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235 Ser leitor no século XXI – Importância da compreensão na leitura para o exercício pleno de uma cidadania responsável e activa Maria da Esperança de Oliveira Martins* Cristina Manuela Sá* Entre o fim do século passado e o início deste, o sistema educativo português tem conhecido várias reformas, cujo objectivo central é procurar adaptá-lo às característi- cas da sociedade moderna. Vivemos numa sociedade marcada pela cir- culação da informação – nomeadamente, da informação escrita – e pela massificação do acesso às novas tecnologias da comunicação – principalmente a Internet –, onde a com- preensão na leitura tem uma importância cada vez mais proeminente e a falta de com- petências neste domínio dificulta a integra- ção plena do indivíduo na sociedade e a sua inserção no mercado de trabalho. Assim, no centro do actual debate sobre o papel da Educação no desenvolvimento humano, deve estar a construção de um ensino orientado para a aquisição e desen- volvimento de competências transversais, particularmente no que se refere ao domínio da compreensão na leitura. Dentro desta problemática, daremos especial atenção às questões surgidas em torno do conceito de literacia, em que os aspectos centrados na compreensão na leitura ocupam um lugar de relevo, dado que as competências neste domínio contribuem decisivamente para moldar a nossa memória colectiva e para garantir o exercício de uma cidadania res- ponsável e activa. Outro dos objectivos desta comunicação é determinar em que medida os manuais de Língua Portuguesa actualmente existentes vão ao encontro dos princípios que definem um ensino/aprendizagem orientado para o desen- volvimento de competências transversais no domínio da compreensão na leitura, por serem um dos recursos educativos mais utilizados nas escolas portuguesas, por professores e alunos. Com esse fim, construímos uma grelha de aná- lise de manuais desta área curricular, tendo em conta os princípios definidos pela literatura da especialidade e as directrizes propostas pela política educativa portuguesa. Palavras-chave: Transversalidade; Compre- ensão na Leitura; Manuais escolares de Língua Portuguesa, Educação para a Cidadania Introdução Vivemos numa sociedade que se alimenta da circulação da informação, nomeadamente da informação escrita, e que distingue os seus membros pelos seus níveis de acesso a esta, bem como de capacidade de uso dessa mesma informação. É, pois, natural que se atribua às capacidades de compreensão e de produção da escrita um interesse cada vez mais proeminente. * Universidade de Aveiro Saber (e) Educar 13 | 2008

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Ser leitor no século XXI – Importância da compreensãona leitura para o exercício pleno de uma cidadaniaresponsável e activa

Maria da Esperança de Oliveira Martins*

Cristina Manuela Sá*

Entre o fim do século passado e o iníciodeste, o sistema educativo português temconhecido várias reformas, cujo objectivocentral é procurar adaptá-lo às característi-cas da sociedade moderna. Vivemos numa sociedade marcada pela cir-culação da informação – nomeadamente, dainformação escrita – e pela massificação doacesso às novas tecnologias da comunicação– principalmente a Internet –, onde a com-preensão na leitura tem uma importânciacada vez mais proeminente e a falta de com-petências neste domínio dificulta a integra-ção plena do indivíduo na sociedade e a suainserção no mercado de trabalho.Assim, no centro do actual debate sobre opapel da Educação no desenvolvimentohumano, deve estar a construção de umensino orientado para a aquisição e desen-volvimento de competências transversais,particularmente no que se refere ao domínioda compreensão na leitura. Dentro destaproblemática, daremos especial atenção àsquestões surgidas em torno do conceito deliteracia, em que os aspectos centrados nacompreensão na leitura ocupam um lugar derelevo, dado que as competências nestedomínio contribuem decisivamente paramoldar a nossa memória colectiva e para

garantir o exercício de uma cidadania res-ponsável e activa.Outro dos objectivos desta comunicação édeterminar em que medida os manuais deLíngua Portuguesa actualmente existentes vãoao encontro dos princípios que definem umensino/aprendizagem orientado para o desen-volvimento de competências transversais nodomínio da compreensão na leitura, por seremum dos recursos educativos mais utilizados nasescolas portuguesas, por professores e alunos.Com esse fim, construímos uma grelha de aná-lise de manuais desta área curricular, tendo emconta os princípios definidos pela literatura daespecialidade e as directrizes propostas pelapolítica educativa portuguesa.

Palavras-chave: Transversalidade; Compre -ensão na Leitura; Manuais escolares de LínguaPortuguesa, Educação para a Cidadania

Introdução

Vivemos numa sociedade que se alimenta dacirculação da informação, nomeadamente dainformação escrita, e que distingue os seusmembros pelos seus níveis de acesso a esta,bem como de capacidade de uso dessamesma informação. É, pois, natural que seatribua às capacidades de compreensão e deprodução da escrita um interesse cada vezmais proeminente.

* Universidade de Aveiro

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O ensino/aprendizagem da língua portu-guesa deverá desempenhar um papel crucialneste contexto.Deste modo, «através da disciplina de LínguaPortuguesa, o aluno deverá aprender a usar alinguagem, a defender-se da linguagem, ainteragir através da linguagem, a intervir comos outros através da linguagem. E esse será odomínio com que o aluno parte, no presenteda escola, para o sucesso noutras disciplinas e,no futuro, para a integração na vida.» (Silva,2000: 366).Urge, de igual forma, reflectir sobre o con-cepção de literacia partilhada pela comuni-dade internacional, a qual abrange um con-junto de práticas sociais que envolvemtextos escritos e é definida como a compe-tência que permite a compreensão e o uso detextos escritos «to achieve one’s goals, todevelop one’s knowledge and potential, andto participate in society» (OECD, 2001: 4).Segundo Sousa (1999), para ter leitores, éindispensável formá-los, não basta desejá --los. Formar leitores exige da escola, e dosvários intervenientes no processo educativo,atitudes que estimulem o pensamento, osentido crítico, que respondam a desafios,apostando em objectos de leitura ricos ediversificados e numa postura de diálogo ecooperação, desde o início da escolaridade.Neste contexto, e por serem um dos recursoseducativos mais utilizados, tanto noensino/aprendizagem da língua portuguesacomo no das outras áreas curriculares, énecessário debater, à luz da política educativaportuguesa e da literatura da especialidade, aimportância dada pelos manuais escolares de

Língua Portuguesa ao desenvolvimento decompetências nos alunos, particularmente noque diz respeito à compreensão na leitura.

Ensino/aprendizagem da línguaportuguesa e desenvolvimentode competências transversais

A transversalidade promove uma com-preensão abrangente dos diferentes objectosde conhecimento, bem como a percepção daimplicação do sujeito na produção doconhecimento, alterando profundamente asrelações entre ambos. Tendo em conta esta realidade, o Ministérioda Educação (1999) definiu competênciastransversais essencialmente relacionadascom a aquisição de saberes metodológicosque permitem a realização de aprendizagensde natureza cognitiva e afectiva.Estas competências atravessam todas as áreascurriculares (disciplinares e não disciplina-res) propostas pelo currículo, ao longo detoda a escolaridade, sendo igualmente rele-vantes noutras situações da vida dos alunos. De facto, o gosto pela pesquisa, a capacidadede procurar informação em vários contextose suportes, a capacidade de comunicação, orecurso a estratégias cognitivas, o desenvol-vimento de um pensamento autónomo a parda capacidade para cooperar com outrosconstituem exemplos de aspectos centrais daaprendizagem e devem ser consideradoscomo elementos fundamentais do currículo. Uma escolarização significativa, por um lado,abre espaço para a inclusão de saberes

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extra-escolares, possibilitando a referência asistemas de significado construídos na reali-dade em que os alunos se inserem. Por outrolado, requer o desenvolvimento de processosque contribuam para que os alunos sejamprogressivamente mais activos e mais autó-nomos na sua própria aprendizagem. No âmbito da transversalidade, assume umpapel de incondicional relevância a área cur-ricular disciplinar de Língua Portuguesa,como promotora de saberes instrumentaisindispensáveis à aquisição de outros saberesrelacionados com a formação global doaluno (Valadares, 2003).Tendo em conta que toda a experiência escolaré, em larga medida, uma experiência linguísticae que os alunos precisam de desenvolver capa-cidades para funcionar, efectivamente, com alíngua falada e escrita, então temos de assumiras tarefas de educação linguística como pro-jecto colectivo e transversal.A transversalidade da língua portuguesamanifesta-se, por um lado, através do desen-volvimento, nos alunos, de competênciasimportantes para o seu sucesso escolar e asua integração socioprofissional através doprocesso de ensino/aprendizagem associadoà área curricular disciplinar de Língua Por-tuguesa e, por outro lado, através do contri-buto que o ensino/aprendizagem nas outrasáreas curriculares disciplinares e não disci-plinares poderá dar para o melhor domínioda língua portuguesa, uma vez que esta é alíngua veicular em que todo trabalho escolarse processa (Sá, 2006).Esta abordagem pretende responder aodesafio de aproximar os discursos oficiais

dos programas das diversas áreas que com-põem o currículo formal do Ensino Básicoem Portugal, usando para tal o vector da lín-gua através da qual cada uma dessas áreascurriculares – disciplinares ou não discipli-nares – se deixa apreender (Rey, 1996).Hoje em dia é já natural reconhecer-se «aLíngua Materna como elemento mediadorque permite a nossa identificação com osoutros e a descoberta e compreensão domundo que nos rodeia. Tem-se como seguroque a restrição da competência linguísticaimpede a realização integral da pessoahumana, isola da comunicação, limita o acessoao conhecimento, à criação e fruição da cul-tura e reduz ou inibe a participação na praxissocial (Ministério da Educação, 1998: 141).A língua portuguesa é ainda a língua de aco-lhimento das minorias linguísticas que vivemno país. Deste modo, o seu domínio é tam-bém muito importante no desenvolvimentoindividual, no acesso ao conhecimento, naintegração social, no relacionamento social,no sucesso escolar e profissional e no exercí-cio pleno da cidadania de todos aqueles quetêm a língua portuguesa como língua estran-geira ou como língua segunda. Assim, esta orientação transdisciplinar noplano da educação linguística implica altera-ções na gestão do currículo e mudanças nasatitudes dos professores para com as suasespecialidades, porque exige o desenvolvi-mento de novas competências no âmbito daanálise e da intervenção sobre as práticas lin-guísticas (Castro, 1997). Um estudo, levado a cabo por Neves (Neves,Sá, 2005), junto de supervisores de Língua

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Portuguesa a leccionar no 3º Ciclo doEnsino Básico, permite concluir que sãoainda muitos os factores que impedem aadopção de uma perspectiva transversal noâmbito da área curricular disciplinar de Lín-gua Portuguesa. Dentre eles, destacam -se odesconhecimento das múltiplas vantagensdas competências transversais e da forma deas operacionalizar.No entanto, a presença da língua portuguesano Ensino Básico tem vindo a ser encaradacada vez com mais afinco e seriedade, dadoque esta desempenha um papel extrema-mente importante na formação dos alunos atodos os níveis, se se tiver em conta as inú-meras possibilidades abertas pela sua trans-versalidade.A aula de Língua Portuguesa «ao convocartodos os conhecimentos imprescindíveis auma análise da língua e ao seu exercício,transmissão e fruição, apresenta-se, nãocomo um somatório desses conhecimentos,mas sim apoiada numa transversalidade dis-ciplinar que exige o recurso a inquietaçõespedagógicas e didácticas derivadas das práti-cas encontradas nessa transversalidade.»(Sequeira et al, 1989: 157).

O ensino/aprendizagem da compreensão na leituraassociado à operacionalização da transversalidade da línguaportuguesa

Se pensarmos no papel desempenhado pelalíngua portuguesa nas nossas vivências sociais,

facilmente concluiremos que o seu adequadodomínio é um factor essencial da formaçãodos cidadãos. Este facto confere um lugar dedestaque à área curricular disciplinar de Lín-gua Portuguesa no contexto do nosso sistemaeducativo, já que (Sá, 2004: 7) o seu processode ensino/aprendizagem deve «conduzir aaprendizagens que se irão revelar úteis na fre-quência de qualquer outra disciplina do currí-culo do aluno e ainda pela vida fora.» A realização deste propósito passa, entreoutros aspectos, pelo desenvolvimento decompetências no domínio da compreensãona leitura e da expressão escrita.De facto, a leitura, a par da escrita, é uma dasactividades mais importantes do universosocial e escolar dos indivíduos. A sociedadeactual e as suas constantes mutações exigemuma profunda reflexão sobre o que é a lei-tura, o papel que ocupa no currículo e aforma como é ensinada e avaliada.Compete à Escola, através da acção dos pro-fessores e de outros agentes que nela se inte-gram, e da influência dos manuais, dentreoutros elementos que podem afectar o pro-cesso de ensino/aprendizagem, colmatar asgraves lacunas detectadas em estudos relati-vos à literacia.É também à Escola que compete, em grandeparte, a formação do leitor do séc. XXI, quese confronta com desafios cada vez maiscomplexos. Assim, esta terá que adequar as suas estraté-gias às necessidades do mundo actual, parapoder ultrapassar os problemas detectados econtribuir para a melhoria do desempenhodos alunos, futuros cidadãos.

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Segundo Sim-Sim (2003: 5), «A complexi-dade envolvida no processo de aprendizagemda leitura requer do aprendiz de leitor moti-vação, vontade, esforço e consciencializaçãodo que está a ser aprendido. Por sua vez amorosidade inerente ao domínio desta com-petência exige, também, que o seu ensino nãose limite à descodificação alfabética e se pro-longue, de forma sistematizada e consistente,ao longo de todo o percurso escolar.» A compreensão é uma das competênciastransversais e, mais especificamente, a com-preensão na leitura desempenha um papelprimordial na aprendizagem de outras disci-plinas do currículo dos alunos e na vidaextra-escolar. Podemos concluir que ler ecompreender textos são operações impor-tantes no dia a dia do cidadão perfeitamenteintegrado na sociedade. Muitas são as funções desempenhadas pelaleitura na escola e na vida. Lê-se para ampliaros limites do conhecimento, para obter infor-mação, para descontrair, para reflectir, … Umensino/aprendizagem eficaz da leitura apoia --se no sentido de prática social e cultural queesta possui. Só desta forma os alunos poderãoentender a sua aprendizagem como um meiode ampliar as possibilidades de comunicação,desfrute e acesso ao conhecimento (cf. Colo-mer: 2001).A língua portuguesa, quer como línguamaterna do sujeito, quer como língua deacolhimento, é fundamental no processo decomunicação e no processo de estruturaçãodo pensamento. Cabe à área curricular disci-plinar de Língua Portuguesa promover aaquisição e desenvolvimento de competên-

cias, concretamente em compreensão na lei-tura que possibilitem um uso correcto dalíngua para comunicar adequadamente epara estruturar os pensamentos.Contudo, a aquisição e desenvolvimento decompetências em compreensão na leituranão se pode restringir à aula de Língua Por-tuguesa. Todas as áreas curriculares discipli-nares e não disciplinares devem estar ao ser-viço da referida aquisição edesenvolvimento. Assim se reforça mais umavez a grande importância da transversali-dade da língua portuguesa associada à com-preensão na leitura.Corroborado que está o importante papel daLíngua Portuguesa no desenvolvimento decompetências transversais, necessárias para osucesso do aluno dentro e fora da escola e aolongo da sua vida, concretamente no domí-nio da compreensão na leitura, centramos anossa atenção no conceito de literacia, nonível de iliteracia da população portuguesa eno contributo que a escola e a sociedade por-tuguesas poderão dar para a resolução dosproblemas dele decorrentes.

Papel da operacionalização da transversalidade da línguaportuguesa na resolução de problemas de iliteracia

Entende-se literacia como a capacidade de pro-cessamento de informação escrita de uso cor-rente contida em materiais impressos vários(gráficos, documentos, textos) (Benavente et

al., 1996: 4).

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Segundo Sim-Sim (1993: 7), o conceito deliteracia diz respeito à «capacidade de com-preender e usar todas as formas e tipos demateriais escritos requeridos pela sociedadee usados pelos indivíduos que a integram.» De acordo com o Relatório Nacional sobre oPISA (GAVE, 2001), a «Literacia de leiturafoi definida como a capacidade de cada indi-víduo compreender, usar textos escritos ereflectir sobre eles, de modo a atingir os seusobjectivos, desenvolver os seus própriosconhecimentos e potencialidades e a partici-par activamente na sociedade.» Estudos nacionais e internacionais ajudam --nos a compreender alguns dos problemasque foram causados pela massificação doensino. Reforçam, de igual forma, a impor-tância extrema da leitura no âmbito escolar eextra-escolar, nomeadamente na obtençãodo sucesso escolar e social. Com fracas com-petências em compreensão na leitura, os alu-nos são cidadãos iletrados, pouco interventi-vos e pouco críticos, o que condicionará odesenvolvimento económico e social donosso país.Actualmente sentimos uma grande preocu-pação com as questões relacionadas com acompreensão na leitura.Estudos elaborados, quer a nível nacional,quer a nível internacional, demonstram queos nossos alunos apresentam falhas significa-tivas ao nível da compreensão na leitura. Defacto, muitos dos alunos que concluem oEnsino Básico saem da escola com váriaslacunas ao nível da compreensão na leitura, oque torna difícil a sua inserção em sociedade,ou seja, as competências por eles desenvolvi-

das ao longo da escolaridade obrigatória nãosão suficientes para lhes proporcionaremuma vida pessoal e profissional de sucesso eo exercício de uma cidadania crítica e inter-ventiva.Deste modo, desenvolver competências decompreensão na leitura é um dos objectivosessenciais da escolarização dos cidadãos eum contributo fundamental para a sua inte-gração social.A capacidade de usar a informação escrita éuma questão de sobrevivência na vida docidadão, um factor de facilidade no acesso àcultura comum e na sua partilha, na mobili-dade social. A incapacidade de o fazer cons-titui um factor de redução do nível e da qua-lidade da participação social, logo, deexclusão social.Por estas e outras razões, os problemasdecorrentes de dificuldades em leitura e emescrita deveriam ser abraçados por todos, deforma a se colmatarem as várias lacunasdetectadas.À escola cabe um papel importante na reso-lução de problemas de literacia. Urge inten-sificar as medidas que se relacionam com aalteração da abordagem escolar da com-preensão na leitura. Alguns dos objectivos que devem nortear oensino/aprendizagem da compreensão na lei-tura prendem-se, entre outros, com: i) o reco-nhecimento e identificação da informaçãosolicitada; ii) a compreensão da informaçãoexplícita nos textos lidos; iii) a compreensãoda informação não explícita no texto asso-ciada à capacidade de realizar inferências; iv) aselecção da informação de acordo com instru-

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ções dadas; v)a produção de textos com inten-ções comunicativas específicas.Também as experiências de aprendizagemdevem ser bastante diversificadas e adequa-das aos alunos. Para tentar solucionar os problemas e aslacunas detectados ao nível da compreensãona leitura, sugerem-se algumas situações deaprendizagem a propor aos alunos, que tam-bém valorizam a interacção leitura/escrita,como, por exemplo: implicar os alunos emsituações de leitura com várias finalidades(ler para obter informação de carácter geralou precisa, para seguir instruções, paraaprender, por prazer, para praticar a leituraem voz alta, para verificar o que se com-preendeu, entre outras); levar a cabo activi-dades que propiciem o desenvolvimento dacompetência lexical; promover actividadesde articulação da leitura com a escrita comoproceder à reescrita de textos. Por outro lado, é também necessário envol-ver mais os alunos nas actividades realizadasem sala de aula, motivando-os e ajudando -osa serem autónomos na sua aprendizagem.Esperamos que a escola «atribua ou transfirapara o aluno a responsabilidade da constru-ção do conhecimento, que ofereça aos alunosa possibilidade real de participar activa-mente na sua própria aprendizagem» (Gar-cía e Pérez, 2001: 16).Há também que reconhecer que as novasformas de comunicação (Internet, chats,fóruns, correio electrónico, sms, msn)requerem competências de leitura e escritadiferentes das que são praticadas em sala deaula. Deste modo, é necessário fazer adapta-

ções na gestão do currículo, para que este seadeqúe à nova realidade sociocultural. Antesde mais, é necessário relacionar as activida-des de leitura propostas aos alunos na escolacom as suas vivências. Não podemos conti-nuar a cingir-nos a actividades e textos quenada têm a ver com as suas experiências.Como afirma Colomer (2003: 159),»A ideiade que saber ler (e escrever) representa achave do acesso à cultura e ao conhecimentoestá profundamente enraizada na nossasociedade.» No entanto, o afastamento dos alunos emrelação à leitura e à escrita é ainda uma rea-lidade, apesar destes saberem que estas sãofundamentais para o seu futuro.Também é importante que o hábito de lerfaça parte da vida dos docentes. Um docenteque não tenha hábitos de leitura dificilmentemotivará os seus alunos para a leitura. Alémdisso, poderá não ter consciência do valor daleitura para a obtenção do sucesso escolar epara o exercício de uma cidadania interven-tiva e crítica.Outra grande questão prende-se com a faltade hábitos de leitura nas famílias. A práticade leitura tem que ser realizada com fre-quência dentro e fora da sala de aula, paraque os alunos desenvolvam efectivamentehábitos de leitura.Estamos a braços com uma grande contradi-ção: se todos sabemos que é fundamental lere escrever bem, como é que nos afastamoscada vez mais da leitura? Será que a leituranão tem sentido para nós?Uma das medidas recentes para solucionaros problemas de iliteracia em questão partiu

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do Ministério da Educação e diz respeito àcriação do Plano Nacional de Leitura, lan-çado no início de 2006, em articulação como Ministério da Cultura e o Gabinete dosAssuntos Parlamentares. Esta iniciativa visa:

· promover a leitura, assumindo-a como fac-tor de desenvolvimento individual e deprogressão nacional; · criar ambientes favoráveis à leitura; · inventariar e valorizar práticas pedagógicase outras actividades que estimulem o prazerde ler entre crianças, jovens e adultos; · criar instrumentos que permitam definirmetas cada vez mais precisas para o desen-volvimento da leitura;· enriquecer as competências dos actoressociais, desenvolvendo a acção dos profes-sores e de mediadores de leitura, informaise formais.

Assim, o Plano Nacional de Leitura vemcomplementar o Currículo Nacional doEnsino Básico, reforçando a importânciadada à Língua Portuguesa e à leitura pelo sis-tema educativo português.Um bom desempenho em compreensão naleitura, além de elevar os níveis de literacia,conduzirá o país a um patamar socio-econó-mico mais favorável para todos os cidadãos,dotando-os de competências fundamentaispara fazerem face ao avanço tecnológico epara exercerem plenamente a sua cidadania.Depois de termos reflectido sobre o con-ceito de literacia, os problemas de iliteraciada população portuguesa e formas de os col-matar, urge, de igual forma, analisar o papel

que o manual escolar de Língua Portuguesadeve desempenhar no processo de aquisiçãode competências ao nível da compreensão naleitura.

Importância do manual escolarde Língua Portuguesa naformação do leitor do século XXI

Pretende-se que a escola produza um dis-curso pedagógico-didáctico compreensívelpara os alunos. Este discurso deve estimularnos alunos a curiosidade, o espírito de aná-lise de situações da vida e de descoberta, emvez de os ensinar a passivamente receberemum conhecimento já feito. É igualmente importante que os manuaisescolares cumpram estes requisitos. Por tudo isto, na concepção de um manualescolar, deve ser dada atenção à linguagem, àconcepção teórica do manual, à interdisci-plinaridade, autonomia e criatividade, à con-cepção crítica da cidadania, à discriminaçãoe ainda, aos conteúdos, às actividades, aosrecursos didácticos, à avaliação. Deve, deigual forma, ser dada atenção ao modelopedagógico-didáctico que o manual veicula.Não podemos ignorar que, actualmente, sequer romper com a ideia de um currículo quese esgota nos conteúdos. Pretende-se que ocurrículo escolar se oriente para o desenvol-vimento de competências. E, no quadro destaorientação, impõe-se repensar, quer a estru-tura de muitos manuais escolares, quer omodo como são usados no desenvolvimentodesse currículo, tendo em conta o facto de

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que estes aspectos estão intimamente ligadose se condicionam mutuamente.O manual escolar tem sido encarado comoum elemento regulador das práticas peda-gógicas, quando deveria ser um instru-mento orientador. Como afirma Brito(1999: 142), «sabemos que, algumas vezes,infelizmente não é o programa que deter-mina a prática lectiva e conduz o professor adefinir os objectivos do ensino, porque é omanual escolar, transformado num instru-mento todo poderoso, que influencia edetermina a prática pedagógica, às vezes,tomado por uns, como uma «bíblia», cujoconteúdo é totalmente assumido comoúnica verdade.»Como já foi referido, a leitura ajuda a comu-nicar, a adquirir conhecimentos, a desenvol-ver a criatividade e está presente em todas asáreas curriculares. É essencial para as apren-dizagens dos alunos e ajuda-os a desenvolve-rem-se como pessoas. Por conseguinte, os manuais escolares – e,muito particularmente, os de Língua Portu-guesa – devem constituir um contributopara ajudar a formar leitores competentes(Morais, 2006).Assim sendo, importa reflectir sobre o papela desempenhar pelos manuais escolares deLíngua Portuguesa do Ensino Básico naaquisição e desenvolvimento de competên-cias em compreensão na leitura, a fim dedotar os alunos de instrumentos indispensá-veis à participação activa na sociedade emque se inserem.Interessa também apresentar alguns dosprincípios orientadores desta reflexão.

Antes de mais, é essencial caracterizar, nassuas linhas gerais, a forma como a com-preensão na leitura é abordada nos manuaisde Língua Portuguesa para os vários ciclosdo Ensino Básico. De seguida, é imprescindível comparar essaslinhas gerais com os princípios definidospela literatura da especialidade e as directri-zes propostas pela política educativa portu-guesa para este domínio. Por fim, prevemos a elaboração de um docu-mento contendo princípios que possamapoiar a elaboração de propostas didácticasefectivamente orientadas para o desenvolvi-mento de competências associadas à com-preensão na leitura, no âmbito dos manuaisescolares associados ao ensino/aprendiza-gem da língua portuguesa. Para tornar possível a análise dos manuaisescolares que constituem a amostra desteestudo, construímos uma grelha, a partir deuma aturada pesquisa e revisão de literaturada especialidade e das directrizes propostaspela política educativa portuguesa para odomínio em causa. A partir desta grelha, é nosso objectivodeterminar em que medida os manuais deLíngua Portuguesa actualmente existentesvão ao encontro dos princípios que definemum ensino/aprendizagem da referida disci-plina orientado para o desenvolvimento decompetências em compreensão na leitura.O manual escolar, como promotor da com-preensão leitora, deve permitir criar umaatmosfera propícia à leitura, apresentandofinalidades, objectivos a atingir e competên-cias a desenvolver aquando da prática de lei-

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tura. Deve também disponibilizar aos alunose ao professor todos os conteúdos do currí-culo e materiais de leitura diversificados queos permitam trabalhar, possibilitando avariação das experiências de leitura dos alu-nos, para os motivar para a mesma. Deve, de igual forma, dar a conhecer aos alu-nos diferentes tipos de textos, diferentestipos de linguagem de que eles se possamservir dentro e fora da escola. Devem, deigual forma, desenvolver nos alunos a capa-cidade de fazer inferências e de compreen-der os textos recorrendo à articulação comos conhecimentos prévios. Relativamente aoensino/aprendizagem da leitura, os manuaisdevem tornar possível o confronto dos alu-nos com textos e obras motivantes, em situa-ções reais para serem cativados. As actividades em torno da leitura devem serseleccionadas de acordo com dois aspectosfundamentais: a motivação e a activação dedesenvolvimento cognitivo.Só desta forma os manuais permitirão col-matar as dificuldades dos alunos ao nível daleitura, especificamente no que se refere àextracção de informação e posterior recupe-ração da mesma. Deste modo, acreditamos que os manuais,enquanto orientadores das práticas, podem terum papel muito importante na luta contra aineficácia da Escola ao nível do ensino/apren-dizagem da leitura e da escrita. Eles podem serum factor de sucesso na motivação dos alunosface à leitura e escrita e no desenvolvimento decompetências nestes dois domínios.Acreditamos que o manual de Língua Portu -guesa pode ser um bom auxiliar do professor

na sensibilização para a leitura. SegundoGalveias (2004:74), «apesar do reconheci-mento consensual de que ler é compreender,a Escola contradiz, com frequência, esta afir-mação, ao basear o ensino da leitura numasérie de actividades que se supõe serem des-tinadas a mostrar aos alunos como se lê, masnas quais, paradoxalmente, nunca é prioritá-rio o desejo de que compreendam o que dizo texto.» Também os manuais têm contri-buído para esta situação. Assim, é necessário que os manuais de Lín-gua Portuguesa ajudem a alterar as práticaspedagógicas, tornando-as mais intencionais,coerentes e proficientes. Ao professor é exigido que seja capaz deimplementar práticas renovadoras, motiva-doras, acompanhando e implementando oque a investigação no domínio da Educaçãoem Línguas vai revelando. Aos manuaisescolares é exigido que se tornem num ins-trumento ao serviços destas práticas.

Considerações finais

Actualmente, a sociedade exige que a escola,com a ajuda da família e do meio envolvente,forme cidadãos activos, conscientes, inde-pendentes e críticos e não alunos submissos.É cada vez mais necessário dominar a leitura,para se poder viver em sociedade, para se serbem aceite e para poder usufruir dos váriosrecursos que ela põe ao nosso dispor. Assimé muito importante o papel da disciplina deLíngua Portuguesa no Currículo do EnsinoBásico.

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Ser leitor no século XXI exige do alunomotivação, vontade, esforço. A aprendizagemda leitura é para a vida inteira e vai muitopara além da descodificação alfabética, pro-longando-se por toda a escolarização.Uma vez que a sociedade confere muitaimportância à leitura, a integração do indiví-duo exige a aquisição e o desenvolvimentode competências relacionadas com a com-preensão da informação escrita. Fica assimreforçada a importância da leitura como fer-ramenta de aprendizagem fundamental paratodos, em todas as idades.Deste modo, as práticas discursivas de leiturae também de escrita devem ser encaradascomo fenómenos sociais que ultrapassam oslimites da escola. Partimos do princípio deque o trabalho realizado por meio da leitura eda produção de textos é muito mais do quedescodificação de signos linguísticos. Pelocontrário: é um processo de construção designificado e atribuição de sentidos. De igual forma, concebe-se a leitura comouma actividade própria da disciplina de Lín-gua Portuguesa e que ocupa um lugar e ful-cral nesta. Esta concepção justifica-se pelofacto de a leitura permitir a concretização deuma pluralidade de funções acometidas àgeneralidade das acções educativas, particu-larmente no campo da formação pessoal e dasocialização (Dionísio, 2000).Por fim, apostamos na reflexão sobre o papeldos manuais enquanto ferramentas impor-tantes na aquisição e o desenvolvimento decompetências no domínio da comunicação. Na verdade, os manuais de Língua Portuguesado Ensino Básico podem ajudar a desenvolver

metodologias de estudo e estratégias de racio-cínio verbal importantes para a resolução deproblemas do dia-a-dia do cidadão comum.Poderão, igualmente, permitir a descoberta damultiplicidade de dimensões da experiênciahumana, através do acesso ao patrimónioescrito que constitui um arquivo vivo da expe-riência cultural, científica e tecnológica daHumanidade. De forma mais restrita (etendo em conta a problemática contempladaneste estudo), poderão contribuir para desen-volver nos alunos competências associadas àcompreensão na leitura.

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