SEMINÁRIO ASCISTICO Final

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Faculdade de Tecnologia de Sorocaba CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SAÚDE MODALIDADE: Projetos, Manutenção e Operação de Equipamentos Médico-Hospitalares. Líquido Ascítico Disciplina: Microscopia em Material Biológico Prof.ª: Joseli V. Marins Arian Sandin de Brito SD082205

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Faculdade de Tecnologia de Sorocaba

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SAÚDE

MODALIDADE: Projetos, Manutenção e Operação de Equipamentos Médico-

Hospitalares.

Líquido Ascítico

Disciplina: Microscopia em Material Biológico

Prof.ª: Joseli V. Marins

Arian Sandin de Brito SD082205

Sorocaba/SP, 15 de Abril de 2011.

LISTA DE FIGURAS

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Fig. 1 – Representação de um abdômen humano. Fonte: Wikipédia a,

2011.

Fig.2- Vista anterior da parede abdominal superior mostrando os

revestimentos peritoneais e as origens do mesentério. Fonte:

http://www.lookfordiagnosis.com/images.php?term=Parede

%20Abdominal&photo_id=4707052312&lang=3

Fig.3 - Omento maior. Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia

Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Fig.4 - Estruturas do Peritônio. Fonte: NETTER, 2000

Fig. 5 - Diagrama para ilustrar o desenvolvimento do omento maior e

do mesocolon transverso. Fonte: Wikipédia, 2011.

Fig. 6 - Diagrama para ilustrar os dois estágios no desenvolvimento

do tubo digestivo e do mesentério. Fonte: Wikipédia.

Fig. 7 - Região do abdômen onde se encontra o fluido. Fonte:

http://raulcalasanz.wordpress.com/2010/05/18/ud6-muestras-obtenidas-por-

procesos-invasivos-abscesos-lcr-liquido-pleural-y-liquido-sinovial/.

Fig. 8 – Coleta do fluido. Fonte:

http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/cirrose.

Fig. 9 - Paciente com ascite. Fonte:

http://portaluniversosaude.blogspot.com/2010/03/ascite.html

Fig. 10 - Quadro de possíveis patologias classificadas de acordo com

a característica do fluido. Fonte: FRANCO, 2010.

Fig. 11- Hepatocarcinoma em punção de líquido ascítico. Fonte:

http://www.patologia-hc-ufmg.com/2010/10/hepatocarcinoma-em-puncao-

de-liquido.html

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Fig. 11 – Quadro resumido das características do fluido ascítico.

Fonte: FRANCO, 2010.

Sumário

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1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................4

2. ANATOMIA....................................................................................................................4

2.1. ABDOME................................................................................................................4

2.2. PERITÔNIO............................................................................................................6

3. LIQUIDO ASCÍTICO...................................................................................................10

3.1. ANÁLISE CLÍNICA..............................................................................................12

3.1.1. ANÁLISE DA APARENCIA........................................................................13

3.1.2. ANÁLISE CELULAR....................................................................................13

3.1.3. ANÁLISE BIOQUÍMICA..............................................................................14

3.1.3.1. PROTEÍNAS.............................................................................................14

3.1.3.2. GLICOSE...................................................................................................14

3.1.3.3. AMILASE...................................................................................................15

3.1.3.4. DESIDROGENASE LÁCTICA (LDH)...................................................15

3.1.3.5. OUTRAS DOSAGENS............................................................................15

3.1.4. ANÁLISE MICROBIOLÓGICA...................................................................15

4. ASCITE.........................................................................................................................16

4.1. OCORRÊNCIAS...................................................................................................18

4.2. DESENVOLVIMENTO E SINTOMAS..............................................................18

4.3. DIAGNÓSTICO....................................................................................................18

4.4. AVALIAÇÃO LABORATORIAL.........................................................................19

4.4.1. CONTAGEM DE CÉLULAS.......................................................................19

4.4.2. PROTEÍNA TOTAL E ALBUMINA............................................................20

4.4.3. BACTERIOSCOPIA PELO GRAM E CULTURA.....................................20

4.4.4. DOSAGEM DE GLICOSE, LDH E AMILASE..........................................20

5. CONCLUSÃO...............................................................................................................21

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................21

1. INTRODUÇÃO

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Refere-se ao líquido ascítico ou fluido ascítico como sendo um líquido

presente em quantidade anormalmente aumentada na cavidade abdominal.

O fluido peritoneal ou líquido peritoneal é um líquido claro, estéril e

viscoso produzido sob a forma de ultrafiltrado do plasma, sob influência da

permeabilidade vascular e das forças hidrostáticas e oncóticas. Seu volume

não ultrapassa os 50 mL em indivíduos normais e seu aumento é designado

Ascite.

A causa mais comum de Ascite é a hipertensão portal secundária a

doenças crônicas do fígado, que corresponde a mais de 80% dos pacientes

com ascite. As causas mais comuns de ascite não hipertensiva incluem

infecções (tubérculos), malignidade intra-abdominal, enfermidades

inflamatórias do peritônio e lesões ductais (quilosa, pancreática, biliar).

2. ANATOMIA

2.1. ABDOME

O abdômen humano é a parte do tronco entre o tórax e a pelve. Nessa

parte também está localizada a parte reprodutora.

 Ele "guarda" a grande maioria dos órgãos do sistema digestivo. Não

apresenta arcabouço ósseo, tendo suas paredes musculares. Apenas aparte

posterior é formada por vértebras (WIKIPÉDIA a, 2011).

O abdômen contém a maioria dos órgãos em forma de tubo do trato

digestivo, assim como outros órgãos sólidos. Os órgãos abdominais ocos

incluem o estômago, o intestino delgado e o cólon.

Órgão como o fígado, a vesícula biliar, e o pâncreas funcionam em

associação próxima ao trato digestivo e se comunicam via dutos(WIKIPÉDIA

a, 2011).

O baço, os rins e a glândula suprarrenal também estão no abdômen,

junto com muitos outros vasos sanguíneos como a aorta e a veia cava

inferior (WIKIPÉDIA a, 2011).

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Os anatomistas podem considerar a bexiga urinária, útero, tuba

uterina e ovários tanto como órgãos abdominais ou pélvicos.

Finalmente, o abdômen contém uma membrana extensa

chamada peritônio. Uma dobra de peritônio pode cobrir completamente

certos órgãos, embora ela possa cobrir apenas um lado de órgãos que

geralmente estão perto da parede abdominal. Estes órgãos são chamados

de órgãos retroperitoniais (WIKIPÉDIA a, 2011).

Abaixo, na fig.1, pode-se observar a representação de um abdômen

humano.

Fig. 1 – Representação de um abdômen humano. Fonte: Wikipédia a,

2011.

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2.2. PERITÔNIO

O líquido ascítico encontra-se especificamente na cavidade

peritoneal. O peritônio é uma membrana serosa, a maior do corpo,

transparente, com duas camadas (parietal e visceral) que cobre as paredes

abdominais e a superfície inferior do diafragma e se reflete em vários

pontos sobre as vísceras, formando uma cobertura completa para algumas

delas (estômago, intestinos, etc.) e incompleta para outras (bexiga, reto,

etc.). Algumas de suas funções são diminuir o atrito entre as vísceras

abdominais, promover resistência a possíveis infecções e armazenamento

de gordura (WIKIPEDIA b, 2011).

Determinadas vísceras abdominais são completamente envolvidas

por peritônio e suspensas na parede por uma delgada lâmina fina de tecido

conjuntivo revestida pela serosa, contendo os vasos sanguíneos. A estas

pregas é dado o nome geral de mesentério (AULA DE ANATOMIA, 2011). 

Os mesentérios são: o mesentério propriamente dito, o mesocólon

transverso e o mesocólon sigmóide. Em adição a estes, estão presentes,

algumas vezes, um mesocólon ascendente e um descendente (AULA DE

ANATOMIA, 2011). 

O mesentério tem origem nas estruturas ventrais da coluna

vertebral e mantém suspenso o intestino delgado;

O mesocólon transverso que prende o cólon transverso à

parede posterior do abdome;

O mesocólon sigmóide – mantém o cólon sigmóide em conexão

com a parede pélvica;

O mesocólon ascendente e descendente – ligam o cólon

ascendente a descendente à parede posterior do abdome. 

O peritônio apresenta dois omentos: o maior e o menor (AULA DE

ANATOMIA, 2011). 

O omento maior é um delgado avental que pende sobre o cólon

transverso e as alças do intestino delgado. Está inserido ao

longo da curvatura maior do estômago e da primeira porção do

duodeno;

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O omento menor estende-se da curvatura menor do estômago

e da porção inicial do duodeno até o fígado. 

Os apêndices Epiplóicos são pequenas bolsas de peritônio cheias de

gordura, situadas ao longo do cólon e parte superior do reto (AULA DE

ANATOMIA, 2011). 

As figuras 2, 3, 4 e 5 abaixo, mostram os mesentérios citados acima.

Fig.2 - Vista anterior da parede abdominal superior mostrando os revestimentos peritoneais e as origens do mesentério. Fonte:

http://www.lookfordiagnosis.com/images.php?term=Parede%20Abdominal&photo_id=4707052312&lang=3

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Fig.3 - Omento maior. Fonte: NETTER, 2000.

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Fig.4 - Estruturas do Peritônio. Fonte: NETTER, 2000

Fig. 5 - Diagrama para ilustrar o desenvolvimento do omento maior e do mesocolon transverso. Fonte: Wikipédia, 2011.

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Fig. 6 - Diagrama para ilustrar os dois estágios no desenvolvimento do tubo digestivo e do mesentério. Fonte: Wikipédia.

3. LIQUIDO ASCÍTICO

O Líquido ascítico ou fluido ascítico diz-se ao líquido presente em

quantidade anormalmente aumentada na cavidade abdominal (HENRY,

2001).

Normalmente, existe uma quantidade mínima de fluido na cavidade

peritoneal, como já mencionado acima. Este fluido tem a função de

lubrificar a cavidade abdominal, permitindo um movimento de deslize das

alças intestinais entre si à medida que se faz necessário em virtude da

progressão dos alimentos durante a digestão e produção do Bolo Fecal.

Na fig. 6, ilustra-se claramente qual região do corpo humano

encontra-se o fluido ascítico.

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Fig. 7- Região do abdômen onde se encontra o fluido. Fonte: http://raulcalasanz.wordpress.com/2010/05/18/ud6-muestras-obtenidas-por-procesos-invasivos-abscesos-lcr-liquido-pleural-y-liquido-sinovial/.

A coleta é feita por punção abdominal (Fig. 7) no quadrante inferior

esquerdo, onde as alças intestinais têm mais mobilidade, o que diminui os

riscos de acidentes.

Fig. 8 – Coleta do fluido. Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/cirrose.

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O fluido peritoneal ou líquido peritoneal é um líquido de aspecto claro,

estéril e viscoso (HENRY, 2001) produzido sob a forma de filtrado do plasma

que se forma por um aumento da pressão hidrostática capilar ou pela

redução da pressão oncótica do plasma (transudatos); por aumento da

permeabilidade capilar ou diminuição da reabsorção (exsudatos) (FRANCO,

2010).

4. ASCITE

Ascite é definida como a passagem de fluído, transudato ou exudato

para a cavidade abdominal entre o peritônio parietal e visceral e o acúmulo

desse líquido livre na cavidade (Fig. 10). Manifestação frequente em

inúmeras patologias, sendo que o seu diagnostico diferencial constitui um

desafio intelectual para os gastroenterologistas e para os clínicos (SILVA, ).

Conforme sua causa, contem quantidade variada de células, bactérias,

proteínas e outras substâncias (ABC da Saúde, 2011).

Fig. 9 - Paciente com ascite. Fonte:

http://portaluniversosaude.blogspot.com/2010/03/ascite.html

A ascite pode ser causada por:

Insuficiência cardíaca congestiva;

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Condições associadas com o retorno venoso;

Depleção de proteína plasmática associada com a perda de proteína

devido à doença renal ou do trato gastrintestinal;

Enteropatia ou nefropatia com perda de proteínas;

Obstrução da veia cava, veias portais ou de drenagem linfática

devido à neoplasia;

Efusão neoplásica;

Peritonite (inflamatória ou infecciosa);

Desequilíbrio eletrolítico, principalmente hipernatremia ( # Na + );

Cirrose hepática. (HENRY, 2001)

Alguns sistemas do corpo humano podem sofrer alterações,

prejudicando sua real função dentro do organismo. Entre eles, pode-se citar

o sistema cardiovascular, urológico e renal, o sistema linfático, imune,

hemático e o sistema gastrointestinal.

4.1. OCORRÊNCIAS

A grande maioria dos casos de ascite ocorre em portadores de cirrose

por alcoolismo e pelos Vírus B e C. A insuficiência cardíaca, os tumores

comprometendo o peritônio (camada que reveste internamente o abdome),

metástases hepáticas e tuberculose peritoneal são causas importantes, mas

bem menos frequentes. Mais raramente, a ascite pode ocorrer por

obstrução da circulação sanguínea hepática (trombose da veia porta ou das

supra-hepáticas), por perda excessiva de proteína na urina (síndrome

nefrótica), por desnutrição protéico-calórica, por hipotireoidismo ou

pancreatite aguda (ABC da Saúde, 2011).

4.2. DESENVOLVIMENTO E SINTOMAS

O aumento do volume abdominal pode ser visível. Às vezes, só é

percebido porque a cintura da roupa ficou apertada ou pelo surgimento de

hérnias abdominais ou inguinais (ABC da Saúde, 2011).

Page 15: SEMINÁRIO ASCISTICO Final

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O desenvolvimento da ascite costuma ser lento e progressivo, ao

longo de semanas a meses, sem que ocorram dor ou outras alterações.

Metástases de câncer em algum órgão abdominal podem gerar dor

contínua, geralmente moderada. Na insuficiência cardíaca podem ocorrer

desconforto e dor no lado direito e superior do abdome (ABC da Saúde,

2011).

Ascite de grande volume – é capaz de conter mais de 10 litros – torna

o abdome muito saliente, duro e desconfortável, desencadeando azia e

dificuldade respiratória. A ascite pode ser percebida antes mesmo de que a

doença que lhe deu origem tenha sido identificada (ABC da Saúde, 2011).

4.3. DIAGNÓSTICO

Para detectar ascite no exame clínico o médico percute e palpa.

Quando a ascite é pequena, quando o paciente é muito gordo ou quando se

busca mais dados, a ecografia abdominal é um ótimo exame: informa

facilmente a presença do líquido e mostra bem o fígado, vias biliares, baço,

pâncreas, grandes artérias e veias, rins, útero e ovários (ABC da Saúde,

2011).

Geralmente, a ascite desenvolve-se num indivíduo sabidamente

doente. O médico busca eventual fator de piora da doença básica, ou seja,

do surgimento ou da súbita acentuação da ascite. Nos pacientes com

cirrose, a piora pode ser causada por quaisquer infecções, por consumo de

álcool, ingestão excessiva de sal ou de líquidos, por suspensão de

tratamento, ou ainda, pela progressão natural da doença. Outros, com

insuficiência cardíaca ou câncer, têm aí a causa mais provável de sua ascite

(ABC da Saúde, 2011).

Pessoas podem se apresentar com ascite, sem se saberem

portadoras de qualquer doença. A referência a alcoolismo, transfusão de

sangue ou hepatite leva a pensar na possibilidade de cirrose como causa da

ascite (ABC da Saúde, 2011).

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A análise laboratorial do líquido retirado pode ser decisiva para o

diagnóstico pelo perfil das células presentes, pela presença de células

malignas ou de bactérias e pela composição bioquímica (ABC da Saúde,

2011).

4.4. ANÁLISE CLÍNICA E AVALIAÇÃO LABORATORIAL

O fluido ascítico deve ser colhido por paracentese em pacientes que

apresentem desenvolvimento recente de ascite, ou em que há uma

modificação clínica tal como seu aumento rápido ou desenvolvimento de

febre em um paciente já com certo grau de ascite (HENRY, 2001). É

essencial que a coleta seja feita por um profissional médico habilitado e em

condições de estrita esterilidade. Recomenda-se a coleta de um mínimo de

30 mL. A amostra destinada à citologia deve ser colhida em frasco contendo

anticoagulante (EDTA). Amostras para cultura podem ser inoculadas

diretamente em garrafas próprias para hemocultura. É recomendável a

coleta simultânea de amostra de sangue para comparação de algumas

determinações bioquímicas.

4.4.1. APARÊNCIA

A aparência do líquido ascítico pode ser límpida e amarelo-palha

(transudatos) ou turva em virtude do acúmulo de leucócitos, células

neoplásicas, ou proteínas (exsudatos). A presença de fragmentos

alimentares, corpos estranhos, ou coloração verde podem estar presentes,

indicando perfuração do trato gastrointestinal ou biliar. A pancreatite ou

colecistite aguda também podem produzir coloração verde. O fluido de

coloração leitosa, que não se torna límpido após a centrifugação, sugere

efusão quilosa (HENRY, 2001). Mostra-se amarelo turvo ou alaranjado

quando hemorrágico e amarelo ouro nas icterícias (FRANCO, 2010).

De acordo com a aparência do fluido e sua classificação, é possível

fazer uma triagem da enfermidade que acomete o indivíduo. A tabela

abaixo (Fig. 10) mostra a relação entre a avaliação do liquido e sua possível

causa.

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Fig. 10 - Quadro de possíveis patologias classificadas de acordo com

a característica do fluido. Fonte: FRANCO, 201.

4.4.2. CONTAGEM DE CÉLULAS

O fluído ascítico normal contém menos de 500 leucócitos/uL e menos

de 250 polimorfonucleares/uL. Uma condição inflamatória pode causar uma

contagem elevada de leucócitos. Uma contagem maior que 250

polimorfonucleares é altamente suspeita de peritonite bacteriana, seja

peritonite espontânea primária ou peritonite secundária. Uma contagem de

leucócitos elevada com predomínio de linfócitos pode ser suspeita de

tuberculose ou carcinomatose peritoneal (LABORATÓRIO ROCHA, 2011).

A neutrófila se associa a processos infecciosos, e a eosinófilo denota

processo inflamatório crônico associado à diálise peritoneal. Células

neoplásicas podem ser detectadas à citologia simples ou com o uso de

colorações imunohistoquímicas como pode-se ver na imagem logo abaixo

(Fig. 11).

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Fig. 11- Hepatocarcinoma em punção de líquido ascítico. Fonte:

http://www.patologia-hc-ufmg.com/2010/10/hepatocarcinoma-em-

puncao-de-liquido.html

4.4.3. PROTEÍNA TOTAL E ALBUMINA

O gradiente albumina sérica - ascite é o melhor teste isolado para

classificação da ascite em causas hipertensivas portal e não hipertensivas

portal. O gradiente é calculado subtraindo-se a albumina do fluído ascítico

da albumina sérica. Um gradiente maior que 1,1 g/dL sugere fortemente

hipertensão portal subjacente, enquanto gradientes menores que 1,1 g/dL

implicam em causas não hipertensivas portais da ascite. A proteína total

fornece pistas adicionais. Um gradiente de albumina sérica - ascite elevado

e um nível elevado de proteínas (> 2,5 g/dL) são vistos na maior parte dos

casos de congestão hepática secundária à doença cardíaca ou síndrome de

Budd-Chiari. Dois terços dos pacientes com ascite por malignidade

apresentam nível de proteína >2,5 g/dl (LABORATÓRIO ROCHA, 2011).

4.4.4. BACTERIOSCOPIA PELO GRAM E CULTURA

Page 19: SEMINÁRIO ASCISTICO Final

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Usados com a finalidade de detectar peritonites bacterianas. A

sensibilidade da cultura aumenta muito quando o laboratório faz a cultura

diretamente em frascos de hemocultura (LABORATÓRIO ROCHA, 2011).

Na análise microbiológica, destaca-se também a importância da

coloração de Gram (embora com baixa sensibilidade) e cultura para

aeróbios e anaeróbios (HENRY, 2001). A sensibilidade para a coloração de

Ziehl-Nielsen é inferior a 30% e a cultura para Mycobacterium tuberculosis

também apresenta baixa sensibilidade (HENRY, 2001).

4.4.5. DOSAGEM DE GLICOSE, LDH E AMILASE

Úteis na distinção entre peritonite bacteriana espontânea e peritonite

bacteriana secundária. Os níveis de glicose estão reduzidos em pacientes

com peritonite tuberculosa. A amilase elevada pode sugerir ascite

pancreática (LABORATÓRIO ROCHA, 2011).

No quadro da fig. 12 encontra-se um resumo que ajuda na

caracterização do liquido ascítico quanto a sua formulação, característica

física, microscópica e bioquímica.

Page 20: SEMINÁRIO ASCISTICO Final

20

Fig. 12 – Quadro resumido das características do fluido ascítico.

Fonte: FRANCO, 2010.

5. CONCLUSÃO

O abdômen é uma importante parte do corpo onde ficam

armazenados grande parte dos órgãos do sistema digestivo e órgãos de

outros sistemas.

Todos esses órgãos são envoltos por uma membrana que denomina-

se peritônio, membrana responsável pela proteção dos órgãos.

O líquido ascítico encontra-se na cavidade abdominal e seu aumento

é denominado ascite.

Page 21: SEMINÁRIO ASCISTICO Final

21

A rápida análise desse fluido podem ser de extrema importância para

a sobrevivência do paciente. A caracterização do fluido e os componentes

que nele se encontram são de principal importância na determinação da

gravidade e qual enfermidade acomete o paciente.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 22: SEMINÁRIO ASCISTICO Final

22

ABC da Saúde – ASCÍTE. Disponível em:

<http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?37> 05 abr 2011.

AULA DE ANATOMIA – Peritônio. Disponível em: <

http://www.auladeanatomia.com/digestorio/sistemadigestorio.htm> 12 abr

2011.

FRANCO, Sergio; Liquido Ascítico – Bioinforme. Disponível em:

<http://www.sergiofranco.com.br/bioinforme/index.asp?

cs=FluidosBiologicos&ps=liquidoAscitico> 05 abr 2011.

HENRY, John B, (Ed). Clinical Diagnosis & Management by Laboratory

Methods. USA: Saunders, 20th Edition, 2001. ISBN 0-7216-8864-0. 05 abr

2011.

LABORATÓRIO ROCHA – Exames: Ascíte. Disponível em:

<http://www.laboratoriorocha.com/exames/view/487 > 05 abr 2011.

NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed,

2000.

SILVA,

STRASINGER, Susan K, Uroanálise e Fluidos Biológicos, São Paulo, SP:

Editorial Médica Panamericana, 2a edição, 1991, ISBN 85-303-0019-X. 05 abr

2011.

WIKIPÉDIA (a), Abdômen Humano. Disponível em: <

http://pt.wikipedia.org/wiki/Abd%C3%B4men_humano >. 12 abr 2011.

WIKIPÉDIA (b), Peritônio. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Perit

%C3%B4nio>. 12 abr 2011.