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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM CAPIVARI DE BAIXO - SC TÉCNICO EM PROCESSOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA IMPLANTAÇÃO DE UM SUPERVISÓRIO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE HIDROGÊNIO DOS GERADORES DA UTLB (UNIDADES 5 E 6) RANGEL MARTINS NUNES Relatório de Estágio CAPIVARI DE BAIXO - SC 2017

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

SENAI EM CAPIVARI DE BAIXO - SC

TÉCNICO EM PROCESSOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

IMPLANTAÇÃO DE UM SUPERVISÓRIO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE

HIDROGÊNIO DOS GERADORES DA UTLB (UNIDADES 5 E 6)

RANGEL MARTINS NUNES

Relatório de Estágio

CAPIVARI DE BAIXO - SC

2017

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RANGEL MARTINS NUNES

IMPLANTAÇÃO DE UM SUPERVISÓRIO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE

HIDROGÊNIO DOS GERADORES DA UTLB (UNIDADES 5 E 6)

Proposta para o Relatório de Estágio apresentado ao curso de Técnico em Processos de Geração de Energia Elétrica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI em Capivari de Baixo - como requisito parcial para conclusão do curso. Professor Orientador: Prof. Edcarlo da Conceição. Co-orientador: Prof. Antônio Cesar Luz

CAPIVARI DE BAIXO - SC

2017

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FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO

DADOS DO ESTÁGIO:

1. Professor Orientador: Edcarlo da Conceição

2. Co-orientador: Antônio Cesar da Luz

3. Área de realização: U. O. Termelétrica Jorge Lacerda 5 e 6 - UTLB

4. Período de Realização: (03/02/2017 a 31/12/2017).

5. Carga horária: 1600 Horas.

DADOS DA UNIDADE CONCEDENTE:

6. Razão Social: Engie Energia S.A

7. Nome Fantasia: Complexo Termelétrico Jorge Lacerda - CTJL

8. Supervisor de estágio: Fabio Kleveston.

9. Cargo do supervisor: Engenheiro de Operação.

10. Endereço da Unidade Concedente: Av. Paulo Santos Mello, s/n – Capivari de Baixo –

CEP: 88.745-100.

11. Telefone da unidade concedente: (48) 3621-4071 / (48) 3621-400

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DEDICATÓRIA

A todos os meus amigos e familiares,

em especial minha esposa, pai e mãe (em

memória) que me apoiaram e

incentivaram nesta jornada de

aprendizado e desafios, de quase três

anos. Que apesar das dificuldades que

surgiram neste decorrer, seria um sonho

possível e promissor.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as minhas dificuldades.

Ao SENAI de Capivari de Baixo e corpo docente pelos ensinamentos e

oportunidades;

A minha esposa e família, pelo amor, incentivo, apoio e paciência;

A ENGIE e colaboradores (Operação, Instrumentação e Almoxarifado) que

proporcionaram toda dedicação, orientação e paciência para o aperfeiçoamento dos

meus conhecimentos.

Aos colaboradores da Air Products, pelas dúvidas esclarecidas.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação.

.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução dos turbogeradores com refrigeração a ar e a hidrogênio. 25

Figura 2: Curva de capabilidade dos geradores da UTLB. 27

Figura 3: Diagrama simplificado da circulação de água nos refrigeradores dos

geradores da UTLB (sistema idêntico nos dois lados com 6 refrigeradores). 28

Figura 4: Curva da capabilidade do gerador da unidade 6. A seta indica o limite

operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33

Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta inferior) de água de um dos

resfriadores de hidrogênio do gerador da unidade 5 da UTLB. Fonte: autor. 35

Figura 6: a) refrigerador superior do gás hidrogênio. b) válvula manual de água para

resfriamento do hidrogênio. 36

Figura 7: Vista das duas unidades geradoras da UTLB: unidade 6 a esquerda e

unidade 5 a direita. 37

Figura 8: Central de armazenagem de hidrogênio nas proximidades da unidade 5 da

UTLB. 38

Figura 9: Saída de cada bateria: 1: manômetro, 2: válvulas de segurança; 3: válvula

de isolação e 4 retenções (da bateria reserva) 39

Figura 10: 1: válvula reguladora de pressão da B.P., 2: manômetro indicado da

pressão de saída, 3: válvula reguladora de pressão B.R., 4: saída de gás para

distribuição, 5: válvula de interligação das duas baterias. No detalhe, válvula

reguladora de pressão. 40

Figura 11: Termômetro de medição de temperatura do gás. 41

Figura 12: Saída da central de hidrogênio para UTLA e UTLB. 41

Figura 13: Central de abastecimento de H2 e CO2 da unidade 5 - UTLB 44

Figura 14: Fluxômetros/transmissor de fluxo tipo coriolis que será utilizado para

controle de abastecimento dos geradores da UTLA. 48

Figura 15: Telas do supervisório da unidade 6 da UTLB. 49

Figura 16: Esquema simplificado do percurso do sinal emitido por transmissor até a

tela do supervisório. 50

Figura 17: Transmissores de pressão do gás hidrogênio no interior dos geradores. 51

Figura 19: Esquema da leitura e processamento dos valores de pressão e

temperatura obtidos da central de armazenamento de H2. 56

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Figura 20: Esquema lógico da parte do supervisório destinado ao controle do H2 nos

geradores da UTLB. 66

Figura 21: Esquema lógico da parte do supervisório destinado ao controle do H2

nos geradores da UTLA. 67

Figura 22: esquema lógico para implementação de rotina para determinar volume

(V) abastecido em intervalo de 24h00. 68

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados físico-químicos sobre o gás hidrogênio;

Tabela 3 - Transmissores de pressão e temperatura;

Tabela 2 – Média de consumo dos geradores da UTLB em 24h00 e tempo médio

decorrido entre dois abastecimentos sucessivos.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Variação de pressão do H2 no gerador da unidade 5 num intervalo de

aproximadamente 2 meses

GRAFICO 2: Variação de pressão em 24h no gerador da unidade 5

GRÁFICO 3: Variação da pressão de hidrogênio (18 dias) no gerador da unidade 6

GRÁFICO 4: Variação de pressão em 24h no gerador da unidade 6

GRÁFICO 5: histórico de consumo de hidrogênio (pela variação de pressão) do

gerador da unidade 4 da UTLA

GRÁFICO 6: histórico de consumo de hidrogênio (pela variação de pressão) do gerador da unidade 1 da UTLA.

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LISTA DE SIGLAS

H2 – Símbolo químico do gás hidrogênio;

MW – Mega Watt (um milhão de watts);

CO2 – símbolo químico do gás carbônico;

Kgf/cm² - Quilograma força por centímetro quadrado (unidade inglesa de pressão);

°C – Unidade da escala termométrica Celsius;

v – volts (unidade de tensão elétrica);

Kv – Quilo volts (mil volts);

U – 238 – Isótopo de urânio com massa atômica 238 u m a;

U – 335 – Isótopo de urânio com massa atômica de 235 u m a;

GW – Giga watt (um bilhão de watts);

P&D – Pesquisa e desenvolvimento;

Kg – quilograma (unidade de massa);

Cal – Calorias (unidade de calor);

Kcal - Quilo caloria (mil calorias);

VA – Volt ampere (unidade de potência aparente);

KVA – Quilo volt ampere (mil volts amperes);

MVA – Mega volt ampere (um milhão de volt ampere);

Mol – Massa molar (massa de 6,02 x 10²³ átomos);

K – Kelvin (unidade termométrica de escala absoluta);

m³ - metro cúbico (unidade volumétrica);

Psi – Pound force per square inch, em português, libras por polegada quadrada

(unidade inglesa de pressão);

Psig – Medida em Psi ao nível do mar;

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Bar – Unidade inglesa de pressão;

SH – superaquecedor;

s – segundos;

RH – Reaquecedor;

mA – Miliampère (um milésimo de ampere);

PT – Transmissor de pressão;

TT – Transmissor de temperatura;

TF – Transmissor de fluxo;

IT – Instrução de trabalho.

J – joules (unidade de energia);

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 14

2- JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 15

1- OBJETIVOS ................................................................................................................................... 16

1.1 OBJETIVOS GERAIS .............................................................................................. 16

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 16

2 GERAÇÃO DE NERGIA ELÉTRICA ......................................................................................... 17

2.1 OS PRIMÓRDIOS DA GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ....................... 17

2.2 AS DIVERSAS FONTES PRIMÁRIAS DE ENERGIA. ............................................. 18

2.3 GERAÇÃO TERMOELÉTRICA DE ENERGIA. ........................................................ 19

3 O GÁS HIDROGÊNIO NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. ...................................... 22

3.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE O GÁS HIDROGÊNIO (H2). ..................................... 22

3.2 GÁS HIDROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ENERGIA. .............................................. 23

3.3 GÁS HIDROGÊNIO COMO FLUIDO REFRIGERANTE EM TURBOGERADOREs. 24

3.4 A CURVA DE CAPABILIDADE DOS GERADORES. ............................................... 26

4 A ENGIE E O COMPLEXO TERMELÉTRICO JORGE LACERDA ..................................... 29

4.1 A ENGIE. ................................................................................................................. 29

4.2 O COMPLEXO TERMOELÉTRICO JORGE LACERDA. ......................................... 30

4.3 A USINA TERMOELÉTRICA JORGE LACERDA B – (UTLB). ................................. 31

4.3.1 Caldeiras ......................................................................................................... 31

4.3.2 Turbinas. ......................................................................................................... 32

4.3.3 Os geradores. ................................................................................................. 33

4.3.4 Dados gerais da usina. ................................................................................... 36

4.3.5 O controle de temperatura do gás hidrogênio. ............................................ 34

5 ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE HIDROGÊNIO PARA UTLB E UTLA. ......... 38

5.1 A CENTRAL DE ARMAZENAMRNTO DE HIDROGÊNIO. ...................................... 38

5.2 O CONTROLE DE PRESSÃO E TEMPERATURA NA CENTRAL DE

HIDROGÊNIO. ................................................................................................................... 42

5.3 O ABASTECIMENTO DA CENTRAL DE ARMAZENAMENTO DE HIDROGÊNIO. . 42

5.4 CENTRAL DE ABASTECIMENTO DOS GERADORES DA UTLB. .......................... 43

5.5 O ABASTECIMENTO DE HIDROGÊNIO NOS GERADORES DA UTLB. ................ 45

5.6 AS PERDAS DE HIDROGÊNIO NOS GERADORES DA UTLB. ............................. 46

5.7 CONSUMO DE HIDROGÊNIO PELOS GERADORES DA UTLA. ........................... 47

6 IMPLANTAÇÃO DE UM SUPERVISÓRIO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO

DE HIDROGÊNIO DOS GERADORES DA UTLB (UNIDADES 5 E 6). ...................................... 52

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6.1 SISTEMA SUPERVISÓRIO DA UTLB. ................................................................... 49

6.2 O SISTEMA SUPERVISÓRIO DE CONSUMO DE H2. ........................................... 52

6.3 MONITORAMENTO CENTRAL DE ARMAZENAMENTO. ...................................... 53

6.4 MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA. ............... 52

6.5 CÁLCULO DE VOLUME (E MASSA) DE H2 NA CENTRAL. ................................ 54

6.6 ESQUEMA LÓGICO DO SUPERVISÓRIO PROPOSTO. ...................................... 56

6.7 MONITORAMENTOS DE CONSUMO DE H2 NOS GERADORES

CONSUMIDORES. ............................................................................................................. 57

6.8 HISTÓRICO DE CONSUMO DE HIDROGÊNIO PELOS GERADORES DA UTLB. 57

6.9 HISTÓRICO DE CONSUMO DE HIDROGÊNIO PELOS GERADORES DA UTLA . 62

6.10 ESQUEMA LÓGICO PARA O MONITORAMENTO DO CONSUMO DE H2 PELOS

GERADORES .................................................................................................................... 64

7 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................................... 69

8 RESULTADOS ESPERADOS. ................................................................................................... 71

9 CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 72

10 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 73

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1- INTRODUÇÃO

A ENGIE Energia, anteriormente GDF SUEZ, é um grupo empresarial

francês que atua na implantação e operação de usinas de geração de energia

elétrica. A companhia conta com usinas termoelétricas e hidroelétricas de grande

potência além de plantas de geração complementar de menor potência: Pequenas

Centrais Hidrelétricas (PCHs), plantas solares e eólicas. Totalizando 8790 MW de

potência instalada e operada pela companhia.

O projeto proposto visa ser implementado na Unidade Termoelétrica

Jorge Lacerda B – UTLB - (potência total instalada de 262 MW) pertencente ao

complexo Termoelétrico Jorge Lacerda, situado na cidade de Capivari de Baixo –

SC.

Os geradores do Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda possuem como

fluído de refrigeração interna gás hidrogênio (H2). O gás hidrogênio é armazenado

em uma central de armazenamento e é composta por uma bateria principal de 6

tanques e uma bateria reserva composta por dois tanques. A central de

armazenamento fornece gás para UTLA (Unidade Termelétrica Jorge Lacerda A) e

UTLB. A pressão deste gás no interior do gerador está associada a potência máxima

que cada equipamento é capaz de gerar (delimitado na curva de capabilidade). Nos

dois geradores da UTLB está pressão é de 2,0 Kgf/cm² para geração de 131 MW por

máquina.

A implementação de um supervisório para o sistema de abastecimento

de hidrogênio a ser instalado na sala de comando da UTLB, visa monitorar em

tempo real o consumo de H2 injetado nos geradores da UTLB indicando, de acordo

com a pressão dos tanques da central de H2, a necessidade emergencial de

abastecimento dos tanques principais da central de H2 assim como o consumo dos

tanques reservas (emergência). A proposta é estendível aos 4 geradores da UTLA

também consumidores da central de hidrogênio.

A proposta também se estende ao monitoramento dos gases nos próprios

geradores: n° de abastecimento, frequência de abastecimento e volume consumido.

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2- JUSTIFICATIVA

A inspeção dos níveis de pressão dos cilindros da central de hidrogênio é

feita uma vez por dia ao final do turno 3 (23h30 min as 7h30 min) pelo subchefe de

turno na própria central de H2. Não há verificação da pressão dos cilindros em

outros horários e nem há indicação de pressão e taxa de consumo do gás na própria

sala de comando. Assim a pressão (quantidade) do hidrogênio nos cilindros pode

cair a níveis muito baixos, no decorrer de duas leituras sucessivas, comprometendo

o abastecimento seguro dos geradores consumidores. Além dos geradores da

UTLB, os geradores da UTLA também são consumidores de mesma central de

abastecimento de hidrogênio.

A inspeção da central de hidrogênio é delegada a UTLB, porém os geradores

da UTLA são também utilizadores da central H2. Assim parte importante deste

trabalho é a indicação em tempo real e via supervisório da pressões nas baterias da

central. A indicação visa a solicitação imediata da recarga (AIR PRODUCTS)

bem como fornecer uma margem de segurança (número de abastecimento após

solicitação de recarga) para as unidades consumidoras.

Visando um monitoramento global o sistema supervisório proposto visa

inspecionar também o consumo de H2 pelos geradores, a quantidade de gás

abastecida, número e intervalo de recargas de cada gerador. Assim o sistema

proposto visa monitorar o consumo de H2 verificando continuamente se as perdas de

H2 estão dentro do máximo admissível (consumo dos analisadores de pureza e

absorção pelo sistema de óleo de selagem).

Terá também importância no quesito segurança que uma rápida queda de

pressão e intervalos curtos de abastecimento poderão ser indicativos de

vazamentos, bastante perigosos devido as características de inflamabilidade deste

gás.

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1- OBJETIVOS

1.1 OBJETIVOS GERAIS

Criação de um supervisório para a central de abastecimento de hidrogênio e

monitoramento do gás hidrogênio nos geradores da unidade.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Monitorar em tempo real e pressão nos tanques de H2 via supervisório;

Indicar (via alarme) baixa pressão na bateria principal e necessidade de

acionamento da AIR PRODUCTS para abastecimento;

Indicar via alarme entrada da bateria reserva;

Monitoramento da unidade consumidora;

Monitorar a frequência de abastecimento dos geradores;

Monitorar a frequência da taxa da queda de pressão de H2 nos geradores por

vazamento;

Aumentar os níveis de segurança em relação a utilização do H2.

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2 GERAÇÃO DE NERGIA ELÉTRICA

2.1 OS PRIMÓRDIOS DA GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Até o inicio do século 19 a eletricidade foi apenas objeto de curiosidade.

Conheciam-se os fenômenos da eletrostática e a eletricidade era tratado como um

fluido que emanava dos corpos eletrizados. Em 1746, Pieter van Musschenbroek

cria a garrafa de Leyden podendo armazenar energia de forma rudimentar

(semelhante aos atuais capacitores).

Em inglês Michael Faraday descobre a relação entre eletricidade e

magnetismo. Observou que movimentando um imã entre condutores em circuito

fechado fazia o ponteiro de um galvanômetro se movimentava e movimentado as

espiras de fio próximo ao imã também movimentava o ponteiro do galvanômetro, ou

seja, tendo movimento relativo entre os condutores e o campo magnético uma

corrente elétrica era indicada pelo galvanômetro.

Estavam abertas as portas para o uso da eletricidade como conhecemos

hoje, convertendo energia mecânica em elétrica. Os passos seguintes seriam dados

por Thomas Edson e em especial, Nicola Tesla. Tesla foi o inventor do motor elétrico

de corrente alternada e junto com Edson desenvolveu o primeiro gerador elétrico de

grande porte. A sociedade entre Tesla e Edson não durou muito devido a

discordância de ideias; Edson defendia a geração e distribuição de eletricidade em

corrente contínua e Tesla em corrente alternada. Tesla deixou de trabalhar com

Edson e aliou-se a George Whestenhouse. Teve inicio ao episódio que ficou

conhecido como batalha das correntes (ou batalha dos padrões): Edison defendendo

a utilização da corrente contínua e Whestenhouse e Tesla, a utilização da corrente

alternada. A utilização da corrente contínua esbarrava em limitações práticas: As

usinas precisavam ser instaladas juntas aos centros de carga devido ao

aquecimento e perda de tensão nos cabos. A corrente alternada defendida por tesla

apesar de oferecer maior perigo possibilitava a instalação das usinas longe dos

centros de carga. Além disso, a possibilidade de conversão da tensão através de

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transformadores e a invenção do motor de corrente alternada pelo próprio Tesla

consolidou a corrente alternada como padrão utilizado até hoje.

2.2 AS DIVERSAS FONTES PRIMÁRIAS DE ENERGIA.

Hoje a energia elétrica pode ser obtida de diversas formas sempre

utilizando uma forma de energia primária que será convertida em elétrica. A maior

parte da energia elétrica gerada no mundo tem como fonte primária a energia

química dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo e derivados) queimados em

usinas termoelétricas. A energia nuclear e os combustíveis fósseis se enquadram

nas energias não renováveis, pois o combustível utilizado não é em curto prazo

reposto na natureza. Em detrimento a estes, ganham cada vez mais espaços as

fontes renováveis de energia que não se esgotam (ou podem ser repostas em curto

prazo na natureza); são recursos ilimitados dentre os quais podemos a citar a

energia eólica, energia solar (termossolar e fotovoltaica) e energia de biomassa

(material orgânico). Outras energias renováveis estão em fase de desenvolvimento

como a geotermal e a mare motriz.

Uma característica importante das fontes renováveis é o menor impacto

ambiental, geralmente local. As energias renováveis não contribuem de forma

significativa para poluição atmosférica e a descarga excessiva de CO2 que segundo

os ambientalistas esta contribuindo para o efeito estufa e as mudanças climáticas.

Em contrapartida a geração de energia utilizando fontes fósseis de energia não esta

tão sujeita a sazonalidades quanto às fontes renováveis de energia.

No Brasil grande parte da energia elétrica é gerada em usinas hidroelétricas,

mas devido ao crescimento da demanda e secas prolongadas, nos últimos anos

voltou-se a investir em usinas termoelétricas como garantia de fornecimento de

potencia para o SIN (Sistema Integrado Nacional) com as reduções de carga das

hidroelétricas.

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2.3 GERAÇÃO TERMOELÉTRICA DE ENERGIA.

Como visto grande parte da energia utilizada no planeta tem origem nas

usinas térmicas. Estas usinas podem ser nucleares (termonucleares) ou de queima

em caldeiras (termoelétricas). Nestas últimas, um combustível líquido sólido ou

gasoso (anteriormente processado ou não) é queimado em uma caldeira onde a

água é aquecida e vaporizada e este vapor, passando por um estágio de

superaquecimento (gás sem umidade) é utilizado para acionar um turbogerador, ou

seja, um conjunto de turbinas ligadas acopladas ao gerador. Nas turbinas o fluído de

transferência vindo da caldeira (vapor superaquecido) executara trabalho mecânico

na forma de energia cinética rotacional. A rotação da turbina será transmitida ao

gerador e este convertera energia mecânica em eletricidade.

As caldeiras de grande porte das usinas termoelétricas são do tipo

aquatubulares (classificação quanto a circulação de água e dos gases). Quanto a

queima pode ser em grelhas (caldeiras para queima de biomassa, por exemplo) ou

em suspensão, como é utilizado para gases, líquidos atomizados e materiais sólidos

pulverizados.

Nestas caldeiras a água utilizada é previamente tratada e desmineralizada

para evitar o ataque dos sais nos metais dos tubos da parede d’água. Mesmo

durante o processo a qualidade da água é monitorada quanto a concentração de

sais, especialmente sílica.

Tomando como exemplo as termoelétricas a carvão, o processo de geração

de energia elétrica, de forma sucinta:

A caldeira é inicialmente acesa e aquecida com um combustível auxiliar –

óleo diesel ou óleo pesado. O aquecimento é gradual e segue uma rampa de

aquecimento dos metais. Estando a temperatura adequada o carvão previamente

moído em moinhos é soprado para dentro da caldeira, seco e arrastado pelos

ventiladores de ar primário. Tem inicio a queima do carvão na fornalha.

Simultaneamente os ventiladores de ar forçado fornecem o ar necessário para

combustão – ar secundário - (tiragem forçada) e para suprimento dos ventiladores

de ar primário. Na descarga de gases da caldeira atuam os ventiladores induzido.

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Devido ao efeito de sucção destes ventiladores as caldeiras trabalham com pressão

levemente negativa.

A água nos tubos da parede d’água é aquecida e vaporizada e esta mistura é

encaminhada para o tambor (quando houver). Neste componente, presente na

maioria das caldeiras subcríticas, a água e o vapor são separados. O vapor é

encaminhado para os superaquecedores e a água retorna para parede d’água por

circulação natural via dowcomers (ou circulação forçada através de bombas).

O vapor superaquecido, com pressão em torno de 110 Kgf/cm² e temperatura

em torno de 500°C, é canalizado para turbina de alta pressão. Após executar

trabalho na turbina de alta pressão o vapor é direcionado ou para turbina de baixa

pressão ou para os reaquecedores da caldeira. As caldeiras com ciclo de

reaquecimento, mais modernas, oferecem um rendimento térmico melhor. Neste

caso há também uma turbina de média pressão.

O vapor exaurido da turbina de alta pressão perde pressão e temperatura e é

direcionado para os reaquecedores onde ganha temperatura sem no entanto ganhar

pressão. Este vapor reaquecido é direcionado para turbina de média pressão

executando trabalho. Da descarga da turbina de média pressão o vapor é

direcionado para turbina de baixa pressão.

Da turbina de baixa pressão o vapor é condensado em condensador, a água

condensada é bombeada para o ciclo passando por aquecedores que utilizam como

fonte térmica extrações das próprias turbinas. A água aquecida é encaminhada para

o tanque de alimentação.

Do tanque de alimentação á água é bombeada para o tambor da caldeira,

passando antes pelo economizador (aquecedor que reaproveita o calor dos gases

da combustão), dando inicio novamente ao ciclo de água e vapor.

Em plantas antigas e de menor porte a caldeira não possuem ciclo de

reaquecimento e a turbina apresenta somente estágios de alta e baixa pressão.

Ainda dentro das caldeiras aquatubulares temos as caldeiras com queima

em grelha. As grelhas são esteiras no fundo da caldeira onde é depositado o

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material combustível. Estas caldeiras são utilizadas para queimas de materiais de

alta granulometria, como por exemplo, cavacos de madeira (biomassa)

Em usinas termonucleares o ciclo de água e vapor é similar, mas ao invés de

caldeira temos um reator nuclear como elemento gerador de calor. Num reator um

material radioativo como urânio enriquecido (U-238 e 0,7% de U-235 físsil) ou

plutônio 237 é bombardeado com neutros dando inicio a uma reação em cadeia

(controlada) de fissão com formação de elementos mais leves e desprendimento de

calor. A reação é controlada por absorvedores de neutros a base de grafite. O calor

desprendido aquece um circuito primário de água (em contato com o combustível e

pressurizada) que por sua vez ira vaporizar a água de um circuito secundário. Este

vapor é que acionara as turbinas e gerador.

A tensão de saída do gerador é elevada em uma subestação para tensões

mais elevadas como 230 Kv, por exemplo. Esta tensão é lançada nas redes de

distribuição.

Page 22: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

22

3 O GÁS HIDROGÊNIO NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA.

3.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE O GÁS HIDROGÊNIO (H2).

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante no universo embora não

seja o mais abundante na Terra, mas é um dos componentes da água. Apresenta-

se naturalmente na forma de um gás diatômico (H2) incolor, inodoro, insipido e

combustível. Nos últimos anos o gás hidrogênio despertou grande interesse

econômico devido a série de aplicações: na síntese e obtenção de materiais na

indústria e na geração de energia. Na Tabela 1 são listados algumas propriedades

físico químicas do gás hidrogênio.

Tabela 1 Propriedades físicas e químicas do gás hidrogênio.

Fonte: Wikipédia (acessado 10/10/2017)

O gás hidrogênio por ser combustível, e com elevado poder calorífico,

inflama-se facilmente na presença de ar atmosférico e fonte de ignição. Seu limite de

explosividade situa-se na faixa de 4% - 75,60% devendo haver sempre uma série de

cuidados na sua manipulação e armazenagem. O gás hidrogênio pode ser obtido

comercialmente, com elevado grau de pureza (tipicamente entre 98% e 99,5% de

pureza) apresentando quantidades traço de gás oxigênio e dióxido de carbono,

pelas seguintes rotas. Há várias formas de obtenção:

Eletrólise da água;

Reação de ácidos e bases com metais;

Nome e símbolo Gás hidrogênio, H2

Série química do H

Densidade 0,08988 g/ml

Massa molar 2,02 mol-1

Estado da matéria Gasoso a t. ambiente, líquido a -253°C

Ponto de fusão -259,1°C

Ponto de ebulição -252,76°C

Volume molar 11,42 x 10-6 m³/mol

Calor específico 3,48 cal/g.°C ou 14304J/kg.K

Condutividade elétrica

Condutividade térmica 0,1815W/(m . K)

Temperatura de alto ignição 500°C a 571°C

Poder energético 38 KWh/kg (gasolina 14 kWh/kg)

Page 23: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Reformação catalítica de gás natural (hidrocarboneto). As altas

temperaturas (700 a 1100ºC) o vapor de água reage com metano para

produzir monóxido de carbono e gás hidrogênio.

Este último método é o utilizado para produção de gás em massa para

utilização em processos industriais.

3.2 GÁS HIDROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE ENERGIA.

O hidrogênio tem despertado enorme interesse como fonte de energia limpa,

considerado por alguns como o combustível do futuro, possuindo vantagens em

relação aos combustíveis tradicionais:

Na sua queima, libera apenas água como subproduto da combustão (2H2 +

O2 → 2 H20)

Possui elevado poder calorífico (vide tabela);

Misturado a gasolina, por exemplo, aumenta seu poder calorífico e reduz a

emissão de poluentes no processo de combustão.

O gás hidrogênio pode ser utilizado diretamente para geração de energia

elétrica. Ele é utilizado como combustível em Células a Combustível com membrana

de troca iônica (PEMFC Próton Exchange Membran Fuel Cell). Nesta tecnologia

ocorre o processo inverso da eletrólise da água. O gás hidrogênio é oxidado em um

catalizador e os dois ânions H+ passam por uma membrana. No outro lado da

membrana os ânions H+ são reduzidos em um catalizador na presença de oxigênio

gasoso e como resultado obtém-se vapor de água, eletricidade e calor.

A tecnologia de células a combustível que utilizam hidrogênio tem encontrado

maior aplicação em veículos elétricos onde a célula a combustível atua como

bateria. O limitante da tecnologia tem sido a dificuldade em se armazenar o H2

(devido às altas pressões de armazenamento) e o peso e tamanho dos dispositivos.

Outra aplicação futura do H2 será em reatores nucleares de fusão, com

rendimento térmico muito superior aos reatores convencionais de fissão e mais

seguros, pois os produtos envolvidos são gás hidrogênio e hélio. Porém, nos

Page 24: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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reatores experimentais, a energia utilizada para fundir o gás hidrogênio é maior que

a energia produzida.

3.3 GÁS HIDROGÊNIO COMO FLUIDO REFRIGERANTE EM

TURBOGERADORES.

O hidrogênio também é aplicado na área de energia como fluido refrigerante

dos modernos geradores elétricos de alta potência. A utilização de hidrogênio para

refrigeração interna faz com que os geradores consigam gerar uma potência

considerável a mais do que simplesmente refrigerado a ar.

A técnica convencional de resfriamento é proporcionar a circulação de ar pelo

interior da máquina. Porém a partir de meados da década de 50 começou a ser

introduzido o conceito de resfriamento utilizando o hidrogênio, o que possibilitou o

desenvolvimento de turbogeradores de maior potência.

Com o aumento da eficiência na dissipação do calor pôde-se extrair uma

maior potencia para um mesmo volume de material. Em termos de relação peso

potência, em 1930 tinha-se 2,5 kg/KVA caindo para 0,5 Kg/KVA em 1980. Este

índice tende a cair para 0,2 Kg/KVA com o desenvolvimento de materiais

supercondutores. Hoje o uso do hidrogênio como fluído refrigerante é praticamente

indicado em todos os turbogeradores com potência nominal acima dos 100 MW.

Page 25: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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A Figura 1 abaixo mostra a evolução – aumento da potencia dos

turbogeradores – traçando um comparativo entre a refrigeração a ar e a gás

hidrogênio.

Fonte: LORA (2004)

Os geradores aquecem por diversos fatores: efeito joule gerado pelas

correntes de excitação, aquecimento dos mancais de deslizamento, aquecimento do

estator (armadura), efeitos magnéticos decorrentes de absorção de potencia reativa,

por exemplo.

Algumas propriedades fazem com que o gás hidrogênio seja adequado para o

resfriamento interno dos geradores, tais como:

Baixa viscosidade: o gás hidrogênio devido a seu pequeno peso molecular

não apresenta significativa força de atrito com a parte girante (e produção de calor)

devido a sua grande capacidade de escoamento.

Elevado calor especifico/ capacidade térmica: O gás hidrogênio possui um

calor específico de 3,4 cal/g°C, ou seja, absorve 1 calorias para aumentar 1 grama

de gás em 1°C. Por comparação, a água absorve apenas 1 cal para que o grama de

água tenha sua temperatura elevada de um °C. Portanto o gás hidrogênio tem maior

capacidade de absorver calor da fonte térmica para elevar sua temperatura de 1°C.

Alta condutividade térmica: o gás hidrogênio é o que possui maior

condutividade térmica entre os gases: 458,72 cal/(cm².s.°C). Em comparação: ar

0,026 J/(s.m²k) e água 0,61 J/(s.m².K).

Figura 1: Evolução dos turbogeradores com refrigeração a ar e a hidrogênio.

Page 26: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Atmosfera inerte: Inexistência de oxidação de partes metálicas em uma

atmosfera de hidrogênio.

Como principal desvantagem tem-se a periculosidade do manuseio de

hidrogênio devido a sua alta taxa de explosividade. Para evitar este contato durante

uma parada e manutenção do turbogerador é inserido um gás inerte, como o CO2,

para remoção do gás hidrogênio. Para recolocação de H2 o gerador é novamente

purgado com CO2 para remoção do ar e, após a purga completa do ar, o gás

hidrogênio é inserido ocupando o lugar do CO2.

Devido a elevada faixa de explosividade do gás hidrogênio e a manutenção

da eficiência térmica do gás, o hidrogênio e inserido e mantido no interior dos

geradores com elevado grau de pureza, na ordem dos 96% a 98,5% de pureza em

operações normais.

O hidrogênio também deve ser mantido seco motivo pelo qual se empregam

secadores de gás composto por materiais higroscópicos. Os secadores são ligados

ao gerador para circulação do gás.

3.3.4 A CURVA DE CAPABILIDADE DOS GERADORES.

A curva de capabilidade (Figura 2), ou carta de capabilidade, é o lugar

geométrico no plano cartesiano definido pelas potencias ativas e reativas que

apresenta os limites operativos de um gerador. Define até que potencia um gerador

pode trabalhar sem que a absorção de calor fique comprometida, provocando

sobreaquecimento. O carregamento de uma máquina além de sua capacidade pode

causar elevação de temperatura resultando em uma redução da sua vida útil.

A capabilidade de um gerador de alta potência é limitada pela temperatura. O

aquecimento dos componentes internos, devido a efeitos elétricos e mecânicos,

limita a capacidade de geração de energia de um gerador. Pode-se aumentar a

capacidade de geração de energia de forma segura retirando calor de seu interior

com um fluido refrigerante que apresente grande superfície de contato com as

partes internas. O gás empregado é o hidrogênio pressurizado, seco e com elevado

grau de pureza. A capabilidade do gerador fica limitada pela pressão do gás

refrigerante no interior do gerador.

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Geradores mais antigos podem ser refrigerados somente a ar tendo sua

capacidade de geração limitada pela temperatura. Em contrapartida geradora mais

moderna são refrigerados a gás hidrogênio (e a água - refrigeração de estator).

Fonte: IT – OP – UTLB – 01- 02- 202

Na curva de capabilidade e delimitada a capacidade de geração de potencia

ativa e reativa em função da pressão de hidrogênio. Exceder este limite operacional

implica em sobreaquecimento e comprometimento da vida útil da máquina.

Na refrigeração por gás hidrogênio, o gás circulante é forçado a passar por

um conjunto de trocadores de calor inseridos na carcaça do próprio gerador. No

interior de feixe tubular circula água tratada geralmente vinda do sistema de água de

refrigeração de mancais da usina.

Figura 2: Curva de capabilidade dos geradores da UTLB.

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Na Figura 3 esquema simplificado de circulação de água para os

refrigeradores de hidrogênio.

Fonte: do autor (2017)

Figura 3 - Diagrama simplificado da circulação de água nos refrigeradores dos

geradores da UTLB (sistema idêntico nos dois lados com 6 refrigeradores).

Page 29: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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4 A ENGIE E O COMPLEXO TERMELÉTRICO JORGE LACERDA.

4.1 A ENGIE.

A ENGIE anteriormente GDF SUEZ S.A é um grupo empresarial francês, o

segundo maior do mundo em ramo de energia. Atua na Geração, distribuição de

eletricidade, gás natural e energias renováveis. A empresa está presente em mais

de 70 países e no Brasil a ENGIE é a maior geradora privada de energia elétrica do

país operando uma capacidade instalada de 10290 MW em 32 usinas em todo

Brasil.

O grupo possui 90% de sua capacidade instalada no país proveniente de

fontes limpas, renováveis e com baixa emissão de gases estufa. A ENGIE inaugura

em dezembro de 2016 a 4ª maior hidrelétrica do país, a usina hidrelétrica Jirau com

3,75 GW de potência, localizada no Rio Madeira em Rondônia.

Apesar do foco do grupo ser energias renováveis, o parque gerador da

ENGIE conta com usinas termoelétricas a como a UTE Willian Arjona (a gás natural),

UTE Pampa Sul (em construção) e o complexo termoelétrico Jorge Lacerda, estas

duas últimas tendo como combustível o carvão mineral.

O complexo termoelétrico Jorge Lacerda, situado no município de Capivari de

Baixo SC é considerado o maior complexo termoelétrico a carvão da américa latina.

Em resumo os números globais da ENGIE:

Nº 1 na produção independente de energia;

117,1 GW de capacidade instalada;

8,1 GW em construção;

Nº 1 em serviços de eficiência energética;

Operações em 70 países;

Mil pesquisadores e especialistas em 11 centros de P&D.

Page 30: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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4.2 O COMPLEXO TERMOELÉTRICO JORGE LACERDA.

Localizado no município de Capivari de Baixo, o Complexo Termoelétrico

Jorge Lacerda tem sua história vinculada a mineração de carvão em SC. A região

sul de Santa Catarina desde os anos 30 é uma grande produtora de carvão devido

ao grande número de minas. Em 1941, na era expansionista de Getúlio Vargas,

para suprir a demanda interna e externa de aço, é criada a CSN (Companhia

Siderúrgica Nacional) que viria a ser grande consumidora do carvão catarinense.

Neste mesmo ano a carbonífera metropolitana passa a concessão da nina de

Siderópolis para a CSN.

Como o carvão catarinense não era apropriado para produção de coque foi

criado em 1943, no então bairro de Capivari pertencente a Tubarão o lavador para o

beneficiamento do carvão. O local foi escolhido pela proximidade com a linha férrea

e a grande oferta de água. Para suprir as necessidade do lavador é criada a UTCA

(Usina Termoelétrica Capivari) com 500 KW de potência, posteriormente ampliada

para 6 MW com um gerador mais moderno comprado pela CSN.

Com a diminuição da demanda de carvão catarinense para uso siderúrgico e

com a crescente necessidade de energia elétrica foi criada em 1957 a SOTELCA

(Sociedade Termoelétrica Capivari) que geraria uma potência estimada em 100 MW.

Em 1958 começam os trabalhos de construção, mas em 1962 é que

efetivamente tem inicio a construção da primeira unidade geradora, concluída em

1964 com 50 MW de potência. Neste mesmo ano as obras da unidade 2 já estão

bem avançadas.

Em 1965 a unidade 1 é inaugurada por Castello Branco e no ano seguinte a

unidade 2 é inaugurada ampliando a capacidade geradora para 100 MW.

Em 1968 é assinado contrato para construção das unidades 3 e 4, com

potência estimada de 66 MW cada. Neste ano a SOTELCA é incorporada pela

Eletrobrás através de sua subsidiária, a Eletrosul.

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Em 1973 a unidade 4 é sincronizada pela primeira vez. Com a entrada das

unidades 3 e 4 a UTLA atinge sua capacidade de fornecimento de 232 MW de

potência.

Nos anos de 1979 e 1980 entram em operação as unidades 5 e 6 da UTLB e

com a inauguração da última unidade geradora, UTLC, com 363 MW de potência o

complexo atinge a potencia geradora atual de 857 MW.

4.3 A USINA TERMOELÉTRICA JORGE LACERDA B – (UTLB).

A usina Jorge Lacerda B pertence ao Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda

e é composta por duas unidades geradoras de 156,2 KVA sendo 131 KW de

potencia ativa cada. Em 1974 antes mesmo da entrada definitiva em operação das

unidades 3 e 4 já havia o projeto para a construção das duas novas unidades, 5 e 6.

Em 1979 a unidade 5 foi sincronizada pela primeira vez. A unidade 6 foi oficialmente

inaugurada em dezembro de 1980.

As unidades da UTLB foram projetadas para entradas como usinas de

ponta para suprir picos de demanda.

4.3.1 CALDEIRAS

As duas caldeiras, com capacidade de produção de 415 ton/hora de produção

de vapor superaquecido (510°C), foram fabricadas pela tcheca Slovenske

Energeticke Strojarne e projetadas para queima de carvão mineral CE 4500

(pulverizado) com poder calorífico de 4500 Kcal/kg e teor de cinza entre 39% e 49%.

As caldeiras são de queima frontal e com ciclo de reaquecimento. Seu

sistema de queima conta com quatro filas de queimadores, com quatro queimadores

em cada fila. Além de carvão pode ser utilizado também óleo diesel e óleo

combustível como combustível de sustentação (partida e aquecimento). O carvão

pulverizado é fornecido por quatro moinhos de rolos, e cada moinho abastece uma

Page 32: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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fila de queimadores. Por sua vez cada moinho é alimentado por um alimentador,

cuja capacidade de fornecimento de carvão depende da carga da unidade, o carvão

é proveniente de silo. (total de quatro, um para cada conjunto alimentador e moinho).

O rendimento é em torno de 700 toneladas de carvão por MW. O carvão que

chega aos pátios do complexo é fornecido por minas de cidades da região sul de

Santa Catarina. O sistema de queima (moinhos, alimentadores e queimadores)

foram fornecidos pela alemã Babcock.

4.3.2 TURBINAS.

Cada gerador é acionado por um conjunto de turbinas – também fabricadas

pela tcheca Skoda - de três estágios de pressão. O estágio de alta pressão é de

fluxo reverso trabalhando com vapor a 510°C e 110 kgf/cm².

Na turbina de alta pressão o fluxo de vapor é controlado por quatro válvulas

parcializadoras e duas válvulas de bloqueio. A turbina de média pressão, também de

fluxo reverso, trabalha com vapor reaquecido a 510°C e 25 Kgf/cm² de pressão. A

turbina conta com duas válvulas interceptadoras.

A turbina de baixa pressão, o último estágio de acionamento, conta com fluxo

duplo e o vapor está a 110°C e 2,5 Kgf/cm². Da turbina de baixa pressão o vapor vai

para o condensador de onde o condensado retorno para o processo.

As turbinas contam ainda com sistema de aquecimento de flanges e sistema

de selagem e as entradas e extrações de vapor contam com sistema de drenos e

retenções para evitar ingresso de água no equipamento.

Page 33: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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4.3.3 OS GERADORES.

Os geradores da UTLB foram fabricados pela empresa tcheca Skoda. Com

potência nominal de 156,2 KVA/131 KW, refrigerados a hidrogênio, produzem

tensão nominal de saída de 13800 volts com frequência nominal de 3600 RPM (60

Hz).

Os dois geradores possuem potencia nominal, com pressão de 2 Kgf/cm² de

gás hidrogênio, de 156,25 MVA. Reduzida a pressão ao valor de 0.05 Kgf/cm² a

capacidade de geração fica reduzida a 83 MVA. Podem também ser refrigerados a

ar com potencia máximo também de 83 MVA. Na Figura 4, curva de capabilidade do

gerador da unidade 5 obtido do supervisório. Na Figura 5, a curva de capabilidade

do gerador da unidade 5 retirado do supervisório; na imagem a seta indica o limite

operacional (potência) que o gerador pode entregar em função dos 2,0 Kgf/cm² de

pressão de H2.

Fonte: do autor (2017)

Figura 4: Curva da capabilidade do gerador da unidade 6. A seta indica o

limite operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio.

Page 34: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Os geradores são do tipo auto excitados (originalmente haviam excitatrizes

acopladas aos eixos das máquinas). Cada gerador conta com um sistema de

excitação/ regulação de tensão RTX 400. A tensão de excitação é de 375v e

corrente de 1410A, com um fator de potencia de 0,84 com carga nominal.

4.3.3.1 O CONTROLE DE TEMPERATURA DOS GERADORES.

Na UTLB os geradores são refrigerados com gás hidrogênio de alta pureza.

Recomenda-se hidrogênio eletrolítico ou hidrogênio Técnico de qualidade A com

99,5% de pureza. Na falta deste, hidrogênio Técnico de qualidade B com pureza de

98%. O hidrogênio usado não deve conter mais de 0,5% de O2.

O hidrogênio aquecido, por sua vez, é resfriado pelo sistema de água de

mancais (água industrial) que circula pelos tubos dos seis refrigeradores que se

encontram no interior da carcaça do gerador.

No interior do gerador dois ventiladores no próprio eixo do gerador forçam o

gás a passar por entre os feixes tubulares dos refrigeradores localizados no interior

da carcaça da máquina. O gás circulante aquecido cede calor para água que esta

passando nos tubos.

A pressão nominal do gás no interior dos geradores é de 2,0 Kgf/cm². Com

pressão de hidrogênio de 1,80 Kgf/cm² atua no supervisório alarme de baixa

pressão. Os geradores podem trabalhar com pressões abaixo de 1,80 kgf/cm² e

potências próximas a nominal, porém, a extração de calor ficara ineficiente gerando

superaquecimento dos componentes internos da máquina. Excedido certo limite,

atuarão alarmes de alta temperatura.

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Na Figura 5 abaixo, detalhe da entrada e saída de água do refrigerador

lateral esquerdo do gerador n° 5.

Fonte: do autor (2017).

O controle da temperatura é feito manualmente através da abertura ou

fechamento de válvula manual situada no térreo da sala de máquinas. Esta válvula

controla o fluxo de água que circula pelos refrigeradores (Figura 7b).

Todos os seis refrigeradores possuem termômetros que registram a

temperatura de entrada e saída do gás hidrogênio. A seleção do refrigerador bem

como termômetro de entrada e saída é efetuado em chave seletora localizada no

painel vertical da sala de comando.

Na prática para o controle de temperatura, é selecionado o refrigerador

superior frontal (e temperatura de saída) – Figura 6a - no lado acoplado a turbina de

baixa pressão. Na saída deste refrigerador é que se verifica a maior temperatura do

gás.

Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta inferior) de água de um dos

resfriadores de hidrogênio do gerador da unidade 5 da UTLB. Fonte: autor.

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O controle é feito fechando ao abrindo de forma gradual a válvula manual de

água de mancais para os refrigeradores até que se atinja a temperatura ideal de

operação em torno de 40°C (temperatura da saída do gás no refrigerador superior

frontal).

Fonte: do autor (2017)

4.3.4 DADOS GERAIS DA USINA.

A UTLB foi concebida como uma unidade geradora para entrar em operação

em horários de picos de consumo, possuindo algumas peculiaridades como

aquecedor tubular (ar primário e secundário) e by pass das turbinas.

Cada unidade possui Trafo elevador de tensão de 13800 volts para 230 mil

volts para distribuição; Trafo de unidade (de 13,8 Kv para 6,3 Kv para serviços da

unidade) e de serviços gerais (que reduz a tensão de 230 Kv a 13,8 Kv para os

serviços internos da usina quando o gerador esta fora).

Figura 6: a) refrigerador superior do gás hidrogênio. b) válvula manual de água para resfriamento do hidrogênio.

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O sistema de resfriamento do condensador (água de circulação) é do tipo

aberta sendo a tomada d’água (canal de adução) afluente do Rio Tubarão.

Fonte: do autor (2017).

Figura 7: Vista das duas unidades geradoras da UTLB: unidade 6 a esquerda e unidade 5 a direita. Fonte: o autor.

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5 ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE HIDROGÊNIO PARA UTLB E UTLA.

5.1 A CENTRAL DE ARMAZENAMRNTO DE HIDROGÊNIO.

Atualmente os geradores da UTLB e UTLA são abastecidos por uma central

comum de armazenamento de hidrogênio sob a concessão da Air Products. No

casa de máquinas, próximos aos geradores, existe a possibilidade de se fornecer o

gás através de garrafas caso a central de armazenamento esteja indisponível.

A central é constituída de 6 cilindros (“titan tubes”) de 1,49 m³ interligados em

paralelo com pressão de trabalho de 2200 psi (pressão máxima de 2400 psi) e 2

cilindros de mesmas características que ficam como reserva. Estes vasos de

pressão são testados com pressão de 2400 psi, são também realizados testes de

emissão acústica, de ultrassom e partículas magnéticas. Na Figura 8 panorama

geral da central de armazenamento de hidrogênio.

Podemos citar como vantagem da central de hidrogênio em relação ao

método tradicional de abastecimento por garrafas, a questão da segurança.

Os cilindros foram retirados das áreas, evitando o risco do manuseio pelo

pessoal e acidentes com as instalações.

Fonte: do autor (2017)

Figura 8 - Central de armazenagem de hidrogênio nas proximidades da unidade 5 da UTLB.

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A saída de cada bateria esta associada duas retenções em série, um

manômetro e duas válvulas de alívio (uma como reserva), como mostrado na Figura

9.

Fonte: do autor (2017)

As saídas das baterias são direcionadas para caixa de controle antes da linha

de distribuição (Figura 10). Na caixa de controle estão as válvulas reguladoras de

pressão das baterias principal e reserva, válvulas de isolação, válvula de interligação

e manômetro da pressão de saída para distribuição.

Cada válvula reguladora conta com dois manômetros que indicam a pressão

antes (dos tubos) e após o ajuste de pressão. A pressão na válvula reguladora

ligada a bateria reserva fica ajustada para valor em torno de 8 Kgf/cm². Caso a

pressão fornecida pela bateria principal, após reguladora de pressão, fique abaixo

de 8 Kgf/cm² a válvula reguladora da bateria reserva libera o gás para manter a

pressão dentro do ajuste (pressão de saída da rede de distribuição).

Figura 9: Saída de cada bateria: 1: manômetro, 2: válvulas de segurança; 3: válvula de isolação e 4 retenções (da bateria reserva)

Page 40: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Na figura 10, temos os componentes de controle da central de H2 e no

detalhe a válvula reguladora de pressão utilizada na regulagem de pressão de saída

das duas baterias.

Fonte: do autor (2017)

A cada válvula redutora de pressão estes associados manômetros anteriores

e posteriores a válvula e uma válvula de segurança. Nas redutoras a pressão de

distribuição é ajustada para uma saída de aproximadamente 8 Kgf/cm². A bateria

reserva entra em linha quando a pressão da bateria principal esta em 600 psi. A

bateria reserva é colocada em linha pela ação da válvula reguladora de pressão que

detecta baixa pressão da bateria principal e libera o gás da bateria reserva.

No cilindro superior da bateria reserva, existe um termômetro (Figura 11) para

aferição da temperatura do gás. Este termômetro é representativo para os demais

cilindros da central e é utilizado inclusive para o cálculo do volume de gás fornecido

no abastecimento.

Figura 10: 1: válvula reguladora de pressão da B.P., 2: manômetro indicado da pressão de saída, 3: válvula reguladora de pressão B.R., 4: saída de gás para distribuição, 5: válvula de interligação das duas baterias. No detalhe, válvula reguladora de pressão.

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41

O termômetro é analógico de expansão a gás.

F

o

n

te: do autor (2017)

Da caixa de distribuição sai à linha de fornecimento que em seguida se

subdivide em duas: uma para UTLA e outra para UTLB. Cada linha possui uma

válvula de isolação, como mostrado na Figura 12.

Próximo à entrada das unidades a tubulação de transporte de hidrogênio é

encamisada como medida de proteção contra eventuais vazamentos.

Fonte: do autor (2017)

Figura 11: Termômetro de medição de temperatura do gás.

Figura 12: Saída da central de hidrogênio para UTLA e UTLB.

Page 42: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

42

5.2 O CONTROLE DE PRESSÃO E TEMPERATURA NA CENTRAL DE

HIDROGÊNIO.

A aferição das pressões e temperaturas da central fica a cargo da UTLB. Nas

baterias principal e reserva são verificados todos os dias pelo subchefe de turno

entre 5h30 e 6h30 da manhã, a pressão de saída para distribuição, temperatura do

gás e pressão dos cilindros. Os valores são anotados em planilha mensal de

controle e quando a pressão da bateria principal atingir o valor de 625 psi (45

Kgf/cm²) o almoxarifado devera ser avisado para que se solicite a Air Products a

recarga da central de hidrogênio.

No intervalo de 24h, entre duas leituras sucessivas, não e feito qualquer

controle (leitura) na central de hidrogênio podendo haver consumo anormal sem que

se tenha o devido controle.

5.3 O ABASTECIMENTO DA CENTRAL DE ARMAZENAMENTO DE

HIDROGÊNIO.

Repassado pela UTLB a necessidade de carga dos cilindros da central de

armazenamento para o almoxarifado, o mesmo entra em contato com a Air

Products para que seja feito o abastecimento. Definido em contrato, o prazo para o

abastecimento é de dois dias corridos a contar da data de solicitação. Geralmente é

enviado caminhão com carga máxima para e reabastecimento da central de

hidrogênio da UTLB/UTLA, e também se necessário, da UTLC. Cada carreta de

abastecimento, quando completamente cheia, transporta 4200 m³ a uma pressão de

2600 psi (180 BAR). Algumas vezes o caminhão está abastecendo outros clientes

passando pelo complexo para o abastecimento parcial das centrais de hidrogênio.

O volume abastecido é calculado em função da diferença de pressão nos

tubos da carreta, após o abastecimento. A massa e volume abastecidos são

calculados pela fórmula PV = nRT (será vista posteriormente em maiores detalhes),

contando também com o valor da densidade do H2 a 1 atm e 20ºC.

Page 43: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

43

As centrais de abastecimento de hidrogênio são abastecidas até a pressão

máxima de trabalho dos cilindros, em torno de 2100 psi e o faturamento é feito em

m³.

5.4 CENTRAL DE ABASTECIMENTO DOS GERADORES DA UTLB.

As duas centrais de abastecimento (Figura 13) da UTLB estão situadas no

andar térreo da sala de máquinas, logo abaixo dos geradores e são classificadas

como áreas com risco de explosão. A central serve para abastecer o gerador com

hidrogênio ou com gás carbônico quando o equipamento precisa ser purgado e até

mesmo ar. O sistema consiste de distribuição de gás carbônico, distribuição de

hidrogênio e um conjunto de válvulas (incluindo a válvula de distribuição) que

possibilitam:

Enchimento do alternado com CO2;

Enchimento com hidrogênio, em operação manual remota ou admissão

automática de hidrogênio para o alternador devido a queda de pressão;

Descarga do gás do alternador.

Nesta área estão também os seguintes equipamentos:

Baterias para garrafas de H2 e CO2. Ambas possuem válvulas de segurança

e a de CO2 possui sistema de aspersão de água para refrigeração dos

bocais das garrafas.

Analisadores de pureza de gás que verificam continuamente a pureza dos

gases no gerador: relação percentual entre H2 e CO2, H2 e ar e CO2 e ar

durante enchimento e esvaziamento do alternador. No modo normal de

operação os analisadores verificam continuamente a relação de ar no H2

(pureza do H2). Os analisadores conectados a extrações na válvula de

distribuição medem a composição do gás na saída do gerador dando uma

informação extada da pureza. Nos geradores da UTLB a pureza mínima

admissível é de 92%. Neste patamar será acionado alarme e necessidade

de purga do gerador com H2 fornecido por garrafas ou pela central de

armazenamento.

Page 44: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

44

Dois secadores de hidrogênio utilizados alternadamente (enquanto uma

opera o outro é posto para regenerar a sílica e ficar como reserva).

Válvula redutora de pressão pré-ajustada para 3 Kgf/cm².

Através da central de abastecimento podemos abastecer o gerador parado ou

em funcionamento, mantendo a pressão e a pureza.

Quando o gerador esta parado para manutenção, especialmente quando se vai

executar serviços a quente, é preciso retirar o hidrogênio purgando o gerador com

gás carbônico. Para a purga são utilizados 16 garrafas de CO2 com 25 kg cada, ou

seja, 400 kg de gás ou 200 m³.

Para recarregar o gerador com gás hidrogênio (caso a central de

armazenamento não esteja disponível) são necessários 55 cilindros de 6 m³ cada,

num total de 330 m³. Das 55 garrafas, 35 são para o enchimento da máquina, ou

seja, 210 m³. Vinte cilindros, 120 m³, ficam como reserva para cinco dias de

operação (reabastecimento para incremento da pressão e/ou pureza do gás) com

máximo escape admissível de 24 m³ / dia. Atualmente este mesmo volume de gás é

abastecido pela central de armazenamento de hidrogênio.

O abastecimento com CO2, quando necessário purgar o H2 do gerador, é

efetuado exclusivamente com garrafas.

Fonte: do autor (2017).

Figura 13: Central de abastecimento de H2 e CO2 da unidade 5 - UTLB

Page 45: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

45

Na Figura, foto parcial da central de abastecimento e em destaque alguns

componentes:

1) Válvulas de admissão de hidrogênio pela central de armazenamento;

2) Válvula redutora de pressão (de 8 Kgf/cm² para 3,0 a 3,5 Kgf/cm²).

3) Válvulas de abastecimento manual local e abastecimento remoto (válvula

elétrica).

4) Válvula de distribuição;

5) Válvula de abastecimento de CO2;

6) Linhas de descarga da válvula de distribuição para o gerador (inferior H2 e

superior CO2);

7) Bateria de cilindros de garrafas de CO2.

5.5 O ABASTECIMENTO DE HIDROGÊNIO NOS GERADORES DA UTLB.

Os geradores da UTLB trabalham com pressão de gás hidrogênio de 2,00

Kgf/cm² podendo trabalhar até mesmo com pressão de 0,05 Kgf/cm² desde que a

carga fique limitada a um máximo de 83 MW.

O abastecimento de gás hidrogênio (quando a pressão esta próxima de 1,90

Kgf/cm² acionando alarme quando em 1,80 Kgf/cm²) pode ser efetuado remotamente

via abertura de válvula elétrica, mas por questão de segurança a recarga é efetuada

com acompanhamento de operador de área externa na central de abastecimento.

Aberta a válvula elétrica por comando no quadro térmico (sala de comando) o

operador, na central de abastecimento, abre as válvulas manuais aguardando até

que a pressão chegue aos 2 Kgf/cm². Alcançada a pressão de 2 Kgf/cm² (indicada

na tela do supervisório nos painéis verticais) o operador externo é avisado para que

feche as válvulas manuais.

O volume de gás utilizado no abastecimento é calculado e salvo no relatório

de turno. Nos geradores da UTLB vale a seguinte relação. Cada 0.1 kgf/cm² (ou 100

gf/cm²) de acréscimo de pressão durante o abastecimento equivale a 4,8 m³ de gás

hidrogênio.

Page 46: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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5.6 AS PERDAS DE HIDROGÊNIO NOS GERADORES DA UTLB.

O gerador pode perder hidrogênio pelas vedações, pelo sistema de óleo de

vedação, juntas conexões, válvulas e pelos analisadores de pureza de gás.

O sistema de óleo de vedação veda as possíveis fugas de gás hidrogênio

através do eixo e mancais. Pelo óleo de vedação são perdidos em média 7 m³ por

dia. Existem dois sistemas de selagem: lado ar (selagem externa vedação em

contato com o ar) e lado hidrogênio (selagem interna vedação em contato com o gás

hidrogênio). O sistema de óleo de vedação é fechado e o hidrogênio absorvido no

contato com o óleo de selagem passa pelo tanque separador de hidrogênio de onde

este é eliminado junto com outros gases.

Os geradores quando estão prestes a ser preenchidos com gás hidrogênio,

passam por testes de estanqueidade, onde se podem avaliar as perdas para

posteriores reparos.

O gerador é testado com 4 Kgf/cm² de hidrogênio, estando parado ou no

virador, por um período de 24 horas. As perdas são calculadas conforme a IT – OP-

UTLB-01-02-202 (revisão 3) página 9.

O ensaio somente será considerado satisfatório se a fuga calculada ser

menor ou igual a 15,56 m³/dia (intervalo das 24h de ensaio), que representa o índice

de reposição esperado, operando-se a uma pressão de 2,0 Kgf/cm². No valor de

perda de 15,56 m³/dia já estão incluídas as perdas por absorção de hidrogênio pelo

óleo de vedação e através dos analisadores, respectivamente 7 m³/dia e 0,7 m³/dia

(em torno de 20 a 30 litros por hora).

As perdas de hidrogênio com o gerador operando a pressão de 2,0 Kgf/cm²

são calculados pela relação Q H2,0 = 3,9 x ∆P e operando com pressão reduzida de

0,05 Kgf/cm², Q H0,05 = 0,061 x ∆P, onde:

QH2,0: perda esperada de hidrogênio operando-se a 2,0 Kgf/cm²;

QH0,05: perda esperada de hidrogênio operando-se a 0,05 Kgf/cm²;

∆P: Queda de pressão esperada durante uma hora a pressão inicial de 2,0

Kgf/cm².

Page 47: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

47

A máxima perda tolerável de hidrogênio por fuga, com o qual o gerador ainda

pode operar, é de 24 m³ por dia.

5.7 CONSUMO DE HIDROGÊNIO PELOS GERADORES DA UTLA.

A central de armazenamento de hidrogênio fornece hidrogênio para UTLA e

UTLB. Apesar do monitoramento da central ser responsabilidade da UTLB, a maior

consumidora é a UTLA. Esta arca com 83% dos custos de reabastecimento da

central, ficando a UTLB com 17%. Tais como nos geradores da UTLB as perdas

estão nas válvulas, juntas, conexões e pelo sistema de selagem. Até o presente

momento não há qualquer controle do hidrogênio consumido pelas máquinas da

UTLA apesar de contarem com fluxômetros (Figura 14) instalados nas centrais de

abastecimento de cada gerador. Quando os fluxômetros entrarem em

funcionamento, haverá um monitoramento efetivo do consumo por unidade. Os

dados lidos pelo medidor de vazão serão enviados para o supervisório.

Além dos abastecimentos para normalização da pressão, há um maior

consumo também decorrente dos abastecimentos para o aumento de pureza, mais

frequentes nas máquinas da UTLA.

Nas 4 unidades da UTLA a pureza deve ficar em torno de 97%, com 95% é

feito purga para aumento da pureza. Com 94% é acionado alarme na sala de

comando e 90% bloqueia a unidade.

Nas unidades 1 e 2 a pressão de H2 é em torno de 1,40 Kgf/cm² e nas

unidades 3 e 4 a pressão fica em torno de 1,55 Kgf/cm² (com reabastecimento

quando a pressão cai para aproximadamente 1,52 Kgf/cm²).

Os Em cada unidade da UTLA está sendo instalado fluxômetros/ transmissor

de fluxo para o controle do volume de gás hidrogênio abastecido. Os instrumentos

são do tipo Coriolis (EMERSON com pressão máxima de 19 BAR, faixa de

temperatura de 240°C a 204°C como mostrado na Figura 14.

Page 48: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Até a conclusão deste trabalho, apenas o fluxômetro da unidade 4 da UTLA

tinha sido posto em funcionamento.

Fonte: do autor (2017)

Figura 14: Fluxômetros/transmissor de fluxo tipo coriolis que será utilizado para controle de abastecimento dos geradores da UTLA.

Page 49: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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6 O SISTEMA SUPERVISÓRIO

6.1 SISTEMA SUPERVISÓRIO DA UTLB.

A sala de comando da UTLB conta com sistema supervisório anexo aos

painéis verticais, tanto para unidade 5 quanto para unidade 6, onde é possível

acompanhar em tempo real os principais parâmetros dos diversos sistemas da usina

tanto da caldeira quanto do ciclo térmico. Por exemplo, podem ser monitorados em

tempo real:

Temperatura e pressão da rede principal de vapor (SH e RH);

Temperatura e pressão do ar e dos gases da caldeira;

Temperatura do classificador dos moinhos e carga dos alimentadores;

Temperatura pressão e vazão de condensado;

Pressão e temperatura nas turbinas e monitoramento de vibrações;

Pressão e pureza do hidrogênio no interior do gerador.

Estes e outros parâmetros estão distribuídos em quatro telas no painel

vertical: Ar e gases, Água e vapor, Moinhos e Turbina (Figura 15).

Fonte: do autor (2017).

Figura 15: Telas do supervisório da unidade 6 da UTLB.

Page 50: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Há também supervisório para curvas de tenências (de pressão temperatura

dos principais sistemas da usina) e temperatura da fornalha (supervisório do sistema

de pirometria acústica).

Cada monitor está ligado a um computador que roda o software Elipse E3

(ferramenta SACADA – Supervisory Control and Data Aquisition - para

monitoramento e controle de processos). O Elipse oferece recursos avançados de

programação e conectividade com mais de 400 equipamentos.

Ao supervisório chegam informações vindas do elemento sensor, após passar

por um conversor analógico digital.

A maior parte das indicações dos supervisórios é de temperatura, pressão e

fluxo. Uma indicação de pressão, por exemplo, faz o seguinte percurso até chegar à

tela do supervisório: A pressão é lida por um sensor e este sinal é convertido em

sinal elétrico em um conversor, geralmente em sinal de corrente de 0 a 20 mA. O

sinal analógico chega até a sala de reles de onde é distribuído. Da sala de reles o

cabeamento transporta o sinal até a sala de comando para dentro dos GBs

(divisórias do painel vertical da sala de comando).

Na sala de comando, cada unidade conta com 11 GBs (Gabinete B) onde estão as

telas dos supervisórios.

Fonte: do autor (2017)

Figura 16: Esquema simplificado do percurso do sinal emitido por transmissor até a tela do supervisório.

Page 51: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Nos GBs os sinais são convertidos de sinais analógicos para sinais digitais e

endereçados para que possa ser acessado pelo software supervisório (Figura 16).

As pressões de hidrogênio dos geradores (unidades 5 e 6) são indicadas na

tela “turbina” de cada unidade. Esta pressão é lida pelo transmissor de pressão

PT_170A, presente tanto no gerador das 5 quanto no da 6 (cada unidade conta com

um segundo transmissor, PT_170B, que indica pressão na mesa térmica) Na Figura

17, detalhes dos dois transmissores. Os valores de pressão enviados pelo PT_170A

e lidos no supervisório são salvos em banco de dados em intervalos de

aproximadamente 1 hora.

Os dois transmissores de pressão estão localizados abaixo do gerador

próximo aos refrigeradores de óleo de selagem

Fonte: do autor (2017).

Figura 17: Transmissores de pressão do gás hidrogênio no interior dos geradores.

Page 52: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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7 IMPLANTAÇÃO DE UM SUPERVISÓRIO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE HIDROGÊNIO DOS GERADORES DA UTLB (UNIDADES 5 E 6).

7.1 O SISTEMA SUPERVISÓRIO DE CONSUMO DE H2.

O sistema supervisório proposto será composto de duas partes,

monitoramento da central de armazenamento e monitoramento nos geradores.

7.2 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA.

A UTLB conta com pessoal capacitado para a implementação (escrita) do

software de monitoramento (plataforma elipse instalado nos computadores) e

definição alarmes, dentre outros serviços técnicos relacionados.

Os custos mais elevados estariam na instalação dos transmissores na

central de armazenamento de H2, que poderá ser bancado pela empresa ou pela Air

Products, como for acordado entre ambas.

Para a aquisição de dados de temperatura e pressão será necessário a

instalação, junto a central, de um transmissor de temperatura e três transmissores

de pressão, cujos aparelhos estão sugeridos e ilustrados na Tabela 2. Os

transmissores poderão ser alocados em gabinete hermético fixado na parede frontal

de alvenaria da central, como medida de proteção dos equipamentos. Até este

gabinete será levados cabeamento de alimentação dos aparelhos, tomada de

pressão (conectado ao ponto onde estão roscados os manômetros locais) e cabo do

termopar para aquisição da temperatura.

A maior parte dos materiais há em estoque. O maior custo é necessidade

de aquisição dos transmissores (caso não haja em estoque):

Dos geradores da UTLA, como complemento importante para o controle de

consumo da central, deverão ser obtidas as informações de fluxo dos fluxômetros

ligados ao abastecimento de cada gerador.

Page 53: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

53

Os valores de fluxo de gás lidos pelos aparelhos serão mostrados nas telas

dos supervisórios da UTLA e devem ser trazidos para UTLB (sala de reles) para

serem direcionados para o supervisório proposto.

Sugere-se também, para aumentar a confiabilidade sobre a quantidade de

gás utilizado nos abastecimentos das máquinas da UTLB, a instalação de

fluxômetros (mesmo modelo utilizado na UTLA) na linha de abastecimento

(sugestão: após válvula de suprimento do sistema de distribuição).

A princípio será assumida a relação pressão e volume: 0,100 Kgf/cm²

equivalente a admissão ou perda de 4,8 m³ de H2.

Tabela 2: Transmissores de temperatura e pressão.

Fonte: do autor (2017)

Page 54: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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7.3 MONITORAMENTO NA CENTRAL DE ARMAZENAMENTO.

Monitoramento/leitura da temperatura e pressão do H2 na bateria principal

(Pp) e reserva (Pr) e monitoramento na pressão da rede de distribuição(PRD). Com

alarmes:

Baixa pressão na bateria principal ALARME e informe solicitação de

abastecimento. (Pp ≤ 625 psi);

Entrada de bateria reserva ALARME (Pr ≤ 400 psi);

Baixa pressão na rede de distribuição ALARME (PRD < 8 Kgf/cm² / 114 psi).

Para implementação desta parte do sistema é necessário (já discutido em

investimentos) a aquisição dos dados de pressão e temperatura da central de

armazenamento. Com estas informações pode-se calcular, em tempo real, o volume

(e massa) de gás na centra.

7.3.1 CÁLCULO DE VOLUME (E MASSA) DE H2 NA CENTRAL.

O cálculo do volume de hidrogênio nos tubos da central de armazenamento

podem ser calculados, implementado no próprio supervisório, pela fórmula

termodinâmica PV = nRT (utilizando os valores de temperatura e pressão dos

transmissores) e pela densidade do hidrogênio.

Na fórmula PV = nRT:

R: constante dos gases perfeitos. Como a massa molecular do H2 é pequena

podemos aproximar o gás hidrogênio dos tubos como um gás perfeito. Aqui será

adotado R = 0,0820574587 (L. atm)/(K. mol).

n: número de moles;

P: pressão em atm (posteriormente convertida para psi).

V: volume em litros;

T: temperatura em kelvin.

Page 55: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Na central de armazenamento V é o volume geométrico de cada tubo (1,49

m³), P é a pressão interna de cada tubo e T é a temperatura interna do gás.

Este cálculo será implementado no supervisório para fornecimento de

informação complementar de massa e volume de H2 nos tubos da central.

Tomamos como exemplo, calcular a massa e volume de H2 na central com: P

= 2100 psi a 20°C.

V = 1,49 m³ ou 1490L (definido pelo fabricante);

T = 20°C ou 293,15 K; (medido);

P = 2100 psi ou 142,896524 atmp (medido);

Massa molar (mol): 2,01588 g/mol;

R = 0,0820574587 (L. atm)/(K. mol).

m = massa de gás a ser calculada no volume em questão.

𝑃𝑉 = 𝑚

𝑚𝑜𝑙 𝑅𝑇 Isolando a massa m =

𝑃𝑉.𝑚𝑜𝑙

𝑅𝑇

m = 142,896524 .1490.2,01588

0,0820574587.293,15 , m = 17842,88 g → 17,843 kg.

Massa total será de 6 x 17842,88 = 107057,28 ou 107,05728 Kg nos 6 tubos da

bateria principal.

Para o volume consideramos a densidade do hidrogênio DH2 = 0,082 Kg/m³.

Se 1 m³ → 0,082 Kg, em 107,05728 Kg teremos um volume (a 1 atm) de

aproximadamente 1305,6 m³.

Page 56: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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7.3.2 ESQUEMA LÓGICO DO SUPERVISÓRIO PROPOSTO.

A Figura 18 ilustra a lógica proposta para a primeira parte do supervisório,

monitoramento das pressões e volumes de gás na central de armazenamento

(bateria principal e reserva). Na figura foram omitidas válvulas de interligação,

válvulas de segurança e conexão com os caminhões de abastecimento.

Temos os estabelecimentos de alarmes: de baixa pressão na rede (valor que

deve ser ajustado e testado), alarme de baixa pressão na bateria principal; e alarme

de entrada de bateria reserva.

Outra parte visa o cálculo de volume de H2 na central com base nas

informações de pressão e temperatura. Os valores de pressão e temperatura devem

ser convenientes transformados para utilização da relação PV = nRT. Esta

determinação de volume complementa o segundo módulo de supervisão nos

geradores.

Fonte: do autor (2017).

Figura 18: Esquema da leitura e processamento dos valores de pressão e temperatura obtidos da central de armazenamento de H2.

Page 57: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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Na Figura: B.P.: Bateria Principal, B.R.: Bateria Reserva P: pressão, T:

temperatura, PT: transmissor de pressão, TT: transmissor de temperatura, m: massa

(de H2), V: volume (de H2).

7.4 MONITORAMENTOS DE CONSUMO DE H2 NOS GERADORES

CONSUMIDORES.

O segundo módulo a ser implementado na tela de um supervisório corresponde

ao monitoramento de consumo de cada máquina individualmente:

o Monitoramento do volume admitido por abastecimento;

o Monitoramento do consumo em um intervalo de 24h (dentro da média

determinada pelo histórico de consumo);

o Monitoramento do intervalo entre abastecimentos sucessivos;

O consumo de cada máquina devera ser mostrado na tela do supervisório,

gravado no supervisório, num período entre duas recargas sucessivas. Pode-se

determinar o valor percentual de consumo de cada máquina sobre o volume da

central de H2.

Ativado alarme de baixa pressão na bateria principal (solicitação de recarga),

determinar o número de recargas possíveis para cada máquina, com base no

histórico de consumo no intervalo entre dois abastecimentos. Este número será

recalculado caso seja feito algum abastecimento de gerador até a recarga da central

(chegada do caminhão de abastecimento da Air Products).

Na UTLB os dados de pressão interna de gás no gerador são salvos com

periodicidade de 1h00.

7.5 HISTÓRICO DE CONSUMO DE HIDROGÊNIO PELOS GERADORES DA

UTLB.

Na UTLB, através do supervisório, é possível resgatar o gráfico da pressão

de hidrogênio no gerador (gravado por hora) num intervalo de ate três anos (e

períodos maiores consultando os backups, executados periodicamente). Na UTLA

este resgate fica limitado a um mês . Nestes gráficos é possível identificar os ciclos

Page 58: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

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de abaixamento de pressão e reabastecimento bem como eventuais anomalias na

pressão.

Estas informações gráficas serão importantes na elaboração conceitual e

programação do software supervisório bem como informações entre os intervalos

entre reabastecimentos, média de consumo de gás etc.

Através do gráfico podem-se determinar os ciclos normais de perda de

pressão (perda média de gás em 24h) e reabastecimento de todas as máquinas,

contando também com os dados do fabricante. Nas figuras abaixo são mostradas as

variações de pressão de H2 num intervalo de 3 meses (Figura) e em 24 horas

(Figura) no gerador da unidade 5.

Fonte: do autor (2017).

Gráfico 1: Variação de pressão do H2 no gerador da unidade 5 num intervalo de aproximadamente 2 meses.

Page 59: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI EM ...€¦ · operacional da máquina definida pela pressão de hidrogênio. 33 Figura 5: Entrada (seta superior) e saída (seta

59

Os gráficos de pressão da unidade 6 apresentam tendências semelhantes,

pois as duas máquinas são idênticas.

O gráfico de pressão de H2 permite obter um histórico de funcionamento do

gerador: No Gráfico 1 durante o intervalo 1 (dia 22/07 a 31/07) o gerador esteve

parado e o hidrogênio foi purgado. No intervalo 2 (11/08 a 13/08) houve parada de

máquina e a pressão de H2 caio a 1,53 Kgf/cm² e no intervalo 3 (18/08 a 20/08) o

gerador também esteve parado com a pressão de H2 até 1,51 Kgf/cm².

Com exceção destes três intervalos temos funcionamento normal do gerador

com ciclos de queda de pressão e abastecimento.

Do Gráfico 2 foi retirado um intervalo representativo de 24 horas, do dia

02/08/2017 a 03/08/2017. No intervalo das 13h18 min do dia 02 até às 13h16 min do

dia 03/08/2017 observa-se dois abastecimentos e duas descargas parciais.

No Gráfico 3, ciclo de queda de pressão e reabastecimento do gerador da

unidade 6 no intervalo de 18 dias, do dia 5/07 a 23/07.

Fonte: do autor (2017)

Gráfico 2: Variação de pressão em 24h no gerador da unidade 5.

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60

F

o

n

t

e: do autor (2017).

As tabelas contendo as informações de pressão de hidrogênio dos geradores

(extraídos do supervisório) foram fornecidas pelo departamento de instrumentação

da usina. Os dados foram plotados e analisados no software ORIGIN 8.

Analisando os gráficos de consumo de hidrogênio em período de

funcionamento normal dos geradores pode-se determinar o intervalo médio entre

duas recargas. Na unidade 5 foi analisado intervalo de 01/07/2017 a 18/07/2017 do

Gráfico 1 (período sem anormalidades com carga de 110 MW) e chegou-se a um

tempo médio de 17h00 entre dois abastecimentos consecutivos. Na unidade 6,

pela análise de gráfico 3 no período de 30/7 a 20/8, chegou-se a um intervalo

médio de 17h50min. Estes intervalos podem variar de algumas horas para mais ou

para menos dependendo também do ajuste da temperatura devido ao fornecimento

de potencia reativa, que afeta a temperatura e consequentemente a pressão.

Gráfico 3: Variação da pressão de H2 (18 dias) no gerador da unidade 6.

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No Gráfico 4 tem-se a variação de pressão (despressurização e recarga) num

período de 24h do gerador da unidade 6.

Analisando os gráficos mensais de consumo de H2 das unidades 5 e 6,

podem-se obter os seguintes valores médios de variação de pressão e variação de

volume de H2 em intervalos de 24h, mostrados na Tabela 2:

Fonte: do autor (2017)

Gráfico 4: Variação de pressão em 24h no gerador da unidade 6.

Tabela 2 Variações médias de pressão e volume de H2 nos geradores das unidades 5 e 6 em intervalo de 24h.

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Nas unidades 5 e 6 o volume de gás dentro dos geradores é função da

pressão, e segundo o fabricante (Skoda) o volume de gás pode ser determinado

pela relação 0,100 kgf/cm² para 4,8 m³, ou seja, se a pressão baixa de 0,100

Kgf/cm² significa perda de 4,8 m³. Para calcular o volume de gás abastecido a lógica

é a mesma, o acréscimo de 0,100 Kgf/cm² corresponde a 4,8 m³ abastecidos.

Na prática a pressão não é unicamente função do volume de gás no interior

do gerador, também há a contribuição da temperatura (fornecimento de reativo,

temperatura da água de circulação etc.).

7.6 HISTÓRICO DE CONSUMO DE HIDROGÊNIO PELOS GERADORES DA

UTLA

Os geradores da UTLA são os maiores consumidores de gás da central de H2,

porém não existe controle sobre o consumo individual de cada máquina. Já estão

instalados fluxômetros/ transmissores de fluxo para determinar o consumo individual

dos geradores da UTLA. Até a conclusão deste trabalho o fluxômetros na unidade 4

está em fase de testes.

Portanto não se tem até o momento como determinar a quantidade que cada

unidade consome individualmente. Tal como na UTLB, pode-se obter via

supervisório, histórico de consumo de H2 utilizado na normalização da pressão de

trabalho e incremento de pureza em cada máquina. Pode-se obter valores de

pressão em uma determinada data e horário O gráfico 5 mostra o histórico de

consumo do gerador da unidade 4 da UTLA em um período de aproximadamente

um mês. O gráfico 6 refere-se ao gerador da unidade 1.

O gerador da unidade 3 é semelhante ao gerador da unidade 4 (construtiva e

operacional) e o gerador da unidade 1 é semelhante ao gerador da unidade 2

(construtiva e operacional). Este último estava em manutenção durante a execução

deste trabalho.

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Os gráficos de histórico de consumo dos geradores da UTLA são bastante

irregulares, se comparados com os da UTLB, em decorrência do maior número de

abastecimentos para normalização de pressão e incremento de pureza do gás.

Assim os gráficos somente não fornecem dados importantes para implementação de

uma rotina de supervisão (via supervisório) de intervalo de abastecimento e

consumo de gás. Isso somente será viável com o funcionamento dos fluxômetros.

Fonte: do autor (2017)

Gráfico 5: histórico de consumo de hidrogênio (pela variação de pressão) do gerador da

unidade 4 da UTLA.

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No gráfico do gerador da unidade 1 pode-se notar uma grande oscilação de

pressão, atribuídos a diversos fatores: paradas frequentes, fugas de H2, reposição

de pureza etc.

Fonte: do autor (2017)

7.7 ESQUEMA LÓGICO PARA O MONITORAMENTO DO CONSUMO DE H2

PELOS GERADORES

Na Figura 20 ilustra a lógica adotada para o controle de consumo de gás

nos geradores da UTLB. Este módulo deverá ser implementado na mesma tela de

monitoramento da central de armazenamento de H2. A determinação do volume

abastecido depende dos sinais de abertura e fechamento da válvula elétrica

comandada da mesa térmica (ou outros sinais que coincida com o inicio e o fim do

abastecimento). O período de 17h00 foi determinado através dos históricos de

abastecimento (ver Tabela 2). A determinação desta média entre intervalos de

Gráfico 6: histórico de consumo de hidrogênio (pela variação de pressão) do gerador da unidade 1 da UTLA.

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abastecimentos poderá ser determinada no próprio supervisório, com maior

confiabilidade.

O controle adequado do volume de gás abastecido nos geradores seria mais

eficiente com emprego de fluxômetros, semelhante aos que estão em fase de

implementação nas unidades da UTLA.

O volume abastecido é determinado pela relação 0,100 Kgf/cm² equivalente a

um volume de gás de 4,8 m³, validos para os geradores Skoda de 48 m³. O valor da

pressão de gás nos geradores já é mostrado no supervisório, transmitido pelo

transmissor de pressão PT_170A (elemento PT do fluxograma).

Os volumes bastecidos são somados e gravados entre duas recargas, ou

seja, dois intervalos com pressão da bateria de hidrogênio no seu valor máximo

(2100 psi). Com isso pode-se determinar o consumo de cada máquina

individualmente. Também determinação do valor médio de cada carga em cada

intervalo de carga máxima da central.

Deve-se levar em consideração também uma rotina de verificação do volume

perdido (e admitido via recarga) em intervalo de 24h00 para cada máquina.

Os valores médios de consumo em 24h00 foram determinados para os

geradores da UTLB, pelos gráficos de histórico de consumo (Tabela 2), condizentes

com os valores esperados da IT (IT-OP-UTLB-01-02-202) quando em funcionamento

normal.

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Segundo esta IT, os valores esperados normais de fuga são de 7 m³/ dia pelo

óleo de selagem e 0,7 m³ dia pelos analisadores de gás.

Fonte: do autor (2017)

Na Figura 21, diagrama da lógica para o supervisório de controle de consumo

de H2 pelos geradores da UTLA. Com os fluxômetros em funcionamento o volume

abastecido é facilmente calculado pelo valor do fluxo de gás e tempo de

reabastecimento. A rotina de operações é a mesma que a utilizada para os

geradores da UTLB.

Figura 19: Esquema lógico da parte do supervisório destinado ao controle do H2 nos geradores da UTLB.

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A sugestão é que o monitoramento nos geradores da UTLA sejam feitos no

mesmo software supervisório locado na sala de comando da UTLB (controle da

central de abastecimento e dos geradores #5 e #6) tendo em vista a viabilidade de

transporte dos sinais para a sala de reles da UTLB.

Fonte: do autor (2017)

Na Figura 22, esquema lógico da rotina para a determinação do volume

abastecido em 24h00. Em 0:00 e em 24:00 é verificado se há um abastecimento em

Figura 20: Esquema lógico da parte do supervisório destinado ao controle do H2 nos geradores da UTLA.

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curso para gravar a variação de pressão apenas dentro do intervalo de 24:00. Em 24

os volumes abastecidos são somados e o total é salvo.

Fonte: do autor (2017)

Figura 21: esquema lógico para implementação de rotina para determinar volume (V) abastecido em intervalo de 24h00.

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8 REVISÃO DA LITERATURA

O gás hidrogênio, devido a seu baixo peso molecular é de difícil

estanqueidade e a fuga mesmo que pequena pode se agravar pelas juntas e

vedações mesmo especialmente ajustadas para este tipo de gás.

Outro grande problema que pode dar origem a vazamentos nas tubulações

que transportam o gás hidrogênio é o chamado Fragilização por Hidrogênio,

principalmente em partes de aço expostas ao gás. O processo é bastante lento, mas

não desprezível e pode ser causa de vazamentos a princípio imperceptíveis, mas de

aumento gradual.

Segundo NEUSA e DUBERNEY, o fenômeno da fragilização por hidrogênio é

definido como a diminuição da ductilidade pela entrada de hidrogênio atômico no

metal; aços com alta resistência são muito vulneráveis, como os aços temperados e

revenidos ou endurecidos por precipitação. A perda de ductilidade só é observada

com a realização de ensaios de corrosão sob tensão com velocidade de deformação

lenta. A entrada de hidrogênio no metal afeta o limite de resistência à tração, mas

não há uma perda de resistência ao impacto aparente, cujo ensaio não deve ser

usado para avaliar o grau de fragilização nessas condições.

Ainda segundo periódico especializado do grupo Linde: Alguns tipos de aço

podem ser danificados pelo hidrogénio sob determinadas circunstâncias, por

exemplo, quando estão presentes falhas de produção (fissuras, revestimentos). É

por isso que os materiais utilizados em instalações de hidrogénio têm de ser

selecionados por peritos familiarizados com as condições de funcionamento

específicas. Para além dos materiais metálicos, também podem ser utilizadas

borrachas e plásticos em instalações de hidrogénio.

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Assim a estanqueidade de hidrogênio é bastante complexa e a checagem

periódica dos locais e redes de transporte de gás faz-se necessário.

O sistema supervisório proposto destina-se também ao auxilio da avaliação

de possíveis vazamentos indicados por quedas de pressão e consumo excessivo de

gás.

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9 RESULTADOS ESPERADOS.

Com a implementação do sistema supervisório proposto haverá um controle mais

eficiente no volume de gás hidrogênio pelas unidades consumidoras. Pode-se a partir de

informações de consumo dos geradores, detectar eventuais fugas ou o consumo demasiado

de gás.

Importante também no quesito segurança, visto que consumos excessivos de gás

podem ser indicativos de vazamento, muito perigoso por se tratar de um gás com elevada

faixa de explosividade.

Portanto o projeto possui excelente custo benefício, visto que os equipamentos e

serviços são relativamente baratos e já se conta com equipe capacitada na própria usina

para execução da maior parte dos serviços.

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10 CONCLUSÃO

O período de estágio vivenciado no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda,

em especial na UTLB, permitiu um grande aprendizado sobre a geração de energia

elétrica, reforçando os conhecimentos teóricos aprendidos no curso com os

conhecimentos práticos adquiridos das atividades diárias da usina.

A vivência diária com os colaboradores de diversos setores da usina, em

especial o setor de operação e instrumentação possibilitou-me uma ampla visão

sobre este processo industrial tão envolvente que é a geração termelétrica de

energia. Ética profissional e companheirismo também foram valores vivenciados com

muito proveito.

Política adotada pela empresa, como uma empresa de grande porte, é o

controle e monitoramento eficiente e em tempo real dos processos envolvidos na

geração de energia, aplicando tecnologias de ponta minimizando gastos, esforço

humano e tempo de resposta a eventuais problemas. Contam-se também os

cuidados na prevenção de acidentes e danos ambientais.

Nesta linha de pensamento é que foi pensado o desenvolvimento de um

supervisório para o monitoramento do gás hidrogênio nos geradores e controle de

consumo da central de armazenamento. Supervisionar o consumo para se evitar

falhas nos abastecimentos e eventuais detecções de vazamentos por perdas

excessivas de gás.

Os materiais e equipamentos como transmissor de pressão, transmissor de

temperatura, transmissores de fluxo e cabeamento e mãos de obra estão

disponíveis no próprio complexo. O complexo conta também com mão de obra

especializada para execução total ou parcial do projeto proposto.

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REFERÊNCIAS

FITZGERALD, A. E. Charles Kingsley Jr. e Stephan D. Umans. Tradução Anatólio

Laschuk. Máquinas Elétricas. 6ª ed. Editora Bookman, Porto Alegre, 2006.

LORA, Electo Eduardo Silva e Marco Antônio Rosa do Nascimento. Geração

termelétrica: planejamento, projeto e operação. Volume 2. Ed. Interciência. Rio

de Janeiro – RJ, 2004.

REIS, Lineu Belico dos. Geração de Energia Elétrica. 2ª ed. rev. e atual. Editora

Monde Barueri – SP, 2011.

REVISTA BOAS NOVAS. INFORMATIVO DA ENGIE BRASIL. ANO 10. Nº 58.

Setembro de 2016. Pág.: 7.

NETO, Gomes e Emilio Hoffman. Hidrogênio – Evoluir sem poluir. 1 ª Edição, Editora

Brasil H2, São – SP, 2006.

Manual de operação de termoelétricas – IT – OP – UTLB – 01- 02- 202, revisão 3.

Turboalternadores e auxiliares: sistema de gás.

Manual de operação de termoelétricas – IT – OP – UTLB – 02 - 200, revisão 0.

Alternador: características e proteções.

Carvão, energia e desenvolvimento: história do Complexo Termelétrico Jorge

Lacerda. Editora Expressão, 2009.

Internet

http://www.linde-

gas.pt/internet.lg.lg.prt/pt/images/Conselho_Seguran%C3%A7a13310_25939.pdf?v=

6.0 acessado em 18/11/2017 as 15h00.

www.elipse.com.br acessado dia 01/11/2017 as 22h00.

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