Separata - Olhar a Democracia
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A C O O P E R A Ç Ã O - “ B E M U N I D O S , F A Ç A M O S … ”
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E S T A D O D E D I R E I T O E E S T A D O S O C I A L .
Institucionalizámos a Demo-
cracia com o 25 de Abril em
1974.
A longa preparação e a silen-
ciada vontade popular, firma-
ram a voz com “e depois do
adeus” e “Grândola, Vila Mo-
rena”.
Enfim! O fim da ditadura polí-
tica e a instauração do Esta-
do de Direito Democrático
em Portugal . Diariamente
celebrado e vivido, geracio-
nalmente transmitido, e, co-
mo “já o tempo se habitua”,
pouco observado. No entan-
to, eis que aí “vêm de pés de
veludo”.
Conquistámos Abril, símbolo
da Liberdade e do anti-
totalitarismo, um Estado de
Direito fundado na Democra-
cia representativa, “mas um
povo verdadeiro não se trai/
não quer gente mais gente
que outra gente”. E, contu-
do, neste momento, “uns
vão bem e outros mal”, com
a desigualdade social a
aprofundar-se vertiginosa-
mente. “Vejam bem” -
“Apenas queremos traba-
lho/e casa decente/e pão
para toda a gente”.
Sabendo que “por vezes
num segundo se evolam
tantos anos,” quando acon-
teceu estarmos novamente
“perfilados de medo”? Me-
do “de não sabermos o que
nos espera”, medo do de-
semprego, medo da troika,
medo da velhice, medo da
desprotecção social. Sim,
medo do que o Estado fará.
De tão estatuído, parece-
mos esquecer que depende
de nós.
“Quem nos viu e quem nos
vê”! Para alguns não viver
é mais seguro; “viver com
conforto e anuência”; mas
outros, muitos, “hei-los que
partem” em novo “cantar
de emigração”.
Que força é essa que pro-
move a anomia social, com
apenas 56% dos cidadãos
a confiarem na democra-
cia , e “sopra ventos ad-
versos” que resultam em
elevadas taxas de absten-
ção?
Perante a “marcha dos
implacáveis”, a formiga
alerta, cantando, “muda de
rumo, muda de rumo”!
Mas, “que outro rumo deve-
remos seguir na nossa ro-
ta”?.
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As Secções do Estoril e de
Parede olham para a De-
mocracia.
Sob o símbolo dos cravos
de Abril, e com constantes
remissões musicais pro-
pomos, nesta Separata,
colectivamente reflectir
sobre os caminhos da De-
mocracia Portuguesa.
Cientes de que a constru-
ção Democrática é um pro-
Constituição da Repúbli-
ca Portuguesa e
revisões.
“A Constituição que ain-
da temos” Juíz José
Eduardo Sapateiro.
cesso de constante evolu-
ção, após 7 revisões Cons-
titucionais, perguntamos:
É esta a República que
Abril sonhou?
PAREDE
E
ESTORIL
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A celebração do 25 de Abril
enche-nos de sentimentos
contraditórios. Alegria pelo
conseguido, nostalgia pelo
ido, saudade pelo camara-
das perdido, angústia pelo
sucedido.
“Lutas velhas, canto novo”.
A luta essencial que define
Abril, é pela Liberdade, pela
Igualdade, pela Fraternida-
de. A instauração da Demo-
cracia resolveu o problema
de regime, mas não esgotou
Abril. Abril dos cravos, onde
“é o povo quem mais orde-
na”, assenta na confiança
da representação dos parti-
dos políticos. No diálogo e
na concertação sob o enten-
dimento de que uma socie-
dade deverá ser sempre
mais justa.
Já não existem ditadura
nem ditador, formalmente
identificáveis como regime;
contudo, o sistema que pro-
metia garantir as liberdades
e justiça social não está a
conseguir dar resposta.
Assistimos ao aumento do
desemprego e à falência
da classe média, originan-
do novamente uma socie-
dade com fossos entre
classes.
Sem uma eficaz redistribui-
ção de riqueza, de novo se
proporciona uma luta ve-
lha, a de classes, desta
vez, num regime democrá-
tico. Se antes de Abril era
claro que o sistema se con-
fundia com o regime, ago-
ra, não o é. O sistema é
Capitalista e o regime, De-
mocrático.
As críticas ao sistema não
se deverão confundir com
as críticas ao regime ;
contudo a História sistema-
ticamente os enovela.
Diferentes sistemas foram
propostos para atenuar as
desigualdades sociais:
Capitalismo, Socialismo,
Comunismo, Social-
democracia…
Se todos os sistemas se
propõem estabelecer a
igualdade, a dita imple-
mentação de alguns, em
regime, mostrou diferente.
Os fins, por mais nobres,
não justificam os meios.
É deste novelo entre siste-
ma e regime que se questi-
ona a democracia, em par-
ticular a democracia como
fachada ou biombo popular
açam que “um dia hei de ter
poder”, e todos apontam o
dedo ao “capitalismo”, propa-
lando que a “dita dura”.
Após António Salazar ter ga-
nho o prémio de grande Por-
tuguês, o público votou nos
“homens da luta” para repre-
sentar Portugal no festival
Eurovisão da canção.
“É preciso acreditar” que
venceremos a “Força da re-
acção”. “Minha querida pá-
tria”, “Oh gente da minha
terra”, “Recuso-me”. “Agora,
nunca é tarde” “porque” “o
povo unido jamais será venci-
do”.
Defendamos o Socialismo,
aprofundemos a Democracia.
Mas, “a luta vai ser dura”.
do sistema capitalista. Al-
guns dizem, “é uma demo-
cracia sequestrada” . Fica
a dúvida. O que quer o po-
vo?
Capitalismo ou Socialismo?
Não mais se poderá adiar a
ideologia, como quer a di-
reita. Impende já a acusa-
ção popular da existência
de uma “classe política . A
verificar-se, nessa altura, a
luta do povo será também
contra os políticos e os par-
tidos, considerados não
mais como seus represen-
tantes, mas sim como opo-
sitores e promotores de
uma ditadura , agora em
democracia. “No país da
verborreia/Uma brilhante
carreira/Dá produto todo o
ano”.
Lutas velhas, canto novo;
canto velho, lutas novas.
É admirável a actualidade
das canções pré-Abril e,
também notável, a reacção
social aos novos cantos.
Não serão eles também
veículos para a denúncia
da insatisfação social, no-
vas palavras de interven-
ção e resistência?
Dizem “já não dá”, pergun-
tam “quem meteu a mão
no meu quinhão”, anunci-
am “a morte do jovem con-
tribuinte”, apelam que “o
mundo muda a cada gesto
teu”, denunciam uma
“sociedade confusa”, ame-
Pela Liberdade. Júlio Pomar.
Menina dos Cravos.
Amadeo Souza Cardoso.
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Beveridge).
Socialismo democrático e a Social-
democracia contribuem para a cons-
trução de uma Nova Ordem Econó-
mica Internacional e o progresso
das democracias.
E, então, o contra-ataque do capita-
limo, com o neoliberalismo , globali-
zando o recuo da História.
Hitler inicia invasões.
França, Espanha, Itália e Portugal tive-
ram governos colaboracionistas.
Estalin, resiste à invasão Alemã e con-
segue uma importante derrota Nazi.
Os EUA intervêm bombardeando a
Alemanha, terminando a Guerra.
A sociedade condena as ditaduras.
O regime Russo é também condena-
do. Inicia-se a disputa ideológica entre
Capitalismo e Comunismo.
Os EUA ajudam à reconstrução Euro-
peia. Os países erigem o Estado Soci-
al, uns de matiz Alemã (Bismarck) e
outros de matiz Inglesa (Keynes-
Mussolini: “ A Democracia é linda em teoria, na prática, é uma falácia”.
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Em Síntese.
Adam Smith teoriza sobre a rique-
za das nações; Karl Marx, na Ale-
manha, denuncia as não-virtudes
do sistema capitalista. Ambiciona-
se o Socialismo.
Hitler implementa o Nacional-
socialismo discursando sobre o
desemprego e o fim da classe mé-
dia.
Na Russia, Estalin, implementa o
chamado Socialismo real.
A Alemanha propõe à Inglaterra
fundar uma união europeia . Na
iminência da 2ªGuerra, Keynes
negoceia uma aliança com os EUA.
Keynes: “ As ideias Mudam o curso da história”. “ O Capitalis-
mo internacional decadente e individualista, nas mãos do qual nos
encontramos após a guerra, não é um sucesso. Não é inteligente.
Não é bonito. Não é justo. Não é virtuoso. E não produz bens”.
Oliveira Salazar: "O caminho para os países em dificuldades, e mesmo para os que não estão e dificuldades, é sempre o mesmo: produzir e poupar."...
Estalin: “As ideias são mais poderosas que as armas. Se não
deixamos os nossos inimigos ter armas, porque os haveremos de
deixar ter ideias?”
Adam Smith: “Assim que a terra de qualquer país se tenha tornado toda privada, os proprietários, como todos os outros ho-
mens, que adoram tirar proveito de onde nunca trabalharam, exigirão uma renda até pelos bens naturais”.
Karl Marx: “De cada um de acordo com as suas possibilidades, a cada um de acordo com as suas
necessidades.” “A Democracia é a via para o Socialismo”.
Friedrich Engels: “Por burguesia entende-se a massa de modernos capitalistas, donos dos meios
de produção sociais e empregadores de trabalho assalariado. Por proletariado, entende-se a moder-
na classe de trabalhadores assalariados, que não tendo meios de produção próprios, estão reduzidos
à venda da sua força de trabalho para viver.
Hitler: “Ao vitorioso
nunca é perguntado se
disse a verdade”. “A
sorte dos governantes é os
homens não pensarem”.
Hayek: (…) hoje os socialistas podem
preservar as suas posições na academia
da Economia meramente pelo pretexto
de que as diferenças são questões mo-
rais, cuja ciência não pode decidir
(1899-1992).
Friedman: Não há almoços grátis.
(1912 - 2006)
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Presos políticos
Allende
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Mário Soares e Álvaro Cunhal
Hitler Mussolini
Edmundo
Pedro
Mário
Soares Tito Morais Natália
Correia
Catarina
Eufémia
Álvaro
Cunhal
Franco Salazar Petain
Estalin Mao
Mário
Soares
José
Saramago
Nelson
Mandela Yitzhak Rabin Olof Palme Willy Brandt Luther
King
Vasco
Lourenço
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“Os declínios da participa-
ção eleitoral, da confiança
dos cidadãos nas institui-
ções políticas, da quali-
dade das elites políticas
e dos mecanismos de
responsabilização do po-
der são temas recorren-
tes. Existe uma noção, pelo
menos difusa, de que as
bases económicas sociais e
culturais que proporciona-
ram o surgimento da Demo-
cracia nos países industria-
lizados sofreram muta-
ções de tal modo impor-
tantes que podem estar a
afectar os aspectos mais
básicos da relação entre
os cidadãos e o poder
político” .
Um estudo realizado pela
Associação para o Desen-
volvimento Económico e
Social (SEDES) , em 2009,
aponta o descrédito na Jus-
tiça como um problema da
democracia Portuguesa. Já
em 2012, reporta que a
satisfação com a democra-
cia atingiu um mínimo his-
tórico, salientando que
apenas 56% dos Portugue-
ses defende a democracia
e 64.6% estão insatisfeitos
com o seu funcionamento.
Consolida-se um sentimen-
to anti-partidário, sendo
que apenas 10.3% das pes-
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soas se considera repre-
sentada pelos partidos e já
11.9% pelos movimentos
de cidadãos . “A percep-
ção que os Portugueses
têm é que os políticos tra-
tam mais para os seus
interesses pessoais do que
para o interesse comum .”
Na era da mensuração e
comparabilidade de índi-
ces, também a qualidade
da democracia é sujeita a
apreciação quantitativa.
O Índice da Democracia,
proposto pelo Economist
Intelligence Unit (EIU), em
2007 colocava Portugal no
top-vinte de países da UE
com plena democracia
(19º) ; contudo, em 2012,
descemos para uma posi-
ção de democracia com
falhas, a par com a Grécia,
Itália, Espanha e Irlanda .
Outra organização Norte-
Americana, Freedom Hou-
se (Casa da Liberdade)
classifica-nos com o valor
máximo em direitos políti-
cos e liberdades cívicas ;
no entanto, no sector de
colecção de notícias sobre
o país encontram-se refe-
rências a corrupção e ten-
tativa de manipulação da
imprensa . Já a Democra-
tic Audit (Auditoria Demo-
crática), do Reino Unido,
relata um estudo sobre a
qualidade da democracia
em Portugal, sem data .
Impulsionando uma meto-
dologia própria, resultou
na consolidação do Institu-
to Internacional para a
Democracia (IDEA) , que
propõe uma moldura de
avaliação do estado da
democracia, inde-
pendentemente do de-
senvolvimento económico.
Multiplicam-se mundial-
mente as associações e
movimentos sob a égide
da Democracia e Cidada-
nia. Criou-se, em 1999, o
Movimento Mundial para a
Democracia . Em Portugal,
formou-se a Plataforma
Activa da Sociedade Civil
(PASC ) da qual destaca-
mos o Instituto da Demo-
cracia Portuguesa (IDP) .
Concomitantemente, sur-
giu também a Plataforma
Outra Democracia (PODe)
que, numa parceria com o
Movimento Internacional
Lusófono (MIL), organiza
um ciclo de debates, deno-
minado “Reaprender a
Democracia”. Ainda vive-
mos em Democracia?
Perguntam a Manuel Villa-
verde Cabral e Miguel Ser-
ras Pereira.
Mas, analisemos o deno-
minado sistema de “freios
e contrapesos”: a justiça e
a comunicação social.
O Juíz Eurico Reis, perten-
cente à Associação de
Juizes pela Cidadania es-
creve: “Como Lord Pal-
merston(…) muito clara-
mente afirmou, “o Poder
corrompe”, sendo, por
isso, absolutamente indis-
pensável, para que exista
um verdadeiro Estado de
Direito, que a cada instân-
cia de poder corresponda
uma instância de controle
das concretas pessoas que
ocupam aquele lugar. Entre
outras entidades, o Estado,
através dos seus agentes e
titulares de cargos oficiais,
pode ser, e muitas vezes é-
o, uma fonte de abuso e de
violação dos direitos indivi-
duais dos cidadãos – sem
esquecer, claro, a corrup-
ção e o tráfico de influên-
cias. (…) Nestes perigosos
tempos em que o que pre-
valece é o “infortainement”,
a dita informação-
espectáculo (“information”
+ “entertainement”), e em
que a Comunicação Social
é cada vez mais apenas
uma indústria de conteú-
dos, é absolutamente ur-
gente e essencial destrin-
çar a Informação de tudo o
resto – Entretenimento,
Publicidade, Propaganda
(de Educação e Instrução já
nem me atrevo a escrever,
tanto são maltratadas) –
sob pena de esse sistema
de controle do Poder se
tornar, afinal, um instru-
mento de manipulação das
consciências e de condicio-
namento do pensamento”.
Qual é o sistema de freios e
contrapesos da UE , cujo
parlamento já é apontado
como apresentando défice
democrático? E cujas
propostas ameaçam as
soberanias nacionais?
O sinal de alarme é a Direi-
ta anti-europeista e populis-
tá já tirar proveito.
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9 de Dezembro é o dia in-
ternacional contra a corrup-
ção. O Secretário Executivo
do Gabinete contra a Droga
e Crime da ONU (UNODC)
afirmou que «Em todo o
globo, a cada dia, em cada
momento, a esperança e as
aspirações dos cidadãos
comuns estão a ser arruina-
dos pela corrupção».
As instituições internacio-
nais sucedem-se em acor-
dos visando a luta contra a
corrupção: a OCDE em
1997; o Conselho Europeu
em 1999, tendo-se forma-
do a GRECO (Grupo de Es-
tados contra a corrupção ),
e a ONU, em 2003.
João Maia , 2008, revela
que “os Portugueses tole-
ram bem o tráfico de influ-
ências e vêem nele a única
forma de ultrapassar um
Estado lento e desatento
aos seus direitos e necessi-
dades”.
Este ano, realizou-se um
seminário sobre o Ministé-
rio Público e o combate à
corrupção. Na comunicação
de António Henriques Gas-
par pode ler-se: “Decom-
posto nos vários modos de
abordagem na dimensão
jurídico-penal, o complexo
da corrupção acolhe vários
tipos de crimes. Além da
corrupção como nome pró-
prio de crime, vêm próximos
na «nebulosa da corrupção»
o peculato, a participação
económica em negócio,
o abuso de poder, a
concussão, o favorecimen-
to pessoal ou o tráfico de
influência, com perspecti-
vas, desvalor, teleologia,
elementos e modos de abor-
dagem diversos”.
A exposição do estudo de
João Maia relata que os por-
tugueses tendem a conside-
rar "actos corruptos" aque-
les que "mais se aproximam
da definição penal", deixan-
do, assim, de fora uma série
de outros comportamentos
tipo "cunhas",
"favorecimentos", ou
"patrocinato político". Em
relação a esses comporta-
mentos revelam-se permissi-
vos e até favoráveis, sempre
que os mesmos tenham por
objectivo uma causa justa
ou o interesse colectivo. É a
corrupção ao estilo Robin
Hood", própria de "uma cul-
tura cívica ainda muito as-
sente na satisfação das ne-
cessidades básicas".
Constata-se, também, uma
"discrepância" entre "o mun-
do simbólico/ideal e o mun-
do estratégico/real". Só as-
sim se explica que a esma-
gadora maioria (88,4%) te-
nha dito que não votaria
num autarca, mesmo que
com "bom desempenho no
cargo", se soubesse que ele
estaria envolvido num caso
de corrupção, e o resultado
das autárquicas de 2005
com a reeleição de vários
candidatos a braços com a
justiça. Portugal é um País
propenso a um tipo de cor-
rupção que não assenta ne-
cessariamente no suborno e
na troca directa dinheiro/
decisões, mas que é constru-
ída socialmente ao longo do
tempo, através da troca de
favores, de simpatia, de
prendas e hospitalidade".
Em Portugal, o PS votou sozi-
nho a criação do Conselho
de Prevenção da Corrupção
(CPC) com a Lei n.º
54/2008, de 4 de Setembro.
O Presidente do CPC é o Pre-
sidente do Tribunal de Con-
tas, Guilherme d’Oliveira
Martins, que afirma existir
um grande entrave à acção
de todos os órgãos de pre-
venção da corrupção(…) uma
vez que a grande corrupção
foge sistematicamente (…)
aos mecanismos do Estado
de Direito.
Estudando o papel da im-
prensa na percepção sobre
corrupção, as principais con-
clusões são que o fenómeno
aumentou e parece afectar
sobretudo a acção política.
Sendo a principal incidência
noticiosa na fase de instru-
ção e atentando ao papel
social dos intervenientes,
geram-se sentimentos de
impunidade . Os casos de
acusação de crime econó-
mico triplicaram de 2010
para 2011.
O Eurobarómetro, em Fe-
vereiro, afirma que 97%
dos inquiridos aponta a
corrupção como um grave
problema do país.
A descrença no sistema
Judicial e a “normalidade”
de “pequenos favores” faz
prever que as cifras ne-
gras nesta “nebulosa da
“corrupção” sejam eleva-
das. Dos crimes participa-
dos foi concluído que as
autarquias concentram
quase 90% da corrupção
em Portugal .
Com a crise e a austerida-
de prevê-se que o fenóme-
no aumente ; contudo, o
empenho colectivo no
combate à corrupção de-
verá manter-se. Assim, a
Faculdade de Direito da
Universidade Nova de Lis-
boa disponibiliza um dos-
sier com informação rele-
vante sobre o tema . A
associação Transparência
Internacional publica rela-
tórios anuais e um índice
de percepção. Interactivo
em Português . E a OCDE
um relatório sobre confli-
tos de interesses .
Marinho Pinto ao dizer
“Quem cede um milíme-
tro…. ” aproxima-se da
frase de Olof Palme:
“Quem cede a uma injusti-
ça, abre a porta para a
seguinte”.
“Sem o combate da corrupção e dos fenómenos associados
não há verdadeira democracia “ Maria José Morgado
“Violações na transparência são corrosivas à Democracia”.
João Cravinho
TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - AJUSTES DIRECTOS: http://transparencia-pt.org/.
“Antes quebrar do que torcer”
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M E R I D I O N A L
General Franco
DIREITA ESQUERDA
Confunde liberdade indivi-
dual e colectiva. Confunde
Liberdade económica com
a social
Princípio económico do libe-
ralismo.
Conservadorismo económi-
co e social
Argumento moral
Hierarquização de valores:
eficácia económica acima
de tudo. Individualismo.
Princípio de redistribuição
da riqueza
Primazia da sociedade
Progresso económico e
social
Só há Liberdade individual,
se houver Liberdade colec-
tiva
Argumento político. Promo-
ção da mobilidade social
Liberdade
Melhor Estado
Defesa da Ideologia
Há alternativas
“A cada um o que
merece”
“Cada um tem o que
merece”
Não há alternativa
Abandono da ideolo-
gia
Menos Estado, Melhor
Estado
Liberdade
L I B E R A L I S M O S O C I A L - D E M O C R A C I A S O C I A L I S M O
Igualdade Todos nascemos iguais. Igualdade Todos deveremos ser iguais.
Equidade porque diferentes
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V E R S O S E C A N Ç Õ E S D E A B R I L , A T É E N T Ã O . . . E D E A G O R A . . .
Presos políticos
“Os direitos da democracia não são reservados a um grupo de pessoas
na sociedade, são direitos de todas as pessoas” Olof Palme
Deolinda
Boss AC
José Mário
Branco Sérgio
Godinho Ze
ca
Afo
nso
Má
rio V
iega
s
Letria
José
Ré
gio
Fausto
Natália
Correia
Barata
Moura
Fanha
José Mário
Branco
Ary dos Santos Alegre
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S O B R E V I V Ê N C I A A T R A V É S D O D I S C U R S O N E O L I B E R A L : L A M A R C K
ente e em que sectores; o
Estado apenas como regu-
lador ou também como
prestador. Durante esta
vaga de ataque ao socialis-
mo democrático, aprovei-
tando o insucesso do de-
nominado socialismo real,
foi encorajado o abandono
de conceitos precisos, ape-
nas porque, apelidados de
Marxistas.
E entrámos no difuso mun-
do, dos conceitos utiliza-
dos em senso comum…..
Nesta segunda vaga de
ataque, o neoliberalismo
recorreu à “adaptação” e
introdução de novas mo-
das conceptuais, mal-
precisas.
Se as sociedades europei-
as do pós-guerra resistem
ao abandono do Estado
Social, intimamente asso-
ciado à democracia euro-
peia; então, não mais se
questiona. O discurso neo-
liberal aceita-o, categori-
zando o modelo económi-
Se o Capitalismo se revê
claramente no Darwinismo
ou “a lei do mais forte”,
também Lamarck, com a
sua “teoria do uso e do
desuso” poderá explicar a
evolução do sistema e a
confusão conceptual que a
teoria neoliberal promove.
Com uma facilidade quase
intuitiva, reconhecemos o
“adapta-te, ou morre”;
contudo, temos dificulda-
de em identificar a lenta e
progressiva adaptação dos
discursos e modificação
conceptual paulatina. Com
espanto, podemos consta-
tar que o neoliberalismo
de vanguarda defende o
Estado, a descentralização
e a democracia participati-
va. Mas, não seriam estes
pilares da esquerda demo-
crática?
Vários conceitos, de uso
comum, têm sido ampla-
mente usados sob uma
semântica filosófica dife-
rente. Se para a pessoa
comum os valores da Li-
Página 8
co como capitalismo de Es-
tado, enquanto indicia que é
naturalmente corrupto .
Atacando desta forma o Es-
tado, esmaga-o perante as
suas bases democráticas,
destituindo-o de poder políti-
co. Com a promoção da de-
mocracia participativa cir-
cunscreve-o a um mero apa-
ziguador social; porquanto já
destituído de poder político
efectivo. Também a descen-
tralização cumpre o seu pa-
pel: órgãos de Estado de
menores dimensões e com
mais competências proporci-
onam o desenvolvimento de
novos sectores de mercado,
o elogio ao empreendedoris-
mo (!) (em detrimento do
associativismo), que pode-
rão, posteriormente, ser
aglutinados em “clusters” ou
grandes empresas. É a Lei
do Mercado, dizem…..
Simultaneamente, recomen-
dam: abandonem-se as ideo-
logias, é necessário pragma-
tismo. Pois…….é incómodo
pensar…..
O L H A R A D E M O C R A C I A
berdade, Igualdadae e
Fraternidade são tidos
como universais, o libe-
ralismo aplicou-lhes a
regra do “uso e do desu-
so” ou da “adaptação”.
Um dos méritos do capi-
talismo liberal consistiu
na “democratização” da
filosofia. De forma mais
ou menos consciente,
discutiu-se a diferença
entre direito positivo e
negativo, contrapondo a
Liberdade individual e a
colectiva; a diferença
entre Igualdade perante
a Lei e a igualdade social
ou de circunstâncias. O
conceito de Fraternida-
de, irremediavelmente
remissivo para “irmão”,
foi sujeito ao primeiro
ataque: o desuso e subs-
tituição descarada por
solidariedade; um tipo de
relação difusa…
Também na fase liberal,
se discutia o papel do
Estado, se deveria ser
mais ou menos interveni-
deira política de proximidade -
não somente competências
administrativas, mas também
políticas.
De outra forma, as autarquias
e empresas municipais peri-
gam em transformar-se em
extensões das máquinas par-
tidárias locais.
D E S C E N T R A L I Z A Ç Ã O E P O D E R L O C A L : R E F O R Ç O D E M O C R Á T I C O ?
verno, com o Livro Verde ,
aparentava querer discutir
seriamente o assunto, nos
seus diversos planos; contu-
do, a Lei 44/XII revela o
contrário. ANMP e ANAFRE
resistem. De facto, quem
defende efectivamente o
poder local exige uma ampli-
ação de competências que
possa consolidar uma verda-
bas) para justificar a au-
tonomia administrativa e
política das circunscri-
ções intermédias, apre-
sentadas, simultanea-
mente, como reacção e
como alternativa perante
o impulso uniformizador
do Estado Novo”.
Hoje, novamente se dis-
cute o poder local. O Go-
“Durante o Sec XIX e pri-
meiras décadas de nove-
centos, nas várias concep-
ções sobre sociedade sub-
jacente à defesa do des-
centralismo, encontra-se
esta atitude comum: a re-
cusa das teorias contratua-
listas e a invocação de te-
ses jusnaturalistas e de
pendor histórico (ou am-
“ Q U A N D O U M A B O R B O L E T A B A T E A S A S A S E M T Ó Q U I O , P R O V O C A U M
F U R A C Ã O E M N O V A I O R Q U E ” . O G L O C A L E A T E O R I A D O C A O S
“globalização” é um fenó-
meno novo, ou sequer,
recente? Não estaremos a
confundir o significado e o
significante?
Lembremos que já no Séc
XIX Marx apelou:
“Proletários de todo o
mundo, uni-vos”. Que fenó-
meno global estava a sen-
tir-se, justificando um ape-
lo mundial?
Diferentes significados
foram atribuídos à mesma
palavra/significante:
“globalização” (inatacável
em si mesma, porque ape-
nas remete para global/
mundial/hegemónico),
desenvolvendo-se várias
abordagens conceptuais.
Contudo, a evolução do
sistema capitalista para a
fase neoliberal mostrou a
verdadeira essência da
filosofia económica e políti-
ca da dita “globalização” -
o conceito é produto e pro-
dutor da hegemonia do
sistema capitalista.
Ao capitalismo importa
acumular capital. Contudo,
como meio, importará se-
renar a classe trabalhado-
ra. Fê-lo e fá-lo através do
Estado. A expansão do
sistema fez com que o
capital se tornasse apátri-
da, extravasando os Esta-
dos-Nação; contudo, não é
difuso, existem centros
financeiros que se
deslocalizam perio-
dicamente.
A Teoria do Caos e o
“efeito borboleta” podem
ser aplicados, de diversas
formas à abordagem políti-
ca actual, quer na evolu-
ção do sistema capitalista,
quer na análise histórica:
aparente aleatoriedade,
própria de sistemas não
lineares, dinâmicos, mas
deterministas, com grande
sensibilidade às variações
iniciais do sistema e cuja
escala pode ser analisada
do ponto de vista fractal.
A tão propalada globaliza-
ção, afinada pela glocaliza-
ção: “Pensar Global, Agir
Local”, assume que pe-
quenas modificações lo-
cais poderão trazer mu-
danças de nível mundial.
Na gíria: “se queres mudar
o mundo, começa por ti
mesmo”; habitualmente
aplicado a questões cívi-
cas, mais ou menos es-
partilhadas por sectores
de acção: ambiente, cul-
tura, saúde, direitos dos
animais, direitos das mu-
lheres…..
Grande parte do discurso
neoliberal impele-nos ao
frenesim, clama a
“mudança” e empreender
Página 9
Desta forma, a Teoria do
Caos parece estar sociologi-
camente presente no pro-
cesso capitalista que condu-
ziu ao neoliberalismo, ou
seja, o da “globalização”:
não linearidade pela existên-
cia de movimentos sociais
cujo frenesim promove a
sensação social de autono-
mia e aleatoriedade; dinâmi-
co nos processos de reac-
ção/adaptação social/
eleitoral e determinista por-
que, independentemente da
aparente estocasticidade da
história, o resultado é a acu-
mulação de capital. Numa
perspectiva de escala tem-
poral, ou fractal, estaremos
ideologicamente muito longe
do que se debatia no Séc.
XIX?
A “crise” da social democra-
cia dever-se-á à aceitação
do capitalismo como siste-
ma, conjugado com a tenta-
tiva de humanização (3ª
Via)?
Não será de estranhar que o
Relatório de Desenvolvimen-
to Humano das Nações Uni-
das (PNUD) de 2010 tenha
como título “A verdadeira
riqueza das Nações”, clara-
mente afirmando uma crítica
a Adam Smith.
O L H A R A D E M O C R A C I A
é uma palavra de ordem;
contudo, todo o empe-
nho parece estar dirigido
para micro-sectores da
vida social e dificilmente
se estabelece a configu-
ração geral. Os movimen-
tos mundiais temáticos
multiplicam-se reclaman-
do que o seu sector é
hierarquicamente impor-
tante e justo.
Para a vida autárquica
isto é particularmente
verdadeiro: “cidades sus-
tentáveis”, “cidades edu-
cadoras” , “cidades
saudáveis” , cidades
amigas dos idosos” ,
“cidades criativas” ,
“cidades lentas” ,
“cidades em transi-
ção” ,…..
O ruido e afã gerados
pelo impulso para a dita
“mudança” é tão grande
que os motores criados
abafam o essencial, Pen-
sar Global: O que é a
Globalização, afinal? Que
sociedade ambiciona-
mos? Que Cidade quere-
mos?
Nos últimos anos acen-
deu-se a discussão sobre
globalização.
“Globalização sim, mas
não esta”, diz-se.
Será que cremos verda-
deiramente que a dita
A IMPRENSA NACIONAL E LOCAL REVISTA
09.09.2011 Portugueses perguntam a Islandeses sobre Democracia GVoices
04.12.2011 Portugal continua sem estratégia de prevenção e combate à corrupção Público
21.12.2011 The Economist desclassifica Democracia em Portugal RTP
20.11.2011 Mário Soares avisa que democracia pode vir a ser posta em causa Expresso
29.12.2011 Parlamento é “escritório de representações” J. Notícias
11.01.2012 A corrupção vai aumentar em tempos de crise TSF
11.01.2102 Eurico Figueiredo diz que Portugal já não vive em democracia RTP
11.01.2012 Corrupção de Estado e dos partidos é a mais difícil de investigar J.Notícias
19.01.2012 Satisfação com Democracia atingiu “mínimo histórico” de sempre J.Madeira
19.01.2012 Portugueses confiam menos no sistema democrático Expresso
29.01.2012 Classe média como a conhecemos poderá desaparecer Sol
31.01.2012 Marinho Pinto não poupou Governo no seu discurso D. Notícias
06.02.2012 Há uma tentativa de desculpabilizar a corrupção, disse Paulo Morais Oeste Online
23.02.2012 Marinho Pinto: Grandes contribuintes só pagam imposto se quiserem Lusa
26.02.2012 Paul Krugman defende que Portugal deve baixar salários até 30% Expresso
27.02.2012 Acusações de corrupção triplicam C. Manhã
28.02.2012 Soares diz esperar que democracia Portuguesa não perca valores Sol
08.03.2012 António Costa contra visão cínica da política, pede “democracia ágil” i online
08.03.2012 Jorge Bateira: Questões de fundo mynetpress
13.03.2012 Corrupção: Gestores devem ter “punição social” Ag. Financeira
13.03.2012 Pacheco Pereira: “cama está posta” para novo Sidónio Pais Ag. Financeira
15.03.2012 EDP “Há dois pesos e duas medidas” i online
18.03.2012 Medina Carreira e João Duque preocupados com dívida das autarquias Ag. Financeira
19.03.2012 O défice democrático do Parlamento Europeu Presseurop
23.03.2012 Marinho Pinto acusa polícia de tiques de ditadura Sol
23.03.2012 RAI mostra o Portugal da austeridade dos pobres e dos ricos Neg. online
26.03.2o12 Paul Krugman aponta exemplo negativo da economia Portuguesa RTP
30.03.2012 Associação dos Oficiais das Forças Armadas considerada grupo de
pressão pela CIA RTP
31.03.2012 Seguro: Fosso ideológico para PSD é mais acentuado que nunca D. Notícias
04.04.2012 Presidente do BCE diz que modelo social Europeu “está morto” Público
08.04.2012 PS propõe protocolo adicional ao Tratado Orçamental Ag. financeira
As hiperligações a vídeos e texto estão assinaladas com e , respectivamente. Ao longo do texto há hiperligações musi-
cais assinaladas com texto a azul, cor simbolicamente escolhida para comemorar a ausência de censura formal. A remis-
são para textos que não em Português deve-se à inexistência dos mesmos. Redacção: Secretariados PS Parede e Estoril.
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
IGUALDADE
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
IGUALDADE
Taxa de emprego de mulheres
e homens (15-49) com ou
sem crianças
Mulheres Homens
Com Sem Com Sem
Taxa de emprego (20-64)
Taxa de desemprego (15-74)
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
IGUALDADE
Portugal gasta menos por criança, em termos abso-
lutos, que a média da OCDE, em cada nível de de-
senvolvimento infantil
Trabalho não remunerado representa cerca de um
terço do PIB nos países da OCDE
53%
Os homens asiáticos são os que dispendem menor
tempo em trabalho não remunerado, enquanto as
mulheres Mexicanas e Turcas o maior
Minutos de trabalho não
pago por dia. Homens
Minutos de trabalho não pago por dia.
Mulheres
Portugal é o País da UE no qual as mulheres
trabalham mais minutos por dia em trabalho
não remunerado (logo a seguir à Turquia, Méxi-
co e Índia), acima da média da OCDE, enquanto
os homens são os que menos trabalham de
forma não remunerada (logo a seguir aos países
asiáticos e Africa do Sul), abaixo da média da
OCDE. É também de salientar que o trabalho
não remunerado em Portugal representa 53%
do PIB, a percentagem mais elevada da OCDE.
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
LIBERDADE
Metodologia e definições:
“Os dados recolhidos focam a revelação de conflitos de
interesses para decisores políticos de topo no Governo
central. Os dados foram recolhidos no inquérito da OCDE
2010, sobre integridade. Comparado com 2009, o inqué-
rito foi ampliado de forma a recolher dados sobre juízes,
magistrados do ministério público e oficiais do Estado con-
siderados em áreas de risco, nomeadamente em contra-
tos púbicos, administração fiscal e aduaneira e autorida-
des financeiras. Os dados de 2010 também abrangem
informação sobre declaração de rendimentos (separados
por fonte e quantia) e declaração de acumulação de fun-
ções (pagas e não pagas) (…)”.
Activos/Bens
Passivos(obrigações
Fonte de Rendimento
Valor do Rendimento
Cargo externo: pago
Cargo externo: não pago
Prendas
Emprego anterior
Activos/Bens
Passivos/obrigações
Fonte de Rendimento
Valor do Rendimento
Cargo externo: pago
Cargo externo: não pago
Prendas
Emprego anterior
Pre
sid
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1º
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Min
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RA
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Grau de revelação de interesses privados nos três ramos de governação por país (2010)
RA
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Activos/Bens
Passivos/obrigações
Fonte de Rendimento
Valor do Rendimento
Cargo externo: pago
Cargo externo: não pago
Prendas
Emprego anterior
De
pu
taso
s d
a A
R
Informação revelada e publicamente disponível
Informação revelada, mas não disponível ao público
Informação revelada e publicamente disponível sob requisição
Não necessário revelar a informação
Proibido
Não aplicável
Dados em falta
LEGENDA
Dados oficiais: Gráficos e Tabelas
LIBERDADE
FU
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IOS
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Ag.
Pro
cu
rem
en
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Fu
ncs.
Fin
an
ça
s
Informação revelada e publicamente disponível Informação revelada, mas não disponível ao público Informação revelada e publicamente disponível sob requisição Não necessário revelar a informação Proibido Não aplicável Dados em falta
Juiz
es
Ma
gis
tra
do
Min
Pu
bl.
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JU
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IÁR
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Activos/bens
Passivos/obrigações
Fonte de Rendimento
Valor do Rendimento
Cargo externo: pago
Cargo externo: não pago
Prendas
Emprego anterior
Grau de revelação de interesses privados para funcionários em áreas de risco (2010)
QUEM SE DEFENDE (Brecht)
Quem se defende porque lhe tiram o ar
Ao lhe apertar a garganta, para este há um parágrafo
Que diz: ele agiu em legitima defesa. Mas
O mesmo parágrafo silencia
Quando vocês se defendem porque lhes tiram o pão.
E no entanto morre quem não come, e quem não come o suficiente
Morre lentamente. Durante os anos todos em que morre
Não lhe é permitido se defender.
Realidades
FRATERNIDADE
PORTUGAL 2012
PORTUGAL 2012
GRÉCIA 2012
GRÉCIA 2012
ALEMANHA 2012
ESPANHA 2012
ESPANHA 2012
PORTUGAL 2012
ITÁLIA 2012
INGLATERRA 2011
INTERTEXTO (Brecht)
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Realidades
FRATERNIDADE
Esta gente
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner An-
dresen, 1967 in "Geografia",
de 1967, incluído em "Obra
Poética", Ed. caminho, Lis-
boa, 2010
O Futuro Isto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente
e um povo verdadeiro não se trai
não quer gente mais gente que outra gente.
Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente
que o presente é um tempo que se vai
e o futuro é o tempo resistente.
Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.
O que é preciso é termos confiança
se fizermos de Maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai.
José Carlos Ary dos Santos In "Obra Poética",
Editorial Avante, Lisboa, 1994, p 389.
Grândola, vila morena
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Zeca Afonso
Fraternidade
Não me dói nada meu particular.
Peno cilícios da comunidade.
Água dum rio doce, entrei no mar
E salguei-me no sal da imensidade.
Dei o sossego às ondas
Da multidão.
E agora tenho chagas
No coração
E uma angústia secreta.
Mas não podia, lírico poeta,
Ficar, de avena, a exercitar o ouvido,
Longe do mundo e longe do ruído.
Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'
Realidades
Documentos de relevância
Divididos continuamos
Por que continua a desi-
gualdade a aumentar.
Base de dados interacti-
va:
Base de dados sobre
distribuição de rendi-
mento e pobreza
PETAL– comparação
do país atendendo a 6
indicadores de iniquida-
de
TRAFFIC LIGHT - com-
paração do país com 6
indicadores de iniquida-
de e 4 de redistribuição.
Fazer melhor pelas
famílias
Base de dados interac-
tiva
A Sociedade num Olhar 2011
Os Governos num Olhar 2011
A Europa em números
Anuário do Eurostat 2011
A Crise social Global
Relatório da Situação Social
Mundial em 2011 - ONU
As Reformas num Olhar
2011
Sistemas de aposentação
e reforma, na OCDE e
G20
Base de cálculo interacti-
va
Inquérito Económico
Março 2012 - UE