Semanário Sexta-Feira | 9 de outubro 2020 | Ano XIII | N.º ...na vida artística como cantor....

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Publicidade Publicidade Publicidade www.radioportugalsomosnos.pt [email protected] Telef. (+351) 218 214 740 FERNÃO FERRO – SEIXAL Semanário Sexta-Feira | 9 de outubro 2020 | Ano XIII | N.º 417 Preço: 0,01 Diretora: Joana Rosa

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FERNÃO FERRO – SEIXAL

SemanárioSexta-Feira | 9 de outubro 2020 | Ano XIII | N.º 417

Preço: 0,01

Diretora: Joana Rosa

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ADMINISTRAÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADERua Bernardim Ribeiro, nº 392840-270 SeixalTelm. 969 856 802 Telf. 210 991 683 [email protected] Estatuto Editorial em:http://jornalcomerciodoseixalesesimbra.wordpress.comFacebook: Comércio do Seixal e Sesimbra

Diretora Comercial: Ângela RosaPaginação: Sofia RosaRepórter: Fernando Soares Reis 4164 AColaboradores: Agostinho António Cunha, Dário Codinha, Fernando Fitas 1843A, Ivo Lebre, João Araújo, José Carvalho, José Geraldes Ramos CO-943A, José Mantas, José Sarmento, Manuel Matias, Margarida Vale, Maria Vitória Afonso, Mário Barradas, Miguel Boieiro, Paulo António CO-924A, Paulo Nascimento, Pinhal Dias, Rui Hélder Feio, Vitor Sarmento.

Impressão: Funchalense – Empresa Gráfica, S.A.Rua da Capela N. S.ª da Conceição, 50 – Morelena – Pero PinheiroTiragem: 15.000 exemplaresO «Comércio» não se responsabiliza nem pode ser responsa-bilizado pelos artigos assinados pelos colaboradores. Todo o conteúdo dos mesmos é da inteira responsabilidade dos res-petivos autores.

Diretora: Joana Rosa TE-544ARegisto do título: 125282 Depósito Legal: N.º 267646/07Contribuinte N.º 514 867 060Propriedade: Ângela RosaEditor: Cruzada de Letras, Lda.

2 | ATUALIDADE

Direção Geral da Saúde e da Proteção Civil de forma a responder positiva-mente às exigências que são pedidas num dos períodos mais difíceis da his-tória da nossa sociedade.

Se, após aproximadamente três meses de confinamento, a economia teve uma quebra acentuada, estes novos dados são alarmantes. Muitas empre-sas encontram-se a trabalhar de forma parcial, não tendo os postos de traba-lho assegurados, encontrando-se numa situação de recuperação económica len-ta. Este é um momento de crise sanitá-ria, mas também social e económica. O papel que cada um de nós é cada vez mais importante para parar este “ini-migo” silencioso que irá manter-se até ao surgimento de uma vacina.

A nossa responsabilidade individual é neste momento o fator mais impor-tante de combate à crise que se prevê chegar nos próximos meses caso haja necessidade de uma nova fase de con-finamento.

O governo já informou que não está previsto um novo confinamento cole-tivo, contudo, e analisando os dados das últimas semanas poderemos estar perante uma nova vaga que impacta o sistema nacional de saúde e consequen-temente o acesso a tratamento.

Só com este esforço coletivo será pos-sível retomar a normalidade no dia--a-dia. Na vida familiar e social, nas escolas, nos locais de trabalho, nos esta-belecimentos comerciais e de restau-ração, nas salas de espetáculo e assim minimizar o impacto desta pandemia na vida de todos nós e da economia.

Já ficámos privados da liberdade de circulação e impossibilitados de estar juntos. Agora que voltamos à "normali-dade" é preciso continuar a viver a nos-sa vida em segurança, um desafio que só poderá ser superado com a união de todos.

Após vários meses desde o início, daquilo que se previa ser a primei-ra vaga da pandemia de covid-19, os números da última semana dispara-ram. O retorno à rotina por parte de todos os portugueses trouxe os núme-ros de novos casos diários mais elevados de sempre, sobretudo nos grandes cen-tros, estendendo-se a outras grandes metrópoles Europeias.

Estão apontadas como causas deste rápido crescimento, a época de férias, o retomar do ano letivo, a deslocação de pessoas para os seus locais de trabalho, que retornam lentamente à normalidade.

A crise sanitária provocada pela covid-19 está longe de ter terminado, bem pelo contrário, estima-se agora uma segunda vaga que, comparativa-mente com a primeira se prevê mais severa e com maior número de infeta-dos. De relembrar que nos aproxima-mos a passos largos do inverno, época marcada pelos números elevados de casos do vírus da gripe.

Segundo dados recolhidos a 5 de outubro junto da Direção Geral da Saú-de (DGS), o Seixal é dos 15 concelhos do país com mais de 150 mil habitan-tes (166 835 habitantes, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatís-tica de 2018) que tem menos casos de covid-19. Com 78,8 casos por cada 10 mil habitantes, o município do Seixal encontra-se na 14.ª posição, atrás de concelhos como Amadora, Loures, Sin-tra, Odivelas, Lisboa, Oeiras, Cascais, e de Almada, na margem sul e ainda de Guimarães, Porto, Matosinhos, Braga e Vila nova de Gaia no norte do país.

O Seixal está também fora do leque de municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto com mais casos de covid-19 por cada 10 mil habitan-tes, ficando atrás de concelhos como Almada, Moita e Barreiro.

Isto demonstra que a população do concelho tem seguido as diretrizes da

Seixal é dos concelhos do país com mais de 150 mil habitantes que tem menos casos de covid-19

DR: DGS

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4 | CULTURA | 9 de outubro de 2020

OPINIÃO

QUEM NÃO TEM TELHADOS DE VIDRO

QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Pasmo-me com tamanha moralidade há volta de conteúdos, que imediatamente deveriam ser excluídos, reportados, denunciados, ...Mas, acima de tudo, pasmo-me ainda mais com a falta de dignidade que cada um dos que vê, comenta, critica, partilha e continua a falar, se considerando imune a algo parecido.Todos temos telhados de vidro!Mesmo aqueles que filhos não têm.Porém, com tanta idoneidade comportamental, estou para aqui eu a dizer barbaridades em série, como se fosse entendida no assunto. Longe de mim, até porque o que aqui importa salientar não é a minha condição, a dos pais no geral, a dos filhos no individual,..., mas, a de uma sociedade real.Todo o pai ou mãe deveria ter facebook, visitar canais e redes sociais, pesquisar o que por aí se está a passar. E, ser parte activa também. Na denúncia do que é impróprio. Na consciencialização da moral. Na informação constante e debatida com os filhos sobre temas como este.E, sim. Fala-se do vídeo ou dos vídeos que por aí agora são notícia.Tamanha incredulidade. Ateus, que acreditam que isso somente acontece aos outros. Não aos seus.Só que é tão mais fácil rotular a acção, criticar a exposição, compadecer-se pelo pai ou mãe daquela a quem e dar-lhe a notoriedade que aspira, do que responsabilizar-se também.Já alguém parou para pensar sequer no que está a acontecer?Ou, fica de tal modo, absorto em ver, ouvir e se enoja, para depois mais um assunto banal ter para recorrer quando necessitar?Continuamos a incentivar, a motivar, a permitir que todos os que de imoral se regem, procuram dádivas destas para se satisfazer. O que mais existe por aí é quem se deleite com este tipo de conteúdos e, nós, os que achamos que só aos outros acontece, se esconde entre moral e falsidade, absortos em ilusão e não querer ver.Hoje falava com uma amiga sobre as histórias de fadas e da Carochinha, que muitos daqueles que hoje são pais e mães, viam na sua infância. Que duma perspectiva actual, são retrógadas, machistas. Contos de fadas que faziam sonhar com o principie encantado, que nunca existiu.Questiono-me que tipo de histórias e contos foram então partilhados nestas infâncias que por aí se expõem assim?Pasmo-me com isso. Porque não é limitativo. E, constante supervisão requer extrema responsabilização.Em determinada altura da vida é possível escolher mudar o caminho. E, as mentalidades também.Requer é, muito trabalho!

Rostos do SeixalPAULO JOSÉ MIRANDA (1965)

Humano, e regressou a Portugal, come-çando pouco depois a trabalhar na bio-grafia de Manoel de Oliveira A Morte não É Prioritária. É membro do PEN Clube Português desde 1998.

Reside atualmente em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba, levando a arte do concelho do Seixal aos quatro cantos do mundo, tal como fizeram tantos outros.

Mário Barradas

Natural da Aldeia de Paio Pires, licenciou-se em filosofia e, em 1997, publicou o primeiro livro de poesia - A Voz Que Nos Trai, com o qual venceu o primeiro Prémio Teixeira de Pas-coaes. Em 1999, residindo na Turquia, tornou-se também o primeiro vencedor do Prémio José Saramago, com a novela Natureza Morta. Mais tarde, viveu tam-bém em Macau e no Brasil, escrevendo poesia, ficção, teatro e ensaio.

Em 2015, recebeu o Prémio Auto-res, da Sociedade Portuguesa de Auto-res, pelo livro de poesia Exercícios de

Os TRABALHADORES das SECAS do BACALHAU, que, no nosso concelho, secaram durante quase um século mui-tos milhares de toneladas de bacalhau.

Nas primeiras décadas do séc. XX já existiam na restinga da Ponta dos Corvos três estabelecimentos de seca e preparação de bacalhau, com as seguin-tes designações: «Parceria Geral de Pes-carias. Lda.», «Parceria Portuguesa de Pescarias, Lda» e «Sociedade Nacional de Pesca, Lda».

Mais tarde, já nos anos cinquenta, as secas instaladas neste mesmo local eram outras, sendo os seus nomes: «Socie-dade Luso Brasileira, Lda» conhecida popularmente por «Seca do Guerra», «Sociedade Lisbonense de Pesca do Bacalhau, Lda», conhecida popular-mente por «Seca do Picado» e «Compa-nhia Atlântica de Pesca, Lda.».

O conjunto destas três últimas secas de bacalhau empregavam mais de

DR

Carmen Ezequiel

DR

DR

600 trabalhadores (maioritariamente mulheres), oriundos de várias regiões de Portugal. Cada seca de bacalhau tinha barcos bacalhoeiros próprios (os lugres), que pescavam na Terra Nova (Atlântico Norte).

O bacalhau, depois de lavado e salga-do, era colocado a secar ao ar livre, em mesas de arames como as que se podem ver nas imagens. Como não podia suportar altas temperaturas, normal-

mente, era seco de Outubro a Março.Destas empresas, a que no nosso

Município laborou até mais tarde (1994) foi a Companhia Atlântica de Pesca, Lda. (fotografia de baixo à esquerda). Esta última empresa por fim já possuía uma estufa de secagem interior que permitia secar o bacalhau em qualquer dia do ano.

Manuel Lima

SECAS DO BACALHAU

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6 | OPINIÃO | 9 de outubro de 2020

Medida Contrato-EmpregoO Instituto de emprego e Formação

Profissional, IP, com vista a dinamizar o emprego em Portugal, divulgou as Medidas-Emprego para o período corrente.

Trata-se de um apoio financeiro aos empregadores que celebrem contratos de trabalho sem termo ou a termo certo, por prazo igual ou superior a 12 meses, com desempregados inscritos no IEFP.

Os objectivos são os de prevenir e combater o desemprego, fomentar e apoiar a criação líquida de postos de trabalho, incentivar a inserção profissional de públicos com maior dificuldade de integração no mercado de trabalho, entre outras.

Destinam-se a desempregados inscritos nos serviços de emprego, há 6 meses consecutivos e quando, independentemente do tempo de

inscrição, se trate de beneficiário de prestação de desemprego, ou de Rendimento Social de Inserção, pessoa com deficiência e incapacidade, pessoa que integre família monoparental, pessoa cujo cônjuge ou pessoa com quem viva em união de facto se encontre desempregado, vítima de violência doméstica, refugiado, ex-recluso e aquele que cumpra ou tenha cumprido penas ou medidas judiciais não privativas de liberdade e esteja em condições de se inserir na vida ativa, toxicodependente em processo de recuperação, pessoa que não tenha registos na Segurança Social como trabalhador por conta de outrem nem como trabalhador independente nos últimos 12 meses consecutivos que precedem a data do registo da oferta de emprego, Inscrito há pelo menos 2 meses consecutivos, quando se trate de

pessoa: com idade igual ou inferior a 29 anos ou com idade igual ou superior a 45 anos, Pertença a outro público específico a definir em regulamentação própria ou por despacho do membro do Governo responsável pela área do emprego, em função das prioridades da política pública, entre muitas outras.

São Entidades Candidatas qualquer pessoa singular ou pessoa coletiva, de natureza jurídica privada, com ou sem fins lucrativos

Apoio financeiro nos seguintes termos:• 9 vezes o valor do IAS*, no caso de

contratos de trabalho sem termo• 3 vezes o valor do IAS, no caso de

contratos de trabalho a termo certoExistem ainda majorações do apoio

para casos de pessoas em situação de debilidade social e económica.

As candidaturas são efetuadas no

portal iefponline (https://iefponline.iefp.pt) através da publicitação e registo da oferta de emprego relativa aos postos de trabalho a preencher,

InformaçõesPara obter informações mais detalhadas

ou esclarecer dúvidas:- Consulte o portal do IEFP (www.iefp.

pt)- Utilize o email: [email protected] Contacte pelo telefone 300 010 001

(dias úteis das 8h às 20h)- Dirija-se a um centro de emprego

ou centro de emprego e formação profissional.

Escolha os serviços de um profissional, contacte o Solicitador.

Envie a sua questão para: [email protected]

DIESEL um Nome e um ProdutoMuito se tem falado ultimamente acer-

ca das questões ambientais e, por via dis-so, também muito se tem conjecturado sobre o eventual desaparecimento das viaturas a diesel.

Como sempre tive viaturas a diesel é com alguma curiosidade que vou inter-pretando os sinais dos tempos. O diesel é um produto que nós consumimos há precisamente 123 anos pois a sua patente foi registada em 23 de fevereiro de 1897, deriva do petróleo na primeira fase da refinação deste. É hoje um dos derivados do crude ou de brent também conhecido por ramas de petróleo (petróleo em bru-to).

No primeiro motor a diesel não foi utilizado diesel, proveniente de combus-tíveis fósseis, mas sim de óleo de avelã. Os primeiros motores usaram este produto e outros como o óleo de amendoim ou as gorduras de proveniência animal, como o porco, as baleias e os cachalotes mas o nome ficou…a tudo se passou a chamar diesel, embora também se designe por gasóleo.

O motor-reactor que usava o diesel foi registado mas nada tinha a ver com os actuais motores, que são obviamente

bem mais potentes e com uma conversão em energia muito mais eficiente. O ciclo OTTO (quatro tempos, Admissão, Com-pressão, Explosão, Exaustão) nos motores a gasóleo faz destes 5 vezes mais potentes que um motor a gasolina. Este produto veio a substituir, com vantagem o car-vão nos transportes marítimos, que antes eram a vapor, e alimenta as unidades geradoras diesel-eléctricas dos caminhos--de-ferro.

É preciso não esquecer que foi a polí-tica sobre o automóvel que fez os consu-midores mudarem para o gasóleo, uma vez que este era mais barato, coisa que se manteve por muitos anos. Hoje continua a ser sobre os combustíveis que incidem os maiores impostos.

O nome e o produto diesel estão asso-ciados a RudolfChristian Karl Diesel (16-3-1858 – 30-9-1913), um alemão nascido em Paris e que veio a morrer, no Canal da Mancha, em condições misteriosas quan-do ia de barco a vapor (S. S. Dresden) de Antuérpia, na Bélgica para Londres, em Inglaterra. Ao que tudo indica caiu ao mar sendo o seu corpo reconhecido pelo seu filho Eugénio Diesel. Era um enge-nheiro mecânico de renome e um dos

muitos imigrantes Bávaros em França (Baviera um dos Estados mais ricos, entre os 16 da actual RFA-Republica Federal da Alemanha).

Portugal tem nas suas estradas e auto--estradas cerca de seis milhões e setecen-tos e cinquenta mil (6 750 000) veículos motorizados e mais de três milhões e meio (3 500 000) de viaturas a gasóleo, não só automóveis como camiões de mer-cadorias, autocarros de passageiros, via-turas dos bombeiros, tractores agrícolas e máquinas de variado tipo como alimen-tação de fornos nas indústrias de todo o tipo… e até na panificação.

Desde o primeiro motor aplicado ao primeiro automóvel, criado em 1886, o Benz Patent-Motorwagem, por Karl Frie-drich Michael Benz (25-11-1848 – 4-4-1929), o alemão que está na origem da Mercedes-Benz, a evolução foi extraordi-nária a todos os níveis. Até ao pai do 1º Ministério das Obras Publicas, António Maria de Fontes Pereira de Melo (8-9-1819- 22-1-1887), nós nem tínhamos estradas. Em 1972 tínhamos 66 quilóme-tros de auto-estradas e hoje (fevereiro de 2020) temos cerca de 3090 quilómetros sem contar com os IPs e ICs e vias rápidas

Manuel Matias

com perfil de auto-estradas. Um estudo a nível da União Europeia colocou Portugal como o 4º país com melhores estradas.

Há uns anos atrás quando o gasóleo estava a um preço que justificava as alter-nativas, muito óleo de fritar, novo e já utilizado, foi enviado par os depósitos das viaturas, nomeadamente nos automóveis dos anos 70, 80 e 90 do século passado.

Convêm relembrar que a maior polui-ção está nos transportes aéreos e depois nos transportes marítimos e que aqueles e estes têm crescido de forma assustado-ra. De 2007 a 2017 no aeroporto de Lis-boa, agora baptizado Humberto Delgado, onde embarcaram e desembarcaram 190 milhões de passageiros e, na Maia, o aero-porto Francisco Sá Carneiro 137 milhões, houve um aumento de 173% em 11 anos. E não estou a falar da força aérea que con-some cerca de 1/3 dos produtos refinados para os transportes aéreos.

Por caminho-de-ferro nas viagens internacionais somente 0,13% dos portu-gueses o utilizam e, mesmo esses, usam locomotivas a diesel na linha do Minho, entre Porto e Vigo.

Rui Hélder FeioSolicitador

O VOZEIRO

Nasci mulher e gosto de o ser. Com todos os impedimentos que possa apresentar sempre é bem mais gratificante ser uma pessoa sensível do que o contrário. Não quero com isto dizer que os homens são todos uns brutos. Para se ser mulher é preciso ter força e lutar contra uma série de situações que se estabeleceram e penso que para os homens tem sido mais fácil.

A ideia do cavalheiro a abrir a porta à senhora, a ajeitar a cadeira e a dar o lugar nos transportes ainda é válida. O que acontece é que as pessoas estão tão focadas no momento que se esquecem destes pormenores interessantes. Não é isso que faz com que se seja cretino mas sim educado. Não é preciso explicar às pessoas que existe a consciência e a

educação, pois não?Ser mulher implica uma dose de

sofrimento que não é para todos. Primeiro é aquela circunstância do período que não é fácil de aceitar e depois, se for das menos felizardas, as dores que tal acarreta. No entanto ser mulher é oferecer a possibilidade de dar uma continuidade, de procriar, de sentir um ser a crescer dentro de si e estabelecer um laço muito particular.

Os homens, por mais que se esforcem não o conseguem. É algo mesmo nosso, feminino e particular. Eles terão outros sentimentos e outras sensações que lhes farão todo o sentido. Somos diferentes e isso é muito importante. A sensibilidade não é apanágio da mulher mas os homens são instruídos para a recalcar. Incorrecto

e muito negativo.Não consigo conceber uma sociedade

onde as pessoas se continuem a atropelar e não respeitar. Os exemplos devem ser dados em casa, com a participação activa dos progenitores e a família alargada. Os maus exemplos, a violência e a falta de integridade só podem gerar comportamentos negativos e perpetuar atitudes discriminatórias.

De facto somos todos diferentes por isso a palavra igualdade faz sentido ser usada em certos contextos. Não é, de modo algum, sinónimo de superioridade

e muito menos de inferioridade. Parece-me que andamos com os dicionários um pouco trocados, com folhas soltas e ausentes.

Há que tenha ainda atitudes prepotentes e tirânicas, que não se podem admitir. É-lhes incutido mas desfazer o errado dá mais trabalho do que recomeçar. Basta pensar que estão a falar com a mãe, a irmã, a prima ou qualquer elemento feminino da família. Gostavam que elas fossem tratadas desse modo?

Por isso esta palavra tem um peso enorme e não pode ser usada assim sem mais nem menos, por dá cá aquela palha. Deve ser ponderada e retirada do bolso na altura certa e adequada. Como se sabe ninguém é perfeito e todos cometemos erros mas se tivermos vontade de os corrigir é meio caminho andado. Vamos fazer uma sociedade mais justa ou é só ingenuidade da minha parte?

Ser mulherDR

Margarida Vale

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| I | 9 de outubro de 2020

patrocínios / apoios parceiros media

organização / produção

Bilhetes à vendaem www.ticketline.pte locais habituais.

15_24out2020

Fórum Culturaldo Seixal

SEXTETO DE JAZZDE LISBOA

ANDRÉ ROSINHATRIO

TGB

RAONFIGUEIREDOHASSELBERG

RICARDO PINHEIROMIGUEL AMADO- LAB

ISABEL RATOQUINTETO

EDUARDO CARDINHOQUARTETO

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II | | 9 de outubro de 2020

21.ª edição do SeixalJazz reúne formações portuguesas de renome internacional

A 21.ª edição do Festival Internacio-nal SeixalJazz vai decorrer este ano de 15 a 24 de outubro, com as atuações a decorrer às 22 horas, num único set e sem intervalo. O conceito-chave é regressar em segurança, mas a missão é apoiar formações de músicos portu-gueses e simultaneamente assegurar o direito à fruição cultural.

«Este ano, apostámos em projetos portugueses de renome internacional e qualidade indiscutível, como forma de apoiar os músicos nacionais que devi-do ao contexto mundial da pandemia de covid-19 estiveram sem atividade durante muitos meses», explica Manue-la Calado. A vereadora da Cultura da Câmara Municipal do Seixal lembra que o festival decorre sob o lema Vol-tar em Segurança num ano atípico para todos, mas em que «a cultura não foi esquecida» no concelho, representando antes «uma via de esperança e aprendi-zagem para prosseguir com a vida quo-tidiana, adaptando-a ao novo contexto de crise de saúde pública».

No dia 15 de outubro, as honras de abertura cabem ao Sexteto de Jazz de Lisboa, formação que reúne Mário Laginha, Edgar Caramelo e Tomás Pimentel e tem Ricardo Toscano no saxofone. No dia 16, apresenta-se o trio liderado pelo contrabaixista André Rosinha, que conta ainda com João Paulo Esteves da Silva no piano e Mar-cos Cavaleiro na bateria. Tuba, guitar-ra e bateria são os instrumentos que dão

nome aos TGB, formação de Sérgio Carolino, Mário Delgado e Alexandre Frazão, que se estreia no SeixalJazz no dia 17.

Na segunda semana de espetáculo, no dia 21, o harpista Eduardo Raon, o pia-nista Luís Figueiredo e o contrabaixis-ta João Hasselberg atuam em conjunto dando expressão às vertentes musicais de improvisação, criativa e melódi-ca. Ricardo Pinheiro, na guitarra, e

Miguel Amado, no baixo, lideram o projeto LAB, que conta ainda com Tomás Marques, no saxofone alto, e Diogo Alexandre, na bateria, e atuam no dia seguinte.

A noite de dia 23 acolhe o quinteto de Isabel Rato, pianista residente no concelho, dona de uma escrita musical elegante, fundada no jazz, na música clássica e na pop. No dia 24, o quar-teto do vibrafonista Eduardo Cardi-

nho fecha a edição de 2020 com uma formação que inclui João Barradas no acordeão midi e que conta igualmente com contrabaixo e bateria.

O bilhete tem um custo de 8 euros por espetáculo, com desconto de 25 por cento para jovens até aos 25 anos, refor-mados e funcionários das autarquias do Seixal e a assinatura para os sete dias custa 48 euros.

Na Galeria de Exposições Augusto Cabrita, no Fórum Cultural do Seixal, é inaugurada no dia 15 de outubro, quinta-feira, pelas 19 horas, a exposição de pintura Jazz à Vista, de XicoFran, no âmbito da 21.ª edição do Festival Internacional SeixalJazz.

Durante as datas do festival, a gale-ria estenderá o seu horário habitual e encerrará às 24 horas. A exposição Jazz à Vista estará patente até ao próximo dia 5 de dezembro e poderá ser visitada de terça a sexta-feira, das 10 às 20 horas, e ao sábado das 14.30 às 20 horas.

Francisco Fernandes nasceu em Luanda, Angola, em 1969, mas assina como XicoFran, considerado um dos grandes talentos no mundo artístico da sua geração, conhecido como o «pintor do jazz».

XicoFran coloca na ponta dos seus dedos toda a sua paixão pelas coisas mais simples do quotidiano, criando verdadeiras obras-primas que puxam do mais puro do nosso subconsciente, uma intensa curiosidade que culmina, sempre, com um controlável sorriso.

Aprendeu com o mestre António Inver-no importantes técnicas e conhecimen-tos que até hoje aplica nas suas obras, nomeadamente o equilibrio das telas e os pontos de luz.

Uma das características mais mar-cantes e reconhecida na sua pintura é a forma como consegue representar o movimento preconizado pela silhueta de um músico, mais concretamente do músico de jazz, transpondo para a tela o arrastamento dos gestos e toda a vibra-ção dos instrumentos, temática que domina com um cunho muito pessoal e muito característico, reconhecido mun-dialmente.

Horário da galeria Terça a sexta-feira das 10 às 20 horas. Sábado, das 14.30 às 20 horas. Encerra aos domingos, feriados e segundas-feiras.

Horário SeixalJazz 2020 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de outubro, das 20.30 às 24 horas.

PINTURA DE XICOFRAN

Exposição Jazz à Vista para ver durante o festival

Ricardo Toscano, músico do Seixal, integra o Sexteto de Jazz de Lisboa e atua no espetáculo de abertura do SeixalJazz

©Anabela Carreira

Manuela Calado, vereadora da cultura da Câmara Municipal do Seixal

| 9 de outubro de 2020 | III

16 DE OUTUBRO, SEXTA-FEIRA, ÀS 22 HORASAndré Rosinha Trio

André Rosinha é um amante de jazz e apaixonou-se por acidente pelo contra-baixo, instrumento que o haveria de acompanhar toda a vida. Com participações em vários projetos com vários nomes do mundo do jazz, o músico lança o seu primeiro álbum em 2018, «Pórtico», que confirmou o seu talento enquanto instru-mentista e compositor.

Em 2019, junta-se ao pianista João Paulo Esteves da Silva e ao baterista Marcos Cavaleiro para o lançamento de «Árvores». Com músicas simples e a vontade de experimentar coisas novas, conjugando as suas diferentes personalidades, o trio promete cativar todos os que ouvem a sua música.

15 DE OUTUBRO, QUINTA-FEIRA, ÀS 22 HORASSexteto de Jazz de Lisboa

O Sexteto de Jazz de Lisboa nasceu em 1984 com uma formação inicial de que faziam parte Tomás Pimentel (trompete, f liscorne), Mário Laginha (piano), Edgar Caramelo (saxofone tenor), Carlos Martins (saxofone alto), David Gausden (contra-baixo) e Carlos Vieira (bateria). Posteriormente, os dois últimos foram substituídos por Pedro e Mário Barreiros e Carlos Martins pelo saxofonista Jorge Reis.

O coletivo cedo se afirmou como um dos mais notáveis grupos de jazz portu-gueses e percursor na cena jazzística nacional ao apresentar-se com um grupo alargado e com uma frente de três instrumentos de sopro. Em 1988, lançam o pri-meiro e único trabalho gravado no ano anterior, «Ao Encontro». Após um repto de António Curvelo e Manuel Jorge Veloso, após 30 anos, voltam ao palco juntos para integrar o ciclo Histórias do Jazz em Portugal.

Depois da morte de Jorge Reis, em 2014, decidem manter o projeto, como uma sentida homenagem ao seu companheiro e convidam para o seu lugar Ricardo Toscano, ao qual se junta outro jovem músico, o contrabaixista Francisco Brito, para o lugar de Pedro Barreiros.

17 DE OUTUBRO, SÁBADO, ÀS 22 HORASTGB

Os TGB são um trio formado em 2003, composto por tuba, guitarra e bateria, as iniciais que dão nome à formação. O grupo reúne os aclamados Sérgio Caro-lino, Mário Delgado e Alexandre Frazão e conta já com três trabalhos editados: «Tuba, Guitarra e Bateria», de 2004, «Evil Things», de 2010, e «III», gravado em 2019 com o selo da Clean Feed.

Ao fim de três álbuns, fica confirmada a instrumentação fora do comum, com uma sonoridade que recusam chamar de fusão, mas que rompe fronteiras e dese-nha melodias que vão do jazz ao rock, do folk ao country, entre outras inf luências.

Hoje, os TGB têm o seu próprio espaço na cena jazzística e sobem por mérito próprio ao palco do SeixalJazz em 2020.

© Anabela Carreira

Informações úteisBilheteira Bilhetes à venda em ticketline.pt e locais habituais. Bilhete único: 8 eurosBilhete duplo: 16 eurosDesconto de 25 por cento para jovens até aos 25 anos, reformados e funcionários das autarquias do Seixal. Assinatura de bilhete único: 48 euros (7 dias) Assinatura de bilhete duplo: 96 euros (7 dias)A bilheteira do auditório abre 1.30 horas antes de qualquer espetáculo e encerra 15 minutos após o seu o início. De terça sexta-feira, das 10 às 19, aos sábados, das 14.30 às 19 horas, o serviço de venda de bilhetes funciona no balcão de informações da Biblioteca

Municipal.Reservas/informações: Ligue 1820 (24 horas) - A partir do estrangeiro ligue +351 217 941 400

Espaço Jazz Área reservada à venda de todos os materiais de representação do festival, bem como de CD e outros materiais das formações que participam nesta edição.No cumprimento das indicações da DGS, serão asseguradas as condições de segurança e o distanciamento físico. Só será permitida a entrada a uma pessoa e funcionará entre as 20.30 e as 24 horas.

Galeria de Exposições Augusto Cabrita 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de outubro, das 20.30 às 24 horas.

Bar SeixalJazz O serviço de bar funcionará na cafetaria da Biblioteca Municipal do Seixal, espaço que integra o Fórum Cultural do Seixal, com o mesmo horário da Galeria de Exposições Augusto Cabrita.

Momentos SeixalJazz Todas as noites estará disponível um número limitado e numerado de fotografias das atuações, que podem ser adquiridas pelo público interessado. Este espaço funcionará no Espaço Jazz. Regras de utilização do auditório (de acordo com as normas da DGS)É obrigatório o distanciamento físico de 2 metros no acesso ao recinto e às bilheteiras (a lotação da bilheteira é de 1 pessoa);

É obrigatório o uso de máscara no recinto e a higienização das mãos à entrada e à saída do mesmo;A abertura de portas será feita 1 hora antes do espetáculo;A lotação é limitada em função do cumprimento das orientações da DGS;Prevê-se a existência de lugares indivi-duais e para coabitantes (2 lugares);Não existem lugares marcados;A entrada no recinto e a indicação dos lugares serão acompanhadas por assis-tentes de sala;No final do espetáculo, deverá aguar-dar a indicação dos assistentes para se levantar do seu lugar e sair do recinto;Não será permitida a permanência de espetadores no interior do recinto após o final dos espetáculos;Nas instalações sanitárias, apenas serão permitidas duas pessoas em simultâneo.

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II | | 9 de outubro de 2020

21.ª edição do SeixalJazz reúne formações portuguesas de renome internacional

A 21.ª edição do Festival Internacio-nal SeixalJazz vai decorrer este ano de 15 a 24 de outubro, com as atuações a decorrer às 22 horas, num único set e sem intervalo. O conceito-chave é regressar em segurança, mas a missão é apoiar formações de músicos portu-gueses e simultaneamente assegurar o direito à fruição cultural.

«Este ano, apostámos em projetos portugueses de renome internacional e qualidade indiscutível, como forma de apoiar os músicos nacionais que devi-do ao contexto mundial da pandemia de covid-19 estiveram sem atividade durante muitos meses», explica Manue-la Calado. A vereadora da Cultura da Câmara Municipal do Seixal lembra que o festival decorre sob o lema Vol-tar em Segurança num ano atípico para todos, mas em que «a cultura não foi esquecida» no concelho, representando antes «uma via de esperança e aprendi-zagem para prosseguir com a vida quo-tidiana, adaptando-a ao novo contexto de crise de saúde pública».

No dia 15 de outubro, as honras de abertura cabem ao Sexteto de Jazz de Lisboa, formação que reúne Mário Laginha, Edgar Caramelo e Tomás Pimentel e tem Ricardo Toscano no saxofone. No dia 16, apresenta-se o trio liderado pelo contrabaixista André Rosinha, que conta ainda com João Paulo Esteves da Silva no piano e Mar-cos Cavaleiro na bateria. Tuba, guitar-ra e bateria são os instrumentos que dão

nome aos TGB, formação de Sérgio Carolino, Mário Delgado e Alexandre Frazão, que se estreia no SeixalJazz no dia 17.

Na segunda semana de espetáculo, no dia 21, o harpista Eduardo Raon, o pia-nista Luís Figueiredo e o contrabaixis-ta João Hasselberg atuam em conjunto dando expressão às vertentes musicais de improvisação, criativa e melódi-ca. Ricardo Pinheiro, na guitarra, e

Miguel Amado, no baixo, lideram o projeto LAB, que conta ainda com Tomás Marques, no saxofone alto, e Diogo Alexandre, na bateria, e atuam no dia seguinte.

A noite de dia 23 acolhe o quinteto de Isabel Rato, pianista residente no concelho, dona de uma escrita musical elegante, fundada no jazz, na música clássica e na pop. No dia 24, o quar-teto do vibrafonista Eduardo Cardi-

nho fecha a edição de 2020 com uma formação que inclui João Barradas no acordeão midi e que conta igualmente com contrabaixo e bateria.

O bilhete tem um custo de 8 euros por espetáculo, com desconto de 25 por cento para jovens até aos 25 anos, refor-mados e funcionários das autarquias do Seixal e a assinatura para os sete dias custa 48 euros.

Na Galeria de Exposições Augusto Cabrita, no Fórum Cultural do Seixal, é inaugurada no dia 15 de outubro, quinta-feira, pelas 19 horas, a exposição de pintura Jazz à Vista, de XicoFran, no âmbito da 21.ª edição do Festival Internacional SeixalJazz.

Durante as datas do festival, a gale-ria estenderá o seu horário habitual e encerrará às 24 horas. A exposição Jazz à Vista estará patente até ao próximo dia 5 de dezembro e poderá ser visitada de terça a sexta-feira, das 10 às 20 horas, e ao sábado das 14.30 às 20 horas.

Francisco Fernandes nasceu em Luanda, Angola, em 1969, mas assina como XicoFran, considerado um dos grandes talentos no mundo artístico da sua geração, conhecido como o «pintor do jazz».

XicoFran coloca na ponta dos seus dedos toda a sua paixão pelas coisas mais simples do quotidiano, criando verdadeiras obras-primas que puxam do mais puro do nosso subconsciente, uma intensa curiosidade que culmina, sempre, com um controlável sorriso.

Aprendeu com o mestre António Inver-no importantes técnicas e conhecimen-tos que até hoje aplica nas suas obras, nomeadamente o equilibrio das telas e os pontos de luz.

Uma das características mais mar-cantes e reconhecida na sua pintura é a forma como consegue representar o movimento preconizado pela silhueta de um músico, mais concretamente do músico de jazz, transpondo para a tela o arrastamento dos gestos e toda a vibra-ção dos instrumentos, temática que domina com um cunho muito pessoal e muito característico, reconhecido mun-dialmente.

Horário da galeria Terça a sexta-feira das 10 às 20 horas. Sábado, das 14.30 às 20 horas. Encerra aos domingos, feriados e segundas-feiras.

Horário SeixalJazz 2020 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de outubro, das 20.30 às 24 horas.

PINTURA DE XICOFRAN

Exposição Jazz à Vista para ver durante o festival

Ricardo Toscano, músico do Seixal, integra o Sexteto de Jazz de Lisboa e atua no espetáculo de abertura do SeixalJazz

©Anabela Carreira

Manuela Calado, vereadora da cultura da Câmara Municipal do Seixal

| 9 de outubro de 2020 | III

16 DE OUTUBRO, SEXTA-FEIRA, ÀS 22 HORASAndré Rosinha Trio

André Rosinha é um amante de jazz e apaixonou-se por acidente pelo contra-baixo, instrumento que o haveria de acompanhar toda a vida. Com participações em vários projetos com vários nomes do mundo do jazz, o músico lança o seu primeiro álbum em 2018, «Pórtico», que confirmou o seu talento enquanto instru-mentista e compositor.

Em 2019, junta-se ao pianista João Paulo Esteves da Silva e ao baterista Marcos Cavaleiro para o lançamento de «Árvores». Com músicas simples e a vontade de experimentar coisas novas, conjugando as suas diferentes personalidades, o trio promete cativar todos os que ouvem a sua música.

15 DE OUTUBRO, QUINTA-FEIRA, ÀS 22 HORASSexteto de Jazz de Lisboa

O Sexteto de Jazz de Lisboa nasceu em 1984 com uma formação inicial de que faziam parte Tomás Pimentel (trompete, f liscorne), Mário Laginha (piano), Edgar Caramelo (saxofone tenor), Carlos Martins (saxofone alto), David Gausden (contra-baixo) e Carlos Vieira (bateria). Posteriormente, os dois últimos foram substituídos por Pedro e Mário Barreiros e Carlos Martins pelo saxofonista Jorge Reis.

O coletivo cedo se afirmou como um dos mais notáveis grupos de jazz portu-gueses e percursor na cena jazzística nacional ao apresentar-se com um grupo alargado e com uma frente de três instrumentos de sopro. Em 1988, lançam o pri-meiro e único trabalho gravado no ano anterior, «Ao Encontro». Após um repto de António Curvelo e Manuel Jorge Veloso, após 30 anos, voltam ao palco juntos para integrar o ciclo Histórias do Jazz em Portugal.

Depois da morte de Jorge Reis, em 2014, decidem manter o projeto, como uma sentida homenagem ao seu companheiro e convidam para o seu lugar Ricardo Toscano, ao qual se junta outro jovem músico, o contrabaixista Francisco Brito, para o lugar de Pedro Barreiros.

17 DE OUTUBRO, SÁBADO, ÀS 22 HORASTGB

Os TGB são um trio formado em 2003, composto por tuba, guitarra e bateria, as iniciais que dão nome à formação. O grupo reúne os aclamados Sérgio Caro-lino, Mário Delgado e Alexandre Frazão e conta já com três trabalhos editados: «Tuba, Guitarra e Bateria», de 2004, «Evil Things», de 2010, e «III», gravado em 2019 com o selo da Clean Feed.

Ao fim de três álbuns, fica confirmada a instrumentação fora do comum, com uma sonoridade que recusam chamar de fusão, mas que rompe fronteiras e dese-nha melodias que vão do jazz ao rock, do folk ao country, entre outras inf luências.

Hoje, os TGB têm o seu próprio espaço na cena jazzística e sobem por mérito próprio ao palco do SeixalJazz em 2020.

© Anabela Carreira

Informações úteisBilheteira Bilhetes à venda em ticketline.pt e locais habituais. Bilhete único: 8 eurosBilhete duplo: 16 eurosDesconto de 25 por cento para jovens até aos 25 anos, reformados e funcionários das autarquias do Seixal. Assinatura de bilhete único: 48 euros (7 dias) Assinatura de bilhete duplo: 96 euros (7 dias)A bilheteira do auditório abre 1.30 horas antes de qualquer espetáculo e encerra 15 minutos após o seu o início. De terça sexta-feira, das 10 às 19, aos sábados, das 14.30 às 19 horas, o serviço de venda de bilhetes funciona no balcão de informações da Biblioteca

Municipal.Reservas/informações: Ligue 1820 (24 horas) - A partir do estrangeiro ligue +351 217 941 400

Espaço Jazz Área reservada à venda de todos os materiais de representação do festival, bem como de CD e outros materiais das formações que participam nesta edição.No cumprimento das indicações da DGS, serão asseguradas as condições de segurança e o distanciamento físico. Só será permitida a entrada a uma pessoa e funcionará entre as 20.30 e as 24 horas.

Galeria de Exposições Augusto Cabrita 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de outubro, das 20.30 às 24 horas.

Bar SeixalJazz O serviço de bar funcionará na cafetaria da Biblioteca Municipal do Seixal, espaço que integra o Fórum Cultural do Seixal, com o mesmo horário da Galeria de Exposições Augusto Cabrita.

Momentos SeixalJazz Todas as noites estará disponível um número limitado e numerado de fotografias das atuações, que podem ser adquiridas pelo público interessado. Este espaço funcionará no Espaço Jazz. Regras de utilização do auditório (de acordo com as normas da DGS)É obrigatório o distanciamento físico de 2 metros no acesso ao recinto e às bilheteiras (a lotação da bilheteira é de 1 pessoa);

É obrigatório o uso de máscara no recinto e a higienização das mãos à entrada e à saída do mesmo;A abertura de portas será feita 1 hora antes do espetáculo;A lotação é limitada em função do cumprimento das orientações da DGS;Prevê-se a existência de lugares indivi-duais e para coabitantes (2 lugares);Não existem lugares marcados;A entrada no recinto e a indicação dos lugares serão acompanhadas por assis-tentes de sala;No final do espetáculo, deverá aguar-dar a indicação dos assistentes para se levantar do seu lugar e sair do recinto;Não será permitida a permanência de espetadores no interior do recinto após o final dos espetáculos;Nas instalações sanitárias, apenas serão permitidas duas pessoas em simultâneo.

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IV | | 9 de outubro de 2020

21 DE OUTUBRO, QUARTA-FEIRA, ÀS 22 HORASRaon, Figueiredo e Hasselberg

O disco «This Was What Will Be» é uma edição de abril de 2020 e junta Eduar-do Raon, na harpa, Luís Figueiredo, no piano, e João Hasselberg, no contrabaixo, num ambiente de exploração musical através de um som acústico e eletrónico, improvisação livre e fragmentos de ideias musicais. Estes três nomes-chave do jazz, da improvisação e da música criativa em Portugal fazem neste trabalho o «para-doxo de confluir o passado e o futuro num despretensioso presente. Um presente que aconteceu em Copenhaga, último vértice do triângulo que une os Alpes eslo-venos e o Mondego. Lá começou para continuar a presentear pelos palcos que os acolhem. Simples, pleno de subtileza e exemplo de coabitação do elétrico com o acústico. Do composto e da sua consequência improvisada. Com a naturalidade de quem descobre sem esforço ou preconceito, sempre fruindo».

23 DE OUTUBRO, SEXTA-FEIRA, ÀS 22 HORASIsabel Rato Quinteto

Isabel Rato é pianista, compositora, arranjadora e produtora, afirmando-se como um dos nomes femininos mais destacados da nova geração do jazz nacional e uma das raras mulheres a nível mundial a liderar uma formação de jazz.

Em 2016, estreou-se em nome próprio com o álbum «Para Além da Curva da Estrada», editado pela Sintoma Records, trabalho que foi bem acolhido pela crí-tica. Em 2019, chegam as «Histórias do Céu e da Terra», pela editora Nischo Records, considerado pela revista «Jazz.pt» como um dos melhores discos de jazz desse ano.

No seu quinteto tem a seu lado músicos com créditos já firmados no panorama nacional: João David Almeida, na voz, João Capinha, nos saxofones (soprano, alto e tenor), João Custódio, no contrabaixo, e Alexandre Alves, na bateria.

24 DE OUTUBRO, SÁBADO,ÀS 22 HORASEduardo Cardinho Quarteto

Eduardo Cardinho iniciou a sua vida na música aos seis anos de idade na filar-mónica de S. Tiago de Marrazes, em Leiria, como baterista. Teve aulas com Jeffery Davis, na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo no Porto, o que lhe proporcionou a oportunidade de demonstrar o seu talento musical.

Este talento não tem passado despercebido para outros músicos de jazz, além dos prémios conquistados, «Black Hole» foi considerado o melhor álbum de jazz em 2016.

Em 2020, Eduardo Cardinho junta-se na edição de «In Search of Light» a João Barradas no acordeão midi, com André Rosinha no contrabaixo e Bruno Pedroso na bateria, para subir ao palco nesta edição do SeixalJazz.

22 DE OUTUBRO, QUINTA-FEIRA, ÀS 22 HORASRicardo Pinheiro e Miguel Amado – LAB

Ricardo Pinheiro, guitarrista, e Miguel Amado, baixista, são dois nomes de peso do jazz nacional, ambos com carreiras de quase 20 anos e dezenas de discos gravados.

O projeto mais recente dos dois, LAB, está a ser editado este ano e junta compo-sições de ambos e dos dois detentores do Prémio Jovens Músicos de Jazz, em 2019, o saxofonista Tomás Marques e o baterista Diogo Alexandre. Desde cedo o grupo demonstrou uma grande cumplicidade que resultou nas composições «As U R» e «Black Light».

Antes do projeto LAB, Ricardo Pinheiro e Miguel Amado já haviam colabora-do em álbuns como «Song Form» em 2013, «Triology» em 2014, com participação

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REPORTAGEM | 7 | 9 de outubro de 2020

Comemorações do 132º aniversário da Sociedade Musical 5 de outubro

A primeira referência documentada sobre a existência de uma sociedade cultural é referente ao ano de 1881, quando adotou o nome de Sociedade Philarmónica, tendo a sua sede na Rua Direita, junto à escola primária, segun-do os registos do Arquivo Paroquial da Aldeia de Paio Pires. A 2 de novembro de 1883, a coletividade surge a abri-lhantar uma festa em honra de Nossa Senhora, como conclusão do mês do Rosário, com o nome de Sociedade Recreio Aldeense.

Foi com a ajuda do paipirense José António Rodrigues, que alguns homens da Aldeia de Paio Pires con-seguiram arranjar ajuda para alugar instrumentos, de forma a poderem concretizar a festa do Espírito Santo em Paio Pires, no ano de 1888. Toma-dos pelo gosto musical, resolveram adquirir instrumentos e fundaram ofi-cialmente a Sociedade União Capricho

Aldeense no dia 5 de outubro de 1888, sendo eles os fundadores da coletivida-de e da banda, conhecidos pelos Qua-renta Magníficos, com a presidência de José António Rodrigues.

Com a Implantação da República a 5 de outubro de 1910, resolveram os órgãos sociais da Mimosa, nome como carinhosamente é conhecida, alterar a sua denominação para Sociedade Musical 5 de Outubro (SM5O), a qual se mantém até hoje.

Nas comemorações do seu 132.º ani-versário, foram hasteadas as bandei-ras na sede social ao som do Hino da SM5O, tocado pela sua banda filarmó-nica, dirigida pelo maestro Francisco Santos, que depois percorreu as ruas da Aldeia de Paio Pires num autocar-ro descapotável, por forma a manter o distanciamento da população, que aplaudia as marchas de desfile execu-tadas pela banda.

Atravessou três séculos e mesmo antes da sua fundação oficial já existia. A associação cultural mais antiga da Aldeia de Paio Pires continua a fazer da cultura o seu mote, sendo exemplo para superar os tempos de crise, como o que atualmente atravessamos.

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IV | | 9 de outubro de 2020

21 DE OUTUBRO, QUARTA-FEIRA, ÀS 22 HORASRaon, Figueiredo e Hasselberg

O disco «This Was What Will Be» é uma edição de abril de 2020 e junta Eduar-do Raon, na harpa, Luís Figueiredo, no piano, e João Hasselberg, no contrabaixo, num ambiente de exploração musical através de um som acústico e eletrónico, improvisação livre e fragmentos de ideias musicais. Estes três nomes-chave do jazz, da improvisação e da música criativa em Portugal fazem neste trabalho o «para-doxo de confluir o passado e o futuro num despretensioso presente. Um presente que aconteceu em Copenhaga, último vértice do triângulo que une os Alpes eslo-venos e o Mondego. Lá começou para continuar a presentear pelos palcos que os acolhem. Simples, pleno de subtileza e exemplo de coabitação do elétrico com o acústico. Do composto e da sua consequência improvisada. Com a naturalidade de quem descobre sem esforço ou preconceito, sempre fruindo».

23 DE OUTUBRO, SEXTA-FEIRA, ÀS 22 HORASIsabel Rato Quinteto

Isabel Rato é pianista, compositora, arranjadora e produtora, afirmando-se como um dos nomes femininos mais destacados da nova geração do jazz nacional e uma das raras mulheres a nível mundial a liderar uma formação de jazz.

Em 2016, estreou-se em nome próprio com o álbum «Para Além da Curva da Estrada», editado pela Sintoma Records, trabalho que foi bem acolhido pela crí-tica. Em 2019, chegam as «Histórias do Céu e da Terra», pela editora Nischo Records, considerado pela revista «Jazz.pt» como um dos melhores discos de jazz desse ano.

No seu quinteto tem a seu lado músicos com créditos já firmados no panorama nacional: João David Almeida, na voz, João Capinha, nos saxofones (soprano, alto e tenor), João Custódio, no contrabaixo, e Alexandre Alves, na bateria.

24 DE OUTUBRO, SÁBADO,ÀS 22 HORASEduardo Cardinho Quarteto

Eduardo Cardinho iniciou a sua vida na música aos seis anos de idade na filar-mónica de S. Tiago de Marrazes, em Leiria, como baterista. Teve aulas com Jeffery Davis, na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo no Porto, o que lhe proporcionou a oportunidade de demonstrar o seu talento musical.

Este talento não tem passado despercebido para outros músicos de jazz, além dos prémios conquistados, «Black Hole» foi considerado o melhor álbum de jazz em 2016.

Em 2020, Eduardo Cardinho junta-se na edição de «In Search of Light» a João Barradas no acordeão midi, com André Rosinha no contrabaixo e Bruno Pedroso na bateria, para subir ao palco nesta edição do SeixalJazz.

22 DE OUTUBRO, QUINTA-FEIRA, ÀS 22 HORASRicardo Pinheiro e Miguel Amado – LAB

Ricardo Pinheiro, guitarrista, e Miguel Amado, baixista, são dois nomes de peso do jazz nacional, ambos com carreiras de quase 20 anos e dezenas de discos gravados.

O projeto mais recente dos dois, LAB, está a ser editado este ano e junta compo-sições de ambos e dos dois detentores do Prémio Jovens Músicos de Jazz, em 2019, o saxofonista Tomás Marques e o baterista Diogo Alexandre. Desde cedo o grupo demonstrou uma grande cumplicidade que resultou nas composições «As U R» e «Black Light».

Antes do projeto LAB, Ricardo Pinheiro e Miguel Amado já haviam colabora-do em álbuns como «Song Form» em 2013, «Triology» em 2014, com participação

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| 9 de outubro de 20208 | ENTREVISTA

Como um livro se inicia pela primeira página, pergunto-lhe quando é que nasce esta paixão pela escrita?

A paixão pela escrita, digamos que este-ve sempre subjacente em mim, já nos tem-pos do liceu eu escrevia para um jornaleco que havia lá. Mas naquela altura era a brincar, eu até nem queria, mas um dos meus superiores, gostava muito da forma como eu me escrevia, praticamente me obrigava a participar e a colaborar com esse jornal. As coisas, entretanto, deram muitas voltas e eu acabei por me estrear na vida artística como cantor. Quando fui para Moçambique para a Guerra Colo-nial, havia uma rádio chamada Rádio Lourenço Marques, na actual Maputo, onde havia uma senhora chamada Maria Adalgisa, conhecida como a Grande Ami-ga dos Artistas. Eu fui até lá, falei com ela, ela pôs-me logo a cantar e diz-me assim, tu tens um vozeirão, tens que aproveitar isso, quanto tempo vais estar aqui em Lou-renço Marques?, eu ia ficar apenas um mês, e acabei por me estrear como can-tor, num programa chamado Gente nova ao Microfone. Cheguei a Lisboa em 1970 e dediquei-me imediatamente à música. Em 1971, faço o meu primeiro disco, com as canções Cautela ó Rosa, Pela murta passei, O senhor da Serra é meu e Que-ro lá saber. Tudo canções populares, com arranjos de Arlindo de Carvalho. Esse disco foi um sucesso. Entretanto deu-se o 25 de Abril e eu acabei por arranjar um emprego, onde estive 24 anos. Mas deixei de cantar, por imposição da empresa para onde fui. Ao fim de 24 anos tinha tantas saudades das minhas coisas, das minhas canções, dos meus teatros, estava tão farto e tão saudoso que rescendi com a empre-sa. Aí dediquei-me à Rádio, trabalhei na rádio de Alcobaça, na Rádio da Benedita, na Rádio de Óbitos, tenho imensas recor-dações desses ouvintes. Nos últimos anos trabalhava muito, entrava na rádio às sete e tal da manhã e saía de lá muitas vezes

Telmo Montenegro, é a prova viva de que para sermos mestres de alguma coisa a nossa mentalidade tem que se manter a de um aluno, com uma vontade seden-ta de aprender mais. Nascido no distrito de Castelo Branco, depressa se apaixo-nou pelo Seixal. Depois de ter experien-ciado quase todas as formas de arte, este comunicador nato apresenta-nos agora, em entrevista, o seu segundo livro com o carimbo da Emporium Editora.

Sabemos que o Telmo, já foi locutor de rádio, tem uma carreira na música, tra-balhou como jornalista, pisou vários pal-cos enquanto ator, dedicou-se à pintura e agora apresenta-nos o seu segundo livro. Estamos perante o homem dos sete ofí-cios, ou, há aí uma sede de se expressar por todas as formas de comunicação?

É mais um homem dos sete ofícios curioso, porque tudo o que seja novo para mim tem interesse. Só que tem um contra, eu dedico-me de alma e coração às coisas até as dominar, depois de saber tudo o quero saber, sobre esse assunto, apodera-se de mim um desinteresse, por-que me quero dedicar a outra atividade. Daí eu já ter tido tantos projetos e querer ter mais. Tenho inclusivamente um pro-jecto de rádio, que me irei dedicar mui-to provavelmente, depois do lançamento deste livro. Desta vez Rádio On-line, que será para mim uma experiência nova, fiz muitos anos de rádio, mas sempre rádios nacionais, com mesas de mistura grandes e sobretudo com interação com o público, coisa que eu adoro. Sendo a Rádio On-line um meio mais restritivo, não temos tanta possibilidade dessa interação. E o que me dá “pica” a mim, e desculpe a expressão “pica”, que é uma expressão jovem, é a interação com os ouvintes. Tenho passa-gens com ouvintes que não esqueço, pro-vas de amizade que me ficam para sempre na memória enquanto eu for vivo.

às 9 da noite, às vezes mal, sem tempo para comer. Estava cansado. E nessa altu-ra regressei ao Seixal. Já tinha o livro À Esquina do Tempo escrito, este livro foi escrito a pouco e pouco, não com a inten-ção do publicar, mas escrevi para mim. Depois de me instalar no Seixal, uma pes-soa começa a ver as minhas gavetas, uma pessoa entendida na matéria e disse-me tu és um egoísta, tu tens que publicar isto, tu tens que partilhar isto com as pessoas, não podes guardar isto para ti. Assim surgiu o primeiro livro intitulado À Esquina do Tempo, que é um livro que tem uma par-te de poesia e uma parte de crónicas. Fez um bom caminho e um bom percurso e continua a ser vendido. Esta é a história do primeiro livro e a história de eu me ter dedicado à literatura a 100%.

Depois do primeiro filho, descansa-mos e gozamos a paternidade/materni-dade ou, no seu caso sentiu logo alguma pressão para começar a trabalhar no segundo livro?

Eu começo, assim que sai o À Esquina do Tempo e assim que eu recebo, por par-te do Município do Seixal, por parte das pessoas em geral, todo este carinho à volta do meu primeiro livro, eu comecei ime-diatamente a pensar em escrever outro. Só que queria escrever diferente e foi o que aconteceu.

Nas Teias do Destino, é um livro auto-biográfico?

O livro Nas Teias do Destino, é pura-mente ficção. Não tem ali nada que eu já tenha ouvido, ou que eu já tenha passado, é puramente ficção. Se bem que, eu tenho a certeza absoluta que há muita gente que se revê nas minhas histórias. Mas não é propositado. São histórias totalmente cria-das por mim, desde os cenários, as perso-nagens, os diálogos, ali não há nada que seja parecido com algo. Um trabalho des-tes é muito cansativo. Tanto assim que eu posso dizer-lhe que, a meio do livro, come-cei a entusiasmar-me a escrever e todos os dias queria ir mais além, às tantas sentia--me cansado e fui ao médico. E estive a contar-lhe que estava a escrever um livro nestas condições e o médico disse-me, olha vais ter que parar por uns tempos, ou paras ou não há livro para ninguém, porque tu tens o cérebro cansado. O livro esteve parado quase um ano, por isso é que só saiu agora.

Esta obra trata temas muito sensíveis. Porquê a escolha destes temas?

Para ser franco, também não sei. Eu sento-me ao computador e tenho uma ideia sobre o que vou escrever e depois vou desenvolvendo. E às vezes até me afas-to daquilo que eu pensei ao início, até me afasto do mote inicial. Não parto para o início de um conto com ideias fixas, eu afasto-me para onde eu quiser, faço a minha lavora à minha maneira, eu é que conduzo o trator e o trator lavra a terra segundo as minhas ordens.

Já tem uma ideia como vão terminar as personagens das suas histórias ou deixa--las crescer durante o processo criativo?

É engraçado que os meus contos aca-bam de uma maneira imprevisível, quase todos. As pessoas estão à espera de outra coisa, de outro final. Porque eu acho que é o momento certo de acabar o conto, deixo sempre várias interrogações no ar. Qual-quer um destes 19 contos pode ter conti-nuidade.

Com certeza muitos dos leitores vão querer saber onde é que podem encon-trar este seu último trabalho, já se encon-tra disponível?

Este meu trabalho pode ser adquirido desde Fevereiro, o livro embora ainda não esteja em todas as livrarias já está à venda em algumas, porque para estar em todas as livrarias tem que ser feito o lançamen-to oficial. Está – também à venda – em variadíssimas plataformas digitais. Esta é o meu segundo filho, tenho-lhe o mesmo amor que tenho ao primeiro, porque os pais são assim mesmo, amam os filhos por igual.

Ivo Lebre

Telmo MontenegroDR

No passado sábado, dia 3 outubro, o autor brindou-nos com um momento literário entre amigos, bastante íntimo. No parque da Quinta dos Franceses, espaço exterior da Biblioteca do Seixal, pudemos assistir à apresentação oficial de "Nas Teias do Destino", organizada pela Biblioteca. Entre os oradores convidados, esteve presente Jerónimo Jarmelo, autor publicado e prefaciador da obra de Telmo Montenegro. A Vereadora da Câmara Municipal do Seixal, Manuela Calado, e Elisa Lopes Antunes, como revisora dos textos. A apresentação deste novo trabalho, contou também com a presença do Presidente da Junta de Freguesia, António Manuel Oliveira dos Santos.

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SOCIEDADE | 9 | 9 de outubro de 2020

35.º Aniversário da Freguesia da Quinta do Conde

A sessão irá começar com um momento musical protagonizado pelo pianista Daniel Schvetz, seguindo-se as distinções a pessoas e entidades que a Junta de Freguesia considerou merece-doras de exaltação pública, posterior-mente as intervenções das entidades e termina com um último momento musical.

Cátia Rodrigues, funcionária da Junta de Freguesia desde 2 de novem-bro de 2011, será condecorada pela autarquia com a “Medalha de Bons Serviços”.

Afonso Esteves, dirigente associati-vo, principal rosto da organização da Feira Festa da Quinta do Conde nas últimas treze edições (2007-2019), será condecorado com a Medalha de Méri-to, distinção que será entregue à esposa e ao filho dado que Afonso Esteves se encontra hospitalizado.

A Associação para o Desenvolvi-mento da Quinta do Conde tem hoje dez equipas de futebol e seis de futsal, num total de dezasseis equipas inscritas nas competições oficiais da Associação de Futebol de Setúbal. A estes núme-ros acresce uma equipa de veteranos e várias equipas de futebol e futsal em ambiente lúdico/formativo, bem como outras modalidades como o karaté e zumba. Joaquim António Trindade Tavares é Presidente da Direção da Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde desde 7 de junho de

2003, e a Junta de Freguesia, atenta ao percurso associativo deste dirigen-te, deliberou na sua reunião de 10 de setembro outorgar-lhe a Medalha de Mérito.

Também com a Medalha de Méri-to será condecorado o Grupo Musical ECOS, do Grupo Desportivo e Cultural do Conde 2, em reconhecimento pelo seu papel no desenvolvimento cultural da nossa terra.

A atleta quintacondense Beatriz Santos, praticante de lutas amadoras, a treinar e a representar desde 2014 o Clube de Lutas do Bastos, passou a representar o Sport Lisboa e Benfica desde 2017 e foi Campeã Nacional de Luta Feminina, na categoria de “Cade-tes” nos anos de 2017 e 2018. Vai ser condecorada pela Junta de Freguesia com a Medalha de Mérito.

Em 2018, quando a Junta de Fregue-sia apostou na construção do Estádio Multiusos de Areia, foram vários os membros da secção de futebol de praia do Sporting Clube de Portugal que proporcionaram uma ajuda técnica decisiva para o projeto, nomeadamen-te Madjer. Frequentemente convidado para colóquios sobre desporto, Madjer destaca como um exemplo positivo, a atitude da autarquia da Quinta do Conde no apoio ao desporto. A Jun-ta de Freguesia não é indiferente a esta atitude de Madjer, agora dirigen-te da Federação Portuguesa de Fute-

bol, depois de ter participado nas três vitórias de Portugal em outros tantos campeonatos do mundo (2001, 2015 e 2019), três vitórias que integram uma lista de quatro dezenas de títulos nacio-nais e internacionais, a que soma oito prémios a nível individual, seja “bota de ouro”, o “melhor do mundo” ou outros. Consequentemente, no quadro do Regulamento de Condecorações da Freguesia da Quinta do Conde, deli-berou o seu Executivo atribuir a João Saraiva (Madjer), a “Medalha de Hon-ra da Freguesia”.

Na conferência de abertura do “VI Congresso Ibero-americano de estu-dos territoriais e ambientais”, que teve lugar na Universidade de São Paulo em 8 de setembro de 2014, o Professor Jorge Gaspar produziu uma brilhan-te intervenção, intitulada “A Centra-lidade da Geografia: Dos Conceitos à Prática” onde revelou, comparando as urbanizações de Quinta do Conde com outras, transmitindo uma ima-gem positiva muito agradável deste território sesimbrense. Mensagem que o Professor Jorge Gaspar tem repli-cado, frequentemente. A última de que temos conhecimento ocorreu no final de 2019, no Museu Nacional dos Coches, na Conferência de Apresen-tação Pública do Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáti-cas (PMAAC-AML). O professor Jorge Gaspar identificou, perante os 18 Pre-sidentes de Câmara da AML, a Quin-ta do Conde como exemplo positivo e

apontou a dívida que o Poder Central tem para com esta terra. Com algum sentido de gratidão e reconhecimento a Junta de Freguesia deliberou outorgar ao Professor Jorge Gaspar a “Medalha de Honra da Freguesia”.

E na última reunião de Junta, esta deliberou saudar, tendo em apreço os títulos obtidos, alguns praticantes de capoeira (Gabriel Sobral, Renato Sobral e Gonçalo Silva) e a equipa “MGBOOS Nubai” (composta por Bárbara Matos, Beatriz Matos, Inês Guerra, Tiago Ben-to, Rodrigo Costa, Valentim Casimiro, Miguel Saraiva, Lara Barão, Sofia Fili-pe, Beatriz Oliveira, Beatriz Fernandes e Inês Cordeiro) campeã nacional de hip-hop, na categoria de Megacrew.

A inauguração de uma “Cabine de Leitura”, projeto que consiste na adap-tação de uma antiga cabine telefónica a local de permuta de livros, fruto de uma parceria com a empresa Altice, está apontada para 13 de outubro mas a data ainda se encontra por confirmar.

Recordamos que a Quinta do Con-de assinala este trigésimo quinto ani-versário da Freguesia no ano em que comemora 25 anos da sua elevação à categoria de vila e 50 anos do início da povoação, números que revelam a rápi-da ascensão desta localidade central na Península de Setúbal.

As condições sanitárias vigentes no país impedem a festa que a data merecia e nesse sentido a Junta de Freguesia assinala a efeméride com uma cerimónia na Voz do Alentejo, dia 9 de outubro, com início pelas 21h00, limitada à capacidade do salão.

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10 | LAZER

SU DO KU

21-03 a 20-04

21-06 a 23-07

21-04 a 21-05

21-04 a 21-05

24-07 a 23-08

24-09 a 23-10

24-08 a 23-09

24-10 a 22-11

23-11 a 21-12

22-12 a 20-01

21-01 a 19-02

20-02 a 20-03

SOLUÇÃO

OUTONO

filme

Carneiro

Touro

Gémeos

Caranguejo

Leão

Virgem

Balança

Escorpião

Sagitário

Capricórnio

Aquário

Peixes

09 a 15 de outubro

| 9 de outubro de 2020

Jerry Seinfeld finalmente publica um livro, o que leva um atraso de 25 anos! As melhores piadas de um dos maiores comediantes do nosso tempo.

Jerry Seinfeld era ainda estudante e tinha apenas 21 anos quando fez a sua primeira apresentação no lendário clube noturno nova-iorquino Catch a Rising Star, no outono de 1975. Desde então, passou a escre-ver todas as suas piadas e textos.

Para este livro selecionou o seu material preferi-do e organizou-o por décadas. São páginas e páginas carregadas de um humor hilariante e de observações brilhantes, ganhando assim uma nova perceção sobre a emocionante mas implacável arte da escrita de co-média stand-up.

«O sítio em que mais gosto de trabalhar é a minha mente. Para tentar tocar a mente dos outros.»

livro

ABÓBORA CHÁS FOLHASADEGA COLHEITAS JEROPIGACADUCA DIÓSPIRO MAGUSTOCARTUCHO EQUINÓCIO NOZESCASTANHAS OUTONAL ROMÃVINDIMAS

Amor: Dê a conhecer o seu amor ao seu parceiro com de-monstrações de afeto.Saúde: Deve concentrar-se e ter força de vontade.Dinheiro: Irá sentir-se numa situação um pouco difícil, já que terá de fazer uma escolha a nível profissional.Números da Sorte: 05, 15, 26, 29, 38, 39

Amor: Pode ser chamado para apoiar alguém que faz parte do seu círculo íntimo de amigos.Saúde: Repouse mais para evitar que o seu corpo se sinta cansado e com pouca energia.Dinheiro: A sua situação financeira encontra-se numa fase muito positiva.Números da Sorte: 08, 09, 20, 24, 26, 33

Amor: Deve ser mais compreensivo com as atitudes do seu parceiro. Saúde: Coma de forma moderada e em porções menores, pois pode sentir-se indisposto ou com digestões difíceis.Dinheiro: Valorize-se e invista mais na sua formação. Números da Sorte: 08, 19, 22, 26, 31, 39

Amor: Procure conversar de forma objetiva e calma para que não haja desentendimentos que provoquem uma rutura.Saúde: Consulte o seu médico. Dinheiro: Tome cuidado com um colega de trabalho.Números da Sorte: 05, 06, 18, 22, 31, 34

Amor: Sentir-se-á um pouco desligado da vida amorosa. Saúde: A energia tomará conta do seu corpo. Aproveite para praticar um desporto de que goste. Dinheiro: Poderá vir a receber um incentivo financeiro do seu superior, pelo seu empenho e capacidade de iniciativa.Números da Sorte: 04, 09, 15, 19, 36, 48

Amor: Será um momento favorável para estar junto da sua família. Saúde: Tome atenção às correntes de ar, pode sofrer uma constipação. Dinheiro: Pode receber uma nova proposta profissional. Aproveite-a!Números da Sorte: 17, 18, 19, 26, 29, 38

Amor: A afeição e o carinho dos seus amigos estão em destaque. Saúde: Faça uma dieta equilibrada para que não sofra de problemas de colesterol ou cardiovasculares.Dinheiro: Será uma fase mais instável, uma vez que sentirá algumas dificuldades no cumprimento das suas tarefas.Números da Sorte: 10, 20, 24, 27, 29, 36

Amor: O amor pode voltar a entrar no seu coração, esteja atento. Saúde: Cuide mais de si. Poderá sentir-se cansado e sem energia. Dinheiro: Embora esta seja uma fase favorável, não arrisque mais do que deve.Números da Sorte: 25, 31, 32, 39, 42, 43

Amor: Evite magoar a pessoa que ama por razões pouco fundamentadas. Deve apelar ao diálogo e à compreensão. Saúde: Cuide dos seus pés. Poderá sentir-se melancólico e triste, o que deve combater. Dinheiro: Pode sentir dificuldade em ser ouvido pelos seus superiores.Números da Sorte: 07, 22, 23, 28, 33, 39

Amor: Ouça o que o coração tem para lhe dizer. Saúde: Poderá pensar em fazer uma dieta.Dinheiro: Faça uma análise aos seus rendimentos. Números da Sorte: 15, 20, 24, 36, 45, 49

Amor: Para que se sinta melhor não deve dar tanta impor-tância ao seu passado. Saúde: Deve repousar mais horas e ter atenção ao que o seu organismo lhe pede. Dinheiro: Deve prestar mais atenção à sua vida profissional. Números da Sorte: 01, 04, 13, 24, 28, 29

Amor: Não dê importância a boatos que possam pôr em causa o seu relacionamento. Saúde: Cuide mais de si e faça uma visita ao seu médico de família. Dinheiro: Valorize-se mais e confie nas suas capacidades. Números da Sorte: 05, 09, 17, 20, 39, 49

LIGA DOS ANIMAIS FANTÁSTICOS

ISTO TEM PIADA?

sopa de letras

dr

Roger é o Robin Hood da ultramoderna Ro-bôtrópolis. O último cão vadio da cidade que rouba a comida aos ricos e distribui pelos animais menos privilegiados. No entanto há duas coisas que Roger dispensa: animais domésticos e gatos.

Um dia ao chegar à zona degradada da cidade onde vive, depara-se com bulldozers prontos para des-truir a sua casa. O Presidente Frank Stone parece ter enlouquecido e está prestes a expulsar todos os seres vivos de Robôtrópolis.

Ele alega estar farto da “imperfeição” dos seres vivos e quer substituí-los por máquinas imaculadas. Um grupo de animais de estimação super mimados, ficam isolados no seu clube de luxo, depois de todos os humanos terem fugido da cidade para se salvarem.

dr

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DESPORTO | 11 | 9 de outubro de 2020

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A lista (única) encabeçada pelo can-didato Hugo Rodrigues recebeu a unanimidade dos votos dos associados presentes e encabeçará os destinos do emblema seixalense para os próximos 4 anos.

Sendo um projeto que aposta cla-ramente na continuidade (não fossem grande parte dos elementos da Lista já corpos gerentes ou ligados ao Clube) fomos falar com o novo Presidente para obter as linhas mestre desta continuida-de, num contexto social desafiante.

Estes novos corpos gerentes têm muitos pontos em comum com os ante-riores, aposta na continuidade?

Confirmo, a projeto pretendido e apresentado pelos novos órgãos sociais do clube passam pela continuidade do percurso destes últimos anos, um cami-nho sustentado, precavido com elevado foco nos objetivos a atingir. Em todos os pontos comuns existentes entre os novos corpos gerentes e os anteriores o principal é o a paixão pelo clube, há uma grande vontade de continuar a trabalhar para elevar o clube. Deixo uma palavra de gratidão para os mem-bros que deixam os órgãos sociais, com a certeza que eles continuarão de for-ma ativa a colaborar connosco pois con-

tamos com todos e eles sabem o quão importantes foram e serão para o nosso Seixal. Aos novos elementos votos de felicidade para esta nova fase associati-va nas suas vidas.

A Maria Teresa Andrade apesar de não ter continuado nas funções presi-denciais, continuará ligada ao Clube a encabeçar o Conselho Fiscal. Isso dá algum conforto?

A Teresa será sempre a minha pre-sidente, a mãe do Seixal Clube 1925, o facto de querer continuar connosco é revelador da confiança que tem no pro-jeto e a valorização do nosso trabalho.

Quando foi pensada esta candidatura?

A candidatura da nossa lista surge naturalmente, há uma linha a seguir, há uma vontade enorme de não deixar a nossa atividade a meio.

Decisão já tomada em plena Pande-mia. Desafiante mas confiante?

A pandemia por muitos transtornos que possa trazer para o Seixal Clube 1925, quer financeiros, humanos ou desportivos, jamais poderia ter mais força que a nossa crença. Nunca passou

Seixal Clube 1925O Seixal Clube 1925 foi a eleições no dia 24 de Setembro, e elegeu os seus órgãos diretivos e consultivos para o quadriénio 2020/2023.

pela nossa cabeça deixar, quanto mais numa altura muito sensível, será um mandato muito desafiante mas estamos plenos de confiança.

Podem adiantar alguns projetos que pensam concluir nos próximos 4 anos, mesmo sabendo que vivemos tempos instáveis?

Estamos cientes que não serão tem-pos de grandes investimentos ou proje-tos, mas temos as nossas ideias e iremos batalhar por elas. Temos planos no campo desportivo e social, e também ao nível de infraestruturas, as quais a seu tempo serão anunciadas.

Uma palavra para os Seixalenses?

O Seixal é uma bandeira da cidade e do concelho, e isso enche-nos de orgu-lho.

Seixalenses, são tempos de união, juntos somos mais fortes.

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12 | CULTURA | 9 de outubro de 2020

"100 Amália", um espetáculo de La Féria transmitido na passada terça feira na RTP1, foi uma homenagem sentida a Amália Rodrigues. No ano em se assina-la o centenário do nascimento da Rainha do Fado, Filipe la Féria brindou-nos com este musical, no Politeama, uma espécie de encontro entre a fadista e os “seus” poetas.

O musical conta a história de um encontro, numa noite em Lisboa, entre amigos, onde Amália recebe aqueles que escreveram ou compuseram os seus eternos fados. O espectador é convidado

a entrar numa noite de poetas, em casa de Amália, onde o objetivo é a despedi-da de Vinícius de Moraes que partiria no dia seguinte para Roma. Neste cenário, em que ponto de partida é uma despe-dida, desenrola-se uma noite de fados, poesia e recordações de quem foi Amá-lia. Natália Correia, Alexandre O´Neill, José Carlos Ary dos Santos, Vinícius de Moraes, Pedro Homem de Mello, David Mourão Ferreira, Maria de Lour-des Ribeiro (Maluda) e os compositores Alberto Janes, Frederico Valério e Alain Oulman, são as personagens que se vão cruzando com a fadista, ora em sua casa,

ora em situações, ficcionadas ou não, que funcionam como um flashback para o espectador.

O espetáculo que estreou, no dia em que se assinalou mais um ano da mor-te de Amália Rodrigues, conta com um elenco diversificado. Os seus fados são--nos apresentados, ou recordados, tan-to em vozes femininas como em vozes masculinas, com intérpretes como Ale-xandra, Cidália Moreira, Lenita Gentil, Anabela, Vanessa, Filipa Cardoso, FF, Gonçalo Salgueiro e Beatriz Felício, além dos atores Carlos Quintas, Vítor de Sou-sa, Nuno Guerreiro, Fernando Gomes,

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“100 Amália”

Paula Fonseca, Tiago Diogo, João Frizza, Cláudia Soares, Rosa Areia, o ator brasi-leiro Marco de Góis e Fafá de Belém.

Esta metáfora ao Concílio dos Deu-ses, em Lusíadas, de Camões, não tem os deuses a decidir o futuro dos Portu-gueses, mas sim os deuses poéticos de Amália a elevar a vida desta personagem histórica portuguesa. Para os que não conseguiram entrar neste Concílio em casa de Amália, podem assistir ao musi-cal através da RTP PLAY, ou dia 11 de outubro pelas 16 horas, na RTP1.

Ivo Lebre