Servico social 2009_6_3
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SERVIÇO SOCIAL
AutoresCarmen Ferreira Barbosa
Edilene Maria de Oliveira AraújoEdilene Xavier Rocha Garcia
Eloísa Castro BerroMaria Massae Sakate
Silvia Regina da Silva Costa
Educaçãosem fronteiras
6
Anhanguera PublicaçõesValinhos/SP, 2009
www.interativa.uniderp.brwww.unianhanguera.edu.br
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© 2009 Anhanguera PublicaçõesProibida a reprodução fi nal ou parcial por qualquer meio deimpressão, em forma idêntica, resumida ou modifi cada em línguaportuguesa ou qualquer outro idioma.Impresso no Brasil 2009
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPO GRANDE/MS
PresidenteProf. Antonio Carbonari Netto
Diretor AcadêmicoProf. José Luis Poli
Diretor AdministrativoAdm. Marcos Lima Verde Guimarães Júnior
CAMPUS I
ChancelerProfa. Dra. Ana Maria Costa de SousaReitorProf. Dr. Guilherme Marback NetoVice-ReitorProfa. Heloísa Helena Gianotti PereiraPró-ReitoresPró-Reitor Administrativo: Adm. Marcos Lima Verde Guimarães JúniorPró-Reitora de Graduação: Profa. Heloisa Helena Gianotti Pereira Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto: Prof. Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato
ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.UNIDERP INTERATIVA
DiretorProf. Dr. Ednilson Aparecido Guioti
CoodernaçãoProf. Wilson Buzinaro
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICAProfa. Terezinha Pereira Braz / Profa. Aparecida Lucinei Lopes Taveira Rizzo / Profa. Maria Massae Sakate /Profa. Adriana Amaral Flores Salles / Profa. Lúcia Helena Paula Canto (revisora)
PROJETO DOS CURSOSAdministração: Prof. Wilson Correa da Silva / Profa. Mônica Ferreira SatolaniCiências Contábeis: Prof. Ruberlei BulgarelliEnfermagem: Profa. Cátia Cristina Valadão Martins / Profa. Roberta Machado PereiraLetras: Profa. Márcia Cristina Rocha FiglioliniPedagogia: Profa. Vivina Dias Sol QueirozServiço Social: Profa. Maria de Fátima Bregolato Rubira de Assis / Profa. Ana Lúcia Américo AntonioTecnologia em Gestão e Marketing de Pequenas e Médias Empresas: Profa. Fabiana Annibal Faria de Oliveira BiazettoTecnologia em Gestão e Serviço de Saúde: Profa. Irma MarcarioTecnologia em Logística: Prof. Jefferson Levy Espindola DiasTecnologia em Marketing: Prof. Jefferson Levy Espindola DiasTecnologia em Recursos Humanos: Prof. Jefferson Levy Espindola Dias
ANHANGUERA PUBLICAÇÕES
DiretorProf. Diógenes da Silva Júnior
Gerente AcadêmicoProf. Adauto Damásio
Gerente AdministrativoProf. Cássio Alvarenga Netto
Ficha Catalográfi ca realizada pela BibliotecáriaAlessandra Karyne C. de Souza Neves – CRB 8/6640
S514 Serviço social / Carmen Ferreira Barbosa ...[et al.]. - Valinhos : Anhanguera Publicações, 2009. 240 p. - (Educação sem fronteiras ; 6)
ISBN: 978-85-62280-55-9
1. Serviço social – Planejamento. 2. Serviço social – Administração. 3. Serviço social – Integração da assistência. I. Barbosa, Carmen Ferreira. II. Título. III. Série.
CDD: 360
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Nossa Missão, Nossos Valores_______________________________
A Anhanguera Educacional completa 15 anos em 2009. Desde sua fundação, buscou a ino-
vação e o aprimoramento acadêmico em todas as suas ações e programas. É uma Instituição de
Ensino Superior comprometida com a qualidade dos cursos que oferece e privilegia a preparação
dos alunos para a realização de seus projetos de vida e sucesso no mercado de trabalho.
A missão da Anhanguera Educacional é traduzida na capacitação dos alunos e estará sempre
preocupada com o ensino superior voltado às necessidades do mercado de trabalho, à adminis-
tração de recursos e ao atendimento aos alunos. Para manter esse compromisso com a melhor
relação qualidade/custo, adotaram-se inovadores e modernos sistemas de gestão nas instituições
de ensino. As unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul preservam a missão e difundem os valores
da Anhanguera.
Atuando também no Ensino a Distância, a Anhanguera Educacional orgulha-se de poder es-
tar presente, por meio do exemplar trabalho educacional da Uniderp Interativa, nos seus pólos
espalhados por todo o Brasil.
Boa aprendizagem e bons estudos!
Prof. Antonio Carbonari Netto
Presidente — Anhanguera Educacional
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AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico
Apresentação____________________
A Universidade Anhanguera/UNIDERP, ao longo de sua existência, prima pela excelência no
desenvolvimento de seu sólido projeto institucional, concebido a partir de princípios modernos,
arrojados, pluralistas, democráticos.
Consolidada sobre patamares de qualidade, a Universidade conquistou credibilidade de par-
ceiros e congêneres no país e no exterior. Em 2007, sua entidade mantenedora (CESUP) passou
para o comando do Grupo Anhanguera Educacional, reconhecido pelo compromisso com a
qualidade do ensino, pela forma moderna de gestão acadêmico-administrativa e pelos propósi-
tos responsáveis em promover, cada vez mais, a inclusão e a ascensão social.
Reconhecida pela ousadia de estar sempre na vanguarda, a Universidade impôs a si mais um
desafio: o de implantar o sistema de ensino a distância. Com o propósito de levar oportunida-
des de acesso ao ensino superior a comunidades distantes, implantou o Centro de Educação a
Distância.
Trata-se de uma proposta inovadora e bem-sucedida, que, em pouco tempo, saiu das frontei-
ras do Estado do Mato Grosso do Sul e se expandiu para outras regiões do país, possibilitando o
acesso ao ensino superior de uma enorme demanda populacional excluída.
O Centro de Educação a Distância atua por meio de duas unidades operacionais: a Uniderp
Interativa e a Faculdade Interativa Anhanguera(FIAN). Com os modelos alternativos ofereci-
dos e respectivos pólos de apoio presencial de cada uma das unidades operacionais, localizados
em diversas regiões do país e exterior, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação
continuada, possibilitando, dessa forma, o atendimento de jovens e adultos com metodologias
dinâmicas e inovadoras.
Com muita determinação, o Grupo Anhanguera tem dado continuidade ao crescimento da
Instituição e realizado inúmeras benfeitorias na estrutura organizacional e acadêmica, com re-
flexos positivos nas práticas pedagógicas. Um exemplo é a implantação do Programa do Livro-
Texto – PLT, que atende às necessidades didático-pedagógicas dos cursos de graduação, viabiliza
a compra, pelos alunos, de livros a preços bem mais acessíveis do que os praticados no mercado
e estimula-os a formar a própria biblioteca, promovendo, assim, a melhoria na qualidade de sua
aprendizagem.
É nesse ambiente de efervescente produção intelectual, de construção artístico-cultural, de
formação de cidadãos competentes e críticos, que você, acadêmico(a), realizará os seus estudos,
preparando-se para o exercício da profissão escolhida e uma vida mais plena na sociedade.
Prof. Guilherme Marback Neto
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Autores____________________
CARMEN FERREIRA BARBOSA
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1984
Especialização: Saúde da Família – Universidade Federal de MS – UFMS – 2003
Especialização: Metodologia de Ensino Superior – FUCMAT – 1992
Mestrado: Serviço Social – Universidade Estadual Paulista/UNESP e Universidade Católica
Dom Bosco/UCDB – 2002
EDILENE MARIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
Graduação:Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1986
Pós-graduação Latu sensu: Gestão de Iniciativas Sociais – Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ – 2002
Pós-graduação Lato Sensu: Formação de Formadores de em Educação de Jovens e Adultos –
Universidade Nacional de Brasília – UNB – 2003
Pós-graduação Lato Sensu: Administração em Marketing e Comércio Exterior – UCDB – 1998
EDILENE XAVIER ROCHA GARCIA
Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1988
Especialização: Gestão de Políticas Sócias – UNIDERP – 2003
Mestrado: Desenvolvimento Local – Universidade Unidas Católicas – UCDB
MS – 2007
ELOÍSA CASTRO BERRO
Graduação: Serviço Social – Faculdades Integradas de Marília – 1984
Especialização: Planejamento e Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1998
Especialização: Metodologia de Ação do Serviço Social - Faculdades
Unidas Católica de
Mato Grosso – FUCMT – 1983
Mestrado: Serviço Social - Universidade Estadual Paulista/UNESP e Universidade Católica Dom
Bosco/UCDB – 2002
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MARIA MASSAE SAKATE
Graduação: Matemática – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS,
Campo Grande, MS – 1992
Especialização: Informática na Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –
UFMS, Campo Grande, MS – 1998
Mestrado: Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS,
Campo Grande, MS – 2003
SILVIA REGINA DA SILVA COSTA
Graduação: Serviço Social – Universidade Católica Dom Bosco – UCDB – 2001
Especialização em Violência Doméstica Contra Criança e Adolescentes – Universidade de São
Paulo – USP – 2004
Especialização: Políticas Sociais com Ênfase no Território e na Família – Universidade
Católica Dom Bosco – UCDB – 2007
Mestrado em Educação – Universidade Estadual Paulista – UNESP – 2008
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Sumário____________________
MÓDULO – PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
UNIDADE DIDÁTICA – ESTÁGIO SUPERVISIONADO IIIAULA 1
O estágio supervisionado III - o estágio como atividade integradora entre o saber e a ação ......... 3
AULA 2
A Intervenção em Serviço Social ........................................................................................................ 7
UNIDADE DIDÁTICA – PLANEJAMENTO DE INTERVENÇÕES SOCIAIS AULA 1
Planejamento em Serviço Social – conceitos e definições ................................................................ 14
AULA 2
A Administração no Serviço Social – contextualizações básicas ...................................................... 18
AULA 3
Gestão Social – aspectos importantes ................................................................................................ 23
AULA 4
Políticas, Planos, Programas e Projetos – Definições ........................................................................ 29
AULA 5
Papel do Gestor Social ........................................................................................................................ 32
AULA 6
O que é um projeto social? Implicações diretas na realidade atual .................................................. 36
AULA 7
Roteiro básico de um projeto social ................................................................................................... 40
AULA 8
Fases metodológicas e a instrumentalização do planejamento social .............................................. 47
AULA 9
Avaliação e monitoramento de projetos sociais ................................................................................ 54
AULA 10
O Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e o planejamento na administração pública......... 60
UNIDADE DIDÁTICA – TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES E OSINDICADORES SOCIAISAULA 1
Noções de estatística descritiva – obtenção e organização de dados ................................................ 68
AULA 2
Representações dos dados por meio da tabela ................................................................................... 76
AULA 3
Representações gráficas dos dados ..................................................................................................... 82
AULA 4
Aspectos conceituais: o que são indicadores e índices ...................................................................... 86
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AULA 5
Sistema de indicadores: requisitos para a sua construção e produção ............................................. 90
AULA 6
Fontes de indicadores sociais .............................................................................................................. 94
AULA 7
Desenvolvimento humano ................................................................................................................. 100
AULA 8
Objetivos do Desenvolvimento do Milênio - ODM .......................................................................... 106
SEMINÁRIO INTEGRADO: PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO .............................................. 115
MÓDULO – DESENVOLVIMENTO LOCAL E INTEGRAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
UNIDADE DIDÁTICA – DESENVOLVIMENTO LOCAL E TERRITORIALIZAÇÃOAULA 1
Desenvolvimento local: reflexões e conceitos .................................................................................... 119
AULA 2
Espaço, lugar e território .................................................................................................................... 125
AULA 3
Cultura e identidade ........................................................................................................................... 132
AULA 4
Capital social ....................................................................................................................................... 138
AULA 5
Potencialidade e comunidade ............................................................................................................. 146
AULA 6
Agentes do desenvolvimento local e dimensões metodológicas ....................................................... 150
AULA 7
Solidariedade e educação .................................................................................................................... 154
AULA 8
Cultura do desenvolvimento e desenvolvimento da cultura ............................................................ 160
UNIDADE DIDÁTICA – REDE SOCIOASSISTENCIALAULA 1
O significado de redes no contexto do trabalho socioassistencial ................................................... 171
AULA 2
A filantropia no Brasil ......................................................................................................................... 175
AULA 3
Terceiro setor e suas diversas concepções .......................................................................................... 182
AULA 4
Movimentos sociais, ONGs e redes solidárias ................................................................................... 186
AULA 5
Marco legal das entidades que compõem a rede socioassistencial ................................................... 190
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AULA 6
O Sistema Único de Assistência Social e a nova forma de gestão da assistência social: caráter
público, protagonismo e avaliação do processo................................................................................ 197
AULA 7
Oficina 1: PEAS/2006 – Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas sem
Fins Lucrativos ................................................................................................................................... 208
AULA 8
Oficina 2: PEAS/2006 – Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas sem
Fins Lucrativos .................................................................................................................................... 215
SEMINÁRIO INTEGRADO: DESENVOLVIMENTO LOCAL E INTEGRAÇÃO
DA ASSISTÊNCIA .................................................................................................................................... 227
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PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
Módulo
Profa. Ma. Eloísa Castro Berro
Profa. Ma. Silvia Regina da Silva Costa
Profa. Esp. Edilene Maria de Oliveira Araújo
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
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INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA
A evolução das ciências e também das tecnolo-
gias impulsionam, de forma generalizada, toda a
sociedade para a utilização de algumas técnicas e re-
sultados implementados pelas academias, entre elas
destacamos as grandes quantidades de informação,
de meios de comunicação, desenvolvimentos de pes-
quisas, um aprimoramento na forma de gerenciar e
adquirir outras formas de trabalho. Nesse contex-
to, a estatística, com a sua possibilidade de buscas,
de representações e síntese de dados, desponta nos
meios de comunicação e informação ampliando a
forma de acompanhar um dado acontecimento, ve-
rifi car, sintetizar, resolver problemas e tomar novas
decisões.
Na área de Serviço Social, com a concepção de
que todos têm direitos amplos e universais, orienta-
dos pela perspectiva de superação das desigualdades
sociais e pela igualdade de condições, é necessário
obter o conhecimento dos dados para transformá-
los em uma ferramenta de trabalho que possa real-
mente participar de um trabalho efetivo e crítico.
Un
idad
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idát
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Info
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In
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Soci
ais
AULA
1____________________NOÇÕES DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA –
OBTENÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE DADOS
Conteúdo• Introdução à estatística.
• Obtenção, classifi cação e organização dos dados.
Competências e habilidades• Compreender a técnica que melhor se aplica a uma determinada situação e utilizá-la efi cazmente na
sua solução.
• Verifi car e compreender de uma forma mais crítica as informações obtidas dos meios de comunicação.
• Ampliar a leitura das informações dos dados apresentados.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
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AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
69
O conhecimento das informações proporciona-
das por meio da tecnologia da comunicação e in-
formação é uma excelente ferramenta para a com-
preensão da realidade, pois possibilita uma visão
de conjunto de carência e potencialidade de cada
região, podendo assim reforçar e divulgar a neces-
sidade de medidas de tomadas de decisão tanto nos
níveis municipais, estaduais, federais e até mundial
como é descrito pelos órgãos das Nações Unidas
no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH)
publicado anualmente e também no Índice de De-
senvolvimento Humano (IDH), que pressupõe que
aferir a evolução de uma população não deve consi-
derar apenas a dimensão econômica, mas também
outras características como sociais, culturais, e polí-
ticas que infl uenciam a qualidade da vida humana.
Essas informações são baseadas em pesquisas esta-
tísticas, por meio de uma equipe interdisciplinar,
que buscam a população de que desejam obter as
informações, preparam o questionário, coletam as in-
formações, organizam e publicam por meio das fer-
ramentas existentes como as publicações científi cas,
jornais, sites na internet etc.
A seguir, uma tabela e seus gráfi cos para a com-
preensão de dados já organizados.
Vamos agora ampliar o conhecimento que já te-
mos de estatística, começando por alguns fatos his-
tóricos.
O surgimento da estatística
Desde a Antiguidade, os governos têm se interes-
sado por informações sobre suas populações e ri-
quezas, para fi ns de controle e forma de governabi-
lidade, pois o registro de informações não se perde
no tempo. Confúcio relatou levantamentos feitos na
China há mais de 2000 anos antes da era cristã. No
antigo Egito, os faraós fi zeram uso de informações de
caráter estatístico, conforme evidenciaram pesquisas
arqueo lógicas. Os registros mostram que alguns dos
povos já faziam controles de sua população, regis-
trando as migrações, nascimentos, óbitos, e também
das suas terras e das riquezas. Havia distribuição de
terras de uma forma proporcional à quantidade de
pessoas na família, faziam também registros dos pa-
trimônios para melhor tributar os impostos.
Os recenseamentos, como o mencionado na Bí-
blia, não passavam de controles militares, referentes
à baixa de soldados, armas e cavalos, visando reor-
ganizar o exército para novas conquistas e adminis-
trar as terras conquistadas. A partir do século XVI,
começa a aparecer a análise, de forma mais sistema-
tizada, de alguns fatos sociais, como casamentos,
batizados, mortes, e também apresentação das tabe-
las com os primeiros números relacionados.
Tabela – Crescimento anual médio do IDHPaís IDH em 1975 1975 a 1980 1980 a 1985 1985 a 1990 1990 a 1995 1995 a 2000 2000 a 2004 IDH em 2004Brasil 0,647 1,12% 0,43% 0,59% 0,79% 0,94% 0,22% 0,792Colômbia 0,664 0,86% 0,49% 0,56% 0,65% 0,55% 0,48% 0,790Venezuela 0,719 0,41% 0,22% 0,48% 0,21% 0,16% 0,32% 0,784Peru 0,645 0,91% 0,70% 0,26% 0,75% 0,67% 0,23% 0,767México 0,691 1,30% 0,54% 0,24% 0,47% 0,68% 0,31% 0,821Argentina 0,787 0,38% 0,22% 0,05% 0,54% 0,59% 0,09% 0,863Chile 0,706 0,97% 0,64% 0,57% 0,78% 0,60% 0,47% 0,859
Fonte: IDH do Brasil melhora, mas país cai no ranking.
Representação gráfi ca das informações da tabela.
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
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No século 18, Gottfried Anchenwall dá os primei-
ros passos para que esses controles, por meio dos
dados obtidos e organizados, tenham objetivos ou
métodos que se relacionem com outras ciências. É
também, pela primeira vez, que se observa o termo
“estatística” como uma ciência. A partir dessa época,
as tabelas e as representações gráfi cas fi caram mais
signifi cativas, com uma maior clareza. Os estudos
da probabilidade fi zeram com que a estatística não
fi casse apenas na coletânea de dados numéricos,
mas que desse uma visão do todo, pelo estudo das
partes.
A teoria das probabilidades, no fi nal do século
XVII, aplicada à estatística existente, deu origem à
estatística moderna, aplicada em todos os campos
de pesquisa. Atualmente tornou-se uma tecnologia
quantitativa para a ciência experimental e observa-
cional, que permite avaliar e estudar as incertezas
e os seus efeitos no planejamento, possibilitando a
interpretação de experiências e de observações de
fenômenos da natureza e da sociedade.
Resumindo...
Estatística é uma tecnologia quantitativa para a
ciência experimental e observacional, que permite
avaliar e estudar as incertezas e também as certezas
e os seus efeitos no planejamento, possibilitando a
interpretação de experiências e de observações de
fenômenos da natureza e da sociedade. Está relacio-
nada com a matemática de uma forma dependen-
te para se desenvolver e com outras ciências é um
complemento da pesquisa.
Importância da estatística na sociedade
Adquirir conhecimentos e transformá-los foram
preocupações constantes do homem na sua histó-
ria. Muitos desses conhecimentos, que se transfor-
maram em descobertas desfrutadas por nós todos
os dias, vieram de fontes ignoradas por muitos: a
estatística.
A estatística é utilizada praticamente por todos os
setores da pesquisa, tanto governamentais como os
privados, das ciências humanas, sociais, aplicadas,
exatas, enfi m por todos os ramos. Ela dá a possi-
bilidade de visualizar e ampliar o conhecimento de
uma forma mais generalizada, extrair as informa-
ções necessárias e também interferir nas diferentes
localidades com as informações obtidas.
Outro setor que se apropria das informações ob-
tidas pelas pesquisas estatísticas é o da comunica-
ção, pois a sua representação em tabelas e gráfi cos,
com todas as suas técnicas, faz com que as infor-
mações sejam compreendidas mais rapidamente na
sua totalidade.
Essa forma de transposição das informações cria
uma nova forma de leitura das pesquisas acadêmi-
cas e do mundo. Os profi ssionais, de forma geral,
devem possuir conhecimentos de estatística para
tomar decisões e para evitar apresentações viciosas.
Isso implica que as academias proporcionem movi-
mentos nos quais possam criar e fazer leituras das
informações dos dados estatísticos, ampliando mais
o conhecimento, desenvolvendo na formação aca-
dêmica competências para visualizar com mais pro-
priedade os fenômenos históricos, sociais, políticos
e econômicos.
A estatística contribui na formação profi ssional,
como uma excelente ferramenta para o desenvolvi-
mento de métodos científi cos. Entretanto, a estatís-
tica não pode provar nada e sim propiciar o cálculo
da probabilidade da ocorrência de um evento den-
tro de uma determinada margem de acerto, ou ain-
da a hipótese relativa de se estar certo ou errado.
A estatística pode ser aplicada nas mais diversas
áreas. Entre elas, citamos as mais conhecidas pela
sociedade:
a) o censo, que é aplicado pelo Instituto Brasilei-
ro de Geografi a e Estatística (IBGE), fornece ao go-
verno federal as informações, em diferentes aspec-
tos, da população brasileira, também utilizado por
muitos pesquisadores para ampliar as informações
da população total e também das diversas regiões.
Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/>;
b) a política, quando é feita a pesquisa de urna
ou para saber as necessidades da população, para
que os políticos possam traçar as suas metas de
campanha.
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AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
71
Destacaremos a partir de agora a importância da
estatística no curso de Serviço Social.
A estatística tem se tornado parte integrante das
nossas vidas. Basta dar uma olhada nos diversos ti-
pos de publicações como os jornais, livros e revistas,
para perceber como a linguagem da probabilidade
e da estatística está presente no cotidiano, e é cons-
tantemente utilizada tanto nas seções policiais, des-
portivas, informativas, como na meteorologia, em
relatórios econômicos e fi nanceiros, administrati-
vos, sondagens de opinião, com caráter político ou
publicitário, de produtos de consumo, ilustrando as
informações com gráfi cos e tabelas dos mais diver-
sos tipos, cujas leitura e interpretação pressupõem
alguns conhecimentos estatísticos.
Essa linguagem está na sociedade em geral; as in-
formações são apresentadas utilizando os métodos
e a linguagem estatística. As publicações de uma
forma geral recorrem, frequentemente, a conceitos
estatísticos e utilizam gráfi cos e tabelas de vários ti-
pos para representarem os seus dados e conteúdos.
• O fazer profi ssional perante as questões sociais
predispõe que se tenha a visão do todo e das
partes, tanto nos cenários internacional e na-
cional, desvelando as possibilidades de ação
contidas na realidade para uma tomada de
uma decisão.
• A identifi cação das demandas presentes na so-
ciedade pode ser proporcionada por uma pes-
quisa estatística.
• O enfrentamento das questões sociais pode ser
proporcionado também pelo conhecimento da
realidade local e do contexto do acontecimento.
• No gerenciamento de programas, elaboração,
execução e avaliação, possibilitam a visibilida-
de por meio de um sistema de informação para
tomada de decisão, como:
– atendimento das etapas do programa da sua
equipe de trabalho;
– informações das metas atingidas e manipu-
ladas;
– qualidade do atendimento;
– localidades atendidas;
– grau de satisfação da equipe de trabalho;
– grau de produtividade e a necessidade para
a superação;
– identifi cação de problemas na aceitação do
programa;
– informações quanto a visitas, perícias técni-
cas, laudos, informações e pareceres sobre
matéria de Serviço Social;
– realizar pesquisas que subsidiem formula-
ção de políticas e ações.
• Verifi car e orientar a população na identifi ca-
ção de recursos para atendimento e defesa de
seus direitos.
• Verifi car por meio da pesquisa, elaborar pla-
nos e projetos, executar e avaliar planos na área
social.
Desse modo, esse tipo de conhecimento possibi-
lita o desenvolvimento da capacidade de tomar de-
cisões, essencial, quer no exercício da cidadania ou
na vida profi ssional.
O uso da tecnologia, mais especifi camente de
uma planilha eletrônica ou um software específi -
co de estatística, dá a possibilidade de um enfoque
maior nos conceitos estatísticos, superando assim as
difi culdades que muitos têm das técnicas matemáti-
cas para cálculos operatórios, permitindo trabalhar
com dados mais complexos, sem arredondamentos,
isto é, com os dados reais.
Apesar da importância de compreensão dos con-
ceitos matemáticos no ensino da estatística, poderá
ser mais signifi cativo se o enfoque do ensino esti-
ver mais centrado nos conceitos estatísticos do que
nos cálculos matemáticos e probabilísticos. Mesmo
reconhecendo a necessidade e a importância dos
procedimentos, isso deverá ser o início de todo o
processo, o desafi o é ir muito além, ultrapassar os
procedimentos e chegar à refl exão. A estatística de-
verá ser muito mais do que uma série de técnicas. O
trabalho com os dados deve promover o desenvol-
vimento de hábitos de pensamento, pois se trata de
um processo de pensar para um maior entendimen-
to sobre o mundo.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
72
A compreensão, de forma signifi cativa, da pre-
paração dos questionários, amostragem, coleta de
dados, organização, representação gráfi ca de dados
e da elaboração de previsões faz com que o pensa-
mento estatístico seja usado na resolução de proble-
mas do mundo real, obtendo a devida valorização
por parte dos alunos, contribuindo assim para sua
conscientização sobre o papel da estatística na so-
ciedade e a natureza do pensamento científi co.
Podemos já visualizar alguns pontos que os assis-
tentes sociais poderão usar dos conceitos estatísticos
para obter benefícios na sua profi ssão. Destacamos
agora alguns aspectos que devem ser analisados cri-
ticamente antes do uso da estatística.
Limitações da estatística
A estatística tem sido utilizada na pesquisa cien-
tífi ca para a otimização de recursos econômicos,
para o aumento da qualidade e produtividade, na
otimização em análise de decisões, em questões ju-
diciais, previsões e em muitas outras áreas, porém
pode haver erros na coleta dos dados. Por exemplo,
um entrevistador pode cometer um engano ao re-
gistrar os dados obtidos, em vez de registrar a idade
de uma pessoa, 24, registra 42, interferindo assim na
transposição das informações.
Com a fi nalidade de levantar dados para determi-
nada pesquisa é importante escolher uma fonte con-
fi ável de informações ou uma amostra adequada e
utilizar instrumentos corretos de coleta de dados, tais
como questionários ou entrevistas, entre outros. De-
pendendo do assunto pesquisado, os dados resulta-
rão em gráfi cos diferentes, bem como diferentes dis-
tribuições de frequências. Ao colocarmos os valores
em um gráfi co, podemos obter as mais diversas con-
fi gurações e elas poderão afetar a leitura dos dados.
Podemos também observar que em alguns mo-
mentos não temos disposição para a interpretação
de uma pergunta, assim a resposta poderá estar in-
correta, causando erros nos resultados.
Os questionários mal elaborados podem levar a
interpretações do que não desejamos e assim as res-
postas não terão êxito na pesquisa.
A busca de informações por meio de uma pes-
quisa em toda a população torna-se dispendiosa
temporal e fi nanceiramente, assim a alternativa é a
busca de uma amostra. Esta deverá ter uma análise
criteriosa e impessoal, pois poderá trazer informa-
ções que não representam a população. Exemplo:
um político quer saber seu grau de aceitação na so-
ciedade e busca informações apenas em seu partido
político ou com os seus familiares.
Noções de estatística
O que é a estatística?
Segundo Rocha,10 estatística é: “ciência que tem
por objetivo a observação, a captação, a classifi ca-
ção e análise das ocorrências coletivas ou de massa,
bem como a indução de leis a que tais ocorrências
obedeçam, e apresentação numérica em tabelas e
gráfi cos dos resultados dessas observações”.
De uma forma mais simplifi cada, colocamos que
é uma metodologia para coletar, analisar, apresentar
e interpretar os dados, isto é, uma parte da mate-
mática aplicada que fornece métodos para a coleta,
organização, descrição, análise e interpretação de
dados e a utilização destes na tomada de decisão.
A estatística se divide em duas áreas ou fases:
a descritiva e a inferencial
A estatística descritiva compreende as etapas de
descrição, da organização, tabulação e representa-
ção por meio de gráfi cos e tabelas. O seu objetivo é
tornar as pesquisas mais fáceis de serem entendidas,
relatadas, discutidas, facilitando a utilização dos re-
sultados obtidos. Por exemplo:
a) apresentação por meio de uma tabela ou grá-
fi co do perfi l do assistente social por meio da pes-
10 ROCHA, R. Dicionário língua portuguesa. São Paulo: Editora Scipio-ne, 1996. p. 256.
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AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
73
quisa nacional elaborada pelo Conselho Federal do
Serviço Social (CFESS);
b) dados da média anual de leitura de livros
dos acadêmicos do curso de Serviço Social da
UNIDERP Interativa;
c) apresentação por meio de gráfi cos do índice
de aceitação da popularidade do presidente da Re-
pública.
A estatística inferencial é a continuidade da es-
tatística descritiva, e consiste na análise e interpre-
tações dos dados amostrais. Sua base está ligada à
teoria das probabilidades, tornando possível a esti-
mação de características de uma população a partir
dos resultados amostrais.
De uma forma mais simplifi cada, a estatística infe-
rencial, por meio de uma amostra que teve as etapas
de amostras e pesquisa na estatística descritiva, tenta
ampliar o conhecimento, fazer estimativas e testar a
sua hipótese de características da população.
rão os acadêmicos do curso de Serviço Social da
UNIDERP Interativa, pois o resultado da pesquisa
fornecerá dados para responder à minha questão de
investigação.
• População é o conjunto de todos os elementos
com as características que se deseja estudar ou
é o grupo sobre o qual se realiza um estudo es-
tatístico.
Ao aplicar as questões, devemos decidir quem res-
ponderá a elas.
Nesse caso, se for para toda a população, daremos
o nome de censo; se forem escolhidos alguns repre-
sentantes, será apenas uma amostra.
• Amostra é a parte da população que se escolhe
aleatoriamente para o estudo; em outras pala-
vras, deve ser escolhida obrigatoriamente ao
acaso e refere-se a uma parte representativa da
população.
A amostra deverá ser no mínimo de 10% de ele-
mentos da população.
As vantagens de se trabalhar com amostras repre-
sentativas são: baixo custo, pouco tempo para reali-
zar a pesquisa, facilidade e efi ciência nos resultados
obtidos.
A escolha da amostragem poderá ser:
a) amostragem aleatória simples – sorteia-se para
o estudo pelo menos 10% da população; ex.: sorteio
em uma urna;
b) amostragem sistemática – sorteia-se um nú-
mero de 1 a 10. Este será o primeiro, os próximos
poderão ser os múltiplos do número sorteado ou a
somatória de 5; enfi m, deverá ser sistematizada uma
forma para a escolha dos elementos;
c) amostragem estratifi cada proporcional – a
amostra é formada por estratos com um número de
elementos proporcional ao de cada grupo que for-
ma a população, isto é, se a população for formada
por 70% do sexo masculino, a amostra deverá ter
70% desses elementos.
Alguns conceitos esclarecedores ..........
É importante conhecer os conceitos estatísti-
cos. Essa ciência nos dá possibilidade de uma visão
maior, mais global dos acontecimentos e de sermos
mais críticos nos resultados demonstrados pelas
mídias impressas, televisivas ou digitais. Antes da
elaboração dos questionamentos relacionados com
um problema, é imprescindível decidir que parte da
população será pesquisada.
Exemplo:
Queremos saber quantos acadêmicos do curso de
Serviço Social da UNIDERP Interativa estão atuan-
do na área de formação.
Para obtermos a resposta para esse questio-
namento, necessitamos fazer a pergunta para os
acadêmicos do curso, logo, a nossa população se-
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
74
b) secundários – quando os pesquisadores recor-
rem aos relatórios, revistas, livros ou dados já cole-
tados por instituições especializadas.
O conjunto de dados é obtido por meio dos ele-
mentos da pesquisa. Eles fazem parte da amostra.
Os elementos são as entidades sobre as quais os
dados são coletados, por meio de variáveis.
Variáveis – são as características medidas e apre-
sentam variabilidade dentro da população.
Podem ser qualitativas ou quantitativas.
Variáveis qualitativas – quando seus valores fo-
rem expressos por atributos (não numéricos).
- Nominal – quando tem nome (ex.: cor dos olhos,
sexo, raça, consumo de bebida, gosto pelo estudo).
- Ordinal – quando tem ordem (ex.: classe social,
grau de instrução, consumo de álcool – pouco, mé-
dio, muito).
Variáveis quantitativas – quando seus valores po-
dem ser descritos numericamente.
- Discreta – quando seus valores resultam de con-
tagem (ex.: número de fi lhos, número de reprova-
ções, número de copos de álcool consumidos etc.).
- Contínua – quando seus valores resultam de
medições e podem assumir qualquer valor em um
intervalo da reta numérica (ex.: estatura, nota na
prova, IMC, quantidade de bebida alcoólica consu-
mida etc.).
ResumindoVariáveis Tipos Descrição Exemplos
Qualitativas ou categóricas
NominalNão existe ordenação
Cor dos olhos
Sexo
Cor/raça
OrdinalObedece a certa ordenação
Grau de escolaridade
Classe social
Quantitativas
Discreta Contagem
Quantidade de funcionário
Acidentes ocorridos durante um mês
Contínua MediçãoEstatura
Peso
Já sabemos os tipos de dados existentes em uma
coleta, mas como podemos coletar os dados?
• Para saber a temperatura da água da piscina,
basta colocar um dedo; se houver a necessidade
de uma maior precisão, basta colocar um ter-
mômetro.
• Para saber se existe uma doença, o médico so-
licita exames. A proporção da quantidade de
sangue retirado é bem menor que 10%.
• Para saber se a sopa está boa, prova-se apenas
uma pequena porção, mas se a sopa não for
homogênea, teremos informações viciadas ou
a amostragem dará uma visão distorcida da
realidade.
O tamanho da amostra depende da área espe-
cífi ca que está sendo pesquisada. O resultado de
uma pesquisa da amostragem refl etirá o todo. Uma
maneira prática de se minimizar os erros é evitar
amostras muito pequenas que produzam uma es-
timativa pouco representativa da população; entre-
tanto, amostras grandes demandam muito trabalho
e tempo, elevando signifi cativamente os custos.
É importante ter alguns cuidados para que não
ocorram erros viciosos, levando os dados observa-
dos, medidos ou avaliados, a não representatividade
da realidade. Se a amostragem não for realizada con-
forme as técnicas experimentais, ela não representa-
rá a população e, consequentemente, a margem de
erros tornar-se-á tão grande que a pesquisa poderá
tornar-se inútil. Quando temos condições de saber
quem e como vamos escolher nossos entrevistados,
partiremos para verifi car quais os tipos de variáveis
e dados iremos buscar nos nossos questionários.
Dados, elementos e variáveis
Os dados são os fatos e números coletados, anali-
sados e sintetizados para a apresentação e interpre-
tação; em outras palavras, qualquer característica
que possa ser observada ou medida de alguma ma-
neira. As matérias-primas da estatística são os dados
observáveis e mensuráveis.
Os dados podem ser:
a) primários – quando as informações são colhi-
das diretamente pelo pesquisador ou por seus au-
xiliares;
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AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados
75
Sabemos que existem dois tipos de dados, os pri-
mários e os secundários; destacaremos a seguir os
métodos de pesquisa.
No método de coleta de dados primários, podem
ser utilizadas algumas das formas abaixo:
Questionários
Entrevistas pessoais
Tipos de perguntas
Dicotômica
Múltipla escolha
Aberta
Entrevista por telefoneEnvio por e-mailDeixado em lugares estratégicosObservação
O questionário, geralmente enviado pelo correio ou por e-mail ou deixado em lugares estratégicos, é a forma mais conhecida de pesquisa estatística. Atualmente, a entrevista por telefone e o e-mail estão substituindo o trabalho antes feito pelo correio.
A observação é o principal método empregado quando a população de interesse não está relacio-nada com as pessoas ou não requer resposta de pessoas. Exemplo: uma pesquisa sobre o tráfego. Esse método depende em grande parte do observa-dor e, por sua natureza, geralmente consome mais tempo.
Quanto aos tipos de perguntas, na elaboração do questionário, veja os detalhes.
• Perguntas dicotômicas são aquelas que permi-tem apenas duas respostas. Exemplo:
Você mora com os seus pais? ( ) sim ( ) não
Você gosta ( ) ou não gosta de matemática ( )?
• Perguntas de múltipla escolha são aquelas ques-tões com opção de várias possibilidades. O par-ticipante pode fazer o uso de apenas uma des-sas opções.
Exemplo:
Em que tipo de alojamento você está morando neste ano de estudo?
( ) Alojamento universitário
( ) Casa/apartamento próprio, com os seus pais
( ) Casa/apartamento alugado, com os seus pais
( ) Outro (favor especifi car)_________________
• Qual a cor de seus olhos?
( ) Verde
( ) Marrom
( ) Outro (favor especifi car)_________________
Nas perguntas abertas, os participantes podem responder a essas perguntas de qualquer maneira. A principal vantagem é que elas permitem um núme-ro infi nito de respostas divergentes, mas, cuidado, pois são difíceis de ser processadas e analisadas. Seja prudente para não as utilizar demasiadamente.
As perguntas abertas podem ser mais úteis em três áreas particulares:
a) pesquisas-piloto – podem ser úteis para tentar alcançar todas as possíveis respostas para uma de-terminada pergunta, tornando-a mais bem projeta-da para uma de múltipla escolha;
b) investigações – para obter informações extras dependendo de uma escolha feita por uma resposta anterior;
c) utilizadas no fi nal do questionário, – podem ser um meio de dar ao participante a chance de adi-cionar qualquer coisa que ele considere importante, mas não é mencionado nas perguntas citadas.
As perguntas abertas podem dar mais credibili-dade ao relatório fi nal com o uso de respostas reais, como citações.
Observações importantes para a elaboração de um questionário
• Ele deve ser o mais curto possível.
• As questões em si:
– devem evitar o uso de termos complexos;
– devem fazer sentido;
– não devem ser muito técnicas ou envolver muitos cálculos;
– não devem ser muito pessoais ou ofensivas;
– não devem sobrecarregar a memória;
– não devem ser ambíguas.
• As perguntas devem ser colocadas em uma or-dem lógica.
• Deve ser disposto e construído de forma atraente.
• A maneira como as respostas serão analisadas
devem ser consideradas na etapa da elaboração
do questionário.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
76
Nesta aula, vamos dar continuidade aos conteú-
dos anteriores e verifi caremos como se faz para or-
ganizar os dados qualitativos e quantitativos e apre-
sentar os dados em tabela e logo após faremos uma
descrição gráfi ca dos dados estatísticos.
DESCRIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
Após a elaboração e a aplicação dos questionários
e das entrevistas, temos uma nova fase que é a orga-
nização dos dados coletados.
Os dados brutos ou absolutos são aqueles coleta-
dos através da pesquisa direta da fonte sem outra
manipulação e estão divididos em dois tipos que
são os qualitativos e os quantitativos. Primeiramente
trataremos dos dados qualitativos que são os expres-
sos por atributos ou qualidade.
Suponhamos que os dados a seguir relacionados se-
jam os dados brutos coletados de uma pesquisa sobre o
estado civil dos 56 acadêmicos de uma turma do curso
ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa.
Un
idad
e D
idát
ica
– Tr
atam
ento
de
Info
rmaç
ão e
os
In
dic
ado
res
Soci
ais
AULA
2____________________REPRESENTAÇÃO DOS DADOS POR MEIO
DA TABELA
Conteúdo• Obtenção e organização dos dados.
• Tabulação e classifi cação dos dados.
• Apresentação dos dados em tabelas.
Competências e habilidades• Compreender a técnica que melhor se aplica a uma determinada situação e utilizá-la efi cazmente na
sua solução.
• Verifi car e compreender de uma forma mais crítica as informações obtidas dos meios de comunicação.
• Ampliar a leitura das informações dos dados apresentados.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presencial com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para auto estudo
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AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela
77
Cabe observar ainda que oito acadêmicos deixa-
ram a questão em branco, isto é, não responderam.
As normas para a elaboração de uma tabela estão
no fi m do texto desta aula.
No geral, para o levantamento de todos os dados
qualitativos, a forma de organização dos dados e a
sua apresentação são usados procedimentos seme-
lhantes. Mas a leitura dos dados absolutos é de difí-
cil interpretação. Mesmo trazendo um resultado fi el
e exato. É necessário usar de um conceito da estatís-
tica dos dados relativos. Estes têm por fi nalidade re-
alçar ou facilitar as comparações entre quantidades.
Os cálculos é que fazem comparações do todo com
as situações ou categorias específi cas ou a razão en-
tre o total e o específi co.
Podemos traduzir os dados relativos, de uma forma
geral, por meio de porcentagens, índices, coefi cientes
e taxas. A seguir apresentaremos como será efetuado
o cálculo e depois uma breve leitura dos dados.
A frequência relativa é simplesmente a proporção
de representações de uma situação em relação ao
total dessa variável.
Solteiro Casado Casado Viúvo Casado Casado Solteiro
Casado Solteiro Casado Solteiro Casado Casado
Solteiro Divorciado Casado Casado Casado Solteiro
Casado Viúvo Solteiro Casado Solteiro Solteiro Viúvo
Viúvo Solteiro Casado Divorciado Casado Casado
Casado Casado Casado Solteiro Casado Casado
Casado Solteiro Casado Casado Casado Casado
Divorciado Solteiro Casado Solteiro
É possível organizar, contar por meio de uma
planilha ou manualmente e arrumar os dados em
conjunto e apresentá-los em uma tabela. Já sabemos
que temos acadêmicos nas categorias ou situação:
casado, divorciado, solteiro e viúvo. Mostraremos
agora essas informações por meio de uma tabela,
uma representação tabular.
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Situação Frequência
Casado 27
Divorciado 3
Solteiro 14
Viúvo 4
Não responderam 8
Total 56
Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Situação FrequênciaCálculo
(Rascunho)
Frequência
relativa
Cálculo
(Rascunho)
Frequência
percentual
Casado 27 27/56 0,482 0,482 *100 48,20
Divorciado 3 3/56 0,054 0,054 *100 5,40
Solteiro 14 14/56 0,250 0,250 *100 25,00
Viúvo 4 4/56 0,071 0,071 *100 7,10
Não responderam 8 8/56 0,143 0,142*100 14,30
Total 5627/56+3/56+14/56+
4/56+8/561,000
0,482*100+0,054*100+
0,250*100+0,071*100+ 0,142*100100,00
Obs:
• As colunas Cálculo (Rascunho) aparecem para a compreensão do cálculo.
• Na frequência relativa utiliza-se até três casas na parte decimal.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
78
A frequência percentual é a frequência relativa
multiplicada por 100.
Refl etindo...
Qual seria a mais signifi cativa, para a leitura das
informações? Em qual delas seria mais fácil inter-
pretar as informações?
Como elaborar uma representação tabular
Fazer uma representação dos dados coletados por meio de tabelas, possibilita uma visão mais clara do que ocorre com os dados observados.
Para organizar uma série estatística ou uma dis-tribuição de frequências, existem algumas normas nacionais ditadas pela Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas (ABNT), de acordo com a publicação Normas de apresentação tabular, 3.a edição, 1993, do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), as quais devem ser respeitadas. Assim, toda tabela estatística deve conter:
Elementos essenciais
1. Título – indica a natureza da pesquisa, as variá-veis na análise do fato, o local e a época.
2. Corpo – é o conjunto de linhas e colunas que contêm, respectivamente, as séries horizontais e verticais de informações.
3. Cabeçalho – designa a natureza do conteúdo de cada coluna.
4. Coluna indicadora – mostra a natureza do con-teúdo de cada linha.
Elementos complementares (se necessário)
5. Fonte – é o indicativo, no rodapé da tabela, da entidade responsável pela sua organização ou for-necedora dos dados primários.
6. Notas – são colocadas no rodapé da tabela para esclarecimentos de ordem geral.
7. Chamadas – são colocadas no rodapé; servem para esclarecer minúcias em relação às colunas ou linhas. Nenhuma célula da tabela deve fi car em branco, apresentando sempre um número ou sinal.
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Situação Frequência (%)
Casado 48,20
Divorciado 5,40
Solteiro 25,00
Viúvo 7,10
Não responderam 14,30
Total 100,00
Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.
Você consegue perceber quais dados dão melhor
visibilidade da situação?
Quando mostramos alguns dados, temos que ter
essa preocupação. Qual a melhor forma para enten-
der os dados apresentados?
Podemos usar também a tabela com os dados na
frequência percentual.
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Situação Frequência (%)
Casado 48,20
Divorciado 5,40
Solteiro 25,00
Viúvo 7,10
Não responderam 14,30
Total 100,00
Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.
Podemos concluir que: 48,20% dos acadêmicos
estão casados, 5,40% divorciados, 25% solteiros,
7,10% viúvos e 14,30% não responderam ao ques-
tionário.
Essas representações de valores dos dados or-
ganizados e apresentados como uma conclusão
da pesquisa descritiva nos dão uma visão maior
quanto à situação dos acadêmicos desse curso e
turma.
A seguir, aprenderemos a organizar os dados
quantitativos e a apresentar os dados em tabela.
13
5,6 e 7
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AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela
79
Vamos agora dar continuidade aos conteúdos e
verifi caremos como organizar os dados quantitativos
e apresentar os dados em tabela e logo após faremos
uma descrição gráfi ca dos dados estatísticos.
Retomando...
O que são dados brutos?
São os dados obtidos diretamente da pesquisa,
logo após a aplicação do questionário, sem nenhu-
ma interferência ou sem ter passado por processos
de sínteses ou análises.
Analisemos os dados brutos a seguir que vieram
da mesma pesquisa dos acadêmicos da turma ABC,
relativos a suas idades.
35 35 24 20 33 3323 45 20 35 35 5324 29 23 50 45 4227 24 42 22 29 3540 33 40 42 24 3523 51 20 35 33 2224 29 35 35 5126 20 42 22 2940 33 40 45 2023 53 27 24 24
Para que possamos obter uma visualização me-
lhor dos dados, fazer uma análise, e também para
apresentá-los para os acadêmicos, será necessário
organizar as idades dos acadêmicos.
Utilizaremos a primeira noção de organização de
dados quantitativos.
Rol são os arranjos dos dados em certa ordem.
Utilizaremos a ordem crescente.
Idades organizadas em ordem crescente.
20 23 27 33 40 4520 23 27 35 40 5020 24 29 35 40 5120 24 29 35 40 5120 24 29 35 42 5322 24 29 35 42 5322 24 33 35 4222 24 33 35 4223 24 33 35 4523 26 33 35 45
A colocação dos dados em ordem crescente faci-
lita a retirada de algumas informações necessárias
para a organização dos dados. Assim, será retirada
uma informação que é a amplitude total.
Podemos, pelo rol, verifi car de maneira mais cla-
ra e rápida a composição do conjunto, identifi cando
o maior e o menor valor, além de alguns elementos
que podem se repetir várias vezes, mostrando assim
o comportamento dos dados.
Refl etindo...
De imediato podemos verifi car no rol que a me-
nor idade é 20 e a maior idade é 53. Sabemos então
que a idade varia de 20 a 53 e tem a amplitude total
de 33, pois: 53 – 20 = 33
Amplitude total é um conceito da estatística, que
mede a variação dos dados quantitativos. Essa va-
riação é um parâmetro de medida e auxilia na cons-
trução de outras medidas.
Nesses casos, utilizaremos as seguintes regras:
construiremos as classes com os dados existentes e
organizados. Sabemos que a pesquisa teve a partici-
pação de 56 acadêmicos e, para saber quantas clas-
ses devem ser utilizadas, usamos a seguinte regra:
1) amplitude total = maior valor – menor valor
da pesquisa (53 – 20 = 33);
2) quantidade de classes = raiz quadrada da quan-
tidade de elementos da pesquisa (��56 � 7,48 � 7)
sempre será um número inteiro. Se der valor deci-
mal, aproximar para o número inteiro menor;
3) intervalo da classe é dado pela divisão en-
tre a amplitude total e a quantidade de classes
(amplitude total
=33
� 4,71 � 5quantidade de classe 7
), sem-
pre será arredondado para um valor maior, caso
contrário o maior valor não será encaixado na úl-
tima classe;
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
80
4) agora é só montar as classes. Como?
Sabemos que o menor valor é 20 e o intervalo da
classe é 5:
a) a primeira classe será 20 a 25 e sua notação será
20 |–– 25, que terá o seguinte entendimento: a idade
20 pertencerá a esta classe, mas a 25 não;
b) a segunda classe será 25 a 30 e sua notação será
25 |–– 30, que terá o seguinte entendimento: a idade
26 pertencerá a essa classe, mas a 30 não.
Obs.: intervalo fechado de um lado e aberto do
outro.
5) Quantos elementos têm a primeira classe?
Como será a contagem?
A contagem se dá manualmente após a elabora-
ção do rol. Nesse caso, fi zemos a apresentação dos
valores do lado direito para melhor entendimento,
com fi ns didáticos, mas na prática não existe a ne-
cessidade do desenvolvimento dessa forma.
Rascunho
20 |–– 25 1920 20 20 20 20 22 22 22 23 23
23 23 24 24 24 24 24 24 24
25 |–– 30 7 26 27 27 29 29 29 29
30 |–– 35 5 33 33 33 33 33
35 |–– 40 9 35 35 35 35 35 35 35 35 35
40 |–– 45 8 40 40 40 40 42 42 42 42
45 |–– 50 3 45 45 45
50 |–– 55 5 50 51 51 53 53
Representação tabular dos dados dos acadêmicos
em relação à idade.
Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Classe Frequência
20 |–– 25 19
25 |–– 30 7
30 |–– 35 5
35 |–– 40 9
40 |–– 45 8
45 |–– 50 3
50 |–– 55 5
Total 56
Resumindo
De posse dos dados quantitativos:
1. fazer o rol – colocar em ordem crescente;
2. calcular a amplitude total = o maior valor – o
menor valor;
3. calcular quantas classes terá a representação ta-
bular – calcular sendo n a quantidade de elementos
da pesquisa – se necessário arredondar para um va-
lor inteiro e menor;
4. calcular a amplitude da classe = amplitude
total/quantidade de classes; se necessário, arredon-
dar sempre para um valor maior;
5. criar as classes e depois contar quantos elemen-
tos têm em cada classe;
Classe Frequência Cálculo(Rascunho)
Frequência relativa
Cálculo(Rascunho)
Frequência percentual
20 |–– 25 19 19 / 56 0,339 0,339 * 100 33,925 |–– 30 7 7 / 56 0,125 0,125 * 100 12,530 |–– 35 5 5 / 56 0,089 0,089 * 100 8,935 |–– 40 9 9 / 56 0,161 0,161 * 100 16,140 |–– 45 8 8 / 56 0,143 0,143 * 100 14,345 |–– 50 3 3 / 56 0,054 0,054 * 100 5,450 |–– 55 5 5 / 56 0,089 0,089 * 100 8,9
Total 56
19 / 56 + 7 / 56 + 5 / 56 + 9 / 56 + 8 / 56 + 3 / 56 + 5 / 56
1,000
0,339 * 100 + 0,125 * 100 + 0,089 * 100 + 0,161 * 100 + 0,143 * 100 + 0,054 * 100 + 0,089 * 100
100
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AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela
81
6. apresentar os dados na tabela. Já sabemos
como apresentar os dados quantitativos na tabela;
agora iremos criar também as frequências relativas
e percentuais.
Utilizando os dados anteriores e efetuando mais
alguns cálculos, teremos logo as frequências relati-
vas e as percentuais.
Retomando...
A frequência relativa é simplesmente a proporção
de representações de uma situação em relação ao
total dessa variável.
A frequência percentual é a frequência relativa
multiplicada por 100. A frequência percentual dá
uma visão mais apurada, isto é, além de dar visi-
Ao fazer uma leitura ou ouvir essas informações,
qual teria mais sentido? Qual daria para entender
melhor as informações? Você percebe que as repre-
sentações percentuais tornam-se mais signifi cativas,
pois é uma linguagem mais popular, além de de-
monstrar uma parcela do todo.
bilidade do todo, observa-se uma informação es-
pecífi ca.
Para analisar:
* ANOTAÇÕES
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
82
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS DADOS
Você já deve ter observado que a organização de
dados é importante para dar visibilidade para uma
pesquisa, a representação gráfi ca amplia a visão do
resultado de uma pesquisa. Por isso, os gráfi cos de-
vem ser autoexplicativos e de fácil compreensão. Nes-
ta aula, você terá oportunidade de ampliar seus co-
nhecimentos. Até a aula anterior fi zemos a repre-
sentação dos dados estatísticos por meio de uma
representação tabular, isto é, em tabelas, dos dados
de uma variável. A partir deste momento iniciare-
mos a elaboração de uma representação gráfi ca das
variáveis qualitativas ou categóricas.
Un
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– Tr
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Info
rmaç
ão e
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In
dic
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AULA
3____________________REPRESENTAÇÕES
GRÁFICAS DOS DADOS
Conteúdo• Descrição gráfi ca da variável qualitativa.
• Descrição gráfi ca da variável quantitativa.
Competências e habilidades• Compreender qual representação gráfi ca que melhor transparece os dados de pesquisa.
• Possibilitar a leitura dos dados de uma forma mais crítica.
• Elaborar uma representação gráfi ca, utilizando os conceitos estatísticos.
• Conhecer os métodos gráfi cos para representar uma distribuição de frequência.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a - presencial com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para auto estudo
Continuaremos usando os dados da pesquisa si-
mulada, na aula anterior. Já temos alguns dados da
variável estado civil, representados no formato de
tabela. Usaremos esses dados para fazer representa-
ções gráfi cas.
Modulo 01.indd 82Modulo 01.indd 82 2/6/2009 12:15:472/6/2009 12:15:47
AULA 3 — Representações Gráfi cas dos Dados
83
Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Situação Frequência
Casado 27
Divorciado 3
Solteiro 14
Viúvo 4
Não responderam 8
Total 56
Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.
Formas de representações gráfi cas
Às vezes, fi camos meio confusos na escolha de
uma representação gráfi ca, por termos vários tipos
de gráfi cos: de barras, de setores, de linhas e outros.
Para conhecimento, veremos a seguir algumas re-
presentações dos dados.
Gráfi co de colunas
Para a elaboração de um gráfi co de colunas, usa-
se o eixo cartesiano, sendo o eixo horizontal a base
para a construção do gráfi co, com intervalos apro-
priados, colocam-se retângulos sobre o eixo cujas
alturas representam, proporcionalmente, as fre-
quências das características observadas da variável
em estudo.
de dados. O círculo representa o conjunto total de
dados. Observe os dados abaixo e a representação
proporcionada.
Distribuição dos adolescentes segundo as in-
formações dos métodos contraceptivos e fontes de
aquisição dos mesmos. Anápolis, 2004.
Disponível em: <www.pnud.org.br/estudos/odm_livro_2.pdf>, p. 28.
Gráfi co de setores
Todos os dados são representados por um cír-
culo e cada categoria é representada por uma parte
desse círculo (isto é um setor). Cada um deles é re-
presentado pelo ângulo e 360° representam o total
Disponível em: <www.fen.ufg.br/revista/revista7_3/original_12.htm>.
Gráfi co de linha
É o tipo mais utilizado para representar a evolu-
ção de uma variável ao longo do tempo. É um dos
mais importantes gráfi cos; representa observações
feitas ao longo do tempo, em intervalos iguais ou
não. Tais conjuntos de dados constituem as chama-
das séries históricas ou séries temporais. Traduzem o
comportamento de um fenômeno em certo inter-
valo de tempo.
Observe a pesquisa abaixo e a forma de represen-
tação.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
84
Disponível em: <www.pnud.org.br/odm/index.php?lay=odmi&id= odmi#>. Acesso em: 13 abr. 2009.
Os dados acima, apresentados por meio do grá-
fi co de linha, trazem uma grande contribuição na
apresentação, pois ressaltam uma trajetória e apre-
sentam uma projeção.
Gráfi cos de barras
Para a elaboração de um gráfi co de barras, uti-
liza-se o eixo vertical como base para a construção
do gráfi co, com intervalos apropriados, colocam-se
retângulos sobre o eixo cujas alturas representam,
proporcionalmente, as frequências das característi-
cas observadas da variável em estudo.
Frequência dos sinais e sintomas, durante o
período febril agudo, entre os casos de síndrome
neurológica pós histórico de dengue nos municí-
pios de Cacoal, Jaru, Ouro Preto do Oeste e São
Francisco do Guaporé – RO, entre novembro de
2004 e fevereiro de 2005
Gráfi co em colunas ou barras múltiplas
(agrupadas)
É um tipo de gráfi co útil para estabelecer com-
parações entre as grandezas de cada categoria dos
fenômenos (variáveis) estudados.
Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21271>.
Setembro de 2004
Relatório Nacional de Acompanhamento do ODM ODM p. 27. Disponível em: <www.pnud.org.br/odm/index.php?lay=odmi&id= odmi#>.
A modalidade de apresentação é chamada de grá-
fi co de colunas ou barras remontadas, pois ele pro-
porciona economia de espaços e é o mais indicado
quando a série apresenta um número signifi cativo
de categorias.
DESAFIO PARA UM BOM OBSERVADOR
As representações que vimos até agora são os grá-
fi cos mais clássicos. Na elaboração dos gráfi cos, po-
demos utilizar outras formas de apresentações dos
dados, mas não podemos perder de vista o que foi
dito no início desta aula: a representação gráfi ca é
usada para ampliar a visão do resultado de uma pes-
quisa e os gráfi cos devem ser autoexplicativos e de fácil
compreensão.
! REFLETINDO
Vimos diferentes tipos de gráfi cos, para a
pesquisa do estado civil dos acadêmicos, no seu
ponto de vista, qual seria a melhor forma de re-
presentação? Destacamos que o mais utilizado é
o gráfi co de colunas, por representar em escalas
as informações.
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AULA 3 — Representações Gráfi cas dos Dados
85
Na representação gráfi ca, observar:
a) título, onde se destaca o fato, o local e o tempo;
b) escala usada na sua elaboração, para que não
se desfi gurem os fatos ou as relações que se deseja
destacar;
c) a fonte de obtenção dos dados, caso não seja o
próprio autor que tenha feito a coleta.
Com alguns exemplos, vamos entender também
as representações gráfi cas das variáveis quantitativas.
Nessas representações, os resultados referentes a
variáveis contínuas frequentemente são organizados
em tabelas de distribuição de frequências por inter-
valo. Três tipos de gráfi cos geralmente são utilizados
nesse caso: histograma, polígono de frequência e ogivas.
Ainda fazendo uso dos dados das idades dos aca-
dêmicos, levantados na aula anterior, observamos
que esses dados, demonstrados na tabela a seguir,
podem ser apresentados pelos seguintes gráfi cos.
Histograma
O histograma é um conjunto de retângulos com
bases sobre um eixo dividido de acordo com os ta-
manhos de classe, centrados nos pontos médios das
classes e áreas proporcionais às frequências.
Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Classe Frequência 20 |–– 25 1925 |–– 30 730 |–– 35 535 |–– 40 940 |–– 45 845 |–– 50 350 |–– 55 5Total 56
Polígono de frequência
É um gráfi co de linha onde, no lugar de barra
para representar cada classe, colocamos o ponto
médio da classe e a frequência perpendicular ao
eixo horizontal, unimos esses pontos da classe por
meio de segmentos de retas.
Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1
Classe PM* Frequência 20 |–– 25 22,5 1925 |–– 30 27,5 730 |–– 35 32,5 535 |–– 40 37,5 940 |–– 45 42,5 845 |–– 50 47,5 350 |–– 55 52,5 5Total 56PM = ponto médio.
Ogiva
A ogiva ou polígono de frequência acumulada
consiste de uma linha poligonal das frequências
acumuladas.
Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1Classe Frequência FAc20 |–– 25 19 19/25 |–– 30 7 2630 |–– 35 5 3135 |–– 40 9 4040 |–– 45 8 4845 |–– 50 3 5150 |–– 55 5 56Total 56
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
86
O QUE SÃO INDICADORES SOCIAIS
Conforme Jannuzzi (2004, p. 15), indicador so-
cial é uma medida em geral quantitativa que tem
um signifi cado social. É usado para quantifi car da-
dos e é um recurso metodológico que informa algo
sobre um aspecto da realidade social e sobre mu-
danças que estão se processando na mesma.
Indicadores sociais são estatísticas sobre aspectos
da vida de um município, estado ou nação que re-
tratam o estado social e permitem conhecer o seu
nível de desenvolvimento social. O IBGE afi rma
que os indicadores sociais constituem um sistema e,
para que tenham sentido, devem ser vistos uns em
relação aos outros, como elementos de um mesmo
conjunto.
Lamas (2005, p. 2) defi ne indicadores como pa-
râmetros qualifi cados e/ou quantifi cados que nos
mostram se os objetivos de um determinado pro-
jeto foram alcançados. Buscam expressar algum
aspecto da realidade para que possamos observá-
lo ou mensurá-lo. Na verdade eles indicam, mas
não são a própria realidade. Baseiam-se na identi-
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AULA
4____________________ASPECTOS CONCEITUAIS: O QUE SÃO
INDICADORES E ÍNDICES
Conteúdo• O que são indicadores sociais e para que servem.
• Marco conceitual.
• Tipos e características de indicadores sociais.
Competências e habilidades• Conhecer os indicadores sociais e sua aplicabilidade nos programas sociais.
• Compreender o marco conceitual e tipos e características de indicadores sociais.
• Ler e interpretar os indicadores sociais relacionados ao Serviço Social.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presenciais com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
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AULA 4 — Aspectos Conceituais: O que São Indicadores e Índices
87
fi cação de uma variável, algum aspecto que consi-
deramos capaz de expressar um fenômeno que nos
interessa.
O autor exemplifi ca que “a temperatura corporal
é uma das muitas variáveis para se avaliar se uma
pessoa está doente ou não. Uma temperatura acima
do normal – a febre – não é a própria doença, mas
mostra que o organismo está combatendo alguma
infecção. A partir da variável temperatura, cons-
truiu-se o indicador: uma escala que mede sua va-
riação, na qual a temperatura de 36,5 graus Celsius
é considerada a normal, quando medida por um
período de três minutos. Acima disso, considera-se
que a pessoa está com febre, em graus progressivos.
Assim, a doença é o estado ou situação que preten-
demos avaliar; a temperatura é a variável utilizada; a
escala em graus Celsius que defi ne o que é normal e
o que é febre é o indicador; o termômetro é o instru-
mento ou o meio de verifi cação” (Lamas, 2005).
É um recurso metodológico que informa algo so-
bre um aspecto da realidade social ou sobre mudan-
ças que estão se processando na mesma. Também
um instrumento operacional para monitoramento
da realidade social para formulação e reformulação
de políticas públicas e monitoramento das condi-
ções de vida e bem-estar da população. Um conjun-
to mínimo de indicadores sociais é composto por
informações sobre as características da população,
sobre a dinâmica demográfi ca, sobre trabalho e ren-
dimento; sobre saúde, justiça e segurança pública,
educação e condições de vida das famílias.
No caso da gestão de políticas sociais, “indicado-
res são medidas numéricas produzidas regularmen-
te, com base em diferentes fontes de dados, que dão
aos gestores informações regulares sobre o desem-
penho dos programas e das políticas, permitindo
verifi car se os objetivos e as metas estão sendo al-
cançadas” (Vaitsman, 2007, p. 5).
Jannuzzi (2004, p. 15) afi rma ainda que, em uma
perspectiva de programas e políticas sociais, o in-
dicador social é um instrumento operacional para
monitoramento da realidade social, para fi ns de for-
mulação e reformulação de políticas públicas.
O monitoramento é o acompanhamento cons-
tante dos gestores e gerentes em relação aos objeti-
vos e metas dos programas e políticas sociais. Essa é
uma função de gestão e deve proporcionar informa-
ções do programa que está sendo desenvolvido per-
mitindo a adoção de medidas corretivas no sentido
de melhorar a sua operacionalização.
Marco conceitual
Jannuzzi (2004) coloca que o marco conceitual
sobre os indicadores sociais de acompanhamento
das transformações sociais e aferição do impacto
das políticas e programas sociais nas sociedades,
adquiriu corpo científi co em meados anos 60, por-
tanto é relativamente recente.
Nesse período houve um entendimento que,
mesmo com o crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB), persistiam os dados sobre o aumento
da pobreza e a desigualdade social nos países. Por-
tanto, o crescimento econômico não era condição
sufi ciente para mostrar e/ou garantir o desenvolvi-
mento social. O indicador PIB per capita mostrava-
se, já naquele período, cada vez menos apropriado
como medida representativa do bem-estar social.
Diante dessas questões, houve um esforço con-
ceitual e metodológico nesse período para o desen-
volvimento de instrumentos que pudessem medir
o bem-estar e a mudança social dos países. Esses
indicadores sociais tinham o objetivo de orientar
melhor as ações dos governos nacionais, redistri-
buindo melhor as riquezas geradas, proporcionan-
do uma melhoria do bem-estar social.
Desde então, a ideia da construção de indicadores
para projetos vem ganhando força entre dirigentes
e gestores das organizações governamentais e não
governamentais, que admitem a necessidade e se
sentem motivados a desenvolver um sistema de in-
dicadores adequado às necessidades e demandas da
realidade.
Para que servem os indicadores?
Os indicadores servem para medir ou revelar as-
pectos da vida social. Podem, por exemplo, medir a
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
88
disponibilidade de serviços e o acesso que determi-
nados grupos têm a eles; a relevância que possuem
na vida das pessoas e instituições; a qualidade e o
grau de utilização de algo. Além disso, podem tam-
bém captar processos, em termos de intensidade e
sentido de mudanças.
Jannuzzi ressalta ainda que os indicadores sociais
se prestam a “subsidiar as atividades de planeja-
mento público e formulação de políticas sociais nas
diferentes esferas de governo, possibilitando o mo-
nitoramento das condições de vida e bem-estar da
população por parte do poder público e sociedade
civil e permitem aprofundamento da investigação
acadêmica sobre os diferentes fenômenos sociais”
(Jannuzzi, 2004, p. 15).
A realidade dos projetos sociais é complexa e
muitos fatores interferem nas relações e processos.
Na intenção de mudar uma situação problema, é
preciso construir meios de verifi cação que auxiliem
o técnico a perceber os rumos das mudanças estabe-
lecidas pelo projeto.
Vaitsman (2007, p. 6) menciona que o indicador
é usado para medir e acompanhar algum fenômeno
ou os resultados de processos sociais, sendo que o
aumento ou a diminuição permite verifi car as mu-
danças na condição desse fenômeno.
A matéria-prima dos indicadores sociais são os
dados que expressam características relevantes de
fenômenos que se quer acompanhar como a renda,
a escolaridade e a frequência à escola. A constru-
ção de indicadores requer a organização de bases
de dados contendo as informações consideradas re-
levantes para medir mudanças ao longo do tempo
(Vaitsman, 2007, p. 6).
A defi nição de indicadores requer muita clareza
sobre os objetivos de cada programa social, e deve
expressar os fenômenos que pretendem acompanhar
ou as condições mais signifi cativas para o programa.
Os dados também devem ser produzidos com
periodicidade para que os indicadores possam ser
comparados. Entre os atributos que devem ter um
indicador, destacam-se: a) validade; b) confi abilida-
de; c) sensibilidade; d) periodicidade.
Vamos imaginar um programa que pretenda
trabalhar as condições mínimas de inclusão social
nos seguintes eixos: saúde; educação; dinâmica
familiar; habitabilidade e renda. Após analisar os
fatores e causas envolvidos, estabeleceu-se como
objetivo que as famílias adotem comportamentos
como: família inscrita no serviço de atenção pri-
mária de saúde, inserção das crianças e jovens na
escola, práticas de conversas nas famílias e meca-
nismos adequados de enfrentar confl itos, regulari-
zação da moradia e saneamento, orçamento orga-
nizado em termos de recursos e necessidades. Além
do acompanhamento das atividades, é importante
desenvolver meios e instrumentos para responder
às perguntas a seguir.
a) Os resultados do projeto estão sendo atingi-
dos?
b) O objetivo do projeto está sendo alcançado?
c) O objetivo geral do projeto, a garantia das con-
dições mínimas de inclusão social, está sendo
alcançado? Essas melhorias (ou não) podem
ser, de fato, atribuídas às ações do projeto ou
são resultantes de outros fatores?
Para que as respostas a essas perguntas não sejam
apenas opiniões ou impressões, é necessário utilizar
indicadores que devem ser defi nidos na fase de pla-
nejamento, e não ao fi nal. Dessa forma, viabilizam
o monitoramento e, se necessário, permitem modi-
fi car o rumo, possibilitando o aprendizado sobre a
realidade social.
A fi gura a seguir demonstra a importância dos
indicadores para o controle social das políticas.
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AULA 4 — Aspectos Conceituais: O que São Indicadores e Índices
89
Tipos e características de indicadores
Lamas (2005) afi rma que os indicadores se refe-
rem a aspectos tangíveis e intangíveis da realidade.
Os tangíveis são os facilmente observáveis e aferíveis
quantitativa ou qualitativamente, como renda, es-
colaridade, saúde, organização, gestão, conhecimen-
tos, habilidades, formas de participação, legislação,
direitos legais, divulgação, oferta etc. Os intangíveis
são aqueles sobre os quais só podemos captar par-
cial e indiretamente algumas manifestações: consci-
ência social, autoestima, valores, atitudes, estilos de
comportamento, capacidade empreendedora, lide-
rança, poder, cidadania.
O autor defi ne ainda que os indicadores podem ser
quantitativos ou qualitativos. Quantitativos quando
são numéricos e qualitativos quando medem aspec-
tos relacionados à qualidade, como amplo/restrito,
satisfatório/insatisfatório e assim por diante.
Efi ciência, efi cácia, efetividade e impacto
Lamas (2005, p. 3) defi ne ainda que a escolha dos
indicadores em um projeto ocorre em função do
que se quer avaliar, como: efi ciência, efi cácia, efeti-
vidade ou impacto.
Efi ciência – boa utilização dos recursos fi nancei-
ros, materiais e humanos.
Efi cácia – alcance dos resultados previstos.
Efetividade – mudanças incorporadas de modo
permanente à realidade da população.
Impacto – mudanças em áreas não diretamente
trabalhadas pelo projeto.
A fi gura a seguir retrata os critérios de avaliação
de políticas e programas.
Ainda...
Avaliar é atribuir valor, medir grau de efi ciência,
efi cácia e efetividade das ações. A avaliação iden-
tifi ca processos e resultados, quantifi ca e qualifi ca
dados de desempenho, compara, analisa, informa e
propõe.
* ANOTAÇÕES
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
90
SISTEMA DE INDICADORES
Sistemas de indicadores sociais são um conjunto
de indicadores voltados a um determinado aspecto
da realidade social. Como exemplos podemos citar:
sistema de indicadores da assistência social, sistema
de indicadores da saúde e sistema de indicadores
para o mercado de trabalho.
Lamas (1999. p. 5) questiona qual a combinação
mais adequada de indicadores: quantitativos e qua-
litativos, tangíveis e intangíveis, diretos e indiretos?
Devemos dar mais ênfase a efi ciência, efi cácia ou
efetividade? Quantos indicadores são necessários
para uma base confi ável de informação para o mo-
nitoramento e a avaliação?
Veja no “Saiba mais” o que signifi cam, na prática,
os termos monitoramento e avaliação da gestão e
administração pública.
Um sistema de indicadores envolve uma série de
decisões metodológicas. Conforme Januzzi (2004, p.
17), elas estão divididas nas seguintes etapas:
Un
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e D
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In
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res
Soci
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AULA
5____________________SISTEMAS DE INDICADORES: REQUISITOS PARA SUA CONSTRUÇÃO E PRODUÇÃO
Conteúdo• Sistemas de indicadores sociais.
• Classifi cação temática e propriedades dos indicadores sociais.
• Indicadores sociais e políticas públicas.
Competências e habilidades• Conhecer áreas temáticas de alguns sistemas de indicadores.
• Compreender as classifi cações usuais de indicadores.
• Entender as fases do processo de formulação e implementação de políticas públicas e o uso dos indi-cadores sociais.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presenciais com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
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AULA 5 — Sistemas de Indicadores: Requisitos para sua Construção e Produção
91
1. defi nição do conceito ou temática a que se re-
fere o sistema em questão;
2. especifi cação das dimensões tornando passível
de ser indicado de forma quantitativa;
3. obtenção de estatísticas públicas pertinentes
com: censos demográfi cos, pesquisas amostrais, en-
tre outros;
4. mediante combinação das estatísticas disponí-
veis, compor o sistema de indicadores sociais.
Lamas (1999, p. 5) afi rma que:
um sistema de indicadores é sempre resultado do
processo de diálogo e negociação entre os diferen-
tes sujeitos envolvidos. Cada organização tem uma
leitura dos problemas sociais, de suas causas e pos-
síveis soluções; possui valores próprios e atribui
para si uma missão ou papel na resolução desses
problemas. Adota um enfoque sobre que dimen-
sões o projeto deve abordar e cria expectativas so-
bre o ganho e o aprendizado que terá com ele.
Portanto, construir indicadores é uma tarefa bas-
tante complexa e envolve conhecimento técnico es-
pecializado, precisando de consenso entre os atores
envolvidos em torno do que se pretende alcançar,
diminuindo as chances de confl ito no futuro.
O autor menciona ainda que cada projeto requer
um sistema de indicadores próprio e, mesmo que o
conjunto de variáveis seja semelhante aos de outros
projetos, os indicadores deverão retratar as condi-
ções específi cas de cada realidade.
As características políticas, sociais, econômicas,
históricas e culturais podem determinar a possi-
bilidade ou não do uso de alguns indicadores. Em
situações onde seja difícil e até mesmo indesejável
produzir informações a partir de levantamentos e
perguntas diretas, devido à resistência da popula-
ção, poderá ser mais adequado um indicador indi-
reto baseado em observações qualitativas.
Tipologias de indicadores sociais
Januzzi (2009, p. 3) afi rma que os indicadores
sociais são classifi cados segundo as diversas aplica-
ções a que se destinam. A classifi cação mais comum
é a divisão dos indicadores segundo a área temática
da realidade social a que se referem, como: os indi-
cadores de saúde (percentual de crianças nascidas
com peso adequado, por exemplo), os indicadores
educacionais (escolaridade média da população de
15 anos ou mais, por exemplo), os indicadores de
mercado de trabalho (rendimento médio real do
trabalho etc.), os indicadores habitacionais (densi-
dade de moradores por domicílio etc.), os indica-
dores de segurança pública e justiça (roubos a mão
armada por 100 mil habitantes etc.), os indicadores
de infraestrutura urbana (percentual de domicílios
com esgotamento sanitário ligado à rede pública
etc.), os indicadores de renda e desigualdade (nível
de pobreza etc.).
Há também classifi cações temáticas agregadas,
usadas na denominação dos sistemas de indicadores
sociais, como os indicadores socioeconômicos, de
condições de vida, de qualidade de vida, desenvolvi-
mento humano ou indicadores ambientais (Nações
Unidas, 1988).
Classifi camos os indicadores sociais quanto a:
indicador insumo, indicador produto e indicador
processo.
Um bom conjunto de indicadores deve defi nir
bem as responsabilidades pela produção e coleta
das informações, pela sua análise e pela tomada de
decisões. É frequente produzirem-se muitas infor-
mações e dados que ninguém consegue aproveitar.
Características de um bom sistema
de indicadores
Lamas (1999, p. 7) defi ne um bom sistema de indi-
cadores de monitoramento e avaliação de resultados
como o que apresenta as seguintes características:
• é coerente com a visão e com a concepção que
as organizações envolvidas têm sobre os objeti-
vos e as dimensões do projeto;
• considera as particularidades do contexto e é
desenvolvido a partir do conhecimento da rea-
lidade;
• tem indicadores bem defi nidos e representati-
vos dos aspectos centrais do projeto;
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
92
• está orientado para o aprendizado, estimulan-
do novas refl exões e a compreensão sobre a
complexidade dos fatores que podem determi-
nar ou não o alcance dos objetivos;
• especifi ca os meios de verifi cação que serão
utilizados, bem como os responsáveis pela co-
leta de informação e análise dos dados;
• combina indicadores relativos à efi ciência, efi -
cácia e efetividade;
• é simples, capaz de ser compreendido por todos;
• é viável do ponto de vista operacional e fi nan-
ceiro;
• fornece informações relevantes que permitem
a análise e a tomada de decisão;
• aproveita as fontes confi áveis de informação
existentes.
Principais fontes de indicadores sociais
Os quadros a seguir demonstram as principais
fontes de indicadores, exceto no caso da política de
assistência social, que vamos tratar especifi camente
no decorrer da disciplina.
Principais fontes de indicadores sociais
InstituiçãoFonte de dados
Temas investigados
Periodicidade e menor desagregação
IBGE Censo demográfi co
Habitação, EscolaridadeMão de obra, Rendimentos
DecenalMunicípio
IBGE Contagem populacional
População, migração
Entre censosMunicípio
IBGE Estatísticas do registrocivil
Nascimentos, óbitosCasamentos
AnualDistritos
IBGE
Pesquisa básica de
Infraestrutura, Recursos Anual
Municípioinfraestrutura municipal
Finanças Equipamentos
Ministério doTrabalho
RAIS/CAGED
Empregos, salários Anual
MunicípioAdmissões, demissões
Ministério daEducação
Censo escolar Alunos, professores Anual
MunicípioEquipamentos
Ministério daSaúde
DATASUS
Mortalidade, VacinaçõesEquipamentos, Recursos
Anual
Município
Fonte: Jannuzzi (2001).
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AULA 5 — Sistemas de Indicadores: Requisitos para sua Construção e Produção
93
Vaitsman (2007, p. 5) afi rma que o monitoramen-
to é feito por intermédio de indicadores, medidas
numéricas com base em diferentes fontes de dados,
que dão aos gestores informações sobre o desempe-
nho dos programas e das políticas sociais.
Avaliação é o estudo de diferentes aspectos de um
programa, política ou serviço em relação à efi ciên-
cia, efi cácia, efetividade, resultados e impactos.
Vaitsman (2007, p. 4) ainda menciona que o obje-
tivo é melhorar a qualidade dos processos de imple-
mentação ou verifi cação dos resultados, bem como
subsídios para o planejamento, a programação e a
tomada de decisões futuras.
! NÃO SE ESQUEÇA DE QUE...
A disponibilidade de um sistema de indicado-
res sociais relevantes e confi áveis potencializa as
chances de sucesso do processo de formulação,
implementação, monitoramento e avaliação de
políticas públicas.
! SAIBA MAIS
Monitoramento signifi ca o acompanhamento
contínuo por parte dos gestores e gerentes do
desenvolvimento de programas e projetos em
seus objetivos e metas. É uma função da gestão
que permite obter informações sobre os pro-
gramas e, dessa forma, corrigir seus rumos e
melhorar a sua operacionalização.
Além dessas, estão disponíveis outras fontes de
dados importantes para o exercício profi ssional do
assistente social.
* ANOTAÇÕES
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
94
INTRODUÇÃO
A intervenção profi ssional do assistente social
é sempre desafi adora, na medida em que vivemos
num pais com altos índices de exclusão social e
concentração de renda. Dessa forma, a consulta
a indicadores sociais é fundamental, pois eles são
parâmetros importantes para a compreensão da
realidade social.
O nosso “fazer profi ssional” não pode prescindir
das fases de planejamento, monitoramento e avalia-
ção e, nesse processo, há necessidade da utilização
de fontes ofi ciais para subsidiar a prática.
A possibilidade de acesso a um sistema de indica-
dores sociais relevantes, válidos e confi áveis aumenta
consideravelmente as chances de sucesso do processo
de formulação e implementação de políticas públi-
cas, visto que permite a elaboração de diagnósticos
sociais, monitoramento de ações e avaliação de resul-
tados tecnicamente justifi cados e respaldados.
PRINCIPAIS FONTES DE INDICADORES SOCIAIS
Embora, de maneira dispersa, há no Brasil muitas
fontes de indicadores sociais disponíveis para pesqui-
sa por meio da internet. Apresentamos a seguir, em
Un
idad
e D
idát
ica
– Tr
atam
ento
de
Info
rmaç
ão e
os
In
dic
ado
res
Soci
ais
AULA
6____________________FONTES DE INDICADORES SOCIAIS
Conteúdo• Principais fontes de indicadores sociais.
• Descrição e responsabilidades.
• Acesso e links.
Competências e habilidades• Conhecer as principais fontes de indicadores sociais.
• Ler e interpretar os dados nos sites indicados.
• Compreender o que é um sistema de indicadores sociais, relacionando com o Serviço Social.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presenciais com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
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AULA 6 — Fontes de Indicadores Sociais
95
ordem alfabética e com descrição e forma de acesso,
algumas das principais fontes selecionadas, com base
em critério de facilidade de acesso, que permitirão, a
partir da sua consulta, um conhecimento signifi cati-
vo da realidade social do país. São elas:
• Adolescentes em Confl ito com a Lei.
• Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
• Consórcio de Informações Sociais (CIS).
• DATASUS – Indicadores e Dados Básicos –
Brasil – 2007 (IDB-2007).
• EDUDATABRASIL – Sistema de Estatísticas
Educacionais.
• Evolução de Emprego do CAGED – EEC.
• Indicadores da desigualdade racial no Brasil.
• Indicadores sociais – IBGE.
• Ipeadata Social.
• Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros
– 2008.
• Matriz de Informação Social – MI Social.
• Perfi l dos Municípios Brasileiros – Assistência
Social 2005.
• Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
– 2007.
• Sistema prisional.
• Tendências do trabalho infantil no Brasil, 1992-
2002.
Adolescentes em Confl ito com a Lei
Órgão responsável: Núcleo de Estudos da Violên-
cia (NEV) da Universidade de São Paulo.
Descrição: são apresentadas informações sobre a
situação de atendimento aos adolescentes que cum-
prem medidas socioeducativas para cada um dos es-
tados brasileiros. Algumas informações que podem
ser consultadas são: número de adolescentes em pri-
vação de liberdade, vagas nas instituições de priva-
ção de liberdade, número de adolescentes em privação
de liberdade por vagas, número de profi ssionais nas
instituições de privação de liberdade, relação entre o
número de profi ssionais e adolescentes em privação
de liberdade, número de adolescentes cumprindo
medida em meio aberto (somente capitais).
Desagregação: unidades da Federação e capitais.
Acesso: As planilhas estão disponíveis para con-
sulta e/ou download no site do NEV no menu “Pes-
quisa”.
Link: www.nevusp.org/portugues/
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
Órgão responsável: Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD).
Descrição: banco de dados eletrônico com in-
formações socioeconômicas de 5.507 municípios
brasileiros (existentes em 2000) e das 27 unidades
da Federação. Tomando como base microdados
dos censos de 1991 e de 2000 do IBGE (Funda-
ção Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca), disponibiliza informações sobre o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e
124 outros indicadores georreferenciados de po-
pulação, educação, habitação, longevidade, renda,
desigualdade social e características físicas do ter-
ritório.
Desagregação: Brasil, regiões, unidades da Fede-
ração e município.
Acesso: o banco de dados está disponível para
download gratuito no site do PNUD.
Link: www.pnud.org.br
Consórcio de Informações Sociais (CIS)
Órgão responsável: Consórcio de Informações
Sociais (CIS).
Descrição: o Consórcio de Informações Sociais
(CIS) é um sistema destinado à transferência de for-
necimento e intercâmbio de informações, via inter-
net, sobre diversos aspectos da sociedade brasileira.
Ele visa ampliar a infraestrutura de informações
disponível para investigadores ligados ao campo das
Ciências Sociais e áreas afi ns. O CIS coloca à dispo-
sição bancos de dados que compõem o seu acervo e,
além disso, facilita o acesso a bancos de dados dis-
ponibilizados por outras organizações de pesquisa. O
acervo do CIS é composto de bancos de dados doa-
dos a ele por seus produtores originais. O consórcio
descreve o banco de dados recebido, o coloca em for-
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
96
mato que facilite a consulta e o transfere, sob certas
condições, aos pesquisadores interessados. Todo o
intercâmbio de informações – doações e transferên-
cia de bancos de dados – se dá pelo site do CIS na
internet.
Desagregação: varia de acordo com a fonte dos
dados.
Acesso: há diferentes tipos de acesso aos arquivos
para download. São de livre acesso os arquivos que
fazem parte da documentação do banco de dados in-
cluído no acervo do CIS, como os que contêm instru-
mentos de pesquisa e/ou manuais de código do ban-
co de dados e bancos de dados de fontes abertas. São
de acesso restrito aos associados do CIS os arquivos
que correspondem ao banco de dados propriamente
dito (doados pelos associados). Para obter esses ar-
quivos, o usuário deverá ter efetuado cadastro de suas
informações pessoais e institucionais.
Link: www.nadd.prp.usp.br/cis/index.aspx
DATASUS – Indicadores e Dados Básicos – Brasil –
2007 (IDB-2007)
Órgão responsável: Ministério da Saúde.
Descrição: são apresentados no IDB os indicado-
res (demográfi cos, socioeconômicos, mortalidade,
morbidade e fatores de risco, recursos e cobertura)
disponíveis por grandes regiões, estados, Distrito
Federal, regiões metropolitanas e municípios das
capitais. Dependendo dos indicadores, eles podem
ser desagregados segundo várias outras categorias,
tais como idade e sexo.
Desagregação: regiões, estados, regiões metropo-
litanas e municípios das capitais.
Acesso: os indicadores estão disponíveis para con-
sulta e/ou download das planilhas geradas individu-
almente a partir do sistema TabNet.
Link: http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php
EDUDATABRASIL – Sistema de Estatísticas Edu-
cacionais
Órgão responsável: Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Descrição: o sistema reúne dados de matrícula,
docentes, infraestrutura e indicadores de efi ciên-
cia e rendimento educacional de todos os níveis de
ensino. As variáveis estão disponíveis com detalha-
mento até a esfera municipal e podem, ainda, ser
analisadas em diferentes dimensões, de acordo com
o interesse do usuário.
Desagregação: Brasil, região, UF e municípios.
Acesso: as planilhas estão disponíveis para consul-
ta e download geradas a partir do sistema específi co
no site do INEP.
Link: www.edudatabrasil.inep.gov.br/
Evolução de Emprego do CAGED – EEC
Órgão responsável: Ministério do Trabalho e Em-
prego.
Descrição: conjunto de tabelas que contém infor-
mações desagregadas segundo os setores econômi-
cos do IBGE, e classifi cadas por estados da Federa-
ção, principais regiões metropolitanas e municípios
com mais de 10 mil habitantes para o estado de São
Paulo e 30 mil habitantes para os demais estados
conforme o último censo realizado. Os dados dispo-
nibilizados permitem obter informações de acordo
com os seguintes agrupamentos: Setor de Ativida-
de Econômica (9 setores), Subsetores de Atividade
Econômica (26 subsetores).
Desagregação: Brasil, UFs e municípios com mais
de 30 mil habitantes.
Acesso: os dados estão disponíveis para consulta
e/ou download, geradas de forma individual a par-
tir de sistema específi co do CAGED.
Link: http://estatistica.caged.gov.br/
Indicadores da Desigualdade Racial no Brasil
Órgão responsável: Instituto de Estudos do Traba-
lho e Sociedade (IETS).
Descrição: são apresentadas informações extraí-
das da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), referentes à desigualdade racial em relação
à educação, trabalho, renda e pobreza no Brasil.
Desagregação: Brasil e UFs.
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AULA 6 — Fontes de Indicadores Sociais
97
Acesso: as planilhas estão disponíveis para consul-
ta e download no site do IETS.
Link: www.iets.org.br
Indicadores Sociais – IBGE
Órgão responsável: Instituto Brasileiro e Geogra-
fi a e Estatística (IBGE).
Descrição: são apresentadas tabelas relacionadas
a: Assistência Médico Sanitária; Associativismo Re-
presentação de Interesses e Intermediação Política;
Crianças e Adolescentes; Informações Básicas Mu-
nicipais; Perfi l das Mulheres; Perfi l dos Idosos; Sin-
dicatos Indicadores Sociais 2001; Síntese de Indica-
dores Sociais 2000; Síntese de Indicadores Sociais
2002; Síntese de Indicadores Sociais 2003; Síntese
de Indicadores Sociais 2004; Síntese de Indicadores
Sociais 2005; Síntese de Indicadores Sociais 2006;
Síntese de Indicadores Sociais 2007; Síntese de In-
dicadores Sociais 2008; Sistema Nacional de Infor-
mações de Gênero; Sistema de Informações e Indi-
cadores Culturais e Trabalho Infantil.
Desagregação: Brasil, grandes regiões e unidades
da Federação.
Acesso: arquivos compactados em formato Excel
estão disponíveis para download no site do IBGE.
Link: www.ibge.gov.br/servidor_arquivos_est/
Ipeadata Social
Órgão responsável: Instituto de Pesquisa Econô-
mica Aplicada (IPEA).
Descrição: base de dados e indicadores sociais
abrangendo temas diversos, como nível de renda per
capita, desigualdade na distribuição de renda dos
indivíduos e domicílios, desempenho educacional,
condições de saúde e habitação, inserção no mer-
cado de trabalho, situação dos direitos humanos da
população, entre outros.
Desagregação: sempre que possível, apresentam-
se séries históricas de periodicidade mensal, anual e
decenal para o país, grandes regiões, estados, regiões
metropolitanas, desagregadas segundo a localização
rural ou urbana dos domicílios, cortes etários, níveis
de desempenho educacional, anos de escolaridade,
sexo e cor dos indivíduos. Complementam essas sé-
ries os dados de municípios e suas áreas mínimas
comparáveis (AMC), bacias e sub-bacias hidrográ-
fi cas ou regiões administrativas disponíveis no Ipe-
adata Regional.
Acesso: os indicadores estão disponíveis para con-
sulta e download por meio do sistema IPEADATA
(planilha por planilha).
Link: www.ipeadata.gov.br
Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros – 2008
Órgão responsável: Rede de Informação Tecnoló-
gica Latino-Americana (RITLA).
Descrição: apresenta a evolução das taxas de óbi-
tos por homicídio, nos 5.564 municípios do Brasil,
ocorridos entre 2004 e 2006.
Desagregação: municípios.
Acesso: a planilha contendo todos os dados está
disponível para download no site da RITLA.
Link: www.ritla.net/
Matriz de Informação Social – MI Social
Órgão responsável: Ministério do Desenvolvi-
mento Social e Combate à Fome.
Descrição: a MI Social é um sistema de monitora-
mento dos programas, projetos e ações sociais con-
duzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS). São disponibilizados in-
formações e indicadores sociais para agregados ter-
ritoriais: microrregiões, unidades federativas, bem
como agregados especiais tais como o semiárido e a
bacia do Rio São Francisco.
Desagregação: Brasil, regiões, unidades da Fede-
ração, microrregiões e municípios.
Acesso: as planilhas em formato html estão dispo-
níveis para consulta, geradas de forma individual a
partir de sistema específi co, de fácil navegação, po-
dem ser copiadas para Excel. Para o acesso é neces-
sário informar o nome e o endereço de e-mail do
usuário, mas não há necessidade de cadastro ante-
rior. É possível, ainda, gerar mapas temáticos.
Link: www.mds.gov.br/sagi/
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
98
Perfi l dos Municípios Brasileiros – Assistência So-
cial 2005
Órgão responsável: Instituto Brasileiro e Geogra-
fi a e Estatística (IBGE).
Descrição: o IBGE, em parceria com o Ministé-
rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
apresenta os resultados da Pesquisa de Informações
Básicas Municipais, realizada em 2005 junto às pre-
feituras dos 5.564 municípios brasileiros, relativa-
mente ao tema assistência social.
Desagregação: Brasil e municípios.
Acesso: arquivos em formato Excel e pdf estão dispo-
níveis para download no site do IBGE. É possível fazer
consulta por município no menu “Banco de Dados”.
Link: www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/
perfi lmunic/assistencia_social2005/default.shtm
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – 2007
Órgão responsável: Instituto Brasileiro e Geogra-
fi a e Estatística (IBGE).
Descrição: apresenta resultados da Pesquisa Nacio-
nal por Amostra de Domicílios (PNAD) relativamente
às características gerais da população, migração, edu-
cação, trabalho, famílias, domicílios e rendimento. A
publicação está estruturada em duas partes: a primeira
contém os indicadores de 2006 e 2007 e séries de ren-
dimento de 2004 a 2007, refl etindo a abrangência ge-
ográfi ca completa de todas as unidades da Federação,
grandes regiões e Brasil; na segunda parte, visando à
comparabilidade com os resultados dos anos anterio-
res, são apresentadas séries retrospectivas de indicado-
res de rendimento de 1997 a 2007.
Desagregação: Brasil, grandes regiões, unidades
da Federação e nove regiões metropolitanas.
Acesso: as tabelas estão disponíveis para download
no site do IBGE, em formato Excel ou pdf.
Link: www.ibge.gov.br/home/estatistica/popula-
cao/trabalhoerendimento/pnad2007/default.shtm
Sistema Prisional
Órgão responsável: Núcleo de Estudos da Violên-
cia da Universidade de São Paulo (NEV).
Descrição: as tabelas disponibilizadas para do-
wnload apresentam informações sobre o sistema
penitenciário de cada estado, tais como número de
presos por sexo, vagas por regime, número de pre-
sos por vagas, número de profi ssionais que traba-
lham no sistema penitenciário etc. Os dados foram
extraídos do Departamento Penitenciário (Depen)
do Ministério da Justiça.
Desagregação: unidades da Federação.
Acesso: as planilhas estão disponíveis para consulta
e/ou download no site do NEV no menu “Pesquisa”.
Link: www.nevusp.org/portugues/
Tendências do trabalho infantil no Brasil, 1992-
2002
Órgão responsável: Instituto de Estudos do Traba-
lho e Sociedade (IETS).
Descrição: são apresentados dados gerais da evo-
lução do trabalho infantil no Brasil entre 1992 e
2002, a partir das Pesquisas Nacionais por Amostra
de Domicílios do IBGE (PNAD).
Desagregação: Brasil e UFs.
Acesso: as planilhas estão disponíveis para consul-
ta e download no site do IETS.
Link: www.iets.org.br
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AULA 6 — Fontes de Indicadores Sociais
99
! SAIBA MAIS
www.ibge.gov.br
Intermediação Política
Crianças e Adolescentes
Educação e Trabalho
Mortalidade Infantil
Indicadores Sociais Mínimos
Mercado de Trabalho
Mobilidade Social
População Jovem
Síntese de Indicadores Sociais
Indicadores Culturais
www.ipea.gov.br
Estudos e Pesquisas Publicações– Brasil: o Estado de uma Nação
– Avaliação de Políticas Públicas
– Políticas Sociais e Condições de Vida
– Boletim de Mercado de Trabalho – Conjuntura e Análise
– Boletim de Políticas Sociais – Acompanhamento e Análise
www.mds.gov.br/suas/
Acesso: acesso livre apenas para Geo SUAS e InfoSUAS.
www.mds.gov.br/bolsafamília
Acesso livre para Repasse IGD, Lista de Benefi ciários e Gestores Municipais.
www.unicef.org.br
* ANOTAÇÕES
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
100
DESENVOLVIMENTO HUMANO
A partir do surgimento do conceito de desenvol-
vimento humano em 1990 e da publicação do pri-
meiro Relatório de Desenvolvimento Humano pela
Organização das Nações Unidas (ONU), a visão
sobre o desenvolvimento passou por uma mudança
fundamental. Atualmente, a noção de desenvolvi-
mento não se vincula somente ao desenvolvimento
econômico, mas destacadamente às pessoas e ao seu
bem-estar.
Segundo Sen (2000), em cujo trabalho se baseia
essa abordagem, o desenvolvimento humano é um
processo de ampliação das escolhas ou liberdades
humanas, diz respeito à formação das potencialida-
des humanas e ao uso que as pessoas estão dispostas,
mobilizadas e podem fazer dessas potencialidades.
Pode ser visto como um processo de expansão das
liberdades reais que as pessoas desfrutam, ou seja,
como o alargamento das suas escolhas em várias
dimensões: econômicas sociais, políticas, pessoais,
profi ssionais entre outras. Essas liberdades não são
Un
idad
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idát
ica
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In
dic
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Soci
ais
AULA
7____________________DESENVOLVIMENTO HUMANO
Conteúdo• Conceito de Desenvolvimento Humano.
• IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
• Desenvolvimento Humano no Brasil.
• Atlas do Desenvolvimento Humano.
Competências e habilidades• Analisar o conceito de desenvolvimento humano e suas mudanças na história.
• Compreender o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice de Desenvolvimento Huma-no Municipal (IDHM).
• Ler e interpretar o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presenciais com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
Modulo 01.indd 100Modulo 01.indd 100 2/6/2009 12:15:512/6/2009 12:15:51
AULA 7 — Desenvolvimento Humano
101
apenas os fi ns primordiais, mas, também, os meios
para se chegar ao desenvolvimento. As pessoas de-
vem ser reconhecidas como forças motoras do de-
senvolvimento e como seres integrais. A expansão
das liberdades torna o ser humano o “dono” do seu
destino.
Para que haja alargamento das liberdades reais
das pessoas, a abordagem do desenvolvimento re-
quer que sejam removidas as suas principais fontes
de privações. São consideradas formas de privação
de liberdades, entre outras: fomes coletivas, o não
acesso a serviços de saúde, emprego mal remune-
rado ou segurança econômica e social, desigualda-
de entre homens e mulheres, negação dos direitos
civis básicos.
A visão da liberdade adotada na abordagem do
desenvolvimento humano envolve tanto os proces-
sos que permitem a liberdade de ações e decisões,
como as oportunidades reais que as pessoas têm,
dadas as suas circunstâncias pessoais e sociais. A
privação de liberdade pode surgir em razão de pro-
cessos inadequados ou de falta de oportunidades
que algumas pessoas têm para realizar o mínimo
que gostariam.
Ainda de acordo com Sen (2000), nessa aborda-
gem a expansão da liberdade é considerada o fi m
primordial e o principal meio do desenvolvimen-
to, que podem ser chamados, respectivamente, o
“papel constitutivo” e o “papel instrumental” da
liberdade. O papel constitutivo relaciona-se à im-
portância da liberdade substantiva no enriqueci-
mento humano. O papel instrumental da liberda-
de concerne aos diferentes tipos de direitos e opor-
tunidades e como contribuem para a expansão da
liberdade humana e, assim, para a promoção do
desenvolvimento.
As liberdades substantivas incluem capacida-
des elementares como, por exemplo, ter condição
de evitar privações como a fome, a subnutrição, a
morbidez evitável e a morte prematura, bem como
as liberdades associadas ao saber ler e fazer cál culos
aritméticos, entre outras. Envolvem, na verdade,
condições mínimas para a vida digna do ser hu-
mano implicando inclusive na sua sobrevivência.
É inconcebível que não se reconheça a importância
dessas liberdades relegando-as para segundo plano,
quando se sabe que é necessária apenas a mudança
do foco das políticas governamentais.
Liberdades instrumentais incluem as liberdades
políticas, as facilidades econômicas, as oportunida-
des sociais, as garantias de transparência e a segu-
rança protetora. Essas liberdades tendem a contri-
buir para a capacidade geral de a pessoa viver mais
livremente, mas também têm o efeito de comple-
mentar umas às outras. Não só aumentam as capa-
cidades das pessoas, como também se suplementam
mutuamente. Seus papéis respectivos e infl uências
específi cas constituem aspectos importantes do
processo de desenvolvimento. O processo de desen-
volvimento é crucialmente infl uenciado por essas
inter-relações.
Os fi ns e os meios do desenvolvimento exigem que
a perspectiva da liberdade seja colocada no centro
do palco. As pessoas devem ser vistas como ati-
vamente envolvidas – dada a oportunidade – na
conformação do seu próprio destino, e não ape-
nas como benefi ciárias passivas dos frutos de en-
genhosos programas de desenvolvimento (Sen,
2000, p. 71).
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
O objetivo da elaboração do Índice de Desenvol-
vimento Humano, de acordo com o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é
oferecer um contraponto a outro indicador muito
utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capi-
ta, que considera apenas a dimensão econômica do
desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com
a colaboração do economista indiano, Amartya Sen,
ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998,
o IDH pretende ser uma medida geral, sintética,
do desenvolvimento humano, muito embora não
abranja todos os aspectos do desenvolvimento.
Além de considerar PIB per capita, depois de cor-
rigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país,
o IDH também considera dois outros componentes:
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
102
a longevidade e a educação. Para aferir a longevida-
de, o indicador utiliza números de expectativa de
vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo ín-
dice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em
todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo
PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de
compra, que elimina as diferenças de custo de vida
entre os países). Essas três dimensões têm a mesma
importância no índice, que varia de zero a um.
O IDH é uma medida resumo do desenvolvi-
mento humano. Dessa forma, não vincula o desen-
volvimento apenas ao desenvolvimento econômico
como ocorre em outras abordagens. Privilegia des-
tacadamente as pessoas e o seu bem-estar, colocan-
do-as no centro do desenvolvimento.
Pode-se dizer que o PIB não “enxerga” as condi-
ções de vida humana. Mede o crescimento econô-
mico por meio de uma única variável. Contempla
o que foi produzido sem avaliar em que condições
está sendo produzido e que benefícios resultam para
as pessoas. Um país pode ser relativamente rico e ter
parte de sua população extremamente pobre. Dessa
forma, ao se avaliar o desenvolvimento apenas pelo
PIB, não será possível identifi car problemas extre-
mamente graves em relação às condições de vida
das pessoas e induzir a formulação de políticas pú-
blicas totalmente equivocadas.
O IDH sugere que a renda não é tudo para a vida
humana e, dessa forma, o rendimento per capita não
pode ser a medida do bem-estar humano. Partin-
do dessa premissa altera a forma como o desenvol-
vimento é pensado, impactando sobre as políticas
públicas, a alocação de recursos e a criação de insti-
tuições voltadas para o atendimento das demandas
identifi cadas a partir de sua análise.
A competição entre os países para suplantar seus
vizinhos ou competidores favoritos no ranking do
IDH é profícua e desejável. Essa competição deve le-
var os formuladores de políticas públicas a se ques-
tionarem sobre suas defi ciências em relação a países
vizinhos e induzir a que se implementem políticas
para superar essas defi ciências, inclusive, copiando
experiências positivas.
O Desenvolvimento Humano do Brasil segundo
o Relatório de Desenvolvimento Humano
2007/2008
O IDH do Brasil aumentou em relação ao ano de
2006 e permitiu que o país entrasse pela primeira
vez no grupo dos países de Alto Desenvolvimen-
to Humano. Em termos absolutos, o país superou
a barreira de 0,800, considerada o marco de alto
desenvolvimento humano. Em termos relativos, o
Brasil caiu uma posição no ranking de 177 países e
territórios: de 69o, em 2006, para 70o este ano.
Neste ano, Albânia e Arábia Saudita ultrapassa-
ram o Brasil, subindo respectivamente cinco e 15
posições no ranking. A ilha caribenha de Domini-
ca, que estava acima do Brasil em 2006, ocupando
o 68° lugar no ranking, caiu duas posições. No caso
da Arábia Saudita, a revisão na forma de cálculo na
taxa de matrícula foi o grande impulsionador da
melhora do país. Como já aconteceu no ano passa-
do, o estudo usou indicadores que foram revisados
e aperfeiçoados.
Parte dessas variações resultou de atualizações
feitas para a expectativa de vida em 62 países (re-
visão do impacto da incidência, transmissão e so-
brevida dos infectados com HIV/AIDS). Esta revi-
são benefi ciou o Brasil e a Albânia. A expectativa de
vida no Brasil aumentou de 70,8 anos para 71,7. Na
Albânia, o aumento foi de 73,9 anos para 76,2 anos,
em média.
Evolução do IDH brasileiro de 2006 e 2007 (com base nos dados de 2004 e 2005 respectivamente)Ano IDH Ranking Expectativa de vida
(anos)Taxa de alfabetização (%)
Taxa de matrícula (%)
PIB per capita (PPP US$)
2004 0,792 69º 70,8 88,6% 85,7 8.1952005 0,800 70º 71,7 88,6% 87,5 8.402
Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano 2007/2008.
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AULA 7 — Desenvolvimento Humano
103
Da mesma forma, o PIB per capita foi ajustado
para 159 países com o propósito de melhor refl etir
os preços correntes de 2005. Os dados da educação
para o Brasil não foram disponibilizados pelo Ins-
tituto de Estatística da UNESCO para 2005, razão
pela qual foram usados os dados de 2004 atualiza-
dos, refl etindo, de qualquer forma, uma melhora da
educação no país.
Por essas razões, qualquer comparação entre o
IDH deste ano com o de anos anteriores deve ser
vista com cautela. De fato, os dados recebidos a cada
ano das agências internacionais apresentam valores
para os anos mais recentes que estão disponíveis,
assim como, revisões e atualizações que melhor re-
fl etem a situação dos países.
Sem levar em consideração as revisões de dados,
que ocorreram para todas as dimensões do IDH,
é possível afi rmar que o IDH brasileiro cresceu de
0,792 para 0,800. É importante notar que o progres-
so nos indicadores de desenvolvimento humano
básico para o Brasil se deu de maneira consistente
em todas as dimensões. Ou seja, a melhora do IDH
brasileiro, além de constante – desde 1975 todos
componentes que formam o índice vêm apresen-
tando melhora – é harmônica, como ilustra a tabela
a seguir.
O IDH foi concebido para mostrar tendências
na avaliação do desenvolvimento humano no lon-
go prazo. Ele é um indicador com várias dimensões
que não respondem a políticas de curto prazo. Isso
é particularmente o caso da taxa de alfabetização de
adultos e da expectativa de vida no nascimento. Por
essa razão é fortemente recomendado que os indi-
cadores sejam comparados em um período de mé-
dio a longo prazo.
No caso do Brasil pode-se afi rmar que a evolução
dos indicadores de desenvolvimento humano mos-
tra uma alta consistência entre 1990 e 2005. Durante
este período, a expectativa de vida cresceu mais que
cinco anos e meio, o PIB per capita cresceu por volta
de um sexto e as taxas de alfabetização dos adultos
cresceram quase sete pontos percentuais. No entan-
to, foi a taxa combinada de matrícula que cresceu
mais – quase 20 pontos percentuais. O resultado
cumulativo dessas mudanças foi uma progressão
harmônica do desenvolvimento humano no Brasil.
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
O IDH, como já dito anteriormente, foi criado
originalmente para medir o nível de desenvolvi-
mento humano dos países a partir de indicadores
de educação (alfabetização e taxa de matrícula),
longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda
(PIB per capita). O índice varia de 0 a 1. Países com
IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano con-
siderado baixo; os países com índices entre 0,500 e
0,799 são considerados de médio desenvolvimento
humano; países com IDH maior que 0,800 têm de-
senvolvimento humano considerado alto.
Segundo o PNUD (2003), para aferir o nível de
desenvolvimento humano de municípios as dimen-
sões utilizadas são as mesmas – educação, longevi-
dade e renda –, mas alguns dos indicadores usados
são diferentes. Embora meçam os mesmos fenôme-
nos, os indicadores levados em conta no IDH mu-
nicipal (IDHM) são mais adequados para avaliar as
condições de núcleos sociais menores.
O cálculo do IDH municipal, para a avaliação
da dimensão educação, considera dois indicadores,
com pesos diferentes: taxa de alfabetização de pes-
Tendências de longo prazo do IDH do BrasilAno Expectativa de vida no
nascimento (anos)Taxa de alfabetização de adultos (% com mais de 15 anos)
Taxa de matrícula combinada (%)
PIB per capita
IDH
1990 66,1 82,0 67,3 7.219 0,7231995 68,2 84,7 74,4 7.798 0,7532000 70,3 86,9 90,2 8.025 0,7892004 71,5 88,6 87,5 8.325 0,7982005 71,7 88,6 87,5 8.402 0,800
Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano 2007/2008.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
104
soas acima de 15 anos (com peso dois) e a taxa bruta
de frequência à escola (com peso um). O primeiro
indicador é o percentual de pessoas com mais de 15
anos capazes de ler e escrever. O segundo indicador
é resultado de uma conta simples: o somatório de
pessoas (independentemente da idade) que fre-
quentam os cursos fundamental, médio e superior
é dividido pela população na faixa etária de 7 a 22
anos (PNUD, 2003).
Para a avaliação da dimensão saúde (longevida-
de), o IDH municipal considera o indicador espe-
rança de vida ao nascer. O indicador de longevidade
sintetiza as condições de saúde e salubridade, uma
vez que quanto mais mortes houver nas faixas etárias
mais precoces, menor será a expectativa de vida.
Em relação à dimensão renda, o critério usado é a
renda municipal per capita. Para se chegar a esse va-
lor soma-se a renda de todos os habitantes e divide-
se o resultado pelo número de pessoas que moram
no município.
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
é um banco de dados eletrônico (disponível para
download no site: <www.pnud.org.br>) feito com
o objetivo de democratizar o acesso e aumentar a
capacidade de análise sobre informações socioeco-
nômicas relevantes dos 5.507 municípios brasileiros
e das 27 unidades da Federação.
Segundo o PNUD (2003), tomando como base os
microdados dos censos de 1991 e de 2000 do Institu-
to Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), esse
sistema disponibiliza informações sobre o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e 124
outros indicadores georreferenciados de população,
educação, habitação, longevidade, renda, desigualda-
de social e características físicas do território.
Com uma navegação simples e autoexplicável, o
Atlas permite ao usuário criar seus próprios instru-
mentos de análise sobre diversas dimensões do de-
senvolvimento humano, por intermédio de mapas
temáticos, tabelas, gráfi cos, relatórios, ordenamen-
to (rankings) de municípios e estados, e ferramen-
tas estatísticas. Os resultados podem ser impressos
ou exportados para serem trabalhados em outros
programas, como planilhas Excel e documentos do
Word, por exemplo.
As principais funções do Atlas que já podem ser
visualizadas logo na tela de apresentação são:
1. Consulta Simples – apresenta tabelas predefi -
nidas da área geográfi ca escolhida pelo usuário. Elas
podem ser referentes a municípios ou unidades da
Federação.
2. Consulta Avançada – tem o mesmo mecanis-
mo que a consulta simples, mas oferece ao usuário a
possibilidade de montar suas próprias tabelas, esco-
lhendo quais indicadores entrarão em cada coluna,
com a opção de criar condicionalidades para a sele-
ção de variáveis.
3. Maiores e Menores – é uma maneira rápida de
visualizar, por exemplo, os municípios com melhor
ou pior classifi cação no ranking de qualquer um dos
indicadores. Também há fi ltros que permitem fazer
essa classifi cação por grandes regiões, estados ou
microrregiões.
4. Perfi l – elabora automaticamente um relatório
de cinco páginas, sobre um município ou uma uni-
dade da Federação, que contém um mapa de localiza-
ção, as principais características do território, e dados
evolutivos, de 1991 a 2000, sobre temas como popu-
lação, estrutura etária, indicadores de longevidade e
mortalidade, nível educacional, nível e distribuição
de renda, pobreza, desigualdade, acesso a serviços bá-
sicos e a bens de consumo, indicadores de vulnerabi-
lidade familiar e desenvolvimento humano.
5. Mapa Temático – a partir de um indicador es-
colhido pelo usuário, o programa colore um mapa
da área geográfi ca selecionada (Brasil, grande região,
estado, microrregião), de acordo com um intervalo
preestabelecido ou defi nido pelo usuário. O mapa
pode ser exportado para uso em outros programas.
6. Histograma – essa função permite ao usuário
criar um gráfi co de barras que representa a distri-
buição dos municípios (ou estados) na escala da
variável escolhida – por exemplo, se há mais uni-
dades próximas ao início, ao meio ou ao fi m da es-
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AULA 7 — Desenvolvimento Humano
105
cala. Clicando-se em uma das barras, o programa
mapeia automaticamente todos os municípios que
estão dentro daquele intervalo.
7. Correlação – trata-se de uma função estatística
simples que permite ao usuário descobrir se existe
uma correlação positiva ou negativa (ou se não há
correlação) entre duas variáveis. O programa mos-
tra um gráfi co: quanto mais dispersos estiverem
os pontos no gráfi co, menor a correlação entre as
variá veis e vice-versa.
8. Relatório – o Atlas permite ao usuário escolher
um indicador para que, a partir dele, o programa
crie um relatório automático, mostrando a distri-
buição dos municípios (ou unidades da Federação)
por faixas, traçando um retrato da situação em 1991
e em 2000. O relatório pode ser feito para qualquer
um dos municípios do país. Para facilitar seu uso,
o Atlas possui, no menu Ajuda/Conteúdo, um guia
passo a passo que ensina a navegar por todas as suas
funções.
De acordo com PNUD (2003), o Atlas do Desen-
volvimento Humano no Brasil é uma ferramenta de
múltiplos usos para públicos variados. Ele pode ser
usado por gestores públicos para planejar e eleger
prioridades orçamentárias, por pesquisadores para
realizar estudos em sobre quaisquer regiões ou as-
pectos socioeconômicos do país, por organizações
não governamentais para defi nir seu foco de atua-
ção, por jornalistas para fazer o acompanhamento
de políticas públicas, e pela sociedade civil para ava-
liações de interesse público. No caso de gestores do
setor público, o Atlas é um instrumento útil nas três
esferas de governo. Administradores municipais po-
dem usá-lo para priorizar políticas públicas e atrair
investimentos em um município ou microrregião, o
governo estadual pode visualizar em mapas temá-
ticos a cobertura de redes de serviços sociais. Para
a administração federal, o Atlas proporciona uma
visão de conjunto das carências e potencialidades de
cada região.
O Atlas é também um meio de facilitar o traba-
lho cooperativo dos governos com a sociedade civil,
propiciando acesso a informações fundamentais so-
bre o acesso a bens públicos e serviços básicos. Os
pesquisadores podem transformá-lo em ferramenta
para diagnosticar diferentes dimensões da pobreza
e do desenvolvimento humano, identifi car desigual-
dades sociais e espaciais, bem como casos exitosos
de avanços do bem-estar.
A imprensa, por sua vez, conta com indicadores
sintéticos, como o IDHM e seus subíndices de ren-
da, longevidade e educação, para traçar um pano-
rama amplo e ao mesmo tempo aprofundado da
realidade brasileira. O recurso de fazer histogramas
permite visualizar com rapidez e facilidade a distri-
buição das carências e potencialidades de todos os
municípios e perceber o grau de desigualdade re-
gional.
O Atlas, por fi m, é um sistema útil para todos os
agentes de desenvolvimento interessados em remo-
ver as barreiras para a elevação do bem-estar das po-
pulações dispersas por todo o território nacional.
! SAIBA MAIS
www.pnud.org.br
* ANOTAÇÕES
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
106
OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO
MILÊNIO (ODM)
Na Assembleia do Milênio, realizada em setembro de 2000, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, governantes do mundo inteiro assumiram o compro-misso de promoção da paz, erradicação da pobreza, promoção do desenvolvimento humano, proteção ao ambiente comum, direitos humanos e democracia, compromissos que fi caram conhecidos como Objeti-vos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no entanto, nasceram das grandes confe-
rências internacionais dos anos 1990, cujos temas recaíram sobre população, meio ambiente, gênero, direitos humanos, desenvolvimento social.
O grande mérito dos ODM é integrar os com-promissos assumidos numa grande agenda mundial de desenvolvimento, com claras defi nições de metas e prazos para serem cumpridas, e indicadores do progresso alcançado por município, estado, região e país.
Até 2015, todos os Estados-membros das Nações Unidas assumiram o compromisso de:
Un
idad
e D
idát
ica
– Tr
atam
ento
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Info
rmaç
ão e
os
In
dic
ado
res
Soci
ais
AULA
8____________________OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO
MILÊNIO – ODM
Conteúdo• Os Objetivos do Milênio (ODM).
• A Declaração do Milênio.
• O Brasil e os Objetivos do Milênio.
Competências e habilidades• Conhecer cada um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
• Compreender os objetivos, metas e indicadores, contextualizando-os historicamente.
• Ler e interpretar textos relacionados aos Objetivos do Milênio, relacionando com o Serviço Social.
Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.
Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo
2 h/a – presenciais com o professor local
6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo
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AULA 8 — Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – ODM
107
A DECLARAÇÃO DO MILÊNIO
A adoção da Declaração do Milênio, por todos
os 189 Estados-membros da Assembleia Geral das
Nações Unidas, marcou um momento decisivo na
cooperação global no século XXI. A declaração
estabelece, no âmbito de uma única estrutura, os
desafi os centrais enfrentados pela humanidade no
limiar do novo milênio. Também esboça a respos-
ta a esses desafi os e estabelece medidas concretas
para medir o desempenho mediante uma série de
compromissos, objetivos e metas inter-relacionados
sobre desenvolvimento, governabilidade, paz, segu-
rança e direitos humanos.
A declaração representa o auge de uma série de
conferências e cúpulas internacionais, iniciadas em
1990 com a Cúpula Mundial para a Infância (Sum-
mit for Children) contou com um acordo sem pre-
cedentes no âmbito da comunidade internacional
sobre extensa variedade de compromissos e planos
de ação que se fi rmam sobre seis princípios funda-
mentais, traduzidos em ações contidas nos oito ob-
jetivos apontados a seguir:
• Liberdade – homens e mulheres têm o direito
de viver suas vidas e criar seus fi lhos com dig-
nidade, livres da fome, do medo da violência,
da opressão e da injustiça. A governança demo-
crática e participativa fundamentada no desejo
do povo é o que mais contribui para assegurar
esses direitos.
• Igualdade – nenhuma pessoa e nenhuma co-
munidade devem ser excluídas das oportuni-
dades ao desenvolvimento. A igualdade de di-
reitos e oportunidades de mulheres e homens
precisa ser assegurada.
• Solidariedade – os desafi os globais precisam
ser conduzidos de forma que se distribuam
justamente seus custos e pesos, em consonân-
cia com os princípios básicos de equidade e
justiça social. Aqueles que sofrem ou auferem
menores benefícios merecem ajuda daqueles
que mais se benefi ciam.
• Tolerância – os seres humanos devem respeitar
uns aos outros, em toda a sua diversidade de
crença, cultura e linguagem. As diferenças en-
tre as comunidades não devem ser nem temidas
nem reprimidas, mas sim compartilhadas como
uma qualidade preciosa da humanidade.
• Respeito à natureza – deve-se ser prudente no
manejo de todas as espécies vivas e dos recur-
sos e serviços naturais, na busca do desenvolvi-
mento sustentável. É assim que serão preserva-
das as enormes riquezas da natureza para pas-
sá-las aos descendentes. As formas de produção
e consumo atuais, insustentáveis, precisam ser
modifi cadas em benefício de nosso bem-estar e
de nossos descendentes.
• Responsabilidade compartilhada – a respon-
sabilidade sobre a administração do desenvol-
vimento econômico e social deve ser dividida
entre as esferas de poder e os atores sociais, e
precisa ser exercida multilateralmente. Sendo
a mais universal e representativa das organi-
zações no mundo, as Nações Unidas precisam
exercer a coordenação central.
OBJETIVOS, METAS E INDICADORES
Cada um dos oito Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM) está ligado a metas e indicado-
res específi cos acordados pelos líderes mundiais em
conferências internacionais.
Os objetivos e metas oferecem imagem clara so-
bre como pode ser o mundo em 2015. Os indicado-
res apontam as medidas para que se possa conferir
se atingiremos os objetivos.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
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AULA 8 — Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – ODM
109
O BRASIL E OS OBJETIVOS DO MILÊNIO
Objetivo 1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome
O Brasil já ultrapassou a meta de reduzir pela
metade a proporção da população que vive com
renda inferior a 1 dólar PPC (paridade do poder de
compra) por dia. Enquanto, em 1990, 8,8% dos bra-
sileiros viviam na pobreza extrema, em 2005 o per-
centual caiu para 4,2%, o que representa um resul-
tado superior ao estabelecido pela ONU. Em termos
absolutos, 4,7 milhões de pessoas deixaram a condi-
ção de extrema pobreza entre 1990 e 2005, embora
cerca de 7,5 milhões ainda tenham renda domiciliar
Fonte: PNUD (2005).
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
110
per capita inferior a 1 dólar PPC por dia. O valor da
linha de pobreza extrema equivalente a 1 dólar PPC
por dia era de aproximadamente R$ 40,00 por mês
em 2005. No Brasil, tem sido utilizado como parâ-
metro o valor de um quarto do salário mínimo de
renda per capita por mês para dimensionar a extre-
ma pobreza e meio salário mínimo de renda per ca-
pita por mês para dimensionar a pobreza. Em 2005,
esses rendimentos equivaliam, respectivamente, a
R$ 89,60 e R$ 179,21. Considerando tais patamares,
a pobreza extrema caiu de 28% para 16% da popu-
lação entre 1990 e 2005, enquanto a pobreza recuou
de 52% para 38% no mesmo período.
Objetivo 2 – Atingir o ensino básico universal
O Brasil praticamente universalizou o acesso à
escola da população de 7 a 14 anos. Entre 1992 e
2005, ampliou-se expressivamente a proporção de
jovens na escola (taxa de frequência escolar) e hou-
ve também redução signifi cativa de diversos tipos
de desigualdade. Apesar dos avanços, ainda é muito
alta a proporção de alunos que progridem de forma
lenta e daqueles que abandonam os estudos – o que
contribui para manter em patamares baixos a taxa
de conclusão no ensino fundamental.
Em relação à taxa esperada de conclusão do ensino
fundamental, houve avanços ao longo dos últimos 15
anos. No início dos anos 1990, apenas 38% dos estu-
dantes concluíam esse nível de ensino e com prazo mé-
dio de 11,7 anos. Em relação à conclusão da 4ª série do
ensino fundamental, as taxas estão em patamares mais
aceitáveis, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste, em que
se aproximam dos índices de frequência líquida nesse
nível de ensino. Já no Norte e no Nordeste, as taxas gi-
ram em torno de 80%, e o tempo médio esperado para
conclusão amplia-se para cerca de seis anos.
As diferenças entre as taxas de conclusão da 4a e
da 8a série também são mais acentuadas nas regi-
ões Norte e Nordeste, se comparadas às do Sul e do
Sudeste. Nas duas primeiras, 50% dos que concluem
a 4a série abandonam os estudos antes de completar
o ensino fundamental, enquanto na região Sudeste
essa perda corresponde a 27%.
Objetivo 3 - Promover a igualdade entre os
sexos e a autonomia das mulheres
Os dados referentes à educação no Brasil mos-
tram que as mulheres se encontram, quase sempre,
em condições melhores que os homens. Durante os
últimos anos, as meninas têm apresentado indica-
dores superiores aos dos meninos, tanto no que diz
respeito ao acesso à escola quanto no que se refere
à permanência nos bancos escolares. O resultado
refl ete os avanços verifi cados ao longo do século
20, período em que as mulheres conquistaram a
oportunidade de se alfabetizar e ter maior acesso à
educação, do ensino fundamental ao superior. Essa
mudança representa um passo importante para a
autonomia feminina, ainda que não signifi que a su-
peração dos entraves enfrentados pelas mulheres.
Os dados indicam que, no Brasil, a população fe-
minina tem maior acesso à educação nos três níveis
de ensino. Quanto mais se avança na escala de esco-
laridade, mais elevado é o número de mulheres em
relação ao de homens. Se no ensino fundamental
a proporção de meninos e meninas é quase a mes-
ma – o que se deve principalmente à universaliza-
ção do acesso –, no ensino médio o total de alunas
é 23% maior que o de alunos. No ensino superior,
a diferença sobe para 31%. No ensino médio, as de-
sigualdades têm reduzido ao longo dos anos, com
exceção das regiões Sul e Centro-Oeste. Em 1992, o
número de mulheres nesse nível de ensino era quase
41% superior ao de homens. Em 2005, o percentual
caiu para 23%. Entre os fatores que explicam essa
convergência está, novamente, o processo de uni-
versalização do ensino fundamental, que possibili-
tou formar um contingente maior de alunos aptos a
ingressar no ensino médio.
No ensino superior, dois desafi os merecem ser
destacados. O primeiro é a difi culdade de manter
os meninos na escola. As condições de vida e os es-
tereótipos de gênero levam muitos alunos do sexo
masculino a tentar, sem sucesso, conciliar as ativi-
dades de trabalho e estudo, o que se dá já a partir
do ensino médio. O resultado dessa combinação é,
muitas vezes, o abandono escolar e a consequente
diminuição das chances de chegar à universidade.
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AULA 8 — Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – ODM
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Apesar de estarem em condições melhores no
campo educacional, as mulheres aparecem em des-
vantagem no mercado de trabalho brasileiro. Mes-
mo com maior acesso às universidades, elas seguem
participando menos do mundo do trabalho, rece-
bendo menos pelas atividades realizadas e ocupan-
do os piores postos, tanto em termos salariais quan-
to em termos de proteção social.
Objetivo 4 – Reduzir a mortalidade infantil
O Brasil apresentava, em 1990, uma taxa de morta-
lidade na infância (crianças menores de cinco anos) de
53,7 por mil nascidos vivos. Para cumprir o compro-
misso de reduzir em dois terços a mortalidade nessa
faixa etária até 2015, como prevê o quarto Objetivo de
Desenvolvimento do Milênio, o país precisa diminuir
o número de óbitos para menos de 18 por mil até a
data estabelecida. Em 2005, a taxa já era de 28,7.
O resultado verifi cado entre 1990 e 2005 mostra
que a taxa de mortalidade na infância vem caindo de
maneira contínua no Brasil. Nesse período, a média
nacional de redução fi cou em 46,4%, com destaque
para o Nordeste, que teve a maior queda (55,4%). A
região ainda é a que apresenta a taxa mais elevada,
mas a diferença em relação ao Sul caiu de 2,5 vezes,
em 1990, para 2 vezes, em 2005. Uma avaliação do
desempenho de 60 países em desenvolvimento indi-
cou que o Brasil está entre os sete que têm condições
de atingir a meta deste objetivo – junto com Ban-
gladesh, Egito, México, Indonésia, Filipinas e Nepal.
Além disso, a previsão é de que o Brasil tenha, em
2015, a segunda menor taxa de mortalidade na in-
fância entre as nações analisadas na pesquisa.
A mortalidade infantil (crianças menores de 1
ano) também caiu signifi cativamente no período.
Esse indicador passou a ser coletado de maneira
tecnicamente mais precisa a partir de 1996, quando
começam os progressos nos registros dos nascidos
vivos no país. A taxa nacional de mortalidade infan-
til, que era de 33,7 por mil nascidos vivos em 1996,
passou para 21,1 em 2005 – uma queda de 37,2%.
A mortalidade infantil caiu em todos os estados no
período e chegou a recuar mais de 40% em Pernam-
buco, Ceará, Roraima, Rio Grande do Norte e São
Paulo. Apesar desse resultado, a taxa nacional pode
ser considerada elevada em comparação com a dos
países desenvolvidos e a de alguns da América Lati-
na, como Chile e Argentina.
Objetivo 5 – Melhorar a saúde materna
A razão de mortalidade materna caiu de 61,2
para 53,4 óbitos por 100 mil nascidos vivos entre
1997 e 2005. Essa redução de 12,7% deve ser vista
com cautela, pois há evidências de que o evento é
subnotifi cado no país, o que prejudica a informação
e o mapeamento dos óbitos, especialmente nas regi-
ões menos desenvolvidas.
Para diminuir essa subnotifi cação e identifi car
com maior precisão as causas das mortes, tem sido
implantados novos Comitês de Mortalidade Mater-
na, criados em 1998 para apurar o motivo dos óbitos.
O número de comitês passou de 495 em 2001 para
951 em 2005; a ampliação foi maior no Nordeste.
As principais causas da mortalidade materna no
país são as classifi cadas como diretas – ou seja, rela-
cionadas às complicações surgidas durante a gravi-
dez, o parto ou o puerpério (até 42 dias após o parto)
–, decorrentes de intervenções, omissões, tratamento
incorreto ou de uma cadeia de eventos associados a
qualquer um desses fatores. As causas indiretas, típi-
cas de países com baixas razões de mortalidade, resul-
tam de doenças preexistentes ou que se desenvolvem
durante a gestação, agravadas por outros aspectos,
como problemas circulatórios e respiratórios.
Em 2005, as causas obstétricas diretas, incluindo
o aborto, provocaram 73,6% dos óbitos maternos
no país. Transtornos hipertensivos na gravidez, no
parto e no pós-parto responderam por 32,9% des-
ses casos; o aborto, por 9,3%. Já as causas obstétri-
cas indiretas somaram 22,9% das mortes maternas
registradas naquele ano.
Objetivo 6 – Combater HIV/AIDS, malária e
outras doenças
A proporção de brasileiros infectados pelo HIV
não apresentou mudanças signifi cativas nos últimos
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
112
anos. O governo federal estima que, em 2004, havia
no Brasil aproximadamente 600 mil portadores do
vírus, o que indica que a infecção se manteve está-
vel em relação a 2000. Nesse período (2000-2004),
a taxa de prevalência (proporção da população in-
fectada) entre brasileiros de 15 a 49 anos permane-
ceu em 0,6%-0,8% entre os homens e 0,4% entre as
mulheres.
A mesma tendência foi observada entre jovens
do sexo feminino de 15 a 24 anos. A taxa oscilou
de 0,28%, em 2004, para 0,26%, em 2006. A manu-
tenção da taxa de prevalência da infecção foi acom-
panhada de uma pequena oscilação da incidência
(novos casos de AIDS). De 1980, quando foi feito o
primeiro diagnóstico de AIDS no Brasil, até junho
de 2006, o governo federal identifi cou 433.067 ca-
sos da doença – número que exclui os portadores
de HIV que não desenvolveram AIDS. A incidência
média anual, nos últimos anos, foi de aproximada-
mente 35 mil casos.
Em 2004, a taxa de incidência foi de 19,7 casos
para cada 100 mil habitantes. A análise regional
mostra que a doença se propagou de forma mais
intensa nas regiões que costumam exibir os melho-
res indicadores sociais. No Sul, a incidência era de
26,5 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto
no Nordeste, de 10,3 casos. Além disso, o Sudeste,
sozinho, concentra mais de 60% dos casos de AIDS
registrados desde o início da epidemia.
Objetivo 7 – Garantir a sustentabilidade
ambiental
No Brasil, a área coberta por fl orestas nativas
abrange cerca de 4,6 milhões de quilômetros qua-
drados, o que corresponde a 54,2% do território na-
cional. As fl orestas concentram-se principalmente
na Amazônia (74%), seguida pelo Cerrado (16,3%)
e pela Mata Atlântica (5%).
O desmatamento na Amazônia Legal tem sido
monitorado regularmente pelo governo brasileiro.
Os dados mostram que o auge do desfl orestamen-
to na região ocorreu entre 1994 e 1995, com a des-
truição de mais de 29 mil quilômetros quadrados
de fl orestas. Após um breve arrefecimento, em 1996
e 1997, a derrubada teve uma tendência ascendente
até 2004, quando o desfl orestamento caiu signifi ca-
tivamente. Dados preliminares para 2005/2006 in-
dicam um desmatamento de aproximadamente 13
mil quilômetros quadrados.
O Brasil tem reduzido o uso de substâncias des-
truidoras da camada de ozônio. O consumo de CFC
– presente em geladeiras e aparelhos de ar-condi-
cionado – caiu mais de 90% entre 1999 e 2006, o
que permitiu que o país cumprisse tanto suas metas
internas de redução quanto as metas estabelecidas
pelo Protocolo de Montreal.
Em relação à proporção da população que tem
acesso a serviços de esgotamento sanitário adequa-
do – por rede geral ou fossa séptica. No meio ur-
bano, a cobertura subiu de 65,9%, em 1992, para
77,3%, em 2005. Isso signifi ca que, nesse período,
3,5 milhões de domicílios urbanos foram conecta-
dos à rede geral de esgotamento sanitário. Na zona
rural, também se verifi cou uma ampliação do aces-
so ao serviço, que chegava a 18,2% da população
em 2005.
Apesar da ampliação dos serviços, a falta de uma
solução adequada para o esgotamento sanitário é
um problema que em 2005 atingia 34,6 milhões de
brasileiros que viviam em cidades. Na zona rural, a
solução mais adotada para o esgoto ainda é a fos-
sa rudimentar (45,3%). Mesmo assim, mais de um
quarto (27,1%) da população rural não possui ne-
nhum tipo de esgotamento sanitário.
O problema da poluição provocada pelo défi cit
nos serviços de coleta de esgoto fi ca ainda mais gra-
ve quando se observa que menos de um terço do
esgoto coletado passa por algum tratamento.
Objetivo 8 – Estabelecer uma parceria mundial
para o desenvolvimento
A atuação do Brasil nos diversos fóruns interna-
cionais visa, principalmente, fortalecer o multilate-
ralismo e, nas Nações Unidas, defender uma reforma
que dê à organização maior capacidade para estabe-
lecer uma ordem internacional fundamentada na
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AULA 8 — Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – ODM
113
vigência do direito internacional e na justiça social.
Assim, o Brasil defende uma ONU que promova, de
forma integrada e abrangente, o desenvolvimento
sustentável, a segurança e os direitos humanos.
O país teve papel de destaque, por exemplo, nas
negociações que resultaram na criação da Comis-
são de Construção da Paz das Nações Unidas. Outro
exemplo desses esforços voltados à promoção da
paz internacional é a participação brasileira na Mis-
são das Nações Unidas de Estabilização no Haiti.
Embora não esteja incluído no compromisso de
possibilitar a redução da dívida externa dos países
altamente endividados, o Brasil tem ajudado as na-
ções pobres altamente endividadas a reduzir seus
débitos. O governo brasileiro, como credor, renego-
ciou muitas dívidas em atraso com países pobres,
particularmente dos situados na África. Em 2006,
os valores potencialmente sujeitos a esse tratamento
alcançavam cerca de US$ 400 milhões.
O Brasil tem feito esforços para aumentar o aces-
so e uso das telecomunicações e das novas tecno-
logias da informação por parte da população. Em
2006, os aparelhos celulares superavam os 100 mi-
lhões de unidades, mais que o dobro do total regis-
trado em 2003. Esse número coloca o Brasil entre
os cinco maiores mercados de telefonia móvel do
mundo, com uma proporção de 53 celulares para
cada 100 habitantes. Na telefonia fi xa, com novas
tecnologias, o número de linhas permaneceu em
torno de 40 milhões. Com isso, a densidade total da
telefonia brasileira alcançou 74 aparelhos (celulares
ou fi xos) a cada 100 habitantes, nível próximo ao
observado em países desenvolvidos como França,
Japão e Estados Unidos em 2005.
REFLEXÕES FINAIS
Durante a reunião da Cúpula do Milênio, reali-
zada em Nova Iorque, em 2000, líderes de 189 na-
ções ofi cializaram um pacto para tornar o mundo
mais solidário e mais justo, até 2015. O sucesso des-
se grande projeto humanitário só será possível por
meio do cumprimento das oito iniciativas que fi ca-
ram conhecidas como Objetivos de Desenvolvimen-
to do Milênio. Todos devemos participar – o meio
acadêmico, os governos, as instituições fi nanceiras
e organizações não governamentais – do enfrenta-
mento das questões mais desafi adoras do desenvol-
vimento mundial.
! SAIBA MAIS
www.pnud.org.br
www.nospodemos.org.br
www.portalodmm.com.br
www.objetivosdomilenio.org.br
REFERÊNCIAS
Básica
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conceitos, fonte de dados e aplicações. Campinas:
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Utilizadas pelos professores
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relatório nacional de acompanhamento. Brasília:
Ipea: MP, SPI, 2007.
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
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as Políticas Públicas no Brasil. Revista
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SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São
Paulo: Companhia das Letras, 2000.
* ANOTAÇÕES
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SEMINÁRIO INTEGRADO
Caro(a) Acadêmico(a),
A unidade didática Seminário Integrado visa à
articulação das unidades existentes no módulo, e à
percepção da aplicação prática dos conteúdos mi-
nistrados.
Por meio da interdependência adquirida com as
unidades didáticas deste seminário, o futuro profi s-
sional será capaz de articular a teoria, adquirida no
ensino superior, com a prática exigida no cotidia-
no da profi ssão. Para tanto, é necessário o entendi-
mento de que os conteúdos de cada Unidade Di-
dática permitirão um estudo integrado, formando
um profi ssional completo e compromissado com o
mercado de trabalho.
Ao desenvolver esta unidade, você deverá aplicar
todos os conhecimentos adquiridos no decorrer do
módulo, elaborando uma atividade.
A atividade referente ao Seminário Integrado está
disponibilizada na Galeria da Unidade Didática –
Seminário Integrado.
Bom trabalho!
Professores Interativos do Módulo
Módulo: Planejamento e Administração
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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais
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