SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ … · Com Emanuela Nicoli (Harpa) e Filipa Lopes...

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9 janeiro 2020 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4499 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Concerto de Natal na Catedral de Beja No dia 27 de dezembro último, pelas 21.00 horas, na Sé de Beja, teve início um Concerto de Natal, promovido pela Câmara Municipal de Beja. Com Emanuela Nicoli (Harpa) e Filipa Lopes (Soprano), este Angelicus Duo, durante uma hora, ofereceu aos presentes um extraordinário espetáculo musical, digno do tempo de Natal. As hábeis mãos de Emanuela Nicoli, à Harpa, e a voz de Filipa Lopes, conquistaram o público que, num respeitoso e profundo silêncio, interrompido para aplaudir, escutaram atentamente clássicas peças: Ave Maria (Schubert), Ave Maria (Caccini), Canon (Pachelbel), Laudate Dominum (Mozart). Domine Deus (Vivaldi), The little fountain (S.Pratt), Panis Angelicus (César Franck), Sonata (Krumpholtz), Allegro (moderato), (Romanze), Tempo di minuetto (en rondó), Silent Night (Gruber), Nocturne (M.Glinka), Adeste Fideles (A Garden N.Gustavson) e Ave Maria (Gounod). Natal 2019 na Sé de Beja O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aque- les que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar! Na cidade de Beja, o Natal foi celebrado nas diferentes Paró- quias, com exceção de Santa Maria da Feira, que o celebrou em conjunto com Santiago Maior (Igreja Catedral). D. João Marcos, bispo de Beja, na celebração do Natal, presidiu às Eucaristias da Noite e do Dia de Natal, respe- tivamente, com início às 22h 30m e 11h 30m, na Igreja Catedral Na Missa da Noite de Natal, D. João Marcos, apoiado no texto de Isaías (!ª Leitura) referiu: Aquele povo que andava nas trevas e viu uma grande luz, foi o povo de Israel no cativeiro de Babilónia, fomos nós, queridos irmãos e irmãs, antes de conhe- cermos Jesus, e ainda são hoje muitos dos nossos contempo- râneos que nunca viram res- plandecer, em seus corações, a luz d’Aquele que é a luz do mundo, Cristo, Nosso Salvador e Senhor”. Pensando neste Alentejo pouco povoado, D. João Marcos quis alertar as famílias sobre a “menta- lidade errada que nos leva a identificar a felicidade com a possibilidade de obtermos maior abundância de bens materiais e maior prazer, ou seja, o viver para nós mesmos” que fecha as famílias ao dom da vida. E con- tinuou: “Sem filhos não haverá futuro. Sem filhos, a companhia que podereis ter na vossa velhice será a solidão. Penso em vós que, por diversos motivos, estais sós neste Natal. Também para vós, Cristo, o Deus connosco, nasceu. Acolhei-O com humilde con- fiança, e a Sua alegria, a alegria verdadeira, vos visitará”. Os estrangeiros, a trabalhar no Alen- tejo, também não foram esque- cidos. O presépio convida-nos a “acolhê-los com amor”. Na Homilia do Dia de Natal D. João Marcos, refletindo e atua- lizando a Palavra, fez um apelo muito direto que, tomado a sério, frutificaria abundantemente em favor da ação missionária da Igreja: “Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará. Desperta, Igreja de Beja, levanta-te de entre os mortos, celebra e anun- cia Cristo teu Senhor e Mestre, e com o clarão da Sua luz ilumi- narás os habitantes da terra alentejana!” No final da Eucaristia, o senhor Bispo almoçou, na Casa Epis- copal, com um grupo de Padres, residentes na cidade, que con- vidou para a sua mesa. Página 7 Bispo de Beja dá posse aos Corpos Sociais da Confraria de Nossa Senhora do Castelo de Aljustrel

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9 de janeiro de 2020

9janeiro2020

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4499

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Concerto de Natalna Catedral de Beja

No dia 27 de dezembro último, pelas 21.00 horas, na Sé de Beja, teveinício um Concerto de Natal, promovido pela Câmara Municipal deBeja.Com Emanuela Nicoli (Harpa) e Filipa Lopes (Soprano), este AngelicusDuo, durante uma hora, ofereceu aos presentes um extraordinárioespetáculo musical, digno do tempo de Natal. As hábeis mãos deEmanuela Nicoli, à Harpa, e a voz de Filipa Lopes, conquistaram opúblico que, num respeitoso e profundo silêncio, interrompido paraaplaudir, escutaram atentamente clássicas peças: Ave Maria(Schubert), Ave Maria (Caccini), Canon (Pachelbel), Laudate Dominum(Mozart). Domine Deus (Vivaldi), The little fountain (S.Pratt), PanisAngelicus(César Franck), Sonata (Krumpholtz), Allegro (moderato), (Romanze),Tempo di minuetto (en rondó), Silent Night (Gruber), Nocturne(M.Glinka), Adeste Fideles (A Garden N.Gustavson) e Ave Maria(Gounod).

Natal 2019 na Sé de Beja

O povo que andava nas trevasviu uma grande luz; para aque-les que habitavam nas sombrasda morte uma luz começou abrilhar!Na cidade de Beja, o Natal foicelebrado nas diferentes Paró-quias, com exceção de SantaMaria da Feira, que o celebrouem conjunto com Santiago Maior(Igreja Catedral). D. João Marcos,bispo de Beja, na celebração doNatal, presidiu às Eucaristias daNoite e do Dia de Natal, respe-tivamente, com início às 22h 30m

e 11h 30m, na Igreja CatedralNa Missa da Noite de Natal, D.João Marcos, apoiado no textode Isaías (!ª Leitura) referiu:

“Aquele povo que andava nastrevas e viu uma grande luz, foio povo de Israel no cativeiro deBabilónia, fomos nós, queridosirmãos e irmãs, antes de conhe-cermos Jesus, e ainda são hojemuitos dos nossos contempo-râneos que nunca viram res-plandecer, em seus corações, aluz d’Aquele que é a luz do

mundo, Cristo, Nosso Salvadore Senhor”.

Pensando neste Alentejo poucopovoado, D. João Marcos quisalertar as famílias sobre a “menta-lidade errada que nos leva aidentificar a felicidade com apossibilidade de obtermos maiorabundância de bens materiais emaior prazer, ou seja, o viverpara nós mesmos” que fecha asfamílias ao dom da vida. E con-tinuou: “Sem filhos não haveráfuturo. Sem filhos, a companhiaque podereis ter na vossa velhiceserá a solidão. Penso em vós que,por diversos motivos, estais sósneste Natal. Também para vós,Cristo, o Deus connosco, nasceu.Acolhei-O com humilde con-fiança, e a Sua alegria, a alegriaverdadeira, vos visitará”. Osestrangeiros, a trabalhar no Alen-tejo, também não foram esque-cidos. O presépio convida-nos a“acolhê-los com amor”.Na Homilia do Dia de Natal D.João Marcos, refletindo e atua-lizando a Palavra, fez um apelomuito direto que, tomado a sério,frutificaria abundantemente emfavor da ação missionária daIgreja: “Desperta, tu que dormes,levanta-te de entre os mortos eCristo te iluminará. Desperta,Igreja de Beja, levanta-te deentre os mortos, celebra e anun-cia Cristo teu Senhor e Mestre, ecom o clarão da Sua luz ilumi-narás os habitantes da terraalentejana!”No final da Eucaristia, o senhorBispo almoçou, na Casa Epis-copal, com um grupo de Padres,residentes na cidade, que con-vidou para a sua mesa.

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Bispo de Bejadá posse aos CorposSociais da Confraria

de Nossa Senhorado Castelode Aljustrel

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9 de janeiro de 2020SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

Depois doNatal

De uma forma ou outra, a hu-manidade celebrou ou, pelomenos, foi espectadora da Festado Natal.É belo abrir-se à vida, amar e seramado, fazer novos projetos,apresentar algo de diferente everdadeiramente novo nummundo cansado e envelhecidopela vida sempre igual e pelasmuitas lutas ou guerras entre oshomens.Oxalá o Natal nos tenha com-prometido de tal modo que opossamos prolongar ao longodo ano, depois de terminada afesta ruidosa, folclórica e comer-cializada. Para que o espírito doNatal não morra rapidamentecomo uma flor, numa huma-nidade inquieta e preocupada,é necessária a capacidade paraadmirar e contemplar o mistérioda vida que se manifesta emcada criança que é gerada noventre materno. Respeitar, pro-mover e optar sempre pela vidahá de garantir-nos uma pro-funda sensibilidade perante ospobres e todos os que sofrem,não para deles falarmos emocasiões de conveniência oupolitiquice barata, mas antes

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

com uma profunda compaixão,vendo-os ao mesmo tempo que“estremecemos” nos nossoscorações, sendo constante-mente movidos em atos deamor, até que o seu sofrimentoseja vencido, ou ao menosminimizado. Fixemos nossoolhar na vida que começou nopresépio de Belém e que devecontinuar a crescer e ama-durecer em frutos de paz, noamor e na justiça.Depois do Natal, os augúriosde um próspero Ano Novo Oque nos aguarda no ano 2020?A melhor forma de nos enga-narmos é querer prever ofuturo. Como crente, aguarda-nos o que Deus quer e tambémnós quisermos, assumindo anossa própria responsabi-lidade. Não entreguemos àsorte benfazeja, nem tampoucoàs modas, o futuro das novasgerações. Neste mundo derelações frias e ameaçadoras,há jovens com vontade e forçapara abraçar projetos de vidaexigentes.Face aos falsos messias quejulgam garantir a paz com aameaça de que estão pre-parados para a guerra, prefirocontinuar a acreditar de quevencerá a vontade de nãoutilizar as armas porque so-mente pelo diálogo se encon-trará a solução para os con-flitos. Neste Novo Ano, agorainiciado, faço votos de que elecontribua para que nas nossasfamílias, no país e na hu-manidade se deem “passos degingante” em direção à justiça,solidariedade e verdadeira paz.

A PAZ COMO CAMINHO DE ESPERANÇA Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz sobre a mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz

A Comissão Nacional Justiça ePaz quer, através desta nota,chamar a atenção para a opor-tunidade da mensagem do Papapara o 53º Dia Mundial da Paz(celebrado a 1 de janeiro de 2020),mensagem que tem por título: APaz como Caminho de Espe-rança: Diálogo, Reconciliaçãoe Conversão Ecológica.Assim, queremos destacar, emespecial. alguns aspetos dessamensagem

- A paz autêntica, sólida e dura-doura, não é um simples equi-líbrio de forças, nem pode as-sentar na dissuasão, na des-confiança, na ameaça ou no medode retaliações. A segurança quepossa decorrer da dissuasãonuclear, do chamado “equilíbriodo terror” (assente no medo quedecorre do perigo e ameaça deuma aniquilação total e recí-proca) será sempre ilusória. Asexpectativas de superação dacorrida aos armamentos surgidascom o fim da “guerra fria” não setêm concretizado. Daí que a SantaSé, tal como as Comissões Jus-tiça e Paz europeias e norte-americana, tenham saudado oTratado internacional que, sob aégide da O.N.U., visa a aboliçãototal da posse de armas nu-cleares. Aspirar a essa aboliçãototal, o que supõe um desar-mamento multilateral e con-trolado, não pode ser uma utopia,porque é uma exigência de segu-rança e de paz autêntica.

- A paz supõe a reconciliação, a

todos os níveis, o das relaçõespessoais, como o das relaçõesentre grupos e povos. A recon-ciliação implica «romper a es-piral da vingança e empreendero caminho da esperança». Talsignifica que: «O outro nunca háde ser circunscrito ao que possater dito ou feito, mas deve serconsiderado pela promessa quetraz em si mesmo».

- A paz assenta na justiça e«nunca haverá paz verdadeirase não formos capazes de con-struir um sistema económicomais justo». Relembrando aencíclica Caritas in Veritate, doPapa Bento XVI, a mensagemafirma que a justiça do sistemaeconómico exige «a progressivaabertura, em contexto mundial,a formas de atividade económicacaracterizadas por quotas degratuidade e comunhão».

- Para a construção da pazcontribui a conversão ecológica.Os resultados da cimeira deMadrid, sobre o combate àsalterações climáticas, a muitosdececionaram, desde o secre-tário-geral da O.N.U. às orga-nizações da sociedade civil (in-cluindo as católicas) que sededicam a essa causa. Tal si-gnifica que a necessária mudançade mentalidades que a conversãoecológica supõe ainda não che-gou a muitos responsáveis po-líticos. Essa conversão devepartir da vida quotidiana de cadaum de nós. A conversão eco-lógica de que fala a mensagem

decorre, para os crentes, de umavisão alargada do amor a Deus eao próximo. Um amor que reco-nhece a bondade dos dons dacriação e a solidariedade paracom as gerações futuras. Afirmaa mensagem, nessa linha: «osrecursos naturais, as nume-rosas formas de vida e a pró-pria Terra foram-nos confiadospara serem “cultivados e guar-dados” (cf. Gn 2, 15) também paraas gerações futuras, com a par-ticipação responsável e diligentede cada um. Além disso, temosnecessidade duma mudança nasconvicções e na perspetiva, quenos abra mais ao encontro com ooutro e à receção do dom dacriação, que reflete a beleza e asabedoria do seu Artífice». A con-versão ecológica «leva-nos a umanova perspetiva sobre a vida,considerando a generosidade doCriador que nos deu a Terra enos chama à jubilosa sobriedadeda partilha».

A mensagem contém um vibranteapelo à esperança: «Não seobtém a paz se não a esperamos.Trata-se, antes de mais, de acre-ditar na possibilidade da paz,de crer que o outro tem a mesmanecessidade de paz que nós.Nisto, pode inspirar-nos o amorde Deus por cada um de nós,amor libertador, ilimitado, gra-tuito, incansável.»É este apelo à esperança quetambém a CNJP quer dirigir atodos neste início do ano de 2020.

A Comissão Nacional Justiça e Paz

A semana anual de oração pelaunidade dos cristãos, que unemilhões de pessoas de váriasIgrejas, entre 18 e 25 de janeiro,vai recordar em 2020 os migran-tes e refugiados que são vítimasde naufrágios no Mediterrâneo.A reflexão é proposta pelascomunidades cristãs do arqui-pélago maltês, a partir do relatobíblico do naufrágio de SãoPaulo II (século I), que o levouaté à ilha de Malta, onde,segundo o livro dos Atos dosApóstolos, foi tratado com“invulgar humanidade”.“Hoje muitas pessoas estão aenfrentar terrores semelhantes,nesses mesmos mares. Os luga-res mencionados no texto tam-bém fazem parte das histórias demigrantes de tempos modernos”,refere a proposta de reflexão,publicada em conjunto pelo

Semana de Oração vai evocar mortes no MediterrâneoConselho Pontifício para a Pro-moção da Unidade dos Cristãos(Santa Sé) e a Comissão Fé eConstituição do Conselho Mun-dial das Igrejas.Os materiais para foram prepa-rados pelas Igrejas cristãs emMalta e Gozo (Cristãos Unidosem Malta), destacando a chegadada fé cristã a estas ilhas, atravésdo apóstolo Paulo.Evocando as “crises da migra-ção”, o texto recorda que “muitosestão a fazer jornadas perigosaspor terra e pelo mar para escaparde desastres naturais, guerra epobreza”.“As suas vidas também estãoexpostas a imensas e friamenteindiferentes forças – não apenasnaturais, mas também políticas,económicas e humanas”, podeler-se.Os cristãos são convidados à

“hospitalidade”, testemunhandoem conjunto a “amorosa pro-vidência de Deus para todas aspessoas”.“A nossa própria unidade cristãserá descoberta não apenasmostrando hospitalidade unsaos outros, embora isso sejamuito importante, mas tambématravés de encontros amigáveiscom aqueles que não partilhamnossa língua, cultura ou fé”,indica a proposta de reflexão.A passagem bíblica escolhidapara 2020 foi tirada do livro dosAtos dos Apóstolos (27,18-28,10), narrando o naufrágio deSão Paulo a caminho de Roma,com o tema “Demonstraram-nos uma benevolência fora docomum”.

Fonte: Ecclesia

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9 de janeiro de 2020 RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

Baptismodo Senhor

O nosso Domingo

Ano A12 de janeiro de 2020

Leitura do Livro de IsaíasDiz o Senhor:«Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meueleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meuespírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nemlevantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará acana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega:proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá,enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que asilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chameisegundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-tee fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires osolhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisãoos que habitam nas trevas».

I Leitura

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo SãoMateusNaquele tempo, Jesus chegou da Galileia e veio ter com JoãoBaptista ao Jordão, para ser baptizado por ele. Mas Joãoopunha-se, dizendo:«Eu é que preciso de ser baptizado por Ti, e Tu vens tercomigo?».Jesus respondeu-lhe: «Deixa por agora; convém que assimcumpramos toda a justiça».João deixou então que Ele Se aproximasse.Logo que Jesus foi baptizado, saiu da água.Então, abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descercomo uma pomba e pousar sobre Ele.E uma voz vinda do Céu dizia: «Este é o meu Filho muitoamado, no qual pus toda a minha complacência».

O Espírito Santo, fonte de vida novaFr. Pedro Bravo, oc

«Eis o meu servo, enlevo da minha alma»

Is 42, 1-4.6-7

1– Ainda no tempo do Natal, masjá como charneira para o TempoComum, celebramos a festa doBatismo do Senhor. As Igrejasorientais chamam-lhe “Teofania”,manifestação de Deus, unindo-aà Epifania e às Bodas de Canánuma única celebração, mos-trando assim que a evangelizaçãoe os três sacramentos da iniciaçãocristã – batismo, confirmação eEucaristia – estão intimamenteligados e formam um só.Nos primeiros séculos da Igreja,o batismo do Senhor era ampla-mente comentado pelos Padresda Igreja, que nele viam um pontoo anúncio do batismo e da vidacristã. Mas com o tempo, a multi-plicação das heresias, a subs-tituição do batismo dos adultospelo das crianças e, sobretudo, afalta de experiência da receção dodom do Espírito Santo em ple-nitude como fonte de regene-ração e de renovação pessoal, afesta do batismo do Senhorpassou a ser mera ocasião deevocar o nosso próprio batismo,deixando de ser aquilo que real-mente é: uma teofania, um batis-mo, um mergulho, renovador eregenerador da nossa vida cristãna Santíssima Trindade.Como nos faz falta mergulhar nooceano infinito do amor de Deuspara, repletos do Espírito Santo,nele nos perdermos e nos es-quecermos de nós mesmos, en-tregando-nos a Jesus Cristo,para, em íntima união com Ele,escutarmos a voz do Pai que paranós rasga os céus, fazendo-nosentrar na sua família divina, noseio da Igreja, descobrindo-noshorizontes infinitos de vida novae esperança, de comunhão e

Evangelho

Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai:«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

cf. Mc 9, 6

Mt 3, 13-17

«Depois de ter sido baptizado, Jesus viu o Espírito de Deus descersobre Si»

Aleluia

missão cristãs.

2– A isso nos convidam os textosde hoje. Na coleta, à escolha,pedimos a graça de, renascidospela água (do nosso batismo) epelo Espírito Santo (no batismoe ao longo de toda a vida cristã),sermos interiormente renovados,permanecendo sempre no amorde Deus.Para tal, na primeira leitura,através do livro de Isaías, é-nosapresentado Jesus Cristo, comoo Servo, o Filho de Deus, emquem o Pai pôs toda a suacomplacência, nele fazendo re-pousar o seu Espírito, para queleve a justiça às nações, isto é:para que leve a sua palavra e amorsalvífico a todas as gentes detodos os povos. Indo ao en-contro desta humanidade can-sada e quebrantada que teima emimpor-se aos outros pela força epela violência, tornando-se es-crava da sua própria cegueira.Mas para encontrar Jesus no seiodesta humanidade, para O re-conhecer na própria vida, é pre-ciso dispor-se. Como? Continuao profeta: Ele «não gritará, nemlevantará a voz, nem se fará ouvirnas praças». Que significa istose, de facto, Cristo pregou empúblico a multidões? É que nãobasta ouvir a Sua Palavra: épreciso deixá-la entrar, penetrarno nosso íntimo, e aí, no reco-lhimento e no silêncio orante donosso coração, deixar «ressoar»a Sua voz, escutar a Sua Palavra,para a ela aderir pela fé com todoo nosso ser, deixando que Jesusse sente no centro da nossa vidae a dirija como nosso único Rei eSenhor.Não basta ainda escutar a SuaPalavra e aderir a Jesus com fé: épreciso seguir o Seu caminho.

Qual? Acrescenta o profeta: «nãoquebrará a cana fendida, nãoapagará a torcida que aindafumega, proclamará fielmente ajustiça». É o caminho da mise-ricórdia e da obediência, dahumildade e paciência, da cons-tância e da fidelidade, que atodos quer chegar, para a todosanunciar o Evangelho da paz,levando-lhes a Boa-nova dasalvação.Isto, porém, ninguém o conseguepelas suas próprias forças. Énecessário o Espírito Santo, comorecorda S. Pedro na segundaleitura: «Deus ungiu com oEspírito Santo e poder a Jesus deNazaré, que passou fazendo obem e curando todos os que eramoprimidos pelo diabo, porqueDeus estava com Ele» Preci-samos, tal como Jesus, do Es-pírito Santo e do seu poder, istoé, do amor de Deus e dos seuscarismas.

3– João Batista, no Evangelho, éo primeiro a reconhecê-lo, di-zendo aquilo que todos nósprecisamos de repetir cada dia:«Eu é que preciso de ser batizadopor Ti e Tu vens ter comigo?».Como é que João precisava deser batizado? Não descia ele àságuas do Jordão cada vez quealguém nelas era batizado? Pre-cisava, então, de ser batizado comquê? Com o que ele próprio poucoantes anunciara: «Eu batizo-vosem água para a conversão. Elebatizar-vos-á no Espírito Santo eno fogo» (Mt 3,11). Aí está: eleprecisava de ser batizado noEspírito Santo e no fogo para quea sua conversão pudesse pro-duzir um «fruto digno» (v. 8).

«Deus ungiu-O com o Espírito Santo»

Leitura dos Actos dos ApóstolosNaqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse:«Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção depessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e praticaa justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhosde Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhorde todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, acomeçar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré,que passou fazendo o bem e curando todos os que eramoprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele».

Actos 10, 34-38II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 28 (29)

O Senhor abençoará o seu povo na paz.

ENTRADAPai Filho Espírito Santo - A. Cartageno CEC I, 73,ou CNL, 793Águas das fontes louvai o Senhor - A. Cartageno,CEC I, 72, ou

SALMO RESPONSORIALO Senhor abençoará - M. Luís, SR, 38, ou CNL, 702

APRESENTAÇÃO DAS OFERTAS Abriram-se os céus - A. Oliveira CEC I, 76 Vós que fostes baptizados - F. Santos, CNL, 1022

Sugestões de Cânticos

COMUNHÃOFormamos um só corpo- C. Silva , CEC II, 124, ouCNL, 501O amor de Deus repousa em mim, M. Luís, CEC II,21

FINALCantemos glória ao nosso Deus / Glória ao Senhor,J. P. Martins, ou CNL, 512Pai, Filho, Espírito Santo, CEC I, 73

Siglas - CEC I, Cânticos de Entrada e Comunhão I (livro azul); CEC II, Cânticos de Entrada e Comunhão II (livroverde); SR: Salmos Responsoriais de M. Luis; CNL: Cantoral Nacional para a Liturgia, livro recente, disponível naLoja da proximidade

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9 de janeiro de 2020DIOCESE4 – Notícias de Beja

Bispo de Beja dá posse aos CorposSociais da Confraria de Nossa Senhora

do Castelo de Aljustrel

No passado sábado, dia 4 deJaneiro, S.ª Ex.ª Rev.ma., Sr. D.João Marcos, Bispo de Beja,presidiu à Eucaristia Vespertinada Solenidade da Epifania doSenhor, na Ermida de NossaSenhora do Castelo de Aljustrel,onde foi lida a provisão com anomeação dos eleitos para osCorpos Sociais da Confraria,sediada nesta Ermida, e no decor-rer da celebração foram benzidase impostas pelo Prelado e pelaJuiz da Confraria, as novas insí-gnias (capas) aos confrades que

passaram a fazer parte dos corpossociais da Confraria.Esta Confraria ereta por Decretodo Bispo de Beja, em 2013, contajá com sessenta e nove con-frades, não só de Aljustrel, masoriundos de várias partes do país.A Confraria tem como missãoprincipal promover o culto e aveneração da Santíssima Virgem,em particular no espaço da Er-mida de Nossa Senhora do Cas-telo, com a celebração euca-rística, a recitação do terço nosprimeiros sábados de cada mês e

nas grandes solenidades emhonra da Virgem Maria (Anun-ciação, Assunção e ImaculadaConceição); organizar uma festareligiosa anual em honra deNossa Senhora do Castelo, nodia oito de Setembro de cada ano,na festa litúrgica da Natividadede Nossa Senhora ou no Do-mingo mais próximo a esta data;ensinar a doutrina cristã em nomeda Igreja; fomentar eventos deordem religiosa, social e cultural(só, ou em parceria com outrasentidades); promover peregri-nações a pé à Ermida de NossaSenhora do Castelo; desenvolveras ações de formação que ajudemtodos os fiéis que frequentam aErmida a crescer na fé e numavivência cristã mais amadurecidae ainda cuidar da conservação elimpeza da Ermida de NossaSenhora do Castelo.No final da celebração, na salade sessões da Confraria, osrecém-empossados assinaram olivro de atas para ficar o atoformalizado e. para encerrar o dia,houve um jantar de confrater-nização entre os corpos sociais eo Bispo Diocesano.

Tiago Pereira

Concerto de Natal “Um DiaPela Vida” em Peroguarda

Decorreu no passado dia 4 de janeiro em Peroguarda um concerto deNatal inserido no Projecto “Um Dia Pela Vida”, um evento organizadopela Liga Portuguesa Contra o Cancro, que já teve mais de 80 ediçõesem Portugal e que este ano chegou ao concelho de Ferreira do Alentejo.A organização deste concerto foi da responsabilidade da Equipa Inter-paroquial SPES das Paróquias de Alfundão, Peroguarda e Odivelas econtou com o apoio das restantes equipas existentes em Peroguardainscritas neste projecto e do Comité Organizador Local. O eventodecorreu em clima de festa e celebração da vida e procurou tambémfalar sobre o cancro e apostar na prevenção e contou com o testemunhode alguém que trava este combate.O Padre Francisco no início do Concerto deu as boas-vindas e osvotos de bom Ano a todos e explicou um pouco a história deste evento.A Banda da Sociedade Filarmónica e Recreativa de Ferreira do Alentejodeu início ao espetáculo, fazendo-nos recuar no tempo através daexecução magistral de algumas peças de Natal e outras músicas quefazem parte das nossas memórias.O grupo instrumental da Associação de reformados e Idosos dePeroguarda nos ajudou a aquecer a noite que estava mesmo fria, masque o calor humano, que se sentia no espaço da Casa do Povo,gentilmente cedida pela União de Freguesia de Alfundão e Peroguarda,aqueceu os nossos corações. Cantou e tocou alguns temas alusivos aquadra que estamos a celebrar e não podia faltar o Hino do grupo.A nossa enfermeira cantora Mafalda Vasques, falou-nos dos váriostipos de cancro, alertou para a prevenção e desmitificou algumas ideiasincorrectas que por vezes nós temos no que diz respeito a esta doença.A Professora Fátima Prazeres, da Paróquia de Cuba, colaborou tambémconnosco, deixando o seu testemunho, enquanto alguém que enfrentaesta doença e como a Fé, a ajudou e continua a ajudar neste combate.Falou da importância da Oração da comunidade cristã e da necessidadede confiar nas equipas médicas que acompanham os doentes. Foi umaexperiência de vida partilhada e que marcou profundamente aquelesque a ouviram.Já quase a terminar a nossa noite o movimento dos “ConvíviosFraternos” da nossa Diocese, fez-se também presente, através de 4jovens, que nos deixaram através dos seus cânticos uma mensagemde Fé, Esperança e Coragem, que a todos confortou e animou. Aenfermeira Mafalda Vasques, que faz parte do grupo de convivas danossa Diocese, não deixou de nos oferecer um Fado cantado como sóela o sabe fazer, foi mesmo de dizer “há fadista”.No final fizemos o sorteio dos cabazes de Natal e servimos um chazinhoque foi momento de confraternização entre todos.A Equipa Inter-proquial agradece a todos os que colaboramgratuitamente nesta iniciativa, e que foram voluntários por esta causa.Bem Haja a todos.

No passado domingo, dia 5 deJaneiro, com a Igreja do Carmorepleta, realizou-se o tradicionalConcerto de Reis do Coro doCarmo de Beja, com a partici-pação de Júlia Coelho e do CoroJuvenil do Carmo. A primeira parte começou com oCoro Juvenil, dirigido pela profªHelena Almeida, interpretandocinco belos temas da tradiçãonatalícia francesa, inglesa ealemã, acompanhados a órgãopor Henrique Coelho, a clarinetepor Alexandre Coelho e aindacom a flauta da Carolina Ma-chado e o violino da CarolinaCaxias, duas meninas do Coroque fizeram a sua estreia. Mo-mentos muito bonitos nos foramproporcionados por estes pe-quenos cantores. Seguiu-se amusicóloga e cantora lírica JúliaCoelho, que interpretou duaspeças de música antiga e uma demúsica tradicional do Alto Alen-tejo, acompanhadas, duas a harpae uma a órgão, pela própriacantora. Uma agradabilíssimasurpresa, muito aplaudida.

Concerto de Reis na Igreja do Carmo

A segunda parte do Concerto foiquase exclusivamente preenchi-da pelo Coro do Carmo, dirigidopelo P. António Cartageno, acom-panhado ao órgão por José FilipeGuerreiro, com a colaboração doviolinista Gonçalo Oliveira e dotrompetista Miguel Medinas. OCoro abriu com canto gregoriano,passou pela polifonia clássica epela música de Natal de váriospovos, dando especial relevo àmúsica do Natal português,incluindo, como é costume, oNatal alentejano, e terminando com

o imponente “Hark! The heraldangels sing”, cantado em portu-guês. Depois da entrega de flores,o concerto terminou em apoteosecom a interpretação, pelos doiscoros em conjunto, de “Deuscaritas est” (Deus é amor), docompositor polaco Henryk Botor,que a todos deixou sorrisos dealegria e felicidade. De facto, foiuma tarde cheia de beleza, dealegria, de encanto. Muitos para-béns e obrigado a todos os que atornaram possível.

(J.S.)

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9 de janeiro de 2020 Notícias de Beja – 5DIOCESE

A Festa dos Reis deSelmes, em ritmo ternário

Selmes teve o ensejo de mais uma vez viver e celebrar o seu patrimónioe tradição natalícia, com o cante do Menino, Reis e Janeiras. Sãomelodias de rara beleza e inspiração, que muitos têm apreciado eenaltecido. Por exemplo, neste dia cinco de Janeiro, no Programa doconcerto de Reis levado a efeito pelo Coro do Carmo, na sua Igrejaparoquial, em Beja, fazem parte o Menino e os Reis de Selmes. Tambémo “Bendito e Louvado seja, a sagrada Paixão do amante Jesus”,coral e oração impressionantes para pedir a Deus a graça da chuva,também faz parte do reportório do mesmo coro. Isto é, Selmes tem ahonra e o privilégio de exportar a cultura, da sua tradição religiosa. Oevento tem a parceria da paróquia, da Junta de freguesia e da AssociaçãoGeração S. No Menino cantado no dia de Natal o coro tinha quinzevozes e a assistência mais que duplicou. Ritmo ternário? Sim. Primeiro,na Igreja, às 16; às 16.45, no Lar, com um lanche hospitaleiro; e às20.30, no adro da Igreja, no enquadramento do presépio iluminado,fogueira luminosa, mesa apetitosa, ao cuidado da Junta e daAssociação Geração S, o calor sonoro da tradição, em noite fria: «Ai,ai li! Ai li ai lé! Menino nascido é! Qualquer filho de homem pobre,/ Nasce numa rica cama. / Só vós meu Menino Deus, / Nascestes numacabana». Ou então, o cante de Reis, lançado de modo vibrante, aojeito de teatro lírico, repousando, em seguida, numa melodia perpassadade grande misticismo e contemplação: «Quais são os três cavalheiros/ Que fazem sombra no mar, / São os três do oriente, / Que Jesus vêmbuscar». Terminando com o cante das janeiras: «Esta noite de janeiras/ É de grande merecimento / Por ser a noite primeira / Em que Deuspassou tormento». Na noite fria, em volta do grande braseiro, juntou-se um bom grupo de amantes da tradição natalícia, entre os quais oSenhor Presidente da Câmara da Vidigueira. Parabéns aos promotorespor este ver, ouvir e reescrever a cultura genuína do rico patrimónioreligioso de Selmes.

A.M.A.

A crónica presente vem na se-

quência da publicada no último

número do Notícias de Beja,

sobre o assunto em epígrafe.

Como confirmação do impacto,

envolvência e aceitação que este

tipo de representação tinha no

povo, cito uma notícia de 120

anos, publicada na Tradição de

Serpa, em Janeiro de 1899. O autor

evoca, resumidamente, a tradição

do Natal, Ano Bom e Reis cele-

brados pelo povo. Diz que da

véspera do dia de Natal até ao

dia de Réis «representava-se

aqui o Auto Sacramental do

Presépio, animadamente e ao

vivo, com todos os numerosos

personagens de que reza a

tradição: S. José, N. Senhora, o

Anjo na nuvem e o Menino per-

dido; os prés pastores, um dos

quais denominado o pastor

alarve; o rei Herodes mais o rei

Gaspar, o rei Baltahsar, o rei

Belchior, o preto, todos de manto

e coroa; a lendária Cigana de

quem se enamorou o Deus Me-

nino em Belém, etc., etc.»

«Estas representações – se-

gundo o testemunho fidedigno

de um respeitável ancião coevo

de factos que venha narrando –

eram muito do agrado do pú-

blico serpense, que, pela módica

quantia de um vintém cada

pessoa, enchia literalmente a

sala dos espectáculos, a qual

pertencia ao extincto Celeiro

Comum». O autor afirma que estes

autos quer profanos quer reli-

giosos, «d’envolta com os vetus-

tos momos e entremezes; e o

Auto do Presépio, (ou Colló-

quios do Presépio) teve afinal

Ainda a Representação do Auto de Natalda Trindadeem Serpa a derradeira exhibição

ahi pelo ano de 1835». E con-

clui: «O que ainda subsiste,

apesar da sua origem secular –

tão secular com a do Presépio –

é o costume dos descantes ao

Deus Menino, às janeiras e aos

reis». O liberalismo vigente e toda

a sanha militante contra a fé e

valores cristãos, não destruíram

o canto, o encanto e a ternura de

um património não conservado e

fomentado pela Igreja, mas acei-

te, celebrado e tornado presente

no íntimo de cada lar, assim

descrito pelo autor: «Na noite de

Natal, ao redor de grandes

lumes alimentados a toros de

azinho, reúne cada família –

principalmente entre a classe

camponeza – no maior número

possível dos seus membros. E,

enquanto aguardam o repicar

festivo dos sinos, anunciando a

clássica missa do galo, a que

assistem os mais devotos, vão

alimentando a chávena do café

e o pezado repasto das bolotas,

preparadas em grossas assa-

duras, com apreciáveis coros ao

Deus Menino» (Trad. Ano I, n.1,

Jan. de 1899, Série I, p. 6). Certa-

mente que neste ambiente familiar

ancestral, as pessoas mais velhas

faziam vingar a tradição do cante

ao Menino, Réis e Janeiras, com

toda a sua suavidade, beleza,

encanto, contemplação e fé em

Jesus Cristo, nascido na pobreza

de Belém.

Voltando ao Auto de Natal da

Trindade, o único sobrevivente

do ancestral património natalício,

questiono a cena final, que o Dr.

André Tomé chamou “cruel”. O

Auto tem um fundo erudito,

biblicamente bem fundamentado

e coerente. Começa por um lindo

poema da criação de tudo quanto

existe e do primeiro par humano,

da queda e da promessa de

salvação, pelo proto-Evangelho,

declamado à boca de cena, pela

voz sentida e vibrante de uma

adolescente, neta de Mariana

Lopes, guardiã do texto. As cenas

bíblicas da Infância de Jesus, com

entremezes para divertir, como a

cena das duas bailarinas ao som

de castanholas e pandeireta,

decorrem em bom ritmo, com arte

e com lógica. Na cena final, o rei

Herodes manda matar o seu

próprio filho, apesar do pedido

lancinante, emotivo e dramático

da sua própria esposa. O medo

de perder o seu poder despótico,

fecha-lhe os ouvidos, o bom

senso e o coração. É uma cena

anti-auto, anti-Natal, não con-

forme com o mistério celebrado,

em que o amor vence o ódio, em

que a ternura de Deus derrete a

dureza dos corações, em que o

amor da violência dá lugar à

violência do amor. O que se teria

passado? Certamente uma forte

razão terá impedido o copiador

do texto, de chegar ao fim. Esta

circunstância deve ser pensada,

avaliada e refletida. Um novo final

deve encontrar-se dentro da

coerência do texto, ou inspirado

em outros autos, ou um pequeno

acrescento, dentro do contexto.

Parabéns e um forte aplauso aos

promotores por este notável

evento cultural.

António Aparício

Dia 22 de Fevereiro de 2020 na Igreja de NossaSenhora do Pé da Cruz em Beja

Formação sobrePatrimónio e Arte Sacra“A Comissão Diocesana de Arte Sacra está a organizaruma ação de sensibilização/formação sobre Património eArte Sacra. Está prevista para o dia 22 de Fevereiropróximo, na Igreja de Nossa Senhora do Pé da Cruz,entre as 9.30h e as 12.30h. Contará com as intervençõesda Dra Deolinda Tavares, Técnica da Direção Regionalde Cultura do Alentejo, e do Dr. Artur Goulart,Responsável pelo Inventário do Património de todos osConcelhos da Arquidiocese de Évora. O Programaconcluirá com uma visita guiada a esta magnífica Igreja,verdadeira pérola do Património da Cidade de Beja,embora desconhecida por muitos, orientada por Técnicosdo Atelier Arterestauro. Esta iniciativa integra-se nascelebrações dos 250 anos da Restauração da Diocese deBeja e destina-se ao Clero da Diocese, aos membros dasComissões Fabriqueiras e a todos quantos se interessame mantêm alguma tarefa nesta área, ou simplesmente seinteressam pelo Património Religioso. As inscrições sãogratuitas, mas, por motivos de organização e gestão doespaço, deverá ser enviada comunicação para:[email protected]”.

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9 de janeiro de 2020OPINIÃO6 – Notícias de Beja

A primeira Evangelização da Diocese de Beja (V)

D. Frei Amador Arrais: «Depoisde Mérida, a segunda Colóniafoi Beja, chamada Pacensis; àqual mandou Júlio César con-vocar Embaixadores de muitaspartes da província a fim dereceber os seus moradores noamparo e amor do povo Ro-mano, e nela concluiu pazes comos Lusitanos, concedendo-lhesliberalissimamente as condiçõesda sua parte requeridas, eresumidas, em que não os carre-gasse de tributos, nem lheslançasse soldados dos muros adentro. E foi tão aprazível estapaz, que dela quis fazer memória,lhe pôs o nome a Beja (PaxJulia), isto é, paz de Júlio César.Vindo depois Octávio a Espa-nha, é de crer que reformou Beja,e a nomeou Pax Augusta, cha-mando-se antes Pax Júlia. Foidistinguida com divisas de ca-beças de bois lavradas em már-more por gentil arte. E a causaseria porque o boi vive emperpétuos trabalhos, sempre tirapelo carro ou pelo arado, e comele se cultiva a terra fértil, egrossa, qual é a do seu termo.Ou porque este animal significamudança de “cousas”, e a terra

sulcada com a indústria humananunca está em um lugar, nem temuma mesma figura, como dizJosefo. Os antigos Egípcios,querendo significar o trabalhopintavam uma cabeça de boi,como refere Piero Valleriano».«[…] No Concílio Sardense emMísia, de trezentos Bispos sob oPapa Júlio primeiro, em tempo deConstantino Ariano, no ano detrezentos e quarenta e sete, forampresentes Florentino Bispo deMérida e Domiciano, Bispo dePax Augusta, o que se não podeentender de Badajoz que está naProvíncia Bética, estando Méridana Lusitânia, e tendo nela muitosBispos sufragâneos, dos quaisum era de Pax Júlia, ou Augusta.E eu tenho por mui provável quequanto os escritores disseramdos Pacenses, entenderam dosvizinhos de Beja»1

Félix Caetano da Silva, na His-tória das Antiguidades da cidadede Beja, segue o pensar de D.Frei Amador Arrais: «Por tudo oreferido se mostra que não houveantigamente tal Bispado deBadajós, com título de Pacense,mas sim o de Beja chamadaentão Pax Julia, como o sabe-

mos. Da notícia dos seus Bispose das suas subscrições nosconcílios, com o título de Pa-censis, daremos notícia no de-curso desta história com algumaextensão. E por agora, con-tentar-nos-emos com expor asduas mais célebres subcriçõesdos mesmos. A primeira subs-crição é do nosso Bispo Do-miciano no célebre Concílio dacidade de Sardiz na Provínciada Missia, que se celebrou pelosanos de 347 da nossa redenção,a requerimento do ImperadorConstante, contra os arianos,sendo Pontífice Júlio Primeiro.Neste Concílio assistiu o famosoOzio, Bispo de Córdova, a quemacompanham cinco Bispos Es-panhois, sendo um deles o nossoBispo Domiciano, que subs-creveu com os demais». […] Oautor, depois de comprovar averacidade da afirmação pelorecurso a vários autores, afirma:«A segunda subscrição é a donosso Bispo Adeodato no Con-cílio de Mérida, celebrado emNovembro de 666 da nossaredenção, reinando em Espa-nha Flávio Recesuintho. NesteConcílio que copiou e traduziusumariamente Fr. Bernardo de

Brito no Tom. 2 da MonarchiaLuzitana, Lib. 6 Cat. 22 pag.314, assistiram doze BisposPortugueses, que subscreveramnele; e entre eles tem o terceirolugar o nosso Bispo : (tradu-zidas do latim = Adeodato emnome de Cristo, Bispo da santaIgreja de Beja, subscrevi dopróprio modo &. Com toda estanotícia bem demonstrada prova-se se foi ou não o Bispo de Bejao verdadeiro Pacense sobre quetem havido tantos letígios; eassim temos por concluída estamatéria»2

Abel Viana: «É pela mão de JúlioCésar que Beja transpõe o pór-tico da História. E que triunfalentrada! Ascendida à categoriade Colónia, usufruindo do di-reito itálico, sede de um con-vento jurídico, Beja desde logose transforma em uma das maisfulgentes realizações da expan-são latina. Os Imperadoresacarinham-na. Augusto, novigésimo quarto ano antes deCristo, ou seja pouco depois delater sido mimada das mãos deJúlio César, toma-a por cabeçade uma das quatro chancelariasda Lusitânia, o que lhe impor-

tava ser, na organização admi-nistrativa, uma das principaiscidades desta província. Decor-ridos um século sobre os dias deJúlio César, a reforma de Titomostra-a na mesma categoria.Isto nos diz a História. Que nosdiz a Arqueologia? Muitas egrandes coisas». O autor, depoisde enaltecer as suas muralhas etorres, as estradas romanas quea ela vêm e dela partem, a cons-telação de Villas agrícolas que acircundam, com o requinte deconforto, nobreza, arte e luxo,reflexos do esplendor e orgulhodo Lácio aponta algum declíniocomo consequência da invasãodos bárbaros. No entanto osinvasores deixaram-se encantarpelo ambiente romano, pelasuperioridade da sua cultura, dasua técnica agrícola e industrial,«embora o visigótico acabe pordominar». E Pergunta: «E Beja?A Pax Julia? A visigoda Paca?Ainda é grande! Como reflexoda sua capital importância emtodo o vasto ocidente da Bética,a sul da Lusitânia, é sede de umbispado sufragâneo de Mérida,provável ressurreição daqueleque, no ano 57, presidiu S.Tesifon, discípulo de S. Tiago»3.

António Aparício

Natal da intromissão de DeusAires Gameiro

Sinal e mistério. O mistério nãose intromete, é distante e in-visível. O título da carta doPapa sobre o presépio de Natalé muito significativo. «O sinaladmirável», o presépio de Jesusfala, incomoda, implica, insiste.O Menino, o Filho de Deusencarnado, é Deus connosco(Emanuel). Podemos não estarcientes dEle, mas a carne deDeus Menino existe em nós, emnossa casa e coração, nossanatureza. Ele vive ao nossolado, ocupa espaço e tempo emnossas vidas. Com os mistérios,tenta-se organizar e resolver ascoisas, sozinho. O sinal doDeus, visível no tempo e noespaço, invade nossos planos.Um Deus distante e misteriosoainda pode ser ignorado erimado com agnosticismo, indi-ferença. Um pequenino Deus-homem, visível que vive naminha tenda, chora e começa afalar, não pode mais ser igno-

menino está lá, você vê. Quan-do ele cresce, requer ainda maisespaço, tempo e atenção. Elefala e pede que as pessoasescutem; ele opina e se envolveem nossos planos. Ele se intro-mete, de surpresa, a proporseus planos. Já no A.T. um

profeta foi enviado a Acaz; noN. T. Maria e José foram inva-didos por Deus connosco(Emanuel), Deus com eles,Deus com você e comigo. Za-carias, «tua esposa terá um filhona velhice estéril». «É já o sextomês», disse o anjo a Maria.«Não temas, José», abandonao teu plano e aceita o meu.Agora, Jesus sempre se intro-mete nas coisas de todos. Nopassado, o Deus invisível en-viou mensageiros, anúncios,palavras, sentido, estrelas,alguns sinais, mas Ele não eravisto. Em Jesus, ele apareceucomo sinal de carne e sangue ecomeçou a falar, como aos dozeanos aos doutores. Ele mora naterra, os discípulos escreveramo que ele disse nos evange-lhos, e agora Ele não deixaninguém em paz. Um momento,um segundo e ali está Ele aintrometer-se na vida de cadaum. «Vimos a sua estrela eviemos adorá-lo». Herodes quermatá-lo. José recebeu ordens:«levanta-te, pega no menino e

rado; pode atrapalhar e desar-rumar. Pergunte a São José,Maria, os pastores, os sábios,o rei Herodes: todos ficaramsurpreendidos e tiveram quemudar de plano. Em casa e naaldeia, Emanuel exige tempo,espaço e atenção. Um Deus-

sua mãe e foge. Aos doze anos,ele pergunta e responde aosdoutores. Ele pede a Pedro,André, Mateus que deixem seusplanos e o sigam. Ele insistecom Zaqueu: «desce, depressa,quero ficar em tua casa». ComSaulo, ele é surpreendente:«por que me persegues»? OSinal Emanuel nunca será apa-gado, continuará a habitar comtodos e a se intrometer na vidade todos. Está presente emmilhões de presépios e muitomais tempo em muitos milhõesde igrejas e capelas do mundointeiro. O Deus Menino doNatal tira ao homem a ilusão deser o centro do mundo; e fazenfrentar a mudança no homeme a aceitar ser filho e servo paraser perturbado por seu Senhore Pai. E ser abençoado e amadonos planos de Deus, o Menino!Neste ano de 2020, peça aJesus para te incomodar quan-do estiveres distante Dele. Seráuma bênção! Um feliz AnoNovo para todos neste dia daEpifania dos Reis Magos.

Memória da Primeira Evangelização na celebração dos 250 anos da Restauração da Diocese de Beja

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9 de janeiro de 2020

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

9janeiro

2019

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Beja,para além da sua atividade diária,levou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja,entre 23 de dezembro e 05 dejaneiro, que visaram a prevençãoe o combate à criminalidadeviolenta, fiscalização rodoviária,entre outras, registando-se osseguintes dados operacionais:1. Detenções: Catorze detidosem flagrante delito, destacando-se: Quatro por furto de produtosagrícolas; sete por condução sobo efeito do álcool; um por con-dução sem habilitação legal; umpor tráfico de estupefacientes.2. Apreensões: 56 doses deliamba; três armas de caça; 400

quilos de bolotas; um veículo;uma balança de precisão; trêstelemóveis; 89 euros em nume-rário e 162 munições; 3. Trânsito:Fiscalização: 443 infrações dete-tadas, destacando-se: 333 porexcesso de velocidade; 22 porfalta de inspeção periódica obri-gatória; vinte relacionadas comiluminação/sinalização; dezas-sete por condução com taxa deálcool no sangue superior aopermitido por lei; vinte e quatrorelacionadas com tacógrafos;quinze por falta ou incorretautilização do cinto de segurançae/ou sistema de retenção paracrianças; cinco por falta de se-

guro de responsabilidade civilobrigatória; quatro relacionadascom os pneumáticos; dois poruso indevido do telemóvel noexercício da condução; uma porexcesso ou incorreto acondicio-namento/disposição da carga.Sinistralidade: 63 acidentes regis-tados, resultando: Três feridosgraves e dezasseis feridos leves. 4. Fiscalização Geral: 12 autosde contraordenação: Oito noâmbito da legislação policial;quatro no âmbito da legislaçãoda proteção da natureza e doambiente. 5. Ações de sensibilização:Uma sobre “Idosos em segu-rança”, tendo sido sensibilizados19 idosos.

SUMULA SEMANALO Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de prevençãoe combate permanente à práticade ilícitos criminais e contra-ordenacionais, no período de27dez2019 a 02JAN2020, na suaárea de jurisdição, registou edestaca os seguintes resultadosoperacionais:- Detenção de 1 pessoa, de 19 anosde idade, por suspeita da práticado crime de tráfico de produtoestupefaciente, com apreensão de43 doses individuais de subs-tância metanfetamina.Operações de Fiscalização:- 1 Operação de FiscalizaçãoRodoviária, em Beja, com re-curso a Radar, que contabilizou1263 veículos controlados, coma deteção de 15 infrações;- 16 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, enquadradas naAtividade Operacional de CDBeja e no Plano Nacional deFiscalização, que contabilizam: 82Veículos f iscalizados; 40Condutores submetidos aoteste de alcoolémia; 26 infra-ções detetadas.Acidentes rodoviários:- Em Beja e Moura, registo de 5acidentes rodoviários, dosquais resultaram, somente,danos materiais.Ações preventivas /de sen-sibilização e outras:- O Núcleo de Armas e Explosivosdo CD Beja, nas suas instalações,no período em apreço, procedeuà recolha de 28 armas de fogo,perdidas a favor do Estado;

- O CD Beja, através de todas assuas valências, e durante todo operíodo da quadra natalícia e defim de ano, desenvolveu, dia-riamente, várias ações de po-liciamento de preventivo e deproximidade, visando as áreas demaior fluxo comercial e de pes-soas, ações essas, enquadradasna Operação da PSP, à escalanacional, “Polícia Sempre Pre-sente: Festas Seguras 2019/2020”.

Outras informações:- A PSP relembra todos os cida-dãos que decorre, até 22 demarço de 2020, o período deentrega voluntária de armas comausência de procedimento san-cionatório, nos termos previstosno artigo 8.º da Lei n.º 50/2019 de22 de Setembro.Durante esta janela temporalextraordinária, os possuidoresde armas de fogo, não mani-festadas e não registadas, podem

efetuar:- Entrega voluntária a favor doEstado, não havendo lugar aprocedimento criminal; ou,- Requerer a legalização das armasde fogo se, após exame, se con-cluir ser possível a legalização.Caso não seja possível a lega-lização, as armas de fogo poderãoser entregues à PSP ou, aindaassim, ser guardadas pelo pro-prietário, se desativadas portécnico credenciado, nos termosa estabelecer pela PSP.Assim, qualquer cidadão quepossua qualquer tipo de arma deque já não faça uso ou, caso seencontre na posse de armas deterceiros, pode contactar qual-quer Esquadra da PSP ou oDepartamento de Armas e Explo-sivos nos 3 meses remanescentesdo prazo previsto para regula-rização extraordinária (contatosdisponíveis na página oficial daPSP: www.psp.pt).

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O Espírito Santo, fontede vida nova

Continuação da Pág. 3

Também nós precisamos. Não apenas nalguns momentos, em ocasiõesespeciais ou solenes, mas em plenitude. Como todos nós, porém, éramosincapazes de receber o Espírito Santo em plenitude e de o conservar, oPai fez de Jesus como que um banco seguro onde pudesse depositartoda a sua graça, dons e carismas: o Seu Filho, Jesus Cristo, a quemungiu com o mesmo Espírito, fazendo-O habitar nele de igual paraigual, para que, sempre que a Ele voltássemos, mesmo pobres, fracose pecadores, pudéssemos beber da sua plenitude, recebendo «graçasobre graça».O Espírito vem, assim, completar a obra de Jesus, estendendo a todosa nova criação, inaugurada pela paixão, morte e ressurreição de Cristopara assim levar a cabo, através de nós, a obra e a missão que o Pai lheconfiou: dar a vida eterna a todos aqueles que do mundo o Ele lhe deu.Necessária é, pois, a festa do Batismo do Senhor para celebrarmos oNatal. Porque sem o dom do Espírito Santo, o Natal ficaria incompleto:Jesus Cristo não nasceria em nós, com novo vigor e plenitude, e nãonos regeneraria, tornando-nos filhos e filhas de Deus, cada vez maissemelhantes a Ele.Queremos ser renovados? Sentimos a necessidade disso? Aproximemo-nos então de Jesus Cristo, sejamos obedientes como Ele à voz do Paie, repletos do seu Espírito, continuemos neste mundo a sua missão eobra: levar a todos o Evangelho da salvação.

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9 de janeiro de 2020ÚLTIMA PÁGINA

Coleção de 1300 presépiosmostra o «Evangelho da Vida»

O espaço «Evangelho da Vida»,dos Franciscanos Capuchi-nhos, em Fátima, apresenta,desde dia 4, cerca de 1300presépios, no que pretende serum novo polo de evangelizaçãoe cultura da congregação.“O presépio é a demonstraçãocultural de cada povo e tambémo respeito de cada povo. Desdeos materiais, em ferro, pau-preto,ouro, marfim, toda a naturezaincultura no criador e, depois, ospovos criam ao seu jeito”, explicao Frei Capuchinho Lopes Mor-gado, mentor do projeto que aolongo dos anos foi colecionandocerca de 1300 presépios de dife-rentes origens e criados comdiversos materiais.“O presépio é, tal como umacriança que nasce: as pessoasderretem-se e ficam na expetativa.Uma referência ao presépio levaas pessoas a visitar as fontes.Este local não é para um visitanteapressado”, indica o religioso,referindo-se ao espaço inaugu-rado hoje e que apresenta presé-pios dos cinco continentes.O espaço, agora inaugurado, vem“enriquecer o centro bíblico” dosCapuchinhos, destaca o FreiFernando Alberto Cabecinhas,

superior provincial dos Capu-chinhos em Portugal.“Sonhamos com este espaçopoder enriquecer o centro bí-blico, por si já um centro deevangelização, um anúncio dapalavra de Deus para os quepodem visitar o espaço, agoraenriquecido com esta coleção depresépios, que tem muito de arte,artesãos de grande nome, com umaspeto cultural de diversas pro-veniências”, indica.A coleção está organizada emcinco polos, e convida a percorrerdistintos espaços, estando umespecialmente dedicado para ospresépios portugueses, a gruta,que, acredita o religioso, “será oespaço para exposições temá-ticas ou temporárias”.No percurso, o visitante é levadoatravés das «Fontes», «Promes-sa», «Cumprimento» e «Anún-cio», sendo o quinto espaçodedicado a «São Francisco e aoseu presépio».O Frei Lopes Morgado apresentaum “percurso interno” que con-vida a levar “a Bíblia para a vida”,adiantando ter já agendamentosde escolas e grupos de catequesepara visitas.“Em qualquer situação da sua

vida que as leve (as pessoas) alembrar o que aqui visitaram noespaço museológico”, sugere ofrei capuchinho.Detentor de uma vasta coleçãode presépios, o religioso recordaque cada exemplar que recebeufoi sendo colocado “num espaçocomum dos frades” na casa dacomunidade e, só posterior-mente, recolhido para um localapropriado.“Toda a vida tive um presépio nomeu lugar de trabalho”, recorda.A imagem de simplicidade nãodeixa de tocar quem aprecia a artemas também a representação,fazendo do presépio um “veículode uma mensagem que toca ocoração”, sugere o provincial emPortugal.“Tudo o que toca as pessoas noseu íntimo e na sua sensibilidade,assim representada com cria-tividade, sem perder o mistériopor detrás, é sempre algo quepode ser muito importante natransmissão de uma mensagem.As palavras são importantes masuma mensagem visualizada quetoca o coração, sensibiliza umapessoa”, reconhece o Frei Fer-nando Cabecinhas.O responsável destaca estar emcurso uma iniciativa denominada«Amigos do Presépio», um grupovocacionado para manter o es-paço e potenciar “a sua linhaevangelizadora”.“Queremos propor que à voltada coleção se crie um grupo deamigos que possam sustentareconomicamente o projeto masque possam, também, ajudar nareflexão do mistério da encar-nação, de refletir no compro-misso e, no futuro, ser guiasnas visitas a estes presépios”,sugere.

Fonte: Ecclesia

Vaticano: Celebrações do Nataldevem levar a «mudança» de

vida, diz o PapaO Papa disse, no dia 6, no Vaticano que as celebrações do Nataldevem levar a uma mudança de vida, à imagem dos “Magos quevieram do Oriente” para adorar Jesus e voltaram para casa “poroutro caminho”.“Somos nós que temos de mudar, transformar o nosso modo devida, mesmo no ambiente habitual, mudar os critérios para julgara realidade que nos rodeia”, apelou, desde a janela doapartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus,na solenidade da Epifania.Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro,para assinalar o ‘Dia de Reis’, Francisco assinalou a “diferençaentre o Deus verdadeiro e os ídolos traiçoeiros, como dinheiro,poder, sucesso; entre Deus e aqueles que prometem dar essesídolos, como os magos, adivinhos, feiticeiros”.

“Nós, depois do encontro com Jesus, não somos os mesmos deantes. O encontro com Jesus muda-nos, transforma-nos”,declarou.A intervenção centrou-se numa passagem do Evangelhosegundo São Mateus, na qual se diz que “os Magos regressarampor outro caminho”, para não voltar a encontrar-se com Herodese “os seus planos de poder”.Cada experiência de encontro com Jesus leva-nos a seguircaminhos diferentes, porque dele vem uma força boa que cura ocoração e nos desapega do mal”.Francisco propôs um “novo estilo” na vida de todos os dias,inspirado no encontro com Deus, como aconteceu com ossábios do Oriente.“Eles viram um rei diferente, um rei ‘que não é deste mundo’,manso e humilde, como foi corretamente indicado pelas estrelase pelas Escrituras Sagradas”, observou.Este encontro com Jesus não retém os magos, assinalou o Papa,mas “infunde-lhes um novo impulso para regressar ao seu país,contar o que viram e a alegria que sentiram”.Após a oração, Francisco saudou os “irmãos das IgrejasOrientais, católicas e ortodoxas, muitos dos quais comemoramo Natal do Senhor” no dia 7 de janeiro, segundo o calendáriojuliano.“Para eles e as suas comunidades desejamos a luz e a paz deCristo Salvador”, referiu.Na solenidade da Epifania, dia mundial da Infância Missionária,o Papa recordou “a festa das crianças e adolescentesmissionários, que vivem o chamamento universal à santidade,ajudando os da sua idade que vivem em necessidade, atravésda oração e de gestos de partilha”.“Rezemos por eles”, pediu aos presentes.A Epifania, palavra de origem grega que significa ‘brilho’ ou‘manifestação’, celebra-se sempre a 6 de janeiro nos países emque é feriado civil; nos outros países, assinala-se no segundodomingo depois do Natal, como acontece em Portugal, este anoa 5 de janeiro.Francisco evocou as “belas expressões populares” ligadas àscelebrações dos Reis, pedindo que estas tradições “sejammantidas no seu genuíno significado cristão”.

Fonte: Ecclesia