Semmais 18 outubro 2014

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Sábado | 18 outubro 2014 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 830 • 7.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS edição especial comemorativa Desporto 11 Festa da Taça de Portugal regressa para Vitória, Cova da Piedade e Amora Desporto 6 Cultura 8 Turismo do Alentejo quer ser o primeiro certificado do mundo ATUAL Os responsáveis da Enti- dade Regional de Turismo do Alen- tejo e Ribatejo querem tornar este destino o primeiro certificado do mundo. E já estão a dar os primeiros passos para esta conquista. PÁG. 5 Mário Laginha Trio para ver hoje no Festival de Jazz do Seixal Instituto Politécnico de Setúbal integra ´task force' para mestrado em enfermagem ABERTURA Nos primeiros nove meses deste ano os dados estatísticos registam na região quatro vítimas mortais resultantes de acidentes de trabalho, menos sete do que as 11 registadas em igual período do ano passado e menos quatro, comparando com as oito ocorridas em 2012. Esta redução de acidentes mortais em obras do distrito está muito ligada, dizem os especialistas, ao menor número de empreitadas dos últimos anos e acompanham as médias a nível nacional. Distrito reduz mortes por acidente de trabalho Pub. Dez meses depois tribunal de Setúbal reabre 'Caso Meco' ATUAL As famílias dos jovens estu- dantes que morreram no Meco, após alegadas praxes, estão agora confiantes em descobrir «a verdade», com a reabertura do processo, que não implica julgamento. PÁG. 6 Pousada no Forte de São Filipe fecha para obras em Novembro NEGÓCIOS O risco de derrocada por degradação de pavimentos e túneis interiores do Forte de São Filipe, em Setúbal, levou ao encer- ramento da pousada instalada no local. As obras arrancam em breve. PÁG.13 Fotos: DR

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Edição do Semmais de 18 de Outubro

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Sábado | 18 outubro 2014 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 830 • 7.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

Desporto 11Festa da Taça de Portugal regressa para Vitória, Cova da Piedade e Amora

Desporto 6Cultura 8

Turismo do Alentejo quer ser o primeiro certificado do mundoATUAL Os responsáveis da Enti-dade Regional de Turismo do Alen-tejo e Ribatejo querem tornar este destino o primeiro certificado do mundo. E já estão a dar os primeiros passos para esta conquista.

PÁG. 5

Mário Laginha Trio para ver hoje no Festival de Jazz do Seixal

Instituto Politécnico de Setúbal integra ´task force' para mestrado em enfermagem

ABERTURA

Nos primeiros nove meses deste ano os dados estatísticos registam na região quatro vítimas mortais resultantes de acidentes de trabalho, menos sete do que as 11 registadas em igual período do ano passado e menos quatro, comparando

com as oito ocorridas em 2012. Esta redução de acidentes mortais em obras do distrito está muito ligada, dizem os especialistas, ao menor número de empreitadas dos últimos anos e acompanham as médias a nível nacional.

Distrito reduz mortes por acidente de trabalho

Pub.

Dez meses depois tribunal de Setúbal reabre 'Caso Meco' ATUAL As famílias dos jovens estu-dantes que morreram no Meco, após alegadas praxes, estão agora confiantes em descobrir «a verdade», com a reabertura do processo, que não implica julgamento.

PÁG. 6

Pousada no Forte de São Filipe fecha para obras em NovembroNEGÓCIOS O risco de derrocada por degradação de pavimentos e túneis interiores do Forte de São Filipe, em Setúbal, levou ao encer-ramento da pousada instalada no local. As obras arrancam em breve.

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Fotos: DR

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2 ESPAÇO PÚBLICO Sexta • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com

Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 93 538 81 02 (geral). E-mail: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

Caminhos…

Lembrei-me esta semana de trazer ao meu escrito duas ‘fresquinhas’ desta semana, que espelham, no

menor dos graus (porque há muitas mais comparações a fazer), as desigualdades que os últimos três anos nos impingiram.

Após três anos de austeridade sem rei-nem-roque, de apertos e de sacrifí-cios por parte da esmagadora maioria dos portugueses, a pobreza aumentou, a classe média foi decepada e 76 mil dos nossos lograram aumentar a sua fortu-na. Poucos, ainda assim, incapazes de fla-grar Portugal no grupo dos mais ricos do mundo…

Homens ricos, estes, que vivem num país da Europa desenvolvida onde se tra-balha mais horas por ano, e nem por isso a retribuição é maior. Se atendermos aos números da OCDE, e os comparamos entre um trabalhador ‘portuga’ e um ger-mânico (fica bem o termo) são mais 324 horas de trabalho por ano e menos 7484 euros na carteira.

A este peso desigual que os econo-mistas e analistas puristas tratam de ava-liar pela dimensão dos países e provavel-mente pela ‘altura e robustez do género’, acresce o peso dos impostos, um dos maio-res da zona euro e, não menos importan-te, o estigma da falta de zelo. São vias, di-zia o outro, capazes de transformar uma nação e a sua história progressista num burlesco campo de experiências sociais, a lembrar muitos outros casos, onde o do-mínio é o cimento de muitos cacos.

EDITORIALRaul Tavares

Os governos, ao contrário do que pode suceder com os herdeiros não recebem

as heranças dos governos ante-riores a benefício do inventário.

Quer isto dizer que em de-mocracia os partidos políticos quando são chamados a exerce-rem o poder politico não podem condicionar a sua aceitação à in-ventariação prévia do que vão encontrar.

Isso não significa que não seja necessário que o inventário seja feito para avaliação da realida-de com que terão de contar.

Estas considerações vêm a propósito das graves consequên-cias negativas que resultaram para o país do governo da coli-gação da direita presidido por Passos Coelho e que António Cos-ta irá herdar.

É que não é preciso ser-se adi-vinho para se concluir que o pró-ximo governo será dirigido por António Costa.

É por isso que todos teremos de concentrar esforços no sen-tido de o apoiarmos a recriar a esperança num futuro que con-

siga superar a insegurança que a vários os níveis a generalida-de dos portugueses presente-mente vive.

Pródigo em assacar culpas à anterior governação do PS, o atual governo iludiu as causas profun-das da crise que vivemos que têm raízes na voracidade das insti-

tuições financeiras, que condu-ziram à desregulação, à margi-nalização do papel do Estado e ao endeusamento dos mercados.

É pura e simplesmente ridí-culo não ver que são essas cau-sas que, com maior ou menor va-riação, estão presentes nas si-tuações que se vivem na Grécia, Chipre, Irlanda ou mesmo na Itá-lia, França e Espanha. Ou será que foi também o anterior go-verno do PS responsável pelas situações que se vivem nestes países?

Como o diagnóstico que este governo fez das causas da crise está errado é óbvio que a tera-pêutica que aplicou, neoliberal, só poderia dar mau resultado.

Se bem se vir, essa terapêu-tica é fundamentada na invoca-ção do memorando de entendi-mento com a Troika. Só que é pre-ciso que se diga o que no memo-rando está escrito não corres-ponde ao que o governo aplicou.

O governo foi mais papista que o Papa, como alias disse que ia fazer. Os resultados estão a vista.

Desde logo nas privatizações, vendendo o país a retalho e pon-do fim às empresas estratégicas.

Mas não foi só neste domí-nio. O mapa judiciário que a mi-nistra da justiça concebeu nada tem a ver com o que consta do

memorando, tal como a dimen-são dos cortes nas pensões.

Poderíamos multiplicar os exemplos, com a lavagem de mãos com o que sucedeu no BES ou mais recentemente na PT, evi-denciando uma total ausência da regulação. Estas duas situações são exemplo das consequências da defesa do princípio sempre defendido pelo governo que a menos Estado corresponde a me-lhor Estado.

Vê-se!… e sobretudo vê-se como é que, apesar das medidas de austeridade, a divida conti-nua imparável, representando hoje mais de 130% do PIB, quan-do à data da tomada de posse do atual governo representava pou-co mais de 90%.

Fazer inverter esta situação não vai ser nada fácil.

Do meu ponto de vista Antó-nio Costa vai ter uma tarefa her-cúlea sobretudo porque terá de saber empreender um programa de rutura com a natureza per-versa das politicas que vêm sen-do seguidas.

Não haverá outro caminhoO enorme capital de esperan-

ça que o povo português lhe con-cedeu assenta do meu ponto de vista neste pressuposto, ou seja na rutura com politicas nefas-tas que só conduzem ao empo-brecimento.

Vítor RamalhoEconomista

Por um Programa de Rutura

A propósito da notícia recen-temente publicada sobre a existência de 70 cursos supe-

riores sem ninguém, no conjunto das 641 licenciaturas registadas na Direção Geral do Ensino Superior (DGES), penso que vale a pena reflectir sobre o grau da empre-gabilidade dos cursos superiores em Portugal e em concreto no Distrito de Setúbal.

Se a memória não me atraiçoa, recordo que em 2008 foi apresen-tado pelo XVII Governo Consti-tucional, com pompa e circuns-tância, a “nova face do novo Dis-trito de Setúbal”, sendo assinala-dos como os investimentos que iriam mudar definitivamente a vida dos habitantes da Península de Se-túbal os projectos do novo aero-porto, a linha de alta velocidade, o metro ao sul do Tejo, a platafor-ma logística do Poceirão, a ponte

Barreiro/Chelas, o alargamento da Portucel, a manutenção da Au-to-Europa, o investimento turís-tico na península de Tróia, a ex-pansão da plataforma industrial de Sines e a ligação destes projec-tos aos Portos de Sines e Setúbal, investimentos classificados como geradores de postos de trabalho e de empreendedorismo.

Hoje, passados seis anos, ve-rificamos que entre 2008 e 2013 o número de pessoas inscritas nos Centros de Emprego do Distrito de Setúbal aumentou de 30.486 para 51.360 (+68% ), registando--se ainda o aumento dos 2.305 li-cenciados desempregados para 6.555 (+184%). i.é inscreveram-se no desemprego cerca de 4.250 pes-soas com formação superior.

Não obstante estes números serem esclarecedores em relação à tendência nos últimos seis anos da oferta de emprego para licen-ciados na região de Setúbal, acre-dito que seria importante os 14 es-tabelecimentos de ensino supe-rior do distrito explicarem aos seus

alunos qual a empregabilidade que vai sustentar as 1.115 vagas cria-das em 2014 para as 26 licencia-turas existentes na oferta forma-tiva de cursos superiores.

É certo que a empregabilida-de dos cursos superiores não pode somente ser aferida com base no número de desempregados licen-ciados de uma dada região, sen-do também verdade que o merca-do de trabalho passou da escala regional para uma dimensão glo-bal e que qualquer candidato a li-cenciado deverá ser preparado para sair da sua zona de conforto.

Contudo, quando se assiste ao encerramento de serviços públicos, escolas, centros de saúde, estações dos correios, tribunais, serviços es-tes que garantem postos de traba-lho que são reais, vale a pena ques-tionar se os nossos governantes sa-bem que estão a destruir a maior ri-queza que existe que é o capital hu-mano e a matar à nascença os so-nhos de jovens que acreditam que o futuro também passa por obter uma formação superior.

Gato escondido com o rabo de fora

Paulo G. LourençoInvestigador Social

“ Pródigo em assacar culpas à anterior governação do PS, o atual governo iludiu as causas profundas da crise que vivemos que têm raízes na voracidade das instituições financeiras, que conduziram à desregulação, à marginalização do papel do Estado e ao endeusamento dos mercados. ”

Pub.

“ A empregabilidade dos cursos superiores não pode ser aferida com base no número de desempregados licenciados, sendo também verdade que o mercado de trabalho passou da escala regional para uma dimensão global e que qualquer candidato a licenciado deverá ser preparado para sair da sua zona de conforto.”

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Descartes, cercado pelo emaranhado sem fim da lógica escolástica que asfi-

xiava o pensamento, cogitou que apenas havia uma maneira de romper o cerco: reduzir apenas a quatro as regras para a direcção do espírito e deste modo acaba por fundar o pensamento moderno.

Mas a que propósito vem tudo isto numa crónica sem preten-sões de um jornal semanal? É que o autor, partilhando a descren-ça que se vem apossando dos portugueses em face dos suces-sivos escândalos em que políti-cos e poderosos se vêm envol-vidos, sente a tentação de reco-mendar que não basta “mudar qualquer coisa para que tudo fi-que na mesma”.

Sejamos claros, o regime se não está à beira de implosão, apresenta perigosos sinais de an-quilozamento: A Justiça, para além das monstruosas trapalha-das já conhecidas por “estado de Citius”, tem agido de forma a que perante a opinião pública está

criada a ideia de que existe uma justiça para poderosos e outra para pobres (quantos casos pres-

creveram, quantos milhões se gastaram para que, por fim, o for-malismo submergisse a verda-de?); a advocacia de negócios centrada nos grandes escritórios de advogados (já baptizados, num livro ousado e sólido, de “facili-tadores”, onde andam de mãos dadas a política e os negócios de milhões); o clientelismo larvar, generalizado, que esmaga o mé-rito em detrimento do favor po-lítico; uma banca que não para de nos assombrar com os escân-dalos que sucessivamente pro-tagoniza, e que parece mais ma-téria de romance de cordel – por banal e degradante - que de ro-mance histórico; o crescimento exponencial de organizações que, a coberto de uma respeitável his-tória, tem cada vez mais servi-do para criar grupos de interes-se que se auto-reproduzem e pro-tegem (sim estou a falar de lojas maçónicas e “opus dei”, muitas das quais têm apenas a sua ra-zão de existir no desejo mesqui-nho de abocanharem uma par-

cela dos restos do poder e pri-vilégios). E os partidos do po-der, que deveriam constituir uma referência moral, para além de nos conduzir a uma vida melhor, têm-se visto envolvidos suces-sivamente em obscuros negó-cios de tráficos de influências.

Que fazer quando se atinge o “grau zero da decência políti-ca”, na expressão feliz e adequa-da de quem lutou para que este país, livre da ditadura, não re-petisse os erros da República e do fim da Monarquia? Estamos ainda em democracia e não acre-ditamos no poder redentor de um homem, nem em consensos para subverter a lógica da re-presentatividade das leis eleito-rais, mas sim na força das ideias e numa sociedade aberta e plu-ral que faça da transparência a sua regra número um para a di-recção das coisa pública, tal como Descartes preconizou (lá volta-mos ao início da crónica…) e que aqui apresento como todo um programa, por mais modesto que

possa parecer: «Como a multi-plicidade de leis fornece muitas vezes desculpas aos vícios, de modo que um Estado é bem mais regrado se, tendo bem poucas, elas são estritamente observa-das» também nós, perante este emaranhado de maus usos e cos-tumes da coisa pública, propo-mos que, daqui em diante, se dê cumprimento a todo um progra-ma simples na aparência, mas claro na sua formulação: “ acei-tar como válido…apenas o que se apresente ao nosso espírito de modo tão claro e distinto que não haja meio de suscitar a mais pequena dúvida” (entenda-se, de corrupção, de clientelismo, etc.), contanto que tome a fir-me e constante resolução de não deixar de observá-la uma vez se-quer, como exige o método car-tesiano.

PS. Quem entender esta cróni-ca como um comentário ao discur-so do Presidente da República no 5 de Outubro não tem ideias cla-ras nem distintas…

Se alguém julga andar bem provido de siso…

Arlindo MotaPolitólogo

Cortes orçamentais, multas por excesso de velocidade, telemóveis partidos, o modo

horrível de como o cabelo nos assenta em redor do rosto – tudo preocupa todos.

No entanto, estou aqui, sen-tada na mesma cadeira, do mes-mo café, e o rapazinho lá fora, na esplanada, suicida-se sem saber e ninguém se incomoda.

Ele ri, tem um sorriso bonito, um olhar acastanhado, a pele re-

flete os raios de sol. Ri com os ami-gos e com as amigas, todos vesti-dos de igual, mal se distinguem - são lugares-comuns, clichés. As raparigas vestem calções dema-siado curtos, diretamente propor-cionais ao tamanho da camisola, mostrando a barriga e o indispen-

sável piercing no umbigo. Os ra-pazes, por sua vez, usam bonés es-tranhos, camisolas esquisitas e cal-ças que mal lhes servem. Todos felicíssimos, ali, suicidando-se.

Ele acende mais um, retiran-do vagarosamente o cigarro do maço, enquanto agarra no invul-gar isqueiro que, de tão peculiar ser, já se tornou banal. Leva o ci-garro à boca, por entre os perfei-tos dentes brancos que depres-sa ganharão um tom amarelado e doentio. Inspira os deliciosos químicos que viajam pelas vias respiratórias até alcançarem os pulmões saudáveis que ainda tem. Cada inalação envelhece-o, apro-

xima-o da morte. Recosta-se na cadeira, inter-

calando bafos no cigarro com pro-fundas inalações do ar que aca-bou de poluir. Olha para as rapa-rigas, elas olham para ele. Ele fuma. Ele é bom.

Extremamente vascularizado, encarnado e saudável, brotando vida, o tecido pulmonar é substi-tuído, tentando contrariar o ine-vitável suicídio, por tecido mais espesso, doente, defendendo-se do fumo intoxicante, dificultan-do, aos poucos, a sua respiração.

E todos os amigos agarram também num cigarro, levam-no à boca, agarram num copo de Co-

ca-Cola porque, infelizmente, as suas caras demasiado pueris im-pedem a compra de cerveja em cafés, e brindam à vida.

Que vida? Um brinde à mor-te faria mais sentido segundo uma visão realista, segundo uma perspetiva que impusesse a coe-rência lexical em todas as si-tuações.

E ali fica o rapaz, aproveitan-do a juventude para se matar aos bocadinhos - talvez case, talvez assista ao crescimento dos filhos, talvez conheça os netos, mas mor-rerá de qualquer forma. Ao fim ao cabo, ele só está a escolher morrer mais cedo.

Margarida NietoEstudante

Um Preocupante Cliché

LETRAS EM PAPEL QUADRICULADO

Há dois anos e meio estava no facebook a comentar um post sobre as primeiras

medidas do Governo dirigido por Pedro passos Coelho, envolvi-me numa troca de argumentos sobre as virtualidades de algumas das medidas do actual governo e os seus defeitos.

Devemos contextualizar o mo-mento da referida conversa, sen-do certo que a mesma foi tida num momento em que Portugal estava de mão estendida, com a Troika im-placavelmente exigente e com o nosso País sem qualquer credibi-

lidade, necessitando de a resgatar.Era um tempo em que era pre-

ciso provar todos os dias que não eramos iguais à Grécia e que a nos-sa economia se ia aguentar.

Nessa altura eu, um crítico de algumas políticas do governo do “meu” PSD, achei importante fa-zer uma profissão de fé em Pedro Passos Coelho e dizer que as me-didas eram não só indispensáveis, como iriam conduzir o nosso País à estabilidade que na altura pare-cia uma quimera.

Duas das pessoas que estavam nessa animada e construtiva dis-

cussão desafiaram-me, ou eu a elas, a fazermos uma aposta - que no fi-nal do mandato Portugal estaria melhor (dizia eu) ou pior (diziam elas) e conforme o resultado, quem perdesse pagava o jantar.

Já perceberam que apesar da sub-jectividade da opinião, entendo que Portugal está francamente melhor.

Elas alegam que está pior e logo me invocaram o Citius, o problema na colocação dos professores, a TAP, a PT, a situação financeira das fa-mílias e das empresas, etc, etc.

Mas eu facilmente contrapus com a estabilidade alcançada, com a saída “limpa” da Troika, com as exportações, os sinais fornecidos pela descida do desemprego, a com-petividade das nossas empresas, a descida das taxas de juro que o País

paga, no fundo, o tal resgatar da nos-sa credibilidade externa, elemento vital para obtermos crédito.

Se melhor argumento fosse ne-cessário, teremos a anunciada su-bida no Ranking da nossa cotação nas mais credíveis Agencias de No-tação Financeira, da categoria de lixo, para onde fomos empurra-dos, para algo melhor.

Acredito piamente que Portugal em 2015 estará melhor e que Pedro Passos Coelho entregará o Gover-no ao dirigente máximo na próxima legislatura (que até pode ser ele) com uma perspectiva mais risonha do que aquela que encontrou e que esse optimismo far-nos-á viver melhor e que irei ganhar esta aposta.

E você, quem pensa que ga-nhou a aposta?

Paulo Edson CunhaVereador PSD/Seixal

E ganhou o António. O Costa, claro.

CRÓNICA UM CAFÉ E DOIS DEDOS DE CONVERSA

“ Já perceberam que apesar da subjectividade da opinião, entendo que Portugal está francamente melhor. ”

“ Que fazer quando se atinge o “grau zero da decência política”, na expressão feliz e adequada de quem lutou para que este país, livre da ditadura, não repetisse os erros da República e do fim da Monarquia? ”

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ABERTURA

4 Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com

Distrito reduziu de 11 para 4 as mortes

durante o trabalho

O distrito soma quatro vítimas mortais resul-tantes de acidentes de

trabalho nos primeiros nove meses de 2014. Ainda assim, são menos sete vítimas do

Especialistas afirmam que o menor número de obras é o fator decisivo desta redução de acidentes

ACT leva segurança e saúde no trabalhoàs escolas para as integrar nos currículosA ACT promove até Dezembro uma campanha de informação designada «Crescer em Segurança - Educação para a Prevenção» no âmbito do «Regresso às Aulas de 2014». A iniciativa é dinamizada pela Direção de Serviços para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), tem como principais objetivos a implementação de uma cultura de segurança nas escolas e a integração, num futuro próximo, dos conteúdos de SST nos currículos escolares.

Segundo documento orientador desta campanha, as ações a realizar devem ser direcionadas para os alunos dos últimos anos de cada um dos ciclos dos ensinos re-gular e profissional, podendo ainda abranger a restante população escolar.

Pub.

São menos sete vítimas registadas nos primeiros nove meses do ano em relação ao período homólogo de 2013. Uma queda significativa resultante do menor número de obras.

que as 11 registadas em igual período do ano passado e menos quatro, comparando com as oito de 2012. O menor volume de obras na região explica esta queda da sinis-tralidade, mas os serviços da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) também têm vindo a detetar compor-tamentos menos arriscados, segundo foi confirmado ao Semmais por quem anda no terreno.

Já quanto a acidentes graves, a região apresen-ta um registo de nove, o que representa uma queda de quase 50% face aos úl-timos anos, com José Subtil, pre-sidente Associação Nacio-nal dos Deficientes Sinis-trados do Trabalho e re-presentante desta estrutu-ra no distrito, a considerar que normal esta redução, na medida em que «a pre-venção tem sido uma gran-de aposta, através de, cada vez mais, campanhas».

Ainda assim, alerta, é pre-

ciso não perder de vista o efeito direto da taxa de de-semprego, sobretudo no que diz respeito à construção ci-vil, sabendo-se que, a par da indústria transformadora, era o sector de atividade com mais sinistros graves

Os dados da ACT tra-duzem uma diminuição su-perior aos 50% no núme-ro de mortos em acidentes laborais no distrito, en-quanto Lisboa e Porto – de-vido a um incomparável maior dinamismo econó-mico - são os distritos com

mais mortos em acidentes de tra-balho, sendo que em Portugal es-tão contabiliza-

dos um total de 82 casos.Segundo o levantamen-

to feito pela Autoridade, a maioria dos acidentes ocor-reu nas instalações das em-presas, sendo que as vítimas foram maioritariamente ci-dadãos nacionais O sector da construção continua a ser o que regista maior nú-mero de vítimas mortais se-

guido pelas indústrias trans-formadoras, tendo a maio-ria dos atingidos ocorrido em empresas até nove tra-balhadores, continuando a ser a segunda-feira o dia da semana com mais aciden-tes mortais.

Recorde-se que é con-siderado pela ACT como acidente de trabalho «todo o acontecimento inespera-do e imprevisto, incluindo os atos de violência, deri-vado do trabalho ou com ele relacionado, do qual re-sulta uma lesão corporal ou mental, de um ou vários tra-balhadores». São também considerados acidentes de trabalho os acidentes de via-gem, de transporte ou cir-culação, nos quais os tra-balhadores ficam lesiona-dos e que ocorrem por cau-sa , ou no decurso, do tra-balho, isto é, quando exer-cem uma atividade econó-mica, ou estão a trabalhar, ou realizam tarefas para o empregador.

Roberto Dores

Quandoo acidenteé mesmode trabalho

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ATUAL

Caçadores abrandaram a luta mas voltam a querer sair à rua

O argumento é conhecido: As associações de caçadores da região querem que o

Governo suspenda as taxas nas reservas de caça, sobretudo, face à escassez de coelhos e lebres nos campos, dizimados pela nova estirpe de febre hemorrágica. Porém, se as preocupações já eram grandes, sofreram agora agravamentos na sequência da demissão do secre-tário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva.

Jacinto Amaro, presidente da Federação Nacional de Caça (Fen-caça) - a estrutura mais repre-sentativa do sector – diz que «este Governo está lá há três anos e nunca tinha ligado à caça. Con-segui falar com o secretário de Estado há 15 dias e uma semana

depois ele sai do Governo. O que fazemos agora?”, questiona, ad-mitindo que a “luta vai ser o pró-ximo passo.

«Eu prometi faltar aos com-promissos com o estado e vou cumprir. Serei o primeiro proprie-tário de uma reserva a não pagar as taxas», garante Jacinto Ama-ro ao Semmais, para quem o mais provável é que muito em breve o país possa voltar a assistir aos ca-

çadores em luta.De acordo com Jacinto Ama-

ro, a reunião de há duas semanas com o secretário de Estado das Florestas ainda abriu uma janela de esperança para os caçadores. «Quando ouvi a notícia de que ele se ia embora, vi logo que isto ia voltar à estaca zero. Não sei o que se terá passado, porque o homem agendou coisas connosco e nada fazia prever uma possível demis-

são. Mas ficámos muito mais preo-cupados», insiste.

Por isso, os caçadores lan-çam o repto: “Ou os ministérios das Finanças e da Agricultura suspendem o pagamento de ta-xas, no sentido de darem um in-dicador de quererem fazer al-guma coisa por este sector, evi-tando a perda de mais caçado-res, ou então vamos protestar para a rua”.

Demissão do secretário de Estado lança vazio nas negociações entre caçadores e tutela

Os caçadores garantem que não vão pagar as taxas reclamadas pelo Governo

DR

Pub.

RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGALRUA GENERAL GOMES FREIRE, 138  960 331 167

O Governo quer que as reservas de caça paguem as taxas mesmo com escassez de coelhos e lebres, dizimados pela febre hemorrágica. Caçadores prometem luta.

ERT do Alentejo e Ribatejo procura título de Primeiro Destino Certificado do Mundo PARA conhecer a realidade de uma cidade e de alguns locais que osten-tam a bandeira da certificação Bios-phere e promover sessões de traba-lho com representantes de entidades que desenvolveram o processo de candidatura ao título, assim como com a instituição com competências para certificar os destinos, foram os objetivos da visita a Barcelona, efe-tuada pela Entidade Regional de Tu-rismo do Alentejo e Ribatejo.

Do programa fizeram ainda par-te visitas a equipamentos da cida-de já certificados ou em vias de con-quistar a certificação e o estabele-cimento de contatos e parcerias com associações que promovem a prá-tica do turismo responsável.

A visita constitui o primeiro pas-so para a conquista para o Alente-jo e Ribatejo do título de Primeiro Destino Certificado do Mundo.

Ceia da Silva presidiu à comitiva

DR

Tróia promete desporto e aventura este fim-de-semanaÉ JÁ ESTE fim de semana que se rea-liza o ON TROIA AVENTURA total-mente dedicado a atividades de tu-rismo de natureza e de desporto para toda a família. Entre as 10 e as 18 ho-ras de sábado e domingo é possível participar em passeios de barco para a observação de golfinhos, Stand Up Paddle na caldeira de Tróia, circui-tos de bicicleta, observação de aves e plantas, passeios pelas ruínas ro-manas ao longo da orla do Sado, per-cursos pedestres na orla da caldei-ra de Tróia para observação da flo-ra local, visitas guiadas às ruínas e

muitas mais atividades. O fim-de-semana reserva ain-

da atividades de fitness como Zum-ba, Body Balance, Treino Funcional, Circuit Training,Stretching e Pilates no jardim do norte, para os mais des-portistas. Este jardim vai, ainda, ser o palco de workshops de mecânica de bicicletas, pintura com lã e de ar-tesanato em cortiça, ateliers de ar-queologia, ações de sensibilização ambiental e momentos de anima-ção focados no património natural e cultural da região. Em simultâneo, cerca de 20 expositores apresentam

os produtos e serviços que mais ca-racterizam e distinguem este desti-no turístico.

A música também vai estar pre-sente com os sons inconfundíveis das gaitas de foles e precursões dos Garatuja, pela música tradicional da América Latina dos Espírito Nativo e pela Cantadora d’Estórias.

As inscrições estão abertas a par-tir das 10 horas deste sábado, no bal-cão de secretariado que estará ins-talado no jardim do norte, junto à marina, onde os visitantes recebem um “lenço” do evento cuja utiliza-

ção lhes dará acesso a todas as ati-vidades. A participação é gratuita para as crianças e terá um custo sim-bólico de 2 euros por adulto que dá acesso a todas as atividades. Este va-lor reverterá, na sua totalidade, para as ações de conservação e preser-vação do Sado desenvolvidas pela TROIA Natura.

Estará ainda disponível um ser-viço de transfer gratuito que trans-portará os participantes entre os lo-cais onde vão realizar-se as várias atividades que tornarão este fim-de--semana inesquecível. Península de Tróia em alta

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ATUAL

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Politécnico de Setúbal quer mestrado em Enfermagem

O INSTITUTO Politécnico de Se-túbal passou ontem a integrar uma espécie de ́ task force´ com vista à criação de um mestrado na área da Enfermagem, que reúne ainda a a Universidade de Évora e os insti-tutos de Beja, Portalegre Castelo Branco. O objetivo é arrancar já no próximo ano letivo.

O protocolo entre as várias ins-tituições foi assinado quinta-feira e, de acordo com o documento, pre-vê a formação de profissionais com «competências clínicas avançadas em todas as áreas de especializa-ção legalmente previstas».

A criação do mestrado em as-sociação interinstitucional já foi pro-posta à Agência de Avaliação e Acre-ditação do Ensino Superior, consi-derando os promotores tratar-se de «uma oferta formativa conjunta, res-pondendo assim à crescente neces-sidade de reorganização do Ensino Superior em Portugal”.

O protocolo agora celebrado é encarado como um dos primeiros passos com vista «a adequação da oferta formativa às necessidades da comunidade onde se inserem e do país”, oferecendo, «pela primeira vez, uma formação conjunta» de En-fermagem, que vai determinar «uma maior capacidade de resposta às ne-cessidades de saúde das populações e, consequentemente, para a fixa-ção de pessoas no interior do país».

A iniciativa procura igualmen-te “desenvolver conhecimentos e competências para a interven-ção especializada num domínio de enfermagem, promover a me-lhoria da qualidade dos cuidados de saúde, capacitar para a gover-nação clínica e contribuir para o desenvolvimento da disciplina e da formação especializada em en-fermagem.

10 meses depois tribunal reabre processo da tragédia do Meco

A DECISÃO do juiz de instrução criminal do Tribunal de Setúbal de reabrir o processo do Meco traz uma «nova esperança» às famí-lias das vítimas que esperam as-sim descobrir a verdade sobre o que se passou realmen-te na noite de dia 15 de Dezembro. Com esta de-cisão judicial João Gou-veia, o Dux da Universi-dade Lusófona, é constituído ar-guido e vai ser interrogado pelo juiz que aceitou também inquirir algumas das testemunhas suge-ridas pelas famílias das vítimas. Para além disso, o único sobrevi-vente da tragédia viu-lhe ser apli-cado o termo de identidade e re-sidência como medida de coação.

O processo relacionado com a morte dos seis estudantes da Lu-sófona tinha sido arquivado pelo procurador do Tribunal de Alma-da, Moreira da Silva, consideran-do que as mortes tinham sido aci-dentais. Os familiares das vítimas não se conformaram com a deci-são e o advogado Vítor Parente Ri-

beiro apresentou o pe-dido de reabertura do processo onde pede no-vas perícias, nomeada-mente às roupas dos jo-

vens. Para os familiares, a inves-tigação do caso «foi feita pela rama» e continuam a ter fortes dúvidas em relação à versão contada pelo único sobrevivente de que uma onda terá arrastado os seis jovens quando estes se encontravam á beira-mar. Outra das diligências solicitadas pelas famílias e auto-

rizadas pelo juiz relacionam-se com um pedido de informações ao Instituto de Medicina Legal.

O facto de o juiz ter decidido a reabertura do processo não signi-fica necessariamente que o caso vá a julgamento. Esta nova fase tam-bém não se destina ao retomar da investigação, mas apenas a verifi-car os pressupostos que estiveram na base da de-cisão do arquivamento por parte de Moreira da Silva. O caso pode mes-mo não ser julgado se o juiz enten-der também que não existem indí-cios suficientes da prática de cri-me. O debate instrutório está mar-cado para dia 20 de Novembro.

esma altura em que se ficou a saber que o caso do Meco seria reaberto, o procurador Moreira da Silva anunciou que vai pro-

cessar cinco das seis famílias das vítimas e também a jornalista da TVI, Ana Leal, e os comentadores da SIC Hernâni Carvalho e Antó-nio Pinto Pereira por considerar que está a ser alvo de difamação. O procurador alega que está a ser difamado por reportagens da TVI, que sugeriam que tivesse menti-

do no despacho de ar-quivamento.

O pai de Ana Catari-na Soares, uma das víti-mas, garante que não está

preocupado com as intenções do procurador. António Soares dis-se à imprensa que Moreira da Sil-va «pode avançar com os proces-sos que quiser, porque nós já per-demos o que tínhamos a perder», mas continua a defender que «as coisas foram mal conduzidas na fase de inquirição».

DR

O processo que agora passou para a Comarca de Setúbal abre um novo ciclo de esperança para as famílias que sempre reclamaram incongruências no caso. E querem pelo menos apurar a verdade. Mas não parece haver novos elementos probatórios e muito menos a certeza de que o caso vá a julgamento.

Marta David

A ENA faz parte integrante de um projeto europeu deno-minado YAECI. Como tal,

tem vindo a implementar o “Indi-cador de Energia e de Água”, em EUROS, nas lojas dos retalhistas que aderiram ao projeto (Radio Popular e Box Auchan). O obje-tivo deste indicador é fornecer aos clientes, no ponto de venda de eletrodomésticos, informações sobre os custos de funcionamento anuais com energia e água (quando aplicável) junto à etiqueta ener-gética, com vista a esclarecer os clientes e estimulá-los a comprar

produtos mais eficientes a preços acessíveis.

A etiqueta energética da UE atualmente fornece ao consumi-dor informações sobre a eficiên-cia energética (classe energéti-ca), o consumo de energia e de vários outros aspetos relaciona-dos com a energia. No entanto, o rótulo energético não tem a in-formação sobre um aspeto que muitos consumidores acham mui-to importante, ou seja, os custos anuais operacionais. Como é sa-bido, um produto que é inicial-mente um pouco mais caro pode, de facto, tornar-se mais barato a longo prazo, devido aos custos de funcionamento. Para incluir os custos anuais de energia na eti-queta energética da UE não seria

viável uma vez que os preços de energia variam dentro do espa-ço europeu e com o tempo.

O cálculo dos custos de ener-gia do projeto YAECI baseia-se nos seguintes dados de cada país par-ticipante:

- Custo médio por kWh, com base nos preços de eletricidade na-cionais;

- Dados sobre o consumo de energia elétrica dos produtos, dis-ponível na etiqueta energética.

Em alguns países/regiões, o con-sumo de água dos eletrodomésti-cos (que a utilizam), também con-tribui significativamente para os custos operacionais anuais, sendo que os retalhistas participantes po-dem optar por expor o “indicador de água” aos consumidores.

Os custos de água são basea-dos em dados da etiqueta energé-tica e no custo médio da água ao ní-vel nacional.

Os dados sobre os custos de ele-tricidade e de água são consisten-tes com as informações da etique-ta energética, disponibilizados pe-los fabricantes a uma base de da-dos especialmente desenvolvida para o projeto.-

O projeto está implementado em 11 países da UE desde Março de 2012 e tem como objetivo atrair os retalhistas para exibir os custos de funcionamento dos eletrodomés-ticos. O projeto foi iniciado na Ho-landa em centenas de lojas através do programa de sucesso “Energie weter”.

A exibição dos custos de fun-

cionamento abrange a generalida-de dos eletrodomésticos sujeitos a etiquetagem energética.

O consórcio procura também envolver os retalhistas na ava-liação do impacto sobre as ven-das de produtos, de forma a con-trolar as vendas de produtos por classes de eficiência energética antes e durante a participação no programa disponibilizando as fer-ramentas necessárias a que esta ação se perpetue após a conclu-são do projeto

Com este projeto garantimos aos consumidores informação ade-quada para que em consciência, es-tes optem pelos mais eficientes do ponto de vista energético.

Junte a sua à nossa energia em www.ena.com.pt

Projecto YEACI

Reabertura do processo não significa para já julgamento

Procurador avança com queixas de difamação

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Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com 7

DEPOIS de ter desenhado a nova igreja do Faralhão, o gabinete do arquiteto Paulo Pisco agarrou o projeto da nova igreja e centro pa-roquial dos Redondos, na fregue-sia de Fernão Ferro, no concelho do Seixal.

A primeira apresentação públi-ca do projeto decorreu no passado dia 12, na Associação de Moradores dos Redondos, onde se realiza a mis-sa há cerca de 5 anos. Todavia, esta comunidade sonha com a possibi-lidade de vir a ter um local próprio para a sua igreja. «A zona dos Re-dondos tem continuado a crescer e tem atualmente cerca de 5 mil habi-tantes, necessitando bastante de um equipamento desta natureza, pois a igreja da paróquia de Fernão Ferro, do qual está dependente, também já não chega para as necessidades da população que serve», revelou o pároco Marco Belchior.

Paulo Pisco, do gabinete perei-rapisco.creativity, realça que se tra-ta, do ponto de vista arquitetónico, de um projeto «versátil», uma vez que cada uma das suas valências se «ajusta à capacidade e investimen-

to» da comunidade local, e, por ou-tro lado, «original», pela forma como se implanta no terreno.

O empreendimento irá ser cons-truído num terreno de 5 mil me-tros quadrados, adjacente à Rua dos Redondos, em Fernão Ferro. A parcela, apesar de ainda estar em processo de cedência pela autar-quia, já está garantida à comuni-dade, aguardando-se a sua escri-tura para breve. O novo equipa-mento poderá ser construído fa-seadamente e o seu programa está organizado em torno das valências de igreja, centro paroquial, casa mortuária e centro de dia. Terá uma área superior aos 1 600 metros qua-drados, dividindo-se em três pisos.

De salientar que a apreciação do projeto da nova igreja dos Re-dondos foi «muito positiva» por parte da comunidade dos Redon-dos, estando agora previsto um pe-ríodo de acerto entre esta e a equi-pa de arquitetos com vista à sua formalização no município seixa-lense.

António Luís

Imagem do projeto da nova igreja, da autoria do gabinete “Pereirapisco.creativity

ENCURTA” TERRA-Imp. ligação global: 1500/1840-Carruagem/B.Vela 16km/h, 1840/1930-Loco-

motiva vapor 99km/h. Europa-EUA: 1900-Barco vapor 7dias. 1940-Navio 4,5d; 1950-Avião-propulsão(550km/h--18h); 1960-Avião-jato 990km/h. 1995-Concorde 3h. 2014-Espacial volta Terra 92min.

TRANSPORTES-1ºconsumo Energia/2ºAmbiental. Urge desen-volver Tecnologias Baixo consu-mo/Zero carbono/Segurança/Mo-bilidade.

INTELIG.TRANSP.SIST.:Prioriza T.PÚBLICO (BUS/Semáforos) re-duz congestionamento(mín.con-sumo/emissões). Aprov.energia: pés/Esc.rolantes.mov.qd-utentes (interface)/veículo (tráfego).GPS/Google-Maps/Street-View/Drone,monitoriza Circul.Mat.Cir-culante/informa: Utente(Paragem--tempo p/chegar transporte)Cen-tral-Tráfego)/Manutenção. Bilhé-tica-virtual. AUTOCARRO. Híbri-do (Elétrico/GNL) Aprov.Energia Travagem-Reduz 40% energia/80% poluição. Cidade: TRAM-catená-ria na paragem/carrega (20s)/auton.1400m/não via própria/mais mobilidade/aprov. travagem(reduz 30%). METRO-Cais vedados c/portas onde páram portas-carrua-gens. Robô: Movimenta cargas/repara-manutenção preditiva/se-gurança-infraestruturas/pessoas. T.INDIVIDUAL:e-Call(colisão/au-to-SOS).Carplay-comando.voz--ctrl:satélite/internet/rádio/tele-móvel-olhos/mãos p/conduzir. Comunicação inter-carros. CAR-ROS: Híbrido (combustível + elé-trico/hidrogénio) c/aprov.trava-gem + disposit.usa energia bate-ria-electrólise/prod.hidrogénio--ótima combustão (poupa: 30% energia/65% gases. Elétrico/Do-brável. C. Helicóptero (proj. “My-Copter”) s/via. Painéis solares/te-lhado p/ C.Elétricos. Baterias Lí-tio (Portugal c/maiores reservas UE). C.Elétrico c/:Pilot.automáti-co/Sens.evitar colisões/Auto-li-mitador.velocidade/3,2s 0-100km/h-250km/h-auton.475km. Carre-gador.portátil/tomada comum. BYKES: Intermodal(eléctrica/guar-da como guarda chuva-facilita nos TP). Híbrida(c/aproveit.energia travagem) 80km/h-auton.100km. Sharing. CAPACETEc/:GPS/Goo-gle Glass/Comando voz(mais se-gurança). TRICICLO Eléctrico s/risco cair/protege condutor/trans-porta bagagem. Skate Elétrico. Mo-chila-Jato(mov.vertical). Pneu Ver-de-Reduz: consumo/desgaste/ruí-do. Aumenta: estabilidade/segu-rança. Estrada Verde-Painéis fo-tovoltaicos captam energia sol/Iluminação-sinalética ao aproxi-mar veículo. Materiais p/melhor

ambiente/menos energia/segu-ros/duráveis. Aproveitar: resíduos/granul.pneus velhos: construção rápida/baixo custo/duplica dura-ção/flexível/prova d´água prote-ge sub-base/reduz ruído/fácil re-parar. Dióxido Titânio-Qd expos-to luz sol reaje c/NOx (chuva áci-da-emitida p/escapes carros) trans-formando-o em nitratos inofen-sivos. Qd. chove inerte lavado-es-trada limpa.

MARÍTIMO-Prog.Marco Polo promove Intermodalidade Cad.Logística: Transp.Mar.Curta Dist.--Ferrovia-Fluvial amigo ambien-te. Navio-Turb.Gás(simples/leve/pequena/bx.inércia/mais acele-ração/fiável/pouco pessoal). Fil-tro-chaminé/Proa aerodinâmica/Painéis solares, reduzem 30%con-sumo/emissões. Manobradores azimute(hélices mov. 360º) máx.manobrabilidade substituem le-mes: menos distância parar/cur-vas rápidas/mais eficiência ener-gética. Super-estrutura compósi-to. Prog.“Navegação Marítima s/Humanos”-Navio carga drone, controlo remoto p/Inteligência Artificial resolve probl. águas mo-vimentadas/restrição ambiental.

FERROVIA-Comboios passa-geiros c/boggie variável p/rápida mudança bitola. Para material cir-culante existente basta intercam-biador na fronteira(relação às mer-cadorias desenvolve-se nova gera-ção de intercambiador). Tb temos travessas bi-bitola. Não se percebe porque ligação Évora-Badajoz ain-da não foi concretizada? ERTMS –Sist.Ferrov.EU tem mais de 20 sis-temas de sinalização/controlo ve-locidade). ERTMS melhora intero-perabilidade transfronteiriça, crian-do padrão único para sinalização ferroviária c/: GSM-R(sist.rádio p/permitir comunicação entre ma-quinista/centro gestão tráfego, e ETCS(ajuda maquinista controlar velocidade). Flexível/Economiza manutenção/melhora Segurança/reduz progresso entre comboios/permite velocidade 500 km/h-au-menta 40% capacidade tráfego, s/necessidade atualizar infra-estru-tura. Alta Velocidade (Suburbano--410km/h) - c/Tecn.: Supercondu-tores/Levitação Magnética/Motor Linear. Ultra AV (Longo curso--1100km/h)-Projeto acrescenta tec-nologia Vácuo.Ligará L.Angeles-S.Francisco ½ h/Hollywood-New York (costa a costa) 45 min., em cáp-sulas alumínio transp. 840 passageiros/h, em túnel-vácuo.

AÉREO-Voam bx. Estratosfe-ra (12km) contribue p/buraco-ozo-no (Al. Estratosfera-40km) des-protege dos UV- efeito-estufa/al-teração clima/turbulência. Fechar buraco (NASA prevê 2070) Avia-

ção reduz (até 2050): 65% -ruí-do/75% - CO2/85% - NOx intro-duzindo alterações. PROG. CLEAN SKY: Asas–Mudar perfil/posição no voo (como aves) otimiza fluxo laminar-melhora 10%Aerodinâ-mica. Superfícies limpas c/micro-jatos/asas compridas melhoram Auto-Sustentação. Estrutura-Ma-teriais mais leves/resistentes/fle-xíveis (compósitos: fibras-carbo-no/vidro + dura-alumínios baixa densidade) p/avião leve (A380 usa fibra vidro na fuselagem/asas).Substituir rebites liga-chapas p/solda especial. Blended Wing Body (fuselagem/asas num corpo). Ele-tricidade-Uso generalizado: qd avião em terra: rolar s/motores principais, alim.c/eletricidade: AC/Pressurização/Controladores.Voo/Trens.Aterragem/Travões/Unid.Aux.Potência,libertando sist.pneu-máticos/hidráulicos. Instrumen-tação-Equip./prog.informáticos p/dados meteorológicos/geográ-ficos p/cálculo melhor rota, orien-tar subidas/descidas c/menor im-pacto ambiental/consumo (des-cida na aprox.à pista, s/degraus poupa 10% combustível). Propul-são-Motores eficientes (parte ener-gia gira rotor secundário-mais largo(menos consumo/ruído). Tec-nologia “rotor aberto”-elimina ca-renagem rotor externo, 2 hélices exteriores em contra-rotação e acoplar reatores rotor aberto na traseira da fuselagem. Novos ja-tos permitem reduzir 15% emis-sões. Biocombustíveis de algas p/aviões médios turbo-hélice. SO-LAR-JET: C/luz sol simulada c/reator solar-alta temperatura, mis-tura água/CO2 obtém combustí-vel-gás-síntese/hidrocarb.líqui-do-seguro/ecológico-sustentável (embora motores-combustível pouco eficientes, proporcionam energia/volume superior a qlq ba-teria). Avião solar-2 pessoas/peso máx.2 ton, não avião comercial (mais de 500ton/centenas passa-geiros). Aves-Sugadas por reato-res (aterragem/descolagem) grnd prejuízo anual. Falcão-afugenta aves. GPS/ByMaps, laser verde, canhões água, simular explosão, sistema ultra-sons também.

FABRICO-I.3D: Carros/Bykes/Aviões(fabrico peç.peq.c/menos 80% custos, constr.aviões intei-ros). nanotecnologia: fabrico ma-teriais mais leves/resistentes/peq./ecológicos. Metal Organic Fra-mework: absorve CO2/NOx. C/UV, liberta inerte. Drones excelen-tes protótipos p/testes.

Caldeira Lucas(Eng.o, Gestor,Prof., Consultor)

Tecnologia-transportes

Incêndio destrói restaurante-bar na Costa da CaparicaUM INCÊNDIO destruiu na madru-gada da passada quinta-feira um restaurante-bar junto à Nova Praia, na Costa da Caparica, sem causar vítimas, disse à agência Lusa uma fonte do Centro Distrital de Ope-rações de Socorro (CDOS) de Se-túbal.

De acordo com a mesma fon-te, o alerta de incêndio no bar-res-taurante Nova Praia, na Costa da Caparica, foi dado às 5h48.

Segundo o comandante Cruz Gomes, da Capitania do Porto de Lisboa, os bombeiros estiveram no local do incêndio a controlar uma fuga de gás de forma a «acautelar mais danos».

«A Polícia Judiciária já foi con-vocada, os proprietários já foram também avisados, e agora os bom-beiros estão preocupados com os efeitos que podem surgir de uma fuga de gás que se registou no lo-cal», disse à Lusa, Cruz Gomes.

O comandante adiantou ainda não existirem feridos, apenas da-nos materiais.

«O incêndio foi dado como ex-tinto às 6h50», disse a fonte do CDOS de Setúbal.

No local estiveram 15 bombei-ros voluntários de Cacilhas, apoia-dos por cinco veículos.

Bombeiros acautelaram danos

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Paulo Pisco desenha nova Igrejados Redondos

Page 8: Semmais 18 outubro 2014

CULTURA

8 Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com

Maria Teresa Meireles

DICIONÁRIO ÍNTIMO

Relógio de pulso, de corrente, de bolso, de parede, de pêndulo, de torre, de corda

ou quartzo; digital ou analógico; biológico. Cronómetro. Relógio de areia. Clepsidra - etimologica-mente: «ladrão de água» - o relógio de água sabe que o tempo nos rouba e foge gota-a-gota. Relógio de sol sobre o solo, derramando horas, minutos e segundos. «Sou adorado por todos / Porque a todos faço bem; / Sirvo também de relógio / Ao que relógio não tem». Relógio astronó-mico, relógio de mercúrio, relógio de cuco. «Tic-tac», «Triiiiiiiiiiiim!», «Cu-cu. Cu-cu» - o relógio propicia onomatopeias e personificações: sonolento o ponteiro dos minutos; nervoso, o dos segundos. «Uma casa com doze meninas / Cada uma com quatro quartos / Todas elas usam meias / nenhuma rompe sapatos». Torre com relógio; reló-gios públicos. Relógio famoso: o Big-Ben. A Hora Legal. A Hora de Inverno e a de Verão. Relógio, relo-joeiros, restauro. «Andar no sentido dos ponteiros do relógio»: o relógio regula tempo e sentido espacial? Viver «a contra-relógio» (e a contra--gosto); ter «a barriga a dar horas»; ser «uma bomba-relógio». Ser(-se) como um relógio: fiável, pontual (de preferência «como um relógio suíço»). Da hora ao ritual: pessoas metódicas fazem diariamente as mesma coisas às mesmas horas. Horários, calendários. «Livros de Horas». Hora certa, desacertos; fuso horário ou confuso horário? «- Que horas são? - Faltam quinze minutos para daqui a um quarto de hora»: a hora sempre certa e certeira. De um relógio parado se diz que está certo pelo menos duas vezes por dia.

O relógio fragmenta simulta-neamente o tempo e o homem. O relógio, a escola, a fábrica, a ordem temporal das coisas. O tempo tor-nou-se tecnologia e cronologia. Horários a cumprir, correria ao se-gundo. Horário de trabalho, reló-gio de ponto. Sirenes, apitos, cam-painhas: o tempo, com a revolu-ção industrial, torna-se audível. O relógio, «alienação da Nature-za», quebra outros ritmos ances-trais, cíclicos, medidos pelo sol - relógio-ruptura; relógio-tortura? Da sociedade agrária à sociedade industrial: o tempo torna-se an-tropológico, disciplinado, planea-do, seccionado, dominador.

Relógio, mecanismos, auto-matismos, engrenagens, rodas dentadas, o fascínio: «Hugo», fil-me de Matin Scorsese, baseado no belíssimo livro «A Invenção de

Hugo», de Selznick.Cronos engoliu os próprios fi-

lhos; o tempo engole-nos; traga--nos em pequenas porções atem-padas, igualmente separadas. O re-lógio marca o tempo – Cronos do-mesticado? Horas certas, incertas, certeiras. O relógio uniformiza o tempo; marcha, rotineiro; move--se, ritualizado. O relógio materia-liza o tempo e depois derrete-nos como no quadro de Dali – o reló-gio arruma o tempo entre a recti-dão dos ponteiros e o movimento compassado ao redor de um cír-culo-circuito repetido. Apesar de ter (geralmente) mostrador redon-do, o relógio tornou o tempo cir-cular e cíclico da Natureza num tempo linear, sequenciado. Reló-gio: regulação, medição, ordena-ção, matemática do tempo. O re-lógio e a música: o metrónomo.

Relógio: objecto de prestígio, acessório urbano, adereço de luxo. Museu do Relógio, em Serpa, úni-co na Península Ibérica.

Peter Pan e o relógio do Ca-pitão Gancho que o crocodilo en-goliu; o relógio da Gata Borra-lheira dando a meia-noite; «Ali-ce no País das Maravilhas»: o re-lógio de corrente e a correria do Coelho - «I’m late, I’m late. Oh, I’m sooooooo late!»

O relógio orienta-nos no tem-po; a bússola no espaço. Ambos são objecto de mistério em litera-tura. Agatha Christie era uma ob-cecada por relógios: «Os Cinco Re-lógios»; «Poirot e os Quatro Re-lógios»; «O Mistério dos Sete Re-lógios». Os mestres do suspense vivem fascinados por relógios: «O Mistério do Relógio que Grita», de Alfred Hitchcock. Tempo e Espa-ço: duas dimensões fundamentais que estiveram na base da Física tal como a conhecemos - «Os Re-lógios de Einstein e os Mapas de Poincaré», de Peter Galison. O tem-po que se perde ou enlouquece: «Relógio sem Ponteiros», de Car-son MacCullers.

«Os homens assemelham-se a relógios a que se dá corda e tra-balham sem saber a razão», escre-veu Schopenhauer, o filósofo do pessimismo. Mas, afirma Proust (o homem do tempo perdido e recu-perado através da escrita): «Os dias talvez sejam iguais para um reló-gio, mas não para um homem». Tornar cada dia um dia único, será essa a verdadeira definição de Hu-manidade, a sua lógica anti-reló-gio e contra (ou apesar d’) os pon-teiros do re-lógico?

[email protected]

Relógio

Continua em cena, até ao dia 26, no Teatro O Bando, em Palmela, a produção “Quaren-

tena – Grande Encontro”, de quarta a domingo, às 20 horas. Tem como mensagem a luta e a resistência a uma sociedade cheia de injustiças.

A estreia aconteceu no passa-do dia 1 e contou com a presença do secretário de Estado da Cultu-ra, Jorge Barreto Xavier, e do pre-sidente do município Álvaro Ama-ro, entre outros convidados.

Jorge Barreto Xavier, que apre-ciou «bastante» esta nova produ-ção do Bando, afirmou que o tra-balho do grupo de Palmela «tem constituído uma parte da história do teatro português e é uma lição de teatro e de cidadania para o pú-blico e para o teatro nacional».

João Brites, o encenador, diz que se trata de uma produção his-tórica para a companhia. «Esta peça é um momento muito boni-to para nós. É o reencontro com

os meus atores e com as minhas gentes de grande carinho». Sobre a mensagem de “Quarentena”, re-feriu: «É um gesto de resistência para com uma sociedade que está atacada de diversos males e injus-tiças, para que não regressemos a um País fascista».

Já Álvaro Amaro considerou que cada produção do Bando é sempre «um deslumbramento»,

mas, opina que “Quarentena” tem um «sabor especial», na medida em que faz diversas homenagens. «Esta peça conseguiu aqui reunir várias gerações de atores e músi-cos, e homenagear, também, 40 escritores e 40 personagens das produções do Bando. É mais uma produção de excelência e o Ban-do é uma grande referência cul-tural», frisou.

Lutar contra uma sociedade «plena de males e de injustiças» é a grande mensagem de “Quarentena”, a mais recente produção do Bando, em cena em Palmela, até ao dia 26, encenada por João Brites.

Bando põe em palco 40 personagens revoltadas com o silêncio da realidade

Secretário de Estado da Cultura marcou presença na estreia

Mário Laginha Trio atua este sábado, no Forum Cultural do Seixal, a partir das 22 horas. O concerto, com entradas a dez euros, integra-se no SeixalJazz. O gru-

po é constituído por Mário Laginha (pia-no), Bernardo moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria). No final do concerto há sessão de autógrafos.

Mário Laginha Trio no Festival de Jazz do Seixal

António Luís

Município de Setúbal distingue jovens talentos da cultura, moda e desporto no Forum O TALENTO de 25 jovens sadinos, nas áreas da Cultura, Moda e Des-porto, que esteve em evidência este ano, foi distinguido pelo município dia 10, à noite, no Fórum Luísa Todi, em Setúbal.

O vereador Pedro Pina, afirmou que os homenageados da noite «têm voz própria, sentir próprio, olhar pró-prio e um papel na sociedade. Como

cidadãos, dão o melhor de si à cida-de e ao País», sublinhou. «Os jovens não são um processo de futuro. São o hoje, o agora, o presente».

O autarca afirmou que Setúbal se sente «lisonjeada e honrada» com aquilo que estes talentos alcança-ram, pelo que sublinhou: «Contamos convosco para fazer mais cidade e pelo País».

A festa distinguiu, na área do teatro, José Lobo, enquanto Sofia Rodrigues sobressaiu na cenogra-fia e artes plásticas, Inês Bastos, na literatura, Adriana Silva e An-dré Marques, em vídeo e realiza-ção, e João Augusto, em ilustra-ção. Na Moda, Maria Soromenho, foi distinguida pela carreira na ver-tente de design, e Elvie Korst, como modelo. Tio Rex foi distinguido na vertente musical, Rita Melo e Ri-cardo Crista, em artes plásticas.

João Nunes foi distinguido no futebol, Inês Moreira, Catarina Lo-pes, Maria Correia e Rui Domin-gos, na ginástica, e Rita Ribeiro, Vitória Monteiro, Victor Korst e Margarida Monteiro, no atletismo. Patrícia Matias e Guilherme Sou-za, ambos no judo, José Francis-co, no ténis de mesa, e Dinis Cos-ta e Afonso Costa, no remo, foram outros agraciados.

Nuno Nunes, um dos atores que dá vida a uma das 40 personagens da peça

Afonso Costa, um dos atletas homenageados pelo município sadino

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Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com 9

Cartaz...

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Ofertas Semmais - Inscreva-se já!

Ganhe convites para “Portugal à Gargalhada”Temos convites para oferecer aos nossos leitores para assistirem à nova revista de Filipe La Feria, “Portugal à Gargalhada”, em cena no Teatro Poli-teama, em Lisboa. Marina Mota, Maria João Abreu, Joaquim Monchique, José Raposo, Paula Sá e Ri-

cardo Soler são os cabeças de cartaz desta revista que aposta em cenários e figurinos deslumbran-tes e critica e satiriza os principais acontecimen-tos políticos e sociais do País. Para se inscrever no passatempo ligue 918 047 918 ou 969 431 085.

Ganhão celebra 20 anos de músicaEspetáculo comemorativo dos 20 anos do CD “Cantar”, que o cantautor Jorge Ganhão editou em 1994. São cantados vários temas deste CD e de outro que o autor gravou em 1996, “De Memórias”.Centro de Artes de Sines, 21h30.

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doJovens músicos

dão concertoA Orquestra Académica Metropolitana, com direção musical de Jean-Marc Burfin, apresenta um concerto em que jovens músicos, alunos do curso de direção de Orquestra da Metropolitana, interpretam Bartók, Debussy e Beethoven. Entradas a 5 euros. Forum Luísa Todi, Setúbal, 21h30.

A Naifa dá um concerto integrado nas comemorações do Dia do Concelho. O programa das comemorações dos 470 anos da atri-buição da carta de vila decorre ao longo do mês de outubro nas 4 freguesias do concelho, com várias iniciativas. Cine Granadeiro, Grândola, 22 horas.

Pedro e os Lobos atuam em Sesimbra para apre-sentar o seu mais recente trabalho discográfico intitulado “Um Mundo quase perfeito”. Teatro João Mota, Sesimbra, 21h30.

Loureiros dão música a Palmela O X FESTIVAL Internacional de Música Palmela - “Terra de Cul-tura” arranca este sábado, em Pal-mela, numa organização da So-ciedade Filarmónica Palmelen-se “Loureiros”. O evento, que cul-mina no dia 22 de Novembro, de-corre em diversos espaços do concelho.

Este festival, segundo Rogério Almeida, presidente da coletivi-dade, caracteriza-se pela «diver-sidade sonora» que costuma apre-sentar tornando-se num encon-

tro de «diferentes públicos». Na edição deste ano vão passar pelos diversos palcos do concelho, a ban-da Sinfónica da GNR, a banda Sin-fónica da PSP, Banda El-Rey, Pe-tit Gatô, Manifestum Brass Band, João da Ilha Duo, The New Stan-dards e muitos outros.

A abertura do certame dá-se hoje, às 21h30, com a banda Sin-fónica da PSP, no teatro S. João, seguindo-se, às 23 horas, a atua-ção de Petit Gato, na Casa Mãe da Rota dos Vinhos. Banda Sinfónica da PSP

Humor e cante alentejano“Cantar Alentejo com Humor” é o título do espetáculo que garante uma noite muito ani-mada com as piadas e histórias do humorista alentejano Jorge Serafim, e o cante alentejano do grupo Os Alentejanos. Auditório António Chaínho, S. Cacém, 21h30.

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Chaínho lança romance “Pensão Avenida”ANTÓNIO Chaínho, professor e ex--presidente da Assembleia Munici-pal de Grândola apresenta, publica-mente, no próximo dia 24, pelas 21 horas, na biblioteca municipal, o seu novo romance “Pensão Avenida”.

Trata-se da sua 11.ª publicação, entre ensaios, romances e traba-lhos académicos. A narrativa de-senrola-se numa vila alentejana,

Almedreia, em quase tudo seme-lhante a Grândola, terra do autor.

As cumplicidades caracterís-ticas de uma pensão dos anos 60 entre os seus hóspedes residen-tes determinam o fio condutor de quase todo o enredo. Trata-se de um microcosmos da sociedade da-quela pequena terra, em que dife-rentes personalidades, graus de

cultura, interesses e modos de es-tar na vida, nada impediam que se desenvolvesse, entre eles amiza-de, estima, lealdade, solidarieda-de e compressão. Paralelamente vive-se nesta história ficcionada uma relação de amor proibido en-tre as duas principais personagens, cujos contextos de origem são dia-metralmente opostos.

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NAIFA nas comemorações do Dia do ConcelhoMundo perfeito

de Pedro e os Lobos

Celina da Piedade apresenta CD“EM CASA”, assim se chama o pri-meiro disco em nome próprio de Celina da Piedade que vai ser apre-sentado no próximo dia 31, pelas 21h30, no auditório do Fórum Cul-tural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira.

Este disco espelha o seu repor-tório variado que vai desde com-posições suas, a temas do cancio-neiro popular, um pouco de fado, músicas de raiz de diversas par-tes do mundo. É uma espécie de biografia musical, ora delicada, ora intensa, sempre cheia de sensibi-lidade e emoção. A entrada é gra-tuita mediante reserva antecipa-da dos bilhetes. D

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“4 à Bulha” animam baile de danças tradicionais europeias

O AUDITÓRIO da Biblioteca Mu-nicipal de Palmela é palco, este domingo, às 16 horas, de mais um baile de danças tradicionais eu-ropeias, promovido por Leónia de Oliveira.

O grupo “4 à Bulha” anima a iniciativa, realizada no âmbito das aulas de danças tradicionais eu-ropeias que, semanalmente, reú-nem muitos entusiastas em Pal-

mela. Dos scotisches ao branle dos cavalos, passando pelo fado bati-do, viras, mazurkas, círculos, val-sas e chapeloises, o quarteto - com-posto por Joana Guiné (sopros e voz), Pedro Prata (mandola) Hugo Osga (percussões, sanfona) e Da-vid Rodrigues (guitarra e viola cam-paniça) - promete uma tarde de muito ritmo e boa disposição. As entradas custam 4 euros.

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“Memorabilia, Replay, Artimanhas do Escondimento” é lançado em AlmadaA PUBLICAÇÃO intitulada “Me-morabilia, Replay, Artimanhas do Escondimento”, é lançada esta tar-de, pelas 18 horas, no Convento dos Capuchos, na Caparica, no con-celho de Almada. Na obra, apre-sentada pelo professor António Camões Gouveia, são abordadas três exposições do artista plásti-co Rui Macedo.

“Memorabilia” é um projeto de instalação de pintura in-situ de Rui Macedo com curadoria de Caroline Menezes, concebido pro-positadamente para o Convento dos Capuchos, na Caparica, apre-sentando-se em três espaços: a Igreja, o Claustro e a sala de ex-posições.

Na exposição, composta por 25 pinturas de diversos tama-

nhos, formatos e enquadramen-tos, Rui Macedo usa a técnica da pintura a óleo para simular o real. Com esta instalação o artista plástico propõe-se transformar, por meio de pinturas, a perce-ção do observador/visitante so-bre a arquitetura do espaço ex-positivo.

Vai estar patente ao público no Convento dos Capuchos, até 31 de outubro, entre as 10 e as 18 horas, de quarta a sábado.

O artista plástico Rui Macedo, nascido em Évora em 1975, é dou-torado em pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, e bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Par-ticipou em exposições em Portu-gal, Espanha e Brasil.

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POLÍTICA

10 Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com

Deputados preocupados com moradores de bairros de azeitão

Os deputados do PSD estiveram reunidos esta semana com

os moradores de Pinhal de Negreiros e Vendas de Azeitão, em Setúbal, manifestando a sua preocupação com o futuro de várias famílias que habitam dois bairros cons-truídos por uma cooperativa de habitação, e que correm o risco de ser despejadas.

Segundo os moradores, a cooperativa, que na déca-da de 80 construiu os prédios, foi declarada insolvente há

um ano e, agora, várias famí-lias podem perder os apar-tamentos para os credores.

O deputado Paulo Ribei-ro, sublinha que esta é uma situação que merece «toda a atenção», até porque es-tão em causa famílias sem grandes recursos, com um grande número de desem-pregados e reformados en-tre elas, em alguns casos com uma saúde débil ou com ele-vada idade.

«Este é um assunto que nos preocupa porque esta-

mos a falar do futuro ime-diato de muitas famílias. Ape-sar da complexidade jurídi-ca da situação, esperemos que se possa arranjar uma solução entre os moradores e as várias entidades envol-vidas», refere.

Também a deputada Eu-rídice Pereira, do PS, esteve recentemente reunida com os referidos moradores da-quela cooperativa. No en-contro estiveram presentes dirigentes e autarcas do PS, do concelho de Setúbal, bem

como o ex e último Gover-nador Civil, Macaísta Ma-lheiros. A deputada ‘rosa’ já enviou um requerimento ao Governo relativamente ao problema que aflige os mo-radores com quem se en-controu.

A deputada perguntou ao ministro Moreira da Sil-va se «tem conhecimento da

situação exposta, e, em con-creto, qual é a posição do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana na Co-missão de Credores», e so-bre «que resposta se prevê dar aos proprietários, de di-reito, das aludidas frações», indagando ainda sobre «qual a posição do Governo em face da realidade social des-

crita». Contudo, Eurídice Pe-reira reconhece que aque-las vivem «tempos difíceis».

Em seu entender, «não estamos perante um proces-so de insolvência normal, não só porque estão em cau-sa o património de 41 famí-lias, mas, sobretudo, porque o IHRU é um dos principais credores».

Deputados do PSD com moradores que habitam bairros construídos pela cooperativa falida

DR

Comunistas contra aumentos das rendas em bairros de Almada A ASSEMBLEIA da União das Freguesias da Caparica e Tra-faria, reunida recentemen-te, repudia os aumentos das rendas pretendidos pelo Go-verno para os Bairros Ama-relo e Branco.

Estes moradores têm sido alvo de um processo de ac-tualização das rendas das casas, propriedade do Ins-tituto da Habitação e da Rea-bilitação Urbana.

Aquele instituto deu a co-nhecer o valor que cada in-quilino/família passa a pa-gar, assistindo-se a «brutais aumentos que colocam sé-rias dificuldades» às famílias.

Tendo em conta a reali-dade socioeconómica das famílias, «fortemente pena-lizada» pelos cortes nos sa-lários, os eleitos dizem que é «inaceitável» que o Gover-no se comporte como qual-quer «especulador da polí-tica de habitação».

A Assembleia da União das Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Caci-lhas, reunida recentemente, apela à manu-tenção de uma escola pública «gratuita e

de qualidade», pois o direito à educação e ao ensino é «fundamental, individual e co-lectivo», pelo que constitui um pilar «estru-turante» da democracia.

Os deputados do PSD criticam os «avan-ços e recuos» na construção do novo Cen-tro de Saúde de Sines. Bruno Vitorino lem-bra que já há terreno e projecto aprovado

e que já existiu co-financiamento assegu-rado mas que «os avanços e recuos colo-cam em causa a credibilidade do Estado junto das pessoas», lamenta.

Comunistas querem melhor escola pública PSD defende centro de saúde de Sines

Os deputados do PSD e PS estão a acompanhar o processo de 41 famílias de bairros de Azeitão que podem perder a qualquer momento as suas habitações. Tudo porque a cooperativa que construiu as casas foi declarada insolvente.

Pub.

BE reclama urgência no centro de saúdeda Baixa da BanheiraOS DEPUTADOS do BE, João Semedo e Mariana Aiveca, entregaram na Assembleia da República um requerimen-to em que questionam o Go-verno sobre o Centro de Saú-de da Baixa da Banheira.

Estes deputados querem saber onde e quando vai ser construído a referida unida-de de saúde, bem qual a quantidade de médicos de família necessários para pôr a unidade a funcionar.

Jaime Semedo e Maria-na Aiveca relembram que há muito que a população da Baixa da Banheira, que ascende às 21 mil pessoas, reivindica a construção de um novo edifício para o seu centro de saúde. E que um ofício da Administração Re-gional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, de 2014, con-firma “a necessidade de cons-trução desta nova unidade de saúde”, acrescentando que esta irá melhorar a “aces-sibilidade dos utentes e as condições de trabalho dos

profissionais de saúde”.No entanto, sublinham

que nada é referido quanto à concretização deste projeto, designadamente, quando vão iniciar-se as obras para a construção do novo Centro de Saúde da Baixa da Banhei-ra ou quando se prevê que as mesmas estejam concluídas.

Para os bloquistas, é «es-sencial que a população pos-sa aceder aos cuidados de saúde de proximidade de que necessita e aos quais tem direito, como tal, é necessá-rio aferir quando vai ser dis-ponibilizado este centro de saúde à população».

Mariana Aiveca

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A terceira eliminatória da Taça de Portugal joga-se este fim--de-semana e conta já com

a presença de clubes da primeira divisão. O Vitória de Setúbal recebe o Arouca naquele que é um dos dois únicos jogos que junta primodivi-sionários. O outro é o jogo grande desta eliminatória, que se joga no estádio do Dragão e vai deixar fora da corrida o Porto ou o Sporting.

A equipa do Bonfim que já con-quistou o troféu por três ocasiões, nas épocas de 64/65, 66/67 e 2004/2005 e que conta com 62 par-ticipações nesta que é a segunda competição mais importante do calendário nacio-nal, recebe a equipa do Arouca no domingo, às 19 horas.

As duas equipas, na classifi-cação da I Liga, estão separadas

apenas por um ponto, com van-tagem para o clube verde e bran-co. Nos confrontos entre as duas

formações, apenas os dois jogos referentes à I Liga da época passa-da, o saldo é também equilibrado. Em casa, o Vitória venceu o Arou-

ca por um zero, no estádio muni-cipal de Arouca o resultado foi igual a favor dos homens da casa.

É neste jogo de equilíbrio en-tre as duas equipas que se vai de-

senrolar a partida de domingo. No Bonfim, a última partida marcou o regresso do Vitória aos triunfos, frente ao Nacional da Madeira, por duas bolas a zero, e os adeptos de-vem apresentar-se em força em mais um jogo em casa. Apesar de um início de época menos bom, a equipa comandada por Domingos Paciência tem vindo a recuperar e nas duas últimas jornadas conquis-tou quatro pontos. O Arouca vem de duas derrotas consecutivas, fren-te à Académica e ao Benfica.

DESPORTO

Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com 11

Fernando Neutel apresenta, este sábado, a partir das 18 horas, na Casa da Cultura, em Setúbal, o livro “O Golfe - Ferramenta de Ex-celência”. O livro, uma edição da Prime Books

que aposta na publicação de obras na área do desporto, será apresentado por Luís Al-ves Lourenço, numa iniciativa aberta aos adeptos do golfe e do desporto em geral.

Os patinadores do Clube de Patinagem do Sado que participaram no Campeonato do Mundo de Patinagem Artística, em Espanha, conquistaram um 11º e um 17º lugar nas va-

riantes de grupos grandes e grupos peque-nos, respetivamente. Os atletas sadinos fo-ram os únicos a representar o país, entre mais de mil atletas oriundos de 32 países.

Livro sobre golfe na Casa da Cultura Patinadores setubalenses brilham no Mundial

Kiko, o defesa esquerdo do VFC

Ainda perduram os justifi-cados clamores propor-cionados pela magnífica

vitória de Portugal no “Europeu” de Ténis de Mesa, realizado em Lisboa. Foi, de facto, notável a pres-tação dos lusitanos que, curiosa-mente, não actuam no nosso país, cumprindo missões profissionais além-fronteiras.

Foi uma óptima propaganda da modalidade em período lou-vável para melhor, uma mudan-ça de sinal mais que dá gosto as-sinalar.

Há meio século, por aí, quan-do desempenhava funções jorna-lísticas no saudoso “Mundo Des-portivo”, o ténis de mesa (mais co-nhecido na gíria por “ping-pong”) justificava interesse e atenção es-peciais a tal ponto que as edições do jornal esperavam, em jeito de última-hora, pelos resultados de despiques vincadamente popula-res entre as formações do Miran-tense, Monte Pedral, Intendente, Boa Hora, etc.

O Benfica, com toda a sua for-ça e paixão, dominava a modali-dade, com Oliveira Ramos e Fran-cisco Campos, como “craques” muito aplaudidos.

Estávamos, então, na viragem temporal das décadas de 50/60 quando não se pensava em bri-lharetes europeus…

A mudança, em termos de qua-lidade e impacto geral, ocorreu agora com este tão apreciado su-cesso de repercussão mundial. E que bom foi verifica-lo!

E é de mudança que vos que-ro falar neste texto, passando do “reino” do ténis de mesa para o do futebol.

Desde há muito que se apon-ta o dedo à FIFA pela sua tão de-sagradável teimosia quanto a pro-postas de mudanças.

O clássico “association”, pre-dominantemente “british”, leva já 150 anos de vivências, desde os tempos heróicos de não haver guar-da-redes à época actual das tec-nologias aplicadas.

As propostas de mudanças re-gulamentares têm vindo a inten-sificar-se e na recente cimeira dos treinadores de elite realizada em Nyon (Suíça) tal aconteceu, com controlada intensidade e/ou ou-sadia.

A FIFA continua a adoptar um índice elevado de reticência para desagrado de muitos, com apre-ciável participação de portugue-ses, tal como sucedeu em Nyon,

através de Jorge Jesus, experien-te técnico do Benfica.

E é sob o signo da mudança que continua a falar-se do acerto lógico da medida das balizas (de 7,32x2,44m para 7,5x2,5m), das ex-pulsões temporárias (5 ou 10m), dos “time-outs” como noutras mo-dalidades (1 em cada meio tem-po), da 4ª substituição exclusiva para lesão de guarda-redes, dos lançamentos laterais com os pés, dos cantos curtos, de meio cami-nho, conforme os lances que lhes deram origem, do tempo de jogo tripartido (2 intervalos retempe-rantes), das penalidades, da colo-cação de “olho mágico” (e infalí-vel), sobre as linhas de golo, nas balizas, da penalização para os que, de motu próprio, sugerem aos ár-bitros a exibição de cartões, em jeito de intoleráveis “queixinhas”.

Sem esgotar a matéria, somen-te ao “correr da pena”, como sói dizer-se, atei 10 hipóteses de de-sejadas melhorias das regras do futebol face às quais a FIFA não disfarça a tendência de resistir aos pontos de mudança.

E como o big boss actual, o tão controverso Mr. Blater, já revelou que pretende recandidatar-se para o cargo cimeiro, não há muito a esperar dos louváveis intuitos de fazer frente ao tradicionalismo em excesso.

Valha-nos a magnífica mudan-ça de popularidade e apreço pro-porcionado pelos sucessos inter-nacionais do Ténis de Mesa!

David SequerraColaborador

Sob o signo da mudança…

Festa da Taça de Portugal regressa este fim-de-semana

Vitória em casa; Cova da Piedade e Amora fora

DR

“ A mudança, em termos de qualidade e impacto geral, ocorreu agora com este tão apreciado sucesso de repercussão mundial. E que bom foi verificá-lo! ”

Cova da Piedade e Amora fora de portasPara além do Vitória, o distrito conta com mais duas equipas nesta terceira ronda da Taça de Por-tugal – o Cova da Piedade e o Amora. As duas equi-pas defrontam clubes da II Liga no que se avizi-nham tarefas complicadas, até porque os jogos são fora. O Cova da Piedade, líder da sua série no cam-peonato nacional de seniores, defronta o Chaves, quinto classificado da II Liga, com 17 pontos, em dez jogos. O jogo, no estádio municipal Engenhei-

ro Manuel Branco Teixeira, realiza-se no domin-go às 15 horas.

O Amora, a militar no campeonato distrital da Associação de Futebol de Setúbal, tem tarefa es-pinhosa na deslocação a Santa Maria da Feira ape-sar de ir defrontar um Feirense aflito que conquis-tou apenas sete pontos em trinta possíveis e que é penúltimo na classificação geral. A partida joga--se este sábado, às 19 horas.

Três clubes emblemáticos da região jogam para a Taça de Portugal. Quais irão passar a eliminatória?

Marta David

V. Setúbal recebe o Arouca no Bonfim este domingo

O estádio do Bonfim vai receber este domingo o primodivisionário Arouca

DR

Kiko fica no V. Setúbal até 2018O DEFESA, Kiko, chegou a acordo com a V. Setúbal para a renovação de contrato por mais três tempora-das, ficando no clube até 30 de Ju-nho de 2018.

O internacional Sub-20, ligado ao clube desde os 9 anos ,efectuou toda a sua formação desportiva com

a camisola verde-e-branca.Kiko, 21 anos, confessa: «Este sem-

pre foi o meu desejo, o Vitória é a mi-nha casa. Encaro esta renovação como uma aposta em mim, enquan-to jogador, e quero corresponder às expectativas. Vou continuar a dar tudo pelo Vitória», afirmou.

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NEGÓCIOS

12 Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com

Setúbal entrana corrida ao terminalde contentores

A Comunidade Portuária de Setúbal (CPS) garante quem não há «qualquer

vantagem» na construção de um novo terminal de contentores no Barreiro, perante «a ampla capaci-dade instalada, disponível e suba-proveitada já existente no porto de Setúbal», refere, alertando ainda para as «excelentes ligações rodo e ferroviárias e boas acessibilidades marítimas».

Recorde-se que há semana foi a Comunidade Portuária de Lis-boa que questionou a solução Bar-reiro, preferindo a construção do novo terminal do lado de lá do Tejo, mas para a CPS é o porto de Setú-bal que «exige uma rigorosa aná-lise comparativa, não só das ca-pacidades existentes, mas sobre-tudo das vantagens e desvanta-gens em rentabilizar estruturas já disponíveis».

É que para a CPS, a constru-ção de um novo terminal de con-tentores traduz «um desperdício de recursos», recordando que a «atividade portuária é fortemen-te sensível aos benefícios de es-cala», pelo que o facto de existir já no porto de Setúbal uma «infraes-trutura com ampla capacidade dis-ponível para servir o mercado atual e o esperado aumento do tráfego de contentores afeto à região da grande Lisboa, no segmento do ShortSea (infraestrutura portuá-ria para navios mais pe-quenos que fazem o transporte marítimo en-tre países europeus), en-tendemos ser Setúbal a opção mais adequada e a mais competitiva», diz ainda a mesma organização.

A direção da Comunidade Por-tuária, que opta por não destacar nenhum dirigente para falar em nome desta estrutura, alerta que Setúbal oferece uma área de 22

hectares, sendo o segundo termi-nal do país – apenas superado por Sines – ao nível da capacidade fer-roviária, o que é considerado como fundamental para garantir o mais rápido e eficaz tráfego de conten-tores.

«Tendo em conta todo o am-biente concorrencial já existente, em matéria de tráfego deepsea, en-tende a CPS que uma política pre-ferencial de incentivo e suporte ao transporte marítimo de curta dis-tância é a que mais se adequa às

características do nos-so mercado de influên-cia e da nossa posição geográfica», insiste. Avança também que «to-dos os estudos das mais

conceituadas consultoras que ras-treiam o tráfego marítimo mun-dial, apontam para essa conclu-são que, de resto, é assumida pela Comissão Europeia como priori-dade estratégica das políticas de transporte».

O Tróia Design Hotel e o Casino de Tróia vão realizar a sua Passagem de Ano, com um espectáculo das Angels de Monte Car-lo. Três mulheres e um homem de quatro

destinos trazem a sua influência cultural para completar um estilo único de músi-ca e dança. Não perca, a atuação das An-gels para entrar da melhor maneira em 2015.

O porto de Sesimbra acolheu o 29.º Encon-tro da Confraria Marítima. Durante o even-to, as mais de três dezenas de participan-tes, além de assistirem a uma apresentação

do porto local, focada nas suas vertentes de pesca e de recreio, visitaram a Docapesca, a lota de Sesimbra e a ArtesanalPesca. O encontro terminou com almoço-convívio.

‘Réveillon’ Tróia com Angels de Monte Carlo Confraria Marítima visitou porto de Sesimbra

Depois das investidas da comunidade portuária de Lisboa em ‘travar’ o novo terminal de contentores para o Barreiro, surge agora uma nova disputa. Os operadores do porto de Setúbal dizem não fazer sentido o projeto nas margens do Tejo, quando há capacidade instalada e subaproveitamento na plataforma sadina.

O projetado terminal de contentores para o Barreiro merece também o chumbo da comunidade portuária de Setúbal

Barreiro resguardadoComo o Semmais avançou há uma semana, o Barreiro tem sido o con-celho na linha da frente para receber o terminal de contentores desti-nado a aumentar a capacidade portuária de Lisboa, depois da desis-tência da Trafaria. Ao contrário da contestação que mereceu no con-celho de Almada, o projeto sempre agradou à autarquia do Barreiro, tendo o presidente da Câmara, Carlos Humberto, vindo a declarar-se «satisfeito», depois de ter conhecimento que o município passou a ser «único local que está a ser estudado» para receber a infraestrutura portuária de águas profundas.

Porém, para CPS, «a existir algum potencial na opção Barreiro, de-verá ser resguardado para e quando houver aumento da procura que justifique uma nova construção em infraestruturas portuárias de raiz», alegando que os fatores de custo associados a dragagens de manu-tenção e a impactos ambientais de elevada relevância, «terão sempre de ser rigorosamente equacionados, de modo à salvaguarda de deci-sões mais realistas e dimensionadas às nossas melhores opções es-tratégicas».

No dia 23 de setembro, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse estar sem pressa para anunciar a decisão so-bre a localização do terminal de contentores da região de Lisboa, as-segurando que ainda não está decidido onde vai ser construído.

Roberto Dores

Setúbal com tudo para fortalecer tráfego ‘deepsea’

JMF lança novas colheitasA JOSÉ Maria da Fonseca, de Azei-tão, lançou novas colheitas dos vi-nhos do Douro: o Domini 2012 e o Domini Plus 2011.

Quando em 2000, com o objec-tivo de ultrapassar a imagem de uma empresa produtora de âmbito re-gional, a JMF percebeu que o vale do Douro era, de facto, a única das regiões vitivinícolas capaz de gerar valor acrescentado. Os objectivos passavam por optimizar a excelên-cia das castas e dos vinhos do Dou-

ro, e associá-los à imagem e credi-bilidade da JMF.

A aquisição da Quinta de Mós, no Douro Superior, permitiu a con-cretização destes objectivos, que se materializaram na produção des-tesdois tintos.

O Domini 2012 é ideal para acom-panhar com carnes vermelhas gre-lhadas ou assadas e queijos de pas-ta mole. Já o topo de gama, deve acompanhar carnes assadas, caça e queijos de pasta mole.

APS marcou presença na Mar Algarve Expo para promover o cluster marítimoA ADMINISTRAÇÃO dos Por-tos de Sines e do Algarve (APS) esteve presente na Mar Algarve Expo, que decorreu na Arena de Portimão, entre 9 a 11 de outu-bro. O evento foi inaugurado pelo secretário de Estado do Mar, Ma-nuel Pinto de Abreu, que visitou o stand da APS acompanhado por José Pedro Soares, adminis-trador da empresa.

Este evento pretende ser um marco no panorama regional e nacional, com vista à promoção de todos os agentes que se rela-cionam com a economia do mar, tendo contado com uma verten-te de exposição e outra em for-mato de seminários técnicos, onde foram debatidas as questões que preocupam a região do Algarve e os empresários que se relacio-

nam com o cluster marítimo.Neste âmbito, o presidente

do conselho de administração da APS, João Franco, participou no seminário “A integração de políticas públicas no modelo de desenvolvimento do mar Algar-vio”, onde apresentou o mode-lo de desenvolvimento integra-do dos três portos Sines, Faro e Portimão.

DR

Page 13: Semmais 18 outubro 2014

Sábado • 18 outubro 2014 • www.semmaisjornal.com 13

Pub.Pub.

Pousada de Setúbal fecha para obras em Novembro no Forte de S. Filipe

A Pousada de Setúbal, loca-lizada no interior do Forte de S. Filipe, vai encerrar,

provisoriamente, a partir de 1 de Novembro devido a problemas de estabilidade no Forte e para evitar riscos de derrocada. Esta medida prende-se com o estado de degradação do pavimento, junto à pousada, e em alguns túneis inte-riores, o qual se agrava durante o período das chuvas.

Leonor Costa, diretora de ma-rketing e imagem do Grupo Pes-tana, entidade que explora a pou-

sada, diz que o Forte «apresenta problemas em matéria de estabi-lidade que se agudizaram no In-verno passado», esclarecendo ain-

da que «em determinadas áreas do Forte são visíveis as fissuras que determinam a mencionada fragilidade».

No que diz respeito aos traba-lhadores, Leonor Costa esclarece que irá ser definido um plano de recolocação dos colaboradores noutras unidades do grupo, não sabendo apontar a data da reaber-tura da pousada.

As obras, a cargo do municí-pio, serão efetuadas no âmbito de um protocolo celebrado com a Di-recção Geral do Tesouro e Finan-ças, tendo a autarquia pedido apoio técnico para o acompanhamento dos trabalhos que se prendem com a impermeabilização e tratamen-to dos terrenos mais danificados e vulneráveis. A Direcção Geral do Património Cultural, a quem cabe a apreciação patrimonial, já se mos-trou disponível para colaborar no processo.

O município, ao ter conhecimen-to desta intervenção, está interes-sado em saber os procedimentos que serão adoptados para manter o monumento aberto ao público.

António Luís

Degradação e fissuras manifestam fragilidade do monumento e intervenção é urgente

Monumento deverá manter-se aberto ao público

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VW Autoeuropa propõe aumento salarial de 1,6 por cento

A VOLKSWAGEN Autoeuropa propôs aos trabalhado-res um aumento salarial de 1,6 por cento. O valor avançado pela empresa é superior ao apresentado na pro-posta inicial de 11,6 por cento. Ain-da assim, os funcionários não con-cordam e reivindicam um aumen-to superior a 3 por cento.

Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores refere que o acor-do também está a falhar no que diz respeito à organização do tra-balho. «A empresa mostra-se ir-redutível a qualquer alteração, seja de horários, seja de intervalos».

Depois de alcançarem um acor-do entre os trabalhadores e a ad-ministração, o documento será, assim, discutido em plenário com os trabalhadores, a quem caberá a decisão final por voto secreto.

O acordo deverá entrar em vi-gor ainda este mês, tendo um pra-zo de um ano.

Os problemas detetados, no pavimento e em alguns túneis interiores ameaçam o forte de derrocada. A partir do dia 1 de Novembro encerra para renascer menos frágil.

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Os primeiros resultados da investigação que está a ser levada a cabo pela Univer-

sidade de Wuppertal, na Alemanha, confirmam que Santiago do Cacém poderá ser mesmo uma referência nacional em termos de benefícios na saúde e bem-estar provocados pela incidência da luz solar. A apresentação destas primeiras conclusões decorreu no passado dia 8 de Outubro, na sala de sessões do município.

O estudo está a ser desenvol-vido, em simultâneo, em Santia-go do Cacém e na Alemanha, com

os resultados portugueses a su-perarem claramente os registos alemães. O estudo demonstra que o Delta, a diferença entre o azul e o vermelho em Portugal, repre-senta «quase o dobro daquilo que se passa na Alemanha, o que per-mite concluir que há uma grande diferença entre a luz da manhã e a luz da noite», sublinha Sebastian Schnieder, um dos investigadores responsáveis pelo estudo.

«Fizemos alguma pesquisa in-teressante em laboratório, na Ale-manha, e depois soubemos da in-cidência diferente da luz em San-tiago do Cacém. Os resultados pre-liminares vieram confirmar isso mesmo e até excederam as expec-tativas», assegura Sebastian Sch-nieder. O investigador alemão ex-plica que «a diferença entre a luz fria da manhã – a luz azul – e a luz quente da noite – a luz vermelha - é muito maior do que na Alema-nha e isso deverá contribuir para que as pessoas aqui tenham uma saúde melhor». A curiosidade é grande a propósito dos resultados finais da investigação, que os in-vestigadores alemães pensam po-

der apresentar em fevereiro de 2015. Depois desta avaliação sobre a in-cidência da luz em Santiago e na Alemanha, o objetivo «é também perceber, num próximo estudo, o comportamento individual das pes-soas quando expostas a esta luz e quais são mesmo os benefícios ao nível da saúde e bem-estar».

Para o vereador do município, Albano Pereira, a investigação é

«benéfica» para o município, con-gratulando-se por Santiago do Ca-cém receber «um estudo desta en-vergadura». O autarca mostra-se ainda «muito mais feliz com os re-sultados» obtidos até à data e iden-tifica potencialidades «na saúde, turismo e empreendedorismo».

Relembre-se que «desde o tem-po da antiga Miróbriga romana, com templos e termas, hoje cen-

tro arqueológico em Santiago do Cacém, a luz nesta região é men-cionada como diferente. Pela al-titude sobre o mar, a distância para o Atlântico, a distribuição sobre montes e vales, é suposto a luz que-brar-se aqui de forma própria». É nesta linha que os responsáveis da universidade alemã justificam a pertinência da investigação e a escolha de Santiago do Cacém.

LOCAL

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LOCAL LOCAL

Estudos provam benefícios da luz solar em Santiago

Misericórdia da Moita propõe viagem à Idade Média

Montijo valoriza folclore do concelho“FOLCLORE e Folclorização no Montijo – Trânsitos e Encontros da Música e da Dança”, de Maria Pestana e Jorge Ribeiro, é o livro que o município lança este sába-do, às 16 horas, na galeria muni-cipal.

Este 13.º volume da Coleção Estudos Locais, criada pelo mu-nicípio, para dar a conhecer es-tudos alusivos à cultura local, desde os tempos mais longínquos à atualidade, pretende contribuir para «a valorização da cultura montijense e para o desenvolvi-mento da cultura regional e na-cional».

Os autores abordam a ativi-dade dos grupos e ranchos fol-clóricos, realizam também con-siderações metodológicas e le-vantam questões teóricas inova-doras e muito atuais no âmbito da etnomusicologia e da antro-pologia, contextualizando o do-mínio folclórico no plano da di-nâmica montijense atual.

A MISERICÓRDIA de Alhos Ve-dros assinala, este sábado, a par-tir das 18 horas, o 514.º aniversá-rio de uma forma diferente. A fes-ta, que se prolonga pela noite fora, transporta-nos para o fim da Ida-de Média, início do Renascimen-to, através de um conjunto de ati-vidades e espetáculos, no Largo da Misericórdia, em Alhos Vedros.

Tudo se irá desenrolar com base na encenação de um “julgamento de prevaricadores”, na praça pú-blica, pelo Núcleo de Artes Perfor-mativas da Moita “Moinhos de Ven-to”. Cânticos gregorianos e outros cânticos medievais e líricos, “A Roda dos Enjeitados”, atuação do Gru-po de Danças Antigas, Dança Orien-tal, espetáculo de fogo e circo de rua e jantar medieval, são algumas das iniciativas que estão a ser pre-paradas para comemorar o 514º aniversário da Misericórdia de Alhos Vedros.

A União de Freguesias de Pegões comemo-ra este domingo, o seu 1.º aniversário com um programa diversificado no pólo da fre-guesia, em Pegões Velhos.b Durante a ses-

são solene, de manhã, é inaugurada a loja solidária e do transporte solidário, as quais visam melhorar a qualidade de vida da po-pulação. Há também animação musical.

A Escola Superior de Educação do Institu-to Politécnico de Setúbal organiza o semi-nário “Entre a teoria, os dados e o conheci-mento: Investigar práticas em contexto”,

dia 30, às 8h45, no anfiteatro daquela es-cola, em Setúbal. O seminário procura in-citar o debate entre os participantes sobre novos conceitos e técnicas investigativas.

Pegões festeja 1.º aniversário Seminário internacional na ESE

Foi no salão nobre do município de Santiago do Cacém que decorreu a apresentação dos resultados preliminares

Investigadores da Universidade de Wuppertal, na Alemanha, explicaram todo o processo do estudo em Santiago

AS COMEMORAÇÕES do 131.º dos Bombeiros Voluntários de Setúbal realizam-se este domin-go, com atividades que incluem a inauguração de uma ambulân-cia e a assinatura de um proto-colo de parceria.

As celebrações começam com o hastear da bandeira nos quar-téis de Setúbal e de Azeitão, às 9 horas, a que se segue romagem ao cemitério de N.ª Sr.ª da Pie-dade para deposição de flores no talhão dos bombeiros.

O resto das comemorações

decorre no quartel de Setúbal, com receção às entidades con-vidadas, às 10h45, e sessão sole-ne, às 11 horas. Esta inclui alocu-ções, condecorações, promoções e assinatura de protocolo de par-ceira e colaboração entre os Bom-beiros de Setúbal e a Liga dos Bombeiros Portugueses no âm-bito do Centro Internacional de Gestão de Emergências.

Antes do almoço comemora-tivo, os bombeiros inauguram uma ambulância que reforça os meios da corporação.

Seixal reforça programa de eficiência energética

6 900 LUMINÁRIAS vão ser subs-tituídas no concelho. A decorrer des-de janeiro, o programa de eficiência energética, que se estende até 2015, pretende poupanças significativas e um maior índice de eficiência ener-gética na iluminação pública. Vão ser colocadas 6 300 novas luminá-rias, substituindo as armaduras em vapor de mercúrio por luminárias de sódio de alta pressão. Vão tam-bém ser trocados seiscentos focos luminosos por luminárias com tec-nologia LED.

DR

Iluminárias em substituição

António Luís

Investigadores de uma universidade alemã deslocaram-se a Santiago para explicar os benefícios da luz solar que faz bem a várias doenças. Autarcas satisfeitos com os resultados.

Bombeiros Voluntários de Setúbal em festa

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Barreiro acolhe concertos no âmbito do Mês da Música

OS PALCOS do Barreiro têm re-cebido vários espetáculos no âm-bito do Mês da Música. Este do-mingo, no auditório Augusto Ca-brita, realiza-se o “Concerto de homenagem aos militares de Abril”, com a atuação da banda do Bar-reiro e do coral TAB. No dia 25, o AMAC recebe o concerto de ho-menagem a Adriano Correia de Oliveira intitulado “Cantar Adria-no, Barreiro”. Os ingressos cus-tam dois euros.

Almada investe em nova bibliotecaO NOVO equipamento cultural da Trafaria, inaugurado no passado dia 7, é composto por biblioteca, bebeteca, mediateca e por salas multiusos e para o movimento as-sociativo. O investimento ronda os 45 mil euros.

A biblioteca é fruto do traba-lho promovido pela Junta da União de Freguesias de Caparica e Tra-faria, em conjunto com a Associa-ção Ensaios e Diálogos e com a comunidade local, com o apoio da

Câmara Municipal de Almada.Durante a inauguração, Tere-

sa Paula Coelho, presidente da Jun-ta da União das Freguesias de Ca-parica e Trafaria, afirmou que se trata de «um projeto com todos e para todos».

Já Joaquim Judas, presiden-te do município, afirmou que o novo espaço é «um pequeno exem-plo de que, quando juntamos for-ças, é possível fazer uma Trafa-ria melhor».

Sines estuda alteração de taxas A PROPOSTA de 2.ª alteração do regulamento e taxas do mu-nicípio está em discussão públi-ca até este sábado. Os interes-sados em participar deverão apresentar as observações ou sugestões por escrito, dirigidas ao presidente da Câmara.

A proposta destina-se a dar cumprimento a várias exigências legais que têm efeitos na ativida-

de dos serviços da autarquia.São introduzidas novas taxas,

mercê da prestação de novos ser-viços pela autarquia, é alterada a denominação de taxas pré-exis-tentes, de forma a uniformizar a terminologia utilizada pelos vá-rios níveis de administração, e são revistos os quantitativos de algumas taxas. As alterações ar-rancam no início de 2015.

DR

Banda Municipal do Barreiro

Sesimbra reduz dívida

Grândola investe 22 mil euros na requalificação da biblioteca

A BIBLIOTECA municipal reabriu ao público após requalificação or-çada em cerca de 22 mil euros. Os trabalhos centraram-se no tra-tamento do pavimento, alteração da iluminação e pintura interior ao nível da sala de leitura de adul-tos, átrio, auditório e espaço dos serviços técnicos.

O espaço, inaugurado em 1989, tem um fundo documental cons-tituído por um vasto conjunto de documentos, em diversos supor-tes, organizado por áreas temáti-cas. Inclui monografias, publica-ções periódicas, documentos mul-timédia, e documentos audiovi-suais, de ficção e não-ficção.

A maior parte dos documen-tos encontra-se em livre acesso e pode ser consultada ou ter em-préstimo domiciliário. No final do mês, a biblioteca completa 25 anos. Do programa fazem parte encon-tros com autores, teatro e cinema. Não deixe de visitar este novo es-paço cultural que acaba de ganhar mais dinamismo.

O MUNICÍPIO de Sesimbra reduziu a dívida total em cerca de 5,5 milhões de euros, no período compreendi-do entre agosto de 2013 e agosto do presente ano de 2014, passando de 36,6 para os 31 milhões.

Neste período, a dívida de curto prazo desceu dos 16,1 para menos de 9 milhões, uma diferença na or-dem dos sete milhões.

O «bom desempenho» nas con-tas, segundo o município, foi igual-mente decisivo na diminuição do prazo médio de pagamento a for-

necedores, que passou dos 304 dias, em 31 de dezembro de 2012, para os 106 dias, em 30 de junho de 2014.

«O objetivo da autarquia passa por continuar a reduzir a dívida e saldar os compromissos com maior celeridade, o que deverá ser con-seguido com a continuação do es-forço de contenção da despesa e ri-gor orçamental, sem pôr em causa o serviço às populações que se pre-tende cada vez melhor», refere fon-te do município de Sesimbra.

Alcácer distingue alunos com méritoO MUNICÍPIO entrega este sá-bado, os Prémios de Mérito Es-colar Municipal aos melhores alunos do concelho, que se des-tacaram pelo empenho no tra-balho desenvolvido durante o ano letivo de 2013/ 14. A entre-ga está agendada para as 15h30, no Salão Nobre.

São distinguidos três alunos do 2.º e três do 3.º ciclo do ensi-no básico, e um do ensino se-cundário, que tiveram «grandes desempenhos escolares e que merecem ser destacados pelo seu trabalho e empenho».

Também há cheques de 150, 250 e 400 euros para entregar.

O MUNICÍPIO de Palmela tencio-na abrir ao público e às associa-ções, até ao final do presente ano, o Centro Comunitário de Águas de Moura, onde funcionou o quar-tel dos bombeiros locais.

O edifício continua a ser recu-perado, tendo as intervenções ar-rancado em junho, com a remoção da antena desativada no topo do imóvel e a recuperação de caixi-lharias, entre outras beneficiações. Trata-se da segunda fase das obras, após a partida das andorinhas, por imposição do Instituto de Conser-vação da Natureza e das Florestas.

«Todo o processo foi partilha-do e acordado com a comunida-de e, em particular, com o movi-mento associativo local, em reu-nião pública realizada no âmbito da semana dedicada à Marateca, em fevereiro deste ano», sublinha

o presidente da Câmara Munici-pal de Palmela, Álvaro Amaro.

O equipamento, depois de inau-gurado oficialmente, irá estar aber-to a tempo inteiro, como recurso multifacetado para a comunidade de Águas de Moura, acolhendo, além

do movimento associativo e das valências como espaço cultural, que inclui galeria de exposições e palco de atividades artísticas di-versas, bem como espaços de aten-dimento à população e de apoio à juventude, entre outros.

O Teatro Estranhamente Lou-co e Absurdo (TELA), com quem já havia sido estabelecido um acor-do prévio de cedência de um es-paço no edifício, é uma das enti-dades participantes neste projeto e já se encontra a utilizar o espa-ço, com vista à apresentação das várias representações da peça de teatro “A Casa Mal Assombrada”, encenada por Luís Vieira. Também a Associação de Festas de S. Pe-dro da Marateca já utilizou o an-tigo quartel dos bombeiros de Águas de Moura para preparação da sua marcha popular.

DR

Palmela abre centro comunitário até ao final do ano em Águas de Moura

Alcochete altera circulação rodoviária no Samouco O MUNICÍPIO acaba de apro-var, por unanimidade, a alte-ração da circulação rodoviá-ria no Samouco. Em causa está a circulação na Rua Ruy de Sou-sa Vinagre e nos arruamentos adjacentes, onde se verifica, com regularidade, excesso de velocidade e estacionamento que dificulta circulação do trân-sito nos dois sentidos.

«Esta é uma área com al-guma conflitualidade em ter-mos de tráfego. Além da Rua Ruy de Sousa Vinagre, que apre-senta passeios estreitos e es-tacionamento que dificulta o trânsito nos dois sentidos, tam-bém no cruzamento entre este arruamento e a Rua Mouzinho Albuquerque registam-se, com regularidade, acidentes rodo-viários, apesar de lá estar si-nalização adequada».

INICIATIVAS

AMAC retoma atividadeO auditório Augusto Cabrita, no Barreiro, retomou a progra-mação cultural com as famí-lias, ao fim-de-semana, com o projeto AMAC Júnior. Até de-zembro, apresenta um conjun-to de eventos de natureza ar-tística nas áreas da dança, mú-sica, teatro, multimédia e cine-ma. O próximo espetáculo, de teatro e dança, é “A Sopa de Je-rimu”, dia 26, pelas 16 horas.

Sete alunos são distinguidos

Colóquiodo poder local“O Poder Local: Uma Perspeti-va Histórica” é o tema do coló-quio que o município da Moita realiza dia 25, entre as 9h30 e as 18 horas, no moinho de maré, em Alhos Vedros, uma iniciati-va que se insere nas comemo-rações dos 500 Anos do Foral de Alhos Vedros.

Gente Ativa abre inscriçõesNo Grupo Desportivo de Sesim-bra, estão abertas inscrições para o programa de intervenção Gen-te Ativa, que tem como objeti-vo sensibilizar a população, com mais de 18 anos, para a impor-tância da atividade física regu-lar. A participação custa 10 eu-ros por mês e o pagamento de um seguro anual desportivo no mesmo valor. A mensalidade é paga ao Grupo Desportivo.

Mercadinhos animam terraçoOs “Mercadinhos de Palmela” regressam ao terraço do mer-cado de Palmela, este sábado, das 10 às 18 horas. A iniciativa, que decorre até 1 de novembro, com regularidade quinzenal, reúne produtos locais e de pro-dução biológica, velharias, co-lecionismo, artesanato e artigos em segunda mão. O projeto pre-tende contribuir para a dinami-zação comercial e turística do núcleo mais antigo da vila.

Mês das bibliotecas O mês e dia das bibliotecas es-colares estão a ser assinalados em Setúbal com várias ativida-des comemorativas que incluem animações de leitura, ateliers te-máticos e encontros com auto-res. “A tua Biblioteca Escolar: um mapa de ideias” dá tema ao Mês Internacional das Bibliote-cas Escolares, iniciativa à qual o município se associa pelo 11.º ano consecutivo. Em Setúbal, decorrem acções em mais de 40 espaços de aprendizagem.

Edifício está em recuperação

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