Servico social 4a

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Serv iço Soc ia l C ad erno d e A t iv id ad es 1

Transcript of Servico social 4a

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CAPA 21 cmLOMBADA

1,2 cmCONTRA-CAPA 21 cm

Serviço SocialCaderno de Atividades

1

29,7

cm

Anhanguera Publicações

Alameda Maria Tereza, 2.000

Valinhos - SP - CEP 13278-181

Serv

iço

Soci

al1

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Universidade Anhanguera - UniderpCentro de Educação a Distância

Caderno de Atividades

Serviço Social

Coordenação do Curso

Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre

Autores

Ana Lucia Américo Antonio

Angela Cristina Dias do Rego Catonio

Edilene Xavier Rocha Garcia

Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre

Helenrose A. da S. Pedroso Coelho

Luciano Gamez (org.)

Ricardo Leite de Albuquerque

Yaeko Ozaki

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Universidade Anhanguera - UniderpCentro de Educação a Distância

ChancelerAna Maria Costa de Sousa

ReitorGuilherme Marback Neto

Vice-ReitoraHeloisa Helena Gianotti Pereira

Pró-ReitoresPró-Reitor Administrativo: Antonio Fonseca de CarvalhoPró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto: Ivo Arcângelo Vendrúsculo BusatoPró-Reitor de Graduação: Eduardo de Oliveira EliasPró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIADiretor-GeralJosé Manuel Moran

Diretor-AdjuntoLuciano Sathler

Coordenação de Qualidade do Material DidáticoLuciano Gamez: Coordenador e organizador da publicaçãoBarbara Monteiro Gomes de CamposBruno Tonhetti GalasseFernanda Bocchi BalthazarHelena OkadaLucia Helena Paula do CantoWaurie Rolão

IlustraçõesEdnei Marx

ANHANGUERA PUBLICAÇÕESGerente EditorialAdauto Damásio

C129 Caderno de atividades: serviço social / Ana Lucia Américo An-

tonio... [et. al.].; Organizador Luciano Gamez; Coordenação do curso Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues Nobre. – Valinhos : Anhanguera Publicações, 2011. 288 p.

ISBN: 978-85-7969-053-2

1. Serviço social. I. Antonio, Ana Lucia Américo. II. Gamez, Luciano. III. Nobre, Elisa Cléia Pinheiro.

CDD - 20.ed. : 370.15

© 2011 Anhanguera Publicações - Proibida a reprodução fi nal ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modifi cada em língua portuguesa ou qualquer outro idioma. Impresso no Brasil 2011

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Nossa Missão, Nossos Valores

Desde sua fundação, em 1994, os fundamentos da “Anhanguera Educacional” têm sido o principal motivo do seu crescimento.

Buscando permanentemente a inovação e o aprimoramento acadêmico em todas as ações e programas, é uma Instituição de Educação Superior comprometida com a qualidade do ensino, pesquisa de iniciação científi ca e extensão, que oferecemos.

Ela procura adequar suas iniciativas às necessidades do mercado de trabalho e às exigências do mundo em cons-tante transformação.

Esse compromisso com a qualidade é evidenciado pelos intensos e constantes investimentos no corpo docente e de funcionários, na infraestrutura, nas bibliotecas, nos laboratórios, nas metodologias e nos Programas Institu-cionais, tais como:

• Programa de Iniciação Científi ca (PIC), que concede bolsas de estudo aos alunos para o desenvolvimento de pesquisa supervisionada pelos nossos professores.

• Programa Institucional de Capacitação Docente (PICD), que concede bolsas de estudos para docentes cursa-rem especialização, mestrado e doutorado.

• Programa do Livro-Texto (PLT), que propicia aos alunos a aquisição de livros a preços acessíveis, dos melhores autores nacionais e internacionais, indicados pelos professores.

• Serviço de Assistência ao Estudante (SAE), que oferece orientação pessoal, psicopedagógica e fi nanceira aos alunos.

• Programas de Extensão Comunitária, que desenvolve ações de responsabilidade social, permitindo aos alunos o pleno exercício da cidadania, benefi ciando a comunidade no acesso aos bens educacionais e culturais.

A fi m de manter esse compromisso com a mais perfeita qualidade, a custos acessíveis, a Anhanguera privilegia o preparo dos alunos para que concretizem seus Projetos de Vida e obtenham sucesso no mercado de trabalho. Adota inovadores e modernos sistemas de gestão nas suas instituições. As unidades localizadas em diversos Es-tados do País preservam a missão e difundem os valores da Anhanguera.

Atuando também na Educação a Distância, orgulha-se em oferecer ensino superior de qualidade em todo o Terri-tório Nacional, por meio do trabalho desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância da Universidade Anhan-guera - Uniderp, nos diversos polos de apoio presencial espalhados por todo o Brasil. Sua metodologia permite a integração dos professores, tutores e coordenadores habilitados na área pedagógica, com a mesma fi nalidade: aliar os melhores recursos tecnológicos e educacionais, devidamente revisados, atualizados e com conteúdo cada vez mais amplo para o desenvolvimento pessoal e profi ssional de nossos alunos.

A todos, bons estudos!

Prof. Antonio Carbonari NettoPresidente - Anhanguera Educacional

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Sobre o Caderno de Atividades

Caro(a) Aluno(a),

Você está recebendo o Caderno de Atividades, preparado pelos professores do Curso de Graduação em que você está matriculado, com o objetivo de contribuir para a sua aprendizagem. Ele aprofunda os conteúdos disponíveis nas publicações que fazem parte do Programa do Livro-Texto (PLT), trazendo orientações de estudo, destaques, propostas de atividades individuais e em grupo e desafi os de aprendizagem a serem realizados.

As questões propostas foram elaboradas pelos docentes ou adaptadas de provas públicas já realizadas, inclusi-ve do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação a conhecimentos, habilidades e competências, necessários ao seu futuro desempenho profi ssional. Essa inclusão de perguntas, selecionadas a partir de avaliações ocorridas fora do âmbito universitário, colabora na sua preparação para o enfrentamento de situações mais contextualizadas.

Você também vai encontrar caminhos para vincular os textos e questões com as teleaulas do seu curso. Isso permite planejar com antecedência seu tempo e dedicação, estudar os temas previamente e se preparar para aproveitar ao máximo a interação com a equipe docente.

Desejamos que você tenha um ótimo semestre letivo.

José Manuel Moran e Luciano SathlerDiretoria do Centro de Educação a Distância

Universidade Anhanguera - UNIDERP

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Autores

Ana Lúcia Américo AntonioGraduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1999.

Especialização: Trabalho Social com Famílias - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) - 2001.

Angela Cristina Dias do Rego CatonioGraduação: Letras - Português/Inglês - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1996.

Especialização: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 1999.Mestrado: Comunicação Social - Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) - 2000.

Edilene Xavier Rocha GarciaGraduação: Serviço Social - Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT) - 1988.

Especialização: Gestão de Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) - 2003.

Mestrado: Desenvolvimento Local - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.

Elisa Cléia Pinheiro Rodrigues NobreGraduação: Serviço Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.

Especialização: Políticas Sociais - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) - 2003.

Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 2007.

Helenrose Aparecida da Silva Pedroso CoelhoGraduação: Ciências Sociais - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1982.

Direito - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 1992.Psicologia - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (UNIDERP) - 2004.

Especialização: Gestão Judiciária Estratégica - Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso (CEFET-MT) - 2007.Mestrado: Psicologia Social - Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) - 2007.

Luciano Gamez - Organizador da publicaçãoGraduação: Psicologia - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Lisboa (FPCE-UL) - 1992.

Mestrado: Engenharia Humana - Universidade do Minho (UMINHO) - 1998.Doutorado: Engenharia de Produção - Área de concentração: Ergonomia - Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC) - 2004.

Ricardo Leite de AlbuquerqueGraduação: Licenciatura em Educação Física e Técnica de desporto - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - 1976.

Especialização: Aperfeiçoamento em Informática Aplicada à Educação - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - 1987.

Mestrado: Educação - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) - 1999.

Yaeko OzakiGraduação: Psicologia - Universidade São Francisco (USF) - 1992.

Especialização: Administração de Recursos Humanos - Universidade São Judas Tadeu (USJT) - 1993.Mestrado: Clínica Médica - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP) - 2008.

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Família e Sociedade

Tema 1 - Mudanças Estruturais, Política Social e Papel da Família ............................... 15

Tema 2 - Novas Propostas e Dinâmica da Família ........................................................ 22

Tema 3 - Transformações Econômicas e Sociais no Brasil dos Anos 1990 e seu Impacto no Âmbito da Família ............................................................ 28

Tema 4 - A Família, a Criança e o Adolescente ........................................................... 34

Tema 5 - Família - e as Situações Vivenciadas por seus Membros ................................ 41

Tema 6 - Família e Trabalho ........................................................................................ 48

Tema 7 - Programas de Atendimento à Família ........................................................... 55

Tema 8 - O Assistente Social e o Trabalho com Famílias .............................................. 61

Serviço Social na Contemporaneidade

Tema 1 - Preleções sobre a Gênese do Serviço Social .................................................. 79

Tema 2 - A Especificidade do Serviço Social ................................................................ 86

Tema 3 - O Serviço Social e as Políticas Sociais ........................................................... 93

Tema 4 - A Natureza Subalterna do Serviço Social .................................................... 100

Tema 5 - O Objeto do Serviço Social ........................................................................ 107

Tema 6 - Particularidades do Serviço Social .............................................................. 114

Tema 7 - Teoria e Prática no Serviço Social ............................................................... 120

Tema 8 - Demandas Profissionais do Serviço Social ................................................... 126

Sumário

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Tecnologias da Informação e da Comunicação

Tema 1 - A Relação entre a Tecnologia e a Comunicação ......................................... 142

Tema 2 - O Fenômeno Técnico e suas Particularidades no Âmbito da Comunicação e da Cultura Contemporânea .................................................................... 148

Tema 3 - A Tecnologia da Informação e a Utilização de suas Ferramentas Computacionais no Apoio à Atuação Profissional do Assistente Social ....... 155

Tema 4 - Mídia e Questão Social: o Direito à Informação como Direito Humano ....... 162

Tema 5 - A Indústria Cultural e seus Produtos Midiáticos .......................................... 169

Tema 6 - Configurações Midiáticas da Globalização: Hegemonia e Monopólios ....... 176

Tema 7 - A Blogosfera e as Alternativas à Comunicação Hegemônica ...................... 182

Tema 8 - O Assistente Social na Era das Comunicações ............................................ 189

Leitura e Produção de Textos

Tema 1 - Leitura, Texto e Sentido ............................................................................. 204

Tema 2 - Texto e Contexto ....................................................................................... 212

Tema 3 - Texto e Intertextualidade ........................................................................... 221

Tema 4 - Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade ................................ 231

Desenvolvimento Pessoal e Profissional

Tema 1 - Você no Mundo ........................................................................................ 253

Tema 2 - Você com os Outros .................................................................................. 259

Tema 3 - Você e a Empregabilidade.......................................................................... 267

Tema 4 - Você Conquistando Oportunidades ........................................................... 275

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Leitura e Produção de Textos

Autora:Angela Cristina Dias do Rego Catonio

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Leitura e Produção de Textos

Orientações de estudo

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro “Ler e compreender: os sentidos do texto”, das autoras Ingedore V. Koch e Vanda Maria Elias, da Editora Contexto, PLT 225.

Ele é composto de quatro temas:

Tema 1Leitura, Texto e Sentido

Aborda os conteúdos situados no capítulo I, pp. 9-37. Nele, você perceberá que a leitura é re-sultado da construção de sentidos entre vários fatores que compõem um texto, os objetivos da leitura e conheci-mentos do leitor. Isso porque somos resultado de nossas experiências em sociedade.

Com isso, você entenderá que a leitura e a compreensão do que se lê implica sempre uma participação mútua de quem escreve e de quem lê. Assim, toda vez que se lê qualquer texto, devem-se observar as circunstâncias em que foi escrito e as circunstâncias em que foi lido para que ele adquira um sentido, fruto das experiências do leitor.

Tema 2Texto e Contexto

Aborda os conteúdos situados no capítulo III, pp. 57-73. Nele, conceituam-se as concepções de contexto que derivam dos conhecimentos de mundo adquiridos pelo leitor, a partir de suas experiências de vida.

O contexto é a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação. Ele se constitui de dados comuns ao emissor e ao receptor, composto pelos saberes dos interlocutores, isto é, a junção de elementos linguísticos e sociais e a troca de dados em comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do ambiente que favorecem seu entendimento e signifi cado.

Tema 3Texto e Intertextualidade

Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 75 -100. Nele, você poderá entender que intertextualidade é o diálogo entre diferentes textos. Signifi ca inter-relacionar, diretamente ou não, assuntos afi ns, em que os conheci-mentos são reunidos e voltados para a análise e verifi cação do mesmo objeto de estudo.

No conteúdo aqui apresentado, você observará que a intertextualidade envolve o conhecimento de mundo e compreende o processo de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodifi cação pode adquirir múltiplos sentidos.

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Você verá também, neste tema, como a intertextualidade se constitui e como ela pode ajudar na construção de sentidos.

Tema 4Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade

Aborda os conteúdos situados no capítulo IV, pp. 183-214. Nele, você entenderá que em um bom texto as partes devem-se ligar, formando uma harmonia interna, uma unidade; cada parte depende das outras com que se rela-cionam. As ideias contidas no texto devem formar um conjunto uno, coeso e coerente.

Tendo em vista os elementos que fazem a coerência de um texto, destaca-se que o raciocínio deve ter um direcio-namento claro e único. Em outras palavras, um texto deve ter unidade, ou seja, criar relações entre os elementos e informações nele contidas.

Você verá, neste capítulo também, os diversos tipos de coerência que determinam a elaboração de um bom texto.

ATENÇÃO! As respostas para as atividades deste caderno estão disponíveis no ambiente virtual do curso. Consulte seu tutor presencial para mais informações.

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Tema 1Leitura, Texto e Sentido

Objetivos de aprendizagem

• Identifi car as concepções de leitura.

• Compreender a importância da leitura como uma forma de interação social.

• Perceber as diversas possibilidades de leitura.

Para início de conversa Aqui você terá uma visão ampla sobre o processo da lei-tura e sobre como ele se constrói. Perceberá que a leitu-ra implica sempre em uma interação entre quem produz o texto e quem o lê.Você terá a oportunidade de perceber que a leitura é carre-gada de signifi cados pessoais e recebe infl uência das expe-riências de vida do leitor.

Por dentro do tema

As concepções de leitura variam conforme a visão de sujeito, de língua, de texto e de sentido.

A concepção do foco no autor é aquela em que o texto é resultado da sua re-presentação mental. Cabe ao leitor “captar” os sentidos do que o autor pretende informar, isto é, o leitor tem função passiva, porque o sentido do texto está centrado no autor.

A segunda concepção de leitura é aquela com o foco no texto. Leva em conta a estrutura da língua como sistema, código, cabendo, então, ao leitor identifi car, reconhecer, decodifi car os sentidos expressos no texto. Nesse caso, não se leva em conta o conhecimento do leitor. Conforme as autoras, não há lugar para ele, para sua história de sujeito, para sua história de leituras, para suas experiências de vida. Basta somente ao leitor conhe-cer o código e decodifi cá-lo.

A última concepção é a interação entre autor-texto-leitor em que, diferentemente das concepções anteriores, há uma concepção interacional (dialógica) da língua.

Neste foco de concepção, para que haja produção de sentido, devem-se levar em conta as experiências e conhe-cimentos do leitor, os conhecimentos construídos socialmente. É a interação “texto-sujeitos”.

A linguagem é expressa em diversas formas do uso de uma língua, podendo variar em sua forma de manifestação.

Lev Vygotsky foi o pioneiro nos estudos que relacionam a linguagem, não somente como aquisição de habilidades cognitivas de características congênitas, mas como resultado das experiências adquiridas ao longo da vida social do indivíduo. Segundo ele, o conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas.

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A teoria de Vygotsky (1991) tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento.

Para ele (VYGOTSKY, 1991), a linguagem possui duas fi nalidades: a de intercâmbio social e a de pensamento ge-neralizante. A primeira serve para a comunicação entre os indivíduos. A segunda é a ordenação do real, processo de inter-relações que desenvolve a consciência e a percepção de determinado objeto/situação, posteriormente transmitido para outros conceitos e outras áreas do pensamento.

Vale observar que a língua foi o principal código desenvolvido pelo homem para expressar suas necessidades e uma tentativa, muitas vezes vitoriosa, de modifi cação da sociedade.

A leitura para o ser humano vai muito além da simples decodifi cação dos símbolos. Pode ser interpretada de ma-neiras diferentes, baseada nas experiências sensoriais, representações e lembranças do leitor.

Em termos de produção e recepção, a leitura é o veículo da interação entre o emissor e o receptor. Dessa forma é que se estabelecem os laços de inter-relação entre os sujeitos e serve, também, de instrumento de inserção social.

Logo, na leitura de um texto, deve-se ter em mente os conhecimentos adquiridos pelo leitor ao longo de sua vida.

São as experiências individuais que determinam as diferentes formas de leitura e de sentidos compreendidos no texto, uma vez que os fatores que envolvem o entendimento de um texto dependem do conhecimento linguístico, dos esquemas cognitivos, da bagagem cultural e das circunstâncias em que o texto foi produzido e lido: contextos de produção e de uso.

Com relação aos fatores de compreensão da leitura, é importante salientar que, se todo texto apresenta elemen-tos de informação necessários para o seu entendimento, por outro lado também sempre há elementos implícitos que necessitam ser inferidos pelos leitores.

Em outras palavras, podemos afi rmar que os conhecimentos ativados na leitura são fruto da bagagem pessoal de cada leitor, armazenados em sua memória de forma a construir o sentido do texto.

Anotações _______________________________________________________________________________________________

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Leitura e Produção de TextosTema 1 - Atividades

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Questão 2

Individual e sem consulta.

O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, retrata a dura vida do homem sertanejo em condições subumanas. Mostra aspectos da de-sigualdade social, da seca, da fome e da miséria humana, em que o homem se assemelha a um animal irracional buscando sua própria sobrevi-vência.

Leia o fragmento a seguir e responda à questão que o segue.

FABIANO

Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele Estado, com a família morren-do de fome, comendo raízes. Caíra no fi m do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os fi lhos tinham-se habituado à cama rinha escura, pare-ciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos pas-sados esmorecera.

Pisou com fi rmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um ci-garro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.

– Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.

Conteve-se, notou que os meninos estavam per-to, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas

Atividades

INSTRUÇÕES

A seguir, você encontrará algumas questões para que verifi que o seu entendimento sobre o tema apresentado. A ideia é que você constate, como a sua história de vida interfere, orienta e propicia a interação com os textos.

Ponto de partida

Por que um mesmo texto suscita várias interpre-tações? Você já parou para pensar sobre isso?

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Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu.

Questão 1

Individual e sem consulta.

Angela Kleiman (2007, p. 10) afi rma que a leitu-ra “[...] é uma prática social que remete a outros textos e outras leituras. Em outras palavras, ao lermos um texto, qualquer texto, colocamos em ação todo o nosso sistema de valores, crenças e atitudes que refl etem o grupo social em que se deu nossa sociabilização primária, isto é, o gru-po social em que fomos criados”.

Com base nessa afi rmação, como os sistemas de valores pessoais se refl etem na leitura? Sua res-posta deve fi car entre 10 e 15 linhas.

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Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades

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Questão 4

Em grupo e sem consulta.

Segundo Paulo Freire, a leitura de mundo pre-cede à leitura da palavra. Discuta com seus cole-gas essa afi rmação e depois escreva o resultado dessa refl exão.

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Questão 5

Em grupo e com consulta.

Leia o texto a seguir, discuta com seus colegas de grupo e responda o que se pede.

O LEITOR IDEAL

Mário Quintana

O leitor ideal para o cronista seria aquele a quem bastasse uma frase.

Uma frase? Que digo? Uma palavra!

O cronista escolheria a palavra do dia: “Árvo-re”, por exemplo, ou “Menina”.

Escreveria essa palavra bem no meio da pági-na, com espaço em branco para todos os lados, como um campo aberto aos devaneios do lei-tor.

dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vi-via em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos bran-cos e julgava-se cabra.

Olhou em torno, com receio de que, fora os me-ninos, alguém tivesse percebido a frase impru-dente. Corrigiu-a, murmurando:

– Você é um bicho, Fabiano.

Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer difi culdades.

Chegara naquela situação medonha - e ali esta-va forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.”

Comente as duas colocações do autor: “Fabia-no, você é um homem, exclamou em voz alta” e “Você é um bicho, Fabiano”.

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Questão 3

Individual e com consulta.

Para realizar esta atividade, você deverá consul-tar a internet. Acesse o site da Turma da Mônica e cumpra os seguintes passos:

a. Acesse o site <http://www.monica.com.br/index.htm>.

b. Na parte superior da página “clique” em “Quadrinhos”.

c. Aberta a página, “clique” em “Histórias es-peciais”.

d. Aparecerão vários gibis com temas especiais. “Clique” no gibi “Acessibilidade”.

e. Leia toda a história.

f. Explique: de que forma a HQ constrói, du-rante a leitura, o sentido de “acessibilida-de”?

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Leitura e Produção de TextosTema 1 - Atividades

Imaginem só uma meninazinha solta no meio da página.

Sem mais nada.

Até sem nome.

Sem cor de vestido nem de olhos.

Sem se saber para onde ia...

Que mundo de sugestões e de poesia para o lei-tor!

E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeis que arte é sugestão...

E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima, poderia o autor alegar, cavilosamente, que a culpa não era do cronista.

Mas nem tudo estaria perdido para esse hipoté-tico leitor fracassado, porque ele teria sempre à sua disposição, na página, um considerável espaço em branco para tomar seus apontamen-tos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha...

Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a palavra “Ventania”. Serve?

(QUINTANA, 1988)

O texto apresenta uma proposta diferente de escrita e leitura, que é justamente a participa-ção “ativa” do leitor no processo de construção do texto.

Discuta e responda:

Qual seria o tipo de participação do “leitor ideal” na construção do texto? Faça a relação entre essa crônica e o tema: Leitura, texto e sen-tido.

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Atenção! As questões de 6 a 10 deverão ser res-pondidas individualmente e sem consulta.

Questão 6

(IBGE). Uma diferença de 3.000 quilômetros e 32 anos de vida separa as margens do abismo entre o Brasil que vive muito, e bem, e o Brasil que vive pouco, e mal. Esses números, levanta-dos pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Esta-tística, IBGE, e pela Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, se referem a duas cidades si-tuadas em polos opostos do quadro social brasi-leiro. Num dos extremos está a cidade de Vera-nópolis, encravada na Serra Gaúcha. As pessoas que nascem ali têm grandes possibilidades de viver até os 70 anos de idade. Na outra ponta fi ca Juripiranga, uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Lá, chegar à velhice é privilégio de poucos. Segundo o IBGE, quem nasce em Juripi-ranga tem a menor esperança de vida do País: apenas 38 anos.

A estatística revela o tamanho do abismo entre a cidade serrana e a sertaneja. Na cidade gaú-cha, 95% das pessoas são alfabetizadas, todas usam água tratada e comem, em média, 2.800 calorias por dia. Os moradores de Juripiranga não têm a mesma sorte. Só a metade deles re-cebe água tratada, os analfabetos são 40% da população e, no item alimentação, o consumo médio de calorias por dia não passa de 650.

O Brasil está no meio do trajeto que liga a dra-mática situação de Juripiranga à vida tranquila dos veranenses. A média que aparece nas esta-tísticas internacionais dá conta de que o brasi-leiro tem uma expectativa de vida de 66 anos.

Veranópolis, como é comum na Serra Gaúcha, é formada por pequenas propriedades rurais em que se planta uva para a fabricação de vinhos. Tem um cenário verdejante. Seus moradores - na maioria descendentes de imigrantes euro-peus - plantam e criam animais para o consumo da família. Na cidade paraibana, é óbvio, a rea-lidade é bem diferente. Os sertanejos vivem em cenário árido. Juripiranga não tem calçamento e o esgoto corre entre as casas, a céu aberto. Não há hospitais. A economia gira em torno da cana-de-açúcar. Em época de entressafra, a maioria das pessoas fi ca sem trabalho.

No censo de 1980, os entrevistadores do IBGE perguntaram às mulheres de Juripiranga quan-tos de seus fi lhos nascidos vivos ainda sobre-viviam. O índice geral de sobreviventes foi de 55%. Na cidade gaúcha, o resultado foi bem di-ferente: a sobrevivência é de 93%.

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Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades

ultrapassou o número daquelas que viviam no campo. No início deste século, em 2000, segun-do dados do IBGE, mais de 80% da população brasileira já era urbana.

Considerando essas informações, estabeleça a relação entre as charges:

PORQUE

BARALDI, Márcio. Disponível em: <http://www.marciobaraldi.com.br/baraldi2/component/joomgallery/ ?func=detail&id=178>. Acesso em: 5 out. 2009.

Com base nas informações dadas e na relação proposta entre essas charges, é CORRETO afi r-mar que:

a) A primeira charge é falsa e a segunda é ver-dadeira.

b) A primeira charge é verdadeira e a segunda é falsa.

c) As duas charges são falsas.

d) As duas charges são verdadeiras e a segunda explica a primeira.

e) As duas charges são verdadeiras, mas a se-gunda não explica a primeira.

Contrastes como esses são comuns no País. A estrada entre o país rico e o miserável está se-dimentada por séculos de tradições e culturas econômicas diferentes. Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho.

(Revista Veja - 11/05/94 - pp. 86-87 - com adaptações)

Analise as afi rmações abaixo e assinale V para as que, de acordo com o texto, considerar ver-dadeiras e F para as falsas:

( ) A cidade paraibana não tem sequer a meta-de dos privilégios de que goza a cidade gaú-cha.

( ) O Brasil, como um todo, encontra-se numa posição intermediária entre as duas cidades.

( ) Apesar de afastadas pelas estatísticas, Ve-ranópolis e Juripiranga se unem pelas tradi-ções culturais.

( ) Embora com resultados diferentes, a base da economia das duas cidades é a agricultura.

( ) De seus ancestrais europeus os sertanejos adquiriram as técnicas rurais.

A sequência correta é:

a) V - V - V - F - F.

b) V - V - F - F - F.

c) V - V - F - V - F.

d) F - F - V - F - V.

e) F - F - V - V – V.

Questão 7

Ainda conforme o texto anterior: “Cobrir esse fosso custará muito tempo e trabalho.” O fosso mencionado no texto diz respeito ao(à):

a) Abismo entre as duas realidades.

b) Esgoto que corre a céu aberto.

c) Calçamento defi ciente das estradas brasilei-ras.

d) Falta de trabalho durante a entressafra.

e) Distância geográfi ca entre os dois polos.

Questão 8

(ENADE, 2009). A urbanização no Brasil regis-trou marco histórico na década de 1970, quan-do o número de pessoas que viviam nas cidades

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Leitura e Produção de TextosTema 1 - Atividades

Questão 9

(ENADE, 2009). Leia os gráfi cos:

____________________________________________

Fonte: Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional - INAF, 2005.

Relacione estes gráfi cos às seguintes informa-ções:

O Ministério da Cultura divulgou, em 2008, que o Brasil não só produz mais da metade dos livros do Continente Americano, como também tem par-que gráfi co atualizado, excelente nível de pro-dução editorial e grande quantidade de papel. Estima-se que 73% dos livros do País estejam nas mãos de 16% da população.

Para melhorar essa situação, é necessário que o Brasil adote políticas públicas capazes de condu-zir o País à formação de uma sociedade leitora.

Qual das seguintes ações NÃO contribui para a formação de uma sociedade leitora?

a) Desaceleração da distribuição de livros didá-ticos para os estudantes das escolas públicas, pelo MEC, porque isso enriquece editoras e livreiros.

b) Exigência de acervo mínimo de livros, impres-sos e eletrônicos, com gêneros diversifi cados para as bibliotecas escolares e comunitárias.

c) Programas de formação continuada de pro-fessores, capacitando-os para criar um víncu-lo signifi cativo entre o estudante e o texto.

d) Programas de iniciativa pública e privada, garantindo que os livros migrem das estan-tes para as mãos dos leitores.

e) Uso da literatura como estratégia de motiva-ção dos estudantes, contribuindo para uma leitura mais prazerosa.

Questão 10

(TJ-PE, 2009). A quebra das tradições transfor-mou o comportamento social e trouxe confl itos para o cotidiano. O crescimento da violência nos grandes centros urbanos:

a) Está relacionado apenas com o fi m dos valo-res conservadores das famílias.

b) Demonstra a falta de mais cuidado com o planejamento econômico.

c) Acontece apenas nos países pobres da Amé-rica Latina e da África.

d) Fortalece somente a repressão policial, sem, contudo haver o êxito esperado.

e) Vincula-se, sobretudo, à falta de projetos so-ciais e políticos responsáveis.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Você quer saber mais sobre esse assunto? En-tão:

• Leia o livro Vidas secas, de Graciliano Ramos. Você terá um retrato da vida sofrida do homem sertanejo e poderá ativar seus conhecimentos sobre a cultura brasileira.

• Leia o artigo A importância do ato de ler, de Paulo Freire. Disponível em: <http://extralibris.org/2007/04/a-importancia-do-ato-de-ler>. Acesso em: 20 ago. 2010.

• Acesse o site da Revista Letras - Paraná: UFPR, onde você encontrará artigos variados sobre o processo de leitura e escrita. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/letras>. Acesso em: 20 ago. 2010.

• Assista ao fi lme Narradores de Javé. É a história de um povoado que está prestes a ser inundado por uma represa e a sua única chance de não sumir do mapa é provar que o vilarejo

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Leitura e Produção de Textos Tema 1 - Atividades

tem algum valor histórico e cultural. É preciso fazer um documento escrito para provar sua importância. Contudo, ninguém por lá sabe ler ou escrever.

FINALIZANDO

Neste tema, você viu que a leitura é a constru-ção de sentidos decorrentes da interação emis-sor/receptor. Além disso, você pôde conhecer as três concepções de leitura apresentadas pelas autoras do PLT, que se manifestam no ato de ler: foco no autor, foco no texto e foco no autor-texto-leitor.

Assim, lembre-se de que a bagagem cultural do leitor é fundamental para uma leitura efi caz e para melhor entendimento do texto.

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Tema 2Texto e Contexto

Objetivos de aprendizagem

• Entender que o contexto determina a construção de sentido em um texto.

• Conhecer diferentes fatores contextuais.

• Identifi car o contexto em diferentes textos.

• Perceber que o sentido do texto é construído na interação dos sujeitos.

Para início de conversa Neste tema, você perceberá o quanto são importantes seus conhecimentos para o entendimento de um texto. É esse conjunto de saberes, linguísticos e sociais, que determinarão a apreensão integral do que é lido, porque o sentido do texto se completa com a interação entre os interlocutores.

Por dentro do tema

Como você viu anteriormente, a leitura vai muito além da simples identifi cação dos símbolos. Quando lemos algo, logo damos sentido à informação apresentada con-forme o que trazemos como bagagem de vida.

A inter-relação de situações que envolvem o texto forma o seu contexto. É, simul-taneamente, a junção de elementos linguísticos e sociais e da troca de dados em comum entre o emissor e o receptor, envolvendo os elementos do ambiente que favorecem seu entendimento e signifi cado.

A leitura e a escrita são resultado de processos sociais e culturais. Ler signifi ca pro-duzir sentido e é um ato interativo entre o autor e o leitor por meio do texto. O leitor constrói signifi cados a partir de conhecimentos adquiridos ao longo de suas experiências de vida. O conhecimento é adquirido socialmente, no âmbito das relações humanas.

A leitura tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfati-zando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento. O leitor produz os sentidos conforme os valores e conhecimentos adquiridos em um contexto sócio-histórico-cultural.

Logo, podemos defi nir contexto como a relação entre um texto e as circunstâncias que ele envolve, e conhecimen-tos que acionam sua interpretação.

Conforme as autoras, Koch e Elias, devemos sempre considerar o contexto em qualquer ato de leitura. Caso isso não aconteça, corremos os seguintes riscos:

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1. Enunciados ambíguos: tornam a mensagem equívoca, despertando dúvida, incerteza.

2. Os fatores contextuais podem alterar o que se diz: se o contexto não estiver claro levará a interpretações diversas e até contrárias ao que se quer dizer.

A capacidade de construir o sentido do texto se faz pela observância de vários aspectos que determinam a com-preensão da leitura. O primeiro deles é o “cotexto”, conhecimento da língua; o segundo, a situação mediata – fatores adjacentes às condições sociopolítico-culturais e, por último, o contexto cognitivo dos interlocutores, os conhecimentos adquiridos pelo indivíduo e que precisam ser ativados no momento da leitura.

No contexto cognitivo, destacam-se os seguintes conhecimentos: a. linguístico - uso da língua; b. adquirido - o que aprendemos intelectualmente e da convivência social; c. comunicativo - observância à situação comunica-tiva; d. superestrutural; e. estilístico – diz respeito aos gêneros e tipos textuais; f. intertextual – identifi cação de outros textos naquele que é lido.

Contudo, se não levarmos em conta esses fatores de interpretação em um texto, podemos incorrer em equívocos no entendimento global da leitura. Por isso, vale destacar que:

• O entendimento de contexto pode evitar a ambiguidade de uma asserção.

• Quando houver uma lacuna no texto, o contexto poderá elucidar o enunciado.

• Os fatores que compõem o contexto podem modifi car o sentido do texto, conforme alguns elementos de expressão como gestos, expressão facial, entonação da voz, entre outros.

• O contexto justifi ca por levar em consideração fatores externos à língua, por exemplo, a prática social e situação comunicativa.

O plano de signifi cação e interpretação de um texto depende também da contextualização da escrita. Distingue-se, aqui, o contexto de produção e o contexto de uso. O primeiro é fruto das experiências de quem escreve so-madas às circunstâncias e intenções de produção. No segundo, o receptor ativa seus conhecimentos e estabelece as relações com o texto.

Vale destacar, ainda, que, para o bom entendimento de um texto, os contextos sociocognitivos dos interlocutores devem ser em parte concordantes.

Por tudo isso, se tem certeza de que a leitura exerce papel fundamental na formação do sujeito social. A relação entre quem produz o texto com quem o lê deve ser um processo dinâmico, levando-se em consideração as vivên-cias pessoais e o decurso das experiências de vida.

Anotações _______________________________________________________________________________________________

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Leitura e Produção de Textos

Atividades

INSTRUÇÕES

Na sequência, você encontrará algumas ques-tões para fi xação do conteúdo apresentado. Observe as orientações de resolução de cada questão, considerando as indicações com rela-ção ao trabalho individual ou em grupo. Nas questões propostas, será importante perceber quais as relações de contexto que você fará nos textos apresentados.

Ponto de partida

Leia o trecho da letra da música a seguir, de autoria de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito. Comente quais conhecimentos de contexto se deve ter para entendê-la.

COMIDA

Bebida é água.

Comida é pasto.

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?

A gente não quer só comida

A gente quer comida, diversão e arte.

A gente não quer só comida,

A gente quer saída para qualquer parte.

A gente não quer só comida,

A gente quer bebida, diversão, balé.

A gente não quer só comida,

A gente quer a vida como a vida quer.

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Tema 2 - Atividades

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu.

Questão 1

Individual e sem consulta. (ENADE 2008). Discur-siva.

DIREITOS HUMANOS EM QUESTÃO

“O caráter universalizante dos direitos do

homem (...) não é da ordem do saber teórico, mas do operatório ou prático: eles são invoca-dos para agir, desde o princípio, em qualquer situação dada.”

François JULIEN, fi lósofo e sociólogo.

Neste ano, em que são comemorados os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, novas perspectivas e concepções incorporam-se à agenda pública brasileira. Uma das novas perspectivas em foco é a visão mais integrada dos direitos econômicos, sociais, civis, políticos. E, mais recentemente, ambientais, ou seja, tra-ta-se da integralidade ou indivisibilidade dos di-reitos humanos. Dentre as novas concepções de direitos, destacam-se:

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Leitura e Produção de Textos

Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas para o grego comum da épo-ca deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.

Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da socieda-de, e sua política, a sua fi losofi a, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com ideias originais.

Já não é a primeira vez, por exemplo, que um fi gurão qualquer declara em entrevista:

“O Brasil não fugirá ao seu destino histórico”!

O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o lei-tor semidesperto possa desconfi ar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.

(QUINTANA, 1989)

Poderíamos comparar o “leitor dorminhoco” que Mário Quintana apresenta no texto com aqueles leitores que não se interessam por com-preender uma mensagem em seu contexto? Ex-plique.

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• A habitação como moradia digna e não ape-nas como necessidade de abrigo e proteção.

• A segurança como bem-estar e não apenas como necessidade de vigilância e punição.

• O trabalho como ação para a vida e não ape-nas como necessidade de emprego e renda.

Tendo em vista o exposto acima, selecione uma das concepções destacadas e esclareça por que ela representa um avanço para o exercício ple-no da cidadania, na perspectiva da integralida-de dos direitos humanos.

Seu texto deve ter entre 8 e 10 linhas.

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Questão 2

Individual e sem consulta.

Leia o fragmento a seguir e responda à questão que o segue.

NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo. Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo sus-to. Apenas as eternas frases feitas.

“A vida é um fardo” – isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: “disse Bias”. Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixara

Tema 2 - Atividades

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Leitura e Produção de TextosTema 2 - Atividades

Questão 3

Individual e com consulta.

Observe as pinturas a seguir, de Pedro Wein-gartner (1853-1929), importante pintor brasilei-ro do século XIX, que se preocupou em retratar o Brasil de sua época. Qual leitura de contexto seria necessária para compreender sua obra?

Ceifa, Anticoli, 1903.

Tempora Mutantur, 1889.

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Questão 4

Em grupo e sem consulta.

“Se a compreensão emerge da relação texto-leitor, quanto mais ele souber do que será lido, mais possibilidade terá de interagir, de criar uma rede de relações, de minimizar as difi culdades e de construir signifi cados”. (BRAGA, 2002)

Discuta com os colegas essa afi rmação e anote as conclusões a que chegaram.

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Questão 5

Em grupo e com consulta.

Leia o poema abaixo e responda à questão a se-guir:

HERANÇA

- Vamos brincar de Brasil?

Mas sou eu quem manda

Quero morar numa casa grande

Começou desse jeito a nossa história

Negro fez papel de sombra.

E foram chegando soldados e frades

Trouxeram as leis e os Dez Mandamentos

Jabuti perguntou:

“- Ora é só isso?”

Depois vieram as mulheres do próximo

Vieram imigrantes com alma a retalho

Brasil subiu até o 10º andar

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Leitura e Produção de Textos Tema 2 - Atividades

Litoral riu com os motores

Subúrbio confraternizou com a cidade

Negro coçou piano e fez música

Vira-bosta mudou de vida

Maitacas se instalaram no alto dos galhos

No interior do Brasil continua desconfi ado

A serra morde as carretas

Povo puxa bendito pra vir chuva

Nas estradas vazias

cruzes sem nome marcam casos de morte

As vinganças continuam

Famílias se entredevoram nas tocaias

Há noites de reza e cata-piolho

Nas bandas do cemitério

Cachorro magro sem dono uiva sozinho

De vez em quando

a mula sem cabeça sobe a serra

ver o Brasil como vai

(BOPP, 1984).

Quais são os conhecimentos sobre o contexto que o poema “Herança” aborda e que precisa-mos saber para entendê-lo?

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As questões de 6 a 10 deverão ser respondidas individualmente e sem consulta.

Questão 6

(ENADE, 2009). Leia o gráfi co a seguir, em que é mostrada a evolução do número de trabalhado-res de 10 a 14 anos, em algumas regiões metro-politanas brasileiras, em dado período:

Fonte: Adaptado de Folha. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u85799.shtml>. Acesso em: 2 out. 2009.

Leia a charge:

Fonte: Charges. Disponível em: <www.charges.com.br>. Acesso em: 15 set. 2009.

Há relação entre o que é mostrado no gráfi co e na charge?

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Leitura e Produção de TextosTema 2 - Atividades

a) Não, pois a faixa etária acima dos 18 anos é aquela responsável pela disseminação da violência urbana nas grandes cidades brasi-leiras.

b) Não, pois o crescimento do número de crian-ças e adolescentes que trabalham diminui o risco de sua exposição aos perigos da rua.

c) Sim, pois ambos se associam ao mesmo con-texto de problemas socioeconômicos e cul-turais vigentes no País.

d) Sim, pois o crescimento do trabalho infantil no Brasil faz crescer o número de crianças envolvidas com o crime organizado.

e) Ambos abordam temas diferentes e não é possível se estabelecer relação mesmo que indireta entre eles.

Questão 7

(ENADE, 2007). Entre 1508 e 1512, Michelange-lo pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano, um marco da civilização ocidental. Revolucioná-ria, a obra chocou os mais conservadores, pela quantidade de corpos nus, possivelmente re-sultado de seus secretos estudos de anatomia, uma vez que, no seu tempo, era necessária a autorização da Igreja para a dissecação de ca-dáveres. Recentemente, perceberam-se algu-mas peças anatômicas camufl adas entre as ce-nas que compõem o teto. Alguns pesquisadores conseguiram identifi car uma grande quantida-de de estruturas internas da anatomia humana, que teria sido a forma velada de como o artista “imortalizou a comunhão da arte com o conhe-cimento”. Uma das cenas mais conhecidas é “A criação de Adão”. Para esses pesquisadores ela representaria o cérebro num corte sagital, como se pode observar nas fi guras a seguir:

Fonte: BARRETO, Gilson e OLIVEIRA, Marcelo G. de. A arte secreta de Michelangelo - Uma lição de anatomia na Capela Sistina. ARX.

Considerando essa hipótese, uma ampliação in-terpretativa dessa obra-prima de Michelangelo expressaria:

a) O Criador dando a consciência ao ser huma-no, manifestada pela função do cérebro.

b) A separação entre o bem e o mal, apresenta-da em cada seção do cérebro.

c) A evolução do cérebro humano, apoiada na teoria darwinista.

d) A esperança no futuro da Humanidade, re-velada pelo conhecimento da mente.

e) A diversidade humana, representada pelo cérebro e pela medula.

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Leitura e Produção de Textos

Questão 8

(Eletrobrás).

A MISÉRIA É DE TODOS NÓS

Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social que remonta aos pri-mórdios da colonização? No decorrer das últi-mas décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo tamanho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais crianças em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em qualquer outro período da nossa história. As taxas de analfa-betismo e mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a registrá-las na-cionalmente. O Brasil fi gura entre as dez nações de economia mais forte do mundo. No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos. Vem fi rmando uma inconteste liderança política regional na América Latina, ao mesmo tempo em que atrai a simpatia do Terceiro Mundo por ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de comércio dos países ricos. Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.

Embora em algumas de suas ocorrências, es-pecialmente na zona rural, esteja confi nada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes cidades, com aterro-rizante frequência, ela atravessa o fosso social profundo e se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifestações é a crimi-nalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa, certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a resistência da po-breza extrema entre milhões de habitantes não é uma empreitada simples.

(Revista Veja, ed. 1735)

O título dado ao texto se justifi ca porque:

a) A miséria abrange grande parte de nossa população.

b) A miséria é culpa da classe dominante.

c) Todos os governantes colaboraram para a miséria comum.

d) A miséria deveria ser preocupação de todos nós.

e) Um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.

(FCC, 2008). As questões 9 e 10 referem-se ao texto abaixo.

FIM DE FEIRA

Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Che-gam com suas sacolas cheias de esperança. Al-guns não perdem tempo e passam a recolher o que está pelo chão: um mamãozinho amoleci-do, umas folhas de couve amarelas, a metade de um abacaxi que serviu de chamariz para os fregueses compradores. Há uns que se aven-turam até mesmo nas cercanias da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada.

Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pes-soas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciu-mentos do teimoso aproveitamento dos refu-gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso. E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assistentes sociais, alegam.

Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os funcionários da prefeitura var-rem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão diversas espécies de seres humanos.

(Joel Rubinato, inédito)

Questão 9

Nas frases “parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos e não admitem ser acusados de egoístas”, o narrador do texto:

a) Mostra-se imparcial diante de atitudes opos-tas dos feirantes.

b) Revela uma perspectiva crítica diante da ati-tude de certos feirantes.

c) Demonstra não reconhecer qualquer provei-to nesse tipo de coleta.

Tema 2 - Atividades

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220

Leitura e Produção de Textos

d) Assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos.

e) Insinua sua indignação contra o lucro exces-sivo dos feirantes.

Questão 10

Considerando-se o contexto, traduz-se correta-mente o sentido de um segmento do texto em:

a) Serviu de chamariz = respondeu ao chama-do.

b) Alguma suspeita sardinha = possivelmente uma sardinha.

c) Teimoso aproveitamento = persistente utili-zação.

d) O princípio mesmo do comércio = preâmbu-lo da operação comercial.

e) Agem para salvaguardar = relutam em admitir.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Você quer saber mais sobre esse assunto? Então, consulte:

• O livro O corpo fala, de Pierre Weil e Ronald Tampakow da editora Vozes. Você também pode encontrá-lo na internet como e-book para download.

• O artigo Sociedade, democracia e lingua-gem, de Carlos Vogt. Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/2005/07/01_impr.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2010.

• O artigo Vygotsky e o papel das intera-ções sociais na sala de aula: reconhecer e desvendar o mundo de João Carlos Martins. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_28_p111-122_c.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2010. Refl etir sobre a importância das trocas entre os parceiros como momentos signifi cativos no processo ensino-aprendizagem remete, necessariamente, à psicologia sócio-histórica como paradigma de nossas refl exões.

• O fi lme O baile, que faz um painel histórico da França, desde a ocupação nazista até a década de 80.

• O fi lme Nenhum a menos, que apresenta uma menina que se torna professora e tem a missão de não deixar nenhum aluno abandonar a escola. As aventuras da pequena professora começam quando um dos meninos vai para a cidade grande em busca de emprego e ela vai atrás para buscá-lo.

FINALIZANDO

Em resumo, a leitura se caracteriza pela parti-lha de experiências pessoais entre os indivíduos participantes no ato comunicativo, uma vez que as trocas de experiências e conhecimentos entre o emissor e o receptor é que fazem a dinâmica do diálogo.

Anotações ____________________________________________

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Tema 2 - Atividades

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Tema 3Texto e Intertextualidade

Objetivos de aprendizagem

• Conhecer o que é intertextualidade.

• Entender que textos dialogam entre si.

• Compreender os diferentes tipos de intertextualidade.

• Identifi car a intertextualidade em diferentes textos.

Para início de conversaAgora, você aprenderá o que é intertextualidade e como ela se manifesta em textos variados. Além disso, terá a oportu-nidade de analisar textos e identifi car como acontece o pro-cesso dialógico entre eles e avaliar se a referência é explícita ou implícita.

Por dentro do tema

Leia os textos no quadro da página seguinte. Você observará que a música da ban-da Legião Urbana retoma outras duas passagens já escritas anteriormente, uma na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, outra no soneto de Luís Vaz de Camões.

A composição “Monte Castelo” juntou outros conhecimentos e fez o intercâmbio entre os conceitos de amor apresentados pelo apóstolo Paulo e por Camões, ob-jetivando a compreensão da mensagem por meio da relação entre os conteúdos. Dessa forma, realizou uma “intercomunicação” entre os textos desses autores, achando um tema que os liga.

Intertextualidade é o diálogo entre diferentes textos. Signifi ca inter-relacionar, dire-tamente ou não, assuntos afi ns, em que os conhecimentos são reunidos e voltados para a análise e verifi cação do mesmo objeto de estudo. Ela pode acontecer também em diferentes manifestações artísticas, por exemplo, entre pinturas, esculturas, arquitetura etc.

Para as autoras Koch e Elias (PLT), a intertextualidade envolve conhecimento de mundo e compreende o processo de produção/recepção de um texto, processo no qual a decodifi cação pode adquirir múltiplos sentidos. Conforme as autoras, a intertextualidade pode ser:

a. Intertextualidade explícita: quando a fonte aparece claramente no intertexto.

b. Intertextualidade implícita: não há a citação expressa da fonte e o interlocutor deve relacionar os conteúdos intertextuais.

Devemos lembrar que a interdisciplinaridade não é uma mistura confusa de informações ou textos. Mas, uma forma de transformação e junção de outros vários, a partir de um inicial, de modo que o novo texto retome os sentidos dos outros originários.

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Vale destacar, também, a diferença entre plágio e intertextualidade. Plágio é a apresentação de uma obra como de sua própria autoria, sendo originalmente produzida por outrem, ou seja, a dissimulação da produção intelectual ou artística de outra pessoa.

Salienta-se, aqui, que a intertextualidade também pode servir como “voz” de uma época, do momento histórico-político-social de uma sociedade, ao realizar o diálogo com os acontecimentos e situações sociais contemporâ-neas.

Quando um texto incorpora elementos de outro, permite que se amplie o horizonte de quem lê. O intercâmbio entre as temáticas no diálogo intertextual aumenta a visão de mundo e privilegia o conhecimento de quem lê, isto porque, no esforço de dar sentido à leitura, busca-se identifi car os assuntos nela envolvidos.

Por isso, a nossa compreensão de um texto depende do conhecimento de mundo adquirido pela experiência, pela educação, pelo estudo, por nossas leituras. Quanto maior o conhecimento do leitor, melhores possibilidades ele terá de perceber as ligações entre os textos, facilitando, assim, a sua compreensão.

MONTE CASTELOLegião Urbana

Ainda que eu falasseA língua dos homensE falasse a língua dos anjosSem amor, eu nada seria...É só o amor, é só o amorQue conhece o que é verdadeO amor é bom, não quer o malNão sente invejaOu se envaidece...O amor é o fogoQue arde sem se verÉ ferida que dóiE não se senteÉ um contentamentoDescontenteÉ dor que desatina sem doer...Ainda que eu falasseA língua dos homensE falasse a língua dos anjosSem amor, eu nada seria...É um não quererMais que bem quererÉ solitário andarPor entre a genteÉ um não contentar-seDe contenteÉ cuidar que se ganhaEm se perder...É um estar-se presoPor vontadeÉ servir a quem venceO vencedorÉ um ter com quem nos mataA lealdadeTão contrário a siÉ o mesmo amor...Estou acordadoE todos dormem, todos dormemTodos dormemAgora vejo em parteMas então veremos face a faceÉ só o amor, é só o amorQue conhece o que é verdade...Ainda que eu falasseA língua dos homensE falasse a língua dos anjosSem amor, eu nada seria...

I Coríntios 13:1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.

I Coríntios 13:2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

I Coríntios 13:4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria não se ensoberbece...

Apóstolo Paulo

Amor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;É solitário andar por entre a gente;É nunca contentar-se de contente;É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;É servir a quem vence, o vencedor;É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade,se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Camões

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Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades

Atividades

INSTRUÇÕES

Vamos, agora, pôr em prática o conteúdo so-bre intertextualidade. Observe as orientações de resolução de cada questão, considerando as indicações com relação ao trabalho individual ou em grupo. Lembre-se de que é importante perceber as relações dialógicas entre os textos apresentados.

Ponto de partida

Vamos criar um conteúdo intertextual?

Apresentamos uma pintura de Van Gogh intitu-lada “A Sesta” (1889-90). A partir dela, produ-za um texto escrito que poderá ser um poema, uma música, uma argumentação, uma matéria jornalística, um anúncio publicitário etc, utili-zando o diálogo entre a tela e o seu texto.

Lembre-se de que você deve deixar clara a refe-rência à obra de Van Gogh.

A sesta, 1889. Museu d’Orsay.

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Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu.

Questão 1

Individual e sem consulta.

Leia os dois textos a seguir e explique, em no mínimo 10 e no máximo 15 linhas, a relação in-tertextual entre eles.

Texto 1:

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADAManuel Bandeira

Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou felizLá a existência é uma aventuraDe tal modo inconsequenteQue Joana a Louca de EspanhaRainha e falsa dementeVem a ser contraparenteDa nora que nunca tiveE como farei ginásticaAndarei de bicicletaMontarei em burro braboSubirei no pau-de-seboTomarei banhos de mar!E quando estiver cansadoDeito na beira do rioMando chamar a mãe-d’águaPra me contar as históriasQue no tempo de eu meninoRosa vinha me contarVou-me embora pra PasárgadaEm Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguroDe impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcalóide à vontadeTem prostitutas bonitasPara a gente namorarE quando eu estiver mais tristeMas triste de não ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar- Lá sou amigo do rei -Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada.

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Leitura e Produção de Textos

Texto 2:

NÃO VOU PRA PASÁRGADALya Luft

“Achei que em Pasárgada eu correria menos risco de me tornar descrente. Eu, que detesto o ceticismo, agora tenho medo de me contagiar”

Eu já estava de malas prontas: ia pra Pasárgada (para quem não se recorda, é o reino feliz inven-tado por Manuel, o Bandeira; para quem não sabe, ele foi um poeta maravilhoso). Queria es-capar deste reino das frases infelizes e atitudes grotescas, dos reis feios e nus, das explicações cabotinas, da falta de providências e de auto-ridade, da euforia apoteótica de um lado e da realidade tão diferente de outro.Pasárgada podia ser um bom lugar, onde se acredita nas instituições e nos líderes, onde vale a pena ser honrado e os malfeitores vão direto para a cadeia, onde se tomam providências an-tes que tudo desabe. Lá, ao contrário daqui - em que a manada se divide entre os ingênuos, os que sabem das coisas, mas se conformam e os aproveitadores -, autoridade serve para cuidar do bem do povo, decoro é simplesmente decên-cia, seja em algum cargo, seja na vida cotidiana de qualquer um.Na minha nova pátria eu tentaria não escrever mais sobre o que por estas bandas tem me an-gustiado ou ameaça transformar-se num tristís-simo tédio: sempre os mesmos assuntos? Man-daria só questionamentos sobre o que faz a vida valer a pena: as coisas humanas, como família, educação, transformações, relacionamentos e separação, responsabilidades e escolhas, alegria, vida e morte, incomunicabilidade e o mistério de tudo - até a dor (mas que seja uma dor de-cente).Nem problema de transporte eu teria: para Pa-sárgada se viaja com o coração e o pensamento. Ainda bem, pois de avião seria loucura e risco. Desses meses todos me fi cou inesquecível o tra-balhador humilde cochilando numa cadeira de aeroporto que, entrevistado sobre toda a confu-são, respondeu: “A casa já caiu, o brasileiro tem de se conformar”. Ninguém faz nada? - pergun-tam-se as pessoas, no limite de sua capacidade de espanto. A impressão que estávamos tendo, nós, comuns mortais, era que resolver proble-mas e impor ordem importava bem menos do que distribuir ilusões como quem distribui piru-litos. É para rir ou para chorar? Ora rimos, ora choramos, esse é o novo jeito brasileiro de ser.Cresce a economia, encolhe a respeitabilidade; pisca uma luzinha de esperança, mas a serieda-de extraviou-se. Poucos andam à sua procura.

continua...

continuação...

Aumenta o isolamento dos homens e mulheres públicos respeitáveis, que mais parecem dinos-sauros sobreviventes de um tempo em que seria totalmente impensável o que hoje é pão nosso de cada dia. Eu ia embora porque enjoei dessa repetição obsessiva de fatos que provocam in-sônia no noticioso da noite e náusea no café da manhã. Ia partir sem endereço, sem telefone, sem e-mail. Levaria comigo pássaros, crianças e esta paisagem diante da minha janela (com ne-voeiro, porque aí é de uma beleza pungente). Levaria família, amigos, livros, música e o ho-mem amado. Ah, e as minhas velhas crenças de que não somos totalmente omissos ou sem cará-ter, portanto este país ainda teria jeito, embora neste momento eu não tenha muita fé nisso.Achei que em Pasárgada eu correria menos risco de me tornar descrente: eu, que detesto o ceti-cismo e não vivo bem com os pessimistas, agora tenho medo de me contagiar. Podia me livrar da suspeita de que por trás de tudo isso existe algo muito sério, gravíssimo, que nós, rebanho alienado, desconhecemos. Quem sabe até ter-minasse o romance que venho escrevendo, num compasso de desânimo que nada tem a ver com literatura: nasce do meu amor por este país, ao qual dei meus fi lhos e meus netos para nele cres-cerem.Mas então, entre lideranças que negavam qual-quer problema, fazendo afi rmações estapafúr-dias e divertindo-se talvez com nossa agonia, soprou um vento de lucidez e autoridade - pa-rece que as coisas se reorganizam. Botar a casa em ordem ao menos nos aeroportos não podia ter levado tanto tempo, pobres de nós, mas hoje não precisarei ter medo se um de meus fi lhos viajar de avião. Amanhã é um enigma (sabe se lá o que vai acontecer no breve intervalo entre escrever esta coluna e ela ser publicada).E assim, na última hora, decidi fi car. Acho que me sentiria como quem deserta de um grupo com o qual tem laços muito fortes: meus leitores. Os que me acompanham, os que pensam diferen-te e até os indignados - às vezes por terem lido algo, que nem estava ali. Todos são importantes para mim. Com eles tem sido imensamente esti-mulante partilhar alegrias e preocupações, des-cobertas ou receios. Afi nal, somos irmãos, fi lhos desta mãe, que, com decoro, fi rmeza e vontade, será melhor do que qualquer Pasárgada inven-tada.

Fonte: Veja. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/040707/ponto_de_vista.shtml>. Acesso em: 30 ago. 2010.

Tema 3 - Atividades

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Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades

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Questão 2

Individual e sem consulta.

Observe os dois poemas a seguir e crie um ter-ceiro utilizando a intertextualidade:

Poema 1:

EUROPA, FRANÇA E BAHIA

Carlos Drummond de Andrade

... Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a “Canção do Exílio”.

Como era mesmo a “Canção do Exílio”?

Eu tão esquecido de minha terra...

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá!

Poema 2:

CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA

Oswald de Andrade

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas

E quase que mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas

Eu quero tudo de lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte pra São Paulo

Sem que veja a Rua 15

E o progresso de São Paulo

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Questão 3 Questão 3

Individual e com consulta.

Apresentamos duas músicas da nossa MPB. Leia-as e responda o que se pede.

Qual é o tema da intertextualidade presente nos poemas? Comente sobre ele, fazendo as re-lações com a atualidade.

Composição 1:

AQUARELA DO BRASILAry Barroso

Composição 2:

QUERELAS DO BRASILMaurício Tapajós e Aldir Blanc

Brasil!Meu Brasil BrasileiroMeu mulato inzoneiroVou cantar-te nos meus versosBrasil, samba que dáBamboleio, que faz gingáO Brasil do meu amorTerra de Nosso Senhor...Abre a cortina do passadoTira a mãe preta do cerradoBota o rei congo no congadoCanta de novo o trovadorA merencória à luz da luaToda canção do seu amorQuero ver essa dona caminhandoPelos salões arrastandoO seu vestido rendado...Esse coqueiro que dá côcoOi! Onde amarro minha redeNas noites claras de luarPor essas fontes murmurantesOnde eu mato a minha sedeOnde a lua vem brincar

O Brazil não conhece o BrasilO Brasil nunca foi ao BrazilTapir, jabutiIliana, alamanda, alialaúdePiau ururau akiataúdePiá-carioca porecramecrãJobim-akarore jobim-açuUô - uô - uô - uôPereê camará tororó olerêPiriri ratatá karatê olaráO Brazil não merece o BrasilO Brazil tá matando o BrasilJereba saci caandrades cunhãs ariranharanhaSertões guimarães bachianas águasImarionaíma ariraribóiaNa aura das mãos de jobim-açuJerê sarará cururu olerêBlá-blá-blá bafafá sururu olaráDo Brasil, SOS ao BrasilTinhorão urutu sucuriUjobim sabiá bem-te-vi

Continua ...

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Leitura e Produção de TextosTema 3 - Atividades

AQUARELA DO BRASILAry Barroso

QUERELAS DO BRASILMaurício Tapajós e Aldir Blanc

Esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil BrasileiroTerra de samba e pandeiro...Brasil!Terra boa e gostosaDa morena sestrosaDe olhar indiferenteBrasil, samba que dáPara o mundo se admirarO Brasil, do meu amorTerra de Nosso Senhor...Abre a cortina do passadoTira a mãe preta do cerradoBota o rei congo no congadoCanta de novo o trovadorA merencória à luz da luaToda canção do seu amorHuuum!Essa dona caminhandoPelos salões arrastandoO seu vestido rendado...Esse coqueiro que dá côcoOnde amarro minha redeNas noites claras de luarPor essas fontes murmurantesOnde eu mato a minha sedeOnde a lua vem brincarHuuum!Esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil BrasileiroTerra de samba e pandeiro...Brasil!Meu Brasil BrasileiroMeu mulato inzoneiroVou cantar-te nos meus versosBrasil, samba que dáBamboleio, que faz gingáO Brasil do meu amorTerra de Nosso Senhor...Abre a cortina do passadoTira a mãe preta do cerradoBota o rei congo no congadoCanta de novo o trovadorA merencória à luz da luaToda canção do seu amorQuero ver essa dona caminhandoPelos salões arrastandoO seu vestido rendado...Esse coqueiro que dá côcoOnde amarro minha redeNas noites claras de luarPor essas fontes murmurantesOnde eu mato a minha sedeAonde a lua vem brincarEsse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil Brasileiro

Cabucu Cordovil CachambiMadureira Olaria e BanguCascadura Água Santa AcariIpanema e Nova Iguaçu

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Questão 4

Em grupo e sem consulta.

Os textos a seguir mantêm o diálogo intertex-tual. Explique como se dá a intertextualidade entre eles e qual a crítica que o segundo faz à sociedade atual.

Poema 1:

QUADRILHA

Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria fi cou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.

Fonte: Carlos Drummond de Andrade, Disponível em: <http://carlosdrummonddeandrade.com.br/>. Acesso em: 30 ago. 2010.

Continuação ...

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Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades

Poema 2:

QUADRILHA DA SUJEIRA

Ricardo Azevedo

João joga um palitinho de sorvete na

rua de Teresa que joga uma latinha de

refrigerante na rua de Raimundo que

joga um saquinho plástico na rua de

Joaquim que joga uma garrafi nha

velha na rua de Lili.

Lili joga um pedacinho de isopor na

rua de João que joga uma embalagenzinha

de não sei o quê na rua de Teresa que

joga um lencinho de papel na rua de

Raimundo que joga uma tampinha de

refrigerante na rua de Joaquim que joga

um papelzinho de bala na rua de J.Pinto

Fernandes que ainda nem tinha

entrado na história.

(AZEVEDO, 1999)

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Questão 5

Em grupo e com consulta.

Cada membro do grupo deverá buscar, em revis-tas ou jornais, anúncios que utilizam a intertex-tualidade como um recurso de mensagem.

Discuta com os colegas a presença da intertex-tualidade e qual a intenção do emissor ao usar desse recurso textual. Escreva as conclusões a que o grupo chegou e depois exponha para toda a turma.

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As questões de 6 a 10 deverão ser respondidas individualmente e sem consulta.

Questão 6

(ENADE, 2008).

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrin-do, não os olhos, mas uma infi nidade de portas e janelas alinhadas. (...) Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham o pé na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante sensação de respirar sobre a terra. Da porta da venda que dava para o cortiço iam e vinham como formigas, fazendo compras.

Aluísio Azevedo. O cortiço. São Paulo: Ática, 1989, p. 28-9.

Aliás, o cortiço andava no ar, excitado pela festa, alvoro-çado pelo jantar, que eles apressavam para se dirigirem a Montsou. Grupos de crianças corriam, homens em mangas de camisa arrastavam chinelos com o gingar dos dias de re-pouso. As janelas e as portas, escancaradas por causa do tempo quente, deixavam ver a correnteza das salas, trans-bordando em gesticulações e em gritos o formigueiro das famílias.

Émile Zola. Germinal. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 136.

Aluísio Azevedo certamente se inspirou em L’Assommoir (A Taberna), de Émile Zola, para escrever O Cortiço (1890), e por muitos aspectos seu texto é um texto segundo, que to-mou de empréstimo não apenas a ideia de descrever a vida do trabalhador pobre no quadro de um cortiço, mas um bom número de pormenores, mais ou menos importantes. Mas, ao mesmo tempo, Aluísio quis reproduzir e interpre-tar a realidade que o cercava e sob esse aspecto elaborou um texto primeiro. Texto primeiro na medida em que fi ltra o meio; texto segundo na medida em que vê o meio com lentes de empréstimo. Se pudermos marcar alguns aspectos dessa interação, talvez possamos esclarecer como, em um país subdesenvolvido, a elaboração de um mundo fi ccional coerente sofre de maneira acentuada o impacto dos textos feitos nos países centrais e, ao mesmo tempo, a solicitação imperiosa da realidade natural e social imediata. (CANDI-DO, 2004)

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Leitura e Produção de Textos

Assinale a opção em que a relação intertextual entre “O Cortiço” e “Germinal” é interpretada pelos parâmetros críticos apresentados no texto de Antonio Candido acerca da relação entre a obra de Aluísio Azevedo e a de Émile Zola.

a) O texto de Aluísio Azevedo é um texto pri-meiro em relação ao de Zola porque foi es-crito anteriormente e infl uenciou a produ-ção naturalista do escritor francês.

b) A relação de proximidade entre o texto de Azevedo e o de Zola evidencia que o diálogo entre os textos desassocia-os da realidade social em que foram produzidos.

c) O texto de Aluísio Azevedo, por suas condi-ções de produção, está submetido ao mode-lo naturalista europeu, ao mesmo tempo em que atende a demandas da realidade nacio-nal.

d) “O Cortiço” é um texto segundo em rela-ção ao texto de Zola porque é, sobretudo, a duplicação do modelo literário francês e da realidade social das classes operárias euro-péias.

e) A presença de elementos do naturalismo francês em “O Cortiço” é indicativo da troca cultural que ocorre no espaço do intertexto, independentemente das realidades locais de produção.

Questão 7

A Independência do Brasil criou novas perspec-tivas para a nação, que se desprendeu da metró-pole portuguesa. As alternativas a seguir con-têm estrofes de hinos brasileiros. Observe a tela do pintor Pedro Américo e assinale a alternativa que faz corretamente a intertextualidade com o tema da pintura:

O Grito do Ipiranga - Pedro Américo (1888)

Tema 3 - Atividades

a) “Nós somos da Pátria a guarda,

Fiéis soldados,

Por ela amados.

Nas cores de nossa farda

Rebrilha a glória,

“Fulge a vitória.”

(Ten. Cel. Alberto Augusto Martins)

b) “Já podeis da Pátria fi lhos,

Ver contente a mãe gentil;

Já raiou a liberdade

No horizonte do Brasil”.

(Evaristo Ferreira da Veiga)

c) “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas

De um povo heróico o brado retumbante,

E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,

Brilhou no céu da pátria nesse instante”.

(Joaquim Osório Duque Estrada)

d) “Seja um pálio de luz desdobrado

Sob a larga amplidão destes céus

Este canto rebel que o passado

Vem remir dos mais torpes labéus!

Seja um hino de glória que fale

De esperanças, de um novo porvir!

Com visões de triunfos embale

Quem por ele lutando surgir!”

(Medeiros e Albuquerque)

e) “Os celeiros de farturas,

Sob um céu de puro azul,

Reforjaram em Mato Grosso do Sul

Uma gente audaz.”

(Jorge Antonio Siufi e Otávio Gonçalves Gomes)

Questão 8

(TJ-RS, 2008). Debruçando-se sobre o estudo do exercício da política, Maquiavel dissecou a anatomia do poder de sua época: dos senhores feudais e da igreja medieval. E, por isso mesmo, por botar o dedo na ferida, foi considerado um autor maldito. Ele se mostra preocupado com o fato de que na política não existem regras fi -xas. Governar, isto é, tomar atitudes políticas, é um trabalho extremamente criativo e, por isso mesmo, sem parâmetros anteriores. Assim, essa preocupação do fi lósofo, por incrível que pare-

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Leitura e Produção de Textos Tema 3 - Atividades

ça, torna-se um bom instrumento para repen-sarmos a ética. Hoje, com o fi m das garantias tradicionais, estamos todos mais ou menos na posição do príncipe de Maquiavel — isto é, em um mundo de incertezas, dentro do qual temos de inventar nossa melhor posição.

É mergulhado nesse mundo de incertezas, de instabilidade social e política, de culto ao indi-vidualismo, que construímos nossa identidade, nosso modo de agir.

Como seres humanos, nosso fi m último é a fe-licidade. Como indivíduos sociais, precisamos entender que, por melhores que sejam nossos objetivos na vida, os meios para alcançá-los não podem entrar em contradição com a nobreza dos fi ns. Desse modo, não basta termos fi ns no-bres, é necessário também que os meios para alcançá-los sejam adequados a essa nobreza.

Planeta, jul./2006, p. 59 (com adaptações).

Considerando que intertextualidade é a reto-mada das ideias de um texto em outro, o texto em questão apresenta intertextualidade entre:

a) As ideias de Maquiavel e a discussão sobre atitudes políticas atuais.

b) O conceito de poder na igreja e dos senho-res feudais.

c) Os instrumentos de governo e a busca da fe-licidade.

d) Nobreza de espírito e objetivos de vida.

e) Filosofi a e política.

Questão 9

Assinale a alternativa que faz corretamente a intertextualidade com o seguinte fragmento do poema “Vozes d’África”, de Castro Alves, século XIX.

“Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?

Em que mundo, em que estrela tu t’ escondes

Embuçado nos céus?

Há dois mil anos te mandei meu grito,

Que embalde desde então corre o infi nito

Onde estás, Senhor Deus?”

a) Ó Deus, salve todos nós!

b) Pai Nosso que estais no Céu, santifi cado seja o Vosso Nome. Venha a nós o Vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu...

c) Que, da obra ousada, é minha a parte feita:/O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano /Ensinam es-tas Quinas, que aqui vês,/Que o mar com fi m será grego ou romano:/O mar sem fi m é por-tuguês. (“Mensagem”, de Fernando Pessoa, 1934)

d) Todos somos fi lhos de Deus e seu Filho nas-ceu há 2.000 anos.

e) Onde estás, Ó Deus,/ que não respondes? /Em que mares, /Em que ares, /em que astro-nave tu te escondes? (BRITO, 1975)

Questão 10

Em “Hamlet”, peça teatral escrita por Shakespe-are no século XVII, há uma fala do protagonista Hamlet, príncipe da Dinamarca, que em deter-minado momento fala com o fantasma de seu pai, assassinado pelo próprio irmão, que lhe diz o seguinte: “Há muita coisa mais no céu e na terra, Horácio, do que sonha a nossa pobre fi -losofi a”.

Em 1896, Machado de Assis, um dos mais impor-tantes nomes da literatura brasileira, retomou a mesma frase de Shakespeare em seu conto “A cartomante”: “A voz da mãe repetia-lhe uma porção de casos extraordinários: e a mesma fra-se do príncipe de Dinamarca reboava-lhe den-tro: ‘Há mais cousas no céu e na terra do que sonha a fi losofi a... ’

Assinale a seguir qual alternativa corresponde acertadamente à intenção de Shakespeare e de Machado de Assis em ambas as citações.

a) Entre o céu e a Terra há muitas camadas da atmosfera terrestre que a ciência ainda não desvendou integralmente.

b) Desconhecemos os segredos e mistérios que envolvem a criação do Universo.

c) Todos nós estamos adquirindo novos conhe-cimentos fi losófi cos necessários para justifi -car os fenômenos sociais.

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Leitura e Produção de TextosTema 3 - Atividades

d) Não conhecemos integralmente todas as verdades da vida e os mistérios que nos ro-deiam.

e) O ser humano conquista conhecimentos científi cos que favorecem o progresso da humanidade.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Você quer saber mais sobre esse assunto? Então, consulte:

• Um dos romances de Machado de Assis. Em todos eles o autor sempre faz várias citações e alusões a outros autores e textos. Sugerimos os seguintes títulos: Dom Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas, A mão e a luva e Quincas Borba.

Todos esses títulos você encontra para fazer o download. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/>. Acesso em: 30 ago. 2010.

• O artigo Intertextualidade, de Maria Christina de Motta Maia. Disponível em: <http://acd.ufrj.br/~pead/tema02/intertextualidade2.htm>. Acesso em: 30 ago. 2010. Fala sobre a intertextualidade que pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identifi cação / o reconhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função daquela citação ou alusão em questão.

• O artigo Intertextualidade: considerações em torno do dialogismo, de Ricardo Zani. Disponível em:< http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/viewArticle/65> Acesso em: 30 ago. 2010.

• Os fi lmes: Shrek 1, 2 e 3, Shakespeare apaixonado, Deu a louca na Chapeuzinho, 1492 - A Conquista do Paraíso, Crepúsculo. Cada um deles faz intertextualidade com outros textos fabulosos ou históricos.

FINALIZANDO

Ao chegar ao fi nal desse tema, você aprendeu que um texto pode ser criado a partir de um ou mais textos. A isso chamamos de intertextuali-dade, que é uma forma de fazer alusão e refe-rência a ideias contidas em outros materiais.

Anotações ____________________________________________

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Tema 4Coerência Textual: um Princípio de Interpretabilidade

Objetivos de aprendizagem

• Desenvolver habilidades de uso adequado de escrita.

• Identifi car os elementos de conexão dentro de um texto.

• Organizar acertadamente as ideias no texto.

• Perceber as ligações entre as partes de um texto.

Para início de conversaVocê já parou para pensar o que faz de um texto ser inteligível? É a coerência do texto que o torna claro e compreensível.A coerência é a sequência lógica do raciocínio e das partes que o compõem de forma a dar unidade à leitura e entendi-mento do que se lê.A seguir, você conhecerá alguns elementos que permitem tornar o texto mais coerente, possibilitando, assim, sua me-lhor compreensão.

Por dentro do tema

Em um bom texto as partes devem estar ligadas com harmonia interna, mantendo uma unidade. Cada parte depende das outras com as quais se relaciona. O raciocí-nio deve ter um direcionamento claro e único. Em outras palavras, um texto deve ter unidade, criando relações entre os elementos e as informações nele contidas.

Observe os textos a seguir:

O CORVO E A RAPOSA

Esopo

Um corvo, tendo roubado um pedaço de carne, pousou sobre uma árvore. Uma raposa o viu e, querendo apoderar-se da carne, pôs-se diante dele, elogiando seu tamanho e sua beleza, dizendo que ele, mais que todos os pássaros, merecia ser rei e que isso realmente aconte-ceria se tivesse voz. Querendo mostrar-lhe que também voz ele tinha, o corvo deixou cair a carne e pôs-se a soltar grandes gritos. A raposa precipitou-se e, tendo pegado a carne, disse: “Ó corvo, se tu tivesses também inteligên-cia, nada te faltaria para seres rei de todos os pássaros”.

ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1994.

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CIDADEZINHA QUALQUER

Casas entre bananeiras

mulheres entre laranjeiras

pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Você entendeu a mensagem que eles passam? Levando-se em conta o raciocínio lógico, pode-se dizer que os textos estão completos?

Na fábula de Esopo, percebe-se que faltou entender como a raposa conseguiu pegar o pedaço de carne do corvo. Não sabemos o que levou o pássaro a soltá-lo. Já no poema, a informação está incompleta, não chega a lugar nenhum, fi ca em aberto, não sabemos o porquê da descrição da “cidadezinha”.

Algo faltou nos dois textos, não é? No primeiro faltou uma explicação para contextualizar a conclusão da história e, no segundo, o texto permaneceu em aberto.

Observe agora:

O CORVO E A RAPOSAEsopo

Um corvo, tendo roubado um pedaço de carne, pousou sobre uma árvore. Uma raposa o viu e, querendo apoderar-se da carne, pôs-se diante dele, elogiando seu tamanho e sua beleza, dizendo que ele, mais que todos os pássaros, merecia ser rei e que isso realmente aconteceria se tivesse voz. Querendo mostrar-lhe que também voz ele tinha, o corvo dei-xou cair a carne e pôs-se a soltar grandes gritos. A raposa precipitou-se e, tendo pegado a carne, disse: “Ó corvo, se tu tivesses também inteligência, nada te faltaria para seres rei de todos os pássaros”.

ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1994.

CIDADEZINHA QUALQUERCarlos Drummond de Andrade

Casas entre bananeiras

mulheres entre laranjeiras

pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.

Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

ANDRADE, Carlos Drummond de. José e outros. 8ª ed. São Paulo: Record. 2008.

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Nesta segunda leitura, pode-se observar que havia algo faltando, tanto no primeiro como no segundo texto. A quebra na mensagem faz com que um texto perca sua coesão e coerência e se torne confuso.

No caso dos exemplos observados, o primeiro, na fábula, não mostrou a forma com que a raposa convenceu o corvo a soltar o pedaço de carne e, no poema de Drummond, a frase que o fecha é que faz a conclusão da ideia, irônica, diga-se de passagem, sobre a monotonia do lugar.

Coerência

É a unidade do texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que suas partes se inter-relacionam de tal modo que o desenvolvimento de uma ideia depende do desen-volvimento anterior de outra.

Veja agora, a seguir, os diversos tipos de coerência apresentados pelas autoras do Livro-Texto:

Coerência sintática: é manifestada pelo domínio lexical de cada indivíduo, isto é, o uso de conectivos, pronomes, expressões de ligação entre termos das orações etc.

Coerência semântica: refere-se às relações de sentido entre as estruturas (palavras, expressões) de um texto. É o cuidado para não entrar em contradição com as informações apresentadas no texto.

Coerência temática: pela qual todos os conteúdos expostos no texto devem fi car explicitados em seu desenvol-vimento.

Coerência pragmática: relaciona-se com a adequação do texto à situação comunicativa.

Coerência estilística: é a escolha da variedade ou registro de língua adequada à situação comunicativa confor-me cada situação apresentada. Observa-se a melhor forma de interação entre o produtor da mensagem com o receptor.

Coerência genérica: está relacionada com o gênero textual de acordo com o propósito a que se destina.

A coerência exige que o pensamento se articule período a período, formando o todo. É um olhar para trás e adian-te constantemente. E para isso é necessário, antes de mais nada, a coerência interna da própria frase, depois de frase para frase e, na sequência, de um parágrafo ligando-se a outro de maneira ordenada e lógica, até formar o todo: o texto completo.

Dessa forma, a transição de um parágrafo para outro deve visar à continuidade da mensagem. A ideia expressa em um período anterior precisa de seguimento lógico da narrativa, sem que haja mudanças bruscas ou junção desordenada de orações. Por isso, o uso de expressões e conjunções para ligar os períodos é fundamental para o texto coerente.

Anotações _______________________________________________________________________________________________

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Leitura e Produção de Textos

Atividades

INSTRUÇÕES

Agora que você estudou sobre coerência tex-tual, que tal avaliar os conhecimentos adqui-ridos? Observe as orientações de resolução de cada questão, considerando as indicações com relação ao trabalho individual ou em grupo. Após a realização dos exercícios, é importante que você aperfeiçoe suas habilidades de escrita e torne seu texto mais coerente. Por isso, é fun-damental que você analise e avalie suas respos-tas e seus textos produzidos.

Ponto de partida

Quer entender o que é coerência na prática?

Então siga as instruções da dinâmica a seguir e depois, com a participação de toda a turma, faça a refl exão do que foi observado.

Dinâmica: (Retirada do livro: “Cem aulas sem té-dio de Língua Portuguesa”, de Antônio Falcet-ta, Santa Cruz: Instituto Pe. Réus, 2000).

Dinâmica de redação “Circulando com o texto”

Esta é uma atividade para quebrar a mo-notonia das produções individuais, ou seja, aquelas cujo destino inexorável é habitar gavetas (ou serem lidas pelas traças que lá estão...). Ela também tem por objetivo de-senvolver a criatividade e a leitura atenta e crítica.

1. Divida a turma em grupos de no máximo cinco alunos.

2. Todos têm a mesma proposta inicial para a produção de um texto que é: “A preguiça é a mãe do progresso; se o homem não ti-vesse preguiça de caminhar, não teria inven-tado a roda.” (Mário Quintana), a ser desen-volvida por cada aluno. O trabalho parece não envolver, na sua dinâmica, o grupo. E, nesta etapa, não é mesmo esse o objetivo. À medida que a atividade se desenvolve, co-meçam a aparecer os resultados coletivos. É importante frisar que toda história deve ter um fi o condutor, uma unidade de sentido

continua...

continuação...

que se mantém ao longo da sua construção. Caso isso não aconteça, fi ca enfraquecida, perdendo o crédito e o interesse do leitor. Para evitar o fracasso do texto, o autor deve mantê-lo com uma boa seqüência, permi-tindo ao seu leitor agregar sentimentos à sua leitura, colocando-o na primeira poltro-na, bem ligadinho no seu “fi lme”. Isso é o que faz de um texto um bom texto, e de uma história, uma boa história.

3. Estipule cinco minutos e, ao fi m desse tempo, cada componente do grupo deve-rá passar o texto ao colega ao seu lado, no sentido horário. Todo aluno deverá obede-cer ao tempo estabelecido (mesmo que te-nha escrito pouco) e, ao sinal do professor, entregar para o próximo colega a história que tem em mãos, iniciando o trabalho no texto seguinte. Deixe claro que antes de começar a escrever no novo texto, o aluno seguinte deverá ler com atenção o que já foi escrito.

4. Quando o texto inicial voltar para o pri-meiro aluno, as produções passam a ser li-das. Após as leituras, os alunos fi cam livres para trocarem entre si seus textos.

Ao fi nal da atividade, façam as seguintes refl e-xões sobre a dinâmica: o que foi necessário para dar a sequência lógica aos pensamentos, o que foi preciso para unir as ideias expostas, quais elementos de ligação foram usados para unir as orações (conjunções, pronomes, conectivos...), como foi possível dar sentido à história etc.

Salienta-se a importância de um texto bem es-crito, que deve seguir uma linha lógica do pen-samento e fazer as escolhas apropriadas dos elementos a usar. Não basta somente juntar pensamentos sem se preocupar com a sua estru-tura e clareza de ideias. Para se escrever bem é preciso estabelecer relações de sentido entre os termos e partes que compõem a redação.

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Leitura e Produção de Textos Tema 4 - Atividades

Agora é com você! Responda às questões a seguir para conferir o que aprendeu.

As questões 1, 2 e 3 se referem ao texto a se-guir.

A REGREÇÃO DA REDASSÃO

Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encare-cidamente que ensinasse seu fi lho a escrever.

– Mas, minha senhora - desculpei-me -, eu não sou professor.

– Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.

– A culpa não é deles. A falha é do ensino.

– Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.

– Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde bo-tar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.

– Não faz mal - insistiu -, o senhor vem e traz um revisor.

– Não dá, minha senhora - tornei a me descul-par, eu não tenho o menor jeito com crianças.

– E quem falou em crianças? Meu fi lho tem 17 anos.

Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: “Você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever”. No dia seguinte, ouvi de outro educador: “O estu-dante brasileiro não sabe escrever”. Depois li no jornal as declarações de um diretor da faculda-de: “O estudante brasileiro escreve muito mal”. Impressionado, saí à procura de outros educa-dores. Todos me disseram: acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como anti-gamente. Ninguém mais faz diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes.

Não tenho visto nem aquelas inscrições, geral-mente acompanhadas de um coração, feitas em casca de árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem árvore.

– Quer dizer - disse a um amigo enquanto íamos pela rua - que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante emprego por mais dez anos.

– Engano seu - disse ele. - A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profi ssão.

– Por quê? - espantei-me. - Quanto menos gen-te sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver.

– E você sabe por que essa geração não sabe escrever?

– Sei lá - dei com os ombros -, vai ver que é por-que não pega direito no lápis.

– Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito da leitura. E quando o perder completamente, você vai escrever para quem?

Taí um dado novo que eu não havia considera-do. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar car-ne? Então, vou trabalhar num açougue. Serviria para fazer barquinhos, para fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para forrar sapato furado ou para quebrar um galho em banhei-ro de estrada? Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pes-soas, assim como quem oferece hoje bilhete de loteria:

– Por favor, amigo, leia - disse, puxando um ci-dadão pelo paletó.

– Não, obrigado. Não estou interessado. Nos úl-timos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.

– E a senhorita não quer ler? - perguntei, acom-panhando os passos de uma universitária. – A senhorita vai gostar. É um texto muito curioso.

– O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no meu gravador.

– E o senhor, não está interessado nuns textos?

– É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro?

– E o senhor, vai? Leva três e paga um.

– Deixa eu ver o tamanho - pediu ele.

Assustou-se com o tamanho do texto:

– O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não dá para resumir tudo em cinco linhas?

Não há dúvidas: o estudante brasileiro não sabe escrever. Não sabe escrever porque não lê. E não lendo também desaprende a falar [...]

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Leitura e Produção de Textos

[...] Tudo isso me faz pensar que estamos muito mais perto do que se imaginava da Idade da Pe-dra. A prosseguir nessa gravação, ou a regredir nessa progressão, não demora muito, estare-mos todos de tacape na mão reinventando os hieróglifos. Nesse dia, então, a palavra escrever ganhará uma nova grafi a: ex-crever.”

(NOVAES, 1976).

Questão 1

Em grupo e sem consulta.

Explique o título do texto.

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Questão 2

Em grupo e sem consulta.

O pensamento do autor, que estava feliz com a falta de estudantes brasileiros que saibam ler, se tornou muito mais coerente com a realidade quando seu amigo chamou sua atenção para o que ocorreria com o escritor no futuro. Por que o autor estava satisfeito com a ignorância do es-tudante brasileiro e por que, depois, passou a se preocupar com essa condição?

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Questão 3

Em grupo e sem consulta.

Comente o que o autor quis dizer com: “ex-cre-ver”.

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Questão 4

Em grupo e sem consulta.

(ENADE, 2005). Sobre a implantação de “políti-cas afi rmativas” relacionadas à adoção de “sis-temas de cotas” por meio de Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional, leia os dois textos a seguir.

TEXTO I

“Representantes do Movimento Negro Socialista entregaram ontem no Congresso um manifesto contra a votação dos projetos que propõem o estabelecimento de cotas para negros em Uni-versidades Federais e a criação do Estatuto de Igualdade Racial. As duas propostas estão pron-tas para serem votadas na Câmara, mas o movi-mento quer que os projetos sejam retirados da pauta. (...) Entre os integrantes do movimento estava a professora titular de Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Yvonne Maggie. ‘É preciso fazer o debate. Por isso, ter vindo aqui já foi um avanço’, disse.”

(Folha de S. Paulo – Cotidiano 30 jun. 2006, com adaptação.)

TEXTO II

“Desde a última quinta-feira, quando um grupo de intelectuais entregou ao Congresso Nacio-nal um manifesto contrário à adoção de cotas raciais no Brasil, a polêmica foi reacesa. (...) O diretor executivo da Educação e Cidadania de

Tema 4 - Atividades

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Leitura e Produção de Textos

Afrodescendentes e Carentes (Educafro), frei David Raimundo dos Santos, acredita que hoje o quadro do país é injusto com os negros e de-fende a adoção do sistema de cotas.”

(Agência Estado-Brasil, 03 jul. 2006.)

Ampliando ainda mais o debate sobre todas es-sas políticas afi rmativas, há também os que ado-tam a posição de que o critério para cotas nas Universidades Públicas não deva ser restritivo, mas que considere também a condição social dos candidatos ao ingresso.

Analisando a polêmica sobre o sistema de cotas “raciais”, identifi que, no atual debate social:

a) Um argumento coerente utilizado por aque-les que o criticam.

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b) Um argumento coerente utilizado por aque-les que o defendem.

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Questão 5

Individual e sem consulta.

“Falar bem em português é uma habilidade va-lorizada entre executivos. Os profi ssionais que se expressam com clareza ganham a admiração dos colegas e têm mais chance de progredir na carreira. Por isso, os especialistas em Recursos Humanos aconselham retomar os estudos da língua pátria juntamente com as aulas de lín-guas estrangeiras.”

(Revista Veja, 15 dez. 1999, p. 197)

Escreva um texto argumentativo, de 10 a 15 li-nhas, sobre essa citação. Lembre-se de fazer um texto coeso e coerente, observando a temática do fragmento. Atente também para que seu texto respeite a norma gramatical culta da lín-gua portuguesa.

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As questões de 6 a 10 deverão ser respondidas individualmente e sem consulta.

Questão 6

(ESAF, 2006). A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou que a renda das famílias parou de cair em 2004, interrompendo uma trajetória de queda, que acontecia desde 1997, e que houve diminuição do grau de concentração da renda do trabalho. Enquanto a metade da população ocupada, que recebe os menores rendimentos, teve ganho real de 3,2%, a outra metade, que tem rendi-mentos maiores, teve perda de 0,6%.

Os resultados da PNAD revelaram, também, que o Brasil melhorou em itens como número de trabalhadores ocupados, participação das mu-

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Leitura e Produção de Textos

lheres no mercado de trabalho, indicadores da área de educação e melhoria das condições de vida.

Assinale a opção que NÃO constitui continua-ção coesa e coerente para esse texto.

a) Para o secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvi-mento Social, o resultado da pesquisa revela muito mais do que um aumento de renda: “A desigualdade no Brasil não se alterava desde 88. A população mais pobre do Brasil está ganhando mais se comparada à popu-lação mais rica, ou seja, a riqueza no Brasil está se desconcentrando. Essa é a melhor notícia. O Brasil está redistribuindo melhor a sua riqueza.”

b) Entretanto, as ações na área de educação, saúde e transferência de dinheiro, por exem-plo, foram responsáveis pelo resultado.

c) A expectativa é de que, no próximo ano, a diminuição da miséria no País seja ainda maior por causa das ações voltadas para os indígenas e quilombolas.

d) O assessor especial da Presidência da Repú-blica, José Graziano, avaliou que esses nú-meros comprovam que o País está mudando. “Esses resultados revertem uma máxima his-tórica no nosso País de que os ricos fi cavam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.”

e) A PNAD é a mais completa pesquisa anual sobre as condições de vida da população, mostra um retrato do País e, em 2004, foi estendida para as áreas rurais dos Estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, alcançando a cobertura completa do território nacional.

(Adaptado de “Em Questão”, n. 379, Brasília, 30 de novembro de 2005)

Questão 7

(TRT-Alagoas, 2008).

SOBRE ÉTICA

A palavra Ética é empregada nos meios acadê-micos em três acepções. Numa, faz referência a teorias que têm como objeto de estudo o com-portamento moral, ou seja, como entende Adol-fo Sanchez Vasquez, “a teoria que pretende ex-

plicar a natureza, fundamentos e condições da moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estudado racional e cientifi camente por uma disciplina que se propõe a descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciên-cias, ser capaz de explicar valorações comporta-mentais.

Um segundo emprego dessa palavra é conside-rá-la uma categoria fi losófi ca e mesmo parte da Filosofi a, da qual se constituiria em núcleo especulativo e refl exivo sobre a complexa feno-menologia da moral na convivência humana. A Ética, como parte da Filosofi a, teria por obje-to refl etir sobre os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais. Numa ter-ceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comportamento social, o que se pode resumir como qualifi cação do comportamento do homem como ser em situação. É esse cará-ter normativo de Ética que a colocará em íntima conexão com o Direito. Nessa visão, os valores morais dariam o balizamento do agir e a Ética seria, assim, a moral em realização pelo reco-nhecimento do outro como ser de direito, es-pecialmente de dignidade. Como se vê, a com-preensão do fenômeno Ética não mais surgiria metodologicamente dos resultados de uma des-crição ou refl exão, mas sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de tornar possível e correta a convivên-cia.

(Adaptado do site Doutrina Jus Navigandi)

Está clara, correta e coerente a redação do se-guinte comentário sobre o texto:

a) Dentre as três acepções de Ética que se men-ciona no texto, uma apenas diz respeito a uma área em que confl ui com o Direito.

b) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um em seu campo, se empenha, o jurista ou o fi lósofo.

c) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral, haja vista que tan-to uma quanto outra pretende ajuizar à si-tuação do homem.

d) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento humano, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo.

Tema 4 - Atividades

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Leitura e Produção de Textos Tema 4 - Atividades

e) Os saberes humanos aplicados, do conheci-mento da Ética, costumam apresentar diver-gências de enfoques, em que pese a meto-dologia usada.

Questão 8

(FCC, 2008).

O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR

Depois de um bom século de Psicologia e Psi-quiatria dinâmicas, estamos certos disto: o mo-ralizador e o homem moral são fi guras diferen-tes, se não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respeitá-los; o mo-ralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue respeitar.

A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. Primeiro, o moralizador é um ho-mem moral falido: se soubesse respeitar o pa-drão moral que impõe, ele não precisaria punir suas imperfeições nos outros. Segundo, é possí-vel e compreensível que um homem moral te-nha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um pa-drão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ganham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regradas por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e es-colhidos homens exemplares, mas por morali-zadores que tentam remir suas próprias falhas morais pela brutalidade do controle que exer-cem sobre os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam pelos pecados de hipócritas que não se aguentam.

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 20/03/2008)

Atente para as afi rmações abaixo.

I. Diferentemente do homem moral, o ho-mem moralizador não se preocupa com os padrões morais de conduta.

II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido pa-drão de conduta, o homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia.

III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os padrões de conduta que ele cobra dos outros.

Em relação ao texto, é correto o que se afi rma APENAS em:

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) II e III.

Questão 9

Os seguintes fragmentos constituem parágrafos de um texto, mas não estão ordenados. Ordene-os de forma coerente e coesa e assinale a res-posta correta.

1. O motorista dizia: “Isso aqui é tudo de Re-nan, isso aqui de Lira, isso aqui de Fulano, Sicrano”. Eu olhava e só via vazios com algumas almas penadas nas estradas. “E isso aqui é do MST.”

2. Você já viajou pelo interior de Alagoas? Há alguns meses eu fui de carro até uma cidade a apenas uma hora e meia de Maceió. Parecia um deserto vermelho de barro, pontilhado de mise-ráveis vilarejos de uma só rua.

3. Andamos meia hora sem ver casas, nem plantações, além de algumas usinas desativadas. Era o silêncio da miséria, a paz do nada, onde vagam os vassalos do feudalismo nordestino. Aqueles municípios paralíticos já são catástrofes secas, só que silenciosas, paradas no tempo.

4. Só nos restou a solidariedade, mas como sen-tir a dor de um pobre homem catando comida na lama para dar ao fi lho chorando no colo? Di-zendo o que? “Ai, que horror?” A solidariedade tinha de vir antes para proteger aqueles brasi-leiros raquíticos, famintos, analfabetos, que só são procurados pelos donos do Nordeste para votos ou para serem “laranjas” em roubalheiras das oligarquias.

5. De repente, esta tragédia fi xa, quase invi-sível, se transformou em uma tragédia bruta e retumbante. Aí, o verdadeiro Brasil apare-ceu diante de nós: abandonado, sem verbas, só usadas por interesses políticos do governo. (Arnaldo Jabor)

a) 2, 1, 3, 5, 4.

b) 5, 4, 3, 2, 1.

c) 2, 1, 4, 3, 5.

d) 3, 2, 5, 4, 1.

e) 2, 1, 5, 4, 3.

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Leitura e Produção de TextosTema 4 - Atividades

Questão 10

(ESAF, 2006). O Brasil é sócio fundador do FMI desde 1944 e o pagamento antecipado da dí-vida não vai alterar o bom relacionamento entre essa instituição e o País. Além das rela-ções normais previstas no Artigo IV do Esta-tuto do Fundo para todos os países-membros, _____________________que deverão ter impacto importante em outros países-membros, nota-damente no que concerne ao Projeto Piloto de Investimento e à implementação do Manual de Contas Públicas. Além disso, o Brasil dará pros-seguimento ao diálogo que vem mantendo com o Fundo sobre a conveniência de desenvolver mecanismos que fortaleçam a arquitetura fi -nanceira mundial e amenizem os impactos de choques sobre a conta de capital das economias abertas.

(Adaptado de Em Questão, n. 387 - Brasília, 26 de dezembro de 2005)

Assinale a opção que completa o texto acima com coesão e coerência.

a) Alguns dos projetos conjuntos.

b) O Brasil continuará desenvolvendo projetos conjuntos.

c) Determinados projetos conjuntos.

d) O desenvolvimento de determinados proje-tos conjuntos.

e) O Brasil e o desenvolvimento conjunto de projetos.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Você quer saber mais sobre esse assunto? Então, consulte:

• O livro O prazer do texto, de Roland Barthes, editora Perspectiva, 1999. Nele, Barthes aborda sobre dois efeitos simultâneos: por um lado, interessa-nos não apenas como obra que nos fala de literatura, mas como obra que fala insistentemente de política e de moral; por outro tem o mérito de deslocarmos vários campos da realidade (a literatura, a política, a moral), criando espaços de refl exão inteiramente novos e inesperados.

• O artigo Falar e escrever, eis a questão! de João Gabriel de Lima. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/071101/p_104.html>. Acesso em: 1 set. 2010. Expressar-se em português com clareza e correção é uma das maiores

difi culdades dos brasileiros. A boa notícia é que muitos estão conscientes disso e querem melhorar.

• O site osun.org. Disponível em: <http://www.osun.org/coesao+E+COERENCIA-ppt.html>. Acesso em: 1 set. 2010. Lá você encontra vários documentos que abordam o tema coerência textual.

• Aos fi lmes: Tempos de matar, Central do Brasil, Amistad e Amnésia. Todos eles apresentam a temática sobre coerência argumentativa.

FINALIZANDO

Neste tema, você viu o que é coerência textual e a importância de organizar seus pensamentos de maneira lógica e coerente para poder passá-los para o papel. Um texto coerente é aquele que se-gue uma linha lógica do raciocínio, respeitando as normas da língua.

Anotações ____________________________________________

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Desafi o de AprendizagemLeitura e Produção de Textos

A atividade prática supervisionada (ATPS) é um método de ensino-aprendizagem desenvolvido por meio de um conjunto de atividades programadas e supervisionadas e tem por objetivos:

• Favorecer a aprendizagem.

• Estimular a corresponsabilidade do aluno pelo aprendizado efi ciente e efi caz.

• Promover o estudo, a convivência e o trabalho em grupo.

• Desenvolver os estudos independentes, sistemáticos e o autoaprendizado.

• Oferecer diferenciados ambientes de aprendizagem.

• Auxiliar no desenvolvimento das competências requeridas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação.

• Promover a aplicação da teoria e dos conceitos para a solução de problemas relativos à profi ssão.

• Direcionar o estudante para a emancipação intelectual.

Para atingir esses objetivos, as atividades foram organizadas na forma de um desafi o, que será solucionado por etapas ao longo do semestre letivo.

Participar ativamente desse desafi o é essencial para o desenvolvimento das competências e habilidades requeridas na sua atuação no mercado de trabalho.

Aproveite esta oportunidade de estudar e aprender com os desafi os da vida profi ssional.

Competências e Habilidades

Ao concluir as etapas propostas nesse desafi o, você terá desenvolvido as competências e habilidades descritas a seguir:

• Dominar os conteúdos básicos que são objetos de aprendizagem nos níveis fundamental e médio.

• Domínio dos métodos e técnicas pedagógicos que permitem a transmissão do conhecimento para os dife-rentes níveis de ensino.

• Aplicar modos de ensinar diferentes linguagens - Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geo-grafi a, Artes, Educação Física, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano, particularmente de crianças.

• Preparação profi ssional atualizada, de acordo com a dinâmica do mercado de trabalho.

Primeiro Desafi o

Todos os dias, as pessoas estão expostas aos diferentes gêneros textuais, ou seja, têm-se uma relação estreita com os textos escritos. Acredita-se que, para formar bons leitores e escritores, é essencial propor aos alunos situações de leitura e escrita utilizando diversos gêneros.

Neste desafi o, vocês estudarão os gêneros textuais e produzirão um texto dissertativo-argumentativo, a partir da proposta elaborada pelos grupos.

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Leitura e Produção de TextosDesafi o de Aprendizagem

Autora: Luciene Maria Garbuio

Etapa 1

Aula-tema: Estratégias, objetivos, pluralidade e sentidos de leitura

Esta etapa é importante para que você refl ita e compreenda o conceito de leitura de vários teóricos na literatura e compare as defi nições.

Para realizá-la, é importante seguir os passos descritos.

PASSOS

Passo 1 - Este primeiro desafi o deverá ser realizado em grupo de no máximo quatro alunos, em todas as etapas. Entregue ao professor os nomes dos integrantes do grupo e respectivos RAs.

Passo 2 - Consulte a literatura básica e complementar indicada no plano de ensino da disciplina Leitura e Produ-ção de Textos, apresentada pelo seu professor EAD no primeiro dia de aula. Encontre no PLT da disciplina, capítulo 1 (KOCK, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008), as seguintes informações:

a) Concepção de leitura.

b) Estratégias de leitura.

c) Leitura e a produção de sentidos.

Outras fontes também deverão ser consultadas, por exemplo:

http://www.scielo.br/pdf/his/v23n1-2/a05v2312.pdf. Acesso em: 7 de dez. 2009.

http://www.alemdasletras.org.br/AgenciaNoticias/Site/Categoria1/Not%C3%ADcias/tabid/76/ctl/ArticleView/mid/403/articleId/336/default.aspx. Acesso em: 7 de dez. 2009.

http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/em/artigos/2007/fevereiro 01.htm - Acesso em: 7 de dez. 2009.

http://www.projetopresente.com.br/formacao/competencia.leitora.pdf. Acesso em: 7 de dez. 2009.

Passo 3 - Reúna todas as informações e discuta as defi nições com o grupo. Elabore um texto com as ideias que foram consenso do grupo, sobre as questões apontadas no Passo 2 e entregue-o ao seu professor.

O texto deve ser digitado da seguinte forma: corpo 12, fonte Arial ou Times New Roman e espaço de 1,5 entre as linhas, justifi cado. No topo da página deve constar o logo da sua unidade, o nome da disciplina, o nome do professor, os nomes completos dos alunos e RAs e data. Em seguida, coloque o título centralizado, corpo 20, caixa alta: LEITURA E OS SENTIDOS DO TEXTO.

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Desafi o de AprendizagemLeitura e Produção de Textos

Etapa 2

Aula-tema: Gêneros textuais e mecanismos de coesão

Esta etapa é importante para que você saiba quais são os diferentes gêneros textuais e os mecanismos de coesão, para auxiliá-lo na produção do texto proposto no Desafi o 1.

Para realizá-la, siga os passos descritos.

PASSOS

O contato com diferentes textos de diferentes gêneros pode favorecer a familiaridade com a escrita e leitura. À medida que essa familiaridade aumenta, a qualidade dos textos também aumentará. Os gêneros textuais ou gê-neros discursivos têm função comunicativa e podem ser identifi cados a partir de algumas características comuns como estrutura do texto, temas abordados e contextos de circulação dos textos. São alguns exemplos de gêneros textuais: carta, bilhete, receita, anúncio, história em quadrinhos, conto, entre outros.

Passo 1 - Você deverá pesquisar, na internet ou em seu Livro-Texto, a defi nição de gênero textual e os elementos que caracterizam um gênero.

Passo 2 - Agora elabore uma lista, contendo o máximo de gêneros textuais possíveis encontrados.

Passo 3 - Há vários gêneros em jornais e revistas. Em equipe, vocês deverão analisar o conjunto de textos en-contrados em uma revista de grande circulação, como Veja, Época, Isto É, e identifi car pelo menos cinco gêneros presentes na publicação e suas características:

http://veja.abril.com.br/. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://www.istoe.com.br/capa. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://revistaepoca.globo.com/. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://bravonline.abril.com.br/. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://revistatpm.uol.com.br/. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://vidasimples.abril.com.br/. Acesso em: 7 dez. 2009.

Passo 4 - Vocês deverão escrever um texto e apresentar o resultado da pesquisa ao seu professor; o texto deve ser formatado conforme indicação na Etapa 1. O título do texto deverá ser: GÊNEROS TEXTUAIS OU DISCURSIVOS PRESENTES NA REVISTA X (nome da revista) e o texto deverá ter a seguinte sequência:

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Leitura e Produção de TextosDesafi o de Aprendizagem

Autora: Luciene Maria Garbuio

1. Nome da revista. Texto 1 (colocar o texto). Análise do texto (identifi cação do gênero e suas características).

2. Texto 2 (colocar o texto). Análise do texto (identifi cação do gênero e suas características).

Seguir essa sequência até o Texto 5.

O número de gêneros a ser encontrado na revista poderá sofrer modifi cação, a critério do professor. A apresenta-ção do resultado da análise também pode variar. Como sugestão, os grupos podem agrupar vários exemplos de gêneros encontrados na revista e montar um painel, com o mesmo título sugerido anteriormente.

Etapa 3

Aula-tema: Tipologia: textos argumentativos

Esta etapa é importante para que você conheça ou se lembre quais são os tipos de textos. Este estudo auxiliará na produção do texto proposto no Desafi o 1.

Para realizá-la, siga os passos descritos.

PASSOS

Passo 1 - Pesquise, na internet ou em livros, uma lista contendo o máximo de elementos coesivos ou mecanismos de coesão possíveis (organizados em grupos) e apresente, pelo menos, dois exemplos de cada. Entregue a lista ao seu professor.

Vocês podem pesquisar sobre o tema nas seguintes referências:

http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/coesao. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://www.slideshare.net/Profa.LucileneFonseca/a-coerncia-e-. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://www.pucrs.br/gpt/coesao.php. Acesso em: 7 dez. 2009.

KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2008.

Passo 2 - Agora, o grupo deverá pesquisar sobre as características dos tipos de textos, na internet (descritivo, narrativo e dissertativo-argumentativo) ou Livro-Texto, e instruções para a produção de cada texto constando a estrutura de cada um.

Algumas sugestões para consulta:

http://www.proteoria.org/omar/metodologia/estrutura_do_texto_argumentativo.rtf. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://www.docstoc.com/docs/6432723/Texto-argumentativo. Acesso em: 7 dez. 2009.

http://www.slideshare.net/efaesan/texto-argumentativo-1580989. Acesso em: 7 dez. 2009.

ABAURRE, Maria Luiza M.; ABAURRE, Maria Bernadete M. Produção de texto:

interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2007.

Passo 3 - Cada grupo deverá elaborar uma proposta de produção de um texto dissertativo-argumentativo que deverá constar:

1. Pesquisa e análise de dados:

- Introdução (contextualização do tema).

- Título do texto.

- Seleção de textos variados (coletânea) sobre o tema.

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Desafi o de AprendizagemLeitura e Produção de Textos

2. Elaboração do texto (Indicar estas questões, a fi m de facilitar a produção escrita).

- Análise articulada da questão tematizada.

- Qual o ponto de vista (tese) que se pretende defender.

- Esquema do encaminhamento analítico que se pretende desenvolver.

- Aspecto formal do texto.

- Criação do título que sintetize o tema abordado e o foco da análise desenvolvida.

3. Outras explicações na internet ou em outros livros, como o citado no Passo 2.

Passo 4 - Entregar a produção escrita, ao seu professor, que são os documentos elaborados nos Passos 1, 2 e 3.

Passo 5 - Agora vocês deverão trocar as propostas de produção de texto com os outros grupos.

Passo 6 - Cada integrante do grupo deverá produzir um texto, conforme proposta do outro grupo.

Passo 7 - Todos os integrantes do grupo devem trocar o texto com um colega e este deverá avaliar o texto (argu-mentos claros, coesão e coerência) e propor modifi cações para tornar o texto mais articulado.

Passo 8 - Após a análise do colega, releia seu texto e analise os aspectos que podem ser melhorados. Reescreva o seu texto fazendo as alterações necessárias e entregue as duas versões ao seu professor.

Segundo Desafi o

A reforma ortográfi ca da Língua Portuguesa está em vigor desde janeiro de 2009 e o período de transição é até dezembro de 2012, durante o qual serão válidas as duas normas ortográfi cas. Oito países lusófonos adotaram o novo acordo: Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor Leste. As mudanças foram elaboradas com a intenção de simplifi car a escrita e unifi car as regras ortográfi cas da Língua Portuguesa, as quais envolvem, principalmente, o uso do hífen e da acentuação.

Até o fi nal do 2º bimestre, cada grupo de alunos elaborará e fará a exposição de um painel, onde estejam apre-sentadas todas as regras ortográfi cas, de forma didática e criativa.

Este desafi o é importante para que vocês conheçam, compreendam e divulguem as principais alterações na nova ortografi a da Língua Portuguesa.

Etapa 1

Aula-tema: A nova ortografi a

Esta etapa é importante para que vocês pesquisem e utilizem estratégias para memorizar as principais mudanças na nova ortografi a da Língua Portuguesa.

Para realizá-la, siga os passos descritos.

PASSOS

Passo 1 - Escolha a sua equipe de trabalho e entregue ao professor os nomes, RAs, nome da disciplina, série, nome do professor e data. A equipe deve ser composta de, no máximo, cinco alunos, os mesmos alunos escolhi-dos para realizar a etapa anterior, ou não.

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Leitura e Produção de TextosDesafi o de Aprendizagem

Autora: Luciene Maria Garbuio

Passo 2 - Os grupos devem pesquisar as principais características dos países de Língua Portuguesa envolvidos na reforma ortográfi ca. Uma pesquisa nos seguintes sites poderá auxiliá-los.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_dos_Pa%C3%ADses_de_L%C3%ADngua_Portuguesa. Acesso em: 5 dez. 2009.

http://joaoxms.sites.uol.com.br/ - acesso em 05 de dezembro de 2009.

Passo 3 - A busca nos referidos sites deverá ser dividida entre os integrantes do grupo e apresentar ao professor as seguintes informações sobre cada país:

a) Bandeira.

b) História do país.

c) Localização (apresentar o mapa do país).

d) Língua ofi cial

e) Clima.

f) Meio ambiente.

g) População.

h) Etnias.

i) Problemas sociais.

j) Economia.

k) Educação.

l) Cultura.

m) Literatura.

Passo 4 - Em grupos, pesquisem em livros, revistas e na internet, informações sobre a reforma ortográfi ca. Alguns links sobre o tema que podem ser acessados:

http://www.abril.com.br/reforma-ortografi ca. Acesso em: 5 dez. 2009.

http://www.reformaortografi ca.com. Acesso em: 5 dez. 2009.

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Autora: Luciene Maria Garbuio

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Desafi o de AprendizagemLeitura e Produção de Textos

Passo 5 - Agora o grupo deverá reunir as informações pesquisadas da seguinte forma:

1) Organizar o conteúdo da pesquisa em painéis, de forma bastante criativa (estima-se, no máximo, o tamanho de seis cartolinas), os quais poderão ser expostos nos corredores/biblioteca de sua unidade. Para esta orga-nização, alguns critérios serão considerados:

a) Layout - estratégias visuais deverão ser utilizadas para chamar a atenção do leitor.

b) Didática - estratégias deverão ser utilizadas para facilitar a assimilação do conteúdo de qualquer possível leitor e do próprio grupo.

c) Conteúdo - deverá haver uma seleção e organização criteriosa do conteúdo, pois todas as regras devem ser contempladas.

2) No painel deverão constar digitados (fonte Arial ou Times Roman, corpo 12) e impresso:

- Título do trabalho.

- Nome completo dos componentes do grupo e respectivos RAs.

- Nome da disciplina.

- Nome do professor.

3) O painel deverá ser entregue e exposto nos corredores da unidade, em data estabelecida pelo professor EAD da disciplina, sob a orientação do coordenador do seu curso.

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Leitura e Produção de TextosReferências Bibliográfi cas

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