SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ a...

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27 Janeiro 2011 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano LXXXII – N.º 4094 No rescaldo das eleições presidenciais António Vitalino, Bispo de Beja Nota Pastoral Aníbal Cavaco Silva reeleito Presidente da República Para um mandato de 5 anos e vencedor em todos os distritos do País, incluindo as Regiões autónomas dos Açores e da Madeira 52,94% “Serei Presidente de Por- tugal inteiro, sem excepção. Cumprirei o que prometi” “Serei um referencial de confiança, estabilidade e solidariedade.” “A vitória de hoje é também a vitória da verdade sobre a calúnia.” “A honra venceu a infâmia e a qualidade da demo- cracia ganhou com esta vitória da dignidade.” “Foi o povo que, demo- craticamente, os derrotou. Uma vez mais, o povo por- tuguês não se deixou en- ganar. Venceram os que acreditam em Portugal.” “Dedico a minha vitória aos jovens, futuro da nossa pátria.” Cavaco Silva, no discurso da vitória Página 5 Acabada a propaganda eleitoral e eleito o Presidente da Re- pública para um novo mandato, deixo o silêncio para que me remeti, deixando campo aberto aos candidatos, aos políticos partidários e aos cidadãos sem responsabilidades na hierarquia da Igreja. Como todos os acontecimentos e toda a história deixam o seu rasto, positivo ou negativo, não me coibo de exprimir agora os meus pensamentos e senti- mentos acerca do combate eleitoral dos candidatos. Pela primeira vez, vitória também no Distrito de Beja

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27 de Janeiro de 2011

27Janeiro2011

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃDirector: ALBERTO GERALDES BATISTA Preço 0,50 € c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

2350-999 TORRES NOVASTAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno LXXXII – N.º 4094

No rescaldodas eleiçõespresidenciaisAntónio Vitalino, Bispo de Beja

Nota Pastoral

Aníbal Cavaco Silvareeleito Presidente da República

Para um mandato de 5 anos e vencedor em todos os distritos do País, incluindo as Regiõesautónomas dos Açores e da Madeira

52,94%

“Serei Presidente de Por-tugal inteiro, sem excepção.Cumprirei o que prometi”

“Serei um referencial deconfiança, estabilidade esolidariedade.”

“A vitória de hoje é tambéma vitória da verdade sobre acalúnia.”

“A honra venceu a infâmiae a qualidade da demo-cracia ganhou com esta

vitória da dignidade.”

“Foi o povo que, demo-craticamente, os derrotou.Uma vez mais, o povo por-tuguês não se deixou en-ganar. Venceram os queacreditam em Portugal.”

“Dedico a minha vitória aosjovens, futuro da nossapátria.”

Cavaco Silva,no discurso da vitória

Página 5

Acabada a propaganda eleitorale eleito o Presidente da Re-pública para um novo mandato,deixo o silêncio para que meremeti, deixando campo abertoaos candidatos, aos políticospartidários e aos cidadãos semresponsabilidades na hierarquiada Igreja.Como todos os acontecimentose toda a história deixam o seurasto, positivo ou negativo, nãome coibo de exprimir agora osmeus pensamentos e senti-mentos acerca do combateeleitoral dos candidatos.

Pela primeira vez, vitória também no Distrito de Beja

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27 de Janeiro de 2011RELIGIÃO2 – Notícias de Beja

Depois das três figuras poucoconhecidas aqui sintetizadas nasemana passada, que ilustraram asIgrejas do Oriente e do Ocidentena Alta Idade Média, sintetizamoshoje outras quatro da mesma época,que ilustraram as Igrejas da Ger-mânia e dos Povos Eslavos.

Rábano MauroBento XVI começa por dizer queeste monge foi verdadeiramenteextraordinário pela sua invulgarcapacidade de trabalho e pelocuidado que teve em trazer a culturados antigos sábios aos temposdifíceis da Alta Idade Média.Nasceu em Mogúncia (Germânia)por volta de 780. Muito novo,entrou no célebre mosteiro deFulda e aí se especializou no estudoda Sagrada Escritura, dos Padresda Igreja e dos Decretos pontifícios.A fama da sua cultura chamou-o apreceptor dos príncipes da CorteCarolíngia e, pouco depois, a sereleito bispo de Mogúncia.As suas obras enchem seis volu-mes da Patrologia Latina de Migne.Além dos comentários a quasetodos os livros do Antigo e doNovo Testamento, Raban Mauro

foi exímio no que se refere à Liturgia,atribuindo-se-lhe o célebre hinoVeni Creator Spiritus. Com grandesentido estético, cuidou da ilus-tração dos livros sagrados combelas iluminuras, convencido deque a fé é vivida por todo o nossoser, «espírito, alma e corpo». Foitambém particularmente sensível aoproblema da penitência, devendo-se-lhe alguns «Penitenciários»dirigidos aos clérigos, aos mongese aos simples fiéis.

João Scot ErígenaNatural da Irlanda, onde nasceu porvolta de 800, passou a viver muitocedo na França Carolíngia, onde sededicou ao estudo da Patrística,tanto grega como latina, traduzindopara latim boa parte dos PadresGregos, especialmente de DionísioAreopagita.O seu platonismo radical, emboranão tendo saído da ortodoxia,prejudicou o sucesso das suasobras. No entanto aquelas quechegaram até nós revelam a profun-didade do seu pensamento, nomea-damente no que se refere à harmoniaentre a verdade revelada na SagradaEscritura e a verdade da razãonatural. O que é necessário éprocurar à luz da fé, dom de Deus,o sentido muitas vezes escondidonos textos inspirados, o que não éfácil e exige espírito de fé e hu-mildade. O Santo Padre terminaapelando aos fiéis a que assimpensem e procedam.

S. Cirilo e S. MetódioIrmãos de sangue, ficaram nahistória como «Apóstolos dosEslavos», tendo sido declaradospor João Paulo II em 1980 co-padroeiros da Europa, juntamentecom S Bento.

Lemos para os nossos leitores (XLI)

As catequeses de Bento XVI (XIX)Cirilo, inicialmente chamado Cons-tantino, nasceu em Tessalónica porvolta de 826. Aos 14 anos foi para acorte de Consrtantinopla, para aí teruma educação de tipo universitário.Recusando um bom casamento,recebeu as ordens sacras e foiadmitido como bibliotecário doPatriarcado. Ainda procurou orecolhimento dum mosteiro, mas,ao descobrirem a sua erudição, tevede se dedicar ao ensino das ciên-cias profanas e sagradas.Entretanto, Miguel, seu irmão desangue 15 anos mais velho, depoisduma curta carreira administrativa,retirou-se para um mosteiro noMonte Olímpio, na Bitínia, onderecebeu o nome de Metódio. Entu-siasmado com o seu exemplo, Ciriloretirou-se para o mesmo mosteiro,dedicando-se ao estudo e à oração.Passados uns anos, o governoimperial encarregou-os duma mis-são na Crimeia, onde tiveram oca-sião para aprender o hebreu. Anosdepois, por ordem do Imperador,passaram à Morávia, para cate-quizar a população convertida aocristianismo. Foi aqui que os doisirmãos, verificando a dificuldade emtranscrever em caracteres gregos alíngua eslava, inventaram o alfa-beto que passou a chamar-secirílico.Numa ida a Roma obter do Papaaprovação para o seu trabalho,apostólico, Cirilo, gravementedoente, faleceu, e Metódio foisagrado bispo, voltando para aMorávia e a Panónia (actual Hun-gria) com a missão de organizar aIgreja nessas paragens da EuropaOriental.

+ Manuel Franco Falcão,Bispo emérito de Beja

IV Domingo doTempo Comum

Ano A30 de Janeiro de 2011

Jesus propõe a todos aqueles que deram a resposta da fé,comprometendo-se a segui-l’O, um ideal de vida, pelo qual se tornarãoperfeitos, como perfeito é o Pai, estabelecendo nas Bem-aventurançasos princípios que devem animar esse ideal. Mais do que normas morais,as Bem-aventuranças são “ideias-força”, com as quais Jesus quermudar a mentalidade, os critérios e as tabelas de valores, em ordem àaquisição das disposições necessárias a quem deseja entrar no SeuReino. Por isso, elas são para todos os cristãos. Constituem para todosindicação segura da meta para a qual devemos caminhar.

Não é de todo novidade o que o Senhor nos vai dizer no Evangelho aoproclamar as bem-aventuranças. Já no Antigo Testamento, como vemosnesta leitura, Deus Se revela como particularmente amigo dos pobrese humildes, daqueles que para Ele se voltam, O procuram, não seinstalando orgulhosamente na sua auto-confiança, porque reconhecemque só no nome de Deus encontram a salvação.

Leitura da Profecia de Sofonias

Procurai o Senhor, vós todos os humildes da terra, que obedeceis aosseus mandamentos. Procurai a justiça, procurai a humildade; talvezencontreis protecção no dia da ira do Senhor. Só deixarei ficar no meiode ti um povo pobre e humilde, que buscará refúgio no nome do Senhor.O resto de Israel não voltará a cometer injustiças, não tornará a dizermentiras, nem mais se encontrará na sua boca uma língua enganadora.Por isso, terão pastagem e repouso, sem ninguém que os perturbe.

A maneira como a Igreja primitiva olhava para si própria, como sepode ver por esta passagem do Apóstolo, está na mesma linha daapontada na leitura anterior e da que vai ser proclamada ainda maisclaramente no Evangelho: Deus olha particularmente para os humildes,e, com eles, realiza as maiores e mais maravilhosas acções; assimneles mais se revela o poder da sua graça.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos: Vede quem sois vós, os que Deus chamou:Não há muitos sábios, naturalmente falando, nem muitos influentes,nem muitos bem-nascidos.Mas Deus escolheu o que é louco aos olhos do mundo para confundiros sábios; escolheu o que é vil e desprezível, o que nada vale aos olhosdo mundo, para reduzir a nada aquilo que vale, a fim de que nenhumacriatura se possa gloriar diante de Deus.É por Ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual Se tornou para nóssabedoria de Deus, justiça, santidade e redenção.Deste modo, conforme está escrito, «quem se gloria deve gloriar-se noSenhor».

As “bem-aventuranças” são o princípio do chamado “Sermão daMontanha”. Nelas está resumido todo o espírito do Evangelho, anova maneira de olhar para o mundo. Bem-aventurados aqueles quesabem encontrar a felicidade na fé com que olham para as coisas epara as circunstâncias da vida.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se.Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo:«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dosCéus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serãosaciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarãomisericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão aDeus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamadosfilhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amorda justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados sereis,quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo,disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grandenos Céus a vossa recompensa».

I Leitura Sof 2, 3; 3, 12-13

1 Cor 1, 26-31II Leitura

Mt 5, 1-12aEvangelho

Salmo Responsarial Salmo 145 (146)

Refrão: Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reinodos Céus.

A Leitura Orante da Palavra de DeusUm dos métodos de abordagembíblica mais conhecidos, mais acon-selhados e frutuosamente seguidoe celebrado é a pedagogia da LectioDivina (lê-se Leccio Divina), aLeitura Orante da Palavra de Deus.Numa Pastoral de 1993, o CardealMartini, Arcebispo de Milão, que nacélebre missão popular da suaDiocese fundou milhares de Assem-bleias de Lectio Divina, afirmou quenão conhecia outro meio e estratégiapara que a velha Europa vença osefeitos nefastos do consumismo esecularismo.Segundo Orígenes a Lectio Divinajá era praticada no século III pelosmonges da Tebaida e foi incremen-tada pelos Padres da Igreja.Na Idade Média confrontaram-sedois métodos de abordagem à Sa-grada Escritura:- A Lectio Escolástica, ou seja leituratécnica da Sagrada Escritura e tendiapara a “disputácio”, a disputa oudebate entre docentes e alunos, queprevaleceu no século XIII.- A “Lectio Divina” praticada nosmosteiros, também conhecida por“Lectio monástica”, que tendia paraa meditação e oração e visava a união

do ser humano com Deus e o bemespiritual do crente.O Papa S. Gregório Magno, quegovernou a Igreja de 590 a 604, eramonge e para ela não bastava apenaso conhecimento material da SagradaEscritura. Esta depunha sementes nocoração do crente e alimentava a vidacontemplativa na liberdade doEspírito. Por isso, cultivou e legou àIgreja o primado da Palavra de Deus,compendiada na “Lectio Divina”,que era uma leitura interiorizada esapiencial de “unção”, “gosto,“sabor”, “delícias. No seu segui-mento S. Bernardo, afirmava:“Não tive tanto a intenção de exporo Evangelho, como de aproveitar aocasião para, a partir do Evangelho,falar daquilo que me deleitava expor”.No século XII as Ordens mendi-cantes foram beber à Lectio Divina osegredo e o carisma das suas regrasmonásticas. Contudo, no séculoposterior, a leitura monástica viria aser oficialmente vencida pela Teo-logia Escolástica.No século XVI a leitura orante daBíblia, nem sequer era fomentada nosconventos e nos mosteiros e foi umdos factores mais perversos da

Contra Reforma. A leitura da Bíbliaera suspeita e cheirava a “livreexame”, o direito a acreditar só noque a nossa razão individual podeverificar. Uma censura moral, forte-mente inspirada pelo jansenismo,proibia a leitura dos textos bíblicosjulgados “indecentes”.Santa Teresa de Ávila e SantaTeresinha, separadas por três sécu-los, não puderam ler a Bíblia emvernáculo para seu uso pessoal. In-sistia-se apenas na leitura espiritual.As disputas entre protestantes ecatólicos criaram uma desconfiançavelada em relação à Escritura. Osprimeiros distinguiam-se pela pr-omoção e leitura em vernáculo daBíblia esquecendo a Tradição. Porsua vez,, os católicos refugiaram-sena Tradição e na Eucaristia.A leitura da Bíblia em latim, a defi-ciente preparação bíblica dos presbí-teros, o criticismo do século dasLuzes, o século XVII e posterior-mente o século XIX, até meados doséculo XX, também não favoreceramo estudo da Bíblia. O conhecimentobíblico bate no fundo.

António Aparício

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27 de Janeiro de 2011 OPINIÃO Notícias de Beja – 3

Veio-me cair às mãos um velhoprovérbio hindu que diz assim: “Um livro aberto é um cérebro quefala; fechado, é um amigo queespera; esquecido, uma alma queperdoa; destruído, um coração quechora”.O mundo não está perdido de todoenquanto se dão prémios famosos,tanto aos cientistas, inventores einvestigadores, obreiros da paz,como aos escritores. Esperamosque a contestação que se gera, porvezes, à volta da escolha dosgalardoados, não venha a atingiros campos seleccionados, mor-mente dos escritores, dada a poucaatenção que as novas gerações, emgeral, e não só, vêm dando à leitura.Se formos a avaliar o muito que sepublica, ficaremos pensando que selê muito, que se lê de tudo, que aspessoas estão ficando cada diamais ilustradas e cultas. Porém, nãoparece ser essa a verdade.Muitos jovens portugueses, queesgotaram os anos de escolaridadee até passaram pelas universidades,têm uma cultura geral muito pobre,exprimem-se com grande dificul-

Leitura, uma paixão que abre horizontes de vida

dade, escrevem com erros, vivemfechados em campos limitados e sótêm horizontes on-line. Seria inte-ressante fazer-se uma avaliação dointeresse pela leitura, dos re-sultados das bibliotecas itinerantese das que abrem, por esse país fora,sobretudo nas autarquias, e vertambém quem aparece numa bi-blioteca a pedir livros, para ler alémdos interesses momentâneos detrabalhos a preparar, mas por

vontade de se cultivar e instruir.É verdade que muita gente novatem à mão a Internet e não precisade se deslocar. Porém, a leitura emlugar público é, também, umaocasião para conviver, partilhar,aprender, ensinar. O livro que secomenta com outra pessoa quetambém já o leu, proporciona umaocasião mais enriquecedora, poisum leitor pode ter visto e fixado oque ao outro escapou e seria do

seu interesse. Assim se dá sentidoe verdade à expressão popular deque “livros são amigos”.O esforço da escolarização nãoparece ser acompanhado do es-forço por dar a quem anda naescola, o gosto e alegria do saber edo querer saber mais. Não faltagente com diploma que se queixade não ter tempo para ler coisasnovas e nem mesmo para ler eestudar o que diz respeito à sua vidaprofissional. A vida tem prioridades. Deus noslivre das pessoas de uma só ideia,e essa muitas vezes já estratificada,e da gente que, para ganhar maisdinheiro, descuida aperfeiçoar-se eactualizar-se.A sociedade torna-se superficial ebanal quando o interesse da maioriase fica pela leitura de revistas cor-de-rosa e pelos enredos da tele-novela. Quem se lembra de pôr emsalas de espera de consultório,onde se esperam horas, pequenoslivros e revistas que vão além dafofoquice à qual não faltam inte-ressados especialistas? Um outro aspecto curioso é ver o

grau de cultura e de saber, tendoem conta as respostas ouvidas emconcursos de televisão e de rádio,nos quais até a ignorância sepremeia. Há dias ouvi um jovemdizer num destes concursos que oprimeiro Presidente da República aseguir ao 25 de Abril foi Salazar…A pergunta já envolvia três hipó-teses de resposta. Nem assim. Sebem o recordamos, uma das pri-meiras preocupações de algunsheróis de Abril foi fazer fogueirascom os livros das bibliotecasescolares e não só destas.Não faltam iniciativas de fóruns deleitura comentada e de filmes vistosem comum. Mas é preciso que hajamais e sejam acessíveis às pessoasmenos instruídas. Há sempre genteque espera a sua hora, a hora dosseus direitos reconhecidos, a horade ir mais longe, sem que tenha deir ao colo.

António Marcelino,Bispo emérito de Aveiro

Certifico, para fins de publicação que foilavrada neste Cartório Notarial, no dia vintee três de Novembro de dois mil e dez, defolhas uma verso a folhas quatro verso doLivro de Notas “Cento e Cinquenta e Quatro- E” escritura de Justificação, na qual:Primeiro: Jacinto Rosa Albino, viúvo,residente na Rua Eira da Pedra, número 2,Vila Nova de Milfontes, Odemira, contribuintefiscal número 153 866 675; Maria Cecíliada Silva Coelho Albino, solteira, maior,residente na Rua Eira da Pedra, número 2,Vila Nova de Milfontes, Odemira, contribuintefiscal número 153 866 683 e Ana Paula daSilva Coelho Albino, solteira, maior,residente na Rua Eira da Pedra, número 2,Vila Nova de Milfontes, Odemira, contribuintefiscal número 153 866 667;Segundo: Maria José da Costa AmadorCoelho, que também usa e é conhecida porMaria José da Cosra Amador, viúva,residente em Cerca das Bufardas, Vila Novade Milfontes, Odemira, contribuinte fiscalnúmero 104 699 990; Maria de Fátima daCosta Amador Coelho Vaz e maridoJosé Jacinto da Conceição Vaz,residentes em Cercas das Bufaradas, VilaNova de Milfontes, Odemira, contribuintesfiscais 168 574 411 e 142 273 422; MaríliaJosé da Costa Amador Coelho Pelica,casada no regime da comunhão de adquiridoscom João Manuel Pelica, residente na RuaTeófilo da Trindade, número 60, 1.º esquerdo,contribuinte fiscal número 168 574 420;Declaram que são os titulares inscritos deum Prédio Misto, denominado “Bufardas”,situado na freguesia de Vila Nova deMilfontes, concelho de Odemira, com a áreade dois hectares e três mil e quinhentosmetros quadrados, composto de culturaarvense e casas de rés-do-chão parahabitação, com superfície coberta decinquenta vírgula quinze metros quadrados,inscrito na respectiva matriz cadastral rústicasob o artigo 51 da Secção F e na matrizperdial urbana sob o artigo 215, descrito naConservatória do Registo Predial de Odemirasob o número duzentos e trinta e sete da ditafreguesia, onde se mostra registada aaquisição a seu favor, em comum e semdeterminação de parte ou direito, conformeinscrição Ap. onze de vinte de Maio de milnovecentos e oitenta e seis, por sucessãode António André Coelho e mulher Adriana

Cartório Privado de OdemiraNotária: Ana Paula Lopes António Vasques

Certificado

Publ.

Matias; Que após o falecimento daquele,ocorrido em Fevereiro de mil novecentos equarenta e oito, a viúva como meeira e osfilhos, genro e nora, procederam à partilhaverbal dos bens deixados por aquele,fraccionando aquele imóvel, em dois prédiosdistintos e autónomos, que demarcaram eadjudicaram um a cada um dos dois filhos erespectivos cônjuges: 1) Alfredo Silva Coelho,já falecido e Maria José da Costa Amador; 2)Maria José da Silva Coelho, já falecido eJacinto Rosa Albino, a saber:Um - Prédio rústico, denominado “Bufardas”,situado na freguesia de Vila Nova deMilfontes, concelho de Odemira, com a áreade um hectare e quinhentos e trinta metrosquadrados, composto de cultura arvense, aconfrontar de Norte com Monte das Bufardas,Nascente com Estrada do Porto das Barcac,Herdeiros de José Maria Rodrigues Bezerra;Sul com António Batista e Poente comFrancisco Rebelo e outros, inscrito na matrizsob a parte do artigo 51 da Secção F;Então adjudicado à filha e genro, Maria Joséda Silva Coelho e Jacinto Rosa Albino, aquelajá falecida, tendo sido declarados seus únicosherdeiros o cônjuge sobrevivo e duas filhasos ora primeiros, conforme escritura dehabilitação de herdeiros lavrada neste Cartórioa folhas trinta e três verso do Livro “Sete-C”;Dois - Prédio misto, denominado “Monte dasBufardas” situado na freguesia de Vila Novade Milfontes, concelho de Odemira, com aárea de um hectare e dois mil novecentos esetenta metros quadrados, composto decultura arvense e casas de rés-do-chão, parahabitação, com superfície coberta decinquenta vírgula quinze metros quadrados,inscrito na respectiva matriz perdial rústicasob parte do artigo 51 da Secção F e napredial urbana sob o artigo 215, a confrontarde Norte com “Bufardas”: Nascente comEstrada do Porto das Barcas, Sul com JacintoRosa Albino e Poente com Francisco Rebeloe outros;Então adjudicado ao filho e nora, Alfredo daSilva Coelho e Maria José da Costa Amador,aquele já falecido, tendo sido declarados seusúnicos herdeiros o cônjuge sobrevivo e duasfilhas, os ora segundos, conforme escriturade habilitação de herdeiros lavrada nesteCartório a folhas trinta e duas do Livro“Duzentos e Noventa e Seis - B”;Que os justificantes, não possuem qualquer

título para efectuar o registo a seu favor nacompetente Conservatória, dos prédios acimareferidos, embora desde mil novecentosequarenta e oito aqueles a quem ficaram apertencer passaram a detê-los, comodistintos e autónomos, respeitando rigoro-samente as suas estremas, demarcações edivisórias, com tal exclusividade e inde-pendência, como se de coisa sua se tratassee convicção de exercerem um direito próprio,encarregando-se da sua administração,designadamente, tratando e amanhando asterras, procedendo à sua limpeza econservação, colheita dos frutos das váriasárvores existentes, utilizando as respectivaspastagens, deles retirando todo o proveito,sendo que no que respeita ao prédio urbano,que faz parte do acima identificado comoprédio número dois, primeiro o referido Alfredoda Costa Coelho, com o seu agragado familiare posteriormente a sua viúva e filhos, aípassassem a pernoitar, a fazer as suasrefeições e a manter os seus pertences, tudoisto continua e ininterruptamente, desde hácerca de sessenta e dois anos, à vista detoda a gente com o cohecimento e oreconhecimento de toda a gente, semoposição e quem quer que fosse até àpresente data.É assim tal posse pacífica, pública e contínuae durando há mais de vinte anos, facultando-lhes a aquisição do direito de propriedadedos citados prédios por usucapião, direito aque pela sua própria natureza, não pode sercomprovado por qualquer título formalextrajudicial.Nestes termos são os primeiros, em comume sem determinação de parte ou direito,legítimos e exclusivos donos, do prédioacima identificado com o número um e ossegundos outorgantes, em comum e semdeterminação de parte ou direito, legítimos eexclusivos donos, do prédio acima identificadocom o número dois, em virtude de os teremadquirido por usucapião.Está conforme o original, nada havendo naparte omitida além ou em contrário do que secertifica.Odemira, 23 de Novembro de 2010

A NotáriaAna Paula Vasques

Sem aliança... à vistaTenho reparado, sobretudo nos tempos mais recentes, que uma razoávelmaioria de homens – políticos, artistas, autarcas, futebolistas/desportistas,quadros de empresas, bancários... – não usam nem ostentam a aliança nodedo anelar como sinal de compromisso/vínculo com alguém... no feminino.Se há figuras que (até) conhecemos em que tal atitude é um tanto esquisita –pois, socialmente, têm vínculo com alguém – outras personagens parecem-sequase como predadores em maré de ataque... sabe-se lá se social e/ouemocional/afectivo... de inocentes.Fuga ao símboloSem qualquer juízo de valor sobre quem abjurou da aliança (sinal e objecto)como símbolo de compromisso, parece que este aspecto denota uma certafuga aos sinais de compromisso na vida pública. Com efeito, vemos crescerum certo escondimento das parcelas de pertença, seja na dimensão pessoal efamiliar seja nas referências ao estado civil e ao agregado, tanto na vidacolectiva como na especificidade de grupo. Nota-se ainda que, na busca deidentidade, cresce o encobrimento da correlação entre as pessoas, sobretudo,se for na complexidade estável entre um homem e uma mulher.Os mais recentes episódios sobre um (tal) crime entre pessoas do mesmogénero trouxe à liça fantasmas mal resolvidos. Não deixa de ser revelador doestado do país aquele escarafunchar de suspeitas nesse entretino-noticiárioque teve tão pouco de sério como de menos interessante. Vivemos, de facto,em estado de colapso cultural, quando a um certo esvaziar de cinzas por umboeiro de metropolitano (na América) se torna uma espécie de acontecimentonacional... mais importante do que o nosso futuro económico-financeiro epolítico.Símbolos de fugaTem vindo a crescer a sensação – emocional, mas também intelectual – deque, em Portugal, somos especialistas em atirar ao lado, fazendo-de-contaque não é connosco, culpando os outros e, sobretudo, o Estado, de todos osmales... presentes, passados e futuros.A assumpção da culpa é algo que não faz parte, normalmente, dos geneslusitanos: nascemos, crescemos e morremos culpando os vizinhos, sacudindoa água do capote e atirando para debaixo do tapete o lixo pessoal... até quepossa ser colocado à porta dos outros.Pela complexidade do nosso ‘eu colectivo’ fomos construindo um país ondeparece que só as vitórias contam – raramente há segundos lugares, só temosprimeiros! – e nas derrotas tendemos a fugir sem despojos nem honra.Capciosamente fomo-nos especializando em viver de expedientes e não dotrabalho honesto e sério. Ardilosamente tentamos (mais ou menos conscien-temente) furar os esquemas que nos exijam esforço e competência.Veja-se a morosidade da justiça e os subterfúgios para prolongar a dúvidapara com os outros, criando suspeitas e gerando desconfiança neste pilar(essencial) da nossa convivência social. Quantas vezes se tem a sensação deque nem o mais óbvio será castigado, pois surgirá um outro habilidoso (emqualquer instância judicial) que tentará provar o contrário do mais claro!À esperaNeste ambiente mais ou menos incoerente, ousamos propor breves desafios:- Que haja verdade e seja criada confiança; Que haja sinceridade e seja geradacompreensão; Que haja lealdade e seja proposta tolerância; Que hajahonestidade e seja vivida a concordância; Que haja coerência e se viva operdão... nas pessoas, nos grupos, nas famílias e na sociedade.

António Sílvio Couto

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27 de Janeiro de 2011PATRIMÓNIO4 – Notícias de Beja

PEDRA ANGULARPÁGINA DO DEPARTAMENTODO PATRIMÓNIO HISTÓRICO EARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA

Exposição “Loci Iacobi”

Museu de Arte Sacra de Grândola abre com exposiçãoeuropeia sobre o culto de Santiago

A Paróquia de N.ª Sr.ª da Assunção,o Departamento do PatrimónioHistórico e Artístico da Diocese deBeja e o Município de Grândolatrabalharam em conjunto para arealização de um velho projectolocal: a instalação do Museu deArte Sacra. Efectivamente, a vila deGrândola possui, a despeito do quese poderia cogitar à primeira vista,um vasto e diversificado patrimónioreligioso, dos mais significativos doAlentejo, entre pintura, escultura eespécimes de artes decorativas.Este acervo alarga-se, de resto, àsparóquias rurais, onde se alinhambelos exemplares arquitectónicos eartísticos.Tudo isto desencadeou, em 2008,um movimento de entusiasmo paraa criação do Museu, que ficainstalado na histórica ermida deSão Sebastião, junto ao jardimpúblico, sítio privilegiado para osmoradores de Grândola – e para osseus muitos visitantes. A terra, talcomo o concelho, tem vindo a

registar um importante fluxo turís-tico e a existência de um pólomuseológico de qualidade contribuipara sustentar o conhecimento dopatrimónio e das tradições locais.Trata-se, aliás, de um esforço queencontra correspondência noutraigreja, São Pedro, pertencente àCâmara, onde esta irá instalar, abreve trecho, o primeiro núcleo doMuseu Municipal.Constituído o Museu de Arte Sacrade Grândola, pode dizer-se que oAlentejo Litoral fica bem ape-trechado quanto à rede museoló-gica diocesana, já que existemestruturas similares em Santiago doCacém e Sines. Para completar acobertura desse território fica afaltar apenas Odemira. É comorgulho que a Diocese de Beja,apesar da modéstia dos parcosmeios de que dispõe, tem sabido

preservar o seu património, colo-cando-o à disposição de quem opretende conhecer, em oito pe-quenos museus devidamente quali-ficados. Trata-se de um trabalhopioneiro, a nível nacional, e que temchamado a atenção da Santa Sé, daUNESCO e de outras instituiçõesde referência.A inauguração do novo núcleo terálugar, a 5 de Fevereiro, pelas 17.00horas, com a apresentação daexposição “Loci Iacobi – Lugaresde Santiago, Lieux de Saint Jac-ques”. Esta iniciativa, de dimensãoeuropeia, é da responsabilidade doDepartamento do Património daDiocese e está inserida no projectodo mesmo nome, em que participamorganismos de referência do Cami-nho de Santiago: a Xunta deGalicia, governo da Galiza, atravésda Secretaria-Geral para o Turismoda Conselheria (Ministério) daCultura e Turismo; o Departamentodo Património; e a Communautéd’Agglomération (Comunidade

Urbana) du Puy-en-Velay, capital doHaute-Loire e ponto de partida deum dos principais itinerários doCaminho em França.

Uma exposição comobras-primas da arte

ocidental “Loci Iacobi” oferece uma pers-pectiva da origem, do desenvolvi-mento e da irradiação do Caminhode Santiago em Espanha, Portugale França, através de três dezenasde obras de arte pertencentes ainstituições destes países, comdestaque para o Museo das Pere-grinacións e de Santiago, sediadoem Compostela, para o MuséeCrouzatier, de Puy-en-Velay, e paradiversos museus do Alentejo. É desalientar o cuidado posto na es-colha deste precioso conjunto de

peças pela Comissão Científica daexposição, que integra Bieito PérezOuteiriño, José António Falcão eGéraldine Dabrigeon.Entre as obras provenientes daGaliza salienta-se uma escultura emprata, realizada no México duranteo séc. XVIII, que representa a“Sagrada Família Peregrina”, assi-nalando um momento alto da artecolonial. É a primeira vez que seapresenta ao público, tendo sidopropositadamente restaurada paraesta exposição, privilégio que oAlentejo fica a dever ao Museo dasPeregrinacións. Não é menos exem-plar o núcleo de tábuas flamengase castelhanas dos sécs. XVI-XVII,incluindo obras de renomadospintores de Bruxelas, Bruges eMadrid. São também merecedorasde um olhar atento as insígniasassociadas à devoção dos antigosperegrinos, como o colar talhadoem azeviche – matéria-prima muitocaracterística das oficinas artísticascompostelanas – ou a colher com arepresentação do apóstolo San-tiago Maior.A contribuição das instituições deFrança inclui, além de uma famosa“Virgem Negra”, émula da imagemde Nossa Senhora que se veneravana catedral de Puy-en-Velay e foidestruída durante a RevoluçãoFrancesa (1789), algumas obras degrande valor histórico e artístico. Éo caso de duas “conchas de pere-grino”, ou seja, vieiras, encontradasnas escavações de uma das princi-pais praças da cidade. Curiosa étambém uma interpretação modernado tema de Notre-Dame de Puy, emcerâmica vidrada, por MarcellinSabatier (1932). Entre outras peçasdignas de referência cabe salientaro painel “Igrejas do Caminho deSantiago”, panorâmica realizada em2007 por Arnaud Frich, mestre dafotografia francesa actual.

O Alentejoem destaque

Não escasseiam, na Diocese deBeja, os testemunhos do culto de

Santiago e da peregrinação por elesustentada. Para a exposição “LociIacobi” foram escolhidas, atravésde um crivo rigoroso, peças deprimeiríssima ordem, que trans-mitem uma noção clara, mas aberta,da importância do patrimónioregional, como é timbre do trabalhodo Departamento do Património. Osmuseus de Arte Sacra de Santiagodo Cacém, Moura e Beja forneceramum contingente relevante de peças,incluindo obras de colecçõesparticulares em depósito ou pro-venientes de igrejas.No primeiro caso, são de destacarum “Santiago Apóstolo”, a grafitesobre papel, datado de 1819, doexcelente artista alemão Egid vonKobell, um dos corifeus do Roman-tismo na Baviera, ou a deliciosapintura que representa “Os Pere-grinos Galantes”, da escola fran-cesa do séc. XVIII. Frisamos o factode serem peças maiores, que hon-ram a participação portuguesa naexposição. Quanto às obras dosacervos diocesanos, cabe assinalaro poderoso “Santiago” da antigacolegiada do mesmo nome, em Beja,peça mutilada por muitos anos deabandono, mas que recobrou o seuesplendor após criteriosa inter-venção de restauro.Os responsáveis por “Loci Iacobi”,em obediência à orientação adop-tada há anos pelo Departamento doPatrimónio Histórico e Artístico,apostam no diálogo com a criaçãocontemporânea. “El Matador”,surpreendente reinterpretação daiconografia jacobeia, encomendadaa Joana Vasconcelos pelo Museude Arte Sacra de Santiago doCacém (2007), assume posição derealce no contexto da mostra,sendo uma das peças de maiorvigor. Importa salientar, no entanto,duas outras peças contemporâneasdeveras significativas.

Começamos por um cartoon daautoria de Luís Afonso, intitulado“Caminhos de Santiago”, de 2010.O artista, natural de Aljustrel,colaborador regular do jornal Paíse da revista Visão, entre outrosmeios de comunicação, é um dosmais brilhantes “caroonistas”portugueses, associando a agu-deza do juízo crítico, digno de umRaphael Bordallo Pinheiro, a umnotável talento plástico. É a pri-meira vez que uma obra com estascaracterísticas participa numaexposição de arte sacra, o que seregista com grande interesse.Não lhe fica atrás uma gigantescafotografia (2 m x 2 m), intitulada“Porta do Paraíso”, de FranciscoBorba, também de 2010. Esta portaé, na realidade, uma fechadura deuma instalação agrícola, no Sul donosso país, que foi destruída a tiropara dela furtarem equipamentos derega. Relembrando a parábolaevangélica da “porta estreita”,Francisco Borba, artista-fotógrafoque se caracteriza pelo preciosismotécnico e pela escolha ecléctica dostemas, parte da couraça destruídade um mecanismo para propor umareflexão sobre os caminhos edescaminhos da sociedade dosnossos dias. Trata-se de umaimagem de enorme impacto, que fazmeditar.A exposição “Loci Iacobi” estarápatente em Grândola até 21 deMarço, seguindo depois paraFrança, onde será apresentadanuma das mais recentes estruturasmuseológicas desse país, o Hôtel-Dieu (antigo hospital dos pere-grinos) de Puy-en-Velay, contíguoà catedral da mesma cidade erecentemente reabilitado por JeanMichel Willemotte, um dos íconesda arquitectura francesa.

Ana Santos

Sagrada Família Peregrina (Museodas Peregrinacións, Compostela)

Os Peregrinos Galantes (Tesouro da Colegiada de Santiago do Cacém)

Conchas de peregrino da época medieval (Musée Crouzatier, Puy-en-Velay)

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27 de Janeiro de 2011 DIOCESE Notícias de Beja – 5

Nota Pastoral

Acabada a propaganda eleitoral eeleito o Presidente da Repúblicapara um novo mandato, deixo osilêncio para que me remeti, dei-xando campo aberto aos candi-datos, aos políticos partidários eaos cidadãos sem responsabili-dades na hierarquia da Igreja.Como todos os acontecimentos etoda a história deixam o seu rasto,positivo ou negativo, não me coibode exprimir agora os meus pensa-mentos e sentimentos acerca docombate eleitoral dos candidatos.Em primeiro lugar, felicito a todospor se terem exposto ao combate,se o fizeram para o bem comum dopaís, que precisa de bons gover-nantes e representantes. Masdeixem que exprima o meu descon-tentamento pelo tempo que per-deram e nos fizeram perder, aobombardear-nos com quesílias dopassado pessoal dos adversáriose ao modo como reagiram os direc-tamente atingidos, como se quemacusa não tivesse também telhadosde vidro e quem é acusado sejulgasse superior aos outros ou atéimaculado ou limpo de qualquermácula no seu passado. A boaprática dos cristãos fala-nos de quetodos precisamos de conversão ede perdão. Por isso começamossempre a nossa oração, implorandoo perdão dos nossos pecados, semapontar o dedo aos outros, masbatendo no próprio peito. Quemnão tiver pecado, que atire aprimeira pedra, disse Jesus aosacusadores da mulher adúltera. Ediz o trecho evangélico que todosse foram retirando, a começar pelosmais velhos. Eu diria, a começar

No rescaldodas eleições presidenciais

pelos mais coerentes e verdadeiros.Em segundo lugar, teria sido bemmais útil ao país que os candidatos,reconhecendo que no passado nemsempre foram coerentes ou perce-beram a evolução errada da nossasociedade e das políticas do país,mas que, no presente e no próximofuturo, discernindo os erros come-tidos, se iriam empenhar, de acordocom as suas competências, com-preensão e possibilidades do paíse do mundo, em apontar para rumosde verdade, de justiça e do pro-gresso possível, mesmo que issopusesse em causa os interessespessoais e do grupo de amigos. Paraalém de generalidades, especial-mente na área económica e finan-ceira e de algum apontamento deocasião mais concreto, sobretudoquando as comitivas se deparavamcom movimentos de protesto, nãopercebi que os candidatos tivessemmanifestado o que pensam a esserespeito.Em terceiro lugar, embora não fosseo governo do país que estava emcausa, teria sido importante mostraro desacordo das políticas que nosconduziram à presente situação. Opoder executivo pertence ao go-verno. Mas os cidadãos e muitomais os candidatos à mais altamagistratura do país devem, emtempo de campanha eleitoral, dizerclaramente o que pensam, para queos cidadãos se sintam bem repre-sentados nesse candidato e porisso lhe possam dar o seu voto,mesmo que em democracia tenha-mos de respeitar quem pensadiferente e toma outras posições.Esta falta de clareza e de verdade

nas afirmações e posições doscandidatos levou à vitória daabstenção. Embora eu seja parti-dário do dever cívico de votar,mesmo que não nos revejamosinteiramente em nenhum dos can-didatos, por estes e outros motivoscompreendo o desinteresse damaioria dos meus concidadãos.Tenho pena que assim seja.Faço votos para que tiremos asilações deste acto eleitoral e nospróximos nos empenhemos todos,uns candidatando-se pelo amor aopovo e ao bem comum, desde quepara isso se preparem com muitotrabalho, muita reflexão sobre ascausas dos desvarios, outrosdiscernindo e apoiando os can-didatos, não por interesses ideo-lógicos ou de grupo, mas porquese revêem neles pela verdade,humildade, dedicação, coerência,inteligência e capacidade paragovernar e apontar rumos naconcretização do bem comum.Os cristãos e a hierarquia da Igrejanão se podem pôr de parte nesteprocesso de clarificação. Todostemos obrigação de colaborar parao bem do país, apontando asinjustiças e a corrupção de quemse serve do poder para proveitopróprio.Com a liturgia do domingo daseleições, também eu suspiro pelaluz e salvação que vem da con-versão e da boa nova do Reino deCristo, para que o povo que vivenas trevas veja o caminho certo eseguro e se disponha a trilhá-lo.Até para a semana, se Deus quiser

† António Vitalino, Bispo de Beja

Domingo, 30 de Janeiro, das 15 às 18h00, no Centro Pastoral deBeja (Seminário), convocada pelo nosso Bispo

Assembleia magna dos cristãosdo Arciprestado de Beja para“Repensar juntos a pastoral da

Igreja em Portugal”1. Os cristãos e os valores que os caracterizam são hoje postos àprova e chamados a intervir em condições novas e difíceis. Fica-nos, muitas vezes, a sensação de sermos uma Igreja frágil numasociedade frágil. Mas é nesta situação que precisamos de estar certosde que o poder de Deus actua na Igreja, como actuou na vida dosapóstolos, dentro e através da sua fragilidade.

2. As inquietações e interpelações feitas à Igreja no tempo presenteconduzem-nos à necessidade de um discernimento espiritual quenos permita ver o que Jesus Cristo espera de nós através destasinquietações e provações. Como compreender e avaliar as resistênciasda cultura ambiente à Tradição cristã? O que fazer para fazer face aum crescimento da indiferença em relação à fé e do desafecto emrelação à Igreja?

3. É preciso enfrentar as provas da missão a partir da fé e da suadinâmica interna, da identidade cristã e da novidade da Graça em vezde procurar e denunciar obstáculos externos aos quais respondercom critérios e estratégias pontuais de defesa ou contra-ataque.

4. Campos de prova mais urgentes em ordem à missão:4.1 O campo da transmissão da fé na sociedade secularizada pede:atenção às circunstâncias que possibilitam o acesso à fé, como sejamo pedido de baptismo para o filho, a possibilidade dos paisdespertarem para a fé através da catequese dos filhos até ao diálogocultural; uma revisão da iniciação e da formação cristãs que levem auma verdadeira experiência de encontro com Cristo; uma resposta àsede e à necessidade de espiritualidade, que por sua vez alimenta acomunhão e a missão da Igreja.

4.2 O campo da presença da Igreja na sociedade pede: atenção aoacolhimento, à cultura enquanto orientação ou forma de vida de umpovo e expressão do desenvolvimento da pessoa nas diversasvertentes e à caridade de proximidade aos mais frágeis e vulneráveis.

4.3 O campo das realidades antropológicas exige: um estudoelementar da existência cristã, com as questões sobre a vida, o amorhumano, o sofrimento, a morte, a confiança e a esperança, o sentidoda vida.

4.4 O campo da comunidade cristã requer: uma reconfiguração ereorganização da paróquia na base da comunhão e da co-responsabilidade dos vários carismas, serviços, ministérios emovimentos e na base da integração numa unidade mais vasta (porex. no arciprestado) através de um trabalho em rede.

5. Algumas atitudes espirituais a encorajar5.1 Acolher a situação de secularismo e de indiferença como apeloao discernimento, à formação e ao testemunho cristão;

5.2 Praticar o diálogo dentro e fora da Igreja, a escuta, a proximidade,o estilo sinodal de caminhar juntos, recolher as intuições pastoraisque surjam;

5.3 Cultivar um estilo de vida cristão que possa ser interpelador;

5.4 Dar um lugar particular à espiritualidade e à oração;

5.5 Manifestar a visibilidade sacramental da Igreja. A visibilidadeespecífica da Igreja é de carácter sacramental e não de espectáculomediático.Requer pois que tudo o que a Igreja faz se torne acontecimentoenvolvente e deixe transparecer o que a anima na sua profundidade;

5.6 Formar comunidades fraternas e missionárias onde se viva acomunhão e o impulso apostólico;

5.7 Aprender a praticar a esperança cristã: a abertura ao invisível deDeus, à confiança no seu Amor que inspira a confiança na vida, nabondade da vida e motiva os compromissos firmes e permanentesno meio da cultura da precariedade.

+ António Marto, Bispo de Leiria-Fátima (Adaptado)

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No começo do ano, as pessoasrevestem-se dos seus melhoressentimentos e desejam o maiorbem uns aos outros.Pus-me a reparar, no início de2011, sobre o que desejavamnão só uns aos outros de vivavoz, mas no que se escreveu aeste propósito nos jornais e sedisse na rádio e televisão,tendo prestado particular aten-ção aos inquéritos de rua pelasua espontaneidade.Todos reconheceram o valor ea necessidade da paz. Os pró-prios papas, dos últimos anos,introduziram a tradição dedirigir ao mundo, no dia 1 deJaneiro, uma mensagem sobrea paz.Vejamos o que pensavam dapaz aqueles que observei. Con-cluí que, no geral, referiram apaz como ausência de guerra,de violência e da morte.Raramente foram até ao res-peito pela dignidade da pessoae pelos seus inalienáveisdireitos.De facto a paz exige que cadapessoa se respeite a si própriae promova o seu equilibradodesenvolvimento; que hajaigual preocupação para comtodos os seus semelhantescombatendo a descriminação,a intolerância e a exclusão; quecolabore na aproximação dosdesavindos e que chegue aincluir neste respeito e de-dicação a própria naturezacriada também por Deus. A pazuniversal, para existir, exigetodos estes cuidados.Os cientistas explicam que osatropelos graves provocadospelos seres humanos na natu-reza causam desequilíbriosdramáticos da mais variadaespécie. Já se fizeram algunsprogressos quanto ao respeitopela natureza mas os paísesmais poderosos do mundoestão a entravar que se vá maislonge.O progresso efectuado nadescoberta da paz como umvalor de raríssimo valor, anima-nos a esperar tempos de maiorharmonia e concórdia. É que há-de ser a humanidade inteira agarantir a paz verdadeira.

João Alves,Bispo emérito de Coimbra

Última coluna

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Pedimos encarecidamente aos assinantes em débito quesatisfaçam, o mais breve possível, a sua dívida do ano de2010 e, também, a doutros anos anteriores que porventuraainda estejam em atraso.Já que pelo correio as cobranças ficam sempre dispendiosas,quem preferir pode pagar por transferência bancária atravésdo NIB 001000003641821000130.Pedimos que, ao enviarem por transferência bancária, aimportância da assinatura, identifiquem sempre a origem e apessoa a que diz respeito a conta enviada.Neste momento não conseguimos identificar os assinantes aquem se refere o pagamento enviado por: João ManuelSantos Almeida, Maria Lurdes Antunes Coelho, CarlaMartins e João Oliveira Machado.

“Os cristãos são, actualmente, ogrupo religioso que padece o maiornúmero de perseguições devido àprópria fé” diz Bento XVI, na suaMensagem para o Dia da Paz.Para um não crente poderá parecermais uma daquelas afirmações“queixinhas” de um líder religioso.Mas não é, pois BHL (Bernard-Henry Lévy), talvez o mais con-troverso e mediático dos “novosfilósofos”, um não-cristão, denun-cia a “ola de fobia” (onda de fobia),que ocorre por todo o mundo, soba forma de ataques violentos,perseguições e morte, concluindocom duas perguntas: “É admissívelo assassinato quando as vítimassão os fiéis do “papa alemão”? Épermitido oprimir, humilhar, torturarem nome de outra guerra de civi-lizações, não menos odiosa que aprimeira? Não. Nestes temposdevemos defender os cristãos”.Estamos, pois, a assistir a uma cruelperseguição aos cristãos. Isto nãodeve fazer-nos esquecer o queoutras confissões religiosas eminorias étnicas estão a sofrer.Antes, deve sensibilizar-nos aindamais para essas degradações dacondição humana. Simplesmente,neste momento, há uma perse-guição violenta e cruenta contra oscristãos e não parece ser objectode grandes preocupações, como omesmo BHL acusa noutro artigo:“Enquanto o anti-semitismo éconsiderado um crime e os pre-conceitos anti-árabes ou anti-ciganos são estigmatizados, aviolenta fobia anticristã que per-corre o mundo não parece terqualquer resposta”. Os cristãos não deviam estranharesta situação, de que o próprioJesus foi vítima e que nos apontouaté como sinal da autenticidadecristã: “Felizes sereis quando vosinsultarem, vos perseguirem e,mentido, disserem todo o génerode calúnias, por minha causa.Exultai e alegrai-vos, porque gran-de será nos Céus a vossa recom-

Registado

Os ataques ao Cristianismo

pensa” (Mt 5, 11-12). Mas estaatitude interior não justifica que nãolutemos por uma sociedade em quea liberdade religiosa seja reco-nhecida, defendida e promovidacomo um direito fundamental detodos. Não somos masoquistas,mas queremos lutar pela liberdadereligiosa, mesmo que isso signi-fique sofrimento, perseguição oumorte. Ao fazê-lo estamos a tornar asociedade mais humana e a pessoamais pessoa. Só com a liberdade deconsciência é que a pessoa se poderealizar em plenitude. E liberdade deconsciência significa que há umespaço interior que ninguém podeviolar como tão bem mostra o “Daia César o que é de César…”: osCésares não têm legitimidade paraviolentar a minha consciência. Nemmesmo o Magistério da Igreja, poisfoi Pedro, o primeiro “chefe” daIgreja, quem definiu este “dogma”fundamental: “É mais importanteobedecer a Deus do que aoshomens” (Act 5,29).Aqui, Deus pode traduzir-se sim-plesmente por consciência (GS 16)e a frase passa a ter um valoruniversal, Até, porque Deus “nãofaz acepção de pessoas” (Act10,34). Há, no entanto, outrasformas mais subtis de perseguiçãoou desconsideração religiosa,como são os esforços para a “priva-tizar” a fé. Ora é a minha fé que

marca profundamente a minhamaneira de ser e de actuar. Comodiz o Papa, “na liberdade religiosaexprime-se a especificidade dapessoa “ (1). Como cidadão, actuosegundo a minha mundividência,como a actuação do ateu ou doagnóstico também depende dassuas munfividências. Portanto é tão legítima a dimensãopública da fé, como o é a do ateísmoou a do agnosticismo. Além disso,poderemos ainda olhar por outraperspectiva: as religiões são tam-bém movimentos culturais, cujoscontributos têm moldado as socie-dades e a própria humanidade.Como recorda o Papa: “Inegável éa contribuição que as religiõesprestam à sociedade. São nume-rosas as instituições caritativas eculturais que atestam o papelconstrutivo dos crentes na vidasocial. Ainda mais importante é acontribuição ética da religião noâmbito político. Tal contribuiçãonão deveria ser marginalizada ouproibida, mas vista como válidaajuda para a promoção do bemcomum.” (6)Mas há uma outra “privatização dafé” mais preocupante, porque nãose resolve por legislação ou porreflexões filosóficas, mas porque éinterna à própria Igreja católica. Hámuitos católicos que resumem avivência da sua fé no ir à missa,mandar os filhos à catequese e dar

migalhas das suas sobras para umaqualquer instituição. O seu com-portamento, muitas vezes exemplar,resulta do facto de serem “boas”pessoas, cumpridores das respon-sabilidades familiares e profissio-nais e não (tanto) do seu encontrocom Jesus Cristo: “No início do sercristão, não há uma decisão éticaou uma grande ideia, mas o en-contro com um acontecimento, comuma Pessoa que dá à vida um novohorizonte e, desta forma, o rumodecisivo” (DCE 1).Ora Jesus disse-nos que “Não é oque diz ‘Senhor, Senhor’ que en-trará no Reino dos Céus” (Mt 7,22)e que os sinais do Reino (Mt 11,4-6) decorrem dos critérios indis-pensáveis para entrar nele: dar pãoe água, visitar os doentes e ospresos, acolher os estrangeiros, …(Mt 25,34ss). Portanto, estamos aprivatizar a nossa fé, isto é, a fechá-la dentro das paredes das igrejas,sempre que não lutamos, em nomede Jesus Cristo, que vamos conhe-cendo pela Catequese e nos ali-menta na Eucaristia, por uma socie-dade mais justa, mais solidária, maisfraterna, mais humana. É isto e nãovistosas procissões ou públicasvias-sacras que desprivatizam anossa fé.“Repensar juntos a pastoral emPortugal” é uma boa altura pararesponder às questões: que mu-danças na Catequese e nas homi-lias? Que alterações na celebraçãoda beleza do nosso Deus? Comoviver e praticar a espiritualidade dosamaritano a que tanto apelouPaulo VI no final do Concílio? Comover a presença real de Jesus nosoutros, especialmente nos quesofrem, nos famintos, nas pros-titutas, nos drogados e em todosesses “mal-comportados” que, deum modo geral, comunidadescristãs e sociedade civil tendem a“varrer para baixo do tapete”?

José Dias da Silva“Correio de Coimbra”, 13.01.2011

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27 de Janeiro de 2011 Notícias de Beja – 7PUBLICIDADE

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Dr. Rui Miguel CondutoCARDIOLOGISTA

Certifico, para fins de publicação, que no diadoze de Janeiro do ano dois mil e onze, noCartório Notarial de Ourique, a folhas noventae nove e seguintes do Livro de Notas paraEscrituras Diversas número Quarenta e Dois-D, se encontra exarada uma escritura deJustificação, na qual Deolinda Maria, solteira,maior, natural da freguesia de Santana daSerra, concelho de Ourique, onde reside noMonte do Rio Torto, NIF 151 514 062, sedeclara dona e legítima possuidora, comexclusão de outrém, do seguinte prédio:Prédio rústico, denominado, “Portela Baixa”,sito na freguesia de Santana da Serra,concelho de Ourique, composto de culturaarvense e montado de sobro, com a área decinquenta e seis mil metros quadrados, aconfrontar do norte com José Agostinho, dosul com Inácio Valério, do nascente comManuel Felisberto e do poente com herdeirosde Manuel Francisco, inscrito na respectivamatriz dob parte do artigo 61 da secção BB,a que atribui o valor de seis mil euros, adestacar do prédio rústico, denominado“Portela Baixa”, sito na freguesia de Santanada Serra, concelho de Ourique, composto decultura arvense e montado de sobro, inscritona matriz sob o artigo 61 secçâo BB, dareferida freguesia, descrito na Conservatóriado Registo Predial sob o número milseiscentose cinquenta e nove - Santana daSerra, onde se encontra inscrita a aquisição,a seu favor, na proporção de seis/décimos,conforme apresentações quatro e cinco,ambas de dezasseis de Maio de milnovecentos e setenta e nove e na proporçãopde quatro/décimos a favor de Inácio ManuelValério, conforme apresentações seis e setede dezasseis de Maio de mil novecentos esetenta e nove.Que este referido prédio pertencia a ManuelInácio, que também usava Manuel InácioValério, falecido em três de Outubro de milnovecentos e setenta e dois, em Silves,natural da freguesia de Santana da Serra,concelho de Ourique, onde residis no Montedo Perogaçanito, no estado de casado, emprimeira e únicas núpcias de ambos e segundoo regime da comunhão geral de bens comMaria Inácio, sem testamento ou qualqueroutra disposição de última vontade, tendo-lhe sucedido como herdeiros legitimários, os

filhos, Deolinda Maria; Maria Antónia Valério;e Inácio Manuel Valério.Que no dia quatro de Outubro de milnovecentos e setenta e oito os identificadosherdeiros, juntamente com a viúva, MariaInácia, outorgaram a escritura de Par-tilha, Doação e Divisão, na qual foi adjudicadoà referida Maria Inácia, metade indivisa doprédio atrás identificado, à Deolinda Maria,três/décimos indivisos e ao Inácio ManuelValério, dois/décimos do mesmo prédio. Quepor essa mesma escritura referida MariaInácia Doou, com reserva de usufrutovitalício, à Deolinda Maria três/décimos dessedito prédio e ao Inácio Manuel Valério, dois/décimos do mesmo prédio.Que no ano de mil novecentos e setenta eoito, em data que não pode precisar, oscomproprietários, Deolinda Maria e InácioManuel Valério, dividiram verbalmente o ditoprédio, procedendo posteriormente à suadivisão material, demarcando-o da forma entereles acordada e dividindo-o em duas parcelas,sendo uma constituída por um prédio rústico,denominado “Portela Baixa”, sito na freguesiade Santana da Serra, concelho de Ourique,composto de cultura arvense e montado desobro, com a área de cinquenta e seis milmetros quadrados, a confrintar do norte comJosé Agostinho, do sul com Inácio Valério,do nascente com Manuel Felisberto e dopoente com herdeiros de Manuel Francisco,que ficou a pertencer a Deolinda Maria eoutra constituída por um prédio rústico,denominado “Portela Baixa”, sito na freguesiade Santana da Serra, concelho de Ourique,composto de cultura arvense e montado desobro, com a área de onze mil duzentos ecinquenta metros quadrados, a confrontardo norte com Deolinda Maria, do sul comManuel Luís Estevens, do nascente comManuel Felisberto e do poente com herdeirosde Manuel Francisco, que ficou a pertencera Inácio Manuel Valério.Que os comproprietários não ficaram a disporde título válido para o registo dos prédiosque, respectivamente, lhes ficaram apertencer nos ternos da divisão efectuada,tendo entrado de imediato na posse dosmesmos, mas inexistindo qualquer títuloformal que comprove essa divisão meramenteverbal.

Na sequência de tal divisão, a primeiraoutorgante, Deolinda Maria, passou a detero prédio a justificar como prédio distinto eautónomo, respeitando rigorosamente assuas estremas, demarcações edivisórias,com total exclusividade independência,como se de coisa sua exclusivamente setratasse.Que o prédio com a área de cinquenta e seismil metros quadrados veio à posse deDeolinda Maria na sequência das sucessivasininterruptas transmissões mortis causa eintervivos, todas devidamente tituladas, emresultado das quais foi reconhecida comoproprietária, com exclusão dos restantes, deseis/décimos do prédio descrito na Con-servatória do Registo Predial de Ourique sobo número de mil seiscentos e cinquenta enove - Santana da Serra, mas a verdade éque nunca exerceu esse direito emcompropriedade com outro titular, mas semprecomo única titular do direito que ora pretendeautonomizar.Que tem usufruido como distinto e autónomo,dele, retirando todo o proveito, fazendo-o naconvicção de exercer um direito próprio,plantando árvores, colhendo frutos, culti-vando a terra, efectuando as limpezasnecessárias, há mais de trinta e um anos,ininterruptamente, com conhecimento de todaa gente e sem oposição de ninguém,respeitando as demarcações, estremas edivisórias.É, assim, tal posse pacífica, pública,contínua e de boa fé, durante há mais devinte anos, facultando a aquisição depropriedade do identificado prédio porusucapião, direito que pela sua próprianatureza não pode ser comprovado porqualquer título fornal extrajudicial.Nestes termos, e não tendo qualquer outrapossibilidade de levar o seu direito ao registo,vem justificá-lo nos termos legais.Foi dado cumprimento ao disposto no artigo99º nºs 1 e 7 do Código do Notariado.Está conforme o original.Cartório Notarial de Ourique, da Notária, MariaVitória Amaro, aos doze de Janeiro de 2011

A NotáriaMaria Vitória Amaro

Cartório NotarialMaria Vitória Amaro - Notária de Ourique

Certificado

Publ.

Cartório NotarialMaria Vitória Amaro - Notária de Ourique

Certificado

Publ.

Certifico, para fins de publicação, que no diadoze de Janeiro do ano dois mil e onze, noCartório Notarial de Ourique, a folhas centoe duas e seguintes, do Livro de Notas paraEscrituras Diversas número Quarenta e Dois- D, se encontra exarada uma escritura deJustificação, na qual Inácio Manuel Valério,solteiro, maior, natural da freguesia deSantana da Serra, concelho de Ourique, ondereside no Monte do Perogaçanito, NIF 119021 030, se declara dono e legítimo possuidor,com exclusão de outrém, do seguinte prédio:Prédio rústico, denominado “Portela Baixa”,sito na freguesia de Santana da Serra,concelho de Ourique, composto de culturaarvense e montado de sobro, com a área deonze mil duzentos e cinquenta metrosquadrados, a confrontar do norte comDeolonda Maria, do sul com Manuel LuísEstevens, do nascente com ManuelFelisberto e do poente com herdeiros deManuel Francisco, inscrito na matriz sob aparte do artigo 61 da secção BB, a que atribuio valor de quatro mil euros, a destacar doprédio rústico, denominado “Portela Baixa”,sito na freguesia de Santana da Serra,concelho de Ourique, composto de culturaarvense e montado de sobro, inscrito namatriz sob o artigo 61 da secção BB, nareferida freguesia descrito na Conservatória

do registo Predial de Ourique sob o númeromil seiscentos e cinquenta e nove - Santanada Serra.Que este referido prédio pertencia a ManuelInácio, que também usava Manuel InácioValério, falecido em três de Outubro de milnovecentos e setenta e dois, em Silves,natural da freguesia de Santana da Serra,concelho de Ourique, onde residia no Montedo Perogaçanito, no estado de casado, emprimeira e únicas núpcias de ambos e segundoo regime da comunhão geral de bens comMaria Inácio, sem testamento ou qualqueroutra disposição de última vontade, tendo-lhe sucedido como herdeiros legitimários, osfilhos Deolonda Maria; Maria Antónia Valério;e Inácio Manuel Valério.Que no dia quatro de outubro de milnovecentos e setenta e oito os identificadosherdeiros, juntamente com a viúva, MariaInácia, outorgaram a escritura de Partilha,Doação e Divisão, lavrada no extinto CartórioNotarial de Ourique, a folhas oitenta e trêsverso e seguintes, do Livro de Notas paraEscrituras Diversas número A - Vinte e Oito,na qual foi adjudicado à referida Maria Inácia,metade indivisa do prédio atrás identificado,à Deolinda Maria, três/décimos indivisos eao Inácio Manuel Valério, dois/décimos domesmo prédio. Que por essa mesma escritura

a referida Maria Inácia doou, com reserva deusufruto vitalício, à Deolinda Maria três/décimos dito prédio e ao Inácio Manuel valério,dois/décimos do mesmo prédio.Que no ano de mil novecentos e setenta eoito, em data que não pode precisar, oscomproprietários, Deolinda Maria e InácioManuel Valério, dividiram o dito prédio,procedendo posteriormente à sua divisãomaterial, demarcando-o da forma entre elesacordada e dividindo-o em duas parcelas,sendo uma constituída por um prédio rústico,denominado “Portela Baixa”, sito na freguesiade Santana da Serra, concelho de Ourique,composto de cultura arvense e montado desobro, com a área de cinquenta e seis milmetros quadrados, a confrontar do norte comJosé Agostinho, do sul com Inácio ManuelValério, do nascente com Manuel Felisbertoe do poente com herdeiros de ManuelFrancisco, que ficou a pertencer a DeolindaMaria e outra constituída por um prédiorústico, denominado “Portela Baixa”, sito nafreguesia de Santana da Serra, concelho deOurique, composto de cultura arvense emontado de sobro, com a área de onze milduzentos e cinquenta metros quadrados, aconfrontar do norte com Deolinda Maria, dosul com Manuel Luís Esteven, do nascentecom Manuel Felisberto e do poente com

herdeiros de Manuel Francisco, que ficou apertencer a Inácio Manuel Valério.Que os comproprietários não ficaram a disporde título válido para o registo dos prédiosque, respectivamente, lhes ficaram apertencer nos termos da divisão efectuada,tendo entrado de imediato na posse dosmesmos, mas inexistindo qualquer títuloformal que comprove essa divisão meramenteverbal. Na sequência de tal divisão, o InácioManuel Valério, passou a deter o prédio ajustificar como prédio distinto e autónomo,respeitando rigorosamente as suas demar-cações e divisórias, com total exclusividadee independência, como se de coisa suaexclusivamente se tratasse.Que o prédio com a área de onze milduzentos e cinquenta metros quadrados veioà posse de Inácio Manuel Valério na sequênciadas sucessivas e ininterruptas transmissõesmortis causa e intervivos, todas devidamentetituladas, em resultado das quais foireconhecido como proprietário, com exclusãodos restantes, e quatro/décimos do prédiodescrito na Conservatória do Registo Predialde Ourique sob o número mil seiscentos ecinquenta e nove - Santana da Serra, mas averdade é que nunca exerceu esse direitoem compropriedade com outro titular, massempre como único titular do direito que ora

pretende autonomizar. Que tem usufruído oprédio como distinto e autónomo, deleretirando todo o proveito, fazendo-o naconvicção de exerecer um direito próprio,plantando árvores, colhendo frutos, culti-vando a terra, efectuando as limpezasnecessárias, há mais de trinta e um anos,ininterruptamente, com conhecimento de todaa gente e sem oposição de ninguém,respeitando as demarcações, estremas edivisórias.É, assim, tal posse pacífica, contínua e deboa fé, durante há mais de vinte anos,facultando a aquisição do direito depropriedade do identificado prédio porusucapião, direito que pela sua próprianatureza não pode ser comprovado porqualquer título formal extrajudicial.Nestes termos, e não tendo qualquer outrapossibilidade de levar o seu direito ao registo,vem justificá-lo nos termos legais.Foi dado cumprimento ao disposto no artigo99º nºs 1 e 7 do Código do Notariado.

Está conforme o original.Cartório Notarial de Ourique, da Notária, MariaVitória Amaro, aos doze de Janeiro de 2011.

A NotáriaMaria Vitória Amaro

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27 de Janeiro de 2011ÚLTIMA PÁGINA

DesteMundo

e doOutro

Curiosidades

Os cristãos, nestes tempos dedeclarada ou de surda hostilidadecontra a fé, não podem abdicar dasua identidade. Seria de muito maugosto.É importante a opinião que osoutros têm de nós, para a elabo-ração das nossas convicções emesmo para a ideia que temos denós próprios. Sem apoios do meioambiente, só homens e mulherescom uma grande personalidade ecapacidade crítica é que poderãoconservar a sua identidade, inclu-sive a religiosa, e vivê-la comentusiasmo e desassombro.Não falta hoje na Europa, apesarda sua inegável matriz cristã,animosidade contra os crisãos. Senão chegam a ser perseguidos, sãoostracizados com olímpica indi-ferença ou descarado desdém.Vejam os ventos que sopram deBruxelas e, por favor, não digam quesão um infeliz acaso.A Comissão Europeia vai fazer umaerrata à agenda escolar que dis-tribuiu por 3,2 milhões de estu-dantes de toda a Europa. A agenda,que custou a Bruxelas mais decinco milhões de euros, assinalatodas as festas religiosas judaicas,islâmicas e outras, mas não ascristãs, como o Natal e a Páscoa, oque causou inúmeros protestos.Uma das indignações foi a doministro francês dos AssuntosEuropeus, Laurent Wauquiez, quese manifestou incomodado com adecisão de Bruxelas.A Comissão das Conferência Epis-copais da União Europeia (COMECE) também criticou a ComissãoEuropeia por se esquecer de incluiras celebrações cristãs naquelaagenda escolar. “O Natal e a Páscasão festas muito importantes paramilhões de cristãos e europeus.Trata-se de uma omissão estranha.Espero que não tenha sido inten-cional” referiu Johanna Touzel,porta-voz do COMECE.“Gritos de ira contra uma Europaque nega as suas raízes cistãs” foiuma manchete divulgada pela“Rádio Vaticano” ao noticiar osprotestos de várias personalidadesque denunciam “o desapareci-mento dos feriados cristãos daagenda da Comissão Europeia”.Há quem tema que o cristianismodesapareça das arcas da tecno-cracia de Bruxelas e caia no limboda ignorância colectiva de quem jánão preza sequer as suas raízes.Contra o incompreensível e inacei-

A cadeia da vidaO rico e o pobre são duas pessoas;O soldado defende os dois;O contribuinte paga para os trêsO operário trabalha para os quatro;O vadio come dos cinco;O capitalista explora os seis;O advogado vive dos sete;O bêbado ri-se dos oito;O padre absolve os nove;O médico trata os dez;O cangalheiro enterra os onze.

*Num centro comercial, dois alente-janos aproximam-se de um mapaonde lêem a inscrição: “Vocês estáaqui.” Eles olham um para o outrocom atenção e um deles diz:- Ó compadri... Eles estão a falar dequal de nós?

*O melhor:- Pedrinho, quem é o melhor da tuaturma?- É o Horácio: já assobia com doisdedos e salta a secretária de umpu-lo só.

*A mãe, vendo o filho meter a mãono nariz, perguntou:- Então, Carlitos, o que é isso?- Não é nada, mãe, estava só a coçara cabeça por dentro.

Alberto Batista

A história do desporto rei

A história do desporto rei

Comissão Europeia“esqueceu-se”

das festas cristãs

A história do desporto rei

Bom Humor

tável esquecimento, foi lançadauma petição para ser assinadaonline por cidadãos europeus,com versões em francês e inglês(veja-se http://agendaeurope.fr).

Recordes estranhos

* Um Jaguar X16 conseguiu ficarligado por 866 horas 44 minutos e54 segundos (cerca de 36 dias), semqualquer problema.* O inglês Tom Shufflebotham éencantador de minhocas, em 30minutos conseguiu atrair nadamenos que 511 destes animais parafora da terra.* A maior piscina do mundo tem480 metros de comprimento e estásituada na cidae marroquina deCasablanca.* As tarântolas chegam a viver maisde 30 anos.* A ptydaena oxyrhynchus, umapequena rã, consegue atingir umamarca de 10,03 metros no triplosalto.* Em apenas quatro minutos, obritânico Dean Gould conseguiulamber 450 selos!* O indiano Kumar Jha conseguiupassar 71 horas e 40 minutosconsecutivos equilibrando-se numsó pé.* O filme Emmanuelle esteve emexibição consecutiva em Parisdurante 10 anos e 32 semanas!* A maior corrente jamais feita comclips, media 31,7 quilómetros decomprimento.* O general Charles de Gaule, naaltura presidente de França, foi opolítico que sofreu mais tentativasde assassinato. Foram 31 casos, emmenos de duas décadas.* Em apenas onze meses, o brasi-leiro José Ferreira da Silva percorreu85 148 km de scooter.* A viagem de taxi mais cara de quehá memória custou 64 336 dólarese levou o passageiro de Londres(Inglaterra) à Cidado do Cabo.

Lei da cegonhaAntigamente causavam grandeimpressão aos gregos os cuidadosternos e afectuosos que os filhosdas cegonhas nutrem pelos pais.As cegonhas, quando envelhecem,perdem as penas. Então os filhos,num rasgo de abnegação, despo-jam-se de parte da sua penugempara os aquecer e de parte daquiloque caçam para os alimentar.Fundada e inspirada neste peloexemplo, os gregos instituiram a “leida cegonha”, pela qual incenti-vavam os filhos a proteger os pais,

quando velhos.

A causa do orvalhoO orvalho é formado por umagrande quantidade de gotas deágua que se depositam sobre asplantas, particularmente depois dasnoites deliciosas e transparentes.A sua causa é simples: devido à suarelação com a terra, as plantas têmelevado poder de emissão, isto é,expandem rapidamente o seu calor(a clorofila contribui igualmentepara a irradiação), pelo que, damesma maneira, esfriam tambémmais rapidamente do que o ar queas cerca. Ora, o ar contém uma certaquantidade de humidade, seja emque tempo for, em estado de vapor.Assim, a temperatura da camada dear imediatamente vizinha torna-sebaiza, e a condensação do vaporde água porduz-se sobre as plantasnuma multidão de finas gotas. Nãose deve confundir o orvalho, quese produz nas noites claras, com aneblina que, caindo lentamente,cobre igualmente as plantas comgotas de água.

Cavaco Silva enalteceu, no dis-curso da vitória, na noite de 23 deJaneiro, a “vitória da dignidade”contra as calúnias. E salientou queterá uma “magistratura activa”baseada na confiança e solidarie-dade “sem abdicar de nenhum dospoderes que a constituição meconfere.”Serei um referencial de confiança,estabilidade e solidariedade semabdicar de nenhum dos poderes quea constituição me confere”, subli-nhou no discurso de vitória nestaseleições Presidenciais, CavacoSilva, onde conseguiu mais de52,94% dos votos.“Exercerei uma magistratura activacooperando com todos os órgãosde soberania para a defesa de todosos grandes objectivos estratégicosnacionais”, com as prioridades aserem “o combate ao flagelo dodesemprego, a contenção do endi-vidamento e o reforço da compe-titividade da nossa economia.”Cavaco apelou aos jovens para que“lutem pelo futuro”, assegurou quefará ouvir a sua voz em defesa dosmais desprotegidos, como os refor-mados e as classes mais pobres.Garantiu que vai lutar pelo ensino epara que a ninguém falte cuidadosde saúde.“Estarei ao lado dos portuguesesque não se resignam”.Cavaco Silva espera que os “jovensreencontrem motivos para acreditarem Portugal” dedicou a vitória dehoje “ao futuro da nossa pátria.”Mas sublinhou que “é grande emuito exigente a tarefa que temos àfrente”, uma “situação que nos traznovos desafios que devemosenfrentar juntos e com grandedeterminação.”

Cavaco Silva no discurso da vitória

“Os vencidos foram ospolíticos que preferiram ocaminho da mentira e da

calúnia.”

Cavaco Silva salientou que ganhou“em todas os distritos de Portugal,incluindo nas Regiões Autónomasdos Açores e da Madeira.”“Os portugueses falaram e disseramcom clareza quem queriam comoPresidente da República” e por isso“farei tudo para justificar a confiançaque em mim depositaram.”“Portugal estará sempre primeiro”,salientou.Esta “campanha decorreu em con-dições muito difíceis. Não é tempopara recordar com o os candidatostentaram denegrir a minha imagem”,mas “os portugueses souberam verde que lado estava a verdade. Econdenaram expressivamente umaforma de fazer política que é impró-pria de uma democracia adulta econsolidada.”“Não é tempo de recordar a formacomo os adversários tentaramdenegrir o meu carácter.A dignidadee o respeito que deve envolver aeleição presidencial não foramrespeitados”, declarou.“A vitória de hoje é também a vitóriada verdade sobre a calúnia”, reiteroureferindo-se às declarações e acu-sações de que foi alvo por parte deoutros candidatos à Presidência daRepública, nomeadamente da sualigação com o BPN e a SLN. Esta é“uma vitoria da dignidade.”Cavaco Silva deixou, ainda, umapalavra sobre os problemas quedecorreram hoje nas assembleias devoto por causa do cartão do cida-dão. Por isso saudou aqueles que“querendo votar não o puderamfazer por razões burocráticas”. Esalientou: “A nossa democraciatambém se constrói criando condi-ções para o exercício efectivo dodireito de voto”.