Semiotecnica 2-ano-de-enfermagem-2-capitulo

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Semiotécnica- Prof: Renato de Oliveira Capitulo 2 Sinais vitais ,Banho no leito ,Arrumação de leito SINAIS VITAIS Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função cor- poral. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do exame clínico, destacam-se pela sua importância e por nós serão abordados: a pressão arterial, o pulso, a temperatura corpórea e a respiração e agora mas recentemente a dor.. Por serem os mesmos relacionados com a própria existência da vida, recebem o nome de sinais vitais. PRESSÃO ARTERIAL A pressão ou tensão arterial é um parâmetro de suma importância na investigação diag- nóstica, sendo obrigatório em toda consulta de qualquer especialidade; relacionando-se com o coração, traduz o sistema de pressão vigente na árvore arterial. É medida com a utilização do esfigmomanômetro e do estetoscópio. OS APARELHOS ESFIGMOMANÔMETRO - É o instrumento utilizado para a medida da pressão arterial. Foi idealizado por três cientistas: VonBasch (1880), Riva-Ricci (1896) e Korotkoff (1905). O tamanho do aparelho depende da circunferência do braço a ser examinado, sendo que a bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que corresponda à 40% da circunferên- cia do braço, sendo que seu comprimento deve ser de 80%; manguitos muito curtos ou estreitos podem fornecer leituras falsamente elevadas. O esfigmomanômetro pode ser de coluna de mercúrio para a medida da pressão, ou aneróide. Existem aparelhos semi-au- tomáticos que se utilizam do método auscultatório e oscilométrico, com grau de confiabili- dade variável, devido sofrerem com freqüência alterações na calibração.

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Semiotécnica- Prof: Renato de OliveiraCapitulo 2

Sinais vitais ,Banho no leito ,Arrumação de leito

SINAIS VITAIS

Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da função cor-

poral. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária para o auxílio do

exame clínico, destacam-se pela sua importância e por nós serão abordados: a pressão

arterial, o pulso, a temperatura corpórea e a respiração e agora mas recentemente a dor..

Por serem os mesmos relacionados com a própria existência da vida, recebem o nome

de sinais vitais.

PRESSÃO ARTERIAL

A pressão ou tensão arterial é um parâmetro de suma importância na investigação diag-

nóstica, sendo obrigatório em toda consulta de qualquer especialidade; relacionando-se

com o coração, traduz o sistema de pressão vigente na árvore arterial. É medida com a

utilização do esfigmomanômetro e do estetoscópio.

OS APARELHOS

ESFIGMOMANÔMETRO - É o instrumento utilizado para a medida da pressão arterial.

Foi idealizado por três cientistas: VonBasch (1880), Riva-Ricci (1896) e Korotkoff (1905).

O tamanho do aparelho depende da circunferência do braço a ser examinado, sendo que

a bolsa inflável do manguito deve ter uma largura que corresponda à 40% da circunferên-

cia do braço, sendo que seu comprimento deve ser de 80%; manguitos muito curtos ou

estreitos podem fornecer leituras falsamente elevadas. O esfigmomanômetro pode ser de

coluna de mercúrio para a medida da pressão, ou aneróide. Existem aparelhos semi-au-

tomáticos que se utilizam do método auscultatório e oscilométrico, com grau de confiabili-

dade variável, devido sofrerem com freqüência alterações na calibração.

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ESTETOSCÓPIO - Existem vários modelos, porém os principais componentes são: Oli-

vas auriculares: são pequenas peças cônicas que proporcionam uma perfeita adaptação

ao meato auditivo, de modo a criar um sistema fechado entre o ouvido e o aparelho.

Armação metálica: põe em comunicação as peças auriculares com o sistema flexível de

borracha; é provida de mola que permite um perfeito ajuste do aparelho.

Tubos de borracha: possuem diâmetro de 0,3 a 0,5 cm. e comprimento de 25 a 30 cm.

Receptores: existem dois tipos fundamentais: o de campânula de 2,5 cm. que é mais

sensível aos sons de menor freqüência e o diafragma que dispõe de uma membrana se-

mi-rígida com diâmetro de 3 a 3,5 cm., utilizado para ausculta em geral.

Figura

FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial é determinada pela relação PA = DC x RP, onde DC é o débito cardía-

co e RP significa resistência periférica, sendo que cada um desses fatores sofre influên-

cia de vários outros.

O débito cardíaco é resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela freqüência car-

díaca (FC), sendo que o volume sistólico é a quantidade de sangue que é expelida do

ventrículo cardíaco em cada sístole (contração); as variações do débito cardíaco são

grandes, sendo em média de 5 a 6 litros por minuto, podendo chegar a 30 litros por minu-

to durante um exercício físico.

A resistência periférica é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo

este fator importante na regulação da pressão arterial mínima ou diastólica; ela é depen-

dente das fibras musculares na camada média dos vasos dos vasos, dos esfíncteres pré-

capilares e de substâncias humorais como a angiotensina e catecolamina.

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A distensibilidade é uma característica dos grandes vasos, principalmente da aorta que

possuem grande quantidade de fibras elásticas. Em cada sístole o sangue é impulsiona-

do para a aorta, acompanhada de uma apreciável energia cinética, que é em parte absor-

vida pela parede do vaso, fazendo com que a corrente sanguínea progrida de maneira

contínua. A diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre em pessoas idosas, resulta

de aumento da pressão sistólica sem elevação da diastólica.

A volemia interfere de maneira direta e significativa nos níveis da pressão arterial sistólica

e diastólica; com a redução da volemia, que ocorre na desidratação e hemorragias, ocor-

re uma diminuição da pressão arterial.

A viscosidade sangüínea também é um fator determinante, porém de menor importância;

nas anemias graves, podemos encontrar níveis mais baixos de pressão arterial, podendo

estar elevados na poliglobulia.

TÉCNICA - Após a lavagem das mãos, reunir todo o material e dirigir-se à unidade do pa-

ciente, orientando-o para o procedimento. O mesmo deve estar em repouso por pelo me-

nos cinco minutos, em abstenção de fumo ou cafeína nos últimos 30 minutos; o braço se-

lecionado deve estar livre de vestimentas, relaxado e mantido ao nível do coração (apro-

ximadamente no quarto espaço inter-costal); quando o paciente está sentado, coloca-se

o braço por sobre uma mesa; a pressão arterial poderá estar falsamente elevada caso a

artéria braquial fique abaixo do nível do coração.

O pulso braquial deve ser palpado para o diagnóstico de sua integridade A bolsa

inflável deve ser centralizada por sobre a artéria braquial, sendo que a margem inferior

do manguito deve permanecer 2,5 cm. acima da prega anti-cubital; prende-se o manguito

e posiciona-se o braço de modo que fique levemente fletido.

Figura:

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Método palpatório: insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se a

“pera” rapidamente até o desaparecimento do pulso radial, verifica-se o valor e acrescen-

ta-se 30 mmHg. Após, desinsufla-se lenta e completamente o manguito até o apareci-

mento do pulso, o que é considerado a pressão arterial máxima. Desinsufla-se a seguir o

manguito rapidamente. O método palpatório só permite a verificação da pressão arterial

máxima.

Método auscultatório: coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por so-

bre a artéria braquial; insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determi-

nado (30 mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e

em seguida desinsufla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo.

Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à

pressão arterial máxima. Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e

a seguir o desaparecimento completo dos ruídos de Korotkoff, o que corresponde à pres-

são arterial mínima. Em algumas pessoas, o ponto de abafamento e o de desapareci-

mento ficam muito afastados, e em raras situações chegam a não desaparecer. A dife-

rença entre a pressão arterial máxima e mínima é chamada de pressão de pulso. Duran-

te a ausculta dos ruídos (de Korotkoff), pode existir uma ausência temporária dos mes-

mos, sendo este fenômeno chamado de hiato auscultatório, comum em hipertensos gra-

ves a em patologias da vávula aórtica.

Notas complementares

• variações na posição e na pressão do receptor do estetoscópio interferem com o

resultado dos níveis tencionais.

• a pressão arterial deve ser medida em ambos os braços.

• as diferenças de pressão acima de 10 mmHg sugerem obstrução ou compressão

arterial do lado de menor pressão

• evitar a congestão das veias do braço, pois dificulta a ausculta

• a roupa da paciente não deve fazer constrição no braço

• a presença de arritmias importantes interfere na medida da PA

• a medida da PA deve ser sempre medida em condições basais.

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• a PA pode ser medida nas coxas, porém com manguitos especiais e com o este-

toscópio localizado no oco poplíteo

• em pacientes obesos, a maior circunferência do braço determina níveis pressóri-

cos falsamente elevados, sendo conveniente nesses casos a mediada da PA no

ante-braço, com o estetoscópio sobre a artéria radial.

• em crianças, na determinação da PA diastólica, leva-se em conta a diminuição dos

ruídos de Korotkoff, já que o desaparecimento pode não ocorrer.

VALORES NORMAIS DA PRESSÃO ARTERIAL - Os valores máximos estabelecidos

pelo Consenso Brasileiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia par indivíduos acima de

18 anos é de 140/90 mmHg. A pressão arterial sistólica como a diastólica podem estar al-

teradas isolada ou conjuntamente.

VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS

Idade - em crianças é nitidamente mais baixos do que em adultos

Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na

prática adotam-se os mesmos valores

Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à

condições culturais e de alimentação.

Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na

sistólica como na diastólica

Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica

Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do

débito cardíaco, existindo curvas normais da elevação da PA durante o

esforço físico. (testes ergométricos).

Alimentação - após as refeições, há discreta elevação, porém sem

significado prático.

Mudança de posição - a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da

posição de decúbito, inclui uma queda da PA sistólica de até 15 mmHg e uma leve

queda ou aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg. Pode ocorrer hipotensão postu-

ral (ortostática), que se acompanha de tontura ou síncope; as três causas mais co-

muns da hipotensão ortostática: depleção do volume intra-vascular, mecanismos

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vaso-constrictores inadequados e efeito autônomo insuficiente sobre a constrição

vascular.

PULSO

A palpação do pulso é um dos procedimentos clínicos mais antigos da prática médica, e

representa também um gesto simbólico, pois é um dos primeiros contato físico entre o

médico e o paciente.

FISIOLOGIA - Com a contração do ventrículo esquerdo há uma ejeção de um volume de

sangue na aorta, e dali, para a árvore arterial, sendo que uma onda de pressão desloca-

se rapidamente pelo sistema arterial, onde pode ser percebida como pulso arterial. Por-

tanto o pulso é a contração e expansão alternada de uma artéria

LOCAIS - As artérias em que com freqüência são verificados os pulsos: artéria radial, ca-

rótidas, braquial, femurais, pediosas, temporal, poplítea e tibial posterior. Nessas artérias

pode ser avaliado: o estado da parede arterial, a freqüência, o ritmo, a amplitude, a ten-

são e a comparação com a artéria contra-lateral.

PROCEDIMENTO

Lavar as mãos

Orientar o paciente quanto ao procedimento

Colocar o paciente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre

com o braço apoiado

Realizar o procedimento de acordo com a técnica descrita abaixo

Contar durante 1 minuto inteiro

Lavar as mãos

Anotar no prontuário

TÉCNICA - Pulso radial: a artéria radial encontra-se entre a apófise estilóide do rádio e o

tendão dos flexores, sendo que para palpá-los emprega-se os dedos indicador e médio,

com o polegar fixado no dorso do punho do paciente, sendo que o examinador usa a

mão direita para examinar o pulso esquerdo e vice versa.

Pulso carotídeo: as pulsações da carótida são visíveis e palpáveis medialmente aos mús-

culos esternocleidomastoideos. Para sua palpação, devemos colocar o polegar esquerdo

(ou o indicador e dedo médio) sobre a carótida direita e vice-versa, no terço inferior do

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pescoço, adjacente à margem medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado,

aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide.

Pulso braquial: colocar a mão oposta por debaixo do cotovelo do paciente e utilizar o po-

legar para palpar a artéria braquial imediatamente medial ao tendão do músculo bíceps,

sendo que o braço do paciente deve repousar com o cotovelo esticado e as palmas da

mão para cima.

Figura

Pulso braquial Pulso carotídio

PAREDE ARTERIAL - A parede do vaso não deve apresentar tortuosidades, sendo facil-

mente depressível; na aterosclerose, ocorre deposição de sais de cálcio na parede dos

vasos, sendo que à palpação notamos o mesmo endurecido, irregular, tortuoso, receben-

do o nome de traquéia de passarinho.

FREQÜÊNCIA - A contagem deve ser sempre feita por um período de 1 minuto, sendo

que a freqüência varia com a idade e diversas condições físicas. Na primeira infância va-

ria de 120 a 130 bat/min.; na segunda infância de 80 a 100 e no adulto é considerada

normal de 60 a 100 batimentos por minuto, sendo que acima do valor normal, temos a ta-

quisfigmia e abaixo bradisfigmia. Na prática diária, erroneamente usamos os termos res-

pectivamente de taquicardia e bradicardia, pois nem sempre o número de pulsações peri-

féricas corresponde aos batimentos cardíacos. Está aumentada em situações fisiológicas

como exercício, emoção, gravidez, ou em situações patológicas como estados febris, hi-

pertiroidismo, hipovolemia entre muitos outros. A bradisfigmia pode ser normal em atle-

tas.

RITMO - É dado pela seqüência das pulsações, sendo que quando ocorrem a intervalos

iguais, chamamos de ritmo regular, sendo que se os intervalos são ora mais longos ora

mais curtos, o ritmo é irregular. A arritmia traduz alteração do ritmo cardíaco.

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AMPLITUDE OU MAGNITUDE - É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e

está diretamente relacionada com o grau de enchimento da artéria na sístole e esvazia-

mento na diástole.

TENSÃO OU DUREZA - É avaliada pela compressão progressiva da artéria, sendo que

se for pequena a pressão necessária para interromper as pulsações, caracteriza-se um

pulso mole. No pulso duro a pressão exercida para desaparecimento do pulso é grande e

pode indicar hipertensão arterial.

COMPARAÇÃO COM ARTÉRIA HOMÓLOGA - É sempre obrigatório o exame de pulso

da artéria contra-lateral, pois a desigualdade dos pulsos podem identificar lesões anatô-

micas.

Temperatura:

Sabemos ser quase constante, a temperatura no interior do corpo, com uma mínima va-

riação, ao redor de 0,6 graus centígrados, mesmo quando expostos à grandes diferenças

de temperatura externa, graças à um complexo sistema chamado termorregulador. Já a

temperatura no exterior varia de acordo com condições ambientais. A mesma é medida

através do termômetro clínico.

TERMÔMETRO CLÍNICO - Idealizado por Santório, entre os anos 1561 e 1636, é consi-

derado o ponto de partida da utilização de aparelhos simples que permitem obter dados

de valor para a complementação do exame clínico.

CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL - O calor produzido no interior do orga-

nismo chega à superfície corporal através dos vasos sangüíneos e se difundem através

do plexo sub-cutâneo, que representa até 30% do total do débito cardíaco. O grau de

aporte de sangue pela pele é controlado pela constricção ou relaxamento das artérias,

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sendo que ao chegar na superfície, o calor é transferido do sangue para o meio externo,

através de: irradiação, condução e evaporação.

Para que ocorra a irradiação, basta que a temperatura do corpo esteja acima do meio

ambiente. A condução ocorre quando há contato com outra superfície, sendo que existe

troca de calor até que as temperaturas se igualem. Já o mecanismo pelo qual o corpo

troca temperatura com o ar circulante chama-se convecção.

A temperatura é quase que totalmente controlada por mecanismos centrais de retroali-

mentação que operam através de um centro regulador situado no hipotálamo, mais preci-

samente através de neurônios localizados na área pré-óptica do hipotálamo, sendo que

este centro recebe o nome de centro termo regulador.

Quando há elevação da temperatura, inicia-se uma eliminação do calor, através do estí-

mulo das glândulas sudoríparas e pela vasodilatação; com a sudorese há uma perda im-

portante de calor, sendo que quando ocorre o inverso, ou seja o resfriamento do organis-

mo, são iniciados mecanismos para a manutenção da temperatura, através da constric-

ção dos vasos cutâneos e diminuição da perda por condução, convecção e transpiração.

LOCAIS DE VERIFICAÇÃO DA TEMPERATURA - Os locais onde habitualmente são

medidas as temperatura do corpo são: axila, boca, reto e mais raramente a prega ingui-

nal, sendo que além do valor absoluto, as diferenças de temperatura nas diferentes regi-

ões do corpo, possuem valor propedêutico, por exemplo, a temperatura retal maior que a

axilar em valores acima de 1 grau, pode ser indicativo de processo inflamatório intra-ab-

dominal.

Na medida oral, o termômetro deverá ser colocado sob a língua, posicionando-o no canto

do lábio; a verificação da temperatura oral é contra-indicada em crianças, idosos, pacien-

tes graves, inconscientes, psiquiátricos, portadores de alterações orofaríngeas, após fu-

mar e após ingestão de alimentos quentes ou gelados.

Na temperatura retal, o termômetro deverá possuir bulbo arredondado e ser de maior ca-

libre, sendo contra-indicações para a verificação do método pacientes com cirurgias re-

cente no reto ou períneo ou portadores de processos inflamatórios neste local. É consi-

derada a temperatura mais precisa.

MATERIAL - bandeja, termômetro, algodão, álcool e sacos para algodão seco e úmido.

PROCEDIMENTO

Lavar as mãos

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Orientar o paciente quanto ao procedimento

Reunir o material e levar à unidade do paciente

Deixar o paciente deitado ou recostado confortavelmente

Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool

Enxugar a axila se for o caso, com as próprias vestimentas do paciente

Descer a coluna de mercúrio até o ponto mais baixo, segurando o termômetro firmemen-

te e sacudindo-o com cuidado.

Colocar o termômetro na axila, se for o caso, mantendo-o com o braço bem encostado

ao tórax.

Retirar o termômetro após 5 a 7 minutos

Ler a temperatura na escala

Limpar com algodão embebido em álcool

Lavar as mãos

Anotar no prontuário da paciente

VALORES NORMAIS DA TEMPERATURA - Como dito anteriormente, os locais habi-

tuais da medida da temperatura corpórea são: a axila, a boca e o ânus, sendo que exis-

tem diferenças fisiológicas entre os locais:

Axilar - 35,5 a 37,0 0C

Bucal - 36,0 a 37,4 0C

Retal - 36,0 a 37,5 0C

A elevação da temperatura acima dos níveis normais recebe o nome de hipertermia e

abaixo de hipotermia.

FEBRE - Nada mais é do que a elevação da temperatura acima da normalidade, causa-

da por alterações do centro termo regulador ou por substâncias que interferem com o

mesmo. Muitas proteínas ou produtos como as toxinas de bactérias causam elevação da

temperatura e são chamadas de substâncias pirogênicas, sendo portanto que a elevação

da temperatura ou seja a febre pode ocorrer por infecções, lesões teciduais processos in-

flamatórios e neoplasias entre as mais importantes.

A febre é apenas a elevação da temperatura, ou seja, um sinal porém a grande maioria

das pessoas se ressentem desta elevação apresentando outros sinais e sintomas como:

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astenia, inapetência, cefaléia, taquicardia, taquipnéia, taquisfigmia, oligúria, dor pelo cor-

po, calafrios, sudorese, nauseas, vômitos, delírio, confusão mental e até convulsões, prin-

cipalmente em recém-nascidos e crianças. Ao conjunto desses sinais e sintomas, acom-

panhado da elevação da temperatura damos o nome de síndrome febril. São raras as

pessoas que apresentam febre na ausência de qualquer outro sinal ou sintoma.

SEMIOLOGIA DA FEBRE - As seguintes características da febre devem ser avaliadas:

início, intensidade, duração, modo de evolução e término.

INÍCIO - Pode ser súbito, onde percebe-se a elevação brusca da temperatura, sendo que

neste caso com freqüência acompanha-se de sinais e sintomas da síndrome febril, ou

pode ocorrer de maneira gradual, em que as vezes nem é percebida pelo paciente.

INTENSIDADE - A classificação obedece a temperatura axilar, devendo sempre lembrar

que a intensidade também depende da capacidade de reação do organismo, sendo que

pacientes extremamente debilitados e idosos podem não responder diante de um proces-

so infeccioso. A intensidade e é assim caracterizada:

febre leve ou febrícula - até 37,5 graus

febre moderada - de 37,5 até 38,5 graus

febre alta ou elevada - acima de 38,5 graus

DURAÇÃO - É uma característica importante, podendo interferir na conduta médica. É

dita prolongada quando a duração é maior do que 10 dias, sendo que existem doenças

próprias que são responsáveis por esta duração, como a tuberculose, septcemia, endo-

cardite, linfomas entre outras.

MODO DE EVOLUÇÃO - Este dado poderá ser avalizado pela informação do paciente,

porém principalmente pela análise diária da temperatura, sendo a mesma registrada em

gráficos próprios chamados de gráficos ou quadro térmico, sendo que a anotação pode

ser feita no mínimo duas vezes por dia, ou de acordo com a orientação médica.

Febre contínua - aquela que sempre permanece acima do normal, com variações

de até 1 grau; exemplo freqüente é a febre da pneumonia

Febre remitente - há hipertermia diária, sendo que as variações são acima de 1

grau; são exemplos a febre dos abcesso, septicemias

Febre intermitente - neste caso, a hipertermia é interrompida por períodos de tem-

peratura normal, que pode ser de alguma medida no mesmo dia, ou um ou mais

dias com temperatura normal; é característica da malária.

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Febre recorrente ou ondulante - caracteriza-se por períodos de temperatura nor-

mal que dura dias, seguido de elevações variáveis da temperatura; são encontra-

das por exemplo nos portadores de neoplasias malignas.

RESPIRAÇÃO

A respiração é a troca de gases dos pulmões com o meio exterior, que tem como objetivo

a absorção do oxigênio e eliminação do gás carbônico.

FREQÜÊNCIA - crianças - 30 a 40 movimentos respiratórios/minuto

adulto - 14 a 20 movimentos respiratórios/minuto

ALTERAÇÕES DA RESPIRAÇÃO

Dispnénia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias

doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa.

Ortopnéia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição

ereta.

Taquipnéia : respiração rápida, acima dos valores da normalidade, freqüentemente

pouco profunda.

Bradipnéia : respiração lenta, abaixo da normalidade.

Apnéia: ausência da respiração

MATERIAL

Relógio com ponteiro de segundos

Papel e caneta para anotações

TÉCNICA

Lavar as mãos

Orientar o paciente quanto ao exame

Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos

Contagem pelo período de 1 minuto

Lavar as mãos no término

Anotar no prontuário

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TAXA RESPIRATÓRIA POR MINUTO

Normal Adulto 15 a 20

Criança (1 a 5 anos) 25 a 28

Criança (5 a 12 anos) 20 a 24

Bebê (0 a 1 anos) 30 a 70

Rápida Adulto + 30 (problema sério)

Criança (1 a 5 anos) + 44 (problema sério)

Criança (5 a 12 anos) + 36 (problema sério)

Bebê ( 0 a 1 ano) + 70 (problema sério)

Lenta Adulto - 10 (problema sério)

Criança (1 a 5 anos) - 20 (problema sério)

Criança (5 a 12 anos) - 16 (problema sério)

Bebê (0 a 1 ano) - 30 (problema sério)

A DOR COMO 5º SINAL VITAL:

A dor é um sintoma e uma das causas mais freqüentes da procura por auxílio médico. A

necessidade da dor ser reconhecida como 5° sinal vital foi citada pela primeira vez em

1996 por James Campbell (Presidente da Sociedade Americana de Dor). Seu objetivo foi

de elevar a conscientização entre os profissionais de saúde sobre o tratamento da dor.

James Campbell (1996) refere que “se a dor fosse aliviada com o mesmo zelo como os

outros sinais vitais haveria uma melhor chance de promover tratamento adequado”.

A avaliação da dor deve ser visível nas instituições de saúde, assim o seu registro

juntamente com os demais sinais vitais garantirá, na sua vigência, imediata intervenção e

reavaliações subseqüentes.A avaliação da dor e o registro sistemático e periódico de sua

intensidade é fundamental para que se acompanhe a evolução dos pacientes e se realize

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os ajustes necessários ao tratamento.

A inclusão da avaliação da dor junto aos sinais vitais pode assegurar que todos os

pacientes tenham acesso às intervenções para controle da dor da mesma forma que se

dá o tratamento imediato das alterações dos demais controles.

Função do técnico de enfermagem na avaliação da dor:Adotar uma rotina de avaliação de ocorrência e intensidade da dor para todos os

pacientes usando uma escala

visual analógica (EVA);

• Documentar a ocorrência de dor e de sua intensidade para todos os doentes;

• Documentar as intervenções planejadas para o tratamento e controle da dor, bem como

o período determinado para

a reavaliação.

Escala de( EVA):A Escala Visual Analógica – EVA consiste em auxiliar na aferição da intensidade da dor

no paciente, é um instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente

durante o tratamento e mesmo a cada atendimento, de maneira mais fidedigna. Também

é útil para podermos analisar se o tratamento está sendo efetivo, quais procedimentos

têm surtido melhores resultados, assim como se há alguma deficiência no tratamento, de

acordo com o grau de melhora ou piora da dor.

A EVA pode ser utilizada no início e no final de cada atendimento, registrando o resultado

sempre na evolução. Para utilizar a EVA o atendente deve questionar o paciente quanto

ao seu grau de dor sendo que 0 significa ausência total de dor e 10 o nível de dor máxima suportável pelo paciente.

Dicas sobre como interrogar o paciente:

• Você tem dor?

• Como você classifica sua dor? (deixe ele falar livremente, faça observações na

pasta sobre o que ele falar)

Questione-o:a) Se não tiver dor, a classificação é zero.

b) Se a dor for moderada, seu nível de referência é cinco.

c) Se for intensa, seu nível de referência é dez.

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OBS.: Procure estabelecer variações de melhora e piora na escala acima tomando

cuidado para não sugestionar o paciente.

Banho no leito:

Material

- Equipamentos da cama: colcha, cobertor, 01 lençol de cima, lençol móvel, 01

impermeável, 01 lençol de baixo, fronha, seguindo esta ordem;

- Luvas de procedimento; 01 toalha de rosto; 01 toalha de banho; 02 luvas de banho ou

compressas; 01 camisola; 02 bacias de banho ou balde; jarro de água quente; 01

sabonete anti-séptico; comadre ou papagaio; biombo s/n; saco de hamper.

Procedimento:- colocar o biombo s/n;

- fechas janelas e portas;

- desocupar a mesa de cabeceira;

- oferecer comadre ou papagaio antes de iniciar o banho;

- desprender a roupa de cama, retirar a colcha, o cobertor, o travesseiro e a camisola,

deixando-o protegido com o lençol;

- abaixar a cabeceira da cama caso seja possível;

- colocar o travesseiro sobre o ombro;

- ocluir os ouvidos;

- colocar a bacia sob a cabeça;

- lavar os cabelos;

- fazer higiene oral;

- calcar as luvas de procedimento;

- molhar as luvas de banho retirando o excesso de água;

- lavar os olhos do paciente do ângulo interno;

- lavar os olhos do paciente do ângulo interno para o externo;

- utilizar água limpa para lavar cada olho;

- ensaboar pouco e secar com a toalha de rosto;

- colocar a toalha de bano sob um dos braços do paciente e lavá-lo no sentido do punho

para as axilas em movimentos longos;

- enxaguar e secar com a toalha de banho;

- repetir a operação com o outro braço;

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- colocar a toalha de banho sobre o tórax do paciente, cobrindo-o até a região púbica;

- com uma as mãos suspender a toalha e com a outra lavar o tórax e abdômen;

- enxaguar, secar e cobri-lo com o lençol;

- lavar as pernas fazendo movimentos passivos nas articulações, massagear as

proeminências ósseas e panturrilha;

- flexionar o joelho do paciente e lavar os pés, secando bem entre os dedos;

- colocar o paciente em decúbito lateral, com as costas voltadas para você, protegendo-a

com toalha, lavar, enxugar e secar;

- fazer massagem de conforto;

- colocar o paciente em posição dorsal;

- colocar a toalha de banho e comadre sob o paciente;

- oferecer a luva de banho para que o paciente possa fazer sua higiene íntima (se tiver

limitações, calçar a luva e fazer a higiene para o paciente);

- lavar as mãos;

- vestir a camisola;

- trocar a roupa de cama;

- recolocar o travesseiro e deixá-lo em posição confortável.

Arrumação do leito:O leito é um fator importante na obtenção de repouso e conforto. Objetivos: proporcionar

conforto e segurança ao paciente. Economia de tempo e fadiga da enfermagem.

O leito é um fator importante na obtenção de repouso e conforto. Objetivos: proporcionar

conforto e segurança ao paciente. Economia de tempo e fadiga da enfermagem.

Tipos de Cama:

* Aberta: Ocupada por paciente que pode locomover-se, ou aguarda chegada do

paciente.

* Fechada: Permanece fechada até que o novo paciente a ocupe.

Aberta com doente acamado: Ocupado pelo paciente impossibilitado de locomover-se.

Cama de operado: É preparada após o paciente ser encaminhado a cirúrgia e em

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seguida aguarda o paciente cirúrgiado.

Material necessário para cama simples:

• Toalha de banho;

• Toalha de rosto;

• Fronha;

• Lençol protetor do colchão;

• Oleado;

• Traçado;

• Lençol protetor do paciente;

• Cobertor;

• Colcha;

Procedimentos: Cama Fechada

• Reunir o material;

• Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela o travesseiro;

• Dispor a roupa no espaldar da cadeira, observando a ordem:

- Colcha;

- Cobertor;

- Lençol protetor do paciente;

- Traçado;

- Oleado;

- Lençol protetor do colchão;

• Dispor o lençol de baixo fazendo canto da cabeceira, dos pés e lateral da cama,

estender o oleado e o traçado e prendê-los juntamente.

• Colocar o lençol protetor do paciente deixando barrado junto a cabeceira;

• O cobertor a menos de 40cm da cabeceira estender a colcha rente a cabeceira

prendendo junto as 3 peças nos pés da cama e deixando solto os lados.

• Por a fronha no travesseiro colocando junto a grade da cabeceira. Endireitar a cadeira,

passar para o outro lado e repetir a seqüência.

• Deixar a unidade (quarto do paciente em ordem);

obs.: Dobraduras: 2 vezes no sentido da largura e 1 vez no sentido de comprimento.

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Colocar na cadeira com as pontas laterais voltadas para cama, caso colocar na cadeira,

por as pontas laterais voltadas para cama. Caso não houver hamper improvisar com a

colcha.

Procedimentos: Cama Aberta

A seguir a mesma seqüência deixando o lençol de cima (protetor do paciente) virado

sobre o cobertor e a colcha na parte da cabeceira.

O travesseiro é colocado sobre a cama.

Procedimentos: Aberta com paciente acamado

Dispor a roupa de cama na cadeira, virar o paciente para o lado oposto que vai iniciar a

técnica.

Dobrar as peças de modo a deixar exposto a metade do colchão, estender as roupas

limpas seguindo a mesma seqüência.

Virar o paciente para o outro lado limpo, retirando a roupa suja e colocando no hamper.

Completar a arrumação da cama e deixar a unidade em ordem.

Procedimentos: Cama de Operado

• Trocar as roupas de cama e fazer uma limpeza na unidade;

• Dispor as roupas de cama no espaldar da cadeira;

• Arrumar a cama na mesma seqüência das outras;

• Após fazê-la deixar lateralmente uma dobra próxima a cabeceira;

• Deixar o travesseiro preso a cabeceira da cama;

• Colocar na mesa: cuba rim, gazes, aparelho de P.A., estetoscópio. Colocar ao lado do

suporte de soro;

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ESTUDO DIRIGIDO:

Questão 1

Quais os 5 sinais vitais?

R:

Questão 2

Defina Apnéia?

R

Questão 3

O ESFIGMOMANÔMETRO é utilizado para :

( ) verificar PA

( ) verificar Pulso

( )verificar dor

( ) verificar Temperatura

Questão 4

Onde podemos encontra o pulso braquial :

( ) braços

( ) cabeça

( ) pernas

( ) tórax

Questão 5

Qual patologia podemos encontra verificando a respiração?

( ) Asma

( ) febre

( ) dor

( ) pressão alta

Questão 5

Cite 5 materiais utilizados para Arrumação do leito?

R:

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Questão 6

Cite 5 materiais utilizados no banho no leito?

R

Questão 7

Defina dispneia?

R

Questão 8

A Escala Visual Analógica é utilizada para verificar?

( ) Bronquite

( ) febre

( ) dor

( ) dispneia

Questão 9

Em qual patologia podemos encontra febre continua?

( ) Fraturas

( ) bronquite

( ) pneumonia

( ) septicemias

Questão 10

Defina sinais vitais ?

R

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Bibliografia:SMELTZER, S. O.; Bare, B. G.(E.d.) – Brunner & Suddarth: ; Tratado de

Enfermagem Médico-Cirurgica; 10ª Ed. Rio de Janeiro; Editora Guanabara

Koogan. 2005.

POTTER, P. A.; PERRY, A. G.; Grande Tratado De Enfermagem Prática

Hospitalar. SP. Santos, 2002.

AYLIFFE, G. A. J et. al. Controle de Infecção Hospitalar. Livraria e editora Revinter

Ltda, 3.ed. 1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Revista do Controle de Infecção Hospitalar.

Brasília. 1995.

CORRÊA, G. M. & Chinellato, l. E. M. Manual Prático para Procedimentos de

Enfermagem