seria um diálogo possível? Resumo
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Código do trabalho: 7629761 A educação das relações étnico-raciais e a política educacional de um colégio religioso Agostiniano:
seria um diálogo possível?
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma pesquisa de mestrado que está em andamento, sobre a
política educacional de um colégio Agostiniano que oferece educação gratuita para uma população
majoritariamente negra. Pretendemos identificar tal política de educação oferecida pelo colégio e seu
trabalho com a educação das relações étnico-raciais.
O interesse pela pesquisa no Colégio Agostiniano AIACOM se manifesta em razão da instituição oferecer
educação gratuita (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos) para uma
população, majoritariamente constituída por pessoas negras que reside em comunidades do entorno do
bairro Engenho Novo, Rio de Janeiro, que é excluída social e economicamente, em condições
vulneráveis. Como objeto de pesquisa temos a política educacional do colégio e seu trabalho com a
educação das relações étnico-raciais.
O racismo é um problema de dimensão social porque é um conceito sistemático que possui estruturas
profundas sistematizadas entre o final do século XVIII e o início do século XIX, baseado na construção
de teorias científicas com a ideia da existência de raças entre os seres humanos para classificar e
hierarquizar pessoas a partir de características biológicas (cor da pele e cabelo, por exemplo) e étnico-
culturais, trazendo consequências e produzindo desigualdades até os dias atuais (ALMEIDA, 2020). Uma
das raízes do racismo é a naturalização da precarização da vida, da vulnerabilidade seja ela financeira, de
moradia e a falta de acesso à educação. Observando a proposta do Colégio, se entende que tal iniciativa
tem potencial para contribuir com mudanças significativas na vida dos estudantes e de suas famílias,
possibilitando que estes tenham acesso à educação através do ensino, atividades culturais, projetos sociais
e parcerias para entrada no mercado de trabalho.
A escola se caracteriza como um local onde compartilhamos saberes e conhecimentos, mas também um
local que reproduz preconceitos, dentre eles os raciais. Se nesse espaço educador existe a perpetuação de
racismo, há também a possibilidade de romper com ele (GOMES, 2003).
A metodologia adotada é a pesquisa qualitativa exploratória descritiva e analítica realizada através de um
estudo de caso organizado para observar o colégio e sua comunidade escolar, com adoção de grupo focal
como fonte de informações para coleta de dados; etnografia virtual, observação participante, trabalho de
campo e análise documental.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo. Pólen, 2020, 3ª reimpressão.
GOMES, NILMA Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o
corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p.167-182, jan/jun.2003.
Palavras-chave:
Educação das relações étnico-raciais;
educação básica;
população negra
1ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
2ª opção de Sessão Temática
ST 02. A CRIANÇA E O AUTORRETRATO: Superando o racismo na escola.
3ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas Nome Filiação institucional Michelle dos Santos Morgado (Autor/a) Prefeitura Municipal de Niterói
Código do trabalho: 2222248 A geração alpha e a sociedade digital: culturas infantis e territórios negros
Resumo:
Este trabalho visa apresentar como a primeira geração a ser totalmente digital adentra as mídias sociais.
Nascidos a partir de 2010, também é a primeira geração nascida apenas no século XXI, têm na internet
sua maior percepção territorial: multiconectados. Neste ano também era lançado o primeiro iPad, por isso
e pelos hábitos que a geração y (milennials) que, sendo progenitora da maior parte da geração alpha,
passa aos filhos, primos, irmãos, etc costumasse dizer que esta ultima nasceu com um celular/tablet na
cara”, haja vista o tempo e uso desta por aparelhos similares que possibilitam o acesso à internet. Assim,
sua presença nas mídias sociais - ainda que as mesmas supostamente vedem perfis para menores de 16
anos-, é pública, notória e muitas vezes, viral. Considerando então sua afinidade com as redes, não
deferiria em um perfil de um grupo de pesquisa que dispõe a pesquisas as culturas infantis e pedagogias
descolonizadoras sob a égide da lógica exúlica (SOUZA, 2016), a qual se propõe a construir com as
crianças, em parceria, e não como objeto de pesquisa, sendo então seu comportamento e sua produção de
cultura condutoras de pesquisa para entendermos como o espaço das redes sociais se torna produtor de
cultura infantil e um território negro, no locus dos perfis do Grupo de Pesquisa Laroyê, onde o mesmo
conta com dois conselheiros, Abner de oito anos e Maria Laura de seis anos. Considerando aqui território
nas concepções de Milton Santos (1999) e de Marcelo Lopes de Souza (2001) e na releitura de Ellen de
Lima Souza (2021) que afirma que “territórios negros são aqueles que recolocam a África em nós, ou
seja, nos reconecta a uma África mítica que nos fortalece enquanto seres históricos e sociais, produtores
de cultura; corpos capazes de mudar os ambientes, inclusive virtuais. Assim, a geração alpha integra o
grupo e engrandece a sua presença digital, ditando tendências e elaborando questões que movimentam o
grupo na busca pelo conhecimento, comungando de uma África que se faz presente em todas as gerações,
fazendo a ancestralidade crescer também nas mídias sociais, permeando a cultura digital, através de
mídias diversas que conservam princípios como a oralidade, comunidade, circularidade, corporeidade e
outros. Nesse sentindo, ao escolhermos trilhar esse caminho com as crianças, em nossas redes sociais,
com as perspectivas de um território negro, caminhamos para uma sociedade digital de mais
complementariedade e menos conflito, onde buscamos nos desvencilhar do adultocentrismo, racismo,
machismo e outras mazelas advindas do carrego colonial (RUFINO, 2019) aconselhados pela saberia
ancestral advinda de Abner e Maria Laura.
Palavras-chave:
territórios negros; lógica exúlica; mídias sociais;
1ª opção de Sessão Temática
ST 20. Tecnologias, culturas, mídias e linguagens: formas de abordar as questões étnico-raciais e de
enfrentar o racismo
2ª opção de Sessão Temática
ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas
transformadoras e antirracistas
3ª opção de Sessão Temática
ST 17. Quilombos, Educação e Territorialidades no contexto de luta por Direitos Nome Filiação institucional
Núbia Cristina Sulz Lyra Correa (Autor/a) Graduanda em Pedagogia na Universidade
Federal de Lavras
Código do trabalho: 2811332 A Participação de mulheres negras no movimento Pan-Africano do início do século XX
Resumo:
O Pan-Africanismo foi um movimento cultural, filosófico, social e político que visava unificar
a população negra fora do continente Africano e propunha seu retorno a ele. W.E.B Du Bois,
Marcus Garvey, George Padmore, entre outros são personalidades reconhecidas desse
movimento. No entanto, Addie W. Hunton, Ida A. Gibbs Hunt e Amy A. Garvey, mulheres
negras que atuaram na sua concepção e organização, foram relegadas ao ostracismo da
narrativa histórica do pan-africanismo. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é analisar a
participação dessas mulheres no movimento pan-africanistas a partir de suas proposições
para a educação. Partimos da hipótese que elas contribuíram para o movimento e
principalmente, para o campo da educação. Por meio, do conceito outsider within de Collins
(2016),sobre a marginalização de mulheres negras na produção intelectual, as propostas para
a educação de Addie, Ida e Amy possibilitariam tal reflexão, a partir de suas trajetórias. Enfim, a partir
dessas considerações iniciais, esta pesquisa tem em sua problemática Como a participação de mulheres
negras dentro do movimento Pan-Africano do início do século XX, dentre elas: Addie W. Hunton, Ida.
A.H. Gibbs Hunt e Amy A. Garvey contribuiriam para uma produção intelectual no campo da educação?
Para isso, seu objetivo geral é analisar as propostas para educação dentro do campo de produção
intelectual de mulheres negras do movimento Pan-Africano do início do século
XX, considerando a trajetória de Addie W. Hunton. Ida A. Gibbs Hunt e Amy A. Garvey, atuantes do
movimento. Assim, o primeiro objetivo específico dessa pesquisa consiste em compreender o
movimento Pan-Africano do início do século XX e a maneira pela qual a educação se constituiu
dentro desse movimento. Delimitado esse primeiro objetivo, se procederá à elaboração de uma análise
sobre a atuação dessas mulheres, a partir de suas trajetórias no movimento e fora dele, com foco na
educação. Passaremos para o terceiro objetivo específico que será relacionar sobre se e de que forma a
atuação e presença dessas mulheres no movimento conectaram com as orientações
gerais do Pan-Africanismo, com destaque para a educação. Para compor o que nos inspiraremos a partir
de Pinto (2014) uma rede de sociabilidade por meio da trajetória dessas mulheres e suas vivências no
movimento Pan-Africano, com foco nas propostas para a educação, considerando a ascensão dessas
ideias. Em síntese, essa pesquisa em andamento, buscará relacionar a participação dessas mulheres negras
no interior do movimento, com foco em suas propostas para a educação contribuindo assim, para o campo
dos estudos étnico-raciais a partir da experiência intelectual e politica da diáspora.
Palavras-chave:
Pan-Africanismo, Mulheres Negras, Educação das relações étnico-raciais, Intelectuais negras
1ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras
2ª opção de Sessão Temática
ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras
3ª opção de Sessão Temática
ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX Nome Filiação institucional Fernanda Vieira da Silva Santos (Autor/a) UFSCar
Código do trabalho: 4521390 A preservação versus o silenciamento: lutas por educação e cidadania em Campinas pelo olhar do
militante Benedito Evangelista (1902-1939)
Resumo:
Esta comunicação de pesquisa versa a luta antirracismo vivenciada na cidade de Campinas por entidades
civis capitaneadas pelo militante Benedito Evangelista. Busquei entender as dinâmicas de vivências no
período pós-abolição em lugares menores e/ou mais distantes dos grandes centros de tradição afro. Não
que acreditasse que as tradições africanas e afro-brasileiras deixassem de existir em outros lugares, mas
principalmente como seria estar, resistir e manter e recriar novas dinâmicas em lugares espacialmente
mais delimitado diferentes das capitais. Benedito Evangelista nascido em Campinas e filho de ex-
escravizados, cresceu, estudou, trabalhou e militou pela cidadania de seu grupo. Participante ativo na luta
contra o racismo foi um lutador árduo em defesa da instrução e construção da cidadania de negros
paulistas através de sua luta pelo Colégio São Benedito entidade particular criada para atender a educação
dos filhos dos associados da irmandade de São Benedito. Entre a criação, os anos de sucesso e o término
das atividades pode-se conhecer um pouco da luta do grupo de militantes e o empenho particularmente
hercúleo de Benedito para a sobrevivência de sua instituição que tinha importância impar para a
comunidade negra da cidade. Esta é uma questão importante porque nem sempre as concepções de
identidade nacional abrangeram os não-brancos como cidadãos. Os anos se seguiram após o final da
escravidão foram particularmente importantes para a reorganização das vidas dos libertos e seus
descendentes, em especial, porque ele foi seguido de uma mudança de na forma de governo do país com
advento do governo republicano e o declínio da república. Novos cidadãos, novo regime político mas as
mesmas formas econômicas e as velhas lideranças. A memória coletiva dos grupos afrodescendentes foi
criada e mantida à revelia das narrativas da história oficial, abarcando diversos suportes, como a oralidade
e as práticas culturais; portanto, construções dinâmicas e permeadas de embates. Podemos afirmar que a
história do grupo de militantes de Benedito Evangelista faz parte de uma perspectiva maior que envolve o
século XX. Ou seja, sua vida se passou contemporaneamente à criação de entidades supranacionais em
prol dos direitos políticos e civis no mundo; à criação de uma imprensa negra, aqui e fora; e à conjugação
de esforços para a libertação dos povos africanos do processo de colonialismo e contra o apartheid.
Palavras-chave:
Benedito Evangelista; Colégio São Benedito; associativismo.
1ª opção de Sessão Temática
ST 04. Cultura Afro-Brasileira e patrimônio: memórias, lugares, tradições e preservação
2ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras
3ª opção de Sessão Temática
ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX Nome Filiação institucional Lúcia Helena Oliveira Silva (Autor/a) UNESP- Assis
Código do trabalho: 8831157 África com ciência e interculturalidade: fazendo valer a lei 10.639 na geografia.
Resumo:
Com a sanção da lei 10.639/03, que assegura o ensino obrigatório da história e cultura-afro brasileira,
abre-se um conjunto de questionamentos e reflexões sobre como essa lei pode ser garantida, de fato, no
ensino de geografia. Partindo do referencial teórico da pedagogia decolonial, refletimos em que
momentos o currículo da geografia escolar permite tocar no espaço geográfico africano. Nosso particular
interesse está na organização e distribuição dos temas presentes nos livros didáticos; e como podemos
verificar indícios para a discussão antirracista. As características dos países africanos, principalmente
aspectos políticos, econômicos e sociais são os temas que o presente trabalho objetiva, a partir da
sequência didática proposta.
A obra aqui pesquisada é Expedições Geográficas , publicada pela editora Moderna. Direcionada aos
estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, o material didático foi a segunda coleção com o maior
número de escolha pelos professores da rede pública em todo o Brasil, segundo o edital do PNLD 2020.
A metodologia utilizada para compor a presente investigação compreende a análise dos capítulos
relacionados ao ensino de África a partir dos conteúdos e imagens de representatividade. Neste sentido,
foram observados o Guia do PNLD 2020 e a Base Nacional Comum Curricular , na expectativa de que
contemplassem a descolonização do currículo, articulados com a proposta da lei 10.639.
A partir da análise da sequência didática em tela, notamos que existem séries de escolaridade em que não
há protagonismo do continente africano; e a organização curricular estereotipada e descontextualizada,
como se as lutas étnico-raciais fossem distantes da atualidade. É restrito ou inexistente o conhecimento de
resistências circulando entre os assuntos, organizados em um tripé: domínios naturais, economia em
desenvolvimento e problemas sociais.
O livro do oitavo ano é o único que reserva uma seção para abordar o continente africano. Dizer que o
livro compreende oito seções, sendo cinco deles reservados ao continente americano, totalizando vinte
capítulos; e uma única seção – a última, nas páginas finais do livro - destinada ao continente africano,
com quatro capítulos, já merece uma missa.
A pesquisa nos ajudou a perceber uma incongruência. O quadro em que o temário indica aos professores
uma forma de organização curricular encontra-se em posição oposta e conflituosa com a implementação
da lei 10.639.
Como professores, nosso esforço é perseguir formas de atribuir protagonismo ao ensino do continente
africano e seus conteúdos, sublinhar potências, áreas de desenvolvimento socioeconômico, riquezas e
diversidades (não apenas físico-naturais). Construir, enfim, um outro imaginário possível, uma outra
visão de mundo alternativa à eurocêntrica.
Palavras-chave:
Palavra-chave: Geografia antirracista; África; Decolonialidade.
1ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
2ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
3ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas Nome Filiação institucional Marcus Vinicius Castro Faria (Autor/a) UFF - Universidade Federal Fluminense
Vinícius de Luna Chagas Costa (Coautor/a) Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu
Código do trabalho: 5258723 Arte Malunga é Revolucionária
Resumo:
As Exposições de Arte Negra contemporânea já aconteceram em 3 atos na cidade de Presidente
Prudente/São Paulo com obras da artista plástica Ivonete Alves, com a produção e curadoria de Fabiana
dos Santos. As exposições geraram um acervo de arte negra que estão compondo o Museu Afroperiférico,
onde o acervo visual se destaca em meio de outros acervos, como as ervas da tradição, a comida,
artesanato étnico, livros, audiovisuais, narrativas através de imagens e poéticas. A base de inspiração dos
Atos 1, 2 e 3 de Arte Malunga foram artistas africanos (as) e da Diáspora Negra como Mama Esther
Mahlangu, El Anatsui, Bispo do Rosário, Sônia Gomes, Kifouli Dossou e Tchif. Esta inspiração veio
principalmente do Antigo Egito, com obras do Reinado de Tiy (Décima Oitava Dinastia) e da renovação
filosófica do Reinado de Amenhotep IV – o faraó herético. Estas exposições tiveram como desafio
integrar na arte contemporânea inspirada na arte da tradição afro-brasileira, 4 mil bonecas Abayomis nas
obras, produzidas primeiro em Oficinas Coletivas, depois da Pandemia do Covid 19, cada mulher em sua
casa. A base filosófica deste trabalho está no Mulherismo Africana discutida por Clenora Hudson Weems
atualizada no Brasil por Aza Njri , Katiuscha Ribeiro e Bast’llele Malomalo. As Exposições foram
realizadas na periferia, permitindo acesso livre através dos meios digitais e nos muros das casas. O
financiamento do trabalho inicialmente foi cotizado pela artista, produtora e ações entre amigues, no
segundo ato através da Lei Aldyr Blanc e o terceiro Ato está sendo financiado por sobras dos anteriores e
com a bolsa de Doutorado da CAPES via Faculdade de Educação da Unicamp. As mulheres que
produziram bonecas Abayomis são o público das ações do Doutorado intitulado EDUCANDO A
NEGRITUDE EM TRÊS OU MAIS GERAÇÕES NAS FAMÍLIAS NEGRAS EM UM MOCAMBO -
As mulheres negras e seu protagonismo na educação familiar e social, proposto por Ivonete Aparecida
Alves sob orientação da Prof. Drª Angela Fátima Soligo no DIS – Grupo de Pesquisa Diferenças e
Subjetividades em Educação (Estudos Surdos, das Questões Raciais, de Gênero e da Infância), na linha de
Pesquisa 09_ Psicologia e Educação. Assim, Arte Malunga discute no seu bojo a psicologia africana posta
em prática na vida vivida através da afrocentricidade, contribuindo no financiamento de mulheres
enquanto valoriza seu trabalho e suas aprendizagens, à partir de demandas familiares de imediato, e no
curto prazo almejando a alteração de suas subjetividades em mais de uma geração.
Palavras-chave:
Arte negra; Mulherismo Africana; Psicologia Africana.
1ª opção de Sessão Temática
ST 04. Cultura Afro-Brasileira e patrimônio: memórias, lugares, tradições e preservação
2ª opção de Sessão Temática
ST 09. Educação, relações raciais e o estudo da história e cultura da África e afro-brasileira
3ª opção de Sessão Temática
ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais Nome Filiação institucional
Ivonete Aparecida Alves
(Autor/a)
Agbá do Mocambo APNs Nzinga Afrobrasil - Arte - Educação -
Cultura
Código do trabalho: 9731458 As mestras-lavadeiras e suas netas insurgentes : porque as nossas ESCREVIVÊNCIAS importam
Resumo:
O presente trabalho nasce de uma experiência desenvolvida numa sala de Educação de Jovens e Adultos
dentro do projeto social Semeando Sorrisos (em Queimados/ RJ), mediados pela intervenção pedagógica
da neta de uma lavadeira da comunidade formada em pedagogia, que promove uma ação insurgente no
território. Mesmo na pandemia, o trabalho prosseguiu e gerou dois livros: Mulheres do Ler 1 e 2 que,
construindo conversas virtuais e assessorias remotas, trazem narrativas de mulheres negras da Baixada
Fluminense e outras aguerridas. É relevante destacar que emergem variadas ações a partir desse trabalho:
teses, dissertações, inserções como lideranças em cargos públicos ou seja são inserção em vários campos.
Tendo tais pressupostos e acreditando no processo de formação que transcende o campo do formal,
buscamos compreender e interligar o conceito de escrevivência em Conceição Evaristo com as interfaces
deste trabalho na modalidade EJA e seus sujeitos, entendem se que há muitas histórias silenciadas e que
precisam ser contadas. Freire (1997) já nos dizia que a leitura de mundo precede a leitura da palavra.
Nesta perspectiva de ler o mundo, vamos observando nas escritas destas mulheres pretas, agora como
escritoras da/na Educação de Jovens e Adultos, buscando aprender como se dá o processo de
autoafirmação a partir da escrita e as reverberações deste processo na construção da pedagogia da teia no
território. Do ponto de vista teórico, autoras/es como Conceição Evaristo (2009), Beel Hooks (2017) e
Paulo Freire (1996), apoiam a construção desse estudo porque nos convocam a discutir a leitura e a
escrita numa perspectiva contra hegemônica. A escrevivência, como afirma Conceição Evaristo (2014), é
mais que escrever sobre si. É a escrita de nós. É um chamamento para que todas e todos tenham as suas
escritas-vida marcadas na sociedade e com elas possam reescrever suas histórias. Ela conclama outros e
outras ao protagonismo. O que Freire (1996) já chamou de pronunciamento e Hooks (2017) chama de
insurgência, buscamos chamar de pedagogia da teia, pois já percebemos preliminarmente que os sujeitos
da pesquisa dialogam com a mesma, constroem um caminho teórico-metodológico que vislumbra a
organização de uma pedagogia que muda realidades na Baixada Fluminense - Rio de Janeiro.
Palavras-chave:
EJA;ESCREVIVÊNCIAS;INSURGÊNCIAS
1ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
2ª opção de Sessão Temática
ST 14. Por uma educação emancipatória: confluências entre educação indígena, educação das relações
étnico-raciais e educação quilombola.
3ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas Nome Filiação institucional Veronica Cunha (Autor/a) secretaria municipal de educacao Queimados
Código do trabalho: 824166
Cidadanias mutiladas e Educação Matemática: uma reflexão sobre as relações étnico-raciais na
educação
Resumo:
Com a promulgação da lei 10.639/2003 as discussões acerca da Educação para as Relações Étnico-raciais
(ERER) se intensificaram no Brasil. No entanto, muito ainda precisa ser feito para que a lei seja efetivada
e seus resultados sejam percebidos nos mais diversos meandros da sociedade. Na presente pesquisa
almejamos refletir sobre a implementação da lei 10.639/2003 na Educação Matemática e seu potencial
para a corroborar na construção da cidadania da população negra brasileira. Nossos referenciais teóricos
são: a teoria decolonial, em particular os eixos de colonialidade do poder, colonialidade do saber e
colonialidade do ser, a etnomatemática e o conceito de cidadanias mutiladas de Milton Santos. A
metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental, uma vez que investigamos marcos legais
que sustentam a ERER, assim como fizemos interlocução com uma bibliografia especializada cujas
investigações abordam a implementação da lei na Educação Matemática. A partir disso, procedemos com
análises qualitativas no que tange ao conteúdo da lei, suas consequências e possíveis impactos na
Educação Matemática, assim como sua importância para a manutenção da cidadania da população negra
brasileira. Milton Santos utiliza o conceito de cidadanias mutiladas para se remeter à parcela da
população brasileira que tem seus direitos negados em diferentes esferas como moradia, trabalho, saúde,
educação e locomoção, sendo que a população negra, segundo o autor, é a mais afetada no que diz
respeito a essas mutilações que estruturam nossa sociedade. Nesse sentido, entendemos que as cidadanias
mutiladas são efeitos da colonialidade do poder, saber e ser, uma vez que estão intimamente ligadas ao
processo histórico-cultural da formação do país. Desse modo, vislumbramos a Educação Matemática
como uma área de potencial para tensionar epistemologias dominantes no discurso científico e senso
comum. Contudo, percebemos que a área ainda tem se dedicado pouco aos estudos sociopolíticos que
permeiam a esfera educacional, em particular para as relações étnico-raciais e implementação da lei
10.639/2003. De acordo com nossas análises, entendemos que a matemática ainda precisa ser repensada
em relação ao seu papel social, uma vez que historicamente ela tem se ancorado numa perspectiva
eurocêntrica e colonizadora, de modo que essa visão tem influenciado na atuação de educadores(as)
matemáticos(as) e redes educacionais, dificultando assim a implementação da lei 10.639/2003 e sua
corroboração para reverter o quadro de mutilação da cidadania do povo negro no Brasil. Portando, se faz
necessário um maior número de pesquisas e discussões na área para que se faça o enfrentamento dos
empecilhos que persistem em fazer a manutenção dos moldes da colonialidade.
Palavras-chave:
Educação Matemática; Cidadania; Lei 10.639/2003.
1ª opção de Sessão Temática
ST 08. Educação para as Relações Étnico-raciais no Ensino de Ciências e Matemática
2ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
3ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica Nome Filiação institucional Washington Santos dos Reis (Autor/a)
Código do trabalho: 7883412
Cosmogonia Afrodiaspórica: mulheres negras contam sua história
Resumo:
O livro “Mulheres negras contam sua história” é uma produção resultante de uma política da Secretaria de
Políticas Para as Mulheres com o apoio da Secretaria de Promoção e Igualdade Racial, no ano de 2013 na
qual foi lançado um edital público para estimular a escrita e divulgação das experiências das autoras que
viveram no anonimato, as implicações do racismo e as lutas no combate a discriminação. Essa iniciativa
decorreu do compromisso das políticas públicas brasileiras naquele período histórico com o
enfrentamento ao racismo e ao sexismo, no sentido de resgatar memórias de mulheres negras, seus
antepassados e descendentes.
Inscreveram-se na chamada mulheres autodeclaradas negras que concorreram em duas categorias: na
categoria redação houveram 421 inscritas e na categoria ensaio houveram 100 inscrições. A Comissão
julgadora foi formada também por mulheres negras: Aparecida Sueli Carneiro, Maria Aparecida da Silva,
Maria da Conceição Evaristo de Brito, Maria de Lourdes Teodoro, Matilde Ribeiro, Tânia Regina Santos
Silva e Valdice Gomes da Silva. Foram duas menções honrosas em cada categoria que compuseram,
juntamente com outros 10 textos selecionados, a obra literária.
A escolha por trabalhar com esta obra, e fazer a partir dela uma análise dos entrelaçamentos entre as
narrativas das histórias contadas, decorre da pesquisa em andamento junto ao Programa de Mestrado
Acadêmico em Ensino cuja temática em foco é Mulheres Negras e Religiosidades de Matriz Africana. Por
meio desta escrita, pretendemos trazer à tona os estudos que temos feito em relação aos conceitos de
Corporeidade, Afetividade e Ancestralidade como elementos da produção de uma filosofia de matriz
africana que assinalam processos de resistência ao epistemicídio do padrão cultural, social e civilizatório
eurocêntrico. Para isso, recorremos, principalmente, a autores e autoras negros/as como: Muniz Sodré,
Franz Fanon, Chimamanda Ngozi Adichie, Djamila Ribeiro.
Com base nas narrativas apresentadas pelas autoras que compuseram a obra, selecionamos três textos por
entender que nelas esses elementos estão presentes. A história de Marisol kadiegi, “Do luto à luta: a
história de três continentes marcados pelo racismo”, a história contada por Dóris Regina Barros da Silva,
“Teias da Memória e Fios da História: laços e entrelaços” e a história escrita por Tássia do Nascimento,
“Vozes -Mulheres”. Nelas percebemos traços marcantes de modos de existir e resistir de mulheres negras
que criaram suas estratégias para subverter as interdições dos corpos e das vidas que experimentam, onde
uma cosmogonia afrodiaspórica é por elas vividas em intensidades com saberes ancestrais que reforçam
as tradições e laços afetivos de uma africanidade.
Palavras-chave:
Mulheres Negras; Corporeidade; Ancestralidade
1ª opção de Sessão Temática
ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais
2ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras
3ª opção de Sessão Temática
ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX Nome Filiação institucional Hélen de Oliveira Soares Jardim (Autor/a) Universidade Federal do Pampa
Código do trabalho: 4887271
Denegrindo o Pensamento Social e Político Brasileiro: uma aproximação entre a "amefricanidade"
de Lélia Gonzales e a "cordialidade" de Sérgio Buarque de Holanda
Resumo:
Introdução
Vários campos das ciências humanas e sociais vêm sofrendo a chamada abertura epistêmica para as
chamadas teorias insurgentes, o que se dá de forma ainda muito tímida no Pensamento Social e Político
Brasileiro. Em consonância com este contexto, a presente proposta promove um debate entre Lélia
Gonzales e Sérgio Buarque de Holanda, em torno do clássico buarqueano “Raízes do Brasil”, para não só
abrir o campo para as/os intelectuais negras/os e suas ideias, mas para denegrir as interpretações do
Brasil.
Objeto de pesquisa
O objeto da pesquisa é o pensamento de Lélia Gonzales, com sua noção de amefricanidade articulado ao
pensamento de Sérgio Buarque, com sua ideia de cordialidade. A questão central é: que inovações
teórico-epistemológicas decorreriam da aproximação entre o pensamento de Sérgio Buarque e de Lélia
Gonzales? A hipótese é de que essa aproximação contribui para a revisão e reelaboração crítica da
cordialidade buarqueana. A relevância deste trabalho está em contribuir para o processo de constituição
de novas epistemologias, como elementos centrais na construção de um projeto de nação antirracista.
Referencial teórico-metodológico
Sérgio Buarque de Holanda afirma que o iberismo português, conformado à realidade dos domínios rurais
patriarcais brasileiros, é o que constitui uma estrutura sui generis, a civilização de raízes rurais. Minha
leitura dessa formulação é de que Holanda nos apresenta a fórmula iberismo + domínios rurais =
civilização de raízes rurais + cordialidade. Nesse ponto, concentrarei meu argumento, mas não somente,
nas formulações de Lélia Gonzales sobre a categoria político-cultural de amefricanidade para resolver
essa tensão entre colonização, civilização e cultura.
Etapas de desenvolvimento e resultados alcançados
[1] alguns pressupostos e determinadas pistas de que Sérgio Buarque dialoga com a atual discussão sobre
(des)colonialidade; [2] com base nos pressupostos e pistas encontrados, percepção de que o autor
negligencia o protagonismo de americanos na formação do Brasil; [3] da aproximação de seu pensamento
com o de Lélia Gonzales, esboço de um potencial debate sobre intelectuais, movimentos sociais e cultura
amefricana, centrado nas classes populares; [4] formulação da questão: a cordialidade de Sérgio Buarque
é colonialidade à brasileira?, o que levanta a necessidade de releitura de “Raízes do Brasil”, em especial a
narrativa buarqueana da formação do Brasil; e [5] confirmação de que a categoria político-cultural de
amefricanidade de Lélia Gonzales ajuda a revisar e reelaborar a categoria político-cultural de cordialidade
de Sérgio Buarque.
Palavras-chave:
Lélia Gonzales; Sérgio Buarque de Holanda; Pensamento Social e Político Brasileiro;
1ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras
2ª opção de Sessão Temática
ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras
3ª opção de Sessão Temática
ST 13. Pensamento social, movimentos sociais e cultura negra na diáspora Nome Filiação institucional Thiago de Oliveira Thobias (Autor/a) Hospital Federal dos Servidores do Estado
Código do trabalho: 6945775
Educação Antirracista: uma perspectiva de implementação institucional em curso no município do
Rio de Janeiro
Resumo:
Um dos grandes desafios da sociedade atual é a discussão sobre a diversidade étnico-racial nos diferentes
cenários em que vivemos: em casa, na escola, no trabalho, dentre outros círculos sociais. Tendo em vista
que a sociedade brasileira se utilizou de mecanismos históricos para criar, ampliar e perpetuar
desigualdades sócio raciais, à medida que houve uma tomada de consciência, de acesso e de luta dos
indivíduos em situação de desigualdade, tais reivindicações passaram a figurar em espaços de visibilidade
política, cuja legitimidade das pautas levaram a sociedade civil e o governo a atenderem também via
legislação os direitos das populações afro-indígenas. Nesse sentido, as leis 10.639/03 e 11.645/08, ao
alterarem o artigo 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e instituírem o ensino das
Histórias e Culturas Africanas, Afro-brasileira e Indígenas no currículo da educação básica, tensionam o
campo do currículo e ampliam a discussão para as redes público-privadas de ensino, a fim de que se
atualizem e promovam políticas de ação afirmativa para a equidade. Na rede municipal do Rio de Janeiro,
a partir de um mapeamento de ações desenvolvidas, percebeu-se que desde 2008 já despontavam ações
que aludiam ao trato da diversidade numa perspectiva de fomento aos projetos pedagógicos. No entanto,
através das análises de pesquisas (GUIMARÃES, 2012; PINTO, 2017; OSCAR, 2018) reconheceu-se que
as ações institucionais eram pouco sentidas pelos profissionais, entendidas como inexistentes e/ou
pontuais. Por outro lado, professores se mobilizavam a partir da tríade formação continuada,
desenvolvimento de prática pedagógica afro-referenciada e criação de uma rede de apoio (SILVA, 2019),
fortalecendo internamente essa pauta. No presente ano, a nova gestão municipal, alinha a perspectiva
institucional ao movimento forjado pelos professores, criando a Gerência de Relações Étnico-Raciais. A
gerência, como órgão institucional, configura-se como um avanço no reconhecimento do debate e no
compromisso de implementar de forma gradativa e transversal as leis, por meio dos eixos do currículo, da
formação e dos projetos intersetoriais. Desta forma, a rede municipal do Rio de Janeiro apresenta um
caminhar que tem buscado a implementação dessas leis e a ressignificação do currículo junto à
comunidade escolar, partindo desde um amadurecimento das ações em nível institucional à valorização e
reconhecimento das práticas pedagógicas que emergem do chão da escola.
Palavras-chave:
LEIS 10.639/03 E 11.645-08; EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA; POLÍTICA INSTITUCIONAL.
1ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
2ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
3ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas Nome Filiação institucional
Luciana Nascimento
(Autor/a) Professora da Educação Básica
Joana Elisa Costa Oscar
(Coautor/a) PCRJ - Secretaria Municipal de Educação
Pedro Vitor Guimarães
Rodrigues Vieira
(Coautor/a)
E/SUBE/CEIEC/Gerência de Relações Étrnico-Raciais
Código do trabalho: 3529347
Ensino De Filosofia e a Prática Antirracista em Sala de Aula
Resumo:
O presente resumo justifica-se pela percepção de que a educação, enquanto fenômeno social, está inscrita
em uma construção ideológica, ou seja, os processos educativos são produtos e produtores de escolhas
políticas. A partir disso, o argumento central deste texto é que essa escolha pode – e deve – ser feita com
base na mobilização e troca de afetos entre educadores, educandos e toda rede de ensino, tendo como
objetivo a formação para o antirracismo. Diante desta ideia inicial do que é educação, é necessário
evidenciar dentro deste processo a importância do ensino de filosofia nas escolas brasileiras, explicitando
esta disciplina como uma fonte de saberes para a formação discente, para a formação do sujeito pensante
detentor de todos os mecanismos cognitivos, para a formulação de um processo dialético de formação de
pensamento e principalmente para o entendimento da representatividade discente com a História da
Filosofia ensinada nos colégios brasileiros. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a
disciplina de Filosofia ministrada no Ensino Médio, compõe a chamada área das Ciências Humanas,
juntamente com as disciplinas Sociologia, História e Geografia e, não podemos ministrar uma ciência
humana que não exalta a representatividade discente, não estimula o sujeito a refletir sobre o seu
cotidiano, que não abrace as mazelas sofridas pelos educandos e educadores, que não estimule a formação
de um sujeito pensante capaz de utilizar a filosofia como base para seus questionamentos. Ao falar do
estudo da filosofia como uma ciência que pensa as relações do sujeito inserido num determinado meio
social, não podemos deixar de lado toda uma bagagem cultural vinda do corpo discente. Com o amparo
da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de conteúdos de História da África e dos
negros no Brasil em todo currículo de sistemas de ensino, disto isto, propomos caminhos para o ensino de
filosofia pautado numa educação antirracista promovendo um giro epistêmico na construção dos saberes
já postos em sala de aula, utilizando metodologias diferenciadas, inserindo no currículo pensadores e
pensadoras de raças e etnias diversas, compreendendo os anseios de busca de conhecimento de cada
educando, estas seriam formas de tornar o ensino de filosofia mais acessível a todos e todas. Nos
momentos de grande exclusão social, como os tempos atuais, é importante perceber que a educação
antirracista precisa ser ainda mais uma orientadora das práticas pedagógicas, e as aulas de filosofia não
podem se distanciar desta perspectiva. Isso porque, sem a preocupação com as desigualdades, a escola
passa a servir como espaço de reprodução de todas as formas de dominação.
Palavras-chave:
Ensino de Filosofia; Educação Antirracista; Lei 10.639/03
1ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
2ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
3ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica Nome Filiação institucional Gisele Rose da Silva (Autor/a) Professora de Filosofia para Ensino Médio
Código do trabalho: 8287856
Fissuras Epistêmicas na Antropologia: Ilustrações e os Pensamentos Feministas Negros
Resumo:
Ilustrar é um caminho que desperta muitos sentidos, dois deles são, tanto tornar compreensível certo
assunto, quanto transmitir conhecimentos sobre determinada área. Tendo esses dois aspectos como
sustentação, a ilustração neste artigo assume um caráter metodológico, em que se explora as
potencialidades das narrativas gráficas com o objetivo de proporcionar maior detalhamento sobre o tema
abordado, neste caso específico, os conceitos criativos e críticos dos pensamentos feministas negros. Tais
epistemologias singulares trazem para a superfície o debate sobre as intersecções entre gênero e raça e
como eles alicerçam as relações de poder de maneira desigual. Para compreender as subjetividades
latentes de alguns processos de construção hierarquizadas sobre os corpos negros e o aprisionamento do
outro mediante conceitos biológicos, as imagens, nesta produção acadêmica, assumem o lugar de um
recurso criativo de diálogo com feministas negras a exemplo de Neusa Santos, Lélia Gonzalez e Sueli
Carneiro que promovem uma relação dialógica entre os conjuntos de pensamentos científicos e histórias
silenciadas originando fissuras nas abordagens hegemônicas brancas, europeias e masculinas da produção
do conhecimento. Ilustrar as tensões que os pensamentos feministas negros apresentam como os espaços e
linguagens de resistência, a não polarização entre teoria e prática e a construção coletiva de saberes é
assumir o desafio de romper com os limites das palavras que, muitas vezes, não são ditas pela dor, pelo
epistemicídio ou pela disputa por narrativas universalizantes. A imagem, a partir de uma leitura inicial,
que seria um exercício de identificação, admite a interpretação que resulta de um esforço analítico,
dedutivo e comparativo. Logo, ela como documento, como fonte, revela aspectos da vida material que,
algumas vezes, a compreensão de fontes escritas não revela. As narrativas gráficas conjuntamente com os
pensamentos feministas negros contribuem para a promoção das fissuras disciplinares, da visibilidade de
teorias sociais engajadas e da ampliação dos horizontes epistêmicos. Expressar a força visceral que as
mulheres negras precisam ter para serem ouvidas e lidas na produção científica hegemônica seria
antirracista se eu também ousasse, como elas, rompendo com as definições do cânone da Antropologia,
ou seja, a sua suposta objetividade, os rigores das técnicas, dos métodos e do refinamento das palavras.
Enfim, salientar que as alternativas epistemológicas são possíveis e a natureza experimental da
Antropologia deve ser comemorada e jamais encoberta, como algumas vezes nos deparamos diante de
cenários frustrantes no debate acadêmico. Não podemos nos esquivar de assumirmos riscos, porque ao
final não é possível controlar os imponderáveis da vida cotidiana.
Palavras-chave:
Epistemologias; Narrativas Gráficas; Pensamentos Feministas Negros.
1ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras
2ª opção de Sessão Temática
ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras
3ª opção de Sessão Temática
ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa Nome Filiação institucional Katianne de Sousa Almeida (Autor/a) UFG - Universidade Federal de Goiás
Código do trabalho: 6222684
John Edmonstone o alforriado que influenciou Charles Darwin, seu apagamento histórico e a
importância de proporcionalidade de referenciais negros e negras no ensino de ciências
Resumo:
O presente estudo tem por objetivo apresentar para a comunidade científica brasileira o cientista John
Edmonstone, ex-escravizado latino americano da Guiana, que no século XIX, após ser alforriado deu
aulas na Universidade de Edimburgo para o jovem Charles Darwin. Assim como mostrar suas
contribuições para o pensamento científico pós-moderno no âmbito biológico, naturalista, taxidermista,
ornitológico, evolutivo darwiniano e seus sucessores neodarwinistas. Estabelecer as relações e
contribuições com o pensamento de Charles Darwin, um dos intelectuais mais influentes para a ciência
moderna e para o entendimento da vida, assim como discutir os motivos que levaram o seu apagamento
histórico além de trazer a importância de referenciais negros e negras no ensino de ciências e biologia em
escolas no Brasil afim de uma construção antirracista na educação e na área científica, melhora na
autoestima e autoimagem dos alunos negros e negras e para que mais jovens negros almejem uma carreira
de cientista. John, cruzou fronteiras saindo da Guiana se mudando para a Escócia e se tornando um
professor universitário, coisa muito incomum no século XIX para um homem preto ex-escravizado, este
trabalho será o primeiro publicado em língua portuguesa sobre essa ilustre figura, sendo de quase ou total
desconhecimento para os biólogos e ativistas do movimento negro brasileiro, portanto o objetivo é iniciar
uma discussão de novo referenciais que foram esquecidos, também criando ponte de um olhar latino
americano, uma visão defasada no Brasil. A ciência exatas/naturais também pode ser um lugar para
discussão étnico-racial, as ciências humanas tem um papel fundamental neste local ao produzir dados,
estudos profundos sobre figuras mas uma sociedade antirracista necessita que todos os campus trabalhem
pela inclusão, diversidade e pluralidade, começando pelo resgate de figuras para estimular crianças e
adolescentes no ensino formal. A taxidermia é uma técnica de preservação de preparados de pele,
esqueletos e outros artefatos biológicos de animais, popularmente conhecido como empalhar, o domínio
dessa técnica no século XIX era de total importância para o estudo anato-fisiológico dos animais.
Palavras-chave:
John Edmonstone; cientista negro; referências negras na ciência
1ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras
2ª opção de Sessão Temática
ST 14. Por uma educação emancipatória: confluências entre educação indígena, educação das relações
étnico-raciais e educação quilombola.
3ª opção de Sessão Temática
ST 08. Educação para as Relações Étnico-raciais no Ensino de Ciências e Matemática Nome Filiação institucional Laura Aguiar Leal (Autor/a) Bolsista
Código do trabalho: 2629976
Mar vermelho e branco: o percurso de encantaria das mulheres do Ilú Obá De Min
Resumo:
Com episódios ainda constantes de racismo, cada vez mais difundidos nas mídias, a violência desta ferida
ainda aberta em nossa sociedade e que estrutura todas as nossas relações precisa ser tratada de forma
urgente. Cada vez mais políticas públicas estão sendo criadas para combater o racismo em nosso país.
Uma delas foi a lei 10.539/2003 que trouxe alguma mudança na educação racial do Brasil.
Ter um espaço para construção do saber onde a identidade negra é vista não apenas como algo positivo,
mas também realizador de algumas mudanças que vemos acontecendo hoje em nosso país, é um
verdadeiro ‘paraíso’, como diz a escritora nigeriana Chimamanda Adichie quando nos alerta sobre os
perigos da história única, com a criação e manutenção de estereótipos que limitam a nossa existência, nos
encaixando em um só lugar.
O Ilú Obá De Min - Educação, Cultura e Arte Negra é uma associação paulistana que tem como base o
trabalho com as culturas de matriz africana e afro-brasileira. Foi fundado com objetivo de preservar e
divulgar a cultura negra no Brasil, além de destacar a participação e o protagonismo das mulheres através
da arte.
A associação hoje promove diversos projetos educativos, como o ‘Ilú na mesa’, um ciclo de palestras
anual que promove debate e reflexão em torno do combate ao racismo a partir das experiências trazidas
por suas convidadas, e também o curso ‘Diálogos Negros - Luta política e resistência através da memória
do Ilú’, que a cada encontro levou junto as pesquisas de suas formadoras a história do próprio bloco,
assim como de suas homenageadas.
Apesar de muitos projetos, é com o bloco afro carnavalesco que a associação se faz mais conhecida. Há
16 anos o bloco Ilú Obá De Min leva às ruas seu cortejo, sua ópera negra. Resultado de oficinas criativas
oferecidas ao longo do processo de construção do carnaval, que abrange aulas de percussão, dança, canto
e perna de pau que são ministradas na rua, para as integrantes e os curiosos que param para admirar os
ensaios.
Este trabalho é construído coletivamente a cada encontro, sob intempéries do tempo, de disponibilidade
de espaço para os ensaios, e do próprio fluxo do grupo - atualmente composto por mais de 400 mulheres
que a cada ano trazem seus saberes e experiências pessoais para o coletivo.
Meu projeto de pesquisa tem como principal característica a investigação e mapeamento das mudanças
emocionais e sociais de mulheres que não tiveram uma educação racial de qualidade e encontraram no Ilú
Obá De Min, este quilombo urbano no coração de São Paulo, outras referências para se reinventarem e
alargarem suas possibilidades de mulheres-sujeito. Através das pistas do método cartográfico pretendo
visualizar este percurso de busca por identidade das integrantes através de um mapa afetivo.
Palavras-chave:
Relações étnico-raciais; pedagoginga; arte
1ª opção de Sessão Temática
ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas
transformadoras e antirracistas
2ª opção de Sessão Temática
ST 13. Pensamento social, movimentos sociais e cultura negra na diáspora
3ª opção de Sessão Temática
ST 20. Tecnologias, culturas, mídias e linguagens: formas de abordar as questões étnico-raciais e de
enfrentar o racismo Nome Filiação institucional Raquel Silva dos Santos (Autor/a)
Código do trabalho: 6156550
Metafísica yorùbá para uma epistemologia da dança negro-brasileira
Resumo:
Pesquisamos as possibilidades de pensar a estética de uma dança negro-brasileira a partir da filosofia
africana com base na epistemologia do mito, corpo e ancestralidade, somado as contribuições dos autores
Inaicyra Falcão (2015) e Ligiéro (2011) no que se refere a cosmopercepção afro-brasileira e o processo de
encenação de danças negras. Um estudo de caso ancorado na observação da apresentação do espetáculo
de dança contemporânea Cruz Credo , entrelaçado pelo método cartográfico de Deleuze e Guattari
(1995), na cartografia da encruzilhada do filósofo Luis Carlos Santos (2014) e nos estudos das práticas
performativas do povo negro-brasileiro. A metodologia cartografia da encruzilhada aborda a cartografia
social, neste caso mais especificamente da cultura africano-brasileira. Deste modo, apresentamos
fotografias e sinalizamos os possíveis percursos adotados pelo artista, no processo de montagem, que
estão aliançados ao habitus do povo negro-brasileiro à luz das discussões entre corpo, cena, vida,
performance e a metafísica yorùbá. Na filosofia ocidental encontramos pensadores que se referenciam em
signos míticos como dispositivos para suas epistemologias: Nietzsche e as perspectivas dionisíacas,
Camus e o mito de Sísifo, o Leviatã de Thomas Hobbes, as citações de Aristóteles em sua obra Poética
sobre a tragédia de Édipo, o mito da caverna de Platão. Epistemologias da tradição europeia que são
apropriadas no ensino de filosofia no Brasil para a compreensão de questões éticas, políticas e estéticas. E
Èsù? Encontramos pensadores que apresentam a mitologia de Iara, Voduns, Caboclos e òrìsà como signos
míticos de produção de conhecimento filosófico?
A visão filosófica de Soyinka possui o ritual trágico yorùbá como princípio da metafísica yorùbá. A
questão central de seu pensamento está na perspectiva de valorização do corpo enquanto sede de
produção do conhecimento e na sua relação com o simbolismo dos òrìsà, apresentando novas leituras
sobre a metafísica africana e sua concepção de mundo que engloba o mundo dos ancestrais, dos vivos e
dos não nascidos. Cruz Credo parte de algumas práticas no ritual de Èsù e dos Òrìsà, um espetáculo solo
de dança afro-contemporânea que aborda a interseccionalidade entre o racismo e homofobia. A
gestualidade negro-brasileira é dinâmica, nasce da cultura africana e é reinventada no Brasil -
desterritorialização -, uma manifestação horizontal, com dobras, gingas, o baixo corporal, uma reinvenção
– filosofia como ancestral. Em sua essência Cruz Credo é uma dança com dispositivo na gestualidade
negro-brasileira, uma linguagem de pertencimento e fortalecimento das artes negras ancestrais
reconceptualizadas pelo cantar-dançar-batucar.
Palavras-chave:
Arte negra; Estética; Filosofia africana.
1ª opção de Sessão Temática
ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais
2ª opção de Sessão Temática
ST 20. Tecnologias, culturas, mídias e linguagens: formas de abordar as questões étnico-raciais e de
enfrentar o racismo
3ª opção de Sessão Temática
ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX Nome Filiação institucional Maicom Souza e Silva (Autor/a) Museu Capixaba do Negro - MUCANE, Instrutor de Dança.
Código do trabalho: 8916241
Multiletramentos e ação social: implicações político-pedagógicas decorrentes do atendimento à Lei
Federal 10.639/2003
Resumo:
Este estudo, embasado no modo como a perspectiva dos multiletramentos tem sido mobilizada por
pesquisadoras(es) e educadoras(es) brasileiras(os) (SIGNORINI, 2012; ROJO; 2013, FERREIRA;
FERREIRA, 2015) para repensar o ensino de língua, teve como principal objetivo refletir sobre certas
implicações político-pedagógicas geradas pela necessidade de atendimento à Lei Federal 10.639/2003, a
qual torna obrigatório, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, o
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, bem como a Educação das Relações Étnico-
Raciais. Ao tomar como enfoque teórico básico o referencial informado pelo texto fundador “A Pedagogy
of Multiliteracies: Designing Social Futures”, produzido pelo grupo de pesquisadores autodenominado
“The New London Group” (CAZDEN et al., 1996), bem como trabalhos derivados deste documento
(COPE; KALANTZIS, 2000, 2009) e buscando dialogar com os estudos sobre relações raciais no Brasil
(GOMES, 2005, 2007) e identidade cultural (HALL, 2000), articulação, por sua vez, remissiva ao que
Rawls (2008) denomina de bens primários sociais, a intenção foi não somente apresentar pontos
considerados social e politicamente controversos (ou tensivos), mas, sobretudo, apontar, a partir dessas
epistemologias, possibilidades para um ensino crítico de língua materna. Com esse intuito, as reflexões
teóricas foram complementadas, a título de ilustração, pela análise de alguns aspectos relativos ao
multiculturalismo e à multimodalidade, que foram vislumbrados em uma mobilização social antirracista
noticiada pelo provedor Universo Online (UOL), em setembro de 2015; bem como pela análise dos
mesmos aspectos, que foram percebidos em certos desdobramentos da referida mobilização social, dentre
os quais se destaca uma ação institucional realizada por meio do site www.change.org. Este trabalho, que
integrou um projeto de pesquisa e um projeto editorial mais amplos de reflexão sobre ensino e linguagem,
visou contribuir para o esclarecimento acerca de como a Pedagogia dos Multiletramentos, implícita em
certas práticas educativas decorrentes de mudanças curriculares histórica e socialmente demandadas, pode
favorecer o empoderamento de indivíduos, instituições de ensino e comunidades. Nesse sentido, foi
possível explicitar as dimensões dessa pedagogia que estavam subjacentes às atividades antirracistas
realizadas pelas(os) educadoras(es), estudantes e familiares envolvidos na ação social analisada, assim
como reconhecer os ganhos didático-pedagógicos, comunitários e políticos proporcionados pela presença
(intencional ou não) de tais dimensões.
Palavras-chave:
Pedagogia dos multiletramentos; Lei Federal 10.639/2003; Mobilização social antirracista.
1ª opção de Sessão Temática
ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa
2ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
3ª opção de Sessão Temática
ST 09. Educação, relações raciais e o estudo da história e cultura da África e afro-brasileira Nome Filiação institucional Carlos José Lírio (Autor/a) Universidade Federal de São Paulo
Código do trabalho: 2825279
Narrativas do cotidiano docente : Formação Afrosaberes na educação básica da rede de ensino de
Maricá
Resumo:
O presente texto traz o relato de experiência educacional na rede de ensino da Cidade de Maricá (região
Metropolitana, do Estado do Rio de Janeiro). A através de um núcleo, criado na Secretaria Municipal de
Educação, busca-se o estabelecimento de uma política de formação continuada para os professores da
rede municipal de ensino na educação básica, voltada para a discussão das relações raciais com o
propósito de enfrentamento do racismo estrutural escolar. O Núcleo Diversas Linguagens Artísticas
(NDLA) traz como um dos objetivos centrais: orientar, estabelecer e acompanhar as leis federais
10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam do ensino de História e culturas Afro-brasileiras e indígenas no
estabelecimento do currículo em todas as áreas do conhecimento e modalidades de ensino, ao longo de
ano letivo. O caminho percorrido da equipe, passou pela produção de documento orientador para basilar
as ações e práticas pedagógicas antirracistas nas Unidades Escolares. Através do Projeto “Sacola de
Ananse”, a literatura afro-indígena, foi um dos instrumentos para levar acervo, literários de
fortalecimento cultural, ancestral, identitário aos estudantes e docentes. As visitas, as escolas, narrativas e
mostra de trabalhos, produziram dados alarmantes e outros encantadores sobre as práticas cotidianas nas
unidades escolares. Assim nasceu o “Projeto de Formação Continuada Afrosaberes I”, cujo tema foi:
“Educação para as Relações Raciais. Desafios, perspectiva e poesias em tempos difíceis”, já atravessados
pela pandemia do Covid 19, que promoveu uma ruptura nos fluxos de trabalhos planejados. O que
estabeleceu outras prioridades, em defesa da vida. Foram construídas atividades remotas com a utilização
de autores/as negros/as e “indígenas, e seu protagonismo em diferentes áreas e referências negras na
história, que chegariam à casa das crianças e jovens através do ensino virtual. A formação “Afrosaberes
I”, aconteceu de forma virtual, trazendo narrativas desafiadoras, principalmente quando o tema passa
mesmo que subjetivamente pela cultura religiosa de matrizes afro-indígena. As narrativas e do cotidiano
(Benjamin, 2004) e a urgência de discussão sobre como os aspectos das relações raciais impactam a
prática das educadoras, atravessam (Munanga, 2005) e outros autores que fundamentam mudanças
epistêmicas na formação continuada da educação básica. A melhoria do desempenho escolar passa
obrigatoriamente pela valorização do pertencimento e identidade para a superação das desigualdades
educacionais históricas, fincadas no recorte racial, para superação dos entraves nem sempre
silenciosamente impostos pelo racismo. Ressalto que para o estabelecimento das políticas públicas
educacionais antirracistas é preciso investir em recursos humanos, financeiros e vontade política.
Palavras-chave:
Docência Antirracista; Religiosidade; Educação básica
1ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
2ª opção de Sessão Temática
ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa
3ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas Nome Filiação institucional Sandra Aparecida Gurgel Vergne (Autor/a) SME Marica
Código do trabalho: 8653518 Narrativas Negras: O papel dos coletivos negros nas universidades brasileiras
Resumo:
O objetivo deste trabalho é de analisar por meio das narrativas de estudantes negros/as integrantes de
Coletivos de Estudantes Negros sobre suas ações políticas, estéticas e identitárias. Nossa finalidade é de
compreender o papel político desempenhado por esses atores políticos nas instituições universitárias
brasileiras. Nesta pesquisa compreendo que os coletivos negros universitários fazem parte de uma nova
‘’expressão’’ do movimento social negro. Por fim ressalto que este trabalho, também visa investigar as
novas tecnologias de superação do racismo, intervenções e estratégias elaboradas no interior das
universidades públicas brasileiras, por meio dos Coletivos Negros para a construção de uma identidade,
corporeidade e permanência negra positiva e política.
O Movimento negro brasileiro foi o principal ator e articulador político que trouxe à cena pública o
debate acerca da construção de políticas públicas, com o objetivo da superação das desigualdades raciais
presentes no Brasil (JACCOUD, 2009). Por intermédio de uma nova configuração do conceito de raça,
como ferramenta política e analítica, passamos a questionar o mito da democracia racial e organizamos
novas tecnologias políticas para expor como o racismo está presente nas estruturas do estado, e como ele
atua no controle da vida dos corpos negros e, por meio delas, conseguimos criar alguns mecanismos
institucionais e estratégicos para a inserção da população negra no ensino superior.
Inicialmente a construção do trabalho terá três momentos norteadores que poderão ser revistos,
reavaliados e reconfigurados de acordo com a pesquisa. O primeiro momento será marcado pelo eixo
bibliográfico e pelo levantamento de produções acerca da temática do trabalho, o seguinte momento
consiste no mapeamento dos coletivos negros universitários e no terceiro e ultimo serão realizadas
entrevistas semi-estruturadas.
A universidade está relacionada a um contexto social, sendo assim reproduz as estruturas e processos
organizados em uma sociedade. Portanto o racismo também é um dos seus eixos estruturantes, assim
como seu ambiente é predominantemente branco, do ponto de vista simbólico como na produção de
conhecimentos alojados na lógica da branquitude, e essas relações influenciam as narrativas e trajetórias
de estudantes negros/as. É nesse contexto que os/as estudantes negros/as ao ingressarem nas
universidades e institutos de ensino superior, se veêm deslocados e invisibilizados tanto na grade
curricular como no corpo docente. E começam um processo de conexão principalmente na tentativa de
tornar o espaço da universidade mais ‘’acolhedor’’ para futuros ingressantes negros, assim como para
construir políticas institucionais para a superação do racismo através das ações dos coletivos negros
universitários.
Palavras-chave:
Coletivos Negros; Movimento Negro; Educação.
1ª opção de Sessão Temática
ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas
transformadoras e antirracistas
2ª opção de Sessão Temática
ST 11. Intelectuais, movimento negro e antirracismo no século XX
3ª opção de Sessão Temática
ST 13. Pensamento social, movimentos sociais e cultura negra na diáspora Nome Filiação institucional
Lucas Ferreira do
Nascimento (Autor/a)
Código do trabalho: 1657356 No jogo da Capoeira com a Educação Física: as lutas por uma educação antirracista.
Resumo:
INTRODUÇÃO
A Capoeira por vezes no âmbito escolar é invisibilizada, silenciada, negada ou na perspectiva de Mbembe
(2018) fantasmagorizada. Ao mesmo tempo, a Capoeira enquanto cultura de movimento vincula-se ao se
movimentar do homem que parafraseando Falcão (2001) tem história, tem contexto, tem vida, tem classe
social, enfim, um homem com inerente necessidade de se movimentar na busca de sua emancipação e da
sua liberdade.
METODOLOGIA: A partir de uma abordagem qualitativa pauto-me inicialmente na revisão de literatura,
respaldando as discussões a partir das pesquisas com os cotidianos que propõe uma concepção ética,
política, estética, teórica e epistemológica me sugerindo organizar o trabalho de forma horizontalizada,
democratizada e dialogada (ALVES, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao trabalhar com a Capoeira em âmbito escolar fui percebendo
algumas dificuldades quando tal proposta se tratou de “prática” – que na área de Educação Física
conhecemos como a dimensão procedimental dos conteúdos (DARIDO, 2005). Penso que as atitudes e
pensamentos racistas pelos quais passei são reflexos do que Tavares (2012, p. 25) chamou de
colonialismo cognitivo, pois, nele “[...] se processa a exclusão dos saberes marginais do projeto
pedagógico oficial”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Para o filósofo martinicano Frantz Fanon (2008, p.33) “falar é existir
absolutamente para o outro”. Saímos para um lugar de VISIBILIDADE, pois de acordo com Passos
(2014, p.228) “quem enuncia tem a possibilidade de escapar do lugar da invisibilidade pela/com a
palavra, pelas/com as narrativas”. Professor e alunes anunciaram, renunciaram e denunciaram e acredito
que assim insurgentemente abalamos as estruturas de um sistema posto.
REFERÊNCIAS
ALVES, Nilda. Apresentação – Cotidianos, imagens e narrativas. In: BRASIL. Ministério da Educação.
Secretaria de educação a distância. Salto para o Futuro: Cotidianos, imagens e narrativas. ISSN 1982-
0283 Ano XIX – Nº 8 – junho/2009.
DARIDO, Suraya Cristina. Educação física na escola: Implicações para a prática pedagógica. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
FALCÃO, Jose Luiz Cirqueira. Capoeira. In: KUNZ, Eleonor (org). Didática da Educação Física. 2ª Ed.
Rio grande do Sul: Unijui, 2001, p.55-94.
FANON. Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008
MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Rio de janeiro: n-1 edições, 2018.
PASSOS, Mailsa Carla Pinto. Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações raciais,
experiência dialógica e processos de identificação. In: Educar em Revista. Curitiba: Editora UFPR, n. 51,
jan./mar. 2014, p. 227-242.
TAVARES, Júlio Cesar de. Dança de guerra - arquivo e arma: elementos para uma Teoria da
Capoeiragem e da Comunicação Corporal Afro-brasileira. Belo Horizonte: Nandyala, 2012.
Palavras-chave:
Capoeira; Educação Física; Educação antirracista
1ª opção de Sessão Temática
ST 16. Práxis pedagógicas antirracistas na educação física escolar: precisamos enegrecer!
2ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
3ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico Nome Filiação institucional Lindinalvo Natividade (Autor/a) prefeitura municipal de Barra mansa
Código do trabalho: 1569791
Nós, Africanos, Somos o Pai da Filosofia
Resumo:
O presente projeto de iniciação científica voluntária tem por objetivo geral pesquisar a influência da
filosofia kemética no pensamento filosófico europeu, as estratégias de dominação utilizadas na produção
do saber como uma racionalidade provida exclusivamente por homens brancos. Buscamos a partir desta
pesquisa destacar a importância da filosofia africana, bem como o seu desvio histórico provocado pela
predominância do pensamento filosófico europeu pela arma genocida da Maafa (ANI, 1994). Os filósofos
tiveram contribuição direta no processo de colonização e escravidão, pois foi por meio dos seus saberes
que se justificou “cientificamente” os processos de dominação e exploração entre povos. Afirmativa essa
que se faz com a formulação da antropóloga Marimba Ani (1994), ao narrar que a origem embrionária do
racismo retoma o pensamento de Platão, que segundo a autora funda as bases epistêmicas da colonização
e da hierarquização da racionalidade. Como introdução para o conhecimento da filosofia kemética,
destacamos a obra O Legado Roubado (1954) do intelectual George James. O autor inaugura o seu debate
nos colocando no caminho da obviedade: porque os gregos foram para Kemet (nome originário dado
pelos africanos antes da invasão, que significa terra dos homens pretos. Renomeado pelos colonizadores
por Egito) buscar conhecimento com um povo considerado selvagem? E no desenvolver da sua pesquisa,
da sua denúncia, na busca por justiça nos apresenta a influência da filosofia kemética na construção do
pensamento dos gregos. A partir disso, destacamos que, os africanos primam pelo princípio da
gemelaridade, que segundo a antropóloga Marimba Ani significa que o outro é a condição da minha
existência e não meu escravo, e que, portanto, não há uma relação de superioridade entre os sujeitos/as.
Ainda segundo a autora, nos completamos em todas as esferas da vida social, seja na espiritualidade, nas
emoções e na potencialidade humana de uma razão que se funda na totalidade dos seres. Desse exposto,
ao recorrermos à filosofia africana estabelecemos uma análise crítica ao pensamento filosófico
eurocentrado, monorracional. Segundo o filósofo queniano Disma Masolo (2010), pessoas
monorracionais aceitam apenas um modelo de racionalidade e pessoas polirracionais respeitam ou
pensam outras racionalidades. Dos achados da pesquisa em curso, entendemos que o platonismo nesse
sentido apreende os fundamentos da filosofia kemética. Todavia, a partir dela, estabelece uma relação
hierarquizada, essa que busca radicalizar o controle, a disciplina e a inferioridade entre povos, nações e
etnias.
Palavras-chave:
Filosofia Kemética; África; Eurocentrismo
1ª opção de Sessão Temática
ST 10. Filosofia Africana, Filosofia Afro-brasileira e Saberes Ancestrais
2ª opção de Sessão Temática
ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas
transformadoras e antirracistas
3ª opção de Sessão Temática
ST 14. Por uma educação emancipatória: confluências entre educação indígena, educação das relações
étnico-raciais e educação quilombola. Nome Filiação institucional Tainan Conrado de Sousa (Autor/a)
Código do trabalho: 3699579
Os discursos raciais na Comissão de heteroidentificação
Resumo:
Os discursos raciais em uma Comissão de heteroidentificação
O Brasil, assim como os outros países do globo, passa por uma crise sanitária. Acrescenta-se a isto, o fato
de estarmos vivendo um momento político delicado, em que com a guinada do país para a extrema-
direita, após um governo de esquerda, há uma série de perdas de direitos, incluindo os trabalhistas e os
previdenciários. Neste contexto, as ações afirmativas são direitos importantes conquistados pelo
Movimento Negro para que pessoas negras e indígenas possam fazer parte do corpo discente das
universidades públicas federais brasileiras. Ao longo deste processo, as comissões de heteroidentificação
exercem um papel relevante para implementação desta política e para a prevenção de fraudes. Sendo
assim, nesta apresentação, pretendo mostrar os discursos raciais que são construídos por futuras(os)
estudantes de graduação ao se apresentarem na Comissão de Heteroidentificação. Para tal, embaso-me na
concepção de linguagem/discurso como ação (Butler, 1997) e na perspectiva de raça sugerida por
Mbembe (2015). Os dados analisados foram gerados durante o trabalho da comissão aqui em discussão de
uma universidade federal situada no Rio de Janeiro. Eles são textos semióticos, em formato de vídeos, de
futuros estudantes que passaram pela comissão ao longo de 2019 e 2020. Para as análises destes
discursos, faço uso dos conceitos de entextualização proposto por Bauman & Briggs (1990), a
indexicalidade sugerida por (Silverstein, 2003; Blommaert, 2010) e os índices linguísticos de Silverstein
(2003). Ao longo do trabalho da comissão de heteroidentificação foi possível perceber que nas
justificativas de estudantes dos mais diversos cursos são encontrados discursos raciais diversos que
apontam para ideologias raciais da miscigenação, ascendência familiar, aspectos biológicos,
pertencimento a determinado grupo étnico e seus costumes. Por outro lado, nas situações de fraude, os
discursos se ancoram, especificamente, na miscigenação racial brasileira. Esses resultados apontam para a
relevância das comissões de heteroidentificação e a relevância de se discutir os privilégios raciais e raça
em contexto brasileiro, especialmente, nas instituições de ensino que podem contribuir ainda mais para o
letramento racial crítico como propõe Ferreira (2012).
Palavras-chave:
"discursos", "raça", "comissão de heteroidentificação"
1ª opção de Sessão Temática
ST 01. A Comissão de heteroidentificação: um processo formativo e de reafirmação identitária.
2ª opção de Sessão Temática
ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa
3ª opção de Sessão Temática
ST 03. Ações pela negritude: tentativas de ações e movimentos sociais transformadores, e de pesquisas
transformadoras e antirracistas Nome Filiação institucional
Glenda Cristina Valim de Melo (Autor/a) Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Código do trabalho: 1938665
Para além de Bucetas Quentes: Corpos PEÇA, Mulheres negras nas Artes da Cena
Resumo:
Lançando o olhar para os saberes e fazeres corpóreos de mulheres negras das artes cênicas da dança aqui
do Brasil, trago a reflexão a partir do que Bell Hooks (2019) aborda em seu livro Olhares Negros Raça e
Representação, em que volto atento me ao capítulo “Vendendo uma Boceta Quente: Representações da
Sexualidade da Mulher Negra no Mercado Artístico Cultural”. A autora traz a partir de alguns exemplos
históricos de como os escopos racistas do mercado artístico cultural não lançam possibilidades de
transpor outras narrativas artístico performáticas que representem outros modos de fazeres e saberes
técnicos cênicos que exponham o corpo de mulheres negras artistas, evidenciando lógicas coloniais
perpetuadas na agenda da regulação do corpo negro (GOMES, 2011) sobre a lógica do racismo e
machismo institucional, e aponta que a legitimação artística das mulheres negras dentro deste escopo
mercadológico só é levada em consideração diante do fator de animalização expositiva, hipersexualizada
e objetificada de seus saberes e fazeres corpóreos. Logo, buscarei interseccionar a pesquisa em criação
cênica em processo intitulada: Representações do Feminino Negro na Cena Contemporânea Porto
Alegrense no séc. XXI. Elege-se uma das temáticas, a saber, a de um modo de pensar/discursar acerca do
corpo da mulher negra para tratar de gênero, raça e sexualidade. Nesse sentido, busca-se localizar e
pensar como são vistas e lançadas narrativas e ações performativas cênicas idealizadas por mulheres
negras, a partir do local onde a pesquisa se desenvolve. Pretende-se pensar uma criação cênica que dê
conta de abordar questões para o desenvolvimento de uma criação e pesquisa que pensa e se lança
enquanto um projeto decolonial para as artes cênicas performativas. Acredito que o olhar sobre a
corporeidade negra poderá nos auxiliar a encontrar outros elementos para a compreensão de novas
dimensões políticas e educativas referentes à questão racial (GOMES, 2011) e o fazer artístico, lançando
mão do que é e o que poderá ser diante do critério da lente hegemônica de pensar, ser, fazer e saber.
Sentidos esses para compreender e lançar questões relacionadas ao viver o corpo no mundo e não negar
que o corpo sente dor, produz, faz escolhas, age, move, contesta, vibra, goza, sonha, reage, se diverte e
luta sobre a sua liberdade em tecer e narrar a própria vida, no sentido de utilizar o corpo com cor como
um fator que cliva a poesia e a abstração da realidade vivida em sua dinâmica através do que pode o
corpo no modo criativo. Perceber a dinâmica do corpo e sua movimentação como um fator autônomo de
percepção.
Palavras-chave:
Mulheres Negras; Artes Cênicas; Sexualidade
1ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras
2ª opção de Sessão Temática
ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras
3ª opção de Sessão Temática
ST 20. Tecnologias, culturas, mídias e linguagens: formas de abordar as questões étnico-raciais e de
enfrentar o racismo Nome Filiação institucional Gabriela Souza da Rosa (Autor/a)
Código do trabalho: 4947592
Processos educativos de dança com vistas à emancipação social: relações étnico-raciais,
interculturalidade e descolonização do currículo
Resumo:
Esta proposta de apresentação oral no IV COPENE Sudeste se propõe a oferecer uma contextualização da
interculturalidade (SANTOS e NUNES, 2003; CANDAU, 2008) no contexto da educação, relações
étnico-raciais e descolonização do currículo, com a intensão de confabular utopias para o ensino-
aprendizagem de dança emancipatórias. Serão apontadas, também, concepções teóricas, no campo da
Dança, Educação e Ciências Sociais, na denúncia de primazias epistemológicas etnocêntricas em
processos educativos dança (SILVA e SANTOS, 2017) e como essas operam na invisibilização e
deslegitimação de conhecimento afro-orientados. Entende-se por afro-orientada a perspectiva crítica à
universalidade moderna ocidental que valoriza os aspectos oriundos da experiência africana no mundo
sem estabelecer um pensamento exclusivista e essencialista das civilizações africanas. Propõe-se refletir e
reconhecer a diáspora africana no mundo em seu processo de existência, transformação e atuação no
trânsito e interação com outras culturas, mas que se mantêm, primordialmente, orientada por princípios,
formas, valores, histórias e símbolos africanos (SILVA, 2017).
Tais questões, constituem parte da pesquisa de mestrado Relações étnico-raciais em processos educativos
de dança: ensino-aprendizagem, interculturalidade e emancipação social que intenta, no campo
interdisciplinar da Dança e Educação, mapear e compreender processos educativos de dança orientados
pela Educação para as Relações Étnico-Raciais, analisados a partir da interculturalidade e emancipação
social na rede pública de educação, municipal e estadual, na cidade de Belo Horizonte. Se valendo de
metodologia qualitativa, pretende-se aliar pesquisa de referência e pesquisa exploratória a fim de arrolar
abordagens metodológicas de ensino-aprendizagem de dança, orientada por uma perspectiva intercultural
e emancipatória, bem como antever possibilidades de desdobramentos para um currículo nacional.
Sendo assim, apostamos na interculturalidade como chave estabilizadora de etnocentrismos coloniais
como processo de descolonização do currículo na promoção de uma negociação cultural para o
enfrentamento da colonialidade e facilitadora da construção de um projeto comum de dança pelo qual as
identidades sejam dialeticamente incluídas (CANDAU, 2010).
Palavras-chave:
COLONIALIDADE NA DANÇA; INTERCULTURALIDADE; EMANCIPAÇÃO SOCIAL.
1ª opção de Sessão Temática
ST 14. Por uma educação emancipatória: confluências entre educação indígena, educação das relações
étnico-raciais e educação quilombola.
2ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
3ª opção de Sessão Temática
ST 12. Linguagem e relações étnico-raciais numa perspectiva transgressora e afirmativa Nome Filiação institucional André Luiz de Sousa (Autor/a) SEE-MG
Código do trabalho: 9462449
Projeto Consciência Negra e o NEER Marianna Crioula uma proposta antirracista no município de
Paty do Alferes
Resumo:
Nesta pesquisa buscamos compreender as tensões e os desafios que se colocam para a rede de ensino do
município de Paty do Alferes (RJ), para a implantação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino
da História e Cultura Afro-Brasileira no currículo de escolas públicas e particulares do ensino
fundamental e médio no Brasil. Logo, iremos apresentar duas iniciativas que têm sido realizadas para o
cumprimento da lei, o “Projeto Consciência Negra”, desenvolvido ao longo de quatro anos com o
propósito de desenvolver práticas pedagógicas antirracistas e não sexistas no combate a educação sexista
e racista como forma de prevenção à violência contra a mulher e o resgate da história local do município e
de sua região, e nesse trabalho também iremos apresentar o Núcleo de Estudos Étnico-Racial Marianna
Crioula (NEER), projeto pedagógico que tem o intuito de promover cursos de formação sobre a educação
étnico-racial a professores da rede municipal de Paty do Alferes , colaborar com a reorganização e
implementação da matriz curricular das relações étnico-raciais. Ambas as iniciativas estão em
desenvolvimento junto a Secretaria Municipal de Educação (SME) do município, elas privilegiam a
defesa de uma educação antirracista incentivando a valorização do patrimônio histórico e cultural, por
meio de iniciativas que inserem, nas escolas, personalidades negras, como por exemplo, os heróis
Marianna Crioula e Manoel Congo, que marcaram a história do município de Paty do Alferes, pois juntos
lideraram o maior levante de negros escravizados do Sul Fluminense. E discutir sobre a invisibilidade e o
apagamento da liderança de Marianna Crioula na história local. A metodologia adotada nesse trabalho é
voltada para uma análise dos resultados gerados pelo desenvolvimento dos dois projetos na prática
docente dos envolvidos. Esta pesquisa revelou mudanças, do ponto de vista das políticas públicas
educacionais, no município pesquisado, em um projeto articulado no sentido de efetivar a implantação da
Lei 10.639/03, conforme previsto desde 2003. As análises estarão ancoradas nos estudos críticos de
Chimamanda Ngozi Adiche (2009), bell hooks (2017), Sueli Carneiro (2011), entres outros que possam
ser incorporados ao longo da pesquisa.
Palavras-chave:
Lei 10.639/03; Paty do Alferes; Educação étnico-racial
1ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
2ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
3ª opção de Sessão Temática
ST 04. Cultura Afro-Brasileira e patrimônio: memórias, lugares, tradições e preservação Nome Filiação institucional Rosilene Stumbo (Autor/a) Prefeitura municipal paty do alferes
Código do trabalho: 8962375
Quem é você nesse espelho? Mulheres negras, fotografias e trajetórias de politização
Resumo:
Juiz de Fora é uma cidade mineira da região da Zona da Mata cuja auge do desenvolvimento se dá no
século XIX. Marcada pela inserção no capitalismo atrelado à segunda escravidão e atravessada por
narrativas acercas da modernidade, do progresso e do mito do imigrante trabalhador e empreendedor se
recusa a associar esse progresso à exploração da mão da obra escravizada desde sua emancipação em
1850, marcando uma opção pela escravidão num momento no qual já se discutia seus comprometimentos
éticos. Essa opção deu base à uma geografia do desenvolvimento das áreas centrais, definindo o poder de
uma elite que se queria projetada nos artefatos urbanos, ao mesmo tempo que se desenhava quem eram
aqueles que tinham direito a desfrutar dessa modernidade. Assim, associado ao processo de modernização
e higienização das cidades dá-se também a constituição de subjetividades negras no pós abolição,
atravessadas pela exclusão, pelas lutas pelo direito à cidade e pelas estratégias de sociabilidades
construídas em espaços e formas várias apesar das infinitas restrições. Nessa perspectiva de compreender
a construção de "muros invisíveis" que segmentam as cidades escravistas essa comunicação representa
um desdobramento da minha pesquisa de doutorado, iniciada em 2018, e que investiga a participação de
mulheres negras em movimentos sociais na cidade de Juiz de Fora em MG. Apoiada essencialmente na
história oral e nos relatos de vida, ela foi atravessada pela força das fotografias que aparecem como um
artefato raro no universo sóciocultural de famílias negras e apresentaram-se como fonte privilegiada para
se pensar a transformação de mulheres negras em sujeitos políticos e suas dimensões de vida e
organização nessa cidade que as apagou da sua história. Refletir sobre o lugar que esses registros ocupam
no imaginário dessas mulheres, atravessadas pelas entrevistas de vida e pelos relatos sobre o estar na
cidade revelou-se como ferramenta de pesquisa que deu novas dimensões às possibilidades investigativas
da construção de subjetividades femininas negras no pós abolição , bem como vem permitindo
compreender como se constroem diferentes formas de aglutinação e resistência, em diferentes
temporalidades, que permitiram a essas mulheres terem suas vidas profundamente impactadas pela
dinamicidade das formas de enfrentamento das opressões de gênero, de raça e de classe.
Palavras-chave:
mulheres negras; fotografias; movimentos sociais
1ª opção de Sessão Temática
ST 19. Rompendo com a invisibilidade: intelectuais e feministas negras
2ª opção de Sessão Temática
ST 13. Pensamento social, movimentos sociais e cultura negra na diáspora
3ª opção de Sessão Temática
ST 05. Descolonizando o conhecimento a partir das (re)existências de intelectuais negras Nome Filiação institucional Giovana de Carvalho Castro (Autor/a) prefeitura de juiz de fora
Código do trabalho: 7914440
Quilombos e Comunidades Quilombolas em Livros Didáticos de Educação de Jovens e Adultos
Resumo:
A pesquisa analisa as formas de apresentação e representação de quilombos e quilombolas nos livros
didáticos destinados à educação de jovens e adultos. O ‘corpus’ documental está delimitado pelas
publicações aprovadas no âmbito do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) nos anos de 2010
(Alfabetização - PNLDA); 2013 (Guia de Livros Didáticos PNLD Campo) e 2014 (Educação de Jovens e
Adultos – PNLD-EJA). Registre que estes campos de saber foram profundamente impactados pela lei
10.639/03, bem como pela Resolução no 08/2012 do Conselho Nacional de Educação que dispõe sobre as
diretrizes Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. A partir dos aportes teórico-metodológicos da
história do livro didático, procura-se demonstrar os avanços e limites desses impactos no que tange a
escolarização da história de quilombos e comunidades quilombolas no Brasil. Esta orientação
metodológica é imprescindível, não só porque permite compreender a educação das relações étnico-
raciais como parte das políticas de igualdade racial conquistadas pelos movimentos negros, mas também
porque permite identificar as reverberações dos conhecimentos produzidos a partir dela em todos os
espaços educacionais articulados às políticas públicas, incluindo a Educação de Jovens e Adultos. Procura
analisar a emergência das lutas pela educação antirracista presentes nos textos como o agrupamento e
síntese de práticas sociais produzidas em diferentes contextos.
As representações de quilombos e comunidades quilombolas nos livros didáticos de EJA foram
analisadas considerando as categorias de análise propostas pelas professoras Shirley Aparecida de
Miranda, Jaqueline Cardoso Zeferino e Vanda Lúcia Praxedes. As categorias formuladas pelas
pesquisadoras foram inscritas como parte do importante e volumoso livro Educação das relações Étnico-
Raciais: o estado da arte, publicado em 2018. Neste “compêndio” a história dos quilombos e comunidades
quilombolas em suas interfaces com o ensino recebeu um capítulo específico intitulado “Educação e
Quilombos”. Nele as autoras e equipe realizaram amplo levantamento em torno das características da
produção acadêmica sobre quilombos e educação no Brasil.
A história do Brasil diz respeito à diáspora africana e as lutas de resistência com os fatos. As
comunidades quilombolas são mostradas como subalternas em consequência do racismo, em que acham
por direito principalmente nas escolas que podem negar uma história de um povo, colocando como
negativo e ruim, sucessivamente uma cultura instável.
Palavras-chave:
Quilombola; Educação de Jovens e Adultos; Livros didáticos.
1ª opção de Sessão Temática
ST 17. Quilombos, Educação e Territorialidades no contexto de luta por Direitos
2ª opção de Sessão Temática
ST 16. Práxis pedagógicas antirracistas na educação física escolar: precisamos enegrecer!
3ª opção de Sessão Temática
ST 04. Cultura Afro-Brasileira e patrimônio: memórias, lugares, tradições e preservação Nome Filiação institucional Camila Vaz (Autor/a)
Código do trabalho: 2934310
Religiosidades de matrizes africanas no currículo escolar
Resumo:
Esta comunicação pretende apresentar uma experiência docente na temática das relações étnico-raciais,
realizada em escola particular da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, em 2017. Tal abordagem
pedagógica privilegiou os aspectos religiosos da cultura afro-brasileira e africana, apresentando os orixás
de maneira lúdica, em formato de HQ, utilizando o material produzido pelo ilustrador e quadrinista, Hugo
Canuto. Para fins de comparação, relataremos semelhante atividade realizada junto aos alunos da rede
pública de ensino municipal, em 2021, em que o público alvo, os desafios encontrados e as aberturas de
diálogo junto a direção, discentes e familiares mostraram-se diferentes da primeira experiência. É
necessário, ainda, analisarmos de maneira crítica o material pedagógico produzido/utilizado nas duas
instâncias de educação, bem como os recortes socioeconômicos e étnicos que definem cada ambiente de
ensino em que a atividade foi desenvolvida. Nossa proposta pedagógica teve como objetivo final pensar a
escola enquanto ferramenta de combate às diferentes formas de racismo (SCHWARCZ, 2012) e,
especialmente, ao racismo religioso contra as devoções de matrizes africanas, como a Umbanda e o
Candomblé (NOGUEIRA; OLIVEIRA, 2006, e OLIVA, 2005). Tal proposta tem como ponto central a
mobilização de conhecimentos acerca dessas religiões na disciplina de História, foco e área de formação
da comunicadora. O currículo escolar de História, apesar da luta dos movimentos negros das últimas
décadas, permanece eurocêntrico e de referenciais cristãos, limitando ou dissimulando os saberes
representativos acerca da participação da população afrodescendente na construção cultural do país.
Tendo por base a Lei 10.639 de 2003, que implementa na Educação a obrigatoriedade do Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, este trabalho defende que a ação docente, de desconstrução
de preconceitos através da construção de novos e atualizados conhecimentos, possa ser importante
articuladora para o surgimento do respeito às religiões negras no Brasil (WALSH, 2007). É
responsabilidade da escola produzir conhecimento democrático e amplo, incluindo as representações das
diversas culturas formadoras da identidade e povo brasileiro (GOMES, 2012). Assim, a expectativa deste
trabalho é contribuir para a alteração do atual quadro de racismo religioso na sociedade brasileira através
da mudança no currículo, introduzindo, como conteúdo escolar, conhecimento historicizado acerca das
religiões de matrizes africanas, especialmente sobre a Umbanda e o Candomblé.
Palavras-chave:
Escola; História; Religiões de Matrizes africanas
1ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
2ª opção de Sessão Temática
ST 09. Educação, relações raciais e o estudo da história e cultura da África e afro-brasileira
3ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas Nome Filiação institucional Rachel Romano dos Santos (Autor/a) Secretaria Municipal de Educação
Código do trabalho: 2637359
Sonhos Visíveis: Um projeto antirracista no 6º ano carioca.
Resumo:
A experiência didático pedagógica foi realizada durante o ano letivo de 2019, na Escola Municipal Tobias
Barreto, com a turma do 6º ano carioca. Essa unidade escolar fica situada na zona norte da cidade do Rio
de Janeiro, o famoso subúrbio carioca, no bairro do Encantado, entre as estações de trem do Engenho de
Dentro e Piedade.
O projeto 'Sonhos Visíveis' foi criado por mim para visibilizar para a molecada da escola pública, em sua
maioria negra e de periferia, a possibilidade de sonhar livremente e isso só pode ser feito por meio de
exemplos visíveis. Por isso, decidi convocar amigos e amigas todos negros e negras de diversas
formações e atuações profissionais para bater um papo com meus alunos, contar das trajetórias, aproxima-
los de possibilidades variadas de sonhos que tenham referências pretas positivas, e com isso queiram
fazer cinema, biomedicina, ciências sociais, jornalismo, história, enfim o que eles desejarem, no entanto
que seus sonhos sejam livres, visíveis e principalmente possíveis.
A dinâmica da prática funcionava da seguinte forma; O convidado (a) chegava à sala de aula e os alunos
tinham que, em forma de rodízio, elaborar perguntas para descobrir qual era a profissão do então
convidado. A partir disto, os alunos coletavam as dicas e tentavam chegar à uma resposta, logo que
conseguiam descobrir a profissão do invitado, o mesmo começava a explicar para os alunos, como foi a
trajetória desde que ele tinha a idade dos estudantes até chegar onde ele (a) estava no momento atual. A
dinâmica era bem movimentada e ajudava àqueles meninos e meninas desenvolverem habilidade de
raciocínio lógico, formulação de perguntas, questionamentos e gerar curiosidades sobre algumas
profissões que muitas vezes, eles nem sabiam que existiam.
Consequentemente, esta prática tem como seu elemento gerador a barreira imposta pelo racismo
estrutural, que desde a primeira infância, impossibilita crianças negras de reconhecer e gostar da própria
cor, os invisibiliza, os tira da plenitude de ser infante, da possibilidade dos sonhos, de simplesmente
serem livres. O cerceamento só vai mudando a forma, mas existe desde a tenra idade. Por isso o racismo
estrutural aqui é tratado como uma doença a ser combatida, um vírus que precisa ter um antídoto para que
não continue se perpetuando pela população, logo o foco dessa prática está no antídoto, que é a educação
antirracista e suas possibilidades de reexistência e ressignificação da negritude no espaço escolar.
Palavras-chave:
Educação antirracista; Negritude; Educação básica
1ª opção de Sessão Temática
ST 06. Docência Antirracista na Educação Básica
2ª opção de Sessão Temática
ST 07. Educação das Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas no Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico
3ª opção de Sessão Temática
ST 15. Práticas Pedagógicas para as Relações Etnicorraciais na Educação Básica/Área Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas Nome Filiação institucional Luan Ribeiro da Silva (Autor/a) PCRJ - Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro