Servico de Atendimento Movel de Urgencia Samu 192 o Enfermeiro Diante Do Atendimento Pre Hospitalar

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  • FACULDADE ASSIS GURGACZ

    JOCEMRI JULIANA MACHADO

    SERVIO DE ATENDIMENTO MVEL DE URGNCIA-SAMU/192: OENFERMEIRO DIANTE DO ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR

    CASCAVEL2007

  • JOCEMRI JULIANA MACHADO

    SERVIO DE ATENDIMENTO MVEL DE URGNCIA-SAMU/192: OENFERMEIRO DIANTE DO ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR

    Monografia apresentada disciplina de trabalho deconcluso de curso (TCC-II), do Curso deBacharelado em Enfermagem da FAG, comorequisito concluso do curso.

    Orientador: Hugo Razini Oliveira.

    CASCAVEL2007

  • FACULDADE ASSIS GURGACZ

    JOCEMRI JULIANA MACHADO

    SERVIO DE ATENDIMENTO MVEL DE URGNCIA-SAMU/192: OENFERMEIRO DIANTE DO ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR

    Trabalho apresentado no Curso de Enfermagem, da FAG, como requisito parcial para

    obteno do ttulo de Bacharel em Enfermagem, sob orientao do Professor Especialista

    Hugo Razini Oliveira.

    BANCA EXAMINADORA:

    ___________________________Hugo Razini Oliveira

    Faculdade Assis Gurgacz.Especialista em enfermagem de emergncia.

    ___________________________Yonara Cristiane Ribeiro Bonin

    Faculdade Assis Gurgacz.Especialista em administrao hospitalar e

    enfermagem nefrologia

    __________________________Carlos Eduardo Coral

    Faculdade Assis Gurgacz.Mestre em patologia experimental.

    Cascavel, 12 de novembro de 2007.

  • DEDICATRIA

    Dedico esse trabalho a todos os que me apoiaram e acreditaram no meu esforo e dedicao,principalmente minha famlia, meu pai que lutou arduamente para isso, trabalhando noite e

    dia para proporcionar tudo de melhor a nossa famlia, e os meus estudos.

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo a Deus por este momento to sublime. Pelo sol da manh,

    pelo ar que respiro, pelas foras renovadas, por tudo o que sou. A Ele seja dada toda honra,

    glria, domnio e poder.

    A minha famlia, meu irmo Jferson, meus pais, a quem devo minha educao e

    carter, pela perseverana com que sempre acreditaram e incentivaram meu sonho que agora

    se realiza. Pelas mos estendida quando mais precisei pela ajuda incondicional na criao do

    meu filho.

    Ao meu filho Thiago pela compreenso da minha ausncia, como me em funo da

    dedicao aos estudos.

    Ao meu namorado Fabiano, pelo carinho, apoio incondicional e pela fora nos

    momentos difceis, principalmente pela pacincia durante estes quatro anos.

    A av paterna do meu filho, Salete pela compreenso e apoio integral.

    A todos os professores da FAG, do Colegiado de Enfermagem, em especial, Ana

    Luiza, Adriana Romo, Clair, Alessandra e Tattiane que foram to importantes na minha

    vida acadmica.

    Ao Professor orientador Hugo Razini Oliveira pelo conhecimento que tornou a sua

    orientao uma valiosa colaborao para a elaborao deste trabalho.

    A todos os colegas de turma pelos agradveis momentos vividos e pelo grande elo de

    amizade formado, em especial: Tnia Carla Buchholz e Mrcia Welfer.

    Graas a vocs, mais um degrau de minha vida foi superado.

    Muito obrigado a todos vocs.

  • DEDICATRIA

    Dedico esse trabalho a todos os que me apoiaram e acreditaram no meu esforo e dedicao,principalmente minha famlia, meu pai que lutou arduamente para isso, trabalhando noite e

    dia para proporcionar tudo de melhor a nossa famlia, e os meus estudos.

  • EPGRAFE

    Os que esperam no Senhor, adquiriro sempre novas foras, tomaro asas como deguia, correro e no fatigaro, andaro e no desfalecero.

    Isaas 40:31

    muito singular que o Profeta compare os que confiam no Senhor s guias. queelas tm uma forma toda especial de enfrentar as tempestades. Quando se aproxima umatempestade s guias abrem suas asas, capazes de voar a uma velocidade de at noventaquilmetros por hora, e enfrentam a tormenta. Elas sabem que acima das nuvens escuras edas descargas eltricas, brilha o sol.

    Nessa luta terrvel elas podem perder penas, podem se ferir, mas no temem eseguem em frente. Depois, enquanto todo mundo fica s escuras embaixo, elas voamvitoriosas e em paz, l em cima. Para alm da tormenta, brilha o sol, e o sol elas buscam.

    Na morte, as guias tambm do excelente lio de confiana. Como todos os seresvivos, elas tambm morrem um dia. Contudo, alguma vez voc j se deparou com ocadver de uma guia? Porque quando elas sentem que chegou a hora de partir, no selamentam nem ficam com medo. Localizam o pico de uma montanha inatingvel, usam asltimas foras de seu corpo cansado e voam naquela direo. E l esperam,resignadamente, o momento final. At para morrer, as guias so extraordinrias.

    Quando, por ventura, voc se deparar com um momento difcil, em que as crisesaparecem gerando outras crises, no admita que o desnimo se aposse das suas energias.Eleve-se acima da tempestade, atravs da orao. Pense que Deus o autor e o sustentadorde todo o bem.

    Mensagemevanglica.com.br

  • RESUMO

    A presente pesquisa foi desenvolvida sobre o Servio de Atendimento Mvel de Urgncia e oenfermeiro diante a este atendimento pr-hospitalar. Trata-se de uma pesquisa exploratria,descritiva de carter qualitativo, sendo utilizados os mtodos indutivos e dedutivos. Tendocomo objetivo delinear a caracterizao do Servio de atendimento mvel de urgncia, osaspectos importantes, os elementos gerais, e a viso estrutural do precursor do atendimentopr-hospitalar implantado no Brasil, bem como a atuao do enfermeiro diante deste servio,enfatizando a importncia do profissional de enfermagem, como os recursos legais paraatuao, no esquecendo de destacar o lapso das universidades na formao e especializaesdos enfermeiros no sentido de emergncia e urgncia pr-hospitalar, uma vez que apesar deser um sistema relativamente novo no Brasil, vem se constituindo um importante espao deatuao para enfermeiros. O que se procura conhecer o contexto de trabalho no qual seencontra o enfermeiro de Atendimento Pr-Hospitalar.

    Palavras-chave: Atendimento pr-hospitalar. SAMU. Enfermagem.

  • ABSTRACT

    The present research was developed on the Service of Mobile Attendance of Urgency and thenurse ahead to this daily pay-hospital attendance. One is about an exploratory, descriptiveresearch of qualitative character, being used the inductive and deductive methods. Having asobjective to delineate the characterization of the Service of mobile attendance of urgency, theimportant aspects, the general elements, and the structural vision of the precursor of theimplanted daily pay-hospital attendance in Brazil, as well as the performance of the nurseahead of this service, emphasizing the importance of the nursing professional, as the legalresources for performance, not forgetting to detach the lapse of the universities in theformation and specializations of the nurses in the emergency direction and daily pay-hospitalurgency, a time that although to be a relatively new system in Brazil, it comes if constitutingan important space of performance for nurses. What it is looked is to know the work contextin which if it finds the nurse of Daily pay-Hospital Attendance.

    Word-key: Daily pay-hospital attendance. SAMU. Nursing.

  • ABREVIATURAS E SIGLAS:

    SAMU: Servio de Atendimento Mvel de Urgncia................................................................1

    SUS: Sistema nico de Sade...................................................................................................1

    APH: Atendimento pr-hospitalar.............................................................................................2

    Dr.: Doutor.................................................................................................................................3

    EUA: Estados Unidos da Amrica.............................................................................................3

    SMUR: Servios Mveis de Urgncia e Reanimao................................................................4

    UHM: Unidades Hospitalares Mveis.......................................................................................4

    PR Paran...................................................................................................................................7

    PAC: Pronto atendimento continuado........................................................................................8

    SIATE: Servio Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergncia...................................9

    CFM: Conselho Federal de Medicina.......................................................................................11

    USA: Unidade de Suporte Avanado.......................................................................................14

    USB: Unidade de Suporte Bsico............................................................................................14

    UTI: Unidade de terapia intensiva...........................................................................................16

    UFJF: Universidade Federal de Juiz de Fora...........................................................................19

    COREN: Conselho de Regional de Enfermagem....................................................................26

    ACLS: Advance Cardiologic Life Support ou Suporte Avanado em Cardiologia................28

    ATLS: Advanced Trauma Life Support ou suporte avanado em trauma..............................28

    BLS: Suporte bsico a vida.....................................................................................................28

    PHTLS: Pre Hospital Trauma Life Support ou Suporte de Vida Pr-Hospitalar ao Trauma.28

    h: Hora.....................................................................................................................................33

    min: Minutos...........................................................................................................................33

    DF: Distrito Federal................................................................................................................33

  • ed.: Edio...............................................................................................................................33

  • SUMRIO

    1 INTRODUO....................................................................................................11

    2 ASPECTOS HISTRICOS DO SAMU.............................................................13

    2.1 HISTRIA DO SAMU NO BRASIL....................................................................15

    2.2 HISTRIA DO SAMU EM CASCAVEL.............................................................18

    3 SERVIO DE ATENDIMENTO MVEL DE URGNCIA..........................20

    3.1 COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO DO SAMU.........................................27

    3.2 AMBULNCIAS...................................................................................................29

    4 O ENFERMEIRO DIANTE DO ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR.....33

    5 ENCAMINHAMENTO METODOLGICO....................................................38

    6 CONSIDERAES FINAIS...............................................................................41

    7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...............................................................43

  • 1 INTRODUO

    Com o crescimento das cidades, o adensamento populacional, o aumento da violncia

    e uma demanda cada vez maior por servios pblicos essenciais, os telefones de emergncia

    tornaram-se vitais. H tempos a sade pblica no pas est doente os postos de sade sem

    equipamentos, nmero insuficiente de mdicos, hospitais abarrotados, pssimos salrios e

    servios de ambulncia ineficientes so alguns dos problemas encontrados em quase todas as

    grandes cidades brasileiras. Fugindo regra, o Servio de Atendimento Mdico s Urgncias

    (SAMU) vem prestando bons servios, ganhando a confiana da populao.

    Foi-se o tempo em que ao chamar uma ambulncia, aparecia um opala branco, sem

    conservao e mal aparelhado. Agora com o SAMU, s coisas mudaram. So viaturas prontas

    para qualquer tipo de atendimento, que na maioria das vezes, fazem diferena entre a vida e a

    morte. O SAMU uma rea de atuao relativamente recente que veio evoluindo lentamente

    desde o perodo napolenico, tendo se firmado como cincia aps experincia bem sucedida

    na Frana. Tendo sido implantada no Brasil nos ltimos dezessete anos e particularmente em

    2006, em Cascavel no estdo do Paran. A grande maioria conforme o modelo francs de

    1950. Apesar de ter sido implantado recentemente os resultados so visveis, pois esse servio

    permite que seja realizado um atendimento pr-hospitalar adequado, proporcionando a

    diminuio dos riscos e agravos de urgncia e emergncia, minimizando as seqelas e

    conseqentemente os custos hospitalares.

    A assistncia de urgncia e emergncia um direito assegurado de vrias formas na

    legislao brasileira, e por sua vez um componente prioritrio dos SUS, uma vez que ele

    reestrutura a rede de atendimento de urgncia, prope a implantao do componente pr-

    hospitalar mvel de forma integrada com centros menores de estabilizao rpida, reorganiza

    o atendimento em nvel hospitalar garantindo assim a retaguarda ao atendimento emergencial.

  • O servio representa um esforo conjunto das trs esferas do governo, sendo dotado de

    estrutura fsica e equipe multiprofissional: profissionais de enfermagem, mdicos e

    profissionais de apoio, a disposio 24 horas por dia em condies de prestarem suporte

    bsico e avanado de vida.

    A insero da enfermagem no Atendimento Pr-Hospitalar ocorreu em 2002, mas em

    2001, o Conselho Regional de Enfermagem de So Paulo j havia regulamentado as

    atividades da enfermagem neste tipo de servio.

    A necessidade da presena do profissional de enfermagem no servio foi determinada

    pela portaria n0 2048 de 05 de novembro de 2002, que veio nortear e normatizar as aes

    desenvolvidas por este tipo de atendimento em qualquer parte do pas (MINISTRIO DA

    SADE, 2002).

    O enfermeiro faz se necessrio uma vez que este se trata de profissional legalmente

    habilitado para a execuo de atividades pertinentes a este tipo de atendimento. Entretanto

    ainda h dificuldade nesta rea uma vez que os profissionais necessitam estar buscando uma

    formao mais apropriada e especfica em atendimento pr-hospitalar, que so rarssimas,

    pois na graduao aprender-se muito pouco de emergncia e urgncia voltada ao atendimento

    pr-hospitalar como tambm so raras as ps-graduaes e especializaes na rea.

  • 2 ASPECTOS HISTRICOS DO SAMU

    Conforme Nitschke (2000, apud RETKA, 2005), o modelo pr-hospitalar surgiu na

    Frana, em 1792, na Prssia quando Dr.Baron Dominique Jean Larrey, cirurgio da Grande

    Armada de Napoleo Bonaparte idealizou uma ambulncia (uma carroa puxada por

    cavalos) para levar atendimento precoce aos acometidos em combate, j no prprio campo de

    batalha, observando que assim aumentavam suas chances de sobrevida. Aps a avaliao e o

    primeiro atendimento, a vtima era conduzida ao hospital de campanha. As guerras mais

    recentes tambm confirmaram os benefcios do atendimento precoce, sendo palco freqente

    de atendimentos pr-hospitalares. Naquela poca Dr.Dominique desenvolveu alguns

    princpios de atendimento de urgncia usados at hoje como: rpido acesso ao paciente por

    profissional treinado, tratamento e estabilizao no campo de batalha, rpido transporte aos

    hospitais de campanhas com apropriados cuidados mdicos durante o transporte. Essa

    experincia desenvolvida pelo cirurgio alastrou-se para as outras guerras que serviram de

    alavanca para o desenvolvimento do atendimento ao traumatizado.

    Ainda de acordo com Nitschke (2000, apud RETKA, 2005), em 1864 os EUA criaram

    o primeiro sistema de socorro populao civil, desenvolvido para prestar atendimento a

    vtimas de traumas durante as viagens de trem e realizar estudos dos acidentes e cirurgias de

    traumas. Em 1865 os americanos instituram as ambulncias com trao animal, trinta e

    quatro anos depois j comeavam a utilizar ambulncia motorizada com capacidade para

    andar 30 km/h, enquanto que no Brasil, era utilizada a primeira ambulncia com trao

    animal. Foi tambm em 1865 que Ana Nery, na guerra do Paraguai, ofereceu-se como

    voluntria de enfermagem, para prestar cuidados aos feridos no frente de batalha.

    Segundo Nitschke (2000, apud RETKA, 2005), na primeira e segunda guerra mundial

    o sistema de atendimento precoce aos feridos mostrou-se muito eficiente, porm o sistema

  • civil estava muito atrasado. Somente em 1924 que o Chefe Cot criou o servio de emergncia

    para asfixiados dentro do Corpo de Bombeiros de Paris que foi o primeiro exemplo de posto

    de emergncia mvel avanado diferente dos servios hospitalares. Este servio foi criado

    com a finalidade de transporte inter-hospitalar de pacientes com insuficincia respiratria

    sria.

    Nos anos 60 na Frana, os mdicos comearam a detectar a desproporo existente

    entre os meios disponveis para tratar doentes e feridos nos hospitais e os meios arcaicos do

    atendimento pr-hospitalar at ento existentes. Assim, foi constatada a necessidade de um

    treinamento adequado das equipes de socorro e a importncia da participao mdica no local,

    com o objetivo de aumentar as chances de sobrevivncia dos pacientes, comeando pelos

    cuidados bsicos e avanados essenciais, cuidados estes centrados na reestruturao da

    ventilao, respirao e circulao adequadas. Em 1956 criaram-se oficialmente os Servios

    Mveis de Urgncia e Reanimao (SMUR), dispondo agora das Unidades Hospitalares

    Mveis (UHM) (NITSCHKE, 2000 apud RETKA, 2005).

    Segundo Nitschke (2000, apud RETKA, 2005), em 1965, nasceu o SAMU na Frana

    com a finalidade de coordenar as atividades dos SMUR e as chamadas mdicas que

    apresentarem carter mdico, comportando para tanto, um centro de regulao mdica dos

    pedidos, tendo as suas regras regulamentadas em decreto de16/12/1987. As equipes das UHM

    passaram tambm a intervir nos domiclios dos pacientes, considerando que as intervenes

    sobre o terreno devem ser rpidas, eficazes com meios adequados, com uma abordagem

    simultaneamente, mdica, operacional e humana, no esquecendo da ao preventiva como

    complemento.

    Para Nitschke (2000, apud RETKA, 2005), o SAMU surgiu a partir da filosofia

    francesa de que a equipe mdica deve ir at o paciente e no o paciente at ela. Prestando um

  • atendimento sistematizado e rpido na primeira hora dando nfase a estabilizao da vtima

    no local da ocorrncia.

    O servio inicialmente estava centrado nos atendimentos nas estradas, posteriormente

    ampliou-se para atendimentos no traumatolgicos, chamados da populao. Com isso o

    nmero de atendimentos aumentou consideravelmente fazendo com que houvesse a

    necessidade de uma coordenao mdica, surgindo ento a central de regulao mdica

    responsvel pela racionalizao do sistema, controlar a demanda de pedidos, triar, detectar,

    classificar, prescrever, distribuir, despachar e orientar (NITSCHKE, 2000, apud RETKA,

    2005).

    J em 1989 realizou-se a Segunda Jornada de emergncia mdica de Lisboa no qual

    foram proclamadas as bases ticas da regulao mdica, conhecidas como Declarao de

    Lisboa dos princpios dos direitos dos homens so:

    Respeitar de forma absoluta a autonomia da pessoa humana, respeitando sua

    liberdade.

    Oferecer o mximo de beneficio de sade, isto , prestar os cuidados com a melhor

    qualidade.

    Produzir o menor prejuzo possvel, como resultante de procedimentos realizados

    pela necessidade da urgncia.

    Distribuir a ajuda da coletividade com critrio de justia. Prestando cuidados

    igualmente a todos que necessitem

    2.1 HISTRIA DO SAMU NO BRASIL

    No Brasil, o SAMU teve incio atravs de uma parceria com o Ministrio da Sade e o

    Ministrio dos Assuntos Estrangeiros na Frana na dcada de 90, instalaram um modelo de

  • ateno pr-hospitalar mvel centrada no mdico regulador, contando, com a participao de

    profissionais da enfermagem nas intervenes em casos de menor complexidade,

    desconcentrando a ateno efetuada exclusivamente pelos prontos-socorros garantindo uma

    adequada referncia regulada para os pacientes que, tendo recebido atendimento inicial, em

    qualquer nvel do sistema.

    O modelo de atendimento pr-hospitalar adotado no Brasil foi o modelo francs de

    atendimento, em que as viaturas de suporte avanado possuem obrigatoriamente a presena do

    mdico, diferentemente dos moldes americanos em que as atividades de resgate so exercidas

    primariamente por profissionais paramdicos.

    Em So Paulo, 1989 foi criado o Projeto Resgate ou SAMU, chefiado por um capito

    mdico, baseado no modelo francs, mas com influncias do sistema americano que foi

    adaptado realidade local. Este sistema estava inicialmente vinculado ao Corpo de

    Bombeiros, ficando no quartel um mdico da Secretaria da Sade do Estado, que regulava as

    solicitaes de atendimento a vtimas de acidentes em vias pblicas, solicitaes estas feitas

    atravs da linha 193, a qual possua uma interligao como sistema 192 da Secretaria da

    Sade (Central de Solicitaes de Ambulncias). Os profissionais bombeiros na ocasio eram

    capacitados atravs de um curso nacionalmente padronizado e denominados de agentes de

    socorros urgentes, hoje conhecido de socorristas.

    Devido o corpo de bombeiros no ser uma instituio de sade, encontrou vrios

    obstculos principalmente quanto limitao da responsabilidade moral, tica, penal, civil e,

    sobretudo limitao do conhecimento cientfico. Mediante estas limitaes tornou-se invivel

    o corpo de bombeiro assumir a atribuio assistncia pr-hospitalar de sade avanada, por

    isso h duas dcadas o corpo de bombeiros presta atendimentos de suporte bsico de vida com

    base em protocolos padronizadores da assistncia.

  • Em 2003, com a alta taxa morbimortalidade relativo s urgncias, inclusive as

    relacionadas ao trauma e violncia, com o tempo de recuperao, as seqelas, a baixa

    cobertura populacional e a insuficiente oferta de servios de atendimento pr-hospitalar mvel

    o Ministrio da Sade instituiu o SAMU para todo o Brasil, atravs da portaria n. 1863/GM

    de 29 de setembro de 2003, visando a diminuio de todos esses fatores, tendo como objetivo

    o aumento da taxa de sobrevida e diminuio de seqelas.

    A unio destinou recursos para a aquisio de: 650 unidades de suporte bsico de vida,

    150 unidades de suporte avanado de vida, equipamentos, construo, reforma e/ou ampliao

    de at 152 Centrais SAMU-192 e estruturao de 27 Laboratrios de Ensino em

    Procedimentos de Sade para os Ncleos de Educao em Urgncia (MINISTRIO DA

    SADE, 2003a.).

    Nesta mesma portaria n. 1863/GM de 29 de setembro de 2003, ficou estabelecido que

    as despesas de manuteno do SAMU fossem de responsabilidade compartilhada, de forma

    tripartite, entre a Unio, Estado e Municpios, correspondendo Unio 50% do valor

    estimado para estes custos com repasses regulares e automticos de recursos para manuteno

    e qualificao das equipes efetivamente implantadas, seguindo os seguintes parmetros: por

    Equipe de Suporte Bsico: R$ 12.500,00 por ms; por Equipe de Suporte Avanado: R$

    27.500,00 por ms e por Equipe da Central SAMU-192: R$ 19.000,00 por ms.

    O restante dos recursos necessrios para o custeio das equipes coberto pelos Estados

    e Municpios, conforme acordo dos mesmos. Junto com a estruturao do atendimento pr-

    hospitalar houve estruturao do nvel intrahospitalar dos centros de referncias para o

    atendimento de urgncias, com a pretenso de incluir tambm outros nveis de ateno como

    unidades bsicas de sade e unidades do programa sade da famlia (MINISTRIO DA

    SADE, 2003a.).

  • 2.2 HISTRIA DO SAMU EM CASCAVEL:

    O Servio de Atendimento Mvel de Urgncia do Municpio de Cascavel (PR), foi

    habilitado pelo ento Ministro de Estado da Sade Jos Agenor lvares da Silva, atravs

    portaria n. 1.979 de 25 de agosto de 2006.

    O SAMU foi inaugurado na manh do dia 12 de junho de 2006, segundo o Jornal

    Hoje (2006), com a presena do Deputado Federal Fernando Giacobo, da coordenadora

    nacional de urgncia e emergncia Irani Ribeiro de Moura, do Secretrio de Estado da Sade

    Cludio Xavier e o prefeito do municpio Lsias Tom. Na ocasio o prefeito formado em

    medicina declarou: Os profissionais do SAMU sero os anjos da guarda, pois salvaro a vida

    de muitas pessoas.

    Para a implantao do SAMU em Cascavel, conforme o site do Ministrio da sade

    (2006), foi gasto por parte do Ministrio cerca de R$ 700 mil, para a readequao da sede,

    equipamentos, entre outros, foi entregue quatro ambulncias (trs unidades de suporte bsico

    e uma unidade de suporte avanado), que representam investimento de R$ 912 mil, R$ 180

    mil na aquisio de equipamentos para as ambulncias de suporte avanado, como:

    desfibriladores, respiradores, oxmetro de pulso, incubadora de transporte neonatal e

    ventiladores. J o municpio investiu cerca de R$ 300 mil. Alm disso, sero repassados R$

    84 mil mensais pelo Ministrio da Sade, para auxiliar no custeio do servio, e R$ 42 mil pelo

    governo do estado, o restante ficar a cargo da prefeitura.

    O servio funciona em anexo ao Posto de Atendimento Continuado (PAC I), junto

    Central de Ambulncias. A central de regulao tem a disposio o servio de Telemedicina,

    onde pelo telefone o mdico fornece orientaes necessrias ao paciente, solicitante e ainda

    para profissionais das unidades bsicas de sade.

  • Conforme a portaria n0 1643/GM de 07 de agosto de 2002, a Telemedicina contribui

    para favorecer a relao individual mdico-paciente, entretanto o mdico que exerce a

    medicina distncia, deve avaliar cuidadosamente a informao que recebe, podendo somente

    emitir opinies e recomendaes ou tomar decises mdicas se a qualidade da informao

    recebida for suficiente e pertinente para o cerne da questo.

    A equipe composta por um agente administrativo, 31 tcnicos de enfermagem, 28

    motoristas, 20 mdicos, cinco enfermeiros, quatro ambulncias equipadas, 11 de transporte

    social, um coordenador geral e um coordenador mdico, alm de um grupo de higienizao

    (servio de apoio) (MINISTRIO DA SADE, 2003)

    Em Cascavel, o servio de atendimento mvel de urgncia (SAMU), atua em

    conjunto com Servio Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergncia (SIATE), uma

    vez que realizou se a diviso do socorro de acordo com a sua natureza. O SIATE atende

    somente ocorrncias de acidentes, enquanto o SAMU socorre os casos de emergncias

    clnicas, podendo ainda os dois sistemas se complementar em casos com muitas vtimas,

    como por exemplo, um acidente envolvendo um nibus.

  • 3 SERVIO DE ATENDIMENTO MVEL DE URGNCIA

    O Servio de Atendimento Mvel de Urgncia ou SAMU 192 um servio oferecido

    pelo governo federal brasileiro, com a finalidade de prover o atendimento pr-hospitalar

    populao, ou seja, prestar os primeiros atendimentos em casos de urgncias e emergncias.

    De acordo com o Ministrio da Sade (2003), O Servio funciona 24 horas por dia

    com equipes de profissionais de sade, composta por: mdicos, enfermeiros, auxiliares e

    tcnicos de enfermagem. Atualmente atende cerca de 4,5 milhes de paranaenses e em todo

    pas mais de 92,7 milhes de brasileiros, em 926 municpios de 25 estados e Distrito

    Federal..

    O SAMU o principal componente da Poltica Nacional de Ateno sUrgncias e tem por objetivo reduzir o nmero de mortes, o tempo deinternao nos hospitais, as seqelas decorrentes da falta de socorro precocee as filas nas emergncias hospitalares (MINISTRIO DA SADE, PAG:03 2003.).

    O SAMU um dos atendimentos pr-hospitares do Brasil em nvel pblico,

    desenvolvido e operacionalizado pelo governo municipal, j o outro sistema o 193 de carter

    estadual, a cargo do corpo de bombeiros.

    Mas antes de aprofundarmos o assunto explicando o que o SAMU, como funciona,

    importante sabermos o que vem a ser atendimento pr-hospitalar mvel, o que considerado

    uma urgncia, o que uma emergncia, para que a possamos perceber e entender o trabalho

    que esse servio desenvolve, a importncia dessas equipes de homens e mulheres que

    dedicam suas vidas para salvar a vida de outros, para que assim possamos valorizar e utilizar

  • adequadamente o nmero disponvel para ter acesso a esse servio e conseqentemente

    contribuir com a equipe que realizar seu trabalho da melhor maneira pssivel.

    De acordo Portaria n. 1863/GM de 29 de setembro de 2003, atendimento pr-

    hospitalar mvel o atendimento que procura chegar precocemente vtima, aps ter

    ocorrido um agravo sua sade (de natureza clnica, cirrgica, traumtica, inclusive as

    psiquitricas), que possa levar o sofrimento, seqelas ou mesmo morte

    (urgncia/emergncia), sendo necessrio, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte

    adequado a um servio de sade devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema nico de

    Sade.

    Os conceitos de urgncia e emergncia so utilizados de forma bastante freqente no

    trabalho da sade, para expressar diversas situaes crticas de assistncia, no possuindo

    distino clara entre ambos. Em face disso, podem gerar interpretaes diferentes.

    Segundo o Conselho Federal de Medicina a conceituao de urgncia e emergncia a

    seguinte:

    Urgncia: a ocorrncia imprevista de agravo sade com ousem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistncia mdicaimediata.

    Emergncia: a constatao mdica de agravo sade queimplica em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo,portanto, tratamento mdico imediato. (CFM n0 1.451 de 10 de maro de1995).

    J o dicionrio da lngua portuguesa Aurlio (1986), emergncia relativo a emergir,

    ou seja, aparecer, surgir, elevar-se, qualquer queixa ou novo sintoma que um paciente passe a

    apresentar. J urgncia significa aquilo que no pode esperar (tanto que o Aurlio apresenta a

    expresso jurdica urgncia urgentssima).

  • Segundo Nitschke (2000, apud RETKA, 2005), as urgncias podem ser conceituadas

    como um evento vital dotado de capacidade ameaadora a integridade fsica ou psicolgica da

    pessoa, associada aos nveis de gravidade e graus de complexidade dos fatores causais

    ponderados por tempo, assim sendo quanto menor tempo limite cujo quadro requer para a

    interveno, maior a urgncia, representando risco potencial vida.

    A emergncia o estado de gravidade extrema podendo ser precedido da urgncia e

    exige atendimento no mesmo instante que ocorre, pois representa risco imediato vida,

    necessitando prontamente de manobras de reverso, sendo considerado praticamente chance

    nica de interveno, sob pena de seqelas irreversveis ou bito do paciente.

    Algumas urgncias so: febre elevada de causa no esclarecida rebelde a antitrmicos,

    dores de cabea sbitas, dores abdominais intensas, crise compulsiva; vmitos repetidos e

    tonturas intensas acompanhadas de perda sbita do equilbrio e/ou sonolncia; dor lombar

    sbita muito intensa, acompanhada de nuseas, vmitos e alteraes urinrias; dor no

    abdmen, do lado direito, com vmitos, febre e nuseas; cortes profundos ou fraturas sem

    hemorragias.

    Exemplos de emergncias: perda da conscincia; dor intensa, especialmente no peito,

    que corre para os braos, com suor frio, falta de ar e vmitos; dificuldade de movimentao

    ou de fala; quadro alrgico grave, com placas vermelhas, tosse, falta de ar e inchao na pele;

    falta de ar intenso, chiado no peito, suor extremo, dificuldade em permanecer deitado, cor

    arroxeada da pele, lbios e lngua; tremores em todo o corpo ou parte dele, desvio dos olhos e

    repuxo da boca; aumento sbito da presso arterial, acompanhada de dores de cabea, tonturas

    e falta de ar; acidentes domsticos graves, com fratura e impossibilidade de locomoo; perda

    de lquidos em grandes volumes: sangue, vmitos com queda de presso, palidez,

    extremidades frias, sede e perda de fora; afogamentos, choques eltricos e intoxicaes

    graves.

  • Tanto urgncia quanto emergncia so casos que necessitam de cuidados imediatos e

    adequados para diminuir as seqelas e at mesmo para evitar bitos. Lembrando que esses

    casos no escolhem locais e nem hora para acontecer. Estatsticas internacionais (American

    Heart Association, 2005), demonstram que aproximadamente 2/3 dos bitos decorrentes de

    infarto agudo de miocrdio ocorrem antes da chegada do paciente a uma clnica ou hospital de

    emergncia.

    Esses dados so de algumas urgncias e emergncias, mas que nos demonstram que de

    um modo geral elas acontecem nas residncias, locais de trabalho, ou vias pblicas ai que

    entra o trabalho do SAMU, prestando nestes locais atendimentos. Uma vez que as

    ambulncias dos hospitais pblicos no funcionam de um modo regular e coordenado,

    enquanto que o grupo de socorro de emergncia do corpo de bombeiros s presta atendimento

    em vias pblicas.

    Segundo Canesin (2005), cardiologista que coordena o Centro de Treinamento de

    Emergncias Cardiovasculares da Universidade de Londrina Quando uma pessoa cai na rua

    ou perde a conscincia em casa, a primeira coisa que todos pensam em coloc-la em um

    carro e lev-la para o hospital, e esta a atitude mais errada. Quem faz isso comete um erro

    bsico, porque ao tentar salvar esta pessoa desta maneira, perde-se de 20 a 30 minutos, tempo

    demais.

    O correto seria chamar por ajuda de algum treinado em suporte bsico de vida, se no

    houver no momento um suporte avanado, esse conjunto ir dar o atendimento adequado para

    que esta vtima seja transportada posteriormente. Portanto, fundamental a existncia de

    servios de atendimento de emergncia geis e bem preparados, chegando ao local da

    ocorrncia em apenas alguns poucos minutos aps o incio do quadro.

    Servio esse desempenhado brilhantemente pela equipe do Samu que possue

    agilidade, profissionalismo e empenho no seu dia-a-dia, buscando sempre a perfeio e

  • cobertura total da sua populao, para isso possui equipe qualificada, veculos equipados e

    conta com tecnologia de ponta em suas centrais.

    O Servio de atendimento pr-hospitalar mvel possui uma central reguladora com

    equipe e frota de veculos compatveis com as necessidades de sade da populao de uma

    regio, considerando os aspectos demogrficos, populacionais, territoriais, indicadores de

    sade, oferta de servios e fluxos habitualmente utilizados pela clientela.

    Conforme a Portaria n. 814 de 4 de junho de 2001, a Regulao Mdica das

    Urgncias o elemento ordenador e orientador do Sistema de Ateno Integral s Urgncias,

    que estrutura a relao entre os vrios servios, qualificando o fluxo dos pacientes no sistema

    e gerando uma porta de comunicao aberta ao pblico em geral, atravs da quais os pedidos

    de socorro so recebidos, avaliados e hierarquizados. Possuem como competncias a deciso

    tcnica ante aos pedidos e deciso gestora dos meios disponveis.

    Para tanto, a Central de Regulao Mdica do SAMU dispe de linhas privativas (para

    uso exclusivo pelos profissionais das Unidades Bsicas de Sade) e de linhas externas,

    pertencentes ao sistema 192 (para uso exclusivo pelos solicitantes externos), alm de linhas

    externas de apoio. Solicitaes internas provenientes das prprias unidades de sade so

    atendidas pelas tcnicas auxiliares que nestes casos solicitam a presena do mdico que

    atendeu o paciente, repassando a ligao ao mdico regulador, que regula o fluxo conforme

    seu julgamento. Desta forma, tanto para as USA quanto para as USB, o mdico regulador

    gerencia o fluxo de circulao entre o campo pr-hospitalar e o hospitalar.

    Segundo o Samu de Santa Catarina (2007), dentre os vrios objetivos do SAMU-192

    alguns so:

    Possibilitar a populao o acesso telefnico com nmero exclusivo e gratuito

    para Central de Regulao Mdica das Urgncias-192;

  • Atender a populao com qualidade, com resposta adequada e adaptada s

    necessidades do cidado e quando se fizer necessrio, transport-lo com

    segurana e com o acompanhamento de profissionais do sistema at o

    ambulatrio ou hospital;

    Participar dos socorros em caso de desastres ou eventos com mltiplas vtimas,

    juntamente os servios de salvamento e resgate do Corpo de Bombeiros, da

    Polcia Militar, da Polcia Rodoviria, da Defesa Civil ou das Foras Armadas

    quando se fizer necessrio;

    Realizar relatrios mensais e anuais sobre os atendimentos de urgncia,

    transferncias inter-hospitalares de pacientes graves e os recursos disponveis

    na rede de sade para o atendimento s urgncias, contribuindo para o

    desenvolvimento de processos, mtodos de coleta, anlise e organizao dos

    resultados das aes, a fim de prover banco de dados, estatsticos atualizados,

    que posteriormente, poder servir de fonte de pesquisa e extenso a instituies

    de ensino;

    Participar da educao sanitria, proporcionando cursos de primeiros socorros

    comunidade, e de suporte bsico de vida aos servios e organizaes que

    atuam em urgncias;

    Garantir a universalidade, eqidade e a integralidade no atendimento s

    urgncias, uma vez que so os princpios do SUS;

    Desenvolver estratgias promocionais da qualidade de vida e sade capazes de

    prevenir agravos, proteger a vida, recuperar a sade, protegendo e

    desenvolvendo a autonomia e a eqidade de indivduos e coletividades;

    buscando identificar os determinantes e condicionantes das urgncias;

  • Promover, coordenar e executar projetos estratgicos de atendimento s

    necessidades coletivas em sade, de carter urgente e transitrio, decorrentes

    de situaes de perigo iminente, de calamidades pblicas e de acidentes com

    mltiplas vtimas, com a adoo de protocolos de preveno, ateno e

    mitigao dos eventos;

    Qualificar a assistncia e promover a capacitao continuada das equipes de

    sade do Sistema nico de Sade na Ateno s Urgncias, em acordo com os

    princpios da integralidade e humanizao;

    Orientao geral segundo os princpios de humanizao da ateno;

    Organizar o atendimento de urgncia nos pronto-atendimentos, unidades

    bsicas de sade e nas equipes do Programa Sade da Famlia atravs da

    referncia e contra referncia;

    Reduzir o nmero de mortes em funo do retardo diagnstico e teraputico;

    Reduzir o nmero de pacientes com seqelas decorrentes de atendimento

    tardio, atendimento parcial e/ou inadequado;

    Agilizar a disponibilidade de recursos colocados disposio do paciente;

    Disponibilizar equipes treinadas e UTIs mveis para o correto transporte de

    pacientes graves entre os hospitais;

    Racionalizar os recursos para atendimento ao paciente, evitando desperdcio

    decorrente do uso inadequado de meios e duplicao de atendimentos;

    Servir como observatrio epidemiolgico para o Sistema de Sade da cidade;

    Conforme o SAMU de Porto Alegre (2007), o atendimento pode ser classificado em

    primrio e secundrio. Primrio quando o pedido de socorro for oriundo de um cidado e

    secundrio quando a solicitao partir de um servio de sade, no qual o paciente j tenha

    recebido o primeiro atendimento necessrio estabilizao do quadro de urgncia

  • apresentado, mas necessite ser conduzido a outro servio de maior complexidade para a

    continuidade do tratamento.

    3.1 COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO DO SAMU:

    Conforme a portaria no 2048 de 5 de novembro de 2002, o socorro feito depois de

    uma chamada gratuita, feita para o telefone 192. A ligao atendida pela telefonista auxiliar

    de regulao mdica que acolhe a solicitao e registra: nome do solicitante, telefone,

    endereo, pontos de referncia, nome do paciente, sexo, idade, queixa, fator causador.

    Posteriormente a ligao transferida ao mdico regulador, que presume a gravidade da

    situao, a partir das informaes fornecidas pelo solicitante, esse profissional faz o

    diagnstico da situao e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a

    pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras aes, na seqncia ele decide pelo envio do

    recurso (Ambulncia de Suporte Bsico ou Avanado-UTI), ao chegar no local a equipe do

    SAMU realiza a avaliao do paciente, seguindo protocolos estabelecidos para atendimentos

    pr-hospitalares mveis de urgncia sempre mantendo contato via rdio, com a Central de

    Regulao para informao dos dados averiguados no local da ocorrncia ao mdico

    regulador, que estabelece a gravidade local e, se necessrio, o deslocamento para os Pronto-

    Atendimentos ou Emergncias Hospitalares da cidade respeitando a complexidade de ateno

    mais adequada ao atendimento do paciente. Em situaes no caracterizadas como risco

    iminente de vida, o mdico orienta outras medidas a serem efetuadas pelo solicitante.

    Durante a ligao ainda o mdico regulador pede para o solicitante a presena de uma

    outra pessoa no local da ocorrncia para esperar e sinalizar para a ambulncia quando a

    mesma estiver chegando ao local, bem como para que ele ligue novamente para o 192

  • fornecendo qualquer nova informao, sobre o estado do paciente. Toda ligao feita

    gravada para fins de registro.

    Uma grande preocupao da populao que durante a conversa com o mdico

    regulador esteja-se perdendo tempo, no entanto o que a maioria no sabe enquanto o

    solicitante voc fala com o mdico o restante da equipe j esta se deslocando para o

    atendimento. Essa conversa com o mdico regulador essencial para:

    Evitar hospitalizaes inteis e trotes telefnicos que podem levar ao bito de

    quem realmente precisa do SAMU;

    Para garantir o acesso unidade hospitalar que pode atender melhor a

    necessidade do paciente;

    Para acompanhar todo o resgate do paciente desde a ligao at a chegada na

    unidade de sade;

    Para entrar em contato com a unidade de sade e iniciar a preparao da equipe

    que vai atender o paciente, ganhando preciosos minutos.

    Todos os pedidos de socorro mdico que derem entrada por meio de outras centrais,

    como a da polcia militar (190), do corpo de bombeiros (193) e quaisquer outras existentes,

    devem ser, imediatamente, retransmitidos Central de regulao por intermdio do sistema de

    comunicao, para que possam ser adequadamente regulados.

    O SAMU por meio da sua central reguladora controla todos os atendimentos prestados

    garantindo inclusive a continuidade do atendimento e servindo como porta de entrada para o

    SUS. Assim por sua vez alm do atendimento pr-hospitalar propriamente dito, controla a

    retaguarda hospitalar encaminhando o paciente diretamente ao centro de referncia que possa

    dispensar tratamento definitivo para o seu caso.

    O SAMU atende solicitaes de emergncias e urgncias em domiclio, local de

    trabalho e vias pblicas, alguns exemplos de quando chamar este servio : Em casos de

  • problemas cardacos, problemas respiratrios, intoxicao, traumatismo, envenenamento,

    queimaduras, infeces, agresses graves, trabalho de parto, tentativas de suicdio, crises

    hipertensivas, acidentes com vtimas, choques eltricos, problemas psiquitricos, intoxicaes

    por dependncia qumica, acidentes com produtos perigosos e em caso de acidentes com

    animais peonhentos.

    importante lembrar que o SAMU trabalha com o conceito de vaga zero, ou seja, ele

    realiza atendimento independente da existncia ou no de leitos vagos em unidades de sade.

    A regio de cobertura para atendimentos previamente definida, respeitando os aspectos

    demogrficos, populacionais, territoriais e indicadores de sade.

    Segundo a Liga Acadmica de Trauma e Emergncia da Universidade Federal de Juiz

    de Fora (2006), o municpio de Ribeiro Preto, no estado de So Paulo, o SAMU atendeu nos

    meses de novembro e dezembro de 2006, cerca de 1500 atendimentos por ms, sendo 70%

    casos clnicos, como distrbios psiquitricos (11%), por convulses (10%) e de assistncia ao

    parto (7,6%). Nos casos de trauma, destacaram-se as quedas de altura com 52,7% e as

    colises com 10,8%. Esses dados foram obtidos

    3.2 AMBULNCIAS:

    Segundo a portaria n0 2.048 de 5 de novembro de 2002, ambulncia (do latin

    Ambulare, que significa deslocar) um veculo (terrestre, areo ou aquavirio) que se destine

    exclusivamente ao transporte de enfermos. O SAMU-192 em Cascavel, disponibiliza quatro

    tipos de veculos para transporte de pacientes: dois tipos de ambulncias para socorro Unidade

    de Suporte Avanado, Unidade de Suporte Bsico, Ambulncia para remoo simples de

    paciente, e Ambulncias sociais:

  • Ambulncia de Transporte ou tipo A: veculo destinado ao transporte em decbito

    horizontal de pacientes que no apresentam risco de vida, para remoes simples e de carter

    eletivo, tendo como tripulantes dois profissionais, sendo um motorista e o outro um tcnico ou

    auxiliar de enfermagem.

    Unidade de Suporte Bsico (USB), ou tipo B: veculo destinado ao transporte inter-

    hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pr-hospitalar de

    pacientes com risco de vida desconhecido, no classificado com potencial de necessitar de

    interveno mdica no local e/ou durante transporte at o servio de destino, sendo tripulada

    por dois profissionais, o motorista e um tcnico ou auxiliar de enfermagem, que se revezam

    conforme escala de trabalho pr-determinada, garantindo 24 horas dirias de funcionamento.

    Este veculo deve possuir equipamentos e medicamentos para que as intervenes no quadro

    clnico do paciente sejam feitas em campo, com orientao e monitoramento de um mdico

    distncia.

    Unidade de Suporte Avanado (USA), ou tipo D: veculo destinado ao atendimento e

    transporte de pacientes de alto risco em emergncias pr-hospitalares e/ou de transporte inter-

    hospitalar que necessitam de cuidados mdicos intensivos. Deve ser tripulada por trs

    profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um mdico, que se revezam conforme

    escala de trabalho pr-determinada, garantindo 24 horas dirias de funcionamento. Ela

    equipada com todo o material necessrio para a realizao de procedimentos de

    restabelecimento, estabilizao e manuteno das funes vitais de vtimas.

    E por fim, existem as ambulncias sociais so veculos habituais adaptados para

    transporte de pacientes de baixo risco, sentados (ex.: pacientes crnicos) que no se

    caracterizem como veculos tipo lotao (nibus, peruas, etc.). Este transporte s pode ser

    realizado com anuncia mdica.

  • Suporte bsico de vida - estrutura de apoio oferecida a pacientes com risco demorte desconhecido, promovida por profissionais de sade, por meio demedidas conservadoras no-invasivas (como imobilizao do pescoo,compresso de sangramento etc.).

    Suporte avanado de vida - estrutura de apoio oferecido a pacientes em riscode morte, promovido por profissionais mdicos, por intermdio de medidasno-invasivas ou invasivas (como, por exemplo, drenagem de trax, acessos vias areas, acesso venoso etc.) (PORTARIA N. 737/GM 16 DE MAIODE 2001).

    As modalidades de suporte bsico e avanado possuem algumas distines quanto

    complexidade da tecnologia empregada, tipo de procedimentos, bem como de veculos e

    equipamentos empregados.

    Cada equipe com sua respectiva viatura, fica de prontido aguardando determinao

    do mdico regulador para prestar o atendimento determinado. Se o mdico regulador

    determinada existncia de risco imediato vida, o atendimento competir s USA. Na

    ausncia de risco imediato vida a USB. Excees so feitas nos casos em que as USA, no

    estejam disponveis para o atendimento emergencial, devendo este ser realizado pela equipe

    das USB. Neste caso especial, a equipe da USB que ir prestar atendimento no local e

    aguardar a equipe da USA para completar o atendimento j iniciado.

    Toda atividade desempenhada pela equipe da USB realizada em conjunto, sem que

    haja diferenas hierrquicas entre os dois elementos da equipe. Entretanto na eventual

    necessidade de se fazer declarar uma autoridade local, esta dever ser delegada ao auxiliar ou

    tcnico de enfermagem que por questes de treinamento especfico na funo desempenhada,

    reconhecido como hierarquicamente superior ao motorista da viatura.

    Conforme a portaria n.1.864, de 29 de setembro de 2003, a avaliao das aes

    realizadas pelo SAMU feita por meio da seguinte lista de indicadores de desempenho:

    Tempo mdio de resposta entre a chamada telefnica e a chegada da equipe no

    local da ocorrncia.

    Tempo mdio decorrido no local da ocorrncia.

    Tempo mdio de transporte at a unidade de referncia.

  • Tempo mdio de resposta total (entre a solicitao telefnica de atendimento e

    a entrada do paciente no servio hospitalar de referncia).

    Indicadores de adequao da regulao (% de sadas de veculos de Suporte

    Avanado aps avaliao realizada pela equipe de Suporte Bsico).

    Taxas de mortalidade evitvel e mortalidade geral no ambiente de ateno pr-

    hospitalar, com avaliao do desempenho segundo padres de sobrevida e taxa

    de seqelas e seguimento no ambiente hospitalar.

    Mortalidade hospitalar imediata dos pacientes transportados (24 horas).

    Casustica de atendimento de urgncia por causa clnica e as relacionadas s

    causas externas, considerando localizao das ocorrncias, idade, sexo,

    ocupao, condio gestante e no gestante.

  • 4 O ENFERMEIRO DIANTE DO ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR:

    O Atendimento Pr-Hospitalar caracteriza-se como o conjunto de medidas e

    procedimentos tcnicos que objetivam o suporte de vida vtima, podendo ser bsico ou

    avanado, estabelecendo-se padro vital que mais se assemelhe normalidade, tendo como

    conceito supremo no agravar leses j existentes ou gerar leses que no existiam, bem

    como transportar o paciente para o centro hospitalar de referncia.

    Aps o modelo pr-hospitalar ter surgido na Frana em 1792, veio evoluindo

    lentamente, at 1924 quando foi estabelecido junto ao corpo de bombeiros em Paris, sendo o

    primeiro posto de emergncia mvel. Em 1965 nasceu o Samu, ou seja, 132 anos aps a

    descoberta dos benefcios do atendimento no local onde h vitima sofreu o agravo. No Brasil

    este modelo pr-hospitalar s teve maior propulso na dcada de 90.

    Se o APH evolui lentamente a expanso da enfermagem evoluiu mais lentamente

    ainda, apenas em 1970 aproximadamente, criou-se a primeira associao de enfermagem

    voltada rea de atendimento pr-hospitalar nos EUA, a qual em 1985 foi mudada para

    Associao da Enfermeira em Emergncia, com finalidade de ressaltar o papel deste

    profissional na rea. Atualmente, essa organizao oferece cursos em cuidados avanados

    sobre o trauma e triagem, e um programa de orientaes com publicaes, atividades de

    pesquisa e de educao continuada.

    Quando chegou ao Brasil este atendimento era realizado principalmente pelo setor

    privado, entretanto em algumas cidades o corpo de bombeiros atravs dos socorristas eram

    quem prestavam este tipo de atendimento. Os socorristas so pessoas leigas que recebem

    treinamento de primeiros socorros voltado para emergncia e urgncia, realizando os

    atendimentos atravs de protocolos que so um conjunto de regras pr-estabelecidas que

    padronizem os atendimentos pr-hospitalares.

  • Por volta da dcada de 1990, tendo como interesse secundrio, o Conselho Federal de

    Medicina passou-se a questionar os servios de APH do Corpo de Bombeiros operados por

    socorristas, at ento carentes de embasamento legal para a atuao. O Conselho de Medicina

    ento imps a insero da categoria mdica nos servios de APH, cabendo ao Corpo de

    Bombeiros e outros militares somente a atuao breve no Suporte Bsico de Sade.

    Frente a esse quadro, o Conselho Regional de Enfermagem do Estado de So Paulo,

    atravs da Deciso 001/2001 de 22 de maro de 2001, regulamentou as atividades de

    enfermagem no APH resolvendo que: "o Atendimento Pr-Hospitalar, de Suporte Bsico e de

    Suporte Avanado de Vida, em termos de procedimentos de Enfermagem, previstos em lei

    sejam, incondicionalmente, prestados por Enfermeiros, Tcnicos de Enfermagem ou

    Auxiliares de Enfermagem, observados os dispositivos constantes na Lei n 7498/86 e

    Decreto-lei 94.406/8". Em 12 de julho de 2001, no intuito de legitimizar as atividades de

    enfermagem no atendimento Pr-hospitalar, o Conselho Federal de Enfermagem, atravs da

    Resoluo n 260/2001, fixa como especialidade de Enfermagem e de competncia do

    enfermeiro o atendimento pr-hospitalar, sem, no entanto, especificar sua formao e aes.

    Em 2002, atravs Portaria n 2048 do Ministrio da Sade, de 05 de novembro de

    2002, que regulamenta e normatiza o APH, so definidas as funes do Enfermeiro, o perfil

    desse profissional bem como de toda a equipe que deve atuar nesse servio. Nessa Portaria os

    enfermeiros de Atendimento Pr-Hospitalar possuem as seguintes atribuies:

    Supervisionar e avaliar as aes de enfermagem da equipe no AtendimentoPr-Hospitalar Mvel; Executar prescries mdicas por telemedicina;Prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade tcnica a pacientesgraves e com risco de vida, que exijam conhecimentos cientficosadequados e capacidade de tomar decises imediatas; Prestar a assistnciade enfermagem gestante, a parturiente e ao recm nato; Realizar partossem distcia; Participar nos programas de treinamento e aprimoramento depessoal de sade em urgncias, particularmente nos programas de educaocontinuada; Fazer controle de qualidade do servio nos aspectos inerentes sua profisso; Subsidiar os responsveis pelo desenvolvimento de recursoshumanos para as necessidades de educao continuada da equipe; Obedecera Lei do Exerccio Profissional e o Cdigo de tica de Enfermagem;Conhecer equipamentos e realizar manobras de extrao manual de vtimas(PORTARIA N0 2048 DE 5 NOVEMBRO, 2002.).

  • O profissional enfermeiro tem papel estratgico no trabalho desenvolvido pelo SAMU,

    pois suas atribuies englobam desde aes assistenciais, administrativos e operacionais em

    sistemas de atendimentos pr-hospitalar.

    No que se refere ao perfil do profissional enfermeiro que atua no APH, a Portaria n

    2048 orienta que deva ter iniciativa, estar preparado para trabalhar em conjunto com a equipe;

    tomar decises rpidas, embasadas em conhecimentos prvios e protocolos de atendimento,

    alm disso, a referida portaria faz aluso tambm a algumas caractersticas psquicas como: o

    autocontrole e equilbrio emocional so fundamentais para agir sob presso e estresse.

    O sistema de estruturao de suporte avanado de vida do SAMU/192, que utiliza o

    enfermeiro na assistncia avanada, diferente do sistema protocolar americano onde o

    enfermeiro atua somente no setor administrativo, faz o diferencial em situaes excepcionais

    em que no haja referncia direta em protocolos.

    A enfermagem tem papel fundamental no APH com funes na assistncia,

    treinamento e gerenciamento. Todas de essencial importncia na qualidade do atendimento

    prestado as vtimas. Para atuao do profissional de enfermagem na assistncia a vtima deve

    ter como base fundamentao nas diretrizes do atendimento pr-hospitalar, seguindo

    competncias ticas e legais sendo que sua atividade, s ter exerccio legal aps habilitao e

    inscrio no Conselho Regional de Enfermagem.

    Trata-se de uma rea especfica de alta complexidade organizada recentemente em

    nosso pas, que exige novos conhecimentos possibilitando ao profissional enfermeiro

    capacidade de tomar decises imediatas, relacionamento com equipe interdisciplinar,

    gerenciamento, destreza, habilidade e equilbrio emocional. Requer tambm uma ampla e

    constante capacitao para que haja uma boa atuao da equipe demonstrando um trabalho

    diferenciado, de forma objetiva e sincronizado.

  • O atendimento pr-hospitalar regulamentado e assegurado por lei, teve como

    conseqncia a expanso de oferta de trabalho incluindo o enfermeiro nessa rea, a qual

    passou a absorver a mo-de-obra deste profissional. Entretanto a formao do enfermeiro

    generalista, ou seja, capacita o enfermeiro para a assistncia individual e coletiva dirigida

    criana, mulher e adulto, nas reas de enfermagem clnica cirrgica-obsttrica, ginecolgica,

    peditrica, psiquitrica e administrao hospitalar e dos outros servios bsicos. Fazendo com

    que haja algumas lacunas no que se refere formao de enfermeiros para atuao no APH,

    pois, de um lado tem-se a legislao apontando a necessidade de um profissional de APH

    especialista em sua rea de atuao com experincia e competncia; e de outro lado h

    formao de enfermeiros generalistas. Talvez esse cenrio, se constitua hoje num grande

    desafio na formao de enfermeiros para atuarem no APH.

    Para o exerccio da atividade extra-hospitalar necessrio que o profissional

    enfermeiro disponha de experincia em pronto-socorro, uma vez que no Brasil so

    pouqussimos os cursos de especializao especfica na rea de atendimento pr-hospitalar.

    Apesar de a Resoluo do COREN n 260/200 assegurar ao enfermeiro a participao no

    APH, essa nova rea de atuao parece no ter sido totalmente incorporada pelas

    universidades e faculdades do pas, algumas possui a disciplina de urgncia e emergncia em

    sua grade curricular, no entanto o enfoque para a o ambiente hospitalar, o que reflete no

    preparo dos futuros enfermeiros para a rea de urgncia e emergncia e em especial em

    Atendimento Pr-Hospitalar.

    Colocada a dificuldade, talvez seja pertinente que, durante a graduao, se

    estabeleam convnios com servios de Atendimento Pr-Hospitalar, no sentido de fornecer

    base de conhecimentos especficos que facilitem a adaptao do egresso caso venha a tornar-

    se um profissional dessa rea. Que os setores de especializao e ps-graduao ofeream

    mais cursos nesta rea da sade que atualmente se tornou to vital.

  • O enfermeiro do Atendimento Pr-hospitalar busca informao e formao

    profissional basicamente atravs de cursos oferecidos pelas empresas empregadoras; na busca

    do prprio profissional e atravs da literatura especfica. Atualmente, encontram-se

    disponveis vrios tipos de cursos que tm por objetivo colocar o enfermeiro frente a situaes

    inesperadas, onde se exige alto nvel de resolutividade para o cuidado do paciente. Dentre eles

    esto o ACLS, ATLS, PHTLS, BLS, entre outros.

    Levando em considerao que a enfermagem uma profisso tradicional e

    regulamentada no Brasil, interessante que as universidades ofeream cursos de enfermagem

    que aprimorem e abram espao em sua grade curricular para esta rea de atuao, pois

    inegvel as vantagens em aproveitar a formao destes profissionais para a capacitao de

    recursos humanos em urgncia e emergncia no Atendimento Pr-Hospitalar, quando

    comparado a criao e regulamentao de outra categoria profissional especfica.

  • 5 ENCAMINHAMENTO METODOLGICO

    Todo trabalho cientfico deve estar baseado na utilizao de mtodos cientficos

    (LAKATOS, 1991). Uma vez que o mtodo cientfico uma juno de mtodos e tcnicas

    que com habilidade crtica e criadora se descobre e se constri a cincia.

    Atualmente, existem diversos tipos de mtodos cientficos, sendo que a deciso sobre

    qual deles deve ser usado depende muito dos objetivos que se pretende alcanar. Uma

    tendncia moderna a utilizao de mais de um mtodo, conforme as necessidades da

    pesquisa.

    Na elaborao desta pesquisa foram utilizados os mtodos indutivo e dedutivo.

    Dedutivo por que durante a pesquisa bibliogrfica ir se procurar um denominador comum

    entre os autores. Mtodo indutivo, pois sero estudados diversos artigos especializados

    chegando se a um acordo com base em casos especficos. Lembrando que os dois mtodos se

    complementam.

    A pesquisa tem carter qualitativo, exploratrio, bibliogrfico e descritivo, ou seja:

    Pesquisa exploratria: que tem por finalidade familiarizar o pesquisador com o

    assunto, desenvolver hipteses sobre o tema pesquisado e modificar ou esclarecer conceitos

    (CERVO, 2002).

    Pesquisa descritiva: observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenmenos sem

    manipul-los, ou seja, busca o entendimento da realidade praticada (CERVO, 2002).

    A pesquisa bibliogrfica procura explicar um problema a partir de refernciastericas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente oucomo parte da pesquisa descritiva ou experimental em ambos os casos buscamconhecer e analisar as contribuies culturais ou cientficas do passado existentessobre um determinado assunto, tema ou problema (CERVO, PAG: 53, 2002).

  • Pesquisa qualitativa: Elas fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivaes

    no explcitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontnea. So usadas quando se busca

    percepes e entendimento sobre a natureza geral de uma questo, abrindo espao para a

    interpretao (BARROS, 2000).

    Para a determinao dos tipos de pesquisa aplicados neste estudo utilizou-se a

    classificao proposta por CERVO (2000), que definem os tipos de pesquisa segundo seus

    objetivos e seus meios.

    O levantamento bibliogrfico foi realizado em documentos secundrios: impressos

    (dicionrios, dissertaes, tese, fotografias, jornais, livros), meios magnticos e eletrnicos

    (arquivos em disquetes, base de dados em CD - ROM, e-mails).

    Tendo definido o mtodo, tipo de pesquisa faz-se necessrio estabelecer as atividades

    ou etapas que permitiro execut-lo. Considerando o objetivo principal do trabalho, foram

    adotados mtodos oriundos do campo da anlise resultando nas seguintes etapas do trabalho:

    1. Anlise da situao atual: nesta fase procura-se identificar os elementos que

    compem a realidade a ser observada. Para isso, faz-se uma pesquisa que pode ser definida

    quanto aos seus objetivos, como um misto de exploratria e descritiva. Do ponto de vista de

    procedimentos, faz-se uma exaustiva pesquisa bibliogrfica, procurando verificar uma reviso

    da histria e estado da arte no Brasil focando principalmente o municpio de Cascavel no

    estado do Paran, como tambm a atuao do enfermeiro diante o Atendimento Pr-

    Hospitalar.

    2. Finalizao: so apresentadas as consideraes finais a respeito da histria do

    atendimento pr-hospitalar mvel ou SAMU no Brasil, focando a cidade de Cascavel no

    Paran e a atuao do enfermeiro diante o Atendimento Pr-hospitalar.

    Completando a parte metodolgica, cabe ainda destacar que do ponto de vista da

    forma de abordagem do problema, este trabalho deve ser considerado uma pesquisa

  • qualitativa, pois seu foco principal o entendimento do processo. O formato descritivo, no

    apoiado em mtodos e tratamentos estatsticos faz parte desse tipo de pesquisa.

    Os aspectos ticos so observados tendo-se o cuidado de referenciar todas as fontes

    bibliogrficas consultadas e seus autores. So citados todos os autores dos quais se

    apresentam informaes, idias ou palavras, especificando-se citaes literais ou parfrases.

  • 6 CONSIDERAES FINAIS

    A partir da atuao do SAMU tem-se um forte potencial para corrigir uma das maiores

    queixas dos usurios do Sistema nico de Sade (SUS), que a lentido no momento do

    atendimento. Historicamente, o nvel de resposta urgncia e emergncia tem sido

    insuficiente, provocando a superlotao das portas dos hospitais e pronto-socorros. Essa

    realidade contribui para que hospitais e pronto-socorros no consigam oferecer um

    atendimento de qualidade e mais humanizado.

    Muitas vezes as pessoas chegam ao pronto socorro com quadro de urgncia e acabam

    passando despercebidos pelo profissional da triagem tendo que aguardar em longas filas

    aumentando as chances de seqelas por falta de atendimento apropriado. Estas situaes vo

    contra os princpios bsicos dos SUS: eqidade, integralidade e universalidade a todos os

    brasileiros. Com o SAMU esta realidade mudou, pois este servio garante a retaguarda

    hospitalar, encaminhando o paciente diretamente ao centro de referncia que possa dispensar

    tratamento definitivo para o paciente.

    A vida o bem mais precioso de um indivduo e em uma urgncia ou emergncia

    depende apenas de uma ligao gratuita. Portanto conhecer o SAMU e o seu funcionamento

    primordial para a execuo de suas atividades com eficincia, rapidez e responsabilidade para

    o qual o mesmo foi criado.

    A insero da enfermagem nas equipes pr-hospitalares s veio a somar e contribuir

    ainda mais na eficcia dos atendimentos, uma vez que os profissionais so capacitados indo

    alm dos protocolos estabelecidos, pois possuem conhecimento cientfico para tal.

    As publicaes referentes ao Atendimento Pr-Hospitalar ainda so rudimentares no

    Brasil, no que se refere produo da enfermagem sobre a formao do enfermeiro em APH.

  • Pouco se tem publicado, podendo-se dizer que existe uma lacuna no conhecimento, o que, de

    certa forma, limitou a realizao deste trabalho pela escassez de publicaes.

    Existe a necessidade de maior ateno na formao do enfermeiro para atuao no

    APH, pois, esse profissional imprescindvel para o bom andamento de tais servios, pois ao

    enfermeiro compete garantir assistncia de qualidade onde quer que esteja atuando, quer no

    intra ou no pr-hospitalar.

    Cada vez mais se define o espao do enfermeiro na atuao em conjunto com a equipe

    multiprofissional por meio de conhecimento cientfico do trabalho sincronizado e organizado.

    Mediante competncia tcnica e profissionalismo no desempenho de suas atribuies a

    enfermagem esta expandindo horizontes com respeito e admirao dos demais profissionais

    da sade.

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