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Série REALIDADE RURAL O Milho no Contexto Mundial, Nacional e do Rio Grande do Sul por: Eng° Agr° Miguel Bresolin – FEPAGRO. Eng° Agr° Eniltur Annes Viola – EMATER-RS. VOLUME 18 Porto Alegre, 1995.

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Série REALIDADE RURAL

O Milho no Contexto Mundial, Nacionale do Rio Grande do Sul

por: Eng° Agr° Miguel Bresolin – FEPAGRO.Eng° Agr° Eniltur Annes Viola – EMATER-RS.

VOLUME 18

Porto Alegre, 1995.

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Diretoria da EMATER/RS

Presidente: Júlio Carlos FeldensDiretor Administrativo: Paulo Roberto TerrosoDiretor Técnico: Jair Seidel

Grupo de Trabalho MERCOSUL - EMATER/RS

Henrique Roni Borne - Coordenador do Setor PêssegoJosé Ivan da Rosa - Coordenador do Setor TomateNorman Simon - Coordenador do Setor MaçãLuis Ataídes Jacobsen - Coordenador do Setor TrigoAurelino Dutra de Farias - Coordenador do Setor SojaEniltur Anes Viola - Coordenador do Setor MilhoGesner Nunes Oyarzábal - Coordenador do Setor Mandioca/FeijãoJosé Mauro Cachapuz - Coordenador do Setor Bovinos de CorteHenrique Augusto Bartels - Coordenador do Setor de SuínosFernando Ripalda de Freitas - Coordenador do Setor de OvinosAluízio Terra de Oliveira - Coordenador do Setor de LeiteNaira de Azambuja Costa - Digitação e Sistematização de DadosRenan Corá de Lima - Revisor Técnico

Marcos Newton Pereira - Coordenador do GT MERCOSUL

Paulo Ebling RodriguesChefe do Departamento de Planejamento

José Luiz Bortoli de AzambujaChefe do Departamento de Operações

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SÉRIEREALIDADE RURAL - VOLUME 18

O Milho no Contexto Mundial, Nacional

e do Rio Grande do Sul

Engº Agrº Miguel Bresolin/FEPAGROEngº Agrº Eniltur Anes Viola/EMATER/RS

Porto Alegre, 1995.

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SÉRIE REALIDADE RURAL, v.18

EMATER/RS-ASCARRua Botafogo, 1051 - CEP 90150-053 - Porto Alegre - RS - BrasilFone: (051).233 31 44 - Fax: (051).233 95 98

1995

B842m BRESOLIN, M.; VIOLA, E. A.O Milho no Contexto Mundial, Nacional e do

Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EMATER/RS,1995.

100p. (EMATER/RS. Realidade Rural, 18)

CDU 339.92:633.15

Esta série contém trabalhos elaboradospor técnicos do Grupo de TrabalhoMERCOSUL da EMATER/RS parasubsídio dos Escritórios Regionais eMunicipais.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO......................................................................................................................9

1 SITUAÇÃO MUNDIAL ..........................................................................................................11

2 PRODUÇÃO NACIONAL ......................................................................................................13

3 SUPRIMENTO NACIONAL ...................................................................................................17

4 A PRODUÇÃO NOS ESTADOS QUE COMPÕEM O CODESUL...............................................21

5 O MILHO NO RIO GRANDE DO SUL ....................................................................................235.1 Distribuição Geográfica do Cultivo ........................................................................................................................255.2 Municípios Maiores Produtores..............................................................................................................................285.3 Oferta e Demanda.....................................................................................................................................................405.4 Sistemas de Produção ............................................................................................................................................415.5 Calendário de Atividades.........................................................................................................................................465.6 Custo de Produção - Safra 92/93...........................................................................................................................475.7 Qualidade do Milho Produzido................................................................................................................................485.8 Qualidade e Disponibilidade de Sementes ........................................................................................................485.8.1 Isolamento Físico de Campos com Outras Cultivares ..................................................................................535.8.2 Área Máxima para Vistoria....................................................................................................................................535.8.3 Equipamentos e Instalações Complementares Exigidos ............................................................................535.8.4 Padrão da Lavoura ................................................................................................................................................545.8.5 Padrão da Semente ..............................................................................................................................................555.8.6 Validade do Teste de Germinação.....................................................................................................................555.8.7 Peso Líquido por Embalagem ............................................................................................................................555.8.8 Particularidade Específica dos Híbridos...........................................................................................................56

6 ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO E ÉPOCAS DE SEMEADURA............................................57

7 ADUBAÇÃO PRATICADA.....................................................................................................67

8 ARMAZENAGEM..................................................................................................................73

9 FLUXO DE COMERCIALIZAÇÃO E DESTINO DA PRODUÇÃO...............................................77

10 RESPOSTA À TECNOLOGIA..............................................................................................79

11 PROBLEMAS DA CULTURA...............................................................................................83

12 PREÇOS ...........................................................................................................................85

13 PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL................................................95

14 O MILHO E O MERCOSUL .................................................................................................97

15 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..........................................................................................99

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SUMÁRIO DE TABELAS

Tabela 1 - Produção e produtividade dos principais centros produtores 1990/1992...............12

Tabela 2 - Produção, consumo, exportação e estoque final de milho - 983/92......................12

Tabela 3 - Produção, área e produtividade do milho no Brasil - 1977/1992 ...........................13

Tabela 4 - Produção de milho em relação a outras culturas no Brasil - 1992 ........................14

Tabela 5 - Balanço de oferta e demanda de milho no Brasil - 1983/93..................................17

Tabela 6 - Estimativa mensal de colheita de milho no Brasil - Safra 1992/93 ........................19

Tabela 7 - Produção de milho nos Estados que compõem o CODESUL.................................21

Tabela 8 - Evolução da produção e da produtividade nos Estados do CODESUL ..................22

Tabela 9 - Área, produção, rendimento e valor de produção da cultura do milho (em grão)no Estado do Rio Grande do Sul - 1980/92 ...........................................................23

Tabela 10 - Produção de milho de acordo com a área das propriedades.............................24

Tabela 11 - Área e produção de grãos do Estado do Rio Grande do Sul - 1992.....................24

Tabela 12 - Distribuição geográfica do cultivo e produção do milho no Rio Grande do Sul -1992 .....................................................................................................................26

Tabela 13 - Área, produção e rendimento médio dos municípios maiores produtores demilho do Rio Grande do Sul - 1992 ......................................................................28

Tabela 14 - Levantamento sistemático da produção agrícola, área, produção e rendimentomédio por microrregiões homogêneas/municípios - Rio Grande do Sul – 1992 ..30

Tabela 15 - Municípios com rendimento médio inferior a 1.500kg/ha - 1992..........................40

Tabela 16 - Oferta e demanda de milho no Estado do Rio Grande do Sul - 1985/92..............41

Tabela 17 - Regiões, tipos de preparo da terra, plantio, capina e colheita de milho no RS -1991 .....................................................................................................................43

Tabela 18 - Perfil agrícola da propriedade típica produtora de milho...................................44

Tabela 19 - Regime de exploração e sistema de cultivo de milho no RS - 1991....................44

Tabela 20 - Condição do produtor, atividade econômica, grupos de pessoal ocupado e usode força nos grupos de área de lavoura no RS ...................................................45

Tabela 21 - Meses de semeadura e colheita do milho no Rio Grande do Sul .......................46

Tabela 22 - Calendário de atividade da cultura do milho no RS ...........................................47

Tabela 23 - Custo de produção da lavoura mecanizada de milho - 1992/93 ..........................49

Tabela 24 - Agregação do custo de produção para efeito da análise ....................................50

Tabela 25 - Tecnologia aplicada na cultura do milho - RS ....................................................50

Tabela 26 - Tecnologia aplicada na cultura do milho - 1985 .................................................51

Tabela 27 - Classificação oficial do milho - Portaria nº 845 ...................................................51

Tabela 28 - Distâncias entre diferentes cultivares de milho, para produção de sementes....53

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Tabela 29 - Indicação de épocas de semeadura por regiões, segundo o regime térmico doEstado..................................................................................................................57

Tabela 30 - Valores de unidades térmicas acumuladas utilizadas como índice térmico nozoneamento agroclimático da cultura do milho para o RS .................................59

Tabela 31 - Valores de deficiências hídricas acumuladas utilizados como índice hídrico nozoneamento agroclimático da cultura do milho para o RS .................................64

Tabela 32 - Classificação e índices de zoneamentos (A/B:(A) Unidades térmicasacumuladas/B Deficiência hídrica) que determinaram as aptidões agroclimáticasdo RS para a cultura do milho em diferentes épocas de semeadura ..................65

Tabela 33 - Estimativa de área corrigida, adubada e tipo de adubação realizada em milhonas regiões em atuação da EMATER/RS - 1992....................................................68

Tabela 34 - Fórmulas e quantidades de adubo utilizadas na lavoura de milho nasmacrorregiões da EMATER/RS em 1986/87 (*)......................................................69

Tabela 35 - Necessidades de corretivos e fertilizantes para o Estado e necessidades médiaspara o milho ........................................................................................................69

Tabela 36 - Extração de nutrientes pelo milho para uma produção de 9,5 toneladas de grãospor hectare ..........................................................................................................70

Tabela 37 - Armazenagem para grãos nas propriedades rurais do RS..................................70

Tabela 38 - Silos para forragens nas propriedades rurais do RS ...........................................71

Tabela 39 - Percentual de propriedades que utilizam os tipos de armazenagem abaixorelacionados........................................................................................................74

Tabela 40 - Percentual de propriedades que utilizam tratamento para conservação eproteção dos grãos armazenados - 1992..............................................................74

Tabela 41 - Fluxo médio mensal de escoamento da comercialização do milho no RS ........75

Tabela 42 - Principais dificuldades enfrentadas pelos produtores na armazenagem doproduto no RS......................................................................................................76

Tabela 43 - Principais dificuldades enfrentadas pelos produtores do RS na venda dosexcedente s comercializáveis de milho ..............................................................77

Tabela 44 - Destino da produção de milho por região de atuação da EMATER/RS - 1991 .....78

Tabela 45 - Adubação e média dos experimentos de avaliação de híbridos precoces demilho - 1987/90.....................................................................................................80

Tabela 46 - Adubação e média dos experimentos de avaliação de híbridos tardios de milho- 1987/89...............................................................................................................81

Tabela 47 - Problemas da cultura do milho nas macrorregiões de atuação da EMATER/RS -junho/84...............................................................................................................83

Tabela 48 - Preços mínimos do milho, em US$/saco .............................................................86

Tabela 49 - Preços recebidos por produtores do RS pelo milho (em dólar comercialmédio/saco de 60kg - 1972/1993)..........................................................................92

Tabela 50 - Média anual dos preços recebidos pelos produtores nos produtos suíno, milho esoja - período 1972 a 1992....................................................................................93

Tabela 51 - Relações de troca ...............................................................................................94

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SUMÁRIO DE FIGURAS

Figura 1 - Microrregiões Homogêneas do Rio Grande do Sul................................................27

Figura 2 - Produção da Safra - 1992.......................................................................................29

Figura 3 - Regiões para Recomendações de Épocas de Semeadura de Milho no Rio Grandedo Sul ....................................................................................................................58

Figura 4 - Semeadura em 1º de Setembro ............................................................................60

Figura 5 - Semeadura em 1º de Outubro ...............................................................................61

Figura 6 - Semeadura em 1º de Novembro............................................................................62

Figura 7 - Semeadura em 1º de Dezembro............................................................................63

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho enfoca o milho no contexto mundial, nacional e do Estado doRio Grande do Sul.

Representa a contribuição do Rio Grande do Sul no esforço conjuntodesenvolvido pelos Estados que compõem o MERCOSUL, no sentido de implementar,nas condições mais apropriadas a todas as partes, as ações que conduzirão à efetivaintegração desses Estados e dos Países envolvidos.

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1 SITUAÇÃO MUNDIAL

Em termos mundiais, o milho é a cultura que apresenta o segundo volume deprodução com 526 milhões de toneladas no ano de 1992. É ultrapassada pelo trigo com558 milhões de toneladas em 1991 e seguido pelo arroz, sorgo granífero e soja.

Historicamente, os principais centros produtores são os Estados Unidos, China,Brasil, CEE, Europa Leste, México, CEI, África do Sul e Argentina (Tabela 1).

No volume total produzido em 1992, esses centros detiveram a seguinteparticipação: Estados Unidos 46%, China 18%, Brasil 5%, CEE 5%, Europa Leste 4,5%,México 2,8%, CEI 1,7%, África do Sul 1,5% e Argentina 1,4%, os demais paísesprodutores contribuíram com 14% da produção.

Depreende-se das estatísticas mundiais das três últimas safras (Tabela 1) queos Estados Unidos aumentaram a produção através do aumento da área e daprodutividade, a China manteve a área e a produtividade estável, a CEE aumentou aprodução através do aumento da produtividade, o Brasil teve aumento e queda deprodução pela oscilação do rendimento médio, o México aumentou a produção peloaumento de área cultivada e a Argentina cresceu em produção pelo aumento de área erendimento médio.

A produção dos demais países foi estável sendo que a CEI e a África do Sulapresentaram área e rendimento médio oscilante.

O crescimento da produção mundial de milho, no período, foi bastante acentuadoem decorrência, especialmente, do aumento da produção dos Estados Unidos, CEE,Brasil, Europa Leste e Argentina.

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Tabela 1 - Produção e produtividade dos principais centros produtores 1990/1992

Produção (milhões t) Produtividade (kg/ha)Centros

1990 1991 1992 1990 1991 1992

Estados Unidos 201,5 189,9 240,8 7.440 6.820 8.250China 96,8 98,8 93,0 4.520 4.580 4.430CEE 21,9 26,7 28,5 6.270 6.850 7.430Brasil 23,7 30,0 28,1 1.811 2.280 2.080Europa Leste 20,1 33,7 24,3 3.130 5.000 3.460México 14,1 14,5 15,0 2.140 1.880 1.900Argentina 7,6 10,6 10,8 3.900 4.420 4.070CEI 9,9 9,0 9,1 3.460 3.190 2.720África do Sul 8,3 3,3 8,0 2.740 910 2.290Paraguai 1,0 1,0 1,0 *1.848 N.D. N.D.Uruguai 0,1 0,1 0,1 *1.781 N.D. N.D.Outros 72,2 66,7 67,3 N.D. N.D. N.D.

Total Mundial 477,2 484,3 526,0 3.750 3.700 3.990

Fonte: USDA.(*) Dados da FAO.N.D = Não divulgado.

O balanço produção/consumo mundial no período de 1983/1992 (Tabela 2)mostra que a produção cresceu 33% e o consumo 22%. Nesse período, a produçãoevoluiu de 349,5 milhões de toneladas para 526,0 milhões de toneladas e o consumo de411 milhões de toneladas para 498,7 milhões de toneladas. O volume de exportaçãoanual permaneceu relativamente estável, com um volume mínimo de 62,5 milhões detoneladas em 1985 e máximo de 73,0 milhões de toneladas em 1984 e 1989.

Tabela 2 - Produção, consumo, exportação e estoque final de milho - 983/92(Em 1.000t)

Safra Produção Consumo Exportação Estoque Final

1983 349,5 411,0 66,1 36,41984 458,6 434,5 73,0 60,51985 480,6 419,9 62,5 121,21986 477,0 442,6 67,3 155,61987 447,9 461,7 65,1 145,21988 399,4 458,0 72,9 84,01989 462,5 477,6 73,0 71,71990 477,3 467,1 63,0 80,41991 484,6 491,2 67,6 79,91992 526,0 498,7 65,2 103,2

Fonte: CONAB/DIPLA/DEPAE/DIVAL.

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2 PRODUÇÃO NACIONAL

Nos dezesseis anos correspondentes ao período de 1977 a 1992, o Brasilapresentou crescimento em área, produção e produtividade (Tabela 3). A área cresceu de11,8 milhões de hectares para 14,3 milhões de hectares, a produção, de 19,3 milhões detoneladas para 32,3 milhões de toneladas e a produtividade sofreu variações de 1.276para 2.253kg/ha.

Tabela 3 - Produção, área e produtividade do milho no Brasil - 1977/1992

Ano Área (ha) Produção (1.000t) Produtividade (kg/ha)

1977 11.796,9 19.255,7 1.6321978 10.984,6 14.016,7 1.2761979 11.304,0 16.513,2 1.4611980 11.669,2 19.434,8 1.6651981 12.144,8 21.282,7 1.7521982 12.769,5 21.603,7 1.6921983 11.656,9 19.014,1 1.6311984 12.204,5 21.177,5 1.7351985 11.939,0 21.173,9 1.7741986 12.709,9 20.264,1 1.5941987 14.609,9 26.758,3 1.8181988 13.375,4 25.223,6 1.8861989 12.973,4 26.266,8 2.0251990 12.092,3 22.257,4 1.8411991 13.406,4 24.019,5 1.7921992 14.348,0 32.324,0 2.253

Fonte: CONAB/DIPLA/DEPAE/DIVAL.

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Em termos percentuais, a área cresceu 22%, a produção em 68% e aprodutividade em 38%.

No cômputo geral da agricultura brasileira, a importância do milho traduz-se pelaocupação de 36% da área de grãos e pela participação em 45,7% da produção de grãosda safra de 1992 (Tabela 4 e Gráfico I).

Tabela 4 - Produção de milho em relação a outras culturas no Brasil - 1992

Culturas Produção (1.000t) (%)

Total de Grãos 70.718,3 (100,0)

Milho 32.324,0 45,7

Soja 18.925,5 26,8

Arroz 10.634,6 15,0

Trigo 3.077,8 4,4

Feijão 2.974,3 4,2

Outros 2.782,1 3,9

Fonte: CONAB/DEPAE/DIVAL.

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GRÁFICO I

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Per

cen

tag

em

Arroz Feijão Milho Soja Trigo Outros

Culturas

Participação da Área Plantada de Milho no Total de Grãos Safra 19912/92

Fonte: CONAB/DIPLA/DEPAE/DIVAL.

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3 SUPRIMENTO NACIONAL

A produção de milho, no Brasil, variou de 19,01 a 31,38 milhões de toneladas nosúltimos onze anos. Nos anos 1991, 1992 e 1993, foi de 24,4 milhões de toneladas, 31,38milhões de toneladas e 28,83 milhões de toneladas respectivamente. (Tabela 5)

Tabela 5 - Balanço de oferta e demanda de milho no Brasil - 1983/93(Em 1.000t)

AnoQuant.Inicial

Produção Importação Suprimento Consumo ExportaçãoEstoque

Passagem

83 1.823,4 19.014,1 213,1 21.050,6 19.461,2 765,9 823,5

84 823,5 21.177,5 253,6 22.254,6 19.955,4 178,2 2.121,0

85 2.121,0 21.173,9 262,1 23.557,0 22.957,0 0,0 600,0

86 600,0 20.264,1 2.423,6 23.287,7 21.687,6 0,0 1.600,1

87 1.600,1 26.758,3 871,2 29.229,6 26.350,2 0,0 2.879,4

88 2.879,4 25.223,6 15,0 28.118,0 25.320,0 0,0 2.798,0

89 2.789,0 26.266,8 154,9 29.219,7 26.140,0 0,0 3.079,7

90 3.079,7 22.257,4 700,0 26.037,1 24.800,0 0,0 1.237,1

91 1.237,1 24.041,4 832,2 26.110,7 25.288,0 0,0 822,7

92 822,7 32.324,0 200,0 32.405,3 28.500,0 0,0 3.905,3

93 3.905,3 28.836,4 150,0 32.891,7 29.500,0 0,0 3.391,7

Fonte: CONAB/DIPLA - Fevereiro/93.

A produção brasileira no período esteve próxima às necessidades de consumo.O estoque estratégico de passagem de safra foi garantido por importações e pelosuperávit de produção ocorrido em alguns anos. Nos anos de 1983 e 1984, o país foiimportador e exportador de milho, nos demais anos foi importador.

O consumo brasileiro no período cresceu de 19,46 para 29,5 milhões detoneladas. Em 1992, a avicultura foi responsável por 33,6% do consumo rural, e asperdas por 29,9%, a suinocultura 17,1%, a moagem 12,9% e outros 6,5%. (Gráfico II).

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GRÁFICO II

0

5

10

15

20

25

30

35

Per

cen

tag

em

Avicultura Moagem Perdas Suinocultura Outros

Culturas

Fonte: CONABE/DIPLA/DIVAL..

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A Região Sul é a maior produtora, com 13,7 milhões de toneladascorrespondendo a 51% da produção em 1993. Em ordem decrescente de produção,seguem as Regiões Sudeste, Centro Oeste e Nordeste. Os maiores produtores de milhosão os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina eGoiás. (Tabela 6).

Tabela 6 - Estimativa mensal de colheita de milho no Brasil - Safra 1992/93

Até Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho

UFProdução

(1.000t)(%) (1.000t) (%) (1.000t) (%) (1.000t) (%) (1.000t) (%)

(1.000t)

(%)(1.000t

)

MG 3.928,6 2 78,6 13 510,7 38 1.492,9 32 1.257,2 14 550,0 1 -

ES 282,0 25 70,5 50 141,0 20 56,4 5 14,1 - 0,0 - -

RJ 57,5 6 3,5 40 23,0 50 28,8 4 2,3 - 0,0 - -

SP 2.953,9 13 384,0 20 590,8 37 1.092,9 27 797,6 2 59,1 1 29,5

PR 6.020,0 14 842,8 30 1.806,0 30 1.806,0 17 1.023,4 5 301,0 4 240,8

SC 3.116,4 13 405,1 25 779,1 22 685,6 21 654,4 13 405,1 6 187,0

RS 4.621,2 20 924,2 30 1.386,4 25 1.155,3 15 693,2 10 462,1 - -

MT 738,2 20 147,6 25 184,6 27 199,3 20 147,6 8 59,1 - -

MS 734,0 15 110,1 40 293,6 30 220,2 14 102,8 1 7,3 - -

GO 2.442,2 10 244,2 40 976,9 20 488,4 18 439,6 8 195,4 4 97,7

DF 52,2 5 - 40 20,9 40 20,9 15 7,8 - - - -

CS 24.946,2 13 3.210,7 27 6.712,9 29 7.246,7 21 5.140,0 8 2.039,1 2 555,0

Fonte: CONAB/DIPLA - Fevereiro/93.

A estimativa de oferta e demanda elaborada pela CONAB/DIPLA, (Tabela 5)quantificava a produção do país em 28,84 milhões de toneladas, para 1993, o quepropiciaría um estoque de passagem na ordem de 3,4 milhões de toneladas. O consumopara o período foi estimado em 29,5 milhões de toneladas.

Na Tabela 6, é apresentada uma estimativa mensal de colheita de milho. Nelaverifica-se que nos meses de março, abril e maio ocorre um maior índice de colheita e porconseqüência de oferta do produto.

Segundo a CONAB, a estimativa de produção de 28,84 milhões de toneladas,apesar de mostrar um decréscimo de 8% em relação à safra passada, ainda garante oabastecimento normal. Isto é possível graças ao excedente de produção ocorrido na safra91/92, que herdou para a safra 92/93, 3,90 milhões de toneladas de milho, parte em EGF,parte em forma de estoque na iniciativa privada.

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Esta estimativa de queda da produção está mais influenciada pela queda da áreaplantada, da ordem de 7% em relação a 91/92, do que da queda de produtividade dacultura. A diminuição da área aconteceu em parte por indução da política agrícola (viaredução no preço de garantia), na tentativa de evitar uma grande produção este ano, que,aliada ao estoque remanescente, certamente viria a pressionar o mercado, promovendoforte baixa nos preços.

A maior redução na área aconteceu na Região Centro-Oeste e Rio Grande doSul, parte em substituição pela cultura da soja, cuja comercialização na safra passada foimais fácil que a do milho.

A expectativa de aumento no consumo interno de 1,34% em relação ao anoanterior, está apoiada: (a) no comportamento da demanda dos criadores de aves e ovos,que vêm mostrando um crescimento na produção, incentivado pelo maior consumo domercado interno e pelos compromissos de exportação (o setor avícola responde emmédia por 25% do consumo total); e (b) pelo aumento do autoconsumo na propriedade(perdas inclusive), o que normalmente acontece em momentos de crescimento na oferta.

Finalmente, a permanência deste comportamento na oferta e demanda, criaráum estoque no final do ano agrícola de 3,4 milhões de toneladas, o que é suficiente para1,4 meses de consumo aparente.

O suprimento do mercado com produto da safra inicia em fevereiro e termina emjulho, com a seguinte distribuição: 13% em fevereiro, 27% em março, 29% em abril, 21%em maio, 8% em junho e 2% em julho. (Tabela 6)

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4 A PRODUÇÃO NOS ESTADOS QUE COMPÕEM O CODESUL

Os Estados que compõem o CODESUL, em 1992 foram responsáveis por 58%da produção do País. Concentra a produção total da Região Sul somada à de MatoGrosso do Sul (Tabela 7). Em 1992, o Paraná produziu 44%, o Rio Grande do Sul 33%,Santa Catarina 19% e o Mato Grosso do Sul 4% do total.

Tabela 7 - Produção de milho nos Estados que compõem o CODESUL(Em 1.000t)

A n oEstados

1989 1990 1991 1992 (%)

Paraná 5.296,1 5.160,8 4.827,1 7.370,0 44

Rio Grande do Sul 3.583,8 3.957,4 2.053,8 5.547,0 33

Santa Catarina 2.663,0 2.674,4 1.559,3 3.261,0 19

Mato Grosso do Sul 725,7 595,7 933,3 746,3 4

Totais 12.268,6 12.388,3 9.373,5 16.924,3 100

Fonte: IBGE/LSPA.

Os quatro Estados aumentaram expressivamente a sua produção no período de1983 a 1992 (Tabela 8). Excetuando-se o MS, os demais Estados apresentaramexpressivos aumentos no rendimento médio da cultura.

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Tabela 8 - Evolução da produção e da produtividade nos Estados do CODESUL

MS PR SC RSSafra

Prod. Rend. Prod. Rend. Prod. Rend. Prod. Rend.

1983 0,24 2.036 5,02 2.125 1,69 1.871 3,17 1.785

1984 0,26 2.037 5,40 2.207 2,35 2.505 3,57 1.894

1985 0,33 2.285 5,80 2.488 2,16 2.292 3,56 2.039

1986 0,32 1.965 4,33 1.887 1,95 2.042 1,94 1.270

1987 0,65 2.645 7,64 2.685 2,42 2.400 3,87 1.981

1988 0,64 2.725 5,56 2.448 2,37 2.400 2,54 1.567

1989 0,73 2.894 5,30 2.478 2,66 2.677 3,58 2.279

1990 0,60 2.329 5,16 2.481 2,67 2.644 3,96 2.404

1991 0,93 2.693 4,83 2.046 1,56 1.620 2,05 1.136

1992 0,75 2.646 7,37 2.824 3,26 3.025 5,55 2.763

Fonte: IBGE/LSPA.Obs.: Produção em milhões de toneladas e rendimento em kg/ha.

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5 O MILHO NO RIO GRANDE DO SUL

O Rio Grande do Sul é o segundo produtor de milho no país com uma áreacultivada em 1992 de 2,08 milhões de hectare. Nesse ano, o Estado atingiu a auto-suficiência em milho, mas não tem sido assim. Nos últimos anos, o Estado foi importadordo produto de outros Estados e do exterior como a Argentina, África do Sul e EstadosUnidos.

O consumo maior que a produção tem afetado os custos de produção de aves esuínos em relação a outros estados, prejudicando a competitividade dos dois setores e daprodução de leite e ovos.

A Tabela 9 apresenta a área plantada, produção obtida e rendimentosalcançados no período de 1980/92.

Tabela 9 - Área, produção, rendimento e valor de produção da cultura do milho (em grão)no Estado do Rio Grande do Sul - 1980/92

AnoÁrea

Plantada(ha)

ÁreaColhida

(ha)

Produção(t)

RendimentoMédio (kg/ha)

Valor(1.000 US$)

1980 - 1.861.298 3.162.033 1.689 411.4411981 - 1.818.696 3.808.793 2.094 451.3721982 - 1.851.740 3.147.246 1.700 321.4971983 - 1.778.993 3.174.771 1.785 365.1371984 - 1.883.224 3.567.360 1.894 331.1541985 - 1.744.881 3.558.591 2.039 310.5481986 - 1.525.461 1.937.700 1.270 212.4571987 1.995.395 1.955.387 3.873.498 1.981 255.3331988 1.680.247 1.619.568 2.538.528 1.567 267.9671989 1.580.617 1.572.287 3.583.753 2.279 419.8871990 1.646.366 1.645.951 3.957.441 2.404 522.9961991 1.873.408 1.808.429 2.053.822 1.136 246.8941992* 2.008.765 2.007.315 5.547.016 2.763 492.203

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal.Nota: Valor em 1.000 US$ conforme média do dólar comercial, último dia do mês, no período usual

de comercialização da safra pelo produtor.(*) IBGE/LSPA - Dados Preliminares.

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A produção de milho, no Rio Grande do Sul, está intimamente ligada à pequenapropriedade em regime familiar de exploração. Pelo censo agropecuário de 1985, 380.656estabelecimentos rurais produziram milho. Setenta e oito vírgula três por cento daprodução e área ocupada estão em estabelecimentos rurais de até 50ha. (Tabela 10)

Tabela 10 - Produção de milho de acordo com a área das propriedades

Estrato de Área(ha)

Área Cultivada(ha)

(%)Produção

(t)(%)

0 - 10 253.200 17,8 399.095 16,410 - 20 411.412 28,9 702.443 28,920 - 50 450.964 31,6 800.634 33,050 - 100 127.787 9,0 224.757 9,3

100 - 200 58.805 4,1 95.650 3,9+ 200 123.420 8,5 205.341 8,5

Total 1.425.588 100,0 2.427.920 100,0

Fonte: Censo Agropecuário - 1985.

As propriedades coloniais cultivam o milho para várias finalidades. Na maioriadelas, o milho é um insumo para a obtenção de outros produtos de mercado como carne,leite e ovos. Em outras, é atividade de apoio à subsistência familiar e/ou em atividade decomplementação de renda.

No contexto das demais culturas, no Estado, o milho ocupa o segundo lugar emárea e produção de grãos. (Tabela 11)

Tabela 11 - Área e produção de grãos do Estado do Rio Grande do Sul - 1992

CulturasÁrea

(1.000/ha)Produção

(1.000t)(%)

Rendimento(kg/ha)

Milho 2.007 5.547 33,21 2.763Soja 2.870 5.629 35,70 1.957Trigo 461 768 4,60 1.665Arroz 989 4.568 27,05 5.087Feijão 223 190 1,14 853Sorgo 51 101 0,60 1.988

Total 6.510 16.703 100%

Fonte: EMATER/RS.

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O valor da produção de milho, considerando apenas o grão comercial (Tabela 9),não representa o significado real de sua importância econômica e social. O valoragregado pelos diferentes elementos do complexo agroindustrial aumentasignificativamente o seu valor original.

Considerado isoladamente, o valor da produção de milho do Rio Grande do Sul émenor do que o valor da produção de soja e de arroz.

Mesmo consistindo em uma alternativa rentável para o produtor, a sua produçãopara comercialização não se constitui no melhor negócio.

O milho deve ser destinado à produção de aves, suínos, leite, bovinos e àindustrialização. É o principal produto vegetal utilizado na diversificação das atividadesprodutivas das propriedades capazes de agregar várias vezes o seu valor original.

5.1 Distribuição Geográfica do Cultivo

O milho é cultivado em todos os municípios do Estado. A grande capacidade deadaptação e adaptabilidade aliada às suas utilidades faz com que seja a culturaeconômica mais disseminada. A distribuição geográfica abrange todas as microrregiõeshomogêneas. (Tabela 12 e Figura 1).

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Tabela 12 - Distribuição geográfica do cultivo e produção do milho no Rio Grande do Sul -1992

MicrorregiãoHomogênea

Área Colhida(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

Produção(%)

1. Santa Rosa 78.500 171.000 2.178 3,082. Três Passos 137.600 323.114 2.348 5,833. Frederico Westphalen 179.950 509.494 2.831 9,184. Erechim 182.400 668.963 3.667 12,065. Sananduva 85.100 286.420 3.365 5,166. Cerro Largo 65.320 159.768 2.445 2,887. Santo Ângelo 89.000 187.714 2.109 3,388. Ijuí 68.500 237.400 3.465 4,289. Carazinho 81.035 271.905 3.355 4,9010. Passo Fundo 130.785 470.715 3.599 8,4911. Cruz Alta 77.500 282.110 3.640 5,0912. Não-Me-Toque 19.900 89.173 4.481 1,6113. Soledade 18.100 44.040 2.433 0,7914. Guaporé 93.360 321.998 3.448 5,8615. Vacaria 35.890 82.123 2.288 1,4816. Caxias do Sul 37.500 111.130 2.963 2,0017. Santiago 29.800 75.840 2.544 1,3718. Santa Maria 48.000 121.200 2.525 2,1819. Restinga Seca 23.400 50.100 2.141 0,9020. Santa Cruz do Sul 89.900 176.704 1.965 3,1921. Estrela/Lajeado 75.480 244.409 3.238 4,4122. Cachoeira do Sul 20.250 42.870 2.117 0,7723. Montenegro 23.760 58.185 2.448 1,0524. Gramado/Canela 16.915 41.734 2.467 0,7525. São Jerônimo 28.430 51.229 1.801 0,9226. Porto Alegre 5.617 10.728 1.909 0,1927. Osório 12.173 21.220 1.743 0,3828. Camaquã 28.400 43.170 1.520 0,7829. Campanha Ocidental 37.050 76.220 2.057 1,3730. Campanha Central 12.800 19.720 1.540 0,3631. Campanha Meridional 15.500 22.450 1.448 0,4032. Serras do Sudeste 40.900 66.300 1.621 1,2033. Pelotas 110.300 195.780 1.774 3,5334. Jaguarão 5.500 9.450 1.718 0,1735. Litoral Lagunar 2.700 2.640 977 0,05

Total 2.007.315 5.547.014 2.763 100,00

Fonte: IBGE.

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Figura 1 - Microrregiões Homogêneas do Rio Grande do Sul

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As microrregiões homogêneas maiores produtoras em ordem decrescenteforam Erechim 12,06%, Frederico Westphalen 9,18%, Passo Fundo 8,49%, Três Passos5,83%, Guaporé 5,80%, Sananduva 5,16%, Cruz Alta 5,09%, Carazinho 4,90, Estrela4,41%, Ijuí 4,28%, Santo Ângelo 3,38%, Santa Cruz do Sul 3,19%, Santa Rosa 3,08%,Cerro Largo 2,88%, Santa Maria 2,48% e Caxias do Sul 2,60%. As microrregiões citadassão responsáveis por 85,44% da produção. (Figura 2)

5.2 Municípios Maiores Produtores

Os dezesseis municípios relacionados na Tabela 13 apresentam produçãosuperior a 50.000 toneladas e representam cerca de 20% da produção do Estado.Representam regiões com os mais diversos sistemas de produção e com os maisvariados níveis de adoção de tecnologia. O município maior produtor apresenta o menorrendimento médio em decorrência especificamente do baixo uso de tecnologia.

Tabela 13 - Área, produção e rendimento médio dos municípios maiores produtores demilho do Rio Grande do Sul - 1992

MunicípioÁrea(ha)

Produção(t)

Rendimento Médio(kg/ha)

Aratiba 17.000 61.200 3.600Barão de Cotegipe 16.000 57.600 3.600Canguçu 55.000 99.000 1.800Carazinho 15.000 67.500 4.500Casca 13.000 54.600 4.200Cruz Alta 22.000 92.400 4.200Erechim 20.000 84.000 4.200Jacutinga 14.000 58.800 4.200Lajeado 12.100 50.820 4.200Marau 17.000 68.000 4.000Nonoai 17.000 51.000 3.000Palmeira das Missões 27.000 72.900 2.700Sananduva 16.000 62.400 3.900Sarandi 12.000 50.400 4.200Três Passos 38.000 79.800 2.100Venânio Aires 28.000 50.400 1.800

Total 339.100 1.060.820 3.128

Fonte: IBGE.

O município de Carazinho apresenta o maior rendimento médio pela razãooposta de Canguçu. Apresenta lavouras empresariais tecnificadas. Outros 8 municípioscom produção inferior a 50t apresentam rendimento médio superior a 6,0t, e 36municípios com rendimento médio de 4 a 6 toneladas por hectare. (Tabela 14)

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Figura 2 - Produção da Safra - 1992

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Tabela 14 - Levantamento sistemático da produção agrícola, área, produção e rendimentomédio por microrregiões homogêneas/municípios - Rio Grande do Sul – 1992

07/92

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

01- MICRORREGIÃO DE SANTA ROSA

- Alecrim 7.500 13.500 1.800- Cândido Godói 8.000 21.600 2.700- Independência 8.000 16.800 2.100- Porto Lucena 11.000 22.000 2.000- Santa Rosa 7.500 13.500 1.800- Santo Cristo 10.000 19.200 1.920- Três de Maio 10.000 24.000 2.400- Tucunduva 8.000 20.000 2.500- Tuparendi 8.500 20.400 2.400Totais da Microrregião 01 78.500 171.000 2.178

02 - MICRORREGIÃO DE TRÊS PASSOS

- Boa Vista do Buricá 10.000 24.000 2.400- Braga 6.500 13.650 2.100- Campo Novo 7.400 22.200 3.000- Crissiumal 19.000 34.200 1.800- Dr. Maurício Cardoso 5.800 25.056 4.320- Horizontina 5.500 13.778 2.505- Humaitá 4.000 10.800 2.700- Miraguaí 6.000 14.400 2.400- Redentora 6.000 12.000 2.000- São Martinho 3.900 10.530 2.700- Sede Nova 2.500 7.500 3.000- Tenente Portela 20.000 48.000 2.400- Três Passos 38.000 79.800 2.100- Vista Gaúcha 3.000 7.200 2.400Totais da Microrregião 02 137.600 323.114 2.348

03 - MICRORREGIÃO DE FREDERICO WESTPHALEN

- Alpestre 12.000 43.200 3.600- Caiçara 5.800 17.400 3.000- Constantina 13.000 39.000 3.000- Erval Seco 14.000 26.880 1.920- Frederico Westphalen 9.000 27.000 3.000- Iraí 8.000 18.240 2.280- Liberato Salzano 11.000 31.680 2.880- Nonoai 17.000 51.000 3.000- Palmitinho 13.500 40.500 3.000- Planalto 16.000 43.200 2.700- Rodeio Bonito 14.000 35.000 2.500- Rondinha 4.850 17.460 3.600

Continua...

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31

...Continuação

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

- Seberi 9.000 27.000 3.000- Taquaruçu do Sul 4.200 13.440 3.200- Três Palmeiras 6.100 15.494 2.540- Trindade do Sul 10.000 27.000 2.700- Vicente Dutra 7.500 21.000 2.800- Vista Alegre 5.000 15.000 3.000Totais da Microrregião 03 179.950 509.494 2.831

04 - MICRORREGIÃO DE ERECHIM

- Aratiba 17.000 61.200 3.600- Áurea 13.750 49.500 3.600- Barão do Cotegipe 16.000 57.600 3.600- Campinas do Sul 8.000 33.600 4.200- Entre Rios do Sul 3.500 10.500 3.000- Erebango 3.300 15.840 4.800- Erechim 20.000 84.000 4.200- Erval Grande 9.000 27.000 3.000- Estação 1.500 6.300 4.200- Faxinalzinho 2.500 7.500 3.000- Gaurama 9.000 32.400 3.600- Getúlio Vargas 11.000 44.000 4.000- Ipiranga do Sul 3.500 14.700 4.200- Itatiba do Sul 6.800 20.400 3.000- Jacutinga 14.000 58.800 4.200- Marcelino Ramos 7.500 30.000 4.000- Mariano Moro 4.250 15.003 3.530- São Valentim 10.000 30.000 3.000- Severiano de Almeida 6.100 21.960 3.600- Três Arroios 5.200 17.160 3.300- Viadutos 10.500 31.500 3.000Totais da Microrregião 04 182.400 668.963 3.667

05 - MICRORREGIÃO DE SANANDUVA

- Barracão 6.000 14.400 2.400- Cacique Doble 10.000 27.000 2.700- Ibiaçá 6.900 24.840 3.600- Machadinho 5.700 13.680 2.400- Maximiliano de Almeida 8.000 24.000 3.000- Paim Filho 8.000 28.800 3.600- Sananduva 16.000 62.400 3.900- São José da Urtiga 10.000 42.000 4.200- São José do Ouro 14.500 49.300 3.400Totais da Microrregião 05 85.100 286.420 3.365

Continua...

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...Continuação

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

06 - MICRORREGIÃO DE CERRO LARGO

- Caibaté 9.600 23.040 2.400- Campina das Missões 12.000 28.800 2.400- Cerro Largo 9.000 27.000 3.000- Guarani das Missões 9.600 23.040 2.400- Porto Xavier 5.120 12.288 2.400- Roque Gonzales 8.000 16.800 2.100- São Paulo das Missões 12.000 28.800 2.400Totais da Microrregião 06 65.320 159.768 2.445

07 - MICRORREGIÃO DE SANTO ÂNGELO

- Bossoroca 2.000 2.964 1.482- Catuípe 7.000 16.800 2.400- Dezesseis de Novembro 2.000 4.000 2.000- Entre-Ijuís 9.000 21.600 2.400- Eugênio de Castro 6.000 14.400 2.400- Giruá 16.000 24.000 1.500-- Pirapó 2.000 4.800 2.400- Santo Ângelo 15.000 36.000 2.400- Santo Antônio das Missões 7.000 10.500 1.500- São Luiz Gonzaga 8.500 15.300 1.800- São Miguel das Missões 11.000 28.600 2.600- São Nicolau 3.500 8.750 2.500Totais da Microrregião 07 89.000 187.714 2.109

08 - MICRORREGIÃO DE IJUÍ

- Ajuricaba 10.000 35.000 3.500- Alegria 4.000 10.800 2.700- Augusto Pestana 7.000 21.000 3.000- Chiapeta 2.500 7.500 3.000- Condor 6.000 25.200 4.200- Coronel Bicaco 7.000 25.200 3.600- Ijuí 14.000 49.000 3.500- Panambi 6.000 25.200 4.200- Pejuçara 5.000 17.500 3.500- Santo Augusto 7.000 21.000 3.000Totais da Microrregião 08 68.500 237.400 3.465

09 - MICRORREGIÃO DE CARAZINHO

- Carazinho 15.000 67.500 4.500- Cerro Grande 5.575 16.725 3.000- Chapada 15.000 45.000 3.000- Jaboticaba 3.500 10.500 3.000- Palmeira das Missões 27.000 72.900 2.700- Pinhal 2.960 8.880 3.000- Sarandi 12.000 50.400 4.200Totais da Microrregião 09 81.035 271.905 3.355

Continua...

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...Continuação

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

10 - MICRORREGIÃO DE PASSO FUNDO

- Água Santa 4.500 12.150 2.700- Camargo 3.200 13.440 4.200- Casca 13.000 54.600 4.000- Caseiros 5.000 13.750 2.750- Ciríaco 9.500 32.300 3.400- David Canabarro 9.125 32.850 3.600- Ernestina 4.500 15.750 3.500- Ibiraiaras 6.500 19.500 3.000- Marau 17.000 68.000 4.000- Passo Fundo 12.500 47.500 3.800- Ronda Alta 11.200 40.320 3.600- São Domingos do Sul 2.830 8.150 2.880- Sertão 13.900 41.700 3.000- Tapejara 12.000 46.800 3.900- Vanini 2.030 7.165 3.500- Vila Maria 4.000 16.800 4.200Totais da Microrregião 10 130.785 470.715 3.599

11 - MICRORREGIÃO DE CRUZ ALTA

- Alto Alegre 900 2.700 3.000- Campos Borges 1.000 3.500 3.500- Cruz Alta 22.000 92.400 4.200- Espumoso 4.500 17.550 3.900- Fortaleza dos Valos 7.000 21.000 3.000- Ibirubá 8.000 31.200 3.900- Jóia 9.000 21.600 2.400- Quinze de Novembro 3.000 12.600 4.200- Saldanha Marinho 4.000 14.400 3.600- Salto do Jacuí 8.100 29.160 3.600- Santa Bárbara do Sul 10.000 36.000 3.600Totais da Microrregião 11 77.500 282.110 3.640

12 - MICRORREGIÃO DE NÃO-ME-TOQUE

- Colorado 3.200 16.723 5.226- Não-Me-Toque 7.200 32.400 4.500- Selbach 2.500 10.650 4.260-Tapera 3.000 12.600 4.200- Victor Graeff 4.000 16.800 4.200Totais da Microrregião 12 19.900 89.173 4.481

13 - MICRORREGIÃO DE SOLEDADE

- Barros Cassal 3.700 7.770 2.100- Fontoura Xavier 2.200 4.620 2.100- Ibirapuitã 2.500 7.500 3.000

Continua...

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...Continuação

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

- Lagoão 1.400 2.100 1.500- São José do Herval 1.500 3.150 2.100- Soledade 4.300 12.900 3.000- Tunas 2.500 6.000 2.400Totais da Microrregião 13 18.100 44.040 2.433

14 - MICRORREGIÃO DE GUAPORÉ

- André da Rocha 1.200 2.880 2.400- Anta Gorda 11.000 34.760 3.160- Arvorezinha 9.000 29.700 3.300- Dois Lajeados 5.355 22.491 4.200- Guabiju 2.000 6.000 3.000- Guaporé 12.000 43.200 3.600- Ilópolis 2.450 8.820 3.600- Montauri 3.170 11.095 3.500- Nova Alvorada 4.135 16.457 3.980- Nova Araçá 2.300 8.280 3.600- Nova Bassano 8.500 28.050 3.300- Nova Prata 3.200 8.640 2.700- Paraí 4.500 17.100 3.800- Protásio Alves 2.800 8.400 3.000- Putinga 7.600 22.800 3.000- São Jorge 3.500 12.600 3.600- Serafina Corrêa 8.100 30.780 3.800- Vista Alegre do Prata 2.550 9.945 3.900Totais da Microrregião 14 93.360 321.998 3.448

15 - MICRORREGIÃO DE VACARIA

- Bom Jesus 2.900 4.350 1.500- Cambará do Sul 650 1.170 1.800- Esmeralda 4.970 11.928 2.400- Ipê 3.500 7.000 2.000- Jaquirana 3.500 5.250 1.500- Lagoa Vermelha 7.500 20.250 2.700- São Francisco de Paula 7.870 7.175 2.500- Vacaria 10.000 25.000 2.500Toais da Microrregião 15 35.890 82.123 2.288

16 - MICRORREGIÃO DE CAXIAS DO SUL

- Antônio Prado 3.500 10.500 3.000- Bento Gonçalves 4.500 13.500 3.000- Carlos Barbosa 3.050 8.845 2.900- Caxias do Sul 6.500 19.500 3.000- Cotiporã 2.800 7.280 2.600- Fagundes Varela 1.600 4.640 2.900- Farroupilha 2.200 7.040 3.200- Flores da Cunha 2.800 8.400 3.000- Garibaldi 4.050 11.745 2.900

Continua...

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MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

- Nova Roma do Sul 2.500 7.500 3.000- São Marcos 1.400 4.900 3.500- Veranópolis 1.400 3.920 2.800- Vila Flores 1.200 3.360 2.800Totais da Microrregião 16 37.500 111.130 2.963

17 - MICRORREGIÃO DE SANTIAGO

- Itacurubi 1.300 2.340 1.800- Júlio de Castilhos 10.000 30.000 3.000- Santiago 10.000 18.000 1.800- Tupanciretã 8.500 25.500 3.000Totais da Microrregião 17 29.800 75.840 2.544

18 - MICRORREGIÃO DE SANTA MARIA

- Cacequi 2.500 5.250 2.100- Jaguari 6.000 12.000 2.000- Mata 2.500 5.250 2.100- Nova Esperança do Sul 1.200 1.920 1.600- Santa Maria 16.000 48.000 3.000- São Pedro do Sul 8.000 24.000 3.000- São Sepé 7.000 14.700 2.100- São Vicente do Sul 4.800 10.080 2.100Totais da Microrregião 18 48.000 121.200 2.525

19 - MICRORREGIÃO DE RESTINGA SECA

- Agudo 5.400 11.340 2.100- Dona Francisca 1.000 2.400 2.400- Faxinal do Soturno 3.700 8.880 2.400- Formigueiro 2.500 4.500 1.800- Ivorá 1.800 4.320 2.400- Nova Palma 3.500 8.400 2.400- Restinga Seca 4.500 8.100 1.800- Silveira Martins 1.000 2.160 2.160Totais da Microrregião 19 23.400 50.100 2.141

20 - MICRORREGIAO DE SANTA CRUZ DO SUL

- Arroio do Tigre 11.500 27.600 2.400- Candelária 10.000 17.100 1.710- Ibarama 3.500 7.350 2.100- Santa Cruz do Sul 23.000 46.000 2.000- Segredo 4.900 12.054 2.460- Sobradinho 5.000 9.000 1.800- Venâncio Aires 28.000 50.400 1.800- Vera Cruz 4.000 7.200 1.800Totais da Microrregião 20 89.900 176.704 1.965

Continua...

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...Continuação

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

21 - MICRORREGIÃO DE LAJEADO-ESTRELA

- Arroio do Meio 8.600 30.960 3.600- Bom Retiro do Sul 1.250 2.225 1.780- Boqueirão do Leão 2.500 7.500 3.000- Cruzeiro do Sul 4.500 11.250 2.500- Encantado 5.500 14.630 2.660- Estrela 5.000 18.000 3.600- Imigrante 2.480 8.928 3.600- Lajeado 12.100 50.820 4.200- Muçum 4.500 13.500 3.000- Nova Bréscia 3.500 10.150 2.900- Paverama 1.500 3.240 2.160- Pouso Novo 2.000 6.000 3.000- Progresso 3.500 12.600 3.600- Relvado 3.050 9.516 3.120- Roca Sales 5.000 15.000 3.000- Taquari 4.000 8.640 2.160- Teutônia 6.500 21.450 3.300Totais da Microrregião 21 75.480 244.409 3.238

22 - MICRORREGIÃO DE CACHOEIRA DO SUL

- Cachoeira do Sul 5.500 11.550 2.100- Cerro Branco 1.150 2.760 2.400- Pantano Grande 1.600 5.760 3.600- Paraíso do Sul 2.000 4.800 2.400- Rio Pardo 10.000 18.000 1.800Totais da Microrregião 22 20.250 42.870 2.117

23 - MICRORREGIÃO DE MONTENEGRO

- Barão 2.850 8.550 3.000- Bom Princípio 1.300 3.250 2.500- Bochier do Maratá 4.500 9.900 2.200- Capela de Santana 400 760 1.900- Feliz 2.100 5.250 2.500- Harmonia 2.000 4.000 2.000- Montenegro 3.500 7.350 2.100- Poço das Antas 850 2.550 3.000- Portão 600 1.200 2.000- Salvador do Sul 3.450 10.350 3.000- São José do Hortêncio 600 1.500 2.500- São Sebastião do Caí 650 1.365 2.100- São Vendelino 160 480 3.000- Tupandi 800 1.680 2.100Totais da Microrregião 23 23.760 58.185 2.448

Continua...

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MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

24 - MICRORREGIÃO DE GRAMADO-CANELA

- Canela 550 1.320 2.400- Dois Irmãos 1.700 3.400 2.000- Gramado 1.200 4.200 3.500- Igrejinha 450 900 2.000- Ivoti 500 1.200 2.400- Nova Petrópolis 5.500 16.500 3.000- Riozinho 1.000 2.100 2.100- Rolante 2.400 4.800 2.000- Santa Maria do Herval 895 2.238 2.501- Taquara 2.200 4.400 2.000- Três Coroas 520 676 1.300Totais da Microrregião 24 16.915 41.734 2.467

25 - MICRORREGIÃO DE SÃO JERÔNIMO

- Arroio dos Ratos 750 1.924 2.565- Butiá 2.500 4.500 1.800- Charqueadas 180 705 3.917- General Câmara 7.000 10.500 1.500- São Jerônimo 12.000 21.600 1.800- Triunfo 6.000 12.000 2.000Totais da Microrregião 25 28.430 51.229 1.801

26 - MICRORREGIÃO DE PORTO ALEGRE

- Alvorada 10 13 1.300- Cachoeirinha 3 4 1.333- Campo Bom 75 150 2.000- Canoas 60 78 1.300- Eldorado do Sul 1.000 2.500 2.500- Estância Velha 198 396 2.000- Esteio 6 9 1.500- Glorinha 350 630 1.800- Gravataí 650 780 1.200- Guaíba 650 1.560 2.400- Nova Hartz 420 714 1.700- Novo Hamburgo 350 840 2.400- Parobé 200 320 1.600- Porto Alegre-Centro 200 380 1.900- São Leopoldo 40 72 1.800- Sapiranga 450 945 2.100- Sapucaia do Sul 25 35 1.400- Viamão 930 1.302 1.400Totais da Microrregião 26 5.617 10.728 1.909

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...Continuação

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

27 - MICRORREGIÃO DE OSÓRIO

- Arroio do Sal 25 40 1.600- Capão da Canoa 160 272 1.700- Cidreira 23 35 1.522- Imbé 20 36 1.800- Mostardas 700 630 900- Osório 1.900 3.420 1.800- Palmares do Sul 420 504 1.200- Santo Antônio da Patrulha 4.750 9.975 2.100- Tavares 1.700 2.040 1.200- Terra de Areia 750 1.350 1.800- Torres 1.300 2.210 1.700- Tramandaí 25 48 1.920- Três Cachoeiras 400 660 1.650Totais da Microrregião 27 12.173 21.220 1.743

28 - MICRORREGIÃO DE CAMAQUÃ

- Barra do Ribeiro 400 720 1.800- Camaquã 16.500 24.750 1.500- Cerro Grande do Sul 1.500 2.700 1.800- Dom Feliciano 7.500 11.250 1.500- Tapes 2.500 3.750 1.500Totais da Microrregião 28 28.400 43.170 1.520

29 - MICRORREGIÃO DA CAMPANHA OCIDENTAL

- Alegrete 10.000 21.000 2.100- Itaqui 6.500 11.700 1.800- Quaraí 1.500 2.070 1.380- São Borja 7.000 12.600 1.800- São Francisco de Assis 12.000 28.800 2.400- Uruguaiana 50 50 1.000Totais da Microrregião 29 37.050 76.220 2.057

30 - MICRORREGIÃO DA CAMPANHA CENTRAL

- Rosário do Sul 6.000 7.200 1.200- Santana do Livramento 4.000 10.000 2.500- São Gabriel 2.800 2.520 900Totais da Microrregião 30 12.800 19.720 1.540

31 - MICRORREGIÃO DA CAMPANHA MERIDIONAL

- Bagé 9.000 10.800 1.200- Dom Pedrito 4.000 8.400 2.100- Lavras do Sul 2.500 3.250 1.300Totais da Microrregião 31 15.500 22.450 1.448

Continua...

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39

...Continuação

MunicípiosÁrea(ha)

Produção(t)

Produtividade(kg/ha)

32 - MICRORREGIÃO DAS SERRAS SUDESTE

- Amaral Ferrador 1.500 2.700 1.800- Caçapava do Sul 9.000 13.500 1.500- Encruzilhada do Sul 8.000 12.800 1.600- Pinheiro Machado 5.400 9.720 1.800- Piratini 12.000 21.600 1.800- Santana da Boa Vista 5.000 5.980 1.196Totais da Microrregião 32 40.900 66.300 1.621

33 - MICRORREGIÃO DE PELOTAS

- Canguçu 55.000 99.000 1.800- Capão do Leão 4.000 7.200 1.800- Cristal 1.800 3.780 2.100- Morro Redondo 1.500 3.000 2.000- Pedro Osório 10.000 18.000 1.800- Pelotas 18.000 28.800 1.600- São Lourenço do Sul 20.000 36.000 1.800Totais da Microrregião 33 110.300 195.780 1.774

34 - MICRORREGIÃO DE JAGUARÃO

- Arroio Grande 1.000 2.100 2.100- Herval 2.500 3.750 1.500- Jaguarão 2.000 3.600 1.800Totais da Microrregião 34 5.500 9.450 1.718

35 - MICRORREGIÃO DO LITORAL LAGUNAR

- Rio Grande 500 450 900- Santa Vitória do Palmar 700 840 1.200- São José do Norte 1.500 1.350 900

Totais da Microrregião 35 2.700 2.640 977

Total do Estado 2.007.315 5.547.016 2.763

Fonte: IBGE.

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40

Dezenove municípios apresentam rendimentos médios inferiores a 1.500kg/ha.(Tabela 15)

Tabela 15 - Municípios com rendimento médio inferior a 1.500kg/ha - 1992

MunicípioÁrea(ha)

Produção(t)

Rendimento Médio(kg/ha)

Alvorada 10 13 1.300Bagé 9.000 10.800 1.200Bossoroca 2.000 2.964 1.482Cachoeirinha 3 4 1.333Canoas 60 78 1.300Gravataí 650 780 1.200Lavras do Sul 2.500 3.250 1.300Mostardas 700 630 900Palmares do Sul 420 504 1.200Quaraí 1.500 2.070 1.380Rio Grande 500 450 900Santana da Boa Vista 5.000 5.980 1.196São Gabriel 2.800 2.520 900São José do Norte 1.500 1.350 900Sapucaia do Sul 25 35 1.400Tavares 1.700 2.040 1.200Três Coroas 520 676 1.300Uruguaiana 50 50 1.000Viamão 930 1.302 1.400

Total 31.368 38.196 1.199

Fonte: IBGE.

As grandes diferenças entre os rendimentos médios regionais e municipaisdemonstram que algumas regiões são mais propícias à produção de milho do que outrase que existem grandes diferenças tecnológicas entre municípios e regiões.

5.3 Oferta e Demanda

A produção de milho no Rio Grande do Sul, no período de 1984 a 1992 (Tabela16), sofreu grandes oscilações em decorrência especialmente de falta de chuvas nodecorrer do ciclo.

Com exceção do ano de 1992, a demanda de milho exigiu a importação de 200mil a 1,62 milhões de toneladas para suprir as necessidades dos diversos segmentosconsumidores. A suinocultura e a avicultura são os segmentos de maior consumo,seguidos das perdas de armazenagem.

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O suprimento total no período variou de 3,84 milhões a 5,63 milhões de toneladase a demanda total de 3,61 milhões a 4,58 milhões de toneladas. O estoque de passagemde safra variou de 50 mil a 1,11 milhões de toneladas destinadas para início de 1993.

Tabela 16 - Oferta e demanda de milho no Estado do Rio Grande do Sul - 1985/92(1.000t)

A N O A C U M U L A D ODiscriminação

1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992

OFERTA

EstoqueInicial (01/03) 200,0 563,1 200,0 200,0 200,0 50,0 239,0 239,0

Produção 3.558,5 1.933,0 3.800,0 2.600,0 3.500,0 3.530,0 2.200,0 5.400,0

Importação 423,0 1.430,4 1.061,7 1.626,0 300,0 600,0 1.406,0 0,0

Suprimento Total 4.181,5 3.932,8 5.061,7 4.426,0 4.000,0 4.180,0 3.845,0 5.639,0

DEMANDA

Suinocultura 1.146,3 1.533,0 2.220,0 1.840,0 1.610,0 1.440,0 1.440,0 1.512,0

Avicultura 900,0 917,0 900,0 898,0 750,0 850,0 900,0 990,0

Bovinoculturade Leite 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0 400,0

Outros Animais 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0 300,0

Moagem 110,0 110,0 120,0 120,0 120,0 120,0 120,0 120,0

Consumo Humano 90,0 90,0 90,0 90,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Sementes 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0

Perdas deArmazenagem 647,0 351,8 396,7 353,o 700,0 706,0 110,0 1.680,0

Demanda Total 3.618,3 3.726,8 4.451,7 4.026,0 4,005,0 3.941,0 3.395,0 5.127,0

EstoqueFinal (01/03)

563,1 200,0 200,0 200,0 50,0 239,0 200,0 1.112,0

Fonte: CONAB/GEREG/RS.

5.4 Sistemas de Produção

O Estado não apresenta sistemas padronizados de produção. Os rendimentosmédios verificados nos diferentes municípios variaram em 1992, de 714kg/ha a5.226kg/ha. (Tabela 15)

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A situação tecnológica das lavouras varia do empirismo, sementes próprias, semadubação, baixa densidade e controle precário dos inços, sem a adoção derecomendações, para altos rendimentos.

Cerca de 20% da lavoura é, totalmente, mecanizado enquanto 80% da área épreparado com tração mecânica e/ou animal e semeado manualmente.

Pesquisa realizada pela EMATER/RS (Tabela 17) indica as seguintes situaçõesquanto ao preparo do solo, plantio, capina e colheita:

• Preparo do Solo

− motomecanizado 47,83%− animal 49,64%− manual 2,53%

• Plantio

− motomecanizado 32,87%− animal 10,56%− manual 56,57%

• Capina

− motomecanizado 20,26%− animal 41,88%− manual 37,76%

• Colheita

− motomecanizado 18,22 %− animal 0,53%− manual 81,25%

Na colheita manual, o milho é colhido em espigas, com as palhas e trilhado,normalmente, após a armazenagem.

A área média da lavoura é de aproximadamente 4,5ha.O perfil agrícola da propriedade típica de milho (Tabela 18) indica ser uma

propriedade de 18,69ha, com 7,60ha com milho. Em cultivo solteiro, 4,45ha ocupando58,57% da área cultivada e quando em cultivo consorciado, ocupa 3,15ha representando41,43% da área cultivada da propriedade.

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Tabela 17 - Regiões, tipos de preparo da terra, plantio, capina e colheita de milho no RS - 1991

Preparo da Terra (%) Plantio (%) Capina (%) Colheita (%)Municípios

Motomec. Animal Manual Motomec. Animal Manual Motomec. Animal Manual Motomec. Animal Manual

ESREG Campanha 30,63 69,37 0,00 24,38 18,74 56,88 25,00 42,50 32,50 9,75 0,00 90,25

ESREG Serra 43,02 52,31 4,67 23,20 2,13 74,67 15,40 40,10 44,50 11,62 0,00 88,38

ESREG Vale do Taquari 31,00 64,68 4,32 15,73 6,01 78,26 10,94 58,64 30,42 5,74 0,53 93,73

ESREG Planalto 54,04 43,49 2,47 43,46 10,87 45,67 18,11 39,06 42,83 25,45 0,00 74,55

ESREG Zona Sul 42,92 57,08 0,00 22,55 6,26 71,19 12,76 68,02 19,22 9,38 0,00 90,62

ESREG M. Tetropolitana 14,74 68,42 16,84 2,49 2,53 94,98 11,58 56,84 31,58 0,00 0,00 100,00

ESREG Depressão Central 67,10 28,41 4,49 37,37 15,08 47,55 33,23 43,99 22,78 23,11 0,00 76,89

ESREG Noroeste 51,76 46,41 1,83 35,60 11,80 52,60 23,94 33,70 42,36 29,43 0,00 78,57

ESREG Alto Uruguai 44,82 52,70 2,48 37,15 13,78 49,07 22,94 30,85 46,21 21,75 0,00 78,25

Média dos ESREGs 42,22 53,65 4,12 26,89 9,69 63,43 19,32 45,96 34,71 15,1 0,00 85,60

Fonte: EMATER/RS.

A amostra pesquisada representa 64,6% da área estimada do milho para o Estado sendo que, a participação regional obedece a seguinte ponderação:

Campanha: 0,85% Noroeste: 18,17%Planalto: 11,46% Taquari: 8,13%Depressão Central: 4,91% Metropolitana: 0,15%Serra: 3,04% Alto Uruguai: 11,37%Zona Sul: 6,49%

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Tabela 18 - Perfil agrícola da propriedade típica produtora de milho

Distribuição (ha) (%)

ÁREA ÚTIL:• Lavoura Milho 7,60 40,66

⇒ Cultivo Solteiro (58,57%) 4,45 23,81⇒ Cultivo Consorciado (41,43%) 3,15 16,85⇒ Soja 5,22 27,93⇒ Outras Culturas 0,58 3,10

• Hortifruticultura 0,15 0,80• Potreiro 1,81 9,69• Matas 1,14 6,10• Moradias 0,55 2,94• Estradas/Acessos 0,21 1,13

ÁREA SEM USO E INAPROVEITÁVEL 1,43 7,65

Soma 18,69 100,00

Fonte: FECOTRIGO.

Apresenta ainda 5,22ha de soja, 0,58ha com outras culturas, 0,15ha dehorticultura, 1,81ha de potreiro, 1,14ha de matas, 0,55ha para moradia, 0,21ha deestradas e acessos e 1,43ha inaproveitáveis.

Segundo pesquisa da EMATER/RS, estima-se que 36,11% da área é cultivadoem consórcio com soja, feijão, mandioca, etc. (Tabela 19).

Tabela 19 - Regime de exploração e sistema de cultivo de milho no RS - 1991

Regime de Explorações Sistema de CultivoMunicípios Própria

(%)Arrendada

(%)

EmParceria

(%)Solteiro

(%)Consorciado

(%)

ESREG Campanha 55,63 44,37 0,00 98,88 1,12ESREG Serra 88,73 7,90 3,37 93,19 6,81ESREG Taquari 82,25 9,96 7,79 78,77 21,23ESREG Planalto 83,77 10,27 5,96 63,58 36,42ESREG Zona Sul 81,86 10,46 7,68 99,61 0,39ESREG R.Metropolitana 77,37 16,84 5,79 96,84 3,19ESREG Depressão Central 72,64 15,03 12,23 88,56 11,44ESREG Noroeste 84,23 10,21 5,56 45,82 54,18ESREG Alto Uruguai 85,41 11,08 3,51 63,28 36,72

Média dos ESREGs 79,09 15,12 5,76 80,94 19,06

Fonte: EMATER/RS.ESREG: Escritórios Municipais Regionais.

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Pelo censo agropecuário de 1985 (Tabela 20), o Rio Grande do Sul possui497.172 estabelecimentos, sendo que 467.457 têm envolvimento com lavouras. Dessetotal, 362.600 produtores, (78%) estão na condição de proprietários, 26.699 (6%)arrendatários, 41.742 (9%) parceiros e 36.416 (8%) ocupantes. Em relação ao milho,82,80% o cultiva em terras próprias, 11,11% em terras arrendadas e 6,09% em parceria.(Tabela 19)

Tabela 20 - Condição do produtor, atividade econômica, grupos de pessoal ocupado e usode força nos grupos de área de lavoura no RS

EspecificaçõesNº total de

estabelecimentos

Estabelecimentos porgrupo de área delavoura -N° total

TOTAIS 497.172 467.457

CONDIÇÃO DO PRODUTOR

Proprietário 385.569 362.600Arrendatário 29.779 26.699Parceiro 42.564 41.742Ocupante 39.260 36.416

CLASSE DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Agricultura 308.395 307.662Pecuária 156.110 131.122Agropecuária 17.657 17.646Horticultura ou Floricultura 2.387 2.369Silvicultura 5.734 2.939Avicultura 4.456 4.073Cuni./Apic./Sericultura 1.180 723Extração Vegetal 1.253 923

GRUPOS DE PESSOAL OCUPADO

Menos de 5 378.090 351.3155 a menos de 10 108.853 106.45710 a menos de 20 8.667 8.26720 a menos de 50 1.337 1.22250 a menos de 100 164 146100 e mais 61 50

USO DE FORÇA

Humana 54.163 31.391Animal 208.347 205.429Mecânica 97.836 94.679Animal e Mecânica 136.826 135.958

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário - 1985.

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Predomina a mão-de-obra familiar com grupos menores que 5 pessoasocupadas em 351.315 estabelecimentos, 5 a menos de 10, em 108.853 estabelecimentose de 10 a mais de 100, em 9.683 estabelecimentos.

O uso da força humana está restrito a 31.391 estabelecimentos, animal em205.429 estabelecimentos, mecânica em 94.697 estabelecimentos e animal e mecânicaem 135.958 estabelecimentos.

5.5 Calendário de Atividades

As informações levantadas pelo Censo Agropecuário realizado pelo IBGE, em1985, indicaram que o milho é semeado e colhido em todos os meses do ano (Tabela 21).Em decorrência, as demais atividades relativas ao seu cultivo também possuem caráterpermanente, sendo realizadas, anualmente, em pelo menos algumas centenas depropriedades.

Os períodos de maior concentração de atividades são os seguintes:

• Preparo do solo: agosto a novembro• Semeadura: agosto a novembro• Tratos culturais: setembro a dezembro• Colheita: março a junho. (Tabela 22)

Tabela 21 - Meses de semeadura e colheita do milho no Rio Grande do Sul

Semeadura ColheitaMeses N° de

ProdutoresÁrea(ha)

Produção(t)

Nº deProdutores

Área(ha)

Produção(t)

Janeiro 6.488 17.140 23.106 10.461 33.411 58.344Fevereiro 862 1.987 2.838 16.904 52.977 103.496Março 216 757 1.063 39.374 118.656 219.227Abril 372 1.367 1.830 77.155 244.485 427.205Maio 231 658 1.030 148.571 563.789 918.121Junho 367 1.235 2.055 75.897 349.623 580.766Julho 2.548 7.583 12.274 11.877 54.897 93.384Agosto 56.743 207.325 339.852 819 3.617 6.016Setembro 137.810 501.667 848.367 373 1.401 2.541Outubro 111.454 416.222 737.368 128 573 569Novembro 58.161 228.389 393.171 412 1.560 2.298Dezembro 9.888 39.586 61.908 3.118 7.686 12.786S/Declaração 516 2.002 3.429 567 2.243 5.538

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário - 1985.

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Tabela 22 - Calendário de atividade da cultura do milho no RS

M e s e sAtividades

Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Preparo do Solo * * * ** ** ** ** *** *** *** *** **

Semeadura ** ** * * * * ** *** *** *** *** **

Tratos Culturais ** ** ** * * * * * *** *** *** ***

Colheita ** ** *** *** *** *** ** * * * * *

Comercialização ** *** *** *** *** *** *** ** * ** * *

Entressafra ** ** ** **

OBSERVAÇÃO:(*) Indica os meses em que se realiza a atividade específica.(**) Indica os meses de maior freqüência da atividade especificada.(***) Indica os meses de maior intensidade da atividade dentre os meses de maior freqüência.

5.6 Custo de Produção - Safra 92/93

O custo de produção de uma lavoura totalmente mecanizada é deaproximadamente 40% superior ao de uma lavoura feita com força humana ou animal,prevista para rendimentos de até 3.500kg/ha. O demonstrativo de custo de produçãoadotado (Tabela 23) é o de uma lavoura de milho mecanizada, com produtividade base de3.500kg/ha. O custo de produção na data de 01.01.93 foi equivalente na época a 488,48dólares por hectare ou 8,37 dólares por saco de 60kg.

• Tecnologia Aplicada - Não há dados estatísticos recentes relativos a índicede tecnologias adotadas pelos produtores de milho. Os mais abrangentesreferem-se ao Censo Agropecuário de 1985. Na Tabela 25, verifica-se que58.942 produtores usavam sementes compradas, 175.423 usavam sementescompradas e alguma outra tecnologia como irrigação, defensivos, adubação,etc., outros produtores usavam alguma tecnologia com sementes próprias.(Tabela 25)

• Na Tabela 26 observa-se que 90.163 produtores usavam sementes próprias,

e 60.487 produtores utilizavam além da semente própria, algum outro tipo detecnologia.

Pelo somatório dos valores, verifica-se que, em 1985, 294.852 produtores (77%)utilizavam algum tipo de tecnologia em milho.

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5.7 Qualidade do Milho Produzido

As cultivares de milho cultivadas no Estado são do grupo duro e semiduro daclasse amarelo. Milhos de outros grupos e classes são cultivados somente em pequenasquantidades.

As principais cultivares usadas no Estado são cultivadas também nos demaisEstados da Região Sul e em alguns casos em São Paulo, Goiás e Minas Gerais. O grupoe a classe dos milhos cultivados, portanto, são iguais nos diferentes estados.

Alguns problemas de grãos podres e ardidos surgem nos anos em que noperíodo de colheita ocorre excesso de chuva.

O milho que é vendido ao Governo pelas grandes empresas ou grandescriadores, normalmente, é classificado de acordo com a Portaria nº 845 do Ministério daAgricultura e Reforma Agrária. (Tabela 27).

5.8 Qualidade e Disponibilidade de Sementes

As empresas a seguir mencionadas atuam no comércio de sementes no Estado:Sementes Agroceres S.A., Agromen Sementes Ltda., Braskalb Agropecuária

Brasileira, Sementes Cargill Ltda., Sementes Selecionadas Colorado, CentralRiograndense de Agroinsumos, Cooperativa Agrícola Cotia, Dinamilho Carol ProdutosAgrícolas, Sociedade Agrícola Germinal, Hatá Genética e Melhoramento, ICI Sementes doBrasil, Morgan Criadero Y Semillero, OCEPAR, Pioneer Sementes Ltda., RogobrásSementes Ltda., Sementes Vigor, Fundacep-Fecotrigo, Sementes Agroeste Ltda. eEmbrapa.

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Tabela 23 - Custo de produção da lavoura mecanizada de milho - 1992/93

Custo Geral Custo Atual em 01.01.93Rubrica

(45ha) (US$/ha) (%) (US$/sc.60kg)

CUSTO OPERACIONAL

• MÁQUINAS E IMPLEMENTOS 3.042,34 67,01 13,84 1,16⇒ Combustíveis 813,78 18,08 3,70 0,31⇒ Lubrificantes 100,97 2,24 0,46 0,04⇒ Filtros 32,89 0,73 0,15 0,01⇒ Conservação e Reparos 2.094,69 46,55 9,53 0,80

• MÃO-DE-OBRA 3.145,59 69,90 14,31 1,20⇒ Própria 1.252,70 27,84 5,70 0,48⇒ Contratada 1.892,89 42,06 8,61 0,72

• INSUMOS MODERNOS 5.303,19 117,83 24,12 2,02⇒ Fertilizantes: · Base 1.818,67 40,41 8,27 0,69

· Cobertura 354,94 7,87 1,61 0,13⇒ Semente 1.556,08 34,58 7,08 0,59⇒ Defensivos: · Herbicidas 1.480,20 32,89 6,73 0,56

· Ins. contato 83,46 1,85 0,38 0,03 · Formicida 9,84 0,22 0,04 0,00

• TRANSPORTE EXTERNO 649,68 14,44 2,96 0,25⇒ Insumos 37,45 0,83 0,17 0,01⇒ Produção 612,23 13,61 2,79 0,23

• BENEFICIAMENTO 278,71 6,19 1,27 0,11SOMA (A) 12.418,62 275,97 56,50 4,73

CUSTO FIXO

• CONSTRUÇÃO E INSTALAÇÕES 677,60 15,06 3,08 0,26⇒ Depreciação 372,64 8,28 1,70 0,14⇒ Conservação e Reparos 253,82 5,71 1,17 0,10⇒ Consumo 48,14 1,07 0,22 0,02

• MÁQUINAS E IMPLEMENTOS 4.721,79 104,93 21,48 1,80⇒ Depreciação 3.416,72 75,93 15,54 1,30⇒ Remuneração do Capital 1.305,07 29,00 5,94 0,50

• INSUMOS MODERNOS 428,13 9,51 1,95 0,16⇒ Calcário 428,13 9,51 1,95 0,16

SOMA (B) 5.827,52 129,50 26,51 2,22

TERRA 1.957,67 43,50 8,91 0,75Remuneração ao Fator 1.957,24 43,49 8,90 0,75I.T.R. 0,43 0,01 0,01 0,00SOMA (C) 1.957,67 43,50 8,91 0,75

CUSTO OPERACIONAL E FIXO 20.203,80 448,97 91,92 7,70CUSTO DO FINANCIAMENTO 1.777,82 39,51 7,16 0,68Correção MonetáriaJuros 839,31 18,65 3,82 0,32Proagro 938,52 20,86 3,50 0,36SOMA (D) 1.777,82 39,51 7,16 0,68TOTAL (A+B+C+D) 21.981,63 488,48 100,0 8,37

Fonte: FECOTRIGO - Assessoria Econômica.Nota: O FUNRURAL como é ônus de comercialização não está computado no custo, mas deve ser considerado em

cálculo de rentabilidade.

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Tabela 24 - Agregação do custo de produção para efeito da análise

(US$/ha) (US$/t) (US$/sc.60kg

• Custo Operacional + Custodo Financiamento 315,48 90,14 1,55

• Custo Oper. + Custodo Financ. + Custo Fixo 444,98 127,14 2,18

• Incluída a Remuneraçãoao Fator Terra 488,48 139,57 2,39

Tabela 25 - Tecnologia aplicada na cultura do milho - RS

Tecnologia AplicadaNº de

ProdutoresÁrea(ha)

Produção(t)

Sementes Compradas (1) 58.942 202.909 327.309Sementes Compradas + Alguma Tecnologia (2) 175.423 824.438 1.549.210• Irrigação, Defensivos e Adubação 257 3.084 6.310• Irrigação e Defensivos 35 144 189• Irrigação e Adubação 317 2.222 5.355• Defensivos e Adubação 29.098 177.321 318.568• Irrigação 56 208 344• Defensivos 8.215 39.701 51.789• Adubação 137.445 601.754 1.166.652

Total (1 + 2) 234.365 1.027.347 1.493.965

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário - 1985.

Tecnologia não Declarada 641 2.688 1.872

Área sem Declaração: 318.959haProdução sem Declaração: 1.130.294ha

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Tabela 26 - Tecnologia aplicada na cultura do milho - 1985

Tecnologia AplicadaNº de

ProdutoresÁrea(ha)

Produção(t)

Sementes Próprias (1) 90.163 214.639 285.995Sementes Próprias + Alguma Tecnologia (2) 60.487 182.062 263.093• Irrigação, Defensivos e Adubação 89 543 1.180• Irrigação e Defensivos 62 197 209• Irrigação e Adubação 88 335 649• Defensivos e Adubação 8.373 30.388 43.399• Irrigação 57 187 244• Defensivos 10.561 30.863 33.328• Adubação 41.257 119.545 184.100

Total (1) + (2) 150.650 396.701 549.088

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário - 1985.

Tabela 27 - Classificação oficial do milho - Portaria nº 845

Dos GruposMínimo de grãos com as

características deconsistência do grupo

Máximo de grãos deoutros grupos

1. Duro 95% 5% de semiduro e/ou mole2. Mole 90% 10% de semiduro e/ou duro3. Semiduro 75% 25% de duro e/ou mole4. Misturado Especificar as percentagens

Das ClassesMínimo de grãos com as

características decoloração da classe

Máximo de grãos deoutras classes

1. Amarelo 95% 5%2. Branco 95% 5%3. Mesclado Especificar as percentagens

Valores Percentuais de Tolerância

Dos TiposUmidade Matérias estranhas

Impurezase fragmentos

Total

AvariadosMáximo de ardidos

e brotados

Tipo 1 14,50 1,50 11,00 3,00Tipo 2 14,50 2,00 18,00 6,00Tipo 3 14,50 3,00 27,00 10,00

Fonte: Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.

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A Sementes Agroceres S.A., Sementes Cargill Ltda., Pioneer Sementes Ltda.,Braskalb Agropecuária Brasileira, Fundacep-Fecotrigo, Embrapa e Fundação de Ciência eTecnologia do RS-CIENTEC possuem programas próprios de criação de cultivares demilho sediados no Estado.

Estima-se que foram comercializadas 17.000t de sementes fiscalizadas decultivares recomendadas oficialmente em 1991 e 15.000t em 1992. Estimando-se o usode 18kg de sementes por hectare, serão utilizadas 32,4 mil toneladas de sementes porano.

Em termos aproximados, 75% das sementes demandadas são de cultivares deciclo precoce e 15% de ciclo tardio.

As empresas que mais comercializam sementes são a Sementes Agroceres,Braskalb Agropecuária Brasileira, Sementes Cargill, Pioneer Sementes e Germinal, comaproximadamente 37%, 19%, 18%, 16% e 8% respectivamente.

Não obstante o esforço e organização das empresas para a comercializaçãodas sementes recomendadas, nos últimos anos, a oferta superou a demanda no RioGrande do Sul e nos demais estados. A recomendação é procedida pelas pesquisas eAssistência Técnica oficiais. Atualmente, a Fundação de Ciência e Tecnologia do Riogrande do Sul - CIENTEC, é a coordenadora dos experimentos de avaliação erecomendação de cultivares de milho. Para a safra de 1993, foram recomendadas asseguintes cultivares:

• CICLO PRECOCE: Agroceres 64-A, Agroceres 113, Agroceres 303,Agroceres 513, Agroceres 3611, Agromen 2001, Agromen 2003, Agromen2005, Agromen 2010, Braskalb XL 520, Braskalb XL 540, Braskalb XL 560,Braskalb XL 599, Cargill 125, Cargill 425, Cargill 501, Cargill 505, Cargill 511-A,Cargill 525, Cargill 555, Cargill 606, Cargill 701, Cargill 805, Cargill 801, CEP304, CEP 871, Contimax 322, Contimax 611, Germinal 85, Germinal 600,Pioneer 3069, Pioneer 3072, Pioneer 3099, Pioneer 3207, Pioneer 3230,Pioneer 6875, SAVE 394 e BR 451.

• CICLO NORMAL : Agroceres 28-C, Agroceres 35, Agroceres 106, Agroceres6601, Braskalb XL 603, Braskalb XL 604, Braskalb XL 605, Braskalb XL 678,Braskalb XL 678-C, Braskalb B 670, Cargill 408, Cargill 484-A, Contimax 133,Contimax 233, Contimax 533, Germinal 500, Germinal 5555, Germinal 5775,Grão de Ouro 1049, Pioneer 3232 e SAVE 342-A.

Estima-se que 44% da área seja semeada com sementes fiscalizadasproduzidas de acordo com as normas para a Produção de Sementes Fiscalizadas -CESM/RS a seguir descritas.

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5.8.1 Isolamento Físico de Campos com Outras Cultivares

Lavouras de cultivares de milho de diferentes cores e texturas (classe e grupo)devem distar, no mínimo, 200 metros uma da outra.

Lavouras de cultivares de mesma cor e textura (classe e grupo) devem atenderos requisitos de distância entre lavouras e de número de bordas como estabelecido naTabela 28 a seguir:

Tabela 28 - Distâncias entre diferentes cultivares de milho, para produção de sementes

Tamanho do Campo de SementeDistância mínima em metros,de outras cultivares de milho

(1 a 9,9ha)Nº mínimo bordas

do polinizador

(10 ou mais ha)Nº mínimo bordas

do polinizador

125,0 0 0112,5 2 1100,0 4 2 87,5 6 3 75,0 8 4 62,5 10 5 50,0 12 6 37,5 14 7 25,0 16 8

Barreiras naturais, tais como matos, outras culturas são permitidas para diminuiro isolamento por distâncias.

É permitido o plantio de milho de características diferentes com isolamento pordistâncias menores, desde que o pendoamento dos mesmos ocorra em épocas distintas,de forma a evitar totalmente que o pólen contaminador atinja os estigmas das espigasreceptoras.

5.8.2 Área Máxima para Vistoria

• Milho e milho de pipoca: 25ha• Milho doce: 5ha

5.8.3 Equipamentos e Instalações Complementares Exigidos

Mesa de gravidade, secador com máquina de pré-limpeza, classificador detamanhos e equipamentos para expurgo.

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5.8.4 Padrão da Lavoura

A lavoura para ser aprovada como produtora de SEMENTE CERTIFICADA deveatender às seguintes exigências:

• Todas as plantas atípicas presentes devem ser eliminadas antes da emissãodo pólen.

• Despendoamento dos milhos híbridos: as exigências apresentadas a seguir

são aplicadas quando 5% ou mais das espigas fêmeas tiverem estigmasreceptíveis.

• A lavoura de milho híbrido será reprovada quando mais de 1% dos pendões

das fêmeas estiverem largando pólen em uma inspeção ou quando, no totalde 3 inspeções em datas diferentes, a soma das percentagens exceder a 2%.

• Plantas androestéreis: milhos androestéreis podem ser usados para

produção de SEMENTE CERTIFICADA. • Observando-se a legislação em vigor sobre os tipos de androesterilidade, os

métodos permitidos são: as sementes colocadas no comércio, produzidascom fatores de androesterilidade, deverão ser capazes de produzir, nomínimo, 30% de pendões deiscentes com pólen viável; o polinizador deve terem sua formação pelo menos uma linhagem garantidamente restauradora, deforma que o híbrido comercial produza pólen normal em pelo menos 30% dospendões.

Ocorrência de contaminantes:

Fatores Tolerância

Outras cultivares 2,0%Plantas silvestres *Plantas nocivas:Proibitivas ZeroToleradas 1,0%

(*) A ocorrência no campo deve ser mínima.

Obs.: Número mínimo de subamostras e de plantas a examinar durante avistoria: 6 subamostras de 25 plantas cada, para verificação de outras cultivares e 6subamostras de 50 plantas cada para verificação de nocivas toleradas.

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5.8.5 Padrão da Semente

Discriminação Básica Registrada Certificada

• Germinação mínima 60% 85% 85%

• Pureza mínima 99% 99% 99%

• Sementes cultivadas (nº máximo em 500g)

• Outras espécies Zero Zero Zero

• Outras cultivares⇒ para híbridos (*) Zero Zero Zero⇒ para populações (**) Zero Zero Zero

• Sementes silvestres (nº em 500g) Zero Zero Zero

• Sementes nocivas (nº em 800g) Zero Zero Zero

(*) Sementes com caracteres distintos da cultivar em análise, que possam ser reconhecidas peloexame visual, com base nos descritores da entidade que melhorou e lançou a cultivar/híbrido.

(**) Quando a semente se destina à implantação de lavouras para a produção de sementes, olimite é 4 (quatro).

5.8.6 Validade do Teste de Germinação

• Meses (excluído o mês da realização da análise)• Tamanho máximo do lote: 12 toneladas

5.8.7 Peso Líquido por Embalagem

• 10, 20 e 40kg

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5.8.8 Particularidade Específica dos Híbridos

Os híbridos serão, sempre, enquadrados no Sistema de Produção de SementesFiscalizadas e comercializados como semente fiscalizada. Entretanto, as linhagens,linhagens irmãs e/ou híbridos simples que dão origem aos híbridos serão enquadrados naclasse básica, conforme a seguinte especificação:

Serão consideradas como classe básica as linhagens inscritas e credenciadasno programa de certificação, que darão origem a HÍBRIDOS SIMPLES.

L1 x L2 = (linhagem x linhagem)

Serão consideradas como classe básica as linhagens irmãs e as linhagens,inscritas e credenciadas no programa de certificação, que darão origem ao HÍBRIDOSIMPLES MODIFICADO.

(L'1 x L'2) x L2 (Linhagem irmã x Linhagem)

Serão considerados como classe básica o híbrido simples e a linhagem,inscritos e credenciados no programa de certificação, que darão origem ao HÍBRIDOTRIPLO.

(A x B) x L1 (Híbrido simples x linhagem)

Serão considerados como classe básica as linhagens irmãs e o híbrido simples,inscritos e credenciados no programa de certificação, que darão origem ao HÍBRIDOTRIPLO MODIFICADO.

(L'1 x L'L) x (A x B) (Linhagens irmãs x Híbridos simples)

Serão considerados como classe básica os híbridos simples, inscritos ecredenciados no programa de certificação, que darão origem ao HÍBRIDO DUPLO.

(A x B) x (C x D) (Híbrido simples x Híbrido simples).

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6 ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO E ÉPOCAS DESEMEADURA

Os principais fatores limitantes na produção do milho são as disponibilidadestérmicas e hídricas. Maiores rendimentos são obtidos em regiões em que esses fatoresnão limitam o desenvolvimento da planta.

A literatura considera 10ºC, 30ºC e 40ºC como as temperaturas mínima, média emáxima para o desenvolvimento da cultura e que uma planta de milho utiliza, em média,368 partes de água para produzir 1 (uma) parte de matéria seca.

Com base nas necessidades térmicas e hídricas da cultura, foi elaborado umzoneamento agroclimático para o milho no Estado, (Figura 3) e com base nas curvas deresposta de diferentes cultivares derivados de pesquisas específicas realizadas nasdiferentes regiões macroclimáticas, foram procedidas as indicações de épocas desemeadura para o Estado. (Tabela 29)

Tabela 29 - Indicação de épocas de semeadura por regiões, segundo o regime térmico doEstado

Época de SemeaduraRegiões

Recomendada PreferencialCiclo dasCultivares

1 15/08 a 15/11 19/09 a 15/10 Precoces e tardias

01/09 a 15/11 01/09 a 30/10

2 20/08 a 15/11 10/09 a 15/10 Precoces e tardias

01/09 a 15/11 10/09 a 30/10

3 01/09 a 15/11 15/09 a 15/10 Precoces e tardias

01/09 a 15/11 01/09 30/10

4 10/09 a 30/11 30/09 a 15/11 Precoces e tardias

5 15/09 a 30/11 01/10 a 15/11 Precoces e tardias

15/09 a 15/12 15/10 a 30/11

6 01/11 a 15/11 15/10 a 30/11 Precoces e tardias

A 15/08 a 15/11 01/09 a 15/10 Precoces e tardias

01/09 a 15/11 01/09 a 30/10

7

B 01/09 a 15/11 15/09 a 15/11 Precoces e tardias

8 15/09 a 30/11 01/10 a 15/11 Precoces e tardias

15/09 a 15/12 15/10 a 30/11

Fonte: SUTILI 7 MATZENAUER - 1980.

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Figura 3 - Regiões para Recomendações de Épocas de Semeadura de Milho no Rio Grandedo Sul

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No zoneamento agroclimático, as regiões apresentam as seguintescaracterísticas:

• Região 1:- Sem restrições hídricas nem térmicas. Região Preferencial.

• Região 2, 3 e 4:- Com algumas restrições hídricas e/ou térmicas. Regiões Toleradas.

• Região 5 e 6:- Com severas restrições hídricas e/ou térmicas. Regiões Marginais.

• Região 7:- Com insuficiência térmica. Região Inapta.

• Região 8:- Com insuficiência térmica e hídrica.

Para as definições de épocas de semeadura, os rendimentos dos experimentosde épocas de semeaduras contínuas foram transformados em dados relativos. Ao maiorvalor absoluto da média de cada época, foi atribuído o valor relativo 100. A faixarecomendada foi constituída das épocas que apresentaram rendimentos médios relativosacima de 75% e a faixa preferencial foi constituída de épocas que, dentro da faixarecomendada, apresentam valores relativos acima de 90%.

O zoneamento agroclimático apresentado foi complementado por MALUF et al.(1983) com a representação espacial das áreas do zoneamento para a cultura do milhopara diferentes épocas de semeadura.

Com os valores dos índices térmicos e índices hídricos das Tabelas 30 e 31 foirealizado o zoneamento por época de semeadura, para a semeadura de 1º de setembro,1º de outubro, 1º de novembro e 1º de dezembro (Figuras 4, 5, 6, 7).

Tabela 30 - Valores de unidades térmicas acumuladas utilizadas como índice térmico nozoneamento agroclimático da cultura do milho para o RS

Classificação Unidades Térmicas Acumuladas em (°C)

1 800°C2 700°C - 800°C3 650°C - 700°C4 650°C

Fonte: IPAGRO INFORMA n° 26.

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Figura 4 - Semeadura em 1º de Setembro

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Figura 5 - Semeadura em 1º de Outubro

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Figura 6 - Semeadura em 1º de Novembro

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Figura 7 - Semeadura em 1º de Dezembro

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Quanto aos índices térmicos (Tabela 30), segundo MALUF et al., o primeironível onde os acúmulos térmicos ultrapassam os 800ºC abrange áreas onde não ocorremrestrições por temperatura sendo classificadas como Preferencial I pelo índice térmico. Osegundo nível onde os acúmulos térmicos estão compreendidos entre 700ºC e 800ºCabrange áreas com pequenas restrições térmicas, entretanto, sem causar maioresproblemas ao desenvolvimento e rendimento da cultura, podendo ocorrer umalongamento em alguns dias nos estádios iniciais da cultura, sendo classificadas dePreferencial II. O terceiro nível que compreende acúmulos térmicos entre 650ºC e 700ºCabrange áreas onde as restrições térmicas são mais sentidas pela cultura, podendoocorrer, em alguns anos, sérios danos ao desenvolvimento e rendimento da cultura porbaixa temperatura e efeito de geadas tardias. Nestas áreas do terceiro nível, a culturasofrerá um alongamento em dias no seu ciclo, que limitará seu plantio a poucas ouapenas uma época de plantio. As áreas do terceiro nível foram classificadas pelo índicetérmico como toleradas.

O quarto nível onde os acúmulos térmicos são inferiores a 650ºC abrange áreasonde as restrições térmicas são uma constante, causando sérios danos ao milho porbaixas temperaturas e geadas na maioria dos anos. Nestas áreas, onde em geral só épossível um plantio, o ciclo da cultura sofre um alongamento amplo em dias, podendosofrer ainda efeito de geadas do início de inverno (geadas do cedo) além de excessos deumidade que interfeririam no teor de umidade e qualidade do grão. Estas áreas do quartonível são áreas classificadas pelo índice térmico como não recomendadas ao cultivo domilho.

Na Tabela 31, estão representados os valores das deficiências hídricasacumuladas (D.H.A.) que classificaram as áreas de zoneamento quanto à disponibilidadehídrica. Esses valores, denominados de índices hídricos de zoneamento, foramclassificados em 5 níveis.

Tabela 31 - Valores de deficiências hídricas acumuladas utilizados como índice hídrico nozoneamento agroclimático da cultura do milho para o RS

Classificação Deficiências Hídricas Acumuladas em (mm)

1 0mm2 1mm - 25mm3 25mm - 50mm4 50mm - 70mm5 70mm

Fonte: IPAGRO INFORMA nº 26.

O primeiro nível, onde não ocorre deficiência hídrica (0mm), abrange áreas ondenão há restrições por umidade do solo, sendo classificado de Preferencial I.

O segundo nível onde a deficiência hídrica se situa entre 1 e 25mm, compreendeáreas onde as restrições por umidade do solo são mínimas, não causando problemas aodesenvolvimento e rendimento à cultura do milho. Estas áreas de nível hídrico 2 foramclassificadas de Preferencial II.

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Já, o terceiro nível hídrico com valores de deficiência entre 25 e 50mm podeapresentar problemas ao desenvolvimento e rendimento da cultura do milho,principalmente se esta deficiência ocorrer no período de florescimento. Nas áreasabrangidas por este nível de deficiência, em alguns anos, será necessário o uso deirrigação. As restrições hídricas, neste caso, são moderadas podendo passar a sériasrestrições se ocorrerem no período de florescimento.

O quarto nível apresenta valores entre 50 a 70mm de deficiência hídrica. Nasáreas abrangidas por este nível surgem sérias restrições por umidade do solo ao cultivodo milho. Na maior parte dos anos, ocorrerão deficiências hídricas acentuadas,promovendo uma queda acentuada ou total no desenvolvimento e rendimento da cultura,principalmente se ocorrerem no período de florescimento. A irrigação deverá ser quaseuma constante, estando presente em um número elevado de anos e os riscos serãoelevados.

O quinto nível, onde a deficiência hídrica atinge valores superiores a 70mm,abrange áreas onde o cultivo do milho deverá ser irrigado em quase a totalidade dos anos,pois deficiências desta magnitude promovem danos totais à cultura, principalmente noperíodo de florescimento. Estas áreas foram classificadas como não recomendáveis aocultivo sem irrigação.

Da combinação destes índices surgiram os índices de zoneamentorepresentados por uma fração, onde o numerador corresponde ao índice térmico e odenominador ao índice hídrico, estando apresentados na Tabela 32.

Estes índices de zoneamento forneceram a classificação final a cada área dezoneamento, onde os valores menores representados pelos valores absolutos de cadanúmero da fração representam as melhores áreas em potencial para a cultura do milho.O inverso, onde surgem os maiores valores representados pelos valores absolutos decada número da fração, representaria as áreas com menor potencial para a cultura domilho. (Figuras 4, 5, 6 e 7).

Tabela 32 - Classificação e índices de zoneamentos (A/B:(A) Unidades térmicasacumuladas/B Deficiência hídrica) que determinaram as aptidõesagroclimáticas do RS para a cultura do milho em diferentes épocas desemeadura

Índices de Zoneamento A/BÉpocas de SemeaduraClassificação

01/09 01/10 01/12 01/11Preferencial I 1 1 1 1

1 1 1 1

Preferencial II 1 - 2 - 2 1 - 2 1 - 2 1 - 22 1 2 2 1 2 1 2 1

Tolerada 1 - 2 2 - 1 - 2 2 - 1 - 2 13 3 2 3 3 2 3 3 3

Marginal 3 - 3 - 1 - 2 - 3 - 3 3 - 3 - 1 - 2 - 3 1 - 3 1 - 31 2 4 4 3 4 1 2 4 4 3 4 1 4 1

Não recomendadoo cultivo

2 - 4 - 4 - 45 1 2 3

1 - 4 - 45 1 2

1 - 45 1

5 - 45 1

Fonte: IPAGRO INFORMA nº 26.

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7 ADUBAÇÃO PRATICADA

Pesquisa realizada pela EMATER/RS (Tabela 33), envolvendo 64,6% da áreaestimada para milho em 1992, informa que 12,00% usa adubo orgânico, 55,68% usaadubo químico, 10,62% usa adubo orgânico e químico, 55,20% usa adubação decobertura, 34,52% corrigem a acidez, 22,55% corrigem a fertilidade, 25,98% faz rotaçãode cultura e 84,96% não faz uso da queima como preparo da área. Estimou, ainda, que21,70% da área não usa qualquer tipo de adubação.

Em outra pesquisa realizada pela mesma empresa em 1992, envolvendo 3.584propriedades rurais, verificou-se que somente 35,56% dos agricultores seguiam arecomendação das análises químicas do solo para a correção da acidez e 24,47% para aadubação.

Além do elevado número de produtores que não utilizam insumos, asquantidades utilizadas normalmente não se aproximam das que seriam preconizadaspelas análises químicas do solo para a obtenção de rendimentos elevados (Tabela 34).Além do uso reduzido, é comum os produtores somente utilizarem nitrogênio emcobertura ou manutenção sem nitrogênio em cobertura. A não realização e/ou realizaçãoda correção e adubação incorretas constitui-se no maior entrave à melhoria dorendimento do milho, tendo em vista as elevadas necessidades médias de calcário emacronutrientes para a cultura no Estado (Tabela 35), e a elevada extração de nutrientespela planta (Tabela 36).

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Tabela 33 - Estimativa de área corrigida, adubada e tipo de adubação realizada em milhonas regiões em atuação da EMATER/RS - 1992

RegiãoÁrea(ha)

1(%)

2(%)

3(%)

4(%)

5(%)

6(%)

7(%)

8(%)

9(%)

ESREGCampanha

16.000 - 55,00 - 45,00 6,88 1,38 96,25 7,50 0,00

ESREGSerra

56.900 18,35 51,46 14,74 14,45 56,93 35,24 80,38 9,76 31,44

ESREGVale do Taquari

152.280 21,86 34,88 17,21 26,05 66,32 26,11 85,67 23,45 21,98

ESREGPlanalto

214.650 8,85 63,36 9,81 17,98 58,84 38,92 91,55 28,50 26,51

ESREGZona Sul

121.500 0,90 76,75 1,55 20,80 33,13 14,55 73,05 25,84 10,02

ESREGR. Metropolitana

2.850 9,75 50,00 - 40,25 56,07 24,21 15,79 20,00 2,39

ESREGDepressão Central

91.850 4,91 67,59 5,15 22,35 60,32 27,16 83,58 23,75 5,80

ESREGNoroeste

340.500 13,27 50,77 10,35 25,61 45,28 44,58 94,52 33,14 25,73

ESREGAlto Uruguai

213.130 14,76 54,75 14,54 15,95 72,95 37,05 71,22 20,68 27,96

Média dosESREGs

1.209.660

10,29 56,06 8,15 25,30 50,70 27,60 76,89 21,40 16,87

Fonte: EMATER/RS.

A amostra pesquisada representa 64,6% da área estimada do milho para o Estado.

LEGENDA:

ESREG: Escritório Municipal da Região1. Área adubada com adubo orgânico2. Área adubada com adubo químico3. Adubo orgânico e químico4. Área não adubada5. Adubação de cobertura6. Com correção de acidez7. Sem queima8. Com rotação de cultura9. Fertilidade

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Tabela 34 - Fórmulas e quantidades de adubo utilizadas na lavoura de milho nasmacrorregiões da EMATER/RS em 1986/87 (*)

M A C R O R R E G I Õ E SPasso Fundo Pelotas Porto Alegre Santa Maria Santa RosaFórmulas(%) (kg/ha) (%) (kg/ha) (%) (kg/ha) (%) (kg/ha) (%) (kg/ha)

(%) (kg/ha)

05-30-15 15 112 8 123 14 147 16 106 13 106 14 118

05-20-10 - - 13 106 11 185 - - - - - -

05-20-20 - - 7 111 8 148 12 134 - - 3 137

06-26-16 15 105 - - - - 11 99 14 104 10 104

06-28-20 8 146 - - - - - - - - - -

06-24-20 - - - - - - - - 3 143 - -

Outras 22 - 46 - 17 - 27 - 35 - 34 -

Correção 36 - 5 - 25 - 13 - 32 - 28 -

Fonte: EMATER/RS.(*) Estimativa

Tabela 35 - Necessidades de corretivos e fertilizantes para o Estado e necessidades médiaspara o milho

TOTAIS DO ESTADO:

(*) Calcário - 26 milhões de toneladasN - 343 mil toneladasP2O5 - 484,5 mil toneladasK2O - 432 mil toneladas

MÉDIAS PARA A CULTURA DO MILHO:

(*) Calcário - 3,72 t/haN - 113 kg/haP2O5 - 58 kg/haK2O - 50 kg/ha

Fonte: Departamento de Solos da FA - UFRGS.(*) PRNT 100%.

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Tabela 36 - Extração de nutrientes pelo milho para uma produção de 9,5 toneladas de grãospor hectare

Extração de Nutrientes/haNutrientes

Grãos Restos CulturaisTotal

N(*) 130,40 62,37 192,77P(*) 31,75 7,94 39,69K(*) 39,68 158,76 198,44Ca(*) 1,47 39,69 41,16Mg(*) 11,34 32,88 44,22S(*) 12,47 9,07 21,54Cl(*) 4,53 77,11 81,64 619,46kg/haFe(*) 113,40 2.041,26 2.154,56Mn(**) 56,70 283,49 340,19Cu(**) 22,68 90,72 113,40Zn(**) 192,78 192,78 385,56B(*) 45,36 136,08 181,44Mo(**) 5,67 3,40 9,07 3.184,22kg/ha

Fonte: BARBER & OLSON, 1968.(*) kg/ha(**) g/ha

Tabela 37 - Armazenagem para grãos nas propriedades rurais do RS

T I P O SA Granel Acondicionado

Condição do Produto eClasse

da Atividade Econômica Informantes

Nº Capacidade Informantes

Nº Capacidade

TOTAIS 122.930 142..653 4.206.262 45.746 54.046 2.583.347

CONDIÇÃO DO PRODUTORProprietário 106.832 125.387 3.741.830 39.285 46.881 2.219.229Arrendatário 3.613 3.942 163.364 2.121 2.370 217.875Parceiro 7.080 7.581 169.237 2.459 2.717 83.357Ocupante 5.405 5.743 131.831 1.881 2.078 62.886

CLASSE DA ATIVIDADEECONÔMICAAgricultura 79.483 92.253 2.834.585 33.533 39.669 1.998.950Pecuária 34.318 39.377 1.051.842 9.836 11.597 479.849Agropecuária 7.013 8.185 245.520 1.806 2.122 75.789Horticultura ou Floricultura 160 179 4.099 58 60 1.570Silvicultura 442 488 9.464 105 128 9.792Avicultura 1.285 1.791 52.912 318 365 11.487Cunicul./Apicult./Sericultura 108 119 2.061 31 36 911Extração Vegetal 221 261 5.779 59 69 4.999

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário - 1985.

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Tabela 38 - Silos para forragens nas propriedades rurais do RS

T I P O SAéreo De Encosta ou Trincheira

Condição do ProdutorClasse da AtividadeEconômica e Grupos

de Área Total

Informantes Informante

sNº Capacidade

Informantes

Nº Capacidade

TOTAIS 6.078 2.833 3.816 257.535 3.303 4.267 251.904

CONDIÇÃO DOPRODUTORProprietário 5.500 2.499 3.402 213.759 3.053 3.939 241.318Arrendatário 206 137 159 27.186 73 95 4.500Parceiro 219 117 151 11.212 102 141 3.593Ocupante 153 80 104 5.378 75 93 2.493

CLASSE DA ATIVIDADEAGRÍCOLAAgricultura 3.052 1.787 2.243 193.823 1.275 1.575 128.921Pecuária 2.411 784 1.144 43.618 1.663 2.210 108.438Agropecuária 313 112 138 12.097 202 242 8.239Horticultura e Floricultura 13 7 9 273 6 8 120Silvicultura 33 14 50 441 19 22 618Avicultura 240 114 227 7.244 127 195 5.324Cunicul./Apicult./Sericult. 9 3 3 27 6 7 145Extração Vegetal 7 2 2 12 5 8 99

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário - 1985.

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8 ARMAZENAGEM

A insuficiente infra-estrutura de armazenagem especialmente nas propriedadesrurais insere-se entre os principais problemas da cultura.

Segundo o censo agropecuário de 1985, somente 169.675 propriedades (44%)possuem algum tipo de armazenagem de grãos e 9.381 propriedades (2%) possuemsilos para forragens aéreos ou de encosta ou trincheira (Tabelas 37 e 38). Pesquisa maisrecente realizada pela EMATER/RS em 1992, envolvendo uma amostragem de 3.584propriedades distribuídas em todo o Estado, informa que 84,54% das propriedadespossuem galpão comum; 1,87% paiol chapecó; 6,84% tulhas; 14,20% armazena emcooperativas; 1,42% possuem paiol de tela; 4,44% possuem tonel; 1,20% armazena naCESA; 5,39% armazena em armazéns particulares e 9,65% colhe conforme énecessário. (Tabela 39)

Segundo a mesma pesquisa, 49,27% das propriedades utilizam algumtratamento para a conservação e proteção dos grãos armazenados, sobressaindo-sesoluções caseiras e o uso de malathion, comprovadamente inócuo como agente depreservação e controle de pragas. (Tabela 40)

A infra-estrutura de armazenagem de grãos no Rio Grande do Sul foidesenvolvida contemplando especialmente o trigo, a soja e arroz. O sistema dearmazenamento coletivo existente é, portanto, inadequado ao milho, pois este produtonecessita de armazéns próximos ao local de produção e consumo. Na maioria dosmunicípios onde ocorrem problemas de armazenagem, predominam as pequenaspropriedades rurais, colocando os produtores de milho à mercê dos intermediários. Comovemos na Tabela 41, o escoamento da produção de milho destinado à comercialização ébastante rápido, geralmente de imediato após à colheita, pois o produtor, sem condiçõesde estocar adequadamente, não pode se beneficiar dos recursos governamentaisdestinados ao financiamento de estocagem. Por outro lado, estocando de maneirainadequada, o produtor tem grandes perdas de armazenagem, diminuindo adisponibilidade de produto e a rentabilidade dos segmentos suinícola e avícola dapropriedade.

A capacidade armazenadora do Estado sempre considerou o milho apenascomo um produto alternativo, relegando-o a um segundo plano. Pesquisa conjuntarealizada pela CONAB/EMATER/COOPERATIVAS/SINDICATOS DE TRABALHADO-RESRURAIS revelou que apenas 50% das cooperativas que operam com milho, no Estado,estão equipadas e possuem tecnologia adequada à estocagem de milho. Revelou, ainda,que em 80% da área de cultivo de milho, a soja e o trigo têm prioridade na ocupação deespaços de armazenagem na rede armazenadora oficial, privada e nas cooperativas.Além disso, a coincidência da safra de milho com a safra de soja do Rio Grande do Sulagrava o problema, já que, sendo a soja privilegiada em relação ao milho na ocupaçãodos espaços de armazenagem adequados, o déficit de armazenagem acaba por atingir ocereal.

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Tabela 39 - Percentual de propriedades que utilizam os tipos de armazenagem abaixorelacionados

Tipos de Armazenagem Propriedades (%)

1. Galpão comum 84,54

2. Paiol tipo Chapecó 1,87

3. Tulha 6,84

4. Armazém da cooperativa 14,20

5. Paiol de tela 1,42

6. Tonel 4,44

7. Armazém da CESA ou CIBRAZEM 1,20

8. Armazém particular 5,39

9. Colhe conforme é necessário 9,65

Fonte: EMATER/RS.

Tabela 40 - Percentual de propriedades que utilizam tratamento para conservação eproteção dos grãos armazenados - 1992

Tratamento Propriedades (%)

1. Fosfina 8,40

2. Óleo vegetal 0,17

3. Folhas de eucalipto 6,56

4. Malathion 13,64

5. Deltametrina 0,86

6. Soluções caseiras 16,43

7. Seleciona as espigas bem empalhadas 13,39

Total sem Repetições 49,27

Fonte: EMATER/RS.

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Tabela 41 - Fluxo médio mensal de escoamento da comercialização do milho no RS

Mês (%) Comercialização no mês (%) Acumulado

Janeiro 6,43 6,43

Fevereiro 13,22 19,65

Março 12,10 31,75

Abril 10,88 42,63

Maio 13,27 55,90

Junho 13,93 69,83

Julho 11,68 81,51

Agosto 7,39 88,90

Setembro 4,12 93,02

Outubro 2,26 95,28

Novembro 2,12 97,40

Dezembro 2,60 100,00

Total 100,00

Fonte: CFP/AGSUL/STAEC.

Segundo a pesquisa realizada, as perdas médias anuais do milho armazenadonas propriedades rurais são de 25%, enquanto no produto armazenado em cooperativas eindústrias são de 5%, o que representa uma perda média anual de 20% de produção.Esses elevados volumes de perdas de armazenagem, causados principalmente porinsetos, mofos e roedores, reduzem significativamente a oferta de milho no mercadointerno. Em anos de safras boas, o montante dessas perdas é praticamente igual aovolume de produto alocado de outros estados para complementação do suprimento nosanos de safra prejudicada.

Além do elevado índice de perdas de armazenagem do milho estocado naspropriedades rurais, constatam-se, freqüentemente, problemas higiênico-sanitários nosrebanhos, em decorrência da presença de toxinas fúngicas que se desenvolvem emgrãos com elevado teor de umidade e precárias condições de armazenagem.

A pesquisa apontou ainda as principais dificuldades dos produtores de milho noque se refere à armazenagem. (Tabela 42)

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Tabela 42 - Principais dificuldades enfrentadas pelos produtores na armazenagem doproduto no RS

Discriminação(%) de produtoresque se defrontam

com essa dificuldade

1 - Falta de infra-estrutura adequada de armazenagemna propriedade rural. 96,5

2 - Coincidência da época da colheita do milho com aépoca da colheita da soja. 1,7

3 - Outras: milho considerado apenas alternativo pelaarmazenadora e custo elevado da armazenagemno Estado. 2,8

Fonte: CFP/AGSUL/SIAEC.

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9 FLUXO DE COMERCIALIZAÇÃO E DESTINO DA PRODUÇÃO

O milho destinado a venda é comercializado durante os doze meses do ano. Emdecorrência da insuficiência ou inexistência de armazenagem e da necessidade de osprodutores saldarem os débitos de produção, os maiores índices de negócios severificam no período de fevereiro a julho (Tabela 41). A necessidade de venda da maiorparte da produção por ocasião da safra, com freqüência determina a redução do preçojunto aos produtores.

Na Tabela 43, encontram-se as principais dificuldades para a venda do produtoexcedente.

Tabela 43 - Principais dificuldades enfrentadas pelos produtores do RS na venda dosexcedente s comercializáveis de milho

Discriminação(%) de produtoresque se defrontam

com essa dificuldade

1 - Aviltamento dos preços pagos aos produtores pelosintermediários.

51,64

2 - Falta de opções de escoamento do produto em anos de boassafras.

35,49

3 - Preços mínimos baixos, incompatíveis com o custo deprodução.

32,94

4 - Insuficiência na infra-estrutura de armazenagem naspropriedades rurais.

30,44

5 - Deficiência e/ou rigorismos no sistema de classificação dascooperativas e do oficial.

22,08

6 - Ausência ou incredibilidade da cooperativa que atua nomunicípio.

8,74

7 - Ausência de Agência do Banco do Brasil no município. 4,96

8 - Deficiência na infra-estrutura de transporte e rodovias noescoamento da produção.

4,27

Fonte: CFP/AGSUL/SIAEC.

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Em relação ao destino do produto, informações da EMATER/RS (Tabela 44)indicam que 60,52% do produto é destinado à alimentação na propriedade, 6,15% évendido aos atacadistas, 10,84% a intermediários, 9,05% às cooperativas, 0,10% aoBanco do Brasil. (A amostra pesquisada representa 64,6% da área estimada para omilho).

Se considerarmos que parte do produto comercializado é transacionado entreprodutores e criadores de aves ou suínos vizinhos, cerca de 80% do milho permanece napropriedade ou na região em que é produzido.

Tabela 44 - Destino da produção de milho por região de atuação da EMATER/RS - 1991

Regiões1

(%)2

(%)3

(%)4

(%)5

(%)6

(%)7

(%)8

(%)

ESREG Campanha 47,49 12,50 28,75 8,13 0 0 0 13,13

ESREG Serra 69,79 3,04 8,86 10,04 0 0 0,23 8,04

ESREG Taquari 79,88 3,84 6,70 3,07 0 0 0 6,51

ESREG Planalto 64,18 5,87 12,72 11,50 0 0 0 5,73

ESREG Zona Sul 54,98 4,94 29,79 4,32 0 0 0,41 5,56

ESREG R. Metropolitana 0 0 35,26 0 0 0 0 64,74

ESREG Depressão Central 52,80 11,76 11,08 10,99 0 0 0,33 13,04

ESREG Noroeste 58,15 5,41 5,77 7,76 0 0 0,09 22,82

ESREG Alto Uruguai 52,61 7,98 7,97 13,23 0 0 0 18,20

Média das Regiões 60,52 6,15 10,84 9,05 0 0 0,10 13,34

Fonte: EMATER/RS.

Participação ponderada por município e por região administrativa.

Campanha: 0,85%Planalto: 11,46%Depressão Central: 4,91%Serra: 3,04%Zona Sul: 6,49%Noroeste: 18,17%Vale do Taraqui: 8,13%Metropolitana: 0,15%Altor Uruguai: 11,37%

LEGENDA:ESREG: Escritórios Municipais da Região

1. Produção consumida na propriedade2. Atacadista3. Intermediário4. Cooperativa5. Cooperativa Pré-EGF e EGF6. Engenho7. Banco do Brasil (AGF)8. Outros

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10 RESPOSTA À TECNOLOGIA

O crescimento da produção através da produtividade é uma constante emexpressivo número de municípios do Estado.

Como se pode observar na Tabela 14, 23 municípios apresentam rendimentosmédios superiores a 4,0t/ha.

Verifica-se a nível municipal que as médias de produção se aproximam e atésuperam as médias verificadas nos experimentos estaduais de avaliação de cultivares,em que são testados, anualmente, todas as cultivares comerciais e em vias decomercialização.

A tecnologia adotada nos experimentos é para produções acima de 4,0t/ha, com50.000 plantas/ha para materiais precoces e 40.000 plantas/ha para materiais tardios.

Verifica-se, nas Tabelas 45 e 46, que tanto com híbridos precoces como com ostardios houve elevado aumento da produtividade em relação à média do Estado que varioude 1.567 a 2.404kg/ha no período de 1987 a 1990.

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80

Tabela 45 - Adubação e média dos experimentos de avaliação de híbridos precoces demilho - 1987/90

Adubação de Base (kg/ha) Anos e Rendimento Médio (kg/ha)Locais

N P205 K20Cobertura de N

(kg/ha) 1987 1988 1989 1990

Aratiba 30 90 30 68 5.089 6.138 5.565 5.314

Capão do Leão 30 100 100 60 - 4.505 3.357 -

Crua Alta 15 75 75 100 5.599 3.766 5.354 7.367

Encantado 10 60 70 110 4.924 7.164 7.018 6.289

Encruzilhada do Sul 20 80 80 100 6.650 5.950 3.585 3.165

Ibirubá 15 75 75 100 - - 6.133 6.411

Não-Me-Toque 15 75 75 90 5.062 5.330 7.162 8.169

Nova Prata 20 90 30 68 4.469 3.301 8.064 5.068

Osório 15 90 45 95 2.754 - 8.472 -

Passo Fundo 15 60 90 68 7.873 8.225 11.128 9.933

Pelotas 30 100 100 60 3.661 6.652 6.912 4.371

São Borja 15 75 60 68 2.708 3.001 2.424 4.853

Santa Cruz do Sul 15 60 60 135 5.153 5.713 3.093 8.312

Santa Rosa 15 90 45 55 5.448 4.960 5.386 8.657

Santo Augusto 15 75 60 68 4.416 2.339 7.471 5.955

Vacaria 37 90 60- 80 5.187 5.947 10.819 10.260

Veranópolis 30 90 30 68 4.726 4.769 8.008 -

Canguçu 30 90 30 80 4.111 - - 5.027

Chapada 24 74 60 45 7.116 2.405 - 6.024

Dom Pedrito 15 60 30 70 4.533 3.138 - -

Júlio de Castilhos 28 84 28 60 3.994 4.785 - -

Rio Grande 30 90 30 80 3.252 1.754 - -

Santa Maria 17 105 52 80 3.585 - - -

São Luiz Gonzaga 15 90 45 90 5.602 - - -

Nº de Cultivares Testadas 36 42 42 33

Rendimento Médio do RS 1.567 2.279 2.404

Fonte: FEPAGRO.

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Tabela 46 - Adubação e média dos experimentos de avaliação de híbridos tardios de milho- 1987/89

Adubação de Base(kg/ha)

Anos e Rendimento Médio(kg/ha)Locais

N P205 K20

Coberturade N

(kg/ha) 1987 1988 1989

Aratiba 30 90 30 68 4.604 5.380 6.522

Capão do Leão 30 100 100 68 - 2.367 3.399

Cruz Alta 15 75 75 100 4.173 4.381 5.529

Encantado 10 60 70 110 4.661 6.580 5.937

Não-Me-Toque 15 75 75 72 4.751 4.967 7.133

Nova Prata 39 90 30 68 3.628 2.687 7.095

Osório 15 90 45 95 3.600 - 7.137

Passo Fundo 15 60 90 90 6.946 6.389 8.889

Pelotas 30 100 100 60 3.579 4.930 6.517

São Borja 15 75 60 68 1.336 2.670 2.222

Santa Cruz do Sul 15 60 60 135 4.419 4.731 1.821

Santa Rosa 15 90 45 55 4.349 3.840 3.861

Santo Augusto 15 75 60 68 4.759 3.495 6.794

Vacaria 37 90 60 80 5.086 5.350 10.389

Veranópolis 30 90 30 68 3.717 3.986 7.028

Canguçu 30 90 30 80 4.309 - -

Chapada 24 74 60- 45 6.386 1.757 -

Dom Pedrito 15 60 30 70 4.792 3.026 -

Encruzilhada do Sul 12 75 60 90 6.135 4.180 -

Júlio de Castilhos 28 84 28 60 3.880 3.288 -

Rio Grande 30 90 30 80 2.990 157 -

Santa Maria 17 105 52 80 3.293 - -

Nº de Cultivares Testadas 32 33 42

Rendimento Médio do RS 1.567 2.279 2.404

Fonte: FEPAGRO.

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11 PROBLEMAS DA CULTURA

Em 1984, a pesquisa e assistência técnica oficial listaram os principaisproblemas da cultura no Estado, Tabela 47. Não obstante serem constatados progressosexpressivos em algumas regiões, a situação levantada serve ainda como referência.

Tabela 47 - Problemas da cultura do milho nas macrorregiões de atuação da EMATER/RS -junho/84

M A C R O R R E G I Ã ODiscriminação

Santa Rosa Santa Maria Passo Fundo Porto Alegre Pelotas

Semeadeiras

Comercialização (preço)

Densidade sem adubação

Adubação

Avaliação de cultivares

Armazenamento perdas-paióis

Viabilidade econômica do consórcio

Consorciação

Empalhamento das espigas

Época de plantio

Irrigação

Adubação orgânica

Nº de produtores assistidos

Adubação verde

Variedades para irrigação

Estimativa de produção

Colheita atrasada

Conservação do solo

Densidade e distribuição de plantas

Fonte: EMATER/RS.

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12 PREÇOS

Na Tabela 48, estão registrados os preços mínimos para o milho estabelecidospelo Governo Federal e, na Tabela 49, os preços recebidos por produtores do Estado doRio Grande do Sul.

No período de 1975 a junho de 1993, os preços mínimos variaram de Cr$ 30,00 aCr$ 258.967,80. No mês de março de 1986 a reforma monetária suprimiu três zeros navalorização de cruzeiros e no mês de janeiro de 1989 mais três zeros foram cortados.Sem essas providências o preço mínimo atual seria de Cr$ 258.967.000.000,80.

Os preços mínimos estabelecidos, nem sempre, sofreram correção e comoconseqüência nessas ocasiões o seu valor decrescia mês a mês no período de suavigência.

Além da inconstância dos procedimentos, os preços mínimos estabelecidosnunca levaram em conta o custo real da produção. A defasagem aliada à não correção dovalor estabelecido desestimulava a venda do produto através de AGFs e fez com que opreço mínimo não tivesse eficácia como instrumento de política de estímulo à cultura. Ospreços mínimos recebidos pelos produtores no período de janeiro de 1972 a junho de1993 variaram de US$ 3,571 a US$ 8,359 por saco de 60kg.

O valor médio no período foi de US$ 6,328. O menor valor pago ao produtor foi deUS$ 3,571 no mês de maio de 1972 e o maior valor foi de US$ 11,566 em janeiro de 1981.

Tomando por base o custo de produção da safra 92/93, orçado em US$488,48/ha para uma produção estimada de 3.700kg/ha, o valor médio de comercializaçãoindica que a lavoura de milho foi deficitária. No período, em nenhum ano a obtenção daprodução estimada e a sua comercialização ao preço médio recebido pelos produtoresteria coberto o custo de produção. A sua comercialização ao preço mínimo teriaacentuado a defasagem pelo fato de o preço mínimo estar sempre abaixo do preçopraticado junto aos produtores.

O comparativo mensal mostra que, em 259 meses, somente em dez meses opreço de mercado teria ultrapassado o custo.

O preço recebido pelos produtores de milho e de soja é com freqüência citadocomo um dos referenciais tomados para a definição de áreas de plantio das culturas. Naprática, contudo, a realidade tem demonstrado que os produtores levam mais em contaoutros fatores, como liquidez, disponibilidade de armazenagem e possibilidades detransformação nas propriedades rurais.

Estudiosos das relações de trocas como WEDEKIM e PINAZZA (1988) afirmamque o ano de plantio é favorável ao milho quando a relação de preços soja/milho é inferiora 1.8, favorável a soja quando a relação é superior a 2.0 e neutro quando a relação foi de1.9 a 2.0.

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Tabela 48 - Preços mínimos do milho, em US$/saco

Ano Mês US$/saco

1975 Janeiro 4,00Fevereiro 3,95Março 4,68Abril 4,62Maio 4,55Junho 4,48Julho 4,44Agosto 4,36Setembro 4,26Outubro 4,18Novembro 4,09Dezembro 4,00

1976 Janeiro 3,93Fevereiro 3,85Março 4,95Abril 4,72Maio 4,58Junho 4,49Julho 4,41Agosto 4,33Setembro 4,25Outubro 4,13Novembro 4,02Dezembro 3,93

1977 Janeiro 3,84Fevereiro 3,77Março 4,90Abril 4,81Maio 3,63Junho 4,48Julho 4,39Agosto 4,33Setembro 4,26Outubro 4,19Novembro 4,12Dezembro 4,02

Continua...

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87

...Continuação

Ano Mês US$/saco

1978 Janeiro 3,93Fevereiro 4,76Março 4,66Abril 4,55Maio 4,46Junho 4,36Julho 4,28Agosto 4,18Setembro 4,09Outubro 4,01Novembro 3,92Dezembro 3,80

1979 Janeiro 3,65Fevereiro 4,90Março 4,75Abril 4,60Maio 4,36Junho 4,20Julho 4,13Agosto 3,97Setembro 3,75Outubro 3,58Novembro 3,45Dezembro 2,89

1980 Janeiro 2,50Fevereiro 2,42Março 4,02Abril 3,87Maio 3,71Junho 3,59Julho 3,49Agosto 3,37Setembro 3,26Outubro 3,13Novembro 3,00Dezembro 2,89

Continua...

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...Continuação

Ano Mês US$/saco

1981 Janeiro 2,76Fevereiro 6,75Março 6,39Abril 6,01Maio 5,66Junho 5,34Julho 5,04Agosto 4,75Setembro 4,48Outubro 4,24Novembro 4,02Dezembro 3,81

1982 Janeiro 3,61Fevereiro 7,84Março 7,46Abril 7,10Maio 6,77Junho 6,43Julho 6,09Agosto 5,46Setembro 5,13Outubro 4,79Novembro 4,48Dezembro 4,19

1983 Janeiro 3,89Fevereiro 6,01Março 4,94Abril 4,52Maio 4,16Junho 3,80Julho 3,41Agosto 3,07Setembro 2,80Outubro 2,49Novembro 2,24Dezembro 2,08

Continua...

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89

...Continuação

Ano Mês US$/saco

1984 Janeiro 1,91Fevereiro 5,39Março 4,85Abril 4,43Maio 4,07Junho 3,73Julho 3,40Agosto 3,08Setembro 2,78Outubro 2,49Novembro 2,24Dezembro 2,03

1985 Janeiro 1,82Fevereiro 6,49Março 6,41Abril 6,43Maio 5,80Junho 5,29Julho 4,88Agosto 4,52Setembro 4,10Outubro 3,70Novembro 3,39Dezembro 3,06

1986 Janeiro 2,68Fevereiro 5,40Março 6,24Abril 6,24Maio 6,24Junho 6,24Julho 6,24Agosto 6,24Setembro 6,24Outubro 6,18Novembro 6,11Dezembro 5,93

Continua...

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90

...Continuação

Ano Mês US$/saco

1987 Janeiro 5,49Fevereiro 4,75Março 5,49Abril 5,25Maio 4,68Junho 4,43Julho 3,83Agosto 3,63Setembro 3,42Outubro 3,18Novembro 2,87Dezembro 2,54

1988 Janeiro 2,21Fevereiro 5,36Março 5,46Abril 5,42Maio 5,50Junho 5,50Julho 5,45Agosto 4,45Setembro 3,63Outubro 2,88Novembro 2,26Dezembro 1,77

1989 Janeiro 1,35Fevereiro 5,88Março 5,88Abril 6,04Maio 6,33Junho 5,64Julho 5,11Agosto 4,91Setembro 5,47Outubro 5,43Novembro 5,36Dezembro 3,61

Continua...

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91

...Continuação

Ano Mês US$/saco

1990 Janeiro 2,32Fevereiro 4,73Março 5,42Abril 5,99Maio 5,22Junho 5,00Julho 4,93Agosto 7,80Setembro 7,04Outubro 5,73Novembro 4,34Dezembro 3,50

1991 Janeiro 2,82Fevereiro 5,85Março 5,61Abril 5,18Maio 4,74Junho 4,33Julho 5,50Agosto 4,90Setembro 3,93Outubro 3,08Novembro 2,44Dezembro 1,91

1992 Janeiro 1,52Fevereiro 1,23Março 5,68Abril 6,83Maio 5,92Junho 5,91Julho 5,86Agosto 5,87Setembro 5,88Outubro 5,94Novembro 4,76Dezembro 3,86

1993 Janeiro 3,06Fevereiro 5,55Março 5,54Abril 5,46Maio 5,44Junho -

Obs.: Dólar Comercial Médio. Fonte: EMATER/RS.

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Tabela 49 - Preços recebidos por produtores do RS pelo milho (em dólar comercialmédio/saco de 60kg - 1972/1993)

Ano Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.MédiaAnual

1972 3,941 3,941 4,127 4,003 3,571 4,057 3,838 3,822 3,803 3,960 4,111 4,362 3,962

1973 4,248 4,312 3,980 3,759 3,836 3,934 4,317 5,090 5,273 5,455 5,552 5,525 4,607

1974 5,637 5,909 5,949 5,626 5,858 5,744 5,431 5,264 5,343 5,436 5,445 5,691 5,611

1975 5,845 5,854 5,783 5,469 5,386 5,310 5,185 5,385 5,474 5,515 5,805 6,010 5,585

1976 6,486 6,751 6,696 5,852 6,082 5,902 6,123 6,237 6,335 6,310 6,280 6,148 6,267

1977 5,919 5,892 5,694 5,633 5,657 5,460 5,521 5,557 5,350 4,436 4,946 5,205 5,439

1978 5,350 5,937 6,208 6,595 7,036 7,288 7,179 7,118 6,929 8,115 8,647 8,553 7,079

1979 8,092 7,738 8,092 8,286 8,179 8,232 8,143 8,111 8,417 9,542 9,107 8,368 8,359

1980 7,276 7,022 6,592 6,772 6,681 7,017 7,345 8,530 9,129 9,466 10,607 10,583 8,085

1981 11,566 10,887 8,733 8,011 7,905 7,668 7,285 6,747 6,258 6,186 6,809 6,932 7,916

1982 6,594 6,410 6,843 6,766 6,556 6,488 6,221 5,924 5,624 5,872 6,301 6,533 6,344

1983 6,414 5,540 5,441 4,995 5,131 6,266 6,620 7,490 8,252 10,518 10,943 10,507 7,343

1984 10,101 9,060 7,608 6,654 6,391 6,019 5,587 5,115 5,140 5,235 5,953 6,272 6,595

1985 6,081 6,369 6,328 6,337 6,069 5,581 5,082 4,913 5,029 4,782 5.441 6,478 5,707

1986 7,398 7,086 6,904 6,651 6,603 6,548 6,594 6,584 6,569 6,528 6,530 6,442 6,703

1987 6,237 5,187 4,649 4,502 4,246 4,296 3,787 3,733 3,942 4,328 5,069 5,250 4,602

1988 5,474 5,455 5,444 5,461 6,385 6,669 6,351 6,015 6,264 7,633 7,844 8,063 6,421

1989 7,686 7,230 7,260 7,648 7,735 8,713 7,354 5,556 5,933 6,531 5,789 5,807 6,941

1990 6,820 5,656 5,838 5,706 7,061 7,866 7,935 8,082 8,264 7,545 6,893 7,049 7,060

1991 6,040 5,605 6,644 7,739 8,250 7,801 7,165 6,909 6,480 7,287 7,551 6,658 7,011

1992 5,764 5,140 4,478 3,818 4,653 5,234 5,266 5,271 5,889 6,347 6,562 7,068 5,457

1993 6,655 5,826 5,397 5,394 5,802 - - - - - - - 5,815

Fonte: EMATER/RS.Mediana: 6,314

Média no Período: 6,328Desvio Padrão, 1,471Coeficiente Variação (%): 23,25

Segundo estes críticos e com base nos preços mínimos anuais dos doisprodutos recebidos pelos produtores (Tabela 50), a relação de troca do período de 1972 a1993 foi amplamente favorável ao milho. Somente nos anos de 1973 e 1988 teria sidofavorável à soja. (Tabela 51)

Não obstante o cenário ter sido favorável ao milho, este fator não foi suficientepara ampliar a área da cultura. Sua evolução foi cerceada por outros fatores que não arelação de troca ocorrente entre as duas culturas.

Em relação aos suínos, a relação de troca pode ter sido favorável ao milho noano de 1972. (Tabela 51).

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Nos demais anos, foi favorável aos suínos, tendo obtido maior ganho osprodutores que transformaram o milho em carne em suas propriedades. Para essasconclusões considerou-se que a relação < 5,0 seria pró-milho e > 5,0 pró-suínos.

Tabela 50 - Média anual dos preços recebidos pelos produtores nos produtos suíno, milho esoja - período 1972 a 1992

AnoSuíno

(US$/kg)Milho

(US$/sc.60kg)Soja

(US$/sc.60kg)Milho

(US$/kg)

1972 0,34 3,96 5,22 0,061973 0,46 4,61 11,23 0,071974 0,68 5,61 10,14 0,091975 0,59 5,59 9,26 0,091976 0,56 6,27 9,45 0,101977 0,69 5,44 10,58 0,091978 0,68 7,08 10,78 0,111979 0,87 8,36 12,13 0,131980 0,76 8,09 10,46 0,131981 0,70 7,92 11,08 0,131982 0,80 6,34 10,62 0,101983 0,62 7,34 11,05 0,121984 0,74 6,59 12,10 0,101985 0,65 5,71 9,16 0,091986 0,82 6,70 8,90 0,111987 0,56 4,60 8,92 0,071988 0,61 6,42 13,52 0,101989 1,13 6,94 11,52 0,111990 0,86 7,60 9,58 0,111991 0,69 7,01 9,95 0,111992 0,58 5,46 9,99 0,09

Médias 0,69 6,34 10,25 0,10

Fonte: EMATER/RS.

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Tabela 51 - Relações de troca

Ano Soja/Milho Cenário (¹) Suíno/Milho Cenário (²)

1972 1,31 Pró-milho 3,77 Pró-milho1973 2,43 Pró-soja 6,57 Pró-suínos1974 1,80 Pró-milho 7,55 Pró-suínos1975 1,65 Pró-milho 6,55 Pró-suínos1976 1,50 Pró--milho 5,60 Pró-suínos1977 1,94 Pró-milho 7,66 Pró-suínos1978 1,52 Pró-milho 6,18 Pró-suínos1979 1,45 Pró-milho 6,69 Pró-suínos1980 1,29 Pró-milho 5,84 Pró-suínos1981 1,13 Pró-milho 5,38 Pró-suínos1982 1,67 Pró-milho 8,00 Pró-suínos1983 1,50 Pró-milho 5,16 Pró-suínos1984 1,83 Pró-milho 7,40 Pró-suínos1985 1,60 Pró-milho 7,22 Pró-suínos1986 1,32 Pró-milho 7,45 Pró-suínos1987 1,93 Pró-milho 8,00 Pró-suínos1988 2,10 Pró-soja 6,10 Pró-suínos1989 1,65 Pró-milho 10,27 Pró-suínos1990 1,31 Pró-milho 7,81 Pró-suínos1991 1,45 Pró-milho 6,27 Pró-suínos1992 1,82 Pró-milho 6,44 Pró-suínos

(¹) Relação < 2,0 Pró-milho Relação > 2,0 Pró-soja

(²) Relação < 5,0 Pró-milho Relação > 5,0 Pró-suínos

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13 PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

As pesquisas com o milho no Estado iniciaram em 1926 junto à EstaçãoExperimental das Colônias, atualmente denominada Estação Experimental deVeranópolis, localizada no município de Veranópolis.

A partir de populações coletadas na região colonial, no ano de 1934, foramproduzidas algumas cultivares de polinização aberta entre as quais o Branco dasColônias e o Xavier Roxo.

No período de 1934 a 1954, foram conduzidos trabalhos com populaçõestambém em Júlio de Castilhos e Encruzilhada do Sul. Raros registros são encontradossobre os resultados obtidos.

Em 1954, com o conhecimento e o domínio comercial da hibridação, a EstaçãoExperimental de Veranópolis reorientou as pesquisas em melhoramento genético nosentido de formar linhagens e cultivares híbridas.

Nessa mesma época, a Semente Agroceres também iniciava pesquisas emmelhoramento genético com a mesma finalidade.

Fruto desse trabalho em 1963 o Estado, através da Estação Experimental deVeranópolis, lançava um dos primeiros híbridos comerciais utilizados pelos produtoresdenominado SAVE 19. Após, foram produzidos vários outros híbridos a seguir citados emordem cronológica: SAVE 135, SAVE 190, SAVE 231, SAVE 345, SAVE 332, SAVE 342,SAVE 394 e SAVE 342-A.

O Estado, através da Estação Experimental, juntamente com a SementesAgroceres foram os pioneiros na criação e produção de sementes híbridas no Estado eos principais indutores da utilização de sementes híbridas fiscalizadas de milho pelosprodutores.

A partir do início da década de 1960, as pesquisas com o milho tornaram-semais diversificadas. Além do melhoramento genético, receberam atenção outras linhas depesquisa podendo-se citar a avaliação estadual das cultivares, fertilidade, práticasculturais e épocas de semeadura.

Nas décadas de 1970 e 1980, somente a Secretaria da Agricultura, através doInstituto de Pesquisas Agronômicas - IPAGRO, possuía cerca de 20 pesquisadoresenvolvidos em tempo integral ou parcial com pesquisas com o milho.

Nesse período, o setor privado também aumentou a sua presença com a fixaçãono Estado de novas empresas de melhoramento e produção de sementes ou produtorasdas sementes de híbridos SAVE. Entre elas, cabe destacar a Cargill Agrícola, a Proagroabsorvida posteriormente pela Pioneer Agricultura, Weibull, Macali, J. Mello e ArdiloKappel, Dekalb (posteriormente denominada de Braskalb), FUNDACEP-FECOTRIGO eCotrijuí. As empresas Weibull, Macali, J. Mello e Ardilo Kappel deixaram de operar semderivação para outra empresa.

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Atualmente, a pesquisa oficial é de responsabilidade da Fundação de Ciência eTecnologia - CIENTEC e da EMBRAPA. A CIENTEC conta com a dedicação de 5pesquisadores, em regime de tempo integral, e a EMBRAPA, com 3 pesquisadoressediados no Centro Nacional de Pesquisa de Clima Temperado-CNPCT.

Entre as empresas e cooperativas que atuam no mercado de sementesfiscalizadas de milho, as que possuem centro próprio de pesquisa sediado no Estadosão: Sementes Agroceres, Pioneer Agricultura, Cargill Agrícola, Braskalb AgropecuáriaBrasileira, Fundacep-Fecotrigo e Cotrijuí. Possuem Centros de Pesquisa em outrosestados e comércio de sementes no RS a Agromen Sementes Ltda., SementesSelecionadas Colorado, Cooperativa Agrícola COTIA, Dinamilho, Carol ProdutosAgrícolas, Sociedade Agrícola Germinal, Hatã Genética e Melhoramento, ICI Sementes doBrasil S.A. e Sementes Vigor. As empresas Morgan Criadero Y Semillero, OCEPAR eROGOBRÁS Sementes Ltda. somente testam cultivares.

A assistência técnica e extensão rural em milho, historicamente, foi desenvolvidapela ASCAR, que foi sucedida pela EMATER/RS a partir de 1973.

A atividade foi centrada na demonstração do efeito do uso de insumos, sementesmelhoradas, melhoria do manejo do solo, das práticas culturais, da colheita e daarmazenagem.

O sistema faz uso de métodos simples como contatos, visitas, reuniões,demonstrações de resultados, rádio, jornal, cartas circulares, publicações educativas eexcursões e métodos complexos, como dia de campo, unidades demonstrativas,demonstração de resultados, unidade de observação, campanhas, cursos, treinamentos,encontros de pesquisadores, extensionistas e produtores e uma Reunião Técnica Anualdo Milho.

Em 1992, foram atingidos pelos métodos 60.000 produtores. A ATER em milhoexiste como atividade prioritária da EMATER/RS em 200 municípios localizados nasdiferentes regiões produtoras.

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14 O MILHO E O MERCOSUL

No contexto do MERCOSUL, o Estado do Rio Grande do Sul deve considerarcom tranqüilidade a situação e as possibilidades de evolução da cultura do milho e dossegmentos consumidores.

Em relação aos países vizinhos, merece atenção maior a Argentina, comogrande produtor e exportador, e o Paraguai pelo potencial de crescimento.

A Argentina apresenta o maior rendimento médio da América Latina, frutoespecialmente da riqueza de seu solo. A alta fertilidade dos solos em que está assentadaa cultura não despertou ainda os produtores argentinos, para o uso de fertilizantesquímicos. Na medida em que intensificarem o uso de insumos modernos, alterarãosubstancialmente a produtividade e por conseqüência a oferta do produto.

Outro aspecto importante é o fato histórico de que tradicionalmente cultivava odobro da área cultivada atualmente. O espaço foi cedido, especialmente à cultura da sojae poderá retornar ao milho no momento em que a soja, sorgo e girassol tiverem suarentabilidade reduzida.

Relevante também é a maior estabilidade das safras devido à melhor distribuiçãodas chuvas nas regiões produtoras, o maior armazenamento da água pelo solo e acapacidade de armazenagem nas propriedades situada em 35% da produção do país,contrastando com a capacidade de 5% do Brasil.

Em relação à potencialidade do Paraguai, cabe ressaltar a riqueza do solo emregiões aptas e o seu cultivo. No momento, registram-se interesse e investimentos deempresas, inclusive brasileiras, no sentido de introduzirem tecnologias de interesse dacultura.

A democratização do país e a conseqüente maior abertura e intercâmbio com ospaíses vizinhos poderá acelerar o crescimento da produção.

No que tange ao Uruguai, é de pouca expressão o cultivo de milho e nenhumfator relevante é detectado no sentido de propiciar mudanças no quadro atual.

Em termos internos, os Estados que compõem o CODESUL, com exceção doMato Grosso do Sul, são grandes produtores e consumidores de milho.

O Estado de Santa Catarina não possui condições físicas para aspirar tornar-seauto-suficiente e o Estado do Paraná, segundo estudos recentes, não apresentaperspectivas de expansão significativa na área cultivada com milho e citam que esteEstado tem diminuído seu excedente exportável para outras unidades da Federação aolado de uma participação crescente dos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso doSul e Mato Grosso. Tal tendência pode estar indicando um deslocamento da produção deexcedentes de milho paranaenses para essas áreas, estabilizando-se a produção doParaná aos níveis de seu consumo interno.

O Estado do Mato Grosso do Sul apresenta, há vários anos, estabilidade deprodução e de rendimento.

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Apresenta um consumo interno restrito e o alto custo de frete para o transporteda produção excedente para os centros consumidores reduz o valor do produto edesestimula o seu crescimento.

A distância da localização dos excedentes internos exportáveis e dos excedentesargentinos é um fator positivo para os produtores gaúchos de milho.

Mesmo que a intensificação das transações envolvendo os setores avícola esuinícola facilitem as negociações envolvendo o milho, o seu valor original acrescido dofrete e do custo para a sua internalização farão com que o seu custo para o consumidornão seja inferior ao produto local.

Não obstante os aspectos considerados, o RS não deve postergarindefinidamente a exploração do potencial de crescimento em área e especialmente emprodutividade.

Para fazer frente aos desafios futuros e à tendência de aumento do consumointerno, deve implementar ações efetivas de apoio à cultura. Considerando os pontosvulneráveis registrados, será de fundamental importância encetar as seguintes ações:

1. Viabilizar através de crédito de custeio e investimento a adoção da tecnologiadisponível de forma generalizada pelos produtores.

2. Reduzir as perdas pós-colheita ocorrentes através da criação de infra-estrutura própria para o milho, priorizando por ordem a armazenagem naspropriedades, comunitária, coletora e final.

3. Dotar a pesquisa e a assistência técnica e extensão rural de recursoshumanos, materiais e financeiros para intensificarem a geração, difusão eadoção de tecnologia apropriada pelos produtores rurais.

4. Facilitar, via crédito de investimento, a aquisição de máquinas eequipamentos para as atividades de produção de milho.

5. Ampliar a aquisição de milho pelo sistema AGF e viabilizar a armazenagempelo sistema EGF-COV do Governo Federal, inclusive a nível de propriedade.

6. Elevar o poder de compra da população como instrumento para aumentar oconsumo de produtos dependentes e derivados do milho, tanto daagroindústria específica, quanto da agroindústria de suínos, aves e outrospequenos animais, leite e bovinos.

7. Reduzir o custo de produção, via controle adequado dos preços dos fatoresde produção.

8. Estabelecimento de preços mínimos para o produto compatíveis com o custode produção.

9. Encetar um amplo programa de conscientização do produtor sobre areduzida produção decorrente do baixo uso de tecnologia.

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15 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ARAÚJO, Ney Bittencourt; WEDERIN, Ivan; PINAZZA, Luiz Antonio. ComplexoAgroindustrial: O "agribusiness" brasileiro. São Paulo. Agroceres, 1990. 238p.

BRESOLIN, Miguel. A Assistência Técnica e Extensão Rural em Milho no Estado doRio Grande do Sul. Porto Alegre, EMATER/RS, 1988. 32p.

COGO, Carlos Henrique. Milho: análise conjuntural de produção e de mercado do RS.Porto Alegre: Supervisão de Análise Econômica e Pesquisa, CFP, MA, 1988. 119p.

CONGRESSO NACIONAL DE MILHO, 19º, REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO MILHO, 37º,REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO SORGO, 21º. 1992. Porto Alegre. ConferênciasPorto Alegre: SAA, SCT, ABMS, 1992.

EMATER. Rio Grande do Sul. Informações Anuais da Cultura do Milho. Rio Grandedo Sul, safra de 1991/92. Porto Alegre: 1992. n.p.

EMATER. Rio Grande do Sul. Pesquisa Rural: (Estudo de situação) Rio Grande do Sul.Porto Alegre, 1992. 115p.

IBGE. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola: Rio Grande do Sul -Tabela 2: área, produção e rendimento médio por microrregiões/municípios. Rio deJaneiro, 1992.

IPAGRO INFORMA. Porto Alegre, Instituto de Pesquisas Agronômicas, n. 17, ago. 1977.

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IPAGRO INFORMA. Porto Alegre, Instituto de Pesquisas Agronômicas, n. 23, ago. 1980.

IPAGRO INFORMA. Porto Alegre, Instituto de Pesquisas Agronômicas, n. 26, fev. 1983.

WEDEKIN, I. ; PINAZZA, L.A. O Novo Cenário Agrícola Mundial. Caderno Agroceres, SãoPaulo. v.51, n.7, 1988.

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PUBLICAÇÕES DA SÉRIE REALIDADE RURAL

Volume 1 - O setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Resumo Geral).

Volume 2 - O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Análises Setoriais).

Volume 3 - O Setor Primário do Rio Grande do Sul - Diagnóstico e Perspectivas Sócio-Econômicas (Análises por Atividades).

Volume 4 - A Incorporação de Pequenos e Médios Produtores no Processo de Integraçãodo MERCOSUL.

Volume 5 - Lã e Carne Ovina: O MERCOSUL, Frente aos Maiores Produtores Mundiais.

Volume 6 - Sojicultura Rio-Grandense - Panorama Setorial/MERCOSUL.

Volume 7 - O Panorama Setorial da Bovinocultura de Corte Gaúcha no Processo deIntegração do MERCOSUL. 2ª edição.

Volume 8 - O Panorama Setorial da Triticultura Gaúcha no Processo de Integração doMERCOSUL.

Volume 9 - A Suinocultura Rio-Grandense: um Panorama Setorial no MERCOSUL.

Volume 10 - O Panorama Setorial do Feijão no Processo do MERCOSUL.

Volume 11 - Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pelaEMATER/RS - 1992/93.

Volume 12 - O Panorama Setorial da Cultura da Maçã no Processo de Integração doMERCOSUL.

Volume 13 - A Cultura do Pêssego no Rio Grande do Sul, no Processo de Integração doMERCOSUL.

Volume 14 - Diagnóstico Agroeconômico da Cebola no Rio Grande do Sul.

Volume 15 - Diagnóstico do Setor Pesqueiro do Rio Grande do Sul.

Volume 16 - Acompanhamento Técnico das Lavouras de Soja Assistidas pelaEMATER/RS - 1993/94.

Volume 17 - Diagnóstico do Setor Leiteiro do Rio Grande do Sul no Âmbito doMERCOSUL.

Volume 18 - O Milho no Contexto Mundial, Nacional e do Rio Grande do Sul.