Servico social 2009_6_3

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SERVIÇO SOCIAL Autores Carmen Ferreira Barbosa Edilene Maria de Oliveira Araújo Edilene Xavier Rocha Garcia Eloísa Castro Berro Maria Massae Sakate Silvia Regina da Silva Costa Educação sem fronteiras 6 Anhanguera Publicações Valinhos/SP, 2009 www.interativa.uniderp.br www.unianhanguera.edu.br 00_Abertura_SSocial_6Sem.indd 1 6/5/09 10:07:38 AM

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SERVIÇO SOCIAL

AutoresCarmen Ferreira Barbosa

Edilene Maria de Oliveira AraújoEdilene Xavier Rocha Garcia

Eloísa Castro BerroMaria Massae Sakate

Silvia Regina da Silva Costa

Educaçãosem fronteiras

6

Anhanguera PublicaçõesValinhos/SP, 2009

www.interativa.uniderp.brwww.unianhanguera.edu.br

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© 2009 Anhanguera PublicaçõesProibida a reprodução fi nal ou parcial por qualquer meio deimpressão, em forma idêntica, resumida ou modifi cada em línguaportuguesa ou qualquer outro idioma.Impresso no Brasil 2009

ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPO GRANDE/MS

PresidenteProf. Antonio Carbonari Netto

Diretor AcadêmicoProf. José Luis Poli

Diretor AdministrativoAdm. Marcos Lima Verde Guimarães Júnior

CAMPUS I

ChancelerProfa. Dra. Ana Maria Costa de SousaReitorProf. Dr. Guilherme Marback NetoVice-ReitorProfa. Heloísa Helena Gianotti PereiraPró-ReitoresPró-Reitor Administrativo: Adm. Marcos Lima Verde Guimarães JúniorPró-Reitora de Graduação: Profa. Heloisa Helena Gianotti Pereira Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto: Prof. Ivo Arcângelo Vendrúsculo Busato

ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.UNIDERP INTERATIVA

DiretorProf. Dr. Ednilson Aparecido Guioti

CoodernaçãoProf. Wilson Buzinaro

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICAProfa. Terezinha Pereira Braz / Profa. Aparecida Lucinei Lopes Taveira Rizzo / Profa. Maria Massae Sakate /Profa. Adriana Amaral Flores Salles / Profa. Lúcia Helena Paula Canto (revisora)

PROJETO DOS CURSOSAdministração: Prof. Wilson Correa da Silva / Profa. Mônica Ferreira SatolaniCiências Contábeis: Prof. Ruberlei BulgarelliEnfermagem: Profa. Cátia Cristina Valadão Martins / Profa. Roberta Machado PereiraLetras: Profa. Márcia Cristina Rocha FiglioliniPedagogia: Profa. Vivina Dias Sol QueirozServiço Social: Profa. Maria de Fátima Bregolato Rubira de Assis / Profa. Ana Lúcia Américo AntonioTecnologia em Gestão e Marketing de Pequenas e Médias Empresas: Profa. Fabiana Annibal Faria de Oliveira BiazettoTecnologia em Gestão e Serviço de Saúde: Profa. Irma MarcarioTecnologia em Logística: Prof. Jefferson Levy Espindola DiasTecnologia em Marketing: Prof. Jefferson Levy Espindola DiasTecnologia em Recursos Humanos: Prof. Jefferson Levy Espindola Dias

ANHANGUERA PUBLICAÇÕES

DiretorProf. Diógenes da Silva Júnior

Gerente AcadêmicoProf. Adauto Damásio

Gerente AdministrativoProf. Cássio Alvarenga Netto

Ficha Catalográfi ca realizada pela BibliotecáriaAlessandra Karyne C. de Souza Neves – CRB 8/6640

S514 Serviço social / Carmen Ferreira Barbosa ...[et al.]. - Valinhos : Anhanguera Publicações, 2009. 240 p. - (Educação sem fronteiras ; 6)

ISBN: 978-85-62280-55-9

1. Serviço social – Planejamento. 2. Serviço social – Administração. 3. Serviço social – Integração da assistência. I. Barbosa, Carmen Ferreira. II. Título. III. Série.

CDD: 360

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Nossa Missão, Nossos Valores_______________________________

A Anhanguera Educacional completa 15 anos em 2009. Desde sua fundação, buscou a ino-

vação e o aprimoramento acadêmico em todas as suas ações e programas. É uma Instituição de

Ensino Superior comprometida com a qualidade dos cursos que oferece e privilegia a preparação

dos alunos para a realização de seus projetos de vida e sucesso no mercado de trabalho.

A missão da Anhanguera Educacional é traduzida na capacitação dos alunos e estará sempre

preocupada com o ensino superior voltado às necessidades do mercado de trabalho, à adminis-

tração de recursos e ao atendimento aos alunos. Para manter esse compromisso com a melhor

relação qualidade/custo, adotaram-se inovadores e modernos sistemas de gestão nas instituições

de ensino. As unidades no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas

Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul preservam a missão e difundem os valores

da Anhanguera.

Atuando também no Ensino a Distância, a Anhanguera Educacional orgulha-se de poder es-

tar presente, por meio do exemplar trabalho educacional da Uniderp Interativa, nos seus pólos

espalhados por todo o Brasil.

Boa aprendizagem e bons estudos!

Prof. Antonio Carbonari Netto

Presidente — Anhanguera Educacional

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AULA 1 — A Base do Pensamento Econômico

Apresentação____________________

A Universidade Anhanguera/UNIDERP, ao longo de sua existência, prima pela excelência no

desenvolvimento de seu sólido projeto institucional, concebido a partir de princípios modernos,

arrojados, pluralistas, democráticos.

Consolidada sobre patamares de qualidade, a Universidade conquistou credibilidade de par-

ceiros e congêneres no país e no exterior. Em 2007, sua entidade mantenedora (CESUP) passou

para o comando do Grupo Anhanguera Educacional, reconhecido pelo compromisso com a

qualidade do ensino, pela forma moderna de gestão acadêmico-administrativa e pelos propósi-

tos responsáveis em promover, cada vez mais, a inclusão e a ascensão social.

Reconhecida pela ousadia de estar sempre na vanguarda, a Universidade impôs a si mais um

desafio: o de implantar o sistema de ensino a distância. Com o propósito de levar oportunida-

des de acesso ao ensino superior a comunidades distantes, implantou o Centro de Educação a

Distância.

Trata-se de uma proposta inovadora e bem-sucedida, que, em pouco tempo, saiu das frontei-

ras do Estado do Mato Grosso do Sul e se expandiu para outras regiões do país, possibilitando o

acesso ao ensino superior de uma enorme demanda populacional excluída.

O Centro de Educação a Distância atua por meio de duas unidades operacionais: a Uniderp

Interativa e a Faculdade Interativa Anhanguera(FIAN). Com os modelos alternativos ofereci-

dos e respectivos pólos de apoio presencial de cada uma das unidades operacionais, localizados

em diversas regiões do país e exterior, oferece cursos de graduação, pós-graduação e educação

continuada, possibilitando, dessa forma, o atendimento de jovens e adultos com metodologias

dinâmicas e inovadoras.

Com muita determinação, o Grupo Anhanguera tem dado continuidade ao crescimento da

Instituição e realizado inúmeras benfeitorias na estrutura organizacional e acadêmica, com re-

flexos positivos nas práticas pedagógicas. Um exemplo é a implantação do Programa do Livro-

Texto – PLT, que atende às necessidades didático-pedagógicas dos cursos de graduação, viabiliza

a compra, pelos alunos, de livros a preços bem mais acessíveis do que os praticados no mercado

e estimula-os a formar a própria biblioteca, promovendo, assim, a melhoria na qualidade de sua

aprendizagem.

É nesse ambiente de efervescente produção intelectual, de construção artístico-cultural, de

formação de cidadãos competentes e críticos, que você, acadêmico(a), realizará os seus estudos,

preparando-se para o exercício da profissão escolhida e uma vida mais plena na sociedade.

Prof. Guilherme Marback Neto

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Autores____________________

CARMEN FERREIRA BARBOSA

Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de

Mato Grosso – FUCMT – 1984

Especialização: Saúde da Família – Universidade Federal de MS – UFMS – 2003

Especialização: Metodologia de Ensino Superior – FUCMAT – 1992

Mestrado: Serviço Social – Universidade Estadual Paulista/UNESP e Universidade Católica

Dom Bosco/UCDB – 2002

EDILENE MARIA DE OLIVEIRA ARAÚJO

Graduação:Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de

Mato Grosso – FUCMT – 1986

Pós-graduação Latu sensu: Gestão de Iniciativas Sociais – Universidade Federal do Rio de

Janeiro – UFRJ – 2002

Pós-graduação Lato Sensu: Formação de Formadores de em Educação de Jovens e Adultos –

Universidade Nacional de Brasília – UNB – 2003

Pós-graduação Lato Sensu: Administração em Marketing e Comércio Exterior – UCDB – 1998

EDILENE XAVIER ROCHA GARCIA

Graduação: Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de

Mato Grosso – FUCMT – 1988

Especialização: Gestão de Políticas Sócias – UNIDERP – 2003

Mestrado: Desenvolvimento Local – Universidade Unidas Católicas – UCDB

MS – 2007

ELOÍSA CASTRO BERRO

Graduação: Serviço Social – Faculdades Integradas de Marília – 1984

Especialização: Planejamento e Serviço Social – Faculdades Unidas Católica de

Mato Grosso – FUCMT – 1998

Especialização: Metodologia de Ação do Serviço Social - Faculdades

Unidas Católica de

Mato Grosso – FUCMT – 1983

Mestrado: Serviço Social - Universidade Estadual Paulista/UNESP e Universidade Católica Dom

Bosco/UCDB – 2002

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MARIA MASSAE SAKATE

Graduação: Matemática – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS,

Campo Grande, MS – 1992

Especialização: Informática na Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –

UFMS, Campo Grande, MS – 1998

Mestrado: Educação – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS,

Campo Grande, MS – 2003

SILVIA REGINA DA SILVA COSTA

Graduação: Serviço Social – Universidade Católica Dom Bosco – UCDB – 2001

Especialização em Violência Doméstica Contra Criança e Adolescentes – Universidade de São

Paulo – USP – 2004

Especialização: Políticas Sociais com Ênfase no Território e na Família – Universidade

Católica Dom Bosco – UCDB – 2007

Mestrado em Educação – Universidade Estadual Paulista – UNESP – 2008

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Sumário____________________

MÓDULO – PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO

UNIDADE DIDÁTICA – ESTÁGIO SUPERVISIONADO IIIAULA 1

O estágio supervisionado III - o estágio como atividade integradora entre o saber e a ação ......... 3

AULA 2

A Intervenção em Serviço Social ........................................................................................................ 7

UNIDADE DIDÁTICA – PLANEJAMENTO DE INTERVENÇÕES SOCIAIS AULA 1

Planejamento em Serviço Social – conceitos e definições ................................................................ 14

AULA 2

A Administração no Serviço Social – contextualizações básicas ...................................................... 18

AULA 3

Gestão Social – aspectos importantes ................................................................................................ 23

AULA 4

Políticas, Planos, Programas e Projetos – Definições ........................................................................ 29

AULA 5

Papel do Gestor Social ........................................................................................................................ 32

AULA 6

O que é um projeto social? Implicações diretas na realidade atual .................................................. 36

AULA 7

Roteiro básico de um projeto social ................................................................................................... 40

AULA 8

Fases metodológicas e a instrumentalização do planejamento social .............................................. 47

AULA 9

Avaliação e monitoramento de projetos sociais ................................................................................ 54

AULA 10

O Sistema Único da Assistência Social (SUAS) e o planejamento na administração pública......... 60

UNIDADE DIDÁTICA – TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES E OSINDICADORES SOCIAISAULA 1

Noções de estatística descritiva – obtenção e organização de dados ................................................ 68

AULA 2

Representações dos dados por meio da tabela ................................................................................... 76

AULA 3

Representações gráficas dos dados ..................................................................................................... 82

AULA 4

Aspectos conceituais: o que são indicadores e índices ...................................................................... 86

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AULA 5

Sistema de indicadores: requisitos para a sua construção e produção ............................................. 90

AULA 6

Fontes de indicadores sociais .............................................................................................................. 94

AULA 7

Desenvolvimento humano ................................................................................................................. 100

AULA 8

Objetivos do Desenvolvimento do Milênio - ODM .......................................................................... 106

SEMINÁRIO INTEGRADO: PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO .............................................. 115

MÓDULO – DESENVOLVIMENTO LOCAL E INTEGRAÇÃO DA ASSISTÊNCIA

UNIDADE DIDÁTICA – DESENVOLVIMENTO LOCAL E TERRITORIALIZAÇÃOAULA 1

Desenvolvimento local: reflexões e conceitos .................................................................................... 119

AULA 2

Espaço, lugar e território .................................................................................................................... 125

AULA 3

Cultura e identidade ........................................................................................................................... 132

AULA 4

Capital social ....................................................................................................................................... 138

AULA 5

Potencialidade e comunidade ............................................................................................................. 146

AULA 6

Agentes do desenvolvimento local e dimensões metodológicas ....................................................... 150

AULA 7

Solidariedade e educação .................................................................................................................... 154

AULA 8

Cultura do desenvolvimento e desenvolvimento da cultura ............................................................ 160

UNIDADE DIDÁTICA – REDE SOCIOASSISTENCIALAULA 1

O significado de redes no contexto do trabalho socioassistencial ................................................... 171

AULA 2

A filantropia no Brasil ......................................................................................................................... 175

AULA 3

Terceiro setor e suas diversas concepções .......................................................................................... 182

AULA 4

Movimentos sociais, ONGs e redes solidárias ................................................................................... 186

AULA 5

Marco legal das entidades que compõem a rede socioassistencial ................................................... 190

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AULA 6

O Sistema Único de Assistência Social e a nova forma de gestão da assistência social: caráter

público, protagonismo e avaliação do processo................................................................................ 197

AULA 7

Oficina 1: PEAS/2006 – Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas sem

Fins Lucrativos ................................................................................................................................... 208

AULA 8

Oficina 2: PEAS/2006 – Pesquisa das Entidades de Assistência Social Privadas sem

Fins Lucrativos .................................................................................................................................... 215

SEMINÁRIO INTEGRADO: DESENVOLVIMENTO LOCAL E INTEGRAÇÃO

DA ASSISTÊNCIA .................................................................................................................................... 227

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PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO

Módulo

Profa. Ma. Eloísa Castro Berro

Profa. Ma. Silvia Regina da Silva Costa

Profa. Esp. Edilene Maria de Oliveira Araújo

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

68

INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA

A evolução das ciências e também das tecnolo-

gias impulsionam, de forma generalizada, toda a

sociedade para a utilização de algumas técnicas e re-

sultados implementados pelas academias, entre elas

destacamos as grandes quantidades de informação,

de meios de comunicação, desenvolvimentos de pes-

quisas, um aprimoramento na forma de gerenciar e

adquirir outras formas de trabalho. Nesse contex-

to, a estatística, com a sua possibilidade de buscas,

de representações e síntese de dados, desponta nos

meios de comunicação e informação ampliando a

forma de acompanhar um dado acontecimento, ve-

rifi car, sintetizar, resolver problemas e tomar novas

decisões.

Na área de Serviço Social, com a concepção de

que todos têm direitos amplos e universais, orienta-

dos pela perspectiva de superação das desigualdades

sociais e pela igualdade de condições, é necessário

obter o conhecimento dos dados para transformá-

los em uma ferramenta de trabalho que possa real-

mente participar de um trabalho efetivo e crítico.

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Soci

ais

AULA

1____________________NOÇÕES DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA –

OBTENÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE DADOS

Conteúdo• Introdução à estatística.

• Obtenção, classifi cação e organização dos dados.

Competências e habilidades• Compreender a técnica que melhor se aplica a uma determinada situação e utilizá-la efi cazmente na

sua solução.

• Verifi car e compreender de uma forma mais crítica as informações obtidas dos meios de comunicação.

• Ampliar a leitura das informações dos dados apresentados.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presencial com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo

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AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados

69

O conhecimento das informações proporciona-

das por meio da tecnologia da comunicação e in-

formação é uma excelente ferramenta para a com-

preensão da realidade, pois possibilita uma visão

de conjunto de carência e potencialidade de cada

região, podendo assim reforçar e divulgar a neces-

sidade de medidas de tomadas de decisão tanto nos

níveis municipais, estaduais, federais e até mundial

como é descrito pelos órgãos das Nações Unidas

no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH)

publicado anualmente e também no Índice de De-

senvolvimento Humano (IDH), que pressupõe que

aferir a evolução de uma população não deve consi-

derar apenas a dimensão econômica, mas também

outras características como sociais, culturais, e polí-

ticas que infl uenciam a qualidade da vida humana.

Essas informações são baseadas em pesquisas esta-

tísticas, por meio de uma equipe interdisciplinar,

que buscam a população de que desejam obter as

informações, preparam o questionário, coletam as in-

formações, organizam e publicam por meio das fer-

ramentas existentes como as publicações científi cas,

jornais, sites na internet etc.

A seguir, uma tabela e seus gráfi cos para a com-

preensão de dados já organizados.

Vamos agora ampliar o conhecimento que já te-

mos de estatística, começando por alguns fatos his-

tóricos.

O surgimento da estatística

Desde a Antiguidade, os governos têm se interes-

sado por informações sobre suas populações e ri-

quezas, para fi ns de controle e forma de governabi-

lidade, pois o registro de informações não se perde

no tempo. Confúcio relatou levantamentos feitos na

China há mais de 2000 anos antes da era cristã. No

antigo Egito, os faraós fi zeram uso de informações de

caráter estatístico, conforme evidenciaram pesquisas

arqueo lógicas. Os registros mostram que alguns dos

povos já faziam controles de sua população, regis-

trando as migrações, nascimentos, óbitos, e também

das suas terras e das riquezas. Havia distribuição de

terras de uma forma proporcional à quantidade de

pessoas na família, faziam também registros dos pa-

trimônios para melhor tributar os impostos.

Os recenseamentos, como o mencionado na Bí-

blia, não passavam de controles militares, referentes

à baixa de soldados, armas e cavalos, visando reor-

ganizar o exército para novas conquistas e adminis-

trar as terras conquistadas. A partir do século XVI,

começa a aparecer a análise, de forma mais sistema-

tizada, de alguns fatos sociais, como casamentos,

batizados, mortes, e também apresentação das tabe-

las com os primeiros números relacionados.

Tabela – Crescimento anual médio do IDHPaís IDH em 1975 1975 a 1980 1980 a 1985 1985 a 1990 1990 a 1995 1995 a 2000 2000 a 2004 IDH em 2004Brasil 0,647 1,12% 0,43% 0,59% 0,79% 0,94% 0,22% 0,792Colômbia 0,664 0,86% 0,49% 0,56% 0,65% 0,55% 0,48% 0,790Venezuela 0,719 0,41% 0,22% 0,48% 0,21% 0,16% 0,32% 0,784Peru 0,645 0,91% 0,70% 0,26% 0,75% 0,67% 0,23% 0,767México 0,691 1,30% 0,54% 0,24% 0,47% 0,68% 0,31% 0,821Argentina 0,787 0,38% 0,22% 0,05% 0,54% 0,59% 0,09% 0,863Chile 0,706 0,97% 0,64% 0,57% 0,78% 0,60% 0,47% 0,859

Fonte: IDH do Brasil melhora, mas país cai no ranking.

Representação gráfi ca das informações da tabela.

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

70

No século 18, Gottfried Anchenwall dá os primei-

ros passos para que esses controles, por meio dos

dados obtidos e organizados, tenham objetivos ou

métodos que se relacionem com outras ciências. É

também, pela primeira vez, que se observa o termo

“estatística” como uma ciência. A partir dessa época,

as tabelas e as representações gráfi cas fi caram mais

signifi cativas, com uma maior clareza. Os estudos

da probabilidade fi zeram com que a estatística não

fi casse apenas na coletânea de dados numéricos,

mas que desse uma visão do todo, pelo estudo das

partes.

A teoria das probabilidades, no fi nal do século

XVII, aplicada à estatística existente, deu origem à

estatística moderna, aplicada em todos os campos

de pesquisa. Atualmente tornou-se uma tecnologia

quantitativa para a ciência experimental e observa-

cional, que permite avaliar e estudar as incertezas

e os seus efeitos no planejamento, possibilitando a

interpretação de experiências e de observações de

fenômenos da natureza e da sociedade.

Resumindo...

Estatística é uma tecnologia quantitativa para a

ciência experimental e observacional, que permite

avaliar e estudar as incertezas e também as certezas

e os seus efeitos no planejamento, possibilitando a

interpretação de experiências e de observações de

fenômenos da natureza e da sociedade. Está relacio-

nada com a matemática de uma forma dependen-

te para se desenvolver e com outras ciências é um

complemento da pesquisa.

Importância da estatística na sociedade

Adquirir conhecimentos e transformá-los foram

preocupações constantes do homem na sua histó-

ria. Muitos desses conhecimentos, que se transfor-

maram em descobertas desfrutadas por nós todos

os dias, vieram de fontes ignoradas por muitos: a

estatística.

A estatística é utilizada praticamente por todos os

setores da pesquisa, tanto governamentais como os

privados, das ciências humanas, sociais, aplicadas,

exatas, enfi m por todos os ramos. Ela dá a possi-

bilidade de visualizar e ampliar o conhecimento de

uma forma mais generalizada, extrair as informa-

ções necessárias e também interferir nas diferentes

localidades com as informações obtidas.

Outro setor que se apropria das informações ob-

tidas pelas pesquisas estatísticas é o da comunica-

ção, pois a sua representação em tabelas e gráfi cos,

com todas as suas técnicas, faz com que as infor-

mações sejam compreendidas mais rapidamente na

sua totalidade.

Essa forma de transposição das informações cria

uma nova forma de leitura das pesquisas acadêmi-

cas e do mundo. Os profi ssionais, de forma geral,

devem possuir conhecimentos de estatística para

tomar decisões e para evitar apresentações viciosas.

Isso implica que as academias proporcionem movi-

mentos nos quais possam criar e fazer leituras das

informações dos dados estatísticos, ampliando mais

o conhecimento, desenvolvendo na formação aca-

dêmica competências para visualizar com mais pro-

priedade os fenômenos históricos, sociais, políticos

e econômicos.

A estatística contribui na formação profi ssional,

como uma excelente ferramenta para o desenvolvi-

mento de métodos científi cos. Entretanto, a estatís-

tica não pode provar nada e sim propiciar o cálculo

da probabilidade da ocorrência de um evento den-

tro de uma determinada margem de acerto, ou ain-

da a hipótese relativa de se estar certo ou errado.

A estatística pode ser aplicada nas mais diversas

áreas. Entre elas, citamos as mais conhecidas pela

sociedade:

a) o censo, que é aplicado pelo Instituto Brasilei-

ro de Geografi a e Estatística (IBGE), fornece ao go-

verno federal as informações, em diferentes aspec-

tos, da população brasileira, também utilizado por

muitos pesquisadores para ampliar as informações

da população total e também das diversas regiões.

Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/>;

b) a política, quando é feita a pesquisa de urna

ou para saber as necessidades da população, para

que os políticos possam traçar as suas metas de

campanha.

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AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados

71

Destacaremos a partir de agora a importância da

estatística no curso de Serviço Social.

A estatística tem se tornado parte integrante das

nossas vidas. Basta dar uma olhada nos diversos ti-

pos de publicações como os jornais, livros e revistas,

para perceber como a linguagem da probabilidade

e da estatística está presente no cotidiano, e é cons-

tantemente utilizada tanto nas seções policiais, des-

portivas, informativas, como na meteorologia, em

relatórios econômicos e fi nanceiros, administrati-

vos, sondagens de opinião, com caráter político ou

publicitário, de produtos de consumo, ilustrando as

informações com gráfi cos e tabelas dos mais diver-

sos tipos, cujas leitura e interpretação pressupõem

alguns conhecimentos estatísticos.

Essa linguagem está na sociedade em geral; as in-

formações são apresentadas utilizando os métodos

e a linguagem estatística. As publicações de uma

forma geral recorrem, frequentemente, a conceitos

estatísticos e utilizam gráfi cos e tabelas de vários ti-

pos para representarem os seus dados e conteúdos.

• O fazer profi ssional perante as questões sociais

predispõe que se tenha a visão do todo e das

partes, tanto nos cenários internacional e na-

cional, desvelando as possibilidades de ação

contidas na realidade para uma tomada de

uma decisão.

• A identifi cação das demandas presentes na so-

ciedade pode ser proporcionada por uma pes-

quisa estatística.

• O enfrentamento das questões sociais pode ser

proporcionado também pelo conhecimento da

realidade local e do contexto do acontecimento.

• No gerenciamento de programas, elaboração,

execução e avaliação, possibilitam a visibilida-

de por meio de um sistema de informação para

tomada de decisão, como:

– atendimento das etapas do programa da sua

equipe de trabalho;

– informações das metas atingidas e manipu-

ladas;

– qualidade do atendimento;

– localidades atendidas;

– grau de satisfação da equipe de trabalho;

– grau de produtividade e a necessidade para

a superação;

– identifi cação de problemas na aceitação do

programa;

– informações quanto a visitas, perícias técni-

cas, laudos, informações e pareceres sobre

matéria de Serviço Social;

– realizar pesquisas que subsidiem formula-

ção de políticas e ações.

• Verifi car e orientar a população na identifi ca-

ção de recursos para atendimento e defesa de

seus direitos.

• Verifi car por meio da pesquisa, elaborar pla-

nos e projetos, executar e avaliar planos na área

social.

Desse modo, esse tipo de conhecimento possibi-

lita o desenvolvimento da capacidade de tomar de-

cisões, essencial, quer no exercício da cidadania ou

na vida profi ssional.

O uso da tecnologia, mais especifi camente de

uma planilha eletrônica ou um software específi -

co de estatística, dá a possibilidade de um enfoque

maior nos conceitos estatísticos, superando assim as

difi culdades que muitos têm das técnicas matemáti-

cas para cálculos operatórios, permitindo trabalhar

com dados mais complexos, sem arredondamentos,

isto é, com os dados reais.

Apesar da importância de compreensão dos con-

ceitos matemáticos no ensino da estatística, poderá

ser mais signifi cativo se o enfoque do ensino esti-

ver mais centrado nos conceitos estatísticos do que

nos cálculos matemáticos e probabilísticos. Mesmo

reconhecendo a necessidade e a importância dos

procedimentos, isso deverá ser o início de todo o

processo, o desafi o é ir muito além, ultrapassar os

procedimentos e chegar à refl exão. A estatística de-

verá ser muito mais do que uma série de técnicas. O

trabalho com os dados deve promover o desenvol-

vimento de hábitos de pensamento, pois se trata de

um processo de pensar para um maior entendimen-

to sobre o mundo.

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Page 17: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

72

A compreensão, de forma signifi cativa, da pre-

paração dos questionários, amostragem, coleta de

dados, organização, representação gráfi ca de dados

e da elaboração de previsões faz com que o pensa-

mento estatístico seja usado na resolução de proble-

mas do mundo real, obtendo a devida valorização

por parte dos alunos, contribuindo assim para sua

conscientização sobre o papel da estatística na so-

ciedade e a natureza do pensamento científi co.

Podemos já visualizar alguns pontos que os assis-

tentes sociais poderão usar dos conceitos estatísticos

para obter benefícios na sua profi ssão. Destacamos

agora alguns aspectos que devem ser analisados cri-

ticamente antes do uso da estatística.

Limitações da estatística

A estatística tem sido utilizada na pesquisa cien-

tífi ca para a otimização de recursos econômicos,

para o aumento da qualidade e produtividade, na

otimização em análise de decisões, em questões ju-

diciais, previsões e em muitas outras áreas, porém

pode haver erros na coleta dos dados. Por exemplo,

um entrevistador pode cometer um engano ao re-

gistrar os dados obtidos, em vez de registrar a idade

de uma pessoa, 24, registra 42, interferindo assim na

transposição das informações.

Com a fi nalidade de levantar dados para determi-

nada pesquisa é importante escolher uma fonte con-

fi ável de informações ou uma amostra adequada e

utilizar instrumentos corretos de coleta de dados, tais

como questionários ou entrevistas, entre outros. De-

pendendo do assunto pesquisado, os dados resulta-

rão em gráfi cos diferentes, bem como diferentes dis-

tribuições de frequências. Ao colocarmos os valores

em um gráfi co, podemos obter as mais diversas con-

fi gurações e elas poderão afetar a leitura dos dados.

Podemos também observar que em alguns mo-

mentos não temos disposição para a interpretação

de uma pergunta, assim a resposta poderá estar in-

correta, causando erros nos resultados.

Os questionários mal elaborados podem levar a

interpretações do que não desejamos e assim as res-

postas não terão êxito na pesquisa.

A busca de informações por meio de uma pes-

quisa em toda a população torna-se dispendiosa

temporal e fi nanceiramente, assim a alternativa é a

busca de uma amostra. Esta deverá ter uma análise

criteriosa e impessoal, pois poderá trazer informa-

ções que não representam a população. Exemplo:

um político quer saber seu grau de aceitação na so-

ciedade e busca informações apenas em seu partido

político ou com os seus familiares.

Noções de estatística

O que é a estatística?

Segundo Rocha,10 estatística é: “ciência que tem

por objetivo a observação, a captação, a classifi ca-

ção e análise das ocorrências coletivas ou de massa,

bem como a indução de leis a que tais ocorrências

obedeçam, e apresentação numérica em tabelas e

gráfi cos dos resultados dessas observações”.

De uma forma mais simplifi cada, colocamos que

é uma metodologia para coletar, analisar, apresentar

e interpretar os dados, isto é, uma parte da mate-

mática aplicada que fornece métodos para a coleta,

organização, descrição, análise e interpretação de

dados e a utilização destes na tomada de decisão.

A estatística se divide em duas áreas ou fases:

a descritiva e a inferencial

A estatística descritiva compreende as etapas de

descrição, da organização, tabulação e representa-

ção por meio de gráfi cos e tabelas. O seu objetivo é

tornar as pesquisas mais fáceis de serem entendidas,

relatadas, discutidas, facilitando a utilização dos re-

sultados obtidos. Por exemplo:

a) apresentação por meio de uma tabela ou grá-

fi co do perfi l do assistente social por meio da pes-

10 ROCHA, R. Dicionário língua portuguesa. São Paulo: Editora Scipio-ne, 1996. p. 256.

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AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados

73

quisa nacional elaborada pelo Conselho Federal do

Serviço Social (CFESS);

b) dados da média anual de leitura de livros

dos acadêmicos do curso de Serviço Social da

UNIDERP Interativa;

c) apresentação por meio de gráfi cos do índice

de aceitação da popularidade do presidente da Re-

pública.

A estatística inferencial é a continuidade da es-

tatística descritiva, e consiste na análise e interpre-

tações dos dados amostrais. Sua base está ligada à

teoria das probabilidades, tornando possível a esti-

mação de características de uma população a partir

dos resultados amostrais.

De uma forma mais simplifi cada, a estatística infe-

rencial, por meio de uma amostra que teve as etapas

de amostras e pesquisa na estatística descritiva, tenta

ampliar o conhecimento, fazer estimativas e testar a

sua hipótese de características da população.

rão os acadêmicos do curso de Serviço Social da

UNIDERP Interativa, pois o resultado da pesquisa

fornecerá dados para responder à minha questão de

investigação.

• População é o conjunto de todos os elementos

com as características que se deseja estudar ou

é o grupo sobre o qual se realiza um estudo es-

tatístico.

Ao aplicar as questões, devemos decidir quem res-

ponderá a elas.

Nesse caso, se for para toda a população, daremos

o nome de censo; se forem escolhidos alguns repre-

sentantes, será apenas uma amostra.

• Amostra é a parte da população que se escolhe

aleatoriamente para o estudo; em outras pala-

vras, deve ser escolhida obrigatoriamente ao

acaso e refere-se a uma parte representativa da

população.

A amostra deverá ser no mínimo de 10% de ele-

mentos da população.

As vantagens de se trabalhar com amostras repre-

sentativas são: baixo custo, pouco tempo para reali-

zar a pesquisa, facilidade e efi ciência nos resultados

obtidos.

A escolha da amostragem poderá ser:

a) amostragem aleatória simples – sorteia-se para

o estudo pelo menos 10% da população; ex.: sorteio

em uma urna;

b) amostragem sistemática – sorteia-se um nú-

mero de 1 a 10. Este será o primeiro, os próximos

poderão ser os múltiplos do número sorteado ou a

somatória de 5; enfi m, deverá ser sistematizada uma

forma para a escolha dos elementos;

c) amostragem estratifi cada proporcional – a

amostra é formada por estratos com um número de

elementos proporcional ao de cada grupo que for-

ma a população, isto é, se a população for formada

por 70% do sexo masculino, a amostra deverá ter

70% desses elementos.

Alguns conceitos esclarecedores ..........

É importante conhecer os conceitos estatísti-

cos. Essa ciência nos dá possibilidade de uma visão

maior, mais global dos acontecimentos e de sermos

mais críticos nos resultados demonstrados pelas

mídias impressas, televisivas ou digitais. Antes da

elaboração dos questionamentos relacionados com

um problema, é imprescindível decidir que parte da

população será pesquisada.

Exemplo:

Queremos saber quantos acadêmicos do curso de

Serviço Social da UNIDERP Interativa estão atuan-

do na área de formação.

Para obtermos a resposta para esse questio-

namento, necessitamos fazer a pergunta para os

acadêmicos do curso, logo, a nossa população se-

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Page 19: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

74

b) secundários – quando os pesquisadores recor-

rem aos relatórios, revistas, livros ou dados já cole-

tados por instituições especializadas.

O conjunto de dados é obtido por meio dos ele-

mentos da pesquisa. Eles fazem parte da amostra.

Os elementos são as entidades sobre as quais os

dados são coletados, por meio de variáveis.

Variáveis – são as características medidas e apre-

sentam variabilidade dentro da população.

Podem ser qualitativas ou quantitativas.

Variáveis qualitativas – quando seus valores fo-

rem expressos por atributos (não numéricos).

- Nominal – quando tem nome (ex.: cor dos olhos,

sexo, raça, consumo de bebida, gosto pelo estudo).

- Ordinal – quando tem ordem (ex.: classe social,

grau de instrução, consumo de álcool – pouco, mé-

dio, muito).

Variáveis quantitativas – quando seus valores po-

dem ser descritos numericamente.

- Discreta – quando seus valores resultam de con-

tagem (ex.: número de fi lhos, número de reprova-

ções, número de copos de álcool consumidos etc.).

- Contínua – quando seus valores resultam de

medições e podem assumir qualquer valor em um

intervalo da reta numérica (ex.: estatura, nota na

prova, IMC, quantidade de bebida alcoólica consu-

mida etc.).

ResumindoVariáveis Tipos Descrição Exemplos

Qualitativas ou categóricas

NominalNão existe ordenação

Cor dos olhos

Sexo

Cor/raça

OrdinalObedece a certa ordenação

Grau de escolaridade

Classe social

Quantitativas

Discreta Contagem

Quantidade de funcionário

Acidentes ocorridos durante um mês

Contínua MediçãoEstatura

Peso

Já sabemos os tipos de dados existentes em uma

coleta, mas como podemos coletar os dados?

• Para saber a temperatura da água da piscina,

basta colocar um dedo; se houver a necessidade

de uma maior precisão, basta colocar um ter-

mômetro.

• Para saber se existe uma doença, o médico so-

licita exames. A proporção da quantidade de

sangue retirado é bem menor que 10%.

• Para saber se a sopa está boa, prova-se apenas

uma pequena porção, mas se a sopa não for

homogênea, teremos informações viciadas ou

a amostragem dará uma visão distorcida da

realidade.

O tamanho da amostra depende da área espe-

cífi ca que está sendo pesquisada. O resultado de

uma pesquisa da amostragem refl etirá o todo. Uma

maneira prática de se minimizar os erros é evitar

amostras muito pequenas que produzam uma es-

timativa pouco representativa da população; entre-

tanto, amostras grandes demandam muito trabalho

e tempo, elevando signifi cativamente os custos.

É importante ter alguns cuidados para que não

ocorram erros viciosos, levando os dados observa-

dos, medidos ou avaliados, a não representatividade

da realidade. Se a amostragem não for realizada con-

forme as técnicas experimentais, ela não representa-

rá a população e, consequentemente, a margem de

erros tornar-se-á tão grande que a pesquisa poderá

tornar-se inútil. Quando temos condições de saber

quem e como vamos escolher nossos entrevistados,

partiremos para verifi car quais os tipos de variáveis

e dados iremos buscar nos nossos questionários.

Dados, elementos e variáveis

Os dados são os fatos e números coletados, anali-

sados e sintetizados para a apresentação e interpre-

tação; em outras palavras, qualquer característica

que possa ser observada ou medida de alguma ma-

neira. As matérias-primas da estatística são os dados

observáveis e mensuráveis.

Os dados podem ser:

a) primários – quando as informações são colhi-

das diretamente pelo pesquisador ou por seus au-

xiliares;

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Page 20: Servico social 2009_6_3

AULA 1 — Noções de Estatística Descritiva – Obtenção e Organização de Dados

75

Sabemos que existem dois tipos de dados, os pri-

mários e os secundários; destacaremos a seguir os

métodos de pesquisa.

No método de coleta de dados primários, podem

ser utilizadas algumas das formas abaixo:

Questionários

Entrevistas pessoais

Tipos de perguntas

Dicotômica

Múltipla escolha

Aberta

Entrevista por telefoneEnvio por e-mailDeixado em lugares estratégicosObservação

O questionário, geralmente enviado pelo correio ou por e-mail ou deixado em lugares estratégicos, é a forma mais conhecida de pesquisa estatística. Atualmente, a entrevista por telefone e o e-mail estão substituindo o trabalho antes feito pelo correio.

A observação é o principal método empregado quando a população de interesse não está relacio-nada com as pessoas ou não requer resposta de pessoas. Exemplo: uma pesquisa sobre o tráfego. Esse método depende em grande parte do observa-dor e, por sua natureza, geralmente consome mais tempo.

Quanto aos tipos de perguntas, na elaboração do questionário, veja os detalhes.

• Perguntas dicotômicas são aquelas que permi-tem apenas duas respostas. Exemplo:

Você mora com os seus pais? ( ) sim ( ) não

Você gosta ( ) ou não gosta de matemática ( )?

• Perguntas de múltipla escolha são aquelas ques-tões com opção de várias possibilidades. O par-ticipante pode fazer o uso de apenas uma des-sas opções.

Exemplo:

Em que tipo de alojamento você está morando neste ano de estudo?

( ) Alojamento universitário

( ) Casa/apartamento próprio, com os seus pais

( ) Casa/apartamento alugado, com os seus pais

( ) Outro (favor especifi car)_________________

• Qual a cor de seus olhos?

( ) Verde

( ) Marrom

( ) Outro (favor especifi car)_________________

Nas perguntas abertas, os participantes podem responder a essas perguntas de qualquer maneira. A principal vantagem é que elas permitem um núme-ro infi nito de respostas divergentes, mas, cuidado, pois são difíceis de ser processadas e analisadas. Seja prudente para não as utilizar demasiadamente.

As perguntas abertas podem ser mais úteis em três áreas particulares:

a) pesquisas-piloto – podem ser úteis para tentar alcançar todas as possíveis respostas para uma de-terminada pergunta, tornando-a mais bem projeta-da para uma de múltipla escolha;

b) investigações – para obter informações extras dependendo de uma escolha feita por uma resposta anterior;

c) utilizadas no fi nal do questionário, – podem ser um meio de dar ao participante a chance de adi-cionar qualquer coisa que ele considere importante, mas não é mencionado nas perguntas citadas.

As perguntas abertas podem dar mais credibili-dade ao relatório fi nal com o uso de respostas reais, como citações.

Observações importantes para a elaboração de um questionário

• Ele deve ser o mais curto possível.

• As questões em si:

– devem evitar o uso de termos complexos;

– devem fazer sentido;

– não devem ser muito técnicas ou envolver muitos cálculos;

– não devem ser muito pessoais ou ofensivas;

– não devem sobrecarregar a memória;

– não devem ser ambíguas.

• As perguntas devem ser colocadas em uma or-dem lógica.

• Deve ser disposto e construído de forma atraente.

• A maneira como as respostas serão analisadas

devem ser consideradas na etapa da elaboração

do questionário.

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Page 21: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

76

Nesta aula, vamos dar continuidade aos conteú-

dos anteriores e verifi caremos como se faz para or-

ganizar os dados qualitativos e quantitativos e apre-

sentar os dados em tabela e logo após faremos uma

descrição gráfi ca dos dados estatísticos.

DESCRIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

Após a elaboração e a aplicação dos questionários

e das entrevistas, temos uma nova fase que é a orga-

nização dos dados coletados.

Os dados brutos ou absolutos são aqueles coleta-

dos através da pesquisa direta da fonte sem outra

manipulação e estão divididos em dois tipos que

são os qualitativos e os quantitativos. Primeiramente

trataremos dos dados qualitativos que são os expres-

sos por atributos ou qualidade.

Suponhamos que os dados a seguir relacionados se-

jam os dados brutos coletados de uma pesquisa sobre o

estado civil dos 56 acadêmicos de uma turma do curso

ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa.

Un

idad

e D

idát

ica

– Tr

atam

ento

de

Info

rmaç

ão e

os

In

dic

ado

res

Soci

ais

AULA

2____________________REPRESENTAÇÃO DOS DADOS POR MEIO

DA TABELA

Conteúdo• Obtenção e organização dos dados.

• Tabulação e classifi cação dos dados.

• Apresentação dos dados em tabelas.

Competências e habilidades• Compreender a técnica que melhor se aplica a uma determinada situação e utilizá-la efi cazmente na

sua solução.

• Verifi car e compreender de uma forma mais crítica as informações obtidas dos meios de comunicação.

• Ampliar a leitura das informações dos dados apresentados.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presencial com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para auto estudo

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Page 22: Servico social 2009_6_3

AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela

77

Cabe observar ainda que oito acadêmicos deixa-

ram a questão em branco, isto é, não responderam.

As normas para a elaboração de uma tabela estão

no fi m do texto desta aula.

No geral, para o levantamento de todos os dados

qualitativos, a forma de organização dos dados e a

sua apresentação são usados procedimentos seme-

lhantes. Mas a leitura dos dados absolutos é de difí-

cil interpretação. Mesmo trazendo um resultado fi el

e exato. É necessário usar de um conceito da estatís-

tica dos dados relativos. Estes têm por fi nalidade re-

alçar ou facilitar as comparações entre quantidades.

Os cálculos é que fazem comparações do todo com

as situações ou categorias específi cas ou a razão en-

tre o total e o específi co.

Podemos traduzir os dados relativos, de uma forma

geral, por meio de porcentagens, índices, coefi cientes

e taxas. A seguir apresentaremos como será efetuado

o cálculo e depois uma breve leitura dos dados.

A frequência relativa é simplesmente a proporção

de representações de uma situação em relação ao

total dessa variável.

Solteiro Casado Casado Viúvo Casado Casado Solteiro

Casado Solteiro Casado Solteiro Casado Casado

Solteiro Divorciado Casado Casado Casado Solteiro

Casado Viúvo Solteiro Casado Solteiro Solteiro Viúvo

Viúvo Solteiro Casado Divorciado Casado Casado

Casado Casado Casado Solteiro Casado Casado

Casado Solteiro Casado Casado Casado Casado

Divorciado Solteiro Casado Solteiro

É possível organizar, contar por meio de uma

planilha ou manualmente e arrumar os dados em

conjunto e apresentá-los em uma tabela. Já sabemos

que temos acadêmicos nas categorias ou situação:

casado, divorciado, solteiro e viúvo. Mostraremos

agora essas informações por meio de uma tabela,

uma representação tabular.

Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Situação Frequência

Casado 27

Divorciado 3

Solteiro 14

Viúvo 4

Não responderam 8

Total 56

Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.

Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Situação FrequênciaCálculo

(Rascunho)

Frequência

relativa

Cálculo

(Rascunho)

Frequência

percentual

Casado 27 27/56 0,482 0,482 *100 48,20

Divorciado 3 3/56 0,054 0,054 *100 5,40

Solteiro 14 14/56 0,250 0,250 *100 25,00

Viúvo 4 4/56 0,071 0,071 *100 7,10

Não responderam 8 8/56 0,143 0,142*100 14,30

Total 5627/56+3/56+14/56+

4/56+8/561,000

0,482*100+0,054*100+

0,250*100+0,071*100+ 0,142*100100,00

Obs:

• As colunas Cálculo (Rascunho) aparecem para a compreensão do cálculo.

• Na frequência relativa utiliza-se até três casas na parte decimal.

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Page 23: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

78

A frequência percentual é a frequência relativa

multiplicada por 100.

Refl etindo...

Qual seria a mais signifi cativa, para a leitura das

informações? Em qual delas seria mais fácil inter-

pretar as informações?

Como elaborar uma representação tabular

Fazer uma representação dos dados coletados por meio de tabelas, possibilita uma visão mais clara do que ocorre com os dados observados.

Para organizar uma série estatística ou uma dis-tribuição de frequências, existem algumas normas nacionais ditadas pela Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas (ABNT), de acordo com a publicação Normas de apresentação tabular, 3.a edição, 1993, do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), as quais devem ser respeitadas. Assim, toda tabela estatística deve conter:

Elementos essenciais

1. Título – indica a natureza da pesquisa, as variá-veis na análise do fato, o local e a época.

2. Corpo – é o conjunto de linhas e colunas que contêm, respectivamente, as séries horizontais e verticais de informações.

3. Cabeçalho – designa a natureza do conteúdo de cada coluna.

4. Coluna indicadora – mostra a natureza do con-teúdo de cada linha.

Elementos complementares (se necessário)

5. Fonte – é o indicativo, no rodapé da tabela, da entidade responsável pela sua organização ou for-necedora dos dados primários.

6. Notas – são colocadas no rodapé da tabela para esclarecimentos de ordem geral.

7. Chamadas – são colocadas no rodapé; servem para esclarecer minúcias em relação às colunas ou linhas. Nenhuma célula da tabela deve fi car em branco, apresentando sempre um número ou sinal.

Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Situação Frequência (%)

Casado 48,20

Divorciado 5,40

Solteiro 25,00

Viúvo 7,10

Não responderam 14,30

Total 100,00

Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.

Você consegue perceber quais dados dão melhor

visibilidade da situação?

Quando mostramos alguns dados, temos que ter

essa preocupação. Qual a melhor forma para enten-

der os dados apresentados?

Podemos usar também a tabela com os dados na

frequência percentual.

Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Situação Frequência (%)

Casado 48,20

Divorciado 5,40

Solteiro 25,00

Viúvo 7,10

Não responderam 14,30

Total 100,00

Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.

Podemos concluir que: 48,20% dos acadêmicos

estão casados, 5,40% divorciados, 25% solteiros,

7,10% viúvos e 14,30% não responderam ao ques-

tionário.

Essas representações de valores dos dados or-

ganizados e apresentados como uma conclusão

da pesquisa descritiva nos dão uma visão maior

quanto à situação dos acadêmicos desse curso e

turma.

A seguir, aprenderemos a organizar os dados

quantitativos e a apresentar os dados em tabela.

13

5,6 e 7

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Page 24: Servico social 2009_6_3

AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela

79

Vamos agora dar continuidade aos conteúdos e

verifi caremos como organizar os dados quantitativos

e apresentar os dados em tabela e logo após faremos

uma descrição gráfi ca dos dados estatísticos.

Retomando...

O que são dados brutos?

São os dados obtidos diretamente da pesquisa,

logo após a aplicação do questionário, sem nenhu-

ma interferência ou sem ter passado por processos

de sínteses ou análises.

Analisemos os dados brutos a seguir que vieram

da mesma pesquisa dos acadêmicos da turma ABC,

relativos a suas idades.

35 35 24 20 33 3323 45 20 35 35 5324 29 23 50 45 4227 24 42 22 29 3540 33 40 42 24 3523 51 20 35 33 2224 29 35 35 5126 20 42 22 2940 33 40 45 2023 53 27 24 24

Para que possamos obter uma visualização me-

lhor dos dados, fazer uma análise, e também para

apresentá-los para os acadêmicos, será necessário

organizar as idades dos acadêmicos.

Utilizaremos a primeira noção de organização de

dados quantitativos.

Rol são os arranjos dos dados em certa ordem.

Utilizaremos a ordem crescente.

Idades organizadas em ordem crescente.

20 23 27 33 40 4520 23 27 35 40 5020 24 29 35 40 5120 24 29 35 40 5120 24 29 35 42 5322 24 29 35 42 5322 24 33 35 4222 24 33 35 4223 24 33 35 4523 26 33 35 45

A colocação dos dados em ordem crescente faci-

lita a retirada de algumas informações necessárias

para a organização dos dados. Assim, será retirada

uma informação que é a amplitude total.

Podemos, pelo rol, verifi car de maneira mais cla-

ra e rápida a composição do conjunto, identifi cando

o maior e o menor valor, além de alguns elementos

que podem se repetir várias vezes, mostrando assim

o comportamento dos dados.

Refl etindo...

De imediato podemos verifi car no rol que a me-

nor idade é 20 e a maior idade é 53. Sabemos então

que a idade varia de 20 a 53 e tem a amplitude total

de 33, pois: 53 – 20 = 33

Amplitude total é um conceito da estatística, que

mede a variação dos dados quantitativos. Essa va-

riação é um parâmetro de medida e auxilia na cons-

trução de outras medidas.

Nesses casos, utilizaremos as seguintes regras:

construiremos as classes com os dados existentes e

organizados. Sabemos que a pesquisa teve a partici-

pação de 56 acadêmicos e, para saber quantas clas-

ses devem ser utilizadas, usamos a seguinte regra:

1) amplitude total = maior valor – menor valor

da pesquisa (53 – 20 = 33);

2) quantidade de classes = raiz quadrada da quan-

tidade de elementos da pesquisa (��56 � 7,48 � 7)

sempre será um número inteiro. Se der valor deci-

mal, aproximar para o número inteiro menor;

3) intervalo da classe é dado pela divisão en-

tre a amplitude total e a quantidade de classes

(amplitude total

=33

� 4,71 � 5quantidade de classe 7

), sem-

pre será arredondado para um valor maior, caso

contrário o maior valor não será encaixado na úl-

tima classe;

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Page 25: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

80

4) agora é só montar as classes. Como?

Sabemos que o menor valor é 20 e o intervalo da

classe é 5:

a) a primeira classe será 20 a 25 e sua notação será

20 |–– 25, que terá o seguinte entendimento: a idade

20 pertencerá a esta classe, mas a 25 não;

b) a segunda classe será 25 a 30 e sua notação será

25 |–– 30, que terá o seguinte entendimento: a idade

26 pertencerá a essa classe, mas a 30 não.

Obs.: intervalo fechado de um lado e aberto do

outro.

5) Quantos elementos têm a primeira classe?

Como será a contagem?

A contagem se dá manualmente após a elabora-

ção do rol. Nesse caso, fi zemos a apresentação dos

valores do lado direito para melhor entendimento,

com fi ns didáticos, mas na prática não existe a ne-

cessidade do desenvolvimento dessa forma.

Rascunho

20 |–– 25 1920 20 20 20 20 22 22 22 23 23

23 23 24 24 24 24 24 24 24

25 |–– 30 7 26 27 27 29 29 29 29

30 |–– 35 5 33 33 33 33 33

35 |–– 40 9 35 35 35 35 35 35 35 35 35

40 |–– 45 8 40 40 40 40 42 42 42 42

45 |–– 50 3 45 45 45

50 |–– 55 5 50 51 51 53 53

Representação tabular dos dados dos acadêmicos

em relação à idade.

Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Classe Frequência

20 |–– 25 19

25 |–– 30 7

30 |–– 35 5

35 |–– 40 9

40 |–– 45 8

45 |–– 50 3

50 |–– 55 5

Total 56

Resumindo

De posse dos dados quantitativos:

1. fazer o rol – colocar em ordem crescente;

2. calcular a amplitude total = o maior valor – o

menor valor;

3. calcular quantas classes terá a representação ta-

bular – calcular sendo n a quantidade de elementos

da pesquisa – se necessário arredondar para um va-

lor inteiro e menor;

4. calcular a amplitude da classe = amplitude

total/quantidade de classes; se necessário, arredon-

dar sempre para um valor maior;

5. criar as classes e depois contar quantos elemen-

tos têm em cada classe;

Classe Frequência Cálculo(Rascunho)

Frequência relativa

Cálculo(Rascunho)

Frequência percentual

20 |–– 25 19 19 / 56 0,339 0,339 * 100 33,925 |–– 30 7 7 / 56 0,125 0,125 * 100 12,530 |–– 35 5 5 / 56 0,089 0,089 * 100 8,935 |–– 40 9 9 / 56 0,161 0,161 * 100 16,140 |–– 45 8 8 / 56 0,143 0,143 * 100 14,345 |–– 50 3 3 / 56 0,054 0,054 * 100 5,450 |–– 55 5 5 / 56 0,089 0,089 * 100 8,9

Total 56

19 / 56 + 7 / 56 + 5 / 56 + 9 / 56 + 8 / 56 + 3 / 56 + 5 / 56

1,000

0,339 * 100 + 0,125 * 100 + 0,089 * 100 + 0,161 * 100 + 0,143 * 100 + 0,054 * 100 + 0,089 * 100

100

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Page 26: Servico social 2009_6_3

AULA 2 — Representação dos Dados por Meio da Tabela

81

6. apresentar os dados na tabela. Já sabemos

como apresentar os dados quantitativos na tabela;

agora iremos criar também as frequências relativas

e percentuais.

Utilizando os dados anteriores e efetuando mais

alguns cálculos, teremos logo as frequências relati-

vas e as percentuais.

Retomando...

A frequência relativa é simplesmente a proporção

de representações de uma situação em relação ao

total dessa variável.

A frequência percentual é a frequência relativa

multiplicada por 100. A frequência percentual dá

uma visão mais apurada, isto é, além de dar visi-

Ao fazer uma leitura ou ouvir essas informações,

qual teria mais sentido? Qual daria para entender

melhor as informações? Você percebe que as repre-

sentações percentuais tornam-se mais signifi cativas,

pois é uma linguagem mais popular, além de de-

monstrar uma parcela do todo.

bilidade do todo, observa-se uma informação es-

pecífi ca.

Para analisar:

* ANOTAÇÕES

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Page 27: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

82

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS DADOS

Você já deve ter observado que a organização de

dados é importante para dar visibilidade para uma

pesquisa, a representação gráfi ca amplia a visão do

resultado de uma pesquisa. Por isso, os gráfi cos de-

vem ser autoexplicativos e de fácil compreensão. Nes-

ta aula, você terá oportunidade de ampliar seus co-

nhecimentos. Até a aula anterior fi zemos a repre-

sentação dos dados estatísticos por meio de uma

representação tabular, isto é, em tabelas, dos dados

de uma variável. A partir deste momento iniciare-

mos a elaboração de uma representação gráfi ca das

variáveis qualitativas ou categóricas.

Un

idad

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Info

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os

In

dic

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AULA

3____________________REPRESENTAÇÕES

GRÁFICAS DOS DADOS

Conteúdo• Descrição gráfi ca da variável qualitativa.

• Descrição gráfi ca da variável quantitativa.

Competências e habilidades• Compreender qual representação gráfi ca que melhor transparece os dados de pesquisa.

• Possibilitar a leitura dos dados de uma forma mais crítica.

• Elaborar uma representação gráfi ca, utilizando os conceitos estatísticos.

• Conhecer os métodos gráfi cos para representar uma distribuição de frequência.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a - presencial com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para auto estudo

Continuaremos usando os dados da pesquisa si-

mulada, na aula anterior. Já temos alguns dados da

variável estado civil, representados no formato de

tabela. Usaremos esses dados para fazer representa-

ções gráfi cas.

Modulo 01.indd 82Modulo 01.indd 82 2/6/2009 12:15:472/6/2009 12:15:47

Page 28: Servico social 2009_6_3

AULA 3 — Representações Gráfi cas dos Dados

83

Estado civil dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Situação Frequência

Casado 27

Divorciado 3

Solteiro 14

Viúvo 4

Não responderam 8

Total 56

Fonte: Acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1.

Formas de representações gráfi cas

Às vezes, fi camos meio confusos na escolha de

uma representação gráfi ca, por termos vários tipos

de gráfi cos: de barras, de setores, de linhas e outros.

Para conhecimento, veremos a seguir algumas re-

presentações dos dados.

Gráfi co de colunas

Para a elaboração de um gráfi co de colunas, usa-

se o eixo cartesiano, sendo o eixo horizontal a base

para a construção do gráfi co, com intervalos apro-

priados, colocam-se retângulos sobre o eixo cujas

alturas representam, proporcionalmente, as fre-

quências das características observadas da variável

em estudo.

de dados. O círculo representa o conjunto total de

dados. Observe os dados abaixo e a representação

proporcionada.

Distribuição dos adolescentes segundo as in-

formações dos métodos contraceptivos e fontes de

aquisição dos mesmos. Anápolis, 2004.

Disponível em: <www.pnud.org.br/estudos/odm_livro_2.pdf>, p. 28.

Gráfi co de setores

Todos os dados são representados por um cír-

culo e cada categoria é representada por uma parte

desse círculo (isto é um setor). Cada um deles é re-

presentado pelo ângulo e 360° representam o total

Disponível em: <www.fen.ufg.br/revista/revista7_3/original_12.htm>.

Gráfi co de linha

É o tipo mais utilizado para representar a evolu-

ção de uma variável ao longo do tempo. É um dos

mais importantes gráfi cos; representa observações

feitas ao longo do tempo, em intervalos iguais ou

não. Tais conjuntos de dados constituem as chama-

das séries históricas ou séries temporais. Traduzem o

comportamento de um fenômeno em certo inter-

valo de tempo.

Observe a pesquisa abaixo e a forma de represen-

tação.

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Page 29: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

84

Disponível em: <www.pnud.org.br/odm/index.php?lay=odmi&id= odmi#>. Acesso em: 13 abr. 2009.

Os dados acima, apresentados por meio do grá-

fi co de linha, trazem uma grande contribuição na

apresentação, pois ressaltam uma trajetória e apre-

sentam uma projeção.

Gráfi cos de barras

Para a elaboração de um gráfi co de barras, uti-

liza-se o eixo vertical como base para a construção

do gráfi co, com intervalos apropriados, colocam-se

retângulos sobre o eixo cujas alturas representam,

proporcionalmente, as frequências das característi-

cas observadas da variável em estudo.

Frequência dos sinais e sintomas, durante o

período febril agudo, entre os casos de síndrome

neurológica pós histórico de dengue nos municí-

pios de Cacoal, Jaru, Ouro Preto do Oeste e São

Francisco do Guaporé – RO, entre novembro de

2004 e fevereiro de 2005

Gráfi co em colunas ou barras múltiplas

(agrupadas)

É um tipo de gráfi co útil para estabelecer com-

parações entre as grandezas de cada categoria dos

fenômenos (variáveis) estudados.

Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21271>.

Setembro de 2004

Relatório Nacional de Acompanhamento do ODM ODM p. 27. Disponível em: <www.pnud.org.br/odm/index.php?lay=odmi&id= odmi#>.

A modalidade de apresentação é chamada de grá-

fi co de colunas ou barras remontadas, pois ele pro-

porciona economia de espaços e é o mais indicado

quando a série apresenta um número signifi cativo

de categorias.

DESAFIO PARA UM BOM OBSERVADOR

As representações que vimos até agora são os grá-

fi cos mais clássicos. Na elaboração dos gráfi cos, po-

demos utilizar outras formas de apresentações dos

dados, mas não podemos perder de vista o que foi

dito no início desta aula: a representação gráfi ca é

usada para ampliar a visão do resultado de uma pes-

quisa e os gráfi cos devem ser autoexplicativos e de fácil

compreensão.

! REFLETINDO

Vimos diferentes tipos de gráfi cos, para a

pesquisa do estado civil dos acadêmicos, no seu

ponto de vista, qual seria a melhor forma de re-

presentação? Destacamos que o mais utilizado é

o gráfi co de colunas, por representar em escalas

as informações.

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Page 30: Servico social 2009_6_3

AULA 3 — Representações Gráfi cas dos Dados

85

Na representação gráfi ca, observar:

a) título, onde se destaca o fato, o local e o tempo;

b) escala usada na sua elaboração, para que não

se desfi gurem os fatos ou as relações que se deseja

destacar;

c) a fonte de obtenção dos dados, caso não seja o

próprio autor que tenha feito a coleta.

Com alguns exemplos, vamos entender também

as representações gráfi cas das variáveis quantitativas.

Nessas representações, os resultados referentes a

variáveis contínuas frequentemente são organizados

em tabelas de distribuição de frequências por inter-

valo. Três tipos de gráfi cos geralmente são utilizados

nesse caso: histograma, polígono de frequência e ogivas.

Ainda fazendo uso dos dados das idades dos aca-

dêmicos, levantados na aula anterior, observamos

que esses dados, demonstrados na tabela a seguir,

podem ser apresentados pelos seguintes gráfi cos.

Histograma

O histograma é um conjunto de retângulos com

bases sobre um eixo dividido de acordo com os ta-

manhos de classe, centrados nos pontos médios das

classes e áreas proporcionais às frequências.

Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Classe Frequência 20 |–– 25 1925 |–– 30 730 |–– 35 535 |–– 40 940 |–– 45 845 |–– 50 350 |–– 55 5Total 56

Polígono de frequência

É um gráfi co de linha onde, no lugar de barra

para representar cada classe, colocamos o ponto

médio da classe e a frequência perpendicular ao

eixo horizontal, unimos esses pontos da classe por

meio de segmentos de retas.

Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1

Classe PM* Frequência 20 |–– 25 22,5 1925 |–– 30 27,5 730 |–– 35 32,5 535 |–– 40 37,5 940 |–– 45 42,5 845 |–– 50 47,5 350 |–– 55 52,5 5Total 56PM = ponto médio.

Ogiva

A ogiva ou polígono de frequência acumulada

consiste de uma linha poligonal das frequências

acumuladas.

Idade dos acadêmicos do curso ABC do Polo Forte União da UNIDERP Interativa da Turma 2010/1Classe Frequência FAc20 |–– 25 19 19/25 |–– 30 7 2630 |–– 35 5 3135 |–– 40 9 4040 |–– 45 8 4845 |–– 50 3 5150 |–– 55 5 56Total 56

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Page 31: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

86

O QUE SÃO INDICADORES SOCIAIS

Conforme Jannuzzi (2004, p. 15), indicador so-

cial é uma medida em geral quantitativa que tem

um signifi cado social. É usado para quantifi car da-

dos e é um recurso metodológico que informa algo

sobre um aspecto da realidade social e sobre mu-

danças que estão se processando na mesma.

Indicadores sociais são estatísticas sobre aspectos

da vida de um município, estado ou nação que re-

tratam o estado social e permitem conhecer o seu

nível de desenvolvimento social. O IBGE afi rma

que os indicadores sociais constituem um sistema e,

para que tenham sentido, devem ser vistos uns em

relação aos outros, como elementos de um mesmo

conjunto.

Lamas (2005, p. 2) defi ne indicadores como pa-

râmetros qualifi cados e/ou quantifi cados que nos

mostram se os objetivos de um determinado pro-

jeto foram alcançados. Buscam expressar algum

aspecto da realidade para que possamos observá-

lo ou mensurá-lo. Na verdade eles indicam, mas

não são a própria realidade. Baseiam-se na identi-

Un

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AULA

4____________________ASPECTOS CONCEITUAIS: O QUE SÃO

INDICADORES E ÍNDICES

Conteúdo• O que são indicadores sociais e para que servem.

• Marco conceitual.

• Tipos e características de indicadores sociais.

Competências e habilidades• Conhecer os indicadores sociais e sua aplicabilidade nos programas sociais.

• Compreender o marco conceitual e tipos e características de indicadores sociais.

• Ler e interpretar os indicadores sociais relacionados ao Serviço Social.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presenciais com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo

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Page 32: Servico social 2009_6_3

AULA 4 — Aspectos Conceituais: O que São Indicadores e Índices

87

fi cação de uma variável, algum aspecto que consi-

deramos capaz de expressar um fenômeno que nos

interessa.

O autor exemplifi ca que “a temperatura corporal

é uma das muitas variáveis para se avaliar se uma

pessoa está doente ou não. Uma temperatura acima

do normal – a febre – não é a própria doença, mas

mostra que o organismo está combatendo alguma

infecção. A partir da variável temperatura, cons-

truiu-se o indicador: uma escala que mede sua va-

riação, na qual a temperatura de 36,5 graus Celsius

é considerada a normal, quando medida por um

período de três minutos. Acima disso, considera-se

que a pessoa está com febre, em graus progressivos.

Assim, a doença é o estado ou situação que preten-

demos avaliar; a temperatura é a variável utilizada; a

escala em graus Celsius que defi ne o que é normal e

o que é febre é o indicador; o termômetro é o instru-

mento ou o meio de verifi cação” (Lamas, 2005).

É um recurso metodológico que informa algo so-

bre um aspecto da realidade social ou sobre mudan-

ças que estão se processando na mesma. Também

um instrumento operacional para monitoramento

da realidade social para formulação e reformulação

de políticas públicas e monitoramento das condi-

ções de vida e bem-estar da população. Um conjun-

to mínimo de indicadores sociais é composto por

informações sobre as características da população,

sobre a dinâmica demográfi ca, sobre trabalho e ren-

dimento; sobre saúde, justiça e segurança pública,

educação e condições de vida das famílias.

No caso da gestão de políticas sociais, “indicado-

res são medidas numéricas produzidas regularmen-

te, com base em diferentes fontes de dados, que dão

aos gestores informações regulares sobre o desem-

penho dos programas e das políticas, permitindo

verifi car se os objetivos e as metas estão sendo al-

cançadas” (Vaitsman, 2007, p. 5).

Jannuzzi (2004, p. 15) afi rma ainda que, em uma

perspectiva de programas e políticas sociais, o in-

dicador social é um instrumento operacional para

monitoramento da realidade social, para fi ns de for-

mulação e reformulação de políticas públicas.

O monitoramento é o acompanhamento cons-

tante dos gestores e gerentes em relação aos objeti-

vos e metas dos programas e políticas sociais. Essa é

uma função de gestão e deve proporcionar informa-

ções do programa que está sendo desenvolvido per-

mitindo a adoção de medidas corretivas no sentido

de melhorar a sua operacionalização.

Marco conceitual

Jannuzzi (2004) coloca que o marco conceitual

sobre os indicadores sociais de acompanhamento

das transformações sociais e aferição do impacto

das políticas e programas sociais nas sociedades,

adquiriu corpo científi co em meados anos 60, por-

tanto é relativamente recente.

Nesse período houve um entendimento que,

mesmo com o crescimento do Produto Interno

Bruto (PIB), persistiam os dados sobre o aumento

da pobreza e a desigualdade social nos países. Por-

tanto, o crescimento econômico não era condição

sufi ciente para mostrar e/ou garantir o desenvolvi-

mento social. O indicador PIB per capita mostrava-

se, já naquele período, cada vez menos apropriado

como medida representativa do bem-estar social.

Diante dessas questões, houve um esforço con-

ceitual e metodológico nesse período para o desen-

volvimento de instrumentos que pudessem medir

o bem-estar e a mudança social dos países. Esses

indicadores sociais tinham o objetivo de orientar

melhor as ações dos governos nacionais, redistri-

buindo melhor as riquezas geradas, proporcionan-

do uma melhoria do bem-estar social.

Desde então, a ideia da construção de indicadores

para projetos vem ganhando força entre dirigentes

e gestores das organizações governamentais e não

governamentais, que admitem a necessidade e se

sentem motivados a desenvolver um sistema de in-

dicadores adequado às necessidades e demandas da

realidade.

Para que servem os indicadores?

Os indicadores servem para medir ou revelar as-

pectos da vida social. Podem, por exemplo, medir a

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Page 33: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

88

disponibilidade de serviços e o acesso que determi-

nados grupos têm a eles; a relevância que possuem

na vida das pessoas e instituições; a qualidade e o

grau de utilização de algo. Além disso, podem tam-

bém captar processos, em termos de intensidade e

sentido de mudanças.

Jannuzzi ressalta ainda que os indicadores sociais

se prestam a “subsidiar as atividades de planeja-

mento público e formulação de políticas sociais nas

diferentes esferas de governo, possibilitando o mo-

nitoramento das condições de vida e bem-estar da

população por parte do poder público e sociedade

civil e permitem aprofundamento da investigação

acadêmica sobre os diferentes fenômenos sociais”

(Jannuzzi, 2004, p. 15).

A realidade dos projetos sociais é complexa e

muitos fatores interferem nas relações e processos.

Na intenção de mudar uma situação problema, é

preciso construir meios de verifi cação que auxiliem

o técnico a perceber os rumos das mudanças estabe-

lecidas pelo projeto.

Vaitsman (2007, p. 6) menciona que o indicador

é usado para medir e acompanhar algum fenômeno

ou os resultados de processos sociais, sendo que o

aumento ou a diminuição permite verifi car as mu-

danças na condição desse fenômeno.

A matéria-prima dos indicadores sociais são os

dados que expressam características relevantes de

fenômenos que se quer acompanhar como a renda,

a escolaridade e a frequência à escola. A constru-

ção de indicadores requer a organização de bases

de dados contendo as informações consideradas re-

levantes para medir mudanças ao longo do tempo

(Vaitsman, 2007, p. 6).

A defi nição de indicadores requer muita clareza

sobre os objetivos de cada programa social, e deve

expressar os fenômenos que pretendem acompanhar

ou as condições mais signifi cativas para o programa.

Os dados também devem ser produzidos com

periodicidade para que os indicadores possam ser

comparados. Entre os atributos que devem ter um

indicador, destacam-se: a) validade; b) confi abilida-

de; c) sensibilidade; d) periodicidade.

Vamos imaginar um programa que pretenda

trabalhar as condições mínimas de inclusão social

nos seguintes eixos: saúde; educação; dinâmica

familiar; habitabilidade e renda. Após analisar os

fatores e causas envolvidos, estabeleceu-se como

objetivo que as famílias adotem comportamentos

como: família inscrita no serviço de atenção pri-

mária de saúde, inserção das crianças e jovens na

escola, práticas de conversas nas famílias e meca-

nismos adequados de enfrentar confl itos, regulari-

zação da moradia e saneamento, orçamento orga-

nizado em termos de recursos e necessidades. Além

do acompanhamento das atividades, é importante

desenvolver meios e instrumentos para responder

às perguntas a seguir.

a) Os resultados do projeto estão sendo atingi-

dos?

b) O objetivo do projeto está sendo alcançado?

c) O objetivo geral do projeto, a garantia das con-

dições mínimas de inclusão social, está sendo

alcançado? Essas melhorias (ou não) podem

ser, de fato, atribuídas às ações do projeto ou

são resultantes de outros fatores?

Para que as respostas a essas perguntas não sejam

apenas opiniões ou impressões, é necessário utilizar

indicadores que devem ser defi nidos na fase de pla-

nejamento, e não ao fi nal. Dessa forma, viabilizam

o monitoramento e, se necessário, permitem modi-

fi car o rumo, possibilitando o aprendizado sobre a

realidade social.

A fi gura a seguir demonstra a importância dos

indicadores para o controle social das políticas.

Modulo 01.indd 88Modulo 01.indd 88 2/6/2009 12:15:492/6/2009 12:15:49

Page 34: Servico social 2009_6_3

AULA 4 — Aspectos Conceituais: O que São Indicadores e Índices

89

Tipos e características de indicadores

Lamas (2005) afi rma que os indicadores se refe-

rem a aspectos tangíveis e intangíveis da realidade.

Os tangíveis são os facilmente observáveis e aferíveis

quantitativa ou qualitativamente, como renda, es-

colaridade, saúde, organização, gestão, conhecimen-

tos, habilidades, formas de participação, legislação,

direitos legais, divulgação, oferta etc. Os intangíveis

são aqueles sobre os quais só podemos captar par-

cial e indiretamente algumas manifestações: consci-

ência social, autoestima, valores, atitudes, estilos de

comportamento, capacidade empreendedora, lide-

rança, poder, cidadania.

O autor defi ne ainda que os indicadores podem ser

quantitativos ou qualitativos. Quantitativos quando

são numéricos e qualitativos quando medem aspec-

tos relacionados à qualidade, como amplo/restrito,

satisfatório/insatisfatório e assim por diante.

Efi ciência, efi cácia, efetividade e impacto

Lamas (2005, p. 3) defi ne ainda que a escolha dos

indicadores em um projeto ocorre em função do

que se quer avaliar, como: efi ciência, efi cácia, efeti-

vidade ou impacto.

Efi ciência – boa utilização dos recursos fi nancei-

ros, materiais e humanos.

Efi cácia – alcance dos resultados previstos.

Efetividade – mudanças incorporadas de modo

permanente à realidade da população.

Impacto – mudanças em áreas não diretamente

trabalhadas pelo projeto.

A fi gura a seguir retrata os critérios de avaliação

de políticas e programas.

Ainda...

Avaliar é atribuir valor, medir grau de efi ciência,

efi cácia e efetividade das ações. A avaliação iden-

tifi ca processos e resultados, quantifi ca e qualifi ca

dados de desempenho, compara, analisa, informa e

propõe.

* ANOTAÇÕES

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Page 35: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

90

SISTEMA DE INDICADORES

Sistemas de indicadores sociais são um conjunto

de indicadores voltados a um determinado aspecto

da realidade social. Como exemplos podemos citar:

sistema de indicadores da assistência social, sistema

de indicadores da saúde e sistema de indicadores

para o mercado de trabalho.

Lamas (1999. p. 5) questiona qual a combinação

mais adequada de indicadores: quantitativos e qua-

litativos, tangíveis e intangíveis, diretos e indiretos?

Devemos dar mais ênfase a efi ciência, efi cácia ou

efetividade? Quantos indicadores são necessários

para uma base confi ável de informação para o mo-

nitoramento e a avaliação?

Veja no “Saiba mais” o que signifi cam, na prática,

os termos monitoramento e avaliação da gestão e

administração pública.

Um sistema de indicadores envolve uma série de

decisões metodológicas. Conforme Januzzi (2004, p.

17), elas estão divididas nas seguintes etapas:

Un

idad

e D

idát

ica

– Tr

atam

ento

de

Info

rmaç

ão e

os

In

dic

ado

res

Soci

ais

AULA

5____________________SISTEMAS DE INDICADORES: REQUISITOS PARA SUA CONSTRUÇÃO E PRODUÇÃO

Conteúdo• Sistemas de indicadores sociais.

• Classifi cação temática e propriedades dos indicadores sociais.

• Indicadores sociais e políticas públicas.

Competências e habilidades• Conhecer áreas temáticas de alguns sistemas de indicadores.

• Compreender as classifi cações usuais de indicadores.

• Entender as fases do processo de formulação e implementação de políticas públicas e o uso dos indi-cadores sociais.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presenciais com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo

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Page 36: Servico social 2009_6_3

AULA 5 — Sistemas de Indicadores: Requisitos para sua Construção e Produção

91

1. defi nição do conceito ou temática a que se re-

fere o sistema em questão;

2. especifi cação das dimensões tornando passível

de ser indicado de forma quantitativa;

3. obtenção de estatísticas públicas pertinentes

com: censos demográfi cos, pesquisas amostrais, en-

tre outros;

4. mediante combinação das estatísticas disponí-

veis, compor o sistema de indicadores sociais.

Lamas (1999, p. 5) afi rma que:

um sistema de indicadores é sempre resultado do

processo de diálogo e negociação entre os diferen-

tes sujeitos envolvidos. Cada organização tem uma

leitura dos problemas sociais, de suas causas e pos-

síveis soluções; possui valores próprios e atribui

para si uma missão ou papel na resolução desses

problemas. Adota um enfoque sobre que dimen-

sões o projeto deve abordar e cria expectativas so-

bre o ganho e o aprendizado que terá com ele.

Portanto, construir indicadores é uma tarefa bas-

tante complexa e envolve conhecimento técnico es-

pecializado, precisando de consenso entre os atores

envolvidos em torno do que se pretende alcançar,

diminuindo as chances de confl ito no futuro.

O autor menciona ainda que cada projeto requer

um sistema de indicadores próprio e, mesmo que o

conjunto de variáveis seja semelhante aos de outros

projetos, os indicadores deverão retratar as condi-

ções específi cas de cada realidade.

As características políticas, sociais, econômicas,

históricas e culturais podem determinar a possi-

bilidade ou não do uso de alguns indicadores. Em

situações onde seja difícil e até mesmo indesejável

produzir informações a partir de levantamentos e

perguntas diretas, devido à resistência da popula-

ção, poderá ser mais adequado um indicador indi-

reto baseado em observações qualitativas.

Tipologias de indicadores sociais

Januzzi (2009, p. 3) afi rma que os indicadores

sociais são classifi cados segundo as diversas aplica-

ções a que se destinam. A classifi cação mais comum

é a divisão dos indicadores segundo a área temática

da realidade social a que se referem, como: os indi-

cadores de saúde (percentual de crianças nascidas

com peso adequado, por exemplo), os indicadores

educacionais (escolaridade média da população de

15 anos ou mais, por exemplo), os indicadores de

mercado de trabalho (rendimento médio real do

trabalho etc.), os indicadores habitacionais (densi-

dade de moradores por domicílio etc.), os indica-

dores de segurança pública e justiça (roubos a mão

armada por 100 mil habitantes etc.), os indicadores

de infraestrutura urbana (percentual de domicílios

com esgotamento sanitário ligado à rede pública

etc.), os indicadores de renda e desigualdade (nível

de pobreza etc.).

Há também classifi cações temáticas agregadas,

usadas na denominação dos sistemas de indicadores

sociais, como os indicadores socioeconômicos, de

condições de vida, de qualidade de vida, desenvolvi-

mento humano ou indicadores ambientais (Nações

Unidas, 1988).

Classifi camos os indicadores sociais quanto a:

indicador insumo, indicador produto e indicador

processo.

Um bom conjunto de indicadores deve defi nir

bem as responsabilidades pela produção e coleta

das informações, pela sua análise e pela tomada de

decisões. É frequente produzirem-se muitas infor-

mações e dados que ninguém consegue aproveitar.

Características de um bom sistema

de indicadores

Lamas (1999, p. 7) defi ne um bom sistema de indi-

cadores de monitoramento e avaliação de resultados

como o que apresenta as seguintes características:

• é coerente com a visão e com a concepção que

as organizações envolvidas têm sobre os objeti-

vos e as dimensões do projeto;

• considera as particularidades do contexto e é

desenvolvido a partir do conhecimento da rea-

lidade;

• tem indicadores bem defi nidos e representati-

vos dos aspectos centrais do projeto;

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

92

• está orientado para o aprendizado, estimulan-

do novas refl exões e a compreensão sobre a

complexidade dos fatores que podem determi-

nar ou não o alcance dos objetivos;

• especifi ca os meios de verifi cação que serão

utilizados, bem como os responsáveis pela co-

leta de informação e análise dos dados;

• combina indicadores relativos à efi ciência, efi -

cácia e efetividade;

• é simples, capaz de ser compreendido por todos;

• é viável do ponto de vista operacional e fi nan-

ceiro;

• fornece informações relevantes que permitem

a análise e a tomada de decisão;

• aproveita as fontes confi áveis de informação

existentes.

Principais fontes de indicadores sociais

Os quadros a seguir demonstram as principais

fontes de indicadores, exceto no caso da política de

assistência social, que vamos tratar especifi camente

no decorrer da disciplina.

Principais fontes de indicadores sociais

InstituiçãoFonte de dados

Temas investigados

Periodicidade e menor desagregação

IBGE Censo demográfi co

Habitação, EscolaridadeMão de obra, Rendimentos

DecenalMunicípio

IBGE Contagem populacional

População, migração

Entre censosMunicípio

IBGE Estatísticas do registrocivil

Nascimentos, óbitosCasamentos

AnualDistritos

IBGE

Pesquisa básica de

Infraestrutura, Recursos Anual

Municípioinfraestrutura municipal

Finanças Equipamentos

Ministério doTrabalho

RAIS/CAGED

Empregos, salários Anual

MunicípioAdmissões, demissões

Ministério daEducação

Censo escolar Alunos, professores Anual

MunicípioEquipamentos

Ministério daSaúde

DATASUS

Mortalidade, VacinaçõesEquipamentos, Recursos

Anual

Município

Fonte: Jannuzzi (2001).

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Page 38: Servico social 2009_6_3

AULA 5 — Sistemas de Indicadores: Requisitos para sua Construção e Produção

93

Vaitsman (2007, p. 5) afi rma que o monitoramen-

to é feito por intermédio de indicadores, medidas

numéricas com base em diferentes fontes de dados,

que dão aos gestores informações sobre o desempe-

nho dos programas e das políticas sociais.

Avaliação é o estudo de diferentes aspectos de um

programa, política ou serviço em relação à efi ciên-

cia, efi cácia, efetividade, resultados e impactos.

Vaitsman (2007, p. 4) ainda menciona que o obje-

tivo é melhorar a qualidade dos processos de imple-

mentação ou verifi cação dos resultados, bem como

subsídios para o planejamento, a programação e a

tomada de decisões futuras.

! NÃO SE ESQUEÇA DE QUE...

A disponibilidade de um sistema de indicado-

res sociais relevantes e confi áveis potencializa as

chances de sucesso do processo de formulação,

implementação, monitoramento e avaliação de

políticas públicas.

! SAIBA MAIS

Monitoramento signifi ca o acompanhamento

contínuo por parte dos gestores e gerentes do

desenvolvimento de programas e projetos em

seus objetivos e metas. É uma função da gestão

que permite obter informações sobre os pro-

gramas e, dessa forma, corrigir seus rumos e

melhorar a sua operacionalização.

Além dessas, estão disponíveis outras fontes de

dados importantes para o exercício profi ssional do

assistente social.

* ANOTAÇÕES

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Page 39: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

94

INTRODUÇÃO

A intervenção profi ssional do assistente social

é sempre desafi adora, na medida em que vivemos

num pais com altos índices de exclusão social e

concentração de renda. Dessa forma, a consulta

a indicadores sociais é fundamental, pois eles são

parâmetros importantes para a compreensão da

realidade social.

O nosso “fazer profi ssional” não pode prescindir

das fases de planejamento, monitoramento e avalia-

ção e, nesse processo, há necessidade da utilização

de fontes ofi ciais para subsidiar a prática.

A possibilidade de acesso a um sistema de indica-

dores sociais relevantes, válidos e confi áveis aumenta

consideravelmente as chances de sucesso do processo

de formulação e implementação de políticas públi-

cas, visto que permite a elaboração de diagnósticos

sociais, monitoramento de ações e avaliação de resul-

tados tecnicamente justifi cados e respaldados.

PRINCIPAIS FONTES DE INDICADORES SOCIAIS

Embora, de maneira dispersa, há no Brasil muitas

fontes de indicadores sociais disponíveis para pesqui-

sa por meio da internet. Apresentamos a seguir, em

Un

idad

e D

idát

ica

– Tr

atam

ento

de

Info

rmaç

ão e

os

In

dic

ado

res

Soci

ais

AULA

6____________________FONTES DE INDICADORES SOCIAIS

Conteúdo• Principais fontes de indicadores sociais.

• Descrição e responsabilidades.

• Acesso e links.

Competências e habilidades• Conhecer as principais fontes de indicadores sociais.

• Ler e interpretar os dados nos sites indicados.

• Compreender o que é um sistema de indicadores sociais, relacionando com o Serviço Social.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presenciais com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo

Modulo 01.indd 94Modulo 01.indd 94 2/6/2009 12:15:502/6/2009 12:15:50

Page 40: Servico social 2009_6_3

AULA 6 — Fontes de Indicadores Sociais

95

ordem alfabética e com descrição e forma de acesso,

algumas das principais fontes selecionadas, com base

em critério de facilidade de acesso, que permitirão, a

partir da sua consulta, um conhecimento signifi cati-

vo da realidade social do país. São elas:

• Adolescentes em Confl ito com a Lei.

• Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

• Consórcio de Informações Sociais (CIS).

• DATASUS – Indicadores e Dados Básicos –

Brasil – 2007 (IDB-2007).

• EDUDATABRASIL – Sistema de Estatísticas

Educacionais.

• Evolução de Emprego do CAGED – EEC.

• Indicadores da desigualdade racial no Brasil.

• Indicadores sociais – IBGE.

• Ipeadata Social.

• Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros

– 2008.

• Matriz de Informação Social – MI Social.

• Perfi l dos Municípios Brasileiros – Assistência

Social 2005.

• Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

– 2007.

• Sistema prisional.

• Tendências do trabalho infantil no Brasil, 1992-

2002.

Adolescentes em Confl ito com a Lei

Órgão responsável: Núcleo de Estudos da Violên-

cia (NEV) da Universidade de São Paulo.

Descrição: são apresentadas informações sobre a

situação de atendimento aos adolescentes que cum-

prem medidas socioeducativas para cada um dos es-

tados brasileiros. Algumas informações que podem

ser consultadas são: número de adolescentes em pri-

vação de liberdade, vagas nas instituições de priva-

ção de liberdade, número de adolescentes em privação

de liberdade por vagas, número de profi ssionais nas

instituições de privação de liberdade, relação entre o

número de profi ssionais e adolescentes em privação

de liberdade, número de adolescentes cumprindo

medida em meio aberto (somente capitais).

Desagregação: unidades da Federação e capitais.

Acesso: As planilhas estão disponíveis para con-

sulta e/ou download no site do NEV no menu “Pes-

quisa”.

Link: www.nevusp.org/portugues/

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

Órgão responsável: Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento (PNUD).

Descrição: banco de dados eletrônico com in-

formações socioeconômicas de 5.507 municípios

brasileiros (existentes em 2000) e das 27 unidades

da Federação. Tomando como base microdados

dos censos de 1991 e de 2000 do IBGE (Funda-

ção Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-

ca), disponibiliza informações sobre o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e

124 outros indicadores georreferenciados de po-

pulação, educação, habitação, longevidade, renda,

desigualdade social e características físicas do ter-

ritório.

Desagregação: Brasil, regiões, unidades da Fede-

ração e município.

Acesso: o banco de dados está disponível para

download gratuito no site do PNUD.

Link: www.pnud.org.br

Consórcio de Informações Sociais (CIS)

Órgão responsável: Consórcio de Informações

Sociais (CIS).

Descrição: o Consórcio de Informações Sociais

(CIS) é um sistema destinado à transferência de for-

necimento e intercâmbio de informações, via inter-

net, sobre diversos aspectos da sociedade brasileira.

Ele visa ampliar a infraestrutura de informações

disponível para investigadores ligados ao campo das

Ciências Sociais e áreas afi ns. O CIS coloca à dispo-

sição bancos de dados que compõem o seu acervo e,

além disso, facilita o acesso a bancos de dados dis-

ponibilizados por outras organizações de pesquisa. O

acervo do CIS é composto de bancos de dados doa-

dos a ele por seus produtores originais. O consórcio

descreve o banco de dados recebido, o coloca em for-

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Page 41: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

96

mato que facilite a consulta e o transfere, sob certas

condições, aos pesquisadores interessados. Todo o

intercâmbio de informações – doações e transferên-

cia de bancos de dados – se dá pelo site do CIS na

internet.

Desagregação: varia de acordo com a fonte dos

dados.

Acesso: há diferentes tipos de acesso aos arquivos

para download. São de livre acesso os arquivos que

fazem parte da documentação do banco de dados in-

cluído no acervo do CIS, como os que contêm instru-

mentos de pesquisa e/ou manuais de código do ban-

co de dados e bancos de dados de fontes abertas. São

de acesso restrito aos associados do CIS os arquivos

que correspondem ao banco de dados propriamente

dito (doados pelos associados). Para obter esses ar-

quivos, o usuário deverá ter efetuado cadastro de suas

informações pessoais e institucionais.

Link: www.nadd.prp.usp.br/cis/index.aspx

DATASUS – Indicadores e Dados Básicos – Brasil –

2007 (IDB-2007)

Órgão responsável: Ministério da Saúde.

Descrição: são apresentados no IDB os indicado-

res (demográfi cos, socioeconômicos, mortalidade,

morbidade e fatores de risco, recursos e cobertura)

disponíveis por grandes regiões, estados, Distrito

Federal, regiões metropolitanas e municípios das

capitais. Dependendo dos indicadores, eles podem

ser desagregados segundo várias outras categorias,

tais como idade e sexo.

Desagregação: regiões, estados, regiões metropo-

litanas e municípios das capitais.

Acesso: os indicadores estão disponíveis para con-

sulta e/ou download das planilhas geradas individu-

almente a partir do sistema TabNet.

Link: http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php

EDUDATABRASIL – Sistema de Estatísticas Edu-

cacionais

Órgão responsável: Instituto Nacional de Estudos

e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

Descrição: o sistema reúne dados de matrícula,

docentes, infraestrutura e indicadores de efi ciên-

cia e rendimento educacional de todos os níveis de

ensino. As variáveis estão disponíveis com detalha-

mento até a esfera municipal e podem, ainda, ser

analisadas em diferentes dimensões, de acordo com

o interesse do usuário.

Desagregação: Brasil, região, UF e municípios.

Acesso: as planilhas estão disponíveis para consul-

ta e download geradas a partir do sistema específi co

no site do INEP.

Link: www.edudatabrasil.inep.gov.br/

Evolução de Emprego do CAGED – EEC

Órgão responsável: Ministério do Trabalho e Em-

prego.

Descrição: conjunto de tabelas que contém infor-

mações desagregadas segundo os setores econômi-

cos do IBGE, e classifi cadas por estados da Federa-

ção, principais regiões metropolitanas e municípios

com mais de 10 mil habitantes para o estado de São

Paulo e 30 mil habitantes para os demais estados

conforme o último censo realizado. Os dados dispo-

nibilizados permitem obter informações de acordo

com os seguintes agrupamentos: Setor de Ativida-

de Econômica (9 setores), Subsetores de Atividade

Econômica (26 subsetores).

Desagregação: Brasil, UFs e municípios com mais

de 30 mil habitantes.

Acesso: os dados estão disponíveis para consulta

e/ou download, geradas de forma individual a par-

tir de sistema específi co do CAGED.

Link: http://estatistica.caged.gov.br/

Indicadores da Desigualdade Racial no Brasil

Órgão responsável: Instituto de Estudos do Traba-

lho e Sociedade (IETS).

Descrição: são apresentadas informações extraí-

das da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD), referentes à desigualdade racial em relação

à educação, trabalho, renda e pobreza no Brasil.

Desagregação: Brasil e UFs.

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Page 42: Servico social 2009_6_3

AULA 6 — Fontes de Indicadores Sociais

97

Acesso: as planilhas estão disponíveis para consul-

ta e download no site do IETS.

Link: www.iets.org.br

Indicadores Sociais – IBGE

Órgão responsável: Instituto Brasileiro e Geogra-

fi a e Estatística (IBGE).

Descrição: são apresentadas tabelas relacionadas

a: Assistência Médico Sanitária; Associativismo Re-

presentação de Interesses e Intermediação Política;

Crianças e Adolescentes; Informações Básicas Mu-

nicipais; Perfi l das Mulheres; Perfi l dos Idosos; Sin-

dicatos Indicadores Sociais 2001; Síntese de Indica-

dores Sociais 2000; Síntese de Indicadores Sociais

2002; Síntese de Indicadores Sociais 2003; Síntese

de Indicadores Sociais 2004; Síntese de Indicadores

Sociais 2005; Síntese de Indicadores Sociais 2006;

Síntese de Indicadores Sociais 2007; Síntese de In-

dicadores Sociais 2008; Sistema Nacional de Infor-

mações de Gênero; Sistema de Informações e Indi-

cadores Culturais e Trabalho Infantil.

Desagregação: Brasil, grandes regiões e unidades

da Federação.

Acesso: arquivos compactados em formato Excel

estão disponíveis para download no site do IBGE.

Link: www.ibge.gov.br/servidor_arquivos_est/

Ipeadata Social

Órgão responsável: Instituto de Pesquisa Econô-

mica Aplicada (IPEA).

Descrição: base de dados e indicadores sociais

abrangendo temas diversos, como nível de renda per

capita, desigualdade na distribuição de renda dos

indivíduos e domicílios, desempenho educacional,

condições de saúde e habitação, inserção no mer-

cado de trabalho, situação dos direitos humanos da

população, entre outros.

Desagregação: sempre que possível, apresentam-

se séries históricas de periodicidade mensal, anual e

decenal para o país, grandes regiões, estados, regiões

metropolitanas, desagregadas segundo a localização

rural ou urbana dos domicílios, cortes etários, níveis

de desempenho educacional, anos de escolaridade,

sexo e cor dos indivíduos. Complementam essas sé-

ries os dados de municípios e suas áreas mínimas

comparáveis (AMC), bacias e sub-bacias hidrográ-

fi cas ou regiões administrativas disponíveis no Ipe-

adata Regional.

Acesso: os indicadores estão disponíveis para con-

sulta e download por meio do sistema IPEADATA

(planilha por planilha).

Link: www.ipeadata.gov.br

Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros – 2008

Órgão responsável: Rede de Informação Tecnoló-

gica Latino-Americana (RITLA).

Descrição: apresenta a evolução das taxas de óbi-

tos por homicídio, nos 5.564 municípios do Brasil,

ocorridos entre 2004 e 2006.

Desagregação: municípios.

Acesso: a planilha contendo todos os dados está

disponível para download no site da RITLA.

Link: www.ritla.net/

Matriz de Informação Social – MI Social

Órgão responsável: Ministério do Desenvolvi-

mento Social e Combate à Fome.

Descrição: a MI Social é um sistema de monitora-

mento dos programas, projetos e ações sociais con-

duzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social

e Combate à Fome (MDS). São disponibilizados in-

formações e indicadores sociais para agregados ter-

ritoriais: microrregiões, unidades federativas, bem

como agregados especiais tais como o semiárido e a

bacia do Rio São Francisco.

Desagregação: Brasil, regiões, unidades da Fede-

ração, microrregiões e municípios.

Acesso: as planilhas em formato html estão dispo-

níveis para consulta, geradas de forma individual a

partir de sistema específi co, de fácil navegação, po-

dem ser copiadas para Excel. Para o acesso é neces-

sário informar o nome e o endereço de e-mail do

usuário, mas não há necessidade de cadastro ante-

rior. É possível, ainda, gerar mapas temáticos.

Link: www.mds.gov.br/sagi/

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Page 43: Servico social 2009_6_3

Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

98

Perfi l dos Municípios Brasileiros – Assistência So-

cial 2005

Órgão responsável: Instituto Brasileiro e Geogra-

fi a e Estatística (IBGE).

Descrição: o IBGE, em parceria com o Ministé-

rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,

apresenta os resultados da Pesquisa de Informações

Básicas Municipais, realizada em 2005 junto às pre-

feituras dos 5.564 municípios brasileiros, relativa-

mente ao tema assistência social.

Desagregação: Brasil e municípios.

Acesso: arquivos em formato Excel e pdf estão dispo-

níveis para download no site do IBGE. É possível fazer

consulta por município no menu “Banco de Dados”.

Link: www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/

perfi lmunic/assistencia_social2005/default.shtm

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – 2007

Órgão responsável: Instituto Brasileiro e Geogra-

fi a e Estatística (IBGE).

Descrição: apresenta resultados da Pesquisa Nacio-

nal por Amostra de Domicílios (PNAD) relativamente

às características gerais da população, migração, edu-

cação, trabalho, famílias, domicílios e rendimento. A

publicação está estruturada em duas partes: a primeira

contém os indicadores de 2006 e 2007 e séries de ren-

dimento de 2004 a 2007, refl etindo a abrangência ge-

ográfi ca completa de todas as unidades da Federação,

grandes regiões e Brasil; na segunda parte, visando à

comparabilidade com os resultados dos anos anterio-

res, são apresentadas séries retrospectivas de indicado-

res de rendimento de 1997 a 2007.

Desagregação: Brasil, grandes regiões, unidades

da Federação e nove regiões metropolitanas.

Acesso: as tabelas estão disponíveis para download

no site do IBGE, em formato Excel ou pdf.

Link: www.ibge.gov.br/home/estatistica/popula-

cao/trabalhoerendimento/pnad2007/default.shtm

Sistema Prisional

Órgão responsável: Núcleo de Estudos da Violên-

cia da Universidade de São Paulo (NEV).

Descrição: as tabelas disponibilizadas para do-

wnload apresentam informações sobre o sistema

penitenciário de cada estado, tais como número de

presos por sexo, vagas por regime, número de pre-

sos por vagas, número de profi ssionais que traba-

lham no sistema penitenciário etc. Os dados foram

extraídos do Departamento Penitenciário (Depen)

do Ministério da Justiça.

Desagregação: unidades da Federação.

Acesso: as planilhas estão disponíveis para consulta

e/ou download no site do NEV no menu “Pesquisa”.

Link: www.nevusp.org/portugues/

Tendências do trabalho infantil no Brasil, 1992-

2002

Órgão responsável: Instituto de Estudos do Traba-

lho e Sociedade (IETS).

Descrição: são apresentados dados gerais da evo-

lução do trabalho infantil no Brasil entre 1992 e

2002, a partir das Pesquisas Nacionais por Amostra

de Domicílios do IBGE (PNAD).

Desagregação: Brasil e UFs.

Acesso: as planilhas estão disponíveis para consul-

ta e download no site do IETS.

Link: www.iets.org.br

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Page 44: Servico social 2009_6_3

AULA 6 — Fontes de Indicadores Sociais

99

! SAIBA MAIS

www.ibge.gov.br

Intermediação Política

Crianças e Adolescentes

Educação e Trabalho

Mortalidade Infantil

Indicadores Sociais Mínimos

Mercado de Trabalho

Mobilidade Social

População Jovem

Síntese de Indicadores Sociais

Indicadores Culturais

www.ipea.gov.br

Estudos e Pesquisas Publicações– Brasil: o Estado de uma Nação

– Avaliação de Políticas Públicas

– Políticas Sociais e Condições de Vida

– Boletim de Mercado de Trabalho – Conjuntura e Análise

– Boletim de Políticas Sociais – Acompanhamento e Análise

www.mds.gov.br/suas/

Acesso: acesso livre apenas para Geo SUAS e InfoSUAS.

www.mds.gov.br/bolsafamília

Acesso livre para Repasse IGD, Lista de Benefi ciários e Gestores Municipais.

www.unicef.org.br

* ANOTAÇÕES

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

100

DESENVOLVIMENTO HUMANO

A partir do surgimento do conceito de desenvol-

vimento humano em 1990 e da publicação do pri-

meiro Relatório de Desenvolvimento Humano pela

Organização das Nações Unidas (ONU), a visão

sobre o desenvolvimento passou por uma mudança

fundamental. Atualmente, a noção de desenvolvi-

mento não se vincula somente ao desenvolvimento

econômico, mas destacadamente às pessoas e ao seu

bem-estar.

Segundo Sen (2000), em cujo trabalho se baseia

essa abordagem, o desenvolvimento humano é um

processo de ampliação das escolhas ou liberdades

humanas, diz respeito à formação das potencialida-

des humanas e ao uso que as pessoas estão dispostas,

mobilizadas e podem fazer dessas potencialidades.

Pode ser visto como um processo de expansão das

liberdades reais que as pessoas desfrutam, ou seja,

como o alargamento das suas escolhas em várias

dimensões: econômicas sociais, políticas, pessoais,

profi ssionais entre outras. Essas liberdades não são

Un

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Info

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AULA

7____________________DESENVOLVIMENTO HUMANO

Conteúdo• Conceito de Desenvolvimento Humano.

• IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.

• Desenvolvimento Humano no Brasil.

• Atlas do Desenvolvimento Humano.

Competências e habilidades• Analisar o conceito de desenvolvimento humano e suas mudanças na história.

• Compreender o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Índice de Desenvolvimento Huma-no Municipal (IDHM).

• Ler e interpretar o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presenciais com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo

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AULA 7 — Desenvolvimento Humano

101

apenas os fi ns primordiais, mas, também, os meios

para se chegar ao desenvolvimento. As pessoas de-

vem ser reconhecidas como forças motoras do de-

senvolvimento e como seres integrais. A expansão

das liberdades torna o ser humano o “dono” do seu

destino.

Para que haja alargamento das liberdades reais

das pessoas, a abordagem do desenvolvimento re-

quer que sejam removidas as suas principais fontes

de privações. São consideradas formas de privação

de liberdades, entre outras: fomes coletivas, o não

acesso a serviços de saúde, emprego mal remune-

rado ou segurança econômica e social, desigualda-

de entre homens e mulheres, negação dos direitos

civis básicos.

A visão da liberdade adotada na abordagem do

desenvolvimento humano envolve tanto os proces-

sos que permitem a liberdade de ações e decisões,

como as oportunidades reais que as pessoas têm,

dadas as suas circunstâncias pessoais e sociais. A

privação de liberdade pode surgir em razão de pro-

cessos inadequados ou de falta de oportunidades

que algumas pessoas têm para realizar o mínimo

que gostariam.

Ainda de acordo com Sen (2000), nessa aborda-

gem a expansão da liberdade é considerada o fi m

primordial e o principal meio do desenvolvimen-

to, que podem ser chamados, respectivamente, o

“papel constitutivo” e o “papel instrumental” da

liberdade. O papel constitutivo relaciona-se à im-

portância da liberdade substantiva no enriqueci-

mento humano. O papel instrumental da liberda-

de concerne aos diferentes tipos de direitos e opor-

tunidades e como contribuem para a expansão da

liberdade humana e, assim, para a promoção do

desenvolvimento.

As liberdades substantivas incluem capacida-

des elementares como, por exemplo, ter condição

de evitar privações como a fome, a subnutrição, a

morbidez evitável e a morte prematura, bem como

as liberdades associadas ao saber ler e fazer cál culos

aritméticos, entre outras. Envolvem, na verdade,

condições mínimas para a vida digna do ser hu-

mano implicando inclusive na sua sobrevivência.

É inconcebível que não se reconheça a importância

dessas liberdades relegando-as para segundo plano,

quando se sabe que é necessária apenas a mudança

do foco das políticas governamentais.

Liberdades instrumentais incluem as liberdades

políticas, as facilidades econômicas, as oportunida-

des sociais, as garantias de transparência e a segu-

rança protetora. Essas liberdades tendem a contri-

buir para a capacidade geral de a pessoa viver mais

livremente, mas também têm o efeito de comple-

mentar umas às outras. Não só aumentam as capa-

cidades das pessoas, como também se suplementam

mutuamente. Seus papéis respectivos e infl uências

específi cas constituem aspectos importantes do

processo de desenvolvimento. O processo de desen-

volvimento é crucialmente infl uenciado por essas

inter-relações.

Os fi ns e os meios do desenvolvimento exigem que

a perspectiva da liberdade seja colocada no centro

do palco. As pessoas devem ser vistas como ati-

vamente envolvidas – dada a oportunidade – na

conformação do seu próprio destino, e não ape-

nas como benefi ciárias passivas dos frutos de en-

genhosos programas de desenvolvimento (Sen,

2000, p. 71).

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

O objetivo da elaboração do Índice de Desenvol-

vimento Humano, de acordo com o Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é

oferecer um contraponto a outro indicador muito

utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capi-

ta, que considera apenas a dimensão econômica do

desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com

a colaboração do economista indiano, Amartya Sen,

ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998,

o IDH pretende ser uma medida geral, sintética,

do desenvolvimento humano, muito embora não

abranja todos os aspectos do desenvolvimento.

Além de considerar PIB per capita, depois de cor-

rigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país,

o IDH também considera dois outros componentes:

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

102

a longevidade e a educação. Para aferir a longevida-

de, o indicador utiliza números de expectativa de

vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo ín-

dice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em

todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo

PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de

compra, que elimina as diferenças de custo de vida

entre os países). Essas três dimensões têm a mesma

importância no índice, que varia de zero a um.

O IDH é uma medida resumo do desenvolvi-

mento humano. Dessa forma, não vincula o desen-

volvimento apenas ao desenvolvimento econômico

como ocorre em outras abordagens. Privilegia des-

tacadamente as pessoas e o seu bem-estar, colocan-

do-as no centro do desenvolvimento.

Pode-se dizer que o PIB não “enxerga” as condi-

ções de vida humana. Mede o crescimento econô-

mico por meio de uma única variável. Contempla

o que foi produzido sem avaliar em que condições

está sendo produzido e que benefícios resultam para

as pessoas. Um país pode ser relativamente rico e ter

parte de sua população extremamente pobre. Dessa

forma, ao se avaliar o desenvolvimento apenas pelo

PIB, não será possível identifi car problemas extre-

mamente graves em relação às condições de vida

das pessoas e induzir a formulação de políticas pú-

blicas totalmente equivocadas.

O IDH sugere que a renda não é tudo para a vida

humana e, dessa forma, o rendimento per capita não

pode ser a medida do bem-estar humano. Partin-

do dessa premissa altera a forma como o desenvol-

vimento é pensado, impactando sobre as políticas

públicas, a alocação de recursos e a criação de insti-

tuições voltadas para o atendimento das demandas

identifi cadas a partir de sua análise.

A competição entre os países para suplantar seus

vizinhos ou competidores favoritos no ranking do

IDH é profícua e desejável. Essa competição deve le-

var os formuladores de políticas públicas a se ques-

tionarem sobre suas defi ciências em relação a países

vizinhos e induzir a que se implementem políticas

para superar essas defi ciências, inclusive, copiando

experiências positivas.

O Desenvolvimento Humano do Brasil segundo

o Relatório de Desenvolvimento Humano

2007/2008

O IDH do Brasil aumentou em relação ao ano de

2006 e permitiu que o país entrasse pela primeira

vez no grupo dos países de Alto Desenvolvimen-

to Humano. Em termos absolutos, o país superou

a barreira de 0,800, considerada o marco de alto

desenvolvimento humano. Em termos relativos, o

Brasil caiu uma posição no ranking de 177 países e

territórios: de 69o, em 2006, para 70o este ano.

Neste ano, Albânia e Arábia Saudita ultrapassa-

ram o Brasil, subindo respectivamente cinco e 15

posições no ranking. A ilha caribenha de Domini-

ca, que estava acima do Brasil em 2006, ocupando

o 68° lugar no ranking, caiu duas posições. No caso

da Arábia Saudita, a revisão na forma de cálculo na

taxa de matrícula foi o grande impulsionador da

melhora do país. Como já aconteceu no ano passa-

do, o estudo usou indicadores que foram revisados

e aperfeiçoados.

Parte dessas variações resultou de atualizações

feitas para a expectativa de vida em 62 países (re-

visão do impacto da incidência, transmissão e so-

brevida dos infectados com HIV/AIDS). Esta revi-

são benefi ciou o Brasil e a Albânia. A expectativa de

vida no Brasil aumentou de 70,8 anos para 71,7. Na

Albânia, o aumento foi de 73,9 anos para 76,2 anos,

em média.

Evolução do IDH brasileiro de 2006 e 2007 (com base nos dados de 2004 e 2005 respectivamente)Ano IDH Ranking Expectativa de vida

(anos)Taxa de alfabetização (%)

Taxa de matrícula (%)

PIB per capita (PPP US$)

2004 0,792 69º 70,8 88,6% 85,7 8.1952005 0,800 70º 71,7 88,6% 87,5 8.402

Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano 2007/2008.

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AULA 7 — Desenvolvimento Humano

103

Da mesma forma, o PIB per capita foi ajustado

para 159 países com o propósito de melhor refl etir

os preços correntes de 2005. Os dados da educação

para o Brasil não foram disponibilizados pelo Ins-

tituto de Estatística da UNESCO para 2005, razão

pela qual foram usados os dados de 2004 atualiza-

dos, refl etindo, de qualquer forma, uma melhora da

educação no país.

Por essas razões, qualquer comparação entre o

IDH deste ano com o de anos anteriores deve ser

vista com cautela. De fato, os dados recebidos a cada

ano das agências internacionais apresentam valores

para os anos mais recentes que estão disponíveis,

assim como, revisões e atualizações que melhor re-

fl etem a situação dos países.

Sem levar em consideração as revisões de dados,

que ocorreram para todas as dimensões do IDH,

é possível afi rmar que o IDH brasileiro cresceu de

0,792 para 0,800. É importante notar que o progres-

so nos indicadores de desenvolvimento humano

básico para o Brasil se deu de maneira consistente

em todas as dimensões. Ou seja, a melhora do IDH

brasileiro, além de constante – desde 1975 todos

componentes que formam o índice vêm apresen-

tando melhora – é harmônica, como ilustra a tabela

a seguir.

O IDH foi concebido para mostrar tendências

na avaliação do desenvolvimento humano no lon-

go prazo. Ele é um indicador com várias dimensões

que não respondem a políticas de curto prazo. Isso

é particularmente o caso da taxa de alfabetização de

adultos e da expectativa de vida no nascimento. Por

essa razão é fortemente recomendado que os indi-

cadores sejam comparados em um período de mé-

dio a longo prazo.

No caso do Brasil pode-se afi rmar que a evolução

dos indicadores de desenvolvimento humano mos-

tra uma alta consistência entre 1990 e 2005. Durante

este período, a expectativa de vida cresceu mais que

cinco anos e meio, o PIB per capita cresceu por volta

de um sexto e as taxas de alfabetização dos adultos

cresceram quase sete pontos percentuais. No entan-

to, foi a taxa combinada de matrícula que cresceu

mais – quase 20 pontos percentuais. O resultado

cumulativo dessas mudanças foi uma progressão

harmônica do desenvolvimento humano no Brasil.

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

O IDH, como já dito anteriormente, foi criado

originalmente para medir o nível de desenvolvi-

mento humano dos países a partir de indicadores

de educação (alfabetização e taxa de matrícula),

longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda

(PIB per capita). O índice varia de 0 a 1. Países com

IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano con-

siderado baixo; os países com índices entre 0,500 e

0,799 são considerados de médio desenvolvimento

humano; países com IDH maior que 0,800 têm de-

senvolvimento humano considerado alto.

Segundo o PNUD (2003), para aferir o nível de

desenvolvimento humano de municípios as dimen-

sões utilizadas são as mesmas – educação, longevi-

dade e renda –, mas alguns dos indicadores usados

são diferentes. Embora meçam os mesmos fenôme-

nos, os indicadores levados em conta no IDH mu-

nicipal (IDHM) são mais adequados para avaliar as

condições de núcleos sociais menores.

O cálculo do IDH municipal, para a avaliação

da dimensão educação, considera dois indicadores,

com pesos diferentes: taxa de alfabetização de pes-

Tendências de longo prazo do IDH do BrasilAno Expectativa de vida no

nascimento (anos)Taxa de alfabetização de adultos (% com mais de 15 anos)

Taxa de matrícula combinada (%)

PIB per capita

IDH

1990 66,1 82,0 67,3 7.219 0,7231995 68,2 84,7 74,4 7.798 0,7532000 70,3 86,9 90,2 8.025 0,7892004 71,5 88,6 87,5 8.325 0,7982005 71,7 88,6 87,5 8.402 0,800

Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano 2007/2008.

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

104

soas acima de 15 anos (com peso dois) e a taxa bruta

de frequência à escola (com peso um). O primeiro

indicador é o percentual de pessoas com mais de 15

anos capazes de ler e escrever. O segundo indicador

é resultado de uma conta simples: o somatório de

pessoas (independentemente da idade) que fre-

quentam os cursos fundamental, médio e superior

é dividido pela população na faixa etária de 7 a 22

anos (PNUD, 2003).

Para a avaliação da dimensão saúde (longevida-

de), o IDH municipal considera o indicador espe-

rança de vida ao nascer. O indicador de longevidade

sintetiza as condições de saúde e salubridade, uma

vez que quanto mais mortes houver nas faixas etárias

mais precoces, menor será a expectativa de vida.

Em relação à dimensão renda, o critério usado é a

renda municipal per capita. Para se chegar a esse va-

lor soma-se a renda de todos os habitantes e divide-

se o resultado pelo número de pessoas que moram

no município.

Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

é um banco de dados eletrônico (disponível para

download no site: <www.pnud.org.br>) feito com

o objetivo de democratizar o acesso e aumentar a

capacidade de análise sobre informações socioeco-

nômicas relevantes dos 5.507 municípios brasileiros

e das 27 unidades da Federação.

Segundo o PNUD (2003), tomando como base os

microdados dos censos de 1991 e de 2000 do Institu-

to Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), esse

sistema disponibiliza informações sobre o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e 124

outros indicadores georreferenciados de população,

educação, habitação, longevidade, renda, desigualda-

de social e características físicas do território.

Com uma navegação simples e autoexplicável, o

Atlas permite ao usuário criar seus próprios instru-

mentos de análise sobre diversas dimensões do de-

senvolvimento humano, por intermédio de mapas

temáticos, tabelas, gráfi cos, relatórios, ordenamen-

to (rankings) de municípios e estados, e ferramen-

tas estatísticas. Os resultados podem ser impressos

ou exportados para serem trabalhados em outros

programas, como planilhas Excel e documentos do

Word, por exemplo.

As principais funções do Atlas que já podem ser

visualizadas logo na tela de apresentação são:

1. Consulta Simples – apresenta tabelas predefi -

nidas da área geográfi ca escolhida pelo usuário. Elas

podem ser referentes a municípios ou unidades da

Federação.

2. Consulta Avançada – tem o mesmo mecanis-

mo que a consulta simples, mas oferece ao usuário a

possibilidade de montar suas próprias tabelas, esco-

lhendo quais indicadores entrarão em cada coluna,

com a opção de criar condicionalidades para a sele-

ção de variáveis.

3. Maiores e Menores – é uma maneira rápida de

visualizar, por exemplo, os municípios com melhor

ou pior classifi cação no ranking de qualquer um dos

indicadores. Também há fi ltros que permitem fazer

essa classifi cação por grandes regiões, estados ou

microrregiões.

4. Perfi l – elabora automaticamente um relatório

de cinco páginas, sobre um município ou uma uni-

dade da Federação, que contém um mapa de localiza-

ção, as principais características do território, e dados

evolutivos, de 1991 a 2000, sobre temas como popu-

lação, estrutura etária, indicadores de longevidade e

mortalidade, nível educacional, nível e distribuição

de renda, pobreza, desigualdade, acesso a serviços bá-

sicos e a bens de consumo, indicadores de vulnerabi-

lidade familiar e desenvolvimento humano.

5. Mapa Temático – a partir de um indicador es-

colhido pelo usuário, o programa colore um mapa

da área geográfi ca selecionada (Brasil, grande região,

estado, microrregião), de acordo com um intervalo

preestabelecido ou defi nido pelo usuário. O mapa

pode ser exportado para uso em outros programas.

6. Histograma – essa função permite ao usuário

criar um gráfi co de barras que representa a distri-

buição dos municípios (ou estados) na escala da

variável escolhida – por exemplo, se há mais uni-

dades próximas ao início, ao meio ou ao fi m da es-

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AULA 7 — Desenvolvimento Humano

105

cala. Clicando-se em uma das barras, o programa

mapeia automaticamente todos os municípios que

estão dentro daquele intervalo.

7. Correlação – trata-se de uma função estatística

simples que permite ao usuário descobrir se existe

uma correlação positiva ou negativa (ou se não há

correlação) entre duas variáveis. O programa mos-

tra um gráfi co: quanto mais dispersos estiverem

os pontos no gráfi co, menor a correlação entre as

variá veis e vice-versa.

8. Relatório – o Atlas permite ao usuário escolher

um indicador para que, a partir dele, o programa

crie um relatório automático, mostrando a distri-

buição dos municípios (ou unidades da Federação)

por faixas, traçando um retrato da situação em 1991

e em 2000. O relatório pode ser feito para qualquer

um dos municípios do país. Para facilitar seu uso,

o Atlas possui, no menu Ajuda/Conteúdo, um guia

passo a passo que ensina a navegar por todas as suas

funções.

De acordo com PNUD (2003), o Atlas do Desen-

volvimento Humano no Brasil é uma ferramenta de

múltiplos usos para públicos variados. Ele pode ser

usado por gestores públicos para planejar e eleger

prioridades orçamentárias, por pesquisadores para

realizar estudos em sobre quaisquer regiões ou as-

pectos socioeconômicos do país, por organizações

não governamentais para defi nir seu foco de atua-

ção, por jornalistas para fazer o acompanhamento

de políticas públicas, e pela sociedade civil para ava-

liações de interesse público. No caso de gestores do

setor público, o Atlas é um instrumento útil nas três

esferas de governo. Administradores municipais po-

dem usá-lo para priorizar políticas públicas e atrair

investimentos em um município ou microrregião, o

governo estadual pode visualizar em mapas temá-

ticos a cobertura de redes de serviços sociais. Para

a administração federal, o Atlas proporciona uma

visão de conjunto das carências e potencialidades de

cada região.

O Atlas é também um meio de facilitar o traba-

lho cooperativo dos governos com a sociedade civil,

propiciando acesso a informações fundamentais so-

bre o acesso a bens públicos e serviços básicos. Os

pesquisadores podem transformá-lo em ferramenta

para diagnosticar diferentes dimensões da pobreza

e do desenvolvimento humano, identifi car desigual-

dades sociais e espaciais, bem como casos exitosos

de avanços do bem-estar.

A imprensa, por sua vez, conta com indicadores

sintéticos, como o IDHM e seus subíndices de ren-

da, longevidade e educação, para traçar um pano-

rama amplo e ao mesmo tempo aprofundado da

realidade brasileira. O recurso de fazer histogramas

permite visualizar com rapidez e facilidade a distri-

buição das carências e potencialidades de todos os

municípios e perceber o grau de desigualdade re-

gional.

O Atlas, por fi m, é um sistema útil para todos os

agentes de desenvolvimento interessados em remo-

ver as barreiras para a elevação do bem-estar das po-

pulações dispersas por todo o território nacional.

! SAIBA MAIS

www.pnud.org.br

* ANOTAÇÕES

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

106

OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO

MILÊNIO (ODM)

Na Assembleia do Milênio, realizada em setembro de 2000, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, governantes do mundo inteiro assumiram o compro-misso de promoção da paz, erradicação da pobreza, promoção do desenvolvimento humano, proteção ao ambiente comum, direitos humanos e democracia, compromissos que fi caram conhecidos como Objeti-vos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no entanto, nasceram das grandes confe-

rências internacionais dos anos 1990, cujos temas recaíram sobre população, meio ambiente, gênero, direitos humanos, desenvolvimento social.

O grande mérito dos ODM é integrar os com-promissos assumidos numa grande agenda mundial de desenvolvimento, com claras defi nições de metas e prazos para serem cumpridas, e indicadores do progresso alcançado por município, estado, região e país.

Até 2015, todos os Estados-membros das Nações Unidas assumiram o compromisso de:

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AULA

8____________________OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO

MILÊNIO – ODM

Conteúdo• Os Objetivos do Milênio (ODM).

• A Declaração do Milênio.

• O Brasil e os Objetivos do Milênio.

Competências e habilidades• Conhecer cada um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

• Compreender os objetivos, metas e indicadores, contextualizando-os historicamente.

• Ler e interpretar textos relacionados aos Objetivos do Milênio, relacionando com o Serviço Social.

Textos e atividades para autoestudo disponibilizados no PortalVerifi car no Portal os textos e atividades disponibilizados na galeria da unidade.

Duração2 h/a – via satélite com o professor interativo

2 h/a – presenciais com o professor local

6 h/a – mínimo sugerido para autoestudo

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AULA 8 — Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – ODM

107

A DECLARAÇÃO DO MILÊNIO

A adoção da Declaração do Milênio, por todos

os 189 Estados-membros da Assembleia Geral das

Nações Unidas, marcou um momento decisivo na

cooperação global no século XXI. A declaração

estabelece, no âmbito de uma única estrutura, os

desafi os centrais enfrentados pela humanidade no

limiar do novo milênio. Também esboça a respos-

ta a esses desafi os e estabelece medidas concretas

para medir o desempenho mediante uma série de

compromissos, objetivos e metas inter-relacionados

sobre desenvolvimento, governabilidade, paz, segu-

rança e direitos humanos.

A declaração representa o auge de uma série de

conferências e cúpulas internacionais, iniciadas em

1990 com a Cúpula Mundial para a Infância (Sum-

mit for Children) contou com um acordo sem pre-

cedentes no âmbito da comunidade internacional

sobre extensa variedade de compromissos e planos

de ação que se fi rmam sobre seis princípios funda-

mentais, traduzidos em ações contidas nos oito ob-

jetivos apontados a seguir:

• Liberdade – homens e mulheres têm o direito

de viver suas vidas e criar seus fi lhos com dig-

nidade, livres da fome, do medo da violência,

da opressão e da injustiça. A governança demo-

crática e participativa fundamentada no desejo

do povo é o que mais contribui para assegurar

esses direitos.

• Igualdade – nenhuma pessoa e nenhuma co-

munidade devem ser excluídas das oportuni-

dades ao desenvolvimento. A igualdade de di-

reitos e oportunidades de mulheres e homens

precisa ser assegurada.

• Solidariedade – os desafi os globais precisam

ser conduzidos de forma que se distribuam

justamente seus custos e pesos, em consonân-

cia com os princípios básicos de equidade e

justiça social. Aqueles que sofrem ou auferem

menores benefícios merecem ajuda daqueles

que mais se benefi ciam.

• Tolerância – os seres humanos devem respeitar

uns aos outros, em toda a sua diversidade de

crença, cultura e linguagem. As diferenças en-

tre as comunidades não devem ser nem temidas

nem reprimidas, mas sim compartilhadas como

uma qualidade preciosa da humanidade.

• Respeito à natureza – deve-se ser prudente no

manejo de todas as espécies vivas e dos recur-

sos e serviços naturais, na busca do desenvolvi-

mento sustentável. É assim que serão preserva-

das as enormes riquezas da natureza para pas-

sá-las aos descendentes. As formas de produção

e consumo atuais, insustentáveis, precisam ser

modifi cadas em benefício de nosso bem-estar e

de nossos descendentes.

• Responsabilidade compartilhada – a respon-

sabilidade sobre a administração do desenvol-

vimento econômico e social deve ser dividida

entre as esferas de poder e os atores sociais, e

precisa ser exercida multilateralmente. Sendo

a mais universal e representativa das organi-

zações no mundo, as Nações Unidas precisam

exercer a coordenação central.

OBJETIVOS, METAS E INDICADORES

Cada um dos oito Objetivos de Desenvolvimento

do Milênio (ODM) está ligado a metas e indicado-

res específi cos acordados pelos líderes mundiais em

conferências internacionais.

Os objetivos e metas oferecem imagem clara so-

bre como pode ser o mundo em 2015. Os indicado-

res apontam as medidas para que se possa conferir

se atingiremos os objetivos.

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

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O BRASIL E OS OBJETIVOS DO MILÊNIO

Objetivo 1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome

O Brasil já ultrapassou a meta de reduzir pela

metade a proporção da população que vive com

renda inferior a 1 dólar PPC (paridade do poder de

compra) por dia. Enquanto, em 1990, 8,8% dos bra-

sileiros viviam na pobreza extrema, em 2005 o per-

centual caiu para 4,2%, o que representa um resul-

tado superior ao estabelecido pela ONU. Em termos

absolutos, 4,7 milhões de pessoas deixaram a condi-

ção de extrema pobreza entre 1990 e 2005, embora

cerca de 7,5 milhões ainda tenham renda domiciliar

Fonte: PNUD (2005).

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per capita inferior a 1 dólar PPC por dia. O valor da

linha de pobreza extrema equivalente a 1 dólar PPC

por dia era de aproximadamente R$ 40,00 por mês

em 2005. No Brasil, tem sido utilizado como parâ-

metro o valor de um quarto do salário mínimo de

renda per capita por mês para dimensionar a extre-

ma pobreza e meio salário mínimo de renda per ca-

pita por mês para dimensionar a pobreza. Em 2005,

esses rendimentos equivaliam, respectivamente, a

R$ 89,60 e R$ 179,21. Considerando tais patamares,

a pobreza extrema caiu de 28% para 16% da popu-

lação entre 1990 e 2005, enquanto a pobreza recuou

de 52% para 38% no mesmo período.

Objetivo 2 – Atingir o ensino básico universal

O Brasil praticamente universalizou o acesso à

escola da população de 7 a 14 anos. Entre 1992 e

2005, ampliou-se expressivamente a proporção de

jovens na escola (taxa de frequência escolar) e hou-

ve também redução signifi cativa de diversos tipos

de desigualdade. Apesar dos avanços, ainda é muito

alta a proporção de alunos que progridem de forma

lenta e daqueles que abandonam os estudos – o que

contribui para manter em patamares baixos a taxa

de conclusão no ensino fundamental.

Em relação à taxa esperada de conclusão do ensino

fundamental, houve avanços ao longo dos últimos 15

anos. No início dos anos 1990, apenas 38% dos estu-

dantes concluíam esse nível de ensino e com prazo mé-

dio de 11,7 anos. Em relação à conclusão da 4ª série do

ensino fundamental, as taxas estão em patamares mais

aceitáveis, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste, em que

se aproximam dos índices de frequência líquida nesse

nível de ensino. Já no Norte e no Nordeste, as taxas gi-

ram em torno de 80%, e o tempo médio esperado para

conclusão amplia-se para cerca de seis anos.

As diferenças entre as taxas de conclusão da 4a e

da 8a série também são mais acentuadas nas regi-

ões Norte e Nordeste, se comparadas às do Sul e do

Sudeste. Nas duas primeiras, 50% dos que concluem

a 4a série abandonam os estudos antes de completar

o ensino fundamental, enquanto na região Sudeste

essa perda corresponde a 27%.

Objetivo 3 - Promover a igualdade entre os

sexos e a autonomia das mulheres

Os dados referentes à educação no Brasil mos-

tram que as mulheres se encontram, quase sempre,

em condições melhores que os homens. Durante os

últimos anos, as meninas têm apresentado indica-

dores superiores aos dos meninos, tanto no que diz

respeito ao acesso à escola quanto no que se refere

à permanência nos bancos escolares. O resultado

refl ete os avanços verifi cados ao longo do século

20, período em que as mulheres conquistaram a

oportunidade de se alfabetizar e ter maior acesso à

educação, do ensino fundamental ao superior. Essa

mudança representa um passo importante para a

autonomia feminina, ainda que não signifi que a su-

peração dos entraves enfrentados pelas mulheres.

Os dados indicam que, no Brasil, a população fe-

minina tem maior acesso à educação nos três níveis

de ensino. Quanto mais se avança na escala de esco-

laridade, mais elevado é o número de mulheres em

relação ao de homens. Se no ensino fundamental

a proporção de meninos e meninas é quase a mes-

ma – o que se deve principalmente à universaliza-

ção do acesso –, no ensino médio o total de alunas

é 23% maior que o de alunos. No ensino superior,

a diferença sobe para 31%. No ensino médio, as de-

sigualdades têm reduzido ao longo dos anos, com

exceção das regiões Sul e Centro-Oeste. Em 1992, o

número de mulheres nesse nível de ensino era quase

41% superior ao de homens. Em 2005, o percentual

caiu para 23%. Entre os fatores que explicam essa

convergência está, novamente, o processo de uni-

versalização do ensino fundamental, que possibili-

tou formar um contingente maior de alunos aptos a

ingressar no ensino médio.

No ensino superior, dois desafi os merecem ser

destacados. O primeiro é a difi culdade de manter

os meninos na escola. As condições de vida e os es-

tereótipos de gênero levam muitos alunos do sexo

masculino a tentar, sem sucesso, conciliar as ativi-

dades de trabalho e estudo, o que se dá já a partir

do ensino médio. O resultado dessa combinação é,

muitas vezes, o abandono escolar e a consequente

diminuição das chances de chegar à universidade.

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Apesar de estarem em condições melhores no

campo educacional, as mulheres aparecem em des-

vantagem no mercado de trabalho brasileiro. Mes-

mo com maior acesso às universidades, elas seguem

participando menos do mundo do trabalho, rece-

bendo menos pelas atividades realizadas e ocupan-

do os piores postos, tanto em termos salariais quan-

to em termos de proteção social.

Objetivo 4 – Reduzir a mortalidade infantil

O Brasil apresentava, em 1990, uma taxa de morta-

lidade na infância (crianças menores de cinco anos) de

53,7 por mil nascidos vivos. Para cumprir o compro-

misso de reduzir em dois terços a mortalidade nessa

faixa etária até 2015, como prevê o quarto Objetivo de

Desenvolvimento do Milênio, o país precisa diminuir

o número de óbitos para menos de 18 por mil até a

data estabelecida. Em 2005, a taxa já era de 28,7.

O resultado verifi cado entre 1990 e 2005 mostra

que a taxa de mortalidade na infância vem caindo de

maneira contínua no Brasil. Nesse período, a média

nacional de redução fi cou em 46,4%, com destaque

para o Nordeste, que teve a maior queda (55,4%). A

região ainda é a que apresenta a taxa mais elevada,

mas a diferença em relação ao Sul caiu de 2,5 vezes,

em 1990, para 2 vezes, em 2005. Uma avaliação do

desempenho de 60 países em desenvolvimento indi-

cou que o Brasil está entre os sete que têm condições

de atingir a meta deste objetivo – junto com Ban-

gladesh, Egito, México, Indonésia, Filipinas e Nepal.

Além disso, a previsão é de que o Brasil tenha, em

2015, a segunda menor taxa de mortalidade na in-

fância entre as nações analisadas na pesquisa.

A mortalidade infantil (crianças menores de 1

ano) também caiu signifi cativamente no período.

Esse indicador passou a ser coletado de maneira

tecnicamente mais precisa a partir de 1996, quando

começam os progressos nos registros dos nascidos

vivos no país. A taxa nacional de mortalidade infan-

til, que era de 33,7 por mil nascidos vivos em 1996,

passou para 21,1 em 2005 – uma queda de 37,2%.

A mortalidade infantil caiu em todos os estados no

período e chegou a recuar mais de 40% em Pernam-

buco, Ceará, Roraima, Rio Grande do Norte e São

Paulo. Apesar desse resultado, a taxa nacional pode

ser considerada elevada em comparação com a dos

países desenvolvidos e a de alguns da América Lati-

na, como Chile e Argentina.

Objetivo 5 – Melhorar a saúde materna

A razão de mortalidade materna caiu de 61,2

para 53,4 óbitos por 100 mil nascidos vivos entre

1997 e 2005. Essa redução de 12,7% deve ser vista

com cautela, pois há evidências de que o evento é

subnotifi cado no país, o que prejudica a informação

e o mapeamento dos óbitos, especialmente nas regi-

ões menos desenvolvidas.

Para diminuir essa subnotifi cação e identifi car

com maior precisão as causas das mortes, tem sido

implantados novos Comitês de Mortalidade Mater-

na, criados em 1998 para apurar o motivo dos óbitos.

O número de comitês passou de 495 em 2001 para

951 em 2005; a ampliação foi maior no Nordeste.

As principais causas da mortalidade materna no

país são as classifi cadas como diretas – ou seja, rela-

cionadas às complicações surgidas durante a gravi-

dez, o parto ou o puerpério (até 42 dias após o parto)

–, decorrentes de intervenções, omissões, tratamento

incorreto ou de uma cadeia de eventos associados a

qualquer um desses fatores. As causas indiretas, típi-

cas de países com baixas razões de mortalidade, resul-

tam de doenças preexistentes ou que se desenvolvem

durante a gestação, agravadas por outros aspectos,

como problemas circulatórios e respiratórios.

Em 2005, as causas obstétricas diretas, incluindo

o aborto, provocaram 73,6% dos óbitos maternos

no país. Transtornos hipertensivos na gravidez, no

parto e no pós-parto responderam por 32,9% des-

ses casos; o aborto, por 9,3%. Já as causas obstétri-

cas indiretas somaram 22,9% das mortes maternas

registradas naquele ano.

Objetivo 6 – Combater HIV/AIDS, malária e

outras doenças

A proporção de brasileiros infectados pelo HIV

não apresentou mudanças signifi cativas nos últimos

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

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anos. O governo federal estima que, em 2004, havia

no Brasil aproximadamente 600 mil portadores do

vírus, o que indica que a infecção se manteve está-

vel em relação a 2000. Nesse período (2000-2004),

a taxa de prevalência (proporção da população in-

fectada) entre brasileiros de 15 a 49 anos permane-

ceu em 0,6%-0,8% entre os homens e 0,4% entre as

mulheres.

A mesma tendência foi observada entre jovens

do sexo feminino de 15 a 24 anos. A taxa oscilou

de 0,28%, em 2004, para 0,26%, em 2006. A manu-

tenção da taxa de prevalência da infecção foi acom-

panhada de uma pequena oscilação da incidência

(novos casos de AIDS). De 1980, quando foi feito o

primeiro diagnóstico de AIDS no Brasil, até junho

de 2006, o governo federal identifi cou 433.067 ca-

sos da doença – número que exclui os portadores

de HIV que não desenvolveram AIDS. A incidência

média anual, nos últimos anos, foi de aproximada-

mente 35 mil casos.

Em 2004, a taxa de incidência foi de 19,7 casos

para cada 100 mil habitantes. A análise regional

mostra que a doença se propagou de forma mais

intensa nas regiões que costumam exibir os melho-

res indicadores sociais. No Sul, a incidência era de

26,5 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto

no Nordeste, de 10,3 casos. Além disso, o Sudeste,

sozinho, concentra mais de 60% dos casos de AIDS

registrados desde o início da epidemia.

Objetivo 7 – Garantir a sustentabilidade

ambiental

No Brasil, a área coberta por fl orestas nativas

abrange cerca de 4,6 milhões de quilômetros qua-

drados, o que corresponde a 54,2% do território na-

cional. As fl orestas concentram-se principalmente

na Amazônia (74%), seguida pelo Cerrado (16,3%)

e pela Mata Atlântica (5%).

O desmatamento na Amazônia Legal tem sido

monitorado regularmente pelo governo brasileiro.

Os dados mostram que o auge do desfl orestamen-

to na região ocorreu entre 1994 e 1995, com a des-

truição de mais de 29 mil quilômetros quadrados

de fl orestas. Após um breve arrefecimento, em 1996

e 1997, a derrubada teve uma tendência ascendente

até 2004, quando o desfl orestamento caiu signifi ca-

tivamente. Dados preliminares para 2005/2006 in-

dicam um desmatamento de aproximadamente 13

mil quilômetros quadrados.

O Brasil tem reduzido o uso de substâncias des-

truidoras da camada de ozônio. O consumo de CFC

– presente em geladeiras e aparelhos de ar-condi-

cionado – caiu mais de 90% entre 1999 e 2006, o

que permitiu que o país cumprisse tanto suas metas

internas de redução quanto as metas estabelecidas

pelo Protocolo de Montreal.

Em relação à proporção da população que tem

acesso a serviços de esgotamento sanitário adequa-

do – por rede geral ou fossa séptica. No meio ur-

bano, a cobertura subiu de 65,9%, em 1992, para

77,3%, em 2005. Isso signifi ca que, nesse período,

3,5 milhões de domicílios urbanos foram conecta-

dos à rede geral de esgotamento sanitário. Na zona

rural, também se verifi cou uma ampliação do aces-

so ao serviço, que chegava a 18,2% da população

em 2005.

Apesar da ampliação dos serviços, a falta de uma

solução adequada para o esgotamento sanitário é

um problema que em 2005 atingia 34,6 milhões de

brasileiros que viviam em cidades. Na zona rural, a

solução mais adotada para o esgoto ainda é a fos-

sa rudimentar (45,3%). Mesmo assim, mais de um

quarto (27,1%) da população rural não possui ne-

nhum tipo de esgotamento sanitário.

O problema da poluição provocada pelo défi cit

nos serviços de coleta de esgoto fi ca ainda mais gra-

ve quando se observa que menos de um terço do

esgoto coletado passa por algum tratamento.

Objetivo 8 – Estabelecer uma parceria mundial

para o desenvolvimento

A atuação do Brasil nos diversos fóruns interna-

cionais visa, principalmente, fortalecer o multilate-

ralismo e, nas Nações Unidas, defender uma reforma

que dê à organização maior capacidade para estabe-

lecer uma ordem internacional fundamentada na

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vigência do direito internacional e na justiça social.

Assim, o Brasil defende uma ONU que promova, de

forma integrada e abrangente, o desenvolvimento

sustentável, a segurança e os direitos humanos.

O país teve papel de destaque, por exemplo, nas

negociações que resultaram na criação da Comis-

são de Construção da Paz das Nações Unidas. Outro

exemplo desses esforços voltados à promoção da

paz internacional é a participação brasileira na Mis-

são das Nações Unidas de Estabilização no Haiti.

Embora não esteja incluído no compromisso de

possibilitar a redução da dívida externa dos países

altamente endividados, o Brasil tem ajudado as na-

ções pobres altamente endividadas a reduzir seus

débitos. O governo brasileiro, como credor, renego-

ciou muitas dívidas em atraso com países pobres,

particularmente dos situados na África. Em 2006,

os valores potencialmente sujeitos a esse tratamento

alcançavam cerca de US$ 400 milhões.

O Brasil tem feito esforços para aumentar o aces-

so e uso das telecomunicações e das novas tecno-

logias da informação por parte da população. Em

2006, os aparelhos celulares superavam os 100 mi-

lhões de unidades, mais que o dobro do total regis-

trado em 2003. Esse número coloca o Brasil entre

os cinco maiores mercados de telefonia móvel do

mundo, com uma proporção de 53 celulares para

cada 100 habitantes. Na telefonia fi xa, com novas

tecnologias, o número de linhas permaneceu em

torno de 40 milhões. Com isso, a densidade total da

telefonia brasileira alcançou 74 aparelhos (celulares

ou fi xos) a cada 100 habitantes, nível próximo ao

observado em países desenvolvidos como França,

Japão e Estados Unidos em 2005.

REFLEXÕES FINAIS

Durante a reunião da Cúpula do Milênio, reali-

zada em Nova Iorque, em 2000, líderes de 189 na-

ções ofi cializaram um pacto para tornar o mundo

mais solidário e mais justo, até 2015. O sucesso des-

se grande projeto humanitário só será possível por

meio do cumprimento das oito iniciativas que fi ca-

ram conhecidas como Objetivos de Desenvolvimen-

to do Milênio. Todos devemos participar – o meio

acadêmico, os governos, as instituições fi nanceiras

e organizações não governamentais – do enfrenta-

mento das questões mais desafi adoras do desenvol-

vimento mundial.

! SAIBA MAIS

www.pnud.org.br

www.nospodemos.org.br

www.portalodmm.com.br

www.objetivosdomilenio.org.br

REFERÊNCIAS

Básica

JANNUZZI, P. M. Indicadores sociais no Brasil:

conceitos, fonte de dados e aplicações. Campinas:

Alínea, 2001.

LEVIN, J. Estatística aplicada a ciências humanas. 2.

ed. São Paulo: Harbra, 1987.

MARINO, E. Manual de avaliação de projeto social.

2. ed. São Paulo: Saraiva. 2003.

Complementar

ALBERTIN, L. A.; ALBERTIN, R. M. M. Aspectos

e contribuições do uso da tecnologia de informação.

São Paulo: Atlas, 2006.

CANO, I. Avaliação de programas sociais. Rio de

Janeiro: FGV, 2002.

ENSSLIN, L. et al. Apoio à decisão: metodologias

para estruturação de problemas e avaliação

multicritério de alternativas. Florianópolis: Insular,

2001.

LARSON, R.; FARBER, B. Estatística aplicada. São

Paulo: Pearson, 2007.

VOLTOLINI, R. (org.). Terceiro setor: planejamento

& gestão. São Paulo: Senac SP, 2004.

Utilizadas pelos professores

BRASIL. Objetivos de desenvolvimento do milênio:

relatório nacional de acompanhamento. Brasília:

Ipea: MP, SPI, 2007.

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

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JANNUZZI, P. M. Indicadores Sociais e

as Políticas Públicas no Brasil. Revista

com Ciência, n. 96, mar. 2008. Disponível

em: <www.cienciamao.if.usp.br/

tudo/exibir.php?midia=com&cod=_

indicadoressociaiseaspoliticaspublicasnobrasil

revistacomciencian96mar2008>. Acesso em: 15

abr. 2009.

PNUD. Investindo no desenvolvimento: um

plano prático para atingir os Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio. Visão Geral. Nova

York: PNUD, 2005.

______. Introdução aos Objetivos do Milênio.

Brasília. PNUD. 2005. Disponível em: <www.pnud.

org.br/odm/index.php?lay=odmi#documentos>.

Acesso em: 10 mar. 2009.

______. Atlas do Desenvolvimento Humano no

Brasil. Disponível em: <www.pnud.org.br/atlas/>.

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______. Brasil entra no grupo de países de alto

desenvolvimento humano. Disponível em: <www.

pnud.org.br/rdh/destaques/index.php?lay=inst&id

=dtq#d2007>. Acesso em: 15 mar. 2009.

______. Entenda o cálculo do IDH Municipal

(IDHM) e saiba quais os indicadores usados.

Disponível em: <www.pnud.org.br/atlas/textos_

analiticos/index.php>. Acesso em: 15 mar. 2009.

______. Relatório de Desenvolvimento Humano

2007/2008. Disponível em: <www.pnud.org.br/

rdh/>. Acesso em: 15 mar. 2009.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São

Paulo: Companhia das Letras, 2000.

* ANOTAÇÕES

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SEMINÁRIO INTEGRADO

Caro(a) Acadêmico(a),

A unidade didática Seminário Integrado visa à

articulação das unidades existentes no módulo, e à

percepção da aplicação prática dos conteúdos mi-

nistrados.

Por meio da interdependência adquirida com as

unidades didáticas deste seminário, o futuro profi s-

sional será capaz de articular a teoria, adquirida no

ensino superior, com a prática exigida no cotidia-

no da profi ssão. Para tanto, é necessário o entendi-

mento de que os conteúdos de cada Unidade Di-

dática permitirão um estudo integrado, formando

um profi ssional completo e compromissado com o

mercado de trabalho.

Ao desenvolver esta unidade, você deverá aplicar

todos os conhecimentos adquiridos no decorrer do

módulo, elaborando uma atividade.

A atividade referente ao Seminário Integrado está

disponibilizada na Galeria da Unidade Didática –

Seminário Integrado.

Bom trabalho!

Professores Interativos do Módulo

Módulo: Planejamento e Administração

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Unidade Didática — Tratamento de Informação e os Indicadores Sociais

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