mais magro do

que realmente era porque só lhe davam para vestir as roupas velhas de

Duda e Duda era quatro vezesmaior do que ele. Harry tinha um rosto magro,

joelhos ossudos, cabelos negros e olhos muito verdes. Usava óculos redon-

dos, remendados com fita adesiva, por causa das muitas vezes que Duda

socara no nariz. A única coisa que Harry gostava em sua aparência era uma

cicatriz fininha na testa que tinha a forma de um raio. Existia desde que se

entendia por gente e a primeira pergunta que se lembrava de ter feito à tia

Petúnia era como a arranjara.

Trecho do capítulo 2 de Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J.K. Rowling.

Editora Rocco, 1997

Texto II

Fonte: pinterest.com

J.K. Rowling é famosa mundialmente, até hoje, pelos sete volumes que contam

a história de Harry Potter, bestsellers mundiais. É conhecida, também, por seu

livro Morte Súbita e pelas aventuras do detetive Cormoran Strike, em três livros

assinados sob o pseudônimo Robert Galbraith. Em todas as suas narrativas, a au-

tora se destaca pela descrição exagerada, detalhando cada cena e enriquecendo

a história em todos os sentidos.

Levando em consideração seus conhecimentos com relação a tipos e gêneros

textuais, faça o que se pede:

a) identifique o gênero que classifica o texto apresentado.

b) transcreva, respectivamente, dois trechos que evidenciam marcas de narra-

ção e de descrição.

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175

Red.

01.Exercícios para aula1. e

2. a

3. e

4. d

5. e

02.Exercícios para casa1. c

2. c

3. a

4. a

5. e

6. b

7. b

8. b

9. b

10. b

GABARITO