Senar 133 Leite In62

download Senar 133 Leite In62

of 47

Transcript of Senar 133 Leite In62

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    1/47

    Coleo SENAR 133

    LEITEProduo de leite

    conforme InstruoNormativa n 62

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    2/47

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

    Presidente do Conselho DeliberativoSenadora Ktia Abreu

    Entidades Integrantes do Conselho Deliberativo

    Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil - CNAConfederao dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG

    Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPAMinistrio da Educao - MEC

    Organizao das Cooperativas Brasileiras - OCBAgroindstrias / indicao da Confederao Nacional da Indstria - CNI

    Secretrio ExecutivoDaniel Klppel Carrara

    Chefe do Departamento de Educao Profissional e Promoo SocialAndra Barbosa Alves

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    3/47

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    4/47

    IMPRESSO NO BRASIL

    2005, SENAR Servio Nacional de Aprendizagem Rural

    Coleo SENAR - 133

    LEITE

    Produo de leite conforme Instruo Normativa n 62COORDENAO EDITORIAL

    Fundao Arthur Bernardes FUNARBE

    ELABORADORJoo Walter Drr

    Professor da Universidade de Passo Fundo - RSPresidente do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite

    COLABORADORESAlbenones Jos de Mesquita (UFG)

    Eduardo Gonalves Esteves (Lanagro-MG)Guilherme Nunes de Souza (Embrapa Gado de Leite)

    Hber Brenner Arajo Costa (MAPA)Jos Augusto Horst (APCBRH)

    Jos Renaldi Feitosa Brito (Embrapa Gado de Leite)Leandro Diamantino Feij (MAPA)

    Leorges Moraes da Fonseca (UFMG)Marcelo Costa Martins (CNA)

    Mnica Maria Oliveira Pinho Cerqueira (UFMG)Paulo Fernando Machado (Esalq-USP)

    Paulo Humberto de Lima Arajo (Dilei/MAPA)Priscilla Bagnatori Rangel (Dilei/MAPA)Rodrigo Balduno Soares Neves (UFG)

    Ronon Rodrigues (UFMG)Severino Benone Paes Barbosa (UFRPE)

    Drr, Joo Walter Como produzir leite de qualidade / Joo Walter Drr. 4. ed. Braslia: SENAR,2012. 44 p. il. ; 21 cm. (Coleo SENAR, ISSN 1676-367x, 113)

    ISBN 85-8849-725-5

    1. Leite. 2. Leite Produo. I. Ttulo. II. Srie.CDU 634.1.076:631.41

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    5/47

    Sumrio APRESENTAO 5PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DA QUALIDADE DO LEITE 7

    COMO PRODUZIR LEITE DE QUALIDADE 8

    I - ADOTAR MEDIDAS DE HIGIENE NA ORDENHA 11

    1 - Conhea a mastite 14

    2 - Controle a mastite 16

    3 - Conhea outras medidas importantes no controle da mastite 17

    II - CONHECER AS FORMAS DE FAZER A REFRIGERAO DO LEITE 19

    1 - Conhea os equipamentos de refrigerao 20

    2 - Faa a refrigerao 20

    III - TRANSPORTAR O LEITE 23

    IV - ANALISAR O LEITE 251 - Conhea as anlises a serem realizadas pela RBQL 26

    2 - Conhea os limites de contaminao bacteriana 27

    3 - Conhea os limites da contagem de clulas somticas 28

    4 - Conhea a anlise da composio do leite 29

    V - FORNEER A CORRETA ALIMENTAO S VACAS 31

    VI - EVITAR A CONTAMINAO DO LEITE POR MEDICAMENTOS VETERINRIOS 33

    VII - FAZER O CADASTRO NA INDSTRIA DE LATICNIOS 37

    VIII - CONHECER O CONTROLE DE QUALIDADE FEITO PELA INDSTRIA 39

    IX - CONHECER AS PRTICAS DE MANEJO PARA OBTENO DO LEITE 41

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    6/47

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    7/47

    Coleo

    |

    SENAR

    5

    ApresentaoOs produtores rurais brasileiros mostram diariamente sua competncia na

    produo de alimentos. Os altos ndices de produtividade do setor, que representaum tero do Produto Interno Bruto (PIB), emprega um tero da fora de trabalhoe gera um tero das receitas das nossas exportaes, revelam a eficincia e adisposio para trabalhar do nosso cidado rural.

    Os cursos de capacitao do Servio Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR)contriburam para estes resultados. Em 20 anos de atuao, mais de dezmilhes de produtores, trabalhadores rurais e suas famlias aperfeioaramseus conhecimentos, habilidades e atitudes em processos educativos voltados formao para 163 profisses do meio rural e mais de 50 reas de promoosocial, como sade, educao, artesanato e cidadania.

    As cartilhas da coleo SENAR so o complemento fundamental fixao daaprendizagem construda nesses processos e representam fonte permanentede consulta e referncia. So elaboradas pensando exclusivamente em voc,

    que trabalha no campo. Seu contedo, fotos e ilustraes traduzem todo oconhecimento acadmico e prtico em solues para os desafios que enfrentadiariamente na lida do campo.

    Desde que foi criado, o SENAR vem mobilizando esforos e reunindo experinciaspara oferecer servios educacionais de qualidade. Queremos capacitar quemtrabalha na produo rural, para que alcance cada vez maior eficincia,gerenciando com competncia suas atividades, com tecnologia adequada,

    segurana e respeito ao meio ambiente.Desejamos que sua participao neste treinamento e o contedo desta cartilhapossam contribuir para o seu desenvolvimento social, profissional e humano!

    Bom trabalho!

    Senadora Ktia AbreuPresidente da Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil - CNAe do Conselho Deliberativo do SENAR

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    8/47

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    9/47

    Coleo

    |

    SENAR

    7

    Programa nacional de melhoriada qualidade do leite

    O Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL) quer mu-dar a forma de se produzir o leite no Brasil com o objetivo de melhorarsua qualidade e garantir populao o consumo de produtos lcteos maisseguros, nutritivos e saborosos, alm de proporcionar condies para au-mentar o rendimento dos produtores.

    O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA) publicou, em2002, a Instruo Normativa n 51, IN 51 e em 29 de dezembro de 2011

    publicou a Instruo Normativa n 62, IN 62, onde regulamenta a produ-

    o, identidade, qualidade, coleta e transporte do leite tipo A, leite cru

    refrigerado e leite pasteurizado. A IN 62 altera basicamente o cronograma

    que rege os parmetros de qualidade do leite. Dessa forma, espera-se que

    o Brasil assegure melhor alimento populao e busque novos mercados

    internacionais. Para isso, todos os elos da cadeia devem estar integrados

    no esforo comum de produzir leite com qualidade.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    10/47

    Coleo

    |

    SENAR

    8

    Como produzir leite dequalidade

    A produo de leite de qualidade abrir as portas de um mercado consu-

    midor exigente no Brasil e no mundo. Hoje, no nosso pas, a maioria dos

    produtores produz o leite cru refrigerado e existe uma tendncia clara de

    valorizao do leite que atenda s exigncias de qualidade pelos laticnios,

    que chegam a pagar um preo diferenciado por ele.A higiene do animal, do ordenhador e das instalaes so aes necess-

    rias para atingir esse objetivo. Para uma correta higienizao, os vaqueiros

    devem limpar e desinfetar as instalaes e utenslios utilizados, lavar as

    mos antes da ordenha, desinfetar as tetas do animal e realizar testes de

    mastite, antes da ordenha.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    11/47

    Coleo

    |

    SENAR

    9

    Outra ao importante a conservao do leite ordenhado em baixas

    temperaturas. O leite deve ser resfriado em tanques de refrigerao por

    expanso direta ou em tanques de imerso do lato em gua gelada,

    devendo ser recolhido e transportado por caminhes isotrmicos at

    o laticnio. Caso o produtor no tenha como resfriar o leite na fazenda,

    dever resfri-lo em um tanque comunitrio ou no prprio laticnio, desde

    que seja entregue, no mximo, 2 horas aps a ordenha. Complementando

    as orientaes, os produtores devero enviar, mensalmente, amostras de

    leite aos laboratrios credenciados na Rede Brasileira de Laboratrios de

    Controle de Qualidade do Leite (RBQL).Seguindo essas recomendaes, os produtores podero melhorar a quali-

    dade do seu leite e aumentar a sua renda familiar.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    12/47

    Coleo

    |

    SENAR

    10

    Anotaes:

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    13/47

    Adotar medidas dehigiene na ordenha

    As bactrias esto em todos os lugares, por isso o produtor deve adotar

    medidas para que o leite no seja contaminado:

    Manter a sala ou local de ordenha sempre limpos;

    Usar roupas limpas para ordenhar as vacas;

    Utilizar gua de boa qualidade (potvel);

    Lavar as mos e mant-las limpas durante a ordenha (de preferncia,usar luvas de borracha);

    Imergir as tetas em soluo desinfetante antes e aps a ordenha;

    I

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    14/47

    Coleo

    |

    SENAR

    12

    Secar as tetas com papel toalha descartvel;

    Lavar os equipamentos e utenslios aps cada ordenha com gua aque cida,

    usando os detergentes de acordo com o manual do fabricante dos mesmos;

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    15/47

    Coleo

    |

    SENAR

    13

    Trocar borrachas e mangueiras do equipamento de ordenha na frequn-

    cia recomendada pelo fabricante ou quando ocorrerem rachaduras;

    Lavar os tanques de refrigerao, usando gua aquecida e detergentes

    adequados cada vez que o leite for recolhido pelo transportador.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    16/47

    Coleo

    |

    SENAR

    14

    1 - Conhea a mastiteA mastite a inflamao do bere da vaca e deve ser reconhecida e tratada

    para no afetar a produtividade do rebanho. Existem dois tipos de mastite:

    Clnica: fcil de perceber, pois a vaca pode parar de comer, ter febre ereduzir muito a produo de leite, o bere fica inchado e avermelhado, e o

    leite apresenta grumos, pus e outras alteraes.

    Deve ser tratada, pois a vaca pode

    transmitir a infeco a outros animais ou,mesmo, correr risco de morte.

    Esta mastite pode ser detectada pela

    eliminao dos primeiros jatos de leite de

    cada teta em caneca telada ou de fundo

    escuro.

    Se assim mesmo houver dvidas, deve ser

    feito o teste do CMT, sigla de California

    Mastitis Test.

    Teste do CMT

    Teste da caneca

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    17/47

    Coleo

    |

    SENAR

    15

    Subclnica:no apresenta nenhum dos sintomas acima, a no ser reduoda produo de leite, que quase sempre passa despercebida.

    Para sabermos se a vaca est com mastite subclnica, temos que observar

    se houve um aumento da Contagem de Clulas Somticas (CCS) no leite, por

    meio de anlise laboratorial.

    O problema que quase todos os casos de mastite so da forma subclnica,

    fazendo com que o produtor muitas vezes no perceba que tem um pro-

    blema srio em seu rebanho: como ele no enxerga a doena, as mastites

    so de longa durao e causam enormes prejuzos, principalmente peloleite, que deixa de ser produzido. Por isso, a CCS uma ferramenta muito

    importante no manejo do gado leiteiro.

    O MAPA e as indstrias esto preocupados com as conseqncias da masti-

    te no rebanho, pois essa doena altera profundamente a qualidade do leite,

    reduzindo o rendimento industrial, a validade dos produtos lcteos, alm

    de afetar o produto oferecido ao consumidor. A mastite causa prejuzo paratodos, desde o produtor rural at o consumidor.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    18/47

    Coleo

    |

    SENAR

    16

    2 - Controle a mastiteEm caso de mastite (inflamao do bere), as clulas de defesa do animal

    passam do sangue para o leite em grande quantidade. A funo destasclulas combater as bactrias que esto causando a mastite e limpar

    as reas inflamadas.

    Sempre que o nmero dessas clulas (CCS) aumentar no leite, pode-se

    dizer que a vaca est com mastite.

    Para prevenir a mastite, deve-se seguir uma rotina rigorosa na ordenha: Manter a mxima higiene durante a ordenha (mos e equipamentos

    limpos e desinfetados);

    Retirar os primeiros jatos de cada teta em uma caneca de fundo escuro,

    e colocar para o final da ordenha as vacas cujo leite apresente grumos,

    filamentos, pus ou sangue;

    Imergir as tetas em soluo bactericida antes da ordenha;

    Acoplar as teteiras em tetos limpos e secos; Ordenhar primeiro as vacas saudveis (baixas CCS) e, separadamente,

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    19/47

    Coleo

    |

    SENAR

    17

    as vacas com mastite clnica e as tratadas com antimicrobianos;

    Imergir imediatamente as tetas em soluo bactericida aps a ordenha.

    3 - Conhea outras

    medidas importantes nocontrole da mastite Anotar em planilhas simples

    informaes importantes, como

    a identificao das vacas e das

    tetas que tiveram mastite clnica

    e as datas de ocorrncia, o nome

    dos antimicrobianos usados para

    o tratamento das mastites e as

    datas de aplicao, a identificaodas vacas e dos tetos que tiveram

    mastite subclnica (alta CCS) etc.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    20/47

    Coleo

    |

    SENAR

    18

    Descartar vacas com problemas de mastite crnica (recorrente)

    Fazer o tratamento em todas as tetas de todas as vacas secas

    Assegurar-se que animais comprados no estejam com mastite

    Caso o produtor queira, quando realizar o controle leiteiro, ele poder

    encaminhar amostras de leite de cada vaca para anlise de contagem

    de clulas somticas (CCS) nos laboratrios da RBQL

    Ateno:

    Tratamentos usados para curar ou prevenir a mastite so os prin-cipais responsveis pela contaminao do leite por antimicrobianos.Com a preveno desta doena, o produtor corre menos risco decontaminar o leite com essas substncias.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    21/47

    Conhecer as formas de fazera refrigerao do leite II

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    22/47

    Coleo

    |

    SENAR

    20

    1 - Conhea os equipamentosde refrigeraoOs produtores rurais devero utilizar tanques de refrigerao por expan-

    so direta a 4 C ou por imerso de lates em gua gelada a 7C por at,

    no mximo, 48 horas antes de ser transportado.

    2 - Faa a refrigerao

    Mesmo que o produtor mantenha a mxima higienizao na ordenha, algu-ma contaminao vai ocorrer no leite. A IN 62 estabelece que, para inibir

    a multiplicao das bactrias e evitar que o leite deteriore, ele deve ser

    refrigerado, no tempo mximo de 3 horas aps o trmino da ordenha,

    respeitando os critrios:

    A 4 C em tanques de refrigerao por expanso direta

    A 7 C quando mantido em lates dentro de tanques de imerso emgua gelada

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    23/47

    Coleo

    |

    SENAR

    21

    Os produtores vizinhos podero utilizar os chamados tanques comunit-

    rios, nos quais o leite de mais de uma propriedade armazenado em um

    mesmo tanque de refrigerao por expanso direta.

    O tempo mximo de conservao do leite na propriedade at o momentodo transporte indstria de 48 horas.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    24/47

    Coleo

    |

    SENAR

    22

    Anotaes:

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    25/47

    Transportar o leite

    O leite cru refrigerado dever ser transportado a granel da propriedade

    para a indstria, em tanques rodovirios isotrmicos.

    O leite cru no refrigerado poder ser transportado em lates, desde que

    chegue indstria at duas horas aps a ordenha.

    III

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    26/47

    Coleo

    |

    SENAR

    24

    Anotaes:

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    27/47

    Analisar o leite

    A IN 62 estabelece que o leite dever ser analisado em laboratrios cre-

    denciados para o monitoramento de sua qualidade.

    A indstria dever enviar, pelo menos uma vez por ms, amostras do leite de

    cada produtor para anlise em laboratrio credenciado na Rede Brasileirade Laboratrios de Controle de Qualidade do Leite (RBQL). Os produtores

    recebero o resultado de suas anlises. Com isso, o MAPA vai acom panhar

    a qualidade do leite em cada propriedade rural, e exigir que os problemas

    detectados sejam resolvidos.

    IV

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    28/47

    Coleo

    |

    SENAR

    26

    1 - Conhea as anlises aserem realizadas pela RBQL

    As anlises so:

    Contagem Bacteriana Total (CBT);

    Contagem de Clulas Somticas (CCS);

    Determinao dos teores de gordura, lactose, protena, slidos totais,

    slidos desengordurados; Pesquisa de resduos de antimicrobianos.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    29/47

    Coleo

    |

    SENAR

    27

    2 - Conhea os limites decontaminao bacteriana

    A CBT indica a contaminao no leite expressa em Unidade Formadora de

    Colnia por mililitro (UFC/ml).

    Bactrias so seres conhecidos popularmente como micrbios que se ali-

    mentam dos componentes do leite, causando prejuzos para produtores,

    indstrias e consumidores.As bactrias esto em todos os lugares, como na gua, na poeira, na terra,

    na palha, no capim, nos corpos e plos das vacas, nas fezes, na urina, nas

    mos do ordenhador, nos insetos e em utenslios de ordenha sujos.

    Para se evitar altas contagens bacterianas preciso trabalhar com higiene

    e refrigerar o leite o mais rapidamente possvel aps a ordenha, mantendo-

    o refrigerado na propriedade por, no mximo, 48 horas at o transporte

    para a indstria.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    30/47

    Coleo

    |

    SENAR

    28

    Tabela 1

    DECRSCIMO NA CONTAGEM BACTERIANA TOTAL MXIMA ESPERADO COM O PNQL

    A partir de 01/01/2012

    a 30/06/2014 - RegiesCentro-Oeste, Sudeste e Sul.

    A partir de 01/01/2013 a30/06/2015 - Regies Norte

    e Nordeste.

    A partir de 01/07/2014

    a 30/06/2016regies Centro-Oeste,Sudeste e Sul. A partir

    de 01/07/2015 a30/06/2017 - Regies

    Norte e Nordeste.

    A partir de 01/07/2016

    Regies Centro-Oeste,Sudeste e Sul. A partir de

    01/07/2017 - RegiesNorte e Nordeste.

    600.000 UFC/ml 300.000 UFC/ml 100.000 UFC/ml

    3 - Conhea os limites da

    contagem de clulas somticasPara sabermos se a vaca est com mastite subclnica, temos de observar

    se houve aumento da Contagem de Clulas Somticas (CCS) no leite, por

    meio da anlise laboratorial.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    31/47

    Coleo

    |

    SENAR

    29

    4 - Conhea a anlise da

    composio do leiteAlm de determinar a CBT e a CCS no leite de cada produtor rural, os laborat-

    rios da RBQL ainda vo analisar a composio do leite entregue para a indstria.

    Tabela 2

    DECRSCIMO NA CONTAGEM DE CLULAS SOMTICAS ESPERADO PELO PNQL

    A partir de 01/01/2012

    a 30/06/2014 - RegiesCentro-Oeste, Sudeste e Sul.

    A partir de 01/01/2013 a30/06/2015 - Regies Norte

    e Nordeste.

    A partir de 01/07/2014

    a 30/06/2016regies Centro-Oeste,Sudeste e Sul. A partir

    de 01/07/2015 a30/06/2017 - Regies

    Norte e Nordeste.

    A partir de 01/07/2016

    Regies Centro-Oeste,Sudeste e Sul. A partir de

    01/07/2017 - RegiesNorte e Nordeste.

    600.000 clulas/ml 500.000 clulas/ml 400.000 clulas/ml

    Tabela 3

    COMPOSIO MNIMA DO LEITE CRU REFRIGERADO

    Gordura (%) Protena (%)Slidos no

    gordurosos (%)

    3,0 2,9 8,4

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    32/47

    Coleo

    |

    SENAR

    30

    Os componentes do leite, com exceo da gua, constituem os slidos

    totais e so responsveis pelo seu valor nutricional.O teor de slidos determina o valor industrial do leite, pois quanto mais

    gordura e protena, maior o rendimento que a indstria ter ao fabricar os

    derivados lcteos.

    Alguns fatores que podem interferir na produo e composio do leite:

    Raa; Estgio de lactao;

    Herana gentica;

    Poro e intervalo entre as ordenhas;

    Estao do ano;

    Sade da vaca;

    Mastite.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    33/47

    As vacas devem receber uma dieta equilibrada a base de alimentos volumo-

    sos (pastagens, fenos, silagens) de boa qualidade e uma suplementao

    com alimentos concentrados, de acordo com o seu potencial gentico. O

    produtor rural deve planejar a produo de alimentos para o ano todo, a

    fim de evitar que a produo e a composio do leite sejam prejudicadas

    em determinadas pocas.

    Fornecer a corretaalimentao s vacas V

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    34/47

    Coleo

    |

    SENAR

    32

    Anotaes:

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    35/47

    Evitar a contaminao do leitepor medicamentos veterinrios

    Alm do PNQL, o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    (MAPA) tambm implementou o Plano Nacional de Controle de Resduos

    (PNCR) para monitorar a presena de resduos de medicamentos veterin-

    rios e outros contaminantes em leite e demais produtos de origem animal.

    VI

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    36/47

    Coleo

    |

    SENAR

    34

    Leite com resduos de medicamentos veterinrios no deve sercomercializado, pois pode:

    Trazer prejuzos sade do consumidor (alergias, anemias, problemas

    no fgado, problemas nos rins, problemas reprodutivos); Desenvolver resistncia em bactrias causadoras de doenas nos

    consumidores;

    Inibir ou interferir no crescimento dos fermentos usados na produo

    de queijos e iogurtes;

    Causar a condenao e o descarte de uma grande quantidade de leite

    e produtos lcteos; Impedir que produtos lcteos brasileiros sejam exportados para

    outros pases.

    Tratamentos trmicos como pasteurizao e ultra-pasteurizaono eliminam os resduos dos medicamentos veterinros pre-sentes no leite.

    Para evitar problemas com resduos de medicamentos no leite, o produtor

    rural deve:

    Aplicar medicamentos somente nos casos recomendados pelo Mdico

    Veterinrio que assiste a propriedade;

    Descartar o leite das vacas tratadas durante o prazo de eliminao doproduto no leite, escrito na bula;

    Marcar as vacas tratadas com pulseiras, carimbos ou outra forma de

    identificao, para que todos os envolvidos com o rebanho saibam que

    o leite deve ser descartado;

    Anotar em planilhas simples e ao alcance de todos o dia e a hora do

    tratamento, o medicamento usado e o prazo de eliminao do produtono leite, escrito na bula;

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    37/47

    Coleo

    |

    SENAR

    35

    Lavar bem equipamentos e utenslios sempre que ordenhar uma vaca tratada;

    Fazer o tratamento de vaca seca em todos os animais, 60 dias antes

    do prximo parto, observando o perodo de ao do produto, para

    evitar resduos no leite aps o parto.

    Os principais medicamentos utilizados em vacas leiteiras so os antimicro-

    bianos, os antiparasitrios e os antiinflamatrios.

    Antimicrobianos: so medicamentos extremamente eficientes para ocombate de micrbios causadores de doenas nas vacas, desde que sejam

    utilizados corretamente, sob a orientao de um Mdico Veterinrio. Es-tes incluem antibiticos, sulfas e outras bases farmacolgicas.Tratamentos

    para curar ou prevenir a mastite so os principais responsveis pela conta-

    minao do leite por antimicrobianos. Prevenindo essa doena, o produtor

    corre menos risco de contaminar o leite com essas substncias.

    Antiparasitrios: so produtos veterinrios usados no combate a car-

    rapatos, moscas-dos-chifres, berne e tambm s verminoses. Ao contrriodo que muitos pensam, esses medicamentos tambm causam resduos no

    leite, que deve ser descartado durante o prazo de eliminao informado

    na bula.

    Antiinflamatrios: podem ser usados para reduzir os efeitos de umainflamao, alm de diminurem a dor que o animal possa estar sentindo.

    Estes medicamentos tambm deixam resduos no leite e devem ser usados

    sob a orientao do Mdico Veterinrio.

    Quando um medicamento aplicado em uma vaca para combater uma in-

    feco, o leite que ela produz passa a conter resduos desse produto por

    um determinado tempo. Durante esse perodo, o leite no deve ser apro-

    veitado ou comercializado, sendo muito importante verificar e seguir asinformaes do fabricante do medicamento.

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    38/47

    Coleo

    |

    SENAR

    36

    Existem no mercado medicamentos com menor perodo de ca-rncia. O Mdico Veterinrio poder orient-lo na aquisiodesses produtos.

    Anotaes:

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    39/47

    Fazer o cadastro naindstria de laticnios

    O MAPA criou o Cadastro Nacional de Produtores de Leite, no qual as inds-

    trias de laticnios devero cadastrar todos os produtores rurais que lhes for-

    necem leite. Uma vez cadastrado, cada produtor ser monitorado pelo MAPA

    enquanto ele produzir leite no Brasil, mesmo que passe a vender para outra

    empresa. Com isso, o MAPA vai fiscalizar a qualidade do leite em cada pro-

    priedade rural do pas, garantindo alimentos lcteos seguros populao.

    VII

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    40/47

    Coleo

    |

    SENAR

    38

    Anotaes:

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    41/47

    Conhecer o controle dequalidade feito pela indstria

    Cada indstria dever ter seu prprio programa de controle de qualidade do

    leite cru refrigerado, onde estar definido quem vai coletar as amostras de

    leite para envio aos laboratrios da RBQL. Aps a anlise do leite, os resul-

    tados sero enviados ao MAPA e tambm para as indstrias, que devero

    apresent-los a cada produtor.

    Num primeiro momento, os produtores sero orientados quando um resul-

    tado isolado estiver fora dos limites estabelecidos.

    VIII

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    42/47

    Coleo

    |

    SENAR

    40

    O MAPA vai sempre avaliar as mdias geomtricas da CCS e da UFC dos

    ltimos trs meses de anlise, o que d bastante tempo para produtores e

    indstrias tomarem as devidas providncias para evitar problemas com a

    qualidade do leite.

    Veja os exemplos na Tabela 4, onde fica claro que, mesmo aps contagens

    elevadas, o produtor pode evitar que a mdia geomtrica trimestral esteja

    acima do mximo estabelecido (1 milho de UFC/ml):

    O MAPA estabelecer os critrios a serem adotados para os casos de resul-

    tados fora dos limites estabelecidos.

    Tabela 4

    VANTAGEM DE SE FAZER A MDIA GEOMTRICA TRIMESTRAL

    Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3

    CBT no 1 ms 1.200.000 3.000.000 10.000.000

    CBT no 2 ms 1.400.000 600.000 390.000

    CBT no 3 ms 590.000 500.000 250.000

    Mdia Aritmtica 1.063.333 1.366.666 3.546.666

    Mdia Geomtrica 997.058 965.489 991.596

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    43/47

    Conhecer as prticas de manejopara obteno do leite

    Todas as prticas de manejo que garantem a obteno de leite de alta quali-

    dade na fazenda aumentam a rentabilidade da propriedade rural:

    Leite com baixa CBT indica que o leite foi obtido com higiene e bem

    conservado, o que evita perdas por leite cido; Leite com baixa CCS indica que as vacas no tm mastite, o que evita

    quedas na produo e melhora o rendimento industrial do leite;

    IX

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    44/47

    Coleo

    |

    SENAR

    42

    Leite com altos teores de slidos indica que as vacas esto sendo bem

    alimentadas, o que aumenta a produo individual e total do rebanho;

    Leite sem resduos de antimicrobianos indica uma boa preveno de

    doenas e um bom controle do descarte de leite contaminado, o que

    reduz as chances de penalidades por parte da indstria.

    As indstrias de laticnios esto comeando a pagar mais pelo leite de me-

    lhor qualidade, premiando aqueles produtores que investem na melhoria da

    qualidade do leite.

    Melhorar a qualidade do leite no uma opo, um compromisso dequem produz.

    Produzir alimentos seguros garantir sade populao.

    Cada um de ns deve fazer a sua parte!

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    45/47

    Coleo

    |

    SENAR

    43

    Agradecimentos:CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE GADO DE LEITE - EMBRAPA

    COMISSO NACIONAL DE PECURIA DE LEITE - CNA

    Rede brasileira de laboratrios de controle da qualidade do leite:

    Servio de Anlise de Rebanhos Leiteiros (SARLE)Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo - RS

    Fone: (54) 316-8191 - E-mail: [email protected]

    Clnica do LeiteEscola Superior de Agricultura Luiz de QueirozUniversidade de So Paulo - Piracicaba - SP

    Fone: (19) 3429-4278 e (19) 3422-3980 - E-mail: [email protected] de Qualidade do Leite (LQL)

    Universidade Federal de Gois - Goinia - GOFone: (62) 521-1576 (ramal 21) - E-mail: [email protected]

    Laboratrio de Anlise da Qualidade do Leite (LabUFMG)Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte - MG

    Fone:(31) 3499-2136 - E-mail: [email protected]

    Laboratrio de Qualidade do Leite Prof. Jos de Alencar(LQL-Embrapa)

    Embrapa Gado de Leite - Juiz de Fora - MGFone: (32) 3249-4826 - E-mail: [email protected]

    Programa de Gerenciamento de Rebanhos Leiteiros do Nordeste (PROGENE)Universidade Federal Rural de Pernambuco - Recife - PE

    Fone: (81) 3302-1550 - E-mail: [email protected]

    Programa de Anlise de Rebanhos Leiteiros do Paran (PARLPR)Universidade Federal do Paran - Associao Paranaense de Criadores de Bovinos da

    Raa Holandesa - Curitiba - PRFone: (41) 367-7556 - E-mail: [email protected]

    Laboratrio Estadual de Qualidade do LeiteCompanhia Integrada de Desenvolvimento Agrcola de Santa Catarina Universidade do

    Contestado - Concrdia - SC

    Fone: (49) 3441-1084

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    46/47

    Coleo

    |

    SENAR

    44

    REDE BRASILEIRA DE LABORATRIOS DE CONTROLE DA QUALIDADE DO LEITE

    Servio de Anlise de Rebanhos Leiteiros (SARLE)Universidade de Passo Fundo - Passo Fundo - RSFone: (54) 316-8191 - E-mail: [email protected]

    Clnica do LeiteEscola Superior de Agricultura Luiz de QueirozUniversidade de So Paulo - Piracicaba - SPFone: (19) 3429-4278 e (19) 3422-3980 - E-mail: [email protected]

    Laboratrio de Qualidade do Leite (LQL)Universidade Federal de Gois - Goinia - GOFone: (62) 3521-1576 (ramal 21) - E-mail: [email protected]

    Laboratrio de Anlise da Qualidade do Leite (LabUFMG)Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte - MGFone:(31) 3499-2136 - E-mail: [email protected]

    Laboratrio de Qualidade do Leite Prof. Jos de Alencar(LQL-Embrapa)Embrapa Gado de Leite - Juiz de Fora - MGFone: (32) 3249-4826 - E-mail: [email protected]

    Programa de Gerenciamento de Rebanhos Leiteiros do Nordeste (PROGENE)Universidade Federal Rural de Pernambuco - Recife - PEFone: (81) 3302-1550 - E-mail: [email protected]

    Programa de Anlise de Rebanhos Leiteiros do Paran (PARLPR)Universidade Federal do Paran - Associao Paranaense de Criadores deBovinos da Raa Holandesa - Curitiba - PRFone: (41) 367-7556 - E-mail: [email protected]

    Laboratrio Estadual de Qualidade do LeiteCompanhia Integrada de Desenvolvimento Agrcola de Santa CatarinaUniversidade do Contestado - Concrdia - SCFone: (49) 3441-1084

  • 8/13/2019 Senar 133 Leite In62

    47/47

    www.canaldoprodutor.com.brAcesse tambm o portal de educao distncia do SENAR:

    www.canaldoprodutor.com.br/eadsenar