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Programa MAR na Academia agosto 2014 [entrada franca] Centenário de Abdias Nascimento SEMINÁRIO PENSAMENTO E POLÍTICA

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Programa MAR na Academia

agosto 2014[entrada franca]

Centenário de Abdias Nascimento

SEMINÁRIO PENSAMENTO E POLÍTICA

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ÁFRICA HOJE NO MARCENTENÁRIO DE ABDIAS NASCIMENTO

PROGRAMAÇÃO 2014

marçoSemana Lilian ThuramCiclo de Cinema Nova África Programa 1 − Filmes Fundadores do Cinema na África

agostoSeminário Pensamento e PolíticaCiclo de Cinema Nova África Programa 2

novembroSeminário Literatura e PoesiaCiclo de Cinema Nova África Programa 3 − Ciclo Mzansi − The Reel South Africa

Saiba mais em museudeartedorio.org.br

/ capa [cover]Paulo Nazareth, sem título [untitled], fotografia [photography], col. do artista [artist’s coll.].

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A integração entre arte e educação é o horizonte do MAR, que, no trân-sito propiciado por essa horizontalidade, concebe, potencializa e mantém públicas todas as suas ações. Para a instituição, é preciso continuamente atravessar a educação para chegar à arte. É nesse sentido que, simbólica e fisicamente, a circulação do museu inicia-se pela Escola do Olhar.

A Escola do Olhar é um espaço destinado à educação e desenvolve progra-mas de formação continuada em artes e cultura visual com professores e educadores. A Escola tem a cidade como eixo transversal de suas ações e por isso realiza parceria com universidades, instituições museológicas, ONGs e programas de educação não formal, construindo espaços de pesquisa, seminários, workshops e cursos.

Desde sua inauguração, o museu desenvolve cursos de formação com pro-fessores, encontros com os vizinhos do MAR, parcerias com universidades e cursos de arte e cultura visual para diversos públicos.

Os cursos de formação com professores inter-relacionam o cotidiano escolar às exposições e programas do museu e colaboram no desenvolvimento de atividades antes, durante e depois das visitas educativas. A linha de atuação do MAR consiste na elaboração, com o professor, de metodologias, material educativo e pesquisas sobre arte e cultura visual.

O programa MAR na Academia integra as atividades da Escola do Olhar. O objetivo é estimular a participação da universidade no projeto do museu de promover a inscrição da arte na esfera pública, no âmbito da região metropo-litana do Rio de Janeiro, com ênfase nas relações entre museu e educação e no fortalecimento da cidade como centro de reflexão teórica. Entre os va-lores, estão a liberdade de expressão e o respeito à autonomia universitária, o processo de emancipação cultural e a independência das atividades da crítica e da historiografia em relação ao Estado e ao mercado.

Em torno de uma agenda prioritária comum, o projeto do MAR objetiva o intercâmbio nacional e internacional e a cooperação entre os centros de pós-graduação em arte, estética e cultura visual. Busca-se o envolvimento de amplos setores da sociedade nessas atividades acadêmicas, incentivando a participação de professores e estudantes universitários em projetos da área curatorial e educacional do museu.

AÇÕES DO PROGRAMA

2014/ Programa África Hoje no MAR – Centenário de Abdias Nascimento. Semana Lilian Thuram.

/ Seminário Cidade, Arte e Arquitetura: Habitação Social no Brasil. Instituto Casa, Prourb-FAU/UFRJ, Museu de Arte do Rio, ETH/Zurich, Swissnex.

/ Curso Culturas do Passado-Presente – Modernismos, Artes Visuais, Políticas da Memória, de Andreas Huyssen, em parceria com PPGAV-UFRJ.

2013/ Conferências de Georges Didi-Huberman Filme, Ensaio, Poema. A Propósito de Pier Paolo Pasolini, e Foto, Álbum, Museu. A Propósito de André Malraux, em parceria com PPGAV-UFRJ e Consulado da França no Rio de Janeiro.

/ Simpósios Histórias de Fantasmas para Gente Grande e Histórias de Gente Grande para Fantasmas, em parceria com PPGAV-UFRJ.

/ Exposição Atlas, Suite, de Arno Gisinger e Georges Didi-Huberman. / Curso Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, em parceria com

Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da ECO-UFRJ, CNPq e Faperj. / Seminário Das Paredes às Redes – Educação, Tecnologia, Corpo e Subjetividade, edição carioca, em parceria com PPGCOM-UFF. / O Lugar, a Função e o Uso da Arte Contemporânea, em parceria com ECA-USP e Fórum Permanente. / X Ciranda da Psicanálise, em parceria com Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro. / Seminário Tempo e Excesso e lançamento da revista Calibán, em parceria com Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro.

/ Seminário Políticas da Memória: Experiências entre a Arte e a História, em parceria com PPGArtes-Uerj. / Seminário Documentos: Movimentos, em parceria com Departamento de Arte Corporal da UFRJ. / Curso A Zona das Imagens, de Marie-José Mondzain, em parceria com PPGAV-UFRJ.

/ Jornada Educação e Relações Étnico-Raciais, em parceria com Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire, SME Rio de Janeiro.

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2012/ IV Seminário de Pesquisadores do PPGArtes-Uerj – Vômito e Não: Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura.

/ Colóquio Internacional Arte, Estética e Política: Diálogos com Jacques Rancière, em parceria com PPGAV-UFRJ e PPGCOM-UFF.

O Museu de Arte do Rio dá continuidade, em sua programação cultural, ao pensamento em torno da cultura afro-brasileira e das relações entre Rio de Janeiro e África. Em março de 2014, foi o inaugurado o programa África Hoje no MAR, em comemoração ao centenário do ativista do movimento negro Abdias Nascimento. Com o apoio do Consulado Francês no Rio de Janeiro, a Semana Lilian Thuram recebeu o ativista e ex-jogador da seleção francesa de futebol – campeão do mundo em 1998, campeão da Europa em 2000 e vice-campeão do mundo em 2006 –, que vem se dedicando ao trabalho em prol da educação contra o racismo por meio de sua Fundação Lilian Thuram.

A intensa programação de Thuram incluiu uma conferência aberta ao públi-co na Maison de France, aulas para os participantes da Universidade das Quebradas (UFRJ) e do Liceu Francês, além de visita ao Ginásio Experimen-tal Olímpico Félix Mielli Venerando, no bairro do Cajú. O ex-jogador realizou ainda a entrega do Prêmio Comdedine a alunos e professores da rede mu-nicipal de educação e participou de encontros com jovens escritores negros no Morro do Alemão e com pesquisadores das universidades e estudiosos sobre o racismo no Brasil.

Lilian Thuram visitou também o Cemitério dos Pretos Novos e o Cais do Valon-go, localizados na zona em que o MAR está instalado. Essa região portuária, hoje conhecida como Pequena África, foi a porta de entrada dos imigrantes africanos escravizados no período colonial e imperial. Nessa articulação, a exposição Do Valongo à Favela: Imaginário e Periferia, em cartaz até fevereiro de 2015, reúne documentos, artefatos e obras históricas e contemporâneas que ativam uma memória conflituosa e presente. Na imbricação dos per-cursos do cais à favela, a proposta é permitir que a rua aprofunde o museu para, por fim, reconhecer os valores da África no Brasil e no mundo. Assim, o museu estabelece especial interlocução com a herança africana, seja por meio de suas exposições e da constituição dos Núcleos Significativos de seu acervo, seja por meio da atuação pedagógica de sua Escola do Olhar.

Ao MAR interessa preservar a materialidade da contribuição negra para a conformação da cidade do Rio de Janeiro, e também refletir, no âmbito aca-dêmico, por meio do programa MAR na Academia, sobre os vários significa-dos dessa presença nos campos da arte, da cultura, da antropologia e da educação. Para tanto, mantém diálogo com pesquisadores das universida-des cariocas, que participam dessa programação em várias instâncias. O museu coloca-se, assim, como espaço de escuta e reverberação das ques-tões afro-brasileiras na atualidade.

/ Lilian Thuram, foto: divulgação

/ Conferência de Marie-José Mondzain Imagem, Matéria Plástica: em Torno de O Canto do Estireno, de Alain Resnais, em parceria com PPGAV-UFRJ. / Ciclo de conferências, workshop e mostra de filmes de Harun Farocki, iniciativa do PPGAV-UFRJ.

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Para agosto, na segunda edição do programa, haverá um dia de conferên-cias dos professores Harry Garuba (Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul) e Alexandre dos Santos (PUC-Rio) no seminário Pensamento e Políti-ca. Parte do seminário é a exibição do segundo programa do Ciclo de Cine-ma Nova África, apresentando imagens produzidas nos diversos contextos pós-coloniais da África de hoje.

O MAR agradece a António Pinto Ribeiro, da Fundação Calouste Gulbenkian, pela concepção do programa África Hoje no MAR e pelo convite aos profes-sores Harry Garuba e Alexandre dos Santos. Agradecemos também à Fun-dação Roberto Marinho, a Alvaro e Fátima Otero e a Paulo Roberto Santi pela formação da coleção afro-brasileira do museu. Somos igualmente gratos a Elisa Larkin Nascimento, pela incorporação dessa programação à agenda do centenário de Abdias Nascimento.

Paulo HerkenhoffDiretor cultural

ÁFRICA HOJE NO MARCentenário de Abdias Nascimento

Um dos grandes acontecimentos do século XX, quer para a história da hu-manidade, quer para a história das mentalidades e da cultura, foi a descober-ta, na região de Hadar, na Etiópia, do esqueleto de Lucy, considerado a prova de que a humanidade nasceu na África e, portanto, todos descendemos dos africanos. Esse fato, em sua crueza, veio desconstruir um conjunto de clichês que tantas vezes suportaram afirmações racistas. Veio também chamar aten-ção para a história de um continente sobre o qual se sabe tão pouco, e o que se sabe nem sempre é verdadeiro e, poucas vezes, dignificante. Exemplos dessa falsa visão são as muitas notícias produzidas pela mídia sobre a África.

O escritor Binyavanga Wainaina, no texto “Como escrever sobre a África”, de 2005, traduzido em mais de 30 línguas, com fino humor listou todos os luga-res-comuns, preconceitos e clichês utilizados para escrever sobre a África, em sua totalidade ou em relação a aspetos particulares. Essas expressões revelam formas neocoloniais de abordar o continente. Uma passagem do texto é ilustrativa da quantidade de narrativas que, pretendendo dar visibili-dade à África, não fazem senão contribuir para um distanciamento cultural:

Ao longo do livro, empregue sotto voce, em cumplicidade com o leitor,

e um tom triste de quem viu as suas expectativas goradas. Deixe desde

logo claro que o seu liberalismo é impecável, e mencione pouco depois

do início o quanto ama a África, como se apaixonou por ela e como não

pode passar sem ela. África é o único continente que se pode amar – tire

partido disso. Se for um homem, lance-se pelas mornas florestas virgens

adentro. Se for uma mulher, trate África como um homem que veste roupa

apropriada para a selva e que desaparece em direção ao pôr do sol. África

deve inspirar piedade, ser venerada ou dominada. Qualquer que seja o

ângulo a adotar, o importante é deixar a forte impressão de que, sem a

sua intervenção ou o seu livro, África estará condenada.

Se estudarmos o período pré-colonial – antes da lobotomização generalista feita pelo colonialismo e continuada, muitas vezes, por outras formas de neocolonialismo, durante os períodos imediatos a muitas independências, há pouco mais de três décadas –, damo-nos conta da enorme grandeza cultural e artística desse continente. Mas não basta olhar o passado. O Brasil, com sua longa história de presença africana, iniciada de maneira extremamente negativa com o tráfico de escravos negros e sua exploração durante séculos, reconhece agora, nomeadamente através dos estudos dos currículos das escolas, essa presença significativa no DNA de seu povo e sua cultura antiga e mestiçada.

Contudo, esse olhar para o passado não é suficiente e pode até ser contra-producente ao criar muitos equívocos e clichês, como o de que todos os afri-canos são corruptos, miseráveis ou improdutivos. No entanto, uma das ma-ravilhas da África é a diversidade de pessoas, etnias, regimes políticos, flora, fauna, clima (entre a neve e temperaturas de 50 ºC) e produção artística, além de uma massa crítica intelectual que se cria e se difunde todos os dias.

É esta África de hoje que o Museu de Arte do Rio quer dar a conhecer a partir de agora com várias programações cujos protagonistas são majoritariamen-te africanos – residentes ou da diáspora. A intenção é que possamos nos sentir todos, e com orgulho, um pouco mais africanos. Como dizia o bispo Desmond Tutu, figura fundamental na reconciliação africana pós-Apartheid: “Somos todos africanos, peço desculpa”.

António Pinto RibeiroCoordenador-geral

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/ Maria Buzanosvsky, Passinho no [at] Morro da Mangueira I, fotografia [photography], 2013. Col. da artista [Artist’s coll.]

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OS ANCESTRAIS DO VALONGO – 100 ANOS DE ABDIAS NASCIMENTO

Abdias Nascimento nasceu em Franca, interior de São Paulo, em 1914, filho do sapateiro e músico José Ferreira do Nascimento e da doceira e ama de leite Georgina Ferreira do Nascimento. Formou-se em economia pela Univer-sidade do Rio de Janeiro em 1938 e foi o primeiro diplomado do histórico Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), em 1957.

Fundou, em 1944, o Teatro Experimental do Negro (TEN), que rompeu com a barreira racial no teatro brasileiro, e foi pioneiro ao vincular a luta contra a discriminação à valorização da herança cultural africana. Atuou, a partir de 1950, como curador do projeto Museu de Arte Negra do TEN.

Viveu no exterior durante 13 anos, afastado do regime militar brasileiro, pe-ríodo em que lecionou nas universidades Yale, Wesleyan e do Estado de Nova York, nos Estados Unidos, além de Obafemi Awolowo, na Nigéria. Em eventos e iniciativas internacionais do pan-africanismo, contribuiu para tornar mundialmente conhecida a denúncia contra o racismo no Brasil. Desenvol-veu produção artística como pintor de temas da matriz africana no mundo.

De volta ao Brasil em 1981, fundou o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) e liderou a criação do Memorial Zumbi, do Movimento Negro Unificado e do Movimento Negro do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Como deputado federal, propôs a criminalização do racismo e am-plos programas de ação afirmativa. Atuou na criação da Fundação Cultural Palmares e ajudou a definir o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. Foi o primeiro senador afrodescendente a dedicar seu mandato à promoção da igualdade racial.

Recebeu diversas homenagens, como o Prêmio da Herança Africana Mun-dial da Schomburg Center (Harlem, Nova York). As Universidades de Brasília, Federal da Bahia, do Estado da Bahia, do Estado do Rio de Janeiro e Oba-femi Awolowo, na Nigéria, outorgaram-lhe o título de doutor honoris causa. A ONU conferiu-lhe o Prêmio de Direitos Humanos, a Unesco outorgou-lhe o Prêmio Toussaint Louverture, e foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010. Faleceu no Rio de Janeiro em 2011.

Abdias Nascimento lutou contra todas as formas de racismo, inclusive suas acepções mais sutis, que se manifestam na cultura e no âmbito da produção

intelectual. Foi autor de diversas obras pioneiras, tanto artísticas como de pesquisa e reflexão. Sua proposta política e sociocultural do quilombismo expressa o engajamento com a abordagem epistemológica afrocentrada.

O Ipeafro dedica-se a continuar a missão de seu fundador, e por isso foca-mos nosso trabalho na educação. Cumprimentamos o MAR pelo programa África Hoje, na certeza de que, com essa iniciativa e com trabalhos futuros na mesma linha, o museu constrói caminhos e parcerias valiosos para o Brasil e o mundo nas trilhas antirracistas que Abdias Nascimento ajudou a forjar.

Elisa Larkin NascimentoDiretora do Ipeafro e coordenadora do Fórum Educação Afirmativa Sankofa

/ Alexandre Farto aka VHILS, Abdias Nascimento, colagem sobre parede [collage on wall], 2014. Col. [Coll.] MAR.

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PROGRAMAÇÃO

O Museu de Arte do Rio realiza o seminário Pensamento e Política, do programa África Hoje no MAR – Centenário de Abdias Nascimento.

Discutir o racismo por meio da edu-cação constitui a primeira pauta neste segundo momento do programa Áfri-ca Hoje no MAR. Centrado na refle-xão política a partir de olhares de dois cientistas políticos que equacionam a África em sua enorme diversidade e história, considerando as grandes transformações de regimes e de es-truturas sociais e de comunicação que aconteceram na última década. Simultaneamente, o segundo progra-ma do Ciclo de Cinema Nova África apresentará as imagens que, embora produzidas em vários contextos pós-coloniais, informam-nos das lutas pelas independências quer no plano social, quer no artístico.

9 E 10 DE AGOSTO DE 2014Auditório do MAR

SÁBADO 910h às 13hSeminário Pensamento e PolíticaMediação: António Pinto Ribeiro, Fundação Gulbenkian, Lisboa

/ Fases do Pensamento Intelectual Africano: Raça, Escravidão, Colonialismo e DepoisProf. Dr. Harry Garuba, Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul

/ África: Imagens Dicotômicas – Uma Perspectiva Histórica da Construção das Percepções Sociais e das Visões da Diplomacia BrasileiraProf. Dr. Alexandre dos Santos, PUC-Rio

SÁBADO 915hExibição de filmes do Programa 2

DOMINGO 1015hExibição de filmes do Programa 2

SEMINÁRIO PENSAMENTO E POLÍTICA

RESUMO DAS CONFERÊNCIAS - SÁBADO, 09/08, 10H ÀS 13H,NO AUDITÓRIO DO MAR

FASES DO PENSAMENTO INTELECTUAL AFRICANO: RAÇA, ESCRAVIDÃO, COLONIALISMO E DEPOIS / Prof. Harry Garuba

Nesta palestra, tentarei esboçar um modelo para o entendimento das dife-rentes fases do pensamento intelectual e político da África na modernidade, partindo da escravização e racialização ao longo do período de colonização e resistência até o momento contemporâneo de globalização e triunfo do neoli-beralismo. Em suma, examino nossa atual conjuntura histórica mapeando os contornos da jornada até o momento e delineando os paradoxos e impasses da contemporaneidade, quando liberdades formais foram obtidas na África e na maior parte do mundo africano e, ainda, quando o encarceramento, pri-vação e descarte parecem ser o destino das populações negras ao redor do mundo. Meu objetivo é tentar pensar sobre questões de liberdade, cidadania e subjetividade em relação à abjeção negra em nossos tempos.

Inicio com uma citação de um artigo pouco conhecido do acadêmico nigeriano Abiola Irele chamado “Dimensões do Discurso Africano”, no qual afirma:

O aspecto mais marcante do discurso africano é, claramente, seu caráter de

movimento contestatário. Começando com o trabalho dos escritores negros

do século XVIII, esse discurso confrontou as representações europeias da Áfri-

ca e da raça negra de maneira determinante, dedicando especial atenção às

condições históricas da raça, primeiro durante a escravidão e depois sob o

colonialismo… Portanto, o discurso africano foi projetado historicamente em

uma postura essencialmente antagonística que assumiu significância polêmica.

Tomando essa declaração como ponto de partida, meu argumento básico é o seguinte: o pensamento político e intelectual africano na modernidade foi go-vernado pelo imperativo de reconhecimento, representado de diversas formas como liberdade de emancipação, independência política e autonomia e acom-panhado pela recuperação e representação de uma subjetividade e visão de mundo africana/negra. Dentro do pensamento intelectual africano, a liberdade era vista como constituída de dois elementos interligados: o social e político, e o epistêmico e epistemológico. Ambos sempre caminharam simultaneamente – isto é, até o momento atual da normatividade neoliberal. O que a disjunção e a

/ Autoria desconhecida. Léopold Sédar Senghor, presidente da República do Senegal, com o Grande Colar da Ordem do Cruzeiro do Sul [Léopold Sédar Senghor, President of the Republic of Senegal, with the Grand Collar of the Southern Cross Order], foto-grafia [photography], 1997. Col. [Coll.] MAR – Doação [Donation] Fundação Roberto Marinho.

/ Foto [Photo] p. 17. Nadia Taquari, Saudações à cabeça [Salutation to the head], 2013, madeira e cobre [wood and copper]. Col. [Coll.] MAR – Fundo [Fund] Paulo Darzé.

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divergência do presente significam para o pensamento crítico negro e africano?No final da palestra, dirijo o foco ao pensamento intelectual e político na Áfri-ca do Sul pós-Apartheid de hoje. Utilizo essa localização temporal e espacial como plataforma a partir da qual se pode explorar essa questão da divergên-cia no pensamento crítico e político negro. E, ao fazê-lo, sublinho o fato de que a lógica de reconhecimento que regeu a narrativa da liberdade foi, em certo grau, exitosa em sua primeira meta de liberdades políticas formais. Mas estagnou em seu segundo objetivo, epistêmico, especialmente com relação a dedicar especial atenção às condições existenciais e “históricas da raça” neste momento de globalização neoliberal.

Harry Garuba é professor de estudos africanos e do departamento de inglês na Universidade da Cidade do Cabo, África do Sul. Entre seus interesses de ensino e pesquisa estão literatura africana e literatura da diáspora africana, literatura africana e mundial, teoria pós-colonial, modernidades africanas e intelectuais/tradições intelectuais da escrita africana. Seu artigo “Explorations in Animist Ma-terialism” foi traduzido para o português. Autor, editor e poeta, publicou o livro de poesia Shadow and Dream and Other Poems e editou a antologia poética Voices from the Fringe. Desde 2013, realiza palestras e conferências em diversas universidades e instituições em Portugal, Canadá, China, EUA e África do Sul.

ÁFRICA: IMAGENS DICOTÔMICAS – UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA DA CONSTRUÇÃO DAS PERCEPÇÕES SOCIAIS E DAS VISÕES DA DIPLOMACIA BRASILEIRA / Prof. Alexandre dos Santos

Quando o país se tornou independente, apenas um em cada três brasileiros era branco. A formação da cultura vernácula deve-se, em parte, à diáspora africa-na, ao resultado de mais de quatro séculos de envio de cerca de 5 milhões de pessoas escravizadas do continente africano para o Brasil. Proporemos uma conversa a respeito das relações que o Brasil manteve com o continente africa-no, antes e depois da independência, e de como a imagem do que representa a “África” foi sendo moldada, modificada e reconstruída a partir das necessidades da diplomacia e do governo brasileiros, principalmente a partir da década de 1960 e durante as duas administrações do presidente Lula da Silva. O objetivo também é chamar atenção para o fato de que essa mesma abstração do que seria a “África oficial” entrava em choque e não correspondia à própria percep-ção da população afrodescendente a respeito de sua situação social.

Alexandre dos Santos é jornalista formado pela Uerj e mestre em relações internacionais pela PUC-Rio. É editor-chefe do programa Globo Universida-de, da Rede Globo, e professor de história da África no curso de relações internacionais da PUC-Rio.

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CICLO DE CINEMA NOVA ÁFRICA

Serão exibidas 16 produções, entre ficções e documentários. O ciclo divide-se em três programas, apresentados no decorrer de 2014. O primeiro deles, Filmes Fundadores do Cinema na África, trouxe as produções mais antigas da seleção, com enfoque no continente e em sua herança. O programa atual é composto de filmes mais recentes, cujo enfoque são os problemas socio-econômicos da África pós-colonial, a exemplo da exploração dos recursos naturais pela China. O terceiro recorte, em novembro, enfocará a cinemato-grafia sul-africana pós-Apartheid, marcada pela mistura de linguagens, como a ficção e o documentário. Algumas dessas produções foram realizadas fora do território africano, mas são consideradas marcos iniciais dessa filmografia.

Black GoldMark Francis e Nick FrancisReino Unido, 2006, cor, 78 minlíngua original: inglês, legendas em espanhol

Contra o pano de fundo da jornada de Tadesse a Londres e Seattle, o enorme poder das empresas multinacionais que dominam o comércio de café do mun-do torna-se aparente. Comerciantes de commodities de Nova York, as trocas internacionais do café e as negociações duplas de ministros de Comércio da Organização Mundial do Comércio revelam os muitos desafios enfrentados por Tadesse em sua busca por uma solução a longo prazo para seus agricultores.sábado 9 15h Auditório do MAR

CadjigueSana Na N’HadaGuiné-Bissau, 2013, ficção, 113 minlíngua original: crioulo, legendas em português

Tal como no paraíso original, os habitantes do arquipélago de Bijagós vivem de acordo com as tradições ancestrais e em absoluto respeito pela natureza até que um bando de traficantes de drogas ocupa suas ilhas sagradas. Quando o feiticeiro da aldeia morre, tudo parece estar perdido, mas seu jovem aprendiz aceita ser seu sucessor e decide lutar contra os invasores para salvar a aldeia.domingo 10 15h Auditório do MAR

SEM FLASH – Homenagem a Ricardo Rangel (1924-2009)Bruno Z’GraggenMoçambique, 2012, documentário, 56 minlíngua original: português, inglês

O retrato cinematográfico sob forma de documentário, realizado pelo curador de exposições Bruno Z’Graggen, com direção de fotografia do produtor de vídeo Angelo Sansone (ambos de Zurique), assume-se como um condigno ensaio sobre a obra do grande fotógrafo moçambicano Ricardo Rangel.domingo 10 17h Auditório do MAR

/ Vista da exposição Do Valongo à Favela: Imaginário e Periferia [View of the exhibition From Valongo to Favela: Imaginary and Periphery]

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MAR AT THE ACADEMY PROGRAMME

AFRICA TODAY AT MARABDIAS NASCIMENTO CENTENARY

THINKING AND POLITICS SEMINAR

AUGUST 2014[FREE ENTRY]

2014 SCHEDULE

March Lilian Thuram WeekNew Africa Cinema Cycle Programme 1 – Foundational Films of African Cinema

AugustThinking and Politics seminarNew Africa Cinema Cycle Programme 2

NovemberLiterature and Poetry seminarNew Africa Cinema Cycle Programme 3 – Mzansi Cycle – The Reel South Africa

Find out more at museudeartedorio.org.br

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The Museu de Arte do Rio gives continuity, in its cultural programme, to thinking surrounding Afro-Brazilian culture and relations between Rio de Janeiro and Africa. March 2014 saw the inauguration of the programme Africa Today in MAR, in commemoration of the centenary of black movement activist Abdias Nascimento. With the support of the French Consulate in Rio de Janeiro, the Lilian Thuram Week played host to the activist and former French international football player – world champion in 1998, European champion in 2000 and world runner up in 2006 –, who dedicates his work to the support of education against racism, through the Lilian Thuram Foundation.

Thuram’s intense programme included a conference open to the public in Maison de France, classes for participants of the Universidade das Quebradas (UFRJ) and the Liceu Francês, as well as visiting the Ginásio Experimental Olímpico Félix Mielli Venerando in the neighbourhood of Caju. The former player even took part in the presenting of the Comdedine Award to students and teachers from public schools and took part in meetings with young black writers at Morro do Alemão and with researchers from universities and scholars on racism in Brazil.

Lilian Thuram also visited the Cemitério dos Pretos Novos and the Cais do Valongo, located in the area in which MAR is situated. This port zone, today known as Little Africa, was the point of entry for enslaved African Immigrants during the colonial and imperial period. In this articulation, the exhibition From Valongo to the Favela: Imaginary and Periphery, showing until February 2015, brings together documents, artefacts and historical and contemporary works which activate a conflicting and present memory. From the intertwining of the paths from wharf to favela, the proposal is to allow the street to deepen the museum, in order to recognise the values of Africa in Brazil and in the world. As such, the museum has established a special dialogue with African heritage, whether through its exhibitions and the creation of Clusters of Meanings for its collection, or through the pedagogic interations of its Escola do Olhar.

MAR is interested in preserving the materiality of the black contribution to the shaping of the city of Rio de Janeiro, and also to reflect on, in the academic environment and through the MAR at the Academy Programme, the various meanings of this presence in the fields of art, culture, anthropology and education. In order to do so, it maintains dialogue with researchers at Rio universities, who participate at various stages in the schedule. The museum offers itself as a space to listen and to reverberate current Afro-Brazilian issues.

For August, at the second edition of the programme, there will be a day of conferences hosted by professors Harry Garuba (University of Cape Town, South Africa) and Alexandre dos Santos (PUC-Rio) at the seminar Thinking and Politics. Part of the seminar will be the showing of the second programme in the New Africa Cinema Cycle, presenting images produced in diverse post-colonial contexts of modern-day Africa.

MAR gives thanks to António Pinto Ribeiro, from the Fundação Calouste Gulbenkian, for conceiving the programme Africa Today at MAR and for the inviting of professors Harry Garuba and Alexandre dos Santos. We also give thanks to the Fundação Roberto Marinho, to Alvaro and Fátima Otero and to Paulo Roberto Santi for the contribution to the museum’s Afro-Brazilian collection. We are equally thankful to Elisa Larkin Nascimento, for the inclusion of this programme in the Abdias Nascimento centenary calendar.

Paulo HerkenhoffCultural Director

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AFRICA TODAY AT MARAbdias Nascimento Centenary

One of the greatest events in the 20th century, both for the history of humanity as much as for the history of mentalities and culture, was the discovery of the skeleton of Lucy in the region of Hadar in Ethiopia, considered as proof that humanity was born in Africa and, therefore, we are all descended from Africans. This fact, in its rawness, has come to deconstruct the set of clichés that so often support racist remarks. It also called attention to the history of a continent about which so little is known, and what is known is not always true and, rarely, dignifying. Examples of this false vision are the many news reports produced about Africa by the media.

The writer Binyavanga Wainaina, in his text “How to Write About Africa”, from 2005, translated into more than 30 languages, with fine humor listed all the common place prejudices and clichés used to write about Africa, in its totality or relating to certain aspects. These expressions reveal neo-colonial approaches to the continent. One passage in the text is illustrative of the number of narratives that, intending to give visibility to Africa, do little more than contribute to a cultural distancing.

“Throughout the book, adopt a sotto voce, in conspiracy with the reader,

and a sad I-expected-as-much tone. Establish early on that your liberalism

is impeccable, and mention near the beginning how much you love Africa,

how you fell in love with the place and can’t live without her. Africa is the

only continent you can love – take advantage of this. If you are a man,

thrust yourself into her warm virgin forests. If you are a woman, treat Africa

as a man who wears a bush jacket and disappears off into the sunset.

Africa is to be pitied, worshipped or dominated. Whatever angle you take,

be sure to leave the strong impression that without your intervention and

your important book, Africa is doomed.”

If we study the pre-colonial period – before the generalist lobotomy carried out by colonialists and often continued by other forms of neo-colonialism, during periods immediately following many independences, a little more than three decades -, we recognize the enormous cultural and artist grandeur of this continent. But it’s not enough to look at the past. Brazil, with its long history of African presence, began in an extremely negative way with the trade of black slaves and their exploration for centuries, now recognizes, namely through the study in the school curriculum, this significant presence in the people’s DNA and its ancient and mestizo culture.

However this look to the past is not enough and could even be counterproductive in creating many misconceptions and clichés, such as that all Africans are corrupt, miserable or unproductive. But one of the marvels of Africa is the diversity of the people, ethnicities, political regimes, flora, fauna, climate (from snow to temperatures of 50°C) and artistic production, as well as an intellectual critical mass, which is created and spread every day.

It is this Africa of today that the Museu de Arte do Rio aims to present starting now with a variety of programming whose protagonists are primarily African – residents or from the diaspora. The intention is that we can all feel, with pride, a little more African. As Bishop Desmond Tutu, who was a key figure in the post-apartheid reconciliation of Africa, said: “Sorry, but we are all Africans”.

António Pinto Ribeiro General Coordinator

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/ Phil Bildner/Jesse Joshua Watson, The Soccer Fence, livro [book]. Col. [Coll.] MAR - Doação [Donation] Fundação Roberto Marinho

/ Cédula de votação do pleito de 1994, em que Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul pela primeira vez [Ballot paper of 1994 elections,

when Nelson Mandela became President of South Africa for the first time].Col. [Coll.] MAR - Doação [Donation] Fundação Roberto Marinho

/ Vuvuzela com as cores da bandeira da África do Sul, Copa de 2014 [Vuvuzela with the colours of the South-African flag, World Cup 2014]

Col. [Coll.] MAR - Doação [Donation] Fundação Roberto Marinho

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THE ANCESTORS OF VALONGO – 100 YEARS OF ABDIAS NASCIMENTO

Abdias Nascimento was born in Franca, São Paulo, in 1914, the son of shoemaker and musician José Ferreira do Nascimento and the confectioner and wet nurse Georgina Ferreira do Nascimento. He graduated with a degree in economics from the University of Rio de Janeiro in 1938 and was the first graduate of the historic Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb) in 1957.

In 1944 he founded the Teatro Experimental do Negro (TEN), which broke the racial barrier in Brazilian theatre and was a pioneer in linking the fight against discrimination to the appreciation of black cultural heritage. From 1950, he worked as the curator of TEN’s Museu de Arte Negra.

He lived abroad for 13 years, due to the repression of the Brazilian military regime, a period in which he gave lectures at the universities of Yale, Wesleyan and the State of New York in the United States; and Obafemi Awolowo, in Nigeria. At international Pan-Africanism events and initiatives, he contributed to worldwide awareness of the denunciations of racism in Brazil. He developed artistic production as a painter on themes relating to the African matrix in the world.

On his return to Brazil in 1981, he founded the Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) and spearheaded the creation of the Memorial Zumbi, the Movimento Negro Unificado and the Movimento Negro of the Partido Democrático Trabalhista (PDT). As a federal representative, he proposed the criminalization of racism and the forming of many affirmative action programmes. He was active in the creation of the Fundação Cultural Palmares and helped to define the 20th of November as National Black Conscience Day. He was the first afro-descendant senator to dedicate his mandate to the promotion of racial equality.

He received many recognitions, such as the African World Heritage Award from the Schomburg Center (Harlem, New York). The University of Brasilia, Bahia Federal University, State of Bahia University, State of Rio de Janeiro and Obafemi Awolowo, in Nigeria, all bestowed honorary degrees upon him. The UN awarded him the Human Rights Prize, UNESCO honoured him with the Toussaint L’Ouverture Award, and he was officially nominated for the Nobel Peace Prize in 2010. He died in Rio de Janeiro in 2011.

Abdias Nascimento fought against all forms of racism, including its most subtle forms that manifest themselves in culture and the areas of intellectual production. He was the author of several pioneering works, artistic as well as research orientated and reflective. His political and sociocultural proposal of quilombismo expresses his engagement with an afro-centric epistemological approach.

Ipeafro dedicates itself to the continuity of its founder’s mission, and for this reason we focus our work in education. We give compliments to MAR for the Africa Today programme, in the certainty that with this initiative and future projects along the same lines, the museum will construct routes and valuable partnerships for Brazil and the world on the anti-racist rails that Abdias Nascimento helped to forge.

Elisa Larkin NascimentoDirector of Ipeafro and coordinator for the Fórum Educação Afirmativa Sankofa

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EVENTS PROGRAM 2014/ Course Cultures of the Past-Present – Modernisms, Visual Arts, Politics of Memory, by Andreas Huyssen, in partnership with PPGAV-UFRJ

/ Africa Today at MAR – Abdias Nascimento centenary. Lilian Thuram week.

/ Seminar City, Art and Architecture: Social Habitation in Brazil. Instituto Casa, PROURB-FAU/UFRJ, Museu de Arte do Rio, ETH/Zurich, Swissnex

2013/ Georges Didi-Huberman Conferences Filme, Ensaio, Poema. A Propósito de Pier Paolo Pasolini; e Foto, Álbum, Museu. A Propósito de André Malraux, in partnership with PPGAV-UFRJ and the Consulate General of France in Rio de Janeiro. / Symposiums Histórias de Fantasmas para Gente Grande and Histórias de Gente Grande para Fantasmas, in partnership with PPGAV-UFRJ. / Exhibition Atlas, Suite, by Arno Gisinger and Georges Didi-Huberman.

/ Course Cinemáticos: Cinemas de Artista no Brasil, in partnership with Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) of ECO-UFRJ, CNPq and Faperj.

/ Seminar: Das Paredes às Redes – Educação, Tecnologia, Corpo e Subjetividade, carioca edition, in partnership with PPGCOM-UFF. / O Lugar, a Função e o Uso da Arte Contemporânea, in partnership with ECA-USP and Fórum Permanente. / X Ciranda da Psicanálise, in partnership with the Escola Lacaniana de Psicanálise do Rio de Janeiro. / Seminar Tempo e Excesso and launching of the journal Calibán, in partnership with the Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. / Seminar Políticas da Memória: Experiências entre a Arte e a História, in partnership with PPGArtes-Uerj. / Seminar Documentos: Movimentos, in partnership with the Department of Physical Arts of UFRJ. / Course A Zona das Imagens, with Marie-José Mondzain, in partnership with PPGAV-UFRJ.

/ Jornada Educação e Relações Étnicos Raciais, in partnership with the Escola de Formação do Professor Carioca – Paulo Freire, SME Rio de Janeiro.

2012/ IV PPGArtes-Uerj Research Seminar– Vômito e Não: Práticas Antropoêmicas na Arte e na Cultura / International Colloquium Arte, Estética e Política: Diálogos com Jacques Rancière, in partnership with PPGAV-UFRJ and PPGCOM-UFF. / Marie-José Mondzain conference Imagem, Matéria Plástica: em Torno de O Canto do Estireno, de Alain Resnais, in partnership with PPGAV-UFRJ. / Cycle of conference, workshop and screenings of films by Harun Farocki, an initiative of PPGAV-UFRJ.

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The Museu Arte do Rio hosts the seminar Thinking and Politics, from the programme Africa Today at MAR – Abdias Nascimento Centenary.

To discuss racism through education is the main agenda in the second part of the Africa Today programme at MAR. Centered on political reflection beginning by looking at two political scientists who equated Africa in its enormous diversity and history, considering the large-scale changes in regimes and social structures and in communication that have taken place in the last decade. Simultaneously, the second programme in the New Africa Cinema Cycle will present images which, although produced in several post-colonial contexts, tell us about the struggles for independence, whether on a social or artistic level.

DESCRIPTION OF LECTURES

SATURDAY 9TH, AT 10am - 13 pm, MAR’s Auditorium

PHASES OF AFRICAN INTELLECTUAL THINKING: RACE, SLAVERY, COLONIALISM AND AFTER / Professor Harry Garuba

In this lecture, I intend to sketch a template for understanding the different phases of African intellectual and political thought in modernity, beginning from the moment of enslavement and racialization through the period of colonization and resistance to the contemporary moment of globalization and the triumph of neoliberalism. In short, I examine our present historical conjuncture by mapping the contours of the journey thus far and outlining the paradoxes and impasses of the contemporary moment, when formal freedoms have been achieved in Africa and most of the African world and yet incarceration, deprivation and disposability seems to be the fate of black populations the world over. My objective is to try to think through questions of freedom, citizenship and subjectivity in relation to black abjection in our times?

I begin with a quote from a little known essay by a Nigerian scholar Abiola Irele entitled “Dimensions of African Discourse” in which he says that:

The most striking aspect of African discourse is of course its character as a

movement of contestation. Starting with the work of the eighteenth century

Black writers, this discourse has determinedly confronted European repre-

sentations of Africa and the Black race and dedicated special attention to

the historical conditions of the race, first during slavery and then later under

colonialism…Thus African discourse has been historically projected in an es-

sentially adversarial posture and has thus assumed a polemical significance.

Taking this statement as a point of departure, the basic argument I make is this: that African intellectual and political thought in modernity has been governed by the overarching imperative of recognition, variously represented in the main as freedom or emancipation, political independence and autonomy, alongside the retrieval and representation of an African/black subjectivity and worldview. Within African intellectual thought, freedom was thus seen as consisting of two intertwined objectives – the one social and political, the other, epistemic and epistemological. And, these have always been moved along simultaneously – that is, until the present moment of neoliberal normativity. What does the present divergence and disjunction signify for African and black critical thought?

9TH AND 10TH OF AUGUST 2014MAR’s auditorium

SATURDAY 9th10am to 1pmThinking and Politics SeminarMediated by António Pinto Ribeiro, Gulbenkian Foundation, Lisbon

/ Phases of African Intellectual Thinking: Race, Slavery, Colo-nialism and AfterProf. Dr. Harry Garuba, University of Cape Town, South Africa

/ Africa: Dichotomous Images – A Historical Perspective of the Construction of Social Perceptions and Visions of Brazilian DiplomacyProfessor Dr. Alexandre dos Santos, PUC-Rio

SATURDAY 9th 15pmShowing of films from Programme 2

SUNDAY 10th15pmShowing of films from Programme 2

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In the final part of this lecture, I focus on intellectual and political thought in post-apartheid South Africa at the present moment. I use this temporal and spatial location as a platform from which to explore this question of divergence in black critical and political thought. And, in doing this, to underscore that fact that the logic of recognition that governed the narrative of freedom has succeeded to some degree in its first objective of formal political freedoms. But it may have also stalled in its second, epistemic objective, especially with respect to paying special attention to the existential and “historical conditions of the race” at this moment of neo-liberal globalization.

Harry Garuba is a professor in African studies at the University of Cape Town, South Africa, and has a joint appointment in the English department. His teaching and research interests include African literature and Literature of the African Diaspora, Africa and World Literature, Postcolonial Theory, African Modernities, and intellectual intellectual/traditions of African Writing. He has published widely in international journals in these fields and his essay “Explorations in Animist Materialism” has been translated into Portuguese. Prof. Garuba is an author, editor, and poet. He published a volume of poetry, Shadow and Dream and Other Poems, and has also edited the poetic anthology Voices from the Fringe. Since 2013, he has given lectures and conferences in many universities and institutions in Canada, Portugal, China, USA and South Africa.

AFRICA: DICHOTOMOUS IMAGES – A HISTORICAL PERSPECTIVE OF THE CONSTRUCTION OF SOCIAL PERCEPTIONS AND THE VISIONS OF BRAZILIAN DIPLOMACY / Professor Alexandre dos Santos

When the country became independent, only one in every three Brazilians was white. The forming of the culture vernacular owes itself, in part, to the African diaspora, to the result of more than four centuries of shipping around five million enslaved people from the African continent to Brazil. We propose a conversation in respect to the relationship that Brazil maintained with the African continent before and after independence, and from how the image of what represents “Africa” was being shaped, modified and reconstructed from the necessities of diplomacy and of the Brazilian government, mainly from the 1960s and during the two terms of President Lula da Silva. The aim is also to call attention to the fact that this same abstraction of what should be the “official Africa” clashed with and wasn’t corresponding to the own perception of the afro-descendent population in respect to their social situation.

Alexandre dos Santos is a journalist who graduated from UERJ and did a master’s degree in International Relations at PUC-Rio. He is the chief-editor of the TV Show Globo Universidade on the Rede Globo network and is a teacher of African History as part of the International Relations course at PUC-Rio.

NEW AFRICA CINEMA CYCLE

The New Africa Cinema Cycle runs alongside the Africa Today in MAR – Abdias Nascimento Centenary schedule. There will be 16 productions shown, in-cluding works of fiction and documentaries. The cycle is divided into three programmes, shown along the course of 2014. The first of them, Founding Films of Cinema in Africa, consisted of the oldest films of the selection, with a focus on the continent and its heritage. The current programme is composed of more recent films, whose focus are socio-economic problems of post-co-lonial Africa, such as the exploitation of natural resources by China. The third part is in November and focusses on post-apartheid South African cinemato-graphy, marked by the mixture of languages like fiction and the documentary. Some of these productions were made from outside African territory, but are considered started points of this filmography.

Black GoldMark Francis and Nick FrancisUnited Kingdom, 2006, colour, 78 minsOriginal language: English, subtitles in Spanish

Against the backdrop of Tadesse’s journey to London and Seattle, the enormous power of multinational businesses which dominate the world’s coffee commerce becomes clearer. Commodity merchants from New York, to the international exchange of coffee, and the double-dealing of Commerce ministers at the World Commerce Organization reveal the many challenges faced by Tadesse in his search for a long term solution for his growers.Saturday 9th – 15pm MAR Auditorium

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CadjigueSana Na N’HadaGuinea-Bissau, 2013, fiction, 113 minsOriginal language: Creole, subtitles in Portuguese.

Like in the Garden of Eden, the inhabitants of the archipelagos of Bijagós live according to their ancestral traditions and in absolute respect for nature until a group of drug traffickers occupies their sacred islands. When the village’s witch doctor dies, everything seems to be lost, but his young apprentice agrees to succeed him and chooses to fights against the invaders in order to save the village.Sunday 10th – 15pm MAR Auditorium

SEM FLASH – Homage to Ricardo Rangel (1924-2009)Bruno Z’GraggenMozambique, 2012, documentary, 56 minsOriginal language: Portuguese, English

This cinematographic portrait, in the form of a documentary created by exhibition curator Bruno Z’Gradden with direction from producer Angelo Sansone (both from Zurich), takes its place as a dignified essay on the work of the great Mozambican photographer Ricardo RangelSunday 10th – 17pm MAR Auditorium

FICHA TÉCNICA

ÁFRICA HOJE NO MARCENTENÁRIO DE ABDIAS NASCIMENTOSeminário Pensamento e Política

Este projeto, coordenado por António Pinto Ribeiro, é uma produção da equi-pe do Museu de Arte do Rio – Escola do Olhar

This project, coordinated by António Pinto Ribeiro, is a production of the staff of the Museu de Arte do Rio – Escola do Olhar

MUSEU DE ARTE DO RIO

Conselho do MAR/MAR Advisory BoardMárcio FainziliberHugo BarretoRonald MunkPedro Paulo Carvalho TeixeiraLuiz ChrysostomoPedro Buarque de Hollanda

Conselho do Instituto Odeon /Odeon Institut Advisory BoardAfonso Henriques Borges FerreiraEder Sá Alves CamposMonica BernardiEdmundo Novaes Gladis Colodetti

Diretor Presidente/President DirectorCarlos Gradim

Diretor Cultural/Cultural Director

Paulo Herkenhoff

Diretor de Projetos e Gestão /Director of Projects and ManagementTiago Cacique

Diretor Financeiro/Financial DirectorLuiz Guimarães

Gerência Administrativo-Operacional/Operational-Administrative ManagementRoberta Kfuri

Gerência de Comunicação /Communications ManagementHannah Drumond

Gerência de Conteúdo /Content ManagementClarissa Diniz

Gerência de Educação /Education ManagementJanaina Melo

Gerência de Produção /Production ManagementDaniel Bruch

Gerência de Relações Institucionais /Institutional Relations ManagementCamilla Cardoso

Equipe/TeamAlex Ferreira, Alexandre da Rocha, Aline dos Santos, Ana Carla Sanches, Ana Cristina Rodrigues, Ana Paula Aniceto, Ana Terra Rodrigues, Anderson Leonardo de Oliveira, André Gonçalves, Andrea Barboza, Andreia de Oliveira, Angélica Paiva, Bianca Mandarino, Bruno Gonzaga, Cassio Pereira, Catarina de Medeiros, Clara Szarvas, Daniel Alves, Daniel Braga, Daniel Henrique Braga, Danielle Batista, Dayana Carvalho, Dulcineia Guedes, Erick do Nascimento, Fabiana da Silva, Fábio Silva, Gabriella Alevato, Gisele Perez, Gleyce Heitor, Guilherme Alves, Gustavo Pereira, Helen Rodrigues, Igor Vidor, Jô Nascimento, Ingrid Boiteux, Ingrid Melo, Irlana Oliveira, Jaqueline Fonseca, Jéssica Mesquitta, Jorge Menezes Jr., Julia Baker, Larissa Ribeiro, Leonardo Siqueira, Liliane de Oliveira, Livia Pontes, Lorrane Cruz, Luciana Souza, Luciana Ferreira, Marcello Talone, Marcelo Henrique Silva, Marcia Machado, Marcio Sinesio, Marcos Meireles, Marcos Vinícius Nunes, Marcus Ramos, Maria Clara Boing, Mariana

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Marques, Marília Palmeira, Mario Gentil, Marissol Correa, Marivanda Cerqueira, Marlon Neves, Mayra Brauer, Melina Almada, Nahama Baldo, Pedro Ricardo Silva, Phelipe Nascimento, Rachel Cruz, Rachel Orlando, Raniere Dias, Raquel Soares, Renato da Silva, Renato Dias, Roberta Kfuri, Rodrigo Rodrigues, Rodrigo Silva, Sabrina Gonçalves, Saullo Vasconcelos, Stella Paiva, Tamires Lima, Tayara Almeida, Thatiane Sousa, Vanda Batista, Vanessa Lima, Victor Ribeiro, Victor Monteiro, Wallace da Silva, Werverton do Monte, Willian Jardim.

SERVIÇOS TERCEIRIZADOS /Contracted Services

Tradução/Translation

John Andrews

Design gráfico/Graphic design

Renata Coutinho

Assessoria de imprensa /Press office

Approach Comunicação Integrada

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Praça Mauá, 5 | Centro Rio de Janeiro l RJCEP 20081 24055 21 3031 2741

Exposições/ExhibitionsHorários de visitação/Visiting hourster-dom (incluindo feriado) 10 às 17htue-sun (including holidays) 10 am to 17 pm

Ingressos/AdmissionR$ 8,00 | R$ 4,00 (meia-entrada/half price)ter – gratuito/tue – free admission

* Doe entre R$ 8 e R$ 80 na bilheteria ou no site e contribua para a formação de jovens e crianças. Seja um Amigo do MAR!

* Donate from R$ 8 to R$ 80 at the ticket office or at the website and contribute to the formation of children and youth. Become a Friend of MAR!

Agendamento de Visitas Educativas/Educational ProgramInformações/Information phone 55 21 3031 [email protected]

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VERSÃO PERÍODO ELEITORAL 2014