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SERVIÇO ODONTOLÓGICO EM EMPRESAS PRIVADAS NO ESTADO DO CEARÁ Paula Ventura da Silveira Fortaleza - CE Novembro, 2009 FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR VICE-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - VRPPG CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA - MSC

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SERVIÇO ODONTOLÓGICO EM EMPRESAS PRIVADAS NO

ESTADO DO CEARÁ

Paula Ventura da Silveira

Fortaleza - CE

Novembro, 2009

FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR

VICE-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - VRPPG

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA - MSC

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PAULA VENTURA DA SILVEIRA

SERVIÇO ODONTOLÓGICO EM EMPRESAS PRIVADAS NO

ESTADO DO CEARÁ

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza como

requisito parcial para obtenção do título de mestre

em Saúde Coletiva.

Orientadora: Prof. Dra. Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira

Fortaleza – CE

2009

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PAULA VENTURA DA SILVEIRA

SERVIÇO ODONTOLÓGICO EM EMPRESAS PRIVADAS NO ESTADO DO CEARÁ

Grupo de pesquisa: Epidemiologia

Linha de Pesquisa: Análise da situação de Saúde

Núcleo Temático: Saúde Bucal

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________________________

Profª. Drª. Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira Orientador (a)-UNIFOR

__________________________________________________________

Profª. Drª. Léa Maria Bezerra de Menezes Membro Efetivo- UFC

__________________________________________________________

Prof. Dr. Aldo Angelim Dias

Membro Efetivo- UNIFOR

______________________________________________________________________________________

Prof. Dr. Marcelo Luiz Carvalho Gonçalves

Membro Suplente- UNIFOR

Aprovada em: 27/11/2009

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Dedico este trabalho a meu pai Manoel, minha mãe

Fátima e a meu amado esposo pelo carinho e

dedicação.

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AGRADECIMENTOS

Ao programa do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza-UNIFOR.

Agradeço aos professores e funcionários.

A professora Dra. Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira, o meu sincero agradecimento.

Obrigada pela paciência e pela dedicação, além de orientar-me nesta jornada, me

proporcionou ferramentas que guardarei nesta minha caminhada.

Aos colegas Carlos Santos e Maria Elisa Machado, pela contribuição voluntária na coleta dos

dados.

A empresa Vulcabras-Azaléia pelo incentivo ao engrandecimento científico de seus

colaboradores e parceiros.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Ao Senhor Jesus seja dada toda honra e toda glória. Obrigada Senhor por estar presente em

todos os momentos e por ter me ajudado na conquista de mais um sonho.

A meu pai Manoel Damião por me incentivar, mostrar caminhos e principalmente nunca

deixar que eu desista de alcançar meus sonhos.

A minha mãe Fátima Cristina que me protege e me orienta até hoje.

A minha amiga Carla Cardoso pela amizade e pelo carinho.

Aos amigos que fiz ao longo do Curso.

As amigas Maria Elisa e Claudine, aprendi muito com vocês.

Ao meu amado esposo e amigo, sem você tenho certeza que não teria conseguido.

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“...Até aqui nos ajudou o Senhor

(I Samuel 7:12b)”

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RESUMO

Os problemas de saúde bucal têm sido cada vez mais reconhecidos como importantes

causadores de impactos negativos no desempenho diário e na qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade. Estudos apontam para benefícios da assistência odontológica em

diversos segmentos de nossa sociedade. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) e, em

especial, os programas de atenção à saúde bucal na atenção primária e secundária, apresenta-se como uma das principais formas de atenção odontológica prestada à comunidade. Porém

outras possibilidades de assistência odontológica também existem, como a prestada por

empresas para seus trabalhadores e dependentes, assim como as instituições sociais de apoio às indústrias. Todavia, pouco se sabe sobre a qualidade desses serviços odontológicos

prestados em empresas. Este estudo objetivou analisar a qualidade dos serviços odontológicos

prestados em empresas privadas no Estado do Ceará através da análise de sua estrutura e sob a ótica dos usuários. Constitui-se em um estudo quantitativo, exploratório e transversal no

Estado do Ceará, Brasil. A coleta de dados ocorreu a partir da identificação das empresas que

possuem cirurgião-dentista no seu quadro de funcionários. O segundo passo foi a realização de uma pesquisa de campo relacionada a satisfação dos trabalhadores com os serviços

odontológicos prestados dentro destas empresas. A terceira parte da pesquisa relacionou-se

com a avaliação da estrutura das unidades de atenção a saúde bucal dentro dessas empresas, no Sistema Único de Saúde e nos centros de apoio social ao trabalhador relacionados a área

de atuação destas empresas. Assim, realizou-se uma avaliação dos serviços prestados,

incluindo a opinião dos usuários em relação à percepção dos serviços, conteúdo da atenção prestada, por meio do conhecimento e da satisfação ou não do trabalhador e análise da

estrutura do serviço prestado. Foram identificadas quatro empresas no Estado do Ceará com

cirurgiões dentistas no quadro de funcionários – todas do ramo calçadista. Participaram do estudo 340 funcionários, a maioria do sexo feminino. Os serviços prestados a esses

trabalhadores foram analisados e os usuários demonstraram alto grau de satisfação com o

atendimento recebido. A estrutura desses serviços foi analisada a partir de um roteiro de inspeção, tendo sido comparadas com as estruturas das unidades de saúde pública próximas às

empresas e com os serviços dos centros de apoio social das indústrias situados nos municípios

onde estas se situavam. Os serviços odontológicos das empresas apresentaram melhores condições estruturais que as unidades dos centros de apoio e estas, demonstraram situação

superior as encontradas nos serviços odontológicos das unidades básicas.

Palavras-chave: avaliação, assistência odontológica, empresas e organização de serviço.

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ABSTRACT

Oral health problems have been recognized as having an important negative impact in the

daily performance and the quality of life of individuals and society. Studies point out possible benefits of the dental assistance in diverse segments of our society. In Brazil, the Unified

Health System (SUS), and in special the programs of oral health attention in the primary and

secondary levels, is presented as one of the main forms of dental attention given to the adult community. However other possibilities of dental assistance also exist, as given by companies

to its workers and dependents, as well as by social institutions of support to the industries to

their associates. However, little is known regarding the quality of the dental services given by the companies. The objective of this study was to analyze the quality of the dental services

provided by private companies in the state of the Ceará through analyzes of its structure and

users perception. This is a quantitative, exploratory and transversal study. First, companies providing dental assistance to their workers and possessing dental surgeon in their payroll

were identified. Secondly, the workers’ opinion regarding their satisfaction about the

companies dental service was evaluated through a questionnaire. Thirdly, the structure of the dental units in the companies, SUS and social institutions were evaluated. Only four

industries providing dental service to their workers had dentists as employees. Those were all

in the shoe business. 340 employees participated in the study, the majority of the feminine sex. The services given to these workers were analyzed and the users demonstrated high

degree of satisfaction with the dental service. The structure of these services was analyzed

from an inspection script, having been compared with the structures of the public health units next to the companies and with the services provided by centers of social support situated in

the same cities as the companies. The results of the study indicate that the companies’ dental

units presented better conditions than the health units of the workers association, and those presented better structure than the dental units of the Unified Health System.

Word-key: evaluation, dental care, service organization and forms.

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LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

1. Características das empresas, dos entrevistados, percentagens e média da satisfação do

atendimento odontológico recebido ................................................................................ 49

2. Acesso ao serviço odontológico, dificuldades e satisfação dos usuários ......................... 49

3. Distribuição dos itens das estruturas físicas dos consultórios odontológicos das empresas,

Unidades de Saúde e Centros de Apoio Social aos trabalhadores .................................... 68

4. Itens necessários, imprescindíveis e recomendáveis relacionados à Saúde e Segurança do

Trabalhador dos consultórios odontológicos das empresas, Centros de Apoio Social e

Unidades Básicas de Saúde ............................................................................................. 69

5. Distribuição dos itens necessários, imprescindíveis e recomendáveis relacionados com

Saúde e Segurança do Trabalhador dos consultórios odontológicos das empresas, Centros

de Apoio Social e Unidades Básicas de Saúde ................................................................ 70

6. Distribuição dos itens relacionados à limpeza e zeladoria dos consultórios

odontológicos das empresas, Centros de Apoio Social e Unidades Básicas de Saúde ..... 71

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

CME – Central de Material de Esterilização

CNS – Conselho Nacional de Saúde

EPI – Equipamento de Proteção Individual

OMS – Organização Mundial de Saúde

SESI – Serviço Social da Indústria

SUS – Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................... 12

1.1 Conceito de Saúde ....................................................................................................... 14

1.2 Saúde Bucal ................................................................................................................ 15

1.3 Assistência Odontológica no Local de Trabalho ......................................................... 17

1.4 Qualidade do Serviço .................................................................................................. 19

1.5 Satisfação do Usuário ................................................................................................. 25

2. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 27

2.1 Geral ........................................................................................................................... 27

2.2 Específico ................................................................................................................... 27

3. DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS ....................................................................................... 28

3.1 Tipo de estudo ............................................................................................................. 28

3.2 Descrição do local de estudo ....................................................................................... 28

3.3 População alvo ............................................................................................................ 28

3.4 Critérios de inclusão ................................................................................................... 29

3.5 Coleta de dados ........................................................................................................... 29

3.6 Análise dos dados ....................................................................................................... 31

3.7 Aspectos legais e éticos ............................................................................................... 31

4. APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS ................................................................................ 33

4.1 ARTIGO 01 ................................................................................................................ 34

4.2 ARTIGO 02 ................................................................................................................ 50

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 72

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 75

APÊNDICES ........................................................................................................................ 81

APÊNDICE I .................................................................................................................... 82

APÊNDICE II ................................................................................................................... 83

APÊNDICE III .................................................................................................................. 84

APÊNDICE IV ................................................................................................................. 85

ANEXOS .............................................................................................................................. 87

ANEXO I .............................................................................................................................. 88

ANEXO II ............................................................................................................................ 89

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No Brasil, o Sistema único de Saúde (SUS) e, em especial os programas de

atenção à saúde bucal na atenção primária e secundária, apresenta-se como uma

das principais formas de atenção odontológica prestada à comunidade. Porém

outras possibilidades de assistência odontológica também existem como a prestada

por empresas para seus trabalhadores e dependentes (MELO,2006), assim como as

instituições sociais de apoio às indústrias.

Para Mazzili (2007), a ampliação da atenção em saúde bucal nas empresas

vem ocorrendo a partir da inserção do cirurgião-dentista nos ambulatórios de saúde

do trabalhador, e de outras formas de serviço odontológico prestado a estes, como

os Centros de Apoio à Saúde do Trabalhador (Serviço Social da Indústria,

Cooperativas e Sindicatos). Esses centros têm por finalidade a prestação de

serviços sociais que atendam as necessidades das empresas e trabalhadores,

contribuindo para a melhoria das relações de trabalho e qualidade de vida do

trabalhador e da produtividade industrial (PINTO e LIMA, 2003). De forma mais

abrangente, vê-se que a inclusão desses serviços odontológicos, seja pela empresa

ou pelos centros de apoio aos colaboradores, pode ter reflexo no serviço de saúde

pública, possibilitando atendimento a outras pessoas, com a diminuição da demanda

e da procura da população adulta pelos serviços odontológicos das unidades

básicas de saúde.

A implantação de programas de atenção à saúde bucal do trabalhador nas

empresas é uma forma eficaz e determinante na prevenção de alterações dos

tecidos bucais, na redução da necessidade de tratamento de urgência, com a

consequente redução do absenteísmo no trabalho e aumento da produtividade

(MAZZILI, 2007). Este autor relata que isso se deve à melhoria do estado físico,

mental e social decorrente da assistência odontológica a trabalhadores. Esses

programas instituídos em empresas também contribuem para uma melhoria

significativa do estado de saúde bucal dos trabalhadores assistidos.

Midorikawa (2000) enumerou alguns grupos sociais beneficiados com

assistência odontológica nas empresas, entre eles, citam-se trabalhadores,

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empresários, classe odontológica e governo. Este autor diz que os trabalhadores se

beneficiam, entre outros fatores, por terem facilidade de acesso aos cuidados

odontológicos, maior controle dos fatores que causam as doenças bucais,

diminuição do número de extrações dentárias, aumento do potencial de

produtividade, melhoria geral da saúde e a diminuição de uma das principais causas

de acidente de trabalho, que é a dor.

Para que esses objetivos sejam alcançados, é necessário um serviço de

qualidade e que este seja avaliado constantemente. Qualidade em serviço de saúde

é uma totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade

de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas de seu usuário (MARTINEZ,

2007).

Porém, ainda que alguns autores apresentem diversas compreensões sobre

a conceituação de qualidade e programas de avaliação, a busca da melhoria está

presente em prol de melhores processos e resultados como estratégia de

competitividade e satisfação do cliente (PAWSON e TILLEY, 2001).

Com vistas a esses benefícios, várias empresas têm organizado serviços

odontológicos em suas dependências. Porém, pouco se sabe sobre a estrutura do

serviço odontológico oferecido aos trabalhadores e sobre a qualidade dos serviços

prestados sob a ótica dos usuários, que são os que utilizam e se beneficiam do

serviço. Para que este assunto possa ser analisado de forma coerente é necessário

fazer uma breve revisão de literatura existente sobre saúde, saúde bucal,

assistência odontológica no local de trabalho, qualidade do serviço e satisfação com

o serviço prestado.

1.1 Conceito de Saúde

Em 1948, a Organização Mundial de Saúde (OMS) conceituou Saúde como

o bem estar bio-psíquico social dos indivíduos. Desde então, essa concepção tem

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sido discutida e mais recentemente criticada. Durante a VIII Conferência Nacional de

Saúde, realizada em 1986, em Brasília, buscou-se criar parâmetros mais concretos

para definir saúde, resultando em uma conceituação na qual as condições de saúde

passaram a ser relacionadas a condições de trabalho, alimentação, moradia e lazer,

entre outras.

No Brasil, a Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 diz em suas disposições

gerais que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado

prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício, assegurando acesso

universal e igualitário às ações e aos serviços para sua promoção, proteção e

recuperação. A saúde tem como fatores determinantes a alimentação, a moradia, o

saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte,

o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais, garantindo às pessoas e à

coletividade condições de bem-estar físico, mental e social (BRASIL,1990).

Nessa dimensão, ao lado da higidez física, características como liberdade

interna, autodeterminação e capacidade de adaptação e integração ativa e criativa

no universo social são também atributos de saúde. Assim sendo, a saúde é

considerada não só uma condição individual, mas populacional, bem como a não tão

somente ausência da saúde, mas a mobilização dos indivíduos na busca da

satisfação das suas necessidades.

A saúde não é algo que se tem ou que se recebe por doação ou resultado

da assistência, seja médica, odontológica, psicológica ou outra qualquer, mas sim

um estado de consciência e de condições de vida material e social que possibilitam

o crescimento e a realização plena das potencialidades de cada indivíduo, em outras

palavras, se trata também de questões de cidadania (PAWSON e TILLEY, 2001).

O acesso à saúde está ligado às condições de vida, nutrição, habitação,

poder aquisitivo e educação, englobando a acessibilidade aos serviços, que

extrapola a dimensão geográfica, abrangendo também o aspecto econômico,

relativo aos gastos diretos ou indiretos do usuário com o serviço, o aspecto cultural

envolvendo normas e técnicas adequadas aos hábitos da população e o aspecto

funcional pela oferta de serviços adequados às necessidades da população

(UNGLERT, 1995). Do ponto de vista do acesso à saúde bucal, apesar de

reconhecida importância da mesma, uma parcela importante de população brasileira

não tem acesso a serviços odontológicos (BRASIL, 2000).

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1.2 Saúde Bucal

A saúde bucal, no contexto das definições contemporâneas de saúde, é

entendida como uma dentição confortável, funcional, com uma aparência que

permite aos indivíduos desempenharem a sua função social e as suas atividades

diárias sem transtornos físicos, psicológicos ou sociais (DOLAN, 1993). Além disso,

a última década foi rica na realização de estudos que enfatizam o fato de que a boca

não deve ser considerada separadamente do organismo humano, e que mais

importante do que as manifestações bucais de doenças sistêmicas são os impactos

sistêmicos das doenças bucais (WILLIAMS E OFFENBACHER, 2005).

As relações entre saúde bucal e saúde geral são questões que precisam ser

aproximadas e a boca precisa ser conectada ao organismo. A saúde bucal, parte

integrante da saúde geral do indivíduo, também está diretamente relacionada às

condições de alimentação, moradia, trabalho, renda, meio ambiente, transporte,

lazer, liberdade e posse de terra, acesso aos serviços de saúde e à informação. A

luta pela saúde bucal está imediatamente vinculada à luta pelas melhorias de

fatores, condicionamentos sociais, políticos e econômicos, o que caracteriza a

responsabilidade e dever do Estado em sua manutenção (DAMINIANO, 1993).

As pessoas percebem a importância da saúde bucal para a qualidade de

vida sob uma variedade de formas, como por exemplo, através dos domínios físico,

social e psicológico, sendo que a capacidade de se alimentar e a ocorrência de dor e

desconforto costumam ser consideradas os aspectos positivos e negativos mais

relevantes para a qualidade de vida (PETERSEN, 2003).

Apesar das grandes conquistas associadas à saúde bucal nas últimas

décadas, muitas pessoas em todo o mundo, especialmente as mais pobres, ainda

são afetadas por problemas bucais como a cárie e a doença periodontal

(PETERSEN, 2003).

Atualmente, os gestores dos sistemas de saúde têm buscado maneiras de

prover, em sua esfera administrativa, a atenção integral à saúde do indivíduo,

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momento em que a saúde bucal, de reconhecida carência em nosso meio, assume

papel relevante no planejamento das atividades multidisciplinaridades (SHINKAI E

CURY, 2000).

A Odontologia, tradicionalmente, vem colocando seus pacientes numa

condição passiva em relação aos problemas bucais que os afetam, sendo estes

problemas comumente aceitos como natural por ambas as partes envolvidas. Os

procedimentos curativos ou de limitação de dano exigem muito dinheiro e pouco

envolvimento do paciente com o tratamento. A cada dia mais se acumulam

evidências da necessidade de cooperação do paciente e da importância de

mudança de comportamento em relação à saúde bucal. Isso está de acordo com a

nova conceituação de saúde, que procura uma relação mais dinâmica do indivíduo

em busca do seu bem-estar (MAZZILI, 2007).

O modelo assistencial privatista predominante no Brasil, aliado à

desigualdade sócio-econômica, má distribuição dos profissionais de saúde, baixa

capacidade instalada e financiamento irregular do setor, tem levado a uma oferta

desigual dos serviços odontológicos, comprometendo assim o acesso aos serviços,

especialmente da população menos favorecida sócio-economicamente. Ações

pontuais e, na grande maioria das vezes, centradas na assistência reparadora ou

mutiladora, ofertadas à população adulta ao longo da história das políticas públicas

no Brasil não sofreram alterações significativas (MAZZILI, 2007).

Historicamente, no Brasil, a população adulta tem sido destinada aos

serviços de urgências odontológicas, ocorrendo normalmente por dor, o que via de

regra resulta em perda dentária. Consequência direta da exclusão sistemática dos

serviços, as extrações dentárias são desfechos que, na maioria das vezes, poderiam

ser evitados (CUSHING, 2003).

Uma das grandes preocupações da Odontologia contemporânea diz respeito

à redução da doença cárie nas populações de países desenvolvidos e

subdesenvolvidos. Os países desenvolvidos, conscientes desta problemática,

passaram a adotar a partir da metade dos anos 70, políticas norteadoras de

promoção de saúde bucal, envolvendo a educação da população e utilização de

métodos preventivos de alta aplicação. Nos países em desenvolvimento a

acomodação e imobilismo de alguns setores levam boa parte dos profissionais ao

pensamento de que é impossível obter-se um declínio da cárie. No Brasil, cuja

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população ultrapassa os 160 milhões de pessoas com diversidades étnicas e

regionais, condição econômica difícil e políticas de saúde bucal historicamente

tímidas e de pouca abrangência, parece ser realmente difícil a eliminação da

doença-cárie (MEDEIROS e SOUZA, 2000).

Consciente disso, formas alternativas de atendimento odontológico a essa

população têm ocorrido na comunidade. A inserção do cirurgião-dentista nos

ambulatórios de saúde que se localizam dentro das empresas torna-se uma

alternativa de atendimento odontológico à população adulta, uma vez que, no que se

refere à saúde bucal do adulto, há um hiato no cumprimento dos princípios

doutrinários da política pública de saúde de universalidade, equidade e integralidade

de atendimento a toda população. O ambulatório de saúde do trabalhador dentro

das empresas pode ajudar na promoção do preenchimento de parte desta lacuna.

1.3 Assistência Odontológica no Local de Trabalho.

O trabalho torna-se cada vez mais efetivo e fundamental no avanço sócio-

econômico de nossa sociedade. A saúde ou bem estar do trabalhador devem estar

voltadas às atenções dos responsáveis pelas diretrizes de um país que tenha sua

economia embasada no labor desses mesmos trabalhadores; este, portanto, deve

ser o objetivo da preservação e conservação de um completo bem estar, físico,

mental e social. Portanto, o máximo da sua capacidade produtiva tornar-se-á plena

quando a população trabalhadora estiver satisfeita com sua saúde e suas

necessidades básicas de saúde forem atendidas (LIMA, 2001).

Os problemas de saúde bucal têm sido cada vez mais reconhecidos como

importantes causadores de impacto negativo no desempenho diário e na qualidade

de vida dos indivíduos e da sociedade. O relatório da Organização Mundial da

Saúde (OMS) reconheceu que as doenças bucais causam dor, sofrimento,

constrangimentos psicológicos e privações sociais, acarretando prejuízos em nível

individual e coletivo (GOMES, 2007).

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Mazzilli (2007) relata que isso se deve à melhora do estado físico, mental e

social decorrente da assistência odontológica a trabalhadores.

Caetano e Watanabe (1994) sugerem as seguintes atividades de

planejamento a serem desenvolvidas pelos programas de atenção à saúde bucal do

trabalhador: exames admissionais – visam diagnosticar as enfermidades bucais e as

sistêmicas manifestadas na cavidade bucal; exames periódicos – são exames de

controle que devem ser realizados no intervalo mínimo de um ano; censo

odontológico – é o registro das necessidades odontológicas, através do qual se

obtêm subsídios para planejar um programa adequado, conforme as prioridades

levantadas, a disponibilidade de recursos e os interesses de

empregador/empregado.

Sabe-se que a saúde bucal da população brasileira, particularmente da

população economicamente ativa, é atingida por dois grandes problemas: a

ausência de uma política setorial e a gravidade do quadro epidemiológico. Em 2003

foi concluído no Brasil um levantamento epidemiológico de saúde bucal organizado

pelo Ministério da Saúde envolvendo a população de diferentes faixas etárias. Este

levantamento mostrou a grande severidade do quadro das patologias bucais,

sobretudo cárie e doença periodontal, além dos níveis inaceitáveis de exodontias

realizadas e, consequentemente, da grande necessidade de prótese total dos

adultos brasileiros (BRASIL, 2004). Segundo Pinto (2000), as melhores condições

de saúde bucal encontradas em crianças e adolescentes do país vão sofrendo um

processo de precarização contínua, chegando ao quadro lastimável de saúde bucal

observado na idade adulta.

Além disso, no atual contexto, torna-se inviável e até mesmo impossível, se

pensar em saúde geral de forma dissociada da saúde bucal, e vice-versa. A

associação do estado de saúde bucal com a saúde sistêmica, qualidade de vida, e

produtividade econômica nos leva a acreditar na importância da atenção

odontológica para a vida do trabalhador (PIZZATTO, 2002).

Conforme Pizzatto (2002), a atenção odontológica empresarial deve estar

sempre atenta para as manifestações de doenças ocupacionais, porém, não deve se

limitar a elas, e nem tão pouco a um modelo essencialmente assistencialista. Deve

procurar respeitar a conceituação de atenção odontológica como algo que vai além

do simples tratamento curativo-restaurador.

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Segundo Mazzilli (2007), o programa odontológico empresarial deve atuar

integrado com os demais programas de atenção ao trabalhador, desenvolvidos pela

empresa, passando a ter uma visão holística do processo saúde-doença-trabalho.

Porém, apesar de existirem alguns programas odontológicos implantados

em empresas brasileiras, pouco se sabe sobre a qualidade desses serviços

odontológicos prestados aos trabalhadores.

1.4 Qualidade do Serviço

A partir do final dos anos 70, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos da

América, vários movimentos – ora entrando em conflito, ora reforçando-se

mutuamente -, fizeram parte de um processo amplo de transformações econômicas,

políticas e culturais, dando aos clientes um novo lugar na avaliação dos serviços

(VAITSMAN e ANDRADE, 2005). No setor público, os custos crescentes dos

serviços de saúde foram um dos elementos que favoreceram as políticas

reformadoras e de restrição de gastos, bem como o surgimento de novos modelos

de gestão, visando maior transparência, qualidade e eficiência dos serviços. As

primeiras pesquisas no campo da avaliação em saúde, ainda na década de 1970,

referiam-se à satisfação do paciente. O objetivo era conseguir melhores resultados

clínicos, por meio da adesão ao tratamento, em três dimensões: comparecimento às

consultas; aceitação das recomendações e prescrições e uso adequado dos

medicamentos (Williams, 1994).

No que se refere à qualidade do serviço, Kotler e Armstrong (1998) deixam

claro que esta é uma das principais formas de uma empresa se diferenciar no

mercado. A qualidade em serviços, conforme mencionado por Gummesson (1999)

surge como uma das contribuições à evolução do paradigma do marketing

tradicional. Isso pode ser mais bem compreendido se a qualidade for considerada

uma resposta subjetiva do consumidor sobre o desempenho do prestador de

serviços. Sendo assim, trata-se de um julgamento pessoal, conceito altamente

relativo, formado por cada cliente, consequentemente, mais difícil de ser mensurado

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(PARASURAMAN et al., 1998). Apesar da importância da avaliação da qualidade do

serviço ter surgido na esfera empresarial, esta tem tido importância também nos

serviços em geral, inclusive, nos serviços médicos-odontológicos.

De acordo com Parasuraman et al. (1998), na ausência de medidas

objetivas, uma abordagem apropriada para mensurar a qualidade dos serviços

oferecidos pela empresa é medir a diferença entre expectativas e a percepção dos

consumidores acerca do desempenho da empresa, ou seja, a qualidade percebida.

Zeithaml e Bitner (2000) defendem que a qualidade percebida é o

julgamento do consumidor sobre a excelência global do serviço. Ela difere da

qualidade objetiva, pois é uma forma de atitude relacionada, mas não equivalente à

satisfação e resulta da comparação entre as expectativas do consumidor e o

desempenho da empresa.

Para Holbrook e Corfman (1985), a qualidade mecanicista ou objetiva

envolve características ou aspectos objetivos de algum fato ou evento e é baseada

na manufatura e na administração da qualidade da produção. Já a qualidade

humanística, categoria em que se enquadra a qualidade percebida envolve a

resposta subjetiva das pessoas aos objetos, conceito altamente relativo, sendo

definida como um julgamento.

Conforme Parasuraman et al. (1998), muitos pesquisadores consideram a

qualidade em serviços como uma avaliação global, similar à atitude. Segundo eles, a

semelhança parte do fato das atitudes tratarem de um conceito global vinculado às

predisposições individuais. Solomon (1998), em concordância com esse ponto de

vista, define atitude por predisposição em avaliar um objeto ou produto positiva ou

negativamente.

É importante ressaltar que Parasuraman et al. (1998) reconhecem que a

qualidade de serviço é composta por dimensões multifacetadas, não existindo

nenhum acordo sobre o número de dimensões ou das suas inter-relações.

Semelhantemente, Bolton e Drew (1991) notam que dimensões de serviço

diferentes são pertinentes em indústrias diferentes. Conseqüentemente, existe a

necessidade de desenvolver múltiplas escalas que capturem adequadamente o

contexto de estudos em particular. Algumas dessas dimensões se referem ao

acesso ao serviço e à cobertura do serviço de saúde.

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Acesso é um elemento essencial do atendimento, para que se possa incidir

efetivamente sobre o estado de saúde do indivíduo e da coletividade (RAMOS,

2003). Nas empresas privadas os trabalhadores têm, em geral, o acesso através da

demanda espontânea.

O modelo do pronto atendimento ainda é o vigente nos serviços primários de

saúde no Brasil e nas empresas privadas também, baseado na queixa - conduta e

não na atenção integral ao indivíduo, muito menos nas ações em defesa da vida

coletiva. Para Merhy et al. (1994), é necessário incorporar o atendimento clínico

individual, agregando recursos humanos capazes de fazer vigilância sanitária e

epidemiológica. Para tal, acesso, vínculo e resolutividade são eixos centrais do

modelo tecno - assistencial em defesa da vida.

Segundo Acurcio & Guimarães (1996), acessibilidade seria a capacidade de

obtenção de cuidados de saúde, quando necessário, de modo fácil e conveniente.

Santos (1995) classifica como parâmetro ideal de deslocamento ao serviço

de saúde a caminhada de no máximo vinte a trinta minutos. Precisa ainda, ser

levado em conta, aspectos como custo do transporte coletivo, tempo de espera por

esse e tempo de deslocamento. No caso de os trabalhadores possuírem

consultórios odontológicos no local de trabalho, essa questão se torna mais fácil.

Acesso é um elemento essencial para avaliação da qualidade dos serviços

de saúde, pois contribui para a procura pelo usuário. A conjugação de fatores

facilitadores do acesso propicia a satisfação do usuário com o atendimento,

determinando a escolha do serviço e estabelecendo, frequentemente, um bom

vínculo, expresso através de um longo tempo de uso. Confirma-se a necessidade de

uma atuação que busque a construção de um vínculo entre usuários e

trabalhadores, com garantia de acesso a ações de saúde pelos usuários, bem como

acolhimento humanizado nos serviços (RAMOS, 2003).

As barreiras que limitam o atendimento odontológico concernentes ao

indivíduo são: a baixa percepção de necessidade, ansiedade e medo, custos e

dificuldade de acesso. Entre os fatores limitantes à prática da Odontologia figura a

inadequação dos recursos humanos, a formação inadequada dos profissionais para

contribuir na mudança das condições de saúde da população, a má distribuição

geográfica da mão-de-obra e a ocorrência de estresse ocupacional. As barreiras

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concernentes à sociedade se referem ao número insuficiente de ações de promoção

de saúde e as instalações impróprias dos serviços (ALBUQUERQUE et al,2004).

A cobertura dos serviços de saúde também tem sido considerada por vários

autores um importante atributo para avaliação dos mesmos. A cobertura é um

atributo básico na avaliação de um serviço de saúde, pois só se pode avaliar

qualquer outro atributo se houver a oferta e a utilização de um serviço. No que se

refere à saúde bucal, a disponibilidade dos serviços odontológicos cresceu

substancialmente a partir do final da década de 80, com a municipalização dos

serviços de saúde (PAWSON e TILLEY, 2001).

O resultado da assistência médica-odontológica se restringe, para muitos,

nas mudanças observadas no estado de saúde do paciente, pois, para a

mensuração precisar da qualidade da assistência prestada, seria preciso que todas

as causas envolvidas na obtenção do mesmo resultado fossem eliminadas ou

controladas. Considera-se que o nível de qualidade e o nível de satisfação são

influenciados pela qualidade técnico-científica dos profissionais, bem como o tipo de

atendimento, acesso e organização dos serviços. Para que esse nível de qualidade

e de satisfação seja alcançado, é necessário que este serviço seja avaliado

constantemente.

Avaliação é a identificação, esclarecimento e aplicação de critérios

defensáveis para determinar o valor, a qualidade, a utilidade, a eficácia ou a

importância do objeto avaliado em relação a esses critérios (BLAINE, 2004). Em

síntese, a avaliação pode produzir informação tanto para a melhoria das

intervenções em saúde, como para o julgamento acerca da cobertura, acesso,

equidade, qualidade técnica, efetividade, eficiência e percepção dos usuários a seu

respeito (PAWSON; TILLEY, 2001).

Apesar da variabilidade de sentidos, por vezes antagônicos, o termo

avaliação tem sido referido abstraindo-se sua polissemia. Sua aplicação ao campo

das políticas e programas de saúde revela a diluição de um consenso sobre o seu

significado, uma vez que, nesse espaço, a avaliação pode assumir variados

desenhos na tentativa de se adequar ao escopo da intervenção ou da racionalidade

científica que dá suporte ao estudo (DONABEDIAN, 1990).

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Em artigo publicado em 1988, Donabedian diz que a avaliação dos serviços

de saúde comporta sempre duas dimensões: 1) desempenho técnico, ou seja, a

aplicação do conhecimento e da tecnologia médica, de modo a maximizar os

benefícios e minimizar os riscos, de acordo com as preferências de cada paciente;

2) o relacionamento pessoal com o paciente, de modo a satisfazer os preceitos

éticos, as normas sociais e as legítimas expectativas e necessidades dos pacientes.

A partir da interação entre o usuário e o profissional de saúde, existe um processo

complexo, que vai desde componentes comportamentais até componentes técnicos

muito específicos.

A avaliação das ações de saúde vem ocupando lugar de destaque entre as

ações de planejamento e gestão. Atualmente, há tendência de se considerar as

especificidades de cada contexto, incluindo as relações que se processam e

produzem reflexos diretos na operacionalização de práticas de saúde. Diante disso,

observa-se a geração de estratégias metodológicas variadas e multidimensionais,

sugerindo uma inclinação para a superação dos contornos positivistas que marcam

sua história (DONABEDIAN, 1990).

A tríade mais conhecida para avaliação dos serviços de saúde foi descrita

por Avedis Donabedian, em meados de 1960, na qual conceituou três aspectos

dessa abordagem: a estrutura, o processo e o resultado assistencial. Sendo esta a

tríade mais conhecida, amplamente utilizada e validada para avaliação dos serviços

de saúde, o grupo de pesquisa da professora Anya Vieira, da Universidade de

Fortaleza (Ceará), baseia-se nesses conceitos para analisar a qualidade do serviço

de saúde bucal prestado aos trabalhadores no estado do Ceará. Um estudo

abordando o resultado assistencial foi desenvolvido e está em fase de publicação,

restando ainda a análise do processo e a análise da estrutura dos serviços

prestados.

O estudo da estrutura avalia, fundamentalmente, as características dos

recursos que se empregam na atenção médica e odontológica e considera os

seguintes componentes: medidas que se referem à organização administrativa da

atenção; descrição das características das instalações, da equipe médica e

odontológica disponível, fundamentalmente em relação à sua adequação com as

normas vigentes; perfil dos profissionais empregados, seu tipo, preparação e

experiência.

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Donabedian (1990), sintetiza as ações que promovem, estabelecem e

melhoram a qualidade do serviço de saúde em sete pilares:

Eficácia, que é a habilidade científica e tecnológica em oferecer cuidado à

saúde;

Efetividade, que é a melhor forma no atendimento em si;

Eficiência, que é a capacidade de abaixar o custo sem diminuir o alcance

na melhoria da saúde;

Otimização, que é o balanço entre a melhoria da saúde e a diminuição dos

custos;

Aceitabilidade, que é a conformidade dos desejos, anseios e expectativas

do paciente e de seus familiares;

Legitimidade, que seria a conformidade social com as expressões de ética,

valores, normas, leis e regulamentações e

Equidade, que é a ideal distribuição dos benefícios da saúde entre os

membros da população.

Contudo, um processo avaliativo de serviços de saúde não deve ser

considerado um fim em si mesmo, mas um momento onde um julgamento explícito é

elaborado, e a partir daí desencadear-se um movimento de transformação na busca

da melhoria da qualidade do atendimento.

Estudos sobre a satisfação dos usuários são importantes, pois avaliam a

qualidade dos serviços de saúde, sob a sua ótica, fornecendo subsídios para

aqueles que administram tais serviços e para a equipe que presta os cuidados,

possibilitando a superação das limitações detectadas. A satisfação do usuário deve

ser um objetivo de todo o serviço de saúde. Por meio da avaliação da satisfação do

paciente, obtêm-se dados a respeito de suas expectativas, detectam-se as possíveis

falhas e buscam-se soluções para melhoria da qualidade do serviço (PAWSON e

TILLEY, 2001).

1.5 Satisfação do Usuário

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Várias pesquisas mostraram a importância do conhecimento da satisfação

do usuário, comprovando-se que há relação direta entre usuários mais satisfeitos e

maiores adesões ao tratamento, fornecimento de informações e continuidade da

utilização de serviços de saúde (WARE et. al., 1983; WEISS, 1988; ZASTOWNY et.

al., 1989; AHARONY e STRASSER, 1993; BARON-EPEL et. al., 2001;

JOHANSSON et. al., 2002).

Em sua revisão da literatura sobre satisfação do usuário, Esperidião (2004)

reafirma o caráter positivo da inclusão da perspectiva dos usuários que esta linha de

pesquisa propicia. Destaca, entre elas, a corrente da Psicologia Social que permite

apontar sua importância para a área de saúde, e diferenciar, claramente, o conceito

de satisfação do seu uso de senso comum. A compreensão da satisfação, enquanto

uma atitude parece bastante razoável e adequada do ponto de vista da psicologia

social. Nesta corrente, diferentemente do senso comum, as pessoas não tomam

atitudes, mas desenvolvem atitudes em relação aos objetos ou pessoas.

A vantagem em assumir a satisfação como atitude, é que esta é um bom

preditor de comportamento. A mudança de atitude é um tema de grande relevância

para a saúde, estando presente nos estudos de comportamento em saúde e nos de

promoção de saúde. A satisfação, assim considerada, pode ser entendida como um

importante componente da avaliação da qualidade dos serviços de saúde (SILVA e

FORMIGLI, 1994).

Consideramos estudos como de Santos, que enfatizou que a satisfação do

usuário é um instrumento avaliador realmente verdadeiro e que deve ser um dos

objetivos de todo serviço de saúde (SANTOS, 1995). Contudo, a avaliação sobre a

satisfação dos usuários, entendida na sua conexão com a percepção, pode ser

considerada como um dos componentes da avaliação da qualidade dos serviços.

Vem crescendo a importância do reconhecimento técnico sobre a perspectiva do

usuário quando se aborda a qualidade de serviços de saúde. O seu papel como

protagonista do sistema de saúde tem impacto direto na melhoria da relação entre

ele e o serviço. Assim, é fundamental conhecer como os usuários avaliam o

atendimento a eles prestado, para repensar as práticas profissionais ou intervir

sobre a forma de organização dos serviços, visando seu aperfeiçoamento. É

necessário considerar, porém, os limites inerentes a estudos baseados na

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percepção do usuário, cujo olhar deve ser complementar ao do técnico (RAMOS,

2003).

Diante do exposto e considerando a importância da avaliação da estrutura

dos serviços odontológicos, este estudo tem como objetivo analisar a qualidade dos

serviços odontológicos prestados em empresas privadas no estado do Ceará sob a

ótica dos usuários e das diretrizes do Roteiro de Inspeção para Estabelecimento de

Assistência Odontológica da Vigilância Sanitária e Ambiental (Anexo II ).

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2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

Analisar a qualidade dos serviços odontológicos prestados aos funcionários

de empresas privadas no estado do Ceará sob a ótica dos usuários e sob a estrutura

dos serviços.

2.2 ESPECÍFICOS

1. Analisar a satisfação do usuário com o serviço odontológico prestado em

empresas privadas sob a ótica do usuário;

2. Comparar a estrutura dos serviços odontológicos prestado aos trabalhadores das

empresas privadas com os serviços odontológicos públicos ou de apoio social aos

trabalhadores.

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3. DESCRIÇÃO DOS MÉTODOS

Tipo de estudo:

Pesquisa quantitativa, exploratória, transversal e observacional.

Descrição do local de estudo:

Empresas privadas do Estado do Ceará que oferecem serviço odontológico

no local de trabalho para seus trabalhadores, onde o cirurgião-dentista é funcionário

da própria empresa.

Serviços odontológicos de apoio social aos trabalhadores.

Serviços odontológicos públicos nas áreas de abrangência das indústrias.

População alvo:

Parte 1:

Empresas privadas que possuem serviços odontológicos no estado do Ceará

Parte 2:

Trabalhadores que se beneficiam desses serviços odontológicos.

Parte 3:

Unidades Básicas de Saúde na área de abrangência das empresas privadas

e Centros de Apoio Social ao trabalhador.

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Critérios de inclusão:

Parte 1:

Empresas privadas que possuem serviço odontológico e que o cirurgião-

dentista está incluído no seu quadro de funcionários atuando no setor de saúde do

trabalhador.

Parte 2:

Os trabalhadores que trabalham há mais de um ano em empresas do estado

do Ceará que possuem serviços odontológicos.

Parte 3:

Unidades básicas de saúde na área de abrangência das empresas e

Centros de apoio social ao trabalhador pertencentes aos municípios onde as

empresas estão localizadas..

Coleta de dados:

A coleta de dados ocorreu entre os meses de outubro de 2008 a janeiro de

2009 de forma aleatória. Foi realizada uma pesquisa identificando as empresas que

possuíam cirurgião-dentista no seu quadro de funcionários, e a partir daí foi

realizado uma pesquisa de campo dentro dessas empresas. Nesta pesquisa foi

realizada uma avaliação desses serviços prestados, incluindo a opinião dos usuários

em relação à percepção dos serviços, conteúdo da atenção prestada, por meio do

conhecimento e da satisfação ou não do usuário.

A pesquisa se dividiu em três partes:

1 - Identificação de empresas no estado do Ceará que possuíam cirurgião-

dentista como funcionário no serviço odontológico. Identificação dos serviços

odontológicos que esses trabalhadores utilizavam. Assim como, para cada empresa

pesquisada, duas unidades de saúde próximas ao território desta e que sejam

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utilizadas pelos trabalhadores. Da mesma forma, os Centros de Apoio Social que

prestam assistência a esses funcionários, também existentes nos municípios onde

as empresas estavam instaladas.

2 - Análises da percepção dos trabalhadores sobre serviço odontológico

prestado.

3 - Avaliação da estrutura do serviço prestado de acordo com as normas da

ANVISA.

Parte 1:

Pesquisa para identificação das empresas no estado do Ceará que

possuíam serviço odontológico prestado, no qual o cirurgião-dentista era funcionário

da própria empresa, através dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador

(CEREST) do estado.

Parte 2:

Aos trabalhadores foi auto-aplicado um questionário, que abrange oito

perguntas sobre informações sócio-econômicas e vinte e quatro questionamentos

envolvendo a qualidade do serviço odontológico fornecido (Apêndice IV). O

instrumento necessitou de pouco tempo para aplicação e já foi validado através de

estudo piloto

A aplicação do questionário foi realizada por pesquisador treinado e dentro

da própria empresa, através de uma lista fornecida por cada empresa com os nomes

dos trabalhadores. A seleção dos trabalhadores ocorreu de forma aleatória e as

empresas não obtiveram a relação final dos entrevistados.

Cálculo da amostra:

A partir de análise descritiva, utilizando o cálculo da amostra aleatória

simples, com e =0,05; r = 0,5 e p = 0,5 e a fórmula utilizada foi n=N.R². P.Q÷e². (N-1)

+R². P.Q encontrou-se uma amostra em média de 99 trabalhadores a cada 10.000

funcionários para cada empresa.

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Parte 3:

Nos consultórios odontológicos foi realizada observação do ambiente de

trabalho através de visita ao local e roteiro de inspeção (Anexo III). O roteiro abordou

temas como: esterilização, equipamentos de proteção individual, situações e

condições dos equipamentos e da edificação, local de armazenamento dos

instrumentos, materiais de consumo odontológico e tratamento e destino de resíduos

odontológicos.

Análise dos dados:

Para levantamento, consolidação, tabulação e análise dos dados foram

utilizados o programa SPSS_15. 0 for Windows (SPSS INC., Chicago, IL. USA) e

Microsoft Excel para uma análise descritiva dos resultados.

Aspectos legais e éticos:

A participação dos trabalhadores na pesquisa foi voluntária e estes poderiam

deixar de participar do estudo a qualquer momento. Os voluntários assinaram um

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para participarem da pesquisa

(Apêndice III), onde ficou claro que suas repostas não seriam divulgadas dentro das

empresas e sem prejuízo ao seu vinculo empregatício. Estava salvo guardado o

anonimato dos participantes e foram respeitados os princípios éticos e legais da

resolução número 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Foi realizado o

cumprimento dos princípios da bioética. A pesquisa não causou riscos ou

desconforto aos participantes. A pesquisa trouxe benefícios para as empresas e

seus colaboradores, através da avaliação de seus serviços prestados, colaborando

para a melhoria desses serviços e complementando a literatura sobre o tema

estudado.

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A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de

Fortaleza (UNIFOR) e seguiu suas recomendações. Sendo aprovada em setembro

de 2008, com parecer 08-264.

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4. APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS

A partir da conclusão da coleta dos dados e da tabulação destes, foi

verificada uma quantidade significante de informações, que propiciaram as

respostas para atender ao objetivo geral e aos objetivos específicos deste trabalho.

Atendendo as normas da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), optou-se

pelo formato de artigos para conclusão do Mestrado em Saúde Coletiva. Desta feita,

em decorrência dos objetivos propostos a serem atingidos e dos resultados

encontrados, foram escritos dois artigos.

O primeiro destes, intitulado: “Satisfação de trabalhadores com serviço

odontológico em sua empresa”, será enviado para a revista Cadernos de Saúde

Pública, e segue suas normas de formatação. Neste artigo buscou avaliar o serviço

de saúde prestado sob a ótica do usuário através de questionário auto-aplicado aos

trabalhadores, abordando temas sobre satisfação do usuário. Este artigo relaciona-

se ao objetivo específico 1.

O segundo artigo, intitulado: “Estrutura de serviços odontológicos prestado

aos trabalhadores de empresas privadas”, será enviado para a Revista de Saúde

Pública e segue suas normas de formatação. Este estudo, por sua vez, tem como

objetivo analisar a estrutura do serviço odontológico aos trabalhadores das

empresas privadas, comparando-os com os serviços públicos ou custeados pela

associação dos trabalhadores. Este artigo contempla o objetivo específico 2.

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4.1 ARTIGO 01

Satisfação de trabalhadores com serviço odontológico em sua empresa.

RESUMO Problemas de saúde bucal têm impacto negativo na saúde geral das pessoas e no desempenho diário de indivíduos e sociedade. Os benefícios de uma assistência odontológica são observados em diversos segmentos, como trabalhadores e empresas. Sabe-se que algumas empresas oferecem assistência odontológica a seus funcionários, porém, pouco se sabe sobre a satisfação dos trabalhadores com os serviços odontológicos prestados. O objetivo é analisar a satisfação dos trabalhadores que possuem serviço odontológico em suas empresas. Pesquisa do tipo quantitativa, exploratória e transversal envolvendo empresas com atenção odontológica no estado do Ceará. Um questionário foi aplicado aos trabalhadores e os dados foram analisados. Dos 340 participantes, 97,2% já haviam sido atendidos pelo programa; destes 98,4% declaram estar satisfeitos com o serviço odontológico prestado. A nota média dos atendimentos recebidos foi de 8,9 com desvio padrão de 1,1. Os resultados do estudo indicam alto grau de satisfação dos trabalhadores com o serviço odontológico prestado nas empresas em que trabalham. Palavras-chave: satisfação, assistência odontológica, empresas e organização de serviço

ABSTRACT The oral health problems have negative impact in people´s general health and in the daily performance of individuals and society. The benefits of dental assistance are observed in different segments, as by workers and industries. It is known that some companies offer dental assistance to its employees, however, not much is known about the workers´ satisfaction about the dental services offered. The objective was to analyze the satisfaction of the workers with the dental service offered by their companies. This is a quantitative, exploratory and transversal research carried out in companies offering dental assistance to their employees in the state of the Ceará. A questionnaire was applied to the workers of these companies. The information was consolidated and analyzed. Of the 340 participants, 97.2% had already used the program; from which, 98.4% declare to be satisfied with the dental service received. The average note given to received services was of 8,9 (SD=1,1). The results of the study indicate a high degree of satisfaction with the dental service offered by their company. Word-key: satisfaction, dental care, service organization and forms.

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INTRODUÇÃO

O modelo assistencial privatista odontológico predominante no Brasil, aliado à

desigualdade sócio-econômica, má distribuição dos profissionais de saúde, baixa capacidade

instalada e financiamento irregular do setor, tem levado a uma oferta desigual dos serviços

odontológicos, comprometendo assim o acesso a estes, especialmente da população menos

favorecida sócio-economicamente1.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) e, em especial, os programas de atenção

à saúde bucal, apresentam-se como uma das principais formas de atenção odontológica

prestada à comunidade. Porém, também existem outras possibilidades de assistência

odontológica, como a prestada por empresas a seus trabalhadores e dependentes2.

De acordo com a Constituição Federal de 19883 é de competência do Sistema Único

de Saúde (SUS) executar ações relacionadas à saúde do trabalhador. A Lei Orgânica da Saúde

n. 80803 tem como princípios a universalidade, a equidade, a integralidade e acesso a serviços

de saúde a todos os cidadãos brasileiros, e atribui esse dever ao Estado, não excluindo a

responsabilidade das pessoas, da família, da sociedade e das empresas. Programas para

melhorar a qualidade de vida dos funcionários vêm sendo muito utilizados por empresários

que acreditam que investir na saúde do trabalhador aumenta o lucro, pois implica em maior

produtividade para a empresa.

Para Mazzilli4 a ampliação da atenção em saúde bucal nas empresas vem ocorrendo a

partir da inserção do cirurgião-dentista nos ambulatórios de saúde do trabalhador. Essa

inserção torna-se uma alternativa de atendimento odontológico à população adulta, que possui

assim outra possibilidade para realização de tratamento odontológico. Quando ocorre dentro

da própria empresa em que o trabalhador labuta, ajuda na diminuição do absenteísmo aumenta

a satisfação com o trabalho e aumenta a produtividade deste trabalhador. De forma mais

abrangente, observa-se também que a inclusão do cirurgião-dentista nos ambulatórios de

saúde do trabalhador alivia o serviço de saúde pública, possibilitando atendimento

odontológico a outras pessoas, com a diminuição da demanda e da procura da população

adulta pelos serviços odontológicos das unidades básicas de saúde.

Cunha5 considera que a Odontologia dentro das empresas tem como foco principal a

saúde bucal do trabalhador, bem como o seu estado geral de saúde. A implementação de um

programa de atenção em saúde bucal nas empresas pode melhorar a qualidade do trabalho

executado, pois a dor, a má alimentação, a falta de sono e a distração mental decorrentes de

afecções que acometem a cavidade bucal são, entre outros, fatores que aumentam a

ineficiência dos empregados e a ocorrência de acidentes de trabalho. Midorikawa6, por sua

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vez, cita os trabalhadores, os empresários, a classe odontológica e o governo como alguns

grupos sociais beneficiados com assistência odontológica nas empresas. Este autor elucida

que os trabalhadores se beneficiam, entre outros fatores, por terem uma maior facilidade de

acesso aos cuidados odontológicos, maior controle dos fatores que causam as doenças bucais,

diminuição do número de extrações dentárias, aumento da motivação e melhoria geral da

saúde.

Entretanto, para que esses benefícios sejam alcançados, é necessário um serviço de

qualidade e que seja avaliada a satisfação, inclusive sob a ótica do usuário, em relação ao

serviço prestado. Avaliação é a identificação, esclarecimento e aplicação de critérios

defensáveis para determinar o valor, a qualidade, a utilidade, a eficácia ou a importância do

objeto avaliado em relação a esses critérios7. Em síntese a avaliação pode produzir

informação tanto para a melhoria das intervenções em saúde, como para o julgamento acerca

da cobertura, acesso, equidade, qualidade técnica, efetividade, eficiência e percepção dos

usuários a seu respeito8.

Acredita-se que a satisfação do usuário com o serviço relaciona-se a aceitabilidade

deste. A satisfação dos usuários com os serviços prestados é a chave para o sucesso do

tratamento, pois pacientes satisfeitos aderem mais ao tratamento9. Estudos sobre a satisfação

do usuário são importantes, pois avaliar a qualidade dos serviços de saúde, sob sua ótica,

fornece subsídios para aqueles que administram tais serviços e para a equipe que presta os

cuidados, possibilitando a superação das limitações detectadas10

. Desta forma, a avaliação de

serviços de saúde não pode ser considerada um fim em si mesmo, mas um momento onde um

julgamento explícito é elaborado, e a partir daí desencadear-se um movimento de

transformação na busca da melhoria da qualidade do atendimento.

Existem várias formas de avaliação; na base de algumas destas destacam-se os sete

pilares de Donabedian11

. Este autor sintetiza as ações que promovem, estabelecem e

melhoram a qualidade do serviço de saúde em: Eficácia, que é a habilidade científica e

tecnológica em oferecer cuidado à saúde; Efetividade, que é a melhor forma no atendimento

em si; Eficiência, relacionada à capacidade de abaixar o custo sem diminuir o alcance na

melhoria da saúde; Otimização, que é o balanço entre a melhoria da saúde e a diminuição dos

custos; Aceitabilidade, relacionada com a conformidade dos desejos, anseios e expectativas

do paciente e de seus familiares; Legitimidade, que é a conformidade social com as

expressões de ética, valores, normas, leis e regulamentações e Equidade, relacionada a uma

ideal distribuição dos benefícios da saúde entre os membros da população.

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A satisfação do usuário deve ser um objetivo de todo o serviço de saúde. É por meio

da avaliação da satisfação do paciente que se obtém dados a respeito de suas expectativas,

detectam-se as possíveis falhas e buscam-se soluções para melhoria da qualidade do serviço8.

Partindo-se do princípio que profissionais da área de saúde têm como meta a promoção da

saúde, faz-se necessário a busca constante da satisfação dos usuários, o que justifica a

necessidade de uma avaliação contínua dos serviços prestados.

Diante do exposto e considerando a importância da avaliação da satisfação dos

usuários dos serviços odontológicos, este artigo tem como objetivo analisar o serviço de saúde

prestado sob a ótica do usuário.

METODOLOGIA

Realizou-se um estudo de base quantitativa, exploratório e transversal no Estado do

Ceará, Brasil. Os participantes desta pesquisa foram os trabalhadores, de ambos os sexos, que

têm como benefício serviço odontológico em suas empresas. Foi adotado como critério de

inclusão para a empresa, possuir cirurgião-dentista como funcionário e como critério de

exclusão para os trabalhadores, estar há menos de um ano na empresa.

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST-CEARÁ) forneceu uma

lista contendo todas as empresas do Estado que se enquadravam no critério de inclusão.

Cada empresa forneceu uma lista com todos os funcionários que preenchiam os

critérios de inclusão, e estes foram aleatoriamente selecionados para participar da pesquisa.

Para o cálculo amostral, utilizou-se como base o cálculo da amostra aleatória

simples, com e=0,05; r=0,5 e p=0,5, designando uma amostra de 99 trabalhadores a cada

10000 funcionários12

.

Aos trabalhadores foi auto-aplicado um questionário, contendo oito perguntas sobre

informações sócio-econômicas e vinte e quatro questionamentos envolvendo a qualidade do

serviço odontológico prestado e a satisfação do usuário com o serviço oferecido, de acordo

com os sete pilares de Donabedian. Exemplos destes questionamentos são: O profissional que

lhe atendeu estava bem treinado? (Eficácia); Você ficou satisfeito com o atendimento

recebido? (Efetividade); Você acha que ter serviço odontológico na empresa é importante?

(Eficiência); Você acha que os recursos do serviço odontológico são utilizados da melhor

forma possível? (Otimização); Você acredita que seus problemas de saúde bucal podem ser

resolvidos dentro da empresa? (Aceitabilidade); Você observou algum tipo de discriminação

durante o atendimento? (Legitimidade); Você acha que é dado algum tipo de prioridade no

atendimento? (Equidade).

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O levantamento, consolidação, tabulação e análise dos dados foram realizadas de

acordo com os objetivos da pesquisa e utilizando o programa SPSS 15.0 for Windows (SPSS

INC., Chicago, IL. USA). A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da

Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e aprovada sob o protocolo 08-264 de 2008.

RESULTADOS

Foram entrevistados 340 voluntários, distribuídos nas quatro empresas do estado do

Ceará (Tabela 1) que se enquadravam nos critérios de inclusão. A idade média foi de 29,6

anos com desvio padrão de 6,6. Destes, 70,6% dos participantes eram do sexo feminino. De

acordo com os voluntários, o perfil predominante foi casado (47,6%), com residência própria

(61,8%) e com renda de até dois salários mínimos (61,5%). Em média, os participantes

trabalhavam nas empresas há pelo menos quatro anos (DP 2,9). A maioria dos pesquisados

(62,7%) declarou trabalhar como auxiliar de produção.

De acordo com a eficiência do serviço odontológico prestado, a maior parte dos

participantes (99,1%), declarou importante a existência de um serviço odontológico nas

empresas em que trabalham.

Em relação à eficácia dos serviços odontológicos oferecidos, observa-se que de

acordo com a percepção dos trabalhadores quanto ao cirurgião-dentista, 99,1% relatam que

este foi atencioso, 98,4% que estava bem treinado para os procedimentos executados e 98,1%

que o profissional foi pontual no horário do atendimento. Em relação à efetividade, 98,4%

ficaram satisfeitos com o tratamento recebido no setor odontológico da empresa (Tabela 1). A

maioria dos voluntários (38,8%) relatou ter gostado do atendimento do serviço como um todo

(atenção, tratamento, auxiliar de saúde bucal, entre outros) durante o tratamento, 28,1%

gostou da atenção recebida pelo profissional e 33,1% gostou do serviço oferecido. A nota

média dos atendimentos recebidos foi de 8,9 com desvio padrão de 1,1.

Quando indagados sobre o acesso, 94,7% declararam ter procurado tratamento

odontológico dentro da empresa e destes 97,2% relataram que conseguiram ser atendidos

(Tabela 2).

Quanto à percepção do usuário do serviço odontológico da empresa e aceitabilidade

deste diante ao serviço, 73,5% relataram que acreditam que seus problemas de saúde bucal

podem ser resolvidos dentro da empresa em que trabalham. Já em relação à otimização deste

serviço, 91,8% acreditam que os recursos oferecidos ao setor odontológico são utilizados da

melhor maneira possível e 87,3% relatam não ocorrer falta de materiais nos serviços da

empresa. A maioria dos usuários (72,1%) acham que existe número adequado de equipo

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odontológico e 45% acreditam não ter quantidade de dentista adequada, necessitando de mais

profissionais no setor odontológico.

De acordo com a percepção do usuário em relação à equidade, 66,8% relatam

existir prioridades para gestantes, deficientes físicos e funcionários com dor. Já em relação à

legitimidade, apenas 0,6% dos entrevistados relataram ter observado algum tipo de

discriminação durante o atendimento.

Quando perguntados quanto a seus conhecimentos sobre o serviço odontológico da

empresa, 57,3% relataram a existência de escovódromo no interior da empresa e 70%

disseram saber a quantidade de dentistas que existem no setor odontológico da empresa em

que trabalham.

Para avaliar a relação entre tentar atendimento no setor odontológico e acreditar na

importância de ter esse serviço dentro da empresa, foi realizado o teste do qui-quadrado e

observou-se relação positiva (p<0,001). Quanto a relação entre o funcionário já ter sido

atendido no setor odontológico e satisfação com o atendimento recebido, observou-se relação

positiva (p<0,001) após a realização do teste qui-quadrado. Entre satisfação com o

atendimento recebido e o usuário acreditar que a estrutura física do setor odontológico é ideal

pra seu tratamento dentário também se obteve relação positiva (p<0,001). Encontrou-se

significância também entre a satisfação com o atendimento recebido e o usuário achar que os

recursos do setor são utilizados da melhor forma possível (p<0,05).

Para avaliar a relação entre a nota dada ao atendimento em cada empresa, foi

realizado o teste qui-quadrado e observou-se diferença significativa (p<0,0001). A empresa 1

teve nota maior que a empresa 4 e esta, nota maior que a empresa 2 e 3. E em relação à

dificuldade encontrada para ser atendido e o tempo de espera para ser atendido, também se

observou diferença significativa entre as empresas (p<0,0001). Os funcionários da empresa 1

declararam menos dificuldade em ser atendidos e menor tempo de espera do que a empresa 4

e esta menos que as empresas 2 e 3.

Não foi encontrada relação significante (p>0,05) entre: ter tentado atendimento e ter

ficado satisfeito com o atendimento recebido; ter ficado satisfeito com o atendimento recebido

e acreditar que o profissional foi pontual ou bem treinado durante o atendimento; ter ficado

satisfeito com o atendimento e existir número de dentistas adequado.

DISCUSSÃO

Segundo Santos13

satisfação significa um sentimento de aprovação ou de uma missão

cumprida. Quando avaliada pelo cliente, colhem-se dados referentes aos seus principais

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receios, suas expectativas e a importância do tratamento à sua saúde, bem como são obtidos

indicativos sobre o contentamento em relação aos serviços prestados, o que justifica a

importância do presente estudo. Assim sendo, existe a necessidade crescente de se verificar a

avaliação dos serviços de saúde sob a ótica do usuário, sugerindo a necessidade de estudos

que possibilitem conhecer o índice de satisfação destes. Este foi o primeiro estudo sobre

satisfação de usuário realizado em empresas privadas com serviço odontológico próprio

dentro da empresa no estado do Ceará.

Locke14

determina que os elementos causais da satisfação relacionada ao trabalho

estão relacionados ao próprio trabalho e ao seu conteúdo, a possibilidades de promoção,

reconhecimento, condições e ambiente de trabalho, relações com colegas, características da

supervisão, políticas e competências da empresa e benefícios oferecidos ao trabalhador.

Sabendo que as empresas privadas não têm o dever de sediar benefícios para seus

funcionários, estas empresas pesquisadas ao oferecerem serviço odontológico aos seus

colaboradores, provavelmente se preocupam com a qualidade de vida geral destes,

contribuindo para uma melhoria no desempenho do trabalhador. Estas ações acabam por

fornecer ao trabalhador ferramentas para o seu empoderamento social, acabando por realizar

promoção de saúde para os mesmos, suas famílias e a sociedade como um todo15

, e refletindo

na melhoria de sua saúde global. Castro Filho16

, em seu estudo sobre acesso, satisfação e

qualidade de vida em trabalhadores com e sem assistência odontológica, ressalta que os

trabalhadores de empresas que possuem assistência odontológica (própria ou privada)

apresentam maiores facilidades relacionadas ao acesso à assistência odontológica, melhores

níveis de satisfação relacionados ao atendimento recebido e melhor qualidade de vida.

No presente estudo, a maioria dos entrevistados que foram atendidos pelo serviço

odontológico de suas empresas ficaram satisfeitos com o tratamento recebido. Este achado

concorda com o estudo de Midorikawa6, que aponta para a satisfação do trabalhador como um

dos benefícios da assistência odontológica nas empresas. Estudo realizado por Castro Filho16

com empresas privadas, com ou sem assistência odontológica, no município de Horizonte –

Ceará, também indica índices de satisfação (97,8%) com o atendimento odontológico

recebido em empresas que disponibilizam de serviço odontológico. Estes achados também se

assemelham com os de Pinto e Lima17

que estudaram a satisfação dos trabalhadores de todo o

Brasil entre 2002 e 2003, relatando o índice de satisfação com o serviço odontológico dos

centros de apoio social ao trabalhador em 73,3% dos trabalhadores.

A maioria dos participantes do estudo era de adultos jovens (média de 29,6 anos), no

qual a maior parte representa a classe operária (auxiliar de produção) dessas empresas. Estes

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achados se assemelham com os de Pinto e Lima17

, os quais estudaram trabalhadores do

Serviço Social da Indústria (SESI) de todo país entre 2002 e 2003, confirmando assim a

representatividade dos entrevistados para a classe trabalhadora.

No presente estudo, a maioria dos participantes trabalhava nas empresas há pelo

menos quatro anos e de acordo com Almeida et al.

18 quanto maior o tempo de serviço do

colaborador na empresa, maior será sua expectativa em poder participar ativamente do

processo produtivo, em virtude da experiência e dos conhecimentos acumulados.Este autor

relata que este trabalhador necessita de uma constante motivação e para Davis & Newstrom19

a motivação impulsiona o indivíduo a um objetivo. Embora algumas atividades humanas

aconteçam sem motivação, praticamente quase todos os comportamentos conscientes são

motivados ou possuem uma causa, o que também sugere a presença desses benefícios nessas

empresas pesquisadas como fator de motivação para o trabalho de seus colaboradores.

Dos participantes, no presente estudo, 70,6% eram do sexo feminino. De acordo com

Chiavenato20

, a formação da mão de obra está cada vez mais diversificada, em razão da

entrada no mercado de trabalho de mulheres e membros de grupos minoritários, como os

portadores de necessidade especial. Em decorrência desse novo ambiente, as organizações são

solicitadas a adotar uma forma de gestão que apóie e incentive este novo perfil de

profissionais, oferecendo para isso benefícios e incentivos alternativos, capazes de atrair e

manter uma força de trabalho qualificada, motivada e comprometida, como a oferta de

tratamentos médicos e odontológicos nas empresas.

A maior parte dos participantes declarou importante a existência de um serviço

odontológico nas empresas em que trabalham, o que confirma a relação positiva encontrada

neste estudo entre acreditar nessa importância do serviço odontológico e tentar ser atendido

por este serviço. Para Midorikawa esses achados apontam para a importância da assistência

odontológica nas empresas como ferramenta de equidade para o trabalhador6. Este achado se

assemelha também com o estudo de Castro Filho16

que identificou em 100% dos

trabalhadores pesquisados a percepção destes sobre a importância da existência de serviço

odontológico dentro das empresas, bem como as práticas educativas de saúde bucal

promovidas no âmbito do trabalho.

Com relação ao acesso, a maioria dos entrevistados declarou ter procurado

tratamento odontológico dentro da empresa. A assistência bucal nestas instituições diminui as

dificuldades de acesso a estes serviços, principalmente pela facilidade de gerenciamento do

horário de trabalho com o atendimento6,2,4

. Isto confirma também a relação positiva

encontrada neste estudo entre já ter sido atendido pelo setor odontológico e ter ficado

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satisfeito com o serviço recebido. Este achado se confirma com os achados de Castro Filho16

em que funcionários das empresas que possuíam assistência odontológica relataram não ter

tido dificuldades para serem atendidos (88,8%) e terem ficado satisfeitos devido à facilidade

ao acesso (90,1%). Entretanto, o mesmo estudo de Castro Filho aponta que colegas da

empresa que nunca possuiu assistência odontológica como benefício relataram ter

dificuldades quando buscaram atendimento odontológico (93,3%). Ressaltando que ao existir

serviço odontológico na empresa, o trabalhador passa em média apenas quarenta minutos fora

da linha de produção, enquanto se este trabalhador for receber atendimento fora do ambiente

do trabalho, no mínimo ele passará um turno fora da empresa, resultando, com isso, a

diminuição na sua produtividade.

Apesar do alto grau de satisfação dos usuários quanto aos serviços odontológicos

observados no presente estudo, observou-se diferença significativa em relação às notas dadas

ao atendimento entre as empresas e o tempo de espera e dificuldade do mesmo. Apesar das

empresas pertencerem ao mesmo ramo calçadista e três, das quatro empresas, pertencerem ao

mesmo grupo empresarial (1, 2 e 3), as empresas 2 e 3 (Fortaleza e Sobral) trabalham com a

demanda espontânea e as empresas 1 e 4 (Horizonte e Russas) com a demanda programada de

acordo com os setores de produção das empresas. Sugere-se então que a diferença

significativa tenha ocorrido devido à diferença da organização da demanda. Paim21

sugere a

reorganização de serviços de saúde, no qual a oferta organizada de serviços viesse a suplantar

as ações dirigidas ao atendimento da chamada demanda espontânea, bem como as ações

realizadas a partir da implantação dos chamados programas especiais dirigidos a grupos

específicos. A organização da oferta ou oferta programada seria o espaço de articulação do

enfoque epidemiológico, na medida em que a programação e execução das ações e serviços

partissem da identificação dos problemas e necessidades da população em territórios

delimitados.

A maioria dos voluntários relatou ter ficado satisfeito com todo o serviço oferecido e

ressaltaram a importância da atenção oferecida pelo profissional durante o atendimento. Vale

esclarecer que a consciência da necessidade da humanização no atendimento, juntamente com

o desenvolvimento da interação comunicativa entre profissional e paciente, foram sendo

ampliados nos anos 60, através dos estudos de psicologia do profissional de saúde22

, de

análises psicanalíticas da figura do médico23,24

, assim como da experiência de grupos ao

introduzir a dimensão psicológica na relação médico-paciente25

. Para o Ministério da Saúde26

a humanização no serviço em saúde subsidia o atendimento, a partir do amparo dos princípios

predeterminados como: a integralidade da assistência, a equidade e o envolvimento do

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profissional com o usuário, além de favorecer a criação de espaços que valorizem a dignidade

do profissional e do paciente, essenciais para a boa relação entre o profissional de saúde e o

usuário.

Martins, Mendonça e Vargas27

reforçam que a habilidade do dentista em se

comunicar com as pessoas pode ser essencial no que é necessário para reduzir o anseio deles

em relação ao tratamento oferecido. Segundo Casotti28

, em sua pesquisa de avaliação na rede

municipal de atenção em saúde bucal no Rio de Janeiro, um dos problemas mais recorrentes é

a fragilidade do processo de comunicação entre profissionais e pacientes. Apesar disto, seus

achados para o item “como avalia o atendimento feito pelo dentista”, tanto na “atenção

recebida” como no “tratamento odontológico realizado”, mostram um alto grau de satisfação,

com cerca de 90% dos usuários avaliando positivamente. Em nosso estudo, 99,1% dos

usuários enfatizaram que o profissional foi atencioso; 98,4% relataram que o profissional

estava bem treinado e 98,4% ficaram satisfeitos com o atendimento recebido. Esses resultados

obtidos sugerem a criação de vínculo durante o atendimento, na comunicação, qualidade na

atenção prestada e eficácia do tratamento.

Segundo Trad29

, avaliações que consideram os níveis de satisfação do usuário

“envolvem uma ou mais combinações dos seguintes elementos: um ideal de serviço e

pontualidade, uma noção de serviço merecido, uma média da experiência passada em

situações de serviço similares e um nível subjetivo mínimo de qualidade de serviços a

alcançar para ser aceitável”.

Para Bottan et. al.30

, a qualidade percebida pelo paciente tem muito mais a ver com a

maneira como ele é tratado e com o que ele vai encontrar de qualidade no consultório e no

profissional, do que com a parte técnica propriamente dita. Frenkiel31

agrupou alguns

indicadores de qualidade em: confiabilidade, presteza, segurança, empatia e tangibilidade. A

confiabilidade é entendida como a prestação do serviço de modo confiável e com precisão. A

presteza é a disposição de atender e ajudar o consumidor com rapidez. A segurança é avaliada

pelo conhecimento e cortesia demonstrados pelo profissional. A empatia é identificada pela

atenção e pelo carinho ao paciente. Enquanto que a tangibilidade refere-se à aparência das

instalações físicas, funcionários, uniformes, equipamentos e ambiente. No presente estudo

foram encontrados alguns desses indicadores de qualidade, como presteza, segurança, empatia

e tangibilidade. Também percebemos altos índices de satisfação com o serviço e com o

atendimento do profissional, o que de acordo com os autores descritos acima, confirma a

relação positiva encontrada entre a atenção oferecida e a habilidade do profissional frente ao

paciente e a satisfação deste com o serviço recebido.

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Nesse estudo, os usuários, em sua maioria, relatam que o profissional foi pontual e

que estes não esperaram muito tempo para serem atendidos. Já em estudos realizados em

clínicas odontológicas presentes em universidades, como os de Butters e Willis32

, de Rocha e

Bercht33

e de Leão e Dias34

apontaram duração/número de consultas como fator responsável

pelo abandono do tratamento. Na investigação conduzida por Araújo35

com usuários da

clínica integrada da Universidade Federal do Pará, os entrevistados sugerem, para melhoria do

atendimento, a revisão do processo de agendamento na qual está diretamente relacionada com

o fator tempo.

Este estudo revelou alto grau de satisfação dos trabalhadores com o serviço

odontológico prestado nas empresas em que trabalham, bem como da importância do serviço

odontológico inserido no setor de saúde do trabalhador, em decorrência dos benefícios que

podem ser elencados com um serviço satisfatório dentro da própria empresa em que se

trabalha

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odontologia: a visão do usuário. Rev Bras Odontol Saúde Coletiva, v.2, n.1, p.40-6, 2001.

35. ARAÚJO, I. C. Avaliação da satisfação dos pacientes atendidos na clínica integrada

do curso de odontologia da Universidade Federal do Pará [Dissertação de Mestrado]. São

Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2003.

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TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1- Características das empresas, dos entrevistados, percentagens e média da satisfação

do atendimento odontológico recebido. Característica das empresas e dos usuários e nota para o atendimento recebido

QUESTÕES EMPRESAS

Horizonte Fortaleza Sobral Russas

Característica Calçadista Calçadista Calçadista Calçadista

Quantidade de funcionários 10000 2000 12000 4000

Quantidade de funcionários entrevistados 100 40 120 80

Homens entrevistados 38% 36% 15% 43%

Mulheres entrevistadas 62% 64% 85% 57%

Nota para o atendimento recebido (d.p) 9,5 (±0,5) 9,1 (±0,9) 8,1 (±,9) 8,8 (±1,2)

Tabela 2: Acesso ao serviço odontológico, dificuldades e satisfação dos usuários. Acesso, dificuldade e satisfação do usuário

QUESTÕES EMPRESAS %

Horizonte Fortaleza Sobral Russas Todas

Você já tentou ser atendido no setor odontológico? 100% 98,80% 87,50% 90% 94,70%

Você conseguiu ser atendido no setor odontológico? 98% 97,50% 97,10% 95,40% 97,20%

Foi difícil conseguir atendimento no setor odontológico? 10% 22,50% 97,10% 23,10% 19,30%

Você teve que esperar muito tempo para ser atendido? 5% 26,30% 95,40% 21,20% 18,20%

Você ficou satisfeito com o serviço odontológico? 100% 97,50% 87,50% 95,20% 98,40%

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4.2 ARTIGO 02

Estrutura de serviços odontológicos prestados aos trabalhadores

nas empresas privadas.

RESUMO

A implantação de programas de atenção à saúde bucal nas empresas constitui-se em uma alternativa ao Sistema Único de Saúde para assistência odontológica, porém, pouco se sabe sobre a estrutura desses serviços odontológicos no local de trabalho. Apesar da importância da existência desses serviços prestados para a população de trabalhadores, é necessário assegurar a qualidade do desenvolvimento dos serviços odontológicos oferecidos, o que pode ser realizado através da avaliação dos mesmos. Este estudo objetivou analisar a estrutura do serviço odontológico prestado aos trabalhadores nas empresas privadas do Estado de Ceará, comparando-os com os serviços públicos ou custeados pela associação dos trabalhadores. Caracteriza-se em um estudo quantitativo, exploratório e transversal realizado em todas as empresas com serviço odontológico próprio no Estado do Ceará. Um roteiro de inspeção abordando os aspectos relacionados com a estrutura dos serviços odontológicos foi aplicado nas unidades odontológicas das empresas, do sistema único de saúde e das associação de trabalhadores. De acordo com o instrumento aplicado, os resultados obtidos foram descritos em relação à Estrutura física, Saúde e Segurança do trabalhador, Central de Material Esterilizado e Zeladoria e Limpeza dos Consultórios Odontológicos. Após coleta dos dados, estes foram consolidados e analisados de acordo com os objetivos da pesquisa. Os resultados do estudo indicam que quando comparadas, as estruturas das unidades odontológicas das empresas estão em melhores condições que nas unidades dos centros de apoio e estas assistências estão melhores que nos setores odontológicos das unidades básicas de saúde nos serviços públicos. Palavras-chave: estrutura, odontologia, empresas e organização de serviço.

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ABSTRACT

The implantation of programs for oral health attention in industries consists in an alternative for the public dental assistance offered by the Unified Health System, however, little is known about the structure of these dental services in the workstation. Despite the importance of these services for the workers, it is necessary to assure the quality of the dental services offered, which can be done through their evaluation. The objective of this study was to analyze the structure of the dental service offered to workers in their companies, as well as to compare them with services offered by the Unified Health System or workers association agencies. This is a quantitative, exploratory and transversal study carried out in all companies with this type of service in the State of the Ceará. An inspection script regarding the aspects related with the structure of the dental services was utilized for the evaluation of the dental services offered by the industries, the Unified Health System and workers association agency. According to the applied instrument, the results were described regarding the physical structure, workers health and security, sterilization area, dental office cleaning and maintenance. After data collection, it was analyzed in accordance with the research objectives. The results of the study indicate that the structures of the companies’ dental units are in better conditions than the dental units of the workers association, and those are better than the Unified Health System dental offices. Word-key: structure, dental care, service organization and forms.

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INTRODUÇÃO

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) e em especial os programas de

atenção à saúde bucal na atenção primária e secundária, apresentam-se como uma

das principais formas de atenção odontológica prestada à comunidade. Porém

outras possibilidades de assistência odontológica também existem como a prestada

por empresas para seus trabalhadores e dependentes (MELO, 2006), e pelas

instituições sociais de apoio às indústrias.

Durante muitos anos, a atenção odontológica no serviço público brasileiro

caracterizou-se por prestar assistência a grupos populacionais restritos como os

escolares, através de programas voltados para a doença cárie e periodontal. O

restante da população ficava excluído e dependente de serviços meramente

curativos e mutiladores. Com a inserção da Odontologia no PSF (Programa Saúde

da Família) pela Portaria Ministerial 1.444, de 28/12/2000, buscou-se a construção

de novos processos de trabalho voltados para a família como um todo. A presença

do cirurgião-dentista no PSF, realizando seu trabalho com equilíbrio entre a

prevenção e a cura, adotando procedimentos cuja eficácia tenha sustentação

científica e assegurando que esses sejam implementados com o mais alto padrão

possível, contribuiu para o crescimento da assistência odontológica para a

população (Brasil, 2004).

Por outro lado, a ampliação da atenção em saúde bucal nas empresas,

segundo Mazzilli (2007) vem ocorrendo a partir da inserção do cirurgião-dentista nos

ambulatórios de saúde do trabalhador e de outras formas de serviço odontológico

prestado a estes, como os centros de apoio à saúde do trabalhador (Serviço Social

da Indústria, Cooperativas e Sindicatos). Esses centros têm por finalidade a

prestação de serviços sociais que atendam as necessidades das empresas e dos

trabalhadores, contribuindo para a melhoria das relações de trabalho, da qualidade

de vida do trabalhador e da produtividade industrial. São instituições sem fins

lucrativos que atendem ao seu cliente com ações médico-odontológicas e de saúde

e segurança no trabalho, atividades de lazer, esporte e cultura e muitos outros

benefícios sociais (Pinto e Lima, 2003). De forma mais abrangente, vê-se que a

inclusão desses serviços odontológicos de apoio, seja pelas empresas ou pelos

centros de apoio aos colaboradores, alivia o serviço de Saúde Pública, possibilitando

atendimento odontológico a outras pessoas. Este processo contribui para a

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diminuição da demanda e da procura da população adulta pelos serviços

odontológicos das unidades básicas de saúde, tornando-se uma nova alternativa de

atendimento odontológico para essa população. Quando se refere à saúde bucal do

adulto, existe um hiato no cumprimento dos princípios doutrinários da política pública

de saúde de universalidade, equidade e integralidade de atendimento a toda

população (PERES et al, 2003). Apesar de ser necessária a existência dos serviços

odontológicos, é notória a necessidade de que esses serviços sejam eficientes na

atenção odontológica da população adulta.

Entretanto é necessário assegurar a qualidade do desenvolvimento dos

serviços odontológicos oferecidos, o que pode ser realizado através da avaliação

dos mesmos.

Avaliação é a identificação, esclarecimento e aplicação de critérios

defensáveis para determinar o valor, a qualidade, a utilidade, a eficácia ou a

importância do objeto avaliado em relação a esses critérios (BLAINE, 2004).

Observa-se que autores da literatura apontam uma grande diversidade de

concepções e enfoques metodológicos em avaliação de programas (MATIDA e

CAMACHO, 2004). Os conceitos são utilizados de formas variadas, o papel do

avaliador é diverso, sendo a avaliação classificada diferentemente pelos vários

autores. Adicionalmente, frequentemente são criados novos conceitos que originam

uma imensa diversidade terminológica. Essa variedade de definições relaciona-se

com a complexidade do objeto avaliação em saúde, que pode desdobrar-se em

tantas quantas forem as concepções sobre saúde e práticas de saúde (VIEIRA-DA-

SILVA e FORMIGLI, 1994).

Perpassando por essa grande divergência, observa-se no referencial trazido

por Avedis Donabedian (1988) um conjunto consistente de respostas metodológicas

ao problema da avaliação de qualidade da atenção à saúde.

Em artigo publicado em 1988, Donabedian diz que a avaliação dos serviços

comporta sempre duas dimensões: desempenho técnico, ou seja, a aplicação do

conhecimento e da tecnologia de modo a maximizar os benefícios e minimizar os

riscos; e o relacionamento pessoal com o paciente, de modo a satisfazer os

preceitos éticos, as normas sociais e as legítimas expectativas e necessidades dos

pacientes.

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Há cerca de 40 anos, em seu clássico artigo Evaluating the quality of

medical care, considerado um marco na história da avaliação da qualidade da

assistência sanitária, Donabedian sugere uma tríade para avaliar a qualidade do

cuidado em saúde: estrutura, processo e resultado. Método que ganhou ampla

aceitação e é capaz de mensurar variáveis de qualidade resultantes de processo de

implementação de políticas ou programas específicos na saúde (GABRIELLONI,

2004).

De acordo com Donabedian (2003), o termo estrutura é utilizado para

designar as condições sob as quais os cuidados são prestados. Isto inclui recursos

físicos, como instalações e equipamentos; recursos humanos, relacionado à

quantidade, diversidade e qualificação das profissões; assim como, recursos

materiais e financeiros necessários para o desenvolvimento dos serviços. Por sua

vez, processo refere-se às atividades que constituem o sistema de saúde, incluindo

diagnóstico, tratamento, reabilitação, prevenção e educação, usualmente realizadas

por profissionais, mas incluem também outros atores do cuidado, como os pacientes

e suas famílias. Já resultado é o descritor utilizado para avaliar as mudanças que

podem ser atribuídas às ações de cuidado em saúde, desejáveis ou não, em

indivíduos ou comunidades. São incluídas as mudanças no estado de saúde, no

conhecimento ou no comportamento adquirido por pacientes ou familiares que

possam influenciá-los em relação aos cuidados em saúde no futuro, e a satisfação

do paciente e sua família com o cuidado recebido e os resultados alcançados.

Esse quadro conceitual, descrito por esse autor, que na atualidade possui as

teorias mais utilizadas pelos estudiosos de qualidade em saúde, permite a

classificação de qualidade dos cuidados de saúde e avaliá-los por meio de

formulações de critérios e padrões (GABRIELLONI, 2004).

Sendo esta a tríade mais conhecida, amplamente utilizada e validada

para avaliação dos serviços de saúde, o grupo de pesquisa da professora Anya

Vieira, da Universidade de Fortaleza (Ceará), baseia-se nesses conceitos para

analisar a qualidade do serviço de saúde bucal prestado aos trabalhadores no

estado do Ceará. Um estudo abordando o resultado assistencial foi desenvolvido e

está em fase de publicação, restando ainda a análise do processo e a análise da

estrutura dos serviços prestados.

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Existem poucos instrumentos validados para a avaliação de estrutura dos

serviços em saúde bucal que respeitem as diretrizes da Vigilância em Saúde (por

exemplo: utilização de equipamento de proteção individual-EPI, uso único de luva a

cada paciente, educação continuada, entre outros). Tentando criar um padrão de

qualidade para fiscalização da estrutura, foi criado, pelo Governo Federal em 2002

(resolução 275 de 21 de outubro, do Ministério da Saúde), um roteiro de inspeção

para estabelecimento de assistência odontológica da Vigilância Sanitária e

Ambiental, que se encontra atual e deveria ser utilizado nas principais vigilâncias

nacionais. Este roteiro aborda questões sobre esterilização, equipamentos de

proteção individual, situações e condições dos equipamentos e da edificação, local

de armazenamento dos instrumentos, materiais de consumos odontológicos e

tratamento e destino de resíduos odontológicos.

Roteiros são utilizados como instrumento de inspeção sanitária, permitindo

avaliar o serviço, produto, equipamentos ou condições do ambiente de trabalho,

quanto ao grau de risco que podem oferecer à saúde dos indivíduos e da população

(BRASIL, 2002). Desta forma, são instrumentos adequados para investigar a

dimensão relacionada ao conhecimento técnico e recursos e a efetividade do

princípio da estrutura de Donabedian nas unidades de atenção odontológica em

empresas, centros de apoio e unidades básicas de saúde pública.

Considerando a importância da avaliação da estrutura dos serviços

odontológicos que garantam a efetividade desse serviço, este artigo tem como

objetivo analisar a estrutura do serviço odontológico aos trabalhadores das

empresas privadas do Ceará, comparando-os com os serviços públicos ou

custeados pela associação dos trabalhadores.

METODOLOGIA

Realizou-se um estudo quantitativo, exploratório e transversal no estado do

Ceará, Brasil. Foi adotado, como critério de inclusão, empresas que possuíam

unidade odontológica para atenção à saúde bucal individualizada de seus

colaboradores e que possuem cirurgião-dentista em seu quadro de funcionários;

assim como serviços odontológicos públicos e de apoio social aos trabalhadores nas

áreas de abrangência das indústrias. Para cada empresa pesquisada, duas

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unidades de saúde próximas da região das empresas e utilizadas pelos

trabalhadores foram observadas, assim como os centros de apoio social aos

trabalhadores que existissem nos municípios onde as empresas estavam instaladas.

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST-CEARÁ)

forneceu uma lista contendo as quatro empresas do estado que se enquadravam no

critério de inclusão, distribuídas nos seguintes municípios: Fortaleza, Horizonte,

Russas e Sobral.

Nos consultórios odontológicos de todas as unidades pesquisadas

(empresas, unidades de saúde e centros de apoio social às indústrias) foi realizada

observação do ambiente de trabalho através de visita ao local. A visita (observação

avaliativa) abordou tópicos como: esterilização, equipamentos de proteção

individual, situações e condições dos equipamentos e da edificação, local de

armazenamento dos instrumentos, materiais de consumo odontológico e tratamento

e destino de resíduos odontológicos, todos com base nas diretrizes do Roteiro de

Inspeção para Estabelecimento de Assistência Odontológica da Vigilância Sanitária

e Ambiental da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Sendo o mesmo de acordo com a

resolução -275 de 21 de outubro de 2002 do Ministério da Saúde - ANVISA, visa que

a qualidade e segurança do funcionamento dos estabelecimentos estejam de acordo

com os quesitos. Usando como critério para avaliação do cumprimento dos itens do

Roteiro de Inspeção. O risco potencial inerente, a cada item foi categorizado como:

imprescindível, necessário e recomendável. Em relação ao preenchimento dos itens

do roteiro, as opções foram Sim, Não e Não aplicável. Por exemplo, se a unidade

não possuía Central de esterilização, este item era preenchido como não e os itens

relacionados a este (por exemplo, expurgo, pia, entre outros), como não aplicáveis,

pois dependeriam da existência da Central de esterilização para serem avaliados.

O levantamento, a consolidação, a tabulação e a análise dos dados,

foram realizadas de acordo com os objetivos da pesquisa, através dos programas

SPSS 15.0 for Windows (SPSS INC., Chicago, IL. (USA) e Microsoft Office Excel.

A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de

Fortaleza (UNIFOR) e aprovada sob o protocolo 08-264.

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RESULTADOS

No presente estudo foram visitadas quatro empresas privadas do

ramo calçadista (Empresa 1: município de Horizonte com 10000 funcionários,

Empresa 2: município de Fortaleza com 2000 funcionários, Empresa 3: município de

Sobral com 12000 funcionários e Empresa 4: município de Russas com 4000

funcionários),três centros de apoio ao trabalhador (Horizonte, Fortaleza e Sobral) e

oito unidades básicas de saúde, distribuídas entre os municípios pesquisados.

De acordo com o instrumento aplicado, os resultados obtidos foram

descritos em relação à Estrutura física, Saúde e Segurança do trabalhador, Central

de Material Esterilizado e Zeladoria e Limpeza dos consultórios odontológicos.

Os itens relacionados com a estrutura física (edificação, áreas externas,

rede elétrica, instalação hidráulica e controle de vetores) são apresentados na tabela

1.

Como pode ser observado na tabela 1, o roteiro de inspeção demonstrou

que todas as unidades odontológicas das empresas analisadas, duas unidades de

saúde em Sobral, uma unidade de saúde em Fortaleza, uma unidade de saúde em

Horizonte e os Centros de apoio social de Sobral e Fortaleza estão em conformidade

em relação aos itens necessários da estrutura física. Entretanto, algumas Unidades

Básicas de Saúde de Fortaleza, Russas e Horizonte e o Centro de Apoio de

Horizonte apresentam problemas em alguns itens. Os problemas estruturais mais

comuns foram: estrutura física da edificação (tamanho inferior ao preconizado pela

ANVISA), estrutura física da área externa (tamanho inferior ao preconizado pela

ANVISA; pouca ventilação e iluminação), problemas com eletricidade (fios expostos)

e não realização de controle de vetores (falta de dedetização no período mínimo de

seis meses).

Para avaliar se existia diferença significativa entre as unidades

odontológicas, foi realizado o teste ANOVA e observou-se que há diferença

significativa (p<0,001). A estrutura física das unidades odontológicas das empresas

está melhor que as da unidade dos centros de apoio, e estes estão melhores que as

unidades odontológicas das unidades básicas.

De acordo com a saúde e segurança do trabalhador foram analisados itens

necessários (ambiente de trabalho e realização de hemogramas), itens

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imprescindíveis (uso de EPI, notificação de acidente de trabalho, encaminhamento

de urgência e emergência, educação continuada e imunização) e itens

recomendáveis (uso de sapatos fechados e submissão de bochecho com anti-

séptico ao paciente)- (Tabela 2).

Apenas duas das unidades odontológicas nas empresas estão em

conformidade com as diretrizes na coleta de dados no que diz respeito aos itens

imprescindíveis da saúde e segurança do trabalhador. Os maiores problemas foram

na utilização dos EPI (máscara, óculos e gorro), na notificação de acidentes de

trabalho, na realização da educação continuada e no controle da vacinação dos

funcionários. Em relação aos itens necessários, na ergonomia o problema mais

encontrado foi em relação ao equipo e a falta de realização de hemogramas nos

funcionários. Somente foi encontrada a utilização de invólucro protetor no equipo

nas unidades de saúde das empresas. No que diz respeito aos itens recomendáveis,

a falta de bochecho com anti séptico antes dos procedimentos apareceu como o

item mais marcante.

Para avaliar se existia diferença significativa entre as unidades

odontológicas, foi realizado o teste ANOVA e observou-se que há diferença

significativa (p<0,001). A saúde e segurança do trabalhador nas unidades

odontológicas das empresas estão melhores que nas unidades dos centros de apoio

e estes estão melhores que nas unidades odontológicas das unidades básicas de

saúde.

Em relação à Central de Material Esterilizado (CME), foram analisados itens

necessários (equipamentos e mobílias, fluxo do guichê, janelas, área de expurgo,

área de recepção de material e esterilização) e itens imprescindíveis (uso de EPI e

pia para lavagem das mãos dos profissionais) – (Tabela 3).

No quesito itens imprescindíveis da CME, apenas duas unidades de saúde

das empresas estão de acordo com as normas, as demais unidades estão com

problemas envolvendo o uso correto do EPI dentro do expurgo e na comunicação

desta área com a sala de espera (as portas do expurgo não se mantêm fechadas

durante o atendimento e ocorre comunicação com a área da recepção). Os

problemas nos itens necessários mais comumente encontrados foram: utilização de

gorros únicos na área de expurgo e utilização de EPI exclusivo na área de

esterilização.

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Para avaliar se existia diferença significativa entre as unidades

odontológicas, foi realizado o teste ANOVA e observou-se que há diferença

significativa (p<0,001). A central de material esterilizado das unidades odontológicas

das empresas está em melhores condições que nas unidades dos centros de apoio

e estas estão melhores que nas unidades odontológicas das unidades básicas.

Com relação à tabela 4, somente as unidades odontológicas das empresas

privadas estão em conformidade com os itens imprescindíveis relacionados à

limpeza e zeladoria. Os problemas mais comuns foram: falta de utilização adequada

dos EPI e falta de educação continuada para esses profissionais. Relacionando os

itens necessários, os problemas mais observados foram falta de treinamento sobre

EPI para esses profissionais e falta de disponibilização de EPI apropriados.

Para avaliar se existia diferença significativa entre as unidades

odontológicas foi realizado o teste ANOVA e observou-se que houve diferença

significativa (p<0,001). Com relação ao quesito limpeza e zeladoria, as unidades

odontológicas das empresas estão mais em conformidade que as demais unidades.

DISCUSSÃO

O termo avaliação, apesar da variabilidade de sentidos, por vezes

antagônicos, tem sido referido abstraindo-se sua polissemia. Sua aplicação ao

campo das políticas e programas de saúde revela a diluição de um consenso sobre

o seu significado uma vez que, nesse espaço, a avaliação pode assumir variados

desenhos, na tentativa de se adequar ao escopo da intervenção ou da racionalidade

científica que dá suporte ao estudo (DONABEDIAN, 1990).

Em artigo publicado em 1988, Donabedian diz que a avaliação dos serviços

comporta algumas dimensões, entre elas o desempenho técnico, ou seja, a

aplicação do conhecimento e da tecnologia médica de modo a maximizar os

benefícios e minimizar os riscos, o que justifica a importância do presente estudo.

Este foi o primeiro estudo sobre análise de estrutura de serviço odontológico em

empresas privadas, comparadas com os serviços públicos ou custeadas pela

associação dos trabalhadores no Brasil.

Deve-se ressaltar que a simples estrutura adequada não garante que a

atenção em si será de qualidade e que não trará riscos aos profissionais e usuários.

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Entretanto, este é pré-requisito básico para um atendimento adequado e de

qualidade e, sem estas, a segurança dos profissionais e pacientes está ameaçada.

Em sua maioria, os consultórios odontológicos das empresas privadas

apresentaram estrutura física adequada. Talvez devido a uma maior fiscalização

existente em empresas privadas em relação aos serviços oferecidos aos seus

funcionários e também à possível disponibilidade de recursos para estes serviços.

Sabe-se que empresas privadas não têm o dever de sediar tais serviços, e

normalmente aquelas que resolvem fazê-lo disponibilizam de outros benefícios para

esses funcionários, como ações de cunho sócio ambiental, atividades lúdicas

relacionadas aos problemas do dia-a-dia, comprometimento com o ser e o meio

ambiente, educação continuada, entre outros. Estas, provavelmente se preocupam

com a qualidade de vida geral do funcionário e se disponibilizam a custear esses

benefícios, melhorando assim a produtividade deste. Estas ações acabam por

fornecer ao trabalhador ferramentas para o seu empoderamento social, acabando

por realizar promoção de saúde para estes trabalhadores, suas famílias e a

sociedade como um todo (BURT, 2005), refletindo na melhora de sua saúde global.

Castro Filho (2008) em seu estudo sobre acesso, satisfação e qualidade de vida em

trabalhadores com e sem assistência odontológica, ressalta que os trabalhadores de

empresas que possuem assistência odontológica (dentro da própria empresa ou

terceirizada) apresentam maiores facilidades relacionadas ao acesso à assistência

odontológica, melhores níveis de satisfação relacionados ao atendimento recebido e

melhor qualidade de vida.

Várias unidades de saúde investigadas no presente trabalho não

apresentaram estruturas satisfatórias. Silveira et al. (2001) em seu estudo realizado

no município de Pelotas, no sul do Brasil, sugerem que algumas unidades são

idealizadas sem um planejamento de construção adequado aos padrões

estabelecidos pelo Ministério da Saúde, já que as principais deficiências na estrutura

física encontradas em seu estudo relacionam-se à edificação e áreas externas.

Poder-se-ia sugerir que estas unidades foram construídas antes do período de

validação das diretrizes da ANVISA relacionadas à estrutura física dos consultórios

odontológicos, ou ainda deve-se a uma fragilidade no planejamento e fiscalização

em unidades odontológicas no Brasil. Entretanto, unidades de saúde recentemente

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reformadas (Fortaleza) continuam não atendendo a algumas especificações, o que

pode ser reflexo do mau planejamento na área.

Na área de saúde e segurança do trabalhador apenas metade das empresas

privadas alcançaram as metas dos itens analisados, apesar destas seguirem as

diretrizes da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador de 2004. Os

centros de apoio ao trabalhador e as unidades de saúde não alcançaram as metas

em nenhum dos itens propostos. Noro et. al. (2005), em seu estudo em unidades

básicas de saúde no município de Fortaleza, também relatam a negligência quanto

ao uso de quase todos os EPI, principalmente no que diz respeito ao uso das

máscaras, gorros e óculos de proteção. O uso de todos os EPI é importante para

evitar a contaminação com sangue, saliva, secreções orgânicas, evitando a

disseminação de possíveis patógenos (BRASIL, 2000). No estudo deste autor,

nenhum consultório usava invólucro protetor no equipo, apesar desta manobra ser

recomendável para promover, em sua totalidade, a ação de biossegurança. No

presente estudo observou-se a utilização desse invólucro no equipo apenas nas

unidades de saúde das empresas.

Em relação aos aspectos relacionados à Central de Material Esterilizado,

nenhum dos locais atingiu o percentual máximo dos itens necessários da CME e

apenas 50% das empresas privadas visitadas atingiram 100% dos itens

imprescindíveis da CME (relacionados á área de expurgo- falta de utilização de

sobre-luvas). Essa questão se torna preocupante, pois o ambiente de trabalho em

unidades de saúde tem sido considerado insalubre por agrupar pacientes portadores

de diversas enfermidades infectocontagiosas e viabilizar muitos procedimentos que

oferecem riscos de acidentes e doenças para os trabalhadores (BENATTI, 2004).

Historicamente, os trabalhadores da área da saúde não eram considerados como

categoria profissional de alto risco para acidentes do trabalho, sendo que a

preocupação com os riscos biológicos surgiu somente a partir da epidemia da

HIV/AIDS nos anos 80, onde foram estabelecidas normas para as questões de

segurança no ambiente do trabalho (ALEXANDRE et. al.,2004). As unidades

odontológicas dos centros de apoio e das unidades básicas não atingiram as metas

dos itens necessários e imprescindíveis da CME.

Quanto aos equipamentos utilizados para esterilização, o preconizado

atualmente é a adoção de autoclaves em Centrais de Esterilização, controladas por

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equipe de enfermagem especialmente capacitada para promover a incorporação de

normas de biossegurança de forma clara e efetiva. O uso de autoclave nestas

centrais traz muitas vantagens, em especial com relação ao tempo. Para promover a

esterilização em uma autoclave a uma temperatura de 132ºC em duas atmosferas

de pressão, o tempo empregado é de 40 minutos (BRASIL, 1996). A outra vantagem

é a execução do trabalho por profissionais exclusivos para esse fim, tendo, portanto,

melhores condições para a realização desse procedimento. No estudo, todos os

consultórios odontológicos das empresas privadas utilizavam autoclave na central de

material esterilizado; todas as unidades básicas de saúde e dois centros de apoio ao

trabalhador utilizavam autoclave dentro do próprio consultório e somente um centro

de apoio ao trabalhador (Horizonte) utilizava estufa dentro do próprio consultório

odontológico como meio de esterilização, processo esse controlado pelas auxiliares

de saúde bucal, durante o expediente. Apesar do reconhecimento de que a estufa é

um meio correto para promover a esterilização, a mesma apresenta o inconveniente

da demanda de muito tempo para a sua realização. Deve-se manter a estufa ligada

pelo período de uma hora observando-se a temperatura de 170ºC para execução da

esterilização de instrumentais, sem contar o tempo de resfriamento para que haja

condições de utilização destes instrumentais (LIMA e ITO, 1995). Em uma Unidade

de Saúde que funciona mais de um expediente, isto representa dificuldades

operacionais, correndo-se o risco da quebra do processo de biossegurança e

comprometimento da esterilização realizada.

Com relação aos aspectos relacionados à limpeza e zeladoria na questão da

utilização do EPI, 100% das empresas privadas alcançou todos os itens, o que não

aconteceu com as demais unidades. Isso não é o desejado, pois o conhecimento do

processo de trabalho desenvolvido é de fundamental importância, visto que a

existência de determinados materiais (em especial, os equipamentos de proteção

individual) não garantem, pela sua simples presença, o uso efetivo e correto pela

equipe (NORO et. al., 2005).

No presente estudo a maioria das unidades disponibilizavam de EPI para os

funcionários da Zeladoria e Limpeza, mas nem todos utilizavam esses equipamentos

de maneira correta, talvez pela falta de treinamento para esses funcionários. No que

diz respeito à educação continuada, conforme relato de Gazeta (2004), é importante

ressaltar que para ocorrer mudanças na prática dos serviços, é necessário a

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implementação de programas de formação e capacitação dos funcionários que já

estão nos serviços de saúde, como permanente integração ensino-pesquisa e

serviço, de maneira a colaborar em estratégias de formação de profissionais de

saúde para o ensino permanente. Observou-se nesse estudo que, apesar do

Ministério da Saúde ter uma política voltada para Educação Continuada (Política

Nacional de Educação Permanente em Saúde pela portaria GM/MS nº 1.996, de 20

de agosto de 2007), na prática esta não está sendo visualizada nas unidades de

saúde. Ressalta-se ainda a importância das capacitações contínuas dos

profissionais de nível médio e elementar, visto que, na maioria das vezes, são eles

que recebem os usuários no primeiro contato com o serviço. Como descrito por

Donabedian (1988), o relacionamento da equipe com o paciente é importante na

avaliação do serviço e qualidade do mesmo.

O estudo revelou que apesar das unidades de saúde analisadas

apresentarem um público alvo semelhante (municípios, empresas e trabalhadores),

as unidades odontológicas das empresas apresentam melhores condições

relacionadas à estrutura física, saúde e segurança do trabalhador, central de

material de esterilização e zeladoria e limpeza, quando comparadas as unidades

odontológicas dos centros de apoio aos trabalhadores e as unidades básicas de

saúde.

Entretanto, deve-se ressaltar que a adequação do princípio da estrutura,

através dos itens preconizados pela ANVISA, nessas unidades de saúde não

garantem que o procedimento em si seja de qualidade e não traga riscos aos

profissionais e pacientes, mas são pré-requisitos para um atendimento adequado e

com qualidade.

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TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1: Distribuição dos itens das estruturas físicas dos consultórios

odontológicos das Empresas, Unidades de Saúde e Centros de Apoio Social aos

trabalhadores.

ESTRUTURA FÍSICA

UNIDADES DE SAÚDE VISITADAS

NECESSÁRIO

ED. EXT. ELETRIC. H V %

Empresa Horizonte √ √ √ √ √ 100%

Empresa Sobral √ √ √ √ √ 100%

Empresa Fortaleza √ √ √ √ √ 100%

Empresa Russas √ √ √ √ √ 100%

Centro de Apoio Horizonte √ √ √ √ 80%

Centro de Apoio Fortaleza √ √ √ √ √ 100%

Centro de Apoio Sobral √ √ √ √ √ 100%

Unidade de Saúde 1 Sobral √ √ √ √ √ 100%

Unidade de Saúde 2 Sobral √ √ √ √ √ 100%

Unidade de Saúde 1 Horizonte √ √ √ 60%

Unidade de Saúde 2 Horizonte √ √ √ √ √ 100%

Unidade de Saúde 1 Fortaleza √ √ √ √ √ 100%

Unidade de Saúde 2 Fortaleza √ √ √ 60%

Unidade de Saúde 1 Russas √ √ 40%

Unidade de Saúde 2 Russas √ √ 40%

ED:edificação;EXT:área externa;ELETRIC:eletricidade;H:rede hidráulica; V:controle de vetores.

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Tabela 2: Itens necessários, imprescindíveis e recomendáveis relacionados

à Saúde e Segurança do Trabalhador dos consultórios odontológicos das Empresas,

Centros de Apoio Social e Unidades Básicas de Saúde.

SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

UNIDADES DE SAÚDE VISITADAS

NECESSÁRIOS IMPRESCINDÍVEIS RECOMENDÁVEIS

ER HE % L L1 L2 A A2 M O G N E ED V % S B %

Empresa Horizonte √ √ 100% √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 100% √ √ 100%

Empresa Sobral √ √ 100% √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 76% √ √ 100%

Empresa Fortaleza √ √ 100% √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 76% √ √ 100%

Empresa Russas √ √ 100% √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 100% √ √ 100%

Centro de Apoio Horiz. √ 50% √ √ √ √ √ √ √ √ 64% √ 50%

Centro de Apoio Fortal. √ 50% √ √ √ √ √ √ √ √ 64% √ 50%

Centro de Apoio Sobral 0% √ √ √ √ √ √ √ √ 64% √ 50%

Unidade de Saúde 1 S. 0% √ √ √ √ √ √ √ √ √ 70% 0%

Unidade de Saúde 2 S. 0% √ √ √ √ √ √ √ √ √ 70% 0%

Unidade de Saúde 1 H. √ 50% √ √ √ √ √ √ √ √ 64% √ 50%

Unidade de Saúde 2 H. √ 50% √ √ √ √ √ √ √ √ 64% √ 50%

Unidade de Saúde 1 F. √ 50% √ √ √ √ √ √ √ 44% 0%

Unidade de Saúde 2 F. √ 50% √ √ √ √ √ √ √ √ 64% √ 50%

Unidade de Saúde 1 R. 0% √ √ 12% √ 50%

Unidade de Saúde 2 R. 0% √ √ 12% √ 50%

ER:ergonomia; HE:hemograma; L:luva;L1:luva única; L2:uso de sobre luva; A:uso de avental; A2:troca de avental; M:uso de máscara; G:uso de gorro; N:notificação de acidente de trabalho; E:emergência; ED:educação continuada; V:vacinas; S:sapatos fechados; B:bochecho.

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Tabela 3: Distribuição dos itens necessários, imprescindíveis e recomendáveis

relacionados com Saúde e Segurança do Trabalhador dos consultórios

odontológicos das Empresas, Centros de apoio Social e Unidades Básicas de

Saúde.

CME

UNIDADES DE SAÚDE VISITADAS

NECESSÁRIO IMPRESCINDÍVEL

1 2 3 4 6 7 8 9 10 12 R1 E28 E29 E30 E31 % 5 11 R %

Empresa Horizonte √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 94% √ √ √ 100%

Empresa Sobral √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 94% √ √ 66%

Empresa Fortaleza √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 94% √ √ 66%

Empresa Russas √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 94% √ √ √ 100%

Centro de Apoio Horizonte √ √ √ √ √ √ 36% √ 33%

Centro de Apoio Fortaleza √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 72% √ √ 66%

Centro de Apoio Sobral √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 78% √ √ 66%

Unidade de Saúde 1 Sobral √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 72% 0%

Unidade de Saúde 2 Sobral √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 72% 0%

Unidade de Saúde 1 Horizonte √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 100% √ √ 66%

Unidade de Saúde 2 Horizonte √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 66% √ √ 66%

Unidade de Saúde 1 Fortaleza √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 72% 0%

Unidade de Saúde 2 Fortaleza √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 100% √ √ 66%

Unidade de Saúde 1 Russas 0% 0%

Unidade de Saúde 2 Russas 0% 0%

1:ambiente;2:acesso único dos funcionários;3:equipamentos;4:procedimento seqüencial;5:portas fechadas;6:expurgo separado por barreira física;7:janela telada;8:transporte de artigos contaminados;9,10,11 e 12:área de expurgo;R e R1:área de recepção;E28,E29,E30 Ee31:área de esterilização

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Tabela 4: Distribuição dos itens relacionados à limpeza e zeladoria dos consultórios

odontológicos das Empresas, Centros de apoio Social e Unidades Básicas de

Saúde.

ZELADORIA E LIMPEZA

UNIDADES DE SAÚDE VISITADAS NECESSÁRIO IMPRESCINDÍVEL

Z1 Z2 % Z3 Z4 %

Empresa Horizonte √ √ 100% √ √ 100%

Empresa Sobral √ √ 100% √ √ 100%

Empresa Fortaleza √ √ 100% √ √ 100%

Empresa Russas √ √ 100% √ √ 100%

Centro de Apoio Horizonte 0% 0%

Centro de Apoio Fortaleza √ √ 100% 0%

Centro de Apoio Sobral √ √ 100% 0%

Unidade de Saúde 1 Sobral √ 50% 0%

Unidade de Saúde 2 Sobral √ 50% 0%

Unidade de Saúde 1 Horizonte 0% 0%

Unidade de Saúde 2 Horizonte 0% 0%

Unidade de Saúde 1 Fortaleza √ 50% 0%

Unidade de Saúde 2 Fortaleza 0% √ 50%

Unidade de Saúde 1 Russas 0% 0%

Unidade de Saúde 2 Russas 0% 0%

Z1:recebem treinamento;Z2:dispõe de EPI;Z3:utiliza adequadamente EPI;Z4:educação continuada

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo foi constatada uma forma alternativa de atenção

odontológica à população adulta, a partir da inserção do cirurgião-dentista nos

ambulatórios de saúde do trabalhador e em outros serviços odontológicos prestados

a estes, como os centros de apoio à saúde do trabalhador. Vê-se que a inclusão

desses serviços odontológicos de apoio, seja pelas empresas ou pelos centros de

apoio aos colaboradores, alivia o serviço de Saúde Pública, possibilitando

atendimento odontológico a outras pessoas. Este diminui a procura da população

adulta pelos serviços odontológicos das unidades básicas de saúde, tornando-se

uma alternativa de atendimento odontológico para essa população. Desta forma, fica

evidente a importância em se avaliar esses serviços e a significância desse estudo,

que, pela primeira vez, avalia os serviços odontológicos ofertados por empresas no

estado do Ceará, sob a luz da estrutura do serviço e satisfação dos usuários com o

mesmo.

A maioria dos entrevistados declarou trabalhar como auxiliar de produção,

onde a renda variava entre um e dois salários mínimos, acredita-se, portanto, que

estes façam parte do grupo em que as unidades básicas de saúde do SUS

apresentam-se como uma das principais formas de atenção odontológica prestada a

estes e seus dependentes. Porém com a inclusão destes serviços odontológicos de

apoio aos trabalhadores e com a melhoria no acesso a estes, essa população

encontra uma nova alternativa para o tratamento odontológico. De acordo com o

presente estudo as estruturas dos serviços odontológicos nas unidades básicas de

saúde não foram tão satisfatórias quanto às estruturas encontradas nos serviços

odontológicos das empresas privadas, o que pode justificar esse alto grau de

satisfação dos usuários com os serviços odontológicos das empresas.

Com isso, este estudo possibilitou um melhor entendimento da relação

serviço odontológico e trabalho, bem como da importância do serviço odontológico

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inserido no setor de saúde do trabalhador, em decorrência dos benefícios que

podem ser elencados com um serviço satisfatório na visão do usuário e de um

serviço com uma estrutura adequada, aprimorando o atendimento.

Entretanto, deve-se ressaltar que a adequação do princípio da estrutura

nessas unidades de saúde e a satisfação relatada pelos usuários não garantem por

si só que o serviço seja de qualidade, mas são pré-requisitos para um atendimento

mais adequado e qualificado.

5.1 Limitações do estudo

O presente estudo foi realizado dentro das empresas onde o serviço

odontológico era prestado, o que pode ter gerado um viés nos achados. Entretanto,

para minimizar possíveis interferências, devido à “intimidação” direta ou indireta do

ambiente de labuta nas respostas dos trabalhadores, as empresas não obtiveram

acesso às relações finais dos entrevistados, nem dos resultados individuais dos

mesmos. Apesar de ter ocorrido uma devolução dos achados para as empresas,

este ocorreu de forma global e não especificou nenhuma classe ou subdivisão de

trabalhadores, respeitando assim, o anonimato e a individualidade dos participantes.

As empresas privadas que participaram do estudo, baseadas nos critérios de

inclusão, eram todas do ramo calçadista, sendo ainda as empresas 1, 2 e 3 do

mesmo grupo empresarial. Este fato pode ter gerado uma homogeneidade nos

serviços odontológicos prestados nestas empresas. Entretanto, o que se observou

foi que, a mudança de organização da demanda (espontânea versos programada)

teve uma influência maior na distinção do acesso, do que a influência do grupo

empresarial, haja vista que, as empresas 2 e 3, com atendimento organizado através

da demanda espontânea obteve valores de acessibilidade inferiores a suas

“empresas irmãs”, enquanto que as empresas 1 e 4, de grupos empresariais

diferentes, porém com organização de demanda programada, obtiveram valores de

acessibilidade semelhantes.

Outra questão que deve ser mencionada é o fato da pesquisadora (PVS)

trabalhar em uma das empresas investigadas, o que poderia influenciar os achados.

Entretanto, para minimizar este possível viés, a coleta de dados na empresa 1 foi

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realizada por outro pesquisador, e este entrevistou apenas os trabalhadores que são

atendidos no serviço odontológico por um outro cirurgião-dentista da empresa.

5.2 Futuros trabalhos na área

Ao fim de uma pesquisa, novas dúvidas sempre emergem, desta forma,

descrevem-se abaixo possíveis trabalhos que poderão ser desenvolvidos para

expandir ou aprofundar os achados aqui apresentados.

De acordo com os critérios de avaliação de Donabedian, percebe-se que

ainda existe a necessidade da avaliação do processo desses serviços prestados, o

que poderá vir a ser uma abordagem a ser estudada futuramente.

Adicionalmente, ficou claro, com base nos achados da presente pesquisa, a

importância da comparação dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde

com os das empresas, o que também, poderá a vir a ser uma futura pesquisa na

área.

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APÊNDICES

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APÊNDICE I:

COMUNICADO PARA A EMPRESA

À Empresa _______________________________________ __________________, ____ de________________ de 200 . Sr. Diretor(a) Meu nome é Paula Ventura da Silveira, sou Cirurgiã-Dentista e estou cursando pós-graduação na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Um dos objetivos do curso é a elaboração de uma dissertação com pesquisa de campo, para a obtenção do Grau de Mestre em Saúde Coletiva. Entendemos a importância da avaliação de serviços prestados na visão do usuário e de seus gestores, porém pouco se sabe sobre avaliação desses serviços. A pesquisa de campo será na forma de aplicação de um questionário, deverá ser realizada com uma amostra dos trabalhadores e gestores da empresa e um check-list observacional nos consultórios odontológicos entre os meses de Outubro de 2008 e Janeiro de 2009, em datas a serem combinadas. O questionário será aplicado por mim, sem a necessidade da identificação do funcionário e com pouco tempo de duração para o preenchimento. O projeto da pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e recebeu parecer favorável. Os resultados gerais (e não os individuais) da pesquisa serão apresentados à empresa. Assim, solicito a autorização da direção da empresa para realizar a pesquisa com seus funcionários, de forma sigilosa. Estou à disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários, meu telefone é (85) 91123113. Atenciosamente Paula Ventura da Silveira Cirurgiã-Dentista – CRO/CE 4916 Fortaleza – Ce

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APÊNDICE II:

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

A empresa _________________________________________________________, do município de___________________ – Ce. Representada pelo Senhor(a) ____________________________________, após a ciência e análise dos objetivos de pesquisa expressos na correspondência enviada em ___/___/___ , autoriza a cirurgiã-dentista Paula Ventura da Silveira inscrita no Conselho Regional de Odontologia / CE, sob o nº. 4916 a realizar a pesquisa “Serviço Odontológico em Empresas Privadas no Estado do Ceará”, com os seus funcionários, na sede da empresa. ________________, _____de _________ de 200 . _________________________________ Assinatura do (a) gerente ou responsável

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APÊNDICE III:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA

Eu, ____________________________________________declaro que é de livre e espontânea vontade que concordo em participar da pesquisa “Serviço Odontológico em Empresas Privadas no Estado do Ceará” cujo objetivo é analisar serviços odontológicos prestados por empresas privadas no estado do Ceará.

A pesquisa será realizada com a aplicação de um questionário aos trabalhadores e gestores de empresas selecionadas no estado do Ceará. Ressalvo que estou ciente de que terei garantido os direitos abaixo mencionados, dentre outros assegurados pela Resolução n.196/96 do Conselho Nacional de Saúde ⁄ Ministério da Saúde.

1. Receber esclarecimento a qualquer dúvida acerca da pesquisa e do caráter da minha participação.

2. Não receber qualquer gratificação ou bônus em participar da pesquisa.

3. Retirar meu consentimento a todo o momento da pesquisa sem que isso ocorra em penalidade de qualquer espécie.

4. Receber garantias de que não vai haver divulgação do meu nome ou de qualquer informação que ponha em risco minha privacidade e anonimato.

5. Todas as informações obtidas serão guardadas de forma sigilosas de acordo com os princípios éticos que norteiam a preservação do paciente no caso da publicação do trabalho.

6. A pesquisa não apresenta riscos para os participantes.

Consentimento pós-esclarecido

Declaro que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, concordo em participar da pesquisa.

________________________, ______ de ___________________ de 200__.

______________________________ ______________________________

Assinatura do participante Assinatura da pesquisadora

Em caso de dúvida, por favor, procure o responsável pela pesquisa: Paula Ventura da Silveira- Aluna do Mestrado em Saúde Coletiva da UNIFOR (Av. Washington Soares, 1321, Tel.: 85-34773280 ou 85-91123113).

Se houver dúvidas sobre a ética da pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFOR- Av. Washington Soares, 1321, CEP 60811-341, Fortaleza-Ce ou coé[email protected].

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APÊNDICE IV:

QUESTIONÁRIO PARA USUÁRIOS DO SERVIÇO ODONTOLÓGICO

Serviço Odontológico em Empresas Privadas no Estado do Ceará

Fábrica-Empresa:______________________Função:______________________

Data:___________________ Pesquisador:_______________________________

1. Idade:_________________

2. Sexo: ( )Feminino ( )Masculino

3. Profissão/Ocupação:_____________________________________________

4. Estado Civil:( )Casado ( )Solteiro ( )Separado ( )Viúvo ( )Outro

5. Condições de moradia: ( )Própria ( ) Alugada ( ) Outro___________

6. Há quanto tempo trabalha na empresa: _____________anos

7. Renda:( )Até 02 salários mínimos ( )De 02 à 05 salários mínimos

( )De 05 à 10 salários mínimos ( )Mais de 10 salários mínimos

8. Você já tentou ser atendido no serviço odontológico de sua empresa?

( )Sim ( )Não

Se tentou, você conseguiu atendimento? ( ) Sim ( ) Não

Se tentou, foi difícil conseguir atendimento? ( ) Sim ( ) Não

Se tentou, teve que esperar muito tempo para ser atendido?( )Sim ( )Não

9. Seus problemas de saúde bucal são resolvidos dentro da empresa em que

trabalha? ( )Sim ( )Não

10. Você acredita que ocorre falta de material nos serviços oferecidos pelo setor

odontológico? ( )Sim ( )Não

11. Você acha que a estrutura física do setor odontológico é ideal para o cuidado

odontológico? ( )Sim ( )Não

12. Você acha que existe número de cadeiras de dentista adequada?

( )Sim ( )Não

13. Existe escovódromo na empresa (local próprio para escovação no interior da

empresa)? ( )Sim ( )Não

Se sim, este é utilizado? ( )Sim. Com que freqüência?( ) 01 vez por mês

( ) 01 vez por semana

( )mais de 01 vez por semana

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( )Não

14. Existe número de dentistas adequado? ( ) Sim ( ) Não

Se não, precisa de ( ) mais ( ) menos

15. Você ficou satisfeito com o atendimento recebido? ( ) Sim ( ) Não

16. Que nota (de zero a dez) você daria para o atendimento recebido?________

17. O que mais você gostou do atendimento?____________________________

18. O que menos você gostou no atendimento?__________________________

19. O profissional que lhe atendeu foi atencioso? ( ) Sim ( ) Não

20. O profissional que lhe atendeu foi pontual? ( ) Sim ( ) Não

21. Qual é a sua expectativa em relação ao serviço odontológico prestado? Marque

quantas opções quiser.

( ) Pontualidade ( ) Atendimento rápido

( )Faça extrações e restaurações ( )Faça limpeza

( ) Ensine sobre escovações ( ) Outros _____________________

22. Você acha que ter serviço odontológico na empresa é importante?

( ) Sim ( ) Não

23. O profissional que lhe atendeu estava bem treinado? ( ) Sim ( ) Não

24. Você acha que é dado algum tipo de prioridade no atendimento?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, para quem?____________________________________________

25. Você observou algum tipo de discriminação no atendimento?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, descreva_______________________________________________

26. Você sofreu algum tipo de discriminação no atendimento?( )Sim ( )Não

Se sim, descreva_______________________________________________

27. Você acha que os recursos do serviço odontológico são utilizados da melhor

forma possível? ( ) Sim ( ) Não

28. Você sabe quantos dentistas existem nesta empresa? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, Quantos? _______.

29. Você sabe quantos consultórios odontológicos existem nesta empresa?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, Quantos? _______.

30. Que nota (de zero a dez) você daria para a estrutura do serviço odontológico de

sua empresa? _____________

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ANEXOS

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FOLHA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

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ROTEIRO DE INSPEÇÃO PARA ESTABELECIMENTO DE ASSISTÊNCIA

ODONTOLÓGICA

4 ESTRUTURA FÍSICA / CONDIÇÕES GERAIS

(*) SIM NÃO NA

4.1 Edificação em conformidade com o projeto aprovado, inclusive em caso de reformas ou ampliações? N

4.2 No geral as áreas externas (jardim, pátio, corredores externo, casa de máquinas etc.) e áreas de apoio (área de recepção, área de atendimento, corredores internos, depósitos de material e limpeza,

sanitários para públicos, sala de espera, entre outras) estão em boas condições de higiene, limpeza e conservação?N

4.3 Rede elétrica sem fios expostos e suficiente para os equipamentos existentes? N

4.4 Instalação hidráulica sem tubulação aparente e ausência de vazamentos? N

4.5 Controle de vetores? N

5 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

(*) SIM NÃO NA

5.1 Funcionários fazem uso de EPI’s (equipamentos de proteção individual)?

5.1.1Luvas:

Obs. 1: uso único para cada paciente.

Obs. 2: uso de sobre luva, sempre que necessitar tocar com as mãos contaminadas, as superfícies e objetos como receituários, radiografias, telefone, maçanetas caneta, etc.I

5.1.2Avental:

Obs.: uso exclusivo para ambiente de trabalho, fechado e de mangas longas, trocar diariamente ou quando apresenta sujidades.I

5.1.3 Máscara:

Obs.: trocar sempre que apresentar sujidades ou umidade.I

5.1.4 Protetor Ocular:

Obs.: deve ser limpo após cada procedimento. I

5.1.5 Gorro: I

5.1.6 Sapatos fechados? R

5.2Submete o paciente a bochecho com solução anti-séptica, antes de iniciar o procedimento odontológico, a fim de reduzir o número de microorganismos na cavidade oral?R

5.3 Notifica acidentes de trabalho? I

5.4 Encaminha funcionário para os serviços de emergência e investiga quando necessário? I

5.6 Realiza educação continuada para os funcionários em relação à saúde e segurança no trabalho, com registro?

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Obs.: Solicitar registros relativos a: temas abordados, data, local, número de treinamento, nome dos participantes, periodicidade dos treinamentos e carga horária e outros.I

5.7 O ambiente de trabalho oferece condições ergonômicas para o trabalhador quanto: à iluminação, mobiliário, ritmo de trabalho/pausas?N

5.8 Realizam hemogramas com contagem de plaquetas, na freqüência mínima anual, para os funcionários que atuam na área?N

5.9 Imunização para:

5.9.1 Hepatite “B”, tétano e rubéola (mulheres em idade fértil).

Obs.: solicitar registro. I

7.1 Sala de recepção: área mínima (1,20 m2 por pessoa) mais área de circulação? R

7.2 Prontuário do paciente? N

7.3 Ficha clínica? N

7.4 Ficha de anamnese, assinada pelo paciente (em duas vias, uma para o paciente outro para o dentista)? R

7.5 Área de atendimento (mínimo 9 m2 por equipo)? N

7.6 Piso liso, resistente, impermeável e lavável em perfeitas condições de limpeza?

Obs.: nas áreas de atendimento aos pacientes, central de esterilização, sanitários, laboratórios de prótese, cozinha.N

7.7 Paredes de cor clara, material liso, resistente, lavável, e em perfeitas condições de limpeza? N

7.8 Forro/teto liso?

Obs.: livre de trincas, rachaduras e umidade. N

7.9 Portas e janelas de superfícies lisas, em condições de uso e de fácil acesso? N

7.10 Iluminação natural? N

7.11 Iluminação artificial?

Obs.: luminárias em bom estado de conservação.N

7.12 Ventilação natural e/ou artificial?

Obs.: quando houver ventilação artificial manter uma rotina por escrito da

limpeza dos filtros do sistema.N

7.13 Conforto acústico?

Obs.: isola as pessoas da fonte de ruído (compressor e bomba à vácuo).N

7.14 Instalações sanitárias – (uso exclusivo) providas de vaso sanitário e pia?

Obs. 1: coletor de lixo com tampa, toalheiro de papel e sabonete líquido em condições perfeitas de higiene.

Obs. 2: Quando houver comunicação com a área de trabalho, a porta da instalação sanitária deverá apresentar fechamento automático.N

7.15 Pia com cuba para lavagem das mãos dos profissionais provido de sabão líquido, anti-séptico, papel-toalha, lixeira com tampa de acionamento por pedal ou lixeira sem tampa?

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Obs. 1: as pias de lavagem de artigos e de mãos devem ter uma distância mínima de 1 metro entre elas ou barreira física de no mínimo 40 cm de altura entre as mesmas, Quando geminadas.

Obs. 2: Não é permitido o uso de lixeira de tampa manual.N

7.16 Bancada com cuba profunda para lavagem de artigos (uso exclusivo)?N

7.17 Os mobiliários, equipamentos e estrutura física estão em bom estado de conservação e em boas condições de higiene?

Obs.: Verificar se não apresentam perda de revestimento, processo de corrosão, sujidades, trincas, infiltrações. N

7.18 Cortinas limpas e passíveis de limpeza? N

7.19 Limpa as superfícies, após cada atendimento, com água e detergente, antes de realizar a desinfecção química?

Obs.: No caso de usar filme plástico de PVC transparente ou coberturas, as mesmas são trocadas após cada paciente e faz a limpeza no final do dia. Ex.: mesas auxiliares, o equipo odontológico, cadeiras, refletor, amalgamador, aparelho de raio X, etc...N

7.20Equipo odontológico em perfeito estado de uso e limpeza.

Obs.: sempre a desinfecção ou a esterilização, deve ser precedida por limpeza.N

7.21 Turbina(s) de alta rotação/passível de esterilização física ou desinfecção?N

7.22 Micromotor (Contra-ângulo ou peça de mão reta) passível de esterilização física ou de desinfecção?N

7.23 Seringa tríplice (ar/água) desinfetada ou com ponta descartável?N

7.24 Despreza o primeiro jato, por alguns segundos, com as peças-de-mão, canetas ou pontas profiláticas desconectadas, antes da utilização em um novo cliente? N

7.25 Possui reservatório de desinfetante integrado ao equipo que permite a desinfecção das mangueiras da turbina e do micromotor?R

7.26 Cadeira odontológica em perfeito estado de uso e limpeza? N

7.27 Refletor odontológico em perfeito estado de uso e limpeza? N

7.28 Cuspideira?

Obs.: Com água corrente, em perfeito estado de uso e limpeza. N

7.29 Sistema de sucção:

7.29.1Realiza a limpeza da luz das mangueiras dos aspiradores por meio de aspiração de uma solução detergente e/ou detergente-desinfetante, após cada atendimento?N

7.29.2 Pontas de sucção de uso único para cada paciente e previamente desinfetadas?N

7.29.3 Pontas de sucção esterilizadas para procedimentos cirúrgicos?N

7.30 Equipamentos complementares todos em perfeito estado de limpeza e utilização (aparelho de ultra-som, fotopolimerizador, amalgamador, etc.)?N

7.31 Utiliza barreiras descartáveis, impermeáveis à secreção, tipo filme plástico de PVC transparente, no localizador do aparelho de Raio X? N

7.32 Utiliza envoltório plástico de PVC transparente, nas películas radiográficas intrabucais?N

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7.33 Usa sobre luva nas tomadas radiográficas, ao manipular o localizador, o braço do aparelho, o disparador e ao revelar a radiografia?N

7.34Medicamentos e correlatos odontológicos com registro no M.S. e dentro do prazo de validade?

Obs.: as soluções desinfetantes e anti-sépticas são identificadas e trocadas periodicamente conforme padronização e estão dentro do prazo de validade.I

7.35 Compressor Instalado fora da área do consultório ou com proteção acústica?N

7.36 Instalado de forma que a captação do ar ambiente seja limpo, frio e seco através de tubulação apropriada?N

7.37Amalgamador longe de fonte de calor e colocado em bandeja plástica de abas altas (exceto quando fizer uso de cápsulas)? N

7.38 Desinfecção de Superfícies:

7.38.1 Limpeza das superfícies com água e detergente neutro?N

7.38.2 Desinfecção das superfícies contaminadas com secreção orgânica?N

7.38.3 Usa EPI s.? N

7.38.4 Uso de desinfetantes químicos, com registro no M.S. e dentro do prazo de validade?N

7.39 Uso de barreiras descartáveis nas superfícies, impermeáveis à secreção, tipo filme plástico de PVC transparente (coberturas)? N

7.40 Processamentos de artigos:

7.40.1 Uso obrigatório de EPIs? I

7.40.1.2 As embalagens utilizadas são as indicadas pelo M.S. Elas estão íntegras e identificadas com o tipo de artigo, data da esterilização, prazo de validade, indicador químico e rubrica do responsável?N

7.40.1.3 Realiza a limpeza dos artigos imediatamente após seu uso e, na impossibilidade, os mesmos, são imersos em água?N

7.40.2 Limpeza:

7.40.2.1 Uso obrigatório de EPIs (luvas grossas, máscara, óculos de proteção e avental plástico)? I

7.40.2.2 Utiliza produtos com registro no M.S. e dentro do prazo de validade? I

7.40.2.3 Utiliza produtos e métodos preconizados pelo M.S, para a limpeza dos artigos. (manual ou mecânico). I

7.40.2.4 Realiza enxágüe em água corrente, dos artigos (manual ou mecânico)? I

7.40.2.5 Realiza a secagem dos artigos (manual ou mecânica)? I

7.40.2.6 Realiza a inspeção para detecção de resíduos e pontos de corrosão? I

7.40.2.7 Realiza a lubrificação nos artigos articulados?

Obs.: com produto hidrossolúvel, se for para autoclave. N

7.40.3 Desinfecção:

Obs.: processo apenas para artigos termosensíveis.

7.40.3.1 Desinfecção física?

Obs.: De acordo com método preconizado pelo M.S. I

7.40.3.2 Desinfecção química?

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Obs.: Com produtos e métodos preconizados pelo M.S. I

8 CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO – CME CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS

(*) SIM NÃO NA

8.1 Ambiente limpo, claro e arejado? I

8.2 Acesso restrito ao(s) funcionário(s) que atua(m) na área? I

8.3Os equipamentos e os mobiliários se encontram em boascondições de higiene e conservação?

Obs.: Verificar se não apresentam trincas, perda do revestimento, processo de corrosão, sujidades, infiltrações.N

8.4 Existe um fluxo seqüencial de procedimento?

Observar barreira física e barreira técnica. N

8.5 As portas e guichês são mantidos fechados? I

8.6 Área suja (expurgo), esta separado por barreira física, da área limpa (preparo, esterilização e armazenamento)? N

8.7As janelas são teladas quando comunicam diretamente para a área limpa externa ou possuem sistema de ventilação artificial?N

8.8 O transporte dos artigos contaminados é realizado em recipientes fechados até CME? N

8.9 Área de expurgo:

8.9.1 Iluminação e ventilação natural com janelas teladas ou artificial com ventilação forçada (exaustão )? N

8.9.2 Pia com bancada provida de cuba maior e profunda com água corrente? N

8.9.3 Uso de EPIs: avental impermeável, óculos, luvas grossas, gorro, máscara e sapatos fechados? I

8.9.4 Vestiário exclusivo? N

8.10 Área de recepção de artigos limpos:

8.10.1 Pia para lavagem das mãos dos profissionais provida de sabão líquido/papel toalha, lixeira com tampa de acionamento por pedal ou lixeira sem tampa?I

8.10.2 Bancada de trabalho de material liso, impermeável e lavável? N

8.11 Área de esterilização:

8.11.1 Presença de estufa com termômetro acessório e cronômetro e/ou presença de autoclave? N

8.11.2 Comunicação com a área de armazenamento e distribuição dos artigos através de porta de fechamento automático?

Obs.: Quando possuir área de armazenamento separado.N

8.11.3 Armazenamento do material esterilizado, em local de uso exclusivo, provido de prateleiras e/ou armários constituídos de material liso, impermeável e isento de umidade? O local deverá estar provido de termômetro de controle de temperatura (21ºC-25ºC )?N

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8.11.4 Distribuição dos artigos através de guichê (este permanece fechado quando não utilizado)? NI

9.10 Os funcionários dispõem da seguinte paramentação e EPIs:

9.10.1 Avental estéril? I

9.10.2 Luvas estéreis? I

9.10.3 Máscara? I

9.10.4 Calça e jaleco? I

9.10.5 Óculos? I

9.10.6 Gorro? I

9.10.7 Sapatilha ou similar (lavável) para uso só em área limpa de centro cirúrgico?R

9.11 Carrinho e/ou material de anestesia submetido à limpeza e desinfecção após cirurgia ou com freqüência mínima diária? I

9.12 Os mobiliários, equipamentos e estruturas físicas estão em bom estado de conservação e boas condições de higiene?

Obs.: Verificar se não apresentam trincas, perda de revestimentos, processo de corrosão, sujidades e infiltrações.N

9.13 Manutenção preventiva e periódica dos equipamentos com registro?

Obs.: Verificar se dispõe de programação de manutenção preventiva, se foram realizados e se constam registros das mesmas, dispondo de laudo com a data, nome e assinatura do técnico que a executou. Verificar registros.N

9.14 Materiais e artigos estéreis acondicionados em embalagens adequadas e íntegras, identificados com data de esterilização, prazo de validade e indicador químico?N

9.15 Medicamentos e correlatos com registro no MS, dentro do prazo de validade, acondicionados e armazenados conforme orientação do fabricante?N

10 LIMPEZA E ZELADORIA

(*) SIM NÃO NA

10.1 Os funcionários do serviço de limpeza recebem treinamento? N

10.2 Os funcionários dispõem de EPIs. N

10.11 Os funcionários da limpeza utilizam adequadamente os EPIs I

10.12 Recebem treinamento e educação continuada? I

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